A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar estabeleceu o cronograma de oitivas para apurar possível quebra de decoro da vereadora Edna Sampaio (PT) pelo recolhimento da Verba Indenizatória (VI) de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu. Conforme o  revelou foram feitas quatro transferências que somaram R$ 20 mil. A ex-servidora será a primeira a ser ouvida, no dia 15 de junho.

Durante a reunião da Comissão de Ética nesta segunda-feira (22), os requerimentos apresentados pelo suplente Eleus Amorim (Cidadania) e pelo advogado Juliano Rafael foram arquivados pelo presidente da Comissão, Rodrigo Arruda (Cidadania). Inicialmente, Rodrigo planejava notificar os dois requerentes para que anexassem mais documentos, mas como o objeto seria o mesmo, e para dar celeridade aos trâmites, acatou a sugestão do vereador Wilson Kero Kero (Podemos) e determinou o arquivamento.

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Desta forma, o único processo instaurado para apurar a conduta da petista é do vereador Luis Claudio (PP), que apresenta documentos anexados. Edna terá 5 sessões na Comissão para se defender, por escrito ou apresentar documentos. Além disso, ficou definido o cronograma de oitivas. Um quarto pedido de investigação aguarda para ser lido em sessão.

Cronograma

No dia 15 de junho, serão ouvidas a ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu, às 14h30 e a atual responsável pela função, Neusa Batista, às 15h30. O marido de Edna, Willian Sampaio, está agendado para ser ouvido no dia 16 de junho, às 14h30.

O jornalista Romilson Dourado, responsável por revelar o escândalo, também foi convidado e deve comparecer no dia 19 de junho, às 14h30. Já Edna será ouvida no dia 21 de junho, às 14h30. O relator do caso será o vereador Kássio Coelho (Patriota).

Entre as possíveis penalidades que a petista pode sofrer estão censura verbal ou escrita; suspensão temporária do cargo por até 30 dias; e perda do mandato. Edna nega que tenha praticado crime e tenta se articular para evitar a iminente cassação, pois segundo ela, possui comprovante de seus gastos.

A Comissão terá 90 dias para emitir um relatório, podendo ser prorrogado por mais 90 dias e posteriormente, submeter ao Plenário do Parlamento.

Veja a reunião:

Vereadora nega

Edna nega que tenha algo ilegal no ato de recolhimento da VI, afirmando que os valores foram empenhados para custeio do mandato, que segundo ela, é "coletivo".

De acordo com as informações, Edna recebeu de forma integral os valores, que eram de competência exclusiva de sua ex-chefe de gabinete. Laura chegou a gravar um vídeo confessando que devolvia somente a VI, e afirmou que não possuia experiência para o cargo e não sabia ao certo qual seria a finalidade da verba. Quem fazia a cobrança pela transferência mensalmente era o marido de Edna, Willian Sampaio, que não possui cargo no gabinete.