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Imagem em foco Quase metade das optativas está voltada para o estudo da imagem, fotografia e audiovisual. Dos 38 professores da Facom, 11 vão oferecer disciplina no próximo semestre.

POLEMICAAH

SEM LUGAR

MÚSICA

Carla Galrão

Alunos reclamam da

enxerga a vida

falta de espaço para

músical definido,

estudo na Facom

Facom revela-se

como um filme que ela mesma escreve

Sem um gênero

eclética


Facom News 2012.1 - Edição II

#editorial Mais curtinho, mas não menos importante. A segunda edição do Facom News foi prejudicada pelas tantas greves da Ufba: servidores, professores, alunos... fontes. Em meio a esse contexto, pautas caíram e outras acabaram surgindo no desespero. Apesar disso tudo, o boletim, segundo e último da turma de jornalismo de 2012.1, está pronto.

O grande desafio era repetir o modelo de sucesso da primeira edição, que, em poucos dias, superou, em número de acessos, as publicações anteriores. O primeiro boletim desse ano chegou a marca dos 1316 views (até o dia 05 de junho), contra 857 do publicado pela turma do segundo semestre de 2010. “Não é porque me entrevistaram que eu publicizo. É por que este jornal do primeiro semestre está super bem. Parabéns à turma e a Lia Seixas”, comentou, pelo Facebook, a professora da Facom Graciela Natansohn. Para essa segunda publicação, mudamos os cargos. Quem era editor na edição anterior, virou repórter e vice-versa. A proposta era que cada aluno pudesse experimentar as várias etapas do processo de produção. O tempo foi curto; as condições, desfavoráveis. Porém, cumprimos a meta. Acadêmico, Infra, Facom-faz e Facom En scéne discutiram, mais uma vez, assuntos da Facom. As matérias optativas que serão ofertadas no segundo semestre, um perfil descontraído e relevador com Carla Galrão, a famosa PolemiCaaaH, a falta dos tão necessários espaços de convivência no prédio da Facom, um levantamento da Mostra Cem Nelson e o (quase) desconhecido Observatório de mídias digitais, são alguns dos assuntos abordados nesta edição.

Erramos:

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Na edição passada (página 12) publicamos que Jonas Nogueira, aluno de Produção Cultural do 2º semestre, é Gerente do Núcleo de Produção Cultural da Produtora Júnior, quando, na verdade, ele é Gerenciador. Outro erro foi em relação ao que foi dito pelo aluno, publicamos que o Facom Som não aconteceu, mas O FacomSom não foi embargado pela portaria, apenas alguns materiais da organização, a exemplo dos banheiros, foram impedidos de entrar no campos de Ondina, contudo o evento aconteceu normalmente. No texto da matéria de capa (página 16) publicamos que Giovandro Ferreira, diretor da Facom, disse que iria aderir a greve, quando, na verdade, o professor disse que apoiaria, mas não poderia aderir devido ao seu cargo na faculdade.

Expediente Faculdade de comunicação da Universidade Federal da Bahia Produto da disciplina de Oficina de comunicação escrita do 1º semestre de Jornalismo de 2012.1 Reitor da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa Diretor da Facom: Professor responsável: Lia Seixas Editores-chefe: Alan Tiago e Alexandre Galvão Chefes de reportagem: Heitor Montes, Vitor Gabriel, Cássio Reis e Rebeca Menezes. Repórteres: Alan Tiago, Alexandre Galvão, Aymée Francine, Brunca Andrade, Bruno Pedra, Carlos Eduardo Brandão, Carol Lemos, Carolina Filgueiras, Cássio Santana, Daniel Oliveira, Diego Yu, Estela Marques, Guilherme Reis, Heitor Montes, Larissa Iten, Lorene Ramos, Luire Campelo, Matheus Pimentel, Maria Dominguez, Miguel Trindade, Naiana Ribeiro, Raul Castro, Rebeca Menezes, Sofia Greve, Thaís de Jesus, Túlio Bouzas, Victória Libório, Virgínia Andrade e Vitor Gabriel. Repórteres fotográficos: Victória Libório, Virgínia Andrade, Naiana Ribeiro e Aymée Francine. Projeto gráfico: Diego Yu Diagramadores: Diego Yu, Túlio Bouzas Coordenadores do blog Facom News: Diego Yu e Maria Dominguez. Coordenadores de mídias socias: Bruno Pedra, Carlos Eduardo Brandão e Naiana Ribeiro.


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Greve não se estende à Facom Apesar da paralisação atingir a maioria da unidades da UFBA, o semestre é encerrado normalmente na faculdade por Bruno Pedra e Lorene Ramos A greve de parte dos docentes da Universidade Federal da Bahia, apesar de passar a ter o apoio do sindicato dos professores, pouco interfere na rotina da Faculdade de Comunicação, que tem seu semestre encerrado normalmente para a maioria dos estudantes e professores esta semana.

Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (APUB) e do Conselho Universitário (órgão que reúne a reitoria e representantes dos Docentes, Servidores e Estudantes). Além da deflagração da greve dos estudantes no dia 6 de junho e dos servidores, no dia 11 do mesmo mês.

Também em greve, ela lamenta a pequena adesão dos professores da Facom: “É estranha essa posição de professores e alunos, já que se tratam de comunicadores, que em tese deveriam ser os primeiros a levantar questionamentos sobre os problemas da nossa sociedade”.

O movimento que começou no dia 29/05 passou a ter nas últimas semanas o reconhecimento do Sindicato dos Professores das

O professor da Faculdade de Comunicação, Marcos Palácios, defende que a paralisação não é um modo muito eficaz de lutar pelos direitos, apenas adia e atrasa os trabalhos, prejudicando docentes e estudantes. Para Palácios, a greve é uma postergação de trabalho já que os professores têm de repor as aulas no verão, quando poderiam estar de férias com suas famílias.

A professora da Faculdade de Educação e integrante do Comando de Greve, Nair Casagrande completa: “Não sei ao certo se isso se dá por uma falta de compreensão ou por uma posição política diferente. Se a gente analisar a mídia que temos hoje, talvez a gente até consiga entender um pouco, mas ainda assim é algo surpreendente e triste”.

Professores protestam no 2 de julho

O professor Jonicael Cedraz, em greve desde o dia 29, discorda. Para ele a paralisação das atividades deve ser o último recurso, mas às vezes se faz necessária. Opinião compartilhada pela professora Simone Bortoliero.

Apesar da proximidade do fim do semestre, Simone e Jonicael creditam esperanças na participação dos novos professores da faculdade. A docente lembra ainda que no primeiro plebiscito realizado pela APUB, a Facom contabilizou sete votos favoráveis à greve e espera não só que esses professores adiram, como os demais, mesmo encerrando o semestre letivo, passem a participar das atividades do movimento.


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Foto: Lia Seixas

O professor Paulo Fábio A professora desapresenta uma análise taca a importãncia mais imparcial sobre da carreira docenessas questões. Para o te, os problemas doutor e professor do físicos da FaculDepartamento de Ciêndade de Comucia Política da UFBA, a nicação e sobre greve é um instrumento a importância de de luta válido, mas deve professores, servise basear em pautas esdores e alunos se pecíficas e imediatas, unirem para debaevitando o prolongater essas questões. mento da paralisação. Simone reitera sua Sobre os docentes que Professora Nair Casagrande, entrevistada por Bruno Pedra, preocupação com não aderiram à greve, o enxerga com desconfiança decisão da APUB de aderir a greve. o futuro da uniprofessor acredita que versidade: “Não o movimento terá êxito memora a decisão da APUB. Para luto só por mim. se lutar para continuar garantindo Faltam poucos anos para eu me ela é importante que exista um a adesão, ao invés de assumir uma aposentar, mas me preocupa a de- movimento nacional unido, para posição de confronto com os prosestruturação da carreira e a má garantir a negociação com o gofessores que mantiveram as ativivisibilidade que a profissão possa verno e a decisão do sindicato só dades. tende a reforçar isso. ter”.

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Parte da não participação dos docentes no movimento se dá pela indefinição da APUB no primeiro mês de greve, já que os professores aguardavam uma decisão oficial do sindicato para assumir uma posição. A professora Nair Casagrande, além de considerar tardia, enxerga a decisão da APUB em aderir à greve (no último dia 26) com certa desconfiança. Para ela a diretoria do sindicato passa a reconhecer e integrar o movimento exatamente para evitar o distanciamento da base, além de poder defender entre os grevistas as reivindicações do sindicato, que na análise da professora, são próximas às propostas do governo. Já a professora Celi Taffarel (Faced), representante da UFBA no Comando de Greve Nacional, co-

Ausência de servidores afetará a matrícula A adesão dos servidores da Facom na greve deflagrada pela ASSUFBA (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Admnistrativos da UFBA e UFRB) desde o dia 13/06 por reajuste salarial e estruturação do plano de carreira, tem afetado a realização de diversas atividades e pode gerar problemas na matrícula do próximo semestre. Segundo o professor Fábio Sadao, coordenador do Colegiado, devido à greve dos servidores, ainda não se sabe como ficará a matrícula para o segundo semestre. Caso a paralisação se mantenha, há duas propostas possíveis: uma é a dos próprios docentes assumirem as atividades

e coordenarem a matrícula, outra é a de que seja adiada a matrícula até que a questão se resolva. Os alunos de Oficina de Comunicação Audiovisual (COM112), que finalizariam o semestre com a apresentação de um curta-metragem, também aguardam uma definição para terminar os trabalhos. Com a greve dos servidores os alunos têm tido dificuldade de pegar as câmeras da faculdade emprestadas e de utilizar o laboratório para a edição das imagens, levanta o professor da disciplina André Setaro, que ainda não tem em vista uma solução para o problema.


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#facom-faz

o observatório que nem todos conhecem Prestando serviços à Propeg, laboratório desenvolve pesquisas de prospecção por Alexandre Galvão e Carol Lemos Universidade (Facom/Póscom) e Empresa (Propeg), criado em abril de 2008. O trabalho feito no observatório dedica-se ao acompanhamento, análise e experimentação de dispositivos, ferramentas e recursos digitais empregados para a publicidade. Marcel Ayres, jornalista formado pela Facom, pesquisador no GITSUFBA (Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade), sócio-fundador da PaperCliQ e ex-membro da Segundo Ana Rios, aluna do 7º instância, disse que para ele semestre de Produção Cultural, o grupo conseguiu suprir uma há sim um desconhecimento do lacuna existente na grade da laboratório dentro da Facom. Facom, no que diz respeito às “Acho que quem é de fora do disciplinas relacionadas ao campo Observatório sabe muito pouco da Publicidade e Marketing. do que se passa lá. Não penso que “Acredito que o Observatório haja rejeição, apenas d e s co n h e c i m e nto . Marcel Ayres destaca o papel do Observatório Em algumas ocasiões, reflexão como na prática publicitária fizemos pequenas palestras, mas no geral nosso trabalho era mais voltado para desenvolver as pesquisas. Ficamos um pouco ‘escondidos’ na Facom.” Coordenado pelo professor Wilson Gomes, o laboratório de pesquisa é feito de acordo com o modelo de integração entre

Foto: Arquivo Pessoal

Fundado há 4 anos, o Observatório de Publicidade em Tecnologias Digitas ainda é uma incógnita para muitos faconianos. Há um desconhecimento quanto às funções, atividades e até quanto ao histórico do observatório. Um dos motivos, talvez, seja o fato de o laboratório não promover muitos eventos públicos, como o que aconteceria no último dia 04, mas cancelado em função da greve dos servidores da Ufba.

desempenha na Facom um papel fundamental, não só possibilitando uma reflexão sobre a prática publicitária, mas, principalmente, pelo foco nas tecnologias digitais. De um modo geral, a comunicação e sua interface com tecnologias digitais ainda é pouco explorada em diversas instituições de ensino, carecendo de cursos mais específicos e de profissionais especializados”, afirmou Marcel. O Observatório é formado por seis integrantes graduandos e pós-graduandos, entre eles cinco bolsistas. O grupo é coordenado pelo mestre Lucas Reis e presta serviços à Propeg, uma das maiores agências de publicidade do Nordeste. O processo seletivo acontece sempre que um bolsista conclui seu período tanto na de pesquisa dentro do laboratório. A participação dos faconianos na Propeg concentrase nas pesquisas que são realizadas pelo Observatório (como mídias sociais e planejamento de comunicação digital) e na posterior apresentação de trabalhos e relatórios.

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Quatro lugares no Expocom Nacional Depois de nove edições, Fraude ganha dois prêmios Por Virgínia Andrade e Vitor Gabriel Quatro produtos da Facom foram premiados na última Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom) que aconteceu durante 14ª edição do Intercom Nordeste, realizado entre os dias 14 e 16 de junho. Depois de 9 edições, concorrendo com outras quatro revistas, a Fraude, produto do PET, ganha dois prêmios: um na modalidade Revista Impressa e

outro com o Plano de Comunicação para o Lançamento da Revista Fraude. O site jornalístico Impressão Digital 126, produto da disciplina Oficina de Jornalismo Digital, coordenado por Suzana Barbosa, e o Retratos Imaginados, ensaio produzido no município de Arco Verde (BA), trabalho de conclusão de curso de Rodrigo Wanderley, foram os outros dois vencedores.

Impressão Digital ganhou prêmio de melhor site jornalístico e a Fraude ganhou nas modalidades de Revista Impressa e com o Plano de Comunicação

A Facom concorreu em 11 modalidades, inseridas nas categorias Jornalismo e Produção Editorial e Produção Transdisciplinar em Comunicação. Em cada modalidade os cinco melhores produtos foram selecionados para concorrer a uma vaga no Expocom nacional. “Foi a primeira vez que a [revista] Fraude ganhou um prêmio no Intercom. Ganhar o regional já foi


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muito gratificante pra gente. Participar do nacional, então... se ganhar vai ser bom, se não ganhar, de qualquer jeito, vai ser um passo importante para o PET”, declara a estudante Paula Morais, vencedora do prêmio na categoria Jornalismo com a Fraude.

em outros lugares. “Participo de encontros de estudantes desde o primeiro semestre da faculdade e eles foram de grande importância pra minha formação e pra conhecer pessoas e trocar experiências”, declara.

sores e profissionais de todo o país, que escolheu o melhor trabalho em cada modalidade. Os troféus conquistados no evento foram uma forma simbólica de reconhecimento do trabalho dos candidatos, incentivando a novas

Na opinião da professora-tutora do PET, Graciela Natansohn, além de servir para alimentar o ego prêmios são fundamentais para dar visibilidade ao produto e assegurar que coisas interessantes estão sendo feitas. Para ela “o mais importante no Expocom é mostrar [o produto] para o resto da comunicação. Prêmio é bom, mas sem prêmio a gente também ganha. Prêmio não é apenas garantia de qualidade”, afirma. Para o recém-formado em jornalismo Rodrigo, vencedor na modalidade Ensaio Fotográfico, embora o prêmio tenha seu valor o que mais enriquece é a possibilidade de conhecer o trabalho que os colegas estão desenvolvendo

Foto: Virgínia Andrade

Apenas o primeiro colocado regional em cada modalidade reapresentará o seu trabalho no Congresso Brasileiro de Ciências de Comunicação e participará da etapa nacional do prêmio, que acontecerá entre os dias 03 e 07 de setembro em Fortaleza-CE. “Não só para o Pet em si, mas para cada bolsista é uma conquista muito gratificante. A gente acaba crescendo e tendo muito mais gás pra continuar na faculdade”, completa Paula.

Graciela Natansohn afirma que prêmios alimentam ego e dão visibilidade ao produto

Os outros produtos que concorreram aos prêmios na categoria Jornalismo foram o Projeto gráfico da Revista Fraude; o Jornal da Facom (JF); o Jornal da Agência Experimental (“JÁÉ”); e o Não é Proibido Fumar. Em Produção Editorial e Transdisciplinar em Comunicação, Diário de Bordo; Imagens do Recôncavo Baiano; e Vagalumes – ensaio que trabalhou o conceito “Ruína é Presente”, a partir da técnica do Light Painting, na cidade de Igatu, Chapada Diamantina. Os trabalhos foram analisados por júri virtual, composto por profes-

pesquisas e projetos experimentais em comunicação. A Expocom é um espaço reservado à divulgação das pesquisas e mostra de projetos acadêmicos experimentais desenvolvidos por alunos de graduação em comunicação social durante suas próprias atividades acadêmicas, que se propõe a estabelecer um diálogo entre o estudante e sua prática profissional, já que o que for ser produzido precisa ter como referência direta a atividade que o próprio aluno pretende desenvolver no mercado de trabalho após se formar.


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Jornalismo esportivo fora de pauta Apesar de o jornalismo esportivo estar em alta, a Facom ainda o ignora em sua grade curricular por Aymée Francine e Carlos Eduardo Brandão deixa de propiciar o lado prático das matérias, não só no que tange o esporte. Darino Sena, comentarista de Esportes da Rede Bahia e ex-faconiano, disse que, para ele, a formação do profissional de jornalismo como um todo, na Ufba, é muito deficiente: “Eu vejo a Facom como uma grande pecadora no processo de formação, porque ela é excelente em formar comunicólogos – pessoas que vão A última matéria direcionada ao Maurício atualmente é o único estudar e refletir sobre o processo docente que se envolve de comunicação, mas não de alguma forma com o jornalistas. É preciso uma maior esporte na faculdade, mais formação e capacitação técnica, precisamente com futebol. de habilidades dos profissionais. Alguns alunos o procuraram Eu tive poucas matérias práticas”. para a formação de um grupo de pesquisa com a abordagem Segundo ele, é fundamental que enfoca o humor no preparar bons profissionais para radiojornalismo esportivo levar informações para um público e conta com cerca de oito que é tão participativo, ávido e pessoas. “Nós começamos a exigente. Para o comentarista, estudar os principais textos é impressionante a rapidez e o teóricos sobre o esporte e volume em que as informações eu trouxe algumas pessoas e opiniões são passadas e geram para conversar com eles. discussões em todos os lugares. “E Uma professora, que já foi se esse jornalismo é uma vertente repórter de rádio e setorista que atinge tanta gente de uma do Santos; e com o antigo forma tão forte, você não pode editor de esportes do jornal nunca negligenciar a formação Correio*”, conta Maurício. desse jornalista. Fazer isso é Darino Sena acha que a formação de Aparentemente a faculdade negligenciar o público – porque jornalismo é deficiente

Foto: Aymée Francine

O jornalismo esportivo vem crescendo com a oportunidade do Brasil sediar grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Porém, na Facom, hoje em dia, não há um enfoque que aborde esta vertente jornalística. O que, segundo alunos e professores entrevistados, é muito prejudicial à formação do profissional pela Ufba.

jornalismo esportivo na faculdade foi uma optativa, denominada como Jornalismo Esportivo, ministrada pelo professor Paulo Leandro, entre os anos de 2003 e 2005. Maurício Tavares, professor e vice-diretor da Facom, afirma que a ausência de um professor que se interesse em trabalhar com o assunto dentro da faculdade dificulta a criação de uma matéria específica, mesmo que optativa.


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Foto: Aymée Francine

esse cara é o elo entre o público, hoje é considerado lazer devido a opinião e a informação”, salienta a uma cultura intrínseca do Darino. jornalismo, que não aceita, ou trata com leve descriminação, o Vitor Villar, estagiário de repórter esportivo. jornalismo esportivo pelo Grupo A Tarde e aluno da Facom do 7º Repórter do site globoesporte. semestre de Jornalismo, também com, Eric Luis, formado pela acha que a formação na faculdade Facom em 2010, disse que é geral e ainda acrescenta o esporte é uma válvula de a existência de um antigo escape fundamental na vida de preconceito sobre o esporte na cada um, não só o futebol, mas profissão “Isso acontece porque como toda a área esportiva. o consideram vazio, voltado para E completa: “É muito bom o entretenimento. Mas hoje mexe acompanhar as histórias de com muita grana, e tem grande vida que os esportes trazem apelo nos jornais”. Essa opinião como bagagem”. Essa é uma não é restrita a ele, foi comum das maiores motivações na nos depoimentos de todos os profissão, para ele. “A formação entrevistados. O assunto ainda geral do jornalista é importante,

Eric Luis acredita que formação acadêmica é importante, mas não suficiente mas não é suficiente para que a qualidade do produto seja garantida”.

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Conheça o cotidiano de uma redação esportiva A reportagem do Facom News foi atrás de jornalistas esportivos para descobrir qual o cotidiano desses profissionais. Para o comentarista de TV e Rádio, Darino Sena, a vida é atribulada. “Trabalho sete horas de segunda a sábado, das 5h ao meio-dia. Domingo, só quando tem jogo, e de forma alternada. O programa de rádio e os jogos nos canais de transmissão paga são realizados em prestação de serviço, ou seja, são horários diferentes e além daqueles da televisão.” O

repórter,

nesta

mesma

empresa, trabalha de segunda a sexta: 7h (5h mais 2h extras, todas em contrato) e fazem um esquema de revezamento de plantão: fim de semana alternados. É dessa forma que Eric Luis trabalha. “É certinho e regulamentado, iguais a todo setor de jornalismo. Nosso problema é o turno. Porque depende do time de futebol que estamos cobrindo. A gente também pode se adequar quanto ao horário dos jogos, por exemplo: dia de terça-feira o Vitória joga de noite. Então chegamos à redação às 17h pra ficar até meia-noite.”

Vitor Villar, estagiário do jornal A Tarde, impresso e online, ainda não tem uma rotina tão corrida quanto a dos outros dois, porém dentro da redação, ele está ali para tudo. “Tem que ficar ligado em tudo que acontece com Bahia e Vitória. Cobrir o que acontece no esporte baiano. Mas o maior apelo é dos dois grandes clubes da capital que geram a maior audiência- e assim que sair novidade tem que escrever e publicar. A gente faz a pauta que surgir, principalmente pro site, pois é mais factual. Se surgir 20 pautas, tem que fazer as 20.”


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#acadêmico

Estágio divide opiniões Sem regulamentação, semestre mínimo fica a cargo das instituições de ensino por Guilherme Reis e Raul Castro Quando começar a estagiar? Essa é uma pergunta que divide opiniões tanto entre os professores quanto entre os estudantes de jornalismo da Facom. Para alguns alunos, como Victor Pinto, a necessidade fala mais alto: “A parte financeira pesou para começar a estagiar, para mim que sou do

interior e moro em Salvador sozinho. A bolsa ajudou a me manter, a diminuir as despesas dos meus pais e até já consigo pagar minhas contas sozinho”, conta.

o 3º período ainda é muito cedo para o estudante iniciar o seu treinamento. “Eu acho que ele deveria começar no 5º semestre, pois ele já viu disciplinas que são necessárias para ter um aporte A falta de regulamentação espe- para o exercício do estágio”, diz. cífica deixa a critério das instituições de ensino a determinação Para a jornalista e professora da do período mí- Facom Malu Fontes, há um sério Suzana Barbosa considera que o estágio só deveria começar nimo necessário risco para os estudantes que ina partir do 5º semestre. para que o estu- vestem em um estágio sem ainda dante possa co- estarem prontos para isso. “Hoje meçar a atividade os alunos começam a estagiar extracurricular. muito cedo, muitas vezes eles No caso da Fa- são imaturos e despreparados. com, o aluno deve O contato que eles têm com arestar, no mínimo, tistas e bandas pode deformar o no 3º semestre. ego e de alguma forma interferir “Um aluno de 1º na objetividade da matéria que e 2º semestre não está sendo feita”, observa. tem condições de fazer estágio, ele MUITAS VAGAS Os estudantes acabou de entrar ainda enfrentam dificuldades na universidade relacionadas a onde e como ese começou a ter tagiar. “A grande chave é o aluno um contato ini- saber: eu estou preparado para cial com o curso,” estagiar? Nesse estágio haverá pontua Fábio Sa- alguém para me supervisionar?”, dao, diretor do explica Suzana. O mercado de esColegiado de gra- tágio na área de jornalismo tem duação. apresentado um crescimento relativamente alto da Bahia. Com a Suzana Barbo- proliferação de sites e blogs insa, professora de formativos, as vagas têm aumenjornalismo da Fa- tado de forma exponencial, tanto com, concorda, no interior como em toda região mas observa que metropolitana.


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chegava a trabalhar 40 horas se- É sempre importante não tumulAlguns sites noticiosos oferecem manais no lugar das 30 horas que tuar a vida acadêmica do aluno”, vagas de estágio que permitem deveria”, explica. conta. ao aluno trabalhar sem ao menos sair de casa - o chamado de Jor- De acordo com Mônica Celestino, UNANIMIDADE Em uma coisa nalismo sentando. “No estágio professora da Faculdade Social alunos e professores concordam, sentado, ele acaba fazendo um da Bahia (FSBA), há uma carência o estágio é imprescindível para estágio de tentativa e erro. No es- gritante de leis que regulamen- a formação dos estudantes. “O tágio, é importante o aluno con- tem o estágio na área de comu- estágio pra mim foi uma construviver com o profissional da área nicação, e que, de alguma forma, ção muito grande, inclusive para para aprender. Ele fica sentado, imponham limites às empresas a faculdade, me ajudou muito, na fazendo matéria sem ao menos exploradoras. “É comum vermos questão de contatos com fontes apurar, eles buscam matérias na alunos fazendo estágio em lo- e a apuração. Para mim, o verdainternet e reescrevem, e o que é jas, vendendo produtos. Eles são deiro aprendizado de apuração pior, alguns publicam sem ao me- mão-de-obra explorada. Se a lei que eu tive no segundo semestre nos reescrever”, comenta Malu. do estágio fosse seguida à risca, veio do estágio e não da Facom”, isso acabaria, pois o estudante afirma Victor Pinto. “O estágio passaria a atuar em sua área”, deve contribuir para a formação do estudante. Eu acho um ponto “O estágio pra mim foi pontua. positivo e favorável as instituiuma construção muito grande, inclusive para Nadja Vladi, editora-coordenado- ções que têm um núcleo de aproa faculdade, me ajudou ra da revista Muito, pertencente ximação com o mercado”, destamuito, na questão de ao Grupo A Tarde, afirma, que, ca Mônica. “Eu acho importante contatos com fontes e no caso do jornal, o estágio é que o aluno estagie. O estágio é a controlado pelo Instituto Euvaldo oportunidade do aluno vivenciar a apuração” Victor Pinto, jornalismo Lodi (IEL), e que as regras esta- o mercado”, acrescenta Suzana. belecidas pelo órgão são rigoro# samente resHá também o problema relacio- peitadas. “O nado à carga horária e à função trabalho é de do estagiário dentro da empresa. 6 horas por Quando começou a estagiar no dia, seis dias 2º semestre de faculdade, a fa- na semana. coniana Tâmara Terso, atualmen- Ou 5 horas te no 7º período, não fazia ideia por dia, sete do martírio que teria pela frente. dias na se“Estagiei na assessoria de comu- mana. Nornicação da Câmara Municipal m a l m e n t e , de Salvador. Fui contratada para quando ultrabalhar seis horas diárias e atu- trapassa as ar fazendo matéria para o blog horas é comda câmara. Porém acabei tendo pensada com Vladi, editora da revista Muito, afirma que estagiário é compensado se que fazer release e matéria para menos horas Nadja ultrapassar tempo diário o jornal impresso. Acabava que ou uma folga.

# Foto: festival Vulva La Vida


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#capa Número de optativ

Disciplinas serão oferecidas po

por Daniel Oliveira

O número de optativas é 18,75% menor que a quantidade ofertada no semestre passado e representa uma redução de 35% em relação à 2011.2. Enquanto os estudantes preferem temas relacionados a televisão, publicidade e propaganda e assessoria de comunicação, cinco das 13 disciplinas ofertadas serão voltadas para imagem e audiovisual e outras duas são pensadas para semestres avançados.

a 29%. De acordo com o chefe do Departamento, José Severino, são muitas variáveis que levam um professor a oferecer uma disciplina ou não, como por exemplo, a área de especialidade e a carga horária de cada um. O número reduzido de optativas não é visto como um problema para Severino. “Quando tínhamos muitas optativas os alunos ficavam pulverizados nas disciplinas. Isso é um custo desnecessário, um desperdício de tempo”, comenta.

considera que há necessidade de conhecimentos prévios em outras disciplinas, sejam oficinas de texto ou Oficina de Comunicação Audiovisual, obrigatória do segundo semestre. Quatro dos professores entrevistados - José Severino, Júlio Lobo, Lia Seixas e Vera Martins - não mencionam nenhum requisito.

fotos: Victória Libório

De acordo com o professor José Severino, que ministrará a optativa Memória e Audiovisual, qualquer aluno, independente do semestre Dos 38 professores que compõem Embora as optativas oficialmente e do curso, pode cursá-la. Contudo, o quadro da Facom apenas 11 não necessitem de pré-requisitos, reitera: “É indispensável que darão optativas, o que corresponde a maioria dos professores haja disposição para o trabalho”. Memória e audiovisual é uma disciplina de ACC (Atividade Curricular em Comunidade) que possui um processo seletivo por edital: “Em geral a gente faz uma entrevista com o aluno”. Na disciplina são desenvolvidas atividades de extensão. “O aluno vai fazer lá fora a formação tanto de alunos de escolas públicas, professores, ou multiplicadores, com mecanismos de comunicação em geral comunitária”, destaca o professor. Optativa de André Setaro exibirá 15 filmes, sobre os quais os estudantes deverão produzir textos


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vas cai quase 19%

or apenas 29% dos professores

a e Thaís de Jesus

O professor Leonardo Reis, lecionará a optativa Iniciação à Fotografia. A disciplina tem por objetivo iniciar o aluno em temas ligados à fotografia como um todo. “Vamos falar de história da fotografia do analógico ao digital e sobre as possibilidades e os limites dessa linguagem, abordando questões técnicas e estéticas. Sempre com exercícios e debates sobre as experiências dos alunos enquanto produtores, distribuidores e consumidores de imagens fotográficas”, comenta Leonardo.

André Setaro para alunos que cursam o segundo semestre. Nas aulas serão discutidas linguagens e não os equipamentos, não se trata de ensinar a fotografar. “Fotojornalismo é uma disciplina que não é para aventureiros”, diz Rossoni. Já quem prefere se enveredar pelo campo teórico da fotografia, o recomendado é Teorias da Imagem, uma disciplina com carga de leitura maior.

Agência de Notícias é a disciplina que será oferecida pela Simone TEORIA E PRÁTICA O docente professora Rodrigo Rossoni disponibilizará Bortoliero. A optativa duas optativas nesse segundo é basicamente prática, semestre: Teorias da Imagem tem como objetivo e Temas Especiais em principal o jornalismo Fotojornalismo. Rossoni explica científico e pretende que ambas as disciplinas tratam da colocar o estudante em imagem fotográfica, a diferença é contato com pesquisas que em Teorias da Imagem o foco é acadêmicas de várias teórico, enquanto Fotojornalismo instituições de ensino, é uma disciplina mais prática, divulgando a ciência recomendada para os estudantes na mídia estadual e nacional. De acordo de jornalismo. com Simone, não serão “Por uma questão de coerência, ensinadas técnicas de para quem vai fazer a disciplina, é jornalismo. A Agência interessante que já tenha passado é aconselhável para que por uma disciplina básica”, explica estudantes escrever Rossoni. A disciplina ao qual saibam jornalísticos, o professor se refere é Oficina textos de preferência que já de Comunicação Audiovisual, ministrada por José Mamede e estejam cursando o

quarto semestre, e especialmente para aqueles que estão próximos de se formar. A professora Simone destaca que os alunos possuem dificuldades por não terem cursado as oficinas de texto e impresso, como, por exemplo, calouros e do bacharelado interdisciplinar. “Eu fico preocupada é que venham

José Severino: “Quando houve uma oferta muito grande os alunos ficaram pulverizados em disciplinas


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de Jornalismo Convergente que possui como um dos objetivos a possibilidade do d e s e nv o l v i m e n t o de produtos jornalísticos para as plataformas web, celulares, smartphones e tablets. Ao falar da novidade, Lia ressalta a importância dessa discussão: “Nós não temos discutido Rodrigo Rossoni (Temas Especiais em Fotojornalismo) acredita que Fotojornalismo deveria ser produtos nem para matéria obrigatória celular, nem para outros dispositivos estudantes de áreas que não para aqueles que têm alguma móveis. As discussões tem sido saibam escrever, não entendam capacidade de leitura em inglês, o que é uma agência de notícias, mas têm dificuldade e querem para os produtos impressos e audiovisuais”. De acordo com a não tenham o mínimo de melhorar”, ressalta Palácios. embasamento de jornalismo e não De acordo com Palácios, apesar professora, essa é uma disciplina tenham passado por uma oficina de não exigir nenhum requisito, que qualquer aluno pode cursar, no de comunicação escrita”, enfatiza. alguns estudantes de jornalismo entanto, ela faz uma observação: têm passado dificuldade na “Se você for de produção cultural Para quem quer melhorar o matrícula, por um erro do sistema. e não quer nada de jornalismo, vá inglês instrumental, Temas em “Parece que alguns estudantes para outra disciplina”. Comunicação e Sociedade, oferecida por Marcos Palácios, é a melhor opção. A disciplina possui um duplo objetivo: discutir, através de textos em inglês, conceitos e ideias em termos de educação e cultura, e após a discussão aprimorar a capacidade de leitura e compreensão dos textos. A optativa é teórica e não exige especificamente requisitos para se cursar. “A disciplina não está direcionada para aqueles estudantes que já tenham plena capacidade de leitura em inglês, esses estudantes não precisam dessa disciplina. É uma disciplina

de jornalismo, já tentaram se matricular outras vezes e não conseguiram porque é solicitado um tipo de pré-requisito absurdo que é radiojornalismo”, comenta.

A professora Lia Seixas tem novidades para quem gosta de jornalismo. Lia lecionará a disciplina Gêneros Jornalísticos, na qual discutirá o conceito de gênero no jornalismo através de análises e comparações de produtos. Será uma optativa teórica e com leituras intensas e extensas. A professora destaca que a disciplina estará ligada ao Laboratório

Para os alunos que se interessam por cinema, o professor André Setaro ministrará Cinema Internacional. Está prevista a exibição de 15 filmes internacionais durante o semestre, e a cada filme projetado o aluno terá de dois a três textos para ler. De acordo com Setaro, a disciplina é indicada para qualquer aluno que goste de cinema. “A disciplina deveria ter como pré-requisito a Oficina de Comunicação Audiovisual, mas não tem. E eu tenho, geralmente, muitos alunos do 1º semestre; o que eu acho errado”, comenta.


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A optativa Temas Especiais em Cinema, ministrada pelo professor Júlio Lobo também é voltada ao estudo do cinema. “Vou trabalhar um gênero narrativo do audiovisual, quer dizer, estratégias narrativas, o argumento, o roteiro, a fotografia, a trilha sonora, a cenografia”, afirma Júlio. Segundo o professor, a disciplina é aconselhável para quem ama cinema e para pessoas que gostem de falar e escrever. Segundo informações do Departamento da Facom, essa disciplina terá duas turmas: uma para toda a UFBA e outra destinada para alunos de bacharelado interdisciplinar (BI).

disciplinas: Comunicação e Comunidade, e Comunicação e Sociedade. A primeira optativa, de acordo com a ementa, abordará a relação necessária entre comunicação, sociedade e comunidade. Nas aulas ocorrerão seminários, leituras e discussões de artigos. Já o docente Fernando Conceição destacará, de acordo com a ementa, a “comunicação como meio de expressão cultural” na optativa Comunicação e Cultura. “É obrigatório que os alunos adquiram os textos/livros da bibliografia indicada para acompanhar as aulas”, enfatiza o programa da disciplina.

física, na área de economia... tentando abrir a possibilidade de melhorarem a formação”, comenta.

Não é somente Simone que pensa assim. Durante uma pesquisa realizada pela nossa equipe com estudantes da faculdade, se observou que a grade das optativas, leva os alunos a saírem da Facom, em busca das eletivas e das ACC’s. “Estou esperando o resultado das eletivas, eu peguei duas em São Lázaro”, cita o estudante do 3º semestre de Produção Cultural, Renato Costa. De acordo com a pesquisa, as optativas mais procuradas REDES SOCIAIS Para quem quer Simone Bortoliero, da Agência são práticas. Além disso, os discutir o uso de redes sociais, de Notícias, comentou que um estudantes enfatizaram diferentes como o twitter, a professora Vera dos problemas das optativas é a objetivos na escolha da disciplina: Martins ministrará Seminário de limitação curricular. “Você fica enquanto os veteranos buscam as Atualização em Comunicação. bastante limitado a uma grade mais ‘fáceis’, os calouros procuram A disciplina busca compreender curricular. Então, eu digo aos as optativas pela vontade de os processos de atualização estudantes da agência, para aprender, e aparentam serem que os meios de comunicação fazerem disciplinas em biologia, mais interessados. vêm passando e nesse semestre destacará as redes sociais nas eleições municipais. “A gente discute muito o que está sendo veiculado pelas mídias, principalmente pelas novas mídias. Como as novas mídias estão se comportando”, comenta. Estudantes de jornalismo e produção cultural podem fazer a disciplina, no entanto, Vera comenta que os cursos têm objetivos diferentes e que isso é uma dificuldade.

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O professor Jonicael Cedraz oferecerá duas

A disciplina de Marcos Palácios vai discutir textos em inglês sobre educação e cultura


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PósCom tem participação expressiva na Compós Próxima edição será realizada na Facom por Carolina Filgueiras e Luire Campelo (colaboração de Daniel Oliveira) de Trabalho (GTs). Para o próximo o ano, a expectativa é que o encontro tenha uma participação ainda maior, já que o evento acontecerá na Facom.

representatividade do PósCom é normal já que o programa foi um dos fundadores da Compós e por ter tido vários representantes na diretoria, sempre participando ativamente nas decisões do Itânia Gomes, vice-presidente conselho da Associação. “Em da Compós, disse que a termos quantitativos e de qualidade dos trabalhos, ele sempre foi um dos programas mais participativos”.

Foto: Divulgação

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Facom – PósCom – teve uma participação expressiva no XXI Encontro Nacional da Compós, com 10 artigos apresentados no evento, participando de 9 dos 15 Grupos

Compós de 2012 teve mais de 400 inscritos

Lidiane Pinheiro, recém doutora pelo PósCom, apresentou pela primeira vez na Compós, no GT de Comunicação e Cultura, o artigo “O discurso de O Estado de São Paulo sobre a cultura sertaneja cem anos após Canudos” , produzido a partir do resultado de sua tese de doutorado. “Fiquei com medo da recepção da banca porque eles são muito exigentes, mas o artigo foi bem recebido.


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Foto: Divulgação

As discussões em cima dele foram públicas e particulares do Brasil. A Conselho da Compós, dentre positivas e as críticas construtivas”, Compós promove anualmente um outras atividades. A cada ano, contou Lidiane. encontro estruturado sob a forma sob a forma de rodízio, um dos de Grupos de Trabalhos, onde programas filiados à Compós “Sites de vídeos pornográficos são apresentados e debatidos os é responsável por organizar o amadores: encenação, melhores artigos enviados pelos evento que reúne pesquisadores midiatização e exibicionismo do pesquisadores dos anonimato” foi o trabalho de programas filiados Thaís Miranda, doutoranda do à Associação. PósCom, , apresentado no GT A média é de de Comunicação e Sociabilidade conjugada com fio em parceria com seu orientador ou um fundo em José Carlos Ribeiro. Para ela, o cor evento foi uma das mais recentes e surpreendentes experiências COMPÓS 2013 acadêmicas, por se tratar de Vinte anos um evento de excelência, com após a primeira pesquisadores muito qualificados edição do evento e comprometidos com o trabalho em Salvador, a feito: “Na apresentação recebemos Faculdade de críticas bem consistentes, ricas C o m u n i c a ç ã o e bem embasadas, que foram da Ufba sediará, Lidiane Pinheiro, que apresentou pela primeira recebidas como contribuição para em 2013, o XXII vez, considerou as discussões positivas e as críticas a produção do conhecimento. É Encontro Anual construídas um evento que realmente motiva da Compós. A a gente a continuar pesquisando”. professora Itania Gomes ressalta na área de comunicação de todo a importância do evento ser o Brasil. Participaram do evento mais de sediado na Facom: “É importante Segundo o coordenador do 400 inscritos. Mesmo com a greve que o Encontro da Compós seja PósCom, Edson Dalmonte, a dos professores e servidores feito aqui em Salvador, na Facom, expectativa é a melhor possível, federais, a Compós 2012 não pois o PósCom é um programa mesmo a Facom passando por um enfrentou grandes problemas importante que tem referência processo de reforma, pois como o organizacionais. “O evento em comunicação por todos os Compós não acontece no Nordeste funcionou super bem e todas as pontos de vista possíveis, com a já faz algum tempo, muitos salas estavam com equipamentos participação de professores na programas mais novos terão a funcionando”, contou Itânia pesquisa e produção científica”. oportunidade de estar presente Gomes. O encontro acontecerá entre os no evento. “O evento ainda Atualmente a Associação Nacional dias 04 e 07 de junho de 2013 e está numa fase embrionária”, dos Programas de Pós-Graduação seguirá o modelo dos anteriores: afirma Edson, garantindo que a em Comunicação (Compós) reúne presença de um convidado organização efetiva do Compós 40 programas em nível de mestrado internacional, apresentação será iniciada a partir do início de e/ou doutorado de instituições dos artigos nos GTs, reunião do agosto, com o retorno das aulas.

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#facom-en-scène cem anos de nelson

foto: VIctória Libório

Mostra Cem Nelson, realizada por alunos de Produção Cultural homenageou Nelson Rodrigues, que completaria 100 anos em 2012 por Rebeca Menezes

Alunos da Oficina de Produção Cultural homenageando o dramaturgo Quatro dias de apresentações teatrais, musicais, fotográficas e fílmicas, além de debates sobre obras. De 18 a 21 de junho a população soteropolitana pôde acompanhar a homenagem prestada a um dos maiores jornalistas, dramaturgos e escritores do Brasil: Nelson Rodrigues. A “Mostra Cem Nelson” foi um projeto realizado pela turma da Oficina de Produção Cultural da Faculdade de Comunicação da UFBA, matéria do terceiro semestre do curso, e buscou homenagear o pernambucano nascido em 1912, e que em 2012 completaria 100 anos se estivesse vivo. Com entrada franca

e apresentações baseadas em textos do escritor, o evento reuniu cerca de 150 pessoas no Cinecena Unijorge, no bairro do Itaigara, e no sebo Praia dos Livros, no Porto da Barra, emocionando muitos dos presentes.Segundo o aluno

também têm seus centenários comemorados esse ano. João afirma que os alunos buscaram uma personalidade que não tivesse tanta evidência no público baiano, mas que tivesse obras capazes de mobilizar a população baiana. A ideia partiu de Alana Silveira, que explica: “Eu acredito que fazer essa homenagem é uma boa forma de dar visibilidade aos artistas brasileiros”. Alana acredita que Nelson Rodrigues é muito importante para o ramo da Produção Cultural, pois revolucionou a criação artística brasileira, principalmente a escrita.

O projeto da mostra é parte da avaliação da Oficina de Produção Cultural, ministrada pelo professor Leonardo Costa. Os alunos foram divididos em cinco coordenações: Geral, Comunicação, Exposição, Teatro e Cinema. Os recursos financeiros – R$ 6 mil – partiram Nelson Rodrigues foi unicamente da verba da UFBA escolhido entre ou- especialmente destinada para a tras duas opções: matéria. Os alunos contaram ainda Luiz Gonzaga e Jor- com o apoio da faculdade no que tange às impressões, brindes e ge Amado ao contato com o Cinecena. Além # disso, o grupo teve o apoio da João Marcelo Cunha, coordenador loja de móveis Casa Nandos, que de comunicação do evento, ofereceu móveis para o evento. Nelson Rodrigues foi escolhido entre outras duas opções: Luiz VISIBILIDADE O estudante Kinthino Gonzaga e Jorge Amado, que Andrade, integrante da equipe do


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recital, conta que aconteceram problemas no decorrer do projeto, mas todos foram contornados: “Aconteceu com o sebo (Praia dos Livros), por exemplo. O local já havia confirmado, mas hoje (21) a gente descobriu que a dona viajou e não deixou avisado. Mas nós conseguimos resolver”. Ele conta que o evento alcançou boa visibilidade na imprensa local e em grandes veículos como o G1, portal da Globo. A noite de abertura contou com uma edição especial do projeto Leituras Musicadas, que apresentou “Anjos Pardos”, montagem escrita pelo dramaturgo Fábio Costa, e livremente inspirada no texto “Anjo Negro” de Nelson Rodrigues. A apresentação seguiu a linha do projeto Leituras Musicadas e focou na dramaturgia do homenageado, embalando os seus versos com trechos de músicas relacionadas ao tema.

O evento alcançou visibilidade na imprensa local o evento alcançou boa visibilidade na imprensa local #

No segundo dia, foi a vez da reprodução do filme “Os Sete Gatinhos”, produção brasileira de 1980, dirigido por Neville d’Almeida e com roteiro baseado na obra do escritor. O filme foi utilizado como base para o debate “Nelson: mulheres, sexo e

cinema”, em que Hebe Alves, professora da Escola de Teatro da UFBA e Regina Gomes, professora de comunicação da mesma instituição, discutiram sobre como as personagens femininas do escritor sempre buscavam se insurgir quanto ao destino que lhes era imposto. Na terceira noite do evento foi a vez do espetáculo “A Serpente” encantar o público. Sob direção de Sonale Fonseca, Alana Silveira, 3º semestre de Produção Cultural a peça abordou os desejos conflitantes do ser humano diante do corpo e do sexo, e foi aplaudida impressionado com a atuação na de pé no fim do espetáculo. O peça, mas que acredita que o dia seu roteiro foi o último texto do filme poderia ter sido mais teatral escrito pelo dramaturgo, dinâmico e que se algum crítico que ficou conhecido por abordar ou estudioso especifico de Nelson temas controversos e satirizar Rodrigues estivesse presente, a hipocrisias, o que fez com que discussão seria mais interessante. ele fosse conhecido como “anjo pornográfico”, mesmo nome da biografia organizada por Ruy O projeto contou ainda com uma exposição fotográfica, que ficará Castro, escritor e jornalista. disponível até o dia 30 de junho O sebo Praia dos Livros, no Porto na entrada do Cinecena Unijorge, da Barra foi palco do último no Shopping Itaigara. A exposição dia do evento, e contou com é resultado de uma parceria leituras dramáticas dos contos com o Labfoto e promoveu uma do Anjo Pornográfico, expondo releitura que buscava mostra a dramaticidade das histórias de quatro histórias do autor partir de um novo olhar: “A Mulher Nelson Rodrigues. Sem Pecado”, “Álbum de Família”, Tiago Lira, estudante de jornalismo “Beijo no Asfalto” e “Vestido de do terceiro semestre, ficou Noiva”.

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o som

que sai da facom

por Diego Yu e Heitor Montes

A música consiste numa grande ferramenta de integração. Os gostos musicais fazem parte da identidade não só do indivíduo, mas de um grupo como um todo. Mas existiria algum estilo musical capaz de representar a Facom? Qual seria, afinal, “o som da Facom”?

de pandeiros de Itapuã, roqueiro sujo e forrozeiro ‘made in... terior.’ Então, tudo tem sido bem plural, sem uma embalagem pra caber todo mundo.”

“Acredito que os alunos da Facom fazem acontecer essa produção musical, a exemplo do Vibracom e do FacomSom, eventos realizados por alunos, que trazem bandas pra tocar na Ufba. A universidade poA estudante do primeiro semestre deria ter mais participação nisso, de Jornalismo, Rebeca Menezes, ainda fica muito por conta da forfaz coro aos músicos: “Antes era ça de vontade dos alunos.”, afirma O SOM DA FACOM “O som da Fa- aquela coisa mais alternativa, mas Gus. com vem da varandinha, e ele é eu acho que hoje é uma faculdade muito eclético. Desde o pessoal das mais ecléticas, que consegue Dudu complementa: “A universique se reúne pra fazer um samba, ir de pagode a Chico [Buarque] dade inteira, não só a Facom, tem passando pela diversidade da Rá- sem problemas.” é dificultado a produção musidio Facom, que toca de tudo, até cal no ambiente acadêmico. É só aquela cantoria despretensiosa Raquel Santana, estudante do 5º lembrar das últimas edições do semestre de Jornalismo e cantode alguém saindo da aula. Tudo ra amadora, endossa: “A Facom é FacomSom e Vibracom. Todos tiisso é o som da Facom”, opina Gus muito plural, tem a galera do rock, veram dificuldades criadas pela Carvalho, guitarrista e vocalista da da MPB, os meninos do circuito al- burocracia e pela política nada inLunata, banda de relativa expresternativo da cidade, mas o pagode centivadora da Universidade.” sividade no cenário musical alter- e o axé estão lá também. Ninguém nativo da cidade,. assume, mas a gente sabe que o INFLUÊNCIA Em todo lugar, a povo desce na boquinha da garra- todo instante, existe gente fazenDudu Assunção, estudante de Jor- fa e dança arrocha também.” do música. Na Facom não podenalismo e membro do grupo Quarto e Sala – cujos integrantes são to- PRODUÇÃO E INCENTIVO Mas se ria ser diferente. Agrupando em dos alunos da Facom – concorda. a Facom é tão plural e multifaceta- si pessoas das mais diferentes “O perfil dos estudantes de Jorna- da musicalmente, a produção mu- influências e experiências mulismo e Produção cultural tem mu- sical faconiana ainda é pequena e sicais, a faculdade revela-se um dado nos últimos semestres. Era recebe pouco espaço. As iniciati- terreno fértil para influenciar o quase uma identidade faconiana vas partem dos alunos, em geral surgimento de bandas e músicos. ser reconhecido por barba, camisa (os dois produtores da Lunata, por quadriculada e Los Hermanos ou exemplo, aqui estudam), sendo Na próxima página, buscamos Novos Baianos tocando no mp3. pequeno o envolvimento da facul- falar um pouco mais sobre duas bandas de faconianos. Agora, tem sambista da Orquestra dade.

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Quarto e Sala

foto: divulgação

Lunata

Banda composta por Ju Moreira (voz), Gus Carvalho (guitarra e voz), Fred Luna (baixo), Marcelo Schmalb (bateria) e Guga Guanaes (teclado), lançou em março de 2011 o seu primeiro EP, intitulado Não Esquece o Guarda-Sol, que já na semana de lançamento teve mais de 2 mil audições no Myspace. Influenciada principalmente pelos diversos gêneros do rock, mas também pelo jazz, pop e samba, a Lunata transita entre sonoridades suaves e mais vibrantes, com momentos intimistas e de animação. A Lunata é composta por pessoas de pensamentos e gostos diferentes que têm como desafio fazer a diversidade dialogar em suas canções, sem cair no limbo da falta de identidade. Caloura no cenário musical alternativo baiano, a Lunata tem conquistado novos admiradores e parcerias, apresentando seu trabalho em casas de show de Salvador e do interior e unindo-se a outras bandas locais. A banda lançou final de julho o seu primeiro clipe, da faixa Nós.

O estudante da Facom e integrante da banda, Dudu Assunção define o grupo da seguinte forma da seguinte forma: “A banda ‘Quarto e Sala’ é marcada pela falta de criatividade para escolher um nome. Tudo começou em uma conversa que tive com Rogério Menezes, estudante de Produção Cultural, quando a gente falava sobre os anos 90 e os sucessos da época. Com um cavaquinho e alguns instrumentos de percussão, a gente começou a tocar algumas músicas do É O Tchan. Era pra acabar ali, como uma conversa ilustrada, mas o pessoal fez uma roda de samba e começou dançar e pedir mais música... Até hoje pedem mais músicas. Quarto e Sala é um instrumento para que as pessoas percam a vergonha de assumir que já dançaram algumas músicas bem bizarras”. Quanto à possibilidade do grupo se tornar um projeto mais sério, Dudu acha difícil. “Só é bom porque é brincadeira. É um grupo de samba formado por pessoas que gostam de MPB. Reggae e Rock. A banda funciona bem como um ato de protesto, que tenta impedir que as comemorações faconianas sejam dominadas por Los Hermanos, Chico e Novos Baianos.”


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#infra Câmeras transmitem sensação de segurança Desde a instalação das câmeras na Facom, número de ocorrências diminuiu por Bruna Andrade e Túlio Bouzas

(colaboração de Miguel Trindade)

realizada em 2010 sobre a implantação de câmeras no campus de Ondina: “Houve pouca discussão Há 8 câmeras na Facom: 3 exter- sobre a implantação de câmeras, nas (na entrada principal, no es- já que 4 dos 10 diretores entrevistacionamento atrás da Facom e tados afirmaram que não houve próximo ao portão do primeiro consulta à congregação.” andar), 2 no térreo (na portaria e na área da cantina) e 3 no primei- TERCEIRIZAÇÃO Os serviços de sero andar (em frente ao bebedou- gurança da Facom, assim como de ro, em cima da porta do LabRádio toda a UFBA, são terceirizados: a e em frente à sala dos professo- portaria fica sob responsabilidade res). Segundo o diretor da Facom da GETEC e a vigilância é asseguGiovandro Ferreira, desde a insta- rada pela Precaver. Há 4 porteiros lação das câmeras, o número de e 4 vigilantes, que trabalham com ocorrências diminuiu bastante. Em uma carga horária de 12/36 horas artigo publicado em 2011, (12 de trabalho e 36 de folga), o o professor André Lemos e que inclui finais de semana e feriaoutros quatro pesquisadores dos, 24 horas por dia. Apenas os concluíram: “A retórica de vigilantes têm o direito a porte de segurança das câmeras é tão arma durante o serviço e a prenforte que os questionamen- der, garantidos pelo CNV (Carteira tos quanto a sua eficácia se Nacional de Vigilante). tornam secundários”. O vigilante Ataíde Miranda afirma A instalação das câmeras na não se sentir seguro em finais de UFBA começou no 2º man- semana e feriados, quando o modato do professor Naomar vimento no campus é pequeno. de Almeida na reitoria e o “Seguro a gente nunca se acha. serviço é prestado pela Sel- Em casa a gente também não tá ba (ver box “UFBA licita até seguro. [...] Tá e não tá.”, afirma. 800 câmeras”), com monito- A ordem do diretor da Facom para ramento no SAD. Ainda se- o fechamento dos portões nesses Vigilante Ataíde Miranda afirma não gundo o artigo, que contém dias, normalmente abertos das se sentir seguro em horários de pouresultados de uma enquete 7 às 18 horas, reflete esse sentico moviemnto

Foto: Diego Yu

A segurança não chega a preocupar os faconianos que circulam pela universidade, exceto às noites e em finais de semana e feriados, quando encontram o campus deserto, escuro e com poucos seguranças. Em contraste, a Superintendência Administrativa da UFBA (SAD) afirma que foram feitos investimentos mensais de cerca de R$1 milhão no sistema de segurança da universidade e a suposta redução no número e gravidade das ocorrências. Esse quadro de segurança rendeu à reitora Dora Leal uma Medalha do Mérito da

Segurança Pública em maio deste ano.


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Foto: Victória Libório

Muro da cantina baixo é uma possível entrada para ladrões mento. O acesso é permitido apenas para pessoas portadoras de permissão escrita e assinada pelo diretor da Facom. Segundo o professor Giovandro, as possíveis entradas para assaltantes são os portões principal e do primeiro andar, as janelas e o muro da cantina, que é quase do mesmo nível que o terreno externo. Ele propõe a profissionalização da vigilância, organização da ronda e desenvolvimento de estratégias de segurança apropriadas juntamente com o serviço de inteligência da polícia.

tes que trabalham na segurança da universidade à noite) que praticaria uma vigilância ostensiva, previnindo crimes mais do que reprimindo.

ÚLTIMOS ROUBOS Cerca de três anos para cá, três grandes roubos foram registrados na Facom: um gravador de DVD e um ventilador no gabinete da professora Maria Carmem Jacob num final de semana, dois datashows nas salas 8 e 9 durante recesso e o notebook de um aluno na “varandinha” antes de o portão abrir. Dos três, apenas no último as câmeras identificaram o bandido, que já havia O DCE tem questionado o modelo praticado furto nas unidades de de segurança da UFBA. Segundo Ondina e de São Lázaro. O roubo Aluã Carmo, diretor de esportes dos datashows ocorreu no segundo DCE e envolvido nas discussões do andar, onde não há câmeras. sobre o assunto, os seguranças Cleisson Aquino, chefe de apoio são contratados como defensores da Facom, diz que pretende-se do patrimônio. Para o petiano Da- instalar duas câmeras no segundo niel Silveira, isto é um motivo de andar, mas ainda não há previsão. preocupação: “Seguro de verdade eu nunca me sinto. A segurança da Segundo o professor LafaieUFBA é patrimonial, não é para a te Cardoso, assessor da Reitora gente”. Para fornecer esta prote- para Área de Administração Geção às pessoas, o DCE propõe a ral, atualmente, na universidade guarda universitária (extinta, tem ocorrem principalmente furtos apenas cerca de 15 remanescen- e, normalmente, os responsáveis

são encontrados. Na Facom, a situação não é diferente. Giovandro ainda disse que houve um caso de furto há cerca de dois anos (o responsável foi encontrado) e um caso de pichação nos banheiros, onde a instalação câmeras seria uma grave violação de privacidade. Aluã, no entanto, afirma que muitos dos crimes que ocorrem não são registrados, por falta de interesse da vítima ou por dificuldade para efetuar o registro em alguns casos, como quando o assaltante não leva documentos.

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UFBA LICITA ATÉ 800 CÂMERAS Na Central de Monitoramento da UFBA, no SAD, cerca de 280 câmeras apenas nas unidades de Salvador são monitoradas. O sistema de segurança da UFBA está passando por reformas, o que inclui a instalação de mais câmeras e alarmes eletrônicos e também a construção de uma Central de Monitoramento mais moderna e segura. A universidade tem licitação para ter até 800 câmeras. A conclusão da reforma, que está prevista para julho, ainda não aconteceu por problemas jurídicos, assim como ocorreu em 2009. A Selba ficou em segundo lugar na disputa pela locação das câmeras e entrou na justiça com alguns questionamentos. Ela ainda está responsável pela locação enquanto a empresa vencedora, Estrela, não assume.


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Falta espaço para estudos na Facom Com a falta de espaços adequados, alunos usam corredores e escadas da faculdade por Cássio Santana e Estela Marques Basta um breve passeio pela Facom para observamos alunos, em grupo ou sozinhos, estudando pelos corredores ou escadas. Antigo restaurante universitário, o prédio tem dois andares sem nenhuma área voltada exclusivamente para os estudantes de Jornalismo e Produção Cultural estudarem. Todos os andares têm wifi, mas não existe, por exemplo, tomadas para os computadores. No primeiro dia de reportagem, por exemplo, a equipe do Facom-

News encontrou um grupo de alunos discutindo um trabalho no canto externo da faculdade, sentados no chão. A falta de espaço para estudos tem prejudicado bastante, como diz a estudante de jornalismo Camila Giuliani: “O fato de a gente ter que marcar em outros lugares para fazer trabalho com acesso mais difícil para alguns, já prejudica”.

cadeiras e mesas num corredor ou outro. Hoje, a existência destes mobiliários é quase nula: uma mesa no primeiro andar, com três ou quatro cadeiras que não se encaixam à mesa, gerando desconforto; dois bancos de praça na frente do Centro Acadêmico.

O vice-diretor da faculdade, Maurício Tavares, disse que já pediu algumas vezes à equipe de apoio O porteiro Eduardo Alves, há seis que algumas cadeiras e mesas fosanos na faculdade, conta que a sem dispostas pelos corredores, Facom sempre foi dessa forma, mas reclamações chegavam sobre o deslocamento desse material para outros lugares, ocasionando a sua falta. Para solucionar o problema, ele garantiu que com a reforma no andar térreo da faculdade, será ampliado o espaço de convivência e lá poderão ser colocadas mais mesas. Marivaldo de Jesus, assistente de apoio, concordou com o vice-diretor e exemplificou com um pedido da professora Lia Seixas. Segundo


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fotos: Victória Libório

ele, uma das mesas que estavam à disposição dos alunos foi para o Labjor a pedido dela, que nesta sala ministra a disciplina Oficina de Comunicação Escrita. Contudo, é preciso salientar, ainda, que a mesa tem utilidade para os nove integrantes do próprio programa Jornalismo de Futuro. TOMADAS A opinião dos alunos é unânime quanto à criação de áreas destinadas para estudos e convivências na Facom. Alexandre Souza, 4º semestre de Produção Cultural, sugere que sejam colocadas mesas e cadeiras que viabilizem aos alunos áreas de estudo, mas uma criação efetiva, que proporcione uma área exclusivamente destinada para a atividade. Alexandro Mota, estudante do 6º semestre de jornalismo, acrescenta algo que viu em outras faculdades: “A faculdade poderia comprar para o térreo assentos acolchoados (como tem em Dança, como tem na própria biblioteca – visivelmente simples e barato); recolocar as mesas que ficavam no espaço da escada que fica em cima da varandinha (lugar fresco, com pouca circulação de pessoas e agradabilíssimo por sinal) e colocar tomadas nesses locais para uso de computadores” e faz uma outra queixa: “[a faculdade poderia] fazer umas assinaturas de revistas e jornais e deixarem em mesas de centro no CA, que poderia ficar aberto e ser melhor mobiliado”, finaliza.

você lidar com os objetos didáticos. Também, você fica disperso, as pessoas passam o tempo todo, você tenta se concentrar e não consegue. É bem complicado”, desabafa. Priscila Prince, estudante de Produção Cultural e também no 6º semestre, confessa algo curioso: “A gente não tem um suporte, mesas, cadeiras. Tem muita gente usando os que tem. Certa feita, fui pegar uma cadeira CADEIRAS DAS SALAS A estudan- escondido, numa sala” e aponta te do 6º semestre de jornalismo, outro problema, intrínseco à falLuana Ribeiro, conta como se sen- ta de espaço adequado: a falta de te ao ter que estudar nas escadas: tomadas. “Não tem tomadas, você “É bem desconfortável, até pra não pode usar o notebook direito.

Eu fiquei horas rodando aqui atrás de uma tomada”, completa. A equipe do Facom News constatou que muitos alunos reconhecem o problema, comentam e reclamam com outros colegas, mas se abstêm do ato de reivindicar os espaços no colegiado. “Eu comento com os colegas, mas eu acabo não reivindicando esse direito. E fica essa coisa, a gente acaba ficando acomodada”, admite Camila. “Olha, é complicado. A gente não sabe se é uma coisa que teria resultado, até porque depende de outras coisas”, avalia Luana.

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Laboratórios produzem mesmo com dificuldades Coordenadores demonstram insatisfação com a infra-estrutura por Naiana Ribeiro e Bruna Andrade O que faz com que um laboratório de uma universidade tenha mais produção do que o outro? Sobretudo na Facom, fatores como a logística, a infraestrutura, o material humano são decisivos para os resultados obtidos por estes espaços. Os laboratórios mais conhecidos da faculdade são o Laboratório de Fotografia (LabFoto), o Laboratório Multimídia (LabMedia), o Laboratório de Televisão e Vídeo (Lab TV e Vídeo) e o Laboratório de Rádio (LabRádio).

Assim como o LabFoto, outro laboratório que tem produtos é o LabMedia, responsável pelo site e pelas redes sociais da faculdade. Em contrapartida, o Lab TV e Vídeo não possui ne-

estagiários, dois funcionários e dois professores; o Lab TV e Vídeo conta com cerca de três funcionários. Já o LabMedia possui um funcionário e três bolsistas, enquanMATERIAL HUMANO Para obter to o LabRádio não tem nenhum. resultados efetivos, é necessário ter uma equipe eficiente e sufi- A professora coordenadora do ciente. Enquanto o LabFoto tem Lab TV e Vídeo, Simone Bortolie25 membros, dentre estes, cerca ro, se queixou quanto à falta de de 15 monitores voluntários, dois funcionários especializados para a área de Cinema : “Estamos atrás de um técnico e uma equipe de manutenção. Cinegrafistas, editores, pessoas que entendem de áudio. Pensando em cinema, precisamos de pessoas que entendam de cenário, iluminação, dentre outras áreas específicas. É interessante, também, que tenham mais bolsistas, desde que exista melhores equipamentos.”

Foto: Victória Libório

PRODUÇÃO Além de promover cursos e oficinas pagas, o LabFoto cobre pautas culturais, eventos da UFBA, espetáculos, dentre outros eventos solicitados por alunos e interessados. No último dia 28, o LabFoto organizou o evento “Com a palavra, o fotógrafo”.

nhum produto independente das disciplinas da Facom, enquanto o LabRádio promove cursos específicos, apenas quando solicitado.

“Eu diria que é uma falácia produzir vídeo na Facom, pelas dificuldades que laboratório enfrenta”, afirma Simone Bortoliero

O professor tutor do LabRádio, Maurício Tavares, também se queixa da não existência de funcionários qualificados no que tange às competências específicas: “O laboratório enfrenta um problema seríssimo: precisa


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sua vez, não está ligado a nenhuma disciplina.

Foto: Naiana Ribeiro

de um técnico, por isso a gente não faz mais projetos para fora. Eu preciso que os alunos me ajudem. Às vezes eu consigo bolsistas do Permanecer, quando eu consigo bolsistas, porém não são os bolsistas mais qualificados para isto. O laboratório de rádio é o único que não tem nenhum funcionário. Eu dependo sempre da boa vontade de alguns alunos.”

INFRAESTRUTURA A falta de estrutura é recorrente em todos os quatro laboratórios. Segundo Simone Bortoliero, tutora do Lab TV e Vídeo, o maior problema enfrentado pelo laboratório é na infraestrutura: O bolsista do LabMedia, Gui- “Enfrentamos diversos lherme Reis, sente falta de um problemas, como um acompanhamento por parte dos buraco no teto há mais coordenadores: “Precisamos que de quatro anos, que não nos orientem melhor sobre as se consegue resolver, Guilherme Reis, bolsista do LabMídia, próprias funções do Laboratório. assim como em diverdiz que o laboratório poderia ser mais Além disso, falta a parte de pes- sas unidades do camativo ou estar ligado à pesquisa quisa e experimentos. O labora- pus; infiltração de água, tório poderia ser mais ativo ou em que nós tivemos a poderia estar ligado a pesquisa. perda de alguns equipamentos; “Apesar de não ser um grande esEm termos ‘acadêmicos’, não está fungos nas lentes, não temos ca- túdio, de não ter todos os tipos agregando nada para a gente.” bos para trabalhar, não temos de luz e lentes específicas, o laboequipamentos suficientes para ratório até consegue ter muitos A monitora Agnes Cajaíba lembra atender aos alunos (equipamen- equipamentos, se for comparar que apesar do Laboratório de Fo- to x aluno) com uma prestação de com os outros da Facom. Só sentografia contar com 25 membros, serviço de qualidade técnica”. O timos falta de algumas lentes eshá uma certa dificuldade em cobrir Lab possui cinco câmeras de tele- pecíficas, computadores mais notodas as pautas que aparecem. Ela visão sem entrada de microfone. vos e mais câmeras para atender à demanda de eventos” revelou Agdisse que, normalmente, é preciso escolher entre um evento e outro. Bolsista do LabMedia, Guilherme nes Cajaiba, monitora do LabFoto. Reis, afirma que apesar de ter Apesar desta lacuna, o LabFoto DINÂMICA Dentre os quatro la- quatro computadores, o labora- possui dois IMacs e 20 câmeras. boratórios, três são ligados às tório enfrenta um sério probledisciplinas da Facom. Enquanto o ma relacionado a falta de espaço. O LabFoto é o único laboratório da LabFoto atende a Oficina de Co- Foi necessário alugar um espaço Facom que possui financiamentos. municação Audiovisual e Fotojor- na Biblioteca Central para guar- Este conseguiu investir em equinalismo, o LabRádio acata prin- dar o grande acervo de livros e pamentos por causa dos cursos de cipalmente às necessidades dos filmes pertencentes ao Lab. Já extensão, que duram em média estudantes da disciplina Oficina de o professor tutor do LabRádio, 20 horas e são a única fonte de Radiojornalismo. O Lab TV e Vídeo Maurício Tavares, afirma que renda do laboratório. Uma parte atende principalmente aos alunos para o que é feito hoje, a infraes- do dinheiro vai para quem minisdas disciplinas ligadas a audiovi- trutura é considerada razoável. O tra o curso, a outra vai para o Lasual, em geral; abarcando os cur- professor garante que para rea- bFoto, que o utiliza no pagamento sos de Jornalismo, Produção Cul- lizar mais projetos, o LabRádio dos estagiários ou o guarda para tural e Cinema. O LabMedia, por deveria ter mais equipamentos. imprimir fotos e fazer exposições.

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#perfil Facom News 2012.1 - Edição II

@polemiCaah

por Maria Dominguez e Sofia Greve

Seus 20 anos de idade e apenas 3 semestres cursando Produção Cultural foram suficientes para que ela se tornasse uma personalidade de referência dentro da Facom. Figura doce e ao mesmo tempo irreverente, Carla Galrão é apaixonada por cinema e fotografia. Ambiciosa por seguir uma carreira de roteirista, tenta cursar todas as disciplinas de audiovisual que a faculdade oferece. Além disso, deseja também se formar em Jornalismo. Mais conhecida como PolemiCaah nas redes sociais, nossa

contadora de histórias delicia o público faconiano com uma programa de rádio absolutamente descontraído e recheado de humor. Sob um manto de maquiagem forte, tatuagens e cabelos muito coloridos, tentamos descobrir o que está por trás desse estilo único. Ela deixou claro o quanto o cinema influencia no seu dia-a-dia e na construção da sua identidade. Assim, a protagonista de Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças foi uma das suas ins-

pirações. “Me acham estranha, passo na rua e as pessoas olham bastante”. Seus cabelos, que já assumiram tonalidades como roxo, verde, amarelo, vermelho e azul, são sem dúvida, fruto de uma individualidade impactante. Carla se sente renovada ao mudar o visual: “Eu não faço questão de ser diferente pra chamar atenção, é que eu não consigo me acostumar com uma aparência igual todos os dias”. Vaidosa e preocupada em sair bem nas fotos, preferiu escolher o seu melhor ângulo durante


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caah galrão o nosso bate papo.

Caah nos confessa que já fez um roteiro todo num ônibus. “Uma No ambiente aconchegante da mulher e o cobrador eram namovaradinha da Facom, Carla nos rados e tinham acabado de termicontou que escolheu o curso de nar o casamento. Roubei a vida deProdução Cultural esperando les”. Abertamente uma traficante adentrar para o mundo cinemato- de histórias, a estudante “rouba” gráfico de “luz e sombra”. Afirma a vida das pessoas e a transforma que a preferência pelo curso se para o jeito que lhe parece mais deu por influência de uma colega bonito de ser contado. No entanto, que estava produzindo um curta- não apresenta preocupação com o -metragem. Depois de um ano e futuro da sua empreitada. “Talvez meio ainda vê o ambiente estu- eu chegue aos 50 anos sem saber dantil como algo muito novo e di- se eu sou boa roteirista”, mas vai ferente das expectativas que tinha seguir até, quem sabe, sentir voncriado ao passar no vestibular. Se- tade de fazer outra coisa. gundo ela, a faculdade não é um “putêtê” como muitos pensam: A famosa @polemiCaah do Twitsexo, drogas e rock n’ roll. Ou tal- ter já existe na rede há 2 anos. vez seja. Porém, não basta gostar Como ela mesma diz, usa a conta do que faz, é preciso “ralar, estu- pra falar besteidar e correr atrás” para ter êxito. ra: “Sou tirada a engraçada”. A joFruto de um romance entre uma vem vê o miniblog ex-recepcionista de 33 anos e um como um diário jovem de 19, assassinado antes onde desabafa mesmo dela nascer, a vida de Car- sem pudor. Hoje, la já se iniciou em caráter ficcional. tem quase mil se“Escrevo roteiro desde que eu sei guidores, inclusive escrever”, afirma. Quando criança, muitos que nem fazia do mundo ao seu redor palco são de Salvador, das suas histórias mirabolantes: o e faz questão de estupro de Barbie em estaciona- responder a cada mento e tantas outras! Hoje em um que interage dia não é diferente, sua realidade com ela. Desinie as relações interpessoais que es- bida na internet e tabelece estão impressas em suas na vida real, Carla criações. “Eu sou movida pelas não abre mão de ações dos outros”. Confessa, ain- falar o que está a da, que muitos dos seus roteiros fim. “Pra quê fisão inspirados em sua mãe. Com car se prendensorriso no rosto e olhos rasos de do? Sempre falei o lágrimas, diz: “A melhor coisa que que quis”. Apesar já aconteceu na minha vida é mi- disso, ela assumiu nha mãe. Ela é linda demais”. que é muito tími-

da e não consegue falar em público. “Matadora de aluguel, fuzileira naval e mentirosa patológica”: é assim que Caah se autodefine no Twitter. Ela nos explica que essa caracterização nasceu da personagem Lisa, uma mentirosa patológica, interpretada por Angelina Jolie em Garota Interrompida.”Me intensifico tanto com Angelina Jolie nesse filme”. “Matadora de aluguel” é resultado do fato de ela estar sempre querendo matar alguém. “Sou a pessoa que tá ali pra reclamar mesmo.” Com a ajuda de um amigo, criou um programa na Rádio Facom


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com o mesmo nome da sua conta no Twitter. Ela afirma que ele também foi criado para falar de aspectos triviais do cotidiano, só que dessa vez em mais de 140 caracteres. A partir do @polemiCaah, se sente livre para falar o quer. Talvez essa seja a sua máscara, já que ali niguém a vê. Nele, já produziu uma novela gay italiana. Muito espontânea e às vezes polêmica, deixou o roteiro de lado e passou a apresentar o programa sem planejamento prévio. ”Foda-se o roteiro. Não consigo ler e falar ao mesmo tempo”. Os temas eram escolhidos no dia mesmo pela internet, com a ajuda dos seus seguidores do Twitter. O produtor do Casseta&Planeta chegou a ouvir o seu programa e lhe enviou um email com algumas dicas. A chegada do fim do semestre atrapalhou o andamento do programa, que está parado, mas pretende continuar com ele assim que as exigências acadêmicas forem cumpridas.

espírita até o seu pai, falecido há 13 anos, lhe contar como aconteceu a sua morte, “Com detalhes que ninguém sabia”. Depois do episódio, ela foi a um centro espírita e descobriu que era médium. A partir daí, percebeu que seu caráter sensitivo se manifestou desde a sua infância. “Um dia, quando era criança, insistia em dizer a minha tia que havia um homem no meu quarto e que queria me levar para a praia. Na verdade, não havia ninguém ali.”. No entanto, ela diz que hoje não se considera “amarrada” a nenhuma religião, e nem mesmo ao espiritismo. gas que estavam sem tema para a tarefa. Foi assim que Carla ousou e pousou de roupas íntimas. Ela assume que no início não estava cem por cento segura e ainda tinha vergonha de se expor. Apesar disso, o ensaio foi importante para que ela aceitasse melhor o seu corpo. “Hoje me acho super desprendida aos padrões. Liguei o ‘foda-se’. Sou aquela gordinha que não liga. Já disseram que isso é até afrodisíaco.” A melhor parte do ensaio? “Foi poder inspirar outras pessoas plus size. Quero que as pessoas tirem suas roupas, fotografem e se sintam lindas.”

O ensaio fotográfico Ditadura da Beleza foi o resultado do trabalho de Kinthino Andrade e Julia Bellas para a disciplina Comunicação Audivisual no semestre passado. Surgido a partir de uma brincadeira, Caah se propôs a ficar “nua” em frente às câmeras para seus cole- Carla não acreditava na doutrina

O encontro foi encantador, pudemos conhecer de perto as particularidades de uma das alunas que mais chama a atenção pelos corredores da Facom. Um tanto quanto paradoxal, Carla se descreveu pelas entrelinhas, mostrando ao mesmo tempo inconstância, timidez, carinho, desapego, irreverência, despreocupação, meiguice, imprevisibilidade.. Sobre o futuro ? Não sabe o que pode acontecer. “Só estou seguindo”. Em alguns anos talvez more sozinha, numa kitnet amarela, com 5 gatos, uma diarista e amores aleatórios. Quem sabe ? “Sou capitã da minha vida. Estou disposta a me aventurar”.

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Facom News 2012.1 - Edição II

Facom News bate recorde de acessos Primeira edição teve mais de 800 vizualizações em um dia por Allan Tiago e Victória Libório Nesta quinta-feira (05), a redação do boletim Facom News encerra mais uma edição. Para o fechamento da segunda edição, os alunos trabalham mais de 15 horas em média para o fechamento. No Labjor, os calouros editam e diagramam reportagens e fotografias para compor um novo produto que conclui a disciplina Oficina de Comunicação Escrita, ministrada pela professora Lia Seixas.

blicando algo nas mídias, outra estou fazendo a reportagem e outra tenho que tirar as fotos”, explica Naiana Ribeiro, coordenadora de mídias das duas edições, enquanto edita mais uma matéria e publica um teaser no Facebook.

PRODUÇÃO Os alunos foram divididos em editorias que cobririam cada campo de atuação da Facom: Acadêmico, Facom Faz, Facom-en-scene, Infra, Perfil e Especial, além dos papéis específicos dentro da redação para fazer a produção andar, como pauteiros, editores e coordenadores de mídia.

Em dia de fechamento, alunos trabalharam mais de 15 horas

ELOGIOS O aluno Wesley Miranda, quarto semestre de jornalismo, também se admira com o produto, “Falando especialmente da diagramação, eu gostei muito A primeira edição do boletim, pu- porque eu dei apenas uma tarde blicado há um mês, fez sucesso de aula apresentando as noções dentro da faculdade. O número de de diagramação e apresentando acessos da publicação em poucos as ferramentas básicas do Adobe dias ultrapassou o das edições an- Indesign e os alunos conseguiram teriores. Até a tarde desta quinta, fazer um trabalho MUITO bom a primeira publicação tinha alcan- para o tempo que tinham”. çado 1316 visualizações, enquanto o boletim publicado pelos alu- “Por ser um jornal feito por estunos do segundo semestre de 2010 dantes em início de curso podeaparece com 857 views. -se até esperar um produto sem

Foto: Victória Libório

“É uma boa experiência para os calouros, porque a gente tem contato com a redação e em vários campos de atuação. Por exemplo, uma hora, estou pu-

muito destaque, ou até mesmo medíocre, porém, não foi o que vi. Percebi um trabalho bem feito, com matérias de assuntos pertinentes e ilustrações bem feitas. Já fui aluno de Lia, acho que ela soube explorar muito bem a disciplina, como boa professora de jornalismo que é”, analisa José Calasans Jr., aluno de jornalismo do terceiro semestre. O Facom News também veio acompanhado de algumas dificuldades, como a greve dos professores, servidores e alunos da Ufba e o que o curto tempo de produção a que os alunos se submeteram. “Eu acumulei muitas funções; fui editor do blog, diagramador, repórter e eu me ‘metí’ em tudo. Então foi uma experiência muito boa pra mim. Eu vi o processo de produção por todos os lados e fiquei até o final”, comenta Diego Yu, que diz ter expandido o interesse por diagramação dentro da redação do Facom News. O editor-chefe das duas edições, Alexandre Galvão, disse que o choque com as matérias optativas que cursa foi outro empecílio no processo de produção do boletim. Além disso, o aluno se mostrou preocupado, sobretudo nos dias e fechamento. “Sair da Facom muito tarde era ruim por causa da falta de segurança no campus”, aponta o editor-chefe.

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#moda Facom News 2012.1 - Edição II

por Maria Dominguez e Larissa Iten Foto: Vitor Braga

A moda, para muitos, vai além do estético e do superficial. É, sem dúvidas, uma extensão e expressão das personalidades, uma maneira de enxergar o mundo, e, por que não, uma expressão da arte. No ambiente faconiano, onde todos esses elementos estão presentes, a moda não se ausenta. Trazemos, nesse editorial, alguns dos mais estilosos da Facom e os looks que desfilaram pela Faculdade.

Foto: Vitor Braga

Foto: Victória Libório

Foto: Vitor Braga

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