Na reta final, Governo Zema sonda Arantes e Valadares sobre presidência da ALMG

Após a candidatura de Duarte Bechir (PSD) não se firmar, o governo de Romeu Zema sondou os deputados Antônio Carlos Arantes (PL) e Gustavo Valadares (PMN) sobre a possibilidade deles se candidatarem a presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com o apoio do Palácio Tiradentes.

A uma semana da eleição, marcada para o dia 1º de fevereiro, o governo Zema avalia quais serão seus próximos movimentos. Nesta terça-feira (24), o governador está reunido com o vice-governador, Mateus Simões (Novo), o secretário de Governo, Igor Eto (Novo), e o deputado federal Marcelo Aro (PP).

O grupo se encontra todas as terças-feiras na Cidade Administrativa para discutir assuntos relacionados à administração estadual. A expectativa é que após a reunião desta terça (24) haja novidades sobre a posição do governo em relação à eleição para presidente da ALMG.

O candidato inicial do governo era Roberto Andrade (Patriota). Ele abriu mão da candidatura para que Zema lançasse Duarte Bechir (PSD) no último domingo (22) em uma tentativa de atrair o PSD, que tem nove deputados, e tirar votos do PL e da oposição que hoje estão com o candidato Tadeu Martins Leite (MDB).

A estratégia não funcionou: o cenário dentro do PSD não se alterou e o PT, maior partido oposicionista, e o PL, continuaram com Tadeuzinho. Apesar dos colegas o apontarem como candidato, Duarte Bechir não chegou a colocar sua candidatura publicamente.

Tadeuzinho é o favorito para vencer a eleição neste momento. Os articuladores da campanha dele afirmam que o deputado tem cerca de 45 votos, seis a mais do que os 39 necessários para ganhar a disputa. 

Publicamente, o emedebista tem 34 votos declarados: 20 do bloco de oposição, formado por PT, PV, PCdoB, Rede e PSOL; oito do PL, dois do MDB, dois do PDT, um do PSDB, além de Doorgal Andrada (Patriota). 

Tadeuzinho também tem três votos no PSD, mas que ainda não são públicos. O grupo do deputado tem pedido que parte dos parlamentares que o apoiam sejam discretos para evitar investidas do governo para tentar virar votos.

Neste cenário, a articulação política do Palácio Tiradentes entrou em contato tanto com Arantes quanto com Valadares desde segunda-feira (23), em uma tentativa de trocar o candidato novamente a uma semana da eleição.

Gustavo Valadares, que já foi líder de Governo de Zema, teria rejeitado a sondagem. Já Antônio Carlos Arantes firmou compromisso com Tadeuzinho e deve assumir o cargo de 1º secretário da ALMG caso o emedebista vença a eleição. Cabe ao 1º secretário atuar como uma espécie de “prefeito”, cuidando dos assuntos administrativos do Legislativo mineiro.

Logo após Zema vencer a reeleição em primeiro turno, tanto Valadares como Arantes manifestaram desejo de se candidatarem à presidência da ALMG com o apoio do governo Zema. Eles foram preteridos pois o Palácio Tiradentes decidiu apoiar Roberto Andrade.

A eleição é prioridade para o governo Zema porque cabe ao presidente decidir quais projetos de lei são colocados em votação na ALMG. No segundo mandato, o governador pretende focar principalmente na privatização das estatais, como Codemig, Copasa e Cemig, e também na autorização para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) — o Supremo Tribunal Federal já autorizou a adesão, mas o governo quer que os deputados ratifiquem a decisão.

Como são projetos sensíveis, Zema precisará ter um presidente disposto a ajudar o governo com essas pautas. No primeiro mandato, o governador enfrentou a oposição do atual chefe do Poder Legislativo, Agostinho Patrus (PSD), que sequer colocou em votação cerca de 25 projetos apresentados pelo governo de Minas.