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A montanha mais alta de cada continente é...

Os picos mais altos de cada continente são um ponto de ligação com a natureza num dos seus estados mais puros.

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Desde a majestade do Himalaia à diversidade da cordilheira dos Andes, as montanhas são jóias naturais que acompanham a história do ser humano ao longo de milhares de anos. E são o refúgio de várias espécies de animais.
Entre os seus vales e encostas, encontram-se ecossistemas únicos, como glaciares, bosques, selvas e lagos, que são cada vez mais ameaçados pelas alterações climáticas, a desflorestação, a erosão e a seca. Destacamos o pico mais alto de cada continente.

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Monte Jaya (4.884 metros): Oceania

Em último lugar, temos o Monte Jaya, a formação mais baixa dos Sete Picos, mas repleta de particularidades. Situada na Província da Papua, na Indonésia, é também conhecida como Pirâmide de Carstensz, é o ponto mais alto da Oceânia, a montanha mais alta de qualquer ilha do planeta e uma das poucas montanhas equatoriais ou tropicais com glaciares.
Apesar de ser a montanha mais baixa das sete que compõem o grupo dos Sete Picos, o monte Jaya requer excelência técnica da parte dos escaladores. Situa-se apenas a 4 quilómetros da mina Grasberg, a maior mina de ouro e a segunda maior mina de cobre do mundo, que emprega quase 20.000 trabalhadores – a zona em torno do monte Jaya destaca-se por ser uma fonte de grande riqueza mineral.
Recebeu o nome de Pirâmide de Carstensz em homenagem ao explorador neerlandês Jan Carstenszoon, o primeiro europeu a avistar os glaciares existentes do alto do Monte Jaya em 1623. Como as suas afirmações só foram confirmadas dois séculos mais tarde, foi ridicularizado na Europa ao afirmar que vira o pico nevado do Monte Jaya – uma afirmação revolucionária, uma vez que este se encontra tão perto do Equador. Depois de se comprovar que a sua afirmação era verdadeira, a montanha recebeu esse nome na Europa em homenagem ao explorador.

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Maciço Vinson (4.892 metros): Antárctida

Localizado na cordilheira Sentinel e invisível aos olhos da humanidade até à segunda metade do século XX, o maciço Vinson é a montanha mais alta e mais prominente do gélido continente antárctico. Recebeu este nome em homenagem a Carl Vinson, congressista do estado norte-americano da Geórgia, que foi, no seu tempo, um firme defensor do financiamento das expedições antárcticas.
No meio da Antárctida, em terras que pertencem ao Território Chileno Antárctico, o Vinson apresenta-se ao mundo como a maior elevação do continente branco. Esta formação rochosa instalou-se numa zona inóspita, gelada e árida, quase inexpugnável. No que diz respeito ao Maciço Vinson, tudo são superlativos: foi o último dos Sete Picos a ser descoberto, baptizado e escalado. Além disso, é também a montanha mais fria, mais remota e mais cara de escalar devido à sua localização geográfica, a apenas 1.200 quilómetros do Pólo Sul.
A primeira ascensão foi concretizada por uma expedição norte-americana liderada por Barry Corbet, John Evans, Bill Long e Pete Schoening, que alcançaram o cume a 17 de Dezembro de 1966.

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Monte Elbrus (5.642 metros): Europa

Situado na Rússia, perto da fronteira natural com a Geórgia, que assinala o Cáucaso, o monte Elbrus é a montanha mais alta da Europa. Embora não seja a montanha mais alta da União Europeia – essa distinção pertence ao Monte Branco, em França, pois a Rússia não pertence à EU, o cume do Elbrus tem a honra de ser o ponto mais alto do velho continente.
À semelhança do Aconcagua, o Elbrus tem dois cumes, um mais alto do que o outro. No entanto, a sua origem é muito diferente da dos cumes da montanha andina: trata-se de duas cúpulas vulcânicas inactivas, das quais a ocidental é a mais alta, alcançando 5.642 metros acima do nível do mar, enquanto este se ergue a uns mais do que respeitáveis 5.621 metros.
A sua situação geográfica marca a fronteira comummente aceite entre a Europa e a Ásia e, estando situado entre duas grandes massas de água – o Mar Negro e o Mar Cáspio – estes grandes lagos influenciam as suas condições meteorológicas, razão pela qual a temporada mais indicada para a sua ascensão é entre Julho e Agosto, quando o clima é mais estável. Com 22 glaciares nas suas encostas, o Elbrus mantém um manto de neve permanente ao longo de todo o ano.

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Kilimanjaro (5.895 metros): África

Erguendo-se entre as planícies da Tanzânia, o Kilimanjaro surge como um majestoso gigante perante os olhos atónitos de todos os que se aproximam. Protagonista de inúmeras novelas e filmes, as suas características despertam grande fascínio: o cume mais alto do mundo não se situa num sistema montanhoso, sendo composto por três cones vulcânicos (Mawenzi, Shira e Kibo) dos quais apenas o último se mantém activo e é indiscutivelmente a montanha mais alta do continente africano.
As encostas do Kilimanjaro acolhem todo o tipo de estruturas ecológicas: desde terras de cultivo no sopé até ao cume coberto de neve, passando por selva, pântanos e deserto alpino. As condições especiais desta montanha atraem tanto os alpinistas que cerca de 25.000 pessoas tentam escalá-la todos os anos, das quais aproximadamente um terço não consegue terminar a ascensão devido a problemas relacionados com a altitude.

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Monte Denali (6.190 metros): América do Norte

O Denali faz parte de uma das paisagens naturais mais belas do planeta e detém algumas curiosidades. Situado na cordilheira do Alasca, o Monte Denali ergue-se como um gigante em metade do estado mais setentrional dos EUA, que dá nome à cordilheira. Conhecido como Monte McKinley até 2015, o Denali foi rebaptizado pelo presidente Barack Obama para recuperar o nome que o povo Koyukon lhe dera ao longo de gerações: o seu nome original.
Foi em 1896 que um prospector de ouro mudou o nome do Denali para lhe dar o apelido do candidato presidencial da altura, William McKinley, que viria a ser o 25º presidente dos Estados Unidos da América. A sua ascensão é um desafio para todos os alpinistas, pois reúne duas características que dificultam a escalada: as vertentes pronunciadas da montanha e a sua proximidade do Círculo Polar Árctico. As temperaturas geladas, as neves permanentes e a tundra alpina não dissuadem os visitantes do Parque Nacional de Denali de se aproximarem do pico mais alto da América do Norte e de empreender a sua difícil ascensão para desfrutarem de uma das paisagens naturais mais singulares do planeta.
 

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Aconcagua (6.962 metros): América do Sul

O monte Aconcagua não só é a montanha mais alta da extensa cordilheira dos anos – é a maior elevação dos hemisférios Sul e ocidental. Situado na Província de Mendoza, no oeste da Argentina, perto da fronteira com o Chile, o cume andino foi alcançado pela primeira vez em 1897 pelo escalador suíço Matthias Zurbriggen.
O Aconcagua tem dois picos: o pico norte eleva-se 6.962 metros acima do nível do mar, sendo, por isso, o tecto da América, enquanto o pico sul tem 6.930 metros. Ambas as elevações estão ligadas por uma crista com aproximadamente um quilómetro de distância, conhecida como Filo del Guanaco.
Apesar das dificuldades impostas pela altitude, a fauna que vive nas encostas do Aconcagua é muito diversificada, embora viva sempre abaixo dos 4.000 metros de altura. É possível encontrar pumas, raposas, sapos e ratos da montanha, mas os seus dois habitantes mais icónicos são o condor dos Andes (Vultur gryphus) e o sapo espinhoso andino (Rhinella spinulosa).

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Monte Everest (8.848 metros): Ásia

O tecto do mundo, a montanha mais popular e um dos locais mais extremos do planeta. O Evereste, Chomolungma (ou Qomolangma), em tibetano, que significa “Mãe do Universo”, é o pico mais alto da Ásia e, com os seus 8.848 metros de altitude acima do nível do mar, é também a maior elevação da Terra.
Situado no Nepal, junto à fronteira com a China, que assinala a cordilheira do Himalaia, lar e santuário das maiores elevações do planeta, este monte foi, durante séculos, o objectivo de milhares de escaladores desejosos de alcançar o seu cume, mas a sua altura e as condições meteorológicas são grandes impedimentos que o tornam um local inexpugnável. Além de ser famoso pela sua altura, o Evereste é o lar do animal que vive a maior altitude do planeta: a aranha saltadora do Himalayia (Euophrys omnisuperstes).
A primeira ascensão documentada e certificada ao tecto do mundo foi realizada em 1953, quando uma expedição formada por Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay alcançou o cume pelo primeira vez. O Times deu a notícia ao mundo num artigo escrito por Jan Morris e, desde então, a sua magia cativou outros escaladores. Junko Tabei foi a primeira mulher a alcançar o cume em 1975 e o nome da montanha deve-se a George Everest, topógrafo britânico, pois era até então conhecido como Pico XV.
Até 2018, Elizabeth Hawley era a única autoridade encarregada de certificar as ascensões ao mítico modo: uma espécie de notária da montanha. Após a sua morte, este prestigiado cargo foi assumido por Billi Bierling.