A Xiaomi reformulou sua linha Redmi Note em 2021, com o Redmi Note 10 trazendo mudanças grandes para o Redmi Note 9, como tela AMOLED e som estéreo, dois itens inéditos na linha, e a troca de um chip da MediaTek por uma solução da Qualcomm.

Mas será que as mudanças realmente fazem valer a troca de um pelo outro? Ou quem tem o Redmi Note 9 não precisa se preocupar em migrar para o mais novo por enquanto? Para responder essas e outras perguntas, colocamos os dois intermediários da Xiaomi lado a lado, e o resultado você confere agora.

• Design
• Multimídia e recursos
• Desempenho
• Bateria
• Câmera
• Preço
• Conclusão

Redmi Note 10

Dois aparelhos feitos de plástico, mas com identidades visuais bem diferentes. Olhando de frente temos a primeira mudança, com o furo na tela para a câmera de selfies saindo do canto superior esquerdo no Redmi Note 9 para ficar centralizado no Redmi Note 10. O furo também ficou menor graças ao uso do painel AMOLED, mas o aproveitamento frontal é basicamente o mesmo nos dois aparelhos.

Na parte traseira temos os dois modelos com um módulo destacado para as quatro câmeras, mas aqui as coisas se invertem, sendo o módulo centralizado no Redmi Note 9 e alocado no canto superior esquerdo no Redmi Note 10. Além disso, ele é um pouco menor no aparelho mais novo, já que as câmeras ficam organizadas diferente e não tem um leitor de digitais ali, que está na lateral integrado ao botão de energia.

Se você prefere o leitor de digitais na traseira ou na lateral é questão de gosto, mas ambos funcionam bem e cumprem o seu papel.

Redmi Note 9

Já em dimensões o Redmi Note 10 é menor em todos os sentidos e também mais leve, mesmo tendo tela só um pouquinho menor, o que mostra o acerto da Xiaomi em trocar a proporção 19,5:9 por uma 20:9.

Curiosamente, o Redmi Note 10 tem proteção contra respingos de água e poeira graças à certificação IP53, enquanto o Redmi Note 9 tem tela com vidro Gorilla Glass 5 contra Gorilla Glass 3 do modelo mais novo, então um vai sobreviver melhor a acidentes envolvendo água e o outro vai se safar melhor com quedas e arranhões.

Nenhum dos dois se destaca muito, mas o Redmi Note 10 leva o ponto por ter corpo mais ergonômico e certificação IP.

Tela

O Redmi Note 10 chega com tela Super AMOLED com brilho máximo de mil e 100 nits contra o Redmi Note 9 com sua tela IPS LCD que rendeu comentários negativos em nossa análise, apresentando brilho baixo e cores distorcidas. As telas têm tamanho quase idêntico e mesma resolução Full HD, mas a densidade de pixels é pouca coisa maior no Redmi Note 10 por conta do painel mais compacto.

Ainda que não seja um painel tão bom quanto de outros modelos da própria Xiaomi, como o Redmi Note 10 Pro com sua taxa de 120 Hz, já é um avanço considerável de um modelo para o outro, com o Redmi Note 10 entregando brilho mais forte, cores mais intensas e preto profundo.

E é isso, ponto para o Redmi Note 10.

Som

Além de passar a contar com tela AMOLED na linha Redmi Note, a Xiaomi também trouxe som estéreo para seus novos modelos, tornando a experiência de consumo de mídia melhor em todos os sentidos.

O som estéreo do Redmi Note 10 distorce um pouco quando em volume mais alto, mas no geral entrega som balanceado e eleva a qualidade ao assistir vídeos, ouvir músicas ou jogar.

Ambos possuem porta P2 para fones de ouvido, mas nenhum deles vem com fone na caixa.

Mais um ponto para o Redmi Note 10.

Sistema

Dois modelos que saem de fábrica com a MIUI 12, mas o mais recente já vem com o Android 11 instalado de fábrica enquanto o Redmi Note 9 precisa fazer o update assim que é tirado da caixa. Com isso, basicamente todas as funções vistas no aparelho mais novo também podem ser encontradas no mais antigo e vice-versa, não sendo nada que vai definir pela compra de um ou outro.

Como a Xiaomi costuma dar mais atenção a versões da MIUI do que do Android, ambos devem receber basicamente as mesmas atualizações, mas é pouco provável que o Redmi Note 9 seja atualizado para o Android 12.

Como extras, ambos trazem infravermelho para servir como controle universal, mas apenas o Redmi Note 9 pode ser encontrado em versão com NFC.

Um deve ver o Android 12 algum dia, outro tem versão com NFC, vamos de empate aqui.

Snapdragon ou MediaTek? É verdade que a taiwanesa vem trabalhando muito bem em seus novos chips da série Dimensity, mas o Helio G85 presente no Redmi Note 9 ainda é de uma época não tão glamourosa assim. Tudo bem que o Redmi Note 10 vem com o Snapdragon 678, outro chip não muito badalado, mas a diferença no geral foi grande.

Nenhum dos dois se saiu bem em nosso teste de velocidade, mostrando que a MIUI é a grande vilã dos aparelhos da Xiaomi quando se trata em abertura e reabertura de aplicativos, matando processos em segundo plano a todo momento para tentar poupar a bateria. Mas, na briga de foice entre os dois, o modelo mais novo acabou se saindo melhor por ter mais lenha para queimar.

Em testes de benchmark os números também são melhores no Redmi Note 10, em especial no AnTuTu.

Pelo menos nos jogos a diferença não é tão grande, com ambos conseguindo rodar basicamente todos os títulos, ainda que precisem baixar um pouco a qualidade em alguns deles.

Caso você tenha grana para gastar, poderá pegar qualquer um dos dois com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno, enquanto a versão mais básica parte com metade dessa RAM e armazenamento no Redmi Note 9, mas com 4 GB de RAM no Redmi Note 10.

Por ter sido mais rápido e ainda ter mais RAM no modelo mais barato, ponto para o Redmi Note 10.

Os números de bateria são praticamente idênticos nos dois, com 5.000 mAh no Redmi Note 10 e pouca coisa a mais que isso no antecessor. Mas a autonomia dos dois não é nem de perto parecida.

O Redmi Note 10 é nosso atual líder de autonomia no teste padronizado de bateria, superando a marca que pertencia ao Moto G7 Power ao alcançar mais de 30 horas de uso com mais de 15 horas de tela ativa. Não que o Redmi Note 9 tenha autonomia ruim, conseguindo mais de 22 horas de uso com 11 horas de tela, mas são tempos bem diferentes.

E as coisas também pendem para o lado do Redmi Note 10 quando olhamos a recarga, já que ele não só é compatível como traz um carregador de 33W na caixa, enquanto o Redmi Note 9 conta apenas com 18W. Com isso, o modelo mais novo precisa de metade do tempo para ir de 0 a 100%.

Ponto para o Redmi Note 10 com louvor.

Temos exatamente as mesmas câmeras nos dois aparelhos, com sensor principal de 48 megapixels, ultra-wide de 8 megapixels, macro e profundidade de 2 megapixels. Mas não, as fotos não são iguais nos dois.

Um ponto em que a MediaTek sempre pecou foi no processamento de imagens, e isso fica nítido ao notarmos a diferença entre as fotos feitas com Redmi Note 9 e Redmi Note 10 mudando apenas o Helio G85 pelo Snapdragon 678.

O modelo mais recente ganhou cores mais acertadas, mais nitidez e até melhor desempenho em ambiente noturno. Com a câmera ultra-wide a diferença também existe, sendo gerados resultados bem ruins no Redmi Note 9 e mais aceitáveis no modelo mais novo, enquanto a macro não é nenhuma maravilha em nenhum dos dois, assim como o desfoque em fotos com modo retrato.

Por se sair melhor no geral, ponto para o Redmi Note 10.

Fotos tiradas com o Redmi Note 10

Em gravação de vídeos a coisa é ainda mais dolorosa para o Redmi Note 9. Enquanto o modelo de 2020 é limitado a gravar vídeos em Full HD e, pasmem, grava com som mono, o modelo mais recente permite gravar vídeos em 4K e tem uma captação de áudio estéreo digna de um modelo intermediário.

A qualidade também tem muita diferença entre os modelos, com vantagem clara para o Redmi Note 10.

E assim, mais um ponto para o Redmi Note 10.

Fotos tiradas com o Redmi Note 9

Na câmera frontal é onde temos menos diferenças na prática, já que o Redmi Note 9 até faz um trabalho bem razoável que é apenas um pouco aprimorado no Redmi Note 10. Nenhum dos dois se sai muito bem em ambiente noturno, e o modo retrato acaba falhando principalmente ao redor do cabelo.

Um pouco melhor ainda é melhor, então ponto para o Redmi Note 10.

Tanto o Redmi Note 9 quanto o Redmi Note 10 estão disponíveis oficialmente no Brasil, e curiosamente o modelo mais antigo está R$ 100 mais caro em sua versão com 64 GB de armazenamento e 3 GB de RAM do que a Xiaomi cobra no novo com 4 GB de RAM e o dobro do espaço interno.

Caso você decida importar terá preço parecido nos dois, e considerando o atropelo que vimos no comparativo não tem como dar outro resultado.

Ponto para o Redmi Note 10.

Poucas vezes vimos um comparativo entre modelos de mesma linha com um abismo tão grande entre as gerações. A verdade é que o Redmi Note 9 não convenceu quando foi lançado e trouxe muitos pontos que já eram motivo de discussão até em relação ao Redmi Note 8, e por isso a Xiaomi resolveu se mexer e trouxe um modelo completamente diferente na atual geração.

Com um placar de 10 a 1, onde o único ponto conquistado pelo Redmi Note 9 fica vinculado ao consumidor que quer NFC para fazer pagamentos com o smartphone, nem tem muito o que se discutir. O Redmi Note 10 é um aparelho melhor em absolutamente tudo, e ainda custa o mesmo ou até mais barato dependendo de onde você comprar, valendo tanto o upgrade para donos do modelo mais antigo quanto a compra por quem está indeciso entre os dois.

Redmi Note 10: 10 PONTOS

• Mais compacto e com IP53
• Melhor tela
• Melhor som
• Sistema mais atualizado de fábrica
• Melhor desempenho
• Melhor bateria, com recarga mais rápida
• Melhores câmeras para fotos
• Melhores câmeras para vídeos
• Melhores selfies
• Melhor preço

Redmi Note 9: 1 PONTO

• Tem versão com NFC

• O Redmi Note 10 está disponível na Amazon por R$ 1.243.
• O Redmi Note 9 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.