• Marília Marasciulo
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Coliseu, um dos símbolos do Império Romano que ainda estão de pé (Foto: Wikimedia Commons)

Coliseu, um dos símbolos do Império Romano que ainda estão de pé (Foto: Wikimedia Commons)

Por cinco séculos, entre 27 a.C e 476 d.C, prosperou o maior império da Antiguidade Clássica e um dos maiores da história. O Império Romano foi uma das maiores potência econômicas, políticas e militares do período e, em seu auge, a maior civilização da história ocidental. Veja o que você precisa saber sobre ele:

Nascimento
Tudo começou com assentamentos de pastores nas margens do rio Tibre, por volta do século 8 a.C. A lenda mais famosa sobre a fundação de Roma é a dos gêmeos Rômulo e Remo, que teriam vivido na região e sobreviveram quando crianças porque foram alimentados por uma loba. Rômulo é tido como o fundador da cidade e de fato foi seu primeiro rei, em 753 a. C. Em 509 a.C, porém, o Senado — corpo de conselheiros do rei — se rebelou contra a monarquia e destronou o rei Tarquínio, dando início a um período de república. Os romanos começaram então a se militarizar e a conquistar territórios vizinhos.

Obra representa a lenda de Rômulo e Remo (Foto: Wikimedia Commons)

Obra representa a lenda de Rômulo e Remo (Foto: Wikimedia Commons)

Crise na República
Com o aumento de províncias, cresceram também as desigualdades sociais, e a república enfraqueceu. A principal crise foi causada pelo assassinato de Tibério Graco, o encarregado de defender os interesses do povo no Senado, em 133 a.C.. Para completar, 100 mil escravos se revoltaram, liderados pelo gladiador Spartacus.

O Triunvirato de Júlio César
Em 60 a.C, Júlio César fez uma aliança com os generais Marco Crasso e Pompeu Magno para o controle da república. O chamado Triunvirato liderado por César fez conquistas importantes para aumentar o poder de Roma: conquistou toda a Gália (atual França), invadiu a Bretanha e dominou territórios germânicos. Após a morte de Crasso, César venceu a disputa com Pompeu e se declarou ditador em 44 a.C.

Júlio César durante cerco ao povo gaulês (Foto: Reprodução)

Júlio César durante cerco ao povo gaulês (Foto: Reprodução)

Expansão e ápice
César foi assassinado por conspiradores no mesmo ano e Otávio (mais tarde conhecido como Augusto), filho adotivo de César, compôs o segundo Triunvirato, junto com Lépido e Marco Antônio. Terminou também em disputa, vencida por Otávio, que em 31 a.C oficialmente se tornou o primeiro imperador de Roma. Mas o ápice do império veio mesmo com o governo de Trajano, o Conquistador, que no ano 117 garantiu a Roma sua maior extensão territorial, com quase 50 milhões de pessoas sob seu domínio. 

A divisão
Em 284 d.C, o império foi dividido em dois, em uma tentativa de melhor administrar o poder. De um lado, havia o Império Romano do Ocidente, com a capital em Roma. De outro, o Império Romano do Oriente, com Bizâncio como capital — mais tarde, em 330, Constantino I transferiu a capital para Constantinopla, atual Istambul, na Turquia.

A queda
Os povos que não caíram sob o jugo romano e eram chamados de "bárbaros", principalmente os visigodos, lentamente ocuparam territórios do império ocidental, cruzando o rio Danúbio em 376, saqueando Roma em 410 e, finalmente, provocando a deposição do último imperador, Rômulo Augusto, em 476. O Império Romano do Oriente, que se tornaria Império Bizantino, só caiu em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turco-otomanos.

Pintura retrata a queda de Roma pelas invasões germânicas (Foto: Reprodução)

Pintura retrata a queda de Roma pelas invasões germânicas (Foto: Reprodução)

Legado
O Império Romano estimulou o surgimento de novas línguas. À medida que o Império expandiu, os dialetos locais se misturaram ao latim, dando origem às línguas neolatinas, como o francês, o português e o espanhol. O Direito romano, que surgiu para mediar as relações entre diferentes grupos sociais, é a base para o Direito Civil moderno. As técnicas arquitetônicas desenvolvidas pelos romanos para construir templos, palácios, anfiteatros e aquedutos são relevantes até hoje, e muitas das construções sobreviveram. E, finalmente, o maior legado do Império Romano talvez seja o cristianismo, religião que nasceu e se desenvolveu no período (apesar dos cristãos serem perseguidos durante os primeiros anos, a crença tornou-se oficial em todas as extensões romanas a partir de 380).