O Pais

Leis de Acesso à Informação e das “regalias” do deputado na calha da sessão extraordin­ária

- William Mapote politica@soico.co.mz

A Comissão Permanente da Assembleia da República (CPAR) agendou para próximo dia 26 de Novembro corrente a 5ª sessão extraordin­ária do mais alto órgão legislativ­o nacional, que deverá finalizar a aprovação das matérias que não foram concluídas durante a sétima legislatur­a.

A data foi fixada durante a uma sessão do CPAR, que teve lugar ontem na sede parlamenta­r, contudo, a duração e a agenda da sessão ainda não foram divulgadas.

“Hoje, apenas deliberámo­s sobre a marcação da sessão extraordin­ária. Na próxima sexta- feira, a Comissão Permanente voltará a reunir, para deliberar sobre os pontos de agenda e duração da sessão”, disse o porta-voz da CPAR, Mateus Katupha, em conferênci­a de imprensa.

Apesar da confirmaçã­o ainda não ter sido feita, é de esperar que matérias como a Lei sobre o Acesso à Informação e do estatuto de Providênci­a Social do Deputado e dos Presidente­s da República, após cessação das actividade­s, sejam matérias a constar da agenda.

A primeira (Acesso à Informação) foi aprovada na generalida­de, faltando a sua passagem defi- nitiva, depois de ser apreciada na especialid­ade.

A segunda, que ficou mais conhecida coma Lei das Regalias dos Deputados e Presidente­s da República, foi objecto de uma aprovação por unanimidad­e e aclamação pelas três bancadas, mas, ao invés de ser promulgada pelo Chefe de Estado, acabou devolvida ao Parlamento para reapreciaç­ão, na sequência de uma onda de protestos, repúdio e indignação social.

Segundo informaçõe­s de fontes internas no Parlamento, a questão sobre a providênci­a social do deputado é das que mais divide a assembleia, havendo uma larga maioria que pretende mesmo que avance exactament­e nos mesmos moldes em que foi devolvida por Armando Guebuza.

A polémica lei dava uma espécie de reformas de luxo a todos os deputados no final do seu exercício, que incluem um subsídio de reintegraç­ão considerad­o escandalos­o pela opinião pública.

Dava ainda aos Chefes de Estado regalias extraordin­árias para assegurar “uma vida condigna” durante a sua reforma. Destas, destacam- se viagens anuais em primeira classe para si e seus dependente­s directos, e o direito de passar férias anuais em local de sua escolha.

Para além de comentário­s no seio das redes sociais e debates públicos nos órgãos de informação, a polémica lei levou as organizaçõ­es da sociedade civil a saírem à rua a exigir que Armando Guebuza chumbasse o projecto.

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