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    Mostrar união na oposição era objetivo dos atos, dizem organizadores

    Carta à nação de Bolsonaro esfriou movimento, mas pauta econômica é aposta para manter mobilização contra governo

    A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo estima que 8 mil pessoas compareceram ao ato deste sábado
    A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo estima que 8 mil pessoas compareceram ao ato deste sábado Isabella Faria / CNN Brasil

    Da CNN

    em São Paulo

    Os organizadores dos protestos deste sábado (2) avaliam que esse ato de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi o de maior representatividade até aqui.

    Em conversas com a analista de política da CNN Thais Arbex, o pré-candidato ao governo do estado de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) afirmaram que o objetivo das manifestações de hoje não era superar numericamente os atos de apoio a Bolsonaro no 7 de Setembro, mas sim fazer uma fotografia do momento político, em que é possível colocar num mesmo caminhão representantes de diferentes matizes ideológicas.

    Freixo fez uma analogia ao movimento das Diretas Já, que se construiu aos poucos e também uniu líderes de campos distintos. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) enviou uma nota à CNN em que afirma que “o grito de hoje não é um ponto final, mas o início de uma caminhada”.

    A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo estima que 8 mil pessoas compareceram ao ato deste sábado. Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram da manifestação na capital paulista.

    Nos atos do dia 12 de setembro, também de oposição a Bolsonaro, a Polícia Militar informou que foram 6 mil pessoas. Já no 7 de Setembro, nos atos pró-Bolsonaro, a polícia estimou o público em 125 mil pessoas.

    Embora a intenção dos organizadores fosse de união na oposição, esse não é um desafio simples. Há entre os opositores muitos pretendentes à presidência em 2022. O ponto de unidade, pelo o que os protestos de hoje mostraram, está na pauta econômica.

    Em São Paulo, houve faixas reclamando do preço do gás, da gasolina, dos alimentos. No 12 de setembro, organizado pelos grupos MBL (Movimento Brasil Livre), Vem Pra Rua e Livres, a pauta central era a vacinação. Em Brasília, houve ainda algumas agendas mais específicas, como manifestantes contra a PEC da reforma administrativa ou contra a privatização dos Correios.

    Apostando numa percepção de que a crise pode mobilizar a população cada vez mais os organizadores dos atos deste sábado já planejam nova mobilização para o dia 15 de Novembro.

    Um dos fatores para uma adesão não tão expressiva aos protestos de hoje foi a esfriada na temperatura política com o recuo de Bolsonaro com a carta à nação, idealizada pelo ex-presidente Michel Temer, no rescaldo dos atos de 7 de Setembro. Essa é a avaliação do analista Caio Junqueira.

    Para ele, o movimento de oposição pode gerar um fenômeno de agregação para o segundo turno. Bolsonaro criou em torno de si uma oposição tanto à esquerda quanto à direita, ambas com projetos eleitorais muito distintos. “O que vimos hoje foi um possível embrião para uma coligação em torno do ex-presidente Lula no segundo turno”, diz.

    *com informações de Thais Arbex e Caio Junqueira