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"Meu corpo está aqui" celebra as pessoas com deficiência

O que esperar de uma peça de teatro feita por pessoas com deficiência? Talvez, a maioria das pessoas logo pensariam em histórias tristes.

Por Da Redação

05/04/2024 às 10:13:38 - Atualizado há

O que esperar de uma peça de teatro feita por pessoas com deficiência? Talvez, a maioria das pessoas logo pensariam em histórias tristes. Mas, será que a vida de alguém deve ser resumida em limitações?

A peça "Meu corpo está aqui" propõe novas representações a partir de narrativas próprias e rompe qualquer ideia antecipada sobre alguém com nanismo ou, por exemplo, com alguma deficiência cerebral. Assistir a um espetáculo que mostra o outro lado – que tem propriedade para falar sobre o que é ter deficiência – faz o público analisar profundamente um discurso que transmite empatia.

Juliana Caldas, atriz e colaboradora de texto da peça, começa um diálogo com os espectadores de maneira provocante. É partir do erotismo que surge o primeiro questionamento: "será que, em minha diferença, não provoco desejo?" Um corpo estigmatizado pode fantasiar a experiência sexual. As histórias picantes, que surfam entre o humor e a tragédia, investigam novos caminhos a respeito das restrições. Juliana começou a estudar teatro na adolescência, depois da morte da mãe. A artista conta que já trabalhou como recepcionista em baladas, atendente de telemarketing, bancária e, atualmente, se dedica exclusivamente ao teatro.

Aos 31 anos, a atuação ganhou projeção ao interpretar Estela na novela "O Outro Lado do Paraíso", da Rede Globo. O papel ganhou notoriedade por abordar a realidade da vida de quem tem nanismo. Juliana conta que a representação no teatro e na TV ainda carrega muitos estereótipos negativos. Ela se nega a fazer papéis de comédia que possam utilizar de sua natureza como chacota. "Olha, eu particularmente, não aceitava alguns tipos de trabalho. Podia ficar sem receber algum dinheiro, sem ter contato profissional, mas eu arriscava. Esse não era o meu plano profissional. Não discrimino, não julgo quem aceita, quem faz. Cada um sabe o que escolhe e onde pisa, só que eu, realmente, não aceitava", explicou.

Outro destaque da peça é a tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras) na principal mostra do Festival de Curitiba. O intérprete, em um certo momento, interage com os atores. Ao final do espetáculo, a equipe abre espaço para um bate-papo com o público. Pessoas com deficiência falam a respeito da vontade de serem espelhadas nos palcos e nas telas, além do olhar imposto sobre seus corpos.

Quantas atrizes de novela usam cadeiras de roda? Quantos atores e atrizes são cegos? Já viu artistas com nanismo em Hollywood? Ainda são situações muito pontuais. Para ir além do superficial, é preciso criar novas narrativas como esta, que reúne pessoas a partir de suas subjetividades.

Serviço:

Classificação: 16+
Duração: 60 min
Gênero: Dramédia

Reportagem: Julia Pozzetti, estudante da Universidade Positivo (UP)

Fonte: BandNews
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Jornalista Luciana Pombo

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