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P:01

SE LIGA

NA LÍNGUA

LEITURA, PRODUÇÃO

DE TEXTO E LINGUAGEM

WILTON ORMUNDO

CRISTIANE SINISCALCHI

Componente curricular:

LÍNGUA PORTUGUESA

o

ano

6

LEITURA, PRODUÇÃO

MANUAL DO DE TEXTO E LINGUAGEM

PROFESSOR

P:03

MANUAL DO PROFESSOR

1a

edição

São Paulo, 2018

WILTON ORMUNDO

Bacharel e licenciado em Letras (habilitações Português/Linguística) pela Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Mestre em Letras (Literatura Brasileira) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

da Universidade de São Paulo. Professor de Português e diretor pedagógico em escolas

de Ensino Médio em São Paulo por 21 anos.

CRISTIANE SINISCALCHI

Bacharela e licenciada em Letras (habilitação Português) pela Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Mestra em Letras (área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada)

pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Professora de Português e coordenadora de Língua Portuguesa em escolas de Ensino Médio

em São Paulo por 25 anos. Coautora de livros didáticos e paradidáticos.

Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA

SE LIGA NA LÍNGUA

LEITURA, PRODUÇÃO

DE TEXTO E LINGUAGEM

o

ano 6

P:04

Coordenação editorial: José Paulo Brait, Mônica Franco Jacintho,

Natália Coltri Fernandes

Edição de texto: Cíntia Afarelli Pereira, Eliana Bighetti Pinheiro, José Paulo Brait,

Kelly Soares, Natália Coltri Fernandes, Yuri Ortin Elste Bileski

Assistência editorial: Anabel Maduar, Carolina Scattolini Felix, Daniel Maduar

Assistência pedagógica: Letícia Delamare, Regina Soares

Preparação de texto: Áurea Romeiro de Faria

Gerência de design e produção gráca: Everson de Paula

Coordenação de produção: Patricia Costa

Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues

Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite

Projeto gráco: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto

Capa: Bruno Tonel, Douglas Rodrigues José, Mariza de Souza Porto

Fotos: wavebreakmedia/Shutterstock, Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock,

Nessa Gnatoush/Shutterstock

Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho

Edição de arte: Rodolpho de Souza

Editoração eletrônica: Casa de Ideias

Ilustrações de vinhetas: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto

Coordenação de revisão: Maristela S. Carrasco

Revisão: Ana Maria C. Tavares, Ana Paula Felippe, Beatriz Rocha,

Fernanda Marcelino, Know-how Editorial, Leandra Trindade,

Marina Andrade, Nair H. Kayo, Renato da Rocha, Rita de Cássia Sam, Simone Garcia,

Thiago Dias, Viviane Oshima, Willians Callazans

Coordenação de pesquisa iconográca: Luciano Baneza Gabarron

Pesquisa iconográca: Cristina Mota, Graciela Araujo Naliati, Junior Rozzo,

Márcia Sato, Maria Marques

Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues

Tratamento de imagens: Fernando Bertolo, Joel Aparecido, Luiz Carlos Costa,

Marina M. Buzzinaro

Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. Oliveira, Marcio H. Kamoto,

Vitória Sousa

Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro

Impressão e acabamento:

1 3 5 7 9 10 8 6 4 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Todos os direitos reservados

EDITORA MODERNA LTDA.

Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho

São Paulo – SP – Brasil – CEP 03303-904

Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510

Fax (0_ _11) 2790-1501

www.moderna.com.br

2018

Impresso no Brasil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ormundo, Wilton

Se liga na língua: leitura, produção de texto

e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo,

Cristiane Siniscalchi. — 1. ed. — São Paulo :

Moderna, 2018.

Obra em 4 v. do 6o

ao 9o

ano.

Componente curricular: Língua Portuguesa.

Bibliografia.

1. Linguagem e línguas (Ensino fundamental)

2. Português (Ensino fundamental) 3. Textos (Ensino

fundamental) I. Siniscalchi, Cristiane. II. Título.

18-20171 CDD-372.6

Índices para catálogo sistemático:

1. Português : Ensino fundamental 372.6

Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964

P:05

Sumário

III

Introdução ......................................................................................................... IV

A coleção e o ensino-aprendizagem

de Língua Portuguesa ....................................................................... VI

A BNCC e a coleção ........................................................................................ VI

Linguagem: esse objeto tão complexo.............................................. VII

Princípios teórico-metodológicos gerais ........................................ VIII

As práticas de linguagem e a

organização da coleção .................................................................... IX

Leitura/escuta .................................................................................................... IX

Produção de textos ........................................................................................ XII

Oralidade .................................................................................................................. XV

Análise linguística/semiótica ........................................................... XVI

Área de Linguagens – Arte .................................................................... XIX

Gêneros digitais............................................................................................... XIX

Interdisciplinaridade .................................................................................. XXI

Avaliação ................................................................................................................ XXI

1. Eixo da leitura – domínio de vocabulário ................................... XXII

2. Eixo da leitura – compreensão de informações .................... XXII

3. Eixo da leitura – poemas .................................................................. XXIII

4. Eixo da leitura – expressão de ideias ........................................ XXIII

5. Eixo da produção de textos – texto expositivo .................... XXIII

6. Eixo da produção de textos – apresentação oral ................ XXIV

Grade relativa ao uso da língua ................................................... XXIV

Material digital ............................................................................................ XXV

Seções e boxes da coleção ................................................................. XXV

Orientações gerais ................................................................................... XXXII

Orientações específicas ............................................................ XXXIII

Introdução ........................................................................................................ XXXIII

Primeiro bimestre ..................................................................................... XXXIII

Material digital ............................................................................................. XXXV

Propostas de produção de texto extras ....................................... XXXV

Segundo bimestre .................................................................................... XXXVI

Material digital ........................................................................................... XXXVII

Propostas de produção de texto extras .................................... XXXVIII

Terceiro bimestre .................................................................................... XXXVIII

Material digital ..................................................................................................... XL

Propostas de produção de texto extras ............................................... XL

Quarto bimestre ................................................................................................. XLI

Material digital .................................................................................................... XLII

Propostas de produção de texto extras ............................................ XLIII

Tutoriais – Material digital ........................................................ XLIV

I. Gravação e edição de vídeo ................................................................. XLIV

II. Gravação e edição de áudio ................................................................ XLIV

III. Criação de blog .......................................................................................... XLV

A BNCC – Competências e habilidades ..................... XLVI

Competências gerais da Educação Básica .................................... XLVI

Competências específicas de linguagens

para o Ensino Fundamental ..................................................................... XLVI

Competências específicas de língua portuguesa

para o Ensino Fundamental .................................................................... XLVII

Tabelas BNCC .................................................................................................. XLVIII

Referências ....................................................................................................... LXVIII

Sugestões de leitura .................................................................................... LXXI

P:06

IV

Introdução

Caro professor,

Em 2017, foi homologada a Base Nacional Comum Curricular

da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (BNCC), documento que, como sabem os educadores brasileiros, estabelece

conhecimentos, competências e habilidades que o aluno deve

poder desenvolver ao longo das etapas da escolaridade básica. Comprometida com a educação integral, a BNCC defende

propostas pedagógicas atentas à progressão e ao desenvolvimento pleno do aluno e voltadas para a concepção desse aluno

como ser integrante e protagonista de práticas sociais nos

vários campos de atuação.

Nesta coleção nos alinhamos integralmente às propostas

apresentadas na BNCC. Em primeiro lugar, porque partilhamos

a concepção de acordo com a qual a educação não deve privilegiar uma única dimensão; é necessário desenvolver competências que mobilizem “conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),

atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida

cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”, como preconiza o documento (p. 8). Em segundo lugar,

porque também entendemos, tal qual a BNCC, que o mundo

contemporâneo exige novas competências para “aprender a

aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos

das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para

identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades” (p. 14). Em

terceiro lugar, porque reconhecemos no texto da BNCC o diálogo com propostas oficiais anteriores a ela e com estudos recentes de grande importância, como as competências socioemocionais e a metacognição. E por fim, em quarto lugar, porque

reconhecemos a importância desse documento pioneiro, que

norteia os currículos e propostas pedagógicas das escolas do

Brasil, respeitando as realidades distintas que caracterizam

nosso complexo país.

Não obstante, como educadores defendemos que é preciso

considerar um período de transição para que o conjunto de

orientações dispostas na BNCC seja colocado em prática.

Sabemos que esta coleção estará nas salas de aula a partir de

2020, quando você terá turmas formadas por alunos que frequentaram cursos norteados pelo conteúdo do documento

apenas a partir de 2018 e, mais especificamente, de 2019, momento em que chegaram as coleções didáticas alinhadas com

esse material. Há que se considerar, portanto, que a efetivação

das propostas ainda estará em andamento, sendo necessários

ajustes, retomadas, reiterações etc., sobretudo, nos parece,

no que tange à cultura digital, que talvez corresponda à inovação mais acentuada.

Ainda considerando esse momento de introdução da BNCC,

optamos, neste manual e nas várias comunicações com você,

realizadas nas bordas das páginas do livro do estudante – no

chamado “manual em U” –, por citar ou parafrasear trechos do

documento, além de listar, no início das seções (ou blocos de

seções afins), as competências e habilidades mobilizadas pelas

atividades propostas. Como educadores, precisaremos nos familiarizar com o texto e, ainda que você já o conheça há algum

tempo e esteja acostumado a recorrer a ele nas discussões

sobre sua prática e na elaboração de seus cursos, acreditamos

que não é demais a menção constante para que nos apropriemos cada vez mais das orientações. Também desejamos que

você acompanhe e entenda as opções metodológicas da coleção, para que possa colocar as atividades em prática com segurança ou realizar as adaptações que considere pertinentes a

seu grupo e à sua realidade.

No “manual em U” também há orientações pontuais para o

desenvolvimento das atividades. Ora nele, ora na própria página do aluno, você encontrará algumas propostas complementares e alternativas que poderão parecer mais difíceis, como, por

exemplo, a proposta de uso de equipamentos de que sua escola

não dispõe. Sugerimos que você tenha contato com essas

orientações com certa antecedência, para que possa organizar

suas práticas e orientar seus alunos.

Ainda no “U”, constam alguns comentários breves sobre conhecimentos prévios desejáveis para a exploração de um tópico, ou sobre relações entre um assunto em estudo e outros posteriores, assim como a indicação de leituras de textos teóricos

a que recorremos para definir recortes de conteúdo. Em alguns

momentos, mostramos a você que ocorreram avanços nos estudos e explicamos por que optamos pela incorporação ou não

deles àquilo que vamos explorar com os alunos.

Por meio de estudos teóricos consistentes e de nossa prática de mais de vinte e cinco anos de sala de aula, procuramos

produzir uma coleção jovem, atualizada e arejada, que possa

interessar aos estudantes de várias maneiras. Essa preocupação se traduz até no projeto gráfico desenvolvido para a

coleção. Cada cor, cada elemento gráfico, vinheta, ilustração,

cartaz (de filme, peça de teatro), reprodução de obra de arte

(pintura, fotografia, grafite) e de capa de livro ou CD foram

pensados minuciosamente para dialogar com os adolescentes

e com seu universo particular. No volume do 6o ano, as ilustrações exploram os cartuns, com os quais os alunos já estão

mais familiarizados. No do 7o

ano, têm inspiração no universo

dos mangás (histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês)

P:07

V

e animes (quando animadas para TV ou cinema), por se tratar

de um gênero bastante apreciado pelos pré-adolescentes

e adolescentes. No volume do 8o

ano fomos inspirados pela

técnica de colagens – nossa experiência tem mostrado que

alunos adolescentes apreciam a ideia de uma arte em construção, possível de ser feita ou refeita por eles, acessível. São

bastante comuns nessa fase os cadernos personalizados, os

adesivos, as sobreposições etc. No volume do 9o

ano, por sua

vez, dialogamos com o universo das HQs e charges, ampliando

ainda mais o repertório dos alunos e explorando as possibilidades da construção da argumentação e do humor.

Também na seleção dos textos, nas atividades propostas,

nas abordagens teóricas e na organização do conteúdo, procuramos criar um trabalho marcado pela precisão conceitual

e pela progressão, mas também prazeroso. Levamos isso em

consideração quando procuramos, por exemplo, equilibrar atividades mais densas e complexas com outras mais simples ou

de realização mais ágil; ou quando definimos as muitas atividades que dialogam com o universo lúdico, com a cultura juvenil

e com a cultura digital, de forte apelo para os adolescentes e

igualmente produtivos como ponto de partida das reflexões.

Entendemos que uma obra didática instigante e múltipla não é

um fator de dispersão, mas um meio de dialogar com as novas

práticas de comunicação – não só dos adolescentes –, hipertextuais e hipermidiáticas.

Nessa mesma direção, nossa coleção prioriza o protagonismo dos alunos. Ao propor atividades de naturezas diversas,

esperamos ter criado o ensejo para que habilidades distintas sejam mobilizadas, permitindo que todos os alunos, com

seus potenciais diferentes, ganhem notoriedade e/ou atuem

conjuntamente para o alcance de um objetivo. Entendemos,

em consonância com a BNCC, que os estudantes não podem

estar em sala de aula submetidos a uma recepção passiva de

conhecimentos, que não propicia seu desenvolvimento pleno e

mitiga seu interesse pelo prosseguimento dos estudos e pelo

envolvimento em práticas saudáveis e cidadãs, como as relativas à vida pública ou ao compartilhamento artístico. Queremos

deles a participação ativa e a colaboração na realização de projetos, para que possam ampliar sua autoestima e capacidade de

diálogo, bem como sua responsabilidade e resiliência.

Você perceberá que, progressivamente, muitas atividades

deixarão de ser feitas em conjunto pela turma e com sua mediação e passarão a ser desenvolvidas em grupos menores, em

situações dentro ou fora da sala de aula, mas sem seu gerenciamento direto. Pretendemos com isso construir situações em

que os alunos possam exercitar a resolução de conflitos e a flexibilidade, bem como definir e seguir lideranças, o que contribui

não só para o autoconhecimento como também para a formação para o trabalho.

A seguir, expomos, em detalhes, a proposta didática da

coleção, descrevemos sua estrutura, tratamos de avaliação e

trazemos algumas sugestões para o trabalho com alunos com

dificuldades de aprendizagem. Apresentamos, igualmente,

considerações acerca do conteúdo específico do volume, explicando a razão da seleção dos gêneros e das práticas adotadas

para sua exploração. Por fim, indicamos algumas propostas extras de produção de texto.

Agradecemos pela escolha e nos colocamos à disposição para

futuras contribuições, críticas e debates sobre os quatro volumes

desta coleção, que só se transformam efetivamente em livros de

verdade quando estão em suas mãos e nas de seus alunos.

P:08

VI

A coleção e o ensino-aprendizagem de

Língua Portuguesa

A BNCC e a coleção

Como antecipamos na introdução, esta proposta didática está articulada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), oficializada em dezembro 2017. A proposição de uma base já estava

prevista desde a Constituição Federal em 1988, sendo corroborada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB

n. 9394/96) e nos documentos oficiais subsequentes (Parâmetros Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares Nacionais).

São consideradas orientadoras deste material didático as

premissas da BNCC (2017) referentes à promoção da equidade na educação, por meio do estabelecimento de aprendizagens essenciais a serem desenvolvidas pelos estudantes ano

a ano no decorrer da Educação Básica. Na Base, tais aprendizagens são organizadas de acordo com competências e habilidades que direcionam a formação integral dos estudantes

em suas variadas dimensões (intelectual, afetiva, ética, física,

sociopolítica etc.).

Certamente, um material didático não dá conta de desenvolver sozinho tais aspectos, mas nos orientamos fortemente

por essas premissas para a construção deste projeto, buscando preservar a autonomia docente. Lembramos, nesse sentido,

que a BNCC não é um currículo, mas um documento que orienta

a construção de currículos e projetos político-pedagógicos das

escolas, bem como de materiais didáticos.

O componente curricular Língua Portuguesa insere-se na

área de Linguagens, juntamente com Artes e Educação Física, nos anos iniciais, e também Língua Inglesa, nos anos finais.

O documento considera que “as atividades humanas realizam-

-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens:

verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,

visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas

práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações,

estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais,

morais e éticos” (BNCC, 2017, p. 61). Nessa perspectiva, com a

qual dialogamos como professores e como autores, a interação

é o princípio constitutivo da linguagem, concepção mais bem

discutida neste guia nos itens adiante.

Considerando tal concepção de linguagem, defendida também por outros documentos oficiais anteriores, e o compromisso com a educação integral, assumido pela BNCC (2017), entendemos a necessidade de articulação entre as competências

gerais que organizam a Educação Básica (BNCC, 2017, p. 9-10)

e as competências específicas da área de Linguagens (BNCC,

2017, p. 63) e do componente curricular Língua Portuguesa

(BNCC, 2017, p. 85).

Na BNCC (2017), relembramos, propõem-se eixos de

aprendizagem, constituídos por práticas de linguagem (oralidade, leitura/escuta, produção textual e análise linguística/

semiótica)1

, vinculados a campos2

de atuação: Campo da vida

cotidiana (somente anos iniciais), Campo artístico-literário,

Campo das práticas de estudo e pesquisa, Campo jornalístico/

midiático e Campo de atuação na vida pública. Na Base, cada

campo apresenta determinados gêneros, práticas, atividades

e procedimentos.

Neste material, o gênero funciona como elemento organizador de cada capítulo, sempre orientado às práticas de linguagem, o que permite o planejamento de ações e a seleção

de determinados textos como objetos de ensino, considerando os campos de atuação a que se vinculam. Isso não significa

que o gênero se torna um mero conteúdo a ser ensinado; ele

é elemento organizativo do trabalho docente, segundo uma

noção de espiral, ou seja, acrescentam-se gradativamente,

a partir do contato com cada novo gênero proposto, outras

formas de explorar a leitura e a produção textual. A transição

entre os Anos Iniciais e Finais decorre dessa noção, ou seja, da

ampliação de determinadas vivências presentes em diferentes campos de atuação humana a partir dos gêneros tomados

como foco em cada capítulo.

Tendo como finalidade permitir que os estudantes participem de diferentes práticas de linguagem, a BNCC (2017) também contempla a cultura digital imbricada na questão dos multiletramentos (ROJO, 2012, 2013), o que significa compreender

o texto em sua multiplicidade semiótica e cultural. A cultura

digital, portanto, está presente em práticas de linguagem que

exploram os textos multimodais ou multissemióticos contemporâneos, em sua maioria digitais, que implicam novos procedimentos e capacidades de leitura e produção textual, já que

articulam, de modo indissociável, a linguagem verbal com fotografias, diagramas, gráficos e infográficos, vídeos, áudios etc.

A seguir, expandiremos a concepção de linguagem, bem

como o trabalho proposto para cada prática de linguagem,

buscando apresentar os subsídios necessários para o desenvolvimento e acompanhamento das atividades propostas

nesta coleção.

1 O termo “semiótica” demarca a análise das múltiplas semioses (som,

imagem, movimento etc.).

2 O conceito de campos de atuação refere-se às esferas, histórica e

ideologicamente definidas (BAKHTIN, 1953-1954), que organizam a produção, recepção e circulação de diferentes textos, concretizados em diferentes gêneros textuais. Os campos de atuação propostos pela BNCC

representam, portanto, uma leitura didática de tal conceito, sendo uma

diretriz organizadora das práticas de linguagem apresentadas, possibilitando distintas possibilidades de organização curricular.

P:09

VII

que, portanto, inclui as relações da língua com aqueles que a utilizam, com o contexto em que é utilizada, com as condições sociais

históricas de sua utilização” (Soares, 1988, p. 59).

Essa mudança significativa de abordagem passou a se refletir nas principais leis e documentos oficiais do período. Os

Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do

Ensino Fundamental (1998) demarcaram tais mudanças ao propor o texto, materializado em diferentes gêneros textuais, como objeto de ensino. Nesse novo paradigma, o texto tornou-se

o ponto de partida e de chegada no ensino da língua materna,

com o propósito de permitir aos alunos realizar análises e reflexões das condições sociais efetivas de produção e de recepção,

reconhecidas nos usos reais da língua (Batista, 2004).

Tal fundamentação se articula à teoria dos gêneros proposta por Bakhtin* (1929, 1953-1954) e a releituras feitas por outros

teóricos, entre os quais Marcuschi (2008) e Koch e Elias (2010).

Segundo Marcuschi (2008), os gêneros textuais são dinâmicos,

de complexidade variável, e não é possível contá-los todos, pois

são sócio-históricos e variáveis. Em diálogo com ele, as autoras

Koch e Elias (2009) defendem que “todas as nossas produções,

quer orais, quer escritas, se baseiam em formas-padrão relativamente estáveis de estruturação de um todo denominado

gêneros [...]. Longe de serem naturais ou resultado da ação de

um indivíduo, essas práticas comunicativas são modeladas/

remodeladas em processos interacionais dos quais participam

os sujeitos de uma determinada cultura” (p. 55).

É também na compreensão de linguagem como interação

oriunda da perspectiva enunciativo-discursiva que a BNCC

(2017) se fundamenta. Considerando essa concepção, nesta coleção compreendemos a interação como princípio constitutivo

da linguagem, entendida como uma multiplicidade de práticas

verbais (orais ou escritas) ou multissemióticas que se concretizam nas relações sociais estabelecidas cotidianamente. Os sujeitos participam de variadas atividades humanas (ir ao parque,

trabalhar, ler um livro, assistir a uma aula etc.), organizadas por

distintas práticas sociais de linguagem, nas quais eles se constituem ao assumir diferentes papéis na interação com o outro e

ao estabelecer os usos efetivos da linguagem. Essas relações

sociais estão em constante transformação, de acordo com o

tempo e a cultura de dado espaço. E é por meio da linguagem,

em suas variadas possibilidades de materialização (verbal –

oral ou escrita, visual-motora – libras, corporal, sonora, digital

etc.), que agimos para marcar nosso posicionamento no mundo,

constituímos vínculos, estabelecemos pactos e compromissos,

entre outros aspectos impossíveis sem a linguagem.

Tendo como objeto de ensino o texto em diferentes gêneros

textuais, conforme orienta a BNCC (2017), as práticas de linguagem (leitura/escuta, produção de textos, oralidade e análise

linguística/semiótica) configuram-se como eixos de aprendizagem, que se vinculam aos campos de atuação (artístico-literário, das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico/midiático e de atuação na vida pública), estabelecendo relações com

os usos reais da linguagem, o que permite a contextualização

do conhecimento e a promoção de contextos significativos de

aprendizagem dos estudantes, como também a construção

de projetos integradores/interdisciplinares.

Linguagem: esse objeto tão complexo

Diferentes concepções de língua e linguagem sustentaram e

sustentam as diversas perspectivas do ensino de língua na escola ao longo do tempo. Para que você, professor, conheça melhor a

atual proposta de ensino de língua materna e nela se reconheça,

lembraremos algumas considerações feitas por Soares (1988)

e outros teóricos sobre essas diferenças de abordagem.

É sabido que até os anos 1960 predominou a visão de linguagem

como um sistema, de acordo com a qual o ensino da língua materna (português) teria como função, fundamentalmente, possibilitar

aos alunos o (re)conhecimento das regras de funcionamento das

variedades urbanas de prestígio. Esse reconhecimento se dava,

quase sempre, exclusivamente pelo ensino de gramática e pelo

contato com textos literários nos quais se buscava, predominantemente, reconhecer estruturas linguísticas. Ressalte-se que a

realidade histórica em que essa concepção de língua e linguagem

se fazia presente e o ensino do português nela inspirado não eram,

segundo Soares (1988), “nem incoerentes nem inadequados” a

uma escola que se destinava, predominantemente, a alunos das

camadas privilegiadas da população, isto é, àqueles que de certo

modo já dominavam os padrões culturais e linguísticos (a variante

socialmente prestigiada) valorizados na instituição escolar.

A segunda maneira de conceber a linguagem, ainda conforme

Soares, desenvolveu-se entre os anos 1960 e 1970 e perdurou até a

década de 1980. Nessa visão, a linguagem era compreendida como

instrumento de comunicação, e a escola tinha como principal objetivo de ensino da língua materna favorecer o desenvolvimento, por

parte dos alunos, das habilidades de expressão (emissão e codificação) e compreensão (recepção e decodificação) das mensagens.

Nesse novo contexto, a gramática perdeu seu prestígio – surgiu a

polêmica sobre ensiná-la ou não na escola – e foi, de certo modo,

substituída pela “Teoria da Comunicação”. Ainda de acordo com

Soares, “[...] já não se trata mais de levar ao conhecimento do sistema linguístico – ao saber a respeito da língua – mas ao desenvolvimento das habilidades de expressão e compreensão de mensagens – ao uso da língua” (Soares, 1988, p. 57). Para Clare (2002,

p. 3), nesse momento histórico a proposta educacional passou a

ser condizente com a expectativa de se fornecerem recursos humanos que permitissem ao governo realizar a pretendida expansão industrial. E, segundo Barros-Mendes (2005), os objetivos se

tornaram utilitários: tratava-se de desenvolver e aperfeiçoar os

comportamentos do aluno como emissor e receptor de mensagens, por meio do uso e compreensão de códigos diversos – verbais e não verbais. Nessa época, a denominação da disciplina “Português” ou “Língua Portuguesa” se transformou em “Comunicação

e Expressão” nas séries iniciais e em “Comunicação em Língua

Portuguesa” nas séries seguintes do então 1

o

grau (Lei n. 5.692/71).

Tal concepção de língua deixou de encontrar apoio na segunda

metade da década de 1980, tanto no contexto político e ideológico,

agora marcado pelo processo de redemocratização do país, quanto nas novas teorias linguísticas em voga. A denominação da disciplina “Comunicação em Língua Portuguesa” foi abandonada e retomou-se o “Português”. Os livros didáticos, que já tinham incorporado

o texto para o ensino da língua, ampliaram seu referencial teórico

e passaram se orientar por uma nova concepção de linguagem:

“[...] uma concepção que vê a língua como enunciação, discurso [...],

P:10

VIII

Princípios teórico-metodológicos gerais

Nesta coleção procuramos apresentar atividades que dialogam com uma perspectiva sociointeracionista e uma metodologia construtivo-reflexiva. Para isso, são propostas ao estudante

atividades de análise e reflexão que o convidam a resgatar o que

já sabe a respeito de um assunto, a ampliar seu repertório, a expor

sua subjetividade de maneira criativa, a se expressar criticamente como cidadão, utilizando-se do potencial pleno de uma língua

viva e real, e a gerenciar com autonomia o próprio aprendizado.

Não obstante, no intuito de atender às realidades diversas

do país, onde tanto as formações iniciais quanto as continuadas

nos cursos de Letras não demonstram uniformidade nem nas

posições teóricas nem nos currículos, a obra opta por uma organização de caráter lógico-sequencial dos conteúdos a serem

tratados, apresentando assuntos e conceitos considerados

básicos e de alicerce na formação do aprendiz.

Nossa experiência em sala de aula aponta a necessidade de

sintetizar os conhecimentos em certos espaços do livro, para

que fiquem ao alcance do aluno sempre que deles precisar. Por

trás disso está o entendimento de que um livro didático não se

coloca “fechado” nas mãos do professor; ele terá seu “acabamento”, nos termos de Bakhtin (1953-1954), nas ressignificações

que o professor (“leitor”) fará dele, levando em consideração

sua realidade de formação e a de aprendizado de seus alunos.

Algumas palavras sobre Bakhtin

Bakhtin (1953-1954) resume a organização geral dos gêneros textuais afirmando que estes se compõem de um tema (o que se quer

dizer em determinada situação de comunicação), de uma forma de

composição ou estrutura (como organizar e estruturar o que se quer

dizer: em versos ou em parágrafos, por exemplo) e de um estilo (que,

entre outros fatores, envolve a maneira de dizer e o modo de estabelecer a seleção vocabular, para auxiliar na elaboração do sentido do

que o locutor quer dizer).

Para o estudioso russo, os gêneros são formas relativamente

estáveis de enunciados/discursos em dados contextos e situações específicas de comunicação. Segundo ele, as pessoas podem

até dominar magnificamente a língua, mas sentem dificuldade

em certas esferas da comunicação verbal, precisamente porque,

na prática, jamais se pode dominar os gêneros textuais de todas

as  esferas.

Ainda segundo Bakhtin, a sociedade produz gêneros primários e secundários. Os gêneros primários são os mais simples, que

surgem de situações cotidianas e espontâneas. Embora predominantemente orais, abarcam também formas mais prosaicas de escrita, como os bilhetes e os e-mails pessoais. Os gêneros secundários, próprios das esferas públicas mais complexas (ciência, trabalho etc.), seriam reelaborações dos gêneros primários, mas predominantemente escritos. São exemplos tanto os textos científicos

(como uma tese de doutorado) quanto os debates públicos, que,

apesar de orais, apoiam-se em estruturas menos espontâneas

e mais complexas.

P:11

IX

Leitura/escuta

Como foi mencionado, partimos da visão de língua e linguagem como espaços de construção de sentidos, no jogo de interação entre sujeitos. Conforme observa Kleiman (1989, p. 17),

“a leitura é considerada um processo interativo, no sentido de

que os diversos conhecimentos do leitor interagem em todo o

momento com o que vem da página para chegar à compreensão”. Ou seja, a leitura é sempre um jogo interativo porque permite a partilha dos conhecimentos que os leitores mobilizam

para interagir com o autor por meio das “pistas” colocadas no

texto e, assim, construir significações próprias. Nos termos de

Bakhtin, é o leitor que, ao adotar uma “atitude ativo-responsiva”

diante do que lê, determina o “acabamento do texto”, considerando uma dada realidade sócio-histórica.

Segundo Antunes (2003), os elementos gráficos (as palavras, os sinais) não podem ser desprezados na busca interpretativa, pois funcionam como verdadeiras “instruções” do autor

para que o leitor “descubra” significações, elabore hipóteses,

tire conclusões. Mesmo “palavrinhas” que poderiam parecer

menos importantes, como “até”, “ainda”, “já”, “apenas”, entre tantas outras, são pistas significativas em que nos devemos apoiar

para fazer nossos “cálculos interpretativos”.

No entanto, ainda segundo Antunes, tais “instruções” sobre

a folha do papel não representam tudo o que é preciso saber para entender um texto. O leitor, como um dos sujeitos da interação, atua participativamente, buscando recuperar, interpretar

e compreender o conteúdo apresentado pelo autor. A maior

parte do que conseguimos depreender de uma leitura faz parte

de nosso conhecimento prévio, ou seja, é anterior ao que está

escrito/dito, pois “um texto seria inviável se tudo tivesse que

estar explicitamente posto”. Todo texto tem um percentual de

maior ou menor grau de dependência dos conhecimentos do leitor anteriores ou exteriores a ele.

Em outros termos, os sinais (entre eles as palavras) que estão na superfície do texto são elementos imprescindíveis para

sua compreensão, mas não são os únicos. O que está no texto

e o que constitui o saber prévio do leitor se completam nesse

jogo de (re)construção do sentido. Na mesma linha, Rojo (2004)

aponta que o leitor que tem conhecimento do objetivo da leitura, do autor, do gênero do texto e do suporte em que ele se

encontra consegue antecipar o conteúdo e, consequentemente,

construir de forma mais efetiva os sentidos do texto. Por fim,

em consonância com Rojo, Cafiero (2010) nos lembra que os

textos são marcados pelo momento histórico em que são escritos, pela cultura que os gerou; por isso, ter acesso a essas informações no momento da leitura ajuda-nos a compreendê-los.

As práticas de linguagem e

a organização da coleção

É nesse sentido que o trabalho do professor no ensino da

leitura passa por saber reconhecer o que seu aluno é capaz de

fazer ao deparar com determinado gênero textual. O domínio

de capacidades básicas, como localizar dados, saber o sentido

de palavras e ter informações extratextuais, é necessário para

passar ao desenvolvimento de outras competências, entre as

quais estabelecer relações de causa, consequência e finalidade,

reconhecer uma crítica expressa, analisar a força argumentativa

do uso de certos recursos linguísticos, identificar ironia ou humor.

Nesta coleção, propusemos atividades de leitura acionadas

por textos e comandos (explicar, justificar, comparar, inferir etc.)

com diferentes graus de dificuldade, levando em consideração

a progressão ao longo dos quatro anos que compõem a etapa

final do Ensino Fundamental. As atividades de leitura representam um dos principais eixos de trabalho da obra. A seleção dos

gêneros teve por critérios o trabalho com as duas modalidades

da língua (oral e escrita), a variação das linguagens e dos tipos

textuais (narrar, relatar, argumentar, expor e descrever), os diferentes graus de formalidade, a maior ou menor relação deles

com a cultura digital e as múltiplas semioses (diferentes linguagens), as práticas sociais envolvidas (formação escolar, defesa

de direitos, expressão artística etc.), entre outros fatores.

Além disso, por meio da proposição de diferentes gêneros

textuais, há um trabalho articulado com as competências gerais propostas na BNCC (2017), considerando a valorização do

conhecimento (competência 1), o pensamento científico, crítico

e criativo (competência 2), o repertório cultural (competência

3), a comunicação (competência 4), a cultura digital (competência 5), o trabalho e projeto de vida (competência 6), a argumentação (competência 7), o autoconhecimento e autocuidado

(competência 8), a empatia e cooperação (competência 9) e a

responsabilidade e cidadania (competência 10)3

.

A abordagem do gênero textual em foco no capítulo inicia-se

com a seção Leitura 1, composta de um texto selecionado. Em

seguida vêm as seções Desvendando o texto e Como funciona [nome do gênero] (Como funciona o verbete, por exemplo).

A primeira destas duas seções tem como objetivo explorar a compreensão global do texto, enquanto a segunda direciona a leitura

para observações relativas às características do gênero – etapas

que, sabemos, não são excludentes nem rígidas. Entendemos que

os alunos já têm familiaridade com os gêneros textuais em estudo ou com gêneros próximos, isto é, dispõem de conhecimento

prévio. Assim, espontaneamente ou sob orientação (ações do

3 Expressões-chave utilizadas pelo Instituto Porvir como estratégia

para identificação das competências gerais que orientam a BNCC. Disponível em: <http://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientambase-nacional-comum-curricular/>. Acesso em: 23 jun. 2018.

P:12

X

professor e atividades propostas), serão capazes de reconhecer

e de relacionar, entre outros aspectos, o conteúdo temático, a

construção composicional, os procedimentos linguísticos, o leitor previsto, os pontos de vista envolvidos e os usos e funções

relacionados com as atividades típicas do campo de atuação,

entendendo sua articulação na construção do sentido e suas implicações na recepção. Essa primeira etapa é finalizada com um

boxe conceito curto, intitulado Da observação para a teoria, que

sistematiza o que foi observado. Entendemos que, após analisar

com profundidade o texto e observar determinados elementos

nele presentes, os alunos terão condições de depreender aspectos teóricos. Tudo isso de forma não transmissiva.

A Leitura 2 é uma nova oportunidade de leitura global, agora

feita por um aluno mais consciente dos recursos de composição do texto e de suas implicações. Na seção Refletindo sobre

o texto propõem-se atividades que permitem observar novamente alguns aspectos e avançar na compreensão de novos

elementos, que resultam, mais uma vez, no boxe Da observação

para a teoria.

Cumpre lembrar que essas etapas não tomam o estudo da

teoria sobre os gêneros como um fim em si mesmo, procurando

considerar a interação ativa do leitor com o texto. É uma preocupação da coleção evitar a “gramaticalização” dos gêneros

textuais, por isso nos afastamos de um tratamento descritivo,

falha que tem sido observada no ensino da língua por gêneros (Baltar e outros, 2005). O trabalho prevê, em consonância

com a BNCC (p. 70 a 72, especialmente), o desenvolvimento de

estratégias e procedimentos de leitura que recorram aos conhecimentos prévios, confirmem antecipações e inferências,

ampliem o repertório linguístico, conduzam à reflexão crítica

sobre as informações e posicionamentos explícitos ou implícitos no texto e estimulem as apreciações estéticas, éticas,

políticas e ideológicas, entre outras.

Para tanto, em Leitura 1 e Leitura 2, estudam-se em cada volume oito gêneros centrais, relacionados com os vários campos de

atuação (artístico-literário, das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública), os quais colocam o

estudante na posição de leitor, ouvinte e espectador. Além desses

gêneros, diversos outros são explorados nas demais seções, concorrendo para a revisitação constante do que foi estudado e para

a progressão. Essa diversidade permite contemplar todas as competências gerais, de Linguagem e de Língua Portuguesa, expostas

na BNCC, inclusive no que tange a seu diálogo com o conceito de

multiletramentos, especialmente no reconhecimento da multiplicidade semiótica. Especificando aspectos citados anteriormente,

explicamos que a abordagem dos gêneros prevê identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes também de aspectos cinésicos

e paralinguísticos; da escolha, formatação e sequenciação de imagens; dos efeitos sonoros e de sincronização etc.

Para a exploração de algumas semioses, o ideal é que o

professor tenha acesso a equipamentos para reproduzir sons

e imagens e usar a internet. Sabemos, no entanto, que muitas

escolas não dispõem desses recursos e que nem sempre é possível contar com equipamentos pessoais dos alunos. Por isso,

procuramos, dentro dos limites do livro impresso, alternativas

que permitissem a realização das atividades. No caso de texto

oral, optamos pelas transcrições, sobre as quais voltaremos a

falar na seção Oralidade deste suplemento. Em se tratando de

texto multimidiático, incluímos também, sempre que possível,

a reprodução de imagens, algumas delas em sequência para sugerir movimento. Sabemos que esses procedimentos não são

suficientes para abarcar todos os aspectos cinésicos e paralinguísticos envolvidos na produção do texto oral, além dos aspectos relativos a disposição e transição de imagens, movimento de

câmera, sincronização, entre tantos outros que participam dos

textos multimodais. Ainda assim, é possível explorar as mídias,

contando com o material que oferecemos e com a experiência

prévia do grupo. São raros os casos em que consideramos inviável a adaptação ao material impresso; nessas situações pediremos a você que procure alguma solução possível (leia mais

sobre o tema na seção Gêneros digitais, neste manual).

Trataremos agora da seleção dos textos ligados aos gêneros

artístico-literários. Vale lembrar que a literatura ocupa um lugar

de destaque na BNCC, sendo contemplada na CG 3, na CEL 5 e

na CELP 9, além de constituir um dos campos de atuação em

que se organizam as habilidades. O foco dessas competências

está no desenvolvimento do senso estético para a fruição como forma de acesso ao lúdico e ao imaginário e como forma

de substituir uma eventual função utilitária da literatura por

uma “dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora”

(p.  136), proposta pela BNCC e em diálogo com o importante

crítico literário Antonio Candido. Esta coleção propõe momentos de leitura e escuta de textos pertencentes ao campo

artístico-literário como prática articulada às demais práticas

de linguagem, pois cremos que permitem o desenvolvimento da

capacidade crítica, da reflexão sobre os mais diversos temas e

situações, bem como da autorreflexão, vinculando-se a possibilidades transformadoras na expressão e formação dos sujeitos

por meio de uma força humanizadora a ela inerente.

Para efetivar os estudos, escolhemos textos variados. Parte

deles reflete, como um dos objetivos, a intenção de familiarizar os alunos com referências importantes do cânone literário

brasileiro, como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar,

Clarice Lispector, Marina Colasanti, Moacyr Scliar, entre outros

autores consagrados. Alguns autores estrangeiros foram incluídos, como o grego Konstantinos Kaváfis e o irlandês Oscar

Wilde. Poderão ser encontrados, ainda, autores e compositores

que se expressam nas mais diferentes mídias, como os poetas

Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Alice Sant’Anna, Sérgio Capparelli

e Ana Cláudia Grusznski, os prosadores Adriana Falcão, John

Boyne e Jorge Luiz Calife, os rappers MV Bill e Mc Sofia, os quadrinistas Wil Leite, Fernando Gonsales, Bianca Pinheiro e Samantha Flôr, os roteiristas de cinema David Koepp e Luiz Villaça, os

dramaturgos Maria Clara Machado, Guell Arraes e João Falcão,

os chargistas Amarildo Lima e Myrria, os compositores do vasto cancioneiro brasileiro e representantes de várias gerações

Carol Conka, Emicida e Vanessa da Mata, entre tantos outros.

Para a escolha dos demais gêneros, inseridos nos campos das

práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública, consideramos a preocupação da BNCC com

P:13

XI

a oferta de conhecimento para o melhor entendimento da sociedade, inclusive das práticas relativas aos direitos e deveres, e o

objetivo de propiciar aos alunos condições de embasar seus trabalhos escolares e de prosseguir em seus estudos, de debater

sustentando opiniões e reivindicações, de criar consenso e de

avaliar a confiabilidade de fontes e informações, procedimento

que ganha ênfase no contexto da pós-verdade (leia mais sobre o

tema na seção Gêneros digitais, neste manual). São ações que

concorrem para a efetivação das CG 5, 6 e 7 e CEL 3 e 6.

Tanto na seleção dos textos literários quanto na dos demais,

procuramos observar a multiplicidade de culturas, como prevê

o conceito de multiletramentos (Rojo, 2012). Assim, diversificamos a autoria, escolhendo autores e autoras de várias regiões

do país; textos com diferentes graus de formalidade e diferentes expectativas de interação autor-leitor; produções consideradas canônicas ou não. Também buscamos diversificar os

textos provenientes das empresas de mídia, para favorecer o

reconhecimento crítico de diferentes valores e ideologias.

Procuramos, igualmente, garantir que os textos desenvolvessem, pelo tema ou pelos encaminhamentos propostos

na coleção, competências gerais essenciais defendidas pela

BNCC, sobretudo as que se relacionam ao autocuidado e ao

autoconhecimento (CG 8), à empatia e à cooperação (CG 9) e à

responsabilidade e cidadania (CG 10). É daí que surgem temas

como a dedicação ao amigo doente e a solidariedade à sua família, no capítulo dedicado ao conto; a defesa do tratamento de

animais de famílias carentes ou o combate à violência praticada

contra idosos, no capítulo de carta aberta; a preocupação com

as tartarugas-marinhas, no de reportagem; o tema da doação

de órgãos, no de anúncio publicitário; o combate ao preconceito

de gênero e raça, no de rap, entre outros.

Valemo-nos aqui da percepção de que o aluno do Ensino Fundamental – anos finais, como indicam os documentos oficiais,

está consolidando aprendizagens e se abrindo a novos olhares,

em um momento em que se ampliam “a autonomia intelectual, a

compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que

lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a

história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente”

(BNCC, p. 57).

O eixo da leitura continua sendo desenvolvido na seção

que segue Leitura 1 e Leitura 2, intitulada Se eu quiser aprender mais. Mantém-se a exploração da leitura contextualizada,

mas, para aprofundar a abordagem, privilegia-se determinado

aspecto do gênero estudado que também se apresenta em outros. Trata-se de tópicos pontuais que foram, de modo ainda

superficial, abordados nas seções anteriores e são retomados

por serem produtivos nas práticas de leitura e produção textual.

Referimo-nos a aspectos como a divisão de frases e parágrafos, o uso de elementos de coesão e progressão, a manipulação

de vozes no texto, a modalização, a intertextualidade, os procedimentos de argumentação e contra-argumentação, a articulação da linguagem verbal com outras, entre muitos outros. Como

indica a BNCC, o tratamento das práticas leitoras compreende,

em inter-relação, as práticas de uso e reflexão (p. 70); por isso,

a seção se revela estratégica para aumentar a consciência dos

alunos em relação ao uso da linguagem e concorre para uma interação cada vez mais instrumentalizada e ativa. A seção conta

com a retomada de um ou dos dois textos estudados e com

a ampliação para novos exemplos.

A seção Textos em conversa também está articulada ao eixo da leitura. Nela são apresentados textos que se comunicam

com aqueles já estudados por seu tema ou contexto de produção. A leitura de uma reportagem sobre a descoberta de um

sítio arqueológico no interior de São Paulo (cap. 1, 8o

ano) leva,

por exemplo, a um relato de viagem focado nas esculturas dos

Guerreiros de Xi’an, na China, também um achado arqueológico, enquanto a leitura de parte do Estatuto da Criança e do

Adolescente – ECA (cap. 3, 8o ano) conduz à leitura de gráficos

sobre a educação no país, produzidos pelo Censo Escolar da

Educação Básica.

Como se nota, a seção Textos em conversa oferece aos alunos a oportunidade de entrar em contato com outros gêneros,

além do central no capítulo, inclusive os não verbais ou multissemióticos, e favorece a ampliação do conhecimento sobre um

tema, a comparação de práticas de linguagem bem como de

posicionamentos ideológicos e perspectivas, a reflexão sobre

o papel social do produtor do texto etc. Trata-se de uma seção

propositalmente menos extensa, estruturada em questões que

procuram estimular a leitura crítica, a inferência e contribuir para o desenvolvimento da autonomia dos alunos como leitores e

investigadores do mundo que os rodeia.

Conforme já mencionado, associamos as práticas de leitura ao uso da língua e à reflexão sobre ela. Nesse sentido, a seção Mais da língua, destinada à análise linguística/semiótica,

constitui mais uma etapa de construção da habilidade leitora.

Os elementos linguísticos explorados nas atividades continuam contextualizados, oferecendo novas oportunidades de exploração do uso da língua para produção do sentido dentro dos

vários projetos de dizer. Optamos por ações que respondem a

comandos diversos, sendo a metalinguagem apenas um deles

(leia sobre o tema na seção Análise linguística/semiótica deste manual). Optamos, igualmente, pela predominância intencional de atividades mais extensas, constituídas por vários itens,

que exigem um convívio efetivo dos alunos com o texto antes

da elaboração de análises e sínteses. Também aqui buscamos

oferecer aos alunos um conjunto amplo e significativo de gêneros e de linguagens, que incluem verbetes, fragmentos de

textos em prosa (romance, conto, reportagem, resenhas, artigo

etc.), poemas, gifs, transcrições de entrevista ou de cenas de

filmes, memes, anúncios, HQs etc.

Nas seções Minha canção, Conversa com arte e Expresse-

-se exploram-se outras práticas leitoras (nas duas últimas

propõe-se a análise de manifestações artísticas diversas, como pintura, videoclipe, foto documental, fotomontagem, documentário, dança, arquitetura, cinema, design etc.). São seções

que atendem ao objetivo de abordar as linguagens menos com

a perspectiva do componente curricular e mais com a de área,

como sugere a BNCC, apoiada em documentos anteriores. Nesse contexto, a leitura é vista como atividade ampla, que não

P:14

XII

diz respeito apenas à linguagem verbal e às linguagens a ela

articuladas. Essas seções serão abordadas mais detidamente

sob o título A área de linguagens, neste manual.

Os alunos contam, ainda, com as seções Leitura puxa leitura e Biblioteca cultural em expansão, que se comunicam com

a CELP 8, em que se prevê a seleção de textos e livros para leitura integral. A primeira organiza as leituras feitas no capítulo

para evidenciar que o aluno termina aquela unidade de trabalho

com seu repertório pessoal ampliado. No capítulo destinado ao

estudo do diário (cap. 1, 6o

ano), por exemplo, os alunos têm a

oportunidade de ler um trecho do Diário de Zlata: a vida de uma

menina na guerra, conhecem o contexto de escrita e publicação de O diário de Anne Frank, leem um trecho do Estatuto da

Criança e do Adolescente e ouvem/leem um relato disponível

no Museu da Pessoa (museu virtual). A seção evidencia o que se

ganhou com essas leituras e oferece outras referências para a

expansão da biblioteca cultural da turma.

A segunda seção, Biblioteca cultural em expansão, faz um

convite: se o aluno gostou de determinada leitura feita no capítulo, poderá apreciar outras que se comunicam com ela pelo

tema ou gênero ou por uma referência comum. É assim que o

contato com a história pessoal de Zlata, para ficar no mesmo

exemplo, pode levar ao desejo de conhecer outras obras centradas em experiências de adolescentes, fictícios ou reais, e resulta nas sugestões de contato com o romance Extraordinário,

de R. J. Palacio, com os filmes Billy Elliot, de Stephen Daldry, e

O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger,

e com a ficção infantojuvenil A bolsa amarela, de Lygia Bojunga.

Considerando a relação dos alunos com os textos da Leitura 1 e

Leitura 2 e com os indicados na seção, você pode criar um projeto de leitura coletiva.

Mencionamos, por fim, as páginas especiais que se incluem

em alguns dos capítulos do volume. Nelas são explorados gêneros

e práticas do campo jornalístico/midiático, como a fotodenúncia

(8o ano), o trailer (8o

ano) e a cobertura de imprensa (9o

 ano). São

também estudados gêneros e práticas relacionadas à cultura digital, como as HQs online (6o ano), os poemas em redes sociais

(7o ano), os gifs (9o ano), a circulação de fake news (6o ano), a criação de petições online (9o ano), entre outros. Nessas páginas são

apresentados exemplos acompanhados por questões ou textos

didáticos curtos que destacam características relativas a estrutura composicional, formas de interação e compartilhamento,

preferências temáticas etc. Em atividades posteriores, alguns

desses gêneros são mobilizados também para a produção de

textos (leia mais sobre a presença dos gêneros digitais nesta

coleção na seção Gêneros digitais, neste manual).

Por fim, reforçamos que os gêneros e textos foram escolhidos para demandar, gradativamente, processos mentais mais

exigentes e sofisticados. Procuramos ampliar a complexidade

do texto no que tange à temática, ao vocabulário e à estrutura

sintática, aos recursos estilísticos, às relações com outros textos e outras linguagens. Esperamos contribuir para que cada

vez mais os alunos selecionem, com competência, procedimentos de leitura adequados a seus objetivos e contem com as experiências anteriores de leitura para acessar textos ainda mais

desafiadores. Esperamos, ainda, que ele se coloque diante dos

textos como um leitor ativo, que interage de maneira crítica e

se sente seguro e estimulado para se posicionar e compartilhar

suas conclusões e impressões com outros leitores.

Algumas palavras sobre Antonio Candido

No célebre ensaio O direito à literatura (1995-2017), o crítico Antonio Candido defende que a arte das palavras é um direito humano,

uma necessidade básica de todas as pessoas e que “não há povo e

não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade

de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como

todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte

e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo

fabulado” (p. 244-246).

Candido atribui à literatura um poder humanizador, uma vez que

ela ordenaria em palavras o “caos” que nos habita. O crítico compara

as palavras de um texto literário a tijolos de uma construção que, justapostos, organizam a matéria, isto é, ordenam a visão que o homem

tem de determinados temas complexos, abstratos, de difícil tradução. As palavras, dessa forma, organizam, como um todo articulado,

aquilo que outrora era caos: “De fato, quando elaboram uma estrutura, o poeta ou o narrador nos propõe um modelo de coerência, gerado

pela força da palavra organizada. [...] Quer percebamos claramente ou

não, o caráter de coisa organizada da obra literária torna-se um fator

que nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e sentimentos; e em consequência, mais capazes de organizar a visão que

temos do mundo” (p. 211).

Produção de textos

Assim como a leitura, a produção de textos orais, escritos

e multissemióticos é uma atividade interativa de expressão.

Como aponta Koch & Elias (2010), na concepção atual de língua e

linguagem a escrita não é mais “compreendida em relação apenas

à apropriação das regras da língua, tampouco ao pensamento e

intenções do escritor, mas, sim, em relação à interação escritor-

-leitor, levando em conta, é verdade, as intenções daquele que

faz uso da língua para atingir o seu intento sem, contudo, ignorar

que o leitor com seus conhecimentos é parte constitutiva desse

processo”. É com a atenção nesse leitor, mesmo quando sua participação está resumida à audição ou à leitura, que o produtor do

texto define o que vai falar ou escrever, materializa esse planejamento e reelabora o que julga ineficiente para se comunicar. Por

isso, o estudo do texto não pode ser dissociado da consideração

das práticas sociais em que surge.

Da mesma forma, conforme demarca a BNCC (2017), o estudo do texto não pode se afastar das práticas de leitura e de

análise linguística/semiótica, já que a produção de um texto

em determinado gênero demanda a compreensão de suas características temáticas, composicionais e estilísticas estáveis,

para que, a partir disso, ocorra o emprego produtivo de tais aspectos. Além disso, o desenvolvimento da linguagem demanda

a participação em atividades que promovam a manifestação

verbal de ideias, informações, intenções, crenças, sentimentos

a partir da análise e compreensão de textos diversos.

O eixo de produção de textos, na coleção, desenvolve-se,

principalmente, na seção Meu [nome do gênero] na prática

P:15

XIII

(por exemplo, Meu verbete na prática), entendida como desdobramento das seções Leitura 1, Leitura 2 e Se eu quiser aprender mais. Nela os alunos são orientados a produzir um texto do

mesmo gênero estudado no capítulo. Essa escolha de um gênero de foco se torna elemento organizativo da ação docente em

sala de aula, permitindo o acréscimo gradativo de diferentes

formas de explorar a leitura e a produção textual oral, escrita e/

ou multissemiótica.

Entendemos que produzir um texto supõe, como explica

Antunes (2003), uma sequência de etapas interdependentes

e intercomplementares, que se inicia com a “vontade do dizer”

de certo produtor em dada situação de comunicação e interação (que lhe dará as condições de escolher e definir em qual

gênero concretizará esse dizer), passa pelo planejamento e

pela escrita/fala propriamente dita e chega ao momento posterior da revisão e da reelaboração. Por isso, a proposta de

produção apresenta o objetivo da escrita e o contexto de circulação, seguidos por etapas que orientam a produção, a reescrita e a divulgação. Consideramos que em parte significativa

dos capítulos os alunos estarão produzindo um texto do gênero pela primeira vez. Por isso, optamos por propostas que detalham os encaminhamentos para que eles possa delimitar o

tema; selecionar, organizar e hierarquizar informações; identificar o nível de linguagem adequado; escolher o estilo em função de seu projeto de dizer; empregar os recursos linguísticos

necessários à coesão, à progressão e aos efeitos de sentido

desejados, entre outros.

A preocupação didática em detalhar os passos da produção

textual – assumida nesta obra – responde ao que defende Marcuschi (2010), inspirado em Schneuwly (1988). Segundo o autor,

a explicação das condições de produção textual é que fornece

a base a partir da qual devem e podem ser trabalhadas e ensinadas na escola as diferentes etapas do processo de produção.

Gêneros primários, de uso mais cotidiano, dispensam ou, no mínimo, simplificam essas etapas de produção, enquanto a condição final dos gêneros secundários escritos e orais, dos quais

se ocupa a escola, depende de como se respeitou cada uma das

funções dessas etapas.

O processo de planejamento, exposto na seção Momento

de produzir, está dividido em Planejando [nome do gênero]

e Elaborando [nome do gênero] (por exemplo, Planejando a

charge e Elaborando a charge). No primeiro é exposto um

quadro sintético, em que se articulam observações teóricas

e orientações práticas. A finalidade é recuperar e organizar, na coluna referente à teoria, observações já feitas pelo

aluno nas seções de leitura anteriores. Na segunda coluna,

com orientações breves, procuramos estimular sua reflexão antes que inicie o processo de escrita/fala, chamando

atenção para pesquisas necessárias à abordagem temática

e levando-o a considerações sobre a construção do sentido e

a recepção (linguagem, efeito, forma de circulação etc.). Para

escrever, falar ou articular linguagens, o sujeito deve, entre

outros fatores, estar consciente do lugar social que ocupa

(ou assume), do leitor presumido, do veículo ou mídia de circulação, do campo de atividade em questão, como também

dos aspectos composicionais e dos recursos estilísticos

associados ao gênero.

Dando prosseguimento ao encaminhamento, na etapa seguinte, de elaboração, introduzimos comandos que orientam a

escrita do texto, muitas vezes evidenciando a ordem de entrada

das informações, as relações que devem ser estabelecidas entre elas e, também, os elementos linguísticos que devem ser mobilizados. Conduzir esse processo é menos um meio de levá-lo

ao sucesso no texto que ora produz e mais uma ferramenta de

metacognição, destinada a criar ou consolidar procedimentos

para a produção textual.

Essa etapa é sucedida pelo Momento de reescrever/reelaborar, composto de orientações para avaliação e reescrita da

produção. Em Avaliando minha produção, o aluno encontrará

um quadro com critérios relativos ao cumprimento da proposta

(rubricas de correção), que será usado por ele mesmo, um colega ou um grupo para analisar a produção, reconhecendo aspectos bem-sucedidos e dando sugestões para a aprimoramento

dos demais. O principal objetivo dessa etapa é contribuir para

que o aluno desenvolva habilidades de revisão e ganhe autonomia no reencaminhamento de sua própria produção. Nossa experiência de sala de aula mostra que ao analisar criticamente,

com o devido distanciamento, um texto que não é dele o aluno

também aprende a se autoavaliar.

O estudante passa, então, ao processo de reescrita, resgatando os comentários feitos pelo(s) colega(s) e as soluções que

observou nas produções dos demais e considerou produtivas

também para seu próprio texto. Como se vê, a orientação das

produções de textos atende a algumas importantes habilidades citadas pela BNCC em vários campos, nas quais descreve

que a produção deve utilizar “estratégias de planejamento,

elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação dos

textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas” (EF69LP07).

Tal descrição é retomada de maneira bastante similar em

EF69LP12 e EF69LP51.

O processo de avaliação, revisão e reescrita do texto considera, ainda, os aspectos linguísticos, sobretudo os pertinentes à apropriação da linguagem escrita. O aluno que avalia seu

colega deve indicar falhas relativas à segmentação, ortografia, concordância verbal etc., e a turma é orientada a consultar

dicionários, gramáticas e o professor, em caso de dúvida. O aspecto linguístico, entretanto, não está incluso concretamente no quadro de critérios de avaliação (rubrica de correção),

porque nossa experiência como professores de língua portuguesa mostra que, nessa etapa do desenvolvimento cognitivo, os alunos ainda não têm pleno domínio das orientações da

norma-padrão, nem das amplas e várias modificações que os

falantes provocam nela nas diversas situações comunicativas.

Entendemos que, neste momento, seja trabalho do professor

de língua portuguesa, um especialista, analisar o uso da língua

pelo produtor do texto e aceitar ou não, de acordo com seus

objetivos pedagógicos, desvios em relação às regras, considerando não apenas aspectos relativos ao gênero produzido

e à situação de comunicação em que se insere, como também

P:16

XIV

particularidades do desenvolvimento da turma e de cada aluno individualmente (leia mais sobre o tema em A avaliação,

neste manual).

Atingimos, por fim, a etapa de divulgação (“publicação”)

do texto, intitulada Momento de apresentar, na coleção. Ela

retoma a orientação inicial e expõe orientações específicas

para a elaboração do material: será uma coletânea impressa?

Uma postagem em blog? Um mural, uma roda de leitura, uma

apresentação pública do texto?, entre outras várias formas de

publicação de um texto no mundo atual. Nesse ponto, o professor contará com a ajuda de alunos que formarão equipes

de “editores” responsáveis por recolher e organizar os textos feitos pelos colegas, produzir explicações da atividade e

sumários, dar acabamento ao produto impresso ou deixar o

material digital pronto para postagem. As equipes devem ser

formadas a cada atividade, para que todos possam experimentar o lugar de editores.

Além do aprendizado linguístico, as etapas envolvidas na

produção do texto promovem habilidades socioemocionais

relativas às CG 9 e 10, principalmente. O aluno desenvolve

habilidades como a resiliência e a autonomia no trato com

a própria produção, quando tem a oportunidade de planejar

efetivamente um texto, revisá-lo e aprimorá-lo. Também desenvolve o diálogo e a cooperação, ao avaliar um parceiro ou

ser submetido à avaliação dele. Exercita novamente o diálogo

e, muitas vezes, a empatia e/ou a alteridade, quando precisa

entrevistar pessoas ou fazer pesquisas para desenvolver

seus temas ou se colocar em outra posição a fim de construir

seus narradores, eus líricos e personagens. Exercita, ainda,

a responsabilidade e a flexibilidade quando forma equipes

de trabalho coletivo. Às competências citadas, acrescenta-

-se também a CG 8 se consideramos que os vários temas

e propostas propiciam a oportunidade de o aluno ampliar

sua consciência sobre si mesmo e sobre os outros sujeitos,

aprendendo a lidar com as emoções, a agir com autocrítica,

a rever preconceitos, a valorizar outras culturas e saberes,

entre outros fatores.

Em consonância com competências definidas pela BNCC

(CG 5, CEL 6 e CELP 10), um dos objetivos da coleção é levar

o aluno a compreender e utilizar tecnologias digitais da informação e comunicação. Por isso, em algumas produções,

criamos situações em que os estudantes devem recorrer a

softwares de edição de texto, imagem e áudio para explorar recursos de mídia. Outro ponto fundamental relativo ao

universo digital é a consideração de que as práticas de linguagem contemporâneas envolvem novas possibilidades de

interação e de produção, inclusive pelo processo de réplica

e remixagem (em sentido amplo). Como espaço, em tese,

democrático, a internet favorece o acesso e a possibilidade

de inclusão de conteúdos, mas em contrapartida exige o desenvolvimento de novas habilidades para uso ético e crítico

(leia mais sobre esse ponto e o citado no parágrafo anterior

na seção Gêneros digitais, neste manual). Não obstante, assim como ocorreu com o eixo da leitura, procuramos oferecer ao professor alternativas para a realização de propostas

multimidiáticas quando supusemos dificuldades relativas

aos equipamentos necessários.

Os temas e práticas propostos pela coleção foram definidos

de acordo com o universo do aluno e/ou da comunidade em que

ele se insere, buscando-se a interação do produtor com outros

falantes, ou foram previstos com o fim de ampliar o universo de

expectativas do aluno para torná-lo receptivo a novas práticas

de linguagem. Cumpre lembrar, ainda, que os gêneros escolhidos inserem-se nos diversos campos de atuação, o que favorece ações variadas, como o desenvolvimento do senso estético,

a ação cidadã, a defesa de pontos de vista, o uso crítico de tecnologias digitais de informação e comunicação, a qualificação

das práticas de pesquisa etc., no que nos aproximamos das

CEL 4, 5 e 6.

Com a mesma fundamentação, criamos a seção Transformando [nome do gênero] em [nome do gênero] (por exemplo,

Transformando o comentário de leitor em pedido público de

desculpas), presente em quatro dos oito capítulos de cada volume. Nela são propostas situações de retextualização (em sentido estrito ou não), em que o aluno é convidado a retomar um

dos textos estudados e a retrabalhar seu tema ou conteúdo para adaptação a um novo gênero e, portanto, a um novo contexto.

Nessa transposição, que expande sua consciência do gênero

original, o aluno deve operar com a seleção e a organização das

informações, definir novas estratégias em função do leitor previsto e do modo de circulação, manejar os recursos linguísticos

de modo diverso, entre outras ações.

A seção, que amplia os gêneros abordados no volume, conta

com orientações para a realização da atividade e com alguns

critérios para avaliá-la. Levamos em consideração o tempo de

que o professor dispõe, assim como todas as demandas do dia

a dia na sala de aula, quando optamos por um processo menos

detalhado e mais ágil que o realizado na seção Meu [nome do

gênero], mas nossa prática tem mostrado que o resultado é

igualmente produtivo. A seção dá, ainda, a oportunidade de ampliar a exploração das semioses (embora nem todas as propostas tenham esse objetivo), lançando desafios que estimulam

o trato com as várias mídias.

Outra seção que diversifica o processo de aprendizagem

dos educandos é Entre saberes, que aparece quatro vezes em

cada um dos volumes. Seu objetivo é superar a fragmentação

do conhecimento por meio da orientação de pesquisas de campo ou de pesquisas bibliográficas realizadas em fontes abertas

ou dirigidas. São atividades feitas com o objetivo de qualificar

a escolha dessas fontes, a avaliação das informações (inclusive

combatendo as fake news) e o registro delas, respeitando as

várias vozes e os direitos pela produção intelectual.

Também é propósito da seção o contato com documentos

diversos, muitas vezes dos campos da lei e da ciência, com base

nos quais propõem-se problemas que precisam ser analisados

e resolvidos coletivamente. As atividades, que em algumas

oportunidades adquirem características de miniprojeto, preveem leituras mais complexas e soluções que devem ser comunicadas ao grupo, à comunidade escolar ou a públicos maiores

P:17

XV

(quando se prevê, por exemplo, a divulgação em panfletos) por

meio de textos escritos, orais ou multissemióticos, de caráter

artístico ou não, cuja efetivação como meio eficiente de comunicação será posta à prova.

Nessa seção, o aluno exercita a curiosidade intelectual e

emprega diferentes linguagens, inclusive aquelas relativas

ao campo digital, para disseminar informações, partilhar experiências, negociar e defender ideias, entre outras práticas.

Os temas escolhidos estão alinhados às preocupações com a

cidadania, promoção de direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável; comunicam-se, dessa forma, com as CG 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Como se nota, a seção mobiliza conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para se efetivar. Embora toda a coleção esteja orientada por esse princípio, vemos, nela especificamente, um espaço privilegiado para o desenvolvimento

de competências que visam ao “aprender a aprender, saber

lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com

discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas

digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter

autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e

aprender com as diferenças e as diversidades”, como propõe

a BNCC (p. 14).

Nas seções Minha canção e Expresse-se, que, como afirmamos, mais explicitamente ampliam o trabalho do componente curricular Língua Portuguesa para a área de Linguagens,

o aluno também é convidado a produzir textos, novamente

considerando contextos específicos de produção. Parte deles é verbal, como por exemplo a organização de um debate

em um festival de documentários, e outra multissemiótica,

como a produção de um vidding com cenas de filmes musicais. Além disso, o aluno se expressará empregando outras

modalidades de linguagem, como a escultura, que exemplifica as artes plásticas, ou a coreografia, que exemplifica a

linguagem corporal (leia mais sobre o tópico em A área de

linguagens, neste manual).

Os boxes Fala aí e Se [nome do gênero] fosse meu/minha

(por exemplo, Se o artigo de opinião fosse meu) também propõem desafios de fala e de escrita, respectivamente. O primeiro, relacionado especialmente às habilidades EF69LP13

e EF69LP15, propõe debates que envolvem aspectos morais,

éticos e estéticos, com a intenção de estimular a argumentação e a contra-argumentação relativa aos vários pontos de

vista, temas e dilemas que se apresentam nos textos lidos.

Trata-se de mais um instrumento para estimular a disposição

à leitura ativa e à manifestação acerca dela e o engajamento em uma atividade que exige participação respeitosa. De

maneira diferente, mas com parte dos objetivos em comum,

o segundo boxe convida o aluno a interferir no texto que lê

incluindo ou modificando algum trecho conforme orientações. Trata-se de um exercício de compreensão leitora ampla,

que se traduz na escrita coerente do ponto de vista temático,

composicional e estilístico.

Além das propostas de produções pertinentes às seções

e boxes descritos, ainda devemos considerar a produção escrita ou oral feita nas seções Mais da língua e Isso eu já vi/

Isso eu ainda não vi, mais diretamente vinculadas ao eixo

da leitura e da análise linguística/semiótica. Comandos diferentes propõem ao aluno a elaboração de respostas escritas

com diferentes objetivos: transcrever, identificar, comparar,

explicar, justificar, opinar etc. Chamamos a atenção para as

atividades sinalizadas como Desafios de escrita (por vezes

também presentes em Leitura 1 e Leitura 2), que se efetivam

quando o aluno, após realizar uma atividade de leitura e análise e de checar sua compreensão, é convidado a escrever um

parágrafo para organizar essas ideias. Ele conta com orientações pontuais de organização de texto, inclusive no que

tange à segmentação e ao uso de recursos de substituição e

progressão. É uma oportunidade para que o trabalho com a escrita se torne ainda mais intencional e frequente, favorecendo

a apropriação da linguagem escrita. Como professores, sabemos da importância de situações de escrita mais sintéticas e

pontuais para progressivamente ir desenvolvendo nos alunos

a busca de soluções expressivas e a capacidade de revisar o

próprio texto e aprimorá-lo conforme escutam correções ou

soluções encontradas por terceiros. Nossa experiência mostra que não são poucos os alunos do Ensino Fundamental e até

do Ensino Médio que têm dificuldade de produzir textos mais

extensos; daí a importância de atividades como as propostas

na atividade Desafio de escrita. Ao longo desses anos, percebemos concretamente o crescimento dos alunos na produção

de textos complexos quando têm a oportunidade de trabalhar

segmentação, recursos de substituição e progressão textual

em produções menores.

Incluímos ainda, em várias seções da coleção, especialmente no 7o

e 8o

anos, orientações voltadas à produção de esquemas para organização de informações disponíveis em textos

lidos pelos alunos, entendendo que se trata de uma atividade

que envolve hierarquização, síntese e relação entre dados, além

de funcionar como ferramenta para os estudos.

Oralidade

O eixo de oralidade está integrado aos eixos Leitura e Produção de textos, explorados anteriormente, e também ao da

análise linguística/semiótica, que será tratado a seguir. Tivemos a preocupação de contemplá-lo em praticamente todas as

seções e em inúmeros boxes espalhados ao longo das páginas.

Seguindo o que aponta Marcuschi (2002), entendemos que uma

abordagem consistente da oralidade é fundamental para que

os aprendizes tenham uma visão plena da heterogeneidade da

língua e completem a aquisição dos procedimentos cognitivos

necessários ao leitor/produtor de textos.

Na coleção são estudados gêneros textuais orais diversos,

como o seminário, a palestra, a entrevista e o debate, por exemplo. Sua abordagem põe em destaque os diferentes processos

de interação – interação frente a frente, fala para público sem

interrupção, fala editada etc. –, com base nos quais se discutem

P:18

XVI

o papel do falante, a troca ou não de turnos e as relações entre

tais fatores e a qualidade da interação. Estudam-se também situações de oralização de textos em diferentes contextos, como

a produção de podcasts, resenhas em vídeos e peças teatrais.

As situações de oralidade apresentam-se inseridas nos diferentes campos de atuação.

A exploração das semelhanças e diferenças entre as modalidades oral e escrita, bem como sua articulação, ocorre em

vários momentos, sendo objeto de destaque no volume do

6o

ano, em que a seção Mais da língua, do capítulo 3, é dedicada ao estudo das marcas de oralidade nos textos, decorrentes

principalmente do fator tempo de planejamento. A abordagem

ao longo dos quatro anos converge para a percepção de que a

construção de sentidos em textos orais está relacionada a elementos como entonação, pausas, qualidade da voz, ritmo e velocidade da fala, além de se vincular a outras semioses, como

gestualidade, expressão corporal, facial e recursos multimidiáticos, por exemplo.

Temos consciência, porém, de que encontramos limites

bastante concretos impostos pela natureza de um material impresso. A exploração plena da oralidade conta necessariamente com áudios e vídeos, logo com equipamentos de produção e

reprodução que nem sempre estão à disposição de professores

e alunos de todas as escolas. Por esse motivo, optamos por sugerir a você alternativas que atendam tanto àqueles que podem

fazer esse uso sempre ou eventualmente quanto àqueles que

não têm tal possibilidade.

Para tanto, valemo-nos de uma estratégia bastante útil: o

uso de transcrições, um procedimento que vale a pena explicar.

Convém, a princípio, distinguir transcrição do procedimento da

retextualização, abordado por Marcuschi (2007). A  retextualização caracteriza-se, segundo esse estudioso, por uma série

de operações, de diferentes graus de complexidade, envolvidas no processo de adaptação de um texto da modalidade escrita para a oral e vice-versa. Entre essas operações, estão a

eliminação de repetições e de marcas estritamente interacionais, a introdução da pontuação e da paragrafação, a reconstrução de estruturas truncadas. Esse procedimento, realizado

correntemente nas práticas sociais, visto que muitos textos

são produzidos oralmente e só depois adaptados para a forma

escrita, constitui, nas aulas de língua portuguesa, uma produtiva estratégia de ensino, pois evidencia as diferentes modalidades e leva o aluno a recorrer a diversos conhecimentos para

efetuá-lo. Nesta coleção, a retextualização foi proposta em algumas atividades da seção Transformando [nome do gênero]

em [nome do gênero], que oferece oportunidades para a transposição de material produzido na modalidade escrita para a

falada e vice-versa. Foi o que ocorreu, por exemplo, no volume

de 6o ano, quando orientamos a transformação de um verbete

em um podcast.

Para o tratamento de textos orais, no entanto, adotamos o

uso das transcrições, termo que corresponde, nesta coleção,

à ação de transpor para o papel o texto oral, mantendo parte

significativa de suas marcas originais: repetições, hesitações,

marcadores conversacionais, abandono de estruturas iniciadas,

entre outras. Você notará que, em alguns momentos, informamos também as supressões de sílabas (ao grafar “tá” por “estar”, por exemplo) e ênfases, procurando, dentro do possível,

sugerir alguns dos aspectos paralinguísticos.

Da mesma forma, acompanhando as transcrições, incluímos

imagens ou ilustrações que evidenciam, ainda esbarrando nos

limites do texto impresso, aspectos cinésicos. Utilizando esse

recurso, recuperamos parte das expressões faciais e do gestual

do falante, permitindo que a atividade contemple parcialmente

aspectos relativos à interação das várias semioses.

A despeito desse uso, recomendamos sempre, por meio de

orientações no livro do aluno ou no manual do professor em “U”,

que os textos (disponíveis gratuitamente na internet) sejam ouvidos e, quando for o caso, também vistos, já que assim se exploram gamas mais amplas de elementos. Algumas sugestões

de atividades complementares, pensadas para aproveitar produtivamente esses fatores, estão ali anotadas.

Concluímos alertando que, em alguns poucos casos, optamos por considerar que a atividade só poderia ser feita com o

acesso ao texto original, por suas particularidades (um filme

pertencente a campanha publicitária, por exemplo), e nesse caso pedimos ao professor que busque uma forma de acesso.

Análise linguística/semiótica

As atividades de reflexão sobre a língua estão presentes

nas várias seções da coleção e seguem a mesma proposta

de exploração ativa e de diversidade. No entanto, a análise

linguística/semiótica se dá de forma mais evidente em dois

momentos: no estudo dos gêneros, dentro das seções Leitura

1 e Leitura 2, quando são propostas explorações de recursos

linguísticos que contribuem para a construção do sentido do

texto, e no estudo de tópicos linguísticos, dentro da seção

Mais da língua. Sabemos que o estudo dos gêneros favorece

a exploração de variados aspectos linguísticos/semióticos

que se entrelaçam para a construção do sentido; entretanto,

os textos analisados impõem um limite de fenômenos que

podem ser estudados. Essa contingência fez que optássemos

pela exploração da análise linguística/semiótica em uma seção específica, na qual um mesmo fenômeno é apresentado

em textos de variados gêneros, em um movimento em que

estes não perdem espaço, mas ganha destaque o estudo da

forma como determinados aspectos linguísticos são mobilizados nas várias construções. A seguir, vamos detalhar como

essa segunda proposta se efetiva e com que linhas teóricas

ela dialoga.

Na linha do que propõe Rojo (2006), entendemos que os

eixos de Leitura e Produção de textos e da análise linguística são complementares e que, ao fazer uso da linguagem em

diferentes modos, automaticamente utilizamos a análise linguística e vice-versa. Segundo a estudiosa, o eixo de uso da

linguagem abrange a exploração dos gêneros textuais desde

a historicidade da língua e da linguagem em si, os aspectos

do contexto de produção dos enunciados em leitura/escuta e produção de textos orais e escritos, até as implicações

P:19

XVII

na organização dos discursos e as implicações do contexto de

produção no processo de significação.

Nessa mesma direção, Mendonça (2006) afirma que a análise linguística é uma alternativa complementar às práticas

de leitura e produção de texto que possibilita a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais, textuais e discursivos

que perpassam os usos linguísticos, seja no momento de ler/

escutar, seja no de produzir textos ou no de refletir sobre esses

mesmos usos da língua.

Ampliando essa visão, cabe ressaltar que, a partir da BNCC

(2017), a prática de análise linguística reúne a análise dos processos de construção textual (oral, escrita ou multissemiótica),

a reflexão sobre recursos linguísticos específicos, vinculados

aos discursos mobilizados em diferentes textos, e a articulação entre as múltiplas semioses (usos da língua, sons, imagens,

fotografias, vídeos etc.), passando, portanto, a se constituir no

eixo Análise linguística/semiótica.

Ao apresentar os princípios dos quais partiu para definir tal

eixo nos anos finais do Ensino Fundamental, o texto da BNCC

reforça, reiterando as práticas metodológicas de documentos curriculares anteriores, que “estudos de natureza teórica

e metalinguística – sobre a língua, sobre a literatura, sobre a

norma padrão e outras variedades da língua – não devem nesse nível de ensino ser tomados como um fim em si mesmo, devendo estar envolvidos em práticas de reflexão que permitam

aos estudantes ampliarem suas capacidades de uso da língua/

linguagens (em leitura e em produção) em práticas situadas de

linguagem” (p. 69).

Esta coleção segue esses princípios defendidos pela

BNCC, o que não significa que não existam momentos de

sistematização, necessários ao ensino-aprendizado de uma

língua. Como professores que atuam, na prática, com alunos

reais, defendemos, assim como outros teóricos, que esses

momentos de sistematização contribuem para a aprendizagem  dos alunos, favorecendo, entre outros aspectos, uma

percepção mais consciente do uso pessoal que fazem da língua e uma tomada de decisão quanto a manter ou alterar, nos

vários contextos de uso, as construções mais familiares. Além

disso, a oportunidade de nomear determinados fenômenos

linguísticos favorece, entre outros fatores, a análise e a compreensão deles, a comunicação do professor com os alunos

nas correções que se fazem dos instrumentos avaliativos e

até mesmo a aprendizagem de outras línguas por relação de

comparação das estruturas. Na seção Mais da língua, você notará que optamos por apresentar recortes teóricos, em geral

breves, e momentos de resgate do conhecimento prévio dos

alunos sobre os fenômenos linguísticos em estudo. Isso não

significa, em absoluto, que os estudos de natureza teórica que

propomos ou de metalinguagem se tornaram fins em si mesmos, tampouco que engessaram ou tornaram técnica demais

a lida com os fenômenos linguísticos, pois eles estão sempre

envolvidos em práticas de reflexão com o objetivo de ampliar

a capacidade de uso da língua e das demais linguagens, conforme a orientação dada em cada tópico.

Relembramos que, segundo Possenti (1996) há três perspectivas no ensino da língua: a normativa, a descritiva e a

internalizada. O teórico defende que as três são úteis no ensino-aprendizagem desde que se privilegie a gramática internalizada, aquela que o falante já tem incorporada e viabiliza a

interação. Segundo Possenti, a escola contribui para ela ao conduzir o aluno a “dominar efetivamente o maior número possível

de regras” para que se “torne capaz de expressar-se nas mais

diversas circunstâncias, segundo as exigências e convenções

dessas circunstâncias”. Caberia à gramática descritiva e à normativa secundar esse processo, e para isso a sistematização

dos conceitos relativos à gramática não deve visar, primordialmente, à exposição de regras, mas à descrição e à discussão de

fenômenos da língua, a fim de mostrar a flexibilidade daqueles

diante das variadas instâncias de interação.

Nessa linha, reafirmamos que a coleção tem como princípio a compreensão de que a metalinguagem e a aquisição

da nomenclatura são recursos úteis para a organização e a

exposição do pensamento sobre os fenômenos em estudo,

sendo parte integrante, portanto, do processo que torna mais

consciente para o falante os conhecimentos que já têm internalizados e aqueles que está construindo, o que não implica

a tomada desse conteúdo como o centro da aprendizagem.

Concordamos com Bagno (2009) quando afirma que a compreensão efetiva do fenômeno da linguagem deve ser “objeto

e objetivo do ensino da língua” (p. 16) e não acreditamos que,

ao explorar esse conteúdo também em uma seção específica,

estejamos contrariando tal orientação.

Assim como propõe a BNCC em sua CG 2, entendemos que o

aluno deve ser estimulado a recorrer “à abordagem própria das

ciências, incluindo a investigação, a reflexão e a análise crítica”

para “investigar causas, elaborar e testar hipóteses”, como faz

nos demais componentes curriculares. E, ainda citando a BNCC,

concordamos com a ideia de que nesta etapa da aprendizagem

ocorre “o aprofundamento da reflexão crítica sobre os conhecimentos dos componentes da área, dada a maior capacidade

de abstração dos estudantes”, e que a dimensão analítica pode

se constituir em “práticas mais sistematizadas de formulação

de questionamentos, seleção, organização, análise e apresentação de descobertas e conclusões” (p. 62).

Nos textos cuidadosamente selecionados para as atividades de leitura e análise linguística/semiótica, privilegiamos

as variedades urbanas de prestígio, considerando que cabe à

escola oferecer ao aluno o convívio com as práticas de linguagem correntes nas situações sociais mais prestigiosas. Acreditamos ser um direito dos alunos ter acesso formal a elas para

que possam acioná-las nas situações pertinentes e participar

da maneira mais ampla e ativa das práticas sociais diversas.

Assim, nos momentos de exposição didática e nos de construção de conhecimentos por meio das atividades, o aluno entra

em contato com o que está previsto na norma-padrão e com sua

efetivação real pelo grupo de prestígio nas variadas situações

de interação (marcadas por diferentes graus de formalidade),

o que lhe permite ampliar seu repertório e, simultaneamente,

atentar para a flexibilidade da língua.

P:20

XVIII

Com esse mesmo objetivo, propomos a observação de

outras variedades linguísticas, abrindo a possibilidade de o

estudante compreender a lógica que funda outras regras de

funcionamento da língua, que podem, inclusive, ser as de sua

própria comunidade e as utilizadas por ele nas mais variadas

situações sociais. Tais variedades são tomadas como objeto

de reflexão com abordagem semelhante à que se dá para as

variedades urbanas de prestígio, de modo que o preconceito

linguístico seja combatido. Concordamos, nesse ponto, com

os estudos de Bagno (2009), que lembra que “uma educação

linguística voltada para a construção da cidadania numa sociedade verdadeiramente democrática não pode desconsiderar que os modos de falar de diferentes grupos sociais constituem elementos fundamentais da identidade cultural da

comunidade e dos indivíduos particulares” (p. 16). Seguimos

também a BNCC quando propõe aos estudantes “compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando

preconceitos linguísticos” (CELP 4) e “empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados

à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do

discurso/gênero textual” (CELP 5).

Nessa linha, a coleção procura associar os estudos da tradição às pesquisas mais recentes, respeitando sempre o grau

de maturidade e de aprofundamento esperado para um aluno

do Ensino Fundamental – anos finais. Em vários momentos, sinalizamos textualmente para o professor que avanços há nos

estudos e análises de aspectos da língua e justificamos nossa

opção por apresentá-los ou não aos alunos.

Do ponto de vista prático, a análise linguística/semiótica distribui-se ao longo de todos os capítulos, uma vez que

a compreensão do sentido global de um texto não pode

dispensá-la. Ela é mobilizada pelo aluno estimulado pelos

comandos que conduzem as observações que devem ser

feitas para atender a determinada atividade de leitura ou de

produção.

Mais da língua, seção específica dedicada a essa análise,

é iniciada por Pra começar, na qual estimulamos, por meio de

atividades, a recuperação de conceitos e práticas já desenvolvidos em anos anteriores ou internalizados/intuitivos. A partir

dessa reflexão inicial, desenvolvemos uma breve exposição

didática, que se vale, conforme os propósitos do momento, de

exemplos, esquemas ou tabelas, bem como da problematização de alguns conceitos.

Parte significativa da aprendizagem se faz nas atividades

presentes na seção [Nome do tópico gramatical] na prática

(por exemplo, Modos verbais na prática), que, propondo a leitura investigativa de textos de gêneros literários diversos, leva o

estudante a articular o conhecimento que começou a mobilizar

nas partes anteriores para entrar em contato com atividades

que envolvem confirmação, ampliação e aprofundamento e estão focadas nos efeitos de sentido, na costura entre as partes

do texto com vistas à retomada ou à progressão, na articulação

das linguagens, no reconhecimento dos pontos de vista implícitos etc. Ancoradas na reflexão sobre as condições de produção

e circulação dos textos, as atividades procuram destacar as

opções linguísticas do produtor do texto, a forma como as operou e o efeito que produziu. A descrição gramatical está, assim,

inserida em um contexto de produção global de sentido, e não

em frases soltas, criadas artificialmente para a simples classificação dos fenômenos.

É importante lembrar que, para tais atividades, construímos

um acervo de textos bastante variado, que inclui exemplos verbais, orais e multissemióticos e se estende de práticas mais

situadas dentro da tradição àquelas relacionadas à cultura digital e à cultura juvenil. Entre os textos, optamos por incluir e

discutir alguns que se valem, intencionalmente ou não, de estereótipos e/ou de construções que podem ser vistas como preconceituosas. É nossa intenção que o aluno depare com esses

textos, que têm ampla circulação, e sejam convidados a refletir sobre as formulações e as intenções, para que adquiram ou

ampliem habilidades necessárias a uma leitura crítica e a um

comportamento ético. Você notará que as atividades levam a

essas observações.

Dois boxes complementam a seção de atividades. Em Abuse da língua, os alunos são convidados a recorrer a determinado conceito ou conhecimento para “resolver” um desafio.

Trata-se de uma atividade com viés lúdico, mas com clara intenção pedagógica. Em A língua nas ruas, são orientados a

fazer uma pesquisa na mídia ou em sua comunidade para descobrir como determinado aspecto linguístico se efetiva nas

práticas diárias. Por exemplo, como funciona a palavra aí? Ela

é um advérbio de lugar em qualquer contexto? Ou: a locução

formada por ir (presente do indicativo) + infinitivo está substituindo o futuro do presente simples entre os falantes do

português brasileiro? As pessoas preferem dizer “vou fazer”

em lugar de “farei”? Ambos os boxes contam com orientações

para o professor.

Há, ainda, a seção Isso eu já vi/Isso eu ainda não vi, que explora aspectos como ortografia, acentuação, pontuação e algumas regras necessárias à aquisição da linguagem escrita ou

à sua adequação aos contextos mais formais. No processo de

alfabetização, que se dá entre o final da Educação Infantil e ao

longo do Ensino Fundamental – anos iniciais, o aluno é levado

a perceber quais letras representam os sons da fala, ou seja,

a compreender a relação fonema-grafema. Esse processo se

desdobra na ortografização, que complementará o conhecimento da ortografia do português usado no Brasil. No Ensino

Fundamental – anos finais, considera-se que esse processo

está bem avançado, mas nossa experiência mostra que ainda

são necessárias atividades que reforcem os conhecimentos

dos elementos notacionais da escrita, relativos às regularidades e irregularidades ortográficas, ao uso dos acentos gráficos

e ao emprego dos sinais de pontuação. A seção se inicia com

uma atividade contextualizada e segue com atividades curtas

e diretas, porque compreendemos que se trata de um momento pontual do curso, cujo objetivo é reforçar normas de uso ou

simplesmente revisar um tópico.

P:21

XIX

Área de Linguagens – Arte

A BNCC, seguindo o Parecer CNE/CEB n. 11/2010, organiza

o Ensino Fundamental em cinco áreas com o fim de favorecer

a comunicação entre conhecimentos e saberes diferentes,

embora assinta com a preservação das especificidades e dos

saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos

componentes (BNCC, p. 27). No contexto do Ensino Fundamental – anos finais, o componente Língua Portuguesa compõe a

área de Linguagens, que engloba também Arte, Educação Física

e Língua Inglesa e prevê práticas relativas às diversas linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital.

Esta é uma coleção de Língua Portuguesa. Fizemos opção,

entretanto, por um diálogo frequente com Artes, que se evidencia ao longo dos capítulos e ganha ênfase nas seções Minha

canção, que abre e fecha o volume, e Conversa com arte e Expresse-se, que aparecem em metade dos capítulos do todos os

livros. Essas três seções se comunicam com os eixos da leitura

e da produção de textos e ganham especificidade nos entrelaçamentos com as linguagens das artes visuais, dança, música e

teatro, relativas ao componente Arte. Aproximar o aluno dessas práticas favorece a compreensão das linguagens  – e, por

desdobramento, da própria língua –, como “construção humana, histórica, social e cultural”, capaz de significar a realidade e

exprimir subjetividades e identidades sociais e culturais, como

indica a CEL 1.

As seções Minha canção, Conversa com arte e Expresse-se criam oportunidades de os estudantes conhecerem

algumas especificidades dessas linguagens em atividades

introdutórias, participando das práticas sociais mais diversas seja como expectadores, seja como produtores, e nesse

sentido aprimoram a observação, suscitam questionamentos, estimulam a escolha e qualificam as considerações de

ordem estética e ideológica. Entendemos que, assim como

a literatura (arte das palavras), as artes visuais, a dança, a

música e o teatro permitem um diálogo intercultural e pluriétnico de grande valor quando se pensa a formação de um

pré-adolescente e adolescente disposto ao diálogo e à valorização do diferente, assim como capaz de construir e valorizar sua própria identidade cultural.

A seção Minha canção oferece aos alunos a oportunidade de entrar em contato com o rico cancioneiro brasileiro

contemporâneo e com seus compositores e intérpretes. Há

muito que estudiosos consistentes reforçam a importância

da canção na formação da identidade brasileira. O professor

José Miguel Wisnik (1999), especialista no assunto, nos lembra que “Meio e mensagem do Brasil, pela tessitura densa de

suas ramificações e pela sua penetração social, a canção popular soletra em seu próprio corpo as linhas da cultura, numa

rede complexa que envolve a tradição rural e a vanguarda, o

erudito e o popular, o nacional e o estrangeiro, o artesanato

e a indústria” (p. 73).

Na seção Minha canção, os alunos são convidados a, além

de ler e cantar a canção (em que cifras inseridas junto aos

versos ressaltam que canção não é somente letra), refletir

e apresentar sua opinião sobre o tema da produção, exprimir

emoções diante de suas sugestões imagéticas ou produzir

objetos apoiando-se nas várias linguagens artísticas. É assim

que procedem, por exemplo, quando na abertura do volume

do 6o

ano são orientados a tirar selfies da turma e produzir

um vídeo para acompanhar a canção “Só eu sou eu”, de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski, ou, no 9o ano, são convidados a

produzir uma resenha crítica acerca da canção “Brasil Brasil”,

do compositor Silva, comparando-a com outras que têm como tema o país.

As seções Conversa sobre arte e Expresse-se têm como

objetivo colocar o aluno em contato com o retrato, a dança, a

fotomontagem, o videoclipe, o documentário, a arquitetura,

entre outras manifestações artísticas. Na primeira, o aluno

é estimulado a refletir sobre um objeto artístico em foco,

considerando sua materialidade, os sentidos construídos por

ele, os possíveis efeitos e o contexto de produção. Pela conversa com os colegas, pela intervenção orientada do professor e

pelos breves textos didáticos, ganha algumas referências para

análise e valoração daquele objeto. Na segunda, Expresse-se, o

aluno conhece mais alguns exemplos, de modo que perceba semelhanças e singularidades dentro do conjunto, e é convidado a

produzir apoiando-se naquela linguagem artística (produção de

uma coreografia ou escultura, por exemplo) ou a divulgá-la (organização de um festival de curtas, por exemplo). Essas ações

envolvem a leitura, contribuindo para a formação de um repertório para compreensão do mundo; a reflexão, estimulando a

construção de argumentos sobre as fruições; e a produção, que

o aluno experimenta de maneira intencional quando transforma

as ideias em materialidade.

Gêneros digitais

Têm destaque, no texto da BNCC, inúmeras referências relativas ao universo digital. Afirma-se a importância de o sujeito

contemporâneo “atuar com discernimento e responsabilidade

nos contextos das culturas digitais” (p. 14), ideia que se desdobra e ganha especificidade especialmente na CG 5, CEL 6 e

CELP 10. Atenta ao momento presente, a Base indica a importância de a escola experimentar novas práticas de produção,

acrescentando ao ensino-aprendizagem da escrita e da oralidade novas ferramentas (tratamento de áudio, edição de vídeo

e manipulação de recursos de diagramação, por exemplo), e de

capacitar os alunos para uma análise crítica dos textos digitais

em circulação.

Nesse sentido, a BNCC atende às observações de vários estudiosos que já vinham apontando a insuficiência das práticas

escolares de leitura/escrita de textos de gêneros digitais, mesmo quando se desconsideram os avanços das Tecnologias da

Informação e da Comunicação. Para muitos especialistas, a escola se mostrava limitada quando centrava suas produções no

texto verbal, havendo pouca ênfase nos textos orais e, menos

ainda, nos textos híbridos (Rojo, 2012). Eram pouco frequentes

as práticas que envolviam, por exemplo, a integração de um esquema a um texto escrito.

P:22

XX

No contexto atual, essa limitação começa a ser superada, e as práticas de linguagens efetivadas na escola passam a

considerar que os novos textos são não apenas híbridos como

também interativos e colaborativos. As novas tecnologias de

informação e comunicação permitem a ampliação da condição

de autoria, com a facilidade na combinação de textos escritos

com imagens estáticas ou em movimento, com a possibilidade

do acréscimo de música e voz, com a edição de vídeos e áudios,

entre outras produções com diferentes graus de complexidade.

Do mesmo modo, abre espaço para formas diferentes de autoria, baseadas no diálogo e na remixagem (em sentido amplo).

Ainda nessa linha, precisamos considerar mudanças significativas na forma de recepção dos textos, que passam a envolver

as práticas de “curtir”, comentar e redistribuir. Estabelece-se,

desse modo, uma nova estética e uma nova ética (Rojo, 2012).

Dentro desse contexto positivo e democrático, surge um

aspecto a que a escola – e a sociedade em geral – deve estar

atenta: a urgência do desenvolvimento de técnicas que nos

tornem aptos a lidar criticamente com a grande massa de

texto que acessamos por opção ou que recebemos involuntariamente (pelas redes sociais, por exemplo). É preciso ampliar as práticas que envolvem o tratamento das informações,

contribuindo para a ampliação da leitura crítica e da filtragem.

É necessário, ainda, reforçar as práticas de diálogo e de respeito ao diferente para que os discursos violentos dos intolerantes possam ser vetados e os debates possam ocorrer de forma

ética e respeitosa.

Nesta coleção, colaboramos para a qualificação da comunicação nos meios digitais e para o tratamento adequado das

informações provenientes da mídia ou em circulação nas redes

sociais. Exploramos o gênero comentário de leitor e criamos

situações-problema, principalmente na seção Entre saberes

e em algumas páginas especiais, para que o estudante ganhe

consciência acerca do contexto que produz e alimenta as fake

news. Propusemos, nessa seção e em várias outras oportunidades (boxe Fala aí, atividades relativas à leitura etc.), o debate do

curtir e do compartilhar e enfatizamos a necessária checagem

das fontes e das informações e o modo de fazer isso antes de

uma replicação.

Consideramos também que a escolha e a forma de exploração dos gêneros e dos vários textos utilizados nas atividades

dialogam com a contemporaneidade, marcada pela multissemiose, e concorre para a multiplicidade de culturas. Pensando nisso, criamos desafios para que os estudantes pudessem

experimentar várias dessas práticas, como a produção de

podcasts, memes, gifs ou viddings.

Como educadores e estudiosos, temos consciência, porém,

de que ainda estamos em uma fase de transição no que tange ao mundo digital e que a familiaridade de todos – alunos e

professores – com os novos gêneros ligados a esse universo

não é plena. Além de possíveis dificuldades relativas ao acesso, temos de considerar diferentes tratos com a informação,

seja ela a midiática/jornalística, seja a de outros campos,

inclusive o artístico, e a reduzida literatura teórica disponível

sobre gêneros que têm natureza tão fluida e mutante. Tomar

todos os sujeitos contemporâneos como seres igualmente

imersos na cultura digital significa, em nossa visão, desconsiderar as várias realidades, sobretudo deste país. Estamos

também cientes de que, embora a escola e os professores

valorizem e estejam dispostos a lidar com o ensino-aprendizagem dos novos gêneros digitais, não é possível esperar desses

atores uma resposta tão imediata e eficiente para a questão.

Desse modo, procuramos considerar que, para alguns, a aproximação com os gêneros digitais, ou pelo menos a lida com eles

como objeto de estudo, se faz a partir do contato com esta coleção e que, por isso, cabe a nós instrumentalizar a análise e o

uso, contando com os diferentes saberes.

Com essa preocupação, apresentamos, adiante, tutoriais

que contribuirão para a produção de blogs, podcasts e vídeos.

Só não fomos precisos em alguns casos para não corrermos o

risco de citar um produto específico – o que não nos pareceria adequado ou ético. Indicamos, no entanto, a existência dos

aplicativos gratuitos, que podem ser acessados e baixados facilmente e, de modo geral, contêm orientações claras de uso.

Preocupamo-nos em criar várias atividades digitais que poderão ser produzidas com o uso de um aparelho smartphone que

contenha funções como gravar, fotografar etc., mas elas certamente poderão ser aperfeiçoadas com a utilização dos aplicativos. Seria interessante que os alunos os testassem ou que

aprimorassem os usos que já fazem deles.

No caso da divulgação/circulação desses textos, consideramos, com ênfase, algumas limitações legais impostas

pela faixa etária dos alunos do Ensino Fundamental – anos

finais. Não podemos, por exemplo, convidar alunos a interagir em redes sociais, cuja idade mínima para uso é 13 anos,

nem disponibilizar suas produções e imagens em áreas que

permitam comentários de terceiros, os quais podem conter

inadequações. Também entendemos que não podemos sobrecarregar as empresas de mídia ou os espaços indivi duais

digitais, como blogs ou canais de vídeos, solicitando aos

alunos que postem ali seus textos ou comentários, produzidos, muitas vezes, por razões pedagógicas. Assim, limitamos

essas ações a situações muito específicas e encontramos

como solução para a experiência de divulgação no universo

digital a criação de um blog da turma, ferramenta totalmente

controlável por um educador.

Você encontra, neste manual, um tutorial para a criação desse blog e, para não ficar sobrecarregado, contará com a ajuda

dos alunos que, em comissões, organizarão o material produzido pelos colegas e criarão postagens explicando as várias

atividades. Desse modo, caberá ao professor apenas alimentar

o blog com o material e acompanhar as intervenções dos alunos, que terão autorização para inserir comentários. É possível

optar por blogs específicos para cada turma ou um único para

todas as turmas do professor, o que é sempre interessante por

ampliar a possibilidade de diálogo.

P:23

XXI

Interdisciplinaridade

A BNCC (2017) destaca a necessidade de os currículos decidirem “sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das

equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem” (p. 16). Isso demonstra a importância de integração e

articulação dos conhecimentos em processo permanente de

interdisciplinaridade e contextualização. O intuito dessa relação

é promover a expansão da compreensão de mundo, de modo a,

em lugar de ensinar os componentes curriculares de maneira isolada, isto é, voltados a si mesmos, ensinar os alunos a entender

as relações entre eles e a sociedade, a vida e o mundo fora dos

muros da escola. Não se trata, portanto, segundo o que defende

esse documento com o qual concordamos, de garantir a associação temática entre diferentes disciplinas, mas de buscar unidade

em termos de prática docente, ou seja, independentemente dos

temas/assuntos tratados em cada disciplina de forma isolada.

Essa prática docente comum está, portanto, voltada em

caráter permanente para o desenvolvimento de competências

gerais e competências específicas de cada área do conhecimento, articuladas às habilidades de cada componente curricular, apoiado na associação ensino-pesquisa e no trabalho

com diferentes fontes expressas em diversas linguagens, que

comportem distintas interpretações sobre os temas/assuntos

trabalhados em sala de aula.

Certamente, uma coleção didática não tem o poder de,

sozinha, estabelecer de modo eficiente as práticas docentes

interdisciplinares de que falamos. Elas pressupõem a construção de um currículo específico e de um trabalho integrado dos

professores na construção de um projeto comum para seus

alunos em cada instituição de ensino. Entendemos, porém,

que podemos contribuir para esse processo com algumas propostas de parceria entre a Língua Portuguesa e outros componentes curriculares.

Essas propostas, quando mais sucintas e simples, são apresentadas no manual em “U”, ou adiante, nesta parte do manual,

quando tratamos dos gêneros em foco no volume. Em muitas

delas, procuramos indicar competências ou habilidades que poderão ser desenvolvidas pelo professor parceiro com base no

material e nas atividades já presentes nesta coleção. Incluímos,

para isso, algumas sugestões de encaminhamento.

Há também orientações para pesquisas mais ágeis, indicadas nos boxes Investigue em [componente curricular]

(por exemplo, Investigue em História), sempre acompanhados

por orientações.

Avaliação

A avaliação é uma ação docente necessária que fornece

ao professor subsídios para analisar as aprendizagens dos

estudantes, acompanhando sua progressão, ao mesmo tempo que serve de estratégia para traçar um percurso didático

adequado ao que se espera que o estudante aprenda. Planejar

e replanejar são etapas essenciais em um planejamento eficaz, favorecidas pela avaliação, uma vez que é ela que permite

compreender os conhecimentos que os estudantes já possuem, suas dificuldades de aprendizagem e o que ainda precisa ser desenvolvido.

Roldão e Ferro (2015) consideram que a avaliação tem uma

finalidade reguladora, pois encaminha o agir tanto de professor como de estudantes. Para esses estudiosos, tal regulação

vincula-se ao processo de ensino, ou seja, ao estabelecimento

do que precisa ser ensinado, considerando os saberes já construídos e as aprendizagens que serão necessárias nas próximas

etapas. Aos estudantes ela permite que acompanhem seu próprio processo de aprendizagem (autoavaliação), ao possibilitar

que compreendam o que foi aprendido e o que ainda necessita

de outras ações. Para atingir essa finalidade reguladora de que

falam Roldão e Ferro, é necessário que os instrumentos avaliativos escolares não constituam meros instrumentos produzidos apenas para quantificar e mensurar as aprendizagens.

Não há como falar de avaliação sem entrar em dois conceitos

essenciais: a metacognição e a autorregulação. A metacognição

refere-se ao domínio consciente que o estudante tem de seu próprio conhecimento. Figueira (1994) a define como um modelo de

processamento do desenvolvimento cognitivo, formado por dois

componentes, um de sensibilidade e outro de crenças. Segundo a

autora, “a sensibilidade diz respeito ao conhecimento da necessidade de se utilizar, ou não, estratégias em tarefas ou atividades

específicas” (p. 3). O outro componente define-se “como conhecimento ou crença que a pessoa tem de si enquanto ser cognitivo,

em tarefas cognitivas diversas, sobre os fatores ou variáveis que

atuam ou interatuam e de que maneiras afetam o resultado dos

procedimentos cognitivos” (p. 3).

Como processo de aprendizagem, a metacognição não visa

à assimilação de conhecimento, mas ao desenvolvimento de

habilidades que permitem regular os processos cognitivos. Segundo Sammartí (2009), a autorregulação permite ao estudante compreender de modo claro o que precisa aprender, organizar, planejar, desenvolver, selecionando, de forma autônoma,

estratégias adequadas para realizar a atividade proposta.

Aprender envolve muito mais aspectos do que a aquisição

mecânica de um conhecimento, pois abarca tanto crescimento

emocional como intelectual, implicando o aprender a aprender,

que, segundo Fonseca (2008), envolve o foco na captação de

informações; a formulação, o estabelecimento e a planificação

de estratégias para realizar tarefas; o monitoramento do desempenho cognitivo; o exame de informações disponíveis; e a

aplicação de procedimentos para solução de problemas.

Ao regular os processos de cognição, o estudante torna-

-se ativo e responsável pelo desenvolvimento das atividades,

criando estratégias que o levem a superar obstáculos. Isso significa que, consciente de suas habilidades e potencialidades,

pode desenvolver múltiplas outras, cabendo ao professor, como mediador desse processo, construir um clima motivacional

que estimule a autonomia intelectual do estudante para organizar e fazer gestão de sua própria aprendizagem.

P:24

XXII

Nesse sentido, autorregular e autoavaliar permitem que o

estudante estabeleça contato direto com suas dificuldades de

aprendizagem, para assim poder superá-las. Cabe destacar que

a aprendizagem não é descontextualizada; como aponta Frison

(2006), “ela ocorre quando se consegue exercer alguma espécie

de controle sobre a própria ação, sobre a busca de opções para

conseguir metas em função de seus interesses e valores” (p. 110).

Esse processo vincula-se à avaliação formativa, que considera os processos de regulação de professores e estudantes, utilizando tanto a avaliação diagnóstica, que identifica

os conhecimentos prévios dos estudantes, como a avaliação

cumulativa, que mapeia as dificuldades de aprendizagem dos

estudantes após o término de uma prática didática. Essa articulação de diferentes formas de avaliação é importante; juntas,

segundo Gatti (2003), elas dão sentido à aprendizagem e permitem ao professor avaliar tanto o estudante como o processo

proposto e, ao estudante, avaliar a si próprio.

Essas concepções sobre o papel da avaliação para o ensino-

-aprendizagem do aluno e para o professor embasaram várias

propostas que aparecem nesta coleção, entre as quais citamos

as etapas de avaliação presentes nas seções Meu [nome do gênero] na prática e Transformando [nome do gênero] em [nome

do gênero]. O trato frequente com critérios para a autoavaliação ou para a avaliação dos colegas (rubricas de correção) concorre para que o aluno, progressivamente, adquira ferramentas

para a análise de atividades de mesmo tipo ou semelhantes.

Da mesma forma, a discussão clara das produções em sala de

aula constrói um ambiente em que o valor está posto no processo e na aprendizagem e não nos resultados posteriormente aferidos. Por sua vez, o professor tem condições de acompanhar o

ritmo de avanço da turma pela maneira como lida com os critérios disponibilizados ou mobilizados por conta própria.

Também seções relativas ao eixo da leitura contribuem para

essa aquisição constante de repertório de autoanálise, na medida em que oferecem parâmetros para a validação ou não das

hipóteses e análises. Atividades mais curtas também foram

pensadas com esse foco: a realização do Desafio de escrita

(atividade mais frequente nas seções Mais da língua, ou presente em Leitura 1 e Leitura 2), do boxe Fala aí e do boxe Se esse [nome do gênero] fosse meu/minha decorre de uma etapa

anterior de leitura e permite a professores e alunos mensurar a

aprendizagem ainda durante o processo.

O professor pode, ainda, valer-se de seções da coleção como atividades avaliativas. Veja algumas sugestões:

1. Selecione questões da subseção Refletindo sobre o texto,

subseção [Tópico de linguagem] na prática e seção Conversa entre textos para verificar como está a prática leitora dos alunos. Escolha a questão após analisar o tipo de

informação que ela pode lhe oferecer e seu propósito no

momento: verificar a localização de informações, a capacidade de inferir, o reconhecimento do tema, a capacidade de

relacionar o texto a conhecimentos prévios, a apreensão do

sentido global do texto etc. Evite escolher questões entre

as usadas para atividades introdutórias.

2. Solicite e recolha o parágrafo produzido de acordo com as

orientações de um Desafio de escrita. Trata-se de uma atividade que propõe ao estudante a expressão, de maneira

organizada e clara, dos resultados de uma análise de texto, geralmente multissemiótico, conduzida por questões.

Nossa sugestão é que as questões sejam corrigidas antes

da escrita do parágrafo, para que o aluno elucide dúvidas ou

desfaça equívocos e possa, na etapa de produção de texto,

concentrar-se no processo de expressão. Por ser uma atividade breve e muito dirigida, a correção pelo professor torna-se viável e ágil e lhe permite identificar lacunas e tomar

decisões relativas à condução do curso.

3. Solicite e recolha uma produção de texto. Sugerimos que isso

seja feito após a produção e avaliação da proposta contida no

capítulo, ou seja, já na etapa de reelaboração, uma vez que o

aluno já teria tido um primeiro feedback de seus pares sobre

sua produção do gênero em estudo, o que, em tese, lhe deu a

oportunidade de aprimoramento. Se preferir, utilize uma nova

proposta: ainda neste manual, na parte que se refere especificamente ao conteúdo do volume, você encontrará propostas

extras de produção, que poderá utilizar como estão ou com adaptações. A correção poderá ser feita usando a grade de critérios

oferecida no capítulo ou a nova grade que ali propusemos.

A partir dessas atividades, de suas observações da turma e

do resultado de outros instrumentos avaliativos, provavelmente

será necessário interferir na produção dos alunos cujos resultados fiquem aquém do esperado para a etapa em que está. Veja

algumas sugestões que podem ser aplicadas para promover esse

avanço individual ou como atividade complementar para a turma.

1. Eixo da leitura – domínio de vocabulário

Algumas dificuldades podem estar relacionadas à incompreensão de termos e expressões empregados no texto.

O aluno pode não conseguir inferir o sentido pelo contexto, nem

descobri-lo com apoio no glossário ou em um dicionário.

Solicite ao aluno que produza listas das palavras que não

compreendeu durante uma primeira leitura. Separe as que

poderia tentar deduzir daquelas que deve consultar no dicionário por oferecerem maior dificuldade. No passo seguinte,

ele deve voltar aos trechos em que aparecem as palavras e

levantar hipóteses sobre seus significados. Escolha algumas delas para estudo: projete ou anote o trecho na lousa

ou releia com o grupo e vá mostrando as associações com o

contexto que permitem uma conclusão pertinente acerca do

sentido. O propósito é mostrar etapas do raciocínio que os

alunos podem incorporar.

2. Eixo da leitura – compreensão de informações

Escolha um texto – da coleção ou não – e prepare um conjunto

de afirmações que os alunos deverão avaliar como falsas ou verdadeiras. Siga, por exemplo, o modelo contido na atividade 2 da p. 249,

volume 6o

ano. Procure expressar as ideias usando palavras diferentes das que estão no texto e mude a ordem dos dados nos períodos

para que os alunos enfrentem um real desafio de compreensão.

P:25

XXIII

Durante a correção, pergunte aos alunos que cometeram

equívocos o que os confundiu e explore o que for dito, mostrando como poderiam ter checado a veracidade da afirmação.

3. Eixo da leitura – poemas

Os poemas estudados no Ensino Fundamental – anos finais

não costumam se valer de linguagem hermética, como alguns

trabalhados no Ensino Médio, mas é possível que parte dos alunos tenha dificuldade na compreensão da linguagem figurada e

na leitura das formulações mais sintéticas.

Solicite que façam paráfrases dos poemas, retextualizando-

-os em prosa. Oriente-os a explicar as metáforas e comparações

em lugar de repeti-las. Ajude-os a reconhecer quando há um

interlocutor específico. Peça que comecem com estruturas como “Na primeira estrofe, o eu lírico desse poema pergunta se...”,

“O poema é iniciado com o eu lírico se lamentando por...”, “O eu lírico conversa com um amigo, a quem confessa...”. Escute algumas

paráfrases para ver a coerência em relação ao texto original e explore pontos que apresentam mais dificuldade, mostrando etapas do raciocínio necessário à compreensão do texto. Ainda que

a paráfrase não seja suficiente para recuperar as várias camadas

de sentido do texto, contribui para a apreensão do sentido global.

4. Eixo da leitura – expressão de ideias

Em alguns momentos, o professor precisa distinguir se o

aluno tem dificuldade na compreensão do texto oferecido à leitura ou nas questões propostas acerca dele.

A internet é uma rede mundial de dispositivos, como computadores, celulares, tablets, videogames e outros, interligados por

meio de conexões telefônicas, rádio, cabo ou satélite. Ou seja, ela conecta milhares de pessoas em todo o mundo que navegam em busca de informações e de contato com os outros. Ninguém é dono da internet ou a controla, ela é um espaço livre.

As informações são trocadas de maneira tão rápida que é possível conhecer e entrar em contato com pessoas, organizações e

empresas em qualquer lugar do mundo em questão de segundos. Esse contato é feito por meio de sites, redes sociais e trocas

de mensagens, entre outros recursos da internet que já existem ou ainda poderão ser inventados.

<http://new.safernet.org.br/sites/default/files/content_files/navegue_com_seguranca.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.

• A internet é uma rede mundial de dispositivos.

• Computadores, celulares, tablets e videogames são alguns dispositivos.

• Os dispositivos são interligados por conexões telefônicas, rádio, cabo ou satélite.

• A internet conecta milhares de pessoas em todo o mundo.

• Milhares de pessoas navegam em busca de informações.

• Milhões de pessoas navegam em busca de contato com os outros.

• A internet é um espaço livre.

• A internet não é controlada por ninguém.

• A internet não tem dono.

• As informações são trocadas na internet de maneira rápida.

• A rapidez permite conhecer pessoas, organizações e empresas em qualquer lugar do mundo.

• Sites, redes sociais e trocas de mensagens são recursos da internet que permitem o contato das pessoas.

• A internet já conta com outros recursos e recursos novos poderão ser inventados.

Uma atividade produtiva consiste na solicitação de que o

aluno escreva uma mensagem para o produtor do texto para comentar se gostou ou não da leitura e por quê, se concorda com

as opiniões expressas, se se considera bem informado depois

de ler etc. A orientação dependerá do texto de que o aluno vai

partir. O material produzido, principalmente as justificativas,

pode informar ao professor o nível de compreensão atingido.

5. Eixo da produção de textos – texto expositivo

Podem ser necessárias atividades em que o desafio esteja

mais na expressão e menos na concepção das ideias.

Uma atividade eficaz consiste na produção de textos de

acordo com informações oferecidas em itens. Escolha um texto expositivo curto (notícia, verbete, reportagem etc.); separe

suas informações e anote-as de forma bem sintética, em itens,

propositalmente repetindo palavras; peça aos alunos que componham um texto apenas com essas informações. Eles podem

uni-las em um mesmo período e podem empregar as palavras

que desejarem. Só são vetadas a inclusão de dados ou a eliminação deles. Se desejar uma atividade mais complexa, altere a

ordem dos itens para que os alunos tenham de estabelecer uma

sequência coerente.

Essa atividade favorece a observação por parte do professor e o exercício por parte do aluno de habilidades como a segmentação, o uso de recursos de retomada e de mecanismos de

coesão, entre outras.

Veja um exemplo.

P:26

XXIV

6. Eixo da produção de textos – apresentação oral

Alguns alunos podem ter dificuldade em situações de oralidade, independentemente de seu grau de

extroversão nas situações informais. Por vezes, há dificuldade em empregar a variedade e o estilo de

linguagem adequados à situação comunicativa ou em mobilizar os aspectos cinésicos e paralinguísticos

de maneira funcional.

Sugerimos uma conversa com os alunos para falar da importância de desenvolver as habilidades relativas à oralidade e comentar que isso se faz com a prática frequente. Proponha, então, que se preparem

para momentos de fala para a turma. Você pode criar uma agenda, distribuindo as atividades ao longo de

determinado período, e pode optar por permitir que os alunos escolham livremente os temas, oferecer

um conjunto deles para que cada um selecione o preferido ou predefinir os temas de cada um. É possível,

por exemplo, fazer uma pergunta e orientá-los a defender um ponto de vista, sustentando-o com três

argumentos.

Promova uma audição atenta das falas e teça comentários construtivos para que o aluno saiba em que

investir na próxima ocasião de apresentação.

Grade relativa ao uso da língua

Conforme antecipamos, apresentamos aqui duas tabelas que poderão ser utilizadas por você, professor,

para a avaliação de alguns aspectos relativos ao uso da língua em textos produzidos na modalidade escrita.

As rubricas de correção têm como princípio a descrição de determinadas características dos textos, por entendermos que desse modo torna-se mais fácil verificar aspectos que precisam ser aprimorados e a comunicação deles aos alunos, caso o deseje fazer. Você pode preencher a tabela com um X no campo correspondente ao que observa ou atribuir pontuação a cada item.

Aspectos

gramaticais

O texto apresenta

inadequação(ões)

inesperada(s) em relação à

variedade em foco

O texto apresenta

inadequações frequentes em

relação à variedade em foco

O texto apresenta algumas

inadequações em relação à

variedade em foco

O texto não apresenta

inadequações em relação

à variedade em foco ou

apresenta inadequações

pontuais

Ortografia

Acentuação

Concordância

verbal

Concordância

nominal

Pontuação

Segmentação

de períodos e

parágrafos

Escolha

de

palavras

Precisão Variação

Uso de vários

termos com

sentido

equivocado

Uso de poucos

ou de nenhum

termo com

sentido

equivocado

Uso de vários

termos com

sentido

impreciso

Uso de poucos

ou de nenhum

termo com

sentido

impreciso

Repetição

frequente de

termos

Texto com

bom uso de

recursos de

substituição

Predomínio de

palavras mais

comuns

Texto com

vocabulário

variado

P:27

XXV

Observe que a primeira tabela pode perder ou ganhar itens

conforme o curso for avançando. A regência verbal, por exemplo, pode ser incluída a partir da unidade 2 do 7o

ano, quando os

alunos estudam o uso dos pronomes oblíquos átonos o e lhe, e

sua avaliação pode se tornar mais exigente a partir do 8o

ano,

quando estudarão o processo de transitividade e o uso do acento grave, indicador de crase.

Ainda nessa tabela, a primeira coluna deve marcar equívocos

que já não são esperados para a série, independentemente do

preenchimento das colunas seguintes. No 6o ano, por exemplo,

poderia ser marcada como inadequação não esperada a escrita

de losa em lugar de lousa; já no 8o

ano seria uma inadequação

não esperada a formulação encontrar-o em lugar de encontrá-lo.

As tabelas podem ser adaptadas conforme as características de suas turmas e de seu curso.

Material digital

Além desse material impresso, em que consta este manual

do professor, acompanha também a coleção um material digital que tem como objetivo fornecer outras possibilidades

de trabalho com suas turmas. Você poderá utilizá-lo da forma

que considerar mais interessante, levando em conta o ritmo de

aprendizagem de seus alunos, seus objetivos pedagógicos e a

quantidade de horas-aula de que dispõe para realizar o curso.

No material digital, você poderá acessar, por ano, doze sequências didáticas (contendo proposta de planejamento aula a

aula), atividades relacionadas ao tema da sequência e avaliações

de acordo com os objetivos propostos na sequência – e suas habilidades previstas pela BNCC (2017). Além disso, disponibilizamos quatro propostas temáticas de acompanhamento de aprendizagem (atividades avaliativas), compostas de questões de

variados níveis, gabaritos comentados dessas questões e orientações sobre o que fazer ao se detectarem dificuldades dos alunos nas respostas dadas por eles ou nos distratores assinalados

equivocadamente nos testes. Sugerimos, também, um Plano de

desenvolvimento do curso ao longo de um ano letivo. Nesse material, há, ainda, arquivos de áudio contendo narrativas, leituras

dramatizadas de textos, entrevistas e videoaulas bastante acessíveis ao universo dos alunos. Finalmente, será possível acessar

um projeto integrador relacionado a cada um dos volumes desta

coleção. Esse projeto – de caráter interdisciplinar – dialoga diretamente com as competências gerais descritas na BNCC.

Seções e boxes da coleção

Nos quadros a seguir, estão relacionadas e descritas, de modo sintético, as várias seções e boxes da coleção. As sugestões

para o professor envolvem as ações mais comuns para sua aplicação. Alertamos para a existência, no material do aluno ou no

manual em “U”, de orientações específicas em muitas seções,

feitas com o objetivo de aproveitar particularidades de um

texto ou atividade, de diversificar o conjunto de práticas realizadas durante a aula e de trabalhar algumas das competências

gerais indicadas pela BNCC.

Descrição Sugestões para o professor

Capítulo

com foco em um

gênero

Leitura 1

Desvendando o texto:

atividades de análise do

sentido global do primeiro

texto exemplar do gênero

Como funciona um(a)

[gênero]: atividades de

observação de características

do gênero (contexto de

produção e circulação,

estrutura composicional

e elementos estilísticos);

boxe de sistematização das

informações apresentadas

• Solicitar a leitura ou apresentar o áudio/vídeo. Seguir orientações

específicas apresentadas na seção, quando for o caso.

• Orientar uma visão geral do texto quando for um poema ou texto

em prosa subdividido com intertítulos ou contiver imagens, links,

boxes e rubricas.

• Perguntar aos alunos sobre dúvidas relativas a vocabulário,

conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos

conseguem resolver essas dúvidas.

• Perguntar aos alunos, antes ou depois das atividades, se gostaram

do texto, se concordam com o ponto de vista defendido nele, se se

sentiram informados etc., conforme o assunto.

• Solicitar a realização das atividades.

• Fazer a correção das atividades, voltando ao texto quando os

alunos tiverem dificuldade em localizar uma informação ou

elemento em seu contexto.

• Ler o boxe Da observação para a teoria, explicando as informações

apresentadas. Relacioná-las ao boxe com as respostas e

observações construídas durante a leitura e a realização das

atividades.

P:28

XXVI

Descrição Sugestões para o professor

Capítulo

com foco em um

gênero

Leitura 2

Refletindo sobre o

texto: atividades de

análise do segundo texto

exemplar do gênero com

observação do contexto

de produção e circulação,

estrutura composicional e

elementos estilísticos e sua

articulação para construção

do sentido global; boxe

de sistematização das

informações apresentadas

• Solicitar a leitura ou apresentar o áudio/vídeo. Seguir orientações

específicas apresentadas na seção, quando for o caso.

• Orientar uma visão geral do texto quando for um poema ou texto em

prosa subdividido com intertítulos ou contiver imagens, links, boxes e

rubricas.

• Perguntar aos alunos sobre a existência de dúvidas relativas a

vocabulário, conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos

conseguem resolver essas dúvidas.

• Perguntar aos alunos, antes ou depois das atividades, se gostaram do

texto, se concordam com o ponto de vista defendido, se se sentiram

informados etc., conforme o assunto.

• Pedir aos alunos que façam comparações entre o texto e a Leitura 1,

observando semelhanças e diferenças temáticas, composicionais e

estilísticas.

• Solicitar a realização das atividades.

• Fazer a correção das atividades, voltando ao texto quando os alunos

tiverem dificuldade em localizar uma informação ou elemento em

seu contexto. Verificar se informações relativas ao gênero estão

sendo mobilizadas na leitura do sentido global.

• Ler o boxe Da observação para a teoria, explicando as informações

apresentadas. Relacioná-las ao boxe com as respostas e observações

construídas durante a leitura e a realização das atividades.

Se eu quiser

aprender mais

Atividades de exploração

e aprofundamento de um

aspecto pontual do gênero

(modalização, contra-

-argumentação, tipos de

discurso etc.), que pode ser

estendido a outros

• Parafrasear a introdução da seção e solicitar que os alunos resolvam

as atividades.

• Aproveitar cada um dos novos textos como objeto de leitura,

pedindo a um ou mais alunos voluntários ou indicados que produzam

paráfrases ou sínteses orais.

• Corrigir as atividades, destacando o aspecto pontual em foco.

Meu/minha

[gênero] na

prática

Momento de produzir –

Planejando meu/minha

[gênero]: quadro que reúne

e sintetiza características

do gênero já observadas

nas etapas anteriores e as

desdobra em orientações

específicas para a produção

Momento de produzir –

Elaborando meu/minha

[gênero]: orientação em

passos para a produção da

primeira versão do texto

• Ler (principalmente no início do ano) a proposta de produção e os

passos do planejamento e da elaboração para verificar dúvidas e

apresentar orientações complementares.

• Solicitar o planejamento como tarefa de casa, preferencialmente.

Tomar essa decisão observando se a tarefa é individual ou em

grupo.

• Solicitar a elaboração levando em conta a natureza da produção.

Filmagens ou inclusão de imagens no texto verbal, por exemplo,

exigem ações fora da sala de aula e maior tempo de preparo.

• Enfatizar que o aspecto textual estudado em Se eu quiser aprender

mais pode contribuir para uma produção de mais qualidade.

P:29

XXVII

Descrição Sugestões para o professor

Capítulo

com foco em um

gênero

Meu/minha

[gênero] na

prática

Momento de reescrever –

Avaliando minha produção:

orientações para a avaliação

do texto, com quadro de

critérios pertinentes à

proposta específica

Momento de reescrever –

Reescrevendo meu/minha

[gênero]: orientações para a

reescrita levando em

conta a avaliação feita e o

produto a ser apresentado

• Ler (principalmente no início do ano) ou parafrasear as orientações

para a avaliação e reescrita para verificar dúvidas.

• Comentar, a partir da segunda produção, a importância de os alunos

conhecerem os critérios de avaliação ainda durante a elaboração para

ficarem atentos aos aspectos indicados.

• Acompanhar atentamente o processo de avaliação para garantir a

interação respeitosa e qualificada entre os alunos.

• Oferecer dicionários, gramáticas e o próprio conhecimento para

solucionar dúvidas relativas à norma-padrão e variedades linguísticas.

• Solicitar a reelaboração do texto já considerando a forma como será

divulgado.

Momento de apresentar –

Orientações passo a passo

para a divulgação da produção

• Reservar espaços na escola, providenciar material, organizar

atividades, quando for o caso.

• Fazer adaptações nas propostas quando não for possível produzir o

produto indicado.

• Orientar a divulgação: mural, coletânea impressa, postagem no blog,

momento de apresentação oral etc.

• Formar a equipe de editores, quando for o caso.

• Acompanhar o processo de elaboração do produto para divulgação.

Textos em

conversa

Atividades de leitura, com

a exploração de texto que

dialoga com o disponível em

Leitura 1 ou Leitura 2 por

tema ou campo de atuação

• Orientar a leitura do texto em silêncio ou em voz alta.

• Perguntar aos alunos sobre a existência de dúvidas relativas a

vocabulário, conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos

conseguem resolver essas dúvidas.

• Solicitar aos alunos que façam as atividades antes de promover uma

discussão, para que tenham de mobilizar os próprios conhecimentos.

• Elaborar questões gerais para verificar a compreensão global ou pedir

a um aluno que faça uma paráfrase do texto.

• Auxiliar os alunos a compreender o diálogo existente entre os textos,

explorando similaridades e diferenças.

• Perguntar aos alunos se, após essa discussão, desejam rever uma

ou mais respostas. Conceder tempo para que releiam e ajustem seu

material.

• Corrigir as questões.

Transformando

[gênero] em

[gênero]

Atividade criativa de

produção de texto, com a

retextualização (em sentido

amplo) de uma das leituras do

capítulo para um novo gênero

• Avaliar a possibilidade de propor a atividade como tarefa de casa,

considerando o tempo necessário à preparação e à realização

individual ou em grupo.

• Fazer a leitura das orientações, explicando os passos,

complementando-os ou adaptando-os, se for o caso.

• Promover uma reflexão coletiva acerca das transformações operadas

na transposição dos gêneros, para reforçar o conhecimento sobre os

gêneros envolvidos.

• Perguntar aos alunos se gostaram de realizar a atividade, sobretudo

quando envolver gêneros ou temas diretamente relacionados à

cultura juvenil.

• Organizar a avaliação dos textos, com base nas questões contidas na

seção.

• Organizar a divulgação do material.

P:30

XXVIII

Descrição Sugestões para o professor

Capítulo

com foco em um

gênero

Mais da língua

Pra começar: breve atividade

de ativação de conhecimento

prévio ou observação de

tópico gramatical em uso

Tópico: exposição teórica

de tópicos gramaticais,

com exemplos, esquemas e

tabelas

[Tópico] na prática: atividades

de exploração de textos de

gêneros variados para leitura

de sentido global, observação

de usos intencionais da língua

e demais semioses e efeitos

deles decorrentes e reflexões

metalinguísticas

• Solicitar a realização de Pra começar como tarefa de casa ou como

atividade de sala. Não solicitar a continuidade da seção antes da

reflexão sobre essa atividade inicial.

• Partir da atividade para a exposição do conteúdo teórico,

preferencialmente por meio de paráfrase, com aproveitamento ou

não dos exemplos e esquemas do capítulo. O texto didático deve

servir, preferencialmente, como material para consulta ou estudo

posterior.

• Solicitar a realização das atividades e fazer, posteriormente,

a correção. Aproveitar, nessa etapa, os textos das atividades

solicitando paráfrases, questionando os alunos sobre a

concordância ou não com o ponto de vista defendido, identificando

e discutindo a presença de estereótipos etc.

• Observar se há, na seção, um Desafio de escrita e organizar a

atividade de modo que seja realizado após as correções.

• Avaliar, no final da seção, se houve bom aproveitamento das

atividades. Os tópicos serão retomados em seções posteriores, mas,

caso seja notada dificuldade significativa, propor outras atividades

(orais e coletivas, escritas e individuais etc.), inclusive se valendo dos

textos disponíveis no capítulo.

Isso eu já vi/Isso

eu ainda não vi

Atividades de revisão ou

apresentação de itens

pontuais importantes para

a apropriação da linguagem

escrita

• Solicitar aos alunos que façam as atividades como tarefa de casa ou

de sala.

• Explicar não ser um objetivo a memorização das regras informadas;

elas funcionam como material de consulta.

• Proceder a correção, avaliando a apropriação das informações.

No caso de revisões, esperam-se respostas rápidas e

predominantemente corretas.

• Retomar as informações por meio de paráfrase e síntese para

reforçá-las e verificar sua compreensão.

• Avaliar, no final da seção, se houve bom aproveitamento das

atividades. Caso seja notada dificuldade significativa, propor

outras atividades.

• Fazer referência constante, nas atividades de leitura e de produção,

aos conteúdos da seção como forma de reforçar o processo de

aquisição da linguagem escrita.

P:31

XXIX

Descrição Sugestões para o professor

Seções especiais

Minha canção

Atividade criativa de fruição

de uma canção brasileira e

orientações para a produção

de um texto verbal ou

multissemiótico em diálogo

com ela

• Estimular a turma a cantar a canção, se possível acompanhada por

instrumentos musicais. Se não for possível, procurar o áudio na

internet.

• Parafrasear ou ler as questões feitas com o intuito de estimular a

reflexão, a discussão e a fruição da canção. Não é indicado que os

alunos respondam às questões uma a uma e por escrito.

• Estimular a recuperação do conhecimento prévio da turma sobre o

compositor ou intérprete, sobre o estilo musical, sobre o videoclipe

ou show a que se vincula a canção etc.

• Estimular a apresentação de opiniões acerca da letra e da melodia.

• Ler e orientar a produção sugerida na seção, verificando adaptações

necessárias, combinando prazos e rotina de trabalho etc.

• Reservar espaço para exposição, providenciar material etc.

Conversa

com arte

Atividades de análise de um

objeto representativo de um

tipo de arte (cinema, pintura,

dança etc.) para observações

sobre aspectos materiais,

sentido construído, efeitos

previstos e contexto de

circulação

• Verificar se a atividade pode ser feita apenas com apoio no livro ou se

é preciso buscar algum equipamento.

• Oferecer tempo para que os alunos, individualmente ou em grupo,

analisem a imagem.

• Trabalhar com ênfase a imagem, explorando aspectos como

elementos representados, posições desses elementos, recorte,

cores, efeito da luz, sugestão ou não de movimento e de áudio etc.

• Explorar conhecimento prévio dos alunos acerca daquele tipo de arte.

• Parafrasear ou ler as questões da seção para promover a reflexão e a

discussão. Não é indicado que os alunos respondam às questões uma

a uma e por escrito.

• Explorar a maneira como os alunos recebem aquele tipo de arte (Já

gostavam? Estão interessados em conhecer mais? etc.).

Expresse-se

Atividades criativas breves

de análise de outros objetos

representativos do tipo

de arte estudado na seção

Conversa com arte para

observação de similaridades

e diferenças; produção ou

divulgação de um objeto

artístico

• Verificar se a atividade pode ser feita apenas com apoio no livro ou se

é preciso buscar algum equipamento.

• Reservar tempo para que os alunos, individualmente ou em grupo,

respondam às questões.

• Discutir as respostas para criar ou ampliar o repertório do aluno

acerca daquele tipo de arte. Não é preciso corrigir as questões com o

fim de indicar acertos ou não.

• Questionar novamente os alunos acerca da relação que estão

estabelecendo com esse tipo de arte. Pedir que justifiquem os pontos

de vista apresentados.

• Ler o orientar a produção sugerida na seção, verificando adaptações

necessárias, combinando prazos e rotina de trabalho etc.

• Reservar espaço para exposição, providenciar material etc.

P:32

XXX

Descrição Sugestões para o professor

Seções especiais

Entre saberes

Atividades de resolução

de problemas diversos

relativos aos campos

jornalístico/midiático, da

atuação na vida pública

ou das práticas de estudo

e pesquisa; produção

de um texto verbal ou

multissemiótico para

divulgação de resultados ou

atuação na comunidade

• A seção contém atividades muito diversas, e as ações do professor

devem ser condizentes com essas particularidades. Há orientações

específicas na seção.

Leitura puxa

leitura

Sistematização, em quadros,

das leituras feitas no capítulo

a fim de explicitar os ganhos

para o repertório pessoal do

aluno; eventualmente inclusão

de sugestão

• Pedir aos alunos que leiam ou façam paráfrases dos quadros com os

comentários sobre os textos com os quais tiveram contato.

• Estimular uma discussão em que comentem a relação que

estabeleceram com esses textos e com o gênero (Gostam de ler

textos do gênero? Entendem a importância dessa leitura? Gostaram

dos textos selecionados? Teriam sugestões aos colegas?).

• Comentar sua própria relação com as obras.

Biblioteca

cultural em

expansão

Sistematização, em quadros,

de sugestões de obras

literárias, filmes, museus

virtuais etc. que dialogam com

uma das leituras do capítulo e

podem interessar àqueles que

a apreciaram

• Ler ou fazer uma paráfrase dos quadros com as sugestões.

• Incluir outras sugestões conhecidas pelo professor e que sejam

pertinentes ao conjunto.

• Perguntar aos alunos se alguém conhece alguma delas e solicitar

que fale dessa experiência. O professor também pode falar de sua

experiência.

• Perguntar aos alunos se estão interessados em conhecer uma das

obras. Em caso de interesse coletivo, considerar a possibilidade de

criar um projeto de leitura. Em caso de interesse particular, verificar

se o aluno aceita apresentar para a turma o resultado de sua leitura

por meio de uma resenha escrita ou oral.

P:33

XXXI

Boxes

Biblioteca cultural

Convite ao aluno para pesquisa de sites que podem ampliar seu conhecimento acerca de um

artista ou tema em foco.

• Alguns dos boxes são acompanhados de orientações específicas.

Investigue em

Convite ao aluno para pesquisa em material produzido por outras disciplinas para abordar

uma questão específica.

• Os boxes estão acompanhados pelas respostas e, eventualmente, por orientações

específicas.

Fala aí

Pergunta provocativa que instiga a reflexão e o debate acerca de um tema com implicações

éticas, morais ou estéticas.

• Evite tratar o boxe como atividade secundária, de pouca importância. Ele contribui para a

leitura ativa do texto e para o dinamismo da aula.

• Planeje o melhor momento de explorar o boxe, considerando as características de sua

turma, como a maior ou menor adesão a situações de debate.

• Aproveite as questões para instigar a turma a refletir e debater e esteja muito atento ao

que é dito, ao que fica implícito na fala e também ao que é sugerido por gestos, olhares e

silêncios, uma vez que estão em questão temas relativos a competências socioemocionais.

• Procure a parceria de outros profissionais da escola caso note algum comportamento que

precisa ser acompanhado ou sofrer interferência imediata.

• Os boxes são acompanhados de orientações específicas.

Se esse [gênero] fosse meu/

minha

Atividade que propõe alguma interferência em um dos textos estudados no capítulo.

• Os boxes são acompanhados de orientações específicas.

A língua nas ruas

Orientação de atividade de investigação de uso real da língua na mídia ou pelos falantes da

comunidade.

• Os boxes são acompanhados de orientações específicas e contam com expectativas de

resposta.

Abuse da língua

Desafio de caráter lúdico para a produção de um pequeno texto empregando um tópico

gramatical em estudo.

• Os boxes são acompanhados de orientações específicas e/ou contam com sugestões de

respostas.

Sabia? Apresentação de informações complementares ou curiosidades acerca de um tema em

estudo.

Lembra? Revisão sintética de conceitos já estudados e necessários à realização de alguma atividade.

Boxes-conceito Síntese de um conceito em estudo.

Boxes informativos Apresentação de informações extras relevantes para um tópico em estudo.

Da observação para a teoria Sistematização das observações sobre o gênero promovidas nas atividades de Leitura 1 e

Leitura 2.

Dica de professor Apresentação de orientações pontuais que ajudam o aluno a compreender um termo técnico

ou a realizar uma atividade proposta.

De quem é Apresentação sintética de informações acerca do artista que produziu os textos estudados

em Leitura 1 e Leitura 2.

P:34

XXXII

Orientações gerais

Acrescentamos a seguir mais algumas sugestões àquelas

que estão contidas nos quadros anteriores.

1. Antecipe as leituras das seções e de suas orientações para

que possa avaliar a viabilidade de algumas atividades ou

fazer adaptações necessárias, considerando o tempo e os

materiais de que dispõe e as características da turma.

2. Busque alternativas para que as produções dos alunos realmente sejam divulgadas/publicadas. Verifique, por exemplo, se é possível criar um espaço na biblioteca ou junto da

secretaria para expor coletâneas ou revistas produzidas

pelas turmas; criar um espaço nos corredores para inserção

de murais; deslocar aparelhos de som para reprodução de

podcasts no pátio etc.

3. Alterne o modo de realização das atividades: oral ou escrita, individual ou coletiva, na sala ou como tarefa de casa.

Há orientações para isso em vários pontos dos capítulos.

4. Esteja atento às respostas dadas pelos alunos para avaliar

a necessidade de reapresentar algum tópico em estudo,

revisitar informações, fazer correções no planejamento ou

realizar atuações individualizadas (leia mais sobre isso na

seção Avaliação, neste manual).

5. Observe sempre a adequação das respostas aos comandos

presentes nas questões. Veja se os alunos compreendem a

diferença entre transcrever, identificar, analisar, explicar,

comparar etc.

6. Oriente os alunos nos momentos em que assistirão a exposições teóricas ou informativas para que saibam se devem

tomar nota e como devem fazer isso. Aos poucos, eles deverão decidir sozinhos.

7. Procure solicitar, com frequência, a leitura dos textos em

voz alta para que os alunos exercitem a altura de voz, ritmo de leitura, adequação das pausas à pontuação, respiração etc.

8. Oriente os alunos para que façam a escuta atenta das suas

falas e das dos colegas. Eles devem saber identificar momentos em que podem interferir e momentos em que devem

esperar que o turno de fala seja liberado.

9. Estimule os alunos a apresentar os seus pontos de vista e a

sustentá-los de maneira respeitosa e equilibrada.

10. Apresente a eles os seus pontos de vistas e experiências de

leitura, criando uma relação de parceria na aprendizagem.

Evite os posicionamentos de ordem partidária e forneça,

desde que não esbarre em direitos humanos, mais de um

ponto de vista sobre um assunto.

11. Garanta o respeito mútuo durante as aulas. Não permita

que comportamentos inadequados interfiram no seu trabalho e na possibilidade de aprendizagem do grupo, pontuando sempre que perceber que isso está acontecendo.

Refaça os contratos de trabalho justificando a importância do coletivo e atue individualmente quando notar

que um ou mais alunos destoam da turma, procurando

envolvê-los nas atividades, chamando-os para conversas particulares ou se valendo de medidas disciplinares,

combinadas coletivamente entre os professores, quando

necessário.

P:35

XXXIII

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS

Introdução

No “manual em U”, você encontra parte significativa das observações acerca de decisões metodológicas, orientações pontuais, sugestões de abordagens e sugestões de condução de

atividades. Não obstante, algumas abordagens exigem um tratamento mais detido, que não é viável no espaço disponível. É o

caso, principalmente, das observações acerca do gênero em foco

no capítulo. Tal conteúdo aparece nesta parte específica do MP.

Nela, também há propostas extras de produção de texto.

É possível que, em alguns momentos de seu curso, você disponha de tempo para a realização de uma segunda produção de

um gênero textual ou deseje aplicar uma avaliação. Sempre que

possível deixamos de indicar, na parte a ser apresentada aos

alunos (“Proposta”), o número limite de linhas, a forma de circulação e o tipo de avaliação, permitindo-lhe adaptar as propostas às necessidades de seu curso.

Esclarecemos, por fim, que, nesta parte específica do MP

e também no “manual em U”, listamos as habilidades que estão

sendo desenvolvidas nas várias seções e pré-requisitos. Gostaríamos de lembrar que as habilidades são desenvolvidas gradativamente, cabendo a revisitação delas ao longo dos anos para um

resultado mais qualificado. Como lembra a BNCC, “mesmo em

relação à programação das habilidades, seu desenvolvimento

não se dá em curto espaço de tempo, podendo supor diferentes

graus e ir se complexificando durante vários anos” (BNCC, p. 74).

Primeiro bimestre

Neste bimestre, os alunos estudarão os gêneros diário e

verbete.

O diário não é um gênero previsto pela BNCC nos anos

correspondentes ao Ensino Fundamental – anos finais. Ele se

vincula ao campo da vida cotidiana, trabalhado nas séries anteriores ao 6o

ano. Entretanto, optamos pela inserção desse

gênero no primeiro capítulo como estratégia para realizar a

transição entre o Ensino Fundamental – anos iniciais e o Ensino Fundamental – anos finais. Na passagem do diário pessoal

para o publicado e, portanto, público, saímos da comunicação

pessoal e íntima para alcançar o universo social, contribuindo

para que o aluno tenha consciência de que ele estará, a partir do

6o

ano, cada vez mais inserido no mundo que ultrapassa o familiar e próximo. Nesse sentido, o gênero dialoga com as CG 6 e

8, que tratam do autoconhecimento, da inserção na diversidade

humana e da ação que se faz cada vez mais autônoma, exigindo

consciência crítica e responsabilidade.

Quanto à temática, o segundo texto trata da guerra ocorrida

na ex-Iugoslávia. Os dados apresentados junto da leitura para

sua contextualização são suficientes, mas sugerimos que você

mostre o capítulo ao professor de História para verificar se há

possibilidade de uma abordagem conjunta. Ele pode selecionar

textos acessíveis acerca do conflito na ex-Iugoslávia para que

os alunos possam comparar o que é dito pela imprensa e/ou pelas autoridades àquilo que relata a adolescente Zlata. Abordagens como essa contribuem para o desenvolvimento da quarta

competência específica de História, que prevê a identificação

de interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos

sobre um mesmo contexto histórico.

Já a abordagem do verbete atende ao propósito de qualificar a participação dos alunos nas práticas relativas ao estudo

e à pesquisa para favorecer a compreensão do mundo físico e

da realidade social, além de contribuir para o prosseguimento

dos estudos e posterior inserção no mundo do trabalho, objetivos indicados pela BNCC (p. 148). São princípios relacionados, principalmente, à CG 1, que cita a valorização e utilização

dos conhecimentos historicamente construídos. Para alcançá-

-los, o documento destaca, principalmente nas habilidades

EF69LP29 e EF69LP35, a aprendizagem de procedimentos de

leitura/escuta e de produção de determinados gêneros, dentre

os quais o verbete, considerando sua função social e analisando

sua forma de organização e recursos linguísticos. Neste capítulo, a Leitura 1 traz um verbete de dicionário linguístico impresso, e a Leitura 2, um verbete de enciclopédia digital, mostrando

uma variação do gênero promovida, entre outros aspectos, pelo

objeto abordado e pelo suporte.

Destacamos que a leitura e a compreensão de verbetes de

dicionário são habilidades indicadas já para o 5o

ano, prevendo

observação da estrutura e das informações gramaticais e semânticas neles contidas, tendo sido antecedida, nos anos anteriores, pela consulta para esclarecimento de dúvidas sobre

a escrita de palavras ou seus significados e pela produção de

textos para enciclopédias infantis. A proposta, agora, prevê a

retomada e a ampliação dessas operações.

Destacamos, ainda, que o texto da Leitura 2 abre espaço para

uma atividade conjunta com o professor de História. Sugerimos

que seja apresentada a ele a subseção do verbete intitulada “Origem”, que trata da evolução do sapato ao longo do tempo. Vocês

podem planejar uma atividade de pesquisa para a produção de

verbetes complementares. Em grupos, os alunos podem pesquisar informações sobre um tipo de calçado específico, como

as getas japonesas, a tzanga romana ou o chopine veneziano. A

atividade permite relacionar objetos e tecnologias às estruturas

sociais e culturais, contribui para conhecimento da historicidade

no tempo e no espaço e concorre para o desenvolvimento de habilidades relativas à pesquisa, além de ser mais uma oportunidade de exploração do gênero verbete. A atividade pode ser estimulada, ainda, com a visita ao site Museu do Calçado de Franca.

P:36

XXXIV

Capítulos Pré-requisitos

necessários

Principais objetivos relacionados ao

conteúdo dos capítulos

Competências

gerais em foco

Competências e

habilidades desenvolvidas

Diário: registro do eu

no mundo

 EF03LP12

 EF35LP01/07

 EF67LP04

 EF69LP56

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do diário.

 Diferenciar características de um texto íntimo

daquelas de um público.

 Refletir sobre a escrita íntima ou pública no

formato blog.

 Retomar critérios para organização do texto em

parágrafos.

 Produzir uma página de diário.

 Reconhecer similaridades temáticas ou

discursivas entre uma página de diário e um

relato de experiência.

 Compreender a linguagem como atividade de

interação.

 Explorar semioses específicas.

 Refletir sobre a seleção e a combinação na língua.

 Revisar a notação de determinadas palavras.

 Explorar produções de retrato (fruição de artes

visuais).

 Produzir uma série de retratos (expressão

artística).

 CG 3, 6, 8, 9  CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,

9, 10

 EF06LP04/05/06/11/12

 EF67LP04/07/08/11/15/

20/23/25/27/28/30/

32/33/36/37/38

 EF69LP01/02/03/04/

05/08/17/21/36/42/44/

45/49/51/55/56

Verbete: palavra que

explica palavra

 EF35LP11/12

 EF05LP22

 EF67LP04

 EF69LP29

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do gênero verbete.

 Reconhecer a função informativa e o uso

referencial do gênero.

 Entrar em contato com um verbete de dicionário

e um verbete de enciclopédia digital colaborativa.

 Explorar recursos próprios de cada suporte.

 Perceber as particularidades do gênero relativas

às condições de produção e circulação social.

 Estudar critérios de segmentação de frases.

 Produzir um verbete enciclopédico.

 Identificar a presença de definição no verbete e

em outros gêneros.

 Divulgar conteúdo informativo em um contexto

de produção e recepção de gênero oral.

 Ampliar a compreensão do papel da língua na

inserção do indivíduo em práticas sociais diversas.

 Refletir sobre as relações entre linguagem/

língua e identidade cultural.

 Compreender o fenômeno da variação linguística

e reconhecer marcas de variedades diversas.

 Entender os conceitos “norma-padrão” e de

“variedades urbanas de prestígio”.

 Observar o processo de adequação de uma

variedade linguística a uma situação comunicativa.

 Refletir sobre a noção de “preconceito linguístico”.

 Revisar convenções de escrita relativas ao uso

de parônimos.

 Escrever um verbete de enciclopédia digital

colaborativa.

 CG 1, 5  CEL 1, 2, 3, 5, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10

 EF06LP06/11

 EF67LP01/08/11/12/

20/21/23/26/28/32/33

 EF69LP02/04/06/07/

08/10/12/17/29/30/32/

34/35/36/38/40/42/

44/47/48/55/56

Minha canção:  CELP 3

 EF67LP11/28

 EF69LP48

P:37

XXXV

Material digital

Material Tema

Sequência didática 1 O diário

Sequência didática 2 O retrato na pintura e a descrição

como forma de retrato

Sequência didática 3 Os tipos de dicionário e o

conteúdo dos verbetes

Videoaula Como nos comunicamos?

Áudio A enciclopédia no meu tempo

Avaliação 1

Propostas de produção de texto extras

Diário: registro do eu no mundo

No capítulo 1, os alunos produziram uma página de diário

relatando algumas experiências e acontecimentos ocorridos

no início do ano. Agora, a ideia é produzir uma página de diário

ficcional cujo conteúdo ultrapasse o âmbito individual, assim

como acontece em O diário de Zlata, obra que os alunos tiveram a oportunidade de conhecer. A narrativa da adolescente de

Saraievo apresenta ao leitor fatos que dizem respeito a muitos

que enfrentam uma guerra.

Sugerimos que a página de diário não ultrapasse 30 linhas e

que seja divulgada em um mural na classe. A avaliação pode ser

feita em duplas escolhidas por você para favorecer novas interações. A grade do capítulo (rubrica de correção) é adequada a

essa avaliação.

Proposta

No capítulo 1, você conheceu O diário de Zlata. Nele, a jovem relatou

como viveu durante o período da guerra. Ao contar sua experiência

pessoal, Zlata permitiu ao leitor saber como as pessoas sobrevivem

nesses momentos extremos: que dificuldades enfrentam, como se

sentem, quais são os efeitos da guerra etc.

Reflita sobre as experiências de sua comunidade e crie uma página

de diário ficcional em que seja relatado, por exemplo, o enfrentamento de uma dificuldade (uma enchente, um apagão, um vendaval, por

exemplo).

Não se esqueça de que o relato deve ser pessoal, ou seja, a situação

coletiva será apresentada a partir de uma experiência particular.

Consulte o capítulo 1 para rever as orientações de planejamento e

elaboração da página do diário.

Verbete: palavra que explica palavra

No capítulo 2, os alunos produziram um verbete enciclopédico

para explicar um lugar fictício, tendo como modelo o Dicionário

de lugares imaginários, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi,

e seu verbete sobre o Sítio do Picapau Amarelo, espaço ficcional

criado pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato. Vão experimentar agora redigir um verbete sobre algo real – a fruta mangostão

ou mangostin – partindo de uma notícia. Nessa retextualização,

precisarão selecionar adequadamente as informações e apresentá-las empregando linguagem formal e objetiva, em um texto

que – sugerimos – tenha por volta de 20 linhas.

Para que tenham acesso à notícia, você pode disponibilizar o

link, reproduzir o texto ou lê-lo duas vezes, pedindo-lhes que anotem as informações mais relevantes. Neste último caso, sugerimos que o texto fique disponível para consulta durante a atividade.

Sugerimos a avaliação em duplas, apoiada pela grade de

critérios (rubrica de correção) do capítulo. Ajude os alunos a

adaptá-la à nova situação.

Proposta

Você produziu, no capítulo 2, um verbete enciclopédico sobre um lugar imaginário. Nesse texto, explicou esse lugar, oferecendo informações completas e procurando ser didático, afinal um verbete deve ser

informativo e claro.

A ideia agora é que você produza um verbete sobre algo real – a fruta

mangostão ou mangostin — seguindo o modelo da Wikipédia. Para

saber sobre ela, leia a notícia a seguir:

Fruta exótica é produzida em Linhares e comercializada no Ceasa

Você já ouviu falar no mangostin ou mangostão? A fruta é conhecida

na Ásia e na Indonésia, onde é mais produzida, como “a fruta mais

saborosa do mundo” por possuir um sabor exótico e delicioso. Além

disso, ela oferece benefícios para a saúde.

A comercialização do mangostin no mercado das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES) começou no mês de julho [2015]

com o preço médio do quilo ofertado a R$17,00.

Marcos Simonassi vende o mangostin e garante que a fruta é bastante procurada. “No mês eu costumo vender aproximadamente 2 mil

toneladas da fruta. No Brasil, o plantio do mangostin é destaque nos

estados de São Paulo, Bahia e no município de Linhares, no Norte do

Espírito Santo”, conta Simonassi.

Saúde

O mangostin é uma fruta rica em proteínas, fibras, ferro, magnésio,

fósforo, potássio, zinco, cobre e manganês. Além das vitaminas C, B6 e

B12. “Com apenas 63 calorias por 100 gramas, não apresenta teor de

gordura saturada nem de colesterol”, explica a nutricionista Matilde Alves.

Segundo a nutricionista, o mangostin possui antioxidantes que auxiliam no combate a doenças como câncer e retardam o envelhecimento.

“Os antioxidantes são reconhecidos pela sua capacidade de proteger o

corpo de efeitos deteriorantes. Além disso, é uma excelente fonte de

fitonutrientes que oferecem benefícios que incluem efeitos antioxidantes.

Os fitonutrientes específicos que se encontram em frutas e verduras

funcionam em conjunto com outros nutrientes para proteger a saúde”,

explica a nutricionista.

Em armazenamento fechado, seco e quente, os mangostões podem

ser guardados por 20 a 25 dias. Períodos mais longos podem endurecer

a pele exterior, e a casca enrijecer. Quando a casca endurece, torna-se

difícil abrir os frutos, e o próprio interior seca.

Disponível em: <http://www.folhavitoria.com.br/geral/

noticia/2015/08/fruta-exotica-e-produzida-em-linhares-ecomercializada-no-ceasa.html>. Acesso em: 29 ago. 2018.

Seu verbete não deve ser longo, por isso escolha com cuidado as informações indispensáveis para informar seu leitor acerca da aparência da fruta, suas qualidades, sua produção etc. Lembre-se de que o

verbete enciclopédico é um texto formal e objetivo.

P:38

XXXVI

Capítulos Pré-requisitos

necessários

Principais objetivos relacionados

ao conteúdo dos capítulos

Competências

gerais em foco

Competências e

habilidades desenvolvidas

História em

quadrinhos: imagens

e palavras em ação

 EF15LP14

 EF35LP10

 EF67LP27

 EF69LP05

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do gênero HQ.

 Analisar a interação entre as várias semioses no

gênero.

 Reconhecer a presença de elementos implícitos

como parte do processo de leitura.

 Inferir e justificar os diferentes efeitos de sentido

produzidos pelos textos pertencentes ao gênero.

 Explorar a intertextualidade.

 Reconhecer o entretenimento, o ensinamento e a

reflexão como finalidades do gênero.

 Entrar em contato com HQs com diferentes

condições de produção.

 Refletir sobre os recursos da HQ eletrônica.

 Produzir uma HQ.

 Envolver-se em um processo de edição de revistinha.

 Reconhecer a escrita e a fala como duas modalidades

da língua e refletir sobre as diferenças e semelhanças

entre os recursos próprios de cada uma.

 Compreender a oralidade e a escrita como sistemas

complementares.

 CG 3, 4, 5  CEL 1, 2, 3, 5, 6

 CELP 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10

 EF06LP12

 EF67LP01/11/20/ 27/28/

29/30

 EF69LP02/03/05/17/19/

47/51/54/55

Segundo bimestre

Para o segundo bimestre, optamos pela exploração dos

gêneros história em quadrinhos e relato de experiência.

A CG 3 e a CEL 5 preveem a participação do aluno em

práticas diversificadas da produção artístico-cultural, tanto

locais quanto mundiais. A HQ, gênero em foco no capítulo 3,

bastante associado à cultura juvenil, estimula essa participação ao colocar o estudante em contato tanto com produtores

de grande expressão no universo midiático, caso dos quadrinhos de circulação mundial e alta vendagem, quanto com

aqueles que têm encontrado seu espaço nas mídias locais ou

nas redes sociais. Por suas várias semioses, a HQ revela-se

um gênero produtivo para o desenvolvimento da habilidade

de leitura, sobretudo no que tange à exploração de efeitos de

sentido produzidos por alguns dos recursos citados na habilidade EF67LP08: sequenciação de imagens, complementação

entre elas e a escrita, foco, ângulo etc. Além disso, favorece a

ampliação da capacidade de inferir e justificar efeitos de humor, aspecto citado na EF69LP05, obtidos, por exemplo, por

recursos iconográficos ou gráfico-editoriais, pela intertextualidade e pela metalinguagem, contribuindo também para uma

leitura mais qualificada de outros gêneros que os empregam,

como a charge ou o artigo de opinião.

Dando continuidade ao estudo da oralidade, eixo que

ganhou destaque na seção Mais da língua no capítulo 3, os

aprendizes lerão duas transcrições de relatos de experiên cia,

gênero que permitirá, entre vários outros objetivos, discutir

a adequação de variedade e estilo de linguagem à situação

comunicativa, como prevê a CELP 5, e analisar informações,

argumentos e opiniões manifestados em interações sociais,

como prevê a CELP 6. As transcrições permitem explorar a

construção do texto falado, e a exibição conjunta dos vídeos

oferece a possibilidade de observação de elementos paralinguísticos e cinésicos articulados ao texto verbal, conforme

cita a EF69LP40, além de colocar em questão possibilidades

de participação no campo jornalístico de maneira produtiva

e ética, como prevê a EF69LP06.

Destacamos a Leitura 1, que relata a experiência de um brasileiro durante um terremoto. A interpretação de fenômenos

naturais como esse, com base no modelo das placas tectônicas, é citada como na habilidade EF07CI15, a ser desenvolvida

pelo componente curricular Ciências no 7o

ano. Esse capítulo

oferece material oportuno para a abordagem: o relato remete

a uma experiência no Chile, país em que esse fenômeno ocorre

com frequência e, na seção Textos em conversa, o eu lírico do

poema menciona a impossibilidade de um terremoto em Minas

Gerais. Mostre os dois textos ao professor de Ciências, que, em

função de um eventual interesse dos alunos, poderá decidir por

antecipar a abordagem ou retomar o capítulo no ano indicado.

Advertimos que, também no volume do 7o

ano, a Leitura 2 do

primeiro capítulo, destinado à exploração de notícia, irá abordar os tremores de terra.

P:39

XXXVII

 Entender as diferentes condições de produção e de

interação de textos orais e escritos.

 Entrar em contato com transcrição de textos orais.

 Compreender o conceito de “turno conversacional”

e a negociação de turnos como um dos fundamentos

da comunicação.

 Apropriar-se dos conceitos de “letra” e “fonema”.

 Entender a ortografia como convenção.

 Explorar produções de videoclipe (fruição artística).

 Produzir playlist comentada e disponibilizá-la em

contexto digital.

Relato de

experiência: contar o

que houve comigo

 EF35LP10

 EF05LP27

 EF06LP05

 EF67LP14

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do gênero relato de experiência.

 Compreender o relato de experiência como

expressão de ponto de vista pessoal.

 Analisar os recursos empregados nas transcrições

de textos orais.

 Perceber marcas próprias da oralidade.

 Refletir sobre os diferentes graus de formalidade

adequados às várias situações comunicativas.

 Estudar relações lógicas e conectores de causa e

consequência.

 Produzir um relato de experiência oral.

 Diferenciar fato real de evento imaginado e

relacioná-los à diferença de domínio discursivo ou de

campo de atuação.

 Explorar particularidades do relato de experiência e

da entrevista em atividade de adaptação de texto.

 Estudar funções sintático-semânticas nas orações e

o funcionamento dos substantivos.

 Observar processos de formação de substantivos.

 Estudar a flexão de gênero e número dos

substantivos.

 Explorar a variação de grau do substantivo e os

valores expressivos decorrentes dela.

 Revisar a grafia de encontros consonantais.

 Entrar em contato com o movimento hip-hop.

 Produzir uma videoaula.

 CG 4, 6, 8, 9  CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10

 EF06LP01/03/04/06/11

 EF67LP03/05/06/08/

09/12/14/20/21/27/28/

32/35/37

 EF69LP02/03/06/07/

10/12/16/17/19/21/30/

39/40/42/48/54/55

 EF07LP02/08/09/14

 EF08LP05/12/13/

14/16

 EF89LP13/31/37

 EF09LP08/11

Material digital

Material Tema

Sequência didática 4 Fonema

Sequência didática 5 O hip-hop é cultura

Sequência didática 6 O substantivo

Audiovisual Histórias em quadrinhos

Videoaula Como fazer um resumo

Avaliação 2

P:40

XXXVIII

Propostas de produção de texto extras

História em quadrinhos: imagens e palavras em ação

Na seção Leitura 1, do capítulo 3, os alunos leram uma tirinha

em que o cartunista Fernando Gonsales brinca com o super-herói Thor, empregando o efeito de quebra de expectativa.

Na proposta apresentada a seguir, eles deverão produzir o

mesmo efeito, recorrendo a outro personagem de que gostem.

As tirinhas devem compor um mural em área pública da escola,

com o título “Por essa eles não esperavam...”. Sugerimos que,

desta vez, ocorra uma autoavaliação e que a aferição da recepção por outros alunos ocorra de maneira informal.

Proposta

No capítulo 3, você leu uma tirinha do quadrinista Fernando Gonsales, na qual o super-herói Thor é colocado em uma situação inesperada e risível. Gonsales buscou o efeito da quebra de expectativa.

Agora é a sua vez! Escolha outro personagem bem conhecido e, brincando com uma característica marcante dele, crie uma tirinha com o

mesmo efeito. O título geral das tirinhas é “Por essa eles não esperavam...”.

Sua tirinha pode ter, no máximo, quatro quadrinhos e deve ser feita

em uma folha de tamanho A4.

Siga as orientações apresentadas no capítulo e, após esboçar sua

produção, aplique o quadro de critérios para ver se realizou bem todos os pontos indicados. Refaça o que não ficou satisfatório e prepare a versão final da tirinha.

Relato de experiência: contar o que houve comigo

No capítulo 4, os alunos conheceram os relatos de experiência de um professor paulista que foi surpreendido por um

terremoto no Chile e de um jovem músico que participa de um

projeto social. Depois, prepararam um relato pessoal com base

em alguma experiência marcante. Com base nessa exploração

do gênero, irão fazer um novo relato, agora para contar alguma

experiência envolvendo uma relação com um animal: encontrar

um gato na rua e levar para casa, lidar com a morte de um cachorrinho, ter de fugir de um animal enfurecido etc. Propomos

que a atividade seja novamente oral, mas ela pode, facilmente,

ser adaptada para a modalidade escrita. Sugerimos que a avaliação seja feita em grupos, utilizando a grade de critérios apresentada no capítulo. Os alunos devem ouvir a gravação, comentar aspectos positivos e sugerir mudanças em pontos que não

ficaram satisfatórios.

Proposta

Você já viveu uma experiência marcante com um animal? Talvez tenha encontrado um bichinho na rua e o adotado. Ou tenha deparado

com um animal enfurecido, o que o obrigou a fugir. Muitos de nós já

sofremos com a morte de nosso pet. Esses são alguns temas possíveis para seu relato de experiência, que deve durar entre 1 min 20 s e

2 min e deve ser gravado para que seja possível refazê-lo caso não esteja satisfatório. Siga as orientações de planejamento e elaboração

que você encontrou no capítulo 4.

Terceiro bimestre

No terceiro bimestre, os alunos estudarão o poema e alguns gêneros da esfera publicitária, com destaque para o

anúncio.

Entre o 3o

e o 5o

ano do Ensino Fundamental – anos iniciais, os alunos são convidados a apreciar e a compreender

poemas e outros textos versificados para observar recursos

sonoros, iniciar a leitura mais detida de imagens poéticas

(sentidos figurados) e explorar, em poemas concretos, o formato e a diagramação das letras do texto na página. O gênero será estudado em vários momentos nesta coleção e, nesta

primeira oportunidade, optamos por retomar esse conjunto

de aspectos e explorá-lo por meio de poemas um pouco mais

demandantes quando comparados ao acervo comumente

apresentado nas etapas anteriores. O objetivo é oferecer

aos alunos condições para que possam fruir essas manifestações literárias e ampliar as práticas relativas à leitura. No

6o

ano, as habilidades relativas aos poemas são EF67LP28,

que prevê a seleção de procedimentos e estratégias de leitura adequadas ao gênero e ao suporte, e EF69LP48, que

destaca a interpretação com base no efeito produzido por

recursos expressivos.

Além de explorar o domínio da literatura, como continuação do percurso de aprendizagem, os estudantes se dedicarão à esfera da publicidade. A BNCC prevê o tratamento de

diferentes peças publicitárias, com suas práticas multissemióticas e multimidiáticas, e não apenas do anúncio publicitário impresso (p. 135). Indo ao encontro disso, no capítulo 6,

os alunos estudarão, ao lado deste gênero, um fôlder, um spot

e um filme pertencentes à mesma campanha, favorecendo a

comparação entre essas peças, como propõe a habilidade

EF69LP02, e a análise dos diferentes recursos linguístico-

-discursivos empregados para a persuasão, como indica a

habilidade EF69LP04. Embora as campanhas em foco não divulguem produtos ou serviços, e sim ideias e práticas de interesse social, sua abordagem tem como objetivo desenvolver

as estratégias de leitura crítica necessárias ao estabelecimento do consumo consciente.

Chamamos a atenção para o fato de que, ao longo do capítulo, o aluno entrará em contato com cinco peças publicitárias relacionadas ao meio ambiente, com temas diversos:

descarte de lixo na água (já na Leitura 1), aquecimento global

(duas vezes), defesa da reciclagem e ocupação de área de mananciais. A promoção da consciência ambiental está prevista

na CG 7, na CEL 4 e na CELP 6, além de corresponder a desdobramentos de outras competências relativas à leitura e à

produção de textos para defesa de posicionamento ou divulgação de conhecimento. Está também em destaque na oitava

competência específica de Ciências da Natureza, que trata do

uso dos conhecimentos da área para tomar decisões frente

às questões socioambientais contemporâneas; por isso, sugerimos um trabalho conjunto com o professor desse componente curricular: os alunos podem selecionar diferentes peças publicitárias a partir de pesquisa na internet e examinar,

com o auxílio de vocês dois, o tema ou problema levantado,

P:41

XXXIX

a maneira como ele é comunicado na campanha e o contexto

que o justifica. Será interessante, por exemplo, evidenciar

uma escolha do produtor da peça diretamente relacionada

a uma informação de contexto ainda não conhecida pelos

alunos, o que evidenciará a importância de progressivamente ampliar seus repertórios pessoais. A partir do interesse

demonstrado pelos adolescentes e do material coletado, o

professor de Ciências pode encaminhar atividades mais específicas, como a pesquisa sobre o destino do lixo na região

em que fica a escola e a ocupação de áreas de mananciais nas

proximidades, por exemplo, e solicitar a preparação de uma

campanha publicitária.

Capítulos Pré-requisitos

necessários

Principais objetivos relacionados

ao conteúdo dos capítulos

Competências

gerais em foco

Competências e

habilidades desenvolvidas

Poema: a expressão

do eu

 EF15LP17

 EF35LP31

 EF06LP04

 EF67LP28

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do gênero poema.

 Conhecer textos poéticos com diferentes formas

de composição.

 Interpretar efeitos produzidos pelo uso de

recursos expressivos sonoros, semânticos e

gráfico-espaciais.

 Analisar a organização em versos e estrofes.

 Perceber o uso da linguagem figurada como

recurso de construção da imagem poética.

 Produzir um poema.

 Observar os recursos multissemióticos

presentes em textos poéticos digitais.

 Reconhecer similaridades temáticas entre um

poema e uma escultura.

 Estudar funções sintático-semânticas de

adjetivo (ou locução adjetiva), numeral e artigo

nas orações e o funcionamento deles.

 Estudar a flexão dos adjetivos e a variação de grau.

 Explorar algumas regras de concordância

nominal.

 Refletir sobre a lógica da acentuação a partir da

observação de palavras cognatas.

 Explorar produções de design, observando a

relação entre estética e funcionalidade.

 Construir um objeto de design.

 CG 4, 8  CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6

 CELP 1, 2, 4, 7, 8, 10

 EF06LP04/06

 EF67LP01/08/20/

27/28/31/32/38

 EF69LP03/05/07/12/

44/45/46/48/51/

53/54/55

 EF07LP08

 EF08LP09

 EF89LP32/33/36

Anúncio e outros

gêneros publicitários: a

venda de produtos e de

ideias

 EF15LP04

 EF05LP05

 EF06LP04

 EF67LP08

 EF67LP15

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos

e discursivos próprios do anúncio e de outros

gêneros publicitários.

 Entrar em contato com práticas multissemióticas

e multimidiáticas relativas aos gêneros

publicitários.

 Analisar a interação entre as várias semioses

em gêneros publicitários e a adequação delas ao

contexto de circulação.

 Reconhecer a criatividade como recurso do

campo publicitário.

 Identificar e analisar estratégias persuasivas

relativas à relação com o interlocutor, inclusive a

interlocução explícita.

 Produzir um anúncio publicitário.

 Desenvolver uma campanha publicitária.

 Refletir sobre a função social de textos

publicitários e de documentos que os regulam.

 CG 4, 7, 10  CEL 1, 2, 3, 4, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,

10

 EF06LP04/06

 EF67LP05/08/13/15/

16/20

 EF69LP02/03/04/05/

07/09/12/17/20/22/

24/ 27/44

 EF89LP07/11

P:42

XL

Material digital

Material Tema

Sequência didática 7 A poesia de tradição oral e releituras

Sequência didática 8 A história da cadeira

Sequência didática 9 Verbo

Áudio Poemas de Casimiro de Abreu

Áudio A publicidade hoje

Avaliação 3

Propostas de produção de texto extras

Poema: a expressão do eu

No capítulo 5, os alunos produziram um poema visual, empregando palavras e um objeto, e formaram com eles um varal de

poemas. Propomos a produção de um novo poema visual, agora explorando a forma das palavras e dos versos. Optamos por

deixar para anos posteriores do Ensino Fundamental, quando os

alunos já terão estudado mais detidamente recursos relativos à

sonoridade e à construção de imagens, a produção de poemas

exclusivamente verbais.

Sugerimos que a produção seja feita em trios para que um

aluno apoie o outro na busca de soluções estéticas, e que os

poemas sejam curtos (no máximo quatro versos) a fim de que

seja possível explorar melhor o espaço da página.

Posteriormente, os poemas podem ser afixados no mural

da sala de aula e os alunos podem comentar suas impressões.

Se essa sugestão for aceita, oriente-os a produzir em uma folha

de papel A4 ou maior.

Proposta

No capítulo 5, você conheceu um poema de Arnaldo Antunes em que

a posição das palavras e os espaços entre elas contribuíam para a

construção do sentido do texto. Você também entrou em contato

com um poema de Al-Chaer em que o formato das letras estava associado ao sentido comunicado. Volte ao capítulo e observe novamente

os poemas.

 Realizar uma paródia com o fim de provocar

reflexão sobre o consumo acrítico.

 Estudar as funções sintático-semânticas dos

verbos nas orações (incluindo as locuções

verbais) e seu funcionamento.

 Conhecer as flexões verbais e a classificação dos

verbos como regulares e irregulares.

 Explorar o emprego dos modos verbais.

 Estudar modelos de conjugação verbal.

 Revisar regras de acentuação relativas às palavras

monossilábicas, oxítonas ou proparoxítonas.

 Familiarizar-se com a estrutura de uma carta de

reclamação.

 Produzir uma carta de reclamação.

Você e seus colegas produzirão um poema em que a posição e o formato das palavras e letras sejam usados para construir sentidos.

Vocês podem usar cores, desenhar as letras para sugerir imagens,

entre outros recursos. Um poema sobre o mar, por exemplo, pode

ter versos imitando as curvas das ondas; um poema sobre a seca

pode ser escrito com letras que lembrem as rachaduras da terra ou

as ossadas do gado morto. Sejam criativos e façam uma apresentação caprichada!

Anúncio e outros gêneros publicitários: a venda de

produtos e de ideias

No capítulo 6, os alunos foram convidados a produzir um

anúncio publicitário cuja finalidade era mudar um comportamento nocivo ao bem-estar social. Agora, vão experimentar

produzir um anúncio para divulgar um ritmo musical: rap, funk,

samba, rock ou música sertaneja, por exemplo.

Indicamos a feitura em grupos (4 ou 5 alunos) para favorecer a troca de informações e a correção de rumos ainda durante

a produção do material. O anúncio deve ser produzido em um

suporte que permita a fácil visualização: folha A3, duas folhas

A4 emendadas, cartolina etc.

A avaliação pode ser feita em equipes, formadas com um integrante de cada grupo produtor dos anúncios. Na primeira rodada, os anúncios circulam entre as equipes e o aluno produtor

ouve os comentários sobre sua produção. Na segunda rodada, o

grupo produtor volta a se reunir e os integrantes relatam o que

ouviram dos colegas.

Proposta

No capítulo 6, você produziu, em grupo, um anúncio publicitário que

tinha como objetivo mudar um comportamento social que não era

desejável.

O objetivo agora é divulgar um ritmo musical, destacando suas características, sua origem e o universo em que costuma circular com mais

frequência e convidando o leitor a conhecê-lo. O forró, por exemplo,

poderia ser associado a imagens que remetessem à região Nordeste,

ao sanfoneiro, tocador de triângulo ou zabumbeiro, a um casal dançando etc. O texto verbal poderia remeter a artistas conhecidos, à

forma de dançar arrastando os pés, entre outras possibilidades.

P:43

XLI

podem ser mobilizadas para a reflexão sobre o caso e para o

desenvolvimento da CG 9, relativa à promoção dos direitos

humanos e ao acolhimento do outro.

Por fim, no último capítulo deste volume, sugerimos o estudo da estrutura narrativa e do gênero conto, que não são

novidades para os alunos. No Ensino Fundamental – anos iniciais, sua abordagem tem como objetivos principais a leitura, a

compreensão e a criação dos textos, com a familiarização dos

elementos estruturais de uma narrativa. Espera-se a mobilização das habilidades com “relativa autonomia”, como citado na

página 131. Pensando na progressão e com o fim de ampliar essa autonomia, esta coleção irá propor, ao longo dos quatro anos

do Ensino Fundamental – anos finais, a revisitação do gênero,

com a oferta de exemplos mais demandantes do ponto de vista

da temática, do diálogo entre vozes, dos recursos estilísticos,

dos sentidos implícitos, do vocabulário e da estrutura sintática etc. Nesse sentido, acompanha o que prevê a BNCC quando

defende que “mesmo em relação à progressão das habilidades,

seu desenvolvimento não se dá em curto espaço de tempo, podendo supor diferentes graus e ir se complexificando durante

vários anos” (p. 74).

Nessa parte, as leituras destacam relações de empatia e

contribuem para que o aluno reconheça que o contato com a

literatura contribui para a humanização, como prevê a CELP 9.

A literatura é citada na CG 3 e na CEL 5 da BNCC, ambas relativas ao desenvolvimento do senso estético para a fruição e

respeito às manifestações culturais. É, ainda, um meio de realização de duas outras competências, uma vez que põe em foco

as emoções e, nesse sentido, contribui tanto para o autoconhecimento e autocuidado como para o cuidado do outro, no exercício da empatia, do acolhimento e do respeito (alteridade), como

marcam as CG 8 e 9. Ainda citando a BNCC, agora a habilidade

EF69LP44, mencionamos que as atividades com os textos do

capítulo destacam a expressão de visões de mundo e valores

sociais e humanos.

Quarto bimestre

Comentário de leitor e conto serão os gêneros estudados

no quarto bimestre.

Em consonância com as CG 5 e 9, que tratam, respectivamente, da utilização das tecnologias digitais de informação e

comunicação de forma ética e do exercício do diálogo para a

resolução de conflitos, o texto da BNCC reforça a preocupação

que se deve ter com o desenvolvimento de habilidades relativas ao debate respeitoso e ao combate ao discurso de ódio em

todas os anos do Ensino Fundamental. No capítulo 7, a exploração do gênero comentário de leitor é uma oportunidade para

a análise de argumentos com o objetivo de distinguir aqueles

que se sustentam de outros construídos sobre generalizações,

relações indevidas, premissas falsas e preconceitos, os quais

tornam o debate improdutivo e, muitas vezes, distorcem os

fatos em discussão. Estão contempladas nessa abordagem as

habilidades EF69LP01 e EF69LP11, além de EF69LP56, relativa

ao uso consciente e reflexivo das regras da norma-padrão, uma

vez que se abordam as particularidades da interação no contexto da internet.

O texto da Leitura 1 diz respeito à crise dos refugiados na

Europa. O contexto oferecido é suficiente para que os alunos

entendam os comentários de leitor selecionados para a atividade, mas é possível planejar uma atividade conjunta com o

professor de Geografia ou de História, que poderia explorar

notícias acerca dos fluxos de imigrantes para o continente

europeu, em 2015 e anos seguintes, motivados pela fome,

conflitos políticos, intolerância religiosa, violação de direitos

humanos, entre outros fatores. A complexidade dos fatores

envolvidos nessa migração e das consequências para os países de destino talvez não caiba no trabalho previsto para alunos de 6o

ano, mas as noções de pertencimento e identidade,

importantes para a área das Ciências Humanas, vêm sendo

abordadas desde os anos iniciais do Ensino Fundamental e

Capítulos Pré-requisitos

necessários

Principais objetivos relacionados

ao conteúdo dos capítulos

Competências

gerais em foco

Competências e habilidades

desenvolvidas

Comentário de

leitor: o direito

de opinar

 EF35LP31

 EF06LP04

 EF67LP28

 EF15LP17

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do comentário de leitor.

 Entrar em contato com comentários de leitor

divulgados em publicações impressa e digital

e examinar as particularidades relativas às

condições de produção e circulação social.

 Observar o papel dos interlocutores e as normas

de interação.

 Analisar e avaliar a construção de argumentos.

 Produzir um comentário de leitor.

 Refletir sobre a forma ética de utilização das

tecnologias digitais de informação e comunicação

para promoção de um debate respeitoso.

 Expressar e justificar posicionamento em uma

carta pública.

 Classificar enunciados como frase, oração ou

período.

 CG 5, 6, 9, 10  CEL 1, 2, 3, 4, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10

 EF06LP08/09/10

 EF07LP01/14

 EF67LP01/02/05/11/12/

23/37

 EF69LP01/03/06/07/10/

11/15/16/17/18/32/33/36/

37/55/56

 EF89LP03/33

P:44

XLII

 Estudar tipos de frase e relacioná-los a

particularidades da situação comunicativa.

 Iniciar o estudo do sujeito e do predicado.

 Compreender a interjeição como enunciado similar

à frase.

 Entrar em contato com a noção de período

composto por coordenação.

 Revisar regras de acentuação relativas às palavras

paroxítonas.

 Reconhecer argumentos contrastantes e

expressar posicionamento em uma fala divulgada

em meio digital.

Conto: que

delícia que é

contar!

 EF05LP19

 EF06LP08

 EF67LP02/04

 EF69LP09

 Explorar os recursos estruturais, estilísticos e

discursivos próprios do conto.

 Entrar em contato com textos em que se expressam

visões de mundo e valores sociais e humanos.

 Compreender a condensação dos elementos da

narrativa como característica central do gênero.

 Explorar efeitos de sentido produzidos por

diferentes tipos de narrador.

 Diferenciar o discurso direto e o discurso indireto

e os efeitos produzidos por eles na narrativa.

 Reconhecer a presença de elementos implícitos e

de intencionalidades como parte do processo de

leitura de contos.

 Produzir um conto.

 Refletir sobre similaridades em comportamentos

relatados no universo ficcional e no real ao

comparar conto e notícia.

 Estudar os casos de sujeito determinado.

 Entrar em contato com algumas regras de

concordância verbal.

 Revisar regras de acentuação relativas a hiatos e

ditongos.

 Explorar características de fotografias

documentais (fruição de artes visuais).

 Produzir fotografia documental (expressão artística).

 CG 3, 8, 9  CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6

 CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8, 9, 10

 EF06LP02/12

 EF07LP07

 EF08LP06

 EF67LP05/07/08/

28/29/30/32/33/37

 EF69LP03/43/44/

47/49/51/53

Material digital

Material Tema

Sequência didática 10 Frase

Sequência didática 11 Leitura, interpretação e atualização do conto “Uma aposta”, de

Artur Azevedo

Sequência didática 12 Fotografia

Áudio Entrevista com Leonardo Sakamoto

Audiovisual “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado

Avaliação 4

Habilidade desenvolvida em "Minha canção": EF67LP12

P:45

XLIII

Proposta

No capítulo 7, você estudou o gênero textual comentário de leitor, cujo

objetivo principal é discutir ideias apresentadas em textos jornalísticos: notícias, reportagens, artigos de opinião etc.

Nesta atividade, você conhecerá um trecho de um artigo de opinião

em que o autor se posiciona acerca do comércio ilegal de cães. Identifique o ponto de vista defendido e os argumentos propostos e escreva um comentário crítico com sua opinião sobre o tema. Lembre-se

de que comentários de leitor produtivos são aqueles que sustentam

o ponto de vista com argumentos consistentes e não agridem aquele

que apresenta uma opinião diferente.

Alerta sobre o comércio ilegal de cães

A prática tem se tornado mais frequente a cada dia

Um crime e uma crueldade com os animais. A venda ilegal de

cães está ocorrendo de maneira cotidiana em muitas cidades, pet

shops e atualmente por meio de sites e mídias sociais na internet.

Boa parte desse mercado é mantida pelo simples fato de, à primeira

vista, a venda ilegal de cães não parecer uma prática nociva.

[...] O veterinário Bonnie Manfré Parra, responsável pela ONG

SOS Totó, explica como pessoas podem estar apoiando uma fábrica

de animais clandestina.

Existem sites voltados para a venda de cães de raça, segundo

o veterinário, que muitas vezes são as denominadas “fábricas de

animais”. São locais onde os animais servem exclusivamente para

reproduzir e fornecer mais filhotes, onde as fêmeas são engravidadas

Proposta

No conto que você produziu tendo como protagonista o vendedor de

flores, no capítulo 8, o efeito central era a tensão: o protagonista enfrentava o forte calor das ruas e suas plantas poderiam morrer, levando-o a um prejuízo que afetaria sua família.

Nesta proposta, você vai buscar outro efeito: a emoção. Crie uma história em que o protagonista seja um professor ou uma professora em

seu último dia de aula, depois de trinta anos, antes da aposentadoria.

Como transcorreu esse dia? Como ele se sentiu? Que expectativas

estava vivendo? Como o dia terminou? Os alunos sabiam dessa decisão? Como se comportaram? O item Elaborando meu conto, que faz

parte do capítulo 8, ajudará você a organizar sua narrativa.

Propostas de produção de texto extras

Comentário de leitor: o direito de opinar

No capítulo 7, os alunos exploraram o gênero textual comentário de leitor. Discutiram as vantagens e desvantagens de um

trabalho em equipe e expuseram sua opinião sobre o tema, analisando os argumentos disponíveis em uma simulação de debate. A atividade pressupunha a interação entre os estudantes, já

que seu primeiro texto era lido e respondido por outro aluno,

enquanto ele fazia o mesmo com um texto alheio.

A nova proposta não prevê o comentário do comentário;

em seu lugar, sugerimos a criação de uma roda de leitura (em

pequenos grupos ou com toda a turma) que permita aos alunos

tornar pública sua opinião e ouvir comentários dos colegas.

Essa etapa deve centrar-se na análise dos argumentos e relações apresentados pelos estudantes.

A base para a atividade é o artigo de opinião parcialmente

reproduzido a seguir. O excerto é curto e pode ser lido para os

alunos duas vezes para que anotem as informações principais.

a cada novo cio, e os cuidados com a saúde, a sociabilização e, até

mesmo, a variabilidade genética da raça, são extremamente reduzidos. Nesses lugares, o bem-estar e a felicidade dos cães não são uma

prioridade para os proprietários que visam acima de tudo ao lucro.

“É preciso conscientizar o público a nunca apoiar essa indústria cruel e sempre adotar em vez de comprar um cão”, alerta o

veterinário.

[...]

Ana Flávia Coneglian. Jornalismo Unaerp. Disponível em:

<http://www.jornalismounaerp.com.br/blog/2017/02/13/

alerta-sobre-o-comercio-ilegal-de-caes/>.

Acesso em: 30 ago. 2018.

Conto: que delícia que é contar!

O gênero conto foi trabalhado no capítulo 8. Os alunos foram convidados a escrever uma narrativa sobre um vendedor

de flores que se encontrava diante de um problema: o dia estava muito quente e as flores podiam murchar, o que o faria perder o produto. O efeito central do conto, portanto, era a tensão,

que tomava conta do personagem e também do leitor.

A proposta agora é a de produzir emoção no leitor, assim

como fez Moacyr Scliar no conto “Trem fantasma”, reproduzido no capítulo. Os alunos criarão uma narrativa que tenha

como tema o último dia de aula de um professor que vai se

aposentar.

A avaliação pode ser feita em grupos de seis alunos, empregando a grade de critérios (rubrica de correção). Sugerimos

que cada aluno receba três grades impressas e o nome de três

contos a avaliar durante a atividade. Eles devem justificar brevemente sua opinião no verso da grade.

P:46

XLIV

TUTORIAIS – Material digital

I. Gravação e edição de vídeo

Para gravar um vídeo, é necessário ter alguns equipamentos e programas: smartphone ou câmera digital para captar as

imagens; computador; software de edição de vídeos; e conversor de formatos (isso porque é necessário adaptar o formato

do vídeo para realizar a edição). Esses dois últimos você encontrará facilmente ao pesquisar na internet. O software de edição

deverá ser instalado em seu computador; já o conversor você

encontrará disponível on-line.

Pode acontecer de os softwares terem nomes diferentes

para botões de mesma função. Atente a isso durante o trabalho

e, se necessário, procure tutoriais na internet. Eles podem ser

de grande utilidade e são fáceis de encontrar.

Em geral, para criar um vídeo são necessárias três etapas:

1. Captação de imagens: Capte as imagens com um smartphone ou câmera digital. Salve todas elas para a etapa posterior

de edição.

2. Transferência de imagens e conversão do vídeo:

a) Transfira o vídeo de seu smartphone ou câmera digital

para o computador.

b) Verifique qual formato de vídeo é compatível com seu

editor. Se houver a necessidade de alterar o formato

do vídeo, pesquise na internet algum conversor on-line.

Há vários disponíveis.

c) Para o procedimento de conversão, arraste ou salve o arquivo no conversor. Procure, na tela, o comando “Converter vídeo” ou semelhante. Arraste ou insira seu arquivo

de vídeo nessa caixa e clique em “Abrir”.

d) Selecione o formato de vídeo compatível com seu editor

e clique em “Converter”.

e) Ao fim da conversão, será disponibilizado um arquivo para download. Baixe e salve o arquivo em seu computador;

você o utilizará para fazer a edição.

3. Edição:

a) Abra seu editor de vídeo e selecione o vídeo a ser editado.

b) Em geral, ao lado esquerdo fica uma caixa de vídeo que exibe a gravação. Ao lado direito ficam os trechos das cenas,

separados. Isso o ajuda a ver o que cortará, o que ficará e o

que editará.

c) Selecione todas as cenas que vai utilizar. Se selecionar uma

cena errada, clique em “Delete” e ela será excluída da linha

de edição.

d) Para trabalhar na edição da cena, clique em “Play”: as imagens serão exibidas na caixa de vídeo para que você possa

conferir se essa é mesmo a cena que deseja utilizar.

e) A qualquer momento, pressione o botão “Pause” ou a barra

de espaço para pausar a exibição.

f) Você pode inserir efeitos e transições entre cenas. Procure,

em seu editor, botões com títulos como: “Efeitos”, “Animações”, “Transições”.

g) Para incluir trilha sonora, voz ou efeitos de som no

vídeo, clique com o botão direito do mouse sobre a linha

de edição e selecione a opção “Inserir trilha” ou “Inserir

pista de áudio”.

h) Para conferir como sua montagem está ficando, clique no

botão “Play”.

i) Para realizar cortes, selecione a cena em que vai trabalhar

e procure por “Cut” ou “Ferramenta de corte”. É nesse espaço que você fará a seleção dos trechos que vai cortar.

Após selecioná-los, clique em “Salvar corte”.

j) Quando tiver finalizado a edição, vá ao menu e salve o vídeo

editado, em geral em “Salvar vídeo” ou “Salvar projeto”.

II. Gravação e edição de áudio

Para gravar um áudio, um podcast, por exemplo, e publicá-

-lo... e postá-lo em sites, blogs, redes sociais ou programa de

compartilhamento, é necessário ter: smartphone ou computador para captar o áudio; microfone; fone de ouvido, software de

gravação e edição de áudio.

Pesquise, em fontes confiáveis da internet, um programa de

gravação e edição de áudio. Há opções gratuitas e seguras que

podem ser instaladas em computadores e smartphones. Em

alguns programas, há uma variação dos nomes e dos termos.

Atente a isso quando estiver gravando o áudio e, se necessário,

procure ajuda de tutoriais na internet. Encontre a melhor opção

para você e siga as instruções abaixo.

1. Instale o programa em seu computador ou smartphone.

2. Abra o programa.

3. Ative o microfone e o fone de ouvido.

4. Inicie a gravação selecionando o botão “Gravar” ou “Rec”.

Lembre-se de, antes, realizar algum teste.

5. Alguns programas pedem que você opte por modelos de salvamento de arquivo; em geral, o formato MP3 é o compatível com um maior número de programas.

6. Ao finalizar a gravação, salve uma cópia do arquivo em seu

dispositivo. Atente ao tamanho do arquivo, salvando uma

versão de qualidade mediana.

7. Se optar por editar o áudio, dê outro nome ao arquivo, para

manter a versão original. Com isso você terá a opção de recorrer a ela se precisar refazer o material.

8. Inicie o editor de áudio. Clique em “Abrir” e selecione o arquivo a ser editado. Será aberta uma trilha de edição.

9. Atente para o fato de que em alguns editores só é possível

fazer a edição do áudio se ele estiver pausado.

P:47

XLV HUGO ARAÚJO

10. Existem diversos recursos que podem ser utilizados para a

melhora do áudio. Clique em “Efeitos” e encontre ações como “Normalizar”, “Alterar tom”, “Alterar tempo”. Selecione as

que forem mais úteis ao que pretende e clique com o mouse.

11. Realize cortes no áudio selecionando o trecho a ser excluído

com o mouse e, posteriormente, clicando com o botão direito nesse trecho e, depois, em “Cortar” ou “Delete”.

12. Para incluir trilha sonora, voz ou efeitos de som, clique com o

botão direito do mouse sobre a linha de edição e selecione a

opção “Abrir”; depois, clique no áudio que deseja incluir.

III. Criação de blog

Para a divulgação de algumas produções de texto, indicamos a criação de um blog. Ele acompanhará os alunos até o fim

do ano letivo e servirá de laboratório de publicação digital e

portfólio dessa produção, podendo ser exposto à comunidade

escolar como um projeto de finalização de ciclo.

Como a internet possui conteúdos diversos, não necessariamente adequados à faixa etária dos alunos do Ensino Fundamental – anos finais, é importante que você acompanhe a turma

durante a realização dessas atividades. Antes de iniciar a criação do blog, apresente a proposta e enfatize que as regras desse ambiente são as mesmas da sala de aula: respeito ao próximo; respeito à produção dos colegas; não compartilhamento de

imagens sem autorização dos envolvidos; não violência; respeito aos direitos humanos; colaboração e senso de coletividade.

Ressaltamos que o blog é um espaço restrito a convidados.

Portanto, solicite aos alunos que encaminhem os e-mails deles

a você, que os convidará para ler, acompanhar e interagir com as

postagens realizadas. Caso algum deles não tenha uma conta

de e-mail, ajude-os a abri-la utilizando um serviço gratuito.

Para iniciar a familiarização, defina, com eles, o nome do blog.

Orientações:

1. Utilize um serviço gratuito de e-mails, siga os passos indicados no site escolhido e abra uma conta que será utilizada na

criação do blog. Ela é imprescindível.

2. Pesquise na internet uma ferramenta gratuita de edição e

gerenciamento de blogs.

3. Abra o navegador.

4. Tenha em mãos o e-mail da turma; ele é essencial para a criação do blog.

5. Analise os modelos de layouts disponíveis e selecione o que

mais se alinhar ao que você deseja. Pense se a cor de fundo

dará leitura, por exemplo, e se é possível incluir imagens, vídeos e comentários.

6. Preencha os campos que aparecerão para você. Escolha um

nome e um endereço para o blog.

7. Alguns editores de blog podem conter ligeiras diferenças;

se tiver alguma dúvida, pesquise em fontes confiáveis da internet um tutorial referente ao editor que você selecionou.

8. Faça uma primeira postagem para apresentar o blog à turma. Categorize a postagem utilizando palavras-chave; isso

agrupará o conteúdo produzido por eixos temáticos e facilitará o trabalho ao longo do ano.

9. Convide os alunos para acompanhar as postagens.

10. Leia, nas propostas de produção de texto que incluírem divulgação em blog, as orientações para a equipe de alunos

que naquela oportunidade serão os editores. Essa equipe

será responsável por organizar o envio do conteúdo a você,

professor, que fará a postagem.

P:48

XLVI

ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus

saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando

decisões com base em princípios éticos, democráticos,

inclusivos, sustentáveis e solidários.

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS

PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e

culturais.

2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da

atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas

possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e

inclusiva.

3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –,

para se expressar e partilhar informações, experiências,

ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir

sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e

à cooperação.

4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos,

a consciência socioambiental e o consumo responsável em

âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente

a questões do mundo contemporâneo.

5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das

locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de

práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção

artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes,

identidades e culturas.

6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e

comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética

nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para

se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias,

produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver

projetos autorais e coletivos.

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender

e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para

a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem

própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a

análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar

causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base

nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-

-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e

digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar

informações, expe riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,

produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e

apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao

seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência

crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos

de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os

direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos

outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e

capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a

cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito

A BNCC – Competências e habilidades

P:49

XLVII

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LÍNGUA

PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico,

social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de

uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.

2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como

forma de interação nos diferentes campos de atuação da

vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades

de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos

(inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia

e protagonismo na vida social.

3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade,

de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.

4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas

e rejeitando preconceitos linguísticos.

5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo

de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s)

interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.

6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a

conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos

e ambientais.

7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.

8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo

com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo,

formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho

etc.).

9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões

lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o

potencial transformador e humanizador da experiência

com a literatura.

10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens,

mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de

produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes

projetos autorais.

P:50

XLVIII

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO – Trata-se, em relação a este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, adolescentes e

jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e opinião, que estão no centro da esfera jornalística/midiática. Para além de construir

conhecimentos e desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar

experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que acontecem na sua

comunidade, na sua cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos

pertencentes a gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar

em relação a interesses e posicionamentos diversos e possam produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de forma

ética e respeitosa.

Leitura Apreciação e réplica

Relação entre gêneros e mídias

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto

Efeitos de sentido

Produção de textos Relação do texto com o contexto de produção e experimentação

de papéis sociais

Textualização

Revisão/edição de texto informativo e opinativo

Planejamento de textos de peças publicitárias de campanhas sociais

Oralidade

*Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se

referem a textos ou produções orais, em áudio ou vídeo

Produção de textos jornalísticos orais

P:51

XLIX

HABILIDADES

Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura e produção de textos para além dos já trabalhados nos anos

iniciais do ensino fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista etc.): reportagem, reportagem multimidiática, fotorreportagem,

foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, meme, charge, charge digital,

political remix, anúncio publicitário, propaganda, jingle, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem-se gêneros que lidem

com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso e gêneros multissemióticos e hipermidiáticos,

próprios da cultura digital e das culturas juvenis.

Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser contemplados em atividades de uso e reflexão: curar, seguir/ser seguido,

curtir, comentar, compartilhar, remixar etc.

Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de persuasão do discurso publicitário, o apelo ao consumo, as

diferenças entre vender um produto e “vender” uma ideia, entre anúncio publicitário e propaganda.

(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando

possibilidades de denúncia quando for o caso.

(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots,

jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas

peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma

de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens

o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses

defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de

persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de

linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes.

(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso

ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.

(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts

noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de

produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay,

detonado etc.– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma

significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma

de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação

nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da

Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.

(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos,

os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou

semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de

planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas,

corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em

textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.

(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao

contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses,

a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.

(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a escola e/ou comunidade, a partir

de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto,

panfleto, anúncio impresso e para internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada,

do recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.

(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e

televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e

vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio

dos gêneros.

(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates

(televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.

P:52

L

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Oralidade

*Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se

referem a textos ou produções orais, em áudio ou vídeo

Planejamento e produção de textos jornalísticos orais

Oralidade Participação em discussões orais de temas controversos de interesse

da turma e/ou de relevância social

Análise linguística/semiótica Construção composicional

Estilo

Efeito de sentido

P:53

LI

HABILIDADES

(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três últimos quando não for situação

ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e

estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz,

entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa,

expressão facial, contato de olho com plateia etc.

(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma

e/ou de relevância social.

(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos

relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da

questão e compartilhá-los com a turma.

(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas

controversos e/ou polêmicos.

(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no

impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações

de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos)

e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.

(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento

da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em

textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais

(por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros

publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções

metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-

-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).

(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e

enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira

a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar,

finalmente, em conclusão” etc.).

(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa,

a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.

P:54

LII

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA – Trata-se, neste Campo, de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao debate

de ideias e à atuação política e social, por meio do(a):

– compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus diferentes níveis e instâncias, das formas e canais de participação

institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação não institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e intervenções

urbanas;

– reconhecimento da importância de se envolver com questões de interesse público e coletivo e compreensão do contexto de promulgação

dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma geral em um estado democrático, como forma de propiciar a vivência

democrática em várias instâncias e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho);

– desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros

relacionados à discussão e implementação de propostas, à defesa de direitos e a projetos culturais e de interesse público de diferentes naturezas.

Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais competentes para questionamentos, reclamação de direitos e denúncias de

desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão de propostas e programas de interesse público no contexto de agremiações,

coletivos, movimentos e outras instâncias e fóruns de discussão da escola, da comunidade e da cidade.

Leitura Reconstrução das condições de produção e circulação e adequação do

texto à construção composicional e ao estilo de gênero (Lei, estatuto,

código, regimento etc.)

Apreciação e réplica

Produção de textos Textualização, revisão e edição

Oralidade Discussão oral

Registro

Análise linguística/semiótica Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios

Modalização

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:55

LIII

HABILIDADES

Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas as áreas do currículo e com os interesses e escolhas pessoais dos

adolescentes e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e avaliação de ações e projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo

juvenil de forma contextualizada.

Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já considerados em outras esferas – como discussão oral, debate,

palestra, apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz, spot, propaganda (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de

campanhas políticas) – e de outros, como estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, abaixoassinado, petição on-line, requerimento, turno de fala em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata, parecer, enquete, relatório

etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e das

demais semioses envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros.

Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate, propaganda, campanha e apresentação oral podem/devem se relacionar

também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação na vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros

e práticas propostas para o Campo jornalístico/midiático e para o Campo das práticas de ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão,

debate e apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que envolvem a escola ou a comunidade e propaganda política.

Da mesma forma, as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção entre fato e opinião também devem ser consideradas nesse campo.

(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização

de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção),

artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de

vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras

que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis

e de outras formas de regulamentação.

(EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas

vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar,

expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as

partes e semioses presentes para a construção de sentidos.

(EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade,

justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto

de produção e as características dos gêneros em questão.

(EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos, quando houver esse tipo de demanda na escola – regimentos e estatutos de

organizações da sociedade civil do âmbito da atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura, associações culturais etc.) – e de regras

e regulamentos nos vários âmbitos da escola – campeonatos, festivais, regras de convivência etc., levando em conta o contexto de produção e as

características dos gêneros em questão.

(EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa

do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos

legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos,

fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias

perspectivas que podem estar em jogo.

(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações

e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e

fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.

(EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a

própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em

outros contextos públicos, como diante dos representados).

(EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/ jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como

propostas, programas políticos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda política

(propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta,

suas justificativas e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses

gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados e/ou fundamentados quando isso for requerido.

(EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta

(obrigatoriedade/permissibilidade) como, por exemplo: Proibição: “Não se deve fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: “A vida tem que valer

a pena.”; Possibilidade: “É permitido a entrada de menores acompanhados de adultos responsáveis”, e os mecanismos de modalização adequados

aos textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que

enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”, “Discordo das escolhas de Antônio.” “Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes mais graves.”

P:56

LIV

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA – Trata-se de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao estudo e à

pesquisa, por meio de:

– compreensão dos interesses, atividades e procedimentos que movem as esferas científica, de divulgação científica e escolar;

– reconhecimento da importância do domínio dessas práticas para a compreensão do mundo físico e da realidade social, para o prosseguimento dos

estudos e para formação para o trabalho; e

– desenvolvimento de habilidades e aprendizagens de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros

relacionados ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica.

Leitura Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e

adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero

Relação entre textos

Apreciação e réplica

Estratégias e procedimentos de leitura

Relação do verbal com outras semioses

Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão

Produção de textos Consideração das condições de produção de textos de divulgação

científica

Estratégias de escrita

Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

Estratégias de produção

Oralidade Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações

orais

Estratégias de produção

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:57

LV

HABILIDADES

Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como apresentação oral, palestra, mesa-redonda, debate, artigo

de divulgação científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio, reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico, esquemas,

relatório, relato (multimidiático) de campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem

o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos das demais semioses

(ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros.

Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens,

procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da leitura/escuta de textos/produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe

diversificar, em cada ano e ao longo dos anos, os gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar resultados de pesquisa, de forma a

contemplar a apresentação oral, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos hipermidiáticos,

que suponham colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.

(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação

científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório,

relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às

marcas linguística características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a

esses gêneros.

(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de

produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões

conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.

(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de outro modo”, “isto é”, “por

exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.

(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas

fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas

digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.

(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de divulgação

científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar

o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão

desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.

(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte),

sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise),

mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de

conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.

(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de

notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do

conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de

enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo,

tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato

mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e

estudos de campo realizados.

(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de

divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório

multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções

composicionais e estilos.

(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para

divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção

composicional dos roteiros.

(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo

disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação,

considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado,

a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.

(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista,

elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto

permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.

P:58

LVI

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Análise linguística/semiótica Construção composicional

Elementos paralinguísticos e cinésicos

Apresentações orais

Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais

Construção composicional e estilo

Gêneros de divulgação científica

Marcas linguísticas

Intertextualidade

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:59

LVII

HABILIDADES

(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a construção composicional

dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos

conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos

paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e

entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato

de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etc.), para melhor performar apresentações

orais no campo da divulgação do conhecimento.

(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa

visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos

gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados

como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.

(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho),

introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas,

gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações,

exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação

temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da

linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se

o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3a

pessoa, presente atemporal,

recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos

nesses gêneros.

(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas

linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa

parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização

de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem

nesses textos.

P:60

LVIII

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – O que está em jogo neste campo é possibilitar às crianças, adolescentes e jovens dos Anos Finais do Ensino

Fundamental o contato com as manifestações artísticas e produções culturais em geral, e com a arte literária em especial, e oferecer as condições

para que eles possam compreendê-las e frui-las de maneira significativa e, gradativamente, crítica. Trata-se, assim, de ampliar e diversificar as

práticas relativas à leitura, à compreensão, à fruição e ao compartilhamento das manifestações artístico-literárias, representativas da diversidade

cultural, linguística e semiótica, por meio:

– da compreensão das finalidades, das práticas e dos interesses que movem a esfera artística e a esfera literária, bem como das linguagens e mídias

que dão forma e sustentação às suas manifestações;

– da experimentação da arte e da literatura como expedientes que permitem (re)conhecer diferentes maneiras de ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo

confronto com o que é diverso, desenvolver uma atitude de valorização e de respeito pela diversidade;

– do desenvolvimento de habilidades que garantam a compreensão, a apreciação, a produção e o compartilhamento de textos dos diversos gêneros,

em diferentes mídias, que circulam nas esferas literária e artística.

Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial transformador e humanizador, é preciso promover a formação

de um leitor que não apenas compreenda os sentidos dos textos, mas também que seja capaz de frui-los. Um sujeito que desenvolve critérios de

escolha e preferências (por autores, estilos, gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores.

Leitura Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção

Apreciação e réplica

Leitura Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos

provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

Adesão às práticas de leitura

Produção de textos Relação entre textos

Consideração das condições de produção

Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição

Oralidade Produção de textos orais

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:61

LIX

HABILIDADES

A formação desse leitor-fruidor exige o desenvolvimento de habilidades, a vivência de experiências significativas e aprendizagens que, por um

lado, permitam a compreensão dos modos de produção, circulação e recepção das obras e produções culturais e o desvelamento dos interesses e

dos conflitos que permeiam suas condições de produção e, por outro lado, garantam a análise dos recursos linguísticos e semióticos necessária à

elaboração da experiência estética pretendida.

Aqui também a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e autoras – contemporâneos, de

outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países – devem ser contemplados; o cânone, a literatura universal, a literatura

juvenil, a tradição oral, o multissemiótico, a cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva

haver um privilégio do letramento da letra.

Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de textos em gêneros literários e

artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao compartilhamento e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da

indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos.

(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses

textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico

de sua produção.

(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.),

sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro,

exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a

escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.

(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/ manifestações artísticas, como rodas de leitura,

clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais

de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando

possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes

sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists

comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de

práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que

constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos

personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas

(no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes

gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos

tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação

expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos

(figuras de linguagem, por exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.

(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a

textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências

anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo

professor.

(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias

romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização

física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando

as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.

(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restrições

temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte,

o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.

(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos

das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos

no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração

dos modos de interpretação.

P:62

LX

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Oralidade Produção de textos orais

Oralização

Análise linguística/semiótica Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes

aos gêneros literários

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Análise linguística/semiótica Variação linguística

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos

Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em

circulação, mídias e práticas da cultura digital

Apreciação e réplica

Relação entre textos

Estratégia de leitura

Distinção de fato e opinião

Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos

Apreciação e réplica

Efeitos de sentido

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:63

LXI

HABILIDADES

(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas,

críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de

enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil –, contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos

de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e

interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados

tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse

conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas

com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais

etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação,

o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao

gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.

(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como

as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação,

das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade,

na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido

decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia,

paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções

adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos,

personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.

(EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.

(EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.

6o

ANO 7o

ANO

(EF06LP01) Reconhecer a impossibilidade de uma neutralidade absoluta

no relato de fatos e identificar diferentes graus de parcialidade/

imparcialidade dados pelo recorte feito e pelos efeitos de sentido

advindos de escolhas feitas pelo autor, de forma a poder desenvolver

uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos e tornar-se consciente

das escolhas feitas enquanto produtor de textos.

(EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais –

sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma a identificar

os recursos utilizados para impactar/chocar o leitor que podem

comprometer uma análise crítica da notícia e do fato noticiado.

(EF06LP02) Estabelecer relação entre os diferentes gêneros

jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.

(EF07LP02) Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato

divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das

mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das

mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.

(EF67LP01) Analisar a estrutura e funcionamento dos hiperlinks em textos noticiosos publicados na Web e vislumbrar possibilidades de uma escrita

hipertextual.

(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias,

fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos

e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.

(EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.

(EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.

(EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário,

artigo de opinião, resenha crítica etc.), manifestando concordância ou discordância.

(EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização de

informações, uso de 3a

pessoa etc.

(EF67LP07) Identificar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais,

construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e perceber seus efeitos de sentido.

P:64

LXII

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO

Leitura Efeitos de sentido

Exploração da multissemiose

Produção de textos Estratégias de produção: planejamento de textos informativos

Textualização, tendo em vista suas condições de produção, as

características do gênero em questão, o estabelecimento de coesão,

adequação à norma-padrão e o uso adequado de ferramentas de edição

Estratégias de produção: planejamento de textos argumentativos e

apreciativos

Textualização de textos argumentativos e apreciativos

Produção e edição de textos publicitários

Oralidade Planejamento e produção de entrevistas orais

CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA

Leitura Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais e normativos

Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas

relacionadas à defesa de direitos e à participação social

Relação entre contexto de produção e características composicionais

e estilísticas dos gêneros (carta de solicitação, carta de reclamação,

petição on-line, carta aberta, abaixo-assinado, proposta etc.)

Apreciação e réplica

Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou

propositivos

Produção de textos Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou

propositivos

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:65

LXIII

HABILIDADES

(EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à escolha de imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição de imagens, definição de figura/

fundo, ângulo, profundidade e foco, cores/tonalidades, relação com o escrito (relações de reiteração, complementação ou oposição) etc. em notícias,

reportagens, fotorreportagens, foto-denúncias, memes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publicados em jornais, revistas, sites na internet etc.

(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condições de produção do texto –

objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou

comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas

a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir

ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).

(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo no tempo presente, linha fina

(opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos, uso de 3a

pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o

estabelecimento adequado de coesão e produzir notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de

mídias disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.

(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis

(algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto –

objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro,

filme, série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção ou evento escolhido, da

síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou

negativamente ou da roteirização do passo a passo do game para posterior gravação dos vídeos.

(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das culturas juvenis (algumas

possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme,

série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do

gênero, os recursos das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.

(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado, explorando recursos multissemióticos,

relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou

slogan que façam o leitor motivar-se a interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.

(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, porque aquele entrevistado etc.), levantar

informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntar e realizar entrevista oral com

envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras

perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a

seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.

(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em artigos relativos a normas,

regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor,

Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.

(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos

públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços,

reclamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em

casos que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de se engajar na busca de solução

de problemas pessoais, dos outros e coletivos.

(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação e de reclamação (datação, forma de início,

apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula

de finalização mais ou menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à argumentação,

explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como essas ou de postagens em canais próprios de

reclamações e solicitações em situações que envolvam questões relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.

(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa, de forma a poder analisar a

pertinência da solicitação ou justificação.

(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos, reivindicações, reclamações,

solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e examinar normas e legislações.

P:66

LXIV

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA

Leitura Curadoria de informação

Produção de textos Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição

Oralidade Conversação espontânea

Procedimentos de apoio à compreensão

Tomada de nota

Análise linguística/semiótica Textualização

Progressão temática

Textualização

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Leitura Relação entre textos

Estratégias de leitura

Apreciação e réplica

Reconstrução da textualidade

Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e

multissemióticos

Produção de textos Construção da textualidade

Relação entre textos

Análise linguística/semiótica Fono-ortografia

Elementos notacionais da escrita

Léxico/morfologia

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

P:67

LXV

HABILIDADES

6o

ANO 7o

ANO

(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia,

podcasts científicos etc.

(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.

(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola e

formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.

(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e hierarquizando as informações

principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.

(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico para o geral etc.), as marcas

linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos

de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.

(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de

notas de rodapés ou boxes.

(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais e

midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.

(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos

e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras,

indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de

forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo

preferências por gêneros, temas, autores.

(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias

principais, pontos de vista, universos de referência.

(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas,

histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura

narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração

de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.

(EF67LP31) Criar poemas compostos de versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros,

tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da

mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.

(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.

(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.

(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série

sinonímica.

(EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas, palavras

derivadas com os prefixos e sufixos mais produtivos no português.

(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.

(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.

P:68

LXVI

LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)

PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO

CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO

Análise linguística/semiótica Morfossintaxe

TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO

Análise linguística/semiótica Morfossintaxe

Sintaxe

Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe

Semântica

Coesão

Coesão

Sequências textuais

Modalização

Figuras de linguagem

P:69

LXVII

HABILIDADES

6o

ANO 7o

ANO

(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos e de

verbos nos modos Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e negativo.

(EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o núcleo das orações.

(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais,

considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.

(EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou de produção própria,

verbos de predicação completa e incompleta: intransitivos e transitivos.

(EF06LP06) Empregar, adequadamente, as regras de concordância nominal

(relações entre os substantivos e seus determinantes) e as regras de

concordância verbal (relações entre o verbo e o sujeito simples e composto).

(EF07LP06) Empregar as regras básicas de concordância nominal e

verbal em situações comunicativas e na produção de textos.

(EF07LP07) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, a

estrutura básica da oração: sujeito, predicado, complemento (objetos

direto e indireto).

(EF07LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria,

adjetivos que ampliam o sentido do substantivo sujeito ou complemento

verbal.

(EF07LP09) Identificar, em textos lidos ou de produção própria,

advérbios e locuções adverbiais que ampliam o sentido do verbo núcleo

da oração.

(EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por orações

separadas por vírgula sem a utilização de conectivos, nomeando-os

como períodos compostos por coordenação.

(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como

unidades constituídas em torno de um núcleo verbal e períodos como

conjunto de orações conectadas.

(EF07LP10) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e

gramaticais: modos e tempos verbais, concordância nominal e verbal,

pontuação etc.

(EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos

simples compostos.

(EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, períodos

compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por

conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição

de sentidos (conjunções “mas”, “porém”).

(EF06LP10) Identificar sintagmas nominais e verbais como constituintes

imediatos da oração.

(EF06LP11) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e

gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras

ortográficas, pontuação etc.

(EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial

(nome e pronomes), recursos semânticos de sinonímia, antonímia

e homonímia e mecanismos de representação de diferentes vozes

(discurso direto e indireto).

(EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições

lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de

pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos).

(EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados

ao gênero textual.

(EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando

substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais

(uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos),

que contribuem para a continuidade do texto.

(EF67LP37) Analisar, em diferentes textos, os efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos linguístico-discursivos de prescrição, causalidade,

sequências descritivas e expositivas e ordenação de eventos.

(EF07LP14) Identificar, em textos, os efeitos de sentido do uso de

estratégias de modalização e argumentatividade.

(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole,

dentre outras.

P:70

LXVIII

Referências

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. Gêneros discursivos do Círculo de Bakhtin e multiletramentos. In: ROJO, R. Escola Conectada:

os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013. p. 13-36.

ROLDÃO, M. C.; FERRO, N. O que é avaliar? Reconstrução de práticas e concepções de avaliação. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 26, n. 63, set./dez. 2015. Disponível em:

<http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/eae/article/view/3671>. Acesso em: 24 jul. 2018.

SACCONI, Luiz. Nossa gramática: teoria e prática. 27. ed. São Paulo: Atual, 2001.

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LXXI

SANMARTÍ, N. Avaliar para aprender. Porto Alegre: Artmed, 2009.

SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Trad. Sandra Nitrini. São Paulo: Hucitec/Aderaldo &

Rothschild, 2008. (Coleção Linguagem e Cultura, 40).

SCHNEUWLY, Bernard; et al. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e org. Roxane Rojo e Glaís Sales

Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

SOARES, Magda B. As condições sociais da leitura: uma reflexão em contraponto. In: ZILBERMAN,

Regina; SILVA, Ezequiel T. (Orgs.). Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1988.

. Um olhar sobre o livro didático. [Revista] Presença Pedagógica. Belo Horizonte: Dimensão,

v. 2, n. 12, p. 53-63, nov./dez. 1996.

TRAVAGLIA, Luiz C. Concepção de gramática: gramática e interação. São Paulo: Cortez, 2005.

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. São Paulo: Schwarcz, 1999. p. 73.

Sugestões de leitura

AMORIM, Marília. A contribuição de Mikhail Bakhtin: a tripla articulação ética, estética e epistemológica. In: FREITAS, Maria T.; SOARES, Solange J.; KRAMER, Sonia (Orgs.). Ciências humanas e pesquisa:

leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo: Cortez, 2003.

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São

Paulo: Parábola, 2007.

BERENBLUM, Andréa; PAIVA, Jane. Por uma política de formação de leitores. Brasília: Ministério da

Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

BRASIL. Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/

programa-nacional-biblioteca-da-escola>. Acesso em: 24 set. 2018.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Se quências didáticas para o oral e

a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros

orais e escritos na escola. Trad. Roxane Rojo e Glaís Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

FARACO, Carlos A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo:

Parábola, 2009.

FIORIN, José L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.

GRANGEAT, Michel (Coord.). A metacognição: um apoio ao trabalho dos alunos. Porto: Porto Editora,

1999.

OLIVEIRA, Luciano A. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática.

São Paulo: Parábola, 2010.

P:74

LXXII

PAIVA, Aparecida. Selecionar é preciso, avaliar é fundamental. [Revista] Educação, Porto Alegre,

v. 35, n. 3, p. 301-307, set./dez. 2012.

PEREZ GÓMEZ, A. O pensamento prático do professor: a formação do professor como prático reflexivo. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1995.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre:

Artmed, 1999.

PONZIO, Augusto. A revolução bakhtiniana: o pensamento de Bakhtin e a ideologia contemporânea.

São Paulo: Contexto, 2008.

ROJO, Roxane H. R. Letramentos múltiplos: escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.

. BARBOSA, J. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo:

Parábola, 2015.

SOUZA, Roberto A. (Org.). Uma ideia moderna de literatura. São Paulo: Argos, 2011.

YASUDA, Ana; TEIXEIRA, Maria J. A circulação do paradidático no cotidiano escolar. In: CHIAPPINI,

Lígia (Coord.). Aprender e ensinar com textos. São Paulo: Cortez, 2007. v. 2.

ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998.

P:75

1

1a

edição

São Paulo, 2018

WILTON ORMUNDO

Bacharel e licenciado em Letras (habilitações Português/Linguística) pela Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Mestre em Letras (Literatura Brasileira) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

da Universidade de São Paulo. Professor de Português e diretor pedagógico em escolas

de Ensino Médio em São Paulo por 21 anos.

CRISTIANE SINISCALCHI

Bacharela e licenciada em Letras (habilitação Português) pela Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

Mestra em Letras (área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada)

pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Professora de Português e coordenadora de Língua Portuguesa em escolas de Ensino Médio

em São Paulo por 25 anos. Coautora de livros didáticos e paradidáticos.

Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA

SE LIGA NA LÍNGUA

LEITURA, PRODUÇÃO

DE TEXTO E LINGUAGEM

o

ano 6

P:76

2

Coordenação editorial: José Paulo Brait, Mônica Franco Jacintho,

Natália Coltri Fernandes

Edição de texto: Cíntia Afarelli Pereira, Eliana Bighetti Pinheiro, José Paulo Brait,

Kelly Soares, Natália Coltri Fernandes, Yuri Ortin Elste Bileski

Assistência editorial: Anabel Maduar, Carolina Scattolini Felix, Daniel Maduar

Assistência pedagógica: Letícia Delamare, Regina Soares

Preparação de texto: Áurea Romeiro de Faria

Gerência de design e produção gráca: Everson de Paula

Coordenação de produção: Patricia Costa

Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues

Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite

Projeto gráco: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto

Capa: Bruno Tonel, Douglas Rodrigues José, Mariza de Souza Porto

Fotos: wavebreakmedia/Shutterstock, Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock,

Nessa Gnatoush/Shutterstock

Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho

Edição de arte: Rodolpho de Souza

Editoração eletrônica: Casa de Ideias

Ilustrações de vinhetas: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto

Coordenação de revisão: Maristela S. Carrasco

Revisão: Ana Maria C. Tavares, Ana Paula Felippe, Beatriz Rocha,

Fernanda Marcelino, Know-how Editorial, Leandra Trindade,

Marina Andrade, Nair H. Kayo, Renato da Rocha, Rita de Cássia Sam, Simone Garcia,

Thiago Dias, Viviane Oshima, Willians Callazans

Coordenação de pesquisa iconográca: Luciano Baneza Gabarron

Pesquisa iconográca: Cristina Mota, Graciela Araujo Naliati, Junior Rozzo,

Márcia Sato, Maria Marques

Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues

Tratamento de imagens: Fernando Bertolo, Joel Aparecido, Luiz Carlos Costa,

Marina M. Buzzinaro

Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. Oliveira, Marcio H. Kamoto,

Vitória Sousa

Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro

Impressão e acabamento:

1 3 5 7 9 10 8 6 4 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Todos os direitos reservados

EDITORA MODERNA LTDA.

Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho

São Paulo – SP – Brasil – CEP 03303-904

Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510

Fax (0_ _11) 2790-1501

www.moderna.com.br

2018

Impresso no Brasil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ormundo, Wilton

Se liga na língua : leitura, produção de texto e

linguagem / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. —

1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.

Obra em 4 v. para alunos do 6o

ao 9o

ano.

Componente curricular: Língua Portuguesa.

Bibliograa.

1. Linguagem e línguas (Ensino fundamental)

2. Português (Ensino fundamental) 3. Textos (Ensino

fundamental) I. Siniscalchi, Cristiane. II. Título.

18-19992 CDD-372.6

Índices para catálogo sistemático:

1. Português : Ensino fundamental 372.6

Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964

P:77

3

Na década de 1980, quando éramos alunos do Ensino Fundamental – ou do ginásio, como

era chamado –, os livros de Português eram bem diferentes... Em geral, nos deparávamos

com frases soltas, sem muito sentido, cujos termos precisavam ser classificados como

“sujeito”, “predicativo do objeto”, “substantivo” etc. Quem havia escrito as tais frases?

A quem elas se dirigiam? Elas haviam sido retiradas de uma notícia de jornal impresso, de

um poema? Nada disso parecia importar...

Claro que, de vez em quando, esbarrávamos com poemas lindos, crônicas engraçadas,

trechos de romances e, eventualmente, até com uma tirinha ou com um anúncio publicitário criativo, mas os “questionários” que os seguiam pouco exploravam o que esses textos

tinham de melhor, muito menos a relação deles com nosso mundo. Era estranho porque

estudávamos algo desconectado da literatura e da língua que ouvíamos e víamos nas ruas,

nas letras de canção, nos artigos de opinião publicados nas revistas que líamos.

Ainda bem que hoje os livros de Português são bem mais interessantes! Mesmo assim,

nós queríamos que esta coleção fosse ainda mais legal. Para isso, fomos atrás de gêneros

que apareciam pouco nos livros didáticos (como as entrevistas e os seminários de alunos).

Buscamos também utilizar textos que circulam no universo digital, como os blogs, as tirinhas

de autores novos, os infográficos.

Sabemos que a linguagem é mais ampla do que o texto escrito ou falado, por isso incluímos, neste livro, diversos tipos de obras de arte (cinema, teatro, documentário, videoclipe),

mas não nos restringimos a apresentá-las como meras ilustrações. Elas estão vivas aqui!

Isso fará com que você possa conhecê-las, entendê-las, gostar ou desgostar delas, e até

arriscar seu lado artístico.

Nossas ricas letras de canções (com cifras e tudo!), o diálogo entre os vários saberes e o

resgate e a ampliação de sua biblioteca cultural também estão no nosso foco de interesse

ao produzir esta coleção.

Queremos que as aprendizagens relacionadas ao complexo universo da língua portuguesa façam sentido para sua vida e que você possa fazer uso do poder maravilhoso que

a linguagem tem.

Dedicamos carinhosamente esta obra aos nossos familiares e também aos nossos alunos,

que tanto nos ensinaram e ensinam.

Apresentação

P:78

4

De quem é o texto?

76

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Refletindo sobre o texto

1 Essa HQ foi produzida para um jornal em homenagem a Mauricio de

Sousa. Quais elementos dela são inspirados na Turma da Mônica?

2 A HQ coloca em evidência algumas características dos personagens.

a) Mônica tem duas reações distintas: uma quando se sente ofendida

e outra quando pensa que foi injusta. Como ela se comporta?

b) Que comportamento de Cebolinha está evidenciado na HQ?

Samanta Flôor nasceu em Porto Alegre

(RS). É cartunista e desenhista. Ela já produziu

tirinhas e ilustrações

para editoras e agências

de publicidade e participou de eventos de HQs.

Uma de suas principais

publicações está em um

jornal feito em homenagem ao cartunista Mauricio de Sousa, criador da

Turma da Mônica.

ARQUIVO PESSOAL

SAMANTA FLÔOR/© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

Os personagens Mônica e Cebolinha são os

protagonistas da Turma

da Mônica desde os anos

1960 e, durante décadas, pouco se discutiu o

tipo de relação existente

entre eles. Hoje, porém,

não se pode ler as HQs

sem questionar a violência ali contida. O que

você pensa disso?

Fala aí!

Agora você vai ler uma HQ da ilustradora e cartunista gaúcha Samanta

Flôor. Em seguida, responda às questões.

Leitura 2

Samanta Flôor

Foto de 2018.

Em Leitura 2,

questões

reflexivas

exploram a

construção

dos sentidos

do texto,

associados às

características

do gênero.

Minha canção

16 17 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Biblioteca cultural

Ouça a canção “Só

eu sou eu” no site do

músico Marcelo Jeneci.

Marcelo Jeneci

O Brasil é um país musical. A mistura das culturas africana, indígena,

europeia, asiática etc. produziu um “caldeirão” de ritmos musicais que

encanta o mundo todo. Nesta coleção, cada livro será aberto e finalizado com uma letra de canção, acompanhada de cifras simplificadas

para você cantar, dançar, transformar em videoclipes ou cenas teatrais,

ou simplesmente ouvir e viajar nas letras e melodias criadas por nossos

compositores-poetas. Bem-vindo ao Ensino Fundamental – Anos Finais.

A canção ao lado é de autoria de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski e pertence ao disco De graça (2013), o segundo

da carreira de Jeneci. Nascido em 1982,

de pai pernambucano e mãe paulista, o

multi-instrumentista Marcelo Jeneci foi

criado na periferia de São Paulo ouvindo

rádios populares, canções de Roberto

Carlos e trilhas sonoras de telenovelas.

O gaúcho Arthur Nestrovski nasceu em

1959 e é compositor, violonista, crítico

literário e musical, escritor e editor.

REPRODUÇÃO

Capa do álbum De graça,

de Marcelo Jeneci.

„ Depois de ler a letra e de ouvir a melodia de “Só eu sou eu”, reflita com sua turma sobre

o conteúdo dessa canção.

• Por que os compositores falam de “Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra”?

• Qual é a função do coro de não cantores que acompanha em algumas partes a voz de Jeneci?

• O que significaria dizer que “Só eu sou eu”?

„ Após ouvir a canção e refletir sobre ela, escolham, com o auxílio de seu professor, um

grupo de colegas da classe que goste de trabalhar com edição de vídeos no computador

para criar um vídeo com selfies que a turma fará. Orientem-se pelas instruções a seguir.

1. Vocês precisarão ver se o computador da escola ou de alguém da classe tem um programa

de edição que sincronize fotos e músicas. Há várias versões gratuitas desse tipo de programa

na internet.

2. Façam selfies com a turma em vários lugares da escola (sala de aula, pátio, quadra etc.) em

momentos diversos (durante a aula, no intervalo, na aula de Educação Física, em debates etc.)

3. Passem todas as fotos da turma para o computador.

4. Abram o programa de edição e nomeiem o projeto que estão criando (“Vídeo da turma X”,

por exemplo). Salvem o projeto.

5. Importem as selfies de acordo com as instruções do programa.

6. Após a importação, selecionem a ordem em que desejam que as selfies apareçam no vídeo

e arrastem-nas até o storyboard.

7. Selecionem os efeitos desejados (como zoom).

8. Escolham o tipo de transição que querem entre uma foto e outra.

9. Importem o arquivo de áudio com a canção “Só eu sou eu”. Não se esqueçam de que esse

material deverá ser de uso interno, recreativo; qualquer outro uso implica o pagamento de

direitos autorais.

10. Adicionem a canção ao storyboard.

11. Sincronizem o início e o final do vídeo tendo em vista a duração da música. Para isso, basta

arrastar o final da faixa de áudio até o final do vídeo.

12. Selecionem o efeito de áudio entre as opções que o programa dá.

O vídeo da turma está pronto! Exibam-no para toda a escola e guardem esse material como um

registro da história do grupo. Ele poderá ser útil, também, na formatura do 9o

ano.

Nosso vídeo de fotos e música

Só eu sou eu

Bm

Vem brincar comigo

Am D G7

Que outra criatura igual jamais nasceu

Em

Vem cá, menino

Bm

Vamos lá, juntinhos

Am D G7

Ainda bem que a gente é você e eu

C C#o

Você e eu

G Em

Você e eu

Am D

E cada um é cada um

G7

E cada eu...

C C#o

Você e eu

G Em

Você e eu

Am D

E cada um é cada um

G

E cada eu...

Violão: principal

Tom: G

G Bm

Tem muita gente tão bonita nessa terra

Am D

Nas minhas contas são sete bilhões

G Em G

Mais eu

G Bm

Tem Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra

Am D G7

Mas nada disso muda que só eu sou eu

C C#o

Só eu sou eu

G Em

Só eu sou eu

Am D G7

Além de mim não tem ninguém que seja eu

C C#o

Só eu sou eu

G Em

Só eu sou eu

Am D G Em G

Além de mim não tem ninguém que seja eu

(Repete a 1a

parte)

Em

Vem cá, menina

Biblioteca cultural

Que tal conhecer outra canção de Marcelo

Jeneci? Felicidade é um

dueto com a cantora

Laura Lavieri e você pode

encontrar o videoclipe

na internet.

M. JENECI; A. NESTROVSKI. Só eu sou eu. Intérprete: Marcelo Jeneci. In: MARCELO JENECI.

De graça. Rio de Janeiro: Som Livre, 2013. 1 CD. Faixa 12. Cifras disponíveis em:

<https://www.cifraclub.com.br/marcelo-jeneci/so-eu-sou-eu/>.

A seção Minha canção aparece no início

e no final do volume. Seu objetivo é

levar à fruição estética, à expressão e à

diversificação do conhecimento da rica

produção musical brasileira.

Em Leitura 1,

questões

exploram o

sentido global

de um texto e

levam à análise

de características

do gênero que

ele exemplifica e

que é o foco do

capítulo.

Conheça seu livro

O volume é composto por oito capítulos que exploram diferentes gêneros por meio da leitura

e da produção textual. Além do gênero central, outros diferentes gêneros são estudados em

atividades de comparação e de reflexão sobre a língua.

Você costuma ler gibis? Muitas pessoas, principalmente crianças e

adolescentes, gostam de histórias em quadrinhos. Neste capítulo, vamos

estudar esse gênero textual para conhecer melhor suas características.

Para iniciar os estudos, leia a tira produzida por Fernando Gonsales e

responda às questões. As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos

curtas, que ocupam poucos quadros.

3 HISTÓRIA EM QUADRINHOS:

imagens e palavras em ação

74

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Se essa tira fosse minha...

Leitura 1

1 Que palavra empregada por Thor no primeiro quadrinho sugere que

ele tem algo importante a fazer?

2 Qual é o sentimento expresso pela interjeição Oh! na fala das moças?

3 Explique de que maneira a reação das garotas gera uma expectativa

em relação à ação do herói.

Desvendando o texto

Níquel Náusea Fernando Gonsales

© FERNANDO GONSALES

Formado em Veterinária e Biologia, o quadrinista paulista Fernando

Gonsales (1961-) costuma retratar animais

como personagens em

muitas de suas tiras.

O rato Níquel Náusea é

seu personagem principal. Suas tirinhas são publicadas por vários jornais

do Brasil e da Europa.

De quem é o texto?ARQUIVO PESSOAL

Foto de 2016.

Estereótipo é uma ideia que se fixou culturalmente. Na tirinha de Gonsales, por exemplo, a representação de apenas moças admirando Thor reproduz

certa visão da mulher como frágil e dependente do homem. Como você faria

o quadrinho para evitar o estereótipo?

4 Para criar um dos personagens da tirinha, Fernando Gonsales inspirou-se

no Thor da mitologia nórdica. Que elementos da pintura reproduzida

no boxe a seguir permitem essa associação?

P:79

5

84

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O formato dos balões

1 Leia uma tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.

Se eu quiser aprender mais

a) O que permite concluir que, para o personagem Messias, o pai teve muitas

namoradas?

b) O que a reação do pai de Messias no último quadrinho sugere?

c) Por que o formato do último balão é diferente dos outros?

d) No primeiro quadrinho da tira de Fernando Gonsales, reproduzida no início

deste capítulo, há um detalhe diferente no balão de fala das moças. O que

ele indica?

Nas histórias em quadrinhos, o formato dos balões é uma característica muito

importante para a leitura. Ele indica se o conteúdo foi dito ou apenas pensado e

pode, ainda, demonstrar como esse conteúdo foi expresso.

2 Analise os quadrinhos a seguir e responda: o que os balões indicam sobre a

maneira como os personagens estavam falando?

Gato e Gata Laerte

© LAERTE

a)

b)

c)

d)

© CLARA GOMES

© PAULO ALVES

© MÁRCIA D’HAESE

© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

A seção Meu

[gênero]

na prática

apresenta,

passo a passo,

propostas

de produção

relativas

ao gênero

abordado no

capítulo.

86

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Momento de produzir

Planejando minha HQ

No quadro a seguir, você encontrará orientações para sua produção.

A etapa de planejamento é fundamental para qualquer produção textual. É nesse

momento que definimos todos os elementos do texto, o que nos dá oportunidade

de perceber falhas ou pontos que deverão ser melhorados. O tempo empregado

nesta etapa facilitará a produção do texto.

Dica de professor

Elaborando minha HQ

1. Os desenhos devem ocupar a folha verticalmente. Divida-a no número de

quadrinhos de que você precisa. Pode ser necessário o uso de mais de uma

folha. Reserve um espaço no alto do primeiro quadro para escrever o título

de sua história, se optar por usá-lo. As tirinhas não costumam ter título, mas

as histórias mais longas incluídas em gibis, sim.

Agora é sua vez de produzir uma HQ. Você decidirá o acontecimento a

ser narrado e o número de quadrinhos e de personagens de sua história.

Se quiser, poderá usar personagens já conhecidos. Há uma única exigência:

entreter seus leitores, que são os colegas de turma. Sua produção fará parte

de uma revistinha da classe.

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

Minha história em quadrinhos NA PRÁTICA

As HQs são textos narrativos.

O que você vai narrar? Pense em uma história que envolva poucas

ações e defina o que deverá ser desenhado em cada quadro. As ações

devem formar uma sequência em que seja possível identificar o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.

Em geral, as HQs têm

poucos personagens.

Se for usar personagens já conhecidos, cuide para que sua aparência e

seu comportamento estejam coerentes com as figuras originais.

Nas HQs predomi na a

linguagem coloquial.

Empregue palavras e frases simples, que pareçam com aquelas que

usamos no dia a dia. Embora, nas HQs, sejam representadas falas

de personagens, em geral não são usadas abreviações como tá ou

tou. Use está, estou etc.

Além dos desenhos e dos balões de fala, procure usar onomatopeias,

palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Lembre-se de

que os personagens e os cenários podem ser representados com traços simples.

Nas HQs são usados

recursos de construção

muito variados.

Da teoria para a... ... prática

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

78 79

Você vai ler agora uma HQ eletrônica ou webcomic, gênero

textual que alia características da HQ impressa – balões, quadros

e ilustrações – a recursos da esfera digital – imagens que se alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links

externos. Bear conta a história de Raven, uma garotinha que se

perde de seus familiares e sai à procura deles com um amigo que

acabou de fazer, um grande urso-pardo. A narrativa foi publicada

semanalmente em 2013, no blog da autora.

Leia, a seguir, alguns trechos dessa narrativa, veja os comentários nos boxes e responda a algumas perguntas. Comece com o

momento em que Raven conhece seu amigo.

© BIANCA PINHEIRO

Olá, senhor!

© BIANCA PINHEIRO

Você viu

meus pais?

Chamamos de texto

multissemiótico aquele

que articula várias linguagens (ou semioses):

linguagem verbal escrita

ou falada, sons, imagens (estáticas ou em

movimento), elementos

gráficos (tipos e cores

de letras, setas, balões

de fala), disposição das

palavras no papel etc.

Sabia?

A HQ eletrônica

1. O urso está dormindo quando uma sombra se projeta

sobre ele. Que expectativa o leitor cria ao ver os seis

primeiros quadrinhos? Por que ocorre uma quebra

de expectativa?

2. Como você interpretou o nono quadrinho? Explique.

3. De que maneira o sétimo e o oitavo quadrinhos contribuem para a leitura que é feita do nono?

4. Atente aos cinco últimos quadrinhos: como foi construída a ideia de contraste?

5. Explique como o recurso da quebra de expectativa

foi produzido no último quadrinho.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

A seção

Se eu quiser

aprender mais

aprofunda a

exploração de

um aspecto

do gênero em

estudo.

Em alguns capítulos,

se oportunas

didaticamente, páginas

especiais apresentam

particularidades do gênero

em estudo, quando

publicado em meio digital,

ou de outros gêneros

relacionados a ele, mas que

circulam em outras mídias.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

30

Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para

o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não

está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém

relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de

vida. Observe como o texto conversa com

Eu ia pro Mackenzie

começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, en

tão tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que

eu sabia que era hora do almoço? O Ipiranga era um bairro fabril.

Tinha muitas fábricas e tocava a sirene. Quando tocava a sirene, era

hora de almoçar, então me lembro um dia, eu estava brincando no

quintal, tinha um quintal lá, e tocou a sirene. Eu disse: “Ué! Tá muito cedo. Será que eu me enganei?”. Então, eu disse pra minha mãe:

“Tá na hora?”. Ela também cou espantada. Aí olhamos o relógio, e

era cedo. Era dez horas, talvez um pouco depois das dez. Era cedo.

“Será que tá certo o relógio?”. O único relógio da casa, né? “Então,

eu vou no Bar Azul”, que era um bar... tem até hoje lá, era só atravessar a rua, tinha um bar azul na esquina, que lá tinha um outro relógio. Quando eu atravessei a rua, e estava me aproximando do Bar

Azul, eu ouvi tocar no rádio do Bar Azul, tava tocando o Hino Nacional. Me bateu, acabou a guerra! Realmente, era aquele dia oito

de maio, né?, de 1945, em que terminou a Segunda Grande Guerra.

A Força Expedicionária Brasileira voltou, e fez um desfile no

Anhangabaú, e meu pai me levou pra ver, né? E depois, aí era...

olha... uma festa. A guerra terminou. Toda aquela desgraça, né?

Então, realmente, assim, foi inesquecível, né?

Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/

historia/gente-simples-mas-sonhava-isso-96053/colecao/99342>.

Acesso em: 13 abr. 2018.

1 Com base no relato, descreva o local em que morava o falante.

2 É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato

relatado? Explique sua resposta.

3 Que importante fato histórico ocorreu na data escolhida para

o relato?

4 Uma ação que fugia da rotina levou Jaime a perceber que estava

acontecendo algo diferente naquele dia. Que ação foi essa?

5 Foi preciso que alguém explicasse a Jaime o que estava acontecendo?

Justifique.

Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para

o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não

está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém

relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de

vida. Observe como o texto conversa com O diário de Zlata.

Mackenzie, né? Então eu tinha que sair cedo, porque

começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, então tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que

Textos em conversa

Mackenzie: Colégio

Presbiteriano Mackenzie,

instituição de ensino

particular em São Paulo.

Ipiranga e Anhangabaú:

bairros na capital paulista.

VICENTE MENDONÇA

A seção Textos

em conversa

explora um texto

que dialoga com

a "Leitura 1" ou

a "Leitura 2"

por semelhança

temática, proposta

de diálogo com

o leitor, campo

de atuação ou

outras formas de

intertextualidade.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

120

Como você estudou, o relato de experiência é uma das maneiras de

contar aos ouvintes ou leitores uma situação vivida por alguém e suas

sensações. Esse conteúdo também poderia ser transmitido por meio de

uma entrevista, um gênero textual muito usado por programas de televisão e rádio, jornais e revistas. Nela, um entrevistador faz perguntas

a um entrevistado, estimulando-o a contar suas experiências, comentar

seus sentimentos ou dar sua opinião.

Imagine uma entrevista com Pedro Antônio Alves, o jovem músico do

Espaço Criança Esperança (Leitura 2). Ela poderia começar assim:

Entrevistador: Olá, Pedro. Como você se tornou um músico?

Pedro: Primeiro eu conheci o rap e depois comecei a frequentar o Espaço

Criança Esperança.

Entrevistador: E como você conheceu esse projeto?

Pedro: Foi o Diego, um amigo que morava na minha rua e estudava

na mesma escola que eu, que me levou até lá.

Agora é sua vez de transformar um relato em entrevista. Crie perguntas

e respostas usando o conteúdo do relato do professor Rogério Quintanilha sobre sua experiência no Chile (Leitura 1). O maior desafio desta

atividade é formular boas perguntas, que pareçam naturais, verdadeiras,

e permitam a construção de respostas com os dados que estão no relato.

Imagine que sua entrevista será publicada no jornal da escola. Inicie

cada pergunta com o termo entrevistador e cada resposta com o nome

do entrevistado, como você viu no exemplo anterior. Crie um título que

ajude o leitor a reconhecer o assunto da entrevista.

Vamos avaliar?

Forme dupla com um colega. Leia em voz alta as falas do entrevistador

enquanto ele lê as do entrevistado. No final da leitura, seu colega deve

avaliar com “sim”, “não” ou “mais ou menos” os aspectos listados a seguir

e explicar a opinião dada.

1. As perguntas são coerentes com as respostas?

2. As respostas trazem as principais informações do relato?

3. As perguntas e respostas permitem ao leitor compreender o que

aconteceu com Rogério no Chile e o que ele sentiu no momento?

4. O título ajuda o leitor a saber o conteúdo da entrevista?

5. O texto é interessante, desperta a curiosidade do leitor?

Ao terminarem, invertam suas posições para que você avalie o texto

produzido por seu colega.

Transformando o relato de

experiência em entrevista

Antes de iniciar qualquer texto, reflita sobre

a forma como ele circulará. De que modo

a entrevista será divulgada? Quem vai ler o

texto? Que modalidade

da língua deve ser usada:

a escrita ou a falada? É

melhor usar um nível de

linguagem mais formal

ou mais informal? Esses

dados vão ajudar você a

definir a melhor forma

de redigir seu texto.

Dica de professor

LASSMAR

A seção

Transformando

[gênero] em

[gênero], que

aparece em

metade dos

capítulos, propõe

a reelaboração

de um texto

estudado para

adequá-lo

a um novo

gênero.

P:80

6

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

32 33

Que movimento você vai fazer? GREENPEACE. Filie-se.

O teatro é uma forma de arte que conta muito com a imaginação do

público. Em geral, um cenário teatral não tem como objetivo reproduzir

fielmente um espaço, como costuma ocorrer no cinema. Os espectadores

precisam “completar” o que veem, imaginando, a partir dos elementos presentes no palco, o que seria uma casa inteira, um prédio, uma paisagem etc.

Na cena da peça fotografada, o cenógrafo usa apenas dois painéis azuis

e cabe ao público imaginar um imenso mar. O figurinista escolhe roupas e

acessórios bem coloridos para sugerir a existência de um mundo diferente

do nosso. Os atores, por sua vez, exibem expressões faciais e corporais que

traduzem sentimentos. Nos três casos, é a linguagem que possibilita a

comunicação entre os artistas da peça e o público que assiste a ela.

Profissional responsável

pela criação do cenário de

uma peça, de um show etc.

Profissional encarregado

de criar as roupas

dos atores.

O fato de o público estar em um teatro assistindo a uma peça com uma

história determinada cria o contexto necessário para que os painéis, os figurinos,

as expressões faciais e os gestos sejam elementos de linguagem e comuniquem

ideias específicas. Também o conhecimento prévio do público gera o contexto.

A linguagem nos dá inúmeras possibilidades de apreender e explicar o

mundo, além de nos permitir criar outras realidades. É por meio dela que

expressamos sentimentos, fazemos pedidos, procuramos convencer alguém

a fazer ou a pensar algo, entre tantas outras ações.

A linguagem é diversa

Observe este anúncio publicitário produzido para uma campanha de

preservação do meio ambiente.

GREENPEACE/ALMAPBBDO

Como você viu, os diários de Marina e Zlata envolvem situações de comunicação diferentes: o primeiro é um texto íntimo, que a menina fez pensando

nela mesma como leitora; o segundo também foi pensado assim a princípio,

mas depois foi reorganizado para ser publicado e lido por muitas pessoas.

Nas próximas seções, você estudará o ato de comunicar, isto é, a maneira

como interagimos uns com os outros.

Você já foi ao teatro? A foto a seguir mostra uma cena da peça Pinóquio,

adaptada da obra do escritor italiano Carlo Collodi (1826-1890).

Cena da peça Pinóquio, da Cia. Le Plat du Jour, 2011. Direção de

Alexandra Golik e Carla Candiotto. Produção de Cintia Abravanel.

1 Que objetos você vê na cena?

2 Esses objetos levam o público a imaginar qual situação?

3 Os figurinos (as roupas) dos personagens sugerem que eles estão no

mundo real ou em um mundo imaginário? Por quê?

4 Pela foto, você diria que é possível o público perceber que um dos

personagens está satisfeito e o outro não? Explique.

5 Em sua opinião, qual seria o tipo de público dessa peça? Por quê?

JOÃO CALDAS Como nos comunicamos?

Mais da língua

Pra começar

Biblioteca cultural

Um novo modo de

encenar os clássicos

A companhia teatral

Le Plat du Jour existe

desde 1992 e é conhecida por apresentar versões irreverentes dos

clássicos da literatura

infantil, como Pinóquio

e Chapeuzinho Vermelho.

As peças incluem mímica, dança e malabarismos. Conheça o trabalho

das atrizes Alexandra

Golik e Carla Candiotto

no site oficial da Cia. Le

Plat du Jour.

A comunicação acontece pela interação dos interlocutores – pessoas

envolvidas no ato comunicativo. Essa inter-relação ocorre em um contexto,

nome que damos às circunstâncias que envolvem a interação (momento, lugar,

intenções dos interlocutores etc.). Mais da língua

apresenta um conjunto

de informações e

de atividades que

estimulam reflexões

sobre a língua e outras

linguagens.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

38

Bichinhos de Jardim Clara Gomes

José Aguiar

© JOSÉ AGUIAR © CLARA GOMES

a) Por que essa tira produz humor?

b) Para obter humor, o que o cartunista alterou: a forma comum de

seleção de palavras ou a forma de combinação delas? Explique.

c) Reescreva as falas com construções habituais do português.

2 Veja agora uma tirinha da cartunista fluminense Clara Gomes.

a) O que a joaninha quis dizer quando afirmou que “comeria até a lua”?

b) Na afirmação “comeria até a lua”, ocorreu o mesmo tipo de construção

visto nas falas da tirinha do exercício anterior? Explique sua resposta.

c) Que mudança de sentido ocorreria se fosse empregada a palavra

comerei em lugar de comeria?

d) Observe as ilustrações das quatro fases da lua.

1 Leia mais uma tirinha de José Aguiar.

LASSMAR

A língua: seleção e combinação NA PRÁTICA

Por que a minhoca disse que a lua minguante é light?

Em Na prática,

são apresentados

textos de variados

gêneros para análise

dos fenômenos

linguísticos e para

percepção deles

na construção dos

sentidos.

Conheça seu livro

Entre saberes

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.

Nele, o músico trata de sua vivência com o hip-hop. Agora você e seus

colegas irão produzir uma videoaula sobre o movimento.

Primeiramente, a classe deverá dividir-se em cinco grupos, que lerão

as instruções a seguir para a criação da videoaula sobre hip-hop. Cada

grupo ficará encarregado de um passo do trabalho!

Primeiro passo: pesquisa sobre as origens

do movimento hip-hop

O grupo 1 deve pesquisar em sites confiáveis da internet e em livros

de arte e cultura juvenil sobre o surgimento do movimento hip-hop:

local de origem, ano, personagens principais, fatos importantes etc.

Caso ocorra discrepância entre as informações oferecidas pelos textos,

deve consultar outras fontes para confirmar qual delas está correta.

Após a leitura dos materiais encontrados, os alunos desse grupo

devem escrever um texto reunindo os dados pesquisados. Para isso,

poderão utilizar um editor de texto cujo arquivo possa ser trabalhado

simultaneamente, garantindo que todos escrevam ao mesmo tempo

e trabalhem em grupo. Esse material deverá ser compartilhado com

o grupo 3.

Ohip-hop tem forte identificação com a música, mas não se res

tringe apenas a essa manifestação artística. O movimento surgiu nas

periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década

de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços

públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade

de muitos bairros periféricos estadunidenses.

Os bailes de hip-hop, organizados na rua ou dentro de escolas,

eram marcados por disputas de dança (os chamados breaks) e por

outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues

de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de

grafitagem. Destacou-se, nesse cenário, a Zulu Nation, cujo líder

era o DJ Afrika Bambaataa, um dos fundadores oficiais do hip-hop.

A cultura hip-hop não se restringiu aos bairros periféricos dos

Estados Unidos. Aos poucos, ela foi ganhando o mundo, inclusive

as periferias das maiores cidades brasileiras, tornando-se uma expressão forte e vigorosa. No Brasil, o centro e a periferia da cidade

de São Paulo foram pioneiros na difusão dessa cultura.

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.

. Agora você e seus

tem forte identificação com a música, mas não se resO movimento surgiu nas

periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década

de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços

públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade

, organizados na rua ou dentro de escolas,

) e por

outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues

de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de

138 139

Segundo passo: pesquisa sobre as origens

do movimento hip-hop no Brasil

O grupo 2 deve assistir a produções que apresentam personagens e

fatos ligados ao início do movimento no Brasil e tomar nota das principais

informações. Além das referências indicadas abaixo, deve encontrar outras

referências audiovisuais confiáveis.

- Marco Zero do Hip-Hop. Direção: Pedro Gomes. 2014. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=3uoZ7ztjSDI>. Acesso em: 5 jun. 2018.

- Hip-Hop como ferramenta de inclusão e manifestação cultural. Reportagem: Natacha Mazzaro. TV PUC. 2013. Disponível em: <https://www.

youtube.com/watch?v=b0C-LAcg9nI>. Acesso em: 5 jun. 2018.

- RAPadura – Norte Nordeste me Veste. Direção: VRas77, 2011. Disponível

em: <https://www.youtube.com/watch?v=n_ZXeg6gD_o>. Acesso em:

5 jun. 2018.

Após assistir aos vídeos, o grupo escreverá um texto para reunir as informações, procurando usar um editor de texto que permita a escrita de todos

ao mesmo tempo. A pesquisa deverá ser compartilhada com o grupo 3.

Terceiro passo: transformação da pesquisa

em roteiro de videoaula

Tendo como base os textos produzidos pelos grupos 1 e 2, o grupo 3 vai

criar o roteiro de uma videoaula de 5 minutos. O objetivo dele é transmitir

as informações pesquisadas por meio de um filme destinado a um público

adolescente.

No planejamento do roteiro, deve refletir sobre os seguintes aspectos:

Haverá um narrador na videoaula? Só se ouvirá a voz do narrador ou ele vai

aparecer na tela? Atores vão explicar as origens do hip-hop? Haverá legendas (frases explicativas) na tela? Haverá animações, trechos de canções, de

filmes, de matérias jornalísticas?

Quarto passo: produção da videoaula

O grupo 4 estudará o roteiro e providenciará todo o material necessário

para a produção da videoaula: escolha dos atores, equipamento para gravação de vozes, seleção de trechos necessários à finalização (áudios, imagens,

trechos de filmes etc.).

Quinto passo: gravação e finalização da videoaula

O grupo 5 fará a gravação da videoaula a partir do roteiro e do material

pré-selecionado. Para isso, deve gravar as cenas e salvá-las em um computador. A seguir, deve finalizar o vídeo usando um editor de conteúdo audiovisual,

que pode ser obtido gratuitamente na internet. Por meio dele será possível

organizar as cenas, fazer cortes, inserir trechos captados de material da web,

trilha sonora etc.

VICENTE MENDONÇA

Na seção Entre saberes

são propostas atividades

relacionadas ao campo

jornalístico/midiático,

ao campo das práticas

de estudo e pesquisa e

ao campo da atuação

na vida pública.

P:81

7

Conversa com arte

102 103 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo, você aprendeu sobre um gênero bastante popular: a HQ. Agora,

vai bater um papo sobre o videoclipe, gênero audiovisual que mistura imagens e

sons para contar uma história ou traduzir ideias presentes em canções.

O clipe a seguir foi produzido para a canção “Segredos”, presente em dois discos do

cantor, compositor e guitarrista fluminense Roberto Frejat: Amor pra recomeçar (2001)

e Ao vivo no Rock in Rio (2012). O videoclipe dessa canção contribuiu para torná-la

conhecida pelo mundo afora. Veja abaixo uma sequência de quadros retirados do clipe.

ESTÚDIO CONSEQUÊNCIA DE ANIMAÇÃO/FOTOS FRAMES DO CLIPE “SEGREDOS” GENTILMENTE

LICENCIADOS PELA WARNER MUSIC BRASIL LTDA., UMA EMPRESA WARNER MUSIC GROUP

Cenas do videoclipe da canção “Segredos”, de Roberto Frejat. Estúdio Consequência. Brasil, 2002.

Assista ao videoclipe na internet e participe da discussão oral proposta por

seu professor com base nas questões a seguir. Você também pode ler a letra da

canção de Frejat e até mesmo cantá-la e tocá-la com seu grupo.

1 Em geral, o videoclipe é criado para promover uma canção. Esse

gênero mescla imagens e música.

a) De que trata a letra da canção “Segredos”?

b) Qual é a história contada pelas imagens do videoclipe?

c) Você acha que a narrativa inventada pelos criadores desse clipe

animado é adequada à canção “Segredos”? Justifique sua opinião.

2 Nos videoclipes, é comum um cantor, cantora ou banda aparecer tocando uma música ou cantando. Isso também ocorre em “Segredos”?

Explique.

3 Se você fosse convidado a transformar a canção de Frejat em um

videoclipe ou em um clipe animado, como ele seria?

4 Escolha três quadros da sequência retirada do clipe de “Segredos” nas

quais apareça o personagem principal. Atribua falas a ele, levando

em consideração a narrativa do clipe e a letra da canção.

Tom: G

G

Eu procuro um amor

C9

que ainda não encontrei

G D9/F# C9

Diferente de todos que amei

G C9

Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver

G D9/F# C9

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Em7 D

Pode ser que eu a encontre numa la de cinema

Em7 D C9

Numa esquina ou numa mesa de bar

G D9/F# C9

Procuro um amor que seja bom pra mim

G D9/F# C9

Vou procurar eu vou até o m

Em7 D

E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo

C9 G/B Am7

Quando começar a conhecer os meus segredos

G C9

Eu procuro um amor uma razão para viver

G D9/F# C9

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Em7 D

Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar

Em7 D C9

Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá

G D9/F# C9

Procuro um amor que seja bom pra mim

G D9/F# C9

Vou procurar eu vou até o m

Em7 D

E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo

C9 G/B Am7

Quando começar a conhecer os meus segredos

ROBERTO FREJAT. Disponível em: <https://www.cifraclub.

com.br/frejat/segredos/>. Acesso em: 15 maio 2018.

Biblioteca cultural

Conheça os primeiros contatos de Frejat com a música, ainda criança e adolescente, na aba “Biografia”, no site oficial do artista.

Na seção Conversa

com arte, propõe-se

o estudo de outras

linguagens artísticas,

associadas ao trabalho

realizado com o gênero.

Biblioteca cultural

em expansão

47

Leitura puxa leitura

46

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK

Museu da Pessoa

Por que devo acessar esse site?

Porque esse museu virtual, fundado em 1991, registra e preserva

informações sobre o mundo por

meio de histórias de vida reais.

Você pode, inclusive, fazer parte

do acervo contando sua história.

Estatuto da Criança

e do Adolescente (ECA)

Por que devo conhecer

esse documento?

Porque, depois de entrar em contato com a história de crianças

que tiveram suas infâncias tão

prejudicadas, seria interessante

conhecer o ECA. Ele foi feito para

proteger você e para contar quais

são seus direitos.

O diário de Anne Frank

Por que devo ler esse livro?

Para conhecer Anne Frank e descobrir que, embora tenha escrito

seu texto escondida, com medo e

às vezes com fome, ela expressa

sentimentos muito semelhantes

aos nossos.

O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra

Por que devo ler esse livro?

Para conhecer o universo de

uma menina de 11 anos em

meio à guerra e entrar em contato com seus medos, preocupações e outros sentimentos

tão humanos.

REPRODUÇÃO

Se você gostou das histórias de Zlata e Anne Frank e das memórias

registradas no Museu da Pessoa, talvez se interesse por estes outros

exemplares que poderão compor sua biblioteca. REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK

REPRODUÇÃO

O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger

No filme, conhecemos os tristes efeitos da ditadura militar

brasileira, imposta a partir de 1964, pelo olhar de um menino

de 12 anos apaixonado por futebol. Ele começa a perceber que

as coisas não vão bem quando seus pais, militantes opostos ao

regime ditatorial, o deixam na casa do avô.

Billy Elliot, de Stephen Daldry

No filme, Billy tem 11 anos e vive em uma pequena

cidade mineradora da Inglaterra. O pai o obriga

a treinar boxe, mas ele gosta mesmo é de balé.

Incentivado pela professora de dança da academia

que frequenta clandestinamente, o menino resolve

submeter-se a um importante teste para ingressar

no universo profissional da dança e, assim, lutar contra os preconceitos de uma sociedade conservadora.

A bolsa amarela, de Lygia Bojunga

No livro, uma menina em conflito com

a família e consigo mesma esconde

em sua bolsa três grandes vontades:

crescer, ser garoto e tornar-se escritora.

REPRODUÇÃO

Extraordinário, de R. J. Palacio

O livro conta a história de Auggie, um garoto

que nasceu com uma síndrome rara e precisou

passar por várias cirurgias. Aos 10 anos, e com

o rosto marcado por deformidades, ele terá de

se adequar à rotina escolar e de conviver com

colegas que estranham sua condição.

Na seção

Biblioteca

cultural em

expansão,

há indicações

para que os

alunos ampliem

ainda mais seu

repertório a

partir de uma

obra conhecida

no capítulo.

Expresse-se!

Os videoclipes surgiram, em princípio, para atingir o público jovem televisivo. Com a chegada

da internet, muitos especialistas acreditaram que esse gênero fosse desaparecer, mas não foi

isso que ocorreu. Os videoclipes ainda são importantes produções artísticas da nossa cultura.

Usando uma ferramenta de busca na internet, localize o videoclipe “Passarinhos” (2015),

protagonizado pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata e pelo músico paulista Emicida,

que também é o compositor da canção. O videoclipe foi dirigido por Rafael Kent.

104 105 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe.

2 O comportamento dos meninos representado no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta.

3 No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada

como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa

ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso?

4 O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia

está sendo defendida?

5 Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi

feita essa associação?

6 Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que

figuras da realidade podem ser associadas a ela?

7 Quase no final do filme aparece uma pilha de livros, entre os quais

está O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Pesquise sobre essa

obra e responda: que relação há entre ela e a história narrada no

videoclipe?

YASUYOSHI CHIBA/AFP

8 “Cruel” é uma canção de amor. No videoclipe, a protagonista aparece segurando uma casinha. Que outros objetos apresentados ao longo do clipe

lembram o amor da protagonista?

9 O que as diretoras do clipe fazem para mostrar que a protagonista está se

sentindo sozinha?

10 Que objetos sugerem o contato que a protagonista da história narrada no

videoclipe tem com o universo da música?

Foto do videoclipe “Cruel”,

de Nina Fernandes.

Direção das Irmãs Fridman.

Som Livre; Slap, 2017.

As pessoas costumam fazer listas dos melhores filmes do ano, das melhores frases

sobre determinado tema, das melhores canções da vida, dos melhores videogames

etc. Organizem-se em grupos de quatro alunos e elaborem suas listas de videoclipes.

Primeiro, relacionem os clipes de que os integrantes do grupo mais gostam. Depois,

definam um critério para a lista do grupo (melhores imagens, melhor relação entre a

canção e a narrativa, melhores efeitos especiais etc.) e os cinco clipes que a comporão.

Observem que os clipes escolhidos precisam ser coerentes com o critério estabelecido.

A próxima etapa é a da pesquisa. Procurem informações sobre os videoclipes

escolhidos: dados sobre o trabalho dos artistas, detalhes da produção, álbum em

que as canções se encontram, participações especiais, premiações etc. Tais informações serão usadas para a escrita de um pequeno resumo de cada videoclipe,

acompanhado por uma opinião.

Pesquisem também uma plataforma on-line de criação de playlist e façam a inserção dos clipes selecionados por seu grupo. Depois, disponibilizem o link da playlist aos

editores da turma. Eles serão os responsáveis por encaminhar as playlists ao professor,

que as publicará no blog.

Nossa playlist de videoclipes

NINA FERNANDES

Procure em fontes confiáveis da internet e assista ao videoclipe da canção "Cruel", interpretada e cantada pela artista paulista Nina Fernandes. Depois, responda às questões.

Vanessa da Mata e Emicida em show no Rio de Janeiro. Foto de 2016.

Biblioteca cultural

Procure em fontes confiáveis da internet e assista à versão de “Rock and roll lullaby” gravada

pela banda mineira Pato Fu no disco Música de brinquedo (2010). O videoclipe colaborativo

foi feito com base no projeto BabyStar, para o qual alguns pais enviaram fotos de seus bebês.

A seção Expresse-se! é

um convite para que o aluno

produza arte exercitando outras

linguagens além da verbal

ou divulgue a arte por meios

pertinentes.

Na seção

Leitura puxa

leitura, ocorre

a articulação

entre leituras

feitas no

capítulo e são

dadas novas

sugestões.

P:82

8

Sumário SUMÁRIO

Minha canção: "Só eu sou eu", de Marcelo Jeneci p. 16

CAPÍTULO 1 – DIÁRIO: REGISTRO DO EU NO MUNDO

Leitura 1 Leitura 2 Páginas

especiais

Se eu quiser

aprender

mais

Meu diário

na prática

Textos em

conversa

Reprodução de

página do diário

de Marina

Torres Sella

p. 18

Desvendando o

texto p. 19

Como funciona

um diário?

p. 20

Fragmento

de O diário de

Zlata, de Zlata

Filipović p. 21

Refletindo

sobre o texto

p. 22

A escrita

íntima no blog

p. 24

Divisão do

texto em

parágrafos

p. 26

Momento de

produzir p. 28

Momento de

reescrever

p. 29

Momento de

apresentar

p. 29

O diário de

Zlata

(Leitura 2)

e relato

de Jaime

Murahovschi

para o Museu

da Pessoa

p. 30

Mais da

língua Isso eu já vi

Conversa

com arte Expresse-se! Leitura puxa

leitura

Biblioteca

cultural em

expansão

Como nos

comunicamos?

p. 32

A linguagem

é diversa

p. 33

A língua:

seleção e

combinação

p. 37

Junto ou

separado?

(revisão de

ortografia)

p. 40

Retrato.

Retrato

coletivo de

israelenses, de

Roland Fischer

p. 42

Retrato e

autorretrato.

O casal

Arnolfini, de

Jan van Eyck,

Exposição

Polvo, de

Adriana

Varejão, e

Enterro em

Ornans, de

Gustave

Courbet

Produção

de selfie e

montagem

de painel

p. 44

• O diário de

Zlata

• O diário de

Anne Frank

• Estatuto da

Criança e do

Adolescente

• Museu da

Pessoa

p. 46

• Extraordinário

• Billy Elliot

• O ano em

que meus pais

saíram de

férias

• A bolsa

amarela

p. 47

P:83

9

CAPÍTULO 2 – VERBETE: PALAVRA QUE EXPLICA PALAVRA

Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser

aprender mais

Meu verbete

na prática

Textos em

conversa

Verbete “cara”, do

Dicionário Houaiss

p. 48

Desvendando o

texto p. 49

Como funciona um

verbete? p. 50

Verbete “sapato”,

da Wikipédia

p. 52

Refletindo sobre o

texto p. 55

Como dividir as

frases p. 57

Momento de

produzir p. 59

Momento de

reescrever p. 60

Momento de

apresentar p. 60

O gênero verbete

e o poema “A

estrela”, de

Ferreira Gullar

p. 61

Transformando o

verbete em

podcast

Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes

Gravação de podcast p. 62 A língua varia p. 63

Preconceito

linguístico

p. 65

Grafia de palavras

muito parecidas p. 71

Pesquisa, redação e

postagem de novo

verbete na Wikipédia

p. 73

P:84

10

Sumário

CAPÍTULO 3 – HISTÓRIA EM QUADRINHOS: IMAGENS E PALAVRAS EM AÇÃO

Leitura 1 Leitura 2 Páginas

especiais

Se eu quiser

aprender

mais

Minha

história em

quadrinhos

na prática

Textos em

conversa

Tira “Níquel

Náusea”, de

Fernando

Gonsales p. 74

Desvendando o

texto p. 74

Como funciona

uma história

em quadrinhos?

p. 75

HQ de

Samanta

Flôor em

homenagem

a Mauricio de

Sousa p. 76

Refletindo

sobre o texto

p. 76

A HQ

eletrônica

p. 78

O formato dos

balões p. 84

Momento de

produzir p. 86

Momento de

reescrever

p. 87

Momento de

apresentar

p. 88

Tira “Níquel

Náusea”

(Leitura 1) e

cartaz do filme

Thor: Ragnarok

p. 89

Mais da

língua Isso eu já vi

Conversa

com arte Expresse-se! Leitura puxa

leitura

Biblioteca

cultural em

expansão

Escrever não é

o mesmo que

falar p. 90

O

planejamento

da fala e da

escrita p. 91

Os fonemas e

as letras p. 98

Videoclipe

feito para

a canção

"Segredos", de

Roberto Frejat

p. 102

Videoclipes

"Passarinhos",

de Emicida

e Vanessa

da Mata,

e "Cruel",

de Nina

Fernandes;

criação de

playlist de

videoclipes

p. 104

• Níquel

Náusea

• MSP 50

Novos

Artistas

• Turma da

Mônica – HQ

• Site da Turma

da Mônica

p. 106

• As cem

melhores

histórias da

mitologia

• As melhores

histórias da

mitologia

africana

• Como

nasceram as

estrelas

• Icamiabas na

Amazônia de

Pedra

p. 107

P:85

11

CAPÍTULO 4 – RELATO DE EXPERIÊNCIA: CONTAR O QUE HOUVE COMIGO

Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser

aprender mais

Meu relato de

experiência na

prática

Textos em

conversa

Transcrição de

relato de Rogério

Quintanilha para o

portal de notícias

G1 p. 108

Desvendando o

texto p. 109

Como funciona

um relato de

experiência? p. 111

Transcrição de

relato de Pedro

Antônio Alves

para o Museu da

Pessoa p. 112

Refletindo sobre o

texto p. 113

Relações de causa

e consequência

p. 115

Momento de

produzir p. 117

Momento de

reescrever p. 118

Transcrição de

relato de Rogério

Quintanilha para o

portal de notícias

G1 (Leitura 1) e

poema “Classe

mista”, de Carlos

Drummond de

Andrade p. 119

Transformando o

relato de experiência

em entrevista

Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes

Produção de entrevista

p. 120

Substantivo p. 121

Flexão de gênero

p. 127

Flexão de número

p. 129

Variação de grau

p. 129

Grafia de encontros

consonantais p. 136

Técnicas de pesquisa

e produção de

videoaula sobre o

movimento

hip-hop p. 138

P:86

12

Sumário

CAPÍTULO 5 – POEMA: A EXPRESSÃO DO EU

Leitura 1 Leitura 2

Se eu quiser

aprender

mais

Meu poema

na prática

Textos em

conversa

Páginas

especiais

Poema de

Arnaldo

Antunes p. 140

Desvendando o

texto p. 140

Como funciona

um poema?

p. 141

Poema “O

aeroplano”,

de Ivan

Junqueira

p. 141

Refletindo

sobre o texto

p. 142

A linguagem

poética p. 145

Momento de

produzir

p. 147

Momento de

reescrever

p. 148

Momento de

apresentar

p. 149

Poema de

Arnaldo

Antunes

e projeto

artístico

de Diego

Bachmann

p. 149

Outras formas

de compor

poemas

p. 150

Mais da

língua Isso eu já vi

Conversa

com arte Expresse-se! Leitura puxa

leitura

Biblioteca

cultural em

expansão

Termos que

acompanham

o substantivo

p. 154

Adjetivo

p. 155

Numeral

p. 161

Artigo p. 162

Sílaba tônica e

acento gráfico

p. 167

Poltrona Doco

e Poltrona

Oblíquo,

de Rodrigo

Ohtake p. 168

Objetos de

design Banco

sem assento

e Luminária

ferro de

passar, de

Leo Capote, e

cartaz Happy

birthday,

de Shigeo

Fukuda;

criação de

objeto de

design p. 170

• Site de

Arnaldo

Antunes

• Blogspot de

Al-Chaer

• Site de Sérgio

Capparelli

• Dez

melhores

poemas de

Drummond

p. 172

• Caqui –

Revista

Brasileira de

Haicais

• Site sobre

a pintura

ukiyo-e

• Japan House

p. 173

P:87

13

CAPÍTULO 6 – ANÚNCIO E OUTROS GÊNEROS PUBLICITÁRIOS: A VENDA

DE PRODUTOS E DE IDEIAS

Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser

aprender mais

Nosso anúncio

publicitário na

prática

Textos em

conversa

Anúncio da

OndAzul p. 174

Desvendando o

texto p. 175

Como funciona

um anúncio

publicitário?

p. 176

Anúncio, fôlder,

spot e filme do

Ministério da

Saúde p. 176

Refletindo sobre

os textos p. 178

As referências ao

leitor p. 182

Momento de

produzir p. 184

Momento de

avaliar p. 185

Momento de

apresentar p. 185

Gêneros

publicitários e

Seção III – Da

Publicidade –

Art. 36 do

Código Brasileiro

de Defesa do

Consumidor

p. 186

Transformando o

anúncio em paródia Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes

Produção de paródia p. 189 Verbo p. 190

Flexões do verbo

p. 191

Modos verbais p. 196

Modelos de

conjugação verbal

p. 198

Acentos gráficos

em palavras

monossílabas,

oxítonas e

proparoxítonas

p. 202

Produção de carta

de reclamação a ser

enviada ao SAC de

empresa fabricante de

produto p. 204

P:88

14

Sumário

CAPÍTULO 7 – COMENTÁRIO DE LEITOR: O DIREITO DE OPINAR

Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser

aprender mais

Meu comentário

de leitor

na prática

Textos em

conversa

Comentários sobre

notícias na Folha de

S.Paulo a respeito

do afogamento de

um garoto sírio

p. 207

Desvendando o

texto p. 207

Como funciona

um comentário de

leitor? p. 208

Comentários de

jornal on-line

sobre os Jogos

Olímpicos do Rio

2016 p. 209

Refletindo sobre o

texto p. 210

O que diminui a

aceitação de uma

opinião? p. 211

Momento de

produzir p. 214

Momento de

avaliar p. 215

Gênero comentário

de leitor e artigo

“Por que fechei

meu blog para

comentários”,

de Leonardo

Sakamoto

p. 216

Transformando o

comentário de leitor em

pedido público

de desculpas

Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes

Carta de pedido formal

de desculpas p. 218

Frase, oração e

período

p. 219

Tipos de frase p. 220

Oração e período

p. 224

Acentuação das

palavras paroxítonas

p. 229

Comparação das

vantagens do livro

impresso com as do

livro digital e gravação

de podcast debatendo

o tema p. 230

P:89

15

Minha canção: “De toda cor”, de Renato Luciano e outros p. 266

Bibliografia p. 270

Referências digitais p. 271

CAPÍTULO 8 – CONTO: QUE DELÍCIA QUE É CONTAR!

Leitura 1 Leitura 2

Se eu quiser

aprender

mais

Meu conto

na prática

Textos em

conversa

Mais da língua

“Pega ladrão,

Papai Noel!”,

de Marcos Rey

p. 234

Desvendando o

texto p. 236

Como funciona

um conto?

p. 237

“Trem

Fantasma”, de

Moacyr Scliar

p. 238

Refletindo

sobre o texto

p. 240

As vozes no

conto p. 241

Momento

de produzir

p. 244

Momento de

reescrever

p. 245

A temática

da empatia

(contos) e

notícia sobre

Marley Dias:

“Cansada

de ler sobre

garotos,

menina reúne

4.000 livros

com garotas

negras”

p. 247

Sujeito

determinado

p. 250

Isso eu já vi

Conversa

com arte Expresse-se! Leitura puxa

leitura

Biblioteca

cultural em

expansão

Acentuação

gráfica em

hiatos e

ditongos

p. 258

Fotografia

documental:

Hazara

Schoolboys

(Escola de

Meninos

Hazara),

de Steve

McCurry

p. 260

Fotografias documentais:

Perfume de sonho, de Sebastião

Salgado, Street Arabs in “sleeping

quarters”, de Jacob August Riis,

e Casal se beijando no Boulevard

Diderot, Paris, de Henri Cartier-

-Bresson; produção de fotografia

documental.

p. 262

• O sal da Terra

• Site de Steve

McCurry

• Contos e

crônicas para

ler na escola

• O rapto do

garoto de

ouro

p. 264

• 100 livros

infantis com

meninas

negras

• Saiba mais

com a Turma

da Mônica –

Inclusão social

• Do luto à luta

p. 265

P:90

16

Minha canção

16

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Biblioteca cultural

Ouça a canção “Só

eu sou eu” no site do

músico Marcelo Jeneci.

Marcelo Jeneci

O Brasil é um país musical. A mistura das culturas africana, indígena,

europeia, asiática etc. produziu um “caldeirão” de ritmos musicais que

encanta o mundo todo. Nesta coleção, cada livro será aberto e finalizado com uma letra de canção, acompanhada de cifras simplificadas

para você cantar, dançar, transformar em videoclipes ou cenas teatrais,

ou simplesmente ouvir e viajar nas letras e melodias criadas por nossos

compositores-poetas. Bem-vindo ao Ensino Fundamental – Anos Finais.

Só eu sou eu

Bm

Vem brincar comigo

Am D G7

Que outra criatura igual jamais nasceu

Em

Vem cá, menino

Bm

Vamos lá, juntinhos

Am D G7

Ainda bem que a gente é você e eu

C C#o

Você e eu

G Em

Você e eu

Am D

E cada um é cada um

G7

E cada eu...

C C#o

Você e eu

G Em

Você e eu

Am D

E cada um é cada um

G

E cada eu...

Violão: principal

Tom: G

G Bm

Tem muita gente tão bonita nessa terra

Am D

Nas minhas contas são sete bilhões

G Em G

Mais eu

G Bm

Tem Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra

Am D G7

Mas nada disso muda que só eu sou eu

C C#o

Só eu sou eu

G Em

Só eu sou eu

Am D G7

Além de mim não tem ninguém que seja eu

C C#o

Só eu sou eu

G Em

Só eu sou eu

Am D G Em G

Além de mim não tem ninguém que seja eu

(Repete a 1a

parte)

Em

Vem cá, menina

M. JENECI; A. NESTROVSKI. Só eu sou eu. Intérprete: Marcelo Jeneci. In: MARCELO JENECI.

De graça. Rio de Janeiro: Som Livre, 2013. 1 CD. Faixa 12. Cifras disponíveis em:

<https://www.cifraclub.com.br/marcelo-jeneci/so-eu-sou-eu/>.

É muito importante os alunos

saberem que o gênero letra de

canção pressupõe um acompanhamento musical. A canção foi

feita para ser cantada, e por isso

é essencial que a turma a ouça.

A melodia traz uma série de

informações subjetivas que interferem na interpretação que

fazemos da letra de uma canção. Os alunos que souberem

tocar violão poderão utilizar as

cifras indicadas na letra.

Em sintonia com a competência

geral (CG) 8 da BNCC, que destaca habilidades socioemocionais, ao apontar a importância

do autoconhecimento e do cuidado com a saúde emocional,

a letra dessa canção sugere a

valorização dos traços que nos

particularizam e nos tornam

pessoas especiais e diferentes

das demais. Começar o ano

com essa letra é uma forma de

indicar aos alunos a possibilidade de reforçar a história que

eles já vêm construindo ou de

modificá-la para iniciar uma

nova fase. Converse sobre isso

com a turma, convidando-a a

viver plenamente o Ensino Fundamental – Anos Finais, ou seja,

a se dedicar às várias atividades

que serão propostas pela disciplina de Língua Portuguesa

e que criarão oportunidades

para que os alunos vivenciem

manifestações artísticas diversas, exercitem sua curiosidade intelectual, desenvolvam

práticas cidadãs, entre tantos

outros objetivos. Leia nossa

proposta para as seções “Minha canção”, “Conversa com

arte” e “Expresse-se!” aqui no

Manual do professor (MP).

Minha canção

CG: 1, 3, 4, 5, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 3, 7, 10

Habilidades: EF67LP11,

EF67LP28, EF69LP48

P:91

17

17

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A canção ao lado é de autoria de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski e pertence ao disco De graça (2013), o segundo

da carreira de Jeneci. Nascido em 1982,

de pai pernambucano e mãe paulista, o

multi-instrumentista Marcelo Jeneci foi

criado na periferia de São Paulo ouvindo

rádios populares, canções de Roberto

Carlos e trilhas sonoras de telenovelas.

O gaúcho Arthur Nestrovski nasceu em

1959 e é compositor, violonista, crítico

literário e musical, escritor e editor.

REPRODUÇÃO

Capa do álbum De graça,

de Marcelo Jeneci.

„ Depois de ler a letra e de ouvir a melodia de “Só eu sou eu”, reflita com sua turma sobre

o conteúdo dessa canção.

• Por que os compositores falam de “Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra”?

• Qual é a função do coro de não cantores que acompanha em algumas partes a voz de Jeneci?

• O que significaria dizer que “Só eu sou eu”?

„ Após ouvir a canção e refletir sobre ela, escolham, com o auxílio de seu professor, um

grupo de colegas da classe que goste de trabalhar com edição de vídeos no computador

para criar um vídeo com selfies que a turma fará. Orientem-se pelas instruções a seguir.

1. Vocês precisarão ver se o computador da escola ou de alguém da classe tem um programa

de edição que sincronize fotos e músicas. Há várias versões gratuitas desse tipo de programa

na internet.

2. Façam selfies com a turma em vários lugares da escola (sala de aula, pátio, quadra etc.) em

momentos diversos (durante a aula, no intervalo, na aula de Educação Física, em debates etc.)

3. Passem todas as fotos da turma para o computador.

4. Abram o programa de edição e nomeiem o projeto que estão criando (“Vídeo da turma X”,

por exemplo). Salvem o projeto.

5. Importem as selfies de acordo com as instruções do programa.

6. Após a importação, selecionem a ordem em que desejam que as selfies apareçam no vídeo

e arrastem-nas até o storyboard.

7. Selecionem os efeitos desejados (como zoom).

8. Escolham o tipo de transição que querem entre uma foto e outra.

9. Importem o arquivo de áudio com a canção “Só eu sou eu”. Não se esqueçam de que esse

material deverá ser de uso interno, recreativo; qualquer outro uso implica o pagamento de

direitos autorais.

10. Adicionem a canção ao storyboard.

11. Sincronizem o início e o final do vídeo tendo em vista a duração da música. Para isso, basta

arrastar o final da faixa de áudio até o final do vídeo.

12. Selecionem o efeito de áudio entre as opções que o programa dá.

O vídeo da turma está pronto! Exibam-no para toda a escola e guardem esse material como um

registro da história do grupo. Ele poderá ser útil, também, na formatura do 9o

ano.

Nosso vídeo de fotos e música

Biblioteca cultural

Que tal conhecer outra canção de Marcelo

Jeneci? Felicidade é um

dueto com a cantora

Laura Lavieri e você pode

encontrar o videoclipe

na internet.

Nosso vídeo de fotos e música

Não se espera que os alunos

respondam às questões uma a

uma. A ideia é que as utilizem

como guia para uma reflexão,

que pode ser individual ou coletiva. Veja se a turma percebe

que a canção defende que somos únicos e, por isso, especiais.

Mesmo que não sejamos figuras

ilustres ou famosas como Ronaldinho (o jogador de futebol) e a

rainha da Inglaterra, ocupamos

um lugar que é só nosso, por

isso o mundo é composto de

“sete bilhões mais eu”. O coro

de pessoas comuns, não cantoras, junta-se à voz principal

para dar a noção de que há

vários “eus” e que todos têm

sua singularidade.

Essa e outras atividades da coleção estimulam a produção

de textos multimodais, que

associam várias linguagens. É

provável que a familiaridade

com as tecnologias digitais de

informação e comunicação não

seja a mesma entre os alunos,

mas esse conhecimento será

adquirido conforme se apresentarem os desafios de cada

atividade. Além disso, alguns

alunos poderão orientar os colegas, assumindo a liderança em

algumas práticas. A BNCC indica

a importância da compreensão

e do uso dessas tecnologias na

CG 5, na competência específica de linguagens (CEL) 3 e

na competência específica de

língua portuguesa (CELP) 10,

além de incluí-las em várias das

habilidades. Leia sobre como

entendemos a proposta de trabalho para os gêneros digitais

na introdução do MP.

P:92

18

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

18

ARQUIVO PESSOAL

ARQUIVO PESSOAL

CAPÍTULO

1 DIÁRIO:

registro do eu no mundo

Neste capítulo, você conhecerá pessoas por meio de seus diários.

A seguir, apresentamos a reprodução de uma página do diário da jovem

paranaense Marina Torres Sella. Ela mora em Londrina e escreveu o texto

quando tinha 12 anos. Leia-o e responda às questões.

Leitura 1

Marina Torres Sella

em foto de 2018.

Reprodução de página do diário de Marina Torres Sella.

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. É possível que,

quando forem consultados,

aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado

de endereço.

Antes de iniciar o estudo desse gênero, comente com os alunos que eles lerão, neste capítulo, duas páginas de

diá rios de meninas de 11 e 12 anos. Pergunte o que esperam ler. É provável que a primeira página coincida com

essa expectativa, mas não a segunda, cujo contexto é uma guerra. Ao terminar cada leitura, retome essa conversa inicial para refletir sobre aquilo que não coincide com as expectativas, fazendo-os perceber os diferentes

contextos de produção. Caso algum aluno mencione um diário relativo a conflitos, como O diário de Anne Frank,

valorize a informação e guarde-a para a comparação com O diário de Zlata, quando será possível destacar como

é interessante ler obras diversas e construir uma “Biblioteca cultural”.

Informações sobre o gênero diário e sua exploração nesta coleção podem ser lidas na introdução do MP.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10

Habilidades: EF67LP04,

EF67LP27, EF67LP28,

EF67LP37, EF67LP38,

EF69LP01, EF69LP55,

EF69LP56

Capítulo 1

Pré-requisitos

• EF03LP12

• EF35LP01

• EF35LP07

• EF69LP56

• EF67LP04

Materiais digitais

Sequência didática 1: O diário

CG: 1

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2

Habilidades: EF15LP01,

EF15LP05

Sequência didática 2: O

retrato na pintura e a

descrição como forma de

retrato

CG: 1

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2

Habilidades: EF69AR02,

EF69AR04, EF67LP04

CG: 1; CEL: 1, 2; CELP: 1, 2

Habilidade: EF69LP41

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Videoaula:

Como nos comunicamos?

P:93

19

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

19

1 A página de diário de Marina Torres Sella trata de sua estada em

um acampamento.

a) Que parte dessa experiência a jovem mais valorizou?

b) O que permitiu a você chegar a essa conclusão?

2 Transcreva a frase em que a menina revela ter tido expectativas

positivas em relação ao que viveria no acampamento.

3 Segundo o relato, a experiência marcou a vida de Marina? Justifique

sua resposta.

4 Nesse texto, predominam fatos ou opiniões? Transcreva um trecho

que comprove sua resposta.

5 O relato apresentado é feito em primeira pessoa, que pode ser expressa

pelas palavras eu e nós.

a) Copie outras palavras indicando que o relato é feito nessa pessoa.

b) Por que você acha que a primeira pessoa é muito usada em um

relato como esse?

6 O relato apresenta fatos em três momentos. No caderno, relacione

cada informação à noção de tempo presente, passado ou futuro.

a) Sentir saudades.

b) Estar no acampamento.

c) Manter os amigos na memória.

d) Fazer contato com Luli.

e) Mandar mensagens para as amigas.

7 Releia o seguinte trecho: “[...] já estou com saudades de todo mundo,

até da Amanda, uma menina superchata que tinha poucos amigos”.

a) Qual destas palavras poderia substituir até, mantendo seu sentido:

exceto, menos, inclusive ou apenas?

b) Abaixo há duas interpretações para a expressão até da Amanda.

Qual delas é apropriada?

I. Ao afirmar que sente saudades “até da Amanda”, Marina sugere

que a experiência foi tão positiva que mesmo situações menos

legais serão lembradas com carinho.

II. Ao afirmar que sente saudades “até da Amanda”, Marina sugere que a experiência seria lembrada com carinho se algumas

situações ruins fossem esquecidas.

8 O acampamento teve como tema a pergunta “O que te define?”.

Que tipo de resposta você acha que é esperado para essa questão?

Sempre que transcrever, isto é, copiar um

trecho (parágrafo, frase,

palavra etc.), use aspas

(“...”) no início e no final.

Dica de professor

Desvendando o texto

Que resposta você

daria à pergunta “O que

te define”?

Fala aí!

VICENTE MENDONÇA

1a. As amizades que fez.

2. “Como eu já esperava, o

acampamento foi perfeito, e

as amizades que z vão estar Sim. Marina arma que sempre se lembrará da experiência vivida, sempre no meu coração!” como mostra a última frase da página de seu diário.

Opiniões. Sugestão: “Foi muito divertido montar

um projeto sobre isso”.

se concentrar na fala sobre os amigos e nas saudades que eles deixaram.

O fato de o relato

É esperado que a pessoa indique suas características mais marcantes, mais fortes.

Interpretação I.

Inclusive.

passado

futuro

futuro

passado

presente

A primeira pessoa refere-se a quem fala/escreve, e esse

relato traz uma experiência pessoal.

5a. Verbos (formas verbais): passei, adorei, estou, passamos, quei, vamos, z, co, lembro; pronomes: eu, minhas, minha, meu.

pelas palavras

a)

Questão 4 – A distinção entre fato e opinião é uma

das habilidades relativas ao

campo jornalístico/midiático

(EF67LP04), mas também pode

ser observada e estudada em

textos de outros campos, como

os que exemplificam o gênero

diário, em que se misturam os

acontecimentos e as impressões

sobre eles.

Fala aí! – Aproveite a atividade para criar um momento

de integração entre os alunos

recém-chegados ao Ensino Fundamental – Anos Finais. Sugerimos que você e eles (um por

vez) apresentem a resposta para

o grupo.

P:94

20

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

20

Nesta seção, você responderá a perguntas que o ajudarão a refletir sobre as características do gênero textual diário. Para iniciar, volte ao texto

reproduzido no início deste capítulo. 1 Observe a maneira como Marina estabelece uma interlocução, isto

é, uma comunicação com o diário.

a) Que expressão é usada para iniciar essa comunicação?

b) E para encerrá-la?

c) Considerando essas expressões, como você descreveria a relação

de Marina com o diário?

d) Por que algumas pessoas guardam seus diários escondidos ou trancados?

e) Com que finalidade Marina ilustrou com colagens a página do diário?

2 Em sua opinião, por que algumas pessoas se dedicam a escrever diários?

O vocativo é um cha

-

mamento. Nós o usa

-

mos em cartas, e-mails

e bilhetes para indicar

a quem nos dirigimos (Caro Roberto) e também nos diálogos (Joana, você trouxe o livro?).

A expressão Querido

Diário também é um

vocativo.

Sabia?

A guerra na ex-Iugoslávia

Entre 1991 e 2001, a Iugoslávia, uma

nação que hoje não existe mais, enfren

-

tou uma guerra interna que resultou

em milhares de mortos. Os combates

ocorreram por conflitos entre grupos

que viviam no território, principalmente

sérvios, croatas, eslovênios e muçulma

-

nos, desejosos de criar países indepen

-

dentes, nos quais assumiriam o governo.

Sarajevo (pronuncia-se “Saraiêvo”),

cidade em que Zlata morava, é a capital

da Bósnia-Herzegovina, um dos países

que integravam a antiga Iugoslávia.

Na página seguinte, você vai conhecer o diário de outra menina: Zlata

Filipović (pronuncia-se “Filipovitch”). Zlata tinha 11 anos quando seu país

enfrentou uma guerra. O texto revela o confinamento da família em um

apartamento durante o dia e no porão do vizinho à noite, a preocupação

com as bombas lançadas sobre as casas, as dificuldades cotidianas e as

reações da garota diante de um conflito político que ela não entende. Antes de ler a página do diário, conheça um pouco da história desse conflito

para entender o contexto.

Como funciona um diário?

Os textos do gênero diário relatam fatos vividos pelo autor e apresentam

reflexões, opiniões e sentimentos. Trata-se de uma comunicação íntima. As pá

-

ginas são escritas diariamente ou há um pequeno intervalo de tempo entre elas.

Não há uma estrutura fixa, mas, em geral, possuem data, vocativo e assinatura.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Túnel subterrâneo que

permitiu a entrada

de alimentos, ajuda

humanitária e armas

para os defensores

da cidade quando

Sarajevo foi cercada

pelas tropas inimigas.

Foto de 2012.

PAUL PRESCOTT/SHUTTERSTOCK

Querido Diário.

Beijinhos.

As colagens personalizam o diário.

1c. Resposta pessoal. Espe

-

ra-se que os alunos perce

-

bam que há um tratamento

carinhoso, como se o diário

fosse um amigo, um confes

-

sor de Marina.

2. Resposta pessoal. Veri

-

que se um ou mais alunos

mantêm diários e pergunte

por que fazem isso. Também

é possível que alguns deles

mencionem diários produzi

-

dos por familiares.

1d. O diário é uma comuni

-

cação íntima, que registra

opiniões e sentimentos que

o produtor não deseja que se

tornem públicos.

P:95

21

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

21

Segunda-feira, 28 de dezembro de 1992

Dear Mimmy,

Quanta coisa eu fiz nestes últimos dias!

Hoje fiquei em casa. Tive minha primeira aula de piano. Que abraço

apertado nós nos demos, Biljana Čanković e eu. Desde março a gente não

se via. Depois nos dedicamos a Czerny, Bach, Mozart e Chopin – um

estudo, uma fuga, uma sonata e uma peça. Foi uma barra. Mas, como

não vou mais à escola, vou poder me dedicar ao piano. Que bom! Você

sabe, Mimmy, na escola de música estou no quinto ano.

Estamos sem água – e quanto à eletricidade, a coisa vai mais ou menos.

Quando eu saio e não há tiros, fico com a sensação de que a guerra

acabou, mas os cortes de água e eletricidade, o inverno, a falta de lenha

e de comida me trazem para a realidade e percebo que a guerra continua

por aqui. E por quê? Por que esses “moleques” não entram num acordo?

Estão se divertindo à beça. A nossas custas.

Escrevo para você sentada na mesa, dear Mimmy. Estou vendo papai

e mamãe. Os dois estão lendo. Quando eles levantam os olhos do livro,

ficam pensando. Em que eles pensam? No livro que estão lendo? Ou

será que tentam recolher os pedaços que a guerra espalhou? Sinto uma

coisa esquisita vendo os dois assim. À luz da lamparina (como nossas

velas acabaram, fabricamos lamparinas com óleo) eles me parecem cada

vez mais tristes. Olho para papai. Como ele emagreceu! Perdeu vinte

quilos pesados na balança, mas quando olho tenho a impressão de que

deve ter sido até mais. Dá a impressão de que os óculos ficaram grandes

demais para seu rosto. Mamãe também emagreceu muito. Parece que

ela murchou, a guerra cavou rugas em seu rosto. Meu Deus, o que esta

guerra fez de meus pais!... Eles já não se parecem com meu pai e minha

mãe. Será que tudo isso acaba um dia, será que nossos sofrimentos em

breve vão chegar ao fim para que eles voltem a ser o que eram – pessoas

alegres, sorridentes, elegantes?

Esta guerra estúpida destrói minha infância e estraga a vida de meus

pais. Mas POR QUÊ? STOP THE WAR! PEACE! I NEED PEACE!

Tudo bem, vou jogar uma partida de cartas com eles!

Zlata, que ama você.

ZLATA FILIPOVIC´. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra.

Trad. Antonio de Macedo Soares e Heloisa Jahn.

São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 112-113.

Leitura 2

Zlata Filipović (1980-)

escreveu seu diário motivada pelo Unicef, instituição internacional

que protege a infância.

Foi pedido às crianças

que mantivessem registros de seu cotidiano

e sentimentos durante

o conflito. Pouco depois, o diário de Zlata

foi selecionado para publicação. Desde então,

ela tem divulgado sua

experiência pelo mundo

e atuado em áreas ligadas à luta pela paz e pela

tolerância.

De quem é o texto?TOPFOTO/UPP/AGB PHOTO LIBRARY

Foto de 1995.

Dear: Querida.

Czerny, Bach, Mozart

e Chopin: os austríacos

Czerny (1781-1857) e

Mozart (1756-1791), o

alemão Bach (1685-1750)

e o polonês Chopin

(1810-1849)

foram importantes

compositores de peças

para pianos e órgãos.

Um estudo, uma fuga,

uma sonata e uma

peça: composições

musicais executadas com

instrumentos, sem canto.

Stop the war! Peace! I need

peace!: Parem a guerra!

Paz! Eu preciso de paz!

De quem é o texto? – Nossa

opção por explorar um diário

pessoal e um diário publicado está relacionada, entre

outros fatores, ao objetivo

de evidenciar para os alunos

exigências próprias das comunicações públicas, introduzindo ou recuperando a ideia de

adequação de linguagem, que

será explorada a seguir e que

é indicada pela CELP 5.

P:96

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

22

1 Marina e Zlata iniciam sua página de diário com o dia, o mês e o ano

em que escrevem. Por que as datas são importantes nesse gênero?

2 Em seu texto, Zlata conta como ela e a família viviam durante a guerra.

a) No início do relato, por que a menina está feliz?

b) No segundo parágrafo, a garota mostra que a guerra provocou uma

importante alteração em sua rotina. O que aconteceu?

c) Que privações materiais a família de Zlata sofreu naquele período?

d) Zlata chama de moleques os líderes dos exércitos em conflito.

O que o uso dessa palavra revela sobre a opinião da menina?

Por quê?

3 Além de apresentar fatos e narrar ações, os diários apresentam

sequências de textos com outras finalidades.

a) Zlata percebe que a guerra afetou seus pais. O que ela observa?

b) No parágrafo em que a menina trata desse tema, predomina o

relato de ações ou a reflexão?

c) Além de expor um fato, o que mais a frase a seguir revela: “Como

ele emagreceu!”?

d) Ao referir-se à guerra como “estúpida”, Zlata faz uma descrição

objetiva ou apresenta um ponto de vista pessoal (subjetivo)? Justifique sua resposta.

4 Quando Zlata escreveu seu diário, não sabia se seria publicado.

a) Para quem ela escrevia inicialmente?

b) Após a publicação, quem passa a ser seu leitor?

c) Em sua opinião, por que houve interesse em publicar esse diário?

d) Levante uma hipótese: que alterações podem ser necessárias no texto

para que ele possa ser publicado?

Refletindo sobre o texto

Em geral, o leitor de um diário é o próprio autor. Trata-se de um texto

particular, íntimo, usado para registro pessoal, por isso a linguagem costuma

ser mais descontraída, com palavras e frases simples, embora alguns autores

tenham um estilo mais elaborado.

Quando publicados, os diários ganham leitores diversos, e sua linguagem e

conteúdo podem sofrer alterações para se adequar a uma comunicação pública.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Se esse diário fosse meu...

Em outras páginas do diário, Zlata relata como é difícil, no contexto do conflito,

cuidar de seu bichinho de estimação, o canário Cicko. Redija um parágrafo sobre

isso, imaginando-o como parte do texto da menina. Antes, reflita sobre o tipo

de problema que poderia acontecer com a ave.

1. Porque contextualizam os

acontecimentos, relacionando-os à idade do autor, à

época do ano etc.

2b. Zlata deixou de ir à escola.

Comente com os alunos que

a escola de Zlata foi fechada

quando a cidade começou a

ser bombardeada, reabrindo

quase um ano depois.

2a. Zlata está feliz porque

voltou a ter aulas de piano.

3a. Zlata nota que os pais

estão desatentos e tristes.

Arma que ambos emagreceram e que o rosto da mãe

ganhou rugas.

A reexão.

O sentimento de pena, de dor da menina.

3d. Apresenta um ponto de

vista pessoal, pois expressa

uma opinião.

Zlata escrevia para ela mesma.

4c. Resposta pessoal. Porque, ao tratar de um período

de guerra, tornou-se um

documento histórico.

Todas as pessoas que leem a obra.

2c. A família de Zlata enfrentou cortes de água e luz e

falta de lenha e comida. O emprego de moleques revela uma opinião crítica,

pois sugere que os líderes são irresponsáveis.

Resposta pessoal.

Questão 3d – Reforce o significado dos termos objetividade e

subjetividade. O primeiro refere-

-se ao que se observa e é livre

da interferência de sentimentos, tendências e opiniões. O

segundo remete àquilo que está

relacionado ao indivíduo, seu

íntimo e suas particularidades.

Questão 4d – Levante os aspectos indicados pelos alunos. É

importante que eles notem que

o diário é produzido em um

contexto mais íntimo e, por isso,

de maior liberdade. No caso de

uma divulgação pública, podem

ser necessárias adequações na

ortografia, na pontuação e em

outros aspectos gramaticais.

Também podem ser desejáveis

alterações para evitar repetições

de termos ou buscar palavras

mais precisas. É possível, ainda,

que algumas informações tenham de ser completadas, pois

o leitor não conhece todas as

referências do escritor.

Da observação para a teoria

Pergunte aos alunos se eles

gostaram de conhecer O diário

de Zlata e se já tiveram alguma

experiência na leitura desse

gênero.

Caso alguém tenha mencionado antes O diário de Anne

Frank, peça que fale da obra

e de sua experiência de leitura. Abra espaço para opiniões

divergentes. Parte da turma

pode não ter sido tocada

pela história, considerando-

-a uma leitura difícil ou pouco

interessante, enquanto outra

parte pode ter visto ali a possibilidade de conhecer uma

realidade diferente. Explique

que nem todos os diários relatam fatos reais.

Se esse diário fosse meu... – Se desejar, ao comentar os parágrafos dos alunos, explique-lhes que, em O diário

de Zlata, os problemas são o frio e a falta de comida para pássaros, o que obriga a família a pedir ajuda aos

amigos, já que Cicko não consegue comer nenhuma outra coisa. O canário morre ainda durante a guerra.

P:97

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Os diários e a História

Zlata chamou seu diário de Mimmy, nome de um peixinho dourado que havia

morrido. A ideia de batizar o diário veio de outro texto, escrito por uma menina

que também enfrentou uma guerra: Anne Frank. A adolescente registrou a

Segunda Guerra Mundial e a perseguição imposta a ela e a outros judeus pelos

nazistas. Anne morreu em um campo de concentração, e seu pai, posteriormente,

publicou o diário dela, que era chamado de Kitty.

No Brasil, um diário escrito também por uma adolescente conta uma fase

importante de nossa história. As páginas do diário de Helena Morley (pseudônimo

de Alice Dayrell Caldeira Brant), publicado com o título Minha vida de menina,

registram o cotidiano em Diamantina (Goiás) no final do século XIX. Helena

fala de suas relações com familiares, amigos e outros moradores da cidade,

permitindo ao leitor entrever situações sociais e a forma de pensar no período

que sucedeu a abolição da escravatura e a proclamação da República no Brasil.

Sabia?

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

A coleção Diário de

um banana (São Paulo:

V&R Editoras, 2012),

do escritor e ilustrador

Jeff Kinney, faz bastante

sucesso com o público

pré-adolescente.

Diário ficcional

Nem todos os diários

retratam fatos reais.

Alguns escritores reproduzem a estrutura desse

gênero, mas inventam o

conteúdo. Nesse caso,

quem relata os fatos é

um personagem que

vive uma história fictícia, isto é, inventada.

A coleção Diário de

REPRODUÇÃO

Pergunte aos alunos se eles

têm uma hipótese acerca

do maior número de diários escritos por meninas.

Depois, conte-lhes que a

escrita de diários, realizada

principalmente pelas jovens

das classes ricas, no século

XIX, era sugerida para as

meninas porque elas não

tinham a expectativa de atuar

prossionalmente; apenas se

preparavam para ser boas

esposas e mães. Os diários

eram vistos como forma de

examinar a consciência e de

praticar a escrita, e, muitas

vezes, o texto era lido e

corrigido pelas professoras

particulares.

Sabia? – Para conhecer mais

sobre o gênero e as motivações

de sua produção, sugerimos a

você, professor, o interessante

ensaio Diários de garotas francesas no século XIX: constituição

e transgressão de um gênero

literário, de Philippe Lejeune,

disponível na internet.

Se desejar informações sobre

o livro Minha vida de menina,

leia a obra Duas meninas, do

crítico Roberto Schwarz. Trata-

-se de um estudo comparativo

desse diário com o romance

Dom Casmurro, de Machado

de Assis.

Se possível, oriente uma pesquisa na internet: os alunos devem

entrar em sites de editoras e de

livrarias para encontrar diários

reais ou fictícios, adequados à

sua faixa etária. Após ler as

sinopses ou resenhas, em atividade individual escrita, eles

devem indicar um diário que

gostariam de ler e justificar sua

opinião. Essa atividade dialoga

com a CELP 8, que trata da seleção de livros de acordo com

interesses pessoais. No final, veja

se existe, na biblioteca, um ou

mais diários disponíveis, leve-os

para a sala de aula e sugira sua

leitura. Se for possível, verifique

a possibilidade de adquirir uma

ou duas obras desse gênero.

Diário ficcional – Pergunte

aos alunos se eles percebem

que o gênero é produzido em

outro contexto e ganha outra

função, que não é mais a de

relatar e analisar vivências e

sentimentos reais.

Verifique se os alunos já leram

diário desse tipo, como os volumes de Diário de um banana,

de Jeff Kinney, e Diário de uma

garota nada popular, de Rachel

Renée Russel.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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A escrita íntima no blog

1. Você acha que há semelhança entre essa parte do

blog e o diário de Zlata, que

foi publicado? Por quê?

Na década de 1990, quando a internet estava se popularizando, muitas

pessoas usavam os blogs como diários. Neles contavam suas experiências e

sentimentos. Esse uso ainda permanece, mas a maioria dos blogs atuais é mais

abrangente, trazendo assuntos variados, alguns deles ainda bastante pessoais

e outros mais ligados à exposição de informações e troca de conhecimentos.

Você vai conhecer o blog da estudante mineira Júnia Emanuele. Leia partes

dele, veja os comentários e responda às questões.

Página inicial

Apresentação

MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM

MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM

Junto de sua apresentação, Júnia conta o

motivo de ter iniciado

o blog: “Criei o blog em

2014 para compartilhar

meus sentimentos, mas

atualmente falo também

de maquiagem, cabelo,

moda, comportamento

e tudo que eu mais amo”.

Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com>. Acesso em: 20 abr. 2018.

Disponível em:

<http://meuladojujuba.blogspot.com>.

Acesso em: 20 abr. 2018.

2. Que semelhanças

e que diferenças

você nota entre o

diário de Marina e

esse blog?

Resposta pessoal.

Em um diário, a escrita é feita à mão e, em geral, destinada apenas ao escritor ou a pessoas de

seu círculo de intimidade. Em um blog, a escrita é pública, destinada a um público leitor maior.

Os gêneros digitais têm uma

estrutura menos estável ou

previsível que os não digitais

em função da evolução rápida e

constante da tecnologia. No caso

do blog, é preciso considerar

que, para alguns pesquisadores, atualmente ele se enquadra

mais no conceito de suporte do

que no de gênero, uma vez que

guarda postagens que podem

ser páginas de diário, fotografias, vídeos, receitas, resenhas

etc., assumindo, em partes

distintas, as características de

cada gênero. Outros pesquisadores preferem considerá-lo

um gênero multimodal, que se

caracteriza pela diversidade de

linguagens e formas. O contato

com o blog nesta seção atende,

principalmente, à CG 5 e às CEL 2

e 6, que orientam a compreensão da linguagem digital como

passo para um uso efetivo que

permite, entre outros objetivos,

participar da vida social e exercer autoria. O conteúdo dele

atende, igualmente, à CG  8,

pois estimula a empatia e o

reconhecimento dos efeitos

do preconceito.

A escrita íntima no blog

CG: 4, 5, 6

CEL: 1, 3, 5

CELP: 6, 7, 10

Habilidade: EF69LP45

Questão 1 – Espera-se que os

alunos reconheçam que, assim como o diário de Zlata, o

blog de Júnia não permanece na intimidade; é lido por

muitas pessoas. Além disso, a

experiência contada pode ter

um alcance coletivo, sendo um

testemunho de um momento

de mudança na maneira como

a mulher negra se impõe socialmente. Contudo, não tem o

status obtido por aquele diário

que foi escolhido pelo Unicef e

publicado como registro de um

importante momento histórico.

Além disso, para se tornar livro,

o diário passou por um processo

cuidadoso de edição. Ajude-os

a fazer essa reflexão.

P:99

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM

Nessa postagem ou post, a blogueira fala sobre uma experiência pessoal:

sua opção por não alisar mais o cabelo. Ela conta que iniciou o alisamento aos

nove anos, porque se sentia feia, porém mais tarde percebeu a importância

de assumir sua beleza natural.

25

MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM.BR

Oiiiii gente, tudo bem com vocês?

Ontem, dia primeiro de abril, completou um ano que não uso mais nenhum tipo

de química no cabelo. Para muitas pessoas é besteira comemorar esse dia, mas

para mim foi um dia superespecial, pois foi a partir dele que minha vida tomou

outro rumo e descobri várias coisas boas ao meu respeito.

Nesse um ano, além de eu aprender a cuidar do meu cabelo sozinha, eu aprendi

que amor próprio é essencial.

[...]

02 abril 2017

BEDA #02: Um ano sem usar mais química no cabelo

JÚNIA QUEIROZ. Um ano sem usar mais química no cabelo.

Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com/2017/04/beda-02-

um-ano-sem-usar-mais-quimica-no.html>. Acesso em: 20 abr. 2018.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

3. Observe o título da postagem. Como o

símbolo # deve

ser lido e para

que é usado?

Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com/search?q=blogs+que+

estou+amando+acompanhar>. Acesso em: 20 jul. 2018.

No blog de Júnia há também referências a outros

blogs que interessam a ela

e que o leitor pode buscar.

4. Você costuma seguir

algum blog? Se sim,

apresente seus blogs

preferidos aos colegas e

ao professor.

Hashtag ou jogo da velha. É usado para organizar conteúdos digitais

por temas.

Resposta

pessoal.

Questão 4 – Auxilie os alunos

a apresentar os blogs de que

eles mais gostam. Se possível,

acesse alguns deles para que

os colegas possam analisá-los

e, eventual mente, tornarem-

-se leitores frequentes. Antes

de projetar, porém, analise o

conteúdo para verificar se está

adequado. Se preferir, leve para

a classe sugestões de blogs interessantes.

P:100

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Divisão do texto em parágrafos

Mesmo quando são escritos apenas para a leitura do próprio produtor

do texto, os relatos contidos nos diários são organizados em parágrafos,

porque estes são as unidades de composição dos textos escritos.

Como você sabe, os parágrafos são identificados por um pequeno afastamento da margem esquerda na primeira linha. Não há um tamanho único

para eles: podem ser pequenos, médios ou grandes. O importante é que cada

um tenha uma ideia ou um tema central, que pode ser acompanhado por

ideias complementares. Quando uma nova ideia central é introduzida no

texto, deve-se formar um novo parágrafo.

1 Observe como foi organizado um trecho de reportagem sobre Zlata

Filipović e responda às questões.

[...]

Na época em que seu diário ajudou a dar publicidade aos horrores

do conflito étnico em seu país, Zlata foi chamada de Anne Frank bósnia, em alusão à menina judia morta em um campo de concentração

nazista aos 15 anos de idade. O título, no entanto, nunca a agradou.

“Sou um pouco supersticiosa e ser comparada a alguém que teve um

final tão triste me deixava preocupada com a possibilidade de ter a

minha vida terminada de maneira tão trágica também”, conta. [...]

Apesar de ter vivido 18 de seus 32 anos na Irlanda, Zlata conta

que Dublin não é sua casa como considera Sarajevo. A capital bósnia

continua sendo o lugar ao qual pertence e destino para onde vai

sempre que pode, apesar das sequelas deixadas pelo conflito […].

MARCÍLEA GOMBATA. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/

cultura/a-nao-ficcao-de-zlata-filipovic-6112.html>. Acesso em: 13 abr. 2018.

a) Qual é a ideia central do primeiro parágrafo?

b) Qual é a ideia complementar?

c) Em torno de qual ideia central se organiza o segundo parágrafo?

d) Como essa ideia é complementada?

e) Está adequada a divisão do trecho em dois parágrafos? Por quê?

2 Na página de diário reproduzida no início deste capítulo, Marina

Torres Sella dividiu seu texto em parágrafos.

a) Quantos são os parágrafos?

b) Atribua um título a cada parágrafo, formado por uma palavra ou

expressão que informe o conteúdo principal.

c) Se você fosse segmentar (dividir) esse texto, repetiria ou alteraria

a organização feita por Marina? Por quê?

Se eu quiser aprender mais

Étnico: entre povos.

2b. Sugestão de resposta:

1. Atividades do dia; 2. Saudade de todos; 3. Melhor amiga;

4. Experiência perfeita.

Quatro.

1a. A comparação entre Zlata

e Anne Frank.

1b. A explicação de Zlata sobre o motivo pelo qual não lhe

agrada a comparação com a

menina judia.

1c. Em torno da ideia de que

Zlata considera Sarajevo sua

casa, e não Dublin, onde

viveu a maior parte da vida.

1d. Com a explicação de

que Zlata visita sua cidade

sempre que pode, apesar

de o conflito ter deixado

problemas.

1e. Sim. O trecho apresenta

duas ideias centrais diferentes: a comparação entre Zlata

e Anne Frank e a relação de

Zlata com sua cidade. Portanto, é correto que esteja

dividido em dois parágrafos.

2c. Mostre que Marina definiu critérios para agrupar

certas frases e separá-las

de outras, como sugerem os

títulos dados. Não há uma

forma única de organizar o

texto; os alunos poderiam,

por exemplo, dividir o último

parágrafo em dois, colocando

o tema do acampamento em

um e os sentimentos sobre as

amizades em outro; ou, ainda,

inserir o parágrafo sobre Luli

no anterior, porque também

se refere à saudade de companheiros de acampamento.

Se eu quiser aprender mais

CG: 2, 4, 6, 7

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 4, 6, 7

Habilidades: EF67LP15,

EF67LP25, EF67LP28,

EF69LP03, EF69LP08,

EF69LP36, EF69LP42

Meu diário na prática

CG: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Habilidades: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP11, EF06LP12, EF67LP11, EF67LP23, EF67LP30, EF67LP32,

EF67LP33, EF67LP36, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP51

P:101

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

27

VICENTE MENDONÇA

Agora, você vai escrever algumas páginas de diário. Nos próximos três dias,

relate experiências que está vivendo e sentimentos que está experimentando:

como é entrar nesta nova fase de aprendizagem, o Ensino Fundamental – anos

finais? Que situações merecem ser relatadas: o momento de encontrar a

turma e de entrar na sala, alguma atitude de colega ou do professor? Como

você se sente em relação à nova turma? E à antiga? Que expectativas tem?

Essas são questões de estímulo, mas você pode escolher outros aspectos.

Essas páginas serão guardadas pelos coordenadores e você as reencontrará daqui a alguns anos, no final deste ciclo.

3 A reportagem a seguir foi reproduzida em um bloco único. Copie o

texto no caderno, segmentando-o em cinco parágrafos.

Estatuto da Criança e do Adolescente

completa 25 anos cheio de desafios

Nem sempre criança foi entendida como criança. Na Idade Média,

época de reis e castelos, criança era uma espécie de adulto em miniatura.

Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância

foi construída com o tempo e impactou como crianças são tratadas pelas famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá

no Brasil do século 20, existiu o Código de Menores, que tratava só de

crianças abandonadas, infratoras e pobres, consideradas em “situação

irregular”. Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos

1980, muita gente se organizou para dar direitos a crianças e adolescentes. Assim nasceu o ECA. Depois de seu nascimento, foi formada uma

grande roda para cuidar das crianças. Nessa ciranda estão conselheiros

tutelares, juízes, policiais e educadores, entre outros, todos fundamentais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser

criado, a sociedade (você, seus pais, seus vizinhos...) pouco conhece o

estatuto, o que atrapalha na hora de fazer valer a lei. No aniversário de

25 anos, o ECA ainda enfrenta o seu maior desafio: sair de vez do papel.

GABRIELA ROMEU. Disponível em: <https://www1.folha.uol.

com.br/folhinha/2015/07/1654132-estatuto-da-crianca-e-doadolescente-completa-25-anos-cheio-de-desafios.shtml>.

Acesso em: 13 abr. 2018. (Parágrafos unidos para fins didáticos).

*

Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância *

las famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá *

irregular”. Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos *

tais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser *

Meu diário NA PRÁTICA

Antes de iniciar a redação do texto, anote as informações que você pretende

incluir nele. Depois, use números para ordená-las e setas para juntar dados que

pretende apresentar em conjunto.

Dica de professor

Questão 3 – Os cinco parágrafos do texto estão delimitados

com um asterisco (*). Se preferir, peça aos alunos que escrevam apenas o início da primeira

frase de cada um. Ajude-os

a perceber que a divisão dos

parágrafos foi feita em razão

da abordagem de momentos

históricos diferentes. E também porque algumas frases

se relacionam diretamente às

anteriores, não devendo ser

isoladas. É o caso da segunda

frase do primeiro parágrafo,

que explica melhor a primeira,

e da terceira, que apresenta

uma consequência da segunda.

O ECA será explorado no volume do 8o ano, no estudo do

gênero estatuto. Não obstante,

por sua importância, assegure-

-se de que a turma entendeu

o que ele é e a ideia de que

precisa “sair de vez do papel”.

Pergunte também a quem se

destina a reportagem, ou seja,

qual é o leitor previsto, para

verificar se os alunos compreenderam que a informação dada

se destina a eles, beneficiários

diretos do ECA. A fim de ampliar a familiaridade da turma

com o estatuto, realizando uma

atividade breve, organize os

alunos em quartetos e oriente-

-os a criar mais um parágrafo

para a reportagem, com a abordagem de dois direitos previstos

no estatuto que consideram

fundamentais. Eles devem consultar o texto disponível em:

<https://www1.folha.uol.com.

br/folhinha/2015/07/1654132-

estatuto-da-crianca-e-doadolescente-completa-25-

anos-cheio-de-desafios.shtml>.

Acesso em: 13 abr. 2018.

Se o link não estiver funcionando, eles poderão pesquisar os

direitos da criança em outras

fontes confiáveis da internet.

O ECA em tirinhas, produzido

pela Câmara dos Deputados,

está disponível em:

<http://www.conselhodacrianca.

al.gov.br/sala-de-imprensa/

publicacoes/ECA_ilustrado%20

tirinhas.pdf>. Acesso em: 13 abr.

2018.

Meu diário na prática – Nesta coleção, as atividades de produção de texto dialogam, principalmente, com as

CEL 1, 2 e 3. Propomos aos alunos a produção a partir de um processo de planejamento que envolve a mobilização do que foi aprendido nas seções anteriores (características, procedimentos linguísticos e contexto de

produção e de circulação do gênero), a seleção e a organização das ideias e a efetivação delas na produção

de sentido, considerando os objetivos da comunicação e o contexto de circulação. A prática pretende levar os

alunos a compreender a linguagem como construção humana, histórica, social e cultural produtora de sentido

e promotora da participação social e do compartilhamento de informações, experiências, ideias e sentimentos.

P:102

28

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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VICENTE MENDONÇA

Agora você tem a primeira versão de seu texto. Releia-o para identificar e corrigir trechos

confusos, falhas de ortografia e de pontuação

etc. Observe também a

divisão dos parágrafos

e veja se seguiu todos

os passos indicados nas

orientações.

Dica de professor

Momento de produzir

Planejando meu diário

Leia, no esquema a seguir, informações e orientações que vão auxiliar

você na redação do diário.

Da teoria para a... ... prática

O relato deve permitir ao leitor entender o

que se passou. Isso é importante quando

o diário é usado para registros que o próprio

autor lerá no futuro e também quando se

prevê a leitura por outras pessoas.

Apresente as principais informações relativas

aos fatos que você quer destacar: quando e onde

aconteceram, o que ocorreu e quais pessoas estavam envolvidas.

Os diários apresentam uma visão pessoal

dos eventos.

Use a primeira pessoa e empregue palavras que

revelem sensações e opiniões.

A linguagem de um diário espelha o estilo

do autor. Pode ser mais descontraída ou

mais formal.

Não se esqueça de que você está avançando em

seus estudos e pode se comunicar com uma linguagem atenta às convenções da ortografia, à divisão dos parágrafos, à concordância etc.

A referência ao diário como interlocutor pode

ocorrer apenas no início e no fechamento ou, ainda, ao longo do texto, como fez Zlata. Se desejar,

dê um nome ao diário.

Não há fórmula para compor o diário, mas

alguns elementos costumam aparecer: data,

vocativo e assinatura.

Elaborando meu diário

1. Anote na folha a data e o vocativo.

2. Redija alguns parágrafos relatando o evento a partir de uma visão pessoal.

Inclua opiniões, reflexões e sentimentos.

3. Verifique se o texto deixa claras quais situações ocorreram e quando.

Devem predominar verbos no passado.

4. Escreva um parágrafo final explicando por que os fatos relatados ficarão

em sua memória. Alguns verbos deverão aparecer no futuro para fazer

referência a como você imagina estar daqui a alguns anos.

5. Assine o texto, incluindo, se desejar, uma despedida.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

A maioria dos alunos ainda não

foi apresentada às ideias de

linguagem monitorada, norma-

-padrão e variedades urbanas

de prestígio, ou o foi de modo

incipiente; por isso optamos,

neste momento, por uma orientação acessível.

P:103

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Momento de reescrever

Avaliando minha produção

O quadro a seguir apresenta os critérios que serão usados na avaliação

desta produção. A O diário apresenta data, vocativo e assinatura? B Há o relato de eventos marcantes e as principais informações foram

apresentadas? Predominam verbos no passado?

C O texto revela uma visão pessoal dos fatos? D O texto explica por que os fatos serão lembrados? Há verbos no futuro? E A linguagem está atenta a convenções de ortografia, divisão de parágrafos etc.?

1. Troque o caderno com um colega. Leia a página que ele produziu e,

valendo-se do quadro anterior, anote as letras correspondentes aos

critérios que foram bem atendidos.

2. Usando um lápis, aponte os aspectos da escrita que podem ser aprimorados: ortografia, pontuação, uso correto de singular e plural, escolha

de vocabulário etc.

3. Devolva o caderno ao colega e, se necessário, explique a ele por que um

ou mais critérios não foram considerados satisfatórios. Sua explicação

deve ajudá-lo a aprimorar o texto.

Reescrevendo meu diário

O momento da reescrita é tão importante quanto o da escrita. Observe

os passos a seguir para realizar essa tarefa.

1. Aproveite os comentários feitos, releia a primeira versão e verifique o

que pode ser alterado para aprimorá-la.

2. Reescreva o texto.

3. Veja também se os parágrafos estão bem divididos, isto é, se cada um

está organizado em torno de uma diferente ideia central.

4. Se desejar, ilustre a página com desenhos, colagens ou fotos.

Momento de apresentar

Arquivando o diário

As páginas de diário de todos os alunos serão guardadas pelos coordenadores

da escola. Quando vocês encerrarem o Ensino Fundamental – anos finais, daqui

a alguns anos, receberão novamente essas páginas e poderão perceber o quanto

terão amadurecido e aprendido nesse tempo.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Reescrevendo meu diário – Por

ser a primeira produção do

ano, sugerimos que você ana

-

lise os textos para identificar

os alunos com dificuldade na

expressão, a fim de acompa

-

nhá-los mais detidamente. Há

orientações para esse trabalho

no MP.

Arquivando o diário – É im

-

portante que você ritualize o

recebimento das páginas de

diário, indicando que, daqui a

alguns anos, elas constituirão

um registro de memória, ou seja,

contarão aos adolescentes do

presente não só o que acontecia,

mas também como pensavam

e sentiam os adolescentes de

anos atrás. Combine com a

coor denação o arquivamento

do material em um lugar segu

-

ro para que, de fato, ele seja

retomado ao final do processo.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para

o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não

está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém

relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de

vida. Observe como o texto conversa com

Eu ia pro Mackenzie

começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, en

tão tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que

eu sabia que era hora do almoço? O Ipiranga era um bairro fabril.

Tinha muitas fábricas e tocava a sirene. Quando tocava a sirene, era

hora de almoçar, então me lembro um dia, eu estava brincando no

quintal, tinha um quintal lá, e tocou a sirene. Eu disse: “Ué! Tá muito cedo. Será que eu me enganei?”. Então, eu disse pra minha mãe:

“Tá na hora?”. Ela também cou espantada. Aí olhamos o relógio, e

era cedo. Era dez horas, talvez um pouco depois das dez. Era cedo.

“Será que tá certo o relógio?”. O único relógio da casa, né? “Então,

eu vou no Bar Azul”, que era um bar... tem até hoje lá, era só atravessar a rua, tinha um bar azul na esquina, que lá tinha um outro relógio. Quando eu atravessei a rua, e estava me aproximando do Bar

Azul, eu ouvi tocar no rádio do Bar Azul, tava tocando o Hino Nacional. Me bateu, acabou a guerra! Realmente, era aquele dia oito

de maio, né?, de 1945, em que terminou a Segunda Grande Guerra.

A Força Expedicionária Brasileira voltou, e fez um desfile no

Anhangabaú, e meu pai me levou pra ver, né? E depois, aí era...

olha... uma festa. A guerra terminou. Toda aquela desgraça, né?

Então, realmente, assim, foi inesquecível, né?

Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/

historia/gente-simples-mas-sonhava-isso-96053/colecao/99342>.

Acesso em: 13 abr. 2018.

1 Com base no relato, descreva o local em que morava o falante.

2 É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato

relatado? Explique sua resposta.

3 Que importante fato histórico ocorreu na data escolhida para

o relato?

4 Uma ação que fugia da rotina levou Jaime a perceber que estava

acontecendo algo diferente naquele dia. Que ação foi essa?

5 Foi preciso que alguém explicasse a Jaime o que estava acontecendo?

Justifique.

Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para

o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não

está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém

relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de

vida. Observe como o texto conversa com O diário de Zlata.

Mackenzie, né? Então eu tinha que sair cedo, porque

começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, então tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que

Textos em conversa

Mackenzie: Colégio

Presbiteriano Mackenzie,

instituição de ensino

particular em São Paulo.

Ipiranga e Anhangabaú:

bairros na capital paulista.

VICENTE MENDONÇA

As sirenes das fábricas começaram a tocar mais cedo, antes da hora do almoço.

Não. Jaime, já alertado pelas sirenes, concluiu, ao ouvir o Hino

Nacional, que a guerra tinha terminado.

Ele morava no Ipiranga, um bairro fabril da cidade de São Paulo. Sua casa tinha quintal e cava perto do Bar Azul.

É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato

Na época, o falante era uma criança, porque

O nal da Segunda Guerra Mundial.

relatou que estava brincando no quintal quando ouviu o som das sirenes.

No Capítulo 4, trataremos do

gênero relato oral e passaremos a incluir marcas de oralidade nas transcrições. Como este

é o capítulo inicial, optamos

por não inserir algumas delas

(como pausas ou omissão de

sílabas) no relato do médico,

pois poderiam confundir os

alunos.

Sugerimos que, se possível, a

turma assista ao vídeo do depoimento e responda às questões oral e coletivamente. Para

isso: 1. Mostre o vídeo duas

vezes. 2. Pergunte aos alunos

se eles têm dúvidas. 3. Inicie a

verificação da compreensão e

o debate da última pergunta.

Caso não seja possível assistir

ao vídeo, faça você mesmo a

leitura do texto, em voz alta,

sem oferecer aos alunos o

apoio do texto escrito. Não

é preciso que tomem nota

durante a apresentação do

texto. Eles devem exercitar a

escuta atenta.

Textos em conversa

CG: 1, 3, 4, 7

CEL: 1, 3, 4

CELP: 1, 2, 3, 7, 10

Habilidades: EF67LP27,

EF67LP28, EF67LP37,

EF67LP38, EF69LP44

P:105

31

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

31

015-f-SLL6-Cap-01-G20-NOVA: soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial.

Atenção, Iconografia: Não pode aparecer nenhuma arma. Substitui a retranca 008-f-SLL6-C01-G20.

6 Que expressão usada pelo falante revela a maneira como ele interpretava os acontecimentos que antecederam aquele dia?

7 Que acontecimentos, ocorridos após o fato, ficaram na memória

do falante?

8 Aponte semelhanças e diferenças de conteúdo entre os relatos do

médico e de Zlata.

9 Para estudar fatos antigos, costumamos recorrer a livros de História, enciclopédias, reportagens etc. Você acha que o diário de Zlata

e o relato de Jaime são documentos confiáveis para estudarmos os

fatos históricos abordados? Por quê?

AP PHOTO/GLOW IMAGES

Sabia?

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

A guerra durou seis anos, de 1939 a 1945, e foi travada por dois blocos: de um

lado, Alemanha, Itália e Japão formaram o Eixo; de outro, França, Grã-Bretanha,

Estados Unidos, União Soviética e China eram os Aliados. O conflito produziu

milhões de mortes, incluindo as causadas pela perseguição dos nazistas aos judeus

e pelo uso da bomba atômica no Japão. Os Aliados saíram vencedores.

O Brasil manteve-se neutro até 1942. Em 1944, a Força Expedicionária

Brasileira (FEB), formada por 25 mil soldados, chegou à Itália para ajudar os

Aliados. Algumas bases navais e aéreas do Nordeste brasileiro também foram

usadas durante a guerra.

Soldados da Força Expedicionária Brasileira marcham em direção ao porto de

Nápoles, na Itália, em julho de 1944. Ao fundo vê-se o Castello Nuovo.

Aquela desgraça toda.

O retorno da Força Expedicionária Brasileira e seu desle no

Anhangabaú.

8. Os dois relatos mostram

a visão de crianças a respeito de fatos históricos

muito relevantes, ambos

conflitos armados. Zlata,

porém, aborda uma guerra

que atingia diretamente

sua família, portanto era

motivo de desespero, enquanto Jaime fala de uma

guerra travada longe de

sua casa, já em seu nal,

por isso o tom é mais leve.

Resposta pessoal.

O termo fonte (de pesquisa) será introduzido no Capítulo 2.

Questão 9 – Escute a opinião

dos alunos e ajude-os a perceber que os dois relatos revelam pontos de vista pessoais,

mais relacionados às emoções

sentidas e menos precisos e

completos em relação aos

fatos. Ainda assim são textos

úteis para complementar fontes históricas, pois oferecem

uma visão de como as pessoas

comuns viveram os acontecimentos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Como você viu, os diários de Marina e Zlata envolvem situações de comunicação diferentes: o primeiro é um texto íntimo, que a menina fez pensando

nela mesma como leitora; o segundo também foi pensado assim a princípio,

mas depois foi reorganizado para ser publicado e lido por muitas pessoas.

Nas próximas seções, você estudará o ato de comunicar, isto é, a maneira

como interagimos uns com os outros.

Você já foi ao teatro? A foto a seguir mostra uma cena da peça Pinóquio,

adaptada da obra do escritor italiano Carlo Collodi (1826-1890).

Cena da peça Pinóquio, da Cia. Le Plat du Jour, 2011. Direção de

Alexandra Golik e Carla Candiotto. Produção de Cintia Abravanel.

1 Que objetos você vê na cena?

2 Esses objetos levam o público a imaginar qual situação?

3 Os figurinos (as roupas) dos personagens sugerem que eles estão no

mundo real ou em um mundo imaginário? Por quê?

4 Pela foto, você diria que é possível o público perceber que um dos

personagens está satisfeito e o outro não? Explique.

5 Em sua opinião, qual seria o tipo de público dessa peça? Por quê?

JOÃO CALDAS

Como nos comunicamos?

Mais da língua

Pra começar

Biblioteca cultural

Um novo modo de

encenar os clássicos

A companhia teatral

Le Plat du Jour existe

desde 1992 e é conhecida por apresentar versões irreverentes dos

clássicos da literatura

infantil, como Pinóquio

e Chapeuzinho Vermelho.

As peças incluem mímica, dança e malabarismos. Conheça o trabalho

das atrizes Alexandra

Golik e Carla Candiotto

no site oficial da Cia. Le

Plat du Jour.

3. Sugerem que estão em um

mundo imaginário, pois o excesso de cores e estampas das

roupas, bem como os chapéus,

mostram uso diferente do que se

tem no dia a dia.

Pessoas navegando no mar.

Dois painéis azuis, com detalhes em branco,

4. Sim. As expressões faciais e corporais dos personagens mostram

sentimentos distintos: o barqueiro

vai sorrindo à frente, enquanto

Pinóquio (que está atrás) tem o

semblante fechado, parecendo

preocupado ou aborrecido.

Provavelmente o público infantil, já que a peça é uma montagem da história de Pinóquio, destinada a crianças, e

conta com cenário e gurinos bem coloridos e personagens que remetem ao mundo imaginário dos pequenos.

e um barco feito de madeira, papel e tecido, além dos gurinos dos personagens.

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 5

CELP 1, 3, 6, 7, 9

Habilidades: EF67LP07,

EF67LP08, EF67LP27,

EF67LP28, EF67LP38,

EF69LP02, EF69LP04,

EF69LP17, EF69LP21

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• As várias semioses;

• Seleção e combinação

de palavras;

• Grafia de algumas palavras (revisão).

P:107

33

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

33

Que movimento você vai fazer? GREENPEACE. Filie-se.

O teatro é uma forma de arte que conta muito com a imaginação do

público. Em geral, um cenário teatral não tem como objetivo reproduzir

fielmente um espaço, como costuma ocorrer no cinema. Os espectadores

precisam “completar” o que veem, imaginando, a partir dos elementos presentes no palco, o que seria uma casa inteira, um prédio, uma paisagem etc.

Na cena da peça fotografada, o cenógrafo usa apenas dois painéis azuis

e cabe ao público imaginar um imenso mar. O figurinista escolhe roupas e

acessórios bem coloridos para sugerir a existência de um mundo diferente

do nosso. Os atores, por sua vez, exibem expressões faciais e corporais que

traduzem sentimentos. Nos três casos, é a linguagem que possibilita a

comunicação entre os artistas da peça e o público que assiste a ela.

Profissional responsável

pela criação do cenário de

uma peça, de um show etc.

Profissional encarregado

de criar as roupas

dos atores.

O fato de o público estar em um teatro assistindo a uma peça com uma

história determinada cria o contexto necessário para que os painéis, os figurinos,

as expressões faciais e os gestos sejam elementos de linguagem e comuniquem

ideias específicas. Também o conhecimento prévio do público gera o contexto.

A linguagem nos dá inúmeras possibilidades de apreender e explicar o

mundo, além de nos permitir criar outras realidades. É por meio dela que

expressamos sentimentos, fazemos pedidos, procuramos convencer alguém

a fazer ou a pensar algo, entre tantas outras ações.

A linguagem é diversa

Observe este anúncio publicitário produzido para uma campanha de

preservação do meio ambiente.

GREENPEACE/ALMAPBBDO

A comunicação acontece pela interação dos interlocutores – pessoas

envolvidas no ato comunicativo. Essa inter-relação ocorre em um contexto,

nome que damos às circunstâncias que envolvem a interação (momento, lugar,

intenções dos interlocutores etc.).

A presença de aparente propaganda na seção se justica

de acordo com o Parecer

CNE/CEB nº 15/2000, que

diz que “o uso didático de

imagens comerciais identi-

cadas pode ser pertinente

desde que faça parte de um

contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação

crítica das múltiplas formas

de linguagens presentes em

nossa sociedade, submetido

às determinações gerais da

legislação nacional e às especícas da educação brasileira,

com comparecimento módico

e variado”.

Nos anos iniciais do Ensino

Fundamental, a abordagem

das práticas linguísticas considera o processo interativo

ocorrendo em dado contexto

social. A primeira habilidade

citada no ciclo é “identificar

a função social de textos que

circulam em campos da vida

social dos quais o aluno participa cotidianamente (a casa, a

rua, a comunidade, a escola) e

nas mídias impressa, de massa

e digital, reconhecendo para

que foram produzidos, onde

circulam, quem os produziu e a

quem se destinam” (EF15LP01).

A partir disso, são definidas as

práticas relativas à abordagem

dos vários gêneros propostos.

A seção “Mais da língua”, que

abre o volume do 6o ano, procura ressignificar e aprofundar essa aprendizagem com

a ampliação da dimensão

analítica e se coloca como um

pré-requisito para os estudos

de todos os eixos – Leitura,

Produção de texto, Oralidade

e Análise linguística/semiótica

– a serem desenvolvidos neste

e nos próximos anos.

Para entender como a coleção

aborda a análise linguística/semiótica, leia a introdução do MP.

P:108

34

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

341 A imagem está dividida em duas partes. Quais são elas? 2 Quais cores predominam em cada parte? O que elas representam? 3 Note que um tabuleiro de xadrez foi desenhado na superfície. Quais

elementos foram escolhidos para representar as peças do jogo? Quem

está sendo representado por cada grupo de peças?

4 Além da imagem, que outra informação do anúncio faz referência ao

jogo de xadrez?

5 Em sua opinião, o anúncio mostra uma partida equilibrada? Por quê?

Como você percebeu, esse anúncio publicitário tem como objetivo con

-

vencer o leitor a participar de uma verdadeira missão, que é preservar o meio

ambiente. A peça sugere que a natureza vem sendo agredida e que é necessária,

portanto, uma reação. Para motivá-la, a imagem apresenta, de um lado, os

efeitos nocivos da ação humana e, de outro, a paisagem preservada. Ela está

acompanhada por frases breves, entre as quais uma pergunta provocativa, que

cobra do leitor um posicionamento. Você deve ter notado que para produzir o

sentido do anúncio foram usados vários recursos de linguagem – texto escrito,

imagens, as cores, a posição dos elementos na cena – entre os muitos existentes.

Você acha que esse

anúncio é eficiente em

sua tentativa de envolver o leitor na defesa da

natureza? Por quê?

Fala aí!

1 A dança é uma forma de linguagem. Veja as imagens a seguir e responda

às questões.

A linguagem é diversa NA PRÁTICAZERO CREATIVES/GETTY IMAGES

VEETMANO PREM/FOTOARENA/AP PHOTO/GLOW IMAGES

Dançarinos de breakdance (dança de rua,

parte da cultura hip-hop). Foto sem data.

Crianças dançando frevo em

Recife (PE). Foto de 2005.

O emprego de palavras faladas ou escritas caracteriza a linguagem verbal.

Também são modalidades de linguagem as imagens estáticas ou em movimento, os arranjos de diagramação, o ritmo e a altura da voz quando se fala,

as expressões faciais e corporais, entre outros elementos não verbais. Todas

elas juntas e articuladas constroem os significados.

Uma área preservada e outra desmatada.

2. O verde, que remete à natu

-

reza, e o marrom, que indica a

área desmatada, sob efeito do

fogo e da poluição.

A frase presente na parte de baixo do anúncio: “Que movimento

você vai fazer?”.

5. Resposta pessoal. Os alu

-

nos devem perceber que as

duas partes ocupam um es

-

paço do mesmo tamanho

no anúncio (mostre-lhes que

pode ser traçada uma linha

diagonal do canto superior

direito para o inferior esquerdo

ou vice-versa); no entanto, a

ideia de movimento, criada

principalmente pela ação do

fogo, representada pela fuma

-

ça, produz a impressão de que

há avanço do desmatamento

contra uma natureza frágil.

3. Em um dos lados, árvores

de tipos variados represen

-

tam os defensores da nature

-

za; de outro, tratores, fornos

e homens com ferramentas

representam os agressores

da natureza.

P:109

35

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

35

a) Que elemento principal é usado para estabelecer a comunicação

na linguagem da dança?

b) Descreva o figurino dos praticantes da breakdance e do frevo apresentados nas fotografias.

c) Descreva, agora, os movimentos típicos de cada dança, usando as

imagens ou seu conhecimento sobre elas.

d) O hip-hop associa-se à cultura contemporânea das grandes cidades. Além da breakdance, que outras formas de linguagem artística

também fazem parte dessa cultura?

e) Diferentemente do hip-hop, o frevo é um ritmo musical e uma dança praticados há mais de um século e faz parte da cultura popular

brasileira. Como percebemos essa ligação com a tradição?

2 O cartum a seguir foi produzido pelo desenhista pernambucano

Jarbas. Observe-o com atenção.

Você dança ou compõe músicas? Sua forma

de arte está relacionada

à cultura contemporânea ou às manifestações

mais tradicionais? Em

sua opinião, as danças

e os ritmos tradicionais

deveriam ser mantidos

ou seria melhor atualizá-los frequentemente,

com a substituição das

linguagens artísticas

tradicionais pelas novas? Por quê?

Fala aí!

a) Quais são os sentimentos demonstrados pelos dois personagens

que fazem malabarismos?

b) Que recursos não verbais foram empregados pelo cartunista para

mostrar tais sentimentos?

c) O que provoca as diferentes emoções dos dois malabaristas?

d) Como você interpretou a presença de um aparelho de televisão

em volta da cabeça de um dos malabaristas?

e) O cartum é um gênero textual que retrata e critica comportamentos

da sociedade. Em sua opinião, o que esse cartum está criticando?

f) DESAFIO DE ESCRITA Você vai produzir um parágrafo de análise do

cartum. Para isso, copie e complete o texto a seguir no caderno.

O cartum do desenhista Jarbas critica . Para fazer essa

crítica, a ilustração mostra , contudo apenas um deles

consegue , pois usa a estratégia de .

© JARBAS

O termo recurso

refere-se ao meio empregado para obter determinado efeito. Em

uma tirinha, por exemplo, balões de fala desenhados com linhas tracejadas são um recurso

gráfico para sugerir que

o personagem murmura. Já o uso da expressão

em primeiro lugar, em

um artigo de opinião, é

um recurso linguístico

para organizar as ideias.

Jarbas

1b. Os breakdancers costumam usar calças, bermudas e camisetas largas. São roupas que lembram as dos jovens moradores de

cidades grandes. Os dançarinos de frevo vestem roupas bem coloridas: os meninos, camisetas curtas e bermudas justas e compridas;

as meninas, tops e saias curtas e rodadas. Todos usam tênis ou sapatilhas e geralmente carregam sombrinhas, também muito coloridas.

1c. Na breakdance são

comuns as “batalhas entre

dançarinos”. Há improvisações, acrobacias e outros

movimentos realizados no

chão. No frevo, os movimentos acrobáticos geralmente

envolvem uma sombrinha.

Existem também agachamentos e rodopios. Os passos são

bastante elaborados, embora

as apresentações incluam

certo improviso.

Os movimentos do corpo.

O grate e o rap, por exemplo.

1e. A ligação do frevo com a

tradição pode ser percebida nas

roupas típicas e nas marchinhas,

algumas delas bem antigas.

2c. O fato de que apenas um

deles consegue sucesso com

o público, embora ambos

realizem a mesma atividade.

2d. Os alunos

devem relacionar o televisor

à ideia de que

o público prefere apreciar

uma transmissão de TV em

lugar de uma

apresentação

ao vivo.

2f. Sugestão de resposta: a excessiva dependência das pessoas em relação à TV; dois

malabaristas executando o mesmo movimento; fazer sucesso; aparecer com a cabeça

dentro de um aparelho de televisão, o que atrai o interesse do público.

As diferentes expressões faciais dos dois

personagens.

Um deles expressa decepção, tristeza,

enquanto o outro revela satisfação, alegria.

2e. Resposta pessoal. Destaque,

entre as opiniões apresentadas,

aquelas que indiquem o valor

excessivo que as pessoas dão

àquilo que é transmitido pela TV.

Fala aí! – Ajude a turma a perceber a importância da cultura

tradicional, popular ou erudita,

que não deve ser a única prestigiada, mas que também não

pode ser apagada, sob pena

de se perder a história das comunidades. Há beleza tanto

nas formas tradicionais quanto

nas inovações contemporâneas.

Aproveite o momento para observar e orientar a atuação dos

alunos em debates. Combine

que será preciso levantar a mão

e esperar o momento de falar, sinalizado pelo mediador,

que a princípio será você, mas

posteriormente poderá ser um

aluno escolhido.

Desafio de escrita – Ao longo

do volume, procuramos criar

situações que propiciem aos

alunos a oportunidade de escrever pequenos textos, nos

quais exprimirão o resultado

de discussões realizadas, articulando descrição e análise.

Desse modo, o desafio está

colocado mais no plano da

expressão e menos no da

compreensão, o que favorece um acompanhamento mais

preciso das dificuldades e dos

avanços relativos àquela prática. Inicialmente, atividades

como essa serão bem dirigidas;

aos poucos, estimularemos a

autonomia dos alunos. Recomendamos que a atividade seja

feita após a correção dos itens

que a antecedem para que a

turma possa rever eventuais

equívocos de leitura. Como estratégia de correção, sugerimos

que os parágrafos produzidos

por alguns alunos sejam lidos

ou anotados na lousa para que

a classe conheça possibilidades

diferentes e igualmente válidas

de expressar ideias.

P:110

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

36

© FERNANDO GONSALES

Níquel Náusea Fernando Gonsales

FERNANDO GONSALES. Um tigre, dois tigres, três tigres. São Paulo: Devir, 2009. p. 21.

a) No segundo quadrinho, a barata diz ao rato que ele não entendeu o

que foi dito. Que informação ela pretendeu transmitir na primeira fala?

b) O que o rato entendeu?

c) Você teria compreendido a fala da barata de que modo: como ela

desejava ser interpretada ou como o rato a entendeu? Por quê?

d) Observe a sequência de quadrinhos. Por que a imagem da avó só

é apresentada no último?

e) Releia os balões de fala: que recurso de linguagem verbal o quadrinista

empregou para produzir humor?

4 Veja algumas das imagens que compõem este gif. Tente imaginar o

movimento.

a) Como a imagem em movimento e a frase se articularam para criar

o sentido do texto?

b) Explique por que os movimentos e as expressões da atleta são

responsáveis pela construção de parte do sentido.

c) O que a pessoa que envia esse gif comunica a quem o recebe?

d) É possível concluir, com base no gif, que a pessoa que o envia está

contando que detesta o trabalho que tem? Justifique sua resposta.

3 Leia esta tira do ilustrador paulista Fernando Gonsales.

VIA FILMS/SHUTTERSTOCK

INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA

INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA

O rato entendeu que a avó havia adormecido

enquanto assistia à programação da TV.

3d. Para produzir humor, já que

o leitor não entende, a princípio,

o que está errado na compreensão do rato e tem uma surpresa.

A possibilidade de entender a fala da

barata de duas maneiras.

3a. A informação de que a avó

tinha adormecido agarrada à

TV, portanto na frente dela.

3c. Resposta pessoal. É provável

que os alunos digam que “dormir

na frente da TV” é uma expressão conhecida. Mostre a eles

que o quadrinista contava com

essa interpretação, que permite

o humor no quadrinho nal, com

a quebra da expectativa.

4c. A pessoa sugere que está

pronta para as atividades prazerosas do nal de semana ou

que está nalmente longe de

um trabalho cansativo.

4a. Associaram-se a linguagem

verbal (frase) e a linguagem não

verbal (imagem em movimento).

A imagem mostra uma atleta

em uma corrida e, associada

à frase, que remete à saída do

trabalho na sexta-feira, sugere

a vontade de deixar a rotina do

trabalho para o descanso ou a

diversão.

4b. Eles mostram esforço e

determinação e, assim, sugerem o forte desejo de deixar o

trabalho.

4d. Não. O gif sugere que a

pessoa deseja a interrupção da

rotina de trabalho apenas, não

sendo possível chegar a uma

conclusão acerca do motivo.

Questão 4 – Diante da impossibilidade de confirmar a autoria

dos gifs e solicitar autorização de

uso, criamos este especialmente

para fins didáticos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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© JOSÉ AGUIAR

A língua: seleção e combinação

No futebol, o cartão vermelho é um elemento usado para indicar que

um jogador foi expulso da partida. Ele é um sinal convencionado, isto é,

combinado pelos usuários.

A língua, que é a maneira como realizamos a linguagem verbal, também

envolve uma convenção. Quando ouvimos ou lemos a palavra estrela, por

exemplo, sabemos que indica um corpo celeste. Em determinados contextos,

também sabemos que o termo pode se referir a uma artista de destaque

(a estrela da novela, por exemplo). Portanto, estabelecemos uma relação

entre a palavra e o elemento representado por ela.

Para ser considerado falante de uma língua, entretanto, não basta conhecer

o conjunto de palavras que a compõe e os sentidos que podem expressar. É

preciso dominar também sua gramaticalidade, isto é, a maneira própria como

as palavras são selecionadas e combinadas para formar as frases e os textos.

Veja o que acontece com o personagem desta tirinha do cartunista

paranaense José Aguiar. José Aguiar

1 Se alguém ouvisse a fala do segundo quadrinho, poderia compreendê-la? Por quê?

2 O que causa estranhamento na fala do terceiro quadrinho?

Para criar o humor, o cartunista usou construções que não seguem a

gramaticalidade da língua portuguesa e, por isso, expressam o sentimento

de confusão.

Quando produzimos um texto, selecionamos, entre os termos da

língua, aqueles mais adequados para o sentido que desejamos construir.

Além disso, usamos regras de combinação das palavras, valendo-nos de

um conhecimento de regras gramaticais que fomos adquirindo conforme

aprendemos a falar.

A língua é um conjunto de palavras selecionadas e combinadas para formar

enunciados, isto é, construções dotadas de sentido. Por se tratar de um recurso

de comunicação e de um fenômeno cultural, a língua varia de acordo com o

contexto histórico, social e de uso.

Não. As palavras e as sílabas estão embaralhadas.

A ordem em que as palavras foram colocadas.

Boxe sobre língua – O conceito

de língua é complexo, e este

apresentado no boxe não pretende ser definitivo. Optamos

por colocar o aluno em contato

com o conceito gradativamente

ao longo dos capítulos, conforme são feitas as relações entre

língua e cultura e é apresentado o fenômeno da variação

linguística.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Bichinhos de Jardim Clara Gomes

José Aguiar

© JOSÉ AGUIAR © CLARA GOMES

a) Por que essa tira produz humor?

b) Para obter humor, o que o cartunista alterou: a forma comum de

seleção de palavras ou a forma de combinação delas? Explique.

c) Reescreva as falas com construções habituais do português.

2 Veja agora uma tirinha da cartunista fluminense Clara Gomes.

a) O que a joaninha quis dizer quando afirmou que “comeria até a lua”?

b) Na afirmação “comeria até a lua”, ocorreu o mesmo tipo de construção

visto nas falas da tirinha do exercício anterior? Explique sua resposta.

c) Que mudança de sentido ocorreria se fosse empregada a palavra

comerei em lugar de comeria?

d) Observe as ilustrações das quatro fases da lua.

1 Leia mais uma tirinha de José Aguiar.

LASSMAR

A língua: seleção e combinação NA PRÁTICA

Por que a minhoca disse que a lua minguante é light?

Porque apresenta falas sem sentido.

1b. As frases não apresentam

falhas na combinação das

palavras, mas são formadas

por termos cujos sentidos não

se complementam, portanto a

seleção está comprometida.

Comerei sugere que a ação vai realmente

acontecer.

Como a lua parece menor na fase minguante,

a minhoca quis dizer que a joaninha engordaria

menos se a comesse assim.

1c. Sugestões de resposta:

Estou com mau cheiro nas

axilas. Nunca experimentei

algo tão saboroso! Mas que

esperto que estou de olho em

você, hein?

2a. Quis dizer que sentia

muita fome.

2b. Não. Nesse contexto, a

oração “comeria até a lua”

tem sentido figurado, não

literal, por isso não se trata da

mesma confusão na seleção

das palavras.

Questão 2b – As características

da linguagem figurada serão

estudadas no Capítulo 5. Por

enquanto, basta que os alunos distingam entre uso literal

e não literal da linguagem.

Caso não conheçam os termos,

apresente-os a eles.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Abuse da língua

O contexto é fundamental para definir o

sentido de uma frase. Se

alguém, na rua, escuta a

pergunta “O senhor tem

relógio?”, logo percebe

que a intenção do interlocutor é saber as horas

e não se, de fato, tem

aquele objeto.

Uma placa colocada

na frente de uma casa

com os dizeres “Cuidado! Cão antissocial”, por

exemplo, é usada para

indicar que o cachorro

é feroz sem afirmar isso

explicitamente.

Agora é sua vez: como

você pediria às pessoas,

sem ser explícito, que

não deixassem seus cães

fazer sujeira na calçada

em frente a sua casa

ou seu prédio? Redija o

texto a ser colocado em

uma placa.

mos mais precisos em lugar daqueles mais vagos ou comuns. Reescreva

os títulos de notícias seguindo o exemplo.

e) A palavra light não faz parte do português. A que língua ela pertence?

f) Em sua opinião, um leitor brasileiro teria dificuldade em compreender a tirinha por ter sido usada essa palavra estrangeira? Por quê?

g) Para indicar a reação ao comentário da minhoca, a quadrinista desenhou uma linha com curvas acima da cabeça da joaninha. Escreva

uma fala que poderia substituir esse uso da linguagem não verbal.

3 Podemos aprimorar ou diversificar nossa comunicação escolhendo terANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

Preço do diesel tem 4ª queda semanal seguida,

sem chegar ao consumidor

Colônias de férias em João Pessoa

têm atividades para diferentes idades

Disponível em: <https://exame.abril.com.br/economia/preco-dodiesel-tem-4a-queda-semanal-seguida-sem-chegar-ao-consumidor/>.

Acesso em: 20 abr. 2018.

Disponível em: <https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/colonias-deferias-em-joao-pessoa-tem-atividades-para-diferentes-idades.ghtml>.

Acesso em: 20 abr. 2018.

Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimasnoticias/2018/06/29/tem-ate-vice-campeao-veja-7-paises-quejogaram-a-copa-e-nao-existem-mais.htm?cmpid=copiaecola>.

Acesso em: 20 abr. 2018.

Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/

noticia/2018/06/jovens-da-periferia-tem-oportunidade-dequalificacao-cjj0kn7g60hr101pa1kow6w7m.html>.

Acesso em: 20 abr. 2018.

Disponível em: <https://istoe.com.br/sp-tem-44-cidades-em-alertapara-poliomielite/>. Acesso em: 20 abr. 2018.

Tem até vice-campeão:

veja países que jogaram a Copa e não existem mais

Jovens da periferia têm

oportunidade de qualificação

SP tem 44 cidades em alerta

para poliomielite

a)

b)

c)

d)

e)

2e. À língua inglesa.

2f. Resposta pessoal. Espera-

-se que os alunos respondam

que não, uma vez que light já

é uma palavra muito conhecida dos brasileiros, sendo

usada com frequência para

classicar alimentos.

2g. Resposta pessoal, que deve

ser condizente com a expressão de pasmo ou surpresa da

joaninha. Sugestões: Tsc, tsc,

tsc... / É cada uma! / Era só o

que faltava! / Afff... Essa minhoca

está viajando!

Colônias de férias em João Pessoa contam com/

dispõem de atividades para diferentes idades

Há/existe até vice-campeão: veja países que

jogaram a Copa e não existem mais

Jovens da periferia recebem/ganham/

contam com oportunidade de qualicação

SP possui 44 cidades em alerta para poliomielite

Preço do diesel sofre 4ª queda semanal

seguida, sem chegar ao consumidor

Questão 3 – Cite oralmente

outros casos em que usamos

palavras sem precisão. Exemplos: “Deixou de viajar por uma

série de coisas (razões, impedimentos etc.)”; “Costurar é

uma coisa (tarefa, atividade

etc.) trabalhosa”; “Na viagem,

comprou um monte de coisas

(presentes, lembranças etc.)

para dar aos amigos”.

Abuse da língua – Podem ser

criadas frases do tipo “Calçada

não é banheiro” ou “Senhor

Cachorro, quando vier passear

com seu dono, peça a ele que

traga um saquinho”. Intervenha

caso a mensagem criada não seja

respeitosa; explique aos alunos

que é possível transmitir a reclamação de modo eficiente sem

ofender o interlocutor. Sugira,

por exemplo, o uso de humor.

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1 Leia uma tirinha da quadrinista mineira Bianca Reis.

Isso eu já vi Junto ou separado?

© BIANCA

Anna Bolenna Bianca Reis

a) Você reparou que os quadrinhos da tirinha não aparecem em

uma única linha horizontal, como é bastante comum? Pense

nas novas formas de divulgação e de leitura das tirinhas: o que

poderia explicar a opção por esse formato?

b) Os quadrinhos ora revelam acontecimentos, ora os pensamentos

da personagem. Que recurso foi empregado para diferenciar os

dois contextos? Explique sua resposta.

c) Que sentimento a personagem expressa nos três primeiros quadrinhos? Como isso é revelado ao leitor?

d) O que significa “abrir as cortinas” no contexto dessa tirinha?

e) Quem é a personagem que diz “Levanta agora!”? Que recursos

verbais e não verbais sugerem que ela é bastante enérgica?

f) Que expressão mostra que, apesar disso, a personagem gosta

da “abertura das cortinas”?

g) Qual é a finalidade da frase “Senão te jogo água fria”? Que expressão poderia substituir a palavra destacada: por consequência,

do contrário ou com certeza?

Fala aí!

Você já teve sentimentos parecidos com

os da personagem da

tirinha? Quem ou o que

é responsável por “abrir

as cortinas” para você?

1b. Os quadrinhos têm fundos diferentes: o fundo vermelho é usado para registrar

situações do mundo real, enquanto o fundo cinza é reservado para os pensamentos.

1c. Expressa tristeza, como sugerem as

expressões “pensando nas coisas ruins”

e “dormir pra sempre” (isto é, morrer).

1d. Signica obrigar a personagem a reagir, a enfrentar

o mundo.

1e. A mãe da menina ou alguma outra figura feminina

que tem intimidade com ela.

O caráter enérgico é revelado

pela expressão ameaçadora

da mulher, que dá uma ordem

à garota.

Ainda bem.

A frase funciona como ameaça. A palavra

poderia ser substituída por do contrário.

1a. Muitos leitores usam seus

celulares para ler as tirinhas.

A posição vertical facilita a

leitura, por isso alguns quadrinistas estão preferindo

esse formato.

Fala aí! – O tema é delicado, mas exatamente por isso

não pode ser desconsiderado.

Faz parte de um projeto de

educação integral ajudar os

alunos a se autoconhecer e

a cuidar da saúde emocional,

como prevê a CG 8. Respeite a

intimidade deles, mas procure

fazê-los conversar sobre o que

os deixa tristes. Mostre que é

natural nos sentirmos assim

às vezes e que é importante

termos amigos com quem desabafar. Aconselhe-os a procurar

os pais ou outros adultos em

quem confiam para conversar

quando se sentirem tristes demais. Caso observe que alguém

ficou especialmente incomodado com a discussão, procure

a coordenação da escola ou

outro profissional responsável pelo acompanhamento

dos alunos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Todos nós temos dúvidas quanto à maneira correta de escrever algumas palavras.

Em certas situações, não sabemos, por exemplo, se estamos diante de uma única

palavra ou de duas. É o que ocorre com senão. Compare:

“Levanta agora! Senão te jogo água fria.”

Se não levantar agora, vou jogar água fria em você.

Observe que, no segundo caso, poderia haver uma palavra entre o se e o não:

Se você não levantar...

A mesma dúvida pode ocorrer com a gente e agente: o primeiro é equivalente de nós,

e o segundo nomeia quem faz algo (agente secreto, por exemplo).

Contudo, às vezes a dúvida não é causada por haver um par de palavras. Existe

uma única grafia e, mesmo assim, há falantes que se confundem. Na atividade a

seguir, você vai exercitar a escrita de algumas delas.

2 Copie as frases a seguir no caderno e complete-as de modo coerente. Escreva

a palavra em destaque com cor diferente, prestando atenção à sua grafia.

a) A partir de hoje, 

b) Entrou de repente e 

c) O cão estava latindo, o que 

d) O vizinho está andando devagar porque 

e) A caixa estava embaixo 

f) O telefone estava em cima 

g) De novo, a professora 

h) Faltou à aula, por isso 

i) Com certeza, aceito 

j) Desde ontem, 

k) Fez todas as tarefas depressa para 

l) Não estava a fim de 

3 Leia a tirinha produzida por Fernando Gonsales e responda às questões.

caso não © FERNANDO GONSALES

a) Os dois quadrinhos mostram situações equivalentes no contexto.

Descreva-as.

b) Por que a fala da mãe, no segundo quadrinho, produz humor?

c) Escreva outra fala para o primeiro balão, agora usando se não.

Fernando Gonsales

FERNANDO GONSALES. Um tigre, dois tigres, três tigres. São Paulo: Devir, 2009. p. 41.

Sugerimos que, quando um aluno

for chamado a responder alguma

questão oral e empregar uma dessas palavras e expressões, você

pergunte à turma como ela deve

ser escrita. Isso pode ser feito

com outras palavras que também

geram dúvidas.

3a. Nos dois casos são

oferecidos alimentos a

um ser – primeiro um

peixe, depois um bebê

– de modo exagerado.

3b. Porque a mulher

critica o ato do menino

de alimentar excessivamente o peixe, mas faz

o mesmo com o bebê.

3c. Resposta pessoal.

Sugestão: Se não reduzir

a comida, o peixe comerá

até explodir!

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Conversa com arte

FISCHER, ROLAND/AUTVIS, BRASIL, 2015. REPRODUÇÃO – COLEÇÃO PARTICULAR

ROLAND FISCHER. Retrato coletivo de israelenses, 2015.

Fotografia, 180 × 180 cm. Para compor seu trabalho, o artista

fotografou centenas de rostos de estudantes da

Universidade de Tel Aviv, em Israel.

Você viu neste capítulo que é possível construir a imagem de uma

pessoa – seus pensamentos, hábitos, vivências etc. – lendo ou ouvindo

suas palavras. No universo das artes visuais, há artistas que se ocupam

de apresentar suas visões sobre pessoas ou coletividades ou sobre eles

mesmos por meio de um tipo de arte denominado retrato.

A coleção coloca os alunos em

contato com diversas manifestações artísticas, não apenas com

as produções literárias. Nas atividades, sobretudo aquelas das

seções “Conversa com arte” e

“Expresse-se!”, os alunos poderão conhecer alguns elementos

relativos à dança, à arquitetura,

à pintura e a videoclipes, entre

outras manifestações. Trata-se

de uma abordagem introdutória, mas que permite aos alunos

valorizar e fruir manifestações

culturais diversificadas – como

preveem a CG 3 e a CEL 5 –, e

poderão, inclusive, interferir na

definição de um projeto de vida,

aspecto citado na CG 6, com a

escolha de uma futura profissão. O contato com o campo

artístico-literário, como sugere

a BNCC (p. 154), cria condições

para que os alunos reconheçam maneiras diferentes de

pensar, agir e sentir por meio

de confronto com o que é diverso e deve ser valorizado e

respeitado, além de favorecer

o desenvolvimento de critérios

que lhes permitam definir aquilo de que gostam e falar dessa

preferência. Saiba mais sobre

a seção na introdução do MP.

Conversa com arte e

Expresse-se!

CG: 3, 4, 6

CEL: 1, 2, 3, 4, 5, 6

CELP: 4, 9, 10

Habilidades: EF06LP12,

EF67LP28, EF67LP36,

EF67LP38, EF69LP05

P:117

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Biblioteca cultural

Conheça mais obras de Roland Fischer em seu site oficial. Na aba

works (obras) há outros retratos coletivos e também retratos individuais.

A obra Retrato coletivo de israelenses foi criada em 2016. Concentre-

-se na imagem e olhe cuidadosamente para os rostos que a compõem.

Participe da discussão oral proposta por seu professor com base nas

questões a seguir.

1 As fotos de Fischer reproduzidas neste livro foram expostas

em tamanho grande em um museu de Israel.

a) O que esse tamanho oferece ao espectador?

b) Você diria que o tamanho da obra influencia o impacto que

ela terá sobre os visitantes de uma exposição?

2 Em sua opinião, por que o artista optou por apresentar sua

obra em uma área externa do museu?

3 Olhe novamente para os rostos que compõem o retrato

coletivo. O que chama sua atenção neles?

4 Se o artista decidisse fazer um retrato coletivo em uma instituição de ensino brasileira, como sua escola, por exemplo,

você acha que esse retrato seria semelhante ou muito diferente daquele obtido com base nas fotos tiradas na Universidade

de Tel Aviv? Defenda seu ponto de vista com argumentos.

5 Você considera que a obra de Roland Fischer combate ou

reforça preconceitos? Por quê?

6 Você conheceu neste capítulo o diário de Zlata Filipović.

Se fosse produzir um retrato dela com 11 anos, no período em

que enfrentava a guerra, como o faria?

a) Desenharia apenas o rosto ou o corpo inteiro?

b) Que cores predominariam em seu desenho?

c) Que expressão facial você escolheria?

Explique a escolha desses aspectos e de outros que deseje

incluir.

Roland Fischer foi o primeiro artista a transformar o retrato fotográfico, geralmente individual e de pequenas dimensões, em um

formato monumental. Em suas mais de 40 exposições realizadas em

inúmeros países, o fotógrafo alemão se ocupa de investigar os seres

humanos e sua relação com o mundo.

1a. A possibilidade de observar detalhes dos rostos, o que

garante certa individualização

das pessoas retratadas.

1b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que uma obra de grande

dimensão pode impactar o

visitante, que se sentirá impelido a observá-la.

2. Porque o artista pretende

tornar a obra acessível e

apresentar ao público a diversidade do povo israelense.

3. Provavelmente, chamará a

atenção dos alunos a diversidade de tipos que vivem

em Israel.

4. Os alunos devem concluir

que o resultado, provavelmente, seria semelhante, porque

no Brasil há uma grande

diversidade étnica.

5. Espera-se que os alunos

defendam que a obra combate preconceitos, porque

mostra que, embora sejam

muito diferentes, as pessoas

podem conviver bem em um

mesmo espaço, formando

uma unidade harmônica e

coesa.

6. Respostas pessoais. Estimule os alunos a justicar

suas escolhas, o que contribuirá para a percepção da

intencionalidade existente no

trabalho dos artistas.

Considere a possibilidade de

fazer um trabalho em parceria

com o professor de Arte, estendendo a atividade. Sugerimos

que seja explorada com a turma

a comparação de retratos. O

professor pode, por exemplo,

comparar uma pintura acadêmica (tradicional) como Dama

com arminho (1485-1490), de

Leonardo da Vinci, com a composição inusitada Vik, 2 years

old (2014), de Vik Munig. Ou

contrapor os trajes e adereços

dos retratados e o sentido que

comunicam exibindo Retrato de

Sua Majestade o Imperador D.

Pedro II – 1835 (1837), de Félix

Émile Taunay, e Autorretrato

ou Le Manteau Rouge (1923),

de Tarsila do Amaral.

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Expresse-se!

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O retrato (do latim retrahere, “copiar”) é a representação de uma pessoa ou de um grupo com

base em um modelo vivo, em fotografias, em documentos ou na própria memória do pintor ou em

sua imaginação. Esse tipo de arte atravessou séculos e desempenhou variadas funções: funerária,

religiosa, comemorativa, satírica... e foi ganhando prestígio. Conheça agora um pouco mais desse

gênero de arte e prepare-se para realizar sua própria produção artística.

Os autorretratos são obras em que os artistas expressam suas visões de

si mesmos, como é o caso da série de 45 trabalhos produzida pela artista

brasileira contemporânea Adriana Varejão.

JAN VAN EYCK.

O casal Arnolfini. 1434.

Óleo sobre madeira,

82 × 60 cm.

1 Que elementos da imagem

nos permitem inferir que a

família Arnolfini pertence a

uma classe social rica?

2 Você diria que o casal foi

flagrado em uma situação

comum, do dia a dia?

JAN VAN EYCK – NATIONAL PORTRAIT GALLERY, LONDRES

ADRIANA VAREJÃO.

Três peças da série

de autorretratos da

exposição Polvo,

de 2014. Óleo sobre

tela, 52 × 45,5 cm.

JAIME ACIOLI – COLEÇÃO PARTICULAR

Nos séculos XIV e XV, era comum

que membros da corte e da burguesia

europeia buscassem se imortalizar

nos retratos que encomendavam aos

artistas. Observe a pintura.

3 Para produzir a série, Varejão baseou-se no censo do IBGE de

1976, no qual, respondendo à pergunta “qual é a sua cor?”, muitos brasileiros disseram “morena bem chegada”, “café com leite”,

“queimada de sol”, “enxofrada”, “puxa para branco”, “morena

jambo”, “branca melada”, entre outras expressões. De que forma

essas informações são traduzidas em imagem nas telas?

4 Adriana reconheceu também que se inspirou na cultura indígena

para criar essa obra. Você percebe esse elemento nos autorretratos?

A partir do censo

de 1991, definiram-

-se cinco categorias

para declaração de

cor e raça: indígena,

amarelo, preto, pardo e branco.

Sabia?

1. As roupas dos personagens e o cenário

da casa. Se desejar, comente com os alunos

que estão retratados o comerciante Giovanni

Arnolni e sua esposa Giovanna Cenami.

Se for possível procure as telas desta seção na internet e amplie para que os alunos vejam detalhes.

Nesta, por exemplo, é possível ver, no espelho, o artista pintando o casal.

2. Não. Eles estão representados em uma pose ensaiada, quase teatral.

4. Espera-se que os alunos respondam que sim.

As pinturas faciais geométricas comprovam essa

inspiração indígena.

3. Cada autorretrato apresenta uma cor diferente.

Explique aos alunos que

Adriana selecionou 33

dessas cores apontadas

pela pesquisa e mandou

confeccionar uma caixa

com 33 tubos de tinta,

usados nos 45 retratos.

Sugerimos, se for possível, a visita a um museu histórico para

que os alunos vejam alguns

retratos. Oriente-os a percorrer

o espaço de modo organizado

e silencioso, ouvindo o guia, se

houver. Não é necessário que

façam anotações; eles devem

estar atentos aos detalhes do

acervo e do espaço para que,

no final, criem uma hipótese

para a seleção dos retratos que

estão expostos. Geralmente,

os museus expõem retratos

de moradores que se destacaram por ações políticas ou

sociais ou, ainda, pela condição

econômica, uma vez que era

comum que as famílias abastadas encomendassem tais retratos. Os museus biográficos

(cujo acervo pertence a uma

pessoa ou foi produzido por

ela) também são interessantes, e, nesse caso, predominam

retratos de um indivíduo e de

sua família ou aqueles adquiridos pelo valor artístico ou

por gosto pessoal. Termine a

visita fazendo uma roda para

discutir o acervo e perguntar a

opinião dos alunos acerca do

que viram, pedindo uma comparação entre essas produções,

aquelas que foram estudadas

nas seções “Conversa com arte”

e “Expresse-se!” e suas próprias

produções, feitas com base nas

orientações desta última seção

e também de “Minha Canção”.

Peça-lhes que considerem as

diferenças nas técnicas de produção dos retratos – pintura

e uso da câmera.

P:119

45

45

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

GUSTAVE COURBET. Enterro em Ornans. 1849. Óleo sobre tela, 315 × 668 cm.

Neste retrato, o indivíduo é substituído pela coletividade. Veja.

5 O pintor francês Gustave Courbet defendia que o artista deveria retratar as

pessoas comuns, como elas eram “de verdade”. Você acha que ele conseguiu

fazer isso nessa tela?

6 Enterro em Ornans é uma tela de mais de três metros de altura e mais de

seis de largura. Que efeito tem sobre o público uma tela tão grande?

7 Que diferença você enxerga na maneira como foram retratados o casal

Arnolfini e os personagens da tela de Courbet?

GUSTAVE COURBET – MUSÉE D’ORSAY, PARIS

Como vocês viram, a artista Adriana Varejão utilizou como base para sua série

de retratos uma pergunta feita pelo censo do IBGE. Por meio dessa pesquisa, foi

possível chegar a 136 cores que os brasileiros diziam ter. Inspirem-se na série de

Varejão para fazer um trabalho coletivo.

1. Elejam um colega que será o modelo das fotos, a exemplo do que fez Varejão.

Um de vocês o fotografará com o celular; outro replicará as fotos e fará uma

montagem com elas.

2. Passem uma folha de papel pela classe para que os alunos respondam qual é

sua cor, como fizeram aqueles que responderam ao censo em 1976. Tentem

mostrar as variações: “acastanhado”, “branca demais”, “cor de pardal” etc.

3. Separem as respostas em categorias, agrupando-as por semelhança.

4. Uma equipe usará um programa de computador para selecionar cores ou para

criá-las digitalmente, tendo como base as respostas obtidas na pesquisa.

5. Organizem-se em grupos para inserir as cores pesquisadas nas várias fotografias

do modelo, utilizando formas geométricas, assim como fez Varejão.

6. Não se esqueçam de inserir nele um pequeno texto explicativo com informações

sobre Adriana Varejão e o processo de trabalho da turma.

7. Exponham o trabalho na classe ou no pátio da escola.

Nosso autorretrato

5. Espera-se uma

resposta afirmativa. Courbet retrata um enterro

no cemitério de

um lugar bastante

rústico, com rostos realistas, sofridos. Esse quadro

escandalizou os

conservadores europeus, porque o

artista inovou ao

propor que as pessoas comuns eram

dignas de ser retratadas na pintura, como o eram

os mais ricos, os

heróis históricos,

mitológicos, bíblicos ou literários,

tão presentes na

pintura de todos os

tempos.

6. Espera-se que

os alunos respondam que, em uma

tela tão grande,

as guras ganham

mais individualidade e realismo.

7. Além das clas- ses sociais dife- rentes, os Arnolni

são representados

de maneira posa- da, articial, o que

não acontece com

os habitantes de

Ornans.

Item 4 – Outra opção é fazer

um trabalho conjunto com o

professor de Arte, que poderia ensinar os alunos a criar

cores a partir da mistura de

pigmentos.

Recomendamos que você assista ao filme Bling Ring: a gangue de Hollywood (2013), de Sofia Coppola, baseado

em fatos reais, que discute os limites do mundo nos tempos de selfie e redes sociais, um tema fundamental

para quem ensina, sobretudo na área de linguagens. Nele, jovens se arriscam em assaltos para tirar selfies e

se tornar populares.

P:120

46

Leitura puxa leitura

46

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK

Museu da Pessoa

Por que devo acessar esse site?

Porque esse museu virtual, fundado em 1991, registra e preserva

informações sobre o mundo por

meio de histórias de vida reais.

Você pode, inclusive, fazer parte

do acervo contando sua história.

Estatuto da Criança

e do Adolescente (ECA)

Por que devo conhecer

esse documento?

Porque, depois de entrar em contato com a história de crianças

que tiveram suas infâncias tão

prejudicadas, seria interessante

conhecer o ECA. Ele foi feito para

proteger você e para contar quais

são seus direitos.

O diário de Anne Frank

Por que devo ler esse livro?

Para conhecer Anne Frank e descobrir que, embora tenha escrito

seu texto escondida, com medo e

às vezes com fome, ela expressa

sentimentos muito semelhantes

aos nossos.

O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra

Por que devo ler esse livro?

Para conhecer o universo de

uma menina de 11 anos em

meio à guerra e entrar em contato com seus medos, preocupações e outros sentimentos

tão humanos.

REPRODUÇÃO

Leitura puxa leitura e

Biblioteca cultural em

expansão

CG: 1, 5, 6, 7

CEL: 1, 2, 3, 4, 5, 6

CELP: 3, 8, 9, 10

Habilidades: EF67LP20,

EF69LP49

P:121

47

Biblioteca cultural

em expansão

47

Se você gostou das histórias de Zlata e Anne Frank e das memórias

registradas no Museu da Pessoa, talvez se interesse por estes outros

exemplares que poderão compor sua biblioteca. REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK

REPRODUÇÃO

O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger

No filme, conhecemos os tristes efeitos da ditadura militar

brasileira, imposta a partir de 1964, pelo olhar de um menino

de 12 anos apaixonado por futebol. Ele começa a perceber que

as coisas não vão bem quando seus pais, militantes opostos ao

regime ditatorial, o deixam na casa do avô.

Billy Elliot, de Stephen Daldry

No filme, Billy tem 11 anos e vive em uma pequena

cidade mineradora da Inglaterra. O pai o obriga

a treinar boxe, mas ele gosta mesmo é de balé.

Incentivado pela professora de dança da academia

que frequenta clandestinamente, o menino resolve

submeter-se a um importante teste para ingressar

no universo profissional da dança e, assim, lutar contra os preconceitos de uma sociedade conservadora.

A bolsa amarela, de Lygia Bojunga

No livro, uma menina em conflito com

a família e consigo mesma esconde

em sua bolsa três grandes vontades:

crescer, ser garoto e tornar-se escritora.

REPRODUÇÃO

Extraordinário, de R. J. Palacio

O livro conta a história de Auggie, um garoto

que nasceu com uma síndrome rara e precisou

passar por várias cirurgias. Aos 10 anos, e com

o rosto marcado por deformidades, ele terá de

se adequar à rotina escolar e de conviver com

colegas que estranham sua condição.

P:122

48

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

48

Instituto Antônio

Houaiss

O instituto foi criado em 1997 para elaborar um dicionário

completo da língua

portuguesa. Mais de

duzentas pessoas (brasileiros, portugueses,

angolanos e timorenses) envolveram-se na

produção desse livro.

Antônio Houaiss (1915-

-1999) foi o estudioso

que idealizou o projeto,

mas faleceu antes da

publicação da obra.

De quem é o texto?

cara (ca.ra) s.f. 1 parte anterior da cabeça, composta pela testa, olhos,

nariz, boca, queixo e bochechas; face, rosto 2 expressão facial; fisionomia, semblante <c. risonha> 3 aparência, aspecto <esse bolo está

com uma c. ótima> 4 lado da moeda que tem uma efígie ) cf. coroa „

s.m. infrm. 5 indivíduo, pessoa qualquer <aquele c. está te chamando>

ž gram/uso aum.irreg.: caraça, carão © c. a c. de frente (um para o

outro); frente a frente, face a face <sentaram-se c. a c.> — c. de tacho

infrm. expressão encabulada ou confusa, diante de um fato inesperado

e/ou desagradável <levou um fora e ficou com c. de tacho> — amarrar

ou fechar a c. demonstrar desagrado ou irritação <não gostou do que

ouviu e fechou a c.> — com a c. e a coragem B infrm. 1 sem nada possuir; sem recursos <partiu em peregrinação com a c. e a coragem> 2 sem

medo; com ousadia <vamos enfrentá-los com a c. e a coragem> — dar as

c. infrm. comparecer a um lugar, compromisso, evento etc. <por aqui ele

nunca deu as c.> — dar de c. com infrm. encontrar inesperadamente ou

repentinamente (alguém ou algo) —de c. infrm. logo no início, de saída

<tomamos um gol logo de c.> — encher a c. beber muito; embriagar-se

— estar na c. ser evidente, óbvio <está na c. que ele não vem> — livrar

a c. de declarar inocente; inocentar <fez tudo para livrar a c. do amigo> — meter a c. em infrm. empenhar-se em <meter a c. nos estudos>

— quebrar a c. não alcançar o objetivo; frustrar-se — ser a c. de infrm.

ser muito parecido com <o filho é a c. do pai>

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS DE LEXICOGRAFIA (Org.). Pequeno dicionário Houaiss da língua

portuguesa. Dir. Antônio Houaiss, Mauro de Salles Villar, Francisco Manoel de Mello

Franco. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2015. p. 180.

[) cf.] Sugestão para que o

leitor consulte outra palavra.

[ž gram/uso] Introduz informações gramaticais; no

caso, como se forma o aumentativo da palavra.

[B] Regionalismo; no caso,

indicando que o termo é

usado no Brasil.

[s.m.]Substantivo masculino.

[infrm] Linguagem informal.

CAPÍTULO

2

Enxergar é com x ou ch? O que quer dizer imunológico? Que termo

é sinônimo de gentil? E seu antônimo? São perguntas que geralmente

respondemos usando um dicionário. Esse tipo de livro apresenta uma

lista total ou parcial das palavras da língua e uma série de informações

sobre elas.

Leia o verbete a seguir e observe sua forma e seu conteúdo. Nos comentários ao lado do texto, você encontrará o sentido das abreviações e

dos símbolos usados no verbete.

Leitura 1

VERBETE:

palavra que explica palavra

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. É possível que,

quando forem consultados,

aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado

de endereço.

Leitura 1 – Sugerimos a leitura silenciosa apenas, já que o tipo de redação dos verbetes dificulta a fluência. Não

se preocupe se não houver uma compreensão imediata. As atividades levarão à análise das informações e das

particularidades da estrutura e da linguagem.

Leia nossa proposta de abordagem do gênero “verbete”e uma sugestão de atividade complementar em parceria

com o professor de História na introdução do MP.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 5, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10

Habilidades: EF67LP01,

EF67LP26, EF69LP29,

EF69LP30, EF69LP32,

EF69LP34, EF69LP35,

EF69LP36, EF69LP42,

EF69LP55, EF69LP56

Capítulo 2

Pré-requisitos

• EF67LP04

• EF35LP12

• EF35LP11

• EF05LP22

• EF69LP29

Materiais digitais

Sequência didática 3:

Os tipos de dicionário e o

conteúdo dos verbetes

CG: 1

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2

Habilidades: EF67LP20,

EF69LP32, EF69LP30

Avaliação 1

CG: 1

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2

Habilidades: EF15LP03,

EF15LP04, EF35LP04,

EF67LP25, EF67LP28,

EF67LP37, EF67LP38,

EF69LP05, EF69LP55

CG: 1; CEL: 1, 2, 5;

CELP: 1, 3, 10

Habilidades: EF69LP29,

EF69LP30

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Áudio:

A enciclopédia no meu tempo

P:123

49

Se esse dicionário fosse meu...

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

49

Sinônimos são palavras com sentido muito

semelhante e que, por

isso, podem ser trocadas em um texto. Exemplos: casa e residência;

medo e receio.

Lembra?

1 A entrada (palavra que serve como título) do verbete que você leu é

cara. Existem as expressões a cara e o cara.

a) Quantas acepções (sentidos) são apresentadas para a expressão

a cara?

b) Quantas acepções explicam a expressão o cara?

c) Que informação gramatical ajudou você a perceber que uma parte

das informações se referia à expressão a cara, e outra, à expressão

o cara?

2 Releia as explicações referentes à expressão a cara.

a) A primeira explicação de a cara pode ser sintetizada (resumida) na

palavra rosto, que é um sinônimo. É possível indicar um sinônimo

para o sentido 4?

b) Na quarta acepção, após a explicação de a cara, sugere-se que seja

conferida a palavra coroa. Por que isso seria útil?

3 A palavra cara pode formar locuções.

a) Como deve ser lida a locução c. a c.?

b) Levante uma hipótese: por que ela foi escrita dessa maneira?

Desvendando o texto

4 Examine o aspecto visual do verbete.

a) Como são destacadas a entrada e as locuções formadas com ela?

b) Como o dicionário separa os vários sentidos da entrada?

O sentido de uma

locução não é dado pelo

significado isolado de

cada uma das palavras

que a compõem. O conjunto forma o sentido.

Dica de professor

a) c. de pau b) com a c. no chão c) ir com a c. de d) ter duas c.

O verbete cara que você leu foi retirado de um dicionário escolar, que é adaptado à faixa etária dos alunos. Algumas expressões não foram mencionadas,

como as que aparecem abaixo. Agora é sua vez: escolha uma delas e escreva

uma definição e um exemplo, seguindo o modelo do verbete lido.

VICENTE MENDONÇA

Quatro.

Uma.

Espera-se que os alunos identiquem as referências a substantivo

2a. Não. Explique aos alunos que efígie signica “retrato”, mas

esse termo se aplica a cara apenas para completar a explicação sobre a forma de uma moeda; ele não é equivalente.

2b. Porque os sentidos de

ambas as palavras estão

diretamente relacionados, já

que se trata dos dois lados

de uma moeda. A referência

a coroa pode ajudar o leitor

a entender o sentido de cara.

Cara a cara.

A abreviação da locução economiza espaço no dicionário.

As respostas são sugestões.

a) que não tem vergonha, sem

escrúpulos <mentiu com a

maior c. de pau>.

b) envergonhado <a derrota

o deixou com a c. no chão>.

c) simpatizar com <sempre

fui com a c. dela>.

d) não ser sincero, não despertar conança <não cono

em quem tem duas c.>.

Há reforço da cor preta

(destaque em bold).

Numerando-os.

feminino (s.f.) e substantivo masculino (s.m.) que antecedem as acepções.

Se esse dicionário fosse meu –

Definir uma palavra ou expressão é uma habilidade sofisticada. Sugerimos que se valorize

mais o reconhecimento do sentido e menos a formulação da

acepção. A atividade pode ser

feita em trios para favorecer

a complementação.

P:124

50

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

50

5 Após a entrada do verbete aparece esta informação: (ca.ra).

a) Que informação é essa?

b) A entrada colher aparece duas vezes no dicionário:

colher (co.lher)

colher (co.lher) /ê/

Qual é a diferença de sentido entre as palavras?

c) O que significa o /ê/ que aparece na segunda entrada?

d) Qual é a importância da informação /ê/ para quem consulta o

dicionário à procura do sentido de colher?

6 No verbete cara há vários exemplos.

a) Que símbolos indicam o início e o final de um exemplo?

b) Para que servem os exemplos?

7 Suponha que alguém que esteja aprendendo a língua portuguesa

procure a palavra cara no dicionário.

a) Se a pessoa souber ler o dicionário, usará uma frase como “Meu ex-

-chefe era um cara muito eficiente” em uma entrevista de emprego?

Explique sua resposta.

b) Essa mesma pessoa vai concluir que a expressão com a c. e a coragem

será compreendida facilmente por alguém que fale o português

angolano? Explique sua resposta.

Agora você vai refletir sobre os dicionários, publicações que contêm os

verbetes. Responda às questões.

1 Como as pessoas usam os dicionários? Eles podem ser lidos como se

fossem romances ou contos? Explique.

2 Suponha que você precise de dados sobre sapatos. Que tipo de informação poderia ser encontrado no mesmo dicionário em que está

o verbete cara?

3 Que dados ficam fora de um dicionário como esse?

O sentido das palavras e das locuções

é criado pela comunidade de falantes e não é

fixo; muda conforme o

tempo e o lugar. Qual é,

então, a responsabilidade dos especialistas que

escrevem dicionários?

Reúnam-se em grupos

e formulem uma resposta a ser apresentada

oralmente.

Fala aí!

O gênero textual verbete tem função informativa e é usado para consulta.

No caso do verbete linguístico, o foco é a palavra: suas acepções, o sentido

de locuções, informações gramaticais (pronúncia, classe gramatical, gênero,

formação do plural etc.), uso social (formal, informal, regionalismo etc.) e, em

alguns casos, mudanças da palavra ao longo do tempo. Os verbetes enciclopédicos apresentam informações relativas à “coisa” designada pela palavra:

descrição, contextualização histórica, relação com um campo de conhecimento

(física, dança, culinária etc.), entre outras.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Como funciona um verbete?

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

5c. É uma indicação de que a

letra e tem pronúncia fechada

na palavra.

O leitor poderá reconhecer

para quem consulta o

com mais facilidade a palavra

Os sinais < (menor) e > (maior).

Que símbolos indicam o início e o final de um exemplo?

Para que servem os exemplos?

Eles contribuem para uma melhor compreensão do sentido e do uso da palavra.

Não. A pessoa encontrará a informação de que cara é usada em contextos informais, como indica a abreviação infrm.

Não. O leitor saberá que a expressão é usada no Brasil e, por isso, não será

entendida facilmente por falantes de outros lugares.

Como funciona um verbete?

Resposta pessoal.

Não; dicionários são usados para Como as pessoas usam os dicionários? Eles podem ser lidos como se

consulta. As pessoas não costuSeparação de sílabas, acepções, informações gramaticais, locuções, usos da palavra.

É a separação das sílabas da palavra.

5b. A primeira é um substantivo e

indica um tipo de talher; a segunda

é um verbo e signica “coletar”.

Algumas informações não aparecem: quem (que povo) inventou o sapato, como o sapato

evoluiu com o tempo, quais são os tipos de sapatos,

relações do sapato com as demais vestimentas etc.

mam lê-los integralmente e em sequência, como fazem com as narrativas.

Suponha que você precise de dados sobre sapatos. Que tipo de inque procura diferenciando o substantivo (som aberto) do verbo (som fechado).

No verbete há vários exemplos.

com mais facilidade a palavra Fala aí! − Sugerimos que a atividade seja feita após a resolução e correção das questões

de estudo do gênero. Trata-se

de uma atividade complementar curta, mas produtiva do

ponto de vista das habilidades

relativas à oralidade. Reúna os

alunos em grupos por cinco

minutos para a discussão das

respostas. Escolha um aluno

para apresentar (sem ler) a

conclusão a que chegou a equipe. Alunos de outros grupos

devem, quando se encerrar o

turno de fala, pedir a palavra

para concordar, discordar ou

complementar, sendo obrigatória a explicitação dessa relação por meio de formulações

como “Discordamos do que foi

dito porque...” ou “Gostaríamos de complementar a ideia

explicando...”. Aproveite para

avaliar aspectos relativos às

falas públicas: altura da voz e

pronúncia, entonação, ritmo,

pausas etc. É importante que

percebam que um dicionário

reúne o máximo de informações, respeitando os diversos

usuários da língua. O dicionário precisa recolher palavras e

sentidos na cultura de todos

os participantes da comunidade linguística, e não apenas

focar o grupo socialmente

privilegiado.

P:125

51

REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

51

duende sm. ‘entidade fantástica ou espírito sobrenatural que se acreditava aparecer e fazer travessuras de

noite pelas casas’, 1813. Do cast. duende, da expressão

duen de (casa) ‘dono de casa’. (p. 279)

abetumado adj. Diz-se do pão que não cresce. Fica

pesado por falta de fermento suficiente. Variação de

abatumado. (p. 12)

Albufeira – s.f. Pequena lagoa litorânea formada pelas

enchentes da água do mar, separada da praia por um

cordão de sedimentação marítima, comunicando-se,

às vezes, com o oceano por estreita passagem. O m.q.

laguna. (p. 38)

Os vários dicionários

O verbete que você leu foi transcrito de um dicionário geral, obra que explica

palavras da língua. Existem outros dicionários, voltados a abordagens mais específicas. Conheça alguns.

Dicionário bilíngue: permite a tradução de vocábulos e expressões de duas

línguas.

Dicionário etimológico: explica a evolução do significado de uma palavra ao

longo do tempo.

Dicionário de regionalismos: registra o significado de termos que são usados

apenas em algumas regiões do país.

SÉRGIO CHERQUES. Dicionário do mar.

São Paulo: Globo, 1999. p. 38.

Dicionário de termos técnicos: registra palavras que se referem a um campo

do conhecimento.

comunità /komuni’ta/, s.f. comunidade; gli interessi

della –, os interesses da comunidade; le prime – cristiane, as primeiras comunidades cristãs; la – economica

europea, a Comunidade Económica Europeia; – carbo-

-siderurgica, del carbone e dell’acciaio, comunidade do

carvão e do aço. (p. 223)

GIUSEPPE MEA. Dicionário de italiano-português

(Dicionários Editora). Porto: Porto Editora, s.d. p. 223.

REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO

ANTÔNIO GERALDO DA CUNHA. Dicionário etimológico

Nova Fronteira da língua portuguesa. 20. ed.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. p. 279.

ALBERTO JUVENAL DE OLIVEIRA. Dicionário gaúcho.

3. ed. Porto Alegre: AGE, 2005. p. 12.

Verifique se a biblioteca da escola ou de sua comunidade dispõe de dicionários específicos.

Você pode levar os alunos até

lá ou retirar as obras e fazê-las

circular pela turma para que

vejam as particularidades de

cada obra. Caso haja volumes

suficientes, forme grupos, peça

a cada um que analise uma

obra e explique para a turma

como ela se organiza. O objetivo principal é a familiarização

com obras de referência.

P:126

52

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

52

A seguir, você lerá um verbete enciclopédico extraído da Wikipédia, uma conhecida

enciclopédia on-line.

Leitura 2

Sapato

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que

não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a verificabilidade

(desde setembro de 2014).

Por favor, insira mais referências no texto ou no rodapé. Material sem

fontes poderá ser removido.

—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Sapato feminino de salto alto.

Sapato masculino.

REPRODUÇÃO

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

THOMAS STEINER/CC BY-SA 3.0/

WIKIMEDIA FOUNDATION INC.

HOLOUBEK/CC BY-SA 2.0/ WIKIMEDIA

FOUNDATION, INC.

Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade

de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim

e as botas servem como protetores e aquecedores

para os pés, ao passo que, nos países mais quentes,

usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé,

mas sem o abafar.

Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial

e serve como adorno e acessório de moda, tendo

também uma função social.

Índice [esconder]

1 Origem

2 O sapato no Brasil

3 Referências

4 Ver também

Origem [editar | editar código-fonte]

Muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos; porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período

Paleolítico.

Existem evidências [de] que a história do sapato começa a partir de 10 mil a.C., ou

seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha

e no sul da França, fazem referência ao calçado.

Sugerimos que a leitura do

verbete seja feita como lição

de casa e que a turma já seja

orientada a produzir o esquema solicitado na questão 1.

Se preferir, peça aos alunos

de número ímpar na chamada que esquematizem a parte

“Origem”, e àqueles de número par, a parte “O sapato

no Brasil”.

P:127

53

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

53

Entre os utensílios de pedra dos homens das caver

-

nas existem vários que serviam para raspar as peles,

o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos

hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas

usadas para enterros e que têm idade entre seis

e sete mil anos, foram descobertas pinturas que

representavam os diversos estados do preparo do

couro e dos calçados.

No Antigo Egito, as sandálias eram feitas de palha,

papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pes

-

soas andarem descalças, carregando as sandálias e

usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que

apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancâmon

usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro

.

Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras

do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social.

Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes

para os pés direito e esquerdo.

Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco,

os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós,

e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.

Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que

tinham uma forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas

e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as

botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra

.

A padronização da numeração é de origem inglesa. O rei Eduardo I foi quem uni

-

formizou as medidas. A primeira referência conhecida da manufatura do calçado

na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de

sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época

iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.

Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção

dos calçados, mas só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.

A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer

na indústria calçadista, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais

sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis. Atualmente algumas

marcas de sapato se constituem enquanto símbolos de status social; assim, os sapatos

deixam de ser apenas uma proteção para os pés.

Até a década de 1920, era comum o uso de sapatos juntamente com as roupas de praia,

no lazer feminino

[

1

]

.

OPODELDOK/CC BY-SA 3.0/WIKIMEDIA

FOUNDATION INC./MUSEUM HALLSTATT, AUSTRIA

Sapato de couro de 800

a 400 a.C. no Museu Hallstatt,

na Áustria.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

P:128

54

De quem é o texto?

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

54

O sapato no Brasil [editar | editar código-fonte]

Utilizados somente como proteção dos pés, com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, o comércio

sofreu um incremento e os costumes europeizaram-se,

passando o sapato a fazer parte da moda. Nesta época os escravos eram proibidos de usar sapatos, mas,

quando conseguiam a liberdade, compravam um par

de calçados como símbolo da nova condição social.

Como muitos não se acostumavam a usá-lo, viravam

objeto de decoração ou de prestígio, carregando-os,

orgulhosamente, nos ombros ou nas mãos.

Apesar de existirem várias sapatarias no Rio de Janeiro para atenderem o mercado da alta

sociedade local, o calçado normalmente era importado da Europa. No final do século

XIX o modelo básico do calçado era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda

para as mulheres mais abastadas, e os chinelos para o restante da população feminina.

Nas décadas de 1910 e 1920 o modelo de sapato feminino mais usado no Brasil era o

borzeguim ou a botina, evitando os pés expostos, mesmo que os vestidos já tivessem

subido seu comprimento.

No pós-guerra houve uma mudança muito grande na maneira de vestir e de calçar.

A mulher passou a sair às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo, sendo o tênis inventado nessa época. Além disso, como os vestidos encurtaram, os sapatos ficaram mais

à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.

Referências

1. ↑ Evolução do Biquíni - 1920 terra

• SCHEMES, Claudia. Pedro Adams Filho: empreendedorismo, indústria calçadista

e emancipação de Novo Hamburgo. Tese. PUC-RS. Porto Alegre, 2006.

Ver também [editar | editar código-fonte]

• Indústria do calçado

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sapato>. Acesso em: 24 abr. 2018.

Sapatos dos índios americanos

no Museu Britânico, em Londres.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

URBAN/CC BY-SA 3.0/WIKIMEDIA FOUNDATION

INC./BRITISH MUSEUM, LONDON

Wikipédia

A Wikipédia é uma enciclopédia on-line colaborativa, isto é, qualquer

pessoa pode incluir ou modificar informações em seus textos, desde que

siga as regras combinadas. Seu objetivo é disseminar conhecimento, por

isso o acesso é gratuito. Há um grupo de editores voluntários responsáveis por verificar se o conteúdo incluído é relevante, confiável e neutro.

Está na internet desde janeiro de 2001, em constante modificação.

WIKIMEDIA FOUNDATION

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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1 Antes de responder às questões, faça um esquema com as informações sobre o sapato disponíveis nas partes “Origem” e “O sapato

no Brasil”. Veja um exemplo de esquema da parte introdutória.

Refletindo sobre o texto

Você já conhecia a

Wikipédia? Em sua opinião, quais são os pontos

positivos desse projeto?

E os negativos?

Fala aí!

Uma palavra ou expressão pode ter sentidos diferentes dependendo do contexto em

que está inserida. Em

“Jorra muita água desta fonte”, o sentido de

fonte é diferente daquele usado na Wikipédia,

porque a palavra, nesse

caso, está relacionada

ao termo água e ao ato

de jorrar.

2 O conteúdo do verbete é dividido em partes com subtítulos.

a) Qual é a vantagem dessa forma de apresentar o conteúdo?

b) Considerando as informações expostas, que outro subtítulo poderia

substituir “Origem”?

c) Qual critério foi usado para organizar as informações dentro dessa

parte? Explique sua resposta.

3 Nesse verbete, o texto verbal é acompanhado por imagens.

a) Qual é a finalidade das ilustrações em um verbete?

b) Você acha que as quatro imagens usadas no verbete sapato são

igualmente importantes para o leitor? Justifique sua resposta.

4 Algumas palavras do verbete aparecem escritas em azul. São links

que, se clicados, conduzem o leitor a outra página da enciclopédia,

em que estão informações sobre a palavra.

a) Releia os dois primeiros parágrafos do verbete. Você teria clicado

em alguma das palavras em azul? Por quê?

b) Você acha vantajosa essa possibilidade de consulta? Explique.

5 Releia o comentário que aparece logo no início do verbete.

Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a verificabilidade (desde setembro de 2014).

Por favor, insira mais referências no texto ou no rodapé.

Material sem fontes poderá ser removido.

a) O que significa fonte nesse contexto?

b) Segundo a própria Wikipédia, o verbete sapato ainda não está

perfeito. Por quê?

c) Copie o trecho do texto que pede a colaboração dos leitores para

aprimorar o verbete.

d) Suponha que uma informação disponível no texto seja fundamental

para uma pesquisa que você está desenvolvendo. Como proceder

para confirmá-la?

Sapato

mais aquecimento mocassim países frios

proteção sem abafar sandália e chinelo países quentes

acessório de moda

função social

REPRODUÇÃO

2a. O leitor é informado do assunto antes de iniciar a leitura, podendo decidir se

deseja ou não ler sobre ele.

3a. As ilustrações ajudam o

leitor a compreender melhor

algumas informações ao conseguir enxergar o objeto.

3b. Espera-se que os alunos

apontem que as duas últimas

imagens são mais relevantes

por oferecer informações novas e tornar mais concretos

os dados que estão sendo

apresentados, enquanto as

primeiras oferecem dados já

conhecidos.

4a. Resposta pessoal. É provável que indiquem mocassim

como uma palavra desconhecida. Trata-se de um tipo

de calçado de couro usado

pelos índios norte-americanos,

semelhante ao mostrado na

última ilustração do verbete.

4b. Espera-se que os alunos

respondam armativamente,

apontando a facilidade de

acessar conhecimentos diversos, mas não é improvável

que alguns mencionem certa

aflição diante de verbetes

com vários links, que podem

causar dúvida sobre o que

precisa ou não ser lido.

Porque está incompleto, “não cobre todo o conteúdo”.

“Por favor, insira mais referências”.

Resposta pessoal.

Sugestões: “A história do sapato”; “A evolução do sapato”; “O sapato ao longo do tempo”.

*Caso os alunos não entendam essa ideia,

explique-lhes que o tipo de sapato distingue, por

exemplo, situações formais e informais.

Resposta pessoal.

O tempo. Os parágrafos apresentam o uso

5a. É o ponto de origem de uma informação, ou seja, os documentos (livros, revistas,

jornais, sites, teses etc.) de que

foi extraída.

*

dos sapatos em várias situações ao longo dos séculos.

Questão 1 – Ao longo da coleção, propomos a elaboração de

esquemas, entendendo tratar-se

de uma atividade que pressupõe hierarquização, síntese e

relação entre dados, e que envolve, portanto, a reelaboração

de conhecimentos e o registro

de informações práticas importantes para a qualificação do

aprendizado e sua continuidade.

A demanda desse tipo de atividade se tornará mais frequente

a partir do próximo volume, mas

já a introduzimos aqui aproveitando o fato de o verbete

ser um gênero carregado de

informações que podem ser

mais bem apreendidas quando

organizadas em um esquema.

Forme grupos de quatro ou

cinco integrantes. Peça-lhes

que comparem os esquemas

produzidos para verificar se

há um modelo mais eficiente.

Oriente-os a relatar o resultado

da comparação.

Questão 2 – Após a correção

dos itens desta atividade, explique aos alunos a função das

demais partes do verbete. Em

“Referências”, são citadas as

fontes das informações. Em

“Ver também”, são indicados

outros verbetes da Wikipédia

que podem complementar a

pesquisa.

Fala aí! – Sugerimos que, se possível, você acesse o site, navegue

por suas partes e leia a proposta

da Wikipédia para que os alunos

possam construir a argumentação proposta. É interessante

que conheçam, por exemplo, a

seção “Boas-vindas”, na parte

intitulada “Colaboração”, para

compreender o objetivo do projeto e as formas de participação.

A enciclopédia será revisitada

na seção “Entre saberes”, no

final deste capítulo. Ajude os

alunos a perceber que o projeto

é positivo porque oferece acesso

sem custo e permite que pessoas

do mundo inteiro contribuam

para a construção do conhecimento. É uma produção em

constante atualização. Como

pontos negativos, pode-se

mencionar que nem todos os

verbetes estão completos ou

têm fontes confiáveis, cabendo

ao leitor filtrar as informações,

complementando-as, quando

for o caso, com outros dados

obtidos em publicações escritas

por especialistas.

Questão 5d – Veja se os alunos citam, como possíveis locais de checagem de informações, documentos oficiais,

livros escritos por especialistas, sites dos principais jornais, sites de instituições voltadas a pesquisa etc. A BNCC

destaca a importância de tornar os alunos conscientes das informações falsas ou imprecisas que circulam nas

diversas esferas e de lhes ensinar estratégias de avaliação da qualidade das fontes, como indicam as habilidades

EF69LP30 e EF69LP32. Ao longo da coleção, serão apresentadas diferentes oportunidades para essa exploração,

que incluem desde atividades rápidas, como esta, até outras de maior complexidade.

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6 Releia o início do verbete, prestando atenção na linguagem.

“Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade de proteger os

pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protetores

e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes,

usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé, mas sem o abafar.

Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial e serve como

adorno e acessório de moda, tendo também uma função social.”

a) No primeiro parágrafo foi feita uma comparação. O que está sendo

comparado?

b) Que locução foi usada para indicar que estava sendo feita uma comparação?

c) Na oração “mas sem o abafar”, que palavra é retomada pelo pronome o?

d) Observe as palavras usadas para formular a explicação. Em seu caderno,

forme pares relacionando o termo menos usual que foi empregado a outro

mais comum que tenha o mesmo sentido. Exemplo: finalidade – objetivo.

I. vestuário II. transcendeu III. adorno

e) Considerando as respostas anteriores, conclua: a linguagem usada no texto

é formal ou informal? Em sua opinião, por que os produtores de verbetes

optam por esse nível de linguagem?

7 Releia o verbete.

a) De que maneira os verbetes enciclopédicos contribuem para os estudos

e a pesquisa?

b) Nesse verbete, predomina a descrição do objeto, a exposição de conteúdos

ou o relato de fatos?

c) Releia um trecho do verbete, observando a palavra que acrescentamos em

destaque.

Nesta época os africanos escravizados eram inacreditavelmente proibidos

de usar sapatos, mas, quando conseguiam a liberdade, compravam um par de

calçados como símbolo da nova condição social.

Qual é o sentido da palavra inacreditavelmente nesse contexto?

d) Explique por que a versão original, sem essa nova palavra, é mais adequada.

e) Leia agora este verbete de um dicionário infantil.

Alegria: É a felicidade que se espalha quando conseguimos o que queremos

e nos faz bem. Não dá para ficar contente com o que nos faz mal, nem ficar

alegre sozinho, por isso a alegria se esparrama, esbanja graça e a todos enlaça.

ADRIANA ROCCO. Dicionário psicológico para crianças. Porto Alegre: AGE, 2013. p. 12.

Que diferenças você observou em relação ao verbete da Wikipédia?

VICENTE MENDONÇA

No verbete, predominam sequências descritivas e expositivas e não são expressos

sentimentos e opiniões. Em geral, emprega-se linguagem formal e evitam-se desvios

em relação às formulações consideradas cultas. Em algumas situações específicas, como

quando se destina ao público infantil ou juvenil, pode se valer de expressões informais e

marcas de subjetividade, empregadas como estratégia para se aproximar do leitor.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

A função dos sapatos em países quentes e frios.

Ao passo que.

Pé.

– roupa – ultrapassou III – enfeite

Formal. Resposta pessoal.

7d. A finalidade de

um verbete é apresentar informações

sem emitir opiniões e

impressões.

7c. Inaceitavelmente,

inconcebivelmente.

Os verbetes são documentos que registram o conhecimento existente e reúnem várias De que maneira os verbetes enciclopédicos contribuem para os estudos

informações, favorecendo a pesquisa e os estudos.

A exposição de conteúdos predomina no verbete.

7e. Resposta pessoal.

Sugestões: ele não

explora o conteúdo

detalhadamente; a

linguagem é menos

formal, como sugere

a expressão “não dá”;

há uso de primeira

pessoa (“conseguimos”, “queremos” e

“nos”); a abordagem

é subjetiva, ou seja,

está embasada em

percepções pessoais.

Questão 6e − Ajude os alunos a

notar que os verbetes têm um

lugar social muito importante,

porque registram e transmitem

conhecimentos da sociedade.

Estão ligados ao pensamento

científico e a uma função instrucional. São contextos que

exigem formalidade.

Questão 7e – Incentive os

alunos a fazer comparações

livremente, enquanto você

anota as mais relevantes na

lousa. Evidencie que os gêneros não são uma “fôrma” e

podem variar para atender a

objetivos diversos.

Da observação para teoria –

As ideias de norma-padrão,

de adequação linguística e de

monitoramento da linguagem

ainda serão apresentadas aos

alunos. Optamos por fazer uma

descrição acessível. A ideia de

subjetividade foi introduzida

na p. 22; verifique se ela foi

compreendida.

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VICENTE MENDONÇA

Como dividir as frases

Você já estudou a organização dos parágrafos e viu que eles agrupam frases que

se referem ao mesmo tema. Vamos agora pensar na estrutura delas. Como saber

que a frase terminou? Responda às questões e acompanhe a explicação.

1 Comece relendo um dos parágrafos do verbete sapato.

“Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro

abertos que tinham uma forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também

usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era

a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.”

a) Que pontuação foi usada para separar as três frases do parágrafo?

b) Qual é o tema em comum nas frases do parágrafo?

c) Na primeira frase, fala-se de um sapato usado por homens e mulheres.

Qual é a diferença para a segunda frase?

A segunda frase introduz uma informação nova, diferente da que está na primeira, por isso as frases estão separadas. A relação entre elas, no entanto, poderia ser

marcada pela palavra mas, que conectaria as informações. Veja:

Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos

que tinham uma forma semelhante à das sapatilhas, mas os homens também usavam

botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado.

Vamos pensar no contrário agora. Na última frase, a palavra mas relaciona informações. Sem ela, deveríamos ter duas frases, já que trazem informações diferentes.

Ficaria assim:

O material mais corrente era a pele de vaca. As botas de qualidade superior eram

feitas de pele de cabra.

2 Para verificar essa compreensão, transforme as duas frases de cada item em uma

única, usando uma palavra que possa relacioná-las (porque, porém, assim etc.).

a) A maioria das botas era feita de pele de vaca. A pele de cabra era mais cara.

b) Os sapatos dos faraós do Egito eram feitos de couro simples. Eram enfeitados com ouro.

c) Desde o século XX, os vestidos encurtaram. Há maior preocupação em usar

sapatos bonitos.

3 As frases a seguir não estão segmentadas corretamente. Faça a divisão adequada.

a) Na Idade Média, as pessoas usavam sapatos de couro abertos eles tinham

uma forma semelhante à das sapatilhas.

b) No século XX ocorreram mudanças na indústria houve a troca do couro

pela borracha e outros materiais.

c) Os escravizados eram proibidos de usar sapato no Brasil quando conseguiam

a liberdade, compravam um par para mostrar a nova condição social.

Se eu quiser aprender mais

O ponto nal.

Os sapatos usados

na Idade Média.

A segunda frase trata de sapatos

apenas para homens.

porque, pois, já que etc.

A maioria das botas era feita de pele de vaca. A pele de cabra era mais cara.

Os sapatos dos faraós do Egito eram feitos de couro simples. Eram enfeimas, porém, contudo etc.

por isso, portanto, assim etc.

[...] abertos. Eles tinham [...]

[...] na indústria. Houve [...]

[...] no Brasil. Quando conseguiam a liberdade, [...]

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 2, 4, 8

CEL: 1, 2, 5, 6

CELP: 1, 2, 3, 7

Habilidades: EF06LP11,

EF67LP33

A experiência em sala de aula

mostra que há necessidade de

reforço dos critérios que definem a segmentação do texto

em frases. Embora o tópico já

venha sendo explorado desde os anos iniciais do Ensino

Fundamental, que propõem

o estudo do ponto final,

do ponto de interrogação e do

ponto de exclamação, o aumento gradativo da complexidade sintática dos textos

demanda uma revisão e um

aprofundamento contínuos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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As frases são construções com sentido completo e podem ser curtas ou longas.

Quando lemos o texto, o final da frase nos leva a uma breve pausa.

4 Leia um fragmento retirado de um site de curiosidades voltado ao público

infantojuvenil. Copie-o no caderno e coloque os pontos finais para dividir

as frases. Use letra maiúscula na primeira palavra de cada frase.

O que faz com que, às vezes, a gente fique sem sono?

A falta de sono pode ter diferentes causas uma das mais comuns é o uso de aparelhos eletrônicos, como celular e computador, na hora de dormir – esses dispositivos

estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não

conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com

uma prova ou trabalho para a escola se você se alimentar ou praticar exercícios físicos

até três horas antes de dormir, também pode ter dificuldade para pegar no sono.

Disponível em: <http://recreio.uol.com.br/noticias/curiosidades/

por-que-bocejamos-quando-temos-sono-corpo-humano-reacaoorganismo-oxigenio-sangue-curiosidades-fatos-dormir.phtml#.

W6p7Xy2ZOHu>. Acesso em: 20 jul. 2018.

A falta de sono pode ter diferentes causas uma das mais comuns é o uso de apare .

U

estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não .

A conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com .

O estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não

uma prova ou trabalho para a escola se você se alimentar ou praticar exercícios físicos .

S conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com

Como você está estudando, os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos

da sociedade, por isso devem ser bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa

que ofereçam informações corretas e verdadeiras.

No entanto, os autores Alberto Manguel e Gianni Guadalupi fizeram um uso bem

diferente deles. Criaram um Dicionário de lugares imaginários,que reúne verbetes sobre

localidades que só existem em obras de ficção, como o Sítio do Pica-Pau Amarelo,

criado pelo escritor Monteiro Lobato. Leia um trecho do verbete.

Sítio do Pica-Pau Amarelo. Propriedade rural de não mais de cem alqueires

de terra rica em petróleo, situada em lugar bonito do interior do Brasil. Sabe-se

que dista légua e meia da vila mais próxima, mas sua localização exata é desconhecida, pois a proprietária, dona Benta Encerrabodes de Oliveira, impede a

divulgação do endereço. A sede do sítio, uma casa branca de cômodos espaçosos

e frescos, possui quatro quartos: o maior, de dona Benta, o de sua neta, Narizinho,

o de Pedrinho, primo de Narizinho que lá passa as férias, e o de tia Nastácia, a

cozinheira e faz-tudo da casa. Em um canto do escritório, onde ficam três estantes

de livros e a mesa de estudo da menina, moram a boneca Emília e o sabugo de

milho conhecido como Visconde de Sabugosa. [...]

ALBERTO MANGUEL; GIANNI GUADALUPI. Dicionário de lugares imaginários. Trad. Pedro

Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 397.

Meu verbete NA PRÁTICA

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

A pontuação está

indicada no próprio

texto.

Se houver possibilidade, substitua a proposta ou faça uma

segunda produção orientando

um trabalho em grupo, integrado com outra disciplina.

Os alunos podem pesquisar termos usados em outras áreas do

conhecimento em livros didáticos, dicionários, enciclopédias

on-line e artigos de divulgação científica e produzir um

verbete útil para os estudos

da turma. Estarão desenvolvendo a prática de pesquisa e

reelaborando conhecimento.

Peça ao professor parceiro que

oriente a seleção dos termos;

cabe a você orientar a pesquisa e a produção do texto,

o que poderá ser feito com

adaptações dos passos indicados na seção. Para qualificar

a pesquisa, ajude os alunos a

fazer a curadoria do material:

oriente-os a comparar os textos

para identificar equívocos ou

imprecisões na exposição e a

avaliar o material considerando

quem o produziu. Indique a

preferência por textos escritos

por especialistas e/ou divulgados por sites respeitados,

como os de universidades ou

instituições públicas.

Meu verbete na prática

CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10

CEL: 1, 3, 5, 6

CELP: 1, 2, 5, 7, 9, 10

Habilidades: EF06LP06,

EF06LP11, EF67LP32,

EF67LP33, EF69LP07,

EF69LP08, EF69LP29,

EF69LP35, EF69LP36,

EF69LP42, EF69LP56

Explicite que o exemplo do

verbete do Sítio do Pica-Pau

Amarelo trouxe apenas a parte

inicial do texto e que se espera

como produção um verbete

completo.

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Agora é sua vez. Elabore um verbete enciclopédico para explicar um lugar imaginário, criado por um autor de ficção. Pode ser a Rua do Limoeiro, onde mora a Turma da

Mônica; Krypton, o planeta de origem do Superman; o Acampamento Meio-Sangue,

frequentado por Percy Jackson ou um lugar citado em sua obra de ficção favorita.

Seu verbete vai compor o Dicionário de lugares fantásticos de minha turma, o qual

será reproduzido e deixado na biblioteca da escola para a leitura de todos.

Momento de produzir

Planejando meu verbete

Veja algumas orientações para sua produção no esquema a seguir.

Elaborando meu verbete

1. Anote a entrada do verbete, isto é, o nome do lugar imaginário que será apresentado.

2. Escreva uma breve definição desse lugar. Para ter um modelo da definição, releia

a primeira frase do verbete Sítio do Pica-Pau Amarelo, transcrito do Dicionário de

lugares imaginários.

3. Desenvolva a informação inicial, detalhando-a e completando-a.

4. Se julgar adequado, divida o verbete em partes e dê um título para cada uma delas.

5. Leia o texto para verificar se a linguagem está clara, precisa e objetiva. Veja se não

deixou escapar marcas de subjetividade (opiniões, sentimentos etc.).

6. Veja se seu texto não contém repetições desnecessárias, que o tornam monótono.

Nesse caso, troque as palavras repetidas.

7. Esboce uma ilustração que possa ser incluída para esclarecer uma informação do

texto. Você a produzirá de forma mais caprichada na etapa de reescrita.

Da teoria para a... ... prática

Os verbetes enciclopédicos oferecem informações amplas sobre um elemento (objeto, lugar,

personalidade, fato histórico etc.)

Pesquise sobre o lugar que você pretende

descrever, relendo obras em que aparece, assistindo a filmes etc. Onde fica? Quem o frequenta? Como ele é? Como se pode chegar

até lá? Que situações são típicas desse lugar?

O autor de um verbete deve considerar o nível

de conhecimento de seus leitores. O verbete

deve permitir uma compreensão imediata, rápida dos dados apresentados.

Seus leitores são seus colegas. Tenha isso em

mente quando for decidir que tipo de informação precisará contar com mais detalhes.

Dicionários e enciclopédias são, geralmente, obras

de referência, consultadas para a aquisição de informações. A comunicação ocorre em uma situação formal de transmissão de conhecimento.

Tenha como modelos o verbete “sapato”, da

Wikipédia, e o trecho do Dicionário de lugares

imaginários.

Não use palavras ou expressões que expressem sentimentos, impressões ou opiniões.

A linguagem dos verbetes é objetiva. O foco do

texto está no assunto e não em quem o apresenta

ou na elaboração artística da linguagem.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Se preferir, oriente a turma a

fazer um dicionário virtual. As

orientações serão apresentadas

a seguir.

Relembre aos alunos que alguns

dicionários e enciclopédias são

escritos para um público específico, como crianças, ou com o

objetivo de divertir, entreter;

e, nesse caso, a comunicação

não é formal.

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Momento de reescrever

Avaliando meu verbete

Sua produção será avaliada por um colega, com quem você trocará o texto. Vocês

devem ler os trabalhos um do outro duas vezes. Na primeira vez, prestarão atenção

apenas nas ideias. Na segunda, apontarão a lápis os problemas de escrita (ortografia,

pontuação, concordância etc.) que tenham observado. Depois, anotarão na página

as letras de A a H maiúsculas e responderão “Sim” ou “Não” a cada uma das oito

perguntas do quadro. Finalmente, comentarão a avaliação feita, justificando-a.

A O texto tem a estrutura de um verbete, isto é, contém entrada e um texto que a

explique?

B Há uma definição do lugar imaginário logo após a entrada?

C O leitor obtém informações completas sobre o lugar de que fala o verbete?

D Existem termos ou informações que necessitam ser mais bem explicados?

E A decisão de escrever um texto único ou dividi-lo em partes foi acertada?

F A linguagem do texto é objetiva e formal?

G O vocabulário é variado, com poucas repetições?

H A ilustração é útil para a compreensão do verbete?

Reescrevendo meu verbete

1. Considere os comentários feitos por seu colega. Caso concorde com os apontamentos, procure aprimorar os itens que apresentam falhas.

2. Verifique também as anotações relativas à linguagem. Corrija o que lhe parecer

corretamente apontado, use um dicionário para resolver dúvidas de ortografia ou

de sentido e peça ajuda ao professor nos casos em que você não tem segurança

para decidir a forma correta.

3. Reescreva o verbete conforme as orientações do professor e ilustre-o.

Momento de apresentar

Inserindo meu verbete no dicionário

1. Você e sua turma colocarão os textos em ordem alfabética. Caso uma entrada se

repita, coloquem os textos em sequência.

2. Uma equipe de editores escolhida pela turma finalizará a produção escrevendo

uma apresentação do dicionário e uma página final com o nome de todos os colaboradores (os autores dos verbetes).

3. Um ilustrador, também escolhido pela turma, produzirá a capa do dicionário, com

o título e uma imagem (desenho, colagem etc.). Ele deverá utilizar um tipo de

papel mais grosso, como cartolina ou papel-cartão.

4. Se for possível, produzam cópias do material para que mais de um dicionário fique

disponível para leitura.

VICENTE MENDONÇA

Os alunos já conhecem as etapas de produção por as terem

seguido na produção do diário,

no capítulo anterior. Pergunte-

-lhes em que momento, nesta

produção, prestaram atenção

ao quadro de critérios ao lado.

É importante que notem que a

observação dele permite uma

autoavaliação, que deve preceder a leitura pelo colega e

já implicar correções e aprimoramentos do texto. Os alunos

devem se tornar cada vez mais

autônomos em relação à sua

própria aprendizagem.

Reescrevendo meu verbete –

Se possível, peça aos alunos

que digitem seus textos e os

imprimam em folha A4 para

permitir a montagem do dicionário. Caso contrário, oriente-

-os a manuscrevê-los em uma

folha de monobloco ou de papel

sulfite de modo a uniformizar

a apresentação.

Momento de apresentar – Sugerimos que seja criado um

blog para cada uma de suas

turmas, no qual podem ser

postados os textos verbais ou

multimidiáticos produzidos. O

blog ficaria acessível apenas

aos seus alunos, que poderiam

ler seu conteúdo e fazer comentários. A postagem seria

feita por você, com o auxílio de

equipes de alunos editores. Há

orientações para a criação do

blog no MP. Se desejar usá-lo

nesta atividade para substituir

o dicionário impresso, peça aos

alunos que digitem os textos

e os enviem a uma equipe

de editores escolhidos entre

eles, que vai compor um único

documento com os verbetes

em ordem alfabética. As ilustrações podem ser feitas em

papel, fotografadas e inseridas

no texto. A equipe criará uma

postagem com a explicação

da atividade. O material será

enviado a você, que será responsável por inseri-lo no blog.

Caso você saiba fazer ou conte

com ajuda, pode criar uma lista

com itens que sejam links para

os verbetes.

Momento de apresentar: Item 3 – Caso nenhum aluno se interesse pela função, faça uma capa com tecido

colado em papel firme.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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O gênero textual verbete exige a habilidade de definir, isto é, indicar com precisão o sentido de algo. Você lerá agora um poema que

apresenta uma definição. Foi escrito pelo poeta maranhense Ferreira

Textos em conversa

1 A terceira estrofe do poema define o que é uma estrela. Transforme-a

num verbete de dicionário linguístico.

2 Identifique os seres que, nesse poema, equivalem a eu, tu e ela.

3 A linguagem é mais objetiva quando o eu lírico fala de ela ou de tu?

4 Agora conclua: de que modo a linguagem é responsável pela impressão de afastamento em relação a ela e de intimidade com tu?

5 O que significa a expressão fazer ideia, do segundo verso?

6 Observe o conteúdo das estrofes 2, 3 e 4. Como elas se relacionam

com a primeira estrofe?

7 A partir da quinta estrofe, percebemos que a definição da estrela

é um pretexto para o eu lírico expressar um sentimento. Qual?

8 O título “A estrela” passa, então, a se referir a duas ideias. Quais

seriam?

A estrela

fazes ideia do que seja uma estrela?

Dizem que todo este nosso imenso planeta

coberto de oceanos e montanhas

é menos que um grão de poeira

se comparado a uma delas

Estrelas são explosões nucleares em cadeia

numa sucessão que dura bilhões de anos

O mesmo que a eternidade

Não obstante, Gatinho, confesso

que pouco me importa

quanto dura uma estrela

Importa-me quanto duras tu,

querido amigo,

e esses teus olhos azul-sara

com que me tas

In: FERREIRA GULLAR et al. Poesia

Companhia das Letras, 1992. p. 65.

dicar com precisão o sentido de algo. Você lerá agora um poema que

apresenta uma definição. Foi escrito pelo poeta maranhense Ferreira

Gullar (1930-2016).

A estrela

Gatinho, meu amigo,

fazes ideia do que seja uma estrela?

Dizem que todo este nosso imenso planeta

coberto de oceanos e montanhas

é menos que um grão de poeira

se comparado a uma delas

Estrelas são explosões nucleares em cadeia

numa sucessão que dura bilhões de anos

O mesmo que a eternidade

Não obstante, Gatinho, confesso

que pouco me importa

quanto dura uma estrela

Importa-me quanto duras tu,

querido amigo,

e esses teus olhos azul-sara

com que me tas

Poesia. São Paulo:

Companhia das Letras, 1992. p. 65. Biblioteca cultural

Conheça a biografia do

poeta no site da Academia Brasileira de Letras.

Ali também está o discurso que ele fez quando

foi eleito “imortal”.

VICENTE MENDONÇA

1. Sugestão: Estrela (es.tre.

la) s.f. explosão nuclear em

cadeia numa sucessão que

dura bilhões de anos. Veri-

que se os alunos usaram a

entrada no singular.

Eu: eu lírico; tu: Gatinho; ela: estrela.

4. O Gatinho é chamado de

amigo e de querido, e o eu lírico fala diretamente com ele,

criando intimidade, enquanto

a estrela é um assunto, tratado com linguagem objetiva.

A estrela como corpo celeste, citada no início do poema, e o Gatinho, que seria

a estrela no sentido conotativo, isto é, algo muito importante na vida do eu lírico.

Quando fala de ela.

Saber, supor.

Elas apresentam a resposta da pergunta feita na primeira estrofe.

O afeto pelo Gatinho.

Questão 3 – A figura do eu lírico

será explicada no Capítulo 5.

Neste momento, basta dizer

que é o nome dado a quem

está falando no poema, um ser

ficcional, que não necessariamente é o poeta.

Textos em conversa

CG: 1, 2, 3, 4, 5

CEL: 1, 2, 5, 6

CELP: 1, 2, 7, 9, 10

Habilidades: EF67LP28,

EF69LP48

P:136

62

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

62

Transformando o verbete em podcast

Neste capítulo, vocês criaram verbetes enciclopédicos para explicar um lugar

imaginário inventado por um autor de ficção. Eles circularam em um dicionário

impresso. Agora, esse conteúdo será divulgado em um podcast.

O podcast é semelhante a um programa de rádio e pode servir à informação e

ao entretenimento. Em geral, os produtores de podcasts realizam séries com um

conteúdo específico: música, ciência, HQs e game são alguns exemplos.

Você e mais quatro colegas gravarão um podcast usando um aplicativo de

smartphone. O conteúdo é o mesmo dos verbetes que vocês produziram, mas

adaptado a um novo contexto.

1. Iniciem preparando um roteiro e definindo a ordem das falas. Se mais de

um integrante tiver escolhido o mesmo lugar imaginário, as falas devem se

complementar.

2. Lembrem-se de se apresentar ao público e informar o assunto do podcast.

Construam essa apresentação procurando atrair o interlocutor para que ele

continue ouvindo.

3. Gravem testes para se familiarizar com o texto. Ele deve ser lido com

naturalidade, como se vocês estivessem falando. Analisem depois todos

esses testes.

4. Lembrem-se: a linguagem informal é mais comum neste gênero!

5. Ajudem os colegas do próprio grupo ou dos demais, caso já tenham feito algum

trabalho assim antes.

6. Façam a gravação em um lugar silencioso para que ruídos não a atrapalhem.

7. Pesquisem em fontes seguras e confiáveis da internet um editor de áudio para

a inclusão de trilhas ou efeitos sonoros. Eles podem ser inseridos depois da

gravação do áudio.

8. Enviem o podcast para a equipe de editores eleita pela turma. Ela preparará

uma postagem com a explicação da atividade, organizará o material e enviará

ao professor, que alimentará o blog.

Vamos avaliar?

Cada grupo será responsável pela avaliação de um podcast. Ouçam o podcast

de outro grupo de colegas, distribuído pelo professor, e considerem as questões

seguintes.

1. O podcast informa o tema e convida o leitor a ouvir uma conversa sobre o assunto?

2. As falas estão bem organizadas, claras e sem sobreposições?

3. O áudio está nítido, sem ruídos que atrapalhem a compreensão do que é dito?

4. A linguagem empregada é informal?

5. Há um bom uso de recursos sonoros?

6. A fala informa de maneira clara o conteúdo dos verbetes?

7. O podcast trabalha bem a relação entre o verbete criado e a obra que serviu de

base para sua criação?

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Há orientações para a gravação de

áudios no MP.

Explique aos alunos que, ao

ouvir uma emissora de rádio,

seguimos uma programação

contínua, enquanto no podcast

escolhemos o que queremos

escutar.

Se quiser exemplificar, exiba

parcial ou integralmente um

podcast sobre as animações

que concorreram ao Oscar

2018, produzido pela dupla

Marcos e Fábio Moreira, ou

sobre a literatura infantil de

Charles Perrault, produzido

por Ilan Brenman para a Rádio CBN, ambos disponíveis

na internet. Alguns estudiosos entendem que o podcast

pode ser visto também como

suporte, e não como gênero,

uma vez que são produzidos,

com esse nome, textos cujas

estruturas são muito próximas

à de entrevista, debate, artigo de divulgação científica,

contação de histórias etc. Os

gêneros digitais têm uma

estrutura menos estável em

função da evolução rápida e

constante da tecnologia, e, em

algumas situações, uma definição precisa não foi cunhada. De

qualquer maneira, a discussão

sobre a natureza de suporte ou

de gênero não compromete a

atividade nem o uso do podcast, que tem sido produtivo

para a comunicação.

Se preferir, sugira a produção

de um único podcast com todos

os verbetes elaborados. Nesse

caso, é preciso que uma equipe

se responsabilize por juntar as

gravações que serão feitas de

modo independente, além de

providenciar a introdução e a

conclusão do podcast.

Transformando o verbete em

podcast

CG: 1, 2, 4, 5, 9, 10

CEL: 1, 6

CELP: 1, 2, 3, 7, 10

Habilidades: EF67LP11,

EF67LP12, EF67LP20,

EF67LP21, EF67LP23,

EF69LP06, EF69LP10,

EF69LP12, EF69LP38,

EF69LP40

P:137

63

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

63

Agora, responda a estas questões.

1 Esse anúncio faz parte de uma campanha que incentiva os moçambicanos a

aproveitar o verão. Que elementos da imagem relacionam essa estação à sensação de bem-estar e descontração?

2 De que modo a sensação de calor, característica do verão, é representada na imagem? E no título da campanha “Verão Amarelo”?

3 Em “Malta reunida”, que aparece em destaque, ocorre uma palavra que praticamente não é usada no Brasil. Você conseguiu deduzir seu sentido? Como fez isso?

4 Suponha que essa campanha também fosse veiculada no Brasil. Que adaptações

você faria no texto para que ficasse de acordo com a linguagem que os brasileiros

costumam usar? Reescreva as frases no caderno.

REPRODUÇÃO/DDB MOÇAMBIQUE

Como você estudou, os verbetes são textos que divulgam conhecimento e quase

sempre sua linguagem é formal. Entretanto, podemos encontrar alguns verbetes e outros

gêneros com esse mesmo objetivo que optam por uma linguagem mais descontraída,

como alguns podcasts com conteúdo científico, por exemplo, que se comunicam com o

público mais jovem.

A variação da linguagem será estudada na seção que começa agora.

Você já viu um anúncio publicitário de outro país? Acha que conseguiria ler um

que tenha sido publicado em Moçambique, por exemplo? Tente fazer essa experiência. Os moçambicanos, assim como os brasileiros, falam a língua portuguesa.

Mais da língua

A língua varia

Pra começar

A presença de aparente propaganda na

seção se justifica de

acordo com o Parecer

CNE/CEB nº 15/2000,

que diz que “o uso didático de imagens comerciais identicadas pode

ser pertinente desde

que faça parte de um

contexto pedagógico

mais amplo, conducente à apropriação

crítica das múltiplas

formas de linguagens

presentes em nossa

sociedade, submetido

às determinações gerais da legislação nacional e às especícas

da educação brasileira,

com comparecimento

módico e variado”.

Resposta pessoal. Sugestão: Turma (pessoal, galera) reunida(o). Tudo isso e muito mais você

encontra no Verão Amarelo.

A forte iluminação na imagem e o termo amarelo, no título, sugerem a sensação de calor.

As pessoas juntas e alegres indo para a praia, as

roupas leves, os equipamentos para a prática de

3. Resposta pessoal.

Malta é um grupo de

pessoas reunidas, equivalente, no Brasil, a turma. É possível deduzir

o sentido pela imagem

e pelo uso do adjetivo

reunida. Se julgar conveniente, explique aos

alunos que, em nosso

país, a palavra malta

é mais usada como

coletivo de pessoas de

má fama ou má índole.

esportes e brincadeiras, a companhia do cachorro etc.

Os tópicos “A língua varia” e

“Preconceito linguístico” exigirão uma exposição teórica

detalhada. Sugerimos que você

leia o texto parando em alguns

pontos para esclarecer o que

foi dito e desenvolver, por meio

de novos exemplos, os conceitos observados. Oriente os

alunos a tomar nota das ideias

principais ao longo da exposição. Ajude-os, alertando-os

sempre que uma informação

for importante. Ao final, peça

a dois deles que leiam as informações selecionadas.

Para iniciar, faça uma atividade

de aquecimento. Peça aos alunos que mandem mensagens

pelo WhatsApp entre si combinando um passeio. Se forem

poucos os que têm smartphone,

a atividade deve ser feita em

grupo. Após o envio, pergunte-

-lhes se usaram algum elemento

linguístico que não empregariam para produzir, por exemplo, uma notícia para um jornal

da escola: abreviações, palavras

sem acento, desconsideração

da concordância, uso de emoticons etc. Se sim, pergunte o

motivo, que provavelmente estará ligado à intimidade com

o receptor, à informalidade da

situação e ao uso da internet.

Se não, questione igualmente

o motivo: é possível que tenham evitado alguns recursos

em razão de a mensagem ter

sido produzida em contexto

escolar. Os dois casos permitem

a introdução da ideia de que a

língua varia para se adequar

às situações de comunicação.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Variações da língua;

• Preconceito linguístico;

• Parônimos (revisão).

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6

CEL: 1, 2, 4, 5

CELP: 1, 3, 4, 5, 7, 10

Habilidades: EF67LP08,

EF69LP02, EF69LP04,

EF69LP17, EF69LP44,

EF69LP47, EF69LP55

P:138

64

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

64

Certamente, um brasileiro tem mais facilidade para compreender esse anúncio do

que teria um alemão ou um japonês. Entretanto, apesar de falarmos a mesma língua,

percebemos que o português do Brasil e o de Moçambique diferem entre si pelas

palavras usadas, pelo sentido que damos a elas, pela maneira como as pronunciamos

(sotaque) e pela própria construção das frases.

Você reparou no pronome tu na frase “Isto e muito mais tu encontras no Verão

Amarelo”? As propagandas dirigidas aos brasileiros costumam usar você, muito

mais comum em nosso território. Essas formas diferentes de empregar a língua são

chamadas de variedades linguísticas.

Moçambique é um país da África que, como o Brasil, também foi colonizado por

Portugal. Todavia, nossos falares se diferenciaram porque, quando os portugueses

chegaram lá e aqui, já havia outros povos nativos em ambos os territórios, e as línguas

faladas por eles interagiram com o português, criando variações dele. Além disso, ao

longo dos anos, ocorreram contatos com outras línguas, pela presença de estrangeiros ou pelos meios de comunicação, e elas também influenciaram o português local.

Essa diferença, no entanto, não ocorre apenas porque os falantes são de países

diferentes. Mesmo dentro do território brasileiro podemos perceber variedades

linguísticas motivadas por fatores diversos: as várias regiões, áreas urbanas e rurais,

idade do falante, escolaridade, situações em que emprega a língua etc. Observe as

particularidades da linguagem nas várias situações de comunicação que envolvem o

personagem nas ilustrações a seguir.

Tô aperreado,

mainha! Não deixei

ela aí? Não acho

essa carteira.

Fala, Pedro!

Bom dia! Tudo

tranquilo?

Oi, amor.

Desculpe o

atraso. Chegou

um cara quando

eu já tava

saindo.

Caro Sr. Nelson,

Envio-lhe o documento

conforme acordado.

Bom dia! Sente-se, por favor!

Vou explicar como funciona a

estrutura da empresa.

VICENTE MENDONÇA

A abordagem da formação da

língua portuguesa no Brasil

ocorrerá no volume do 9º ano,

mas é interessante que os alunos já se familiarizem com alguns dos aspectos que explicam

essas diferenças. Verifique se

eles compreenderam, com base

no texto, como o português

levado pelos colonizadores

para Brasil e Moçambique

foi se modificando em cada

território.

Explore, com os alunos, as situações de comunicação representadas em cada quadrinho.

Analise a situação de interlocução e relacione-a ao uso mais

formal ou menos formal da língua. Concentre-se em aspectos

mais evidentes, como a escolha

vocabular.

P:139

65

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

65

Preconceito linguístico

Leia este cartum do ilustrador paulista Roberto Kroll.

É muito comum reconhecermos particularidades na fala de moradores

de outras regiões. Você

conseguiria imitar um

falante de uma região

distante da sua? E um

de sua própria região?

Quando alguém imita

uma pessoa de sua região,

que palavras ou sotaque

ele usa?

Abuse da língua

O humor da ilustração é criado pela inadequação de um dos personagens:

ele se veste e fala de uma maneira que não é esperada para a ocasião. Sua

linguagem muito formal contrasta com o espírito descontraído que caracteriza a prática do surfe.

Como você já viu, a língua apresenta variações. Todos falam diversas

“línguas” dentro de sua língua, escolhendo a variedade linguística mais

adequada para cada situação comunicativa.

Desde que começamos a falar, fomos naturalmente aprendendo as

palavras e o contexto de seu uso, assim como as principais regras de seleção e combinação delas para formar frases em nossa língua. Fomos nos

familiarizando também com as características dos vários gêneros. Por isso,

conseguimos nos comunicar uns com os outros. Cabe à escola, entretanto,

ampliar esse uso da linguagem, criando oportunidade para que conheçamos

a fala e a escrita de maior prestígio social.

Roberto Kroll

© ROBERTO KROLL

Você já ouviu falar de

norma-padrão? Essa

expressão identifica um

modelo de uso da língua

descrito nas gramáticas

e nos dicionários. Ela é

apenas uma referência,

já que, no uso cotidiano

da língua, ninguém segue rigorosamente todas as orientações gramaticais. Até mesmo os

falantes das variedades

urbanas de prestígio,

que têm mais contato

com essa norma, optam

por outras construções

em situações informais.

A variação linguística é um fenômeno que ocorre em todas as línguas.

A língua sofre mudanças conforme o tempo passa e em razão do contato com

outras línguas. As particularidades de cada falante, como sua idade e nível

de escolaridade, também fazem com que a língua não seja sempre a mesma.

Além disso, a língua também é empregada de modo diferente em situações

que exigem maior ou menor formalidade.

As variedades linguísticas empregadas pelas pessoas que usufruem de maior

prestígio cultural e social são chamadas variedades urbanas de prestígio.

Resposta pessoal.

Abuse da língua – Mostre aos

alunos que a caracterização de

uma pessoa muitas vezes passa

pelo uso da variedade linguística regional e que esse é um

recurso válido, desde que não

implique a ridicularização do

grupo retratado, como fazem

alguns programas de humor,

por exemplo.

Boxe sobre norma-padrão –

Retome os quadrinhos da

p. 64 para mostrar como o

personagem Pedro prefere

construções que não seguem

a norma-padrão em situações

mais informais, como revela, na

conversa com a mãe, o uso de

“ela” em “Não deixei ela aí?”

(em lugar de “Não a deixei

aí?”) ou, na conversa com a

namorada, a escolha de “cara”

em lugar de “cliente”.

P:140

66

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

66

As variedades urbanas de prestígio são usadas em livros, jornais, revistas,

entrevistas de emprego e discursos políticos, entre outras situações de comunicação importantes para nossa prática social. Portanto, é necessário dominá-

-las para que possamos participar de todas as atividades de nossa sociedade.

Isso não significa, porém, que apenas tais variedades devem ser vistas

como “certas”. Não existe um modo único de uso da língua e, por isso, não

é correto desvalorizar as variedades usadas por outros grupos. Considerá-

-las “erradas” revela incompreensão de como funciona a língua e resulta

em preconceito linguístico.

1 Veja um anúncio de creme dental divulgado nos anos 1940. Ele exemplifica a variação histórica da língua, ou seja, as mudanças que ocorrem

com a passagem do tempo.

A língua varia NA PRÁTICA REPRODUÇÃO

a) Que termo também era usado naquela época para creme dental?

b) Identifique no anúncio as palavras que antigamente eram escritas

de maneira diferente da de hoje e atualize-as.

c) Que qualidades do produto foram destacadas?

d) Esse anúncio revela que a passagem do tempo não altera apenas a

língua. Que outros aspectos também sofreram mudança?

O anúncio destacou a qualidade de limpar e dar

brilho aos dentes com pouco gasto do produto.

Dentifrício, econômico, centímetro, seca.

Dentifrício.

A imagem do anúncio mostra diferenças nos tipos de roupa, penteado e maquiagem usados pela modelo, além de destacar a questão da economia, um aspecto

que não é mais explorado nos anúncios desse tipo de produto.

P:141

67

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

67

2 A animação Tá dando onda conta a história do pinguim Cadu, que

deixa a Antártida para participar de um torneio de surfe em busca de

fama. A seguir, você vai ler a transcrição de um trecho da animação

em que Cadu, após se arriscar em uma onda enorme, é resgatado,

recebe autorização para participar do torneio e conhece João Frango,

que se tornará um grande amigo. Leia o diálogo, prestando atenção

à linguagem utilizada pelos personagens.

João Frango: Te pegamos, te pegamos. Tu

é mais pesado que boi na ladeira, hein? U-hu!

Nada como trabalho em equipe. Prazer! João

Frango, brou!

Cadu: Valeu, João.

[...]

Cadu: Meu nome é Cadu Maverick, do Frio

de Janeiro. E tu?

João Frango: Não. Não sou do Frio de

Janeiro, não.

Cadu: Ah... Tu é de onde?

João Frango: Eu sou do Pantanal Mato

-

-grossense, lá do Brasil. É lá que eu surfo. Eu

era o único que surfava na região, e as pessoas

me achavam meio doido, mas eu me acostumei.

Cadu: Eu sei como é isso, cara.

João Frango: Sabe?

Cadu: Sei.

João Frango: Irado!

(João Frango é arremessado ao alto por uma onda)

João Frango: U-hu-hu! Mó visual, maninho!

[...]

PHOTO12/GLOW IMAGES

Cena da animação Tá dando onda,

direção de Chris Buck

e Ash Brannon, EUA, 2007.

Tá dando onda. Direção: Chris Buck e Ash Brannon.

Columbia Pictures, Sony Pictures Animation. EUA, 2007. DVD (85 min).

a) A amizade entre Cadu e João Frango nasce de uma experiência

de vida que ambos tiveram. Qual?

b) O nome “Frio de Janeiro” é uma brincadeira. Por que a palavra Rio

foi trocada por Frio?

c) A caracterização dos personagens como surfistas inclui o uso de

muitas gírias utilizadas por esse grupo social. Transcreva exemplos

usados para fazer referência ao interlocutor.

d) Em que situações costuma ser empregada a expressão u-hu?

Que outra palavra do texto tem o mesmo sentido dela?

Ambos vieram de regiões em que o surfe não é praticado

e, por isso, não eram bem aceitos pelas pessoas.

A escolha do termo Frio tem a ver com as áreas de

onde costumam vir os pinguins, geralmente frias.

“Brou”, “cara”, “maninho”.

A expressão costuma ser usada em situações prazerosas e, nesse contexto,

Que outra palavra do texto tem o mesmo sentido dela?

equivale a irado

.

P:142

68

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

68

3 Leia uma letra de canção que também usa a linguagem de um grupo social jovem. O texto, porém, foi escrito há bastante tempo, na

década de 1960.

Jovens dançando twist no clube Régine,

em Paris, França, década de 1960.

Ô que broto legal

Garota fenomenal

Fez um sucesso total

E abafou no festival

Eu logo que entrei

O broto focalizei

Ela olhou eu pisquei

E pra dançar logo tirei

O broto então se revelou

Mostrou ser maioral

A turma toda até parou

E no rock and roll nós dois

demos um show

Broto legal

H. EARNHART; versão: RENATO CORTE REAL.

Broto legal (I'm in love). Intérprete: SÉRGIO MURILO. Broto legal.

São Paulo: Editora Importadora Musical Fermata Brasil,

1976. 1 LP vinil, compacto, 45 rpm.

Biblioteca cultural

Procure na internet e

ouça essa canção na voz

de Celly Campello.

PHILIPPE LE TELLIER/PARIS MATCH VIA GETTY IMAGES

Puxei o broto pra cá

Virei o broto pra lá

A turma toda gritou

Rock and roll

E o rock continuou

[repete a letra toda até aqui]

E o rock terminou

E o rock terminou

P:143

69

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

69

a) A letra da canção trata de um evento envolvendo jovens. Qual é ele?

b) No contexto dessa canção, a palavra broto é uma gíria. O que ela

significa?

c) Qual é o sentido comum de broto? Existe alguma semelhança entre

esse sentido e o da gíria?

d) A gíria broto, que já foi muito utilizada pelos jovens, hoje está em

desuso. Que outra gíria tem sido usada no lugar dela?

© TACHO

4 Leia um cartum produzido pelo ilustrador gaúcho Gilmar Luiz Tatsch,

conhecido como Tacho.

Tacho

a) O cartum chama a atenção do leitor para um importante problema

da humanidade. Qual?

b) Para falar sobre o tema, o cartunista associou duas imagens que

costumam contrastar. Explique essa oposição.

c) Que importância tem a legenda Polo Norte 2100, no canto superior

esquerdo do cartum?

d) Que sentido a palavra oxente exprime nesse contexto?

e) Em que região do Brasil essa palavra costuma ser usada?

f) O uso dessa palavra por um pinguim reforça o contraste entre a

situação que ele está vivendo e a que deveria viver ou afirma

a possibilidade de fácil adaptação à nova situação?

g) DESAFIO DE ESCRITA Nesta atividade, você vai produzir um parágrafo

de análise do cartum. Em seu caderno, copie e complete o texto

a seguir.

O cartum de Tacho chama a atenção do leitor para . Para

fazer isso, ele mostra o Polo Norte transformado em , que

lembra . A fala “Oxente”, de um dos pinguins da cena, é

típica da e produz humor porque .

Ciências

Pesquise em

O cartum faz uma

relação entre os pinguins e o Polo Norte. Por

que essa relação não é

correta?

As gírias pertencem ao vocabulário típico de certos grupos, como os surfistas

ou os roqueiros. Como ocorre com as demais palavras, o conjunto de gírias se altera

com o passar do tempo. Nos anos 1960, por exemplo, uma turma era chamada

de patota, e um sujeito legal, de batuta, termos que hoje provocariam nosso riso.

Um festival ou uma festa com dança.

Uma pessoa jovem, geralmente bonita.

3c. A noção de algo novo

é a ideia comum aos dois

sentidos de broto: na canção,

indica uma garota jovem; fora

dela, costuma significar o

estágio inicial de uma planta.

Mina, gata etc.

4b. O cartunista associou os

pinguins, animais que vivem

em áreas geladas, a um ambiente seco e quente, como

sugerem os desenhos do sol

escaldante e do cacto.

4f. Reforça o contraste.

4c. A legenda localiza a cena

no espaço e no tempo, favorecendo a compreensão do

contexto.

4d. Surpresa, espanto.

4e. Na região Nordeste.

O aquecimento global.

Porque os pinguins concentram-se no hemisfério sul; eles não vivem no Polo Norte.

4g. Sugestão de resposta: o

problema do aquecimento

global; uma área desértica e

quente; o sertão nordestino;

variedade linguística nordestina; mostra a ave em uma

situação anormal.

Pesquise em Ciências – Comente com os alunos que é uma

confusão corriqueira associarem os pinguins ao Polo Norte.

Desafio da escrita – A atividade deve ser feita após a correção dos itens anteriores para que possam ser corrigidos eventuais equívocos na leitura. Sugerimos uma correção em trios, com os alunos se responsabilizando

por verificar a coerência das informações introduzidas. Circule pela sala para esclarecer dúvidas e aproveite

para escolher um ou dois textos interessantes, que serão compartilhados com a turma.

P:144

70

LASSMAR

camisola

bota de

futebol

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

70

5 Leia uma tirinha do Urbanoide (rapaz de barbicha). Essa tira evidencia a variação regional do português usado no Brasil ao brincar

com as diferenças entre as linguagens empregadas por paulistanos

e cariocas.

Urbanoide Diogo Salles

a) Por que a palavra paulista foi escrita com x (“paulixta”) e não com s?

b) Por que essa forma de escrever a palavra paulista é fundamental

para que o leitor entenda a tira?

c) Que outras palavras usadas pelo mesmo falante também marcam

a variedade regional da cidade do Rio de Janeiro?

d) Além da língua, que outro aspecto cultural é citado para diferenciar

os moradores das duas regiões?

e) As tiras do Urbanoide são publicadas em jornais da cidade de

São Paulo. Que diferença haveria se essa tira circulasse em um

jornal carioca?

6 Leia agora uma notícia publicada em um site de Portugal após a

derrota do time português Benfica pelo Zenit, equipe da Rússia.

Plantel do Benfica agradece aos adeptos

O apoio no final da partida com o Zenit, apesar da

derrota, deixou o grupo de trabalho encarnado emocionado

Os adeptos encarnados perdoaram a derrota com o

Zenit e nos últimos minutos da partida de abertura da Liga

dos Campeões não pararam de aplaudir a equipa, gritando

“Benfica, Benfica”. Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus já fizeram

questão de agradecer pelo apoio, acreditando que servirá de

incentivo para melhores resultados no futuro, sendo agora a

vez de o plantel, liderado por Luisão, mostrar também a sua

gratidão pela atitude dos fãs no final da receção ao Zenit,

através de um vídeo publicado no facebook oficial do Benfica.

Disponível em: <https://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/benfica/

noticias/interior/plantel-do-benfica-agradece-aos-adeptos-4134562.

html?id=4134562>. Acesso em: 23 abr. 2018.

© DIOGO SALLES

5a. É uma tentativa de reproduzir

a forma como os cariocas pronunciam a letra s (quando não é

seguida por vogal). Ressalte aos

alunos que os cariocas costumam chamar os paulistanos de

“paulistas”.

5b. A imitação da pronúncia é um

dos principais recursos para o

reconhecimento da origem do personagem carioca e, consequentemente, para o estabelecimento do

contraste entre ele e o paulistano.

5c. “Mermão”, uma junção de meu

+ irmão, e “aí”, vocábulo usado por

falantes cariocas para chamar a

atenção de alguém.

5d. Os hábitos alimentares: cariocas estranham o hábito paulistano

de pôr purê de batata no hot dog,

enquanto os paulistanos estranham o dos cariocas de colocar

catchup na pizza.

Nesse caso, algumas marcas típicas da linguagem paulistana é que seriam imitadas.

P:145

71

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

71

a) Qual é o assunto noticiado pelo site

?

b) Já no título são usados dois termos bastante incomuns na língua

portuguesa do Brasil quando o tema é futebol: “plantel” e “adeptos”. Que palavras seriam empregadas em um site brasileiro?

c) Quais palavras no texto são equivalentes a “plantel” e a “adeptos”?

d) Nesse texto, as diferenças no vocabulário são suficientes para pre

-

judicar a compreensão da notícia portuguesa pelo leitor brasileiro?

Justifique sua resposta.

© WILL LEITE

Will Leite

1 A tirinha está dividida em duas partes. A primeira refere-se à imagem tradicional do lobo em um conhecido conto de fadas.

a) Como é feita a associação com esse conto de fadas?

b) O que significa mau nesse contexto?

2 Observe a segunda parte da tira.

a) Procure em um dicionário o significado de autoestima

.

b) Por que a menina estaria acabando com a autoestima do lobo?

c) Nesse contexto, qual seria o contrário de O lobo sempre mal

?

d) Agora conclua: qual é a diferença entre mau e mal

?

3 Substitua as estrelas (

) por mal ou mau e reescreva no caderno

as palavras compostas assim formadas.

a)

-intencionado

b)

-caráter

c)

-educado

d)

-assombrado

e)

-humorado

Leia esta tirinha do cartunista paranaense Will Leite e responda às questões.

Isso eu já vi Grafia de palavras muito parecidas

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

A notícia trata da recepção positiva que tiveram os jogadores do Benca apesar da derrota para o Zenit.

“Plantel” seria substituída por time,

e “adeptos”, por torcedores

.

“Equipa” e “fãs”, respectivamente.

Quais palavras no texto são equivalentes a “plantel” e a “adeptos”?

Nesse texto, as diferenças no vocabulário são suficientes para pre

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que pode

haver certa diculdade para a compreensão de algumas palavras,

mas que o sentido delas acaba sendo esclarecido pelo contexto.

Malvado, perverso.

1a. Com a presença da perso

-

nagem Chapeuzinho Vermelho

e com a repetição do diálogo

que ocorre no conto.

2a. Característica de quem se

valoriza, está feliz com a forma

como é ou se comporta.

O lobo sempre bem.

Nesse contexto, qual seria o contrário de

Agora conclua: qual é a diferença entre

Mau é o contrário de bom e signica “malvado”.

) por

Mal é o contrário de bem

.

mal-intencionado

mau-caráter

mal-assombrado

mal-educado

mal-humorado

2b. Porque ela arma que ele

tem nariz, olhos e boca grandes.

P:146

72

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

72

As palavras mal e mau são muito parecidas. Em certas regiões do país,

inclusive, são pronunciadas de modo igual. Apesar disso, têm sentidos

bastante diferentes e não podem ser confundidas na escrita. Assim

como elas, outras palavras também costumam causar dúvidas. Vamos

estudar algumas.

4 Compare as frases e reescreva as conclusões no caderno, substituindo as estrelas por mas ou mais e trás ou traz.

a) Eu precisaria ter mais tempo de descanso.

Ela é minha melhor amiga, mas nunca dormiu em minha casa.

A palavra  é o contrário de menos e expressa a ideia

de quantidade, enquanto  tem o sentido de porém e

introduz uma informação de sentido contrário ao que foi

apresentado antes.

b) O motorista traz as crianças em segurança.

Olhou para trás, mas não viu o irmão.

O rato traz doenças à população.

A palavra  é uma das formas do verbo trazer, que significa

“transportar” ou “causar”. Já a palavra  forma uma locução

com para, de ou por e significa “atrás”.

5 Copie as frases no caderno, escolhendo uma das palavras indicadas para substituir a estrela. Em seguida, crie uma frase com

a outra palavra.

a) As palavras caráter, fênix e sensível têm  na penúltima sílaba.

(acento, assento)

b) Meça o  da caixa para verificar se todo o material cabe nela.

(comprimento, cumprimento)

c) A atendente da loja vestia-se com elegância e . (descrição,

discrição)

d) O filme será apresentado na  para todos os alunos, conforme

combinado com a diretoria da escola. (cesta, sexta)

e) Aquele tecido respirável deve  o suor e deixar o seu corpo seco.

(absolver, absorver)

f) Contratou um pedreiro bastante experiente para o  da calçada.

(concerto, conserto)

g) O  de animais silvestres é proibido por lei em todo o território

nacional. (tráfego, tráfico)

h) Nossos atletas costumam  muito durante as maratonas de

verão. (soar, suar)

As palavras semelhantes na grafia e na pronúncia são denominadas

parônimos.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Ao embarcar na aeronave, veri-

que o número de seu assento.

O cumprimento entre adversários faz parte das regras do judô.

Capriche na descrição dos personagens para

escrever um conto mais interessante.

A decoração da cesta valoriza o produto.

O juiz vai absolver o réu.

O concerto contou com músicos renomados.

As grandes cidades têm tráfego intenso.

O relógio da estação de trem vai soar daqui a pouco.

mais; mas

traz; trás

Questão 5 – Durante a correção dos exercícios, reforce o

significado de cada palavra. Se

achar conveniente, peça aos

alunos que façam anotações

no caderno. As palavras corretas para a primeira parte da

atividade estão sublinhadas.

As frases da segunda parte são

sugestões.

P:147

73

Entre saberes

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

73

Como você já sabe, a Wikipédia foi criada em 2001. É uma enciclopédia

on-line colaborativa, que conta com autores de todo o mundo, de diversas

idades, gêneros, etnias e culturas. Ela não tem um grupo de pesquisadores

selecionados e contratados, como ocorre, por exemplo, com o Instituto Antônio Houaiss. Desde que haja respeito às regras estabelecidas

pelo site, qualquer pessoa pode inserir na enciclopédia um verbete ou

alterar textos de outros colaboradores, buscando, com isso, melhorar

a informação que será publicada para os internautas.

Para garantir a qualidade da publicação de suas páginas, a Wikipédia

criou regras que definem o tipo de conteúdo que poderá ser inserido nela e

ações que devem ser evitadas.

Vamos agora fazer uma atividade que resultará numa publicação.

1 Acesse:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_edi%C3%A7%C3%A3o/

Como_come%C3%A7ar_uma_p%C3%A1gina> para saber o que pode e

o que não pode ser publicado na Wikipédia.

2 Transforme as informações que você pesquisou em tópicos resumidos

para sua consulta. Eles devem ser anotados no caderno.

3 Agora, você e sua turma irão escolher uma personalidade importante de

sua cidade (poeta, cantor, ator, arquiteto, pesquisador, cientista etc.) que

ainda não esteja na Wikipédia e que mereça ser prestigiada. Se preferirem,

podem também falar de um espaço público de destaque (museu, praça,

jardim zoológico etc.).

4 O próximo passo é fazer, individualmente, uma pesquisa sobre essa per

-

sonalidade ou lugar. No primeiro caso, além da biografia, inclua eventos

importantes dos quais tenha participado, obras produzidas etc. No segundo

caso, informações históricas do lugar, eventos ocorridos nele, sua função

atual etc. Uma conversa com moradores antigos pode dar algumas pistas

interessantes, e o acervo dos jornais é uma boa fonte de pesquisa.

5 É muito importante que você realize uma pesquisa rigorosa, pois as informa

-

ções prestadas à coletividade devem ser seguras e responsáveis. Anote as

fontes da pesquisa para depois incluí-las na seção “Referências” do verbete.

6 A fim de realizar a próxima etapa, a turma deverá escolher um redator

que, usando um computador, produzirá o texto conforme as orientações

que receberá. Toda redação coletiva é sempre mais difícil, por isso deve ser

definido também um editor-chefe, que ficará responsável por organizar

as várias falas com sugestões de escrita.

7 O professor acompanhará a produção, interferindo nela quando sentir

necessidade de reorientar o texto. Peçam-lhe ajuda e sugestões. No final,

ele fará a correção.

8 O último passo é enviar o material pesquisado para a Wikipédia e esperar

sua publicação.

Como você já sabe, a Wikipédia foi criada em 2001. É uma enciclopédia

criou regras que definem o tipo de conteúdo que poderá ser inserido nela e

WIKIMEDIA FOUNDATION

Item 1 – Em sua página, a Wiki

-

pédia define “Coisas a evitar”

(como “Artigos sobre si, seus

amigos, seu site, uma banda

de que faz parte, seu professor,

uma palavra que inventaste,

ou uma história que escreves

-

te”; “Tópicos não notórios”;

Progaganda”) e “Coisas a ter

cuidado” (como “Copiando

coisas. Não viole direitos do

autor”; “Artigos sobre pessoas

vivas”; “Propaganda e material

controverso”).

Item 3 – Esse projeto poderá

envolver várias disciplinas, e

a pesquisa poderá estender

-

-se por duas ou três semanas.

Como os alunos do 6

o ano são

muito novos, eles precisarão de

grande auxílio dos professores.

Item 6 – O ideal é que a tur

-

ma acompanhe a produção

do texto por meio de uma

projeção para que possa ver

as várias mudanças. Se isso

não for possível, o melhor é

realizar a atividade na lousa.

Item 8 – Talvez o resultado

da pesquisa não possa ser

incluído na Wikipédia, mas

pode ser possível publicá-lo

no jornal da cidade ou no site

da prefeitura ou da biblioteca

municipal, caso tenham uma

área destinada a verbetes ou

artigos sobre a história local.

Ou, ainda, no jornal da esco

-

la, em algum mural, no blog

da turma etc. Outra opção é

orientar a transformação do

texto em uma apresentação

oral. O mais importante é que

o grupo se engaje na pesquisa.

Entre saberes

CG: 1, 2, 4, 7, 9, 10

CEL: 1, 5, 6

CELP: 1, 2, 3, 5, 7, 10

Habilidades: EF67LP20,

EF67LP21, EF69LP06,

EF69LP07, EF69LP08,

EF69LP29, EF69LP35,

EF69LP36, EF69LP42

P:148

74

Você costuma ler gibis? Muitas pessoas, principalmente crianças e

adolescentes, gostam de histórias em quadrinhos. Neste capítulo, vamos

estudar esse gênero textual para conhecer melhor suas características.

Para iniciar os estudos, leia a tira produzida por Fernando Gonsales e

responda às questões. As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos

curtas, que ocupam poucos quadros.

CAPÍTULO

3 HISTÓRIA EM QUADRINHOS:

imagens e palavras em ação

74

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Se essa tira fosse minha...

Leitura 1

1 Que palavra empregada por Thor no primeiro quadrinho sugere que

ele tem algo importante a fazer?

2 Qual é o sentimento expresso pela interjeição Oh! na fala das moças?

3 Explique de que maneira a reação das garotas gera uma expectativa

em relação à ação do herói.

Desvendando o texto

Níquel Náusea Fernando Gonsales

© FERNANDO GONSALES

Formado em Veterinária e Biologia, o quadrinista paulista Fernando

Gonsales (1961-) costuma retratar animais

como personagens em

muitas de suas tiras.

O rato Níquel Náusea é

seu personagem principal. Suas tirinhas são publicadas por vários jornais

do Brasil e da Europa.

De quem é o texto?ARQUIVO PESSOAL

Foto de 2016.

Estereótipo é uma ideia que se fixou culturalmente. Na tirinha de Gonsales, por exemplo, a representação de apenas moças admirando Thor reproduz

certa visão da mulher como frágil e dependente do homem. Como você faria

o quadrinho para evitar o estereótipo?

4 Para criar um dos personagens da tirinha, Fernando Gonsales inspirou-se

no Thor da mitologia nórdica. Que elementos da pintura reproduzida

no boxe a seguir permitem essa associação?

Milhares de sites são criados, modificados e desativados diariamente. É

possível que, quando forem consultados, aqueles indicados neste capítulo

não estejam mais disponíveis ou tenham mudado de endereço.

Missão.

Admiração.

A admiração das garotas sugere que a ação do

herói envolverá algo relevante, difícil, incomum.

Resposta pessoal. Veja se os alunos perPara introduzir a atividade, peça aos alunos que citem

personagens de HQs, brasileiros ou não.

As características físicas do personagem em posição de destaque na cena, suas

roupas, o capacete com asas e o martelo.

cebem que a admiração por um herói poderia também ser representada por figuras

de homens comuns, que não são dotados dos mesmos poderes.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4, 6

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 6, 7, 8

Habilidades: EF67LP27,

EF67LP28, EF67LP29,

EF69LP03, EF69LP05,

EF69LP54

Nossa proposta de abordagem

do gênero HQ está exposta na

introdução do MP.

Capítulo 3

Pré-requisitos

• EF15LP14

• EF69LP05

• EF35LP10

• EF67LP27

Materiais digitais

Sequência didática 4:

Fonema

CG: 3

CEL: 1, 2, 5

CELP: 1, 3

Habilidades: EF67LP31,

EF67LP32, EF69LP44,

EF69LP55, EF69LP56

Sequência didática 5:

O hip-hop é cultura

CG: 1, 3, 6

CEL: 1, 2, 3, 5

CELP: 1, 3, 4

Habilidade: EF69LP46

Avaliação 2

CG: 1

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2

Habilidade: EF06LP04,

EF06LP06, EF15LP04,

EF35LP08, EF67LP25,

EF67LP28, EF67LP37,

EF67LP38, EF69LP55

CG: 1, 3; CEL: 1, 2;

CELP: 1, 3, 7, 10

Habilidade: EF69AR05

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Vídeo: Histórias em

quadrinhos

P:149

75

Sabia?

75

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

5 O humor da tirinha é produzido por uma quebra de expectativa.

Como essa quebra é produzida?

6 Como o martelo foi usado para o efeito de quebra de expectativa?

7 O quadrinista brincou com as proporções físicas de Thor.

a) Como isso é percebido na tirinha?

b) Que efeito esse recurso provoca na tirinha?

8 Odin (pai de Thor) é considerado o principal deus da mitologia

nórdica. É possível a um leitor que não conheça esse dado chegar à

conclusão de que ele é importante em sua sociedade? Por quê?

Responda a estas outras questões sobre a tirinha de Fernando Gonsales.

1 Como os fatos da história são narrados?

2 Em uma tira, cabe ao leitor imaginar cenas que não são apresentadas

explicitamente. Imagine o que se passou entre o primeiro e o segundo

quadrinho e represente essa ideia por escrito ou por desenho.

3 O acréscimo de um quadrinho com esse conteúdo seria útil ou prejudicial ao efeito de humor da tira? Por quê?

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

Deus da mitologia nórdica (norte da Europa), Thor está associado à força extrema e

aos raios e trovões. Ele empunha um martelo

mágico que nunca erra o alvo e volta infalivelmente para suas mãos. Essa divindade sempre

esteve presente no folclore europeu, mas

ficou mais famosa após transformar-se em

super-herói de quadrinhos, nos anos 1960,

e personagem de filmes de grande sucesso.

MARTEN ESKIL WINGE.

A luta de Thor contra os gigantes.

1872. Óleo sobre tela, 484 x 333 cm.

No gênero textual história em quadrinhos, também conhecido como HQ, a

narrativa é apresentada por meio de quadrinhos em sequência. Em geral, essas

histórias são compostas por imagens e por balões de fala e de pensamento,

mas existem muitos exemplos de histórias que dispensam a linguagem verbal.

Embora todas as narrativas apresentem, em alguma medida, informações

implícitas, exigindo que o leitor as “complete” com sua imaginação, esse é um

recurso especialmente produtivo nas HQs.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Como funciona uma história em quadrinhos?MARTEN ESKIL WINGE - NATIONALMUSEUM, STOCKHOLM

A quebra de expectativa ocorre quando a

narrativa leva o leitor

a esperar determinado

desfecho, mas o texto lhe

apresenta algo diferente,

que, em geral, provoca

Humor. graça, humor, emoção.

Sim, pelo fato de Thor ter sido chamado por ele para cumprir uma missão e obedecer

à sua ordem prontamente.

Com imagens que representam

as ações e reações dos personagens e balões de fala.

Resposta pessoal.

2. Resposta pessoal. Para

manter a coerência, a sequência deve mostrar o momento em que Odin ordena

a Thor que pregue o quadro

na parede.

6. O martelo é a principal

arma de luta de Thor e um

símbolo de poder, mas na

tirinha foi usado como uma

ferramenta comum.

5. No primeiro quadrinho,

sugere-se que Odin (pai de

Thor) teria proposto ao filho

uma missão difícil e gran- diosa. No segundo quadri- nho, porém, o herói realiza

uma ação banal (pregar

um quadro na parede), que

poderia ser desempenhada

por qualquer pessoa.

Thor foi desenhado com o tronco e os braços bem fortes, mas as pernas muito finas.

Questão 3 – Auxilie os alunos

a perceber que, para ser coerente, o quadrinho inserido

deve mostrar a ordem dada

por Odin (veja a resposta do

item anterior) e isso impede a

surpresa e a graça promovida

pela quebra de expectativa.

Caso o aluno tenha criado

uma outra solução para o

preenchimento do quadrinho,

igualmente coerente, analise

o efeito obtido.

P:150

76

De quem é o texto?

76

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Refletindo sobre o texto

1 Essa HQ foi produzida para um jornal em homenagem a Mauricio de

Sousa. Quais elementos dela são inspirados na Turma da Mônica?

2 A HQ coloca em evidência algumas características dos personagens.

a) Mônica tem duas reações distintas: uma quando se sente ofendida

e outra quando pensa que foi injusta. Como ela se comporta?

b) Que comportamento de Cebolinha está evidenciado na HQ?

Samanta Flôor nasceu em Porto Alegre

(RS). É cartunista e desenhista. Ela já produziu

tirinhas e ilustrações

para editoras e agências

de publicidade e participou de eventos de HQs.

Uma de suas principais

publicações está em um

jornal feito em homenagem ao cartunista Mauricio de Sousa, criador da

Turma da Mônica.

ARQUIVO PESSOAL

SAMANTA FLÔOR/© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

Os personagens Mônica e Cebolinha são os

protagonistas da Turma

da Mônica desde os anos

1960 e, durante décadas, pouco se discutiu o

tipo de relação existente

entre eles. Hoje, porém,

não se pode ler as HQs

sem questionar a violência ali contida. O que

você pensa disso?

Fala aí!

Agora você vai ler uma HQ da ilustradora e cartunista gaúcha Samanta

Flôor. Em seguida, responda às questões.

Leitura 2

Samanta Flôor

Foto de 2018.

2a. Quando ofendida, Mônica

reage de maneira agressiva,

usando seu coelhinho de pelúcia para acertar Cebolinha;

mas, quando pensa ter sido

injusta, reconhece isso e pede

desculpas.

1. Os personagens, que são inspirados nas

HQs de Mauricio de Sousa, e a situação

narrativa, embasada no conflito entre

Cebolinha e Mônica.

Seu hábito de perturbar Mônica pelas características físicas dela.

Fala aí! – Ajude os alunos a

notar que há dois tipos de

violência: a emocional, já que

Mônica é vítima de bullying, e

a física, pois ela reage sempre

com brutalidade, sem usar a

inteligência para resolver os

conflitos. Leve-os a perceber

que não é preciso rejeitar os

personagens de Mauricio de

Sousa, mas que devem considerar que o tipo de conflito que

sustenta as narrativas reflete

um contexto antigo, que não

deveria mais fazer sentido no

século XXI.

P:151

77

Da ob s erv aç ã o para a teoria

77

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As histórias em quadrinhos, em geral, têm o objetivo de divertir o leitor

por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis. Elas também podem

ter uma função didática, quando são usadas para transmitir ensinamentos

(como ocorre em material que divulga campanhas de vacinação, por exemplo)

ou estimular reflexões.

Muitas HQs têm publicação diária ou semanal e circulam inicialmente em

jornais, revistas e sites. Depois, podem ser transformadas em livros, como

ocorreu com as tiras de Fernando Gonsales.

REPRODUÇÃO

3 Observe o uso da linguagem não verbal nos quadrinhos.

a) O que as linhas que aparecem junto do coelhinho da Mônica no

segundo quadrinho indicam?

b) Em que outro quadrinho foi empregado um recurso semelhante?

Descreva-o e explique a ideia que ele traduz.

c) Observe agora a expressão facial e corporal de Mônica. Que sentimentos ela revela no quarto quadrinho? E no quinto? Como eles

foram expressos?

d) Que sentimento é revelado pela expressão de Cebolinha nos dois

quadrinhos finais?

e) No terceiro quadrinho, que recurso da tirinha demonstra que

Cebolinha sente dor?

4 A maioria das HQs apresenta cenário simplificado e personagens

desenhados com traços básicos.

a) Onde estão os personagens?

b) Como esse ambiente foi representado?

5 Em alguns quadrinhos foram usadas onomatopeias.

a) Transcreva as onomatopeias.

b) Que sons elas sugerem?

6 O enquadramento é um recurso importante para os quadrinistas.

a) No segundo quadrinho, o enquadramento permite ver apenas

Cebolinha e o coelhinho. O leitor consegue saber o que está se

passando? Por quê?

b) No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha

e o cartaz. O leitor consegue perceber claramente o que está acontecendo? Justifique.

c) Descreva agora o enquadramento do último quadro e identifique o

efeito dele.

7 Tanto a HQ de Fernando Gonsales quanto a de Samanta Flôor

comunicam-se com obras de outros artistas.

a) Elas podem ser consideradas imitações? Explique sua resposta.

b) É comum sentirmos prazer quando percebemos que a obra que

estamos conhecendo conversa com outra e que fomos capazes de

reconhecer isso. Você já viveu essa experiência? Conte como foi.

As onomatopeias

são representações de

sons ou ruídos do ambiente, como bum! para

representar um estouro

ou nhac! para indicar

uma mordida.

Lembra?

3a. As linhas indicam o movimento

realizado, sugerindo que o coelhinho foi arremessado.

3b. No quadrinho 8, as linhas em

espiral sugerem que Mônica está

girando o coelhinho.

3c. No quarto quadrinho, a expressão de Mônica revela surpresa,

expressa pelos olhos arregalados,

a boca aberta e o corpo inclinado

para a frente. No quinto, revela

constrangimento, vergonha, expressos pela cabeça baixa e pelos

olhos voltados para o chão. Medo.

O desenho de uma estrelinha e da mão de Cebolinha

Em uma área externa,

com casas ao redor.

Com um contorno que representa janela, paredes e telhado de casas, nuvens no céu e grama no chão.

Pimba!; flop!

Pimba!: pancada; flop!: cartaz se soltando.

Provavelmente consegue, já que o fato de Mônica dar

“coelhadas” quando irritada é bastante conhecido pelos leitores. passando? Por quê?

No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha

Sim, o leitor vê que um cartaz

cai no rosto de Cebolinha.

no local atingido pelo coelhinho.

7a. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos constatem que não,

reconhecendo que há uma apropriação marcada por modificações

que indicam autoria.

7b. Resposta pessoal.

6c. O quadrinho apresenta um

enquadramento maior que o das

cenas anteriores. É nele que o leitor

consegue enxergar o muro com a

homenagem a Mauricio de Sousa

e, ao mesmo tempo, o que Cebolinha havia escrito para importunar

Mônica. Seu efeito é de surpresa.

Questão 7b – Ao longo da

coleção, voltaremos ao tema

intertextualidade. Nesse momento sugerimos que haja uma

sensibilização. Você pode mostrar aos alunos o vídeo Pixar

Easter Eggs (procure-o em

fontes confiáveis da internet.

Comente com os alunos que

também há HQs já pensadas

em forma de livros, como novelas gráficas (graphic novels) ou

romances literários adaptados

para quadrinhos.

P:152

78

78

Você vai ler agora uma HQ eletrônica ou webcomic, gênero

textual que alia características da HQ impressa – balões, quadros

e ilustrações – a recursos da esfera digital – imagens que se alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links

externos. Bear conta a história de Raven, uma garotinha que se

perde de seus familiares e sai à procura deles com um amigo que

acabou de fazer, um grande urso-pardo. A narrativa foi publicada

semanalmente em 2013, no blog da autora.

Leia, a seguir, alguns trechos dessa narrativa, veja os comentários nos boxes e responda a algumas perguntas. Comece com o

momento em que Raven conhece seu amigo.

© BIANCA PINHEIRO

Chamamos de texto

multissemiótico aquele

que articula várias linguagens (ou semioses):

linguagem verbal escrita

ou falada, sons, imagens (estáticas ou em

movimento), elementos

gráficos (tipos e cores

de letras, setas, balões

de fala), disposição das

palavras no papel etc.

Sabia?

A HQ eletrônica A HQ eletrônica

CG: 1, 2, 3, 4, 5

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 6, 7, 8, 10

Habilidades: EF67LP01,

EF67LP28, EF69LP05,

EF69LP54

Com as novas ferramentas da

internet, a HQ tem ultrapassado

o universo do impresso para

se introduzir no digital. Nestas páginas especiais, o aluno

encontrará partes de uma HQ

eletrônica e poderá ampliar seu

letramento ao considerar alguns

dos recursos mobilizados para a

construção delas: sobreposição

de imagens, sincronização de

linguagens, complementação

com efeitos sonoros etc., aspectos citados na EF89LP07 para

tratar de outros gêneros do

campo jornalístico-midiático.

A mobilização de práticas da

cultura digital é o elemento

central da CELP 10.

Se possível, acesse com os alunos o site da HQ (Disponível

em: <http://bear-pt.tumblr.

com/post/51491906928/okay-

%C3%A9-isso-a%C3%AD-eiso-meu-novo-projeto-que-eu>.

Acesso em: 12 jun. 2018). As

perguntas podem ser respondidas de forma oral e coletiva.

P:153

79

79

Olá, senhor!

© BIANCA PINHEIRO

Você viu

meus pais?

1. O urso está dormindo quando uma sombra se projeta

sobre ele. Que expectativa o leitor cria ao ver os seis

primeiros quadrinhos? Por que ocorre uma quebra

de expectativa?

2. Como você interpretou o nono quadrinho? Explique.

3. De que maneira o sétimo e o oitavo quadrinhos contribuem para a leitura que é feita do nono?

4. Atente aos cinco últimos quadrinhos: como foi construída a ideia de contraste?

5. Explique como o recurso da quebra de expectativa

foi produzido no último quadrinho.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

1. A sombra parece indicar que algo ameaçador

entrou na toca do urso, mas, em seguida, revela-

-se que foi uma menininha.

2. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos indiquem que o urso

urrou e que isso

espantou os passarinhos. A intenção é mostrar que

a menina estava

em risco.

3. O arqueamento

da sobrancelha do

urso e, depois, seu

olhar, revelam que

ele percebeu a entrada de algo na

toca e está irritado.

4. O contraste é criado pela oposição entre os tamanhos do

urso e da menina e

pela oposição entre

o urro e a pergunta

delicada que ela faz,

sem revelar medo.

5. Embora a menina

tenha deparado com

um urso enorme,

que urrou para ela,

manteve-se calma

e perguntou pelos

pais, o que rompe a

expectativa de desfecho da cena.

P:154

80

80

Efeitos de entrada e de cores e texturas

© BIANCA PINHEIRO

Vem,

Vamos dormir.

Amanhã será

outro dia.

Vem,

Vamos dormir.

Amanhã será

outro dia.

Vem,

Vamos dormir.

Amanhã será

outro dia.

A seguir, veja alguns recursos encontrados na HQ eletrônica Bear.

Apresentação de imagens alternadas

© BIANCA PINHEIRO

6. A iluminação quadro a quadro destaca

a pronúncia fracionada e dinamiza a

narrativa, além de

torná-la engraçada.

Em uma HQ eletrônica são utilizados recursos como sobreposição e transição de imagens, inserção de outras mídias e exploração do espaço da página.

Nessa imagem, vemos cada quadro iluminado em um momento diferente,

em ritmo bem rápido.

6. Que relação há entre a iluminação quadro a quadro e o conteúdo deles?

Qual é a contribuição desse recurso?

7. Observe, na tela reproduzida três vezes, o que acontece com o segundo

sol representado. Qual é a finalidade do recurso de colorização gradativa?

7. O sol que brilha

indica que um novo

dia está em processo

de nascimento.

P:155

81

81

Ao fim desta página existe um texto que solicita ao leitor que vá a um link externo que, clicado, o leva a uma música que serve de trilha a duas cenas. Trata-se da principal canção da trilha

sonora do conhecido filme Rocky, protagonizado por um lutador de boxe.

8. Qual é o efeito desse recurso?

Trilha sonora

© BIANCA PINHEIRO

Pra entrar no clima, ouça esta

música quando for ler: “Eye of

the Tiger” (mantenha tocando

pra próxima página).

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

8. Resposta pessoal.

Espera-se que os alunos percebam que a trilha sonora constitui um

elemento de construção

de sentido para a narrativa, já que associa os

movimentos feitos pela

personagem da HQ

ao treinamento épico

de Rocky Balboa, humilde e desconhecido

boxeador da Filadélfia

e estrela da série de

filmes Rocky.

Questão 8 – Não é necessário

que os alunos saibam detalhes

da obra com a qual se propõe

a intertextualidade, mas é interessante que reconheçam o

reforço da ideia de esforço da

personagem da HQ graças à sua

associação com o personagem

do filme. Se não puder acessar

a canção e souber, cantarole o

trecho mais conhecido para facilitar a identificação. Aproveite

para perguntar aos alunos se

apreciaram a possibilidade de

inclusão de trilhas sonoras nas

HQs e peça justificativas para

os pontos de vista. A resposta

é pessoal, mas é interessante

que contemple os efeitos produzidos por essa inserção.

P:156

82

Uso de cliques

3 cliques para o oceano

82

© BIANCA PINHEIRO

Pronto.

O oceano?

Fica pra lá.

Peraí, peraí!

O que foi aquilo?!

Por que você

subiu antes de

responder?

Ahm, ok,

você disse

que o oceano

é pra lá?

Isso. Três

cliques pra lá.

Nós medimos a distância

em cliques, aqui embaixo.

E o oceano fica a três cliques

daqui. Naquela direção.

Três

cliques?!

Como assim?

Oh...

Eu subi

para respirar,

é claro. Sabe, nem

todas as criaturas

podem respirar

embaixo d'água

como vocês...

P:157

83

Bem-vindo ao oceano

83

Biblioteca cultural

Que tal entrar no site e navegar pela HQ? Acesse o site de Bianca Pinheiro.

Disponível em: <http://bear-pt.tumblr.com/post/51491906928/okay-%C3%A9-

isso-a%C3%AD-eis-o-meu-novo-projeto-que-eu>. Acesso em: 12 jun. 2018.

Você já tinha visto uma HQ eletrônica? O que achou desse gênero? E dos recursos

dessa HQ especificamente?

Fala aí!

© BIANCA PINHEIRO

Olha só! Chegamos

ao Par filKote

Uhuul!

Praia!

Nessa sequência, os personagens navegam juntos até chegar ao oceano.

Enquanto fazem isso, conversam e mostram ao leitor a beleza do cenário

em que estão. Perceba que, conforme eles se aprofundam no caminho do

oceano, a página perde os quadrinhos fixos e ganha certa fluidez.

9. Como você interpreta a construção dessa sequência?

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

9. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos

percebam que

a sequência de

cenas 3 cliques

para o oceano

busca criar uma

expectativa para

a chegada dos

personagens ao

oceano e, de certo modo, envolver

o leitor no deslocamento.

Fala aí! – Insista para que os alunos sustentem sua opinião com

argumentos técnicos e respostas

afetivas. Peça que comparem

o material que conheceram

agora com HQs e mangás que

costumam ler.

P:158

84

84

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O formato dos balões

1 Leia uma tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.

Se eu quiser aprender mais

a) O que permite concluir que, para o personagem Messias, o pai teve muitas

namoradas?

b) O que a reação do pai de Messias no último quadrinho sugere?

c) Por que o formato do último balão é diferente dos outros?

d) No primeiro quadrinho da tira de Fernando Gonsales, reproduzida no início

deste capítulo, há um detalhe diferente no balão de fala das moças. O que

ele indica?

Nas histórias em quadrinhos, o formato dos balões é uma característica muito

importante para a leitura. Ele indica se o conteúdo foi dito ou apenas pensado e

pode, ainda, demonstrar como esse conteúdo foi expresso.

2 Analise os quadrinhos a seguir e responda: o que os balões indicam sobre a

maneira como os personagens estavam falando?

Gato e Gata Laerte

© LAERTE

a)

b)

c)

d)

© CLARA GOMES

© PAULO ALVES

© MÁRCIA D’HAESE

© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.

O fato de que Messias tenta usar uma calculadora para contar o número

de namoradas do pai e ainda reclama do limite do equipamento. 1b. Pode-se entender que

o pai teme desapontar

Messias por não ter tido

tantas namoradas ou que

está preocupado com a

visão do filho a respeito

de namoros.

1c. Porque indica um pensamento, e não uma fala.

Indica que elas falaram ao mesmo tempo.

Em voz alta, gritando.

Com ânimo, entusiasmo.

Em voz baixa, para si mesmo, e revelando desespero.

Sussurrando.

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 2, 3, 4

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 3, 7, 8

Habilidades: EF67LP28,

EF69LP03

Estamos tomando o primeiro

semestre do 6o ano como um

período de transição entre os

anos iniciais e finais do Ensino

Fundamental; por isso, elegemos

como tópicos a serem abordados

na seção, nos quatro primeiros

capítulos, alguns conteúdos que

já têm sido explorados: divisão

de parágrafos, segmentação

de frases, uso de balões em HQs

e relações de causa e consequência. Nesta nova etapa, a

línguagem é objeto de análise e seu uso é mais reflexivo,

portanto a reiteração desse

conteúdo pode não apenas

ajudar os alunos a mobilizá-los

com mais cons ciência como os

ajudar, em um processo metacognitivo, a se apropriar de um

novo modo de manipular tais

objetos e de estudar. Reforce

com eles a ideia de que devem

aproveitar esses conteúdos em

suas práticas de linguagem, aplicando seu conhecimento para

ler e produzir textos com mais

acuidade.

P:159

85

85

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Por que a mãe de Pile não quer que ela faça explorações? Que

palavra empregada na tira revela essa característica da mãe?

b) No contexto da tirinha, a mãe tem razão? Por quê?

c) Que recurso do segundo quadrinho permite descobrir que a mãe

ficou assustada ao ver Pile ao lado do cacto?

d) Quem está falando nos balões retangulares dos dois primeiros

quadrinhos?

e) Com qual finalidade essas duas falas foram incluídas?

3 Na HQ a seguir, a linguagem verbal não representa apenas a

fala de personagens.

As HQs podem apresentar legendas, que são textos verbais

atribuídos a um narrador. Essas legendas podem informar o tempo

e o espaço em que a narrativa se passa ou oferecer informações que

contextualizam as imagens.

© PAULO KIELWAGEN

Na tirinha a seguir, o quadrinista brincou com a linguagem das HQs: o

gatinho Blue dorme confortavelmente sobre o contorno superior do último

quadrinho enquanto seu dono o procura. Quando uma obra chama atenção

para sua própria linguagem, dizemos que ela é metalinguística.

Blue e os gatos Paulo Kielwagen

Pile #002 Bianca Pinheiro

© BIANCA PINHEIRO

3a. Para proteger Pile de qualquer perigo, como sugere a

palavra superprotetora.

3b. Sim. A mãe tem razão em

preocupar-se com os perigos,

como revela a aproximação de

Pile de um cacto que poderia

machucá-la.

3c. O balão de fala da mãe em

formato pontiagudo, sugerindo que ela gritou.

3d. A própria Pile. Comente

com os alunos que, nessa coleção de tiras, a personagem

é também narradora.

3e. As falas mostram que Pile

está se recordando da infância, ou seja, a ação descrita

ocorre no passado e não no

presente.

Boxe sobre metalinguística

– Explore, com os alunos, a

construção da tirinha e ajude-

-os a perceber que, ao colocar

o gato fora do quadrinho e

apoiado em sua linha superior,

o quadrinista evidencia não

apenas o conteúdo da narrativa, mas também o fato de

ela ser uma HQ. Em lugar de

"mergulhar"na historinha e vê-

-la como parte de uma universo

real, o recurso evidencia que o

mundo mostrado é ficcional,

fruto da criação de um artista.

Cite um segundo exemplo –

casos em que o personagem

conversa com o público em

uma HQ, filme, telenovela etc.

Nesses momentos, o público é

relembrado de que aquela é

uma obra ficcional e de que

o personagem sabe que está

sendo visto.

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86

86

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Momento de produzir

Planejando minha HQ

No quadro a seguir, você encontrará orientações para sua produção.

A etapa de planejamento é fundamental para qualquer produção textual. É nesse

momento que definimos todos os elementos do texto, o que nos dá oportunidade

de perceber falhas ou pontos que deverão ser melhorados. O tempo empregado

nesta etapa facilitará a produção do texto.

Dica de professor

Elaborando minha HQ

1. Os desenhos devem ocupar a folha verticalmente. Divida-a no número de

quadrinhos de que você precisa. Pode ser necessário o uso de mais de uma

folha. Reserve um espaço no alto do primeiro quadro para escrever o título

de sua história, se optar por usá-lo. As tirinhas não costumam ter título, mas

as histórias mais longas incluídas em gibis, sim.

Agora é sua vez de produzir uma HQ. Você decidirá o acontecimento a

ser narrado e o número de quadrinhos e de personagens de sua história.

Se quiser, poderá usar personagens já conhecidos. Há uma única exigência:

entreter seus leitores, que são os colegas de turma. Sua produção fará parte

de uma revistinha da classe.

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

Minha história em quadrinhos NA PRÁTICA

As HQs são textos narrativos.

O que você vai narrar? Pense em uma história que envolva poucas

ações e defina o que deverá ser desenhado em cada quadro. As ações

devem formar uma sequência em que seja possível identificar o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.

Em geral, as HQs têm

poucos personagens.

Se for usar personagens já conhecidos, cuide para que sua aparência e

seu comportamento estejam coerentes com as figuras originais.

Nas HQs predomi na a

linguagem coloquial.

Empregue palavras e frases simples, que pareçam com aquelas que

usamos no dia a dia. Embora, nas HQs, sejam representadas falas

de personagens, em geral não são usadas abreviações como tá ou

tou. Use está, estou etc.

Além dos desenhos e dos balões de fala, procure usar onomatopeias,

palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Lembre-se de

que os personagens e os cenários podem ser representados com traços simples.

Nas HQs são usados

recursos de construção

muito variados.

Da teoria para a... ... prática

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Minha história em

quadrinhos na prática

CG: 1, 2, 3, 4, 9, 10

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 3, 7, 8

Habilidades: EF67LP30,

EF69LP47, EF69LP51

Momento de produzir – Se

quiser oferecer ao alunos outras atividades de produção

de HQ, sugerimos:

1. Reelaborar uma HQ já

existente, apagando os balões de fala e de pensamento, legendas e outros recursos (onomatopeia, linhas de

movimento etc.) e produzindo novas cópias. Peça aos

alunos que completem esses

dados e avalie-os, verificando sua coerência.

2. Usar sites próprios para

produção de tirinhas.

Pergunte aos alunos em que

situações haveria preferência

por uma linguagem não coloquial. Veja se citam situações formais de comunicação,

como, em determinadas HQs,

a transmissão de uma notícia

de jornal por uma emissora de

rádio ou a fala de um agente

secreto dirigida ao prefeito de

uma cidade em perigo.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

FOURLEAFLOVER/

SHUTTERSTOCK

2. Desenhe as ações necessárias à compreensão da narrativa. Lembre-se

de que algumas ações podem ser deduzidas pelo leitor. Nessa fase, você

deve usar lápis grafite (que pode ser apagado) para que sejam feitas

possíveis correções.

3. Inclua os balões de fala. Cuide para que as falas sejam bem curtas, de modo

que caibam nos balões. Se possível, use letra de forma, que ocupa menos

espaço e é mais legível.

4. Releia toda a produção para aprimorar desenhos e balões de fala e incluir outros recursos, como as onomatopeias e as letras expressivas (em

tamanho maior ou em destaque, por exemplo).

5. Se desejar, use lápis de cor, giz de cera, canetinhas hidrocor ou tinta guache

para colorir a produção. Você pode deixar para usar esses recursos quando

produzir a versão final.

6. Finalize e assine sua produção. O nome do autor costuma aparecer no

primeiro ou no último quadrinho.

Momento de reescrever

Avaliando a HQ dos meus colegas

Essa produção será avaliada em trios. Você deve analisar com muita

atenção o trabalho de mais dois colegas para avaliar se os critérios abaixo

foram atendidos. Comente com eles o que observou. A A narrativa tem começo, desenvolvimento e desfecho (final)? B Todas as ações necessárias à compreensão do acontecimento foram

apresentadas?

C Os personagens, quando inspirados em outros já existentes, agem de

modo coerente com os personagens originais?

D Os textos dos balões de fala são curtos e seu conteúdo é coerente com

a situação apresentada?

E A linguagem usada nos balões de fala é adequada à situação vivida

pelos personagens?

F Recursos como a onomatopeia e linhas para indicar movimento foram

usados de modo adequado?

G A produção foi feita com capricho? Não está suja ou amassada?

Reelaborando minha HQ

1. Reflita sobre os comentários dos colegas e planeje as alterações necessárias

em sua HQ.

2. Teste em sua própria produção as alterações que sugeriu para a HQ

de seus colegas, já que ela será refeita. Mesmo que os colegas tenham

gostado de sua HQ, verifique se você não pode aprimorá-la com base

no que observou nas produções deles.

3. Prepare novamente sua HQ. Decida se vai colorir a produção ou fazer o

acabamento usando somente o lápis grafite, uma técnica interessante

para trabalhar tonalidades e texturas variadas.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Momento de apresentar

Inserindo minha HQ na revistinha

1. A turma deverá eleger uma equipe de alunos editores para elaborar uma

revistinha para a classe.

2. A equipe deve criar uma capa, reproduzindo e colocando alguns dos qua

-

drinhos feitos pelos colegas para formar um mosaico. Nessa capa deve

aparecer o nome escolhido para a revistinha, assim como a identificação

da turma e o nome da escola e do professor que orientou a atividade.

3. Na primeira página, deve ser colocado um texto de abertura com a

explicação da atividade e, na página seguinte, um sumário com autores

em ordem alfabética e o número das páginas em que estão suas HQs.

4. Cada página pode conter uma única HQ ou várias tirinhas. Criem um

layout bonito e interessante.

5. Deve ser incluída uma página em branco no final do bloco.

6. Se possível, preparem duas ou três cópias da revistinha para que possam

ser emprestadas aos alunos para leitura em casa.

KAPITOSH/SHUTTERSTOCK

ZECA AGOSTINI. Os paiaço (1). 2008. Grafite sobre papel.

Neste desenho, o artista usou apenas grafite. Observe que ele criou tonalidades e texturas variadas ao cobrir algumas partes ou usar diferentes pressões

do lápis no papel. © ZECA AGOSTINI

P:163

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Textos em conversa

Como você viu no boxe “Sabia?” da página 75, o personagem Thor faz parte

da mitologia, isto é, uma coletânea de relatos sobre deuses, heróis e outras entidades fantásticas que eram transmitidos oralmente. Posteriormente, Thor foi

transformado em um super-herói dos quadrinhos e do cinema.

Observe um cartaz de divulgação do filme Thor: Ragnarok.

Cartaz do filme Thor: Ragnarok,

direção de Taika Waititi. EUA, 2017.

REPRODUÇÃO

1 Além do título, os cartazes de divulgação de filmes trazem outras informações. Observe os nomes ampliados na lupa e responda.

a) Qual dos atores faz o protagonista Thor? Como o cartaz revela essa

informação?

b) Que outros atores ganham destaque no cartaz? Como isso é feito?

2 Observe a figura de Thor.

a) Como o cartaz mantém o foco de atenção do público no protagonista?

b) Que características de Thor são enfatizadas? Explique sua resposta.

3 Analise, agora, os demais personagens.

a) Na parte superior esquerda, aparece Hela, a implacável inimiga de Thor.

Como a imagem dela reforça seu papel de vilã poderosa?

b) Na primeira parte do filme, o super-herói Hulk enfrenta Thor. Que característica psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta.

4 Releia a tirinha produzida por Fernando Gonsales. O personagem Thor

se assemelha a esse apresentado no cartaz? Justifique sua resposta.

Cartaz do filme

direção de Taika Waititi. EUA, 2017.

CHRIS HEMSWORTH,

TOM HIDDLESTON, CATE

BLANCHETT, IDRIS ELBA,

JEFF GOLDBLUM, TESSA

THOMPSON, KARL URBAN,

MARK RUFFALO

COMO HULK E ANTHONY

HOPKINS COMO ODIN

1a. Chris Hemsworth.

O cartaz revela isso

ao indicar o nome

dele como primeiro na

ordem de leitura.

1b. Mark Ruffalo e

Anthony Hopkins.

Seus nomes estão

acompanhados de informações sobre os

personagens que eles

interpretam no filme,

o que os destaca dos

demais.

2a. Thor ocupa a posição central e mais

à frente. Assim, sua

figura se sobrepõe às

outras. Sua cabeça

coincide com a ponta

superior do losango

brilhante, o que também contribui para o

destaque.

2b. A força física, revelada no corpo musculoso; a habilidade como

guerreiro, evidenciada

pelo uso das espadas;

e a determinação, sugerida pela expressão

facial, sobretudo pelo

olhar desafiador.

3a. A roupa preta e um

adereço de cabeça com

pontas criam uma imagem ameaçadora, perigosa, confirmada pelo

olhar e pela expressão

malévola.

A fúria de Hulk, como mostra sua expressão contraída.

racterística psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta.

A semelhança ocorre no primeiro quadro, em que o herói aparece orgulhoso da missão que

deveria cumprir. No segundo quadro, essa imagem é invertida e ele parece um homem comum.

Questão 4 – Se desejar ampliar

a atividade, traga outros cartazes para os alunos, preferencialmente mais recentes.

Considere a adequação à faixa

etária e, se possível, indique

filmes nacionais. Os cartazes

podem ser encontrados em

sites de cinemas ou em guias

de entretenimento de jornais e

revistas. Cada grupo deve analisar um cartaz por 15 minutos

e apresentar os resultados da

discussão para a turma. Escolha

um orador por grupo e comente

a fala, considerando a clareza

das informações e a postura do

orador (ritmo da fala, altura da

voz, uso de gírias etc.).

Textos em conversa

CG: 1, 2, 4

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 3

Habilidades: EF67LP27,

EF69LP02

Em filmes de heróis é frequente

a presença de espadas e ferramentas utilizadas em combate. Se desejar, problematize

essa questão com os alunos

enfatizando a necessidade de

se promover uma cultura de

tolerância e paz.

P:164

90

90

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você já deve ter observado que as HQs se utilizam de imagens e da língua

escrita para representar as falas dos personagens. As formas escrita e falada

da língua têm semelhanças e diferenças. Este é o assunto desta seção.

Convencer as crianças a comer certos alimentos nem sempre é fácil.

Observe o que acontece entre Calvin e seu pai na tira a seguir. Depois, responda às questões.

1 Nos três primeiros quadrinhos, as expressões corporal e facial de

Calvin demonstram qual sensação dele em relação aos alimentos

que estão no prato?

2 O pai quer convencer o menino a comer. Como sua expressão facial

contribui para essa finalidade?

3 No contexto da tirinha, a que se referem as palavras isto (primeiro

quadrinho) e eles (quarto quadrinho)?

4 Calvin não experimenta a comida e afasta o prato com expressão de

nojo. Considere a fala do menino no último quadrinho e explique

essa atitude.

Na maior parte das tirinhas, são retratadas situações de conversação,

nas quais o texto é criado coletivamente, por meio da interação. Nelas,

gestos e expressões faciais expressam atitudes diversas, como irritação,

rejeição e concordância, por exemplo. Além disso, complementam ideias

e sentimentos expressos por meio de palavras, pois, nas conversas frente a

frente, não é necessário dizer tudo. É possível, inclusive, apontar os objetos

com as mãos ou com o olhar, como fez Calvin no primeiro quadrinho.

Calvin Bill Watterson

CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1985

WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

BILL WATTERSON. Calvin e Haroldo. Campinas/São Paulo: Cedibra, 1987. p. 7.

Mais da língua

Escrever não é o mesmo que falar

Pra começar

Algumas pessoas

apreciam mais a leitura

de histórias em quadrinhos do que a leitura

de outros textos. Em

sua opinião, a linguagem dos quadrinhos é

responsável por isso?

Justifique.

Fala aí!

Resposta pessoal.

A sensação de desconfiança em relação ao sabor da

comida "desconhecida" que está no prato.

O pai mostra, com sua expressão facial, que a comida está muito gostosa.

Isto refere-se à comida que está no prato; eles, aos pais.

4. A fala de Calvin sugere que

o menino já passou por experiências anteriores em que

os pais não lhe explicaram o

que era a comida e ele achou

o gosto ruim. Essas experiências podem tê-lo levado a rejeitar o alimento antes mesmo

de experimentá-lo.

Fala aí! – É importante que os alunos considerem a natureza da linguagem das HQs, mais próxima da fala e

com situações de interação informal. Nelas, em geral, tanto as imagens quanto os enunciados simples permitem

uma compreensão rápida e fácil da informação.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Particularidades da fala

e da escrita;

• Planejamento da fala e

da escrita;

• Turno conversacional;

• Fonemas e letras.

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 6

CEL: 1, 2, 3, 5

CELP: 1, 2, 3, 5, 7

Habilidades: EF06LP12,

EF69LP17, EF69LP19,

EF69LP54, EF69LP55

Quando descreve o eixo da oralidade, a BNCC (p.76-78) destaca

o estudo das semelhanças e diferenças entre modos de falar

e de registrar por escrito e o

estudos dos aspectos sociodiscursivos, composicionais e linguísticos de cada modalidade.

Esta seção é dedicada ao tema

e apresenta atividades que conduzem o aluno a refletir sobre

tais elementos, relacionando-os

a alguns dos gêneros textuais

e à escolha do nível de linguagem adequado a cada situação

comunicativa, conforme indica

a CELP 5.

Verifique se os alunos compreendem a ideia de que um

texto é construído coletivamente em algumas situações

de interação. Se for o caso,

exemplifique: quando um professor está expondo um conteúdo, observa a reação facial ou gestual dos alunos, e

pode optar por repetir uma

ideia ou trocar uma palavra

para que eles compreendam

melhor a informação. Embora

os alunos não tenham usado

palavras para completar o

texto do professor, a reação

deles determinou a maneira

como ele iria progredir.

P:165

91

91

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

As falas nos balões, por sua vez, representam o conteúdo verbal do

diálogo. Associados às palavras, vemos recursos como o tamanho, a cor,

os tipos de letra e a pontuação, usados nas tiras para reproduzir a maneira

como o texto seria falado, considerando a entonação. No primeiro quadrinho, o ponto de interrogação indica que a fala de Calvin é uma pergunta.

No último, as letras destacadas em sabe sugerem que essa palavra foi dita

com mais ênfase.

Nem todas as situações que envolvem a fala são interações face a face e

se constroem coletivamente, mas a maior parte dos recursos citados está

presente também nos seminários, nas conversas telefônicas, nos programas de rádio etc. Já a escrita vale-se de recursos diferentes e envolve uma

interação realizada a distância e com um determinado intervalo de tempo

entre a escrita do texto e sua leitura.

O planejamento da fala e da escrita

O trecho a seguir é a transcrição de parte de uma entrevista concedida

pelo animador brasileiro Leo Santos, da Disney/Pixar, ao jornalista Paulo

Gustavo Pereira, editor-chefe da BESTV, a respeito do filme Divertida Mente.

[...]

Paulo Gustavo Pereira: O que que foi mais di... mais interessante,

mais divertido fazer no Divertida Mente

?

Leo Santos: Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basica

-

mente por causa do estilo. Eu gosto do diretor pra caramba. Ele tem um

estilo que eu gosto, que é animação dos anos 50, música de jazz e tudo

mais... Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele, que são o

Monstros S.A. e o Up! E... eu sempre gostei muito, então eu, tipo assim,

assim que me deram a opção de escolher qual filme que eu ia fazer, eu

falei “Eu quero aquele filme”.

PGP: Te deram a opção?

LS: Sim, sim, sim.

PGP: Os caras falaram “Oh, vem cá! Você é do Brasil. Pode escolher

o que você quiser”?

LS: Porque tem... é... é... tem muitos filmes em produção agora.

Assim... tipo... tem o Bom dinossauro, tem o Procurando Nemo. Então...

tipo... nesse caso aqui apareceu a oportunidade: “Qual é o próximo que

você quer fazer?”. Aí eu falei: “Eu quero trabalhar nesse aqui porque é...

é... é a minha praia, assim...”.

[...]

Transcrição de vídeo de entrevista com Leo Santos,

animador da Disney/Pixar: de 1:37 a 2:20. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=FR-Dp43hEGQ>. Acesso em: 13 jun. 2018.

A entonação é a va

-

riação no modo de emitir

um enunciado. Preste

atenção ao som das ora

-

ções “Ele é seu amigo.”

e “Ele é seu amigo?”. Na

primeira, que é uma de

-

claração, a voz abaixa no

final da frase; na segunda,

uma pergunta, a voz se

eleva na última palavra.

As transcrições pro

-

curam reproduzir as ca

-

racterísticas da fala, por

isso no texto são anota

-

das as pausas, as repeti

-

ções, os sons alongados,

as palavras ou orações

que ficaram incomple

-

tas etc.

A escrita e a fala são duas modalidades da língua. Existem particulari

-

dades que as diferenciam.

Situações de interação face

a face, com troca de turnos,

costumeiramente exigem um

planejamento mais acelera

-

do e podem resultar em um

monitoramento imperfeito

da língua. Se achar conve

-

niente, comente isso com os

alunos, apontando eventuais

desvios em relação ao uso

recomendado.

Peça à turma que faça a lei

-

tura silenciosa para observar

as marcas usadas na trans

-

crição. As questões podem

ser respondidas de modo oral

e coletivo.

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92

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 Releia um trecho da resposta do entrevistado.

“Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basicamente por causa do estilo”.

Por que há uma pausa indicada pelas reticências nessa fala?

2 Releia este outro trecho:

“Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele,

que são o Monstros S.A. e o Up!”.

Como você explicaria a sequência “esse, essa, esse”?

Nas interações imediatas – bate-papo, entrevista, conversa telefônica

etc. –, os falantes precisam construir sua fala rapidamente porque o interlocutor está esperando para tomar para si o turno conversacional, isto é,

para começar a perguntar, a responder ou a apresentar novas ideias.

O planejamento da fala conta com um tempo bem pequeno, ou seja, o

falante não pode demorar muito para construir seu texto. Como consequência,

as falas são marcadas por hesitações, repetições, pausas e correções, pois o

falante está procurando a maneira mais eficiente de comunicar suas ideias.

Essas são marcas típicas da oralidade.

Já nas situações de escrita, o leitor não tem acesso ao processo de

formulação do texto. Quem o escreve pode corrigir aquilo que não ficou

claro, eliminar repetições, reorganizar a ordem das palavras, entre outras

intervenções, e o texto só será lido quando o autor estiver satisfeito com

a maneira como expressou suas ideias. Há, na escrita, um tempo maior de

planejamento. Observe uma sugestão de como poderia ser escrita a terceira

resposta do entrevistado no trecho transcrito:

Há muitos filmes em produção agora: o Bom dinossauro, o Procurando

Nemo. Assim apareceu a oportunidade. Perguntaram-me: “Qual é o próximo que você quer fazer?”. Eu respondi que trabalharia nesse porque era

a “minha praia”.

Essa diferença não significa, contudo, que a modalidade oral seja mais

descontraída que a escrita e vice-versa. Algumas situações de fala são

formais e exigem um uso cuidadoso da linguagem, com vocabulário mais

preciso, frases mais complexas e maior monitoramento em relação ao uso

das variedades urbanas de prestígio. Por outro lado, há situações de escrita

informais, em que se nota um uso mais descontraído da língua.

ARTE

Investigue em

Em que consiste a profissão de um animador?

As particularidades

que diferenciam a língua escrita da língua

falada são produzidas,

principalmente, por diferentes tempos de planejamento e formas de

interação.

O uso monitorado da

língua caracteriza-se pela

maior atenção à maneira

de formular o texto, o

que costuma ser mais

comum nas situações de

comunicação formais.

WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES/

EVERETT COLLECTION/AGB PHOTO LIBRARY

Cena da animação Divertida Mente, direção de Pete Docter, EUA, 2015.

O animador é o profissional

que cria uma sequência de

imagens que dão a ilusão de

movimento: as animações.

Costuma produzir obras para

cinema e televisão, bem como

para videogames. Alguns

animadores iniciam o trabalho

no papel e passam para o

computador na fase de finalização; outros usam apenas

o computador. Atualmente,

são raros os animadores que

usam apenas o papel.

A pausa, provavelmente, indica que o entrevistado estava pensando no

que iria dizer na sequência.

2. O falante parece ainda

estar buscando a palavra

que usará na sequência, daí

a dúvida quanto ao uso do

pronome flexionado no gênero masculino ou no feminino.

Investigue em Arte – Sugerimos uma atividade em duplas.

Um dos alunos fará o papel de

entrevistador, criando perguntas interessantes e pertinentes

para o outro, que deverá respondê-las com base em uma

pesquisa. Duas duplas podem

ser convidadas a apresentar a

entrevista para a turma. Para

isso, peça-lhes que criem um roteiro de perguntas e respostas.

Essa atividade pode ser feita

no final do capítulo, a fim de

que os alunos experimentem

uma situação de fala planejada,

aproveitando o que estudaram.

Para evidenciar algumas características das modalidades

em estudo, peça aos alunos

que comparem o trecho da

transcrição da entrevista e a

reformulação ao lado e citem

as diferenças.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Observe alguns exemplos de uso da língua falada e da língua escrita na

tabela a seguir e reflita sobre suas diferenças e semelhanças.

Língua falada Língua escrita

Informal

Bate-papo presencial Troca de mensagens entre amigos pelo celular

• Troca rápida dos papéis de falante e de ouvinte

• Fala produzida no momento da conversa, sem

planejamento

• Uso descontraído da língua

• Troca rápida dos papéis de quem envia e de

quem recebe as mensagens

• Planejamento rápido

• Uso descontraído da língua

Mais ou menos

formal

Entrevista com personalidade da política Letra de música popular

• Troca constante dos papéis de falante e de ouvinte

• Fala produzida no momento da conversa, sem

planejamento

• Uso monitorado da língua

• Produção do texto sem interação com o leitor/

ouvinte

• Planejamento longo

• Uso descontraído da língua

Formal

Palestra para profissionais da saúde Reportagem sobre economia

• Texto produzido pelo palestrante sem interrupção

• Fala produzida no momento da interação, com

planejamento anterior

• Uso monitorado da língua

• Texto produzido sem interação com o leitor

• Planejamento longo

• Uso monitorado da língua

Língua falada e língua escrita NA PRÁTICA

1 A tira a seguir é protagonizada pelos gatos Blue (coleira azul) e seu

irmão Branco (coleira rosa), personagens criados pelo quadrinista

paulista Paulo Kielwagen.

Blue e os gatos Paulo Kielwagen

© PAULO KIELWAGEN

a) Além das imagens e da linguagem verbal, que outro recurso de

linguagem também foi usado para construir o sentido da tira?

b) Descreva a imagem do segundo quadrinho e explique como o leitor

deve entendê-la.

c) No último quadrinho, para qual objeto a fala do gato Blue chama

a atenção?

1b. O segundo quadrinho está

preenchido pela cor azul, em vários

tons, com algumas formas ovaladas mais claras. Destacam-se duas

dessas formas em azul mais forte,

dentro das quais há outras menores, brancas. Há linhas curvas em

preto. O leitor deve entender que

houve um forte aumento no fluxo

da água e que o gato Branco levou

um banho.

Para a peça usada para abrir e fechar a torneira.

Sugestão: Os balões de fala ou o enquadramento.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d) Que palavra usada por Blue faz referência a esse objeto?

e) O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra?

f) Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem

alterações, em uma comunicação escrita, como uma mensagem

enviada pelo celular? Explique sua resposta.

g) Explique por que o humor da tira está na possibilidade de que a fala

de Blue no último quadrinho não seja tão inocente quanto parece.

h) Considerando a reflexão que você fez nesta atividade, conclua: em

uma situação de comunicação como esta, que vantagem tem uma

interação face a face quando comparada à comunicação a distância?

2 Leia a adaptação de um anúncio publicitário transmitido em uma

emissora de rádio da cidade de São Paulo.

Anda e para

Locutor lê o texto com muitas pausas.

Locutor: Você tem muitos motivos... para ouvir... a Rádio X Trânsito...

e o primeiro deles... é escapar... desse anda e... para... anda e... para... Só

o Seguro Auto Y, que protege tão bem você e o seu carro, poderia criar

a Rádio X Trânsito. Vinte e quatro horas no ar com informações para

ajudar você a enfrentar o trânsito de... São Paulo.

33o Anuário do Clube de Criação de São Paulo.

São Paulo: Matrix, 2009. p. 262. (Adaptado).

A palavra referente

é usada para indicar o

elemento (ser, objeto,

lugar, ideia etc.) a que

uma palavra se refere.

No trecho “O jovem acabou de sair; ele estava se

sentindo mal”, a palavra

ele não tem sentido próprio; remete a jovem, seu

referente.

VICENTE MENDONÇA

a) Explique o título do texto.

b) Um anúncio publicitário divulgado em uma rádio é produzido conforme o processo de escrita ou de fala? Por quê?

c) As reticências marcam as pausas na fala do locutor. O que normalmente provoca pausas em uma fala?

d) Qual é o objetivo das pausas nesse anúncio?

e) Por qual motivo essa forma de representação da fala chama a

atenção do leitor?

f) DESAFIO DE ESCRITA Agora, escreva um parágrafo de análise do

anúncio, reunindo suas respostas.

• No início, mencione o gênero do texto em análise, seu título e

seu objetivo.

• Inclua mais uma frase para identificar e explicar o recurso expressivo explorado na composição do anúncio.

• Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte.

O comentário de um

texto deve informar o

autor, o gênero e o título ou, pelo menos, parte

dessas informações.

Você pode introduzi-las

usando formas como

“Na tirinha de Fernando

Gonsales, ...” ou “Ivan

Junqueira, no poema

‘O aeroplano’, ...”.

Dica de professor

O fato de Blue estar mexendo nesse objeto e olhando para ele.

O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra?

Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem

1g. A fala de Blue pode ser um disfarce para a ação maldosa de aumentar o fluxo da água

com o objetivo de molhar Branco de propósito.

1f.A ideia não seria compreendida, porque o referente da palavra aqui não seria conhecido. enviada pelo celular? Explique sua resposta.

g)

1h. A interação face a face

permite que as ideias sejam

transmitidas por meio de

recursos expressivos, como

os movimentos do corpo, e

que elementos do contexto

(situação de comunicação)

sejam apenas apontados.

Aqui.

2a. O título “Anda e para”

refere-se às várias pausas

que o motorista é obrigado a

fazer por causa do trânsito na

cidade de São Paulo.

2b. Conforme o processo de

escrita, porque é um texto

com planejamento longo, que

será lido.

2c. As pausas ocorrem porque o falante está procurando a melhor maneira de

continuar sua fala.

2d. As pausas remetem às

interrupções do trânsito.

2e. Porque essa representação se diferencia da fala

comum e se relaciona diretamente com o assunto

apresentado.

2f. O anúncio intitulado “Anda

e para” tem como objetivo divulgar uma emissora de rádio paulistana que informa o ouvinte sobre o trânsito da cidade. Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte.

Em sua composição, foi explorado o uso das reticências, que interrompem várias vezes a fala do locutor para simular

as paradas de um automóvel que circula em São Paulo. Esse recurso chama a atenção do ouvinte porque rompe a

fala habitual e a relaciona aos movimentos típicos do trânsito pesado.

Questão 2 – Os nomes da

emissora de rádio e do seguro foram omitidos para não

caracterizar propaganda.

Desafio de escrita – Em lugar

de solicitar que o texto analítico fosse completado, como

nos capítulos anteriores, oferecemos um roteiro para a produção do parágrafo, contando

com as experiências anteriores

como base. Sugerimos que a

correção coletiva da atividade

anteceda a realização do Desafio de linguagem para que o

aluno se sinta seguro quanto

ao conteúdo a introduzir no

parágrafo, concentrando seu

esforço na atividade de expressão. Aproveite a correção

para avaliar a aprendizagem

da segmentação de frases e

para verificar como o recurso

expressivo (as reticências) foi

relacionado ao sentido produzido pelo texto.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 Leia agora a transcrição de um trecho de reportagem da TV Cultura

do Pará sobre a participação da equipe paraense no 9o

Campeonato Brasileiro de Kung Fu e no 10th Hong Kong International Wushu

Competition 2015.

[Repórter em off] Uma paixão que saiu das telinhas para a vida real.

Cada vez mais o kung fu vai ganhando espaço aqui no estado. Em

2012, surgiu a primeira liga paraense da modalidade. Mas você sabe

o que é essa arte marcial chinesa? Quem explica é o professor Pablo.

[Pablo Silva] O principal objetivo do kung fu é o autocontrole e o autoconhecimento. Se você se conhece, se você sabe... é... é... pra onde movimentar e como movimentar o seu corpo, você tem completo controle

sobre o oponente, sobre o inimigo... É uma arte marcial que d... d... é...

é... enfatiza a defesa pessoal, mas o principal objetivo é se autoconhecer.

[Repórter em off] Os movimentos do kung fu chamam a atenção,

assim como a possibilidade de servir como técnica de defesa pessoal.

Mas praticar essa arte marcial milenar requer muita atenção, esforço

e muita dedicação.

[Pablo Silva] O kung fu tá dividido em duas vertentes, né? O tradicional

e o moderno. O moderno é... é o que tá sendo mais divulgado na mídia.

Tem muitos saltos, lutas... é... é... com muitas acrobacias, né?, e isso chama

muito a atenção dos jovens, né? Veem que podem executar esses movimentos mais acrobáticos e acabam vindo pra academia buscando isso.

[...]

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z8raZG9aRs4>.

Acesso em: 13 jun. 2018.

a) A expressão “em off” significa que apenas a voz da repórter está

sendo ouvida enquanto são mostradas imagens em que ela não

aparece. Observe a imagem a seguir. Por que o editor da reportagem

teria optado por mostrar imagens como esta, e não a da repórter?

O professor de

kung fu Pablo Silva.

Foto de 2015.

Belém, Pará.

ARQUIVO PESSOAL

3a. Porque essa imagem

contribui para que o telespectador saiba como é o kung

fu, um esporte que pode ser

desconhecido por muitos.

Aproveite a correção para

avaliar a aprendizagem da

segmentação de frases e

para verificar como o recurso

expressivo (as reticências) foi

relacionado ao sentido produzido pelo texto.

Situações de interação face

a face, com troca de turnos,

costumeiramente exigem um

planejamento mais acelerado

e podem resultar em um

monitoramento imperfeito

da língua. Se achar conveniente, comente isso com os

alunos, apontando eventuais

desvios em relação ao uso

recomendado. Mencione

também que nenhum falante

deve ser censurado em razão

da variedade linguística que

emprega, mas é interessante

que possa se apropriar de

construções mais adequadas

a situações de fala formais.

Essa discussão foi iniciada

no volume do 6o

ano e deve

ser retomada sempre que for

oportuno.

Questão 3 – Comente com o

professor de Educação Física

que os alunos entraram em

contato com esse trecho de

reportagem sobre o kung fu.

Um dos temas do curso, no

6o ano, são as lutas brasileiras,

mas talvez ele possa aproveitar

a referência para tecer comparações ou tratar de características relativas a ri tuais, elementos

técnico-táticos e indumentária,

entre outras, ampliando as experiências dos alunos.

Se possível, antes da leitura,

apresente o trecho da reportagem duas vezes e peça aos

alunos que anotem todas as

características do kung fu mencionadas. Faça um levantamento

das respostas na lousa. Para avaliar a habilidade de identificação

de informações explícitas em

um texto não impresso, leia a

lista em voz alta e peça que

os alunos ergam as mãos todas

as vezes que tiverem anotado

a informação. Caso note que

há dificuldade nessa habilidade,

crie outras oportunidades para

essa atividade. As informações

mencionadas no texto são as

seguintes: é uma arte marcial

chinesa; tem como objetivos o

autocontrole e o autoconhecimento; enfatiza a defesa

pessoal; pode ser dividido em

tradicional e moderno; o kung

fu moderno tem movimentos

acrobáticos e chama a atenção

dos jovens.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

b) Releia as duas falas do professor entrevistado na reportagem. Quais

marcas de oralidade você percebeu? Cite algumas delas.

c) Nas falas da apresentadora do jornal, não é possível identificar

marcas típicas da oralidade, como acontece nas do entrevistado.

Como explicar essa diferença? Para responder, considere que a

reportagem é gravada, não é apresentada ao vivo.

d) O uso da expressão aqui no estado, presente no texto, dificulta a

identificação do lugar a que se refere a reportagem? Por quê?

4 Leia um trecho da crônica “Sfot poc”, do escritor gaúcho Luis Fernando

Verissimo (1936-).

Chamava-se Odacir e desde pequeno, desde que começara a

falar, demonstrara uma estranha peculiaridade. Odacir falava como

se escreve. [...]

[...]

Um dia, a mãe veio correndo. Ouvira, do berço, o Odacir chamando:

– Mama sfot poc.

E, quando ela chegou perto: 

– Mama sfotoim poc. 

Só depois de muito tempo os pais se deram conta. “Sfot poc” era

ponto de exclamação e “sfotoim poc”, ponto de interrogação. 

Na escola, tentaram corrigir o menino.

– Odacir! 

– Presente sfot poc. 

– Vá para a sala da diretora! 

– Mas o que foi que eu fiz sfotoim poc. 

Com o tempo e as leituras, Odacir foi enriquecendo seu

repertório de sons. Quando citava um trecho literário,

começava e terminava a citação com “spt, spt”. Eram as

aspas. Aliás, não dizia nada sem antes prefaciar um “zit”.

Era o travessão. Foi para a sua primeira namorada que ele

disse certa vez, maravilhado com a própria descoberta: 

– Zit Marilda plic (vírgula) você já se deu conta que a

gente sempre fala diálogo sfotoim poc.

– O quê? 

– Zit nós sfot poc. Tudo que a gente diz é diálogo

sfot poc. 

– Olhe, Odacir. Você tem que parar de falar

desse jeito. Eu gosto de você, mas o pessoal fala

que você é meio biruta.

VICENTE MENDONÇA

Certos termos, como

né?, tá?, certo?, sabe?, são

marcadores conversacionais. Nós os utilizamos com frequência em

diálogos orais como forma de pedir o apoio e a

atenção do interlocutor

para aquilo que estamos

dizendo.

3b. Há marcas de hesitação

(como é... é...), além do uso

de tá (forma reduzida de

está) e né? (não é?), que são

marcadores de conversa.

3c. Provavelmente, a jornalista preparou seu texto com

antecedência e o está lendo.

Houve tempo para planejá-lo

e pode ter havido mais de

uma tentativa de gravação

até que ficasse satisfatória.

3d. Não. O telejornal é transmitido no Pará, e, por isso, os

telespectadores entendem o

uso de aqui. Além do mais,

a jornalista faz referência à

“liga paraense”, explicitando

o lugar.

Questões 3c – Apresentadores

de telejornais costumam utilizar o teleprompter, aparelho

que reproduz um texto escrito

em uma tela. Esses jornalistas

leem os textos em vez de falar

espontaneamente, por isso há

poucas marcas de oralidade

em seu discurso.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

– Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc. 

– Viu só? Você não para de fazer esses ruídos. E ainda por cima,

quando diz “sfotoim”, cospe no meu olho. 

O namoro acabou. [...]

LUIS FERNANDO VERISSIMO. Sfot poc. O analista de Bagé.

Porto Alegre: L&PM, 1981. p. 51-52.

a) O narrador afirma que existe uma “estranha peculiaridade” na fala

de Odacir. O que significa a palavra peculiaridade?

b) Você já conhecia a palavra peculiaridade? Se não, como descobriu

o seu sentido?

c) Além dos problemas em casa, que outras dificuldades Odacir enfrentou pela “peculiaridade” de sua fala?

d) Como seriam escritas as duas primeiras falas do personagem se ele

fosse uma criança comum?

e) Reescreva a fala “– Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc” conforme

as regras da modalidade escrita.

f) Explique por que nessa fala foram empregados os sinais de pontuação correspondentes a spt spt e sfotoim poc.

VICENTE MENDONÇA

Você já reparou que alguns moradores do Brasil nascidos e criados em

outros paí ses pronunciam os sons da língua portuguesa de maneira diferente

daquela dos que nasceram e cresceram aqui? Mesmo sabendo usar determinada palavra no contexto adequado, o sotaque evidencia que a pessoa não é

um falante nativo do português.

Com seu grupo, entreviste um imigrante para saber as maiores dificuldades

dele no aprendizado e no uso da língua portuguesa. Peça autorização para gravar estas palavras pronunciadas por ele: você, coração, leite, acerto, cola, carro

e milho. Leve o material para a sala de aula para partilhar suas observações

com os demais colegas. Não se esqueça de anotar o nome do entrevistado, o

país de origem e a língua nativa dele.

A língua nas ruas

4a. “Particularidade”, “especificidade”.

4b. Resposta pessoal. Verifique se os alunos têm consciência de que podem usar o

contexto para compreender o

sentido de uma palavra desconhecida.

4c. Odacir não foi bem compreendido pela professora,

pelos demais alunos e pela

namorada.

Mama!; Mama?

– “Biruta”?

4f. Empregou-se sfotoim

poc (ponto de interrogação)

porque se trata de uma per- gunta, e zit (travessão) foi

usado porque biruta é uma

palavra que ele citou, repe- tindo a fala da namorada.

Questões 4e e 4f – Finalize a

atividade mencionando que a

entonação é um aspecto que

aparece duas vezes na fala de

Odacir. Isso porque, ao pronunciar as falas, ele emprega

entonações específicas e as repete quando inclui os sinais

de pontuação representados

pelas palavras que inventou.

Verifique se os alunos realmente compreenderam que

os sinais de pontuação indicam

a entonação na escrita.

A língua nas ruas – Como estratégia, sugerimos que sejam

anotados na lousa o nome dos

entrevistados, o país de origem

e a língua de cada um. Depois,

cada grupo poderá relatar o

conteúdo da entrevista feita e

reproduzir as palavras gravadas. A intenção da atividade

não é desenvolver um conhecimento específico de fonética

e fonologia, mas estimular os

alunos a observar o uso efetivo da língua. Espera-se que

percebam que o sistema que

relaciona letras e fonemas não

se mantém idêntico em todas

as línguas, mesmo quando elas

têm uma origem comum.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Isso eu já vi Os fonemas e as letras

Leia a tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.

1 Observe a reação do personagem no segundo quadrinho. O que,

provavelmente, o levou a dar essa explicação?

2 O que a repetição da frase iniciada por Bem... sugere?

3 O humor da tira é provocado por uma confusão entre vaca atolada

e faca amolada. O que poderia ter causado o equívoco?

4 Considerando que o filme foi baseado em um livro (romance) e que

há um contrato descrevendo o acordo, a confusão não se justifica.

Por quê?

Para criar o humor, a tirinha explorou a semelhança entre pares de

palavras. Do ponto de vista sonoro, uma única unidade as diferencia.

Observe a sequência abaixo.

/v/ /a/ /c/ /a/ /f/ /a/ /c/ /a/

/a/ /t/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/ /a/ /m/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/

As unidades mínimas de som da língua são chamadas de fonemas.

As letras são as representações escritas dos fonemas. Pronuncie em voz

alta algumas palavras e observe a correspondência entre sons e letras.

hoje: a letra h não representa nenhum som

barro: duas letras representam um único som

táxi: uma letra representa dois sons

exame e azar: letras diferentes representam o mesmo som

caixa e exercício: a mesma letra representa sons diferentes

As letras usadas para representar os sons seguem regras ortográficas,

que garantem que as palavras sejam escritas da mesma forma por todas

as pessoas, independentemente da maneira como os sons da língua são

produzidos nas várias regiões do Brasil.

O quadrinista Diogo Salles decidiu escrever “paulixta” (com x) porque

quis representar a maneira como os cariocas pronunciam o s em certas

palavras. Contudo, esse é um uso excepcional, realizado para produzir

determinado efeito. As regras ortográficas preveem uma única forma de

representação dos sons de cada palavra.

Faça as atividades a seguir para estudar esse tema.

© LAERTE

Laerte

© DIOGO SALLES

Os fonemas são representados entre barras

inclinadas. Esse tipo de

representação é usado

para distingui-los das

letras.

O fato de que a interlocutora parece ter estranhado o título Vaca atolada.

Sugere que o personagem não sabe

o que dizer diante do equívoco ocorrido e de uma provável reação irritada por parte da interlocutora.

O fato de as duas expressões serem sonoramente muito parecidas.

Nesse caso, as palavras estariam escritas, portanto não haveria motivo para essa confusão.

Isso eu já vi – Pelo processo de

alfabetização, o aluno passou

a estabelecer relações entre

os fonemas e os grafemas e a

conhecer, progressivamente,

a ortografia do português do

Brasil. Nesta seção, revisitará

esse conhecimento a partir de

uma perspectiva analítica, com

apoio na metalinguagem, para

refletir sobre as particularidades

da língua falada. Esse conteúdo é um pré-requisito para a

revisão de elementos notacionais da língua (regularidades e

irregularidades ortográficas e

acentuação gráfica, particularmente), os quais serão abordados, especialmente, na seção.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

5 Leia este trecho de notícia publicada em um site que divulga a cidade

de Manaus.

INGRID ANNE/MANAUSCULT

O Passo a Paço, projeto de ocupação cultural do Centro Histórico

de Manaus, surgiu a partir da iniciativa de dar ressignificação a essa

região da cidade atraindo população, comerciantes, organizações e

turistas por meio de um festival de artes integradas em todas as suas

formas de expressão. O surgimento de novos eventos, inclusive da

iniciativa privada, novos estabelecimentos comerciais e o aumento do

número de visitantes do Paço da Liberdade, futuro Museu da Cidade,

são frutos que refletem os primeiros resultados dessa política.

Reaberto em 2013 após adequações para visitação pública, o Paço

da Liberdade, prédio histórico de 1872, recebeu 80 mil visitantes

nos últimos quatro anos. Os picos de visitação ao local que abriga

exposições permanentes e temporárias, como o conjunto de quadros

doados à Prefeitura de Manaus pelo poeta Thiago de Melo, aconteceram durante a realização do Passo a Paço, quando o Centro Histórico

respira cultura e arte e quando as famílias manauaras efetivamente

desfrutam da história no centro da cidade.

[...]

Disponível em: <http://vivamanaus.com/passo-a-paco/>.

Acesso em: 14 maio 2018.

a) O que é o projeto “Passo a Paço”?

b) O que o leitor infere sobre a antiga situação do Centro Histórico de

Manaus ao saber que a implantação do projeto buscou “dar

ressignificação” a essa região?

Fachada do Paço da

Liberdade, prédio

histórico de Manaus.

Foto de 2016.

5a. É um projeto que promove um festival de artes e

cultura no Centro Histórico

de Manaus.

5b. O leitor infere que a região

estava abandonada, já que

os cidadãos de Manaus e os

turistas não a visitavam e havia poucos estabelecimentos

comerciais.

Informe aos alunos que a palavra paço significa “palácio”,

“habitação luxuosa”.

Antes de iniciar as atividades

5 a 8, revise ou apresente alguns

conceitos relativos à fonologia.

O objetivo não é fazer o aluno

memorizar tais conceitos, mas

observar a produção dos sons

da língua.

1. Peça aos alunos que pronunciem os fonemas /o/ e /p/

e faça uma distinção entre vogal e consoante: na pronúncia

de uma vogal, o ar que vem

dos pulmões passa livremente pela boca e pelo nariz; na

pronúncia da consoante, ele

encontra algum obstáculo.

No caso do /p/, os lábios se

fecham ligeiramente, com um

bloqueio rápido do ar, antes de

uma pequena explosão para

expulsá-lo.

2. Solicite, então, que os alunos pronunciem as palavras

massa e maçã, e mostre que,

na pronúncia dos fonemas vocálicos orais, o ar sai só pela

boca, enquanto nos nasais sai

também pelo nariz.

3. Peça, na sequência, que pronunciem as palavras saúde e

saudável, para que percebam as

diferentes pronúncias da letra

u. Na primeira, o fonema vocálico /u/ é pronunciado com a

mesma intensidade de /a/. Na

segunda, é pronunciado com

menor intensidade e mantém-se

junto do /a/, na mesma sílaba.

Neste último caso, ele é uma

semivogal.

4. Relembre os alunos de que

as sílabas da língua portuguesa

contêm uma única vogal. Essa

vogal pode vir acompanhada

por consoantes e/ou semivogais.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

a) Qual é o objetivo da campanha?

b) Que aspectos da imagem direcionam a propaganda a crianças

bem novas?

c) O texto principal também parece se dirigir a elas? Por quê?

d) Os fonemas representados pelas letras destacadas nas palavras

assim,

gente e

longe apresentam sons nasais. Que regra ortográfica

justifica a escrita desse som ora com

m ora com

n

?

Quando uma vogal é nasal, ela é marcada pelo sinal gráfico chamado de

til (~), como acontece em irm

ã, ou é seguida pelas letras m ou

n, como em

grampo ou

sangue

.

Lembra?

c) Analise o nome do projeto. Qual é o sentido da palavra paço

nesse contexto?

d) O nome “Passo a Paço” remete a uma expressão muito usada

pelos falantes da língua portuguesa. Qual é essa expressão e

qual é seu sentido?

e) Essa expressão pode ser associada, com coerência, àquilo que o

projeto propõe? Justifique sua resposta.

f) Além do sentido das palavras, o que mais justifica a construção

do nome do projeto?

g) Ao dizer “Quando o Centro Histórico respira cultura e arte”, o

produtor do texto não está apenas relatando o que acontece.

O que mais ele está fazendo?

6 Esta peça publicitária faz parte de uma campanha de interesse social.

A presença de

aparente propa

-

ganda na seção se

justifica de acor

-

do com o Pare

-

cer CNE/CEB nº

15/2000, que diz

que “o uso didá

-

tico de imagens

comerciais identi

-

ficadas pode ser

pertinente desde

que faça parte de

um contexto peda

-

gógico mais am

-

plo, conducente à

apropriação críti

-

ca das múltiplas

formas de lingua

-

gens presentes

em nossa socie

-

dade, submetido

às determinações

gerais da legis

-

lação nacional e

às específicas da

educação brasi

-

leira, com compa

-

recimento módico

e variado”.

6c. Sim. Porque estão em

destaque atividades co

-

muns na rotina das crian

-

ças, como brincadeiras,

correrias e pulos.

5f. O nome é composto

de um jogo de palavras

formadas pelos mesmos

fonemas, mas que não

têm a mesma grafia, o

que contribui para torná-lo

mais chamativo.

5g. Está avaliando posi

-

tivamente o projeto, que

consegue envolver os fre

-

quentadores em ativida

-

des culturais e artísticas.

A letra

m é usada no final das palavras e quando antecede

p e

b; a letra n costuma ser empregada no

meio delas. Se achar conveniente, informe (ou lembre) aos alunos que o

n também pode vir no final de

certas palavras (como hífen e líquen).

Incentivar a prática de atividades físicas por crianças para que elas tenham

uma vida mais saudável.

A imagem do garoto, que parece ter cinco ou seis anos, e os

brinquedos desenhados na asa colocada em suas costas.

É uma referência ao Paço da Liberdade, um museu que é

uma das principais atrações do Centro Histórico de Manaus.

Passo a passo. Indica algo feito progressivamente,

aos poucos.

5e. Sim. A expressão pode

se referir ao fato de que

as ações implementadas

em Manaus vão obtendo

resultados progressiva

-

mente.

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101

101

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Na sua opinião, qual

é a importância da prá

-

tica de exercícios para

as pessoas? E para as

crianças especialmente?

7 Releia um trecho ampliado da propaganda. Fala aí!

a) Qual é o efeito do uso das letras em destaque nesse trecho?

b) Que elemento não verbal do trecho ajuda a reforçar a ideia de

que o projeto é divertido?

c) Conte o número de letras e de fonemas das palavras corporais,

hábito, verifique e participando. Ele é o mesmo em cada uma

delas?

8 Leia um cartum do ilustrador paranaense Will Leite. ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

a) Em que contexto a frase “Terra à vista!” é conhecida?

b) A que “terra” o navegador se refere? Como é possível essa

identificação?

c) O humor do cartum é produzido por um contraste entre duas

épocas históricas. Quais são elas?

d) Por meio desse contraste, o cartunista critica um hábito da sociedade contemporânea. Explique essa crítica.

e) A palavra wi-fi está ligada a que campo das atividades humanas?

É um termo emprestado de qual língua?

f) A relação entre letras e fonemas não é a mesma nas várias línguas.

A que sons da língua portuguesa corresponde a letra i em wi-fi

?

© WILL LEITE

Will Leite

Resposta pessoal. É interessante

que os alunos associem a prática

de exercícios à manutenção da

saúde e do bem-estar, além de

perceber que os exercícios favore

-

cem o crescimento das crianças,

contribuem para a correção de

desvios posturais e ajudam a

educar o corpo para a realização

de movimentos diversos e para a

prática esportiva futura.

7a. Elas chamam a atenção para

uma parte específica do texto e

ajudam a destacar o convite feito

ao leitor do cartaz.

7b. O tamanho, a cor e o tipo de le

-

tra usados em “Saúde na escola”.

3c. Não, isso ocorre apenas em

corporais, que tem 9 letras e 9

fonemas. Nas demais palavras,

há 6, 9 e 12 letras e 5, 8 e 11

fonemas, respectivamente.

8a. A frase é empregada por na

-

vegadores para fazer referência

à descoberta de novos espaços

geográficos.

8c. O período das grandes nave

-

gações, nos séculos XV e XVI, e

a atualidade, época marcada pela

presença da internet.

8e. A palavra wi-fi está ligada ao

campo da tecnologia digital e é

um termo da língua inglesa.

8f. A letra

i tem o som de ai

.

8b. O navegador se refere ao Brasil

na época da chegada dos portu

-

gueses, como sugere o tipo de

vegetação, a presença de indíge

-

nas e o fato de as caravelas terem

a cruz que identificava Portugal

em 1500.

8d. O cartunista critica a depen

-

dência excessiva das pessoas em

relação à internet, o que as leva

a se preocupar mais em manter a

conexão do que com outros as

-

pectos da vida.

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102

Conversa com arte

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo, você aprendeu sobre um gênero bastante popular: a HQ. Agora,

vai bater um papo sobre o videoclipe, gênero audiovisual que mistura imagens e

sons para contar uma história ou traduzir ideias presentes em canções.

O clipe a seguir foi produzido para a canção “Segredos”, presente em dois discos do

cantor, compositor e guitarrista fluminense Roberto Frejat: Amor pra recomeçar (2001)

e Ao vivo no Rock in Rio (2012). O videoclipe dessa canção contribuiu para torná-la

conhecida pelo mundo afora. Veja abaixo uma sequência de quadros retirados do clipe.

ESTÚDIO CONSEQUÊNCIA DE ANIMAÇÃO/FOTOS FRAMES DO CLIPE “SEGREDOS” GENTILMENTE

LICENCIADOS PELA WARNER MUSIC BRASIL LTDA., UMA EMPRESA WARNER MUSIC GROUP

Cenas do videoclipe da canção “Segredos”, de Roberto Frejat. Estúdio Consequência. Brasil, 2002.

O desenvolvimento do senso

estético para a valorização das

manifestações artístico-culturais

é uma competência citada dentre as gerais, específicas de Linguagens e específicas de Língua

Portuguesa, além de ser uma

das dimensões do componente curricular Arte. Nesta e na

próxima seção, será explorada

a linguagem do videoclipe com

o objetivo de compreender a

complementariedade entre

as várias semioses e estimular

a reflexão sobre os processos

criativos. Embora não mencione

essa manifestação artística, a

habilidade EF89LP07 comunica-

-se com ela ao indicar a análise

dos “efeitos de sentido devidos

ao tratamento e à composição

dos elementos nas imagens em

movimento, à performance, à

montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as

linguagens –, complementaridades, interferências etc.) e ao

ritmo, melodia, instrumentos e

sampleamentos das músicas e

efeitos sonoros”.

Conversa com arte

e Expresse-se!

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 2, 7, 8, 10

Habilidades: EF67LP11,

EF69LP47

P:177

103

103

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assista ao videoclipe na internet e participe da discussão oral proposta por

seu professor com base nas questões a seguir. Você também pode ler a letra da

canção de Frejat e até mesmo cantá-la e tocá-la com seu grupo.

1 Em geral, o videoclipe é criado para promover uma canção. Esse

gênero mescla imagens e música.

a) De que trata a letra da canção “Segredos”?

b) Qual é a história contada pelas imagens do videoclipe?

c) Você acha que a narrativa inventada pelos criadores desse clipe

animado é adequada à canção “Segredos”? Justifique sua opinião.

2 Nos videoclipes, é comum um cantor, cantora ou banda aparecer tocando uma música ou cantando. Isso também ocorre em “Segredos”?

Explique.

3 Se você fosse convidado a transformar a canção de Frejat em um

videoclipe ou em um clipe animado, como ele seria?

4 Escolha três quadros da sequência retirada do clipe de “Segredos” nas

quais apareça o personagem principal. Atribua falas a ele, levando

em consideração a narrativa do clipe e a letra da canção.

Tom: G

G

Eu procuro um amor

C9

que ainda não encontrei

G D9/F# C9

Diferente de todos que amei

G C9

Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver

G D9/F# C9

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Em7 D

Pode ser que eu a encontre numa la de cinema

Em7 D C9

Numa esquina ou numa mesa de bar

G D9/F# C9

Procuro um amor que seja bom pra mim

G D9/F# C9

Vou procurar eu vou até o m

Em7 D

E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo

C9 G/B Am7

Quando começar a conhecer os meus segredos

G C9

Eu procuro um amor uma razão para viver

G D9/F# C9

E as feridas dessa vida eu quero esquecer

Em7 D

Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar

Em7 D C9

Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá

G D9/F# C9

Procuro um amor que seja bom pra mim

G D9/F# C9

Vou procurar eu vou até o m

Em7 D

E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo

C9 G/B Am7

Quando começar a conhecer os meus segredos

ROBERTO FREJAT. Disponível em: <https://www.cifraclub.

com.br/frejat/segredos/>. Acesso em: 15 maio 2018.

Biblioteca cultural

Conheça os primeiros contatos de Frejat com a música, ainda criança e adolescente, na aba “Biografia”, no site oficial do artista.

1a. Trata da busca do personagem por um grande amor

“que seja bom” e “diferente

de todos” que ele já teve na

vida. Esse amor deverá ser

sua “razão para viver”.

1c. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam

que, tanto na canção quanto

na narrativa, há alguém em

busca de um grande amor.

1b. Um rapaz desiludido com o

amor acha que poderá encontrá-lo na Lua. Ele traça planos

mirabolantes para chegar ao

satélite natural da Terra: transforma-se em uma bala humana

e fracassa; voa em um balão

e também é malsucedido; finalmente, constrói um foguete

que o faz atingir seu objetivo.

Quando ele chega à Lua, não

encontra o que procurava e se

sente só. Descobre, enfim, que

esse amor está, na verdade, na

Terra. Então inicia uma nova

luta para voltar ao seu planeta.

Sim. No clipe da canção “Segredos”, Frejat – transformado em animação – é

o personagem principal da narrativa e, ao mesmo tempo, cantor da canção.

4. Resposta pessoal. Oriente os alunos a criar as falas dentro de balões adequados. Por exemplo, um balão de

pensamento no 6o

quadro: “Preciso construir um veículo que me leve até meu amor”.

3. Resposta pessoal. Ouça o que os alunos propõem e faça perguntas para estimulá-los a pensar sobre a forma e o conteúdo.

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104

Expresse-se!

Os videoclipes surgiram, em princípio, para atingir o público jovem televisivo. Com a chegada

da internet, muitos especialistas acreditaram que esse gênero fosse desaparecer, mas não foi

isso que ocorreu. Os videoclipes ainda são importantes produções artísticas da nossa cultura.

Usando uma ferramenta de busca na internet, localize o videoclipe “Passarinhos” (2015),

protagonizado pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata e pelo músico paulista Emicida,

que também é o compositor da canção. O videoclipe foi dirigido por Rafael Kent.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe.

2 O comportamento dos meninos representado no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta.

3 No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada

como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa

ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso?

4 O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia

está sendo defendida?

5 Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi

feita essa associação?

6 Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que

figuras da realidade podem ser associadas a ela?

7 Quase no final do filme aparece uma pilha de livros, entre os quais

está O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Pesquise sobre essa

obra e responda: que relação há entre ela e a história narrada no

videoclipe?

YASUYOSHI CHIBA/AFP

Vanessa da Mata e Emicida em show no Rio de Janeiro. Foto de 2016.

Os meninos roubam os livros, o que é consiResposta pessoal.

5. Os meninos encontram

a liberdade e várias possibilidades para sua vida

ao se encantar com os

livros, livrando-se de uma

realidade triste, que poderia

aprisioná-los.

7. No romance O mundo de

Sofia, uma menina, Sofia

Amundsen, tem sua vida

transformada pela história

da Filosofia, como ocorreu com os meninos que

conheceram os livros em

“Passarinhos”.

No romance, a jovem recebe bilhetes e postais do

Líbano, enviados por um

desconhecido para outra

pessoa, e neles há perguntas sobre sua identidade e

o sentido do mundo. Esse

é o ponto de partida para

que se apresente toda a

história da filosofia ocidental.

3. A livraria aparece como

um espaço que tem a capacidade de atrair os meninos,

por isso dela saem a luz e a

fumaça misteriosa. Ao entrar

em contato com ela e com

os livros, os meninos são

conquistados.

A ideia de que todos devem ter a oportunidade de se

6. A personagem feminina

foi responsável, no passado, por apresentar o menino

aos livros, algo que ele

repassou para o jovem engraxate. Essa figura pode,

por exemplo, ser associada

aos professores, aos familiares e a outros adultos que

estimulam as crianças a ler.

derado, culturalmente, um comportamento reprovável.

encantar com a ficção e com os conhecimentos que estão disponíveis nos livros.

Questão 1 – Sugestão de resposta: Um menino que trabalha

como engraxate tem curiosidade por uma livraria e pelo

livreiro. Uma noite, atraído por

uma forte luz que sai do local,

ele a observa por uma fresta na

porta e, no dia seguinte, resolve visitá-la. O interesse pelos

livros faz com que roube um

e mostre aos amigos, os quais,

a princípio, zombam dele, mas

logo na sequência revelam interesse igual e passam também

a retirar livros. Apesar de perceber a situação, o livreiro não

reage; pelo contrário, sorri. Ele

aparece como um ser mágico,

cujo objetivo é transmitir aos

outros o interesse pela leitura,

algo que também acontecera

com ele tempos atrás. A forte

luz e a fumaça que saem da

loja bem como a figura feminina que lá está sugerem que

aquele é um espaço encantado,

que promove o bem e isso é

reforçado quando o livreiro

abandona o local deixando o

menino em seu lugar para que

seja um novo livreiro e passe

adiante o mesmo ensinamento.

Ao indicar um clipe cujo protagonista é um menino negro na posição de engraxate, nós, autores desta coleção,

não pretendemos reforçar estereótipos. Nosso objetivo, ao contrário, é mostrar como essa terrível herança

histórica pode ser transformada principalmente pela educação (metaforizada no clipe pelo poder mágico da

leitura). Além disso, reforçamos que o próprio diretor do clipe cuidou desse aspecto ao incluir, no grupo de

amigos do protagonista, também jovens brancos.

Questão 4 – É evidente que o

videoclipe não pretende estimular a prática do roubo. Essa

seria uma leitura equivocada.

Caso os adolescentes não entendam isso, retome toda a

narrativa para mostrar como

o raciocínio desenvolvido remete a uma infeliz condição

de parte das crianças e adolescentes para apontar a importância de, pelo conhecimento,

encontrarem um projeto de

vida produtivo e feliz.

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105

105

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

8 “Cruel” é uma canção de amor. No videoclipe, a protagonista aparece segurando uma casinha. Que outros objetos apresentados ao longo do clipe

lembram o amor da protagonista?

9 O que as diretoras do clipe fazem para mostrar que a protagonista está se

sentindo sozinha?

10 Que objetos sugerem o contato que a protagonista da história narrada no

videoclipe tem com o universo da música?

Foto do videoclipe “Cruel”,

de Nina Fernandes.

Direção das Irmãs Fridman.

Som Livre; Slap, 2017.

As pessoas costumam fazer listas dos melhores filmes do ano, das melhores frases

sobre determinado tema, das melhores canções da vida, dos melhores videogames

etc. Organizem-se em grupos de quatro alunos e elaborem suas listas de videoclipes.

Primeiro, relacionem os clipes de que os integrantes do grupo mais gostam. Depois,

definam um critério para a lista do grupo (melhores imagens, melhor relação entre a

canção e a narrativa, melhores efeitos especiais etc.) e os cinco clipes que a comporão.

Observem que os clipes escolhidos precisam ser coerentes com o critério estabelecido.

A próxima etapa é a da pesquisa. Procurem informações sobre os videoclipes

escolhidos: dados sobre o trabalho dos artistas, detalhes da produção, álbum em

que as canções se encontram, participações especiais, premiações etc. Tais informações serão usadas para a escrita de um pequeno resumo de cada videoclipe,

acompanhado por uma opinião.

Pesquisem também uma plataforma on-line de criação de playlist e façam a inserção dos clipes selecionados por seu grupo. Depois, disponibilizem o link da playlist aos

editores da turma. Eles serão os responsáveis por encaminhar as playlists ao professor,

que as publicará no blog.

Nossa playlist de videoclipes

NINA FERNANDES

Procure em fontes confiáveis da internet e assista ao videoclipe da canção "Cruel", interpretada e cantada pela artista paulista Nina Fernandes. Depois, responda às questões.

Biblioteca cultural

Procure em fontes confiáveis da internet e assista à versão de “Rock and roll lullaby” gravada

pela banda mineira Pato Fu no disco Música de brinquedo (2010). O videoclipe colaborativo

foi feito com base no projeto BabyStar, para o qual alguns pais enviaram fotos de seus bebês.

8. O cachorro, a

flor, os abajures, a

máquina fotográfica, o telefone, o

disco de vinil e o

gramofone.

9. Elas mostram

a cantora pequena diante de objetos como uma

flor imensa. Além

disso, ela é filmada de cima para

baixo e a distância

(ampliando a sensação de solidão);

toca piano sozinha

em meio a uma

grande paisagem;

e surge isolada

em um arrozal,

um milharal e uma

Um piano, um gramofone praia desertos. e um disco de vinil.

P:180

106

Leitura puxa leitura

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

MSP 50 Novos Artistas

Por que devo ler essa coletânea de HQs?

Para conhecer essa homenagem aos 50 anos de carreira de

Mauricio de Sousa, feita por novos talentos dos quadrinhos

brasileiros que produziram releituras da Turma da Mônica.

Níquel Náusea –

<http://www2.uol.com.br/niquel/personagens.shtml>

Por que devo acessar esse site?

Para conhecer Níquel, Gatinha, Rator Ruter, Sábio de Buraco

e outros personagens muito populares criados por Fernando

Gonsales.

Turma da Mônica – HQ

Por que devo ler as histórias em quadrinhos dessa turma?

Para se divertir com Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão, Chico

Bento e tantos outros personagens de uma série criada em

1959 pelo desenhista Mauricio de Sousa. A série Turma da

Mônica circula em 40 países.

Site da Turma da Mônica –

<http://turmadamonica.uol.

com.br/>

Por que devo acessar esse site?

Para assistir a vídeos, jogar, fazer

downloads, brincar e conhecer outros personagens da série de HQs

mais popular do Brasil, a Turma

da Mônica.

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK

106

Leitura puxa leitura e

Biblioteca cultural em

expansão

CG: 2, 3, 5, 7

CEL: 6

CELP: 1, 8, 9

Habilidades: EF67LP01,

EF67LP20, EF67LP28

P:181

107

Biblioteca cultural

em expansão

107LONELY/SHUTTERSOCK /ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

REPRODUÇÃO

ILUMINURAS ESTÚDIO

DE ANIMAÇÃO

No capítulo dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos,

entramos em contato com Thor, deus da mitologia nórdica. Se você

gosta desse universo, conheça exemplares que ampliarão sua biblioteca cultural.

As 100 melhores histórias da mitologia, de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo

Leia esse livro digital e mergulhe nas deliciosas aventuras dos heróis da mitologia

greco-romana. Descubra as explicações dos antigos para o surgimento do Universo, do homem e do fogo. Envolva-se com as histórias de Hércules, Jasão, Aquiles,

Ulisses, entre tantos heróis que estão no imaginário do homem ocidental.

As melhores histórias da mitologia africana,

de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo

Nesse livro, você conhecerá Ogum, deus da guerra;

Oxóssi, deus da caça; Iemanjá, deusa dos mares;

Xangô, deus do fogo e dos metais; entre outras figuras que habitam a rica cultura mitológica africana.

REPRODUÇÃO

Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras,

de Clarice Lispector

Nesse livro, uma das escritoras mais importantes

de nossa literatura reúne histórias do folclore nacional, uma para cada mês do ano. Lendas indígenas

e personagens folclóricos como Pedro Malazarte,

Saci-pererê e Negrinho do Pastoreio habitam as

lendas recontadas por Clarice.

ILUMINURAS ESTÚDIO

DE ANIMAÇÃO

Icamiabas na Amazônia de Pedra,

de Otoniel Oliveira

A animação se passa em uma fantástica Cidade Amazônia, onde os

antigos deuses se aposentaram e

agora os conflitos passaram a ser

resolvidos por suas estagiárias, as

Icamiabas, quatro meninas guerreiras, uma espécie de versão tupi da

lenda grega das amazonas.

Verifique se a biblioteca dispõe

de uma das obras indicadas ou

outras relativas a mitologias.

Em caso afirmativo, leve a(s)

obra(s) para a classe de modo

que os alunos possam folhear

os volumes e, eventualmente,

escolhê-los para leitura.

P:182

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108

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CAPÍTULO

4

É provável que você já tenha acompanhado, em telejornais, vídeos com

pessoas relatando experiências provocadas por fenômenos naturais. Eles

costumam complementar reportagens ou notícias.

Leia a transcrição de um relato divulgado no portal de notícias G1. Nele

fala o professor Rogério Quintanilha, que, na ocasião, estava com a família

em Santiago, no Chile. Aproveite seus conhecimentos sobre a língua falada

para reconhecer as marcas de oralidade no texto.

Leitura 1

Na imagem,

o professor

Rogério

Quintanilha. REPRODUÇÃO/G1/TV FRONTEIRA

Oi. Meu nome é Rogério. Eu estou com a minha esposa e o meu

filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia

e f... dentro de um shoppingcenter durante o tremor ontem à noite eee...

nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com medo que

alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas... daí eu peguei o meu

filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergência... era um

shopping. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que

eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos.

Durante a noite a gente voltou pro hotel e sentiu algumas vezes,

duas ou três vezes, novamente ressonâncias do primeiro... é... tremor,

mas... agora já está tudo bem e a cidade parece estar funcionando

normalmente. Obrigado.

Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/

fiquei-com-medo-diz-prudentino-que-testemunhou-terremoto-no-chile.html>.

Acesso em: 5 jun. 2018.

RELATO DE EXPERIÊNCIA:

contar o que houve comigo

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. É possível que,

quando forem consultados,

aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado

de endereço.

Se possível, inicie a atividade apresentando apenas o vídeo aos

alunos, sem que vejam a transcrição. Em seguida, permita que ouçam o relato ao mesmo tempo que leem a transcrição para que

as marcas de oralidade se evidenciem.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 3

Habilidades: EF06LP01,

EF67LP03, EF67LP05,

EF67LP06, EF67LP20,

EF69LP03, EF69LP12,

EF69LP17, EF69LP19,

EF69LP21, EF69LP30,

EF69LP42, EF69LP55,

EF07LP02, EF07LP08,

EF07LP09, EF07LP14,

EF08LP16, EF89LP31

Capítulo 4

Pré-requisitos

• EF35LP10

• EF05LP27

• EF06LP05

• EF67LP14

Materiais digitais

Sequência didática 4:

Fonema

CG: 3

CEL: 1, 2, 5

CELP: 1, 3

Habilidades: EF67LP31,

EF67LP32, EF69LP44,

EF69LP55, EF69LP56

Sequência didática 5:

O hip-hop é cultura

CG: 3, 4

CEL: 1, 3, 5

CELP: 9

Habilidades: EF69LP46

Sequência didática 6:

O substantivo

CG: 1

CEL: 3

CELP: 2

Habilidades: EF06LP04,

EF06LP06

CG: 1, 2; CEL: 1; CELP: 1, 2

Habilidades: EF67LP22,

EF69LP34

Leitura 1 – Antes de iniciar o estudo do capítulo, peça aos alunos que façam a pesquisa do boxe “Investigue

em Geografia” da página 109 como tarefa de casa. No retorno, reúna-os em grupos e peça-lhes que produzam

um cartaz para responder à primeira ou à segunda pergunta. Eles devem escolher e efetivar uma estratégia

que lhes permita uma comunicação clara e ágil. Afixe os cartazes na lousa ou na parede formando dois blocos.

Analise com os alunos as estratégias de exposição e identifique com eles aquelas que parecem mais eficientes.

O objetivo é ampliar o repertório de soluções de apresentação da turma e estimular a intencionalidade.

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Videoaula:

Como fazer um resumo

P:183

109

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

109

1 Rogério Quintanilha relatou um terremoto ocorrido

no Chile.

a) O evento narrado é real ou fictício?

b) Segundo o relato, como o terremoto pôde ser

percebido?

c) O evento parece ter sido impactante para Rogério?

Por quê?

2 Localize as palavras que informam quando ocorreu

o terremoto.

a) O evento aconteceu em um passado distante

ou próximo em relação ao relato de Rogério? Justifique

sua resposta.

b) No momento do relato, o acontecimento ainda preocupa

o falante? Explique sua resposta.

c) O falante diz que “a cidade parece estar funcionando

normalmente”. Por que ele usa a palavra parece?

3 Releia este trecho:

“Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece

que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam

tranquilos”.

a) Que palavra mostra que o evento não foi único, isto é, que já havia

acontecido algo parecido antes?

b) Que palavra descreve a reação dos chilenos?

c) Redija uma frase para comparar a reação do produtor do relato com

a dos chilenos. Inclua nela as duas palavras que você respondeu nos

itens a e b.

4 O relato lido é uma transcrição, isto é, um texto que reproduz a fala

conforme ela aconteceu. Releia um trecho do texto.

“Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um

shopping center durante o tremor ontem à noite eee... nós

sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com

medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas...

daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela

saída de emergência... era um shopping.”

a) O falante repetiu a informação de que estava em um shopping

center. Levante uma hipótese: o que o fez repetir isso?

b) Observe que, em dois momentos, o falante alonga a vogal e antes

de continuar a fala. O que esse alongamento mostra?

Desvendando o texto

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

GEOGRAFIA

Investigue em

O Chile é um país da

América do Sul constantemente atingido

por terremotos. Você

sabe por que isso acontece? Quais medidas

são tomadas pelas autoridades chilenas para

minimizar as mortes

e os danos materiais?

Faça uma pesquisa, em

fontes confiáveis da internet ou livros de geografia, para reunir dados

sobre o tema.

Real.

Aconteceu em um passado próximo, como indicam

a palavra ontem e a expressão ontem à noite.

O falante percebeu que o chão estava tremendo.

Não. Ele afirma, no final do relato, que

naquele momento já estava tudo bem.

Acostumados.

Tranquilos.

O alongamento mostra que o falante está buscando a melhor

maneira de continuar sua fala.

4a. Resposta pessoal. É possível imaginar que o falante

tenha esquecido o fato de já ter

mencionado a informação ou

que a tenha repetido porque citou uma “saída de emergência”,

algo que só costuma existir em

locais públicos, o que o levou

a reafirmar que estava em um

shopping.

O falante sugere que não tem certeza de que tudo já esteja normalizado; está

relatando uma impressão que ele tem a esse respeito.

3c. Sugestões de resposta:

1. Rogério Quintanilha teve

medo dos tremores, enquanto

os chilenos permaneceram

tranquilos porque já estão

acostumados com o fenômeno. 2. Os chilenos estão

acostumados com tremores,

portanto ficaram tranquilos,

mas Rogério Quintanilha sentiu medo.

1c. Sim. Rogério afirma ter

sentido medo e relata que

precisou deixar o shopping

às pressas. Ele também contrasta sua reação com a dos

chilenos, que ficaram mais

tranquilos.

Questão 3c – Sugerimos que

duas ou três respostas sejam

anotadas na lousa de modo que

se possam destacar conectores

de causa ou de conse quência

para relacionar os termos

tranquilos e acostumados e

conectores de comparação ou

de oposição para contrastar a

reação do falante com a dos

chilenos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1105 Compare um trecho do relato oral com o trecho de uma notícia escrita na

qual esse relato foi incluído.

Trecho do relato oral

“Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago.

Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um shopping center du

-

rante o tremor ontem à noite eee... nós sentimos o chão tremer, as prateleiras

eee... [...] saímos pela saída de emergência... era um shopping. Os chilenos todos

fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados [...].”

Trecho da notícia

[...]

Segundo o prudentino, no momento do tremor, ele estava dentro de uma

farmácia, em um shopping center de Santiago. “Nós, eu, minha esposa e meu

filho pequeno, sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem.

[...] Todos os clientes do local foram para a rua, pois os chilenos parecem

ser mais acostumados a esse tipo de situação [...]”, afirmou ao G1.

Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/

fiquei-com-medo-diz-prudentino-que-testemunhou-terremoto-no-chile.html>.

Acesso em: 5 jun. 2018.

a) A notícia apresenta duas vozes: a de quem a escreveu e a de Rogério, que fez

o relato. Que sinal de pontuação foi usado para separar a voz de Rogério?

b) Qual é o sentido da palavra segundo nesse contexto? Qual é sua finalidade?

c) Que adaptações da linguagem foram feitas pelo produtor da notícia na

fala de Rogério?

d) Em sua opinião, é mais interessante assistir a um relato de experiência em

vídeo ou lê-lo? Por quê?

Prudentino

: pessoa

nascida em Presidente

Prudente (SP).

IVAN ALVARADO/REUTERS/FOTOARENA

Carro destruído

entre escombros

após terremoto de

magnitude 8,3 que

atingiu a cidade de

Coquimbo, a 445 km

de Santiago, no Chile,

em 17 set. 2015. O

epicentro do tremor

foi a cerca de 55 km

a oeste de Illapel,

capital da província de

Choapa, localizada na

região de Coquimbo.

6 No mesmo dia em que o vídeo do relato foi divulgado, o portal UOL publicou

a notícia acompanhada por uma galeria de fotografias. Veja uma delas.

5a. As aspas.

5d. Resposta pessoal.

Entre outros fatores, os

alunos podem apontar

a maior impressão de

veracidade do relato

oral, uma vez que o

público vê e ouve o

falante, conhecendo

a maneira como real

-

mente formulou suas

falas, ou indicar como

vantagem a tendên

-

cia à síntese do texto

escrito.

5b. Essa palavra tem o

sentido de “de acordo

com”, e sua finalidade

é introduzir a fala do

entrevistado.

5c. O produtor da notí

-

cia incluiu informações

que faltavam (viu prate

-

leiras balançarem), tornou a linguagem mais

precisa (os chilenos

todos

× todos os clien

-

tes do local), eliminou

marcas de oralidade,

como pausas, entre

outras.

P:185

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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a) Explique por que o relato do professor e a fotografia provocam duas

impressões diferentes sobre o terremoto no Chile.

b) Comparando os dados oferecidos no relato de Rogério e na legenda

da foto, explique por que o terremoto produziu consequências tão

diferentes em Santiago e em Coquimbo.

c) Por que esse tipo de fotografia é também um trabalho jornalístico,

como uma notícia?

d) Que aspectos do fato estão destacados na fotografia? Explique

sua resposta.

e) A foto a seguir faz parte da mesma galeria da qual foi extraída a imagem dos escombros. Em sua opinião, o que ela pretende destacar?

MARTIN BERNETTI/AFP

O chileno Jorge Castro resgata cachorro perdido durante o tsunami

que sucedeu o terremoto. Coquimbo, Chile, 18 set. 2015.

Tendo em vista o relato de Rogério Quintanilha, divulgado em um portal

de notícias, responda às questões.

1 O falante apresenta o fato como um participante ou como um observador? Justifique sua resposta com palavras do texto.

2 Em sua opinião, por que o portal se interessou em apresentar esse relato?

3 Você ficou interessado nesse relato? Por quê?

Como funciona um relato de experiência?

No gênero textual relato de experiência, ou depoimento, o falante conta

uma experiência real e marcante. O texto, que pode ser falado ou escrito,

apresenta um ponto de vista pessoal.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

6a. O relato do professor é

tranquilizador e fala de uma

cidade que está retornando

à vida normal, enquanto a

fotografia mostra uma área to- talmente destruída, revelando

uma situação muito séria.

Porque cumpre a função de informar

sobre um fato de interesse social.

6d. Resposta pessoal. Espera-

-se que os alunos reconheçam

que a foto destaca a força do

terremoto, como sugerem os

escombros vistos na cena e,

mais especialmente, o carro

lançado sobre eles. Também

permite ao leitor inferir que a

população enfrentará dificuldades severas.

6e. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos notem

a intenção de ressaltar o

aspecto humano da tragédia,

mostrando a alegria do homem que conseguiu resgatar

o animal.

6b. Coquimbo foi mais atingida pelo terremoto por estar

perto do epicentro, enquanto

a capital, Santiago, mais

distante, sofreu um abalo

mais leve.

1. Como um participante, pois

emprega pronomes de 1a

pessoa: eu, minha esposa, meu

filho, nós.

2. Resposta pessoal. Porque

fatos como terremotos e outros

acidentes naturais provocam

a curiosidade do público, que

deseja saber como as pessoas

lidaram com o evento.

3. Resposta pessoal. É possível que alguns alunos apontem

o interesse por conhecer uma

experiência real envolvendo

um terremoto, enquanto outros

digam que esperavam um relato mais emocionante.

Questão 6d – Aproveite a atividade para comentar com os

alunos que, ao definir o enquadramento e a distância

que ficará do objeto retratado, entre outros aspectos, o

repórter fotográfico apresenta

um ponto de vista pessoal sobre o fato, que vai destacar

aquilo que mais lhe interessa.

Não há neutralidade absoluta

nas atividades que dependem

de escolhas.

Questão 6e – Veja se os alunos incorporaram a discussão

sobre neutralidade que você

promoveu no item anterior.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa. Quem me levou no Espaço Criança

Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre

morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo. Ele me levou

lá. Ele falou “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. Aí eu catei, cheguei

no espaço, que pr... eu não conhecia, só passava por lá, mas não sabia o que

tinha. Eu não era ali da região, né? Eu era um... eu era da Freguesia, o Espaço

Criança Esperança já fica na Brasilândia. Não ia muito prali. Ééé... aííí... eu...

comecei a conhecer o pessoal. Conheci o Douglas, que era o cara que operava

o estúdio, conheci o Bonga, que era ooo... grafiteiro... queee... meio que era o

coordenador do espaço, que foiii... meu... meu maior professor no hip-hop,

um cara que me ensinou muita coisa, que me ensinou o que era hip-hop. Foi

o cara que pegou, chegou em mim, estava tendo um show e ele falou “Pega

um microfone e rima”, porque eu não queria fazer isso, eu tava com vergonha.

Foi a primeira vez que eu peguei no microfone e rimei, foi ele que deu espaço,

ele que mandou fazer isso aí e eu fiz. Tinha eventos, tinha umas oficinas de

rádio, tinha oficina de produção, tinha oficina de DJ... Eu cheguei até a dar

umas oficinas no espaço. De MC. E foi... sabe... muito... foi muito gratificante

pra mim, porque eu p... saí dali e ali mesmo eu tava podendo... sabe?... mostrar

“Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra

você começar a fazer tal coisa...” Conseguia passar o conhecimento.

Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/o-hiphop-da-voz-aos-oprimidos-100044/colecao/93479>. Acesso em: 30 maio 2018.

Leitura 2

O relato transcrito a seguir foi produzido pelo músico paulista Pedro

Antônio Alves para o Museu da Pessoa. Nele é contada sua experiência em

um projeto social, inicialmente como aprendiz e depois como orientador.

Leia o texto e responda às questões. Leia prestando atenção nas marcas

de oralidade mostradas na transcrição.

Você já conheceu outro relato disponível nesse mesmo museu virtual:

aquele em que o médico

Jaime Murahovschi contou como soube que a

Segunda Guerra Mundial

tinha acabado.

Lembra?

Espaço Criança Esperança:

parceria entre Instituto Sou

da Paz, Prefeitura de São

Paulo, Rede Globo e Unesco

que promove atividades culturais e esportivas voltadas

à cidadania.

LASSMAR

O rap e o hip-hop

O hip-hop é uma cultura

nascida nas periferias urbanas de

algumas cidades da América Latina e dos Estados Unidos. Inclui

o rap, o grafite e a breakdance,

entre outros elementos.

VICENTE MENDONÇA

O rap é uma fala musicada,

com rimas e poesia, muitas vezes improvisada. Costuma ser

interpretado com uma batida

musical ao fundo.

LASSMAR

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Refletindo sobre o texto

1 Nesse relato de experiência, o jovem músico conta sua participação

no projeto Espaço Criança Esperança.

a) O contato de Pedro com a arte se iniciou nesse projeto? Por quê?

b) Quem o apresentou ao projeto?

c) O que essa pessoa deixou implícito em sua fala quando disse “Então,

tem um estúdio aqui, tem um pessoal”.

d) Segundo o relato, qual pessoa mais contribuiu para o desenvolvimento profissional de Pedro? Por quê?

2 Os relatos de experiência trazem o depoimento de quem viveu uma

situação incomum, como testemunhar um acidente, ou apresentam

uma história pessoal que pode servir como um exemplo para outras

pessoas. Qual é a finalidade do relato de Pedro? Explique.

3 Os textos desse gênero contam uma vivência marcante, de um ponto

de vista pessoal.

a) Que pessoa gramatical predomina no relato: a primeira ou a

terceira?

b) A predominância dessa pessoa sugere que o falante participa das

ações relatadas ou as observa?

c) Os fatos relatados referem-se ao presente, passado ou futuro?

Explique.

4 O relato de Pedro é divulgado no site do Museu da Pessoa, que

permite aos falantes usarem a linguagem com a qual têm mais

intimidade.

a) A linguagem de Pedro é formal ou informal? Dê exemplos de palavras ou expressões que comprovem sua resposta.

b) Relacione a linguagem utilizada por Pedro às características dele.

c) Em sua opinião, a linguagem empregada por Pedro seria adequada

se ele fosse apresentar as atividades desenvolvidas no Espaço

Criança Esperança para possíveis patrocinadores? Explique sua

resposta.

5 A transcrição do texto procurou reproduzir a maneira como Pedro

realmente falou.

a) Releia o início do relato.

“Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei

no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa.”

Observe o alongamento das vogais no trecho. Para que serve esse

recurso comum em textos orais?

Não, pois ele já conhecia o rap.

A primeira pessoa.

Participa.

Ao passado, porque são experiências já vividas.

1c. A pessoa sugeriu a Pedro

que considerasse a possibilidade de se envolver nas

atividades musicais desenvolvidas pelo projeto.

4a. É informal. Pedro usa

termos como catei (com

sentido de “tomei a iniciativa”) ou cara e expressões

como chegou em mim (com

sentido de “se aproximou”)

ou meio que era (com sentido de “atuava como”).

4b. Pedro é um músico, que

divulga uma cultura popular

jovem, o que explica sua

opção por uma linguagem

informal.

1b. Pedro foi apresentado ao

projeto por Diego, um amigo

de infância, que sabia da

existência de um estúdio no

Espaço Criança Esperança.

1d. O grafiteiro Bonga foi

seu maior incentivador. Ele

atuava como coordenador

do espaço, ensinou a Pedro

o que era o hip-hop e o estimulou a fazer sua primeira

apresentação pública.

2. A finalidade do relato é

mostrar uma situação exemplar, já que apresenta um

jovem que encontrou, em

um projeto social, estímulo

para sua expressão artística

e para compartilhar conhecimentos com outras pessoas.

Resposta pessoal.

Para que o falante tenha tempo para preparar a

continuação da fala.

Questão 4c – Ajude os alunos

a perceber que, apesar de a

linguagem estar relacionada

com a idade e a cultura defendida por Pedro, em certas situações comunicativas

espera-se que o falante use

uma linguagem mais formal.

É o caso de uma apresentação

para possíveis patrocinadores,

já que o assunto não é pessoal

e não há intimidade entre os

interlocutores.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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O vídeo do relato de

Pedro Antônio Alves

está disponível no site

do Museu da Pessoa,

que coleta vários relatos de experiência para

compor um painel do

povo brasileiro. Em sua

opinião, esse projeto é

interessante? Por quê?

Fala aí!

LASSMAR

No gênero textual relato de experiência, o produtor conta um evento

incomum, como testemunhar um terremoto, ou exemplar, como ser

voluntário em uma campanha social. O texto apresenta fatos, causas e

consequências, decisões e sentimentos, sempre de um ponto de vista

pessoal. Dependendo do veículo de circulação (um telejornal, um jornal

on-line, um blog etc.) e dos interlocutores, o texto poderá ser mais formal

ou menos formal.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Se esse relato fosse meu...

Suponha que você estivesse no lugar de Pedro e fosse explicar o que significa

MC e o que ele faz. Como explicaria?

b) Releia outro trecho.

“Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um

amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente

sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma

escola um tempo.”

O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que

isso aconteceu?

c) As marcas de oralidade que você observou nos itens a e b revelam

que Pedro estava falando de modo displicente, descuidado? Explique sua resposta.

6 Pedro não chega a explicar o que um MC faz. Releia este trecho.

“Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função

dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...”

a) Copie as palavras ou expressões usadas para evitar a descrição das

funções de um MC.

b) Por que Pedro optou por não descrever as funções?

O MC, ou mestre de cerimônias, é um artista que atua na

esfera da cultura hip-hop ou

da cultura do funk. Ele anima

as festas interagindo com

o público, cantando letras

de sua autoria ou fazendo

improvisações.

Tal coisa; isso.

6b. Essa descrição não era

necessária para o sentido

que Pedro queria construir.

Ele desejava mostrar a maneira como atua no projeto, e

não transmitir as informações

que apresenta nas oficinas.

O falante sentiu necessidade de explicar melhor qual era sua

O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que

relação com Diego antes de contar o que ele propôs.

5c. Não. Os textos orais têm

características diferentes

daquelas dos textos escritos,

porque há um tempo mínimo

de planejamento. Os alongamentos e as interrupções

revelam o processo de cons- trução da fala, e não uma

atitude displicente.

Resposta pessoal.

Questão 5c – Aproveite essa

atividade para retomar o conteúdo estudado no Capítulo 3,

que trata das diferenças entre a

língua escrita e a língua falada.

Se esse relato fosse meu... –

Dependendo de sua turma, é

possível que os alunos tenham

muitas informações sobre a

atuação de um MC. Permita

que falem dessa função e, se

possível, relacione-a com o

relato de Pedro Antônio Alves.

Fala aí! – Leve os alunos a perceber que esses relatos ajudam

a formar um grande panorama

do Brasil e de seus moradores e

contribuem para a construção

da memória coletiva.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Relações de causa e consequência

1 Leia um relato escrito pelo menino paulistano Jibran Coruminas

Hsieh, colunista do caderno Folhinha, do jornal Folha de S.Paulo.

Um vascaíno em São Paulo

Meu pai nasceu em Brasília e torce para o Vasco. Eu nasci aqui

em São Paulo, mas desde pequeno também sou vascaíno.

Quando tinha 5 anos, fui internado no hospital. Tinha que colocar um cateter na veia para tomar remédio, mas não queria deixar,

porque estava com aflição daquela agulha.

Então, meu pai prometeu que eu poderia conhecer os jogadores

do Vasco se deixasse o médico colocar o tubo no meu braço.

Quando saí do hospital, fui com ele, minha mãe e meus irmãos

para Atibaia para ver um treino do time. Foi muito legal! Eu tirei

fotos e joguei bola com todos os jogadores. E um repórter que estava

lá também me entrevistou para a TV.

[...]

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/

colunas/ideias/2015/09/1683389-um-vascainoem-sao-paulo.shtml?loggedpaywall>.

Acesso em: 30 maio 2018.

Se eu quiser aprender mais

LASSMAR

a) O que convenceu o produtor desse relato a aceitar o tratamento

médico?

b) Veja a reelaboração de um trecho do texto.

(1) O menino não queria a colocação de um cateter em sua veia, /

(2) porque tinha aflição de agulha.

I. A frase apresenta uma relação de causa e consequência. O trecho

que indica causa é o primeiro ou o segundo?

II. Que palavra foi usada para estabelecer essa relação?

c) Escreva um período juntando as informações a seguir, na ordem

em que foram apresentadas. Entre elas, use uma ou mais palavras

que estabeleçam uma relação de consequência.

O menino tinha aflição de agulha.

O menino não queria um cateter em sua veia.

Na língua, existem palavras responsáveis por relacionar ideias, estabelecendo uma relação lógica entre elas. São os conectores. Ao usá-

-los, organizamos melhor o texto e ajudamos nossos interlocutores a

compreen der nosso pensamento.

Costuma-se usar a vírgula antes dos conectores de causa e de consequência.

1a. A promessa feita pelo pai,

também vascaíno, de que o

menino poderia conhecer os

jogadores do Vasco caso permitisse que um cateter fosse

colocado em sua veia para um

tratamento médico.

O segundo.

Porque.

1c. Sugestão: O menino tinha

aflição de agulha, por isso não

queria um cateter em sua veia.

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 5

CEL: 1, 2

CELP: 1, 3

Habilidades: EF67LP37,

EF08LP12, EF08LP13,

EF09LP08, EF09LP11

P:190

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

116

Há também conectores de condição, de oposição, de adição, entre outros que

você estudará depois.

Conheça, agora, mais alguns conectores de causa e de consequência que você

pode empregar em seus textos escritos e orais.

• Conectores de causa: porque, pois, como (no início das frases), visto que,

já que, uma vez que.

• Conectores de consequência: portanto, por isso, então, logo, assim, desse modo,

dessa forma, consequentemente.

2 Reúna as informações em uma única frase, estabelecendo entre elas uma

relação de causa. Siga o modelo.

Não comprou o vestido. O preço estava muito alto.

Não comprou o vestido, já que o preço estava muito alto.

a) Eu sairei mais cedo hoje. Preciso comprar um presente para meu amigo secreto.

b) Há um caminhão quebrado na pista. Os carros não conseguem passar.

c) Será preciso limpar a sala novamente. Uma criança derrubou a caneca de leite.

3 Reescreva as mesmas frases, agora estabelecendo relações de consequência.

Veja o modelo.

Não comprou o vestido. O preço estava muito alto.

O preço estava muito alto, logo não comprou o vestido.

Nesta seção, estamos estudando conectores de causa e de consequência.

Veja como funcionam.

Ela foi aprovada, pois estudou bastante.

Estou muito gripada, então não irei à aula hoje.

Pois introduz uma oração

que indica a causa do que

foi declarado antes.

Então introduz uma oração que é uma consequência, um resultado do que foi

dito anteriormente.

ILUSTRAÇÕES: LASSMAR

As respostas são sugestões.

2a. Eu sairei mais

cedo hoje, porque

preciso comprar um

presente para meu

amigo secreto.

2b. Como há um caminhão quebrado

na pista, os carros

não conseguem

passar. Será preciso limpar a sala novamente, visto que uma criança derrubou a caneca de leite.

As respostas são sugestões. a) Preciso comprar um presente para meu amigo secreto, portanto

sairei mais cedo hoje. b) Há um caminhão quebrado na pista; por consequência, os carros não

conseguem passar. c) Uma criança derrubou

a caneca de leite, então será preciso limpar

a sala novamente.

P:191

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

117

Você conheceu três relatos de experiência neste volume: o do médico que

falou sobre o fim da Segunda Guerra Mundial, no Capítulo 1, o do professor

que presenciou um terremoto no Chile e o do músico que participou do

projeto Espaço Criança Esperança, os dois últimos neste capítulo.

Agora é sua vez de compor um relato de experiência. Procure se

lembrar de um evento que tenha sido marcante para sua comunidade: a

inauguração de um espaço cultural, a presença de um artista na cidade,

a gravação de cenas de um filme em espaço público, um desastre natural

que tenha atingido a região etc. Você vai contar sua experiência pessoal

em relação a esse evento. Filme-o, usando um smartphone.

Seu relato deve durar entre 1min20s e 2min e será apresentado para seus

colegas durante uma aula.

Momento de produzir

Planejando meu relato de experiência

Para compor seu relato de experiência, considere as informações e orientações apresentadas no esquema a seguir.

Meu relato de experiência NA PRÁTICA

Da teoria para a... ... prática

Os relatos de experiência tratam de

eventos marcantes.

Procure deixar claro onde e quando aconteceu

o evento. Seus ouvintes devem reconhecer a situação a que você está se referindo.

Dependendo da situação de exposição,

esse gênero textual se vale de uma linguagem mais informal ou mais formal.

Você vai expor o relato para seus colegas de turma. Procure usar construções parecidas com as

de uma conversa, sem esquecer que está em uma

situação escolar. Não exagere no uso de gírias.

Como você vai planejar a apresentação, o texto

não será espontâneo e, portanto, deverá ter menos marcas de oralidade.

Essa produção é oral, mas planejada.

Preste muita atenção à clareza necessária, que é

conseguida com uma boa organização das ideias

e um bom uso da voz e do corpo na apresentação.

O relato é uma fala pública.

Coloque-se na posição de protagonista, evidenciando como você vivenciou o evento. Empregue

a primeira pessoa e palavras que mostrem sua

visão particular dos acontecimentos.

Os relatos de experiência apresentam

um ponto de vista pessoal.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Caso não seja possível fazer

a filmagem, peça aos alunos

que ensaiem e apresentem

o relato ao vivo. Nesse caso,

a apresentação será feita

para um grupo de quatro

pessoas, que a avaliará logo

na sequência.

A intenção da atividade é

oferecer aos alunos a possibilidade de rever suas produções e pensar em formas de

tornar a comunicação ainda

mais eficaz. Após a refilmagem

proposta nesta seção, escolha

dois ou três relatos e exiba-os

aos alunos. Analise com eles

essas produções, observando

os elementos relacionados à

fala (modulação de voz, ritmo,

altura etc.), a postura corporal e a gestualidade. Leve-os

a perceber a progressão do

texto, a clareza e a variedade

linguística empregada.

Após a avaliação, os relatos

podem ser guardados para

apresentação aos pais em uma

reunião de série. Como são curtos, é possível apresentar dois

ou três deles em uma situação

coletiva e reproduzir os demais

nos momentos que antecedem

e sucedem a reunião.

A EF69LP06 menciona a possibilidade de o aluno vivenciar

de forma significativa alguns

papéis típicos do campo jornalístico/midiático. A produção de

um relato de experiência, aos

moldes daqueles inseridos em

um telejornal ou em um museu

virtual, permite ao aluno vislumbrar sua participação nesse

campo e instrumentaliza-o para

tal. Coloca-se como sugestão

para a participação do aluno em

práticas sociais diversas, inclusive práticas cidadãs, estimulando

a produção responsável e ética

de conteúdo digital com fins

informativos ou opinativos.

Meu relato de experiência

na prática

CG: 1, 3, 4, 5, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 7

Habilidades: EF69LP06,

EF69LP07, EF69LP10,

EF69LP12, EF69LP19,

EF69LP40, EF08LP14

P:192

118

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

118

Elaborando meu relato de experiência

1. Inicie o relato cumprimentando o público e introduzindo o assunto. Você

pode começar explicando por que escolheu contar essa experiência.

2. Apresente as informações em uma ordem adequada. Cuide para que

exista uma boa progressão, evitando repetição ou inserção de dados fora

da ordem mais lógica.

3. Finalize o relato contando como o evento marcou a história da comunidade.

4. Lembre-se: é importante que sua fala possa ser entendida. Não fale rápido nem baixo demais e pronuncie bem as palavras. Use uma entonação

adequada ao conteúdo e gesticule de modo natural.

Momento de reescrever

Avaliando meu relato de experiência

Forme grupo com mais três ou quatro colegas. Vocês devem assistir à

filmagem de um relato e comentá-la logo na sequência, usando os critérios

anotados no quadro a seguir. Indiquem os pontos de que mais gostaram

e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios.

A O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente?

B O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado?

C O final do relato apresenta uma conclusão?

D O relato revela uma visão pessoal da experiência?

E O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma

situação de apresentação escolar?

F A fala não é repetitiva nem confusa?

G O falante está seguro?

H O ritmo, a entonação e a altura da voz estão adequados?

I Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente

com o que se apresenta?

Reelaborando meu relato de experiência

1. Aproveite os comentários feitos por seus colegas e utilize-os para repensar

sua apresentação.

2. Lembre-se também de usar os conectores de causa e de consequência,

que ajudam a organizar as ideias.

3. Se tiver gostado de alguma estratégia usada por um colega, procure

incorporá-la a seu texto.

4. Filme novamente seu relato de experiência.

Ensaie sua apresentação. Você não deve

escrever um texto e memorizá-lo, porque ele

não soará natural, mas

pode organizar previamente as ideias e formular algumas frases que

considere interessantes.

Dica de professor

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios.

O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente?

O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado?

O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma

Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente

LASSMAR

Avaliando meu relato de experiência – Se possível, peça aos

alunos que usem os próprios

smartphones para apresentar

suas filmagens. Caso contrário,

exiba todas elas usando um

aparelho disponível na escola. Indique, previamente, os

alunos que deverão fazer a

avaliação de cada produção.

P:193

119

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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O primeiro texto que você leu relata a maneira como um brasileiro

vivenciou um terremoto no Chile. Leia agora um poema do escritor

mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que também fala

de um tremor de terra.

Classe mista

“Meninas, meninas,

do lado de lá.

Meninos, meninos,

do lado de cá.”

Por que sempre dois lados,

corredor no meio,

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

p. 581. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.

1 Que aspecto da educação retratado no poema é diferente nos dias

de hoje?

2 Que palavra do texto revela que o eu lírico se inclui no grupo de

estudantes?

3 Os quatro primeiros versos apresentam duas frases entre aspas.

Por que esse sinal de pontuação foi empregado?

4 No oitavo verso, o eu lírico afirma sonhar com um tremor de terra.

Qual é o sentido da palavra sonho nesse contexto?

5 Por que o sonho de um terremoto é estranho?

6 O que explica esse sonho do eu lírico?

7 Que informação sobre os terremotos é sugerida pela palavra jamais

no texto?

8 A repetição da palavra jamais tem o objetivo de reforçar, suavizar

ou alterar o sentido da palavra?

9 Que diferença existe entre o terremoto citado por Rogério

Quintanilha e esse mencionado no poema de Drummond?

professora em frente,

e o sonho de um tremor de terra

que só acontece em Messina,

jamais, jamais em Minas,

para, entre escombros, me ver

junto de Conceição até o m do curso?

Textos em conversa

Na questão 8, você examinou um efeito expressivo. Além de transmitir

ideias por meio das palavras, podemos produzir sentidos manipulando recursos da língua. É o que acontece, por exemplo, quando usamos um diminutivo para revelar carinho (meu filhinho), atribuímos uma ação humana a

um objeto com o objetivo de sugerir uma intenção (O carro tinha decidido

não funcionar) ou repetimos um termo para enfatizá-lo.

Verso é cada linha de

um poema.

Lembra?

Messina: cidade italiana

devastada por um

terremoto em 1908.

Em sua opinião, que

benefícios existem na

forma atual de ensino,

que não separa meninos e meninas?

Fala aí!

Resposta pessoal.

A informação de que não ocorrem terremotos na região em que está

a escola (Minas Gerais).

O fato de as carteiras de meninos e de meninas não ficarem misturadas na sala de aula.

A palavra me.

Porque a fala não é do eu lírico; ele está citando o que ouviu na escola.

Desejo, vontade.

Porque, em geral, as pessoas temem os terremotos pelo risco de morte e de prejuízos.

Por que o sonho de um terremoto é estranho?

Reforçar.

9. O terremoto citado por Rogério é um fato real, que efetivamente ocorreu, enquanto

o mencionado no poema é

apenas um evento imaginário, usado pelo eu lírico para

sugerir seu grande desejo de

estar perto da amada.

O terremoto imaginado seria uma solução para que o eu lírico se

aproximasse de Conceição, porque o evento alteraria a posição dos alunos na sala de aula.

Fala aí! – Ajude a turma a

perceber que a convivência na

escola é um dos fatores que

contribuem para a igualdade

de gêneros, pois ali evidenciam-se as mesmas competências de meninos e meninas.

Caso apareçam comentários

preconceituosos, como os que

sugerem que as meninas distraem os meninos, aponte o

equívoco desse pensamento,

mostrando que a convivência

em sociedade exige respeito

mútuo. Durante o debate, procure levar os próprios alunos,

respeitosamente, a rebater argumentos que firam princípios

éticos. Insista no respeito aos

turnos de fala.

Textos em conversa

CG: 1, 3, 4, 6

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 6

Habilidades: EF67LP05,

EF67LP27, EF67LP28,

EF69LP48, EF69LP54

P:194

120

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Como você estudou, o relato de experiência é uma das maneiras de

contar aos ouvintes ou leitores uma situação vivida por alguém e suas

sensações. Esse conteúdo também poderia ser transmitido por meio de

uma entrevista, um gênero textual muito usado por programas de televisão e rádio, jornais e revistas. Nela, um entrevistador faz perguntas

a um entrevistado, estimulando-o a contar suas experiências, comentar

seus sentimentos ou dar sua opinião.

Imagine uma entrevista com Pedro Antônio Alves, o jovem músico do

Espaço Criança Esperança (Leitura 2). Ela poderia começar assim:

Entrevistador: Olá, Pedro. Como você se tornou um músico?

Pedro: Primeiro eu conheci o rap e depois comecei a frequentar o Espaço

Criança Esperança.

Entrevistador: E como você conheceu esse projeto?

Pedro: Foi o Diego, um amigo que morava na minha rua e estudava

na mesma escola que eu, que me levou até lá.

Agora é sua vez de transformar um relato em entrevista. Crie perguntas

e respostas usando o conteúdo do relato do professor Rogério Quintanilha sobre sua experiência no Chile (Leitura 1). O maior desafio desta

atividade é formular boas perguntas, que pareçam naturais, verdadeiras,

e permitam a construção de respostas com os dados que estão no relato.

Imagine que sua entrevista será publicada no jornal da escola. Inicie

cada pergunta com o termo entrevistador e cada resposta com o nome

do entrevistado, como você viu no exemplo anterior. Crie um título que

ajude o leitor a reconhecer o assunto da entrevista.

Vamos avaliar?

Forme dupla com um colega. Leia em voz alta as falas do entrevistador

enquanto ele lê as do entrevistado. No final da leitura, seu colega deve

avaliar com “sim”, “não” ou “mais ou menos” os aspectos listados a seguir

e explicar a opinião dada.

1. As perguntas são coerentes com as respostas?

2. As respostas trazem as principais informações do relato?

3. As perguntas e respostas permitem ao leitor compreender o que

aconteceu com Rogério no Chile e o que ele sentiu no momento?

4. O título ajuda o leitor a saber o conteúdo da entrevista?

5. O texto é interessante, desperta a curiosidade do leitor?

Ao terminarem, invertam suas posições para que você avalie o texto

produzido por seu colega.

Transformando o relato de

experiência em entrevista

Antes de iniciar qualquer texto, reflita sobre

a forma como ele circulará. De que modo

a entrevista será divulgada? Quem vai ler o

texto? Que modalidade

da língua deve ser usada:

a escrita ou a falada? É

melhor usar um nível de

linguagem mais formal

ou mais informal? Esses

dados vão ajudar você a

definir a melhor forma

de redigir seu texto.

Dica de professor

LASSMAR

Se achar conveniente, peça

aos alunos que façam outras

perguntas e respostas antes

de iniciar a atividade escrita.

Dica de professor – Ajude os

alunos a notar que, devido à

forma de circulação (jornal da

escola), eles deverão usar a

modalidade escrita, portanto

sem marcas de planejamento,

e que, em razão do público

(alunos, profissionais da escola

e, eventualmente, famílias),

seu nível de linguagem deve

seguir as variedades urbanas

de prestígio, mas sem excesso

de formalidade.

O gênero entrevista ainda não

apareceu no volume, mas contamos com o conhecimento

prévio dos alunos, já que estão

previstas a leitura e a produção

de textos do gênero nos anos

iniciais do Ensino Fundamental.

Além disso, a atividade dispõe

de orientações e exemplos

que vão nortear o processo

de produção.

Transformando o relato de

experiência em entrevista

CG: 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 2, 5

Habilidades: EF67LP09,

EF67LP14, EF69LP06,

EF69LP10, EF69LP16,

EF69LP39, EF89LP13

P:195

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Onde ocorreu o terremoto relatado pelo professor paulista no início deste

capítulo? Quem estava com ele? O que ele sentiu? As palavras que você

usaria para nomear o lugar, as pessoas e o sentimento fazem parte de uma

mesma classe gramatical: o substantivo. Esse é o tema das seções a seguir.

MARCELLA BRIOTTO/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A

1 Que tipo de atitude essa campanha pretende combater?

2 Recursos não verbais são importantes para a transmissão de uma

mensagem em um anúncio publicitário.

a) Quais figuras foram escolhidas para compor a imagem?

b) Explique a maneira como essas figuras foram organizadas no anúncio e relacione-as ao objetivo dele.

Mais da língua

Substantivo

Pra começar

Leia este anúncio publicitário de uma campanha de interesse social.

A presença de aparente propaganda na seção se justifica

de acordo com o Parecer

CNE/CEB nº 15/2000, que

diz que “o uso didático de

imagens comerciais identificadas pode ser pertinente

desde que faça parte de um

contexto pedagógico mais

amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas

formas de linguagens presentes em nossa sociedade,

submetido às determinações

gerais da legislação nacional

e às específicas da educação

brasileira, com comparecimento módico e variado”.

A discriminação das mulheres.

2a. Uma menina e um menino, o sinal de igualdade,

uma boneca, a ponta de um

carrinho, um doce e livros.

2b. A imagem se divide em

duas partes, uma referente

à menina, e outra, ao menino. Entre os dois há o sinal

de igualdade, sugerindo a

equivalência dos gêneros.

Os objetos dispõem-se de

modo a mostrar que não há

um universo próprio de um

ou de outro sexo: uma boneca

aparece na divisa entre os

lados do garoto e da garota,

enquanto a ponta de um carrinho figura ao lado dela. Há

livros em ambas as partes.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Conceito e classificação

do substantivo;

• Flexão de gênero;

• Flexão de número;

• Variação de grau;

• Grafia de encontros consonantais (revisão).

A seção Mais da língua deste

capítulo e dos dois próximos

está centrada no estudo de

substantivo, adjetivo, artigo,

numeral e verbo. O conteúdo

comunica-se com as CELP 4 e 5,

que apontam a compreensão

do fenômeno da variação linguística e o emprego das variedades em função da situação

comunicativa. Nas atividades

dessas seções, o aluno analisará a função e as flexões das

palavras dessas classes gramaticais, como indica a EF06LP04,

com o propósito principal de

empregar as regras básicas de

concordância nominal e verbal,

como preveem a EF06LP06 e

EF07LP06. Além disso, observará sua formação, conforme

a habilidade EF67LP35.

Mais da língua e

Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9

CEL: 1, 2, 3, 4, 5

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7

Habilidades: EF06LP03,

EF06LP04, EF06LP06,

EF06LP11, EF67LP05,

EF67LP08, EF67LP32,

EF67LP35, EF69LP02,

EF69LP17, EF08LP05,

EF89LP37

P:196

122

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

122

4 Essas palavras fazem referência a um grupo e não a um único ser.

Como essa ideia de número é indicada?

5 O texto verbal faz referência a dois momentos: hoje e amanhã. O que

eles significam no contexto desse anúncio?

6 Redija uma frase que traduza a ideia central do anúncio.

Essa campanha publicitária é dirigida aos

familiares de crianças e

jovens. Você acha importante tratar desse tema

com sua família? Por

quê? O que você pensa

sobre o assunto abordado no anúncio?

Fala aí!

Para falar desse anúncio publicitário, usamos palavras que nomeiam seres e objetos: meninos, meninas, homens, mulheres, carrinho, boneca, doce e

livros. Essas palavras são substantivos.

Os substantivos também nomeiam lugares, sentimentos, ações e conceitos. Observe que o anúncio explora a ideia de igualdade. Igualdade é o

nome que damos à qualidade do que é igual ou que não apresenta diferenças,

portanto é usado para identificar um conceito.

Os substantivos apresentam informações gramaticais de número singular

(menino) ou número plural (meninos), assim como de gênero masculino

(menino) ou gênero feminino (menina).

Palavras de outras classes gramaticais costumam acompanhar os substantivos para determinar o sentido deles. Observe.

Os substantivos nomeiam seres, objetos, lugares, instituições, ações,

sentimentos, estados e conceitos. Expressam as noções de gênero e de

número e têm seu sentido especificado ou completado por termos de outras

classes gramaticais.

LASSMAR

Meu primeiro brinquedo foi uma bola enorme.

ideia de

posse

ideia de

ordem

ideia de

generalização

ideia de

tamanho

substantivo substantivo

3 No texto verbal, aparecem quatro palavras que nomeiam seres. Quais

são elas?

Pela terminação -s, que indica plural.

6. Sugestões de resposta:

O tratamento de meninos e

meninas com igualdade na

infância propicia o fim de

preconceitos na vida adulta.

A igualdade de gêneros na

vida adulta depende do tratamento igualitário na infância.

Hoje representa a infância; amanhã, a vida adulta.

Meninos, meninas, homens, mulheres.

Fala aí! – Enfatize aos alunos

que as mulheres continuam

não recebendo o mesmo tratamento dos homens, o que

se reflete na menor oportunidade em algumas áreas

profissionais ou no menor

salário recebido em algumas

funções. A educação familiar é

um importante fator para que

os meninos não discriminem

as meninas e para que elas

percebam que têm os mesmos

direitos que eles. A atribuição

de tarefas domésticas também

aos meninos contribui para a

consciência de que o cuidado

com a casa e a família é uma

atribuição do casal, e não apenas das mulheres, assim como

a carreira profissional pode ser

uma meta de ambos.

Como a atividade não pode se

sobrepor ao tópico que está

sendo desenvolvido, sugerimos

que, em vez do debate, dirija

a pergunta a alguns alunos

apenas, o que dará a eles

uma prática de fala pública

e fará os demais refletir. Se a

questão empolgar sua turma,

retome-a no final do capítulo

e dê continuidade ao debate.

Questão 6 – Caso tenha pedido a preparação prévia da

tarefa, conceda algum tempo

para que os alunos revejam

a frase que redigiram antes

de fazer a correção. É possível que alguns aprimorem sua

compreensão após a discussão

dos itens anteriores.

P:197

123

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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1 Leia o parágrafo inicial de uma reportagem publicada em um blog.

O que o nome do seu animal diz sobre você

Dizem que você é o que você come e que você é o que

você pensa. Não muito diferente, o nome que você

dá para o seu animal de estimação diz muito sobre quem você é e até sobre o que você busca

na sua vida. Parece muito para um simples

nome de um animal de estimação, mas

não é o que alguns estudiosos do assunto

dizem. Estudos mostram que o nome que

damos para os nossos animais refletem

sim os nossos interesses e as expectativas

que temos em nossa vida. Eles são um

indicativo de como nós enxergamos as

coisas e, inclusive, de características muito

pessoais, como o nosso senso de humor. Por

exemplo, dar o nome “Hulk” para um maltês

pode significar que o dono do animal é uma pessoa que gosta de ironias e que tem um senso de humor

apurado. [...]

Disponível em: <http://canaldamulher.

com.br/ligadinha/page/58/>.

Acesso em: 4 jun. 2018.

a) Retome: para que servem os substantivos?

b) Que relação existe entre o assunto tratado no texto e a função dos

substantivos, retomada por você no item a?

c) Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes

de seus animais de estimação?

d) Observe acima a imagem de um cão da raça maltês. Por que seria

uma ironia chamá-lo de Hulk?

e) Os substantivos cachorro e Hulk podem ser usados para designar

o mesmo ser. Que diferença existe entre essas formas de nomear?

f) Redija uma continuidade para o texto que você leu, incluindo mais

um exemplo coerente com a abordagem feita pela reportagem.

GLOBALP/ISTOCK PHOTOS G/ ETTY IMAGES

Cão da raça maltês.

Os substantivos que se aplicam a todos os seres de uma espécie são chamados de substantivos comuns. Aqueles que dão nome a um indivíduo específico

denominam-se substantivos próprios e são escritos com inicial maiúscula.

Substantivos comuns: cachorro homem país pintor

Substantivos próprios: Hulk Rafael Brasil Portinari

A ironia é um recurso

de linguagem marcado

pelo contraste entre dois

sentidos: aquele que é

dito e aquele que deve,

de fato, ser entendido. A

frase Que tênis limpinho!,

por exemplo, dita pela

mãe ao ver o filho com

o calçado sujo de lama,

é irônica.

O substantivo NA PRÁTICA

1b. O texto retoma a função dos substantivos de

nomear seres; no caso, animais de estimação.

1a. Para nomear seres, objetos, lugares, instituições, ações, sentimentos, estados e conceitos.

As características do próprio dono: seus

Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes

interesses e suas expectativas.

1d. Porque o maltês é um cão

pequeno e delicado, portanto de

características inversas àquelas

atribuídas ao personagem Hulk, de

histórias em quadrinhos e filmes,

que é grande, forte e irritadiço.

1f. Sugestões de resposta: Escolher o nome Messi ou Neymar para um cãozinho, por sua vez, pode revelar a paixão

pelo futebol. Chamá-lo de um nome pouco conhecido, como Mauí, pode sugerir um gosto por exclusividade.

1e. Cachorro é um termo geral,

que serve para nomear todos os

animais de mesmo tipo; Hulk é um

nome específico, que designa um

determinado cachorro.

O substantivo na prática – Ao

longo das atividades, será

apresentada uma parte da

classificação dos substantivos. Deixamos para falar em

substantivos primitivos ou

derivados e simples ou compostos nos volumes do 7o e

do 8o ano, quando abordaremos o conceito de morfemas

e os processos de formação

de palavras. Entendemos ser

que aquele o momento mais

adequado para uma reflexão

sobre a estrutura das palavras.

P:198

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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2 Conheça um texto ilustrado do paulista Orlando Pedroso. © ORLANDO PEDROSO

Orlando Pedroso

Os substantivos que designam seres reais ou imaginados, objetos, lugares e

instituições são chamados de concretos: jardineiro, fantasma, panela, São Paulo,

Petrobrás, escola etc. Aqueles que indicam ações, sentimentos, qualidades e

ideias são chamados de abstratos: combate, explicação, alegria, inteligência,

igualdade etc. Eles nomeiam algo que depende de outro ser para existir. Inteligência, por exemplo, é algo que se manifesta como qualidade de alguém.

a) Que palavra poderia ser usada para substituir a expressão nem aí:

arrogante, indiferente, atrevida ou ingênua?

b) A palavra indicada no item a não é um substantivo. Por quê?

c) Em sua opinião, o que o ilustrador sugere sobre o comportamento

dos lobos nesse texto?

d) Indique um substantivo equivalente à forma verbal uivam, formado

pelo mesmo radical.

e) Leia o boxe a seguir e conclua: a palavra formada no item d é um

substantivo concreto ou abstrato? Por quê?

3 Leia uma tirinha com os personagens Garfield e Jon, criados pelo

quadrinista estadunidense Jim Davis.

Garfield Jim Davis

GARFIELD, JIM DAVIS © 2008 PAWS, INC.

ALL RIGHTS RESERVED / DIST. BY ANDREWS

MCMEEL SYNDICATION

Radical é a parte da

palavra que contém a

base de seu significado.

Por exemplo: os termos

livro, livreiro e livraria

apresentam o mesmo

radical: livr-.

2b. Porque não nomeia algo;

ela indica uma característica

do objeto lua.

Abstrato, por ser o nome de uma ação.

Indiferente.

Resposta pessoal. Os alunos podem indicar que

os lobos seguem instintos.

Uivo.

Boxe sobre radical – Aprofundaremos o estudo do radical

no volume do 7o ano. Por enquanto, os alunos ficarão com

uma noção mais geral, sem a

necessidade de segmentar os

morfemas.

P:199

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

125

a) Que percepção a pergunta de Jon revela?

b) Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do

cheiro? Por quê?

c) Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira.

Descreva como esse nome é formado.

Os substantivos formados por uma única palavra são chamados de

substantivos simples: roupa, flor, pé, sol. Aqueles formados por duas ou

mais palavras são substantivos compostos: guarda-roupa, couve-flor,

pontapé, girassol.

d) Como você percebeu, Garfield criou um substantivo composto.

Além disso, é um substantivo próprio. Como sabemos disso?

e) O nome próprio humaniza o alimento, isto é, dá a ele o papel de

pessoa. Por que isso contribui para o efeito de sarcasmo (deboche)

da fala de Garfield?

4 Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985).

Considerações de Aninha

Melhor do que a criatura,

fez o criador a criação.

A criatura é limitada.

O tempo, o espaço,

normas e costumes.

Erros e acertos.

A criação é ilimitada.

Excede o tempo e o meio.

Projeta-se no Cosmos.

CORA CORALINA. Vintém de cobre: meias confissões

de Aninha. São Paulo: Global, 2012.

a) O eu lírico compara a “criatura” e a “criação”. Que diferença de

sentido há entre essas palavras?

b) Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”,

“normas” e “costumes”. Como você entende essa ideia?

c) Criatura, criador e criação são substantivos formados a partir do

radical de um mesmo verbo. Qual?

Os substantivos que se originam de outras palavras são chamados de

derivados: jardineiro, cafeteira, contramão. Aqueles que não se originam de

outras palavras são os primitivos: jardim, café, mão.

VICENTE MENDONÇA

A percepção de que há algo

estragado na geladeira.

Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do

Não, pois ele indica a provável causa do cheiro ruim no

quadrinho seguinte, um repolho guardado há muito tempo.

Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira. Garfield junta várias palavras: aquela

que indica o nome do alimento e outras

que indicam o tempo que passou na geladeira.

3d. A palavra senhor, usada

antes dele, mostra que se

trata de um nome próprio.

O nome sugere que o repolho está há tanto tempo na geladeira que já existe intimidade

entre Garfield e ele, o que reforça o deboche em relação a Jon, que o esqueceu ali.

Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985).

A criatura é o resultado da criação,

que é o ato de criar.

Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”, 4b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem a criatura a um ser que

não é eterno, mas limitado

pela sociedade em que vive. Criar.

P:200

126

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

126

© MONTT

5 Leia a tirinha produzida pelo ilustrador chileno Alberto Montt,

que brinca com o conceito de substantivo coletivo. Leia também

o boxe ao lado.

Alberto Montt

Conhecemos muitos

substantivos coletivos,

porque os usamos no

dia a dia ou os ouvimos

nas aulas ou na mídia:

cordilheira, quadrilha,

tripulação, entre outros. Caso deseje saber

um coletivo específico,

consulte em um dicionário o verbete relativo

ao termo que forma o

agrupamento. O verbete soldado, por exemplo,

traz o termo tropa.

Dica de professor

d) Os substantivos derivados podem ser formados com o acréscimo

de uma terminação, que recebe o nome de sufixo. O sufixo -or, que

está em criador, por exemplo, pode formar nomes de profissões.

Cite algumas.

e) O sufixo -ção forma o resultado de uma ação, como ocorre em

criação. Quais são os substantivos que indicam a ação resultante

de trair, comemorar, agredir e compreender?

f) A formação de substantivos derivados também pode acontecer

com o acréscimo de um elemento no início da palavra, o prefixo

como em contramão.

• Qual substantivo nomeia o primeiro substituto do presidente?

• Qual substantivo nomeia a ausência de felicidade?

• E a ausência de atenção?

Os substantivos que

designam um conjunto de seres ou objetos

da mesma espécie são

chamados de coletivos:

enxame, cardume, constelação, ramalhete, cacho

etc. Embora indique vários seres, o substantivo

coletivo é empregado no

singular.

Sufixo é uma terminação específica, que se

acrescenta ao final de

uma palavra e que altera seu sentido: gatinho,

papelaria, carteiro etc.

Prefixo é um elemento acrescentado no início

da palavra e que muda

seu sentido: supermercado, antivírus etc.

Lembra?

Vice-presidente, infelicidade e desatenção, respectivamente.

Sugerimos que a atividade seja feita em duplas para favorecer

o compartilhamento do repertório.

Sugestões: Agricultor, compositor, caçador, jogador, inspetor.

Traição, comemoração,

agressão e compreensão.

Questão 4e – Chame a atenção

dos alunos para as diferentes

formas de grafar o sufixo.

P:201

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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a) Considerando apenas os dois primeiros quadrinhos, o que o leitor

conclui sobre a situação vivida pelo personagem?

b) O que está realmente acontecendo com o personagem?

c) O que provoca o humor da tira?

d) No primeiro quadrinho, são citados cinco substantivos coletivos.

A que animal cada um deles se refere?

e) O substantivo cardume é usado para designar um conjunto de

peixes. Por que, nessa situação comunicativa, o falante decidiu

identificar o tipo de peixe que forma o cardume?

f) Imagine que um quadrinho fosse inserido entre o primeiro e o segundo

para indicar a continuidade da dúvida. Cite três substantivos coletivos

que poderiam ser incluídos. Identifique a que eles se referem.

g) DESAFIO DE ESCRITA Agora, você vai escrever um parágrafo de análise

dessa tirinha.

• Inicie relatando a situação vivida pelo personagem nos dois primeiros quadrinhos. Inclua os recursos não verbais que contribuem

para a construção das cenas.

• Em seguida, explique por que o leitor é surpreendido.

• Por fim, explique por que o absurdo é o principal recurso da tirinha.

Escolha alguma rotina de seu dia: o caminho para a escola, o horário do

almoço, o momento de fazer a lição de casa etc. Crie um pequeno texto (entre 8

e 10 linhas) usando apenas os substantivos que nomeiam os objetos envolvidos

nesse período de tempo. Traga-o para a sala de aula e leia-o para seus colegas.

Abuse da língua

Flexão de gênero

Leia este fragmento de texto que descreve características sociais

das araras.

Um animal monogâmico

A arara é um dos poucos animais do mundo

conhecidos por ter o mesmo parceiro por toda a

vida. Os casais de arara não ficam apenas juntos

para se reproduzir, mas também compartilham

seus alimentos e ajudam uns aos outros. Quando

a arara fêmea coloca seus ovos e se ocupa em

chocá-los, a arara macho sai para buscar alimentos para os dois. Os filhotes de arara saem dos

ovos após cerca de um mês.

Araras. Disponível em: <http://animais.culturamix.

com/informacoes/aves/arara>. Acesso em: 4 jun. 2018.

LASSMAR

5b. Está sendo atacado por piranhas e quer pedir socorro.

5a. Conclui que ele não consegue recordar um termo coletivo específico.

5c. A situação absurda, porque o

personagem investe tempo para

lembrar um termo específico em

lugar de conseguir ajuda.

5d. Bando: aves; matilha: cães;

rebanho: carneiros; manada: ele- fantes, bois, búfalos; alcateia: lobos.

5g. No primeiro quadrinho dessa

tirinha de Alberto Montt, um rapaz,

com expressão de dúvida, parece

procurar o substantivo coletivo

correto para nomear um conjunto

de seres inicialmente não revelado.

No segundo quadrinho, satisfeito,

ele conclui que o termo é cardume. A sequência, no entanto, surpreende o leitor, já que se revela que o

personagem estava sendo atacado

por piranhas e que buscava o

coletivo para fazer um pedido de

socorro. O humor é construído pela

situação absurda de gastar tempo

à procura da palavra específica

para nomear o que o atacava.

5f. Resposta pessoal. A lógica da

tira obriga o uso de coletivos que

se refiram a animais. Poderiam ser

usados: cáfila (de camelos); junta

(de bois); ninhada (de pintos); vara

(de porcos); enxame (de abelhas);

nuvem (de gafanhotos); récua (de

burros); panapaná (de borboletas)

etc.

5e. Porque alguns cardumes reuniriam peixes inofensivos, ao contrário do que ocorre com um cardume

de piranhas.

Desafio de escrita – Concentre-

-se na avaliação do conteúdo

dos parágrafos escritos por seus

alunos. Peça a alguns deles que

leiam suas produções e, com os

demais, verifique se o relato

das ações é acompanhado pela

descrição dos elementos não

verbais e se há uma progressão

coerente, isto é, se a explicação do terceiro quadro e do

recurso do absurdo constrói um

raciocínio adequado. Em uma

próxima etapa, você poderá

se concentrar na avaliação da

escrita.

Abuse da língua – Esta atividade foi inspirada no conto

“Circuito fechado”, de Ricardo

Ramos. Forme grupos de modo

que todos os alunos possam ler

o texto deles para os colegas.

Se achar conveniente, leia o

conto em sites confiáveis da

internet ou em uma coletânea

de obras desse autor.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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1 Com base no texto, explique o que é um animal monogâmico.

2 O que há de especial no relacionamento do casal de araras?

3 De que maneira o produtor do texto diferenciou o sexo dos animais?

4 Suponha que o texto falasse de gatos e não de araras. O mesmo recurso seria

necessário? Por quê?

5 Agora imagine que houvesse uma continuação do texto. Como você se referiria às aves, sem repetir palavras, para indicar que a fêmea dá aos filhotes o

alimento trazido pelo macho?

Para responder às questões propostas, você precisou refletir sobre o gênero de

alguns substantivos. Como o texto fala de animais, a noção de gênero aproxima-se

da noção de sexo. Todavia, essas ideias não são equivalentes, pois o gênero é uma

categoria gramatical que se estende a todos os substantivos, mesmo àqueles que

não têm sexo, como os objetos.

Além disso, existem palavras que podem se referir a ambos os sexos, embora

apresentem um único gênero, como é o caso de criança, um substantivo feminino

que pode nomear garotas e garotos.

Os substantivos que designam pessoas e animais costumam apresentar formas

diferentes para o masculino e para o feminino. Essa distinção pode ser feita de dois

modos, como mostrado a seguir.

• Flexão da palavra com alterações em sua terminação:

moço – moça pintor – pintora galo – galinha

conde – condessa patrão – patroa cidadão – cidadã

• Uso de palavras diferentes:

homem – mulher cavalheiro – dama cavalo – égua

boi – vaca macho – fêmea padrinho – madrinha

Contudo, nem sempre os substantivos que se referem a pessoas ou a animais

variam para indicar um ou outro sexo. Veja os casos a seguir.

• Substantivos que apresentam uma única forma, mas podem se referir a

ambos os sexos: a pessoa, a criança, a testemunha, o indivíduo etc.

• Substantivos acompanhados pelas palavras macho e fêmea para distinguir

o sexo de alguns animais: o tucano fêmea, a sardinha macho, o polvo fêmea,

a onça fêmea, a borboleta macho, o crocodilo fêmea etc.

• Substantivos com forma idêntica para o masculino e o feminino nos quais

a distinção de sexo se faz por meio de palavras que os acompanham: o (a)

artista, meu (minha) dentista, jovem educado (educada) etc.

Os substantivos que podem ser antecedidos pelo artigo o são masculinos (o cartaz,

o espelho, o planeta etc.); os que têm a por antecedente são femininos (a placa, a nuvem,

a opinião etc.). O gênero do substantivo não depende da significação da palavra nem

de sua terminação.

LASSMAR

É um animal que mantém um único parceiro por toda a vida.

Com base no texto, explique o que é um animal monogâmico

A complementação de funções: o macho e a fêmea se ajudam.

Usando as palavras fêmea e macho.

Não, pois há formas específicas para a indicação do sexo desse animal: gato e gata.

Poderiam ser empregados os termos

alimento trazido pelo macho? mãe e pai.

Se achar conveniente, cite a

classificação dos substantivos

uniformes. Os três conjuntos

de palavras exemplificam, respectivamente, os substantivos

sobrecomuns, os epicenos e

os comuns de dois gêneros.

Optamos por privilegiar a

observação de que a noção

de gênero se manifesta de

maneira bastante variada

no conjunto dos substantivos.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Flexão de número

Os substantivos podem estar no singular para designar um ser único ou

no plural para indicar mais de um. Observe a mudança que ocorre na palavra

“animal” no título e na primeira frase do texto sobre as araras.

Em geral, a formação do plural ocorre com a inclusão da desinência -s,

que pode precisar de adaptações em alguns casos. Veja:

arara araras rapaz rapazes animal animais

repórter repórteres homem homens fóssil fósseis

Os substantivos terminados em -ão representam um caso à parte. Eles

podem ter três formas distintas de plural, em razão de diferenciações que

as palavras sofreram ao longo do tempo. Veja alguns exemplos:

ão – ãos irmão – irmãos cidadão – cidadãos

ão – ões avião – aviões opinião – opiniões

ão – ães pão – pães alemão – alemães

Há, ainda, casos em que os substantivos não variam, e a ideia de plural é

dada por palavras que os acompanham. Veja:

meu lápis meus lápis um ônibus uns ônibus o tórax os tórax

Desinências são terminações acrescentadas a uma palavra para

transmitir algum tipo de

informação gramatical:

gênero e número nos

substantivos, tempo

nos verbos etc.

Variação de grau

E há também casos de substantivos que só empregam no plural. Veja:

meus óculos as núpcias

nossas férias nos arredores

Para expressar o grau dos substantivos – normal, diminutivo ou aumentativo –, são utilizados dois recursos. Veja.

• Acréscimo de um sufixo:

casa – casinha – casarão boca – boquinha – bocarra

menino – meninote – meninão forno – fornico – fornalha

• Combinação do substantivo com um adjetivo:

casa minúscula – casa enorme boca pequena – boca grande

menino pequeno – menino imenso forno reduzido – forno gigantesco

Repare, agora, neste fragmento do texto sobre as araras:

“[...] Os filhotes da arara saem dos ovos após cerca de um mês.”

Você reconhece um substantivo no grau diminutivo nessa frase? Compare o substantivo primitivo ao que se formou com o acréscimo do sufixo.

A noção de tamanho menor está presente?

Em alguns casos, o diminutivo e o aumentativo podem criar um sentido diferente do que apresenta a palavra em grau normal. Bandeirinha,

por exemplo, é o assistente de um árbitro de futebol. Portão é um tipo

específico de porta, colocado em muros ou grades. Filhote, por sua vez,

é a cria dos animais.

Mostre aos alunos que, ao

se fazerem acréscimos para

formar o aumentativo ou o

diminutivo dos substantivos,

podem ser necessárias acomodações gramaticais, como em

boquinha, em que o c de boca

se transforma em qu.

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1 Leia um trecho da obra Caçadas de Pedrinho, escrita pelo autor

paulista Monteiro Lobato (1882-1948). Pedrinho e os outros moradores do Sítio do Pica-pau Amarelo estão tentando proteger-se

de um ataque de onças que queriam vingança após as crianças

terem matado uma delas.

[...] A onçada toda já estava no terreiro.

A princípio as assaltantes não perceberam o

truque inventado por Pedrinho para lográ-las. Os

animais de quatro pés raro olham para o alto e como

os pernaltas guardassem o mais absoluto silêncio

as onças não os viram lá em cima de seus espeques.

Entraram pela casa adentro em procura deles e, não

os encontrando, mostraram-se desapontadíssimas.

– Fugiram, os covardes! – uivou com os olhos

chispantes de cólera o onço viúvo. – Alguém os

avisou e eles fugiram...

Nisto uma cuspidinha da Emília caiu-lhe bem

no focinho. O onço olhou para cima e sorriu, lambendo os beiços.

– O nosso “almoço” não fugiu, não! – exclamou

contentíssimo. – Lá estão todos os “pratos”, cada

qual em cima de dois “espetos”.

Toda a bicharia olhou para cima, com água na

boca. [...]

MONTEIRO LOBATO. Caçadas de Pedrinho.

São Paulo: Biblioteca Azul, 2015.

a) Qual “truque” Pedrinho criou para que o grupo de humanos se

protegesse?

b) A tensão desse ponto da narrativa é maior pela presença de muitas onças. Que substantivo derivado expressa a ideia de “grupo

de onças”?

c) Que outros substantivos derivados se referem às onças no contexto?

d) Por que a palavra desapontadíssimas está no gênero feminino e no

número plural?

e) Que recurso o narrador emprega para indicar que um dos componentes do grupo de animais era um macho?

f) Quais são as formas adequadas de indicar o sexo desse animal?

g) Por que, considerando os fatos da narrativa, o narrador optou por

alterar o substantivo?

Pernaltas: que têm

pernas altas, compridas.

Espeques: pedaços

de madeira, varas.

Flexão e variação do substantivo NA PRÁTICA

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Trocou a terminação -a por -o, geralmente associada ao

sexo masculino, e formou onço.

Onça macho; onça fêmea.

Porque quis evidenciar a relação desse animal com a onça morta pelas crianças.

Onçada.

Assaltantes; bicharia.

Pedrinho sugeriu que usassem pernas de pau para que, estando

Qual “truque” Pedrinho criou para que o grupo de humanos se

no alto, não fossem percebidos pelas onças.

Porque concorda com a palavra onças, flexionada no femi

está no gênero feminino e no -

nino e no plural.

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2 Leia esta tirinha do paranaense Will Leite. Will Leite

© WILL LEITE

a) Embora inadequado no contexto da tirinha, o substantivo feminino

grama também existe. O que ele significa?

b) Qual recurso foi usado pela mulher, no segundo quadrinho, para

mostrar que, naquele caso, o termo é masculino?

c) Considerando a correção feita pela mulher, como o açougueiro deveria

formular sua fala caso o excesso de peso fosse o dobro do indicado?

d) Suponha que o excesso tivesse sido a metade do que foi indicado no

primeiro quadrinho. A ideia para a construção dessa tira continuaria

válida? Justifique sua resposta.

e) Como grama, algumas outras palavras costumam causar dúvida

quanto ao gênero. Qual é o gênero recomendável para as palavras

dó, alface, cal, eclipse, dinamite e sentinela?

f) Pode-se dizer que a reação irritada do açougueiro resultou apenas

da correção gramatical feita pela mulher? Por quê?

g) Procure os verbos cuspir e guspir em um dicionário. A informação

dada pela cliente está correta? Justifique sua resposta.

Há situações em que pessoas irritadas têm atitudes inaceitáveis para um

bom convívio social, como cuspir em algo ou em alguém para se vingar de uma

reclamação. Você conseguiria indicar outros casos em que algo parecido pode

ocorrer? Por que ações assim são condenáveis?

Fala aí!

O significado de alguns substantivos muda

conforme o gênero. Isso

ocorre com os pares

o grama – a grama,

o caixa – a caixa, o lotação – a lotação etc.

2a. A grama designa ervas que formam jardins, pastagens etc.

2b. Ela empregou o artigo o antes

de grama.

2c. Passou quatrocentos gramas.

2d. Não. Caso o excesso fosse de

cem gramas, não haveria distinção

entre masculino e feminino; logo,

a mulher não poderia corrigir o

açougueiro.

2e. Femininas: a alface, a cal, a

dinamite, a sentinela; masculinas: o

dó, o eclipse.

2f. Não. A irritação veio também do

fato de a mulher não ter aceitado a

quantidade de carne que excedeu

o pedido.

2g. Sim. O termo guspir não existe nos dicionários da Língua Portuguesa

nem no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Questão 2c – Comente com

os alunos que não foi feita

a concordância entre duzentos gramas (plural) e passou

(singular). De acordo com a

norma-padrão, a fala deveria

ser Passaram duzentos gramas.

Questão 2g – Comente com os

alunos que, apesar disso, o uso

da palavra guspir é constatado

na fala como variação popular

em situações informais.

Fala aí! – Podem ser citadas discussões ofensivas no trânsito, por exemplo. Enfatize aos alunos que, em uma

sociedade saudável, as pessoas procuram agir com tolerância e de modo condizente com a civilidade e a boa

educação. Essa é a forma de evitar situações de violência, que geram consequências negativas para todos.

P:206

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3 Leia parte de uma reportagem divulgada por um canal de história da

internet.

Conheça os incríveis cadáveres que não se decompõem

Em março de 2014, uma equipe de arqueólogos descobriu, enquanto

realizava escavações no Convento dos Jacobinos, em Rennes, na França,

os restos de Louise de Quengo, um corpo de 1,45 metro e 359 anos de

idade perfeitamente conservado, com pele, músculos e até órgãos intactos.

Embora pareça estranho, não é o primeiro caso de um cadáver encontrado

em estado de conservação extraordinário. [...]

Disponível em: <https://seuhistory.com/noticias/conheca-os-incriveis-cadaveresque-nao-se-decompoem?language=pt-br>. Acesso em: 5 jun. 2018.

a) A notícia começa com a referência a uma descoberta específica. Qual?

b) Como o título sugere que essa descoberta não é um evento único,

isolado?

c) Transcreva o trecho do texto que confirma a ideia de que a descoberta não é uma novidade.

d) Releia a notícia e encontre os substantivos cujo plural tenha sido

formado apenas pela inclusão da letra s.

e) Na primeira frase do texto, existem dois substantivos que, embora

tenham a mesma terminação no singular, apresentam terminações

diferentes no plural. Quais são eles?

f) A palavra crível significa “aquilo em que se pode crer ou em que se

pode confiar”. O que significa o in- que a antecede em incríveis?

Por que a palavra incríveis foi usada para descrever os cadáveres

de que fala a notícia?

g) Para concordar com o substantivo cadáveres, que está no plural, o

termo incríveis também está. Qual é o singular dessas duas palavras? Como o plural delas foi formado?

4 Leia o fragmento de uma notícia sobre a 90a

edição do Oscar.

A forma da água, narrativa fantástica de Guillermo del Toro

sobre o relacionamento amoroso de uma faxineira muda com uma

criatura anfíbia amazônica capturada e levada para um laboratório

secreto americano durante a Guerra Fria levou as estatuetas de

melhor filme, diretor, trilha sonora e direção de arte.

Claramente um filme sobre cidadões oprimidos por sua posição

social, mas que não se rendem nem abrem mão de seus sonhos e sua

ética, A forma da água recebeu 13 indicações, incluindo a de melhor

roteiro original.

Disponível em: <https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2018/03/05/

noticias-cinema,223238/a-forma-da-agua-leva-oscar-de-filme-ediretor-para-guillermo-del-to.shtml>. Acesso em: 25 jun. 2018.

REPRODUÇÃO

3a. A descoberta de um cadáver bastante preservado em

um convento francês em 2014.

3b. O título traz o termo cadáveres, cujo plural sugere a

existência de vários casos.

3c. “Embora pareça estranho, não é o primeiro caso

de um cadáver encontrado

em estado de conservação

extraordinário.”

3d. Arqueólogos, Jacobinos,

restos, anos, músculos, órgãos.

3e. Escavação (escavações);

órgão (órgãos).

3f. O prefixo in- tem valor de

negação (não crível, inacreditável). A palavra foi usada para

destacar o caráter incomum

dos cadáveres mencionados,

que não se decompõem como

os demais.

3g. Cadáver; incrível. O plural da primeira foi formado

com o acréscimo de -es, e o

da segunda, com a troca de

-l por -is.

P:207

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Cartaz publicado no site do Centro Técnico

Audiovisual, da Secretaria do Audiovisual

do Ministério da Cultura.

INSTITUTO MARLIN AZUL

Revelando os Brasis é um projeto dirigido a moradores de municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Ele visa à produção de

obras audiovisuais que registrem a memória e a diversidade cultural

do País, revelando novos olhares sobre o Brasil.

Disponível em: <http://ctav.gov.br/2008/11/20/

revelando-os-brasis/>. Acesso em: 5 jun. 2018.

CONCURSO NACIONAL

DE HISTÓRIAS PAR A

REALIZAÇÃO DE FILMES

EM PEQUENAS CIDADES

a) O fragmento sugere que A forma da água não é um filme que busca

apenas divertir. Como isso se evidencia?

b) Que palavra o produtor da notícia emprega para sugerir que a

interpretação que faz da obra não é discutível?

c) Após o título A forma da água, há uma longa explicação acerca do

filme. Depois de qual palavra deveria ser introduzida uma vírgula para

encerrar essa explicação e retomar a oração iniciada pelo título?

d) A flexão do substantivo cidadão não está de acordo com a norma-

-padrão da língua portuguesa. Qual é a forma prevista?

e) Em sua opinião, o que explica os equívocos na flexão de número

de palavras com a terminação -ão?

f) A palavra posição apresenta o mesmo modo de flexão de número

previsto para cidadão? Justifique sua resposta.

5 Leia com atenção este cartaz de divulgação de um concurso cultural

e o texto que o acompanhou.

4a. O fragmento destaca que o filme tem uma mensagem social, já que fala de cidadãos

que lutam contra a opressão, sem desistir.

Claramente.

A presença de aparente propa- ganda na seção se justifica de

acordo com o Parecer CNE/CEB

nº 15/2000, que diz que “o uso

didático de imagens comerciais

identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um

contexto pedagógico mais amplo,

conducente à apropriação crítica

das múltiplas formas de lingua- gens presentes em nossa socie- dade, submetido às determina- ções gerais da legislação nacional

e às específicas da educação

brasileira, com comparecimento

módico e variado”.

4e. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos indiquem que a possibilidade de três formas diferentes

de flexão de número leva à dificuldade em estabelecer o plural dos

substantivos terminados em -ão.

4c. Após a palavra Fria (“Guerra

Fria”).

Cidadãos.

Não. O plural de

Leia com atenção este cartaz de divulgação de um concurso cultural posição é feito com a terminação -ões: posições.

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6 Leia esta tira com o personagem Armandinho, criado pelo ilustrador

catarinense Alexandre Beck.

a) Nas tiras de Armandinho, os adultos são mostrados apenas da

cintura para baixo. Quem, provavelmente, está conversando com

o menino?

b) O pai de Armandinho procurou explicar-lhe um comportamento

comum entre os estudantes. Que palavra do texto da tira identifica

esse comportamento?

c) Como se caracteriza esse comportamento?

d) O humor da tira é construído pelo fato de o menino não ter entendido a explicação do pai, embora tenha conseguido repetir o que

ele falou. O que nos mostra isso?

Armandinho Alexandre Beck

Biblioteca cultural

Você gosta das tirinhas do Armandinho?

Procure outras usando

a internet. Faça a busca

pelo nome do autor e

do personagem.

© ALEXANDRE BECK

a) Qual é o objetivo do projeto Revelando os Brasis?

b) Quem pode participar desse concurso?

c) O substantivo próprio Brasil aparece no plural. Que característica

do país é sugerida pela palavra Brasis?

d) De que maneira a ilustração remete à ideia de vários Brasis?

e) O concurso privilegia pequenas cidades. Em sua opinião, por que

houve essa escolha?

f) A flexão de número da palavra Brasil segue a mesma regra usada

para pluralizar barril e fuzil. Quais são as formas do plural desses

dois últimos substantivos?

g) Os substantivos fóssil e réptil também terminam em -il, mas sua

flexão de número é diferente. Coloque-os no plural.

h) A diferença na formação do plural de substantivos terminados em

-il está relacionada à posição da sílaba tônica na palavra. Analise

as palavras estudadas nos itens f e g e responda: como foi formado o plural dos substantivos oxítonos terminados em -il? E o dos

paroxítonos?

i) Agora, cite exemplos de substantivos terminados em -al, -el, -ol e

-ul e apresente seu plural. Em seguida, explique a regra de formação

desse plural.

A sílaba tônica de

uma palavra é pronunciada com mais força.

Se for a última sílaba, a

palavra é chamada de

oxítona (ca-fé); se for a

penúltima, paroxítona

(a-mi-go); e se for a

antepenúltima, proparoxítona (lâm-pa-da).

Lembra?

A mãe dele.

Panelinhas.

6c. Panelinha é o nome dado

a um grupo fechado em que

as pessoas estão ligadas por

afinidades.

A panela que aparece na última cena, a qual sugere que o garoto interpretou

a fala ao pé da letra.

5a. Produzir uma obra audiovisual

sobre a memória e a diversidade

cultural do Brasil.

5b. Moradores de cidades pequenas (com até 20 mil habitantes). A diversidade cultural brasileira.

Fósseis; répteis.

Resposta pessoal. Sugestões: animal – animais; papel – papéis;

lençol – lençóis; azul – azuis. O plural é formado com a substituição de -l por -is.

5h. Nos substantivos oxítonos

terminados em -il, houve a troca

de -l por -s (barril – barris) e, nos

substantivos paroxítonos, a troca de

-il por -eis (fóssil – fósseis).

5e. Resposta pessoal. Entre os argumentos, os alunos podem citar o objetivo de promover a cultura em cidades menores

ou de buscar uma representação das culturas diversas do país. Também pode ser mencionado o fato de que as pequenas

cidades guardam melhor a cultura local, porque são menos influenciadas pela cultura globalizada.

5d. Cada uma das hélices do cata-

-vento tem o formato do território

brasileiro, e as várias cores remetem à ideia de diversidade.

Barris; fuzis.

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José Aguiar

© JOSÉ AGUIAR

a) Para inserir o leitor no contexto da tira, são feitas a ele duas perguntas. Qual é a função de cada uma delas?

b) Qual é o grau expresso no substantivo musiquinha?

c) O grau de musiquinha não indica tamanho. Que valor ele exprime?

d) O diminutivo do substantivo quadros produziu um termo com

sentido novo. O que são quadrinhos?

e) Observe agora o título desta postagem de um blog.

Campo de jogo, filmaço sobre futebol,

em cartaz nos cinemas!

Disponível em: <https://www.ocafezinho.com/2015/07/25/

campo-de-jogo-filmaco-sobre-futebol-em-cartaz-nos-cinemas>.

Acesso em: 5 jun. 2018.

Em que grau está o substantivo filmaço? Qual valor é expresso por

esse grau?

f) É a sua vez:

I. Construa uma frase com substantivo no grau diminutivo expressando desprezo.

II. Construa uma frase com substantivo no grau aumentativo para

valorização.

e) Em qual dos quadros a ideia de “panelinha” está associada a tamanho? Por quê?

f) Que outras formas do substantivo panela poderiam sugerir a ideia

de diminutivo?

7 Leia uma tirinha do ilustrador paranaense José Aguiar.

O termo valor é usado para indicar as ideias

que o grau empresta

ao substantivo além

da noção de tamanho.

Quando você vir uma

pergunta sobre o “valor

do grau”, tente perceber se ele traduz carinho (filhinho), grosseria

(porcalhão) etc.

Dica de professor

No último, em que o garoto carrega uma panela pequena.

Panelica, panelazinha, micropanela ou minipanela.

7a. A primeira pergunta expressa um convite; a segunda

interpreta uma suposta reaO grau diminutivo. ção do leitor.

São desenhos em sequência,

geralmente usados em narrativas, como tirinhas.

sentido novo. O que são quadrinhos

7c. O diminutivo, nesse caso,

tem valor afetivo, com a intenção de tornar o convite mais

amável.

Sugestão: Achei que o personagem é um heroizinho muito sem graça.

Construa uma frase com substantivo no grau aumentativo para

Sugestão: Essa empresa só vende carrão!

Grau aumentativo. Ele expressa uma opinião favorável, elogiosa ao filme.

Questão 7c – É provável que

os alunos intuam esse valor,

mas não saibam expressar essa

ideia. Outras formulações são

possíveis, mas procure apresentar à turma o conceito de

valor afetivo, pois ele será útil

em análises futuras.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

136

Observe com atenção esta pintura feita pelo artista italiano Caravaggio

no século XVI. Depois, responda às questões 1 a 5.

Isso eu já vi Grafia de encontros consonantais

MICHELANGELO MERISI DA CARAVAGGIO. A adivinha. 1595.

Óleo sobre tela, 93 × 131 cm.

1 A tela retrata uma cena do passado, do presente ou do futuro?

Justifique.

2 Observe atentamente os dois personagens. É possível determinar a

classe social do rapaz à direita? E a da moça à esquerda? Explique.

3 O fundo da tela ajuda a criar a impressão de profundidade. O que

você percebe sobre o uso da luz?

4 A moça à esquerda é uma adivinha. O que significa adivinhar?

5 Como a ocupação de “adivinha” é sugerida pela ação realizada?

Muitos especialistas em pintura consideram essa tela importante por

ter sido feita em uma época em que os artistas preferiam pintar personagens retirados da mitologia grega ou da religião católica. Caravaggio

teria sido original ao representar uma situação cotidiana.

Para isso, ele escolheu a figura de uma adivinha. As adivinhas eram

mulheres que, supostamente, sabiam ler a sorte, o futuro das pessoas

nas linhas de suas mãos.

CARAVAGGIO – MUSEU DO LOUVRE, PARIS

Uma cena do passado, como mostram as roupas e os acessórios

2. O personagem à direita parece ser rico, porque

suas roupas e seu chapéu

são luxuosos. Já a moça

apresenta vestimenta mais

simples, sugerindo ser da

classe popular.

3. Há focos mais iluminados

e outros mais escuros, e essa

diferença ajuda a produzir a

A moça está “lendo” a palma da mão do rapaz. ideia de profundidade.

Descobrir, prever.

dos personagens, além da espada presa próximo à cintura do homem.

P:211

137

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

137

Vamos pensar agora na palavra adivinha, que vem do verbo adivinhar. Várias pessoas se atrapalham com sua grafia, imaginando que

o correto seria a forma “advinha”. A omissão do i ocorre pela tentativa de seguir outras palavras parecidas, como advogado, advertir ou

adversário, nas quais a consoante não é seguida por vogal para formar

uma sílaba.

Passemos então ao estudo de palavras que podem causar esse tipo

de equívoco, resolvendo as questões 6 e 7.

6 Copie as palavras no caderno, substituindo as estrelas () pelas

letras que faltam.

a) Atrasaram-se porque o neu do carro furou.

b) O artista otou por vir de helicótero.

c) Esta noite poderemos assistir ao eclise da Lua.

d) Aquela música tem um rimo contagiante.

e) As chaminés lançam gases na amosfera.

f) O atestado de óto foi dado ao filho.

g) Temos muita amiração pelo professor de Matemática.

h) Aquela era uma comida tíca da região.

i) Quem deixou aqueles ojetos na sala de receção?

j) As eruções vulcânicas provocam impato na região.

k) As novas tenologias ajudaram a salvar bebês prematuros.

l) Ao caturar imagens distantes, o telescópio oferecia respostas

para enimas antigos.

m) Ele tenta oter notas mais altas.

n) Qual é o sinificado da palavra corrução?

o) Star Wars é um exemplo de filme éco.

p) Estou dececionada com a interrução daquela série de TV.

q) Tenho o háto de ir para a escola de bicicleta.

7 Escreva as palavras a que se referem as definições a seguir. Elas

devem apresentar encontros consonantais semelhantes ao que

vemos em advogado.

a) Navio de guerra que opera sob a água.

b) Fechamento de um orifício no dente.

c) Forma, aparência exterior.

d) Escolha, alternativa.

e) Criação imaginária.

f) Fruto que é uma variedade do pêssego.

Temos a tendência

de incluir as letras i ou e

para completar a sílaba

em palavras como obter

ou advogado. É preciso

atenção a vocábulos

como esses.

Dica de professor

VICENTE MENDONÇA

submarino

obturação

aspecto

opção

ficção

nectarina

pneu

optou, helicóptero

eclipse

ritmo

atmosfera

óbito

admiração

típica

objetos, recepção

erupções, impacto

tecnologias

capturar, enigmas

obter

significado, corrupção

épico

decepcionada, interrupção

hábito

Caso algum aluno pergunte

se a letra ou a consoante é

muda, como o d de advogado,

explique que são chamadas

de “mudas” as consoantes

que estão escritas mas não

são pronunciadas. Portanto,

a palavra muda não se aplica

a esses casos, já que o som

da letra é falado. Aliás, no

português do Brasil, a única

consoante realmente muda

é o h em início de palavras

porque nunca é pronunciado.

Questão 7 – Você pode conceder alguns minutos para que

os alunos, em grupos, façam

uma lista de palavras de que

se lembram. Em seguida, peça

que consultem dicionários para

confirmar a grafia. No final, se

julgar conveniente, os exemplos

podem ser escritos na lousa.

P:212

138

Entre saberes

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.

Nele, o músico trata de sua vivência com o hip-hop. Agora você e seus

colegas irão produzir uma videoaula sobre o movimento.

Primeiramente, a classe deverá dividir-se em cinco grupos, que lerão

as instruções a seguir para a criação da videoaula sobre hip-hop. Cada

grupo ficará encarregado de um passo do trabalho!

Primeiro passo: pesquisa sobre as origens

do movimento hip-hop

O grupo 1 deve pesquisar em sites confiáveis da internet e em livros

de arte e cultura juvenil sobre o surgimento do movimento hip-hop:

local de origem, ano, personagens principais, fatos importantes etc.

Caso ocorra discrepância entre as informações oferecidas pelos textos,

deve consultar outras fontes para confirmar qual delas está correta.

Após a leitura dos materiais encontrados, os alunos desse grupo

devem escrever um texto reunindo os dados pesquisados. Para isso,

poderão utilizar um editor de texto cujo arquivo possa ser trabalhado

simultaneamente, garantindo que todos escrevam ao mesmo tempo

e trabalhem em grupo. Esse material deverá ser compartilhado com

o grupo 3.

Ohip-hop tem forte identificação com a música, mas não se res

tringe apenas a essa manifestação artística. O movimento surgiu nas

periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década

de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços

públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade

de muitos bairros periféricos estadunidenses.

Os bailes de hip-hop, organizados na rua ou dentro de escolas,

eram marcados por disputas de dança (os chamados breaks) e por

outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues

de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de

grafitagem. Destacou-se, nesse cenário, a Zulu Nation, cujo líder

era o DJ Afrika Bambaataa, um dos fundadores oficiais do hip-hop.

A cultura hip-hop não se restringiu aos bairros periféricos dos

Estados Unidos. Aos poucos, ela foi ganhando o mundo, inclusive

as periferias das maiores cidades brasileiras, tornando-se uma expressão forte e vigorosa. No Brasil, o centro e a periferia da cidade

de São Paulo foram pioneiros na difusão dessa cultura.

Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.

. Agora você e seus

tem forte identificação com a música, mas não se resO movimento surgiu nas

periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década

de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços

públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade

, organizados na rua ou dentro de escolas,

) e por

outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues

de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de

138

VICENTE MENDONÇA

Utilize como critério para divisão dos grupos a habilidade

ou o desejo dos alunos de

trabalhar com pesquisa, produção de roteiro, seleção de

imagens, filmagem, atuação,

edição etc. Caso a turma seja

muito grande, oriente a produção de duas videoaulas.

Como se trata do 6o ano, não se

espera que a videoaula produzida pelos alunos seja sofisticada.

O mais importante é que eles

pesquisem, selecionem dados

e imagens, editem material e

possam, por meio dele, apresentar um tema com clareza.

Se quiser saber mais sobre

o hip-hop e sobre esse movimento no Brasil, leia o artigo

“Tribo urbana ou movimento

social?”, de Marcos Alexandre

Bazeia Fochiacesse, disponível

na internet.

Utilize como critério para divisão dos grupos a habilidade ou o desejo dos alunos de trabalhar com pesquisa,

produção de roteiro, seleção de imagens, filmagem, atuação, edição etc. Caso a turma seja muito grande,

oriente a produção de duas videoaulas.

Entre saberes

CG: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 5, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 10

Habilidades: EF67LP12,

EF67LP20, EF67LP21,

EF69LP21

No campo das práticas de estudo e pesquisa, mais especificamente nas habilidades

EF67LP20 e EF67LP21, a BNCC

prevê a realização de pesquisa usando fontes indicadas e a

divulgação de seus resultados

por meios diversos. Escolhemos

para esta seção a produção de

uma videoaula, que exigirá a

mobilização de ferramentas

digitais e colocará aos alunos

o desafio de explorar diferentes

linguagens de modo articulado,

como prevê a CELP 10. Citamos,

ainda, o diálogo com a CEL 2 e

com a CG 10, entendendo que

a produção de conhecimento

escolar contribui para a continuidade da aprendizagem e que

a participação em um projeto

coletivo favorece o desenvolvimento da responsabilidade

e da flexibilidade. Por fim,

esclarecemos que a atividade

contribui para a aquisição da

CG 9 no que diz respeito a valorizar a diversidade de indivíduos de grupos sociais, seus

saberes, identidades, culturas

e potencialidades; nesse caso,

pelo estudo e reconhecimento

da cultura hip-hop, associada

aos grupos jovens das periferias

de grandes cidades.

P:213

139

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

139

Segundo passo: pesquisa sobre as origens

do movimento hip-hop no Brasil

O grupo 2 deve assistir a produções que apresentam personagens e

fatos ligados ao início do movimento no Brasil e tomar nota das principais

informações. Além das referências indicadas abaixo, deve encontrar outras

referências audiovisuais confiáveis.

- Marco Zero do Hip-Hop. Direção: Pedro Gomes. 2014. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=3uoZ7ztjSDI>. Acesso em: 5 jun. 2018.

- Hip-Hop como ferramenta de inclusão e manifestação cultural. Reportagem: Natacha Mazzaro. TV PUC. 2013. Disponível em: <https://www.

youtube.com/watch?v=b0C-LAcg9nI>. Acesso em: 5 jun. 2018.

- RAPadura – Norte Nordeste me Veste. Direção: VRas77, 2011. Disponível

em: <https://www.youtube.com/watch?v=n_ZXeg6gD_o>. Acesso em:

5 jun. 2018.

Após assistir aos vídeos, o grupo escreverá um texto para reunir as informações, procurando usar um editor de texto que permita a escrita de todos

ao mesmo tempo. A pesquisa deverá ser compartilhada com o grupo 3.

Terceiro passo: transformação da pesquisa

em roteiro de videoaula

Tendo como base os textos produzidos pelos grupos 1 e 2, o grupo 3 vai

criar o roteiro de uma videoaula de 5 minutos. O objetivo dele é transmitir

as informações pesquisadas por meio de um filme destinado a um público

adolescente.

No planejamento do roteiro, deve refletir sobre os seguintes aspectos:

Haverá um narrador na videoaula? Só se ouvirá a voz do narrador ou ele vai

aparecer na tela? Atores vão explicar as origens do hip-hop? Haverá legendas (frases explicativas) na tela? Haverá animações, trechos de canções, de

filmes, de matérias jornalísticas?

Quarto passo: produção da videoaula

O grupo 4 estudará o roteiro e providenciará todo o material necessário

para a produção da videoaula: escolha dos atores, equipamento para gravação de vozes, seleção de trechos necessários à finalização (áudios, imagens,

trechos de filmes etc.).

Quinto passo: gravação e finalização da videoaula

O grupo 5 fará a gravação da videoaula a partir do roteiro e do material

pré-selecionado. Para isso, deve gravar as cenas e salvá-las em um computador. A seguir, deve finalizar o vídeo usando um editor de conteúdo audiovisual,

que pode ser obtido gratuitamente na internet. Por meio dele será possível

organizar as cenas, fazer cortes, inserir trechos captados de material da web,

trilha sonora etc.

Se não for possível usar a ferramenta de escrita colaborativa,

peça aos grupos que escolham

representantes para transformar os textos produzidos em

um único texto.

Não é objetivo da videoaula

do 6o ano que os alunos desenvolvam o gênero roteiro

com precisão. O mais importante é que eles percebam que

uma pesquisa escrita é bem

diferente de uma videoaula

e que, por isso, é necessária

uma adaptação de linguagem.

Ajude os alunos nessa etapa.

Converse com os integrantes

do grupo e incentive-os a fazer

uma lista contendo as necessidades detectadas no roteiro.

Distribua as tarefas.

Preferencialmente, envolva o professor de Arte nas filmagens e na edição. Seria interessante exibir as videoaulas

para todos os alunos do ano. Caso haja muitas produções, divida-as para que cada turma veja duas ou três

delas. No final de cada uma, pergunte aos alunos se compartilhariam ou não o material e se marcariam ou

não “curti” ”não curti”, se estivesse disponível em uma rede social. Peça-lhes que justifiquem sua opinião.

P:214

140

O paulista Arnaldo

Antunes (1960-) ficou

conhecido como músico

e cantor da banda de

rock Titãs. Saiu do grupo

em 1992, mas continuou produzindo letras

de canções em parceria

com os integrantes da

banda e também com

outros músicos, como

Marisa Monte e Carlinhos Brown. Além disso,

tem publicado livros de

poemas e se dedicado às

artes plásticas.

De quem é o poema? FÁBIO GUINALZ/FOTOARENA

Foto de 2013.

140

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

as coisas são

invisíveis

como o ar

se você não

para para

reparar

ARNALDO ANTUNES. Agora aqui ninguém precisa de si.

São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 111.

1 O poema faz uma comparação entre “as coisas” e “o ar”.

a) Embora o ar esteja em nossa volta, não prestamos atenção nele.

Que característica do ar é responsável por isso?

b) Cite uma prova de que o ar existe.

c) Segundo o poema, quando as coisas ficam parecidas com o ar?

2 Olhe em sua volta neste momento para descobrir uma coisa que

passou despercebida até agora.

a) O que você viu?

b) O que foi necessário para que você passasse a ver essa coisa?

3 Você acha que o termo coisas, no poema, refere-se apenas a objetos?

Explique sua resposta.

4 Quais são os sentidos da palavra para no penúltimo verso?

5 A última palavra do poema é o verbo reparar.

a) Que palavras ou expressões têm sentido semelhante ao dela?

b) Por que o poeta decidiu usar a palavra reparar, e não uma de sentido

parecido?

6 O poema em estudo não tem título. Em sua opinião, essa ausência

prejudica a compreensão do texto? Por quê?

Leitura 1

Desvendando o texto

CAPÍTULO

5 POEMA: a expressão do eu

Poemas são textos que encantam porque usam a língua do dia a dia de

um modo especial. Os sons das palavras e seu poder de sugerir imagens e

propor novos sentidos podem ser fascinantes em um texto poético.

Conheça, a seguir, um poema de Arnaldo Antunes e reflita sobre o trabalho com a linguagem.

Sua transparência

ou invisibilidade.

1b. Sugestões: Sentimos nosso peito mais cheio quando

inspiramos; o vento é o ar

em movimento, e podemos

senti-lo no rosto e nos cabelos; uma bexiga cheia é mais

pesada que uma vazia.

Quando não reparamos nelas.

Resposta pessoal.

2b. Espera-se que os alunos respondam

que é necessário prestar atenção, reparar em uma coisa para passar a vê-la.

Espera-se que os alunos respondam que não e justifi4. A primeira ocorrência de

para (verbo) significa “estagnar”, “deixar de mover”; a

segunda (preposição) tem o

sentido de “a fim de”, “com o

objetivo de”.

5a. Notar, perceber, observar,

prestar atenção, fixar o olhar.

Porque, além de rimar com ar, a palavra reparar contém as letras

que formam a palavra para, usada duas vezes no verso anterior.

Espera-se que os alunos respondam que não, percebendo que os versos são suficientes para expressar a ideia, dispensando esclarecimentos.

quem dizendo que também não reparamos em algumas pessoas, por exemplo.

Leitura 1 – Pergunte aos alunos se o poema de Arnaldo Antunes se parece com algum que eles já tenham lido.

A atividade tem o objetivo de estimular a recuperação de repertório da turma. Em geral, eles têm acesso a poemas

com versos distribuídos em estrofes ou a poemas visuais, cujas palavras simulam figuras mencionadas no texto.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 7

Habilidades: EF67LP28,

EF67LP31, EF67LP38,

EF69LP07, EF69LP12,

EF69LP48, EF69LP51,

EF69LP54

Capítulo 5

Pré-requisitos

• EF35LP31

• EF06LP04

• EF67LP28

• EF15LP17

Materiais digitais

Sequência didática 7: A

poesia de tradição oral

CG: 1, 3, 6

CEL: 1, 2, 3, 5

CELP: 1, 3

Habilidades: EF69LP44,

EF69LP46

Sequência didática 8:

A história da cadeira

CG: 1,2

CEL: 1

CELP: 1

Habilidades: EF69LP32,

EF69LP34

Avaliação 3

CG: 1, 4

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2, 6

Habilidades: EF35LP27,

EF35LP28, EF06LP06,

EF06LP47, EF67LP02,

EF67LP04, EF67LP05,

EF67LP15, EF69LP47

CG: 1, 3, 6; CEL: 1, 2, 3, 5;

CELP: 1, 3

Habilidades: EF69LP44,

EF69LP46

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Áudio:

Poemas de Casimiro de Abreu

P:215

141

Ivan Junqueira

(1934-2014) trabalhou

como jornalista em vários jornais do Rio de

Janeiro, cidade onde nasceu e viveu. Foi também

crítico literário e editor.

Seus livros de poemas

foram traduzidos para o

francês, inglês, russo, chinês e outros idiomas. Foi

membro da Academia

Brasileira de Letras.

FABIO SEIXO/AGÊNCIA O GLOBO

De quem é o poema?

Foto de 2013.

141

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Leia a seguir um poema do escritor fluminense Ivan Junqueira e responda

às questões.

O aeroplano

Quando eu fiz cinco anos,

meu pai deu-me de presente um aeroplano

que ele próprio construíra

com finas hastes de bambu e papel de seda.

Tão leve quanto uma libélula,

o frágil engenho voou até desaparecer

por detrás do muro do quintal

e dos últimos reflexos de um poente de verão.

Ninguém jamais o encontrou.

Eu ia na cabine. Eu e minha infância,

que nunca mais voltou.

IVAN JUNQUEIRA. Essa música.

Rio de Janeiro: Rocco, 2014.

1 Releia o poema de Arnaldo Antunes e compare-o com o texto do

diário de Zlata (página 21) e com a reportagem sobre ela (página 26),

que você conheceu no Capítulo 1. Que diferença há na maneira como

as palavras ocupam a linha?

2 Leia mais uma vez o poema, agora em voz alta, considerando o espaço

deixado entre os versos ou no meio deles.

a) A releitura foi feita em ritmo rápido ou lento?

b) No meio de qual verso fazemos uma pausa na leitura? Copie-o.

c) O que nos leva a fazer essa pausa?

d) Que relação existe entre o assunto do poema e essa forma de

escrever o verso?

Leitura 2

VICENTE MENDONÇA

Como funciona um poema?

O poema é um gênero textual do campo literário. Ele se caracteriza pelo

trabalho apurado, especial, com as palavras, mas também por outros recursos

de linguagem, como a distribuição e a diagramação das letras ou o formato do

texto na página, que podem ser mobilizados intencionalmente para construir

sentidos e causar efeito sobre o leitor.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

1. No diário e na reportagem,

as palavras ocupam toda

a extensão das linhas; no

poema, apenas parte delas.

Espera-se que os alunos apontem um ritmo lento.

Verso 5: “para [espaço] para”.

O espaço entre as palavras.

O poema fala da necessidade de reduzir nosso ritmo para que possamos notar as coisas ao

nosso redor. O espaço entre as palavras nos obriga a fazer uma pausa, já realizando aquilo

que é sugerido no texto.

Leitura 2 – Sugerimos, em um

primeiro momento, a leitura

silenciosa. Adiante orientaremos uma atividade de leitura

em voz alta.

P:216

142

142

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Refletindo sobre o texto

1 O poema “O aeroplano” relata um acontecimento.

a) Em que momento da vida do eu lírico esse fato ocorreu?

b) Como você imagina a pessoa que está contando o fato?

c) É possível saber se Ivan Junqueira, autor do poema, viveu mesmo

essa experiência ou se ele apenas a inventou?

2 O poema descreve o aeroplano que o eu lírico ganhou do pai.

a) O brinquedo era feito de “finas hastes de bambu” e de “papel de seda”.

O que são hastes? Qual é sua função?

b) Que característica o uso desses materiais confere ao aeroplano?

c) Transcreva do poema a expressão equivalente à palavra aeroplano

e que revela essa mesma característica.

d) O eu lírico compara o aeroplano com uma libélula. Explique o que

é uma libélula, consultando, se preciso, um dicionário.

e) Que característica citada no poema justifica a aproximação entre

o aeroplano e uma libélula? Que outras características também

poderiam ser citadas?

f) O eu lírico afirma que “ia na cabine” do aeroplano. Como isso é possível

se este era pequeno e de brinquedo?

3 Para o eu lírico, ser criança é como voar no pequeno avião. Então, o

que é a infância para ele?

4 Como o eu lírico expressa ao leitor a ideia de que sua infância terminou com aquela experiência?

5 Observe a forma do poema.

a) Quantos versos ele tem?

b) Quantas são as frases? Considere que cada uma delas termina com

um ponto final.

c) Há o mesmo número de versos e de frases? Por quê?

A voz que fala em um poema é chamada de eu lírico ou eu poético. Ela expressa um sentimento ou conta algo que pode ou não corresponder a uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. Por exemplo, um poeta pode

escrever colocando-se no lugar de uma senhora que está triste porque seu neto

adoeceu, assim como pode fingir ser um caranguejo e falar sobre a experiência

de ser lançado pelo mar em uma praia desconhecida.

Os poemas estão repletos de imagens poéticas. Em lugar de apresentar diretamente uma ideia, criam relações inesperadas. Ivan Junqueira, no

poema que você leu, associou o fim da infância à imagem do aeroplano que

desapareceu.

Para compreender

bem um poema, leia as

frases em voz alta, sem

isolar os versos, pois

elas formam unidades

de sentido. Note as pausas, o ritmo de leitura,

as palavras enfatizadas.

Procure interpretar a

leitura com gestos e

expressões faciais.

Dica de professor

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Quando o eu lírico tinha cinco anos.

Em que momento da vida do eu lírico esse fato ocorreu?

Como você imagina a pessoa que está contando o fato?

1b. Espera-se que os alunos

indiquem que é um adulto, pois

fala da infância como algo distante. É possível que apontem,

predominantemente, que se

trata de um homem, visto que

o brinquedo recebido costumava ser dado a meninos.

Espera-se que os alunos afirmem que não é possível saber isso.

São pedaços de madeira usados rinquedo era feito de “finas hastes de bambu” e de “papel de seda”.

como armação ou apoio.

Sugestão de resposta: Para o eu lírico, a infância é um

Onze.

Cinco.

Não, porque há frases que ocupam mais de um verso.

2e. O poema cita a leveza.

Também poderiam ser mencionadas a capacidade de

voar, a estrutura delgada, a

fragilidade e a delicadeza.

2f. Espera-se que os alunos

notem que não se trata de

uma situação real; o eu lírico

sugere que se sentia como se

pudesse voar no aeroplano,

simulando essa sensação.

“O frágil engenho”.

Fragilidade.

Que característica o uso desses materiais confere ao aeroplano?

Transcreva do poema a expressão equivalente à palavra

Libélula é um inseto com asas longas e transparentes.

é uma libélula, consultando, se preciso, um dicionário.

Que característica citada no poema justifica a aproximação entre

O eu lírico afirma que o avião voou por trás do

muro e nunca mais voltou, assim como sua infância.

momento de diversão e liberdade, em que há espaço para a imaginação.

Aproveite para trabalhar elementos da oralidade. Depois

das atividades com o poema,

que contribuem para uma

compreensão mais profunda

do texto, organize os alunos em

grupos. Cada equipe escolherá

um leitor e orientará sua leitura, indicando palavras a serem

enfatizadas, pausas, expressões

faciais, ritmo etc. Observe se

os leitores fazem pausas mais

longas no final das frases, e não

dos versos. Na apresentação,

retire da sala os outros alunos

leitores para que não alterem

a leitura planejada.

P:217

143

143

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

6 Leia agora este poema de Carlos Drummond de Andrade.

Amor em viagem

Trem arquejante, cansado,

a subir a Mantiqueira,

também eu chego atrasado,

não encontro quem me queira.

Do Rio Grande ao Pará,

de Mato Grosso a Sergipe,

coitado de quem está

procurando amor num jipe.

Numa jangada de vela,

eu beijei e fui beijado,

mas no vento foi-se aquela

que navegava a meu lado.

Piloto que dás teu giro

montado em peixe de prata,

carrega este meu suspiro,

e leva a quem me maltrata.

VICENTE MENDONÇA

a) Que sentimento o eu lírico expressa no poema?

b) O que provoca esse sentimento?

c) O poema cita quatro meios de transporte. Quais?

d) O que o eu lírico quis dizer com a expressão “peixe de prata”?

e) Quantos versos tem o poema?

f) Em quantas estrofes esses versos estão organizados?

g) Que critério foi usado para separar as estrofes?

h) Observe as palavras que formam o final dos versos. Copie as duplas

que terminam com sons semelhantes.

i) Você percebeu que há um padrão nessa repetição de sons? Como

poderia descrevê-lo?

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesia e prosa. Volume único.

Antologia organizada pelo autor. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 984.

Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.

Estrofe é cada grupo

de versos de um poema.

Lembra?

Frustração ou tristeza.

O amor que ele dedica a alguém e não é correspondido.

Trem, jipe, jangada e “peixe de prata”.

Dezesseis.

Quatro.

Cada estrofe fala de

um meio de transporte.

6h. Cansado/atrasado; Mantiqueira/queira; Pará/está; Sergipe/jipe;

vela/aquela; beijado/lado; giro/

suspiro; prata/maltrata.

Em cada estrofe, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo, com o quarto.

6d. Sugestão de resposta: Talvez seja

uma referência a um veículo aquático,

como um barco ou uma lancha.

Questão 6d – Introduziremos o

conceito de metáfora na próxima seção. Sugerimos que não

o antecipe.

Promova uma atividade de declamação do poema. Forme

quartetos e atribua uma estrofe a cada integrante. O grupo

deve definir uma maneira de

ler o texto – incluindo recursos

de gestualidade – que revele

uma interpretação. Oriente-os

a prestar atenção às pausas, a

valorizar as rimas e a definir

ênfases. Também devem cuidar

para que a altura da voz, o

ritmo de leitura e a postura

sejam adequados. Esse procedimento está associado ao desenvolvimento da habilidade

EF69LP53.

P:218

144

144

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Dizemos que há rima entre palavras quando elas terminam com sons iguais

ou semelhantes. A rima pode acontecer no final dos versos (rima externa) ou no

meio deles (rima interna). Veja.

Pescaria

Cochilo. Na linha

eu ponho a isca de um sonho.

Pesco uma estrelinha.

GUILHERME DE ALMEIDA. Os melhores poemas de Guilherme de Almeida.

Sel. Carlos Vogt. 2. ed. São Paulo: Global, 2001. p. 91. (Os melhores poemas; 28).

a) Que relação existe entre o significado da palavra que forma o poema

e a maneira como ela foi escrita?

b) Além de formas, o poeta explorou cores. Como as empregou e com

qual propósito?

c) Esse poema é mais parecido com o de Antunes, o de Junqueira, o

de Drummond ou o de Almeida? Por quê?

d) O poema de Al-Chaer é um exemplo da chamada “poesia visual”. Pense

nas características dele e conclua: o que seria um poema visual?

7 Releia os poemas de Arnaldo Antunes, Ivan Junqueira, Carlos

Drummond de Andrade e Guilherme de Almeida.

a) Observe o uso das letras maiúsculas e da pontuação. Por que o

poema de Arnaldo Antunes é diferente dos outros?

b) Preste atenção na maneira como as palavras ocupam o espaço da

página. Por que temos a impressão de que o poema de Antunes

forma uma figura?

8 Leia este outro poema, do autor mineiro Alberto Vilela Chaer, mais

conhecido como Al-Chaer (1963-).

© AL-CHAER (ALBERTO VILELA CHAER)

VICENTE MENDONÇA

Dos cinco poemas

vistos até este ponto

do capítulo, de qual

você gostou mais? Por

quê? Você tem especial

apreço por algum outro

poema?

Fala aí!

O gênero textual poema explora as palavras, que não são empregadas da

forma mais comum. Elas são escolhidas, dispostas e eventualmente articuladas

com outros recursos visuais de modo a construir sentidos inusitados e efeitos

expressivos.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

As letras da palavra lua imitam suas fases.

8b. Ele usou o preto para

compor o fundo e o branco

para escrever as letras, sugerindo, assim, a noite e a lua

iluminada.

8c. Com o de Antunes, porque procurou trabalhar não

apenas o sentido e o som

das palavras, mas também

o aspecto visual.

Um poema que explora imagens e formas.

7a. Porque nele não há letras

maiúsculas nem pontuação.

Porque as palavras estão centralizadas, e o espaço entre elas é desigual.

Estimule os alunos a justificar suas preferências. Dê

espaço para que todos os

poemas sejam comentados.

P:219

145

145

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

VICENTE MENDONÇA

A linguagem poética

O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras ao criar

associações novas, inesperadas. Eles usam a linguagem figurada, que se

caracteriza por palavras usadas com sentido diferente do usual. Explore

mais esse aspecto, realizando as atividades a seguir.

1 Leia a tirinha do cartunista goiano Galvão Bertazzi.

Vida Besta Galvão Bertazzi

a) O que significa levar uma “nuvem escura” sobre a cabeça?

E carregar um “sol particular”?

b) As expressões nuvem escura e sol particular têm sentido denotativo

(literal, usual) ou conotativo (novo, criativo)?

c) Como o cartunista explora essas expressões nos quadrinhos?

2 Leia este poema da escritora portuguesa Matilde Rosa Araújo

(1921-2010).

Um amigo

Esta noite deitei-me triste.

Abri um livro, passei uma folha, outra folha.

Quando cheguei ao fim tinha o coração cheio

de folhas e de flores...

MATILDE ROSA ARAÚJO. Cantar da Tila.

Lisboa: Livros Horizonte, 1986.

GALVÃO BERTAZZI

Se eu quiser aprender mais

Se essa tirinha fosse minha...

Agora é sua vez de brincar com os sentidos. Desenhe uma situação que

represente, de modo literal, uma construção conotativa. Você pode desenhar,

por exemplo, “um doce de menina”, “um colega que é um crânio” e “uma

professora que é fera em Matemática”, entre tantas outras.

1a. Levar uma “nuvem escura”

sobre a cabeça significa estar

sempre preocupado, de mau

humor; ter um “sol particular”

significa estar sempre otimista,

alegre. Sentido conotativo.

1c. O cartunista usa as expressões de maneira literal,

criando um contraste entre

o cenário e a situação dos

personagens.

Se essa tirinha fosse minha... –

Propomos afixar as produções

na lousa ou em uma parede para

os alunos verem o que os colegas desenharam. Peça a cada

aluno que explique o sentido

da expressão usada como base.

Comente eventuais equívocos.

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 3, 4

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 7

Habilidades: EF67LP31,

EF67LP38, EF69LP05,

EF69LP48, EF69LP53,

EF69LP54

P:220

146

146

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Com o que as borboletas são comparadas no poema?

b) Quais características aproximam os elementos comparados?

c) Redija uma frase que explicite a comparação.

d) Por que podemos dizer que esse haicai apresenta uma metáfora?

4 Leia outro haicai, este da escritora capixaba Lena Jesus Ponte.

Cuidadoso, o pai

descascava a tangerina.

Perfumava a infância.

LENA JESUS PONTE. Ávida palavra. Rio de Janeiro: Editoração, 2007.

a) Esse poema pode ser considerado um bom exemplo de haicai?

Justifique sua resposta observando a forma e o tema.

b) Como você entendeu a ideia de que o pai “perfumava a infância”?

c) A palavra perfumar está ligada a outra palavra no poema. Qual?

Explique sua resposta.

Pétalas de seda

Flutuam, fazem festa

Borboletas.

Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/setsukogeni-oyakawa>. Acesso em: 6 jun. 2018.

Haicais são poemas

de origem japonesa

compostos de três versos. Seus temas são

ligados à natureza ou à

percepção da passagem

do tempo.

a) O eu lírico sentia-se triste quando se deitou. O que ele resolveu

fazer enquanto não dormia?

b) Depois disso, o estado de espírito dele mudou ou continuou igual?

Justifique sua resposta.

c) A palavra folha foi usada com dois sentidos no texto. Quais são eles?

d) O segundo sentido de folha permitiu ao eu lírico relacioná-la a uma

palavra que não se refere normalmente aos livros. Qual é ela?

e) No verso final, as palavras folhas e flores foram usadas com sentido conotativo. O que elas passaram a significar? Por quê?

f) O “amigo” citado no título é o livro. Transcreva a frase a seguir

em seu caderno e complete-a, valendo-se das ideias presentes

no poema.

O livro é como um amigo, porque...

g) No poema, a ideia de que o “amigo” é o livro está dita claramente

ou o leitor precisa deduzir esse sentido?

3 Conheça um haicai da poeta paulista Setsuko Geni Oyakawa. VICENTE MENDONÇA

A comparação implícita, que não é dita

claramente, chama-se

metáfora. O leitor precisa deduzir o sentido,

contando com as outras palavras do texto.

A metáfora é um dos

principais recursos da

linguagem conotativa.

3a. Pétalas de seda.

3b. Leveza, fragilidade, delicadeza, capacidade de flutuar.

3c. Sugestão: Borboletas são

como pétalas de seda porque

flutuam delicadamente.

3d. Porque há uma comparação

entre as borboletas e as pétalas

de seda, mas isso não está

expresso claramente. É preciso

que o leitor perceba a relação.

2e. “Alegria”, “felicidade”, por- que são elementos que reme- tem a coisas belas, positivas.

Resposta pessoal. Sugestão: O livro é como um amigo, porque

nos conforta quando estamos tristes.

O leitor precisa deduzir

No poema, a ideia de que o “amigo” é o livro está dita claramente

o sentido.

Ler um livro.

Mudou, porque seu coração ficou “cheio de folhas

Depois disso, o estado de espírito dele mudou ou continuou igual?

e de flores”, o que sugere que a tristeza passou.

2c. “Pedaço de papel” e “parte

de árvore ou de planta”.

Flores.

4a. Sim. O poema é formado

por três versos, e seu tema é

a percepção das fases da vida,

portanto tem as características

que identificam um haicai.

4b. Resposta pessoal. Os alunos devem reconhecer a ideia

de que o pai é visto como

alguém que torna a infância

melhor, estando associado ao

cuidado e ao carinho. Também

podem entender que, na memória do eu lírico, a infância

está relacionada ao cheiro da

tangerina.

4c. À palavra tangerina, fruta que, quando descascada, exala um cheiro forte e doce.

Questão 3d – Escolha, entre

aquelas produzidas pelos alunos, uma resposta que considere modelar. Anote-a na

lousa e evidencie como o aluno

organizou os dados de modo

a expressar, com clareza, as

particularidades da metáfora.

Questão 4d – Grande parte das

imagens de um poema não oferece uma interpretação única

e fechada. O importante é que

o aluno apresente uma ideia

coerente com o contexto em

que a imagem está colocada.

P:221

147

147

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você conheceu poemas bem diferentes neste capítulo.

Alguns são mais tradicionais e exploram, por exemplo,

a rima ou um número fixo de versos por estrofe. Outros

são mais livres, optando, por exemplo, por organizar os

versos em uma estrofe única. Há aqueles que exploram

o formato do texto no papel, inclusive o espaço ocupado

pelas palavras ou as formas e cores que podem adquirir

para sugerir sentidos.

Agora é sua vez de produzir um poema, e fará isso

experimentando a possibilidade de relacionar palavras

a objetos. Veja, como exemplo, o poema visual ao lado,

do mineiro Sérgio Capparelli (1947-) e da gaúcha Ana

Cláudia Gruszynski (1966-).

Seu poema será produzido no computador e depois

será impresso e exposto para os alunos e profissionais da

escola em um “varal de poesia”.

SÉRGIO CAPPARELLI; ANA CLÁUDIA

GRUSZYNSKI. Poesia visual.

São Paulo: Global, 2002. p. 11.

Momento de produzir

Planejando meu poema

Veja orientações para sua produção no quadro a seguir.

© SÉRGIO CAPPARELLI E

ANA CLÁUDIA GRUSZYNSKI

Meu poema NA PRÁTICA

Da teoria para a... ... prática

Seu poema conterá um objeto. Pense em algo que

tenha um sentido especial. A bicicleta que você

usa para passear com os amigos pode representar

a ligação entre vocês e permitirá falar de amizade,

por exemplo.

A voz que fala no poema é o eu lírico.

Ele pode se expressar em primeira pessoa

ou tratar do tema em terceira pessoa.

Imagine o eu lírico de seu texto. Ele destacará

experiências e sentimentos, como fez Ivan

Junqueira, ou o foco estará no tema, como fez

Sérgio Capparelli?

Em curtos períodos artísticos, a rima foi

vista como elemento indispensável para

a poesia. Hoje, valorizam-se tanto os

poemas com rimas quanto aqueles com

versos brancos (sem rimas).

A rima é um recurso importante para a sonoridade

do poema, mas você também pode explorar a

repetição de palavras, usando termos com sons

semelhantes, criando um refrão (um ou mais versos

que se repitam no final da estrofe) etc.

Pense em como pode ficar seu poema na página:

tipo de letra, escrita horizontal ou não, fundo

colorido etc.

Os poemas podem explorar a relação entre

o espaço em branco na página e as letras

impressas, usar cores no fundo ou nas letras,

formar figuras ligadas ao tema etc.

A arte feita hoje procura eliminar a fronteira entre literatura, escultura, música

etc. A literatura experimenta formas

novas.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

A produção solicitada desafiará

o aluno a valer-se de várias semioses, uma vez que o sentido

de seu poema deve considerar

não apenas os aspectos verbais,

mas também o formato, a diagramação das letras e a complementariedade com o fundo

e com o objeto ou a imagem

escolhidos. Ele estará, assim,

explorando diferentes linguagens para acessar a dimensão

lúdica e participar de produção

artístico-cultural, como preveem

a CEL5 e a habilidade EF67LP31.

A produção em computador

facilita a inclusão do objeto, que

pode ser fotografado e aparecer

em tamanho menor. Também

favorece a experimentação de

diferentes tipos, tamanhos e

cores de letras. Todavia, não há

prejuízo em pedir que o poema

seja produzido à mão e que o

objeto, sendo pequeno, seja colocado ou, sendo grande, seja

substituído por uma imagem

(recortada de uma revista, por

exemplo).

Meu poema na prática

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 5, 6

CELP: 1, 2, 7

Habilidades: EF67LP08,

EF67LP31, EF67LP38,

EF69LP07, EF69LP12,

EF69LP48, EF69LP51,

EF69LP54

P:222

148

148

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Elaborando meu poema

1. Para começar, reflita sobre os motivos que levaram você a escolher o objeto. Qual

é a função dele no dia a dia? Que sentido especial pode ter?

2. Faça uma lista com palavras que podem ser associadas a esse sentido.

3. Usando algumas das palavras da lista, crie versos que incluam esse objeto em uma

situação que emocione o leitor ou desperte a imaginação dele.

4. Procure trabalhar a forma do poema. Você pode escrever quantos versos desejar

e organizá-los em uma ou mais estrofes.

5. Explore a sonoridade dos versos, tentando usar algum recurso que a torne especial:

rima, repetição de palavras, uso de termos com sons similares etc.

6. Com o poema pronto, altere tipo, cor e tamanho das letras, experimente fundos

coloridos, escreva em posição horizontal e diagonal. Faça experiências até encontrar

os recursos visuais adequados ao conteúdo ou às sensações que espera provocar.

7. Insira o objeto escolhido. Você pode fotografá-lo ou pesquisar imagens dele

na internet.

Momento de reescrever

Avaliando o poema do colega

Essa produção será avaliada em grupos. Formem quintetos com colegas e mostrem

os poemas uns aos outros. Em um primeiro momento, ninguém deve explicar sua

produção. Os leitores devem tentar compreender o sentido do texto observando os

vários recursos mobilizados. Em uma segunda etapa, cada integrante terá de explicar

seu objetivo e os recursos que usou.

Ao terminar a troca de impressões, os leitores vão avaliar o texto de cada colega,

valendo-se do quadro de critérios a seguir. Eles devem responder “sim” ou “não” e

explicar suas respostas.

A O poema usa a linguagem verbal e incorpora um objeto?

B O leitor consegue criar um sentido para o poema e para a presença do objeto?

C O poema está organizado em versos e estrofes (uma ou mais)?

D O poema explora recursos sonoros?

E Os recursos visuais do poema são criativos?

F A escolha dos recursos visuais revela uma intenção, isto é, a busca de um efeito

específico?

G A produção revela capricho? O material impresso não está sujo ou amassado?

Reescrevendo meu poema

1. Reflita sobre os comentários dos colegas. Se eles disseram “não” aos itens A, B ou C,

você precisará refazer seu poema, porque deixou de considerar itens fundamentais

na proposta.

2. Caso seus colegas tenham dito “não” aos itens D, E ou F, você poderá escolher entre

alterar o texto ou mantê-lo, já que os critérios se referem a escolhas pessoais.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Avaliando o poema do colega – item F – Caso os alunos

tenham dificuldade em avaliar esse item, mencione que

algumas letras provocam um

efeito mais divertido, enquanto outras resultam em uma

aparência mais séria, formal.

Outro exemplo pode ser o uso

das cores: o efeito produzido

por um texto escrito com letras azuis é diferente de outro

anotado com letras vermelhas.

É interessante que isso tenha

sido considerado na produção

do poema.

P:223

149

Textos em conversa

Conheça um projeto do artista plástico paranaense Diego Bachmann.

1 De que material parece ter sido feita essa escultura?

2 Esse material e a forma da escultura levam o público a relacioná-la

com uma figura humana presente nas grandes cidades. Qual?

3 Observe que não há nada dentro da forma. Levante uma hipótese: o

que o artista sugere quando substitui a figura humana pelo vazio?

4 Em sua opinião, o que o artista procurou causar no público?

5 Que relação pode ser estabelecida entre essa escultura e o poema de

Arnaldo Antunes que abriu o capítulo?

DIEGO BACHMANN. Dingo. 2014. Fibra de vidro sobre tecido, Curitiba (PR).

DIEGO BACHMANN

Um cobertor.

Um morador de rua.

3. Sugestão de resposta: O artista sugere que

os moradores de rua se

tornam “invisíveis”; isto

é, não enxergamos sua

história, os motivos de

estarem ali etc.

4. Espera-se que os

alunos compreendam

que o artista desejou

provocar a reflexão

sobre a condição dos

moradores de rua e

sobre a indiferença

das pessoas a eles.

Assim como a escultura, o poema nos alerta para o fato de que nos acostumamos com

certos lugares e situações e deixamos de prestar atenção neles e nas pessoas. 149

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Momento de apresentar

Inserindo meu poema no varal de poesia

1. O varal de poesia será montado no pátio da escola ou em outro local de grande

circulação para que toda a comunidade escolar possa conhecer os poemas.

2. Após a reescrita, reimprima o poema, lembrando-se de que deve ser grande

o suficiente para ser lido com facilidade.

3. A primeira folha desse varal deve conter um texto explicativo da exposição, preparado por um aluno eleito pela turma.

Convide os alunos a responder às questões antes de

conversar com eles sobre a

obra. Isso exigirá que formem

uma opinião própria antes

de aceitar as leituras alheias.

A CG 9 cita a importância de o

estudante desenvolver a empatia e promover o respeito ao

outro e aos direitos humanos.

Esta seção, aquecida pela discussão do poema de Arnaldo

Antunes (Leitura 1), concorre

para a reflexão acerca da condição da população em situação

de rua e da “invisibilidade” a

que é submetida. Verifique se

o professor de Geografia tem

interesse em ampliar a abordagem, retomando a escultura de

Diego Bachmann em sua aula

para tratar das noções de pertencimento e identidade e para

discutir o fato de que o indivíduo é, simultaneamente, uma

unidade e uma peça de uma

categoria social ampla. Notícias,

reportagens e depoimentos podem ser usados para ancorar

a discussão no contexto atual.

Textos em conversa

CG: 2, 3, 4, 7, 9

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1

Habilidades: EF67LP27,

EF89LP32

P:224

150

150

Outras formas de compor poemas

No site <ciberpoesia.

com.br>, é possível

ler o texto na versão

“Ciberpoemas” (imagem 1) ou na versão “Poemas visuais”

(imagem 2).

Se optar pelo poema visual, o leitor

encontrará o texto acompanhado

de dois recursos

de interação: o

zoom e o espaço

para comentários.

Aproveite para

conhecer o poema “Zigue-zague”.

150

Embora a palavra seja o centro da poesia, ela pode contar com vários outros recursos, e a tecnologia tem criado novas possibilidades

de composição. Conheça, agora, a reprodução de algumas etapas

do ciberpoema “Zigue-zague”, de Sérgio Capparelli e Ana Cláudia

Gruszynski, os mesmos autores do poema visual que você estudou

na seção “Meu poema”. Veja também os comentários ao lado.

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

1

2

Se for possível, acesse o site para

que os alunos possam observar

todos os recursos mobilizados

na construção do sentido do

texto. Nesse caso, substitua a

leitura dos boxes por comentários sobre os recursos da animação e as formas de interação

com o leitor. Se houver acesso

a vários computadores, após

mostrar o caminho de leitura

que indicamos ao lado, convide

os alunos para, individualmente

ou em grupos, interagir com o

poema e conhecer outros textos

disponíveis no site.

Nesta dupla de páginas especiais,

o aluno é convidado a observar

os recursos semióticos presentes

em um ciberpoema, a fim de

ampliar sua compreensão das

tecnologias digitais de informação e comunicação como instrumento para diversas práticas

socias, inclusive aquelas relativas

ao campo artístico-literário. O

contato com o exemplo contribui para a percepção das

diferentes formas de construir

sentidos das várias linguagens,

além de promover a reflexão sobre as transformações do gênero

em decorrência do desenvolvimento dessas tecnologias, que

implicam, entre outros efeitos,

a reconfiguração do papel do

leitor (BNCC, p. 70).

Outras formas de

compor poemas

CG: 2, 3, 4, 5

CEL: 1, 3, 6

CELP: 1, 10

Habilidades: EF67LP01,

EF67LP08, EF69LP48,

EF69LP54, EF89LP33,

EF89LP36

P:225

151

151

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

Se escolher o ci

-

berpoema, o lei

-

tor chegará a um

hiperpoema, que

pode ser lido de

várias maneiras.

O link abre uma animação

iniciada com a apresen

-

tação dos personagens:

os peixes Zig (imagem 4) e

Zag (imagem 5).

151

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

3

4

5

P:226

152

152

Na sequência, são mostradas as ilustrações

dos peixes se formando com as palavras Zig

e Zag, e com as letras dos versos, que entram na tela de modo rápido e progressivo.

Em seguida, os versos do poema contornam as ilustrações. A última parte da animação mostra os dois peixinhos tremendo

ligeiramente na tela, como se nadassem.

Então, no canto superior esquerdo, abre-se

uma nova possibilidade de leitura: se o leitor

clicar em “Início”, verá novamente a animação, mas, se escolher “Help”, encontrará um

convite para clicar nos “elementos do poema

e percorrer a história animada”. Veja o que

acontece ao clicar no rabo do peixe Zig.

152

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

6

8

7

menuinício

help

cena I

menuinício

help

P:227

153

153

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

Basta, então, voltar ao

menu e clicar em “Segue”.

A história continua com

uma cena em que os dois

peixes se deslocam para

o fundo da tela até desaparecer.

Clicando ali, o

leitor encontrará

uma cena com os

peixinhos nadando e o verso “Zig

e Zag saíram sem

direção”.

153

Na ciberpoesia, o leitor é convidado a interagir com o poema ao escolher

que caminho vai percorrer na leitura.

Biblioteca cultural

Você gostou da descrição do hiperpoema “Zigue-zague”? Há vários outros

bem interessantes no mesmo site, alguns deles interativos. Que tal conhecer?

Acesse: <http://www.ciberpoesia.com.br>.

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,

DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>

9

10

segue

volta para

menu

anterior

volta para

menu

P:228

154

154

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você se lembra do poema visual “Lua”, de Al-Chaer? Ele é formado por uma

única palavra. Imagine que tivéssemos outras construções: “A lua”, “Uma lua”,

“Lua nova”, “Duas luas”. Cada uma delas implicaria diferenças no sentido do

poema e talvez na imagem que o poeta criou. Os termos que acompanham a palavra lua nessas formulações são modificadores. Eles são o assunto desta seção.

Leia o comentário a seguir, reproduzido de um site que reúne avaliações de leitores

sobre atrações e pontos turísticos diversos.

Pra começar

Mais da língua

Termos que acompanham

o substantivo

1 Quem provavelmente tem interesse pelos comentários disponíveis em um site

como esse? Por quê?

2 O termo legalzinha qualifica a Praia do Prata. Que avaliação essa palavra sugere?

3 Observe os símbolos usados para a avaliação. Eles são coerentes com o título?

4 O produtor do comentário determinou com exatidão o tempo que o visitante

deveria descansar na praia? Explique sua resposta.

5 Qual é o sentido da expressão pra caramba no comentário? Essa expressão

informal destoa do texto?

6 Que palavra é qualificada por quente pra caramba? Como ela se classifica?

7 A informação quente pra caramba tem um desdobramento no texto. Que outra

informação ela justifica?

8 A menção ao lago, no último período, traz uma novidade para o texto ou o

leitor já sabia da existência de praias de água doce na cidade?

MELANIE PERSON

Fonte: <https://www.tripadvisor.com.br/ShowUserReviews-g668997-d2414467-r574514945-Prata_

Beach-Palmas_State_of_Tocantins.html>. Acesso em: 7 jun. 2018. (Texto adaptado).

É legalzinha

Depois de ter curtido altas aventuras no Jalapão, vale a pena passar na Praia do Prata, em

Palmas, e descansar um ou dois dias. Dê preferência para os dias de semana, pois nos finais de

semana ela é muito lotada. Como é uma cidade quente pra caramba, é muito bom se refrescar

numa de suas praias de água doce e comer peixe em barracas que colocam as cadeiras dentro

da água. O lago é show de bola.

MELANIE

PERSON

A valiação sobre Praia do Prata

Celebrimbornoldorin

São Paulo, SP

Avaliações (513) Faça uma avaliação

Pessoas que pretendem viajar ou estão em viagem e podem usar

2. O termo sugere

que o produtor do

comentário gostou

da praia, mas não

a achou extraordinária.

A indicação de três esferas completas sugere uma avaliação positiva, mas não inteiramente favorável, o que coincide

Não. Ao dizer “um ou dois dias”, sugere quantidade aproximada, inexata.

Pra caramba tem o valor de “muito”, “excessivamente”, e não destoa, pois há outras

palavras ou expressões informais, como curtido, altas aventuras e show de bola.

Cidade; substantivo.

A sugestão de fazer a refeição em barracas que ficam no lago

O leitor sabia que havia praias de água doce na cidade, logo deveria inferir que lá existia um

lago ou um rio.

essas informações para planejar suas atividades.

com a ideia de

“legalzinha”.

Não usamos a

foto original que

aparece no site

em razão da impossibilidade de

obter a autorização do detentor

dos direitos autorais.

e oferecem uma forma de se refrescar.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Adjetivo;

• Numeral;

• Artigo;

• Sílaba tônica e acento

gráfico (revisão).

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 7

Habilidades: EF06LP04,

EF06LP06, EF67LP32,

EF69LP03, EF69LP05,

EF69LP55, EF07LP08,

EF08LP09

Nesta seção, está em foco a

relação entre o substantivo

e seus determinantes, explorados com o propósito de

entender efeitos semânticos

e alguns aspectos relativos à

concordância nominal.

P:229

155

155

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Adjetivo

Preste atenção nesta tira do quadrinista gaúcho Adão Iturrusgarai.

Mundo Monstro Adão Iturrusgarai

© ADÃO ITURRUSGARAI

1 Qual desses ditados populares poderia intitular a HQ? (1) Quem não tem cão

caça com gato. (2) Gosto não se discute. (3) As aparências enganam.

2 Copie as palavras que caracterizam o termo livros.

3 Por que essas palavras são essenciais para o sentido da tira?

4 Timóteo é o único personagem descrito pelo produtor da tira. Que característica dele foi citada? Como ela se relaciona com sua preferência?

5 As legendas dessa tirinha são comentários sobre hábitos de leitura dos personagens. O que permite concluir que esses comentários não se referem apenas

ao objeto que está nas mãos de cada um deles?

Como você já estudou, os substantivos são palavras que nomeiam seres, objetos, lugares, ideias e ações. Em um texto, eles vêm acompanhados por palavras que os modificam

para indicar qualidade, quantidade, sentido genérico ou particular, entre outros valores.

Tais palavras, que pertencem a classes gramaticais diferentes, são importantes

para a precisão e a clareza do sentido que será construído. No comentário que você

leu, o adjetivo quente é fundamental para descrever a cidade de Palmas e justificar

a sugestão dada ao leitor. Os numerais um ou dois quantificam o número de dias a

se passar na cidade, sendo coerentes com a ideia de que é interessante, mas não o

suficiente para justificar uma longa estada. Já o artigo o, usado antes de lago, evidencia que esse lugar já estava, de algum modo, mencionado no texto e se relaciona

a informações conhecidas do interlocutor.

A tira mostra que as pessoas têm gostos diferentes. Para falar disso, foram usadas

expressões formadas pela palavra livros acompanhada por diferentes características.

Livros nomeia um objeto, por isso pertence à classe gramatical dos substantivos. Já as

palavras que caracterizam os substantivos, descrevendo-os, são os adjetivos.

O adjetivo, o numeral e o artigo acompanham o substantivo com a função de

caracterizá-lo, determiná-lo ou especificá-lo.

Fininhos, usados, grossos, grandes.

1. (2). Assegure-se

de que os alunos

compreendem as

ideias expressas

em cada ditado.

3. Porque a tira

descreve gostos diferentes, e essas

palavras especificam os tipos de livro

preferidos.

4. Timóteo é descrito como tímido,

e sua preferência

por livros grandes

parece se justificar

pela possibilidade

de ele se esconder

atrás desses livros.

O uso da palavra livros, no plural.

Pronomes possessivos e demonstrativos também são modificadores, mas não serão tratados agora.

Serão objeto de estudo no volume do 7o

ano.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Alguns adjetivos se flexionam em número (singular ou plural) e

gênero (masculino ou feminino) para acompanhar os substantivos. Outros

flexionam-se apenas em número. Observe.

André gosta de

livro usado

.

edição usada

.

livros usados

.

edições usadas

.

Timóteo gosta de

livro grande

.

edição grande

.

livros grandes

.

edições grandes

.

Além disso, os adjetivos podem sofrer variações para indicar os graus

aumentativo e diminutivo, como vemos em “Cecília gosta de livros fininhos”.

O grau dos adjetivos também pode ser apresentado de duas outras

formas: grau comparativo e grau superlativo

.

O grau comparativo estabelece uma comparação entre duas ou mais

qualidades de um ser (1) ou entre uma qualidade de dois seres (2).

(1) O pedreiro é mais hábil (do) que esforçado.

(2) O ator era mais falante (do) que o diretor.

(1) O pedreiro é tão hábil quanto esforçado.

(2) O ator era tão falante quanto o diretor.

(1) O pedreiro é menos hábil (do) que esforçado.

(2) O ator era menos falante (do) que o diretor.

O grau superlativo pode ser relativo ou absoluto

.

• Relativo: intensifica uma qualidade de um ser em relação a um conjunto

de seres, que pode ser citado ou deduzido pelo contexto.

O enfermeiro era o mais forte (da equipe).

O enfermeiro era o menos forte (da equipe).

• Absoluto: intensifica uma qualidade de um ser sem fazer nenhuma

comparação.

O enfermeiro era fortíssimo

.

O enfermeiro era muito forte.

Comparativo

de superioridade

Comparativo

de igualdade

Comparativo

de inferioridade

Superlativo relativo

de superioridade

Superlativo absoluto sintético

(intensidade indicada pela

terminação do adjetivo

)

Superlativo absoluto analítico

(intensidade indicada por

advérbio + adjetivo

)

Superlativo relativo

de inferioridade

LASSMAR

LASSMAR

O adjetivo caracteriza o substantivo, podendo descrever sua aparência, a

matéria de que é feito, sua finalidade etc. Flexiona-se em gênero e número

para concordar com o substantivo e pode variar em grau

.

P:231

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157

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Benett

a) Copie os adjetivos que se referem ao substantivo coração.

b) Esses adjetivos seriam modificados se qualificassem o substantivo

cabeça? Explique.

c) Que palavra foi empregada para intensificar o sentido de três desses

adjetivos?

d) A palavra obrigada também é um adjetivo. Por que ela aparece na

forma feminina?

e) Consulte o sentido de sugestionável em um dicionário. É uma palavra derivada ou composta?

f) Por que a menina chegou à conclusão de que seu interlocutor

(o coração) é “muito sugestionável”?

© BENETT

a) O que o rato está fazendo nos dois primeiros quadrinhos?

b) Compare os sufixos de Gatinha e partícula. Em qual das palavras

ele expressa a noção de tamanho? Justifique sua resposta.

c) Quais são os adjetivos que, nos balões de pensamento dos dois

primeiros quadrinhos, qualificam a expressão cada partícula

do universo?

d) Por que esses adjetivos revelam que o ratinho está apaixonado?

Níquel Náusea Fernando Gonsales

2 Leia agora esta tirinha com os personagens Níquel Náusea e Gatinha,

a rata por quem ele está apaixonado.

© FERNANDO GONSALES

O adjetivo NA PRÁTICA

1 Leia a tirinha do cartunista paranaense Alberto Benett.

1a. Grande, pequeno, perfeito, sugestionável.

Apenas pequeno e perfeito se modificariam, pois apresentam

formas diferentes para o feminino (pequena e perfeita).

Muito.

Para concordar com a pessoa que a empregou (a menina).

Porque ele varia conforme o desejo dela.

1e. Conforme o Dicionário

eletrônico Houaiss, sugestionável é aquele “que aceita

facilmente sugestões, que se

deixa influenciar por ideias

e opiniões alheias”. É uma

palavra derivada.

2a. Está ensaiando (memorizando) uma fala.

2b. Em partícula, que significa

“parte” ou “corpo muito pequeno”. Em Gatinha, o sufixo

sugere afeto.

Viva, cintilante.

Porque eles mostram que, para o rato, o mundo fica melhor quando a amada

está presente.

P:232

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158

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Armandinho estranha

o fato de algumas pessoas separarem o que é

“de menino” e o que é

“de menina”. O que você

pensa sobre isso?

Fala aí!

f) O termo brilhenta não aparece nos dicionários. Que adjetivo

expressaria a mesma ideia?

g) Por que o ratinho conclui que precisa ensaiar mais?

3 Preste atenção nas palavras usadas por Armandinho na tira a seguir.

Armandinho Alexandre Beck

a) Por que as expressões de menino e de menina, no primeiro quadrinho, aparecem entre aspas?

b) Armandinho não entende a separação que muitas pessoas defendem

entre o “mundo dos meninos” e o “das meninas”. Como a pontuação

nas falas do primeiro quadrinho expressa essa incompreensão?

c) Por que o menino estranha a ideia de que existe separação entre o

que seria próprio de meninos e o que seria de meninas?

d) Substitua as locuções adjetivas de menino e de menina por adjetivos

que tenham o mesmo sentido.

Em algumas variedades populares de linguagem, é comum a noção

de plural ser expressa apenas no artigo (“As coisa

fica brilhenta”). Contudo,

nas variedades urbanas

de prestígio, usadas em

comunicações formais,

essa noção é indicada em

todos os termos variáveis

em número: “As coisas

ficam brilhantes”.

Sabia?

© ALEXANDRE BECK

“as coisa”

“fica” “se torna”

“brilhenta”

e) No terceiro quadrinho, a fala de Níquel Náusea equivale ao pensamento expresso nos quadrinhos anteriores. Copie a tabela em

seu caderno e complete-a comparando os termos equivalentes

nos dois casos.

4 Na questão 3, você aprendeu que as locuções adjetivas têm valor de

adjetivo. Reescreva as frases a seguir no caderno, trocando as locuções

por adjetivos.

a) Há uma área no zoológico para observação de aves da noite.

b) A carne de boi era a mais cara.

c) É fundamental manter a higiene da boca.

d) O ambiente da cidade incomoda muitas pessoas.

e) Naquela tubulação corria água de chuva.

f) Essa é uma doença de cães.

Locução adjetiva é um conjunto de palavras com valor de adjetivo. Em geral, é formada por preposição + substantivo. Algumas locuções têm adjetivos

equivalentes. Exemplos: trabalhador do campo = trabalhador rural, problema do

coração = problema cardíaco, faixa de idade = faixa etária.

“viva e cintilante”

“cada partícula do universo”

f) Brilhante, brilhosa. Comente com os alunos que, assim como os substantivos, os adjetivos também podem ser derivados,

como é o caso dessas palavras, ou compostos, como azul-marinho ou amarelo-canário.

2g. Porque, diante da ratinha, ele se atrapalhou e acabou

produzindo uma

fala bem menos elegante e romântica do que aquela que havia planejado dizer.

Masculino(a); feminino(a).

3a. Porque são expressões

que Armandinho ouviu e está

repetindo; não são dele.

Resposta pessoal.

3b. A combinação de ponto

de interrogação seguido de

ponto de exclamação sugere

perplexidade.

3c. Porque a mãe de Armandinho dirige um carro e o pai

cuida do menino, portanto

não faz sentido a afirmação

do personagem adulto de que

existe separação entre coisas

de meninos e de meninas.

Bovina.

Bucal.

Urbano.

Pluvial.

Canina.

Noturnas.

Fala aí! – Aproveite a tirinha

para explorar o tema dos papéis

sociais comumente associados

aos homens e às mulheres. Cuide para que os debatedores

tenham uma postura respeitosa. É importante que esperem

sua vez para falar. Coíba falas

que visem desqualificar outros

interlocutores.

Questão 2f – Comente com os

alunos que, assim como os substantivos, os adjetivos também

podem ser derivados, como é o

caso dessas palavras, ou compostos, como azul-marinho ou

amarelo-canário. Retome a atividade 1, em que foi analisado

o adjetivo sugestionável, que

é derivado.

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159

A

BONTOM/SHUTTERSTOCK

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) A palavra importantíssimas foi usada para caracterizar as notícias

que Lili daria a Bia. Que outra forma desse adjetivo corresponde

ao mesmo grau?

b) Lili usou o adjetivo ótima, que é uma forma do grau superlativo

absoluto sintético. Como seria essa expressão na forma analítica?

c) Que adjetivo poderia ser usado no lugar da expressão mais que ótima,

mantendo a progressão pretendida por Bia?

d) Que recurso não verbal Lili empregou para caracterizar as notícias?

e) Observe a explicação das notícias ótima e mais que ótima. De que

forma a pontuação reforça a caracterização expressa pelo adjetivo

e pela locução adjetiva?

f) Adjetivos como verde, escorregadio e redondo são objetivos,

enquanto importantíssimas, ótima, ruim e horrível são subjetivos.

Explique por quê.

g) A autora do e-mail usou a linguagem coloquial, como exemplifica

a construção “acho ele um gato” em lugar de “eu o acho muito

bonito”. O que explica essa escolha?

h) Você leu apenas um fragmento do texto. Como imagina a continuação? Por quê?

5 Leia um trecho do livro PS Beijei, escrito pela fluminense Adriana Falcão

e pela gaúcha Mariana Veríssimo

. É um e-mail que Lili envia à amiga Bia.

data: Sábado, 4 de janeiro, 21:11

assunto: Os beijos que não darei!

Bia,

Eu tenho quatro notícias importantíssimas:

uma ótima,

uma mais que ótima,

uma ruim,

e outra horrível,

A ótima: a banda do meu irmão vai tocar na Segunda Desvairada!!

Os meninos quase tiveram um ataque do coração quando o cara do bar ligou pra convidar.

Eles foram chamados de última hora pra substituir uma outra banda punk

.

Eu não entendi direito, mas parece que o vocalista dessa outra banda mordeu um sapo

no último show e foi parar no hospital.

A mais que ótima: todos os amigos do meu irmão vão estar no show, inclusive o

Bidu!!!! A Fabi me contou que ele andou perguntando coisas a meu respeito, que

-

rendo saber se eu estava namorando, se eu ia na Segunda e o que eu achava dele.

Eu não estou namorando, vou na Segunda e acho ele um gato, o que torna ele um forte

candidato ao meu primeiro beijo.

[...]

ADRIANA FALCÃO; MARIANA VERÍSSIMO. PS Beijei. São Paulo: Salamandra, 2004. p. 13.

5d. Lili se valeu de emoticons, fi

-

guras que expressam emoções.

5e. Na notícia mais que ótima,

repete-se o ponto de exclama

-

ção quatro vezes, sugerindo

uma fala ainda mais eufórica

do que a expressa pelos dois

pontos de exclamação que ca

-

racterizam ótima

.

5c. Sugestões: incrível, exce

-

lente, magnífica, extraordinária. Muito importantes.

5b. Muito boa.

5f. Verde, escorregadio e redon

-

do descrevem características de

um ser (um sapo, por exemplo),

enquanto importantíssimas,

ótima, ruim e horrível revelam

opi niões de alguém.

5g. O texto é um e-mail destinado

a uma amiga, a quem ela conta

situações íntimas, portanto não

se justifica um uso formal da

língua.

Espera-se que os alunos indiquem que a continuação mostrará a frustração dos planos

de Lili, já que ela antecipou que haveria também as notícias “ruim” e “horrível”, além de anunciar, no campo do

assunto, que os beijos esperados não acontecerão.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

6 Leia o trecho de uma resenha da obra Histórias de ninar para garotas rebeldes – 100 fábulas de mulheres extraordinárias, das autoras

italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo.

Histórias de ninar para um novo século

“Era uma vez uma casa em uma ponte. Lá vivia uma garotinha chamada Cora, que sabia que era poetisa. Sua família não achava isso. Eles

não queriam que ela lesse livros e não queriam mandá-la para o ensino

médio. Eles pensavam que seu trabalho era encontrar um bom marido

e formar uma família.”

A garotinha em questão é a poeta e contista brasileira Cora Coralina,

uma das cem “mulheres extraordinárias” que aparece no livro Histórias de

ninar para garotas rebeldes, lançado em fevereiro no Brasil. Junto dela, há

muitas outras, de países, culturas e épocas diferentes, como a matemática

Ada Lovelace, a estilista Coco Chanel, a escritora Isabel Allende e a ativista Malala Yousafzai. A surfista Maya Gabeira aparece ao lado de Cora

como uma das únicas brasileiras cuja história é contada na publicação.

PAULO HENRIQUE POMPERMAIER. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/

historias-de-ninar-para-um-novo-seculo/>. Acesso em: 7 jun. 2018.

a) Com base na história de Cora, que se tornou uma importante poeta

do Brasil, infira: que tipo de mulheres aparece nessa obra?

b) Qual é o sentido da expressão garotas rebeldes nesse contexto?

c) Veja a maneira como foi introduzida a história da poeta Cora Coralina

no primeiro parágrafo. Que relação há entre o modo de contá-la e

a ideia de “Histórias de ninar”?

d) No segundo parágrafo, o resenhista destacou a presença de Cora

Coralina e Maya Gabeira, ambas brasileiras. Além delas, citou

Ada Lovelace, Coco Chanel, Isabel Allende e Malala Yousafzai,

que nasceram na Inglaterra, França, Chile e Paquistão, respectivamente. Que adjetivos podem ser empregados para indicar a

nacionalidade delas?

e) Suponha que a obra resenhada contasse também as histórias de

mulheres nascidas na Bélgica, Itália, Japão, Angola, Haiti, Argentina,

Canadá e Afeganistão. Que adjetivos indicariam sua nacionalidade?

f) Se a obra abordasse apenas mulheres nascidas no Brasil, os adjetivos

pátrios poderiam se referir a estados brasileiros. Quais seriam esses

adjetivos para Roraima, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba e Paraná?

g) Observe de que modo os adjetivos pátrios são formados para expressar a ideia de origem. O que há em comum entre eles?

h) São Paulo e Rio de Janeiro são nomes de estados e de cidades. Quais

são os adjetivos pátrios para cada um dos quatro casos?

i) Alguns adjetivos pátrios têm formação bem diferente dos nomes das

cidades a que estão ligados. Você sabe em que capitais brasileiras

nasceram os soteropolitanos, os manauaras e os capixabas?

Os adjetivos pátrios

(também chamados de

gentílicos) nomeiam

as pessoas conforme

o lugar (continente,

país, estado ou cidade)

em que elas nascem

ou vivem. Devem ser

escritos com letra minúscula: africano, português, maranhense,

belo-horizontino etc.

6i. Salvador (BA), Manaus

(AM) e Espírito Santo (ES),

respectivamente. Comente que capixaba refere-se

ainda a nascidos em outras

cidades do Espírito Santo e

que os termos salvadorense

e manauense também são

empregados para identificar

os nascidos em Salvador e

Manaus.

6a. Mulheres que se destacaram, confrontando a ideia de

que teriam um lugar secundário na vida social.

6b. São as garotas que

recusam uma posição subalterna; as que querem a

igualdade de gêneros.

6c. O título Histórias de ninar remete aos contos de

fadas que são contados às

crianças, e a história de Cora

Coralina começa de modo

semelhante, inclusive pelo

uso de “era uma vez”.

6d. Inglesa, francesa, chilena, paquistanesa.

6e. Belga, italiana, japonesa,

angolana, haitiana, argentina,

canadense, afegã. Caso disponha de um mapa-múndi,

localize os países com a ajuda

dos alunos.

6f. Roraimense, mato-grossense, mineira, paraibana e

paranaense.

6g. Os adjetivos pátrios são

formados com o acréscimo

de um sufixo. A observação

da formação é mais importante do que a nomenclatura,

que será retomada posteriormente.

6h. Estado de São Paulo:

paulista; cidade de São Paulo: paulistano; estado do Rio

de Janeiro: fluminense; cidade do Rio de Janeiro: carioca.

Se possível, leve um mapa-

-múndi e um mapa do Brasil

para a sala de aula e peça aos

alunos que localizem os países

e estados brasileiros citados.

Trata-se de uma atividade simples de localização espacial, sem

o objetivo de explorar outros

raciocínios relativos ao pensamento geográfico.

P:235

161

Num jogo de basquete, o time de João m

c 120 ptos.

João f o cestinha da p

tida, m

cando 1/4 do total

de ptos.

Quantos ptos João m

c no jogo?

VOVAN/SHUTTERSTOCK

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

7 Releia o seguinte trecho da resenha da questão 6: “Junto dela, há

muitas outras, de países, culturas e épocas diferentes [...]”.

a) Como deveria ser escrito o trecho caso o resenhista tivesse empregado o adjetivo distinto em lugar de diferente?

b) Indique como deveria ser escrito o adjetivo distinto se ele estivesse

acompanhando as seguintes construções:

I. países e culturas

II. culturas e épocas

III. culturas e países

c) Suponha, agora, que o adjetivo estivesse antes de cada uma das

construções. Como ficariam essas construções?

Quando modifica dois ou mais substantivos que o antecedem, o adjetivo

concorda com o conjunto:

Encontrou o vestido e a camisa rasgados.

Quando modifica dois ou mais substantivos que o sucedem, o adjetivo

concorda com o primeiro deles:

Escutei velhas canções e poemas.

Escutei velhos poemas e canções.

Crie uma adivinha: você deverá descrever um ser ou objeto usando apenas

cinco adjetivos ou locuções adjetivas. Nenhuma outra classe de palavras pode

ser empregada. Procure apresentar informações relativas a tamanho, forma, cor,

material, origem etc.

Abuse da língua

Numeral

O texto a seguir é um problema de Matemática. Leia-o e responda

às questões.

1 Escreva por extenso (com palavras) o número inteiro e a fração

presentes no texto.

2 O número inteiro e a fração indicam formas diferentes de quantificar.

Qual é a diferença entre eles?

distintos

distintas

distintos

7a. Junto dela, há muitas obras,

de países, culturas e épocas

distintos.

Distintos países e culturas; distintas culturas e épocas; distintas culturas e países.

Se achar conveniente, comente

com os alunos que, no primeiro

item do boxe, a concordância

pode ser feita também com o segundo termo, mas, nesse caso,

não se evidencia que o adjetivo

se refere ao conjunto.

Peça a três ou quatro alunos

que apresentem suas adivinhas.

Quanto mais rápido a turma

identificar o objeto, melhor,

porque indicará precisão. A cada

chute errado, os alunos devem

acrescentar um adjetivo ou uma

locução. Vence quem tiver seu

objeto descoberto com menos

informações.

120: cento e vinte; 1/4: um quarto.

O número inteiro 120 indica a quantidade de elementos; a fração 1/4, uma porção de um número inteiro.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Já no final do texto, o substantivo está particularizado. Já se sabe que ele

se refere à situação descrita, então emprega-se um artigo definido: nojogo.

3 Qual é o resultado desse problema? Explique como você o encontrou.

4 A informação de que João marcou 1/4 do total de pontos não é suficiente para exprimir a real importância desse jogador na partida.

Qual palavra do texto define melhor sua participação? Por quê?

5 Suponha que, contando para os pais como foi a partida, João tenha

mencionado que estava feliz por seu time ter feito “muitos pontos” e

não 120 pontos. Que diferença existe entre essa informação e aquela

que aparece no problema?

Problemas de Matemática, estatísticas estudadas em Geografia, medidas

de experiências feitas em Biologia, assim como atividades de outras áreas

do conhecimento (receitas culinárias, por exemplo), exigem o trato com

números. Para representá-los em palavras, tanto na fala quanto na escrita,

empregamos numerais.

Os numerais são classificados em quatro tipos. Veja.

• Cardinal: expressa quantidade numérica inteira.

Apenas quinze atletas foram convocados.

• Ordinal: indica a ordem em uma sequência.

Ficou em sexto lugar na maratona estadual.

• Multiplicativo: expressa quantidades múltiplas.

Conseguiu o triplo do valor estipulado.

• Fracionário: expressa quantidades fracionadas.

Usou um quarto da melancia para fazer o suco.

Artigo

Leia novamente o problema de Matemática sobre o jogo de basquete,

agora observando a palavra que antecede o substantivo jogo.

As palavras da classe gramatical artigo acompanham o substantivo para

particularizar ou generalizar seu sentido. A princípio, a partida a que o problema se refere não é conhecida do leitor. Por isso, emprega-se um artigo

indefinido, que trata o substantivo de maneira mais genérica: num jogo.

Boa parte dos numerais é invariável, mas alguns apresentam flexões.

• Gênero: um, uma; dois, duas; quatrocentos, quatrocentas etc.

• Número: milhão, milhões; bilhão, bilhões etc.

• Gênero e número: primeiro, primeira; primeiros, primeiras etc.

um, dois, três, vinte, cem, mil etc.

primeiro, segundo, décimo, centésimo,

milésimo etc.

dobro, quádruplo, décuplo, cêntuplo,

milésimo etc.

metade, um terço, dois quintos, um doze avos,

três centésimos etc.

Se não souber a forma

correta de um numeral multiplicativo, use

o cardinal seguido pela

palavra vezes: duodécuplo = doze vezes. Vale

também para os casos

em que não existe um

termo específico.

Dica de professor

O numeral indica uma quantidade numérica precisa ou a posição de algo em

uma sequência.

3. O resultado é 30. Se 120 é

o número total de pontos e

corresponde a 4/4 (que é o

inteiro), cada 1/4 (que é a

quarta parte desse inteiro)

corresponde a 120 dividido

por 4, cujo resultado é 30.

A informação presente no problema (120 pontos) é

A palavra cestinha, que se refere ao jogador que mais pontuou em uma partida.

muito mais precisa do que aquela indicada na expressão muitos pontos.

O linguista Evanildo Bechara,

em Gramática escolar da língua portuguesa, questiona a

classificação dos ordinais, multiplicativos e fracionários como

numerais, indicando que não

exprimem propriamente uma

quantidade, além de, do ponto

de vista sintático, comportarem-se como adjetivos. Preferimos manter para o aluno a

abordagem tradicional, mas

recomendamos que você leia

a exposição teórica feita pelo

autor (p. 182 a 189 da obra

mencionada).

P:237

163

163

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Escorpião africano é encontrado

em encomenda enviada pelos Correios

Escorpião encontrado em Mato Grosso mede cerca de 12 cm.

Funcionários dos Correios já denunciaram

jiboia e iguana apenas neste ano.

Em Mato Grosso, um escorpião foi encontrado dentro de uma

encomenda que veio de São Paulo, e iria para a cidade de Sinop.

Quando a encomenda chegou aos Correios ela foi submetida aoaparelho

de raios X. Os funcionários perceberam a presença do animal. O escorpião

africano mede cerca de 12 centímetros.

Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-news/

noticia/2015/09/escorpiao-e-encontrado-em-encomendaenviada-pelos-correios.html>. Acesso em: 7 jun. 2018.

Repare também que parte dos substantivos é acompanhada por artigos

definidos já em sua primeira ocorrência, como Correios e cidade, porque,

nesse contexto, eles têm um sentido específico.

Os artigos podem se associar com preposições. Veja.

O envio de animais

silvestres pelos Correios configura tráfico, e

a pena varia de três meses a um ano de prisão.

Você considera essa medida correta? Por quê?

Fala aí!

LASSMAR

Combinação ou contração com:

Preposição artigos definidos artigos indefinidos

a ao, à, aos, às

de do, da, dos, das dum, duma, duns, dumas

em no, na, nos, nas num, numa, nuns, numas

por pelo, pela, pelos, pelas

Observe o emprego dos artigos na introdução desta notícia.

O assunto ainda está

sendo introduzido no

texto.

O leitor já sabe de que

encomenda, animal e

escorpião o texto está

falando.

O artigo especifica o substantivo, mostrando-o de maneira particularizada

ou genérica. Classifica-se como artigo definido (o, a, os e as) e artigo indefinido (um, uma, uns e umas). É uma palavra variável, que concorda em gênero

e número com o substantivo que acompanha.

O linguista Evanildo Bechara,

em Gramática escolar da língua

portuguesa, distingue os processos de combinação, quando a associação da preposição

com o artigo se faz sem alterações (a + o = ao), e de contração, quando há mudanças

(em + a = na). Celso Cunha e

Lindley Cintra, em Gramática

do português contemporâneo,

empregam apenas o termo

combinação. Já Marcos Bagno, em Gramática pedagógica

do português brasileiro, utiliza

contração. Consideramos que

essa distinção não precisa ser

levada à sala de aula.

P:238

164

164

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 Leia a tira da quadrinista Clara Gomes, com os personagens Joaninha

e Tuta.

Bichinhos de Jardim Clara Gomes

a) Nessa tirinha, um é artigo ou numeral? Justifique sua resposta.

b) Qual foi a recomendação de Joaninha para Tuta? O que ela, provavelmente, pretendia?

c) Por que se pode dizer que Tuta atendeu apenas parcialmente à

orientação de Joaninha?

2 Leia esta notícia.

Celular em museu; indignação na internet

Conheça a história da foto de adolescentes ignorando

obra de arte que se tornou viral na rede

© CLARA GOMES

Fotógrafo quis mostrar a perplexidade do personagem do quadro,

mas teve outro significado. A foto é de Gijsbert van der Wal.

GIJSBERT VAN DER WAL

A foto dos adolescentes de olho no

celular dando as costas à Ronda noturna

de Rembrandt se tornou viral. Vira e mexe

ela aparece nas timelines do Facebook, de

outras redes sociais e em blogs. A aparente

displicência dos adolescentes tem a fórmula perfeita para causar indignação na

internet. Os comentários, sempre negativos, ou apontam para o efeito devastador

da tecnologia nas mãos dos jovens – a

geração de crianças zumbis, escreveu um

blogueiro – ou para a indesejada presença

de celulares e outros aparelhos eletrônicos

nos museus. [...]

CARLOS EDUARDO ENTINI. Disponível em:

<https://acervo.estadao.com.br/

noticias/acervo,celular-em-museuindignacao-na-internet,11180,0.htm>.

Acesso em: 7 jun. 2018.

O numeral e o artigo NA PRÁTICA

Joaninha recomendou que Tuta levasse apenas um brinquedo para a praia com a provável intenção de não ocupar muito espaço no local e de facilitar seu transporte até lá.

Por que se pode dizer que Tuta atendeu apenas parcialmente à

1a. Numeral, porque está sendo

usado para indicar uma quantidade exata.

Tuta pegou apenas um brinquedo, conforme foi indicado. Todavia, como não percebeu

a real intenção de Joaninha, escolheu um objeto grande demais.

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165

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 Leia esta tira com os personagens Garfield e Jon.

a) Em sua opinião, por que a atitude dos adolescentes chamou tanta

atenção?

b) Segundo a linha fina, a foto dos adolescentes “se tornou viral na

rede”. O que isso significa? Há, na notícia, comprovação dessa

informação?

c) O produtor da notícia procurou relatar os fatos sem reafirmar a ideia

de que os adolescentes são displicentes. Que palavra sugere isso?

d) Veja um comentário escrito no blog de uma professora.

Em 2015, a  imagem [...] circulou  pela  internet.  Eu recebi

textos até de colegas furiosos com a falta de interesse dos jovens.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a foto – tirada em 2014 –

foi compartilhada 9.500 vezes.  Ninguém imaginou que o grupo

poderia ser uma turma de alunos em um passeio pedagógico com

o professor de História da Arte! Ninguém  imaginou que o tal

profissional talvez tenha pedido, ali mesmo, uma pesquisa sobre

a tela do fundo (Ronda noturna, de Rembrandt). 

Disponível em: <http://conversadeportugues.com.

br/2017/04/dicas-para-professores-5-dicas-de-uso-docelular-na-sala-de-aula/>. Acesso em: 7 jun. 2018.

O comentário da professora apresenta o mesmo fato sob uma

perspectiva diferente. Por quê?

e) Observe agora o uso de alguns substantivos no texto. Inicialmente,

o substantivo adolescentes não é acompanhado por artigo. Por que,

em seguida, ele aparece antecedido por os?

f) Se em lugar de um blogueiro estivesse escrito o blogueiro, haveria

alteração de sentido? Explique sua resposta.

g) O texto menciona uma geração de “crianças zumbis”. Qual é a

função de zumbis nessa expressão? O que a palavra significa?

Você acha que a descrição “crianças zumbis” para falar dos adolescentes de

hoje é justa ou exagerada? Por quê?

Fala aí!

Garfield Jim Davis

GARFIELD, JIM DAVIS © 2008 PAWS, INC.

ALL RIGHTS RESERVED/DIST. BY ANDREWS

MCMEEL SYNDICATION

Biblioteca cultural

Para conhecer o quadro Ronda noturna, procure-o na Wikipédia e

clique na imagem. A ampliação permitirá observar detalhes dessa obra-

-prima de Rembrandt.

2c. Aparente.

2a. Resposta pessoal. Espera-se que

os alunos respondam que o usual é as

pessoas visitarem os museus de arte

para conhecer e apreciar as obras,

e não para ignorá-las e se entreter

com os celulares, como fizeram os

adolescentes.

2b. Isso significa que a foto se espalhou, fato comprovado por estar

em timelines do Facebook e outras

redes sociais, além de blogs.

2d. Em vez de criticar os adolescentes, ela faz uma crítica àqueles

que podem ter tirado uma conclusão

precipitada, por uma preocupação

com o uso do celular. Essas pessoas

podem ter desconsiderado um possível contexto de uso do aparelho.

2e. Na primeira ocorrência, os adolescentes ainda não são conhecidos;

depois, o leitor já sabe que o texto

se refere aos adolescentes da foto.

2f. Sim. Um blogueiro é alguém não

especificado, enquanto o blogueiro

seria alguém conhecido pelo leitor.

2g. Zumbis, nessa expressão, qualifica crianças e indica, em linguagem

figurada, que elas estariam apáticas,

alienadas em relação à obra de arte

exposta no museu.

Resposta pessoal.

Fala aí! – Incentive os alunos a

justificar suas opiniões. Chame

atenção para o fato de que a

intenção do fotógrafo não era

criticar os adolescentes, mas

talvez estabelecer uma “conversa” entre eles e os personagens do quadro, que pareciam

perplexos diante da atenção

que os jovens dispensavam aos

celulares. Faça-os pensar se o

termo zumbi caberia apenas

às crianças e aos adolescentes

ou se poderia ser estendido

aos adultos. Mostre que os

comentários do texto sobre o

uso inadequado de aparelhos

eletrônicos em museus não se

referem apenas aos jovens.

Questão 2d – Aproveite a oportunidade para conversar com

os alunos sobre a importância

de se considerar vários pontos

de vista sobre o mesmo evento

antes de ter uma opinião fechada sobre ele. Pergunte se

eles consideraram pertinente

a interpretação feita pela professora, a qual contesta as críticas que circularam na internet.

O exemplo revela que é preciso

cautela ao tecer críticas, para

não ser injusto ou leviano.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Qual é a classe gramatical das palavras em destaque na expressão

umas duas coisas?

b) Nessa expressão, a palavra umas torna o sentido da palavra duas

mais preciso ou mais vago? Por quê?

c) Que tipo de numeral Jon empregou? Que função os numerais têm

nesse contexto?

d) Por que os numerais vão aumentando na fala de Jon?

e) Ao ler o último quadrinho, o leitor deve concluir que Garfield deseja

que Jon continue contando? Justifique sua resposta.

f) DESAFIO DE ESCRITA Você produzirá um parágrafo de análise de

tirinha. Copie o trecho a seguir em seu caderno e complete-o de

modo coerente.

Nessa tira de Jim Davis, Jon diz a Garfield que (1) , mas

acaba se surpreendendo ao perceber que (2) . Para sugerir essa mudança, sua expressão muda de (3) para (4)

. Por sua vez, Garfield, a princípio, reage com indiferença,

mas, no final, demonstra (5) e deseja que (6) .

4 Observe esta tela de Francisco Goya (1746-1828), pintada no período

em que ele ocupou o cargo de primeiro pintor da Corte. Ela retrata

a família real espanhola.

a) No Capítulo 1, você estudou esse tipo de

pintura. Como se chama?

b) A finalidade de uma pintura como essa

era imortalizar os personagens representados e seu poder. Como é possível

perceber a riqueza da família real?

c) Escreva por extenso como deve ser lido o

nome do rei mencionado no título da tela

(veja a legenda da foto).

d) O rapaz de azul (à esquerda) será conhecido futuramente como Fernando VII. Ele

é o herdeiro do trono. Como deve ser lido

seu nome?

e) De que maneira o pintor espanhol mostra

ao público a futura importância desse

rapaz?

FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES – MUSEO NACIONAL DEL PRADO, MADRI

FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES. Carlos IV de Espanha

e sua família. 1800. Óleo sobre tela, 280 × 336 cm.

Em nomes de papas

e reis, capítulos de livros e séculos, usamos

o numeral ordinal até

o décimo e o cardinal a

partir daí. Dizemos, por

exemplo, século V (quinto) e Luís XVI (dezesseis).

Nem sempre é fácil lembrar as formas dos numerais ordinais, principalmente

quando se referem a números altos. Faça uma experiência: pergunte a várias

pessoas como elas leriam as frases a seguir e descubra quais são as estratégias

usadas para driblar essa dificuldade.

Vou descer no 18o

andar.

Ela ocupa a 54a

posição na lista de aprovados.

Caio chegou em 249o

lugar na maratona.

A língua nas ruas

Umas: artigo; duas: numeral.

Mais vago, porque a indetermina.

Jon empregou numerais cardinais para quantificar as

“coisas erradas” em Garfield.

3d. Porque, conforme Jon pensa

no assunto, vai percebendo que há

mais “coisas erradas” em Garfield,

por isso emprega numeração crescente: de dois a dez.

3e. Não. Garfield deseja que Jon

diga logo quais são as “coisas

erradas” para que a conversa seja

interrompida.

3f. Sugerimos que a atividade

seja feita após a correção das

questões.

(1) deseja apontar dois defeitos

do gato; (2) poderia citar muitos

outros; (3) acusadora (brava,

irritada); (4) surpresa (perplexa,

assustada); (5) irritação (angústia);

(6) Jon interrompa logo aquela

conversa.

Retrato.

4b. Pelos trajes luxuosos de toda a

família e pelas joias das mulheres.

Carlos quarto.

Fernando sétimo.

4e. O rapaz está destacado à frente da família real, assim como o

pai dele.

Desafio de escrita – Ouça as

respostas de alguns alunos e

valide as coerentes. Em seguida, mostre à turma que

o parágrafo apresentou conectores para organizar as

ideias. Analise o uso de mas

(oposição), para (finalidade) e

por sua vez (comparação por

oposição).

A língua nas ruas – Décimo

oitavo; quinquagésima quarta; ducentésimo quadragésimo

nono. Combine a atividade

com antecedência para que os

alunos entrevistem ao menos

cinco pessoas. Peça-lhes que

contem como foi a experiência. Ajude-os a perceber que a

primeira frase, por conter um

numeral baixo e de uso mais

frequente, não costuma provocar dificuldade para a maior

parte dos falantes. Nas outras

duas frases, é muito comum

que troquem o numeral ordinal pelo cardinal. Exemplos:

Ela ocupa a posição 54...; Caio

chegou no lugar 249...

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Embora estejamos acostumados a ler e a escrever algumas palavras,

às vezes nos atrapalhamos com os acentos gráficos quando precisamos

escrever suas cognatas, isto é, vocábulos da mesma família delas. Vamos

pensar um pouco nisso ao realizar as atividades propostas a seguir.

a) A obra Trust é um bom exemplo de arte contemporânea. O que

podemos concluir sobre o material usado por vários artistas da

atualidade?

b) A ironia caracteriza-se por emprestar a um termo um significado

oposto do que ele quer dizer. Por que a obra Trust é irônica?

c) No texto, empregam-se as palavras irônicoe ironicamente, ambas

cognatas de ironia. Copie as três palavras no caderno, separe

suas sílabas e destaque a sílaba tônica de cada uma.

d) Que regra justifica a acentuação de irônico?

e) Não é incomum vermos escrita a palavra “irônia”. Leia-a em voz

alta, comparando-a com a forma correta. O que se altera?

f) Levante uma hipótese: o que levaria as pessoas a se confundir

na escrita dessa palavra?

2 Copie as palavras da lista em seu caderno, destaque a sílaba tônica

e coloque o acento gráfico quando necessário.

a) economia

b) economico

c) economicamente

d) portugues

e) portuguesa

f) juiz

g) juiza

Todas as palavras têm

uma sílaba tônica, mas

nem todas são acentuadas. Existem regras

específicas para palavras

proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas.

Lembra?

STUDIO OLE UKENA

h) fisica

i) fisicamente

j) gratuito

k) gratuitamente

l) romantismo

m) romantico

n) substantivo

1 Para começar, leia este texto sobre o artista Ole Ukena.

Conheça a arte irônica e conceitual de Ole Ukena

Ole Ukena é um artista conceitual alemão que, utilizando vários meios

e ferramentas nas suas obras, não dispensa o valor da linguagem. Através

de símbolos ou texto, ele joga ironicamente com os nossos padrões e

espera que seja o espectador a concluir o trabalho, interpretando-o.

O sinal da paz feito com 12 mil soldados de brinquedo. Um banco

com pregos espetados que, em conjunto, escrevem a palavra trust (“confiança”). Irônico, não? Os materiais utilizados por Ukena servem como

metáfora de um trabalho enigmático mas extremamente desafiador. [...]

Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2013/08/conheca-a-arte-ironicado-artista-conceitual-ole-ukena/>. Acesso em: 7 jun. 2018.

o) transparencia

p) transparente

q) ciencia

r) melancia

s) insonia

t) biologia

u) biologico

Isso eu já vi Sílaba tônica e acento gráfico

1b. Porque, nessa obra, a palavra

trust (“confiança”) está escrita com

pregos presos em um banco, o que

o torna perigoso, não confiável, pois

vai machucar quem sentar nele.

1a. É um material bem variado, que

inclui elementos comuns, do dia a dia.

Comente que alguns artistas se valem

de material convencional.

1c. Sílabas tônicas em destaque:

i-rô-ni-co; i-ro-ni-ca-men-te; i-ro-ni-a.

1d. Todas as proparoxítonas são

acentuadas.

1e. A sílaba tônica, que passa a ser,

equivocadamente, ro.

1f. Sugestão de resposta: Provavelmente, a “contaminação” dessa

palavra por suas cognatas irônico e

irônica, que recebem acento em ro.

2. Sílabas tônicas em destaque:

e-co-no-mi-a; e-co-nô-mi-co; e-

-co-no-mi-ca-men-te; por-tu-guês;

por-tu-gue-sa; ju-iz; ju-í-za; fí-si-

-ca; fi-si-ca-men-te; gra-tui-to;

gra-tui-ta-men-te; ro-man-tis-mo;

ro-mân-ti-co; subs-tan-ti-vo; trans-

-pa-rên-cia ou trans-pa-rên-ci-a;

trans-pa-ren-te; ci-ên-cia ou ci-

-ên-ci-a; me-lan-ci-a; in-sô-nia ou

in-sô-ni-a; bi-o-lo-gi-a; bi-o-ló-gi-co.

Questão 1 – Comente com o

professor de Inglês que, no site

oficial do artista Ole Ukena,

cuja arte os alunos estão conhecendo, há um recurso que pode

ser do interesse dele. O artista

usa frases que o apresentam

ao leitor, as quais têm seu final

alterado para expressar diferentes ideias. Por exemplo:

I'm Ole Ukena and I am from

Berlim/ living in Bali/ an artist/

gone surfing. Recomende que o

professor veja o site antecipadamente para verificar se as obras

em destaque no momento são

adequadas à faixa etária.

Isso eu já vi

A seção tem como pré-requisito

a compreensão do conceito de

sílaba e de sílaba tônica e será

a base para o desenvolvimento

das próximas seções de mesmo

título, destinadas à revisão da

acentuação gráfica.

P:242

168

Conversa com arte

168

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você já ouviu falar em design? Essa palavra, de origem inglesa, significa

“desenho”, entre outras acepções. Observe os objetos a seguir, produzidos

pelo designer brasileiro Rodrigo Ohtake.

RODRIGO OHTAKE - ARQUITETURA E DESIGN RODRIGO OHTAKE - ARQUITETURA E DESIGN

Poltrona

Doco, 2014.

Poltrona

Oblíquo, 2012.

Conversa com arte

e Expresse-se!

CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 4, 10

Habilidades: EF69LP44,

EF69LP45, EF69LP46

P:243

169

169

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os objetos que você viu são móveis. Mas deve ter percebido que não

se trata de móveis comuns: há neles a intenção de equilibrar a função e a

forma, isto é, o uso e a estética.

Volte a observar os objetos e participe da discussão oral proposta por

seu professor. 1 Muitos objetos de design costumam provocar a surpresa, o estranhamento do observador.

a) Você se surpreendeu ao ver as peças de Rodrigo Ohtake?

b) Como foi dito, os designers procuram equilibrar a estética e a

usabilidade, isto é, a condição de uso. Você acha que esses móveis

são funcionais? Por quê?

2 Observe a poltrona Doco.

a) Você imagina que é confortável sentar-se nessa cadeira? Por quê?

b) A palavra lúdico é aplicada a algo relacionado ao divertimento,

ao jogo. Você acha que essa poltrona tem um caráter lúdico?

Justifique sua resposta.

c) Onde você colocaria uma poltrona como essa? Por que escolheria

esse lugar?

3 Veja, agora, a poltrona Oblíquo.

a) O que mais chama sua atenção na peça?

b) Em que posição devem ficar as pernas de uma pessoa para que

ela se sente confortavelmente nessa poltrona?

c) Você sabe o que é oblíquo? Por que a peça teria sido batizada

com esse nome?

4 Segundo o site do designer, ele é “apaixonado por cores e formas

livres”. Em sua opinião, as poltronas Doco e Oblíquo revelam essa

paixão? Por quê?

5 Os designers não se dedicam exclusivamente ao desenho de móveis.

Você sabe que outros objetos podem ser produzidos pelos profissio

-

nais dessa área?

Biblioteca cultural

Rodrigo Ohtake estudou no Brasil e na Itália e também tem influências

do Japão, de onde vem sua família. Seu pai é o renomado arquiteto Ruy

Ohtake, e sua avó é Tomie Ohtake (1913-2015), uma das mais importantes

artistas plásticas do Brasil. Para conhecer projetos arquitetônicos, outros

objetos de design e participações do artista em mostras, acesse: <http://

www.rodrigoohtake.com/perfil>

.

2b. Resposta pessoal. Os alunos

devem reconhecer que a poltro

-

na é bastante móvel, além de

desmontável. Ela não repete a

rigidez e a imobilidade de grande

parte das poltronas.

2a. Resposta pessoal. É interes

-

sante que os alunos considerem

a relação entre o assento móvel

e o encosto elástico.

3c. Oblíquo quer dizer “incli

-

nado”, “não reto”. A identidade

visual da cadeira relaciona-se

diretamente com a ideia de

inclinação.

4. Espera-se uma resposta posi

- tiva, pois os objetos evitam cores

neutras e formas que repetem

as dos móveis tradicionais. São

peças que primam pela origi

- nalidade.

5. Resposta pessoal. Sugestão:

Os designers desenvolvem pro

-

jetos gráficos ou de comunicação

visual e concebem objetos ou

peças de variados tipos, como

design de carros, letras para a

imprensa, videogames, anúncios

publicitários e cartazes de filmes.

1a. Resposta pessoal. Instigue os

alunos a comentar a recepção das

obras. Qual é a primeira impres

-

são? Eles já viram algo parecido?

Acham bonito?

1b. Resposta pessoal. Leve os

alunos a considerar a interação

possível entre o usuário e os mó

-

veis. Eles parecem confortáveis?

Parecem caber no espaço comum

de uma sala? Parecem duráveis?

2c. Resposta pessoal. Procure

saber se os alunos acham im

-

portante haver coerência entre

o estilo do objeto de design

e o ambiente escolhido para

colocá-lo. Pergunte a eles quem

usaria o objeto em um ambiente

tradicional, apenas para criar

um contraste, e quem o poria

em um ambiente mais moderno

e despojado.

3a. Resposta pessoal. Colha

várias impressões entre os alu

-

nos, organizando as respostas

e orientando-os a não se repetir.

3b. Provavelmente, as pernas da

pessoa deverão ficar encostadas

no suporte inferior da peça, o

que pressupõe uma posição

inclinada.

P:244

170

Expresse-se!

Carro, espremedor de frutas, sapato, batedeira, lâmpada, garrafa térmica, sofá, livro, computador, colher, letra de manchete, placa de rua – tudo ao seu redor é design. Um designer

pode criar e desenvolver objetos (como as poltronas de Rodrigo Ohtake), projetos gráficos

(como capas de livros, logotipos) e comunicação visual (como um cardápio de restaurante

ou um letreiro luminoso). Pode, ainda, criar máquinas, desenhar papéis de parede e azulejos,

desenvolver videogames, entre outras funções.

Conheça a seguir três propostas interessantes, duas delas desenvolvidas por um designer

brasileiro, e a terceira, por um japonês.

170

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O objeto que você vê ao lado é uma banqueta (e, acredite, é bastante confortável!).

Ela foi criada em 2011 pelo designer paulista

Leo Capote.

1 Descreva o móvel.

2 Por que nos causa certo estranhamento

a banqueta de Leo Capote?

Leo Capote passou praticamente a infância

toda dentro de uma loja de ferragens de sua

família. Observe outro objeto de design criado

por ele.

ACERVO DO ARTISTA

LEO CAPOTE. Banco sem assento. 2011.

Nove martelos soldados em forma específica com acabamento natural e verniz

brilhante. Série: 100 peças.

ACERVO DO ARTISTA

3 Segundo texto publicado no site do designer, “o conceito que Leo Capote trabalha, desde 1997, é de descobrir como

reutilizar objetos já industrializados para

obter outros”. Observe novamente os

dois trabalhos de Leo. Você concorda

com o texto do site?

Biblioteca cultural

Se quiser e se tiver gostado dos objetos de Leo

Capote, você pode postar um elogio ao trabalho

dele em seu site oficial.

LEO CAPOTE. Luminária ferro de passar. 1997. Ferro de

passar roupa utilizado como base e interruptor, haste

flexível, acabamento cromado. Série: peça única.

1. Sugestão: A banqueta é composta de nove martelos

soldados, tem acabamento de verniz brilhante e mantém a cor natural dos elementos.

2. Porque não se espera que alguém vá querer se

sentar em cima de martelos. O material não parece

próprio para a finalidade que foi dada pelo seu criador.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concordem, porque as peças criadas por Leo Capote sempre partem de

outras já existentes. Ele atribui novos significados ao que já existe.

Após a atividade, pergunte aos

alunos se alguém se interessou

pela área do design e pensaria em trabalhar, futuramente,

como um designer. Caso haja

interessados, pergunte de quais

características da profissão eles

mais gostaram e se acreditam

ter alguma habilidade que favoreça essa atuação, como gosto por desenhar, ser detalhista

ou ter um bom repertório (de

games, por exemplo).

P:245

171

SHIGEO FUKUDA/REPRODUÇÃO

171

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Biblioteca cultural

Criar um objeto de design é muito difícil?

O jovem designer francês Pierre Lota mostra

que não. Acesse o site oficial do artista.

O cartaz Happy birthday [“Feliz aniversário”], do designer gráfico japonês Shigeo

Fukuda (1932-2009), faz uma crítica irônica

ao desmatamento.

4 Descreva a imagem mostrada no

cartaz, considerando as figuras, cores

e dimensões.

5 Explique por que a imagem, associada

ao título Happy birthday, revela ironia.

Certa vez, em entrevista concedida a

uma revista, Fukuda afirmou: “Eu acredito

que, em design, 30% de dignidade, 20% de

beleza e 50% de absurdo são necessários”.

6 Você acha que o cartaz Happy birthday

confirma a crença do artista? Por quê?

7 É possível afirmar que o cartaz também traz uma mensagem de esperança? Por quê?

Nosso objeto de design

Você já criou algum objeto original, que tenha a sua cara? Vamos tentar fazer isso? Propomos a

seguir alguns desafios de criação. Não se esqueça de que um objeto de design deve conjugar forma

e conteúdo, ou seja, ele deve ser esteticamente interessante sem deixar de ser funcional.

1. Forme dupla com um colega e escolham um dos três desafios abaixo.

Desafio 1: Elaborem um cartaz a ser afixado na porta de seu quarto em que apareçam cinco regras de funcionamento desse local. Dificuldade a ser enfrentada: o cartaz deve atrair a atenção

de seus leitores.

Desafio 2: Criem um quadro de avisos da família para ser colocado na porta de saída de sua casa.

Dificuldade a ser enfrentada: o quadro deverá ser dividido de acordo com o número de pessoas

que vivem com vocês.

Desafio 3: Façam um painel cultural em sua classe no qual possam ser afixadas dicas de programas (cinema, teatro, exposições, jogos etc.) de sua cidade. Dificuldade a ser enfrentada: o painel

deverá ter espaço para dicas de dez pessoas ao mesmo tempo.

2. Desenhem em uma folha (ou utilizem um computador) um rascunho de seu projeto. Anotem os

materiais que pretendem empregar. Prefiram os mais acessíveis e de baixo custo.

3. Apresentem os objetos para a classe, exponham suas principais dificuldades no planejamento e

execução e ouçam as sugestões dos colegas.

7. Sim, porque, apesar do desmatamento, as plantas podem renascer onde

menos se espera.

4. A imagem mostra um machado, em cujo cabo nasceu uma plantinha. As figuras foram

representadas em preto e contrastam com o fundo vermelho.

5. A ironia estaria em comemorar o “dia do nascimento” de uma plantinha justamente no cabo de seu agressor, um machado.

Resposta pessoal.

Questão 6 – Peça que os alunos,

em suas respostas, considerem

a comparação entre os valores

e exponham como cada um

dos critérios citados aparece

no cartaz. Ajude-os a relacionar a ideia de "dignidade" ao

objetivo crítico da obra.

P:246

172

Leitura puxa leitura

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK

172

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Site de Arnaldo Antunes

Por que devo conhecer esse artista múltiplo?

Para entrar em contato com sua poesia, suas

artes plásticas, sua música e sua crítica. Acesse

o site e veja vídeos, ouça canções, leia poemas e

textos críticos de Arnaldo Antunes: <http://www.

arnaldoantunes.com.br/new/sec_artes_obras.

php?id_type=4>.

Site de Sérgio Capparelli

Por que devo acessar o site

desse autor?

Para mergulhar em sua literatura. No

lindo site <http://www.capparelli.

com.br/>, você encontrará textos

sobre direitos das crianças, internet,

games, uma revista eletrônica e muita

poesia digital de boa qualidade.

Blogspot de Al-Chaer

Por que ler os posts desse blog?

Para conhecer um outro jeito de fazer

poesia, proposto pelo mineiro-goiano

que assim se apresenta: “nascido nos

Cedros/criado no garimpo/educado no

Cerrado/pós-graduado no Caribe”. Acesse o rico blogspot <http://visu-al-chaer.

blogspot.com/>.

Dez melhores poemas de Drummond

Por que devo ler esses poemas?

Para conhecer um pouco da poesia daquele que é considerado por

muitos o poeta mais importante da

língua portuguesa no século XX.

O veículo digital Bula revista escolheu dez poemas do mineiro e

elegeu-os como os melhores. Atente

para “Quadrilha” e “Para sempre”:

<https://www.revistabula.com/391-

os-dez-melhores-poemas-de-carlosdrummond-de-andrade/>.

Leitura puxa leitura e Biblioteca

cultural em expansão

CG: 1, 2, 3, 5, 9

CEL: 1, 2, 6

CELP: 1, 8, 9, 10

Habilidades: EF67LP20,

EF69LP44, EF69LP45,

EF69LP46, EF89LP33,

EF89LP36

P:247

173

Biblioteca cultural

em expansão

KIRILL KIRSANOV/

SHUTTERSTOCK

KIRILL KIRSANOV/

SHUTTERSTOCK

KIRILL KIRSANOV/

SHUTTERSTOCK

173

Caqui – Revista Brasileira de Haicais

Acesse o site <https://www.kakinet.com/cms/>, leia

haicais, conheça a história desse gênero, tenha informações sobre concursos e entre em contato com associações (grêmios) que valorizam essa arte oriental secular.

LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK

Japan House

A Japan House foi criada pelo governo japonês para

difundir o passado, o presente e o futuro da cultura

japonesa em todo o mundo. Esse centro cultural

só existe em três lugares: Londres (Inglaterra), Los

Angeles (Estados Unidos) e São Paulo (Brasil). Faça

uma visita ao site <https://www.japanhouse.jp/

saopaulo/>.

Site sobre a pintura ukiyo-e

Nesse site, você encontra exemplos do estilo de pintura japonês ukiyo-e, desenvolvido nos séculos XVIII e XIX. Ele emprega

uma técnica de reprodução usando blocos de madeira que

lembra a xilogravura. As obras retratavam tanto a natureza

quanto a vida social, mostrando lutadores de sumô, atores,

pescadores etc. Acesse <https://ukiyo-e.org/>.

Neste capítulo, você viu alguns haicais e aprendeu que eles têm

origem japonesa. Se gostar dessa referência cultural, poderá conhecer

exemplares que ampliarão sua biblioteca pessoal.

P:248

174

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

174

CAPÍTULO

6

Os textos publicitários estão bastante presentes em nosso dia a dia:

em jornais e revistas, em sites da internet, em intervalos de programas de

televisão, afixados em pontos de ônibus, em folhetos distribuídos nas ruas,

entre várias outras situações. Neste capítulo, analisaremos alguns gêneros

da esfera publicitária.

Observe atentamente este anúncio e responda às questões.

Leitura 1

FUNDAÇÃO ONDAZUL

Lixo. Uma das

coisas mais assustadoras que

pode aparecer na água.

22 de março.

Dia Internacional

da Água.

ANÚNCIO E OUTROS

GÊNEROS PUBLICITÁRIOS:

a venda de produtos

e de ideias

Se julgar conveniente, comente com

os alunos que, depois da expressão

um(a) do(a)s [...] que, o verbo vai

normalmente para o plural, sendo

raros os casos em que se opta por

deixá-lo no singular, como fizeram os

produtores do anúncio.

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. Por essa razão,

é possível que, quando forem

consultados, aqueles indicados

neste capítulo não estejam mais

disponíveis ou tenham mudado

de endereço.

Capítulo 6

Pré-requisitos

• EF15LP04

• EF05LP05

• EF06LP04

• EF67LP08

• EF67LP15

Materiais digitais

Sequência didática 8: A

história da cadeira

CG: 1,2

CEL: 1

CELP: 1

Habilidades: EF69LP32,

EF69LP34

Sequência didática 9: Verbo

CG: 1, 4

CEL: 3

CELP: 2

Habilidades: EF06LP04,

EF06LP06, EF67LP13

Avaliação 3

CG: 1, 3

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2, 9

Habilidades: EF02LP10,

EF03LP09, EF12LP18,

EF35LP31, EF35LP31,

EF06LP04, EF67LP25,

EF67LP28, EF69LP04,

EF69LP17, EF69LP48,

EF69LP54

CG: 4; CEL: 2, 4, 6; CELP: 1, 3

Habilidades: EF69LP04,

EF69LP17

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 4, 5, 10

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 3, 5, 6, 7

Habilidades: EF67LP08,

EF67LP20, EF69LP02,

EF69LP04, EF69LP05,

EF69LP17, EF69LP44,

EF89LP07

desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas

formas de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais de legislação nacional

e às específicas da educação brasileira, com comparecimento metódico e variado”.

Explicamos nossa abordagem dos gêneros publicitários na introdução do MP. Há também uma sugestão para

atividade em parceria com o professor de Ciências.

Leitura 1 – A presença de aparente propaganda na seção

se justifica de acordo com o

Parecer CNE/CEB no 15/2000,

que diz que “o uso didático

de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Áudio:

A publicidade hoje

P:249

175

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

175

1 Qual é o objetivo desse anúncio?

2 Que dados de nossa realidade justificam sua produção?

3 Que informação, indicada no próprio anúncio, explica o contexto em que ele

foi produzido?

4 Observe que a imagem é composta de duas partes.

a) O que separa essas partes?

b) O que o leitor imagina ver quando observa apenas a parte superior?

c) O que ele percebe quando vê também a parte inferior?

5 A linguagem verbal do anúncio é bastante sintética. Releia o texto principal

reproduzido em uma das lupas.

“Lixo. Uma das coisas mais assustadoras que pode aparecer na água.”

a) Além de caracterizar lixo, o termo assustador também se refere a outro

elemento do anúncio. Qual?

b) Por que esse outro elemento seria menos assustador que o lixo?

Desvendando o texto

Capa do DVD da animação Scooby-Doo!

e o Monstro do Lago Ness, direção de

Joe Sichta e Scott Jeralds. EUA, 2004.

No final do século XIX, um mergulhador afirmou ter visto uma enorme serpente aquática no

fundo do Lago Ness, na Escócia. Mais tarde, outras pessoas alegaram também ter observado

esse “monstro”. Surgiram, inclusive, fotos dele, algumas comprovadamente falsas. Contudo, seja

fruto da imaginação, seja mesmo um animal incomum, descendente de uma espécie extinta

desde a época dos dinossauros, essa serpente faz parte da cultura popular escocesa, além de

aparecer em filmes, desenhos animados e seriados de televisão em outros países.

O monstro do Lago Ness

FLORILEGIUS/SCIENCE & SOCIETY PICTURE LIBRARY/GETTY IMAGES

REPRODUÇÃO

Reprodução artística de um plesiossauro, do qual, supostamente,

teria descendido o monstro do Lago Ness.

Influenciar as pessoas para que não joguem lixo nas águas.

O fato de que muitos mares e rios estão poluídos.

A comemoração do Dia Internacional da Água, em 22 de março.

A linha que representa a superfície da água.

Um monstro aquático.

Percebe que a figura é composta de objetos parcialmente submersos, como lixo jogado na água.

O monstro que imaginamos ver ao observar objetos descartados no mar.

Porque pode estar apenas em nossa imaginação, enquanto o lixo é real e pode prejudicar

seriamente o meio ambiente e a vida.

P:250

176

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

176

Veja novamente o anúncio da página 174.

1 Qual foi a estratégia empregada pelo produtor do anúncio para chamar a

atenção dos leitores?

2 Imagine um anúncio com a seguinte composição: a imagem de um rio bem

poluído e a frase “Não jogue lixo na água”. Em sua opinião, qual anúncio seria

mais eficaz: o que está em estudo ou aquele que você imaginou? Por quê?

3 Muitos anúncios publicitários procuram destacar as vantagens do produto

ou do serviço que vendem em relação aos demais. Isso ocorre no anúncio em

estudo? Justifique sua resposta.

O gênero textual anúncio publicitário tem como objetivo estimular o leitor a consumir um produto ou um serviço (um creme dental, uma lavanderia etc.) ou a agir de uma

determinada forma (combater o mosquito-da-dengue, doar agasalhos etc.). A criatividade

é um dos importantes recursos para conquistar a atenção de quem vê o anúncio.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Como funciona um anúncio publicitário?

A seguir, você analisará outro anúncio, além de um fôlder, um spot e um filme

produzidos para uma campanha publicitária bem ampla.

Leitura 2

Anúncio

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

O produtor do anúncio fez um jogo entre a imagem que nós imaginamos inicialmente e os objetos que, de fato, estão na água.

2. Resposta pessoal.

Professor: Ajude os

alunos a construir justificativas consistentes. Os que preferem

o anúncio estudado

podem apontar que

a criatividade é um

elemento eficaz para

chamar a atenção do

leitor. Aqueles que

se identificam mais

com o anúncio imaginado podem justificar

afirmando que uma

imagem feia do lixo

no rio seria mais persuasiva.

Não. O anúncio em estudo tem uma função social,

que procura estimular um comportamento em benefício da coletividade.

A presença de aparente propaganda na seção se justifica de

acordo com o Parecer CNE/CEB

nº 15/2000, que diz que “o uso

didático de imagens comerciais

identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um

contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação

crítica das múltiplas formas de

linguagens presentes em nossa

sociedade, submetido às determinações gerais da legislação

nacional e às específicas da

educação brasileira, com comparecimento módico e variado”.

Esta campanha do Ministério da Saúde trata da doação

de órgãos, opção que não é

igualmente aceita por todas

as famílias. Procure evitar que

os alunos se concentrem em

posicionamentos pessoais e,

mais ainda, não aceite desrespeito a nenhum ponto de

vista. Além disso, observe que

o tema envolve o pensamento

sobre a morte, que não deve

ser excluído das referências dos

adolescentes. Trate do tema com

naturalidade.

P:251

177

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

177

Fôlder

Spot

[voz 1, cantando]

Nem sempre a vida

Segue tranquila

Como a gente quer

Às vezes o futuro

Num segundo prematuro

Parte e quebra a sua fé

É a hora de lembrar

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

Fôlder

A cantora paulista Kell Smith, que

gravou a canção tema do spot

.

P:252

178

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

178

Que manter viva essa força em você

É amar e compartilhar

Essa força com o mundo

É doar

Essa força é doar

Ser família é se doar

[voz 2, falando]

Família, quem você ama pode salvar vidas.

Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.

Ministério da Saúde

Governo Federal

Reprodução do conteúdo do spot sobre doação de órgãos do Ministério da Saúde.

Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/doe-orgaos-2017>. Acesso em: 7 jun. 2018.

Filme

Frame do filme A hora de lembrar, sobre doação de órgãos, do Ministério da Saúde.

Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/doe-orgaos-2017>. Acesso em: 7 jun. 2018.

1 O anúncio, o fôlder e o filme da campanha apresentam três relógios como

personagens principais.

a) Descreva a forma, o tamanho, a cor e o tipo dos relógios. Em seguida, explique

o que eles representam.

b) Nas imagens do anúncio e do fôlder, alguns elementos relacionados aos

personagens repetem-se no cenário. Quais são eles?

c) Os produtores da campanha optaram por ilustrações que lembram desenhos

animados. Por que fizeram essa escolha?

d) Caso você fosse o responsável pela campanha, teria optado pelo mesmo tipo

de ilustração? Por quê?

Refletindo sobre os textos

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

1a. Os personagens são

um relógio analógico redondo, grande e amarelo;

um relógio analógico quadrado, médio e azul; e um

relógio digital oitavado,

pequeno e roxo. Eles

representam uma família

formada por pai, mãe e

filho, respectivamente.

Se possível, apresente para os alunos o spot com

a música gravada pela cantora Kell Smith. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.

br/images/campanhas/doacao_orgaos_2017/

MS_DOACAO_DE_ORGAOS_SPOT90.mp3>.

O filme pode ser acessado em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/campanhas/

doacao_orgaos_2017/MS_DOACAO_DE_ORGAOS_A_HORA_DE_LEMBRAR_FILME.

mp4> ou <http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/>.

1b. As engrenagens, presentes no piso e na pequena grade que o separa da

vegetação.

1c. Resposta pessoal. Professor:

Estimule os alunos

a apresentar suas

hipóteses. Espera-

-se que mencionem

que o tema da campanha está relacionado com a morte

de um familiar (o

doador), portanto

é bastante tenso.

O uso do desenho

animado contribui

para aliviar um pouco esse peso.

Resposta pessoal. Escolha para responder à pergunta tanto

os alunos que disserem “sim” quanto aqueles que disserem “não”. Peça justificativas e

de ilustração? Por quê?

estimule a contraposição respeitosa entre eles.

Esta campanha contou, ainda,

com outros materiais. Você

pode acessá-los em: <http://

portalarquivos.saude.gov.

br/campanhas/doeorgaos/>.

Oriente os alunos a navegar

na página e leve-os a observar a seção intitulada “Espalhe mensagens pelo mundo”.

Questione-os sobre os objetivos dessa seção e pergunte se, na opinião deles, esse

convite ao compartilhamento

parece efetivamente levar a

uma ação. Veja se percebem

que o ato de compartilhar o

card – algo que é facilitado

pela campanha – pode levar

à discussão do tema e, nesse

sentido, cumpre o papel de

ajudar no planejamento de

uma possível futura doação.

P:253

179

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

179

2 Releia os seguintes trechos do anúncio e do fôlder.

“Chega uma hora que só uma boa lembrança pode realizar a sua

vontade de ser doador de órgãos.”

“Família, quem você ama pode salvar vidas.

Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.”

a) Qual é a preocupação dos produtores da campanha em relação à

doação de órgãos? E qual é o objetivo da campanha?

b) A expressão boa lembrança tem dois sentidos nesse contexto. Quais

são eles?

c) Relacione o tema da campanha aos personagens que foram escolhidos para ela.

3 Analise o fôlder da campanha.

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

CIÊNCIAS

Investigue em

O laço verde usado na

campanha para doação

de órgãos dialoga com

outras campanhas da

área da saúde, represen

-

tadas por laços de outras

cores. Faça uma pesquisa

na internet e descubra

mais algumas delas.

contracapa capa

frente do folheto – uma dobra central

parte interna

verso do folheto – uma dobra central

Para ser um doador, no Brasil, não é

preciso deixar nada por escrito nem

registrado em documentos. Aquele

procedimento antigo de registrar a

opção de doador de órgãos na car

-

teira de identidade não existe mais.

O essencial para se tornar doador

de órgãos é ter uma conversa com

a sua família. No momento certo,

eles tomarão a decisão; afinal, a

doação só acontece após a autori

-

zação familiar.

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

Laço cor-de-rosa: câncer de

mama; laço azul: câncer de

próstata e diabetes; laço ama

-

relo e vermelho: hepatite; laço

vermelho: aids; laço roxo:

lúpus, fibromialgia, mal de

Alzheimer; quebra-cabeça:

autismo; laço laranja: anemia

e leucemia; laço amarelo:

câncer ósseo.

Disponível em: <http://www.

saude.ce.gov.br/index.php/

noticias/47124-cores-dasaude-lacos-de-fita-alertampara-controle-de-doencas>.

Acesso em: 8 jun. 2018.

2a. Os produtores da campanha temem que doações deixem de ser feitas porque o doador

não revelou seu desejo à família. O objetivo da campanha é estimular a conversa sobre o tema.

A expressão refere-se ao doador, que é lembrado com carinho

pela família, e ao ato de se lembrar de comunicar o desejo de ser doador.

A campanha destaca que é o momento de as pessoas co

-

mentarem o desejo de ser doadora s de órgãos, e a escolha dos relógios como

personagens reforça a ideia de “hora”.

P:254

180

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

180

5 O spot é uma peça publicitária feita para ser transmitida por rádio. Nesse, há uma canção seguida por um breve texto falado por

uma locutora.

a) A canção alerta o ouvinte sobre a possibilidade de ser surpreendido

pela morte prematura. Segundo a letra, essa situação ocorrerá na

vida de todas as pessoas? Justifique sua resposta.

b) Você acha que, sem o texto falado após a canção, o ouvinte conseguiria compreender a intenção da campanha? Por quê?

c) Escute a canção. Em sua opinião, por que os produtores optaram

por esse ritmo?

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

A campanha convida os leitores a assistir ao filme e a compartilhar. Você,

particularmente, aceitaria o convite? Por quê?

Fala aí!

a) Por pertencer à mesma campanha, o fôlder e o anúncio têm semelhanças. Quais são elas?

b) Que conteúdo é apresentado na parte interna do fôlder?

c) Com base no que você observou, responda: o que diferencia os

objetivos do fôlder e do anúncio?

d) Leia na página 179 um trecho do fôlder e explique a informação

transmitida por ele.

e) Essa informação não está disponível no anúncio. Isso prejudica a

compreensão da mensagem da campanha? Por quê?

4 Tanto o anúncio quanto o fôlder contêm a hashtag #DoeÓrgãos.

a) Quem são os interlocutores quando essa hashtag é anotada em

uma rede social?

b) Analise a parte do anúncio reproduzida a seguir e responda o que

é e para que serve a imagem ali presente.

4b. É um código de barras

bidimensional chamado QR

Code ou Código QR. Ele permite o acesso ao filme pela

maioria dos smartphones,

bastando para isso encostar

o aparelho na imagem e

escaneá-la. QR é a sigla em

inglês para Quick Response

(Resposta Rápida).

5a. Não, expressões como

nem sempre e às vezes mostram que a morte prematura é

eventual, não acontece com

todos.

Os produtores da canção optaram por uma melodia mais lenta, sentimental, para emocionar as

pessoas e criar empatia imediata no público. Professor: É possível que os alunos notem semelhança com a estrutura rítmica de alguns hinos religiosos.

5b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem que a canção sugere a

morte prematura e a importância da doação, mas não

é explícita. Além disso, não

faz referência direta à importância de o doador comunicar

seu desejo antecipadamente,

que é um objetivo importante

da campanha, como mostraram o anúncio e o fôlder.

São os internautas que acessam essa rede social.

3d. O trecho explica que,

antigamente, quem desejasse doar os órgãos precisava

registrar essa informação na

carteira de identidade, mas

agora basta a autorização da

família, com base no desejo

expresso pelo doador.

3e. Espera-se que os alunos

respondam que não. Embora

não traga detalhes sobre a

mudança do procedimento,

o anúncio deixa claro como

deve ser planejado o processo de doação.

3a. O fôlder e o anúncio têm

os mesmos personagens, o

mesmo cenário, o mesmo

tipo de título, as mesmas

orientações para doador e

família e as mesmas referências à forma de compartilhamento pela internet.

3b. São apresentadas perguntas e respostas acerca

da doação de órgãos.

3c. O fôlder é um folheto

informativo; portanto, além

de estimular a doação e

orientar a família e o doador,

apresenta dados detalhados

acerca do tema, enquanto

o anúncio apenas estimula

a realização das ações da

família e do doador.

Fala aí! – O tema envolve posicionamentos pessoais, motivados por valores da família.

Evite que a discussão seja desrespeitosa em relação a qualquer opção. Estimule a reflexão acerca da prática do compartilhamento, questionando

os alunos sobre ele ser produtivo ou não em campanhas

com fins sociais como essa ou

semelhantes (campanha para

arrecadar alimentos ou roupas, campanha para doação

de sangue etc.).

Questão 5 – Caso os alunos não

tenham ouvido o spot, troque

o item c desta atividade pelas

seguintes perguntas: “Você

está tendo acesso apenas à

letra da canção, sem a música.

Como imagina o ritmo dela?

Por quê?”. Apresente à turma

o conteúdo do gabarito 5c.

P:255

181

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

181

As notas que você toma assistindo a uma aula, uma palestra, um filme etc. são um material pessoal. Para ser mais ágil, você pode construir

esquemas, usar abreviações, anotar apenas a palavra central em lugar de

frases completas etc. O importante é sintetizar e reformular o conteúdo

de um modo que faça sentido para você. As notas não são uma transcrição

de tudo o que foi dito.

Dica de professor

6 Agora vamos analisar os recursos dessa animação.

a) Com que objetivo são mostradas fotografias em porta-retratos,

logo no início do filme?

b) Os personagens-relógios principais interagem com três outros

personagens-relógios, que apresentam problemas de funcionamento. Que característica do relógio-pai é destacada nessas

cenas? Por quê?

c) Por que essa característica é importante para a mensagem da

campanha?

d) A canção que você ouviu no spot também foi usada no filme. Em

que momento da narrativa ela é inserida? Por que a escolha desse

exato momento é coerente?

e) Após a notícia da morte, inicia-se um flashback, isto é, uma sequência do filme que corresponde ao passado. Qual é o conteúdo desse

flashback? Como ele se encaixa na narrativa que está sendo contada?

f) Qual recurso foi usado para que o público compreenda que o pai

se tornou o doador de peças (ou órgãos) transplantados nos personagens que apareciam no início da narrativa?

g) O filme apresenta uma transição da animação para uma cena com

personagens interpretados por atores. Que elementos foram usados para associar a família de relógios e a situação que viveram à

situação da família humana?

h) Que motivo pode explicar a opção dos produtores do filme por

fazer essa transição?

Uma campanha publicitária pode ser veiculada em diversas mídias – rádio,

televisão, jornal, revista, rede social etc. –, em que circulam gêneros variados.

Anúncio, fôlder, jingle, spot, filme, card são alguns exemplos.

Apesar da diversidade, uma campanha precisa contar com uma identidade

visual e uma mensagem comum. Para defini-los, os produtores consideram o

perfil de quem desejam atingir: poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

A questão a seguir refere-se ao filme da campanha. Antes de resolvê-la,

assista à produção e anote os acontecimentos da narrativa. Acesse o link

<http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/>.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

6a. As fotografias mostram

as figuras do pai (relógio

amarelo), da mãe (relógio

azul) e do filho (relógio roxo).

O pai do garoto foi doador de

órgãos. É a partir de uma delas que se inicia a narrativa.

Destaca-se a solidariedade do relógio-pai, já que ele está

sempre ajudando os outros relógios a voltar a funcionar bem.

Porque também está presente no ato de doar,

que é estimulado pela campanha.

6d. A canção é inserida no

momento em que a esposa

está no hospital e recebe a

notícia da morte do marido.

Como a canção fala de uma

morte prematura e reforça a

importância de doar como um

ato de amor, é coerente que

apareça na hora em que a

decisão tem de ser tomada.

6e. O flashback retoma o

momento do nascimento do

filho, quando, deixando o

hospital, o pai vê o laço verde

da campanha e comenta seu

desejo de ser um doador. A

mãe se lembra dessa situação vivida no passado e autoriza a doação.

6f. A cor amarela permite ao

leitor perceber que algumas

peças que funcionam nos

personagens que apareciam

no início da narrativa saíram

do relógio amarelo que representa o pai.

6g. A mãe e o filho aparecem

em uma sala semelhante à

que foi mostrada no desenho,

observando uma fotografia,

como também acontecia ali.

Além disso, a mãe mostra

ao filho um relógio parecido

com o que representa o pai

e entende-se que teria pertencido ao marido já falecido.

Resposta pessoal.

Se for o caso, forme grupos e oriente a turma a acessar o filme usando um telefone celular.

Dica de professor – Existem

dispositivos eletrônicos que

podem ser usados para tomar

notas. Eles são válidos, desde

que os alunos se mantenham

ativos diante da informação,

isto é, que as representem de

maneira própria, o que contribuirá para uma apropriação

mais sólida. Eles não devem

usar o equipamento para transcrever o que escutam. Sugerimos a leitura de um artigo

da professora Sandhra Cabral.

Disponível em: <http://www.

educarparasergrande.com.

br/2018/01/25/anotacao-emsala-de-aula-a-mao-ou-nodispositivo-eletronico/>. Acesso

em: 20 ago. 2018.

Questão 6 – Antes de iniciar

a atividade, peça aos alunos

que leiam as questões silenciosamente. Em seguida, exiba

novamente o filme. Sugerimos

que esta atividade seja feita

de forma oral e coletiva, com

possibilidade de registro (de

todas ou de algumas questões

centrais) no final. Se for possível, volte aos trechos do filme

relativos a cada resposta após

a discussão da turma.

Após a realização da atividade,

peça aos alunos que formem

trios e que cada um exponha

aos colegas o conteúdo de suas

notas. Eles devem comentá-las

de acordo com estes critérios:

1. As notas trazem informações

suficientes para recontar a narrativa? 2. A forma de anotação

é econômica, permitindo ao

anotador ser ágil? 3. O aluno

conseguiu entender e explicar

suas anotações de imediato, revelando que elas são suficientemente claras para ele?

Questão 6h – É esperado que

os alunos levantem alguns aspectos, entre eles o fato de a

campanha precisar ser didática,

o que é favorecido pela explicitação de que aquela é uma

situação vivida pelas pessoas,

ou o fato de que a campanha

pode ter desejado ser ainda

mais impactante, o que acontece quando percebemos que

a situação vivida é comum a

nossos semelhantes e pode

também acontecer conosco.

P:256

182

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

182

INSTITUTO AKATU

CIÊNCIAS

Investigue em

De que forma os automóveis aquecem o

planeta?

As referências ao leitor

1 Releia um trecho do anúncio acerca da doação de órgãos.

“Família, quem você ama pode salvar vidas.

Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.”

a) O anúncio tem dois interlocutores diferentes. Quais são eles?

Que palavras se referem diretamente a cada um?

b) Em sua opinião, por que muitas peças publicitárias fazem referência direta ao leitor?

2 O anúncio a seguir faz parte de uma campanha publicitária para

estimular uma forma de consumo que não prejudique o planeta.

Se eu quiser aprender mais

Os anúncios costumam trazer a identificação do anunciante por meio de um

logotipo, símbolo formado por letras e imagens. Além do logotipo, alguns anúncios também contam com um slogan, uma ou duas frases bem curtas, de fácil

memorização, que caracterizam uma marca ou produto. Repare no slogan e no

logotipo do anúncio anterior.

Sabia?

Para obter a energia necessária para funcionar, os automóveis queimam combustíveis

e, nesse processo, liberam

gases, como o CO2

, que se

concentram na atmosfera

e capturam e retêm o calor

solar, aumentando a temperatura.

A presença de aparente propaganda

na seção se justifica de acordo com o

Parecer CNE/CEB nº 15/2000, que diz

que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente

desde que faça parte de um contexto

pedagógico mais amplo, conducente à

apropriação crítica das múltiplas formas

de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações

gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com

comparecimento módico e variado”. 

1a. Um dos interlocutores

é a família, a que se referem as palavras família e

você, e o outro é o doador, a

que remetem a forma verbal

lembre[-se] e o pronome sua.

1b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem

que a referência direta ao

leitor o aproxima do tema que

está sendo apresentado e,

nesse sentido, contribui para

o valor apelativo ou persuasivo do texto.

Alguns itens da atividade solicitam que os alunos façam inferências. Sugerimos que trabalhem em grupo para trocar informações.

Sabia? – Retome o anúncio que

divulga a doação de órgãos e

mostre o logotipo do Governo

Federal em exercício no ano

da campanha e o slogan “Família, quem você ama pode

salvar vidas. Para ser doador

de órgãos, lembre-se de avisar

a sua família”, repetidos nas

várias peças.

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 2, 4

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 3, 5, 7, 10

Habilidades: EF67LP08,

EF67LP13, EF67LP20,

EF69LP02, EF69LP04,

EF69LP05, EF69LP17

P:257

183

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

183

Você e seu grupo produzirão

um anúncio publicitário. O objetivo é persuadir os leitores (colegas de escola e outros jovens)

a modificar um comportamento

que prejudica a sociedade. Vocês

podem convencê-los a não sujar

o transporte público, não pisar

nas plantas dos jardins da cidade,

não grudar chicletes nos móveis

da escola, não escutar música alta

sem fones de ouvido, entre tantas

outras atitudes prejudiciais à boa

convivência das pessoas. Os anúncios serão divulgados na escola e

vão alimentar o blog da turma.

Nosso anúncio publicitário NA PRÁTICA

a) Que problema relacionado ao planeta é mostrado no anúncio?

b) Observe a imagem usada no anúncio. O que ela retrata? O que

permite ao leitor chegar a essa conclusão?

c) Com que material a imagem foi produzida?

d) Por que você acha que o produtor do anúncio escolheu esse

material?

e) O anúncio dirige-se diretamente ao leitor. Que palavras do

título estão relacionadas a ele?

f) O que o anúncio sugere para resolver o problema ambiental?

g) Que frase poderia ser incluída no anúncio para comunicar essa

ideia de maneira bem clara?

h) Suponha que o produtor do anúncio também quisesse incluir-se

entre aqueles que usam automóveis. Como ele poderia construir

a frase do anúncio para indicar isso?

3 Nesta atividade você vai preparar uma análise do anúncio para

apresentá-la oralmente.

• Inicie sua fala mencionando o problema citado e o objetivo do

anúncio.

• Explique como a linguagem verbal foi trabalhada para convencer

o leitor a realizar a ação pretendida.

• Finalize descrevendo a imagem e o material usado para confeccioná-la e justifique essa escolha.

Você e seu grupo produzirão

-

-

legas de escola e outros jovens)

a modificar um comportamento

que prejudica a sociedade. Vocês

podem convencê-los a não sujar

o transporte público, não pisar

nas plantas dos jardins da cidade,

não grudar chicletes nos móveis

da escola, não escutar música alta

sem fones de ouvido, entre tantas

outras atitudes prejudiciais à boa

-

cios serão divulgados na escola e

Nosso anúncio publicitário

LASSMAR

2a. O aquecimento global.

2b. A imagem retrata o planeta Terra. O leitor conclui isso

porque vê uma esfera com a

cor azul imitando os oceanos

e os elementos em tons de

bege-terroso representando

os continentes.

Papel.

2d. O uso desse material sugere sua reciclagem, aspecto

defendido por instituições

preocupadas com o planeta.

2f. Sugere ao leitor que deixe

de usar o carro ou diminua

seu uso.

2g. Sugestões: Deixe o carro

na garagem. Diminua o uso

do carro. Não use o carro

em distâncias curtas. Utilize

o transporte coletivo.

Seu (pronome); deixe (forma verbal).

2h. Não deixemos (não devemos deixar; não podemos

deixar) os escapamentos de

nossos carros aquecerem

ainda mais o planeta.

Sugerimos que o trabalho seja feito em grupos de quatro ou cinco integrantes.

Resposta pessoal.

Questão 3 – Esta atividade deve

ser preparada após a correção

da anterior. Forme trios para que

toda a turma exponha sua produção oral. Depois, escolha dois

alunos para apresentar sua fala

para a classe e destaque o uso

de conectivos que relacionem

blocos de ideias. Por exemplo,

na execução do primeiro item, é

provável o uso de “por isso” ou

similar para relacionar o problema citado no anúncio e o objetivo da campanha; no segundo,

o uso de “para” ou similar para

sugerir finalidade; no terceiro,

o uso de “porque” ou similar

para introduzir a justificativa.

Evidencie as conexões feitas,

veja se há outros exemplos e

peça aos grupos que repitam

a atividade, agora prestando

mais atenção nesses elementos.

Nosso anúncio publicitário

na prática

CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 3, 5, 6, 10

Habilidades: EF67LP13,

EF69LP07, EF69LP09,

EF69LP12, EF89LP11

Nesta proposta de produção,

os alunos devem planejar uma

campanha publicitária sobre

questões que interessam à comunidade e, para isso, deverão

levar em conta os princípios citados na habilidade EF69LP09:

previsão do público-alvo, mobilização de recursos linguísticos-discursivos adequados aos

gêneros e aos suportes etc.,

naturalmente cabíveis na etapa de aprendizagem relativa

ao 6o ano. Por sua temática, a

produção se alinha a um exercício de cidadania e envolve

princípios éticos e democráticos,

como preveem as CG 6 e 10,

além de indicar a utilização da

linguagem para a promoção de

ações que minimizem conflitos

e promovam a revisão crítica de

comportamentos inadequados,

como prevê a CEL 3.

P:258

184

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

184

Elaborando nosso anúncio

1. Verifiquem quais são os recursos disponíveis para o grupo, considerando,

inclusive, os conhecimentos técnicos de vocês. Se for possível, optem

por usar um editor de imagens. Um editor de textos também permite a

realização da tarefa.

2. Preparem as imagens que serão utilizadas no anúncio: fotografem, pesquisem

ilustrações para uma colagem, façam desenhos etc. O material produzido

em papel pode ser escaneado ou fotografado e salvo no computador.

3. Elaborem o slogan, buscando uma formulação que possa ser memorizada. Ela deve ser curta, simples e expressiva. Verifiquem se não apresenta

equívocos de ortografia, concordância etc.

4. Finalizem a parte verbal e formatem o texto utilizando uma fonte adequada para que as palavras fiquem legíveis e chamem a atenção do leitor.

Para selecionar essa fonte, levem em conta o formato, o tamanho, a cor

das letras e a intenção de seu anúncio.

Da teoria para a... ... prática

Os anúncios são textos persuasivos,

isto é, procuram convencer alguém

de uma ideia.

Como mostrar que certo comportamento é inadequado e precisa ser modificado? Levem em conta o perfil

do leitor na escolha do texto e das imagens.

As campanhas publicitárias costumam

ter slogans.

Que frase poderia caracterizar a campanha, ajudando

o leitor a memorizar sua mensagem?

Que texto poderia sintetizar o apelo, conselho ou convite à mudança que vocês apresentam ao leitor?

Em geral, os anúncios apresentam

frases concisas, que esclarecem a

ideia central.

Sejam criativos e cativantes. Vocês podem empregar

palavras em sentido figurado, palavras que rimam, que

se referem ao leitor (você, seu, venha) etc.

Os anúncios buscam formas originais para conquistar o leitor.

Momento de produzir

Planejando nosso anúncio

Veja, nos quadros a seguir, algumas orientações que vão ajudar vocês

a produzir seu texto.

Os anúncios costumam articular várias linguagens.

Que imagem poderia chamar a atenção de seu leitor

para o comportamento que deve ser mudado? Como

as imagens e os textos devem ser dispostos na página?

Que cores devem ser usadas?

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Caso não seja possível produzir em computadores, adapte

a atividade para o papel. Os

alunos podem usar papéis coloridos para o fundo e as letras,

fazer desenhos ou colagens

com imagens de revistas etc.

P:259

185

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

185

Momento de avaliar

O grupo avaliará o cartaz produzido por outra equipe, indicada pelo professor.

Anotem os itens que, na opinião de vocês, foram bem realizados e preparem-se para

justificar a avaliação em uma reunião com os colegas.

A O anúncio mostra com clareza o comportamento que deve ser modificado?

B O anúncio é persuasivo, levando o leitor a refletir sobre seu comportamento?

C O texto do anúncio é criativo?

D A imagem escolhida é coerente com a parte verbal?

E Elementos não verbais, como tipo e cor das letras, contribuem para a construção

do sentido e de um visual bonito e chamativo?

F O texto do anúncio respeita as normas de ortografia e de concordância?

G O cartaz revela capricho na produção?

ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL

Reelaborando nosso anúncio

1. Considerem os comentários dos colegas e planejem alterações no anúncio.

2. Incorporem outras soluções interessantes na produção de vocês.

3. Façam uma nova versão do anúncio.

Momento de apresentar

Ampliando nossa campanha

1. Além de produzir o anúncio, vocês vão preparar

outras peças publicitárias para a mesma campanha.

Reagrupem-se, formando três equipes maiores.

2. Escolham, entre os anúncios produzidos pela turma,

aquele que dará origem à campanha mais ampla.

3. Dividam-se para produzir novas peças: um filme curto, uma

música e um card.

4. Lembrem-se: uma campanha publicitária tem uma

unidade visual, isto é, as várias peças usam imagens e

textos semelhantes e têm o mesmo objetivo.

5. Se preferirem, usem como base uma música já existente.

6. Sigam o exemplo do card ao lado, cujas informações são

bem resumidas e de fácil compreensão.

7. Juntem as três produções e façam uma avaliação coletiva. Se for necessário, corrijam ou aprimorem o material.

8. Compartilhem o arquivo com os editores da atividade. Eles serão os responsáveis

pela organização dos arquivos para o professor, que fará a postagem da campanha

no blog da turma.

9. Por fim, iniciem a divulgação da campanha na escola, usando os murais para o

anúncio que serviu de base para a campanha e o card.

Exemplo de card.

Caso os alunos tenham produzido em papel, eles podem

reaproveitar parte do material empregado na primeira versão.

A atividade pode ser feita mesmo que não haja acesso a muitos recursos

tecnológicos. É possível gravar a música e produzir o filme usando um celular

e fazer os cards em papel para depois fotografá-los.

Ampliando nossa campanha –

Peça a um ou dois alunos que

sejam os editores desta atividade. Eles devem: 1. recolher

os arquivos digitais dos produtos da campanha e organizar

uma pasta; 2. criar um texto

para a postagem da atividade,

descrevendo-a; 3. enviar todo

o material por e-mail para que

o professor o insira no blog

da turma.

P:260

186

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

186

Textos em conversa

Os regulamentos trazem uma série de leis ou regras que orientam as

pessoas a se comportar em certas situações e preveem punições para quem

não as cumprir. São exemplos desses textos a Constituição, o Código de

Trânsito, o regulamento de uso de piscinas em clubes, o regimento de sua

escola, entre muitos outros.

Leia, a seguir, um trecho do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor,

que define os direitos de quem compra e as responsabilidades de quem

vende ou fornece um produto ou serviço. Uma das partes do código trata

especialmente da publicidade. Art. é a abreviação de “artigo”, e § é o símbolo de “parágrafo”.

SEÇÃO III

Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma

que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique

como tal.

[...]

Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou

abusiva.

§ 1o

É enganosa qualquer modalidade de informação

ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo

por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a

respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados

sobre produtos e serviços.

§ 2o

É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência,

explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir

o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou

perigosa à sua saúde ou segurança.

§ 3o

Para os efeitos deste código, a publicidade é

enganosa por omissão quando deixar de informar sobre

dado essencial do produto ou serviço.

[...]

Disponível em: <http://www.planalto.

gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>.

Acesso em: 7 jun. 2018.

LASSMAR

A linguagem dos textos jurídicos não é simples. Sugerimos que você leia o trecho

integralmente para a turma

e, em seguida, faça uma

paráfrase de cada segmento. Peça aos alunos que tomem notas das informações

principais enquanto ouvem.

Verifique se há dúvidas relativas ao sentido das palavras e peça a alguns deles

que leiam as anotações. As

atividades podem ser feitas

oralmente a princípio e registradas depois. O campo de atuação da vida pública põe em destaque gêneros

legais e normativos. Seguindo a

orientação de abordagem crítica

dos textos publicitários, nesta

seção propomos a leitura de um

fragmento do Código de Defesa

do Consumidor. De maneira ainda incipiente, mas já produtiva,

buscamos, como propõe o texto

da BNCC (p. 144), desenvolver a

aprendizagem de procedimentos úteis para a leitura desses

gêneros e o reconhecimento de

sua relevância para a vivência

democrática, pautada por direitos e deveres.

Se achar conveniente, comente

com o professor de História o

trabalho que está sendo realizado. A abordagem dos direitos

civis, políticos e sociais expressos

na Constituição de 1988 e nas

leis que a seguem está prevista

no texto da BNCC para o 9o

ano,

mas talvez o professor possa

fazer um comentário sobre o

contexto de surgimento do Código de Defesa do Consumidor

e sua relação com a nova etapa da história do Brasil. Pode,

ainda, fazer comparações com

as noções de “direito” e “cidadania” na Grécia Antiga, temas

indicados para o 6o ano.

Textos em conversa

CG: 1, 2, 4, 7

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 7

Habilidades: EF67LP15,

EF69LP02, EF69LP04,

EF69LP09, EF69LP17,

EF69LP20, EF69LP27,

EF89LP11

P:261

187

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

187

CROSSCONTENT/INFO-EXAME/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A.

1 Leia novamente o artigo 36.

a) Explique a regra com suas palavras.

b) Observe atentamente a página reproduzida abaixo. Como o leitor

percebe que o texto não é uma matéria jornalística? Qual é a

finalidade desse texto?

2 Os artigos formam a estrutura básica das leis, e os parágrafos os

complementam. O artigo 37 prevê a proibição de publicidades

enganosas ou abusivas.

a) O que os parágrafos do artigo 37 explicam?

b) Como você entendeu a ideia de que a omissão, citada nos parágrafos 1 e 3 do artigo 37, pode gerar publicidade enganosa? Cite

uma situação em que isso poderia acontecer.

c) O meme a seguir reproduz uma situação comum de propaganda

enganosa. O que o caso do hambúrguer exemplifica?

É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

Art. 37, Código de Defesa do Consumidor

Quem nunca?

SANDRO PAVLOV/SHUTTERSTOCK

NOR GAL/SHUTTERSTOCK

na propaganda na realidade

Sugestão de resposta: O consumidor deve conseguir reconhecer

facilmente que um texto é uma forma de publicidade.

A inscrição informe publicitário revela que não é uma matéria jornalística.

A finalidade do texto é orientar o consumidor na compra de um notebook.

2a. Explicam o

que é uma publicidade considerada enganosa

ou abusiva.

2c. Exemplifica as

situações em que

uma imagem é

usada para atrair

o consumidor,

mas não corresponde ao produto

que será efetivamente vendido.

2b. Sugestão: A omissão

caracteriza-se pela ausência de uma informação, que

pode induzir o consumidor

a erro. Por exemplo, a não

informação, em uma propaganda de TV, de que uma

promoção terá duração limitada, levando o consumidor

a ir à loja após seu término,

é considerada propaganda

enganosa.

Questão 2 – Diante da impossibilidade de confirmar a autoria

dos memes e solicitar autorização de uso, criamos este especialmente para fins didáticos.

Questão 1b – Explique que

esse tipo de matéria é feito com o fim de divulgar as

vantagens de um determinado produto, funcionando

portanto como anúncio, por

isso há obrigatoriedade de

incluir a expressão “informe

publicitário”.

P:262

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

188

d) Analise a construção do meme: como a imagem reforça a ideia

transmitida?

e) A frase “Quem nunca?” não contém verbo nem complemento,

mas transmite um sentido completo, que pode ser deduzido pelo

contexto do meme. Como você continuaria a frase para deixar

claro esse sentido?

f) Suponha que uma propaganda de TV estimulasse alguém a dirigir um carro sem cinto de segurança. Ela seria uma propaganda

abusiva? Por quê?

Fala aí!

A publicidade envolve gêneros bastante

diferentes: logotipos em camisetas,

canções publicitárias(jingles

propagandas no rádio e na TV, anúncios

em revistas, jornais e redes sociais,

entre outros. Podemos dizer que

ela nos cerca em nosso dia a

dia, divulgando marcas, pro

dutos e serviços. Você acha

que as pessoas são facilmente

conquistadas pela publicidade?

Por que isso pode ser um problema?

A publicidade envolve gêneros bastante

diferentes: logotipos em camisetas,

jingles), outdoors,

propagandas no rádio e na TV, anúncios

em revistas, jornais e redes sociais,

entre outros. Podemos dizer que

ela nos cerca em nosso dia a

dia, divulgando marcas, produtos e serviços. Você acha

que as pessoas são facilmente

conquistadas pela publicidade?

que isso pode ser um problema?

LASSMAR

Se esse meme fosse meu...

Reaproveite esse meme para fazer o seu, também mostrando situações

que envolvam a publicidade enganosa. Qual seria sua pergunta? Que tipo

de produto seria retratado e como?

3 O parágrafo 2 do artigo 37 trata da publicidade para crianças.

Segundo a lei, é abusiva a propaganda que se aproveita do fato

de a criança ainda não ter experiência suficiente para saber se um

produto pode prejudicar sua saúde, se ele é mesmo necessário ou

útil, se representa um gasto excessivo etc.

a) Como os anúncios publicitários são pensados e elaborados para

vender produtos destinados a crianças?

b) Você nota diferenças entre as estratégias usadas pela publicidade para atrair as crianças ou atrair os adultos? Justifique

sua resposta.

c) O que é importante que crianças e adultos façam antes de aceitar

o estímulo das propagandas e comprar um produto?

4 Você conheceu parte de um código jurídico, isto é, de um conjunto

de leis. Por que é importante que existam leis como as que estão

no Código Brasileiro de Defesa do Consumidor?

Sim. Essa situação estimularia alguém a se colocar

em perigo, e isso é considerado abusivo.

Respostas pessoais.

3c. Resposta pessoal. Os

alunos devem apontar a importância de pensar a respeito

da compra, considerando a

necessidade real do produto

e o gasto que se terá com

ele. O consumo não deve ser

impulsivo. 4. Resposta pessoal. Porque essas leis orientam e protegem o cidadão,

apresentando-lhe seus direitos, além de mostrar seus deveres para

que ele se comporte de maneira a não prejudicar outras pessoas.

3b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos observem

que, nos dois casos, a publicidade se vale de recursos que

associam o produto a algo que

provoca a satisfação, sendo

diferentes apenas os elementos relativos a cada idade.

2d. São apresentadas as

imagens de dois sanduíches: o

mais bonito deles, parecendo

bastante apetitoso, é o mostrado na propaganda, e o outro,

bem menos interessante, é o

lanche real.

2e. Sugestões de resposta:

Quem nunca enfrentou uma

situação dessas? Quem nunca se sentiu enganado por

uma propaganda? Quem

nunca passou por isso?

3a. Resposta pessoal. Espera-

-se que os alunos se lembrem

de que os produtos estão associados a situações alegres,

em que as crianças parecem

satisfeitas etc.

Fala aí! – Aproveite a oportunidade para estimular a reflexão

sobre o consumismo. Mostre

aos alunos que a publicidade cria o impulso de consumo

de produtos que podem não

atender, de fato, a uma necessidade real. É o que ocorre, por

exemplo, com a indústria de

produtos eletrônicos, que são

trocados antes do término de

sua vida útil. Isso pode gerar

gastos desnecessários, além de

aumentar a produção de lixo.

Conscientize também a turma

a respeito da predominância

de alimentos industrializados,

que podem prejudicar a saúde

dos consumidores.

Se esse meme fosse meu...

– Há várias possibilidades de

construção: A frase “Não era

pra ficar fofinho?” pode ser

acompanhada da imagem de

um bolo duro e seco, ou “Não

tirava as manchas?”, ao lado

de uma camisa com manchas

de molho etc. Faça as produções circularem pela classe.

Os alunos podem eleger e comentar as mais interessantes.

Elas também podem ser divulgadas para que, efetivamente,

circulem como memes.

P:263

189

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

189

Transformando o anúncio em paródia

Você já reparou que os vários anúncios de um certo produto podem

ser muito parecidos? Procure em sua memória anúncios de sabão em

pó, de margarina, de creme dental, de picolé, de xampu etc. Eles bus

-

cam ressaltar as vantagens do produto e, para isso, o relacionam com

determinados momentos de nosso dia a dia, que supostamente ficarão

melhores com o uso dele. Ou o associam a certa imagem, sugerindo

que o consumidor ganhará uma qualidade específica (beleza, saúde,

status) ao utilizá-lo. Um consumidor pouco crítico sente-se tentado

a consumir o produto sem refletir sobre sua necessidade, seu preço,

sua qualidade etc.

Em grupo, você e seus colegas produzirão uma paródia dos anúncios de

um tipo de produto. A paródia é uma obra que imita outra com objetivo

humorístico e, muitas vezes, serve a uma crítica.

1. Escolham o tipo de produto cuja publicidade querem explorar.

2. Pesquisem os elementos mais comuns nas campanhas: o tipo de imagem, as qualidades ressaltadas etc.

3. Pensem em como incluir esses elementos em seu anúncio de maneira

bem-humorada para mostrar que algumas “promessas” dos produtos são

exageradas. Vocês podem, por exemplo, brincar com a ideia de produto

saudável usada por anúncios de margarinas, mostrando que, porque a

família consome o produto, o pai carrega inúmeras malas sem esforço,

a criança enxerga a enorme distância etc.

4. Sua paródia é sobre um tipo de produto, portanto não façam nenhuma

referência explícita a um produto ou marca específica.

5. Sigam as mesmas orientações dadas para a preparação do anúncio na

seção “Elaborando nosso anúncio” (p. 184). Vocês podem produzir a

paródia no computador e depois imprimi-la em papel.

Vamos avaliar?

Os anúncios serão avaliados por toda a turma. Devem ser afixados na

lousa para que todos os colegas os observem atentamente e façam uma

análise conjunta, com base nas perguntas a seguir.

1. O anúncio respeitou a regra de não indicar um produto ou marca

específica?

2. O material foi produzido com capricho?

3. O anúncio realmente mostra características típicas da publicidade do

produto escolhido? Faltou alguma?

4. Houve uma modificação dessas características com o intuito de produzir humor?

5. O leitor se torna mais crítico em relação à publicidade ao conhecer

essa paródia?

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Se possível, após a avaliação, use uma área fora da sala de

aula para a exposição dos trabalhos.

Segundo a proposta da BNCC,

citada, por exemplo, na p. 135,

a exploração do campo jorna

-

lístico-midiático, sobretudo no

que diz respeito à publicidade,

envolve o desenvolvimento de

estratégias de leitura crítica a

fim de ajudar a promover o

consumo consciente. Com o

objetivo de fomentá-las, nesta

seção propomos o uso da pa

-

ródia como recurso de análise

e explicitação dos mecanismos

de persuasão empregados pela

publicidade. Lembramos que

a paródia é uma das formas

de réplica ativa, a qual mo

-

biliza habilidades de análise

e de transposição criativa, e

um recurso bastante produtivo

sobretudo na comunicação em

redes sociais.

Transformando o anúncio

em paródia

CG: 2, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 4

CELP: 1, 3, 5, 7, 10

Habilidade: EF67LP13

P:264

190

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

190

1 O que, provavelmente, aconteceu antes da cena retratada no primeiro quadrinho?

2 Como Cascão procura resolver seu problema?

3 No segundo quadrinho, o personagem sente que a situação vai piorar.

O que ele percebe?

4 O humor da tirinha é provocado por uma solução inesperada para o

problema de Cascão. Qual?

5 Por que Cebolinha entendeu que essa era a solução mais adequada?

6 Que relação existe entre Cebolinha e Cascão?

7 Como Cascão ficou após a ação de Cebolinha?

Leia a tirinha com os personagens Cascão e Cebolinha.

Turma da Mônica Mauricio de Sousa

© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA

Para responder às questões, você deve ter usado palavras que descrevem

ações: andar, caminhar, cair, pendurar, segurar, gritar, pedir, providenciar etc.

E também termos que indicam fenômenos da natureza, como chover ou

trovejar. É provável, ainda, que tenha utilizado vocábulos que expressam

estado quando tratou da relação entre os personagens (Eles são amigos) ou

mudança de estado ao descrever os sentimentos de Cascão (Ele ficou grato).

Neste capítulo, você conheceu algumas peças da campanha publicitária

governamental que estimula a doação de órgãos. Ela destaca uma ação

importantíssima do futuro doador: avisar os familiares de sua intenção.

A realização de ações associadas a um tempo é expressa por verbos, assunto

da seção que se inicia.

Mais da língua

Verbo

Pra começar

Sugestão: Cascão estava caminhando, não percebeu o

Grita pedindo socorro.

Percebe que começará a chover.

Cebolinha providencia um guarda-chuva para Cascão.

Porque, conhecendo Cascão, sabe que ele tem mais medo da água do que de

uma possível queda.

Cascão e Cebolinha são amigos.

Cascão ficou grato e sentiu-se aliviado.

abismo e só não caiu nele porque ficou pendurado em um galho de árvore.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Flexões do verbo;

• Modos verbais;

• Modelos de conjugação

verbal;

• Acentuação gráfica em

palavras monossílabas,

oxítonas e proparoxítonas

(revisão).

Para iniciar o estudo, faça um

aquecimento. Mostre aos alunos a pintura Caçadores na

neve, de Pieter Bruegel (1565,

Museu de História da Arte, Viena), e peça que construam frases como “Os pássaros voam”

e “As roupas são escuras”. Eles

devem descrever a cena detalhadamente. Enquanto falam,

anote os verbos e as locuções

verbais na lousa usando a forma do infinitivo. Se necessário,

induza-os, com perguntas, a

usar verbos que expressem

estado e fenômenos da natureza. Encerre a atividade

apresentando o conceito de

verbo. Para acessar a pintura,

use a Wikipédia e aproveite

o recurso do zoom.

Mais da língua e Isso eu

já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 2, 4, 5

Habilidades: EF06LP04,

EF06LP06, EF67LP32,

EF69LP03 EF69LP05

P:265

191

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

191

Flexões do verbo

Preste atenção no anúncio publicitário ao lado, sobre

uma campanha de conscientização para a preservação do

meio ambiente.

1 No contexto dos problemas ambientais, a que se refere

o verbo derreter? Que elemento não verbal evidencia

esse contexto?

2 Substitua a sequência de pronomes eu, tu e você por

um único pronome que englobe todos eles e coloque

o verbo na forma adequada.

3 Compare a forma verbal que você usou com as que estão

no anúncio. Por que as formas verbais precisam variar?

4 Suponha que a ação de derreter já tivesse acontecido.

Quais deveriam ser as formas verbais do anúncio?

5 E se a ação ainda fosse acontecer?

6 Compare as formas verbais do texto com aquelas

que você indicou nas questões 4 e 5. Como os verbos

expressam a noção de tempo?

Todas essas palavras são verbos e, por isso, relacionam-se com a noção

de tempo. Observe essa relação nos exemplos a seguir.

Cascão está preocupado.

Choverá por muitas horas.

Cascão estava caminhando quando caiu.

Neste último exemplo, duas formas verbais foram empregadas com a

função de uma. Veja.

Cascão estava caminhando. ¨ Cascão caminhava.

O verbo auxiliar acompanha o verbo principal, que apresenta a ideia

central. Juntos, formam uma locução verbal. Os principais verbos auxiliares são: ser, estar, ter, haver, ficar, continuar, querer, dever e ir.

verbo auxiliar verbo principal

DAVID TROOD/PHOTONICA/GETTY IMAGES

Não basta que dois

verbos estejam juntos

para formar uma locução verbal. Em “Ouvi

tocar seu celular”, há

duas ações diferentes,

portanto não se forma

uma locução.

Dica de professor

O verbo indica um estado que se

apresenta no mesmo momento da fala.

O verbo expressa um fenômeno da natureza

que ocorrerá em um momento posterior à fala.

Os verbos sugerem ações ocorridas

em um momento anterior à fala.

Verbo é uma palavra que expressa ação, fenômeno da natureza ou estado,

associados à noção de tempo. Locução verbal é uma expressão formada por

dois ou mais verbos.

Nós derretemos.

Para concordar com o praticante da ação.

Eu derreti, tu derreteste, você derreteu.

Eu derreterei, tu derreterás, você derreterá.

Por meio de suas terminações.

1. Refere-se ao degelo das calotas polares, que está diretamente

ligado ao aquecimento global. Esse contexto é sugerido pela presença

de uma representação do globo terrestre dentro de uma gota.

A presença de aparente propaganda na seção se justifica de acordo com o Parecer CNE/CEB no 15/2000, que diz

que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas formas de linguagens presentes

em nossa sociedade, submetido às determinações gerais de legislação nacional e às específicas da educação

brasileira, com comparecimento metódico e variado”.

P:266

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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• Flexão de tempo: informa se uma ação é simultânea (presente),

anterior (pretérito) ou posterior (futuro) à fala.

• Flexão de modo: indica a atitude – de certeza, suposição, ordem

etc. – do falante diante do processo verbal.

Os verbos se agrupam em três conjugações, identificadas pela terminação no infinitivo, que é a forma como os encontramos no dicionário. Veja.

Verbos terminados em -ar 1a

conjugação cantar

Verbos terminados em -er 2a

conjugação vender

Verbos terminados em -ir 3a

conjugação partir

As conjugações constituem modelos que os verbos seguem ao se flexionar.

Os verbos que acompanham o modelo são chamados de regulares, e aqueles

que apresentam alterações são classificados como irregulares. Compare os

dois tipos de verbos na tabela a seguir.

Verbos regulares Verbo irregular

vender escrever dizer

Eu vendo Eu escrevo Eu digo (e não dizo)

Tu vendes Tu escreves Tu dizes

Ele vende Ele escreve Ele diz (e não dize)

Nós vendemos Nós escrevemos Nós dizemos

Vós vendeis Vós escreveis Vós dizeis

Eles vendem Eles escrevem Eles dizem

Os verbos regulares da mesma conjugação apresentam sempre terminações idênticas, enquanto os irregulares têm variações de diversos

tipos, como observamos nas formas da 1a

e da 3a

pessoa do singular do

verbo dizer.

VICENTE MENDONÇA

Como você percebeu, os verbos flexionam-se, isto é, modificam-se para

expressar algumas noções bem específicas. Veja.

• Flexão de pessoa e de número: associa o verbo a uma das pessoas

do discurso.

(eu) derreto (tu) derretes (ele/você) derrete

1a

pessoa 2a

pessoa 3a

pessoa

singular

(nós) derretemos (vós) derreteis (eles/vocês) derretem

1a

pessoa 2a

pessoa 3a

pessoa

plural

Os verbos terminados em -or (pôr, com- por, depor etc.) perten

(pôr

depor -

cem à 2a

conjugação,

pois derivam da forma

antiga poer.

São três as pessoas

do discurso:

1a

pessoa: aquela que

fala.

2a

pessoa: aquela com

quem se fala.

3a

pessoa: aquela ou

aquilo de que(m) se fala.

Inicia-se aqui uma sequência

que contém vários conceitos

importantes. Sugerimos que

seja feita uma leitura por

blocos, acompanhada por paráfrases e exemplos. A flexão

de modo será detalhada ainda

neste capítulo.

P:267

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Nani

© NANI

Minduim Charles Schulz

a) Como Charlie Brown interpretou o pedido de Patty?

b) O que a menina desejava de fato?

c) Como Charlie Brown ficou ao entender o que estava acontecendo?

Que recurso não verbal foi usado para expressar isso?

d) Transcreva as locuções verbais presentes no texto.

e) Proponha formas verbais simples para substituir cada locução.

f) Leia o diálogo do segundo quadrinho substituindo as locuções

verbais pelas formas simples. Por que o texto, dessa maneira, não

parece adequado à situação comunicativa?

2 Leia o cartum do ilustrador mineiro Ernani Diniz Lucas, conhecido

como Nani.

CHARLES M. SCHULZ.

Peanuts completo:

1950 a 1952. 5. ed.

Trad. Alexandre

Boide. Porto Alegre:

L&PM, 2014. p. 41. PEANUTS, CHARLES SCHULZ © 1951 PEANUTS WORLDWIDE LLC./DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION

O verbo NA PRÁTICA

1 Leia a tirinha com os personagens Charlie Brown e Patty.

1a. Pensou que ela queria

examinar sua garganta para

ver se ele estava doente.

1b. Saber se a bola que perdera estava na boca do menino.

1f. Porque as formas simples

tornam as falas mais formais,

o que não condiz com um

bate-papo entre crianças.

1c. Ficou irritado, como sugerem as linhas franzidas em

torno de sua cabeça.

1d. Vou sobreviver, vou saber, estava procurando.

1e. Sobreviverei, saberei,

procurava.

P:268

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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a) Como é possível reconhecer que os personagens do cartum são

egípcios?

b) O humor do cartum é produzido pelo contraste entre duas épocas

históricas distintas. Como se manifesta o tempo presente? E o

passado?

c) Transcreva a locução verbal empregada no texto e classifique os

verbos que a compõem.

d) A locução transmite a ideia de uma ação já concluída, em andamento ou ainda por acontecer?

e) A que pessoa do discurso se refere a frase? Por que não foi necessário

empregar um pronome para explicitá-la?

f) DESAFIO DE ESCRITA Você vai escrever um parágrafo de análise do

cartum. Siga o roteiro.

• Informe que o humor é produzido por uma brincadeira com a noção

de tempo.

• Explique como o cartum se refere ao tempo presente.

• Explique como o contexto remete ao passado.

• Por fim, destaque o retrato que está sendo produzido, mencionando

sua finalidade e, em oposição, suas características.

3 Leia o cartum do ilustrador mineiro Eduardo dos Reis Evangelista,

conhecido como Duke.

Duke

© DUKE

A Organização Mundial da Saúde (OMS)

patrocina e divulga programas para prevenir e

tratar doenças.

Sabia?

a) Que mudança de atitude do lobo é mostrada no cartum? Por que ela

produz humor?

b) Com qual argumento o lobo justificou essa mudança?

Pelas pirâmides ao fundo, pelas roupas e pelo tipo de desenho na

parede.

O presente se manifesta na referência ao “perfil no Face” (Facebook), e o passado,

nas roupas e no desenho na parede, feito com instrumentos antigos.

Estou (verbo auxiliar) mudando (verbo principal).

Em andamento.

Primeira pessoa. Porque a flexão do

verbo já traz essa informação.

Resposta pessoal.

Corrija as atividades antes

de solicitar aos alunos que

realizem o item f.

O lobo está preocupado com a informação divulgada pela OMS de que o bacon

(tipo de carne de porco) em excesso causa câncer.

No cartum é mostrado que o lobo desiste de comer os porquinhos. Isso produz humor por contrariar o conto infantil.

2f. Sugestão de resposta: O

humor do cartum de Nani é

produzido por uma brincadeira

que associa uma cultura muito

antiga a um comportamento

do presente. O balão de fala

refere-se à atualidade, porque

indica uma mudança em um

perfil do facebook, citando

uma tecnologia contemporânea. O contexto, no entanto,

remete ao Antigo Egito, como

mostram os trajes dos personagens e a maneira como

está sendo produzido o retrato

a ser inserido na rede social.

Embora refira-se a uma prática

contemporânea, está sendo

entalhado em uma parede e

segue as formas e técnicas da

arte antiga.

Desafio de escrita – Se possível,

recolha os parágrafos para corrigir aspectos como segmentação de frases e articulação. Ou

anote um ou dois parágrafos na

lousa e destaque esses mesmos

aspectos.

Questão 2 – Após corrigir

os itens “a” a “e”, conceda

um tempo para que os alunos revisem o parágrafo de

análise do cartum (Desafio

de escrita) e façam alterações

que julguem necessárias para

corrigir equívocos ou aprimorar explicações. A correção

pode ter-lhes dado uma nova

compreensão dos recursos do

cartum e de seu sentido.

P:269

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Os verbos auxiliares podem completar a informação

transmitida pelo verbo principal, indicando sentidos

mais precisos. Veja alguns exemplos.

Eles podem chegar mais cedo. (possibilidade)

Ele costuma acordar tarde. (costume)

As crianças começaram a chorar. (ação inicial)

Os pães acabaram de assar. (ação concluída)

A prefeitura deve recolher o entulho. (obrigação)

4 Leia um anúncio publicitário que promove a reciclagem do lixo.

Separe o lixo e

acerte na lata.

CAMPANHA SEPARE O LIXO E ACERTE NA LATA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/2011

Os verbos auxiliares podem completar a informação

transmitida pelo verbo principal, indicando sentidos

(obrigação)

c) Transcreva os verbos e as locuções verbais do texto.

d) As ações citadas referem-se à mesma pessoa do discurso? Justifique.

e) Qual das ações é anterior à fala? Por quê?

f) Que sentido é acrescentado pelo verbo auxiliar quero ao verbo principal

comer: tentativa, costume ou vontade?

g) Como seria possível transmitir uma noção de proibição apenas trocando o

verbo auxiliar? E uma ideia de futuro?

VICENTE

MENDONÇA

a) Em que pessoa e número está flexionada a forma verbal contém?

b) Qual é o infinitivo desse verbo? E sua conjugação?

c) A forma verbal contém está no presente do indicativo. No contexto

do anúncio, esse tempo indica uma ação realizada no momento

em que se fala ou uma ação permanente?

Vontade.

Não devo (não posso) comer vocês mais, não. Não vou comer vocês mais, não.

Divulgou, porque o verbo está

no pretérito (perfeito).

3d. Não. A locução

quero comer refere-

-se à primeira pessoa

(no contexto, o lobo),

enquanto divulgou

e causa referem-se

à terceira pessoa (a

OMS e bacon, respectivamente).

Quero comer, divulgou, causa.

Terceira pessoa do singular.

Conter, segunda conjugação.

Uma ação permanente.

A presença de aparente propaganda

na seção se justifica de acordo com o

Parecer CNE/CEB

nº  15/2000, que diz

que “o uso didático de

imagens comerciais

identificadas pode

ser pertinente desde

que faça parte de um

contexto pedagógico

mais amplo, conducente à apropriação

crítica das múltiplas

formas de linguagens

presentes em nossa

sociedade, submetido às determinações

gerais da legislação

nacional e às específicas da educação

brasileira, com comparecimento módico

e variado”. 

P:270

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

196

Modos verbais

Leia este meme.

1 Um texto como esse costuma ter muitos leitores. Como ele chega a

tanta gente?

2 Com que finalidade alguém enviaria um meme como esse?

3 A situação retratada no meme revela um comportamento bastante

comum. Qual?

4 Como a imagem contribui para o efeito produzido pelo meme?

ALENA OZEROVA/SHUTTERSTOCK

d) Como você entendeu a frase principal “Toda caixinha vazia contém

uma telha inteirinha”?

e) Observe a maneira como o anúncio foi construído. Que papel parece

ter sido usado? O que justifica essa escolha?

f) Que recurso o produtor do anúncio empregou para tornar a frase

principal mais sonora?

g) Quais são os infinitivos das formas verbais separe e acerte? Esses

verbos pertencem à mesma conjugação? Explique sua resposta.

h) Essas formas verbais traduzem que atitude do falante: uma certeza,

uma incerteza ou uma ordem (recomendação)?

i) Essa atitude é compatível com o objetivo do anúncio? Por quê?

A análise da atitude do falante diante do processo verbal que ele menciona está relacionada àquilo que se denomina flexão de modo, assunto

que será tratado a seguir.

O meme é uma frase

ou imagem, separadas

ou combinadas, que se

popularizam ou “viralizam” na internet por

serem engraçadas. Um

vídeo também pode ser

um meme.

QUANTO MINHA CAMA ESTAVA

QUE O DIA SEJA TÃO BOM

Em geral, é divulgado voluntariamente por reprodução e transmitido pela internet.

Para cumprimentar alguém no começo do dia.

A preguiça no momento de acordar.

4. A imagem mostra um filhote de gato em uma posição

que parece ser confortável,

o que amplia a ideia de que

é difícil abandonar a cama.

Diante da impossibilidade de

confirmar a autoria dos memes e solicitar autorização

de uso, criamos este especialmente para fins didáticos.

Resposta pessoal. Os alunos devem relacionar a frase à possibilidade de produzir telhas para construção por meio da reciclagem das caixas que embalam certos produtos.

Parece ter sido usado papel reciclado, o que

condiz com o objetivo do anúncio.

A rima entre caixinha e inteirinha.

Separar; acertar. Sim, ambos

da primeira conjugação, pois

terminam em -ar.

Uma ordem (recomendação).

Sim, porque o anúncio quer convencer o leitor a mudar de atitude em relação ao lixo.

É preciso considerar que os

gêneros digitais sofrem mudanças frequentes em sua

arquitetura em razão do desenvolvimento da tecnologia,

que oferece novas aplicações e

formulações constantemente.

Além disso, em muitos casos,

a distinção entre suporte e

gênero é menos clara. Essas

ideias não precisam ser discutidas com os alunos do 6o

ano, mas devem nortear nossa

compreensão dos fenômenos

que envolvem tais gêneros.

P:271

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

197

A forma verbal seja, na primeira oração, revela que o produtor do texto

não sabe como será o dia. Ele espera algo bom, mas não está certo de que

isso acontecerá. Já a forma verbal estava, na segunda oração, expressa

uma certeza. Chamamos de modo verbal essa possibilidade de expressar

a maneira como encaramos o processo verbal na própria forma da palavra.

São três os modos verbais.

• Modo indicativo – expressa certeza, convicção:

Chove muito em janeiro.

Choverá em poucos minutos.

• Modo subjuntivo – expressa hipótese, dúvida:

Tomara que não chova.

Se chover, ficarei em casa.

• Modo imperativo – expressa recomendação, ordem,

pedido, conselho, orientação:

Evite a chuva.

Não saia na chuva.

SPVS/ECOVIA

A noção de imperativo pode ser dada por outras formas verbais. Neste

anúncio, o verbo respeitar, no infinitivo, expressa a mesma recomendação

de respeite.

5 A oração “Que o dia seja tão bom” expressa uma hipótese, um desejo,

uma ordem ou uma percepção?

6 E o que expressa a oração “quanto minha cama estava”: uma hipótese,

uma afirmação, um desejo ou um convite?

A presença de aparente propaganda na seção se justifica

de acordo com o Parecer

CNE/CEB nº 15/2000, que

diz que “o uso didático de

imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde

que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo,

conducente à apropriação

crítica das múltiplas formas

de linguagens presentes em

nossa sociedade, submetido

às determinações gerais da

legislação nacional e às específicas da educação brasileira,

com comparecimento módico

e variado”.

Um desejo.

Uma afirmação.

P:272

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

198

Modelos de conjugação verbal

Como você estudou na primeira parte da seção, os verbos se agrupam em três

conjugações. Conheça a seguir os modelos de conjugação verbal no modo indicativo

e no modo subjuntivo.

1a

conjugação: cantar – Modo subjuntivo

Presente Pretérito imperfeito Futuro

cante

cantes

cante

cantemos

canteis

cantem

cantasse

cantasses

cantasse

cantássemos

cantásseis

cantassem

cantar

cantares

cantar

cantarmos

cantardes

cantarem

1a

conjugação: cantar – Modo indicativo

Presente

Pretérito Futuro

perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito

canto

cantas

canta

cantamos

cantais

cantam

cantei

cantaste

cantou

cantamos

cantastes

cantaram

cantava

cantavas

cantava

cantávamos

cantáveis

cantavam

cantara

cantaras

cantara

cantáramos

cantáreis

cantaram

cantarei

cantarás

cantará

cantaremos

cantareis

cantarão

cantaria

cantarias

cantaria

cantaríamos

cantaríeis

cantariam

2a

conjugação: vender – Modo indicativo

Presente

Pretérito Futuro

perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito

vendo

vendes

vende

vendemos

vendeis

vendem

vendi

vendeste

vendeu

vendemos

vendestes

venderam

vendia

vendias

vendia

vendíamos

vendíeis

vendiam

vendera

venderas

vendera

vendêramos

vendêreis

venderam

venderei

venderás

venderá

venderemos

vendereis

venderão

venderia

venderias

venderia

venderíamos

venderíeis

venderiam

2a

conjugação: vender – Modo subjuntivo

Presente Pretérito imperfeito Futuro

venda

vendas

venda

vendamos

vendais

vendam

vendesse

vendesses

vendesse

vendêssemos

vendêsseis

vendessem

vender

venderes

vender

vendermos

venderdes

venderem

Se quiser reforçar o conhecimento dos paradigmas, proponha um jogo aos alunos.

Eles deverão formar sextetos,

que serão divididos em dois

trios. Os duelos envolverão

sempre um aluno de cada

grupo. Um participante desafiará o outro a conjugar

determinado verbo em um

tempo do indicativo. Exemplo: pestanejar no futuro do

presente. Enquanto o desafiado apresenta a conjugação, os demais alunos dos

dois grupos devem conferir

o modelo. Caso o aluno acerte, seu trio ganha um ponto.

Observe que se trata apenas

de um exercício; o objetivo

do estudo dos verbos não

deve ter como meta a memorização dos modelos de

conjugação.

P:273

199

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

199

Sabendo conjugar esses verbos típicos, basta aplicar o mesmo modelo para

flexionar outros verbos regulares da mesma conjugação. Exemplo: esquadrinhar

se conjuga como cantar.

Dica de professor

3a

conjugação: partir – Modo subjuntivo

Presente Pretérito imperfeito Futuro

parta

partas

parta

partamos

partais

partam

partisse

partisses

partisse

partíssemos

partísseis

partissem

partir

partires

partir

partirmos

partirdes

partirem

3a

conjugação: partir – Modo indicativo

Presente

Pretérito Futuro

perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito

parto

partes

parte

partimos

partis

partem

parti

partiste

partiu

partimos

partistes

partiram

partia

partias

partia

partíamos

partíeis

partiam

partira

partiras

partira

partíramos

partíreis

partiram

partirei

partirás

partirá

partiremos

partireis

partirão

partiria

partirias

partiria

partiríamos

partiríeis

partiriam

1 Leia o título e o primeiro parágrafo da notícia a seguir.

Meteoro em chamas ilumina céu de Bangcoc

Um meteoro foi visto cruzando o céu da capital tailandesa, Bangcoc, na noite de segunda-feira (2). O evento foi filmado por câmeras

de dois carros e pôde ser visto em outras partes do país.

[...]

Disponível em: < https:/ / noticias.uol.com.br/ ciencia/ ultimasnoticias/ bbc/ 2 0 1 5 / 1 1 / 0 3 / meteoro-em-chamas-iluminaceu-de-bangcoc.htm> . Acesso em: 7 jun. 2 0 1 8 .

a) O lide de uma notícia, que geralmente ocupa o primeiro parágrafo do texto, costuma indicar o que aconteceu, onde aconteceu e

quando aconteceu o fato. Transcreva os trechos que apresentam

essas três informações.

Modos verbais NA PRÁTICA

O que aconteceu: “um meteoro foi visto cruzando o

céu”; onde aconteceu: na

“capital tailandesa, Bangcoc”;

quando aconteceu: “na noite

de segunda-feira”.

P:274

200

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

200

VICENTE MENDONÇA

b) O tempo verbal pretérito perfeito do indicativo predomina no texto.

Por que isso ocorre?

c) Explique por que o uso de pode em lugar de pôde levaria a uma

mudança na informação.

d) Em geral, os títulos de notícia trazem verbos no presente do indicativo, embora se refiram a um fato já ocorrido. Que efeito esse

tempo verbal produz?

2 Leia o trecho a seguir.

Uma avalanche... viva!

Fui o primeiro a colocar o nariz para fora do balão.

Depois, de uma vez só, apareceram os rostos assus

-

tados dos meus companheiros de viagem.

Lá fora, porém, havia uma furiosa tempestade de

neve e, por sugestão de Martim, voltamos a nos refugiar

debaixo do balão.

– Mas onde viemos parar? – choramingou a

condessazinha La Trippe. – Quero voltar para casa...

– Coragem, Violeta – Martim procurou acalmá-la. – Já

nos vimos em situações muito piores do que esta e nos

saímos bem. Não é verdade, moçada?

Sabíamos que não era exatamente verdade, mas não

ousamos contradizê-lo.

[...]

ROBERTO PAVANELLO. Bat Pat: a mamute friorenta.

São Paulo: Fundamento, 2011. p. 37.

a) Que elemento desse texto é típico de uma narrativa de aventura?

b) De que maneira fica claro que o líder do grupo é o personagem

Martim?

c) Reescreva os dois primeiros parágrafos do texto, supondo que as

ações ocorram em um momento posterior à fala.

d) Compare a forma verbal apareceram com aquela que você usou no

item

c. Com base nessa comparação, apresente as formas dos ver

-

bos procurar e sair no pretérito perfeito do indicativo e no futuro do

presente do indicativo.

e) A forma verbal voltamos é um exemplo da coincidência que existe na

flexão da primeira pessoa do plural no presente e no pretérito perfeito

do indicativo. Que outras formas verbais usadas no texto também são

as mesmas para esses dois tempos?

f) O que permite a um falante distinguir esses dois tempos verbais

quando ouve ou lê um enunciado com a palavra voltamos

?

Ele torna a informação mais dinâmica, sugerindo que cativo, embora se refiram a um fato já ocorrido. Que efeito esse

a notícia é bem recente, acabou de acontecer.

Procuraram, procurarão; saíram, sairão.

Porque a notícia se refere a ações pontuais, já con

-

cluídas no passado.

1c. A forma verbal pôde, no

pretérito perfeito do indicativo,

traduz a ideia de que o meteo

-

ro já foi visto em outras partes

do país, enquanto pode, no

presente do indicativo, indi

-

caria que o fenômeno ainda

poderia ser observado.

2a. O enfrentamento de difi

-

culdades que exigem força,

coragem e perícia, como voar

em um balão e encarar uma

tempestade de neve.

2b. Martim é quem sugere

a permanência dos demais

personagens sob o balão e

acalma a condessazinha, que

se mostra muito nervosa.

2c. Serei o primeiro a colocar

o nariz para fora do balão.

Depois, de uma vez só, apa

-

recerão os rostos assustados

dos meus companheiros de

viagem.

Ousamos; saímos.

O contexto.

P:275

201

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

201

g) O narrador empregou as formas verbais vimos e viemos, que têm os

infinitivos ver e vir, respectivamente. Copie a tabela no caderno e

complete-a com as formas desses dois verbos irregulares.

Tempo verbal ver vir

Presente do indicativo vimos

Pretérito perfeito do indicativo vimos viemos

Pretérito imperfeito do indicativo víamos

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo víramos

Futuro do presente do indicativo

Futuro do pretérito do indicativo viríamos

3 Leia a tira da ilustradora fluminense Bianca Pinheiro.

a) Com que bicho a loba-guará Pile está conversando?

b) De que maneira o corpo de Pile revela seus sentimentos? Justifique

sua resposta.

c) Descreva a maneira como as falas foram representadas nos balões

do primeiro quadrinho. Que efeito a cartunista criou?

d) Em todas as falas os verbos encontram-se no mesmo modo. Qual?

e) Esse modo é usado para expressar ordens, pedidos, conselhos e orientações. Analise cada uma das frases e identifique seu valor específico.

f) O que justifica esse uso diferenciado?

O modo imperativo é

usado para a expressão

de ordens, conselhos,

orientações etc. A mesma ideia pode ser expressa por formulações

diversas. Sem recorrer

ao imperativo, apresente três maneiras diferentes de ordenar, pedir ou

recomendar que alguém

fale mais baixo.

Abuse da língua

Bianca Pinheiro

© BIANCA PINHEIRO

Vemos; vínhamos; viéramos; veremos; viremos; veríamos.

Com um tatu-bola.

No primeiro, segundo e quarto quadrinhos, as orelhas abaixadas

indicam incômodo, enquanto, no terceiro, indicam surpresa.

3c. A cartunista criou uma

sobreposição do balão de

fala da loba ao balão de fala

do tatu, sugerindo que ela

gritou em cima da fala dele,

interrompendo-a.

3d. No modo imperativo.

3e. “Fica quieto!”: ordem; “Não

me coma”; “Desculpa” e “Mas,

por favor, não me coma!”:

pedido.

O tatu está vulnerável, por isso, só pode pedir, implorar, enquanto a loba, em

posição de vantagem, ordena.

P:276

202

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

202

Acentos gráficos em palavras monossílabas,

oxítonas e proparoxítonas

Neste e nos próximos capítulos, revisaremos as regras de acentuação.

Elas dependem da retomada de alguns conceitos básicos, como a noção

de sílaba tônica. Faça as atividades com bastante atenção.

1 Vamos começar lendo esta tirinha do cartunista estadunidense

Stromoski.

Isso eu já vi

a) O humor da tirinha está relacionado à palavra sonho. No texto do

horóscopo, o que significa sonho? E na interpretação do menino?

b) O que você acha que a menina quis dizer no último quadrinho?

c) O menino usou a palavra pelado. Cite mais dois adjetivos com o mesmo

sentido.

d) É provável que você tenha citado uma palavra monossílaba (de uma

só sílaba) nessa lista. Você pôs acento nessa palavra ou não? Por quê?

e) Conheça a regra de acentuação gráfica das palavras monossílabas.

Soup to Nutz [Do começo ao fim] Rick Stromoski

SOUP TO NUTZ, BY RICK STROMOSKI© 2010 RICK

STROMOSKI / DIST BY UNIVERSAL UCLICK FOR UFS

Você acertou a grafia da palavra monossílaba equivalente a pelado?

f) As palavras que e na também são monossílabas. Por que não foram

acentuadas graficamente?

2 As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas conforme

a posição da sílaba tônica (mais forte). Copie a tabela no caderno

e complete-a com exemplos extraídos das falas da tirinha.

Classificação Posição da sílaba

tônica Exemplo(s) da tirinha

oxítona última

paroxítona penúltima

proparoxítona antepenúltima

Recebem acento gráfico os monossílabos tônicos (aqueles pronunciados com força) terminados em -a, -e e -o, seguidos ou não de -s.

Respostas – linha 1: sonhei; linha 2: corra, risco, siga, sonho, estava, pelado,

escola, muito, arriscado; linha 3: horóscopo.

1a. No texto do horóscopo,

sonho significa “desejos”;

na interpretação do menino,

“visões que temos durante

o sono”.

Despido, desnudo, nu.

1d. Resposta pessoal.

1f. Porque, embora terminem

em -e e -a, respectivamente,

não são monossílabos tônicos,

mas átonos, isto é, pronunciados com menos intensidade.

1b. Sugestão: Ela avalia que

é muito arriscado o menino

aparecer nu em uma instituição de ensino e contesta essa

possibilidade.

1e. Resposta pessoal. Professor: Confira se todos entenderam que a palavra nu

não é acentuada.

P:277

203

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

203

a) Copie as duas colunas da tabela no caderno, separe as palavras em sílabas

e destaque a sílaba tônica de cada uma.

b) Depois de destacar as sílabas tônicas, o que você percebeu nas colunas

de palavras?

Não conhecemos todas as palavras da língua portuguesa, mas, fazendo comparações, podemos acentuar corretamente vocábulos que nunca vimos antes, mesmo

que não nos lembremos das regras. Vamos tomar como exemplo a palavra baetilha

(um tipo de tecido). Se soubermos que sua sílaba tônica é ti, saberemos que é uma

palavra paroxítona terminada em -a. E, comparando-a com a palavra mesa (de

sílaba tônica me), que também é paroxítona terminada em -a e não é acentuada,

concluiremos que baetilha não deve receber acento gráfico.

5 Agora é sua vez de acentuar ou não as palavras a seguir. Todas elas são

oxítonas.

a) pedres (malhado de branco e preto)

b) piraju (tipo de peixe)

c) ajara (árvore pequena)

d) sambaqui (acumulação pré-histórica de conchas)

e) agogo (instrumento musical)

f) guaimbe (espécie de trepadeira)

g) abrico (fruta parecida com damasco)

4 Observe estes pares de palavras com a mesma terminação.

Coluna 1 Coluna 2

maracujá mesa

você elefante

saci táxi

avôs verbos

cajus vírus

3 Como você percebeu, na tira há uma única palavra proparoxítona. Cite mais

cinco com a mesma classificação. Leia a dica no boxe a seguir.

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.

VICENTE MENDONÇA

Recebem acento gráfico as palavras oxítonas terminadas em -a, -e e -o, seguidas

ou não de -s, e também as terminadas em -em e -ens.

4a. As sílabas tônicas

estão em destaque.

Coluna 1: ma-ra-cu-já,

vo-cê, sa-ci, a-vôs,

ca-jus; coluna 2: me-

-sa, e-le-fan-te, tá-xi,

ver-bos, ví-rus.

Os alunos devem perceber que a coluna 1 é formada por palavras

oxítonas, e a 2, por paroxítonas.

Sugerimos que você leia as palavras para a turma, a fim de que os alunos

possam diferenciar as pronúncias aberta e fechada das letras e e o.

pedrês

piraju

ajará

sambaqui

agogô

guaimbé

abricó

Sugestões: público, exército, gótico, árabe, pêndulo, fôlego, lâmina.

P:278

204

Entre saberes

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

204

Neste capítulo, estudamos o Código de Defesa do Consumidor, um documento que estabelece normas de proteção e defesa para quem adquire

um produto ou um serviço. Agora, vamos conhecer outro mecanismo de

proteção importante para os consumidores: a carta de reclamação.

Teresina, 4 de março de 2019.

Para: Armações e Lentes Ltda.

A/C do Serviço de Atendimento ao Cliente

Rua Vinte e Quatro de Janeiro, 3788 – Centro

Assunto: Reclamação de defeito de armação de óculos

Prezados senhores,

Em 2 de fevereiro de 2019, adquiri um par de óculos azuis, modelo OCU,

da marca Armações e Lentes Ltda., na Óculos Brasil, conforme cópia da nota

fiscal anexa, pagando por ele R$ 120,00 (cento e vinte reais) em 4 parcelas.

Ao receber a mercadoria, ela apresentou o seguinte defeito: uma das hastes

dos óculos é mais curta que a outra. Entrei em contato com a gerente da

loja, sra. Marisa Azevedo, e recebi orientação para me dirigir diretamente

à assistência técnica autorizada do fabricante. Na CW Assistência Técnica,

mesmo após os 30 dias indicados pelo Código de Defesa do Consumidor para

que o fornecedor resolva o problema, nada foi feito. Lembro que o fabricante

é solidariamente responsável, pois indicou a assistência.

Diante do exposto, solicito, desde já, conforme me faculta o Código de

Defesa do Consumidor no seu artigo 18, parágrafo 1o

,

I: “A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso”.

Dessa forma, fica essa empresa notificada de que, na falta de atendimento e solução à presente solicitação, no prazo de 10 (dez) dias, a contar

do recebimento desta, farei reclamação junto a entidades de defesa do

consumidor, e ainda poderão ser adotadas as medidas judiciais cabíveis.

Aguardo sua resposta por escrito.

Atenciosamente,

______________________________________________

Rita de Cássia Montes

Rua Mogi Mirim, 1989 – Itararé – Teresina (PI)

Tel.: (86) 90102-0102 E-mail: [email protected]

Rita de Cássia Mtes

Local e data.

Nome completo do fabricante ou fornecedor.

Forma cordial de despedida.

Assinatura e nome

Endereço completo. O mesmo que SAC,

sigla que aparece

nas embalagens com

um telefone ou site

para contato.

Aos cuidados:

remete à pessoa ou

departamento que vai

receber a reclamação.

Expressão cordial para iniciar a interlocução.

Início da carta: relato

detalhado da compra

do produto ou serviço.

Informações detalhadas

sobre o problema

enfrentado e tentativas

de resolvê-lo.

Esclarecimento da

solicitação: troca do

produto, devolução do

dinheiro, suspensão

de cobrança etc.

Citação que evidencia

conhecimento

dos direitos.

Indicação das providências que

serão tomadas se o problema não

for resolvido em um prazo razoável.

Texto adaptado do modelo 6, disponível em: <http://www2.camara.leg.br/

atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdc/outros/dicas.html/

ModelosdeCartas.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2018.

Uma carta como a estudada deveria conter ainda, no cabeçalho, o nome das empresas solidariamente responsáveis: a que vendeu o produto e a que presta assistência técnica. Adaptamos o conteúdo para que a carta seja

adequada a um estudo no 6o ano. Se desejar um modelo mais completo ou adequado a outros tipos de ocorrência, consulte o site da Câmara Legislativa de São Paulo: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/

comissoes/comissoes-permanentes/cdc/outros/dicas.html/ModelosdeCartas.pdf>.

Nesta seção, a produção de uma

carta de reclamação é o mote

para que os alunos ganhem

consciência de seus direitos e

possam defendê-los valendo-

-se de gêneros adequados e

apoiando-se em leis que regulamentam os vários setores da

vida pública. A produção envolve a discussão de um caso

simulado de desrespeito ao

direito do consumidor e prevê a apropriação da estrutura

composicional de uma carta de

reclamação para a produção

de outra, com a justificativa

das reivindicações e o detalhamento de suas causas. Dialoga-

-se, assim, com as habilidades

EF69LP22, EF69LP24 e EF69LP27.

Peça, inicialmente, a leitura

silenciosa da carta para que

os alunos possam associar o

texto dela às informações

disponíveis nos comentários.

Depois, verifique se eles entenderam qual é o motivo

da reclamação (objeto com

defeito e negligência por

parte dos responsáveis pela

solução do problema) e se a

consideram pertinente. Por

fim, leia a carta em voz alta,

esclarecendo as dúvidas.

Entre saberes

CG: 5, 7, 10

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 2, 4, 5, 7

Habilidades: EF67LP05,

EF67LP16, EF69LP22,

EF69LP24, EF69LP27

P:279

205

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

205

Embora as cartas de reclamação, entregues em mãos ou pelo correio,

sejam instrumentos importantes para o consumidor, elas têm sido, cada

vez mais, substituídas por textos inseridos em abas específicas dos sites das

empresas (como “Fale conosco”) ou em sites especializados em reclamações,

como o ReclameAqui Serviços Públicos. Veja.

Em geral, no modelo virtual, o assunto da carta se transforma no “Título

da reclamação”, há limites para o tamanho do texto, os campos marcados

com asterisco são obrigatórios e, em alguns casos, há até a possiblidade da

inserção de fotos e de vídeos.

Agora, reúnam-se em duplas, analisem o caso exposto a seguir e produzam uma carta de reclamação, a ser enviada para o SAC da empresa que

fabrica o produto. Escolham entre duas solicitações, expressas no parágrafo

1o

do artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor:

I: “A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas

condições de uso”;

II: “A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,

sem prejuízo de eventuais perdas e danos”.

Sua escola adquiriu um uniforme completo para os campeonatos de

futebol. O que motivou seu diretor a comprá-lo foram o preço e uma

campanha publicitária, divulgada em uma revista de grande circulação,

que prometia textualmente que as roupas não encolheriam, tampouco

perderiam a cor, mesmo lavadas várias vezes em máquinas. Infelizmente,

os alunos levaram os uniformes para lavar em casa, seguiram rigorosamente o que as etiquetas indicavam sobre a instrução de lavagem, mas

as camisetas desbotaram e encolheram visivelmente.

REPRODUÇÃO/RECLAME AQUI

sem prejuízo de eventuais perdas e danos”.

futebol. O que motivou seu diretor a comprá-lo foram o preço e uma CASO

Disponível em: <https://cidadao.reclameaqui.com.br/reclame/?step=passo2sempre=54697>.

No final da atividade, peça

aos alunos que troquem as

cartas e corrijam os textos

uns dos outros, apontando

equívocos de estrutura,

falhas na ortografia ou concordância, falta de clareza e

linguagem inadequada.

P:280

206

CAPÍTULO

7 COMENTÁRIO DE LEITOR:

o direito de opinar

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você já teve vontade de comentar um assunto que leu em uma notícia?

Já se impressionou com um texto opinativo e quis elogiar o autor? Podemos expressar uma opinião sobre fatos e opiniões divulgados na mídia

de diversas formas. Uma delas é escrevendo um comentário de leitor.

A seguir, você vai observar uma ilustração e, posteriormente, lerá alguns

comentários de leitor a respeito dela.

© KHALID ALBAIH

Ilustração criada em 2015

por Khalid Albaih em

homenagem ao menino

sírio Aylan Kurdi, de três

anos, que morreu afogado

em uma praia da Turquia.

Em 2011, iniciou-se uma guerra civil na Síria. Com medo da violência,

milhares de pessoas partiram em busca de um novo lar em países próximos,

principalmente na Europa. Um dos meios usados para deixar o país foram as

embarcações, quase sempre precárias, o que resultou em muitos naufrágios.

Em 2015, um caso triste ganhou destaque na mídia: a morte de uma criança

que estava em um desses barcos. Sua foto foi divulgada e chamou a atenção

para a recusa de alguns países europeus em receber os refugiados.

Os comentários que você vai ler a seguir tratam desse assunto. Eles se

referem a notícias divulgadas nos cadernos “Mundo” e “Cotidiano” do jornal

Folha de S.Paulo entre 3 e 5 de setembro de 2015.

“I hope humanity finds

a cure for visas” – em

tradução livre, “Espero

que a humanidade

encontre uma cura para

os vistos”, em referência

à prática de muitos

países de exigir visto de

entrada para imigrantes

e visitantes.

206

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. Por essa razão,

é possível que aqueles indicados neste capítulo não

estejam mais disponíveis ou

tenham mudado de endereço.

Neste capítulo foram incluídos

vários comentários de leitor,

extraídos de jornais impressos e

de sites da internet. Os nomes

dos autores foram substituídos

por suas iniciais para preservar

suas identidades.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10

Habilidades: EF67LP02,

EF67LP05, EF69LP11,

EF07LP01, EF07LP14

Capítulo 7

Pré-requisitos

• EF15LP17

• EF35LP31

• EF06LP04

• EF67LP28

Materiais digitais

Sequência didática 10: Frase

CG: 1, 4

CEL: 1, 2

CELP: 1, 3, 5

Habilidades: EF06LP08,

EF67LP10

CG: 4, 6, 9; CEL: 3, 4;

CELP: 6, 7

Habilidades: EF67LP02,

EF69LP01, EF69LP13,

EF69LP21

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Áudio: Entrevista com

Leonardo Sakamoto

P:281

207

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

207

Leitura 1

Menino sírio

A foto da criança morta parece ter despertado o mundo da letargia e da quase

indiferença a milhares de refugiados que

arriscam a vida em busca de sobrevivência

(“Menino morto aviva comoção por refugiados”, “Mundo”, 3/9). Torna-se o símbolo de pessoas que já trazem profundo sofrimento pelo abandono da sua pátria e pela

precariíssima viagem em busca de refúgio.

Que o efeito dessa imagem não seja somente emblemático e efêmero.

IVL (Campinas, SP), 4 set. 2015.

Parafraseando John Donne no livro Por

Quem os Sinos Dobram, de Hemingway: “A

morte de qualquer homem me diminui porque sou parte do gênero humano e por isso

não me perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. A criança de três

anos morta na praia nos humilha duplamente como parte do falido gênero humano. Eu

me senti extremamente diminuído.

MGG (São Paulo, SP), 4 set. 2015.

Menino sírio

Finalmente, após a foto terrível do menino morto, europeus e americanos estão

se mexendo para ajudar e abrigar os refu1

2

3

giados (“EU se propõe a receber 100 mil

refugiados”, “Mundo”, 4/9). E aqui no

Brasil? Temos recebido algumas centenas

de refugiados. O Brasil poderia receber milhares, especialmente de sírios, com a ajuda

da grande comunidade sírio-libanesa que

existe aqui.

JR (São Paulo, SP), 5 set. 2015.

O texto de Tati Bernardi “O menino morto”

(“Cotidiano”, 4/9) preenche todo o sentimento e a comoção mundial. A camiseta, a

bermuda e o sapato de Aylan retratam o cuidado, o amor e a inocência da criança despedaçada por uma guerra absurda, pela intolerância da humanidade.

PSSC (Curitiba, PR), 5 set. 2015.

Menino sírio

Nós, do 5o

ano A da Escola Estadual Professora Vilma Maria dos Santos Carneiro, achamos muito triste o que aconteceu com o garoto Aylan. A tragédia chama atenção para as

milhares de mortes de refugiados porque as

outras nações não querem recebê-los. Não

faz diferença a nacionalidade de alguém neste momento em que refugiados passam por

situação tão desesperadora.

CA, professora (Guarulhos, SP), 6 set. 2015.

4

5

DOCTOR BLACK / SHUTTERSTOCK

Desvendando o texto

1 Qual é o sentimento comum a todos os leitores que escreveram

os comentários?

2 Em qual dos comentários o leitor dá uma sugestão sobre como lidar

com o problema dos refugiados? Como ele a justifica?

3 O leitor que escreveu o comentário 1 concorda com a divulgação da

imagem da criança? Justifique sua resposta.

4 No comentário 2, o leitor cita o trecho de um poema de John

Donne, poeta inglês do século 17, que abre o romance Por quem os

sinos dobram, de Hemingway (ver boxe). Tal citação sugere que nos

tornamos menores quando um ser humano morre, porque também

somos humanos. O que você acha que o leitor quis dizer com isso?

5 O comentário 5 traduz a opinião de leitores muito jovens. Eles parecem conhecer bem o contexto em discussão? Explique sua resposta.

Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 a 6 set. 2015. (Painel do Leitor).

O romance Por quem

os sinos dobram(1940),

do escritor estadunidense Ernest Hemingway

(1899-1961), é ambientado na Espanha de 1937,

durante a Guerra Civil. O

livro narra a história de

Robert Jordan, membro

das Brigadas Internacionais que tem a difícil

tarefa de dinamitar uma

ponte. Além da questão

histórica, a obra suscita

uma reflexão acerca do

amor, da solidariedade

e de quem somos: todos

fazemos parte de um

único mundo, não importa a causa pela qual

lutamos.

Sabia?

Refugiados: aqueles

que deixaram seu país

de origem em situação

de guerra para buscar

abrigo em outro lugar.

Falido: fracassado.

Todos os leitores revelam comoção e tristeza diante da imagem da criança.

3. Sim, por entender que a

imagem se torna o símbolo

da causa dos refugiados e

ajuda a despertar o senso de

responsabilidade do mundo

em relação ao problema.

4. Resposta pessoal. Sugestão: Talvez tenha querido dizer

que o caso da criança morta

mostra que a humanidade não

foi capaz de resolver muitos

de seus problemas, e isso resultou em uma tragédia que é

responsabilidade de todos os

seres humanos.

2. No comentário 3. O leitor

sugere que os refugiados

sejam acolhidos por outras

nações, inclusive o Brasil,

que já conta com uma comunidade sírio-libanesa.

5. Sim. Os alunos associam a morte da criança à situação dos refugiados e revelam sua desaprovação em relação

aos países que recusam sua entrada, por entender que agravam a situação já crítica daqueles que buscam ajuda.

Leitura 1 – Pergunte aos alunos

como eles interpretam a ilustração presente nesta página.

Preferimos não colocar as fotografias nas quais ela se baseia,

mas, se achar conveniente ou

algum aluno as mencionar,

conte-lhes que uma mostrava

o corpo da criança na beira do

mar, sendo observada por um

policial turco, e outra trazia

o  policial carregando delicadamente o menino.

P:282

208

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

208

Vejamos agora algumas características do gênero comentário de leitor.

1 Como o assunto comum aos comentários é identificado na página

do jornal?

2 Releia o comentário 1.

a) Como sabemos que ele se refere a um texto publicado no jornal?

b) O leitor IVL está comentando o texto que leu ou o assunto de que

trata esse texto?

c) Em qual comentário é possível identificar uma opinião sobre o assunto e também a respeito de um texto que tratou desse assunto?

3 Leia novamente o comentário 1 e observe que o leitor IVL emprega

palavras incomuns no dia a dia e que caracterizam uma linguagem formal.

a) Considerando o contexto, qual das palavras a seguir é um sinônimo

de letargia no trecho “parece ter despertado o mundo da letargia

e da quase indiferença”: apatia, horror ou desesperança?

b) Pesquise no dicionário o significado das palavras emblemático e

efêmero. Escreva um sinônimo para cada uma delas.

c) Ao expressar a esperança de que a morte da criança não seja emblemática e efêmera, IVL deixou implícito um receio. Qual?

d) Os demais comentários também revelam um uso elaborado, formal

da linguagem? Exemplifique.

4 Os comentários foram publicados na seção “Painel do Leitor” do

jornal Folha de S.Paulo.

a) Antes de textos como esses aparece o seguinte alerta: “A Folha se

reserva o direito de publicar trechos”. Esse comentário obriga o

leitor a aceitar uma regra. Qual seria?

b) Na seção ao lado do “Painel do Leitor”, intitulada “Tendências/

Debates”, lê-se: “Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal”. Você acha que esse alerta também

vale para os comentários de leitor? Por quê?

Como funciona um comentário de leitor?

Os comentários de leitor são textos opinativos divulgados em publicações impressas ou digitais. Expressam o ponto de vista dos leitores, motivados por um fato noticiado ou por um texto opinativo, como editoriais,

artigos de opinião, crônicas e charges. Podem se referir também a decisões

da publicação sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um

profissional, entre outras.

As áreas destinadas aos comentários favorecem o debate de ideias, pois permitem que outras vozes, e não só as dos profissionais da mídia, sejam ouvidas.

É identificado pelo título “Menino sírio”.

2a. Há uma referência ao título

do texto, ao caderno em que

foi publicado e à data: “Menino morto aviva comoção por

refugiados”, “Mundo”, 3/9.

Está comentando o assunto.

2c. No comentário 4.

3a. Apatia.

3b. Sugestões: emblemático

– simbólico; efêmero – passageiro.

3c. O receio de que a imagem

da criança seja rapidamente

esquecida, sem que se dê a

devida atenção à situação

dos refugiados.

Sim. São exemplos: “Parafraseando John Donne”, “como parte do falido gênero

humano”, “preenche todo o sentimento”, “não querem recebê-los”.

A regra de que o jornal poderá publicar apenas parte do texto que

foi enviado.

Espera-se resposta afirmativa dos alunos, porque os

comentários também revelam opiniões pessoais, que

podem não ser as mesmas do jornal.

Questão 3a – Ajude os alunos

com dificuldade a encontrar

estratégias para definir o sinônimo: letargia é o mesmo que

apatia, inércia, desinteresse.

A foto do menino morto não

contribuiria para que alguém

“despertasse” do horror ou da

desesperança, mas da inércia,

do torpor.

Questão 3c – Solicite aos alunos

que, em duplas, façam uma

paráfrase do comentário 1

oralmente, experimentando

trocar as palavras estudadas

nos itens anteriores e outras

que considerarem difíceis por

palavras mais acessíveis. Eles

também podem reconstruir

períodos para tornar o texto

mais simples.

P:283

209

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

209

Os comentários que você leu foram publicados em um jornal impresso.

Veja agora comentários publicados em um jornal on-line de Pernambuco.

Eles foram postados na página que trazia a notícia de um evento ocorrido

durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro: o atleta francês da prova de

salto com varas, que recebeu a medalha de prata, havia reclamado da atitude

da torcida brasileira, que o vaiou durante a competição. A medalha de ouro

foi conquistada por um atleta brasileiro.

Disponível em: <https://jconline.ne10.uol.com.br/includes/comentarios/noticia/comentario248847.php>.

Acesso em: 30 abr. 2018.

Leitura 2

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

Por MMF, 17/08/2016

Como se francês fosse fino, educado e tratasse bem turistas que por lá passam. Vaia pra ele.

Ao menos não vencemos com doping. A torcida está de parabéns. Respeito aos anfitriões

também é de bom tom.

1

Por KR, 16/08/2016

Todos os atletas merecem nosso respeito por representarem sua nação, não é necessário

ganhar medalha, TODOS SÃO CAMPEÕES. As “vaias” são o reflexo de um povo mal

conduzido, mal amado, mal educado. APLAUSOS para todos os atletas do MAIOR

ESPETÁCULO ESPORTIVO DO PLANETA.

2

Por P, 16/08/2016

Tenho VERGONHA de ter nascido nesse país. Isso é MÁ-EDUCAÇÃO doméstica. Falta de

respeito com o atleta que está sendo recebido em nossa casa! Nojenta a atitude da torcida!

Ele deu o melhor de si, conseguiu o segundo lugar e deveria ser aplaudido e não vaiado! Por que

vaiar um competidor? Só porque ele é estrangeiro? Só porque saiu de sua casa para competir

em um país distante esperando o MÍNIMO DE RESPEITO? Agora, brasileiros, como querem ser

respeitados LÁ FORA? VERGONHA, FALTA DE EDUCAÇÃO E FALTA DE CIVILIDADE.

3

Por E, 16/08/2016

Que nada, cada país com seus comportamentos, afinal era um brasileiro que estava na

disputa vaia não é crime... deixe de mimi vcs concordam com tudo que os estrangeiros

falam... pior foi Vanderlei na maratona de Athenas que foi agarrado...

4

Por L, 16/08/2016

Não quer ouvir vaias, dispute com o estádio vazio. Isso faz parte do esporte. Quem é a favor de

uma equipe ou atleta incentiva, aplaude, canta. Quem torce contra vaia. Faz parte.

5

O autor se refere à suspeita, nunca comprovada,

de que os jogadores da seleção francesa teriam

feito uso ilegal de substâncias para aumentar seu

desempenho na Copa do Mundo de Futebol de 1998.

O autor se refere ao maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro

de Lima, que foi atacado por um espectador irlandês nas

Olimpíadas de Atenas 2004, quando liderava a prova.

Leitura 2 – Nos textos dos comentários, mantivemos propositalmente eventuais desvios

gramaticais, como a falta (ou

o excesso) de hifens e de pontuação. A esse respeito, veja

o comentário na resposta do

item 2a da seção Refletindo

sobre o texto, na p. 210.

P:284

210

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

210

Refletindo sobre o texto

1 Releia os comentários 2 e 3.

a) Para esses leitores, qual foi o motivo das vaias?

b) Por que, segundo os textos, os brasileiros não deveriam ter vaiado

o atleta?

c) Como o comentário 5 contesta esses pontos de vista?

2 Compare os comentários do jornal on-line àqueles do jornal impresso.

a) Que diferença você observa na linguagem empregada?

b) Cite palavras usadas no comentário 4 on-line que não seriam adequadas a uma comunicação formal.

c) Que outras marcas do texto revelam que o produtor do comentário

não se preocupou tanto com as regras da linguagem escrita formal?

3 Alguns comentários de internet usam recursos que os tornam parecidos com comentários orais.

a) Qual é o objetivo de usar palavras escritas apenas com letras

maiúsculas?

b) Em que outros gêneros textuais da internet esse recurso é

frequente?

4 Para publicar um comentário em jornal ou revista impressos, o leitor deve enviá-lo para um editor, que é responsável por escolher os

trechos que serão publicados.

a) Em geral, como o leitor consegue postar um comentário na internet?

b) Em sua opinião, qual é a vantagem de poder fazer comentários

on-line?

PATRÍCIA SONODA

Com qual dos leitores

que escreveu um dos comentários você gostaria

de dialogar? O que você

diria a ele?

Fala aí!

O grau de formalidade dos comentários de leitor pode variar conforme o

veículo de publicação. Em geral, os jornais

e revistas impressos, principalmente quando atingem um grande público, divulgam

textos escritos em linguagem formal.

Na internet, a formalidade dos comentários varia em função do site, do

assunto comentado e do próprio estilo

de escrita de quem o escreveu. Nota-se

uma liberdade maior em relação às regras da modalidade escrita e a presença

de marcas que também são comuns em

outros gêneros relacionados à esfera digital, como palavras escritas em letras

maiúsculas, abreviações e abandono

da pontuação.

A falta de educação dos brasileiros.

Porque os atletas merecem respeito por estarem se esforçando para

representar suas nações da melhor forma possível.

A análise dos argumentos usados pelos autores dos comentários será retomada na seção

“Se eu quiser aprender mais”.

O leitor acredita que as vaias são reações naturais no esporte, assim como os incentivos.

2a. Os comentários do jornal

impresso são mais formais, o

que se revela na escolha de

vocabulário preciso e variado

e no cuidado para evitar deslizes gramaticais, enquanto

os comentários do jornal

on-line são mais informais e

têm uma linguagem menos

preocupada com as regras

gramaticais.

As palavras mimi e vcs.

Sugerir uma fala feita em voz alta.

Nos textos postados em redes sociais, nos e-mails

e nas mensagens enviadas por celulares.

4a. Basta escrever o comentário em uma área específica da

própria página. Normalmente

há algum botão para o leitor

clicar e confirmar a publicação.

Algumas páginas contam com

moderadores, que excluem

comentários ofensivos ou que

usem palavras grosseiras. Espera-se que os alunos notem que, pela praticidade dos comentários

on-line, mais pessoas se expressam, favorecendo o debate.

Resposta pessoal.

2c. O texto não está dividido

adequadamente em frases,

cabendo às reticências marcar algumas pausas.

Fala aí! – A próxima seção vai

abordar a argumentação. Use

esta atividade como aquecimento, estimulando os alunos

a encontrar argumentos para

sustentar seu ponto de vista.

Questione-os se fizerem generalizações indevidas, comentários grosseiros etc. Ajude a

turma a observar que os leitores que publicam comentários

em veículos impressos precisam

planejar mais seu texto e seguir

algumas regras da modalidade

escrita da língua. Já aqueles

que publicam na internet tendem a escrever de forma mais

apressada, em geral logo após

finalizar a leitura do texto.

Embora não seja uma regra,

isso pode acarretar, em certos

momentos, uma escrita menos

cuidadosa, com argumentos

mais frágeis, e, em outros, a

expressão de reações pouco

refletidas.

Questão 4a – Se possível, mostre

a área de postagem de comentário em um jornal on-line ou

em um portal de notícias.

P:285

211

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

211

O que diminui a aceitação de uma opinião?

Um comentário de leitor revela uma opinião. A princípio, as opiniões são

todas válidas, mas algumas vêm acompanhadas por argumentos frágeis,

que não se relacionam com o tema. Vamos pensar mais sobre esse assunto?

1 Releia um dos comentários sobre o atleta francês.

“Por MMF, 17/08/2016

Como se francês fosse fino, educado e tratasse bem turistas que por lá

passam. Vaia pra ele. Ao menos não vencemos com doping. A torcida

está de parabéns. Respeito aos anfitriões também é de bom tom.”

a) Que argumento o leitor usa para sugerir que os franceses não

podem cobrar educação dos brasileiros?

b) Segundo ele, por que os brasileiros devem ficar satisfeitos?

c) Você considera que os argumentos citados sustentam a opinião de

que a torcida estava correta? Por quê?

2 Veja, agora, um comentário de leitor que foi postado junto de uma

notícia que apontava a preferência dos estudantes universitários

pelo livro impresso.

Se eu quiser aprender mais

Alguns comentários limitam-se a apresentar um ponto de vista sem qualquer

justificativa ou apoiam-se em argumentos frágeis. Em contrapartida, outros oferecem bons argumentos e até completam as informações do texto que os motivou,

promovendo o aprofundamento da abordagem e contribuindo para a reflexão.

É mais fácil e rápido

postar um comentário

na internet do que conseguir sua publicação

em um jornal impresso.

Como essa diferença

pode interferir na forma

como o leitor produz

seu comentário?

Fala aí!

a) O leitor demonstra ter bons conhecimentos sobre o assunto discutido? Explique sua resposta.

b) O leitor reconhece alguma virtude nos livros impressos? Justifique

a resposta.

c) A opinião apresentada pelo leitor dialoga adequadamente com

o tema e contribui para a discussão do assunto?

Uma estante com muitos volumes, cuidadosamente separados por categoria, é uma

visão fantástica; entretanto, o livro digital tem muitas vantagens, entre outras: não suja,

não rasga, não amassa, dicionários embutidos, possibilidade de levar uma biblioteca em

tablet, celular..., não é possível emprestar, possibilidade de inserir (e apagar) marcações e

comentários no livro, dimensionar e mudar as fontes...

CAIO DELCOLLI. 92% dos estudantes universitários preferem o livro impresso ao digital, diz pesquisa. Huffpost Brasil.

Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/2016/02/15/pesquisa-livro-impresso-d_n_9239792.html>.

Acesso em: 7 maio 2018.

ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

1a. O argumento de que os franceses não tratam bem os turistas que visitam seu país.

1b. Porque a vitória não dependeu do

uso de doping.

Resposta pessoal.

Espera-se uma resposta afirmativa dos alunos, já que o leitor apresenta várias características do livro digital, revelando conhecer bem essa tecnologia.

Sim. Ele afirma que ver uma biblioteca grande

e organizada é uma visão fantástica.

A opinião apresentada pelo leitor dialoga adequadamente com 2c. Espera-se que os alunos respondam afirmativamente, pois o

leitor apresenta uma opinião e

argumentos que se relacionam claramente com a avaliação dos livros

impressos e digitais e que podem

ser considerados quando se pensa

nas vantagens de uma ou de outra

forma de publicação.

1c. Espera-se que os alunos respondam negativamente, apontan Você considera que os argumentos citados sustentam a opinião de -

do que não há conexão direta entre os argumentos apresentados

e o caso em discussão.

Sugerimos que as atividades sejam feitas oralmente

para favorecer a troca de observações.

Se eu quiser aprender mais

CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 10

Habilidades: EF67LP02,

EF67LP05, EF07LP14

P:286

212

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

212

Meu comentário de leitor NA PRÁTICA

Neste capítulo, você escreverá dois comentários de leitor sobre trabalho

em grupo. A atividade será feita em duas etapas.

Na primeira etapa, posicione-se em relação ao seguinte tema: “Você acha

vantajoso ou desvantajoso fazer trabalho em grupo?”. Escreva afirmando

seu ponto de vista e o justificando.

Na segunda etapa, escreva um novo comentário, dessa vez dialogando

com o comentário produzido por um colega indicado pelo professor.

Veja o quadro a seguir, que reúne afirmações apresentadas em matérias

jornalísticas sobre a natureza das atividades feitas em equipe. As vantagens

estão em verde, e as desvantagens, em vermelho.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

DO TRABALHO EM GRUPO

PATRÍCIA SONODA

Os integrantes

podem

aprimorar

seu trabalho

individual.

Pode ocorrer

pressAo para

que um indivíduo

aceite a ideia da

maioria.

Leva-se mais

tempo para

chegar a uma

conclusAo.

Os talentos

individuais podem

ser aproveitados,

e as virtudes de

um compensam as

falhas de outro

e vice-versa.

Meu comentário de

leitor na prática

CG: 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10

CEL: 2, 3, 4

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Habilidades: EF69LP06,

EF69LP07, EF69LP16,

EF69LP17, EF69LP18,

EF69LP56, EF07LP14

A disposição argumentativa

é explorada desde o início do

volume, em atividades orais

que instigam a expressão de

um posicionamento e a justificativa dele. Neste capítulo,

ela é privilegiada em razão

do gênero e se comunica

com as práticas contemporâneas pertinentes à comunicação nas redes sociais e no

campo jornalístico-midiático

(EF69LP06). Pelo desenvolvimento da argumentação e da

comunicação usando as tecnologias digitais de informação

e da comunicação, a atividade

dialoga com a CG 5 e 7, CEL 4

e 6 e CELP 6 e 7; pela temática,

que estimula a reflexão sobre

o trabalho em equipe, está em

foco a CG 9; pela reflexão sobre a variedade e o estilo de

linguagem apropriados está

em evidência a CELP 5.

P:287

213

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

213

Fontes: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/trabalho-em-equipe-vantagens-edesvantagens/49027> e <http://gestaodeempresas.net/vantagens-e-desvantagens-do-trabalho-em-equipa>.

Acesso em: 14 jun. 2018.

PATRÍCIA SONODA

Um integrante

pode se sentir

desimportante e

ter sua autoestima

reduzida.

Podem surgir

conflitos que

prejudicam o

cumprimento

da tarefa.

Torna-se

fundamental

aprender a rever

pontos de vista

e A negociar

decisOes.

Há chance

de chegar a

solucOes mais

criativas.

Pode haver

sobrecarga de

tarefas para um

só membro.

A confianca dos

indivíduos pode

aumentar.

É possível que um

membro assuma a

lideranca e limite o

espaco de opiniAo

dos demais.

Podem ser

reunidas mais

informacOes,

fontes e ideias.

P:288

214

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

214

Momento de produzir

Planejando meu comentário de leitor

Veja algumas orientações para a produção dos comentários.

Elaborando meu comentário de leitor

1. Releia as afirmações do quadro apresentado nas páginas 212 e 213. Como

você deve ter notado, ele simula um debate e vai estimular sua reflexão sobre

o tema.

2. Redija o primeiro comentário, expressando sua opinião acerca do tema: é vantajoso

ou não fazer trabalhos em grupos?

3. Certifique-se de que não há incoerência entre a posição que você quer defender

e os argumentos que está empregando.

4. Observe se seu comentário contribui, em alguma medida, para a reflexão sobre o tema e verifique se a linguagem que utilizou é adequada ao ambiente da

internet e compreensível aos leitores.

Os comentários de leitor são motivados por um texto e podem se

referir ao assunto tratado nele ou

ao próprio texto.

Releia o quadro das páginas 212 e 213 e selecione o que

mais desperta seu desejo de opinar: o assunto geral, um

dado interessante, uma informação da qual você discorda, uma opinião a ser elogiada ou criticada etc.

Os comentários de leitor também

podem contribuir com novas informações sobre o assunto.

Você já leu sobre o assunto discutido, viu alguma reportagem na televisão ou ouviu uma entrevista de alguém ligado ao tema? Veja se não existe algum conteúdo que possa

ajudar outros leitores a pensar sobre o assunto.

Alguns comentários de leitor limitam-se a apresentar críticas ou

elogios. Outros procuram trazer

uma opinião sustentada por argumentos.

Se a intenção de seu comentário é persuadir seu leitor

acerca da validade da sua opinião, procure apresentar,

de forma sintética, um ou mais argumentos que expliquem seu posicionamento. O quadro ajudará você a

refletir sobre o tema.

Os comentários de leitor na internet, em geral, mostram uma

preocupação menor quanto às

regras da modalidade escrita da

língua e são mais informais.

Você pode optar por seguir as regras da modalidade escrita ou por incluir recursos típicos do ambiente virtual.

Cuide, porém, para que seu texto seja compreensível;

afinal, a intenção é se comunicar. Observe também se

a linguagem que empregou é suficiente para discutir o

assunto com o grau de seriedade que você deseja.

Os comentários de leitor podem

dialogar com outros comentários já publicados.

Os novos comentários podem elogiar um posicionamento, completar uma informação ou fazer críticas.

É importante que o tratamento seja respeitoso, mesmo quando há discordâncias marcantes.

Da teoria para a... ... prática

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Caso a escola não disponha

de acesso à internet, faça a

atividade em papel.

1. Distribua duas metades de

papel sulfite para cada aluno.

2. Peça aos alunos que anotem o nome no alto da folha.

Alguns internautas preferem

usar apenas o primeiro nome

ou um apelido. Ao lado, eles

devem incluir a data e o horário, usando o seguinte modelo: 18/06 – 14h32.

3. Oriente-os a seguir os passos 2 a 7.

4. Peça-lhes que se juntem a

um parceiro e troquem o comentário com o dele. Cada

um vai escrever um novo texto, no mesmo papel, para expressar uma opinião sobre o

que o outro comentou. Siga

novamente as orientações

contidas nos passos 2 a 7.

5. No final, haverá duas sequências de comentários.

P:289

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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5. Cuide para que o comentário não fique muito extenso. É comum que

comentários longos não sejam lidos.

6. Reescreva trechos que possam parecer ofensivos, já que eles não contribuem para o debate democrático.

7. Poste o comentário no blog da turma.

8. Procure o texto do parceiro indicado pelo professor. Leia-o com atenção

e reflita sobre o ponto de vista apresentado.

9. Redija um comentário em resposta ao texto dele, mostrando concordância

ou discordância. Use novos argumentos para sustentar sua opinião e siga

novamente as orientações relativas ao conteúdo e à linguagem.

Momento de avaliar

O conjunto de comentários será dividido em três grupos, bem como a

turma. Cada grupo lerá a sequência de comentários que lhe coube e fará

uma avaliação do material respondendo às perguntas do quadro a seguir.

As respostas devem ser justificadas com exemplos.

A Os comentários discutem as vantagens e desvantagens do trabalho

em grupo?

B As afirmações disponíveis no quadro foram bem aproveitadas pelos

comentários?

C Observações novas, além das disponíveis no quadro, foram inseridas?

D As afirmações permitem um debate produtivo sobre esse assunto?

E A linguagem empregada é compatível com o ambiente de internet

e com uma discussão consistente?

F Os comentários produzidos demonstram respeito pelas opiniões

expressas nos outros comentários?

Refletindo sobre meus comentários de leitor

Após participar da avaliação coletiva, reflita sobre os comentários de

leitor que escreveu e pense em como aprimorá-los na próxima ocasião em

que desejar produzi-los. Faça anotações em seu caderno para não esquecer. PATRÍCIA SONODA

Use expressões como

“Eu discordo...” ou “Eu

concordo parcialmente...” para introduzir suas

respostas a outros comentários. Elas evidenciam seu ponto de vista.

Dica de professor

Considere também a possibilidade de fazer uma segunda produção, agora coletiva.

Seguindo o modelo do comentário 5 da seção Leitura 1,

escolha, com seus alunos, uma

notícia de especial interesse

para que produzam o comentário. Você pode postá-lo com

a turma em um site de notícias

e explorar outros comentários produzidos no mesmo

contexto, inclusive os textos

feitos como resposta à postagem dos alunos. Nesse caso,

é importante acessar o site

posteriormente. Prepare-se

para discutir eventuais inadequações de outros leitores.

Outra possibilidade é enviar

o comentário de leitor para

um jornal ou revista visando

a uma possível publicação.

Essa atividade pode substituir a que estamos propondo

nesta seção.

P:290

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

216

Atualmente, o comentário de leitor tem sido bastante discutido porque

muitos leitores utilizam esse gênero textual de maneira inadequada. Você

vai ler, a seguir, um artigo em que o jornalista paulista Leonardo Sakamoto

explica por que deixou de aceitar comentários em seu blog.

Por que fechei meu blog para comentários

A partir de hoje, este blog estará fechado para comentários por tempo

indeterminado.

[...] Cheguei à conclusão [de] que não posso e não devo disseminar

um espaço em que as pessoas se encontram não com o objetivo de dialogar e defender suas posições, mas para destilar ódio, difamar e ameaçar.

Durante mais de oito anos, acolhi diferentes posições e opiniões, garantindo um espaço de debates e construção coletiva de ideias.

[...]

O murmurinho do debate, necessariamente racional ou deliciosamente

irracional, foi responsável por boa parte da graça deste blog. Que, ao longo

dos anos, deixou de ser apenas uma coluna diária sobre direitos humanos

e o cotidiano para se tornar uma comunidade com centenas de milhares,

e às vezes milhões, de leitores assíduos e participantes.

[...]

Contudo, de uns tempos para cá, a despeito da maioria dos leitores,

que enriquece (e muito) o debate, e da moderação, que exclui o chorume,

a caixa de comentários se tornou um lugar voltado à troca de ofensas – o

que não contribui em nada com o livre debate de ideias.

Um lugar em que vários perfis reais ou falsos, pessoas de cara limpa ou

anônimas, tentam se utilizar de um conceito distorcido de liberdade de

expressão para desrespeitar outros direitos humanos. Um lugar em que

todos gritam e poucos escutam.

Ou seja, a área de comentários deixou de acrescentar e passou a tirar.

E não acho que isso seja por conta da ação de radicais de direita e de esquerda. Isso envolve a falta de entendimento do que é viver em sociedade.

[...]

Cultura política deveria ser algo melhor fomentado, desde cedo, não

só via estrutura formal de educação, mas ao longo da vida através de espaços públicos e meios de comunicação, evitando simplificações onde há

complexidade de matizes e zonas cinzentas. E respeitando as diferenças.

[...]

Textos em conversa

Biblioteca cultural

Comentários preconceituosos, agressivos ou mentirosos

estão sujeitos a sanções legais. A internet

e as novas tecnologias

criam a sensação de

anonimato, mas hoje é

possível localizar quem

praticou crimes digitais. Acesse na internet

o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

Chorume: gordura, excesso

(sentido figurado).

Nesta seção, será aprofundada a discussão sobre os argumentos nas comunicações que

ocorrem na esfera da internet

e se tratará mais diretamente

do discurso de ódio, aspecto

identificado na habilidade

EF69LP01 e destacado como

de grande importância no

texto da BNCC.

Sugerimos que os alunos façam leituras silenciosas. Depois, convide um deles a expor

para a turma o que entendeu

da leitura. Os demais devem

complementar as informações

e comentar as diversas possibilidades de leitura. Aproveite

para expressar suas observações sobre o desempenho dos

falantes: ritmo, altura da voz,

pronúncia clara, linguagem

apropriada à situação de comunicação etc.

Textos em conversa

CG: 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10

CEL: 1, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 6, 7, 10

Habilidades: EF67LP01,

EF67LP02, EF67LP05,

EF69LP01, EF07LP14,

EF89LP03

P:291

217

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

217

1 Para Sakamoto, qual deveria ser o objetivo da área de comentários?

2 Sakamoto afirma que apreciava tanto os pontos de vista ponderados (equilibrados) quanto aqueles mais emocionais. Copie no

caderno o trecho que expressa essa ideia.

3 O que o jornalista quis dizer no trecho “[...] a área de comentários

deixou de acrescentar e passou a tirar”?

4 A seguir são feitas afirmações acerca do texto. Copie no caderno

as verdadeiras.

I. O jornalista vai reabrir a área de comentários em breve.

II. Sakamoto fechou a área de comentários porque muitas opiniões

contrárias à sua estavam sendo postadas.

III. Os comentários, com frequência, revelavam intolerância.

IV. Houve um tempo em que, nos comentários do blog de Sakamoto,

predominava o debate sadio.

V. Para Sakamoto, o direito de expressão justifica a publicação de

qualquer conteúdo.

5 A decisão de fechar um blog para comentários é polêmica. Você

acha que o autor tentou confrontar seus leitores nesse artigo ou

fez uma exposição serena? Por quê?

6 Considerando o que você estudou neste capítulo e o artigo de

Leonardo Sakamoto, redija três regras que poderiam ser colocadas como alerta na área de comentários de um blog.

Espero reabrir em breve os posts para comentários. Até lá, fica a torcida

para que o diálogo prevaleça sobre a intolerância.

LEONARDO SAKAMOTO. Por que fechei meu blog para comentários. Blog do Sakamoto.

Disponível em: <https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/03/17/porquefechei-meu-blog-para-comentarios-2/>. Acesso em: 14 jun. 2018.

VICENTE MENDONÇA

Favorecer o debate e a construção coletiva de ideias.

Afirmações verdadeiras: III e IV.

3. O jornalista entende que a

área de comentários deixou

de oferecer ideias que contribuíssem para a reflexão e

passou a dificultar o diálogo.

2. “O murmurinho do debate,

necessariamente racional ou

deliciosamente irracional, foi

responsável por boa parte da

graça deste blog.”

5. Espera-se que os alunos

respondam que houve serenidade, porque o autor apresentou suas justificativas sem

provocar ou ofender nenhum

grupo de leitores e terminou

afirmando seu desejo de voltar a contar com os comentários quando a fase de debates

intolerantes passar. Resposta pessoal. Sugestões: I. Não divulgue preconceitos. II. Respeite opiniões

diferentes das suas. III. Use argumentos para justificar suas opiniões.

Aproveite o artigo para trabalhar o gênero entrevista oral.

Peça aos alunos que formem

trios: dois componentes devem desempenhar o papel de

entrevistadores, e o terceiro

componente, o papel do jornalista Leonardo Sakamoto. As

perguntas e as respostas deverão ser produzidas com base no

texto do post lido. Os alunos

devem simular um contexto

de entrevista em programa de

televisão destinado ao público

jovem. Escolha um trio para

reproduzir a atividade diante

da turma e peça aos demais

que comentem a produção,

considerando a coerência das

perguntas e respostas e a adequação da linguagem.

Questão 6 – Peça a alguns alunos que leiam as regras propostas para comparar os conteúdos e a forma de redação.

As regras podem ser escritas com verbos no imperativo ou no infinitivo; também podem conter formas verbais

auxiliares, como devem, e expressões como ”é proibido”, “é permitido” etc. É recomendável que mantenham o

paralelismo sintático.

P:292

218

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

218

Nesta atividade, você deverá reler os comentários de leitor da seção

“Leitura 2” (página 209). Eles revelam a opinião de leitores brasileiros sobre

a atitude do atleta francês Renaud Lavillenie, que havia reclamado por ter

sido vaiado durante uma competição.

Imagine que você é um membro do Comitê Olímpico e ficou responsável por publicar um pedido formal de desculpas ao atleta em nome do

povo brasileiro logo depois do acontecimento. Sua carta será divulgada

nos principais jornais, revistas e sites de notícias do país.

1 Dirija-se ao atleta usando uma expressão formal: caro, prezado etc.

2 Discorra, de modo resumido, sobre a situação que motivou a escrita

da carta.

3 Apresente-se como membro do Comitê Olímpico.

4 Desculpe-se e explique por que você entende que esse gesto é

necessário.

5 Use uma expressão de despedida: cordialmente, atenciosamente etc.

Vamos avaliar?

Faça a avaliação em duplas, considerando os seguintes aspectos:

1. A carta apresenta linguagem e tratamento formais?

2. Ficou claro o motivo pelo qual a carta foi escrita?

3. O pedido de desculpas revela um lamento pelo ocorrido de forma

objetiva e sem exageros ou comentários pouco relevantes para a

finalidade do pedido?

4. Ficou claro quem é o produtor da carta e que ele está se desculpando

em nome do povo brasileiro?

Transformando o comentário de leitor

em pedido público de desculpas

FRANCK FIFE/AFP

Renaud Lavillenie celebra o 2o

lugar na prova final

de salto com vara masculino nas Olimpíadas Rio 2016.

A atividade concorre para o

desenvolvimento da CG 9, que

aponta a importância do diálogo e da resolução de conflitos.

Os gestos de reconsiderar e

desculpar-se evidenciam posturas maduras e saudáveis que

podem servir como modelo de

atuação flexível, ética e responsável.

Peça a três ou quatro alunos

que leiam suas produções em

voz alta. Chame atenção para

o tom do pedido de desculpas, destacando positivamente

as produções objetivas, sem

muitos rodeios ou comentários

desnecessários (como excesso de elogios para agradar

o interlocutor da carta). No

final, explique à turma que

essa produção tinha como objetivo uma divulgação pública,

mas que os pedidos formais de

desculpas podem ser necessários em situações particulares:

um desentendimento com um

vizinho, uma atitude grosseira

com um colega de trabalho etc.

podem ser remediados com a

escrita de uma carta cordial

em que o erro é reconhecido.

Transformando o comentário

de leitor em pedido público

de desculpas

CG: 4, 6, 7, 9, 10

CEL: 1, 3, 4

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7

Habilidades: EF67LP05,

EF69LP55, EF07LP14

P:293

219

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

219

Comovidos com a história do menino sírio, os alunos de uma escola

resolveram escrever um comentário de leitor, que foi reproduzido neste

capítulo.

“Nós, do 5o

ano A da Escola Estadual Professora Vilma Maria

dos Santos Carneiro, achamos muito triste o que aconteceu com o

garoto Aylan”.

No comentário, eles se apresentam, indicam o tema que desejam comentar e expõem seu ponto de vista. Para isso, escolhem e organizam palavras

em frases. A relação entre as palavras é um dos recursos responsáveis por

construir o sentido da frase e do texto em que se insere. Nesta seção, estudaremos esse aspecto.

Leia esta tirinha.

Will Leite

© WILL LEITE

1 Que comportamentos em comum são apresentados nos cinco primeiros quadrinhos da tirinha?

2 De que modo os quadrinhos se relacionam com o “1o

de abril”?

Explique essa relação analisando um deles.

3 Em qual dos quadrinhos a fala não apresenta verbo?

4 A ausência de verbo nessa fala compromete a compreensão do sentido?

Por quê?

5 A primeira fala é formada por apenas um verbo, sem nenhum complemento. O que garante a compreensão do sentido?

Mais da língua

Frase, oração e período

Pra começar

O contexto completa a fala: o complemento do verbo é a bolinha que aparece na

mão do personagem.

Não. O contexto é suficiente para que se compreenda o sentido da fala.

No quinto quadrinho.

Nos cinco primeiros quadrinhos, aparecem

comportamentos que envolvem mentira ou enganação.

Os quadrinhos representam situações em que uma mentira foi De que modo os quadrinhos se relacionam com o “1

ou está sendo dita, o que se relaciona ao dia 1o

de abril. Análise

dos quadrinhos: 1o

e 2o

: o garoto finge ter lançado a bolinha para o cão, que a procura inutilmente; 3o

: o cão reclama porque seu dono o enganou com

a proposta de um passeio e

o levou ao veterinário; 4o

: o garoto justifica a ausência de

um trabalho escolar dizendo

que o cachorro o comeu; 5o

:

um cachorro considerado feio

é elogiado por sua “beleza”.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Tipos de frase;

• Oração e período;

• Sujeito e predicado;

• Interjeição;

• Acentuação gráfica nas

paroxítonas (revisão).

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 4, 7, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 2, 3, 4, 6, 7

Habilidades: EF06LP08,

EF06LP09, EF06LP10,

EF67LP37, EF69LP03,

EF89LP33

Neste e no próximo capítulo,

a seção Mais da língua está

dedicada à análise linguística/semiótica de aspectos

relativos à morfossintaxe e

à sintaxe. Atendendo às habilidades EF06LP08, EF06LP09

e EF06LP10, estão em foco a

constituição das orações por

sintagmas nominais e verbais

e a conexão entre elas para a

formação de períodos. Destaca-se, ainda, o estudo da composição do sujeito, aspecto

necessário à ampliação ou à

ratificação dos conhecimentos acerca da concordância

verbal.

P:294

220

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

220

Tipos de frase

Leia novamente algumas falas da tirinha

para observar a entonação, isto é, a melodia

da frase.

1 Qual dessas frases pressupõe uma pronúncia mais rápida?

2 Como você imagina a pronúncia da outra frase?

3 Diferencie a intenção do falante nas duas falas.

4 Que critérios você empregou para distinguir a entonação das frases?

5 Releia agora esta outra fala. A maneira

de pronunciar a frase é diferente daquela usada nas anteriores? Por quê?

Como você pôde perceber, a extensão das frases também varia muito, podendo

apresentar uma única palavra ou constituir uma sequência bem longa.

“Falou que íamos passear na pracinha e me trouxe ao veterinário...”

frase constituída em torno de uma locução verbal e de um verbo

© WILL LEITE

© WILL LEITE

© WILL LEITE

Todas as falas dessa tirinha são frases, isto é, conjuntos de palavras organizadas

de modo a fazer sentido em um contexto.

As frases não apresentam uma estrutura fixa. Observe.

frase sem verbo frase formada apenas por verbo

“Meu cachorro comeu meu trabalho, professora.”

“Que bonitinho!” “Pega!”

frase constituída em torno de um único verbo

Frase é uma palavra ou um conjunto de palavras organizadas de acordo com as regras

da língua e capazes de expressar um sentido completo em uma situação de comunicação.

A primeira.

2. Resposta pessoal. Sugestão: o ritmo é mais

lento, com a pronúncia de

cada sílaba bem marcada

e um provável alongamento da sílaba tônica.

3. Na primeira, o falante

dá uma ordem; na segunda, faz um elogio,

portanto revela um sentimento ou uma impressão sobre o animal.

4. Resposta pessoal.

Espera-se que os alunos

indiquem o contexto em

que as frases estão inseridas e o próprio balão

de fala.

Sim. Nesse caso, a pronúncia deve se adequar

a uma declaração.

P:295

221

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

221

Nas falas, a maneira como dizemos as frases, associada ao contexto, permite a nosso interlocutor compreender as intenções e os sentimentos que

envolvem a comunicação. Na escrita, essa função é expressa pela pontuação.

A pontuação ajuda a diferenciar os quatro tipos de frase. Veja.

• Frase declarativa – relata fato ou apresenta ideia ou informação

de maneira afirmativa ou negativa; costuma ser finalizada

por ponto final.

Fizemos o trabalho antes do prazo previsto.

Não posso me responsabilizar pela entrega do relatório.

• Frase imperativa – apresenta ordem, pedido ou sugestão;

é finalizada por ponto final ou ponto de exclamação.

Envie o conto para o blog da turma, por favor.

Silêncio!

• Frase exclamativa – traduz sentimento (surpresa, admiração,

tristeza etc.) de maneira expressiva; é encerrada por ponto

de exclamação.

Que jogo incrível!

Fiquei arrasado com essa história!

• Frase interrogativa – expressa pergunta ou questionamento; é encerrada

por ponto de interrogação, quando a pergunta é direta, ou por ponto final,

quando é indireta.

Onde estão nossas mochilas?

Diga-me onde estão nossas mochilas.

LASSMAR

Desafio: escreva uma

narrativa usando apenas frases nominais.

Elas devem sugerir uma

sequência de ações sem

usar um único verbo.

Abuse da língua

Interjeições: elas valem por frases

Interjeições são sons, palavras e expressões usadas para traduzir emoções ou

reações, como susto, satisfação, raiva, chamamento, encorajamento etc. Quando

formadas por mais de uma palavra, são chamadas de locuções interjetivas.

Veja, nesta tira, o emprego de uma interjeição.

Ai! expressa dor e equivale a uma frase inteira, porque, nesse contexto, tem

sentido completo.

As interjeições e locuções interjetivas costumam vir acompanhadas pelo ponto

de exclamação: Oh!, Força!, Oi!, Vamos lá!, Pois não! etc.

Bichinhos de Jardim Clara Gomes

© CLARA GOMES

Abuse da língua – Sugerimos

que a atividade seja feita em

grupos de quatro alunos para

tornar possível a complementação das soluções textuais

encontradas.

P:296

222

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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1 O ponto final, o ponto de exclamação e o ponto de interrogação foram

retirados do texto e substituídos por números. Anote os números no

caderno e ponha a pontuação adequada ao lado de cada um.

Por que alguns mosquitos

são transmissores de doenças?

Zika, chikungunya e dengue (1) Três doenças, um mosquito transmissor: Aedes aegypti (2) Trata-se de um inseto superpoderoso (3)

Nada disso (4) Ele apenas tem as características necessárias para conservar no seu organismo os vírus que causam essas doenças e acaba

por transmiti-los quando pica as pessoas (5) Vamos entender a razão

pela qual alguns mosquitos transmitem certas doenças (6)

Para começar, precisamos ter em mente que a vida dos vírus que

causam essas doenças não é fácil (7) Quando o mosquito transmissor

se alimenta do sangue de uma pessoa com dengue, por exemplo, ele

adquire o vírus que chega ao seu estômago (8) Dentro do mosquito, o

vírus precisa driblar as defesas do organismo do inseto para sobreviver

e alcançar sua glândula salivar (9)Quando o vírus alcança essa glândula,

o mosquito está pronto para transmiti-lo na próxima picada (10)

[...]

TAMARA NUNES DE LIMA CAMAR. Por que alguns mosquitos são

transmissores de doenças? Ciência Hoje das Crianças, ed. 275,

jan./fev. 2016. p. 12.

2 Leia a reportagem a seguir.

Você tem medo de aranhas?

Elas são a brincadeira favorita nas Filipinas

Achar aranhas é difícil. É preciso entrar no meio do mato e até

subir em árvores para encontrar os aracnídeos certos.

Quando finalmente as crianças encontram dois desses animais, de

patas longas e abdômen saltado e arredondado, elas colocam os bichos

em um graveto e esperam que a luta comece. Um avança sobre o outro,

e a batalha só acaba quando um dos dois despenca do pequeno galho.

Essa é a brincadeira favorita de meninos e meninas da cidade de

Tacloban, nas Filipinas. [...]

No Brasil, há diversas brincadeiras tradicionais nas mais diferentes

regiões do país – aparentemente, nenhuma com aranhas. [...]

Você tem medo de aranhas? Elas são a brincadeira favorita nas Filipinas. Folhinha.

Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2015/11/1701650-vocetem-medo-de-aranhas-elas-sao-a-brincadeira-favorita-nas-filipinas.shtml>.

Acesso em: 14 jun. 2018.

Biblioteca cultural

Acesse o site da revista Ciên cia Hoje das

Crianças na internet para

investigar temas ligados

à literatura, à matemática, aos bichos etc.

LASSMAR LASSMAR

Tipos de frase NA PRÁTICA

Biblioteca cultural

Acesse o site da Folhinha na internet e leia

matérias bem interessantes sobre os mais

variados temas.

A pontuação do texto original da revista é esta: (1) e (2) = ponto final; (3) = ponto

de interrogação; (4) = ponto de exclamação; (5) = ponto final; (6) = ponto de

interrogação; (7) = ponto de exclamação; (8), (9) e (10) = ponto final. Contudo,

os números (4), (6) e (7) podem ser substituídos por ponto final.

P:297

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Cibele Santos

a) Como a personagem se sente ao acordar? O que provoca essa

sensação?

b) Por que, no segundo quadrinho, esse sentimento é abandonado?

c) Observe as notas musicais desenhadas na lateral direita do primeiro quadrinho. Explique o que elas representam e por que foram

desenhadas nessa posição.

d) O uso de reticências no final das frases das legendas sugere uma

continuação. A fala da personagem completa essas frases de forma

coerente? Explique sua resposta.

e) Os pontos de interrogação e exclamação são típicos de dois tipos

diferentes de frase. Quais são eles?

f) O que a presença de um ponto de exclamação sugere na pergunta

do segundo quadrinho?

© CIBELE SANTOS

a) Assim como no texto da atividade 1, o título deste texto é uma frase

interrogativa. Qual é o efeito de títulos assim sobre o interlocutor?

b) “Achar aranhas é difícil”. Que diferença seria notada caso o ponto

final dessa frase fosse trocado por ponto de exclamação?

c) Qual é a função da segunda frase do texto em relação à primeira:

contradizer a afirmação, comprová-la ou exemplificá-la?

d) Compare esse texto com o da atividade 1. Que tipo de frase predomina? Por que frases assim costumam ser maioria nos textos

expositivos?

e) Os dois textos foram publicados em sites voltados principalmente

para crianças. Cite uma característica que os aproxime desse público.

f) A brincadeira com aranhas envolve uma dificuldade. Que expressão

indica que nem todas as aranhas servem para esta brincadeira?

g) Qual palavra mostra que encontrar duas aranhas do tipo necessário

não é fácil?

3 Leia esta tirinha.

Uma linda manhã!

A tirinha permite refletir sobre a dependência de alguns em relação aos

celulares. Você observa essa dependência nas pessoas próximas a você?

Fala aí!

Predominam as frases declarativas, porque servem para relatar

fatos ou apresentar informações.

Os dois textos foram publicados em sites 2e. A linguagem simples, com

vocabulário acessível, os temas

abordados etc.

2b. O texto enfatizaria a dificulda

-

de de realização da ação citada

(encontrar aranhas).

Comprová-la.

2a. As frases interrogativas convi

-

dam o leitor a pensar a respeito do

tema, convidando-o a ler o texto.

2f. A expressão os aracnídeos

certos. Alerte os alunos para o

fato de que brincar com aranhas

é perigoso, além de ser crueldade

Finalmente. colocar os animais em disputas.

3a. A personagem se sente feliz,

sensação promovida pelo clima

agradável e pela possibilidade

de ouvir o canto dos pássaros e

sentir o aroma das flores.

3b. Porque a personagem percebe

que não sabe onde está seu celular.

3c. As notas musicais represen

-

tam o canto dos pássaros e foram

desenhadas nessa posição para

sugerir que o som está entrando

pela janela.

3e. O ponto de interrogação apa

-

rece no final das frases interroga

-

tivas, e o de exclamação, no das

exclamativas.

3d. Não. A fala quebra a expecta

-

tiva ao transformar o que parecia

ser uma reflexão sobre a vida em

uma preocupação banal.

3f. Sugere que a pergunta traduz

também um sentimento; no caso,

o medo de ter perdido o celular.

Fala aí! – Permita aos alunos que comentem comportamentos que observam no dia a dia, como o fato de cer

-

tas pessoas se comunicarem por mensagem de celular mesmo quando estão próximas de seus interlocutores.

Em seguida, ajude-os a perceber que o celular é um aparelho muito útil na vida moderna, mas que deve ser

usado com moderação para que não se torne um vício.

P:298

224

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Oração e período

Leia a tirinha.

Níquel Náusea Fernando Gonsales

1 O que o leitor provavelmente imagina quando lê o primeiro quadrinho?

2 O humor se constrói pela quebra de expectativa. O que levou, de fato, o personagem do primeiro quadrinho a dizer aquela frase?

3 Por que as três falas da tira podem ser consideradas frases?

4 Essas três frases são de um único tipo. Qual? O que explica essa predominância?

5 Quais são as formas verbais ou locuções verbais presentes em cada fala?

Além da classificação das frases em tipos, que considera o objetivo e a entonação,

existe uma classificação que leva em conta sua estrutura. Acompanhe a análise das

falas da tira.

As orações podem ser constituídas por uma ou duas unidades. O predicado é a

unidade que contém o verbo e seus complementos e é obrigatório em qualquer oração.

O sujeito é a unidade que contém o ser ou objeto sobre o qual o verbo declara algo

e nem sempre está presente. Veja.

“Sem exceção!” Classifica-se como frase nominal, porque não apresenta verbo.

Classifica-se como oração, porque apresenta um único verbo; no caso,

uma locução verbal. Também é chamada de período simples. “Avestruz não pode voar!”

Classifica-se como período composto,

porque é formado por mais de uma oração.

“Paguei a passagem, tenho passaporte, tomei as vacinas!”

oração 1 oração 2 oração 3

O sujeito existe e está implícito na

desinência do verbo.

Não há um sujeito ao qual se possa atribuir o processo verbal. © FERNANDO GONSALES

sujeito predicado

“Avestruz não pode voar!”

predicado

(eu) Paguei a passagem.

predicado

Chovia demais naquele instante.

Quando o período composto apresenta orações separadas por vírgulas e sem conectivos

para uni-las, é chamado de período composto por coordenação.

1. O leitor imagina

que o personagem

está fazendo uma

declaração sobre a

capacidade ou não

de o avestruz voar

como as demais

O personagem estava contestando um avestruz que desejava voar de avião. aves.

Porque apresentam sentido completo.

4. São frases exclamativas. Essa predominância é explicada pelo fato de os

dois personagens

1a estarem discutindo. fala: pode voar (locução); 2a

fala: paguei, tenho, tomei; 3a

fala: não há verbo nem locução verbal.

P:299

225

LASSMAR

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Oração e período NA PRÁTICA

1 No trecho a seguir, escrito pela autora paulista Fanny Abramovich,

uma narradora conta como foi sua agitada juventude a uma amiga

que reencontra após muitos anos. Leia uma das páginas de diário que

compõem o texto.

Voltas e voltas

1o

de janeiro de 1968

Que noite! Que festa!!! De arromba!!!

Um grande réveillon! A mais fantástica e linda passagem de ano-novo

que já vivi. Se todo o ano de 1968 for assim, não pararei nem um minuto.

De me mexer, de falar, de vibrar, de compartilhar. De viver gostosamente.

Dum jeito mais solto. Vibrante. Tomara que tudo aconteça nesse ritmo e

nesse entusiasmo. Se for mesmo assim, não pararei em nenhum segundo.

Feliz ano-novo! Feliz 1968!!

FANNY ABRAMOVICH. As voltas do meu coração. 19. ed.

São Paulo: Atual, 2003. p. 21. (Entre Linhas).

a) Que experiência é contada nessa página de diário?

b) No texto alternam-se dois tipos de frase.

Quais são eles?

c) O que explica a alternância desses dois tipos?

d) Observe o uso do ponto de exclamação. O que é sugerido pela

repetição desse sinal no final de uma frase?

e) Releia o primeiro parágrafo do texto. Como se classificam as frases

quanto à estrutura? Justifique.

f) Transcreva as demais frases com essa mesma classificação.

g) Como se classifica, quanto à estrutura, o fragmento “Se todo o ano

de 1968 for assim, não pararei nem um minuto”? Justifique.

h) As frases do texto são curtas e fragmentadas. Algumas delas, muitas

vezes, complementam frases anteriores. Por que essa linguagem

não é inadequada no gênero diário?

Como você estudou, sentimentos costumam ser expressos por meio de

frases exclamativas. Entretanto, também é possível sugerir emoções em

um texto com muitas frases interrogativas. Componha um parágrafo para

dar continuidade ao seguinte trecho: Será que todos tinham visto a cena? Ele

pode expressar preocupação ou grande felicidade e deve apresentar várias

frases interrogativas. Prepare-se para fazer uma leitura interpretativa de

seu texto, como se estivesse fazendo um monólogo, isto é, uma peça que

conta com um único personagem.

Abuse da língua

São frases nominais, porque não apresentam verbo.

Uma fala mais emocional e enfática.

repetição desse sinal no final de uma frase?

Releia o primeiro parágrafo do texto. Como se classificam as frases

Frases declarativas e frases exclamativas.

2c. As frases declarativas

contam o que aconteceu e a

opinião da narradora sobre

suas experiências; as exclamativas expressam suas

sensações de maneira mais

viva, emotiva.

2f. “Um grande réveillon!”,

“Dum jeito mais solto”, “Vibrante”, “Feliz ano-novo!” e

“Feliz 1968!!”.

2g. Trata-se de um período

composto, porque é formado

por duas orações (organizadas

em torno das formas verbais

for e pararei).

2h. O gênero diário traz a

expressão de vivências e

sentimentos, constituindo

uma comunicação informal

e íntima, por isso aceitam-se

construções que pareçam

seguir o ritmo do pensamento

e se mostram mais espontâneas.

A narradora conta como passou o

Que experiência é contada nessa página de diário?

No texto alternam-se dois tipos de frase. réveillon de 1968.

Abuse da língua – Peça a quatro ou cinco alunos que leiam

seus textos para que a turma

conheça diferentes soluções

para a proposta. É interessante

que tentem deduzir a narrativa pressuposta nas perguntas

apresentadas. Verifique se os

textos têm coerência.

P:300

226

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

226

2 Leia esta tirinha com os personagens Charlie Brown e Snoopy.

PEANUTS, CHARLES SCHULZ © 1958 PEANUTS WORLDWIDE LLC. /

DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION

Minduim Charles Schulz

CHARLES M. SCHULZ. Peanuts completo: 1957-1958.

Trad. Alexandre Boide. Porto Alegre: L&PM, 2014. p. 167.

a) O que fez Snoopy ficar irritado com Charlie Brown?

b) Que expressão revela que a ação irritante não é uma novidade?

c) Você conclui que o garoto entendeu o motivo de o cachorro ter

gritado? Explique.

d) Qual das falas da tira é uma frase nominal? Justifique sua resposta.

e) Anote no caderno os dois períodos abaixo. Sublinhe os verbos

ou locuções verbais e, em seguida, divida as orações com uma

barra (/).

I. “Se ele me chamar de ‘cara peluda’ mais uma vez, eu vou gritar!”

II. “Nunca tinha ouvido um cachorro gritar...”

f) As orações do período I estão relacionadas pela palavra se. Que sentido é expresso por ela: causa, hipótese, tempo ou consequência?

g) Reescreva o período II de modo que ele se transforme em um

período simples. 1f. Hipótese. Nunca tinha ouvido o grito de um cachorro.

O fato de Charlie Brown tê-lo chamado de “cara peluda”.

Mais uma vez.

1c. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos percebam que a

fala revela que o garoto apenas

estranhou o fato de o cachorro ter

gritado, sem apresentar nenhuma

interpretação desse gesto.

1d. “Bom dia, cara peluda!” é

uma frase nominal, porque não

apresenta verbo.

1e-I. “Se ele me chamar de ‘cara

peluda’ mais uma vez, / eu vou

gritar!”

1e-II. “Nunca tinha ouvido / um

cachorro gritar...”

P:301

227

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

227

3 Leia um texto de Esopo, um escritor da Grécia Antiga a quem foram

atribuídas várias fábulas.

O burro disfarçado com pele de leão

Um burro vestira uma pele de leão e andava por todo o lado a assustar os outros animais irracionais. E, ao avistar uma raposa, tentava

também aterrorizá-la. Mas ela — pois aconteceu tê-lo ouvido antes a

zurrar — disse para ele: “Ora, podes bem ter a certeza de que também

me assustaria contigo, se não tivesse escutado o teu zurro.” LASSMAR

Da mesma forma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém pela sua vaporosa aparência exterior,

são desmascarados pela sua própria tagarelice.

NELSON HENRIQUE DA SILVA FERREIRA (Estudo, trad. grego e notas).

Aesópica: a fábula esópica e a tradição fabular grega. Coimbra:

Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014. p. 189.

(Colecção Autores Gregos e Latinos – Série Textos).

a) As fábulas costumam ter animais como personagens. Qual comportamento humano é representado pela ação do burro?

b) A raposa é um animal muito presente em fábulas e, geralmente,

destaca-se pela astúcia (esperteza). Essa também é sua característica nessa fábula? Explique sua resposta.

c) A fala da raposa é um período composto. Copie-o em seu caderno, grife os verbos e locuções verbais e divida suas três orações

usando barras (/).

d) Os verbos e locuções verbais das três orações referem-se a sujeitos

reconhecíveis por meio da desinência do verbo. Eles se referem ao

mesmo personagem? Justifique.

e) É comum, nos períodos compostos, que algumas orações sejam

interrompidas momentaneamente por outras, que se colocam em

seu interior. Observe.

Da mesma forma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém

pela sua vaporosa aparência, são desmascarados pela própria

tagarelice.

Que palavra é responsável por relacionar a oração destacada àquela

que já estava começada? Qual é a função da oração destacada em

relação à outra?

f) Do ponto de vista do sentido da fábula, qual é a função do segundo

parágrafo em relação ao primeiro?

3f. O parágrafo relaciona

o caso do burro com um

comportamento de parte dos

homens.

3a. A tentativa de parecer algo

que, na verdade, não é.

3b. Sim. A raposa prova ser

um animal mais esperto que

os demais ao desmascarar

o burro.

3c. “Ora, podes bem ter a

certeza / de que também me

assustaria contigo, / se não

tivesse escutado o teu zurro.”

3d. Não, o primeiro refere-se

ao burro; os demais, à raposa.

3e. A palavra que relaciona as

orações. A segunda oração caracteriza o termo “ignorantes”.

Questão 3 – O gênero fábula

costuma ser tratado nos anos

iniciais do Ensino Fundamental. Aproveite a atividade para

fazer uma revisão.

Questão 3c – Mostre aos alunos

que, embora o verbo auxiliar e

o principal da primeira oração

não estejam em sequência, eles

formam uma locução, já que

indicam uma única ação.

P:302

228

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

228

5 Para finalizar, compare a fábula de Esopo com a de Mario Quintana.

a) Embora os acontecimentos não sejam os mesmos, as fábulas apresentam um ensinamento comum. Qual?

b) O disfarce do burro obtém o mesmo efeito nas duas fábulas? Explique

sua resposta.

c) Compare os títulos das fábulas. Os dois esclarecem qual é o ensinamento da fábula?

d) Compare agora a maneira como os períodos das fábulas foram redigidos. Em sua opinião, é correto afirmar que o tipo de construção

usado na primeira fábula é mais facilmente entendido do que o

usado na segunda? Justifique sua resposta.

4 Leia uma fábula escrita em versos pelo poeta Mario Quintana.

Das falsas posições

Com a pele do leão vestiu-se o burro um dia.

Porém no seu encalço, a cada instante e hora,

“Olha o burro! Fiau! Fiau!” gritava a bicharia...

Tinha o parvo esquecido as orelhas de fora!

In: JOSÉ PAULO PAES et al. Poesias. 17. ed.

São Paulo: Ática, 2002. p. 19.

(Para Gostar de Ler 6). © by Elena Quintana.

a) Qual desejo é revelado pela atitude do burro?

b) O que impede o personagem de realizar seu desejo?

c) No caderno, escreva o sujeito e o predicado dos períodos contidos

nos versos 1 e 4.

d) Agora, reescreva os mesmos versos usando a ordem direta.

e) Releia a fábula em voz alta, prestando atenção ao som dos

versos. Com que finalidade a ordem indireta foi usada no terceiro verso?

4b. O fato de esquecer as orelhas

de fora da pele de leão, impedindo que ele seja confundido com

o leão.

LASSMAR

A ordem direta é caracterizada pela sequência sujeito + verbo + complementos. Por exemplo: Ana telefonou para a mãe ontem à noite. Uma

oração como Ontem, no shopping, a namorada ele encontrou apresenta

ordem indireta.

4a. O desejo de se passar por

um leão, isto é, de parecer um

animal forte e imponente diante

dos outros animais.

4c. Verso 1 – Sujeito: o burro; predicado: com a pele do leão vestiu-

-se um dia. Verso 4 – Sujeito: o

parvo; predicado: tinha esquecido

as orelhas de fora!

Resposta pessoal.

5a. Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos percebam que a

fábula sugere que não é possível

assumir uma posição falsa, porque nossas características nos

denunciarão.

5b. Não. Na primeira fábula,

ele chega a enganar parte dos

animais, enquanto, na segunda,

todos rapidamente reconhecem

seu disfarce.

5c. Não. Apenas “Das falsas posições” esclarece o ensinamento.

“O burro disfarçado com pele

de leão” revela informações da

narrativa.

4d. O burro vestiu-se com a pele

do leão um dia. O parvo tinha esquecido as orelhas de fora!

4e. A ordem indireta permitiu a

rima de bicharia com dia, do

primeiro verso.

Questão 5 – Sugerimos que a

atividade seja feita oralmente.

Se achar necessário, solicite aos

alunos que registrem a discussão posteriormente.

Questão 5d – Ajude os alunos

a perceber que a ordem direta

favorece a compreensão do

texto, mas a ordem indireta

também pode ser um recurso interessante para obter um

efeito poético.

P:303

229

Isso eu já vi Acentuação das palavras paroxítonas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

229

No Capítulo 6, você estudou as regras de acentuação de palavras monossílabas,

oxítonas e proparoxítonas. Vamos agora relembrar as regras das paroxítonas.

1 Leia este anúncio.

FUNDAÇÃO ONDAZUL

a) O anúncio foi publicado por ocasião do Dia Mundial pela Limpeza da Água.

Que argumentos ele usa para justificar a preocupação com o tema?

b) Que animal é representado no anúncio? Que relação há entre ele e o texto

da primeira lupa?

c) Qual é a resposta da pergunta feita na primeira lupa? Por quê?

d) Que relação existe entre a ideia de andar para trás e a forma como o animal

foi representado?

e) As palavras água e potável são paroxítonas. Por quê?

f) Copie as outras palavras paroxítonas em destaque nas duas lupas. Predominaram palavras com ou sem acento gráfico?

g) As palavras oxítonas terminadas em -a, -e e -o, seguidas ou não de -s, assim como os monossílabos tônicos com essas mesmas terminações, têm

acento gráfico, enquanto as paroxítonas não têm. O que aconteceria se a

regra fosse ao contrário?

2 Reveja as regras de acentuação das paroxítonas e responda às questões.

A sujeira da água é

um dos problemas relacionados a esse recurso

natural fundamental

para a vida. Que outras

ações contribuem para

a escassez de água?

Fala aí!

a) Explique as regras que justificam os acentos gráficos de água e potável.

b) Qual é a forma correta: nuvens ou núvens? Por quê?

c) Qual é a forma correta: júri ou juri? Por quê?

d) Quais palavras a seguir devem ser acentuadas graficamente?

caqui – irmã – funil – tunel – carater – melancia – safari – faceis – infantil

Atualmente, cerca de um

milhão de habitantes no planeta não têm acesso a água

potável. Em breve não haverá

mais água doce. Preserve-se.

19 de setembro. Dia Mundial

pela Limpeza da Água.

Quem é que está andando

pra trás aqui?

Recebem acento gráfico as palavras paroxítonas terminadas em:

-i,-is táxi, lápis -n hífen -um, -uns álbum, fóruns

-us bônus -x tórax -ps bíceps

-l nível -ã, -ãs ímã(s) -ditongo órgão, ciência, colégio

-r repórter -ão, -ãos órgão(s)

É o grupo

formado por

vogal + semivogal

ou semivogal

+ vogal na

mesma sílaba.

Segundo o texto, cerca de um milhão de pessoas não têm acesso à água potável, e a água

doce tende a desaparecer em breve.

Representa-se um caranguejo, a que o texto da primeira lupa se refere ao mencionar a

ação de “andar para trás”, que é a forma como esse animal se locomove. Quem está andando para trás são

os homens.

O corpo do animal foi montado com objetos descartados, sugerindo que a sujeira jogada nas

águas leva à poluição destas, e isso representa uma atitude equivocada, prejudicial ao homem.

Porque ambas têm a penúltima sílaba tônica.

1f. Lupa 1: Andando.

Lupa 2: Atualmente,

cerca, habitantes,

planeta, acesso,

breve, doce, preserve, setembro, Dia,

Limpeza. Predominaram palavras sem Haveria uma quantidade enorme de palavras acentuadas graficamente. acento gráfico.

túnel, caráter, safári, fáceis

Júri, porque é paroxítona terminada em -i.

Água é paroxítona terminada em ditongo; potável é paroxítona terminada em -l.

2b. Nuvens é a forma

correta, pois não há

regra que recomende

acento gráfico em paroxítonas terminadas

em -ns.

Fala aí! – Entre outras respostas, destaca-se o desperdício de

água, que pode ocorrer mesmo

em ações diárias, como tomar

um banho muito longo, escovar os dentes com a torneira

aberta etc.

Questão 1g – Conclua a atividade explicitando que as regras de acentuação gráfica da

língua portuguesa abarcam um

número pequeno de palavras

acentuadas, se comparado ao

conjunto do léxico.

P:304

230

Entre saberes

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

230

Neste capítulo, você produziu um comentário de leitor avaliando as

vantagens e desvantagens do trabalho em grupo. Sua tarefa, nesta seção,

será comparar as vantagens do livro impresso com as do livro digital. 1 Leia o texto a seguir, publicado no portal Canal de Ensino.

Olá, leitores!

“Livros Digitais ou Livros Impressos” é um debate que vem cres

-

cendo desde o início da popularização dos aparelhos digitais.

Muitas vezes é até difícil acompanhar a tecnologia, pois ela está sempre

evoluindo, sempre trazendo novidades. Foi assim com o VHS, o vinil e

os celulares antigos, porém o livro físico ainda parece ser imbatível em

relação à mídia digital. Muito disso se deve à preferência dos leitores pelo

livro impresso, em razão da experiência sensorial que ele traz, mas seria

apenas essa a vantagem dos livros impressos? E, por outro lado, seriam os

livros digitais formas superiores de leitura? Tudo isso é relativo, depende

do que cada um procura, e por isso é importante conhecer as vantagens

e desvantagens de cada um para saber qual escolher.

As vantagens da mídia digital

• Não ocupa espaço

E-books não têm peso nem ocupam espaço físico, ou seja, você

pode carregar apenas um ou uma centena dentro do seu bolso sem

preocupações. Além disso, livros digitais são mais práticos até mes

-

mo para serem lidos, já que não é preciso ter uma posição exata para

segurar, sem páginas dobrando na hora que não devem.

• Maior durabilidade

Os livros digitais também apresentam a vantagem de ter uma

durabilidade, tecnicamente, infinita. Eles não podem ser rasgados

ou fazer a famosa “orelha”.

• Nenhuma árvore usada na sua criação

Atualmente existe uma grande preocupação com o meio ambiente

e, nesse quesito, os e-books também vencem, afinal não é necessária

uma única árvore para a sua criação e distribuição.

• Preço

Cópias digitais são mais baratas para serem produzidas e não pre

-

cisam de transporte, exportação ou qualquer gasto adicional. Por esse

motivo, são muito mais baratas que uma versão física. Geralmente um

e-book não custa mais do que 20 reais; alguns podem até custar centavos.

Entre saberes

CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4, 6

CELP: 1, 2, 3, 6, 10

Habilidades: EF67LP11,

EF67LP12, EF67LP23,

EF69LP06, EF69LP10,

EF69LP15, EF69LP32,

EF69LP33, EF69LP36,

EF69LP37

Nesta atividade, os alunos se

-

rão orientados a produzir um

podcast a partir de uma aná

-

lise comparativa. Essa produ

-

ção atende, principalmente, à

habilidade EF69LP10 e insere

-

-se em um conjunto de ativi

-

dades destinadas a estimular

e a qualificar o trato com as

tecnologias de informação e

comunicação para que os alu

-

nos considerem não apenas

a possibilidade de acesso e

compartilhamento de infor

-

mações, mas também o uso

dos ambientes da Web para

produzir conhecimento e de

-

senvolver projetos autorais.

Esta seção pode propiciar

uma atividade interdiscipli

-

nar com Ciências ou Geogra

-

fia. A análise dos benefícios

dos e-books pode ser com

-

plementada e/ou contesta

-

da com a reflexão acerca da

obsolescência programada,

ou seja, da estratégia de

empresas que programam o

tempo de vida dos produtos

para que durem menos do

que a tecnologia permite ou

criam melhorias do desem

-

penho em curto espaço de

tempo para motivar o con

-

sumidor a comprar um novo

modelo. Sugerimos que um

vídeo sobre o conceito seja

apresentado como mote para

a discussão. Uma opção é o

vídeo “Obsolescência pro

-

gramada”, produzido pela

AFPBR (Agence France-Presse

Brasil), que está disponível na

internet. Os alunos podem

discutir os impactos ambien

-

tais, como a demanda ele

-

vada de energia e matéria

-

-prima para produzir os bens,

e o maior descarte de lixo.

P:305

231

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

231

• Variedade

Outra grande vantagem dessa mídia é a facilidade de acesso a diversos

títulos. Sabe aquele livro que você procura em toda biblioteca e não acha?

Provavelmente ele está apenas a alguns clicks de distância no seu smartphone.

• Interatividade

Esse tipo de livro apresenta uma interatividade que não pode ser

alcançada pelas versões impressas. A interatividade é talvez a maior

vantagem do e-book. Você pode ter links funcionais, gráficos animados,

pequenos vídeos, GIFs, comentários em áudio, sites de desmembramento. Enfim, uma infinidade de recursos que podem acelerar o processo

de aprendizado e otimizar a busca por informações.

Em suma, o e-book é uma alternativa mais barata, duradoura e com muito

mais interatividade que os livros impressos, mas ainda assim não pode ser

considerado uma versão superior, principalmente para os leitores que o

utilizam com o objetivo de estudar. Nesses casos, o livro físico ainda pode

ser a melhor opção, e isso não parece ser algo passageiro.

Para entender o porquê de os livros físicos não se tornarem obsoletos, é

preciso entender suas vantagens, que vão muito além do sensorial.

As vantagens do livro físico

• Sensação de algo físico

A vantagem [...] das versões impressas é justamente a sensação de você

ter algo em mãos, o cheiro do livro, a textura da página, tudo isso aumenta

o prazer da leitura e a satisfação de comprar algo novo e excitante que não

seja apenas um aplicativo.

PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK

Na imagem, uma garota

manuseia um livro físico

e um leitor digital.

P:306

232

Entre saberes

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Concentração

Apesar de os livros digitais chamarem mais a atenção e serem mais inte

-

rativos, essas duas qualidades podem prejudicar a leitura, principalmente no

caso de crianças. Alguns estudos com grupos de teste lendo o mesmo livro

nos diferentes formatos tiveram resultados diferentes de entendimento e de

retenção de informação, com o livro impresso tendo melhores resultados.

Apesar de a interatividade ajudar na busca por informação, ela pode atra

-

palhar se causar muita distração, principalmente em leitores mais novos.

• Cansaço

Livros físicos são geralmente menos cansativos do que os digitais; a luz

de fundo dos aparelhos celulares e tablets é cansativa para os olhos, podendo

assim diminuir o tempo que você passa com um livro.

• Conclusão

O fato primordial é que não há uma versão superior a outra, ambas

têm o que cada tipo de leitor precisa. Nessa discussão se encaixa muito

o termo “Ferramenta certa para o trabalho certo”. Independentemente

de qual seja o melhor, a principal coisa a se fazer na discussão “Livros

Digitais ou Livros Impressos” é entender qual a sua necessidade e qual

dos dois deixa você mais confortável.

Já para os estudantes a recomendação é, sim, optar por livros físicos por

terem menos formas de desviar a concentração. [...]

E para você, qual é a melhor opção e qual delas o ajuda a aprender mais?

Até mais!

Disponível em: <https://canaldoensino.com.br/blog/saiba-as-vantagens-edesvantagens-entre-livros-impressos-e-digitais>.

Acesso em: 14 jun. 2018.

MAXX-STUDIO/SHUTTERSTOCK

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Livro digital Livro impresso

É mais fácil de transportar.

X

A compra é mais excitante.

X

[...]

3 Enriqueçam a tabela com outras informações retiradas de seu

repertório pessoal.

4 Agora, você e seu colega vão gravar um podcast simulando um debate e se revezar para mostrar as vantagens do livro impresso e do

livro digital. A gravação deve durar, no máximo, três minutos. Para a

realização e gravação do áudio, vocês podem utilizar um smartphone

ou outros recursos disponíveis na escola.

• Iniciem o podcast cumprimentando o leitor e informando o tema.

Vocês podem ter como contexto um programa de rádio fictício,

um canal de podcasts na internet etc.

• Um de vocês iniciará a apresentação expondo uma característica

vantajosa do livro impresso ou do livro digital, e o outro discordará

dessa opinião, trazendo novos argumentos. Essa troca de turnos

continuará até o final do podcast, em que vocês convidarão o ouvinte a refletir sobre o tema.

• Procurem agir de forma espontânea: não é preciso criar um roteiro

da fala para ser lido. Se preferirem, mantenham em mãos apenas

algumas anotações para ajudar no momento da fala.

• Antes de gravar, no entanto, é preciso planejar a apresenta

-

ção. Releiam as instruções e definam o conteúdo que caberá a

cada um de vocês.

• É preciso ensaiar também. Combinem como será feita a troca de

turnos.

• Lembrem-se de fazer a gravação em um lugar silencioso para que

não haja ruídos interrompendo ou se sobrepondo às vozes.

• Escutem e analisem a gravação para ver se há necessidade de refazer

o debate.

• Para tornar o podcast mais interessante, vocês podem incluir efeitos

sonoros, trechos de músicas, trechos de falas de personagens bem

conhecidos etc.

2 Com base no modelo a seguir, você e um colega vão elaborar uma

tabela comparativa no caderno com as vantagens dos dois tipos

de livros, completando-a com informações extraídas do texto que

acabaram de ler.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CAPÍTULO

8 CONTO:

que delícia que é contar!

Você gosta de ouvir histórias? Adultos ou crianças, quase sempre paramos

quando alguém conta uma boa história. Em geral, essas narrativas são contos:

histórias curtas, que podem ser lidas ou ouvidas em uma “sentada”.

Conheça um conto do escritor paulista Marcos Rey e reflita sobre o conflito que envolveu os personagens.

Leitura 1

Pega ladrão, Papai Noel!

Ele não era bem um Papai Noel, era mais um Santa Claus, pois trabalhava numa cadeia de lojas multinacional, a Emperor Presentes e Utilidades

Domésticas, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso

de seis semanas nos próprios States para testar e aperfeiçoar sua tendência

vocacional, obtendo boa nota, apesar de cantar o “Jingle Bell” com imperdoável sotaque latino-americano. Mas seu visual, mesmo sem uniforme,

impressionou favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém

a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante

horas inteiras sem nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isso:

uma mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala.

– Você está ótimo! – disse-lhe o chefe da seção de brinquedos. –

As crianças vão adorá-lo!

Era véspera de Natal e a Emperor andava preocupadíssima com as vendas,

inferiores ao ano anterior. E preocupada com outra coisa ainda: o incrível

número de furtos, razão por que o Papai Noel além de sorrir e estimular as

vendas teria que ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção.

Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos,

juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros

de um garotinho, quando viu. Viu o quê? Um homem, e mais que ele, sua

mão surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido numa

bolsa promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu sorriso, Papai

Noel deu um passo firme e fez voz de vigia:

– Por favor, me deixe ver essa bolsa!

Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em

disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas,

derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguia outro

furacão, este encarnado, o Papai Noel aludido, que repetia em cores mais

vivas os desastres provocados pelo primeiro. A cena prosseguiu com mais

Santa Claus: nome do

Papai Noel em inglês.

Multinacional: que

opera em vários países.

States: forma usada,

em inglês, para fazer

referência aos Estados

Unidos da América.

Vocacional: relativa a

um talento natural.

“Jingle Bell”: famosa canção

de Natal estadunidense.

Aludido: referido.

LASSMAR

Milhares de sites são criados,

modificados e desativados

diariamente. É possível que,

quando forem consultados,

aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado de

endereço.

Leitura 1 – Antes de iniciar a

leitura, pergunte aos alunos

quais expectativas eles têm em

relação ao conto, partindo de

seu título. Que tipo de situação

pode ser narrada? Qual é o

tom (sério, bem-humorado,

educativo etc.) esperado? Ao

terminar a leitura, confrontem

a expectativa com o conteúdo

do texto.

Leituras 1 e 2

CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 4

CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Habilidades: EF67LP28,

EF67LP29

Capítulo 8

Pré-requisitos

• EF69LP09

• EF05LP19

• EF67LP04

• EF67LP02

• EF06LP08

Materiais digitais

Sequência didática 11:

Leitura, interpretação e

atualização do conto “Uma

aposta”, de Artur Azevedo

CG: 1, 3

CEL: 1, 3

CELP: 2, 5

Habilidades: EF67LP28,

EF67LP30, EF69LP44

Sequência didática 12:

Fotografia

CG: 3

CEL: 1, 5

CELP: -

Habilidades: EF67LP20,

EF69AR05

Avaliação 4

CG: 1, 4

CEL: 1, 2

CELP: 1, 2, 6

Habilidades: EF35LP27,

EF35LP28, EF06LP06,

EF06LP47, EF67LP02,

EF67LP04, EF67LP05,

EF67LP15, EF69LP47

CG: 1, 2; CEL: 1; CELP: 1

Habilidades: EF67LP08,

EF69LP03

Sugerimos uma primeira leitura silenciosa para que os alunos se familiarizem com a narrativa. Em seguida, você

pode dividi-la em três partes (parágrafos 1 a 5, 6 a 9 e 10 a 20), formar trios e pedir a um aluno que apresente o

texto oralmente aos outros. Essa atividade os ajudará a resolver dúvidas relativas aos acontecimentos narrados.

A leitura em voz alta, por um ou mais alunos, pode ser feita antes da correção da atividade.

Orientações para o

professor acompanham o

Material Digital Audiovisual

Material Digital Audiovisual

• Vídeo: “Trabalhadores”,

de Sebastião Salgado

P:309

235

235

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

dramaticidade e ruídos na escadaria da Emperor, pois a seção de brinquedos

era no sexto andar. No quarto pavimento Papai Noel chegou a grampear o

ladrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o

quarto e o segundo andares. Aí, novamente Papai Noel pôs a mão enluvada

no fugitivo, mas um grupo de pessoas que sa

ía do elevador poluiu a imagem

e ele tornou a ganhar distância.

Na avenida a perseguição teve novos aspectos e emoções. A pista era

melhor para corridas apesar de ainda maior o número de pessoas e obstá

-

culos. O ladrão logo à saída da loja chocou-se com uma mulher que car

-

regava mil pacotes, pacotinhos e pacotões. Foram todos para o chão. Um

propagandista de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que

o aeroporto de Congonhas teria desaconselhado devido ao mau tempo.

O Papai Noel também empurrava, esbarrava e derrubava, aduzindo ao

seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um refrão tão comum na cidade que

não entendo como ainda não musicaram. Na primeira esquina, quase...

Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou hesitante enquanto seu

colorido perseguidor se aproximava em alta velocidade.

Quando o ladrão do brinquedo entrou numa galeria da Barão, os

espectadores, digamos assim, tiveram a impressão de que tinham se

livrado do Papai Noel. Mas a câmera 2 logo mostrou o santo velhinho

entrando também na galeria com o mesmo ímpeto dos primeiros foto

-

gramas. Todavia, embora corresse em milhas e o outro em quilômetros,

não conseguia alcançá-lo.

Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão,

de ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também

sem resultado.

A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.

Lá, onde?

Naquele quarto de subúrbio.

Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo

presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas

e até apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre.

O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a

maravilha eletrônica.

– Papai, o senhor não devia ter comprado.

– Mas não comprei.

– Ahn?

– Ganhei.

– De quem?

– De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir. Ele correu atrás de

mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não?

In:

ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO et al. De conto em conto.

São Paulo: Ática, 2006. p. 42-46. (Coleção Quero Ler: Contos).

Congonhas: aeroporto

na cidade de São Paulo.

Aduzindo: trazendo.

Barão: referência à rua

comercial Barão de

Itapetininga, no centro

da capital paulista.

Fotogramas: imagens

de um filme.

Minhocão: nome popular

do atual Elevado João

Goulart, viaduto no

centro de São Paulo.

Marcos Rey (1925-

-1999) nasceu na cidade

de São Paulo, cenário

da maior parte de seus

livros. Escreveu contos,

crônicas e romances para

o público infantojuvenil,

mas também obras para

o público adulto, inclusive

roteiros para rádio, cine

-

ma e TV. Adorava abusar

do suspense e do hu

-

mor. Talvez você conheça

O mistério do cinco es

-

trelas ou O rapto do ga

-

roto de ouro, que fizeram

grande sucesso.

De quem é o texto? LULUDI/ESTADÃO CONTEÚDO

Foto de 1989.

P:310

236

236

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Desvendando o texto

1 O conto se inicia com a apresentação de um personagem: um Papai

Noel recém-contratado.

a) Que características tornavam aquele homem ideal para o cargo?

b) Além das habituais funções, esse Papai Noel teria um trabalho

especial. Qual? Por que ele havia se tornado necessário?

2 Releia o seguinte trecho.

“Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão

nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu o quê?”

a) A expressão “juntamente com seu sorriso” contribui para a impressão de que o Papai Noel age de modo simpático, divertido ou

fingido? Por quê?

b) As ações expressas por acabara de passar e viu ocorrem simultaneamente? Explique sua resposta.

c) Por que você acha que o narrador usou a expressão “quando viu.

Viu o quê?” em lugar de contar diretamente o que foi visto?

d) O que o Papai Noel fez depois de ter visto o que viu? Por que ele

agiu assim?

3 A partir do sexto parágrafo, a narrativa começa a ficar parecida com

cenas de filmes de ação.

a) Por que temos essa impressão?

b) A relação com o cinema é explorada pelo próprio narrador no

oitavo parágrafo. Que palavras ou expressões do texto se referem

a essa arte?

c) A narrativa se passa em São Paulo. Quais características dessa

cidade contribuem para a construção das cenas de perseguição?

4 O humor também foi um recurso usado pelo narrador. Cite uma

passagem que você considere engraçada.

5 O final da história surpreende o leitor.

a) Que substantivos foram usados nos parágrafos 6 a 9 para nomear

o personagem que pegou o brinquedo?

b) Como esse mesmo personagem é visto pelo leitor no final da narrativa?

c) A história se passa em uma época específica do ano. Como ela ajuda

a justificar a ação do personagem?

6 Releia um dos parágrafos do final do conto.

“A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas

prefiro que acabe lá.”

a) A que se refere o termo lá?

b) Se a história terminasse aqui, falaria de um roubo. O que muda quando o narrador dá continuidade a ela?

Biblioteca cultural

Para conhecer mais

sobre Marcos Rey, pesquise na Enciclopédia

Itaú Cultural, disponível

na internet. Aproveite para conhecer um

recurso que apresenta

o conteúdo do texto

usando libras (linguagem brasileira de sinais).

Um conto como esse

não é para ser lido ao

pé da letra, isto é, não

devemos concluir que

o narrador (ou o autor)

estimula ou justifica os

furtos. O que ele quer

nos mostrar?

Fala aí!

1a. O homem era gordo, tinha olhos azuis e conseguia

Espectadores, câmera 2, fotogramas.

3c. A cidade de São Paulo é muito

populosa e bastante movimentada, o

que ajuda a construir a ideia de uma

perseguição emocionante.

4. Resposta pessoal. Os alunos

podem indicar que é engraçada,

por exemplo, a passagem em que

se estabelece uma relação entre a

queda do homem que usava pernas

de pau e a aterrissagem forçada de

um avião.

Homem, furacão, ladrão,

fugitivo.

5b. Como o pai de um garotinho.

1b. O Papai Noel deveria observar os

frequentadores da loja à procura de

possíveis ladrões, já que o número

de furtos havia aumentado.

3a. Narra-se uma perseguição, com

momentos em que o ladrão é quase capturado, mas consegue fugir.

Durante a fuga, carros e pessoas

funcionam como obstáculos para

perseguidor e fugitivo.

Resposta pessoal.

5c. A ação se passa na véspera de

Natal, data em que os pais se sentem

pressionados a oferecer presentes

legais para os filhos.

sorrir por muitas horas.

À casa de subúrbio em que vive a família

do ladrão.

Ela passa a falar do amor de um pai por um filho.

2d. O Papai Noel confrontou um

homem que estava na loja, pedindo

para ver sua sacola, porque o flagra- ra roubando um trenzinho de pilha.

2c. A forma usada chama mais atenção para o ato de ver, perceber, e,

assim, contribui para o suspense.

2b. Não. A ação de passar a mão

nos cabelos ocorre um pouco antes

da ação de ver.

2a. Fingido. Porque a expressão su- gere que o sorriso do Papai Noel não

era espontâneo, mas automático.

Aproveitaremos o texto de

Marcos Rey para construir

com os alunos uma abordagem da estrutura do conto e,

por extensão, das narrativas.

Se achar conveniente, divida

a atividade em duas etapas e

faça correções parciais. A segunda parte pode ser feita em

duplas ou trios.

Fala aí! – Ajude os alunos a perceber que há uma crítica ao consumismo e à noção de que a felicidade está

vinculada à posse de certos objetos. A ação do pai é incorreta, porque ele furtou algo, mas a figura do Papai

Noel também parece ser reprovável, já que ela é vista, nesse conto, como um símbolo da sociedade consumista.

Questões 5, 6 e 7 – Ajude os

alunos a associar as respostas

que deu às atividades 5, 6 e

7 à reflexão proposta pelo

boxe “Fala aí!”. Faça perguntas que os auxilie a observar

a quebra de expectativa em

relação ao homem que pegou

o brinquedo e a desconstrução da figura tradicional do

Papai Noel como um velhinho

bom e gentil. Esses recursos

revelam uma crítica. Aproveite

também para refletir com os

alunos acerca dos mecanismos

criados para a movimentação

da economia (datas comemorativas, por exemplo, que muitas vezes se sobrepõem aos

elementos afetivos). Toda a

discussão contribui para que os

alunos percebam que o conto

é mais complexo do que parece a princípio e que quanto

mais desenvolver estratégias

diversas de leitura mais prazer

terá no contato com o texto

literário.

P:311

237

237

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c) Esse é o único ponto do texto em que o narrador usa a primeira pessoa. Que

palavra a revela?

d) Esse uso da primeira pessoa revela que ele é um dos personagens ou que

opina sobre os fatos?

O conto é narrado por um narrador-observador. Esse tipo de narrador conta a

história sem participar dela e, por isso, usa a terceira pessoa. Ele pode ser onisciente,

quando conhece todos os fatos, inclusive o que se passa no interior dos personagens

(seus pensamentos e sentimentos). Pode, ainda, fazer comentários sobre aquilo

que conta.

7 Se você voltar ao início do texto, perceberá que o narrador já demonstrava

antipatia pelo Papai Noel.

a) O Papai Noel é visto no conto como um sujeito muito distante da realidade

brasileira. Como essa ideia foi sugerida pelo narrador?

b) No final do primeiro parágrafo, o narrador afirma que um Papai Noel é “uma

mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala”. Esse trecho revela antipatia

pelo “bom velhinho” do conto ou por qualquer Papai Noel?

c) A loja contratou um Papai Noel esperando aumentar suas vendas. Em lugar

da figura bondosa que encanta as crianças, o que é esse Papai Noel?

Como funciona um conto?

As atividades propostas até agora exploraram vários aspectos importantes do

conto, ligados aos elementos básicos da narrativa. Veja.

A importância do espaço

A cidade movimentada contribui para as cenas emocionantes de perseguição, e a

loja de departamentos explica a presença de um Papai Noel.

A questão do tempo

As ações narradas duram algumas horas e ocorrem na véspera de Natal, o que dá

um sentido específico para o ato do ladrão.

As características dos personagens

A narrativa destaca a disputa do Papai Noel e do ladrão, que têm interesses conflitantes.

O comportamento do narrador

Ele conta uma história de que não participa, mas mostra simpatia por um dos

personagens.

Veremos, agora, o enredo, conjunto de fatos constituído de quatro partes.

• Situação inicial: apresentação dos fatos iniciais, que contextualizam a história.

• Conflito ou complicação: fato que altera a situação inicial.

• Clímax: momento de maior tensão na narrativa.

• Desfecho: solução do conflito.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Prefiro.

Opina sobre os fatos.

7a. O personagem trabalha para uma multinacional e fez um curso

de Papai Noel nos EUA.

Por qualquer Papai Noel; mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala”. Esse trecho revela antipatia

é uma generalização.

Esse Papai Noel é uma espécie de vendedor, que serve para estimular o consumo.

P:312

238

238

Trem Fantasma

Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a doença de Matias, e a

mãe dele mandou me chamar. Chorando, disse-me que o maior desejo

de Matias sempre fora passear de Trem Fantasma; ela queria satisfazê-lo

agora, e contava comigo. Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça.

Não se poderia levá-lo ao parque onde funcionava o Trem Fantasma. 

Teríamos de fazer uma improvisação na própria casa, um antigo palacete

nos Moinhos de Vento, de móveis escuros e cortinas de veludo cor de vinho.

Leitura 2

Para continuar refletindo sobre os contos, leia agora outra narrativa

que destaca relações humanas. É o conto “Trem Fantasma”, do escritor

gaúcho Moacyr Scliar.

As questões seguintes vão ajudar você a observar a construção do enredo.

1 Que fato começa a modificar a situação inicial?

2 O conflito opõe os interesses de dois personagens. Quais são esses

interesses?

3 Qual é o clímax do conto?

4 Durante a perseguição, você torcia pela captura do ladrão? Por quê?

5 Por que o narrador optou por não contar ao leitor o motivo do furto

desde o início da história?

6 O desfecho do conto mostra que essa narrativa tem um tema social.

Que aspectos de nossa sociedade ela quer destacar?

O gênero textual conto é uma narrativa breve, geralmente construída em

torno de um fato principal. A descrição dos personagens, do espaço e do tempo

e a apresentação das ações pelo narrador não se alongam; limitam-se ao que

é importante para narrar o acontecimento.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Biblioteca cultural

No site oficial de

Moacyr Scliar há uma

área com book trailers:

você pode ouvir trechos

de suas obras.

Leucemia: tipo de câncer.

Moinhos de Vento: bairro

da cidade de Porto Alegre.

238

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A ação do ladrão, que pega o trenzinho e o coloca na bolsa.

O Papai Noel quer exercer sua função de vigia, impedindo o furto

O conflito opõe os interesses de dois personagens. Quais são esses

de objetos, enquanto o ladrão quer levar o brinquedo para o lho.

A perseguição ao ladrão.

4. Resposta pessoal. É provável que boa parte da turma

responda afirmativamente,

justicando que o Papai Noel

tinha uma função a cumprir. Para manter o suspense ao longo da narrativa, obtendo

A desigualdade social e o consumismo.

o efeito surpresa e fazendo o leitor se deparar com um nal inesperado para muitos.

P:313

239

239

A mãe de Matias deu-me dinheiro; fui ao parque e andei de Trem

Fantasma. Várias vezes. E escrevi tudo num papel, tal como escrevo

agora. Fiz também um esquema. De posse destes dados, organizamos

o Trem Fantasma.

A sessão teve lugar a 3 de julho de 1956, às 21 horas. O minuano

assobiava entre as árvores, mas a casa estava silenciosa. Acordamos

o Matias. Tremia de frio. A mãe o envolveu em cobertores. Com

todo o cuidado colocamo-lo num carrinho de bebê. Cabia bem, tão

mirrado estava. Levei-o até o vestíbulo da entrada e ali ficamos, sobre o piso de mármore, à espera. As luzes se apagaram. Era o sinal.

Empurrando o carrinho, precipitei-me a toda velocidade pelo longo corredor. A porta do salão se abriu; entrei por ela. 

Ali estava a mãe de Matias, disfarçada de bruxa (grossa maquilagem vermelha. Olhos pintados, arregalados. Vestes negras. Sobre o

ombro, uma coruja empalhada. Invocava deuses malignos). Dei duas

voltas pelo salão, perseguido pela mulher. Matias gritava de susto e de

prazer. Voltei ao corredor. Outra porta se abriu – a do banheiro, um

velho banheiro com vasos de samambaia e torneiras de bronze polido.

[...] Saindo dali entrei num quarto de dormir onde estava o irmão de

Matias, como esqueleto (sobre o tórax magro, costelas pintadas com

tintas fosforescentes; nas mãos, uma corrente enferrujada). [...] Assim

era o Trem Fantasma, em 1956.

Matias estava exausto. O irmão tirou-o do carrinho e, com todo o

cuidado, colocou-o na cama. Os pais choravam baixinho. A mãe quis

me dar dinheiro. Não aceitei. Corri para casa. Matias morreu algumas

semanas depois. Não me lembro de ter andado de Trem Fantasma

desde então.

MOACYR SCLIAR. Contos reunidos.

São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 316-317.

Moacyr Scliar (1937-

-2011) era formado em

Medicina, mas adorava

fazer literatura. Escreveu romances, crônicas

e contos, muitos deles

publicados também em

outros países. Viajou

bastante pelo Brasil e

pelo mundo fazendo palestras sobre suas obras e

recebeu alguns prêmios

literários por elas.

De quem é o texto?BETO SCLIAR/FOLHAPRESS

Foto de 2007.

Como você se sentiu no final da leitura? Você se lembra de outra obra artística

que tenha produzido o mesmo efeito em você?

Fala aí!

LASSMAR

Minuano: vento forte e frio

que sopra no Rio Grande

do Sul após as chuvas

de inverno.

Vestíbulo: entrada

principal da casa.

239

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Fala aí! – Permita a muitos alunos que falem de sua experiência. É provável que comentem

que ficaram comovidos. Alguns

podem não gostar disso por

sentir que foram manipulados

pelo autor. Peça-lhes que sintetizem as obras que indicarem,

caso sejam desconhecidas, e

justifiquem a indicação. Crie

uma situação de fala pública

formal, com os demais alunos

ouvindo os oradores, que se

colocarão na frente da sala.

P:314

240

240

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Nesse conto, o narrador é um dos personagens da história. Portanto, narra em primeira

pessoa e é chamado de narrador-personagem. Esse tipo de narrador pode ser o personagem principal ou um personagem secundário que conta algo que testemunhou. Ambos

têm uma visão limitada porque só podem contar aquilo que viram e não têm acesso ao

que se passa na mente dos demais personagens. 1 Ao contrário da narrativa de “Pega ladrão, Papai Noel!”, a situação inicial de

“Trem Fantasma” não é dada ao leitor. Ele precisa deduzi-la.

a) Qual era a relação entre o narrador e Matias?

b) A família de Matias já desconfiava de que ele sofria de leucemia?

c) Como você imagina as semanas ou os meses anteriores da vida do menino

e da família dele?

2 A complicação tem início quando o narrador é chamado pela mãe do menino

doente.

a) O que ela lhe pede?

b) Embora tivesse apenas 10 anos, o narrador levou muito a sério o pedido da

mulher. Como ele agiu?

3 O desfecho desse conto surpreende o leitor, como acontece com “Pega ladrão,

Papai Noel!”? Explique sua resposta.

4 O narrador não oferece informações detalhadas dos personagens do conto.

a) Além de Matias, quais são esses personagens?

b) Que objetivo é comum a todos eles?

c) Em sua opinião, a ausência de detalhes impede o leitor de simpatizar com

os personagens? Por quê?

5 Nesse conto, o espaço é um recurso fundamental para o efeito da narrativa.

a) Como era a casa da família de Matias?

b) No momento da simulação do trem fantasma, como estava o clima?

c) As características da casa e do clima pareciam aliar-se (trabalhar em parceria)

aos personagens para a simulação da brincadeira. Explique essa ideia.

6 A narrativa em estudo nos revela dois tempos diferentes: o momento em que

o fato acontece e aquele em que ele é narrado.

a) Copie as duas frases que revelam o narrador já adulto.

b) Em nenhum momento o narrador conta seus sentimentos, mas podemos

deduzi-los. Releia o último parágrafo, identifique uma ação que os revela e

explique sua resposta.

Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores. Dependendo

do assunto e das características, são classificados como contos sociais, de amor, de humor,

de ficção científica, de terror, fantásticos, entre outros.

Da ob s erv aç ã o para a teoria

Refletindo sobre o texto

Eles eram amigos.

Sim.

A mãe pede ao narrador que a ajude a simular um trem

fantasma na casa para satisfazer um desejo de Matias.

O narrador foi a um parque de diversões para conhecer o

6b. Resposta pessoal.

O fato de não aceitar

dinheiro e de correr para

casa mostram que o

menino ajudou na si

-

mulação por amizade e

que estava triste. O fato

de não ter mais brincado

em um trem fantasma

sugere que a lembrança

de Matias é dolorosa.

Era um antigo palacete, com móveis escu

-

ros e cortinas de veludo cor de vinho.

5b. Era noite e ventava

forte.

5c. Tanto o ambiente da

casa quanto as condi

-

ções climáticas pareciam

sinistros, assustadores

e, assim, favoreceram a

criação de uma atmosfera

semelhante à da brinca

-

deira do trem fantasma,

colaborando com os personagens para realizar o

desejo do menino.

Não. Ele apenas confirma a morte do menino, que já era esperada.

Sua mãe, seu pai, seu irmão e

o próprio narrador.

Realizar o desejo do menino doente de pas

-

sear de trem fantasma.

4c. Resposta pessoal.

Espera-se que os alu

-

nos respondam nega

-

tivamente. O contexto

da história promove a

simpatia do leitor pelos

personagens por perce

-

ber o esforço deles para

agradar o menino que

está à beira da morte.

1c. Resposta pessoal. A

narrativa permite dedu

-

zir que Matias já vinha

demonstrando sinais da

doença, porque estava

mirrado a ponto de caber

em um carrinho de bebê

e já não podia sair de

casa. Provavelmente a

família estava desespe

-

rada procurando desco

-

brir qual era a doença,

porque o texto se inicia

com a confirmação de

um diagnóstico.

6a. “E escrevi tudo num

papel, tal como escrevo

agora”; “Não me lembro

de ter andado de Trem

Fantasma desde então”.

brinquedo e fazer um projeto que permitisse imitá-lo na casa do amigo.

P:315

241

241

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A história do conto “Trem

Fantasma” se passa em 1956,

quando as perspectivas de

cura do câncer infantojuvenil

eram demasiado pequenas.

Felizmente, hoje, com os

avanços da ciência, a doença

vem sendo tratada com sucesso. Crianças que recebem

o tratamento adequado e o

carinho de todos têm muito

mais chances de sarar.

Sabia?

FRANTAB/SHUTTERSTOCK

Neste capítulo, você

leu dois contos que

abordam relações humanas. De qual você

gostou mais? Por quê?

Fala aí!

Se eu quiser aprender mais

As vozes no conto

Como você já estudou, a voz que conta os fatos em uma narrativa

pertence ao narrador. Mas também é comum que os personagens falem,

o que pode ocorrer de forma direta ou indireta.

1 Vamos voltar aos contos deste capítulo para observar essas construções. O trecho em azul exemplifica o discurso direto, e o trecho

em verde, o discurso indireto.

Trem Fantasma

“Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a doença de

Matias, e a mãe dele mandou me chamar. Chorando, disse-me

que o maior desejo de Matias sempre fora passear de Trem

Fantasma; ela queria satisfazê-lo agora, e contava comigo.

Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça. Não se poderia levá-lo ao parque onde funcionava o Trem Fantasma.”

ILUSTRAÇÕES: LASSMAR

Pega ladrão, Papai Noel!

“Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos

eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar

a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu

o quê? Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando

um trenzinho de pilha, imediatamente metido numa bolsa

promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu

sorriso, Papai Noel deu um passo firme e fez voz de vigia:

– Por favor, me deixe ver essa bolsa!”

Fala aí! – Estimule os alunos a

comentar o estilo dos autores.

Marcos Rey propôs uma narrativa mais dinâmica, marcada

pelo humor, enquanto Moacyr

Scliar optou por um tom mais

sério e triste.

Se eu quiser aprender mais

CG: 2, 4, 6, 8

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 4, 7

Habilidades: EF67LP28,

EF67LP29, EF69LP43,

EF69LP47

P:316

242

242

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) Que sinal de pontuação introduz a fala do personagem no discurso

direto? Você se lembra de outro sinal de pontuação que poderia

cumprir a mesma função?

b) No discurso direto, a fala do personagem é apresentada diretamente ao leitor e, no indireto, é apresentada com as palavras do

narrador. Como poderia ser a fala da mãe de Matias (trecho 2)

em discurso direto?

c) Compare o trecho em discurso indireto à fala que você criou

para a mãe de Matias. Qual delas parece caracterizar melhor o

personagem? Por quê?

d) As falas dos personagens são introduzidas por verbos de elocução,

como dizer, perguntar, comentar etc., que podem ser acompanhados por palavras que detalham a maneira como algo foi dito.

I. Que palavra ou expressão poderia ser incluída junto de disse

(trecho 2) para descrever as emoções da mãe de Matias?

II. Que palavra ou expressão poderia acompanhar o verbo disse

para substituir “fez voz de vigia”, expressando a mesma ideia?

Vamos agora estudar esses dois tipos de discurso em uma anedota. Leia

o texto e responda às questões 2 a 5.

Bat-competição

O morcego-pai reuniu seus três filhotes e disse:

– Hoje faremos um teste para descobrir quem é o mais rápido para

encontrar sangue.

Depois disso, o pai pegou um cronômetro e disse ao mais velho:

– Sua vez.

O filho do morcego balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e saiu voando.

Quarenta minutos depois, voltou com a cara toda suja de sangue e explicou:

– Pai, tá vendo aquela morena com a pele branca lá embaixo?

O pai disse:

– Estou.

– Pois é, pai. Chupei todo o sangue dela.

Aí o pai disse ao filho do meio:

– Sua vez.

O filho do meio balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e após

vinte minutos, voltou com a cara toda suja de sangue. Ele explicou:

– Pai, tá vendo aquela vaca toda murcha e morta lá embaixo?

– Estou.

– Pois é, pai. Chupei todo o sangue dela!

Restando somente o caçula, o pai disse:

– Sua vez.

O caçula balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e após cinco

minutos, voltou com a cara toda suja de sangue e explicou:

LASSMAR

O travessão separa a fala, cumprindo uma função que

também poderia ser exercida pelas aspas.

No discurso direto, a fala do personagem é apresentada diretaSugestão: Matias sempre quis passear de Trem Fantasma.

Eu quero dar isso a ele e espero que me ajude.

Aquela em discurso direto, porque evidencia o comportamento emocional

do personagem, as características particulares de sua fala etc.

1d-I. Sugestões: Tristemente;

com voz chorosa; reunindo coragem.

1d-II. Sugestões: Disse autoritariamente; disse com

voz firme.

Questão 1 – Ao finalizar a correção da questão 1, faça na

lousa, com a ajuda dos alunos,

uma síntese das características dos dois tipos de discurso

estudados.

P:317

243

243

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 Para representar a fala dos personagens, a anedota usa o discurso

direto.

a) Que sinal de pontuação é empregado para introduzir as falas?

b) Quais verbos de elocução foram utilizados?

c) Cite duas formas verbais que poderiam substituir o verbo de

elocução do primeiro parágrafo.

d) A palavra explicou (quinto parágrafo) poderia ser trocada por

perguntou. Nesse caso, que diferença haveria?

3 Releia os dois primeiros parágrafos.

a) Reescreva-os usando o discurso indireto.

b) A troca do tipo de discurso altera o sentido do trecho?

c) Que palavras você precisou mudar para adaptar o texto?

4 Leia uma reelaboração do trecho final da anedota usando o

discurso indireto.

O caçula balançou suas asas, “flap, flap, flap”, e, após cinco minutos,

voltou com a cara toda suja de sangue. Perguntou então ao pai se ele

estava vendo o muro embaixo deles. O pai disse que estava, e o caçula

explicou que ele, ao contrário, não o tinha visto.

a) Em sua opinião, qual é a melhor formulação: em discurso direto,

em discurso indireto ou você não vê diferença? Por quê?

b) As anedotas e piadas são geralmente apresentadas oralmente. Qual é a contribuição do discurso direto para o humor na

situação oral?

5 As experiências dos três morcegos são narradas praticamente com

a mesma fórmula.

a) A repetição iguala ou diferencia as experiências dos morcegos?

b) Por que a repetição ajuda a criar o humor no final da anedota?

– Pai, tá vendo aquele muro lá embaixo?

O pai disse:

– Estou.

– Pois é, pai. Eu não vi!

Disponível em: <http://maquinadepiadas.blogspot.pt/2011/10/>.

Acesso em: 15 jun. 2018.

Você já havia estudado os tipos de discurso? O uso de um ou de outro

cria efeitos diferentes na narrativa. O discurso direto caracteriza melhor os

personagens, mostrando a maneira particular pela qual se expressam; o discurso indireto permite ao narrador resumir uma fala que poderia ser longa,

expondo apenas o que é importante.

O travessão.

Disse, explicou.

Sugestões: falou, armou, avisou, informou.

Explicou abrange as duas falas do personagem,

3a. O morcego-pai reuniu

seus três lhotes e disse que

naquele dia fariam um teste

para descobrir quem era o

mais rápido para encontrar

sangue.

Não.

A troca do tipo de discurso altera o sentido do trecho?

Hoje, faremos, é.

4a. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem

o discurso direto como uma

forma mais engraçada de

contar, porque mostra melhor

a inexperiência do morcego

caçula.

O discurso direto cria a possibilidade de o falante imitar o jeito

de falar do personagem, o que pode aumentar a graça do texto.

Iguala.

A repetição sugere que as expeenquanto perguntou se refere apenas à primeira fala que o segue.

riências foram iguais, mas a do morcego caçula foi muito diferente e inesperada, o que criou o humor.

P:318

244

244

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Agora você está pronto para se arriscar na produção de um conto

autoral. O tema a ser desenvolvido é o seguinte: um rapaz trabalha

como vendedor de flores em um cruzamento de uma cidade grande

brasileira. Em um dos dias, o calor está surpreendentemente forte e há

risco de as flores murcharem antes de serem vendidas. Se isso acontecer,

ele perderá o dinheiro que gastou para comprá-las, o qual fará muita

falta em sua casa.

Seu conto será, a princípio, lido por um colega. Depois ficará acessível

no blog da turma e poderá ser conhecido por meio de gravações, como

aquelas que compõem os audiobooks.

Momento de produzir

Planejando meu conto

Veja, no esquema a seguir, algumas orientações para auxiliar você em

sua produção.

Durante o planejamento, faça anotações

a lápis em uma folha

grande. Você poderá

modificá-las, incluir novos dados, numerá-las

para organizar melhor

a sequência etc. Só depois inicie o conto. Isso

ajudará você a criar um

texto mais organizado e

a perceber as partes que

podem ser melhoradas.

Dica de professor

Meu conto NA PRÁTICA

Da teoria para a... ... prática

O narrador representa a posição ou

ponto de vista a partir do qual a história será contada.

Escolha quem vai narrar: o próprio rapaz? Outro vendedor? Um motorista? Alguém que observa a cena

de uma janela? Um narrador onisciente? Essa escolha define o tipo de informação que você poderá usar.

O rapaz conta seus próprios sentimentos porque fala

em primeira pessoa; um observador pode apenas deduzi-los; um narrador onisciente pode comentar sentimentos de todos os envolvidos etc.

O enredo é a sequência de ações da

narrativa e começa com uma contextualização (situação inicial).

Inicie dando as informações necessárias para que o

leitor saiba quem é o personagem principal. Esses dados constroem a situação inicial e preparam a entrada

do conflito (complicação).

Os personagens são os responsáveis

por realizar as ações que formam o

desenvolvimento do conto.

Além do rapaz, quais personagens estarão em cena e

como vão se caracterizar? Alguns podem ser mencionados de maneira genérica (os motoristas dos carros,

por exemplo), e outros podem ser individualizados,

como um colega do vendedor, que pode ter um nome

e dizer algo.

Faça uma lista com as ações para observar se a tensão

está aumentando e para definir o clímax. Depois, pense em como a história vai terminar.

O enredo é desenvolvido com a

apresentação de ações que caminham para um ponto de grande tensão e depois se resolvem.

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Se possível, oriente os alunos a produzir o texto no

computador para facilitar os processos de escrita,

reescrita e edição.

Veja uma orientação alternativa no final da seção.

Meu conto na prática

CG: 1, 2, 4, 6, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3

CELP: 1, 2, 4, 5, 7, 10

Habilidades: EF67LP30,

EF67LP32, EF67LP33,

EF67LP37, EF69LP44,

EF69LP51, EF69LP53

Assim como em Leitura 1 e

Leitura 2, mantivemos, nesta proposta, uma temática

que desenvolve o senso de

empatia, previsto pela CG 9.

Atendemos também à habilidade EF67LP30, cujo foco

está na criação de narrativas

ficcionais, com atenção ao desenvolvimento intencional de

seus componentes, já analisados nas atividades anteriores.

O passo a passo contribuirá

para que os alunos definam,

de modo consciente, narrador, personagens, referências

temporais e espaciais e partes

do enredo, e os verifique em

interação, considerando o

sentido global a ser construído pela narrativa.

P:319

245

245

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Elaborando meu conto

1. Comece com um ou mais parágrafos que ajudem seu leitor a imaginar como é a

vida do personagem principal: rotina de trabalho, preocupações financeiras, vida

familiar, amigos etc.

2. Inicie a complicação descrevendo a situação que altera a rotina do personagem.

O que está acontecendo? Por que isso é um problema? Que sentimentos e pensamentos são provocados pelo acontecimento?

3. Desenvolva o conto, relatando ações que mostrem como o narrador lidou com o

que estava acontecendo. É o momento de fazê-lo interagir com outros persona

-

gens que podem ajudá-lo ou atrapalhá-lo. Veja que discurso – direto ou indireto –

é mais adequado em cada situação.

4. As ações devem resultar em um clímax, o momento de maior tensão.

5. Por fim, apresente um desfecho para o que foi narrado. O que acontece com as

flores? Como o narrador reage a isso?

6. Dê um título ao texto, buscando algo que possa atrair a curiosidade do leitor.

7. Releia seu texto para observar e corrigir, se for o caso, a divisão dos parágrafos

e das frases.

8. As relações de causa e consequência são muito importantes nas narrativas: uma

ação provoca outra e assim vai sendo criada a progressão. Veja se essas relações

estão bem claras.

Momento de reescrever

Avaliando meu conto

Troque seu texto com o de um colega. Enquanto ele avalia sua produção, você faz

o mesmo com a dele. Anotem, no final do texto, as letras maiúsculas de A a I. Elas

correspondem às questões a seguir. Respondam, em cada item, “sim”, “não” ou “mais

ou menos”. Em uma segunda leitura, usando lápis, anotem equívocos de ortografia,

pontuação e concordância.

Ao terminar, destroquem os textos e conversem sobre as respostas dadas.

A O título é coerente com o conto e atrai o leitor? B O leitor tem informações sobre a rotina do personagem? C Existe uma complicação relacionada às flores e ao calor? D As ações contadas tornam-se mais intensas até chegar a um clímax? E Há um desfecho que explica o que aconteceu com as flores e com o personagem

principal?

F Todas as informações necessárias para que o leitor compreenda a história foram

apresentadas?

G Houve um bom uso dos tipos de discurso? H Existe coerência na maneira de narrar, isto é, o narrador conta apenas aquilo

que poderia saber?

I Os parágrafos e as frases estão bem divididos?

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

P:320

246

246

Reescrevendo meu conto

1. O conto que você criou ficará disponível no blog da turma. Assim, considere os comentários de seu colega e decida se vai manter o conto como

está ou se vai reescrever uma ou mais partes para aprimorá-lo.

2. Verifique também as anotações relativas à linguagem. Corrija equívocos,

consultando um dicionário, uma gramática ou o professor.

Inserindo meu conto no blog da turma

O próximo passo é preparar a postagem no blog. Um grupo de quatro

ou cinco alunos formará a equipe de editores, responsável por receber os

contos, organizá-los, criar um texto de apresentação da atividade e enviar

os materiais para que o professor faça a postagem.

Sua parte

1. Utilizando um editor de textos, digite seu conto e explore a ocupação da

página, escolhendo o tipo e tamanho da letra, o espaçamento, a distância

da margem etc. Você é responsável pela aparência final de seu texto.

2. Envie o texto para a equipe de editores.

3. Considere o convite para gravar a leitura do conto. É mais uma forma de

compartilhar sua produção.

Editores

1. Produzam um vídeo curto de apresentação da atividade, contando a

proposta de produção.

2. Criem uma lista com os títulos dos contos, os nomes dos autores e um

LASSMAR

link para acessar os textos.

3. Convidem a turma para gravar a leitura de alguns dos contos.

4. Ajudem os alunos voluntários a preparar esse material.

Lembrem-se de orientar a leitura, que deve ser fluente e

expressiva, a fim de traduzir a compreensão e a interpre

-

tação do conto. O leitor deve estar atento ao ritmo, às

pausas e à entonação indicada pela pontuação. E, para

garantir uma boa audição, deve pronunciar as palavras

com clareza.

5. Cuidem para que o local de captação da voz esteja silen

-

cioso. A gravação pode ser feita usando aparelhos simples,

mas não pode ser comprometida por ruídos.

6. Disponibilizem os áudios com os textos.

7. Façam uma pesquisa de textos de outros gêneros que

também falem de vendedores de flores: uma animação,

uma fotorreportagem, uma reportagem de TV etc. O blog

ficará mais rico se vocês acrescentarem mais gêneros e

mais linguagens.

8. Apresentem a página pronta para a turma.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Neste capítulo você leu contos que tratam de relações humanas.

No primeiro, destacou-se o conflito; no segundo, a solidariedade.

O texto que você vai ler agora é uma notícia que também trata de uma

situação envolvendo relações entre pessoas. Conheça o fato e responda

às questões.

Textos em conversa

Cansada de ler sobre garotos, menina reúne

4.000 livros com garotas negras

Marley Dias, 11, começou uma campanha para reunir 1.000 livros com protagonistas negras.

ANDREA CIPRIANI MECCHI

Cansada de ler livros na escola sobre “garotos brancos e seus cachorros”,

Marley Dias, 11, resolveu começar um desafio ousado: reunir mil livros

cujas personagens principais fossem meninas negras.

Com ajuda de sua mãe, Janice, a garota, que vive em New Jersey,

nos Estados Unidos, começou a campanha na internet em novembro

do ano passado com a hashtag <#1000blackgirlbooks> (1.000 livros

de garotas negras).

“Eu estava na quinta série e fiquei frustrada porque só líamos livros

sobre garotos brancos e seus cachorros. Daí, eu falei com a minha mãe e

ela me disse: ‘ok, mas o que você vai fazer sobre isso?’ E eu decidi que ia

colecionar mil livros”, contou ela em entrevista à Folha.

Textos em conversa

CG: 1, 2, 4, 6, 8, 9, 10

CEL: 1, 2, 3, 6

CELP: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9

Habilidade: EF06LP02

Voltamos, nesta seção, à

ideia de que a literatura tem

o potencial de transformar

e humanizar, como prevê a

CELP 9. O foco da notícia está

na atitude de uma adolescente que reconhece a função da

literatura como forma de representação de identidades e

reúne livros que empoderam

a menina negra, atuando,

portanto, contra os preconceitos de gênero e de raça.

Nesse sentido, a reflexão estimulada pelo texto dialoga

também com a CG 9, que trata da valorização de grupos

sociais, sem preconceitos de

qualquer natureza.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

“Não me entenda mal, eu gostava daquelas his

-

tórias, eu só queria algo com que eu pudesse me

relacionar”, explicou.

Para Marley, se ver em um personagem é muito

importante, porque ajuda a entender e a lembrar

melhor da mensagem dos livros.

No começo, conta Janice, foi difícil. Elas rece

-

beram algumas doações, mas em janeiro, depois de

aparecerem em um jornal, os livros começaram a

chegar – e muitos, muitos deles.

Até agora, o projeto já reuniu mais de 4.000 livros,

muitos dos quais Marley e a organização social de

sua mãe, a GrassROOTS Community Foundation

– que acabou participando ativamente da campanha

e da organização dos livros –, doaram para a antiga

escola da garota, além de outros colégios nos Esta

-

dos Unidos e na Jamaica, onde Janice nasceu.

“Eu fiquei orgulhosa de mim por ter conseguido

atingir o objetivo e depois ultrapassá-lo”, contou

Marley. “E mil era um número grande para mim,

porque eu só tenho 11 anos”, brinca.

Ela e sua mãe esperam continuar recebendo doa

-

ções. “Acho que nós não tínhamos noção do dilema

internacional que é essa questão da falta de diversida

-

de e a Marley teve a chance de dar voz a um desafio

que muitas pessoas preferem não falar”, disse Janice.

Entre os favoritos de sua grande coleção, Marley destaca o livro Brown

Girl Dreaming (não há traduções em português), que conta, em poemas,

a história de uma garota afro-americana criada no sul dos Estados Unidos

durante os anos 1960 e 1970, em um contexto de segregação racial.

“Eu gostei, porque foi um desafio ler esse livro, já que era poesia”, con

-

ta ela. “Foi bom para eu desenvolver minhas habilidades de leitura e foi

muito divertido. Poesia é mais misterioso, porque os autores não tentam

te contar o significado direto, você pode ir lendo e fazer o seu caminho.”

Agora, Marley já tem planos de formar um clube de leitura de livros sobre

garotas negras. A ideia, explica ela, é que os participantes leiam o volume

escolhido durante o verão e depois discutam por Skype ou na internet.

“São livros sobre garotas negras, mas, na verdade, os livros são para

todas as pessoas que quiserem ler e você pode aprender muito neles sobre

racismo e cultura”, diz ela. ISABEL SETA. Cansada de ler sobre garotos, menina reúne 4.000 livros com

garotas negras. Folha de São Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.

com.br/folhinha/2016/04/1758611-cansada-de-ler-sobre-garotos-meninareune-4000-livros-com-garotas-negras.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2018.

Marley Dias escreve sua hashtag

<#1000blackgirlbooks> em quadro.

DR. JANICE JOHNSON DIAS (MÃE DE MARLEY)

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Essa notícia, assim

como outras publicadas

na internet, poderiam

ser facilmente compartilhadas em redes sociais.

Você a teria compartilhado? Por quê?

Fala aí!

1 Entre os gêneros jornalísticos, a notícia tem lugar central.

a) Por que a história de Marley se tornou notícia?

b) Algumas informações são fundamentais em uma notícia e costumam ser apresentadas logo no início do texto. Localize os dados

referentes ao fato noticiado.

• O que aconteceu?

• Quem estava envolvido?

• Onde aconteceu?

c) O momento em que o fato aconteceu também costuma ser

informado, mas não está evidente nesse texto. Como você pode

descobri-lo?

2 Algumas das afirmações a seguir são incorretas. Copie-as no caderno e explique por que são falsas.

I. Marley Dias não apreciava histórias com garotos brancos e seus

cachorros.

II. A menina entendia que as histórias lidas na escola não tinham

relação com sua própria identidade.

III. Quando ouviu a reclamação da filha, Janice estimulou-a a encontrar

uma solução para seu problema.

IV. Desde o início, Marley e Janice não tiveram dificuldade para conseguir

os livros desejados.

V. A menina guarda as obras que obteve com muito carinho.

VI. O caso de Marley revela que as escolas só oferecem a leitura de

livros com meninos brancos e seus cachorros por não haver obras

com outros personagens.

VII. Marley mostra-se interessada em livros que estimulem sua habilidade de leitura.

3 A campanha de Marley começou com um incômodo pessoal, mas a

menina acabou tocando em um problema social, coletivo. Qual?

4 A menina ainda tem outro projeto ligado à literatura. Qual é ele?

5 As fotografias reproduzidas nas páginas anteriores também estavam

na notícia publicada no site do jornal.

a) Descreva a primeira fotografia, observando seus elementos e a

disposição deles e expondo o efeito produzido por essa composição.

b) As legendas são textos muito curtos, que acompanham as fotografias

para contextualizá-las e se relacionam com dados apresentados na

matéria em que se inserem, como vemos nessa notícia. Já as fotolegendas, embora igualmente curtas, não estão associadas a outro

texto, por isso precisam ter informações completas. Reescreva a legenda da primeira foto para que se transforme em uma fotolegenda.

6 A história de Marley, contada nessa notícia, poderia dar um bom

conto. Quais seriam a situação inicial, o conflito (complicação) e

o desfecho?

2-V. Marley e a organização

social de sua mãe, a GrassROOTS Community Foundation, doaram muitos dos livros

para bibliotecas.

Resposta pessoal.

1a. Porque, embora muito

jovem, Marley lutou contra

um preconceito e realizou

uma campanha que obteve

muito destaque.

Foram reunidos quatro mil livros com histórias

protagonizadas por meninas negras.

Marley e sua mãe.

New Jersey, EUA.

O dado está disponível nas referências

bibliográficas que seguem o texto.

As respostas são sugestões.

Afirmações falsas: I, IV, V e VI.

A menina apreciava essas histórias, mas achava que

não deveria haver apenas personagens diferentes dela.

A afirmação é verdadeira.

A afirmação é verdadeira.

Antes de a campanha ser divulgada nos jornais, era

difícil conseguir os livros.

A menina reuniu mais de quatro mil livros, o

que sugere que há material disponível.

3. O preconceito ou o privilégio de alguns grupos sociais.

A predominância de obras

com meninos brancos revela

preconceitos étnico-raciais e

de gênero.

A afirmação é verdadeira.

Criar um clube de leitura para discussão das obras pela internet.

6. Situação inicial: a escola oferece à personagem apenas histórias de meninos brancos. Conflito: a personagem se

incomoda com a situação e resolve reunir livros com meninas negras como protagonistas. Desfecho: a personagem

consegue reunir mais de quatro mil livros e divulgar sua campanha.

Aproveite para explicitar as

partes que compõem essas

referências bibliográficas:

autor do texto, material (site,

livro etc.) de que foi copiado,

data da publicação e data do

acesso.

5a. A fotografia apresenta

Marley deitada sobre inúmeros livros. A foto cria um

contraste entre o tamanho da

garota e o espaço ocupado

pelos livros, que se estendem

por todo o quadro, confirmando seu êxito.

5b. Sugestão: Incomodada

com a leitura de livros protagonizados por meninos

brancos, a jovem estadunidense Marley Dias, 11, fez

uma campanha na internet e

reuniu quatro mil livros com

garotas negras.

Fala aí! – Estimule os alunos

a justificar suas respostas. É

interessante que percebam que

uma campanha como essa não

diz respeito apenas às pessoas

que são vítimas do preconceito racial. Como cidadãos, todos somos responsáveis pela

construção de uma sociedade

mais justa.

Questão 5 – Essa questão pode

servir como mote para que você

solicite aos alunos a produção

de mais um conto. A escrita

pode ser feita em grupos e a

avaliação deve levar em conta a

coerência entre a narrativa produzida e a história noticiada.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Veja novamente o título da notícia sobre a jovem Marley:

“Cansada de ler sobre garotos, menina reúne 4.000 livros com

garotas negras”.

Esse título indica o principal fato noticiado: reunir muitos livros com garotas negras. A ação é citada no predicado da oração e é atribuída à palavra

menina, que ocupa o lugar de sujeito. Para chamar a atenção, o produtor da

notícia preferiu destacar a pouca idade de quem fez a ação e excluiu a figura

da mãe, que também a auxiliou.

Nesta seção, você vai explorar diferentes efeitos produzidos pela escolha

do sujeito e conhecer três de seus tipos.

Vamos observar a estrutura das orações. Leia os enunciados desta tira do

quadrinista fluminense André Dahmer e responda às questões.

Malvados André Dahmer

© ANDRÉ DAHMER

1 Quantos personagens há na tira? Quais são as falas de cada um?

2 O último enunciado da tira é “Os peixes maiores devoram os menores”.

Explique a comparação feita entre empresas e peixes.

3 Observe que o enunciado “Que bonito!” vem antes de “Os peixes maiores

devoram os menores”. No final da leitura, o que o leitor conclui, então,

sobre o personagem que disse “Que bonito!”? Por quê?

4 Entre os enunciados da tira, há um que pode ser classificado como

frase, mas não como período. Qual é ele? Explique por quê.

Mais da língua

Sujeito determinado

Pra começar

Observe novamente a última fala. Como você já estudou, enunciados

com essa estrutura são chamados de períodos simples, porque são formados

por uma única oração.

1. Há dois personagens. Um deles

aparece no primeiro e no último

quadrinho, e suas falas são “Como

funcionam as grandes empresas?”

e “Que bonito!”. O outro personagem aparece no segundo quadrinho com a fala “Funcionam como

a mamãe natureza”; no último

quadrinho aparece apenas a fala

dele: “Os peixes maiores devoram

os menores”.

2. As grandes empresas são os

peixes grandes, que devoram os

pequenos (ou seja, as pequenas

empresas). Ocorre assim uma

disputa desigual, na qual quem

ganha é o mais forte.

4. Trata-se do enunciado “Que bonito!”, considerado uma frase, pois

tem sentido completo, mas não um período, já que não contém verbo.

3. O leitor conclui que o personagem que disse isso é ingênuo,

pois imaginou algo positivo considerando a comparação das

grandes empresas com a “mamãe

natureza”, ideia que será destruída pela última fala na comparação

das grandes empresas com os

peixes grandes a devorar os pequenos (as pequenas empresas).

No Capítulo 7, estudamos frase, oração, período, sujeito e predicado.

Agora, no Capítulo 8, propomos a revisão desses conceitos, também

reforçada nas atividades, e a ampliação da abordagem teórica.

Propomos, nesta coleção, que os

estudos de concordância verbal

e nominal sejam feitos conforme são estudadas as funções

sintáticas de sujeito, adjunto

adnominal e predicativo do

sujeito. Refletindo sobre essas

funções e aplicando-as na leitura

e na escrita, o estudante está

preparado para compreender

a relação entre elas e outros

termos da oração. Entendemos

ser contraproducente reservar

esse estudo para o 9o ano e

apresentá-lo como um conjunto

de regras. Parece-nos mais adequado construir e aprofundar

esse conhecimento ao longo do

Ensino Fundamental.

O sujeito indeterminado e a

oração sem sujeito serão estudados no volume do 8o ano,

quando os alunos já terão conhecimento da estrutura da

oração e mais consciência do

fenômeno de concordância

verbal e nominal.

Assuntos trabalhados na

parte de linguagem deste

capítulo:

• Estrutura das orações;

• Sujeito determinado;

• Concordância verbal;

• Acentuação gráfica em

hiatos e ditongos (revisão).

Mais da língua e Isso eu já vi

CG: 1, 2, 3, 4, 7

CEL: 1, 2, 3, 4, 5

CELP: 1, 2, 3, 4, 6

Habilidades: EF06LP12,

EF67LP05, EF67LP07,

EF67LP32, EF69LP03,

EF07LP07, EF08LP06

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Você já sabe também que, em geral, as orações são constituídas de duas

unidades. Aquela que contém o verbo e seus complementos é chamada de

predicado e sempre está presente na oração. A outra unidade é o sujeito,

ser ou objeto sobre o qual o verbo faz uma declaração.

“Os peixes maiores devoram os menores.”

sujeito verbo complemento

predicado

Entre as palavras que formam o sujeito, peixes é a central, à qual se

agregam os demais termos, por isso é chamada núcleo do sujeito. As

demais são termos que determinam esse sujeito.

O sujeito pode ser constituído de um ou mais núcleos, ou, ainda, pode

não estar explícito. Essa diferença determina sua classificação. Veja.

HUGO ARAÚJO

“Como funcionam

predicado sujeito simples

as grandes empresas?”

“Os peixes maiores

sujeito simples

devoram os menores.”

predicado

Sujeito simples: formado

por um só núcleo.

predicado

se assemelham.

sujeito composto

Grandes empresas e peixes grandes Sujeito composto: formado

por dois ou mais núcleos.

predicado

“Funcionam como a mamãe natureza.”

sujeito oculto

(As grandes empresas) Sujeito desinencial: é reconhecido, no

predicado, pela desinência do verbo.

O sujeito simples e o sujeito composto sempre estão expressos na frase,

enquanto o sujeito desinencial está implícito na desinência (terminação)

do verbo e pode ser reconhecido pelo contexto.

Há, ainda, mais duas classificações (o sujeito indeterminado e a oração

sem sujeito), que você estudará nos próximos anos.

1 Leia uma tira do ilustrador paulista Paulo Kielwagen.

Blue e os gatos Paulo Kielwagen

© PAULO KIELWAGEN

O sujeito determinado NA PRÁTICA

A NGB aboliu a nomenclatura

sujeito oculto. Entende-se que

o sujeito não está escondido na

oração, como sugere o termo

oculto, mas implícito na desinência do verbo. Emprega-se,

atualmente, a nomenclatura

sujeito desinencial ou sujeito

implícito na desinência verbal.

Se desejar ler sobre isso, consulte a obra Nossa gramática:

teoria e prática, de Luiz Antonio Sacconi (27. ed. São Paulo:

Atual, 2001. p. 333).

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) A primeira fala do gato Blue pode ser considerada uma frase e um

período? Por quê?

b) Que interjeição poderia ser colocada na primeira fala para expressar

os sentimentos de Blue?

c) Com quem Blue fala no último quadrinho?

d) Que pronome poderia ser incluído no enunciado do último quadrinho para indicar o sujeito da locução vai estragar?

e) Sem o pronome, como se classifica o sujeito da locução vai estragar?

E com o pronome?

f) Explique o que produz o humor nessa tira.

g) DESAFIO DE ESCRITA O parágrafo a seguir é uma análise da tirinha,

mas, propositalmente, há muita repetição de palavras. Reescreva

o texto em seu caderno, evitando repetir termos. Se achar conveniente, reúna duas ou mais orações em um único período.

Essa é uma tirinha de Paulo Kielwagen. Paulo Kielwagen é o criador do

Gato Blue. Na tirinha, o Gato Blue aparece, inicialmente, apreciando

um cheiro não identificado. O leitor percebe, em seguida, que o cheiro

vem do atum. O atum está sendo usado no preparo de uma pizza, mas

o Gato Blue parece espantado e, na sequência, desgostoso. Para o

Gato Blue, colocar o atum na pizza é uma forma de estragar o atum

e, sem entender o gosto humano, sente-se ofendido.

2 Leia esta notícia.

Casal é resgatado pela Marinha americana

de ilha deserta no Pacífico

Linus e Sabina Jack escreveram um pedido de socorro

na areia da ilha de Fayu, na Micronésia

ILHA FAYU, MICRONÉSIA. Parece roteiro de cinema, mas é verdade.

Um casal foi resgatado de uma ilha deserta no Pacífico depois que seu

pedido de socorro foi avistado por um avião da Marinha dos Estados

Unidos. As fotos com o pedido de SOS desenhado na areia da ilha

de Fayu, na Micronésia, foram divulgadas neste sábado pela conta do

Twitter @USNavy, embora o resgate tenha acontecido no último dia 25.

Linus e Sabina Jack, ambos de 50 anos, ficaram desaparecidos por

uma semana. O casal saiu da ilha de Weno no dia 17 de agosto sem o

equipamento de emergência e esperava chegar à ilha de Tamatam no

dia seguinte. Como não chegaram, foi iniciada uma busca, que contou com 14 barcos e dois aviões que rastrearam 30 mil km2. O sinal

de SOS foi visto por um avião da Marinha americana, que acionou a

guarda costeira para o salvamento de Linus e Sabina. [...]

Casal é resgatado pela Marinha americana de ilha deserta no Pacífico. O Globo.

Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/casal-resgatado-pela-marinhaamericana-de-ilha-deserta-no-pacifico-20005929>. Publicado em: 28 ago. 2016.

Acesso em: 10 maio 2018.

HUGO ARAÚJO

É uma frase, porque tem sentido completo nesse contexto, mas não é um período,

A primeira fala do gato Blue pode ser considerada uma frase e um

pois não apresenta verbo.

Que interjeição poderia ser colocada na primeira fala para expressar

Uma interjeição que expresse alegria, como Hum!, Oba!, Uau!, Oh!.

Com uma pessoa que está fazendo a pizza

e é representada pela mão.

O pronome você.

Sem o pronome: sujeito desinencial; com o pronome:

sujeito simples.

Explique o que produz o humor nessa tira.

1f. A diferença entre as perspectivas da pessoa que faz

a pizza (que gosta de atum

nela) e do gato (que acha

isso um absurdo, preferindo

o atum puro, do jeito que sai

da lata).

1g. Sugestão: Essa é uma

tirinha de Paulo Kielwagen,

o criador do Gato Blue. Nela,

o personagem aparece, inicialmente, apreciando um

cheiro não identificado. O

leitor percebe, em seguida,

que vem do atum usado no

preparo de uma pizza, mas

o gato parece espantado e,

na sequência, desgostoso.

Para ele, tal uso é uma forma

de estragar o peixe e, sem

entender o gosto humano,

sente-se ofendido.

Desafio de escrita – Peça

a alguns alunos que leiam

suas propostas de reescrita

e sistematize os resultados.

Desse modo, o repertório de

recursos de coesão da turma

poderá ser ampliado. Destaque

a substituição por sinônimos

ou pronomes e a possibilidade

de elipses.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Linha fina é a frase

que vem logo depois do

título; é uma espécie de

subtítulo.

Lembra?

3 Leia uma tirinha do quadrinista roraimense Armando Vitor.

Turma da Jurema Armando Vitor

a) Ao afirmar que a situação vivida pelo casal “parece roteiro de cinema”,

o produtor da notícia inclui, no relato dos fatos, uma observação

pessoal. O que ele sugere quando faz essa comparação?

b) Que palavras são usadas, no título e na linha fina, para designar as

pessoas que foram salvas?

c) Nem sempre o sujeito pratica uma ação. Observe as orações do

título e da linha fina: em qual delas o sujeito sofre a ação?

d) Anote mais dois exemplos do texto em que o sujeito sofre a ação

e sublinhe a locução verbal que expressa tal ação.

e) Em algumas orações com sujeito que sofre a ação, informa-se quem

a praticou. Transcreva dois exemplos desses praticantes.

© ARMANDO VITOR

a) No primeiro quadrinho, Jurema conta o motivo de sua animação.

Qual é?

b) Como a sequência da tirinha desconstrói a declaração inicial?

c) Com base nas duas respostas, conclua: o que provoca o humor

da tira?

d) Qual é o sujeito da locução verbal vai começar, do primeiro

quadrinho?

e) Explique por que a concordância entre essa locução verbal e seu

sujeito não está adequada à norma-padrão.

f) O equívoco indicado no item

e é admitido no contexto da tira, que

é informal. E em uma situação de fala formal, esse tipo de desvio

é aceitável? Explique.

Além de simples, composto ou desinencial, o sujeito determinado pode

ser classificado como sujeito agente, quando realiza a ação expressa pelo

verbo (O casal escreveu o pedido de socorro), ou sujeito paciente, quando sofre

o processo expresso pelo verbo (O pedido de socorro foi escrito pelo casal).

Quando há um termo responsável pela ação em uma oração com sujeito

paciente, esse termo é chamado de agente da passiva: O casal foi resgatado

por marinheiros

.

2c. Na oração do título, o

casal sofre a ação de ser

resgatado.

2a. Sugere que os fatos são quase inacreditáveis, estão distantes

do que costuma acontecer cotidianamente.

2d. “Um casal foi resgatado”;

“seu pedido de socorro foi

avistado”; “As fotos com o

pedido de SOS desenhado

na areia da ilha de Fayu, na

Micronésia, foram divulga

-

das”; “foi iniciada uma busca”;

“o sinal de SOS foi visto”.

Casal; Linus e Sabina Jack.

2e. Exemplos: “pela Marinha

americana”; “por um avião

da Marinha dos Estados Uni

-

dos”; “pela conta do Twitter @

USNavy”; “por um avião da

Marinha americana”.

Não. Em uma situação de fala formal, espera-se um

uso mais cuidadoso e monitorado da língua.

3a. O início das Olimpíadas

em breve, já que Jurema gosta

muito de esportes.

A quebra de expectativa.

O sujeito é “as Olimpíadas”.

3b. Embora queira aumentar

o volume da TV, Jurema fica

com preguiça de se levantar

para pegar o controle remoto,

o que sugere que ela é seden

-

tária, e não esportista, como

havia afirmado.

3e. O sujeito está no plural

(as Olimpíadas), e a locução

verbal deveria concordar com

ele (vão começar).

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

SD BIJU

4 Leia esta notícia.

Este é um girino de perereca da espécie Frankixalus jerdonii. Durante um século, se acreditou que esses animais haviam desaparecido da

natureza. Mas, em uma noite de 2007, uma equipe de pesquisadores

indianos estavam na floresta pesquisando sobre outros anfíbios quando

teriam ouvido uma “verdadeira orquestra” vinda do topo das árvores.

Eles iniciaram uma investigação e descobriram que o animal, além

de não ter desaparecido, faz parte de um novo gênero de pererecas, o

Frankixalus. Os resultados do estudo foram publicados [...] na revista

científica Plos One.

Bichos que foram notícia. UOL notícias. Disponível em: <https://noticias.

uol.com.br/album/2016/01/04/bichos-que-foram-noticia.htm?abrefoto=1

9%23fotoNav=13#fotoNav=30>. Acesso em: 15 jun. 2018.

a) Por que as pererecas da espécie citada no texto tornaram-se assunto

de uma notícia?

b) De acordo com a notícia, havia muitas pererecas da espécie Frankixalus na floresta onde estavam os pesquisadores indianos. Como

esse fato foi indicado no texto?

c) Qual é o sujeito da oração “Mas, em uma noite de 2007, uma equipe

de pesquisadores indianos estavam na floresta”? Classifique-o e

indique seu núcleo.

d) Segundo a norma-padrão, o verbo deve concordar com o núcleo

do sujeito determinado. Que equívoco pode ser observado na

oração indicada no item anterior? O que, provavelmente, causou

esse equívoco?

e) Reescreva a mesma oração três vezes, trocando o sujeito por:

I. vários pesquisadores;

II. um grupo de pesquisadores;

III. cerca de dez pesquisadores;

IV. a maioria dos pesquisadores.

Se precisar, consulte o quadro no final da questão 5.

4c. Uma equipe de pesquisadores indianos: sujeito

simples; núcleo: equipe.

4a. Porque se acreditava

que elas estavam extintas

da natureza, até uma equipe

de pesquisadores indianos

descobrir que isso não era

verdade.

4b. O texto menciona uma

“verdadeira orquestra” ouvida pelos pesquisadores, o

que sugere uma quantidade

grande desses animais.

4d. O verbo está no plural,

portanto não concorda com

o núcleo do sujeito: equipe. É possível indicar dois

motivos para o equívoco: a

concordância teria sido feita

com a expressão no plural

que acompanha o núcleo,

pesquisadores indianos, ou

com a ideia de que equipe

é uma palavra que sugere

várias pessoas.

4e. Mas, em uma noite de

2007, vários pesquisadores

estavam na floresta; [...] um

grupo de pesquisadores estava na floresta; [...] cerca de

dez pesquisadores estavam

na floresta; a maioria dos pesquisadores estava/estavam

na floresta.

Questão 4e – Sugerimos que as

reformulações sejam anotadas

na lousa e que a concordância

seja mostrada caso a caso.

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© BRUNO GALVÃO

a) No último parágrafo, o escritor do artigo empregou a palavra irreversível para

dizer que não acredita na redução da urbanização. Tal palavra foi formada a

partir de reversível. Identifique o prefixo anexado a ela e explique como ele

altera o sentido.

b) Complete a reformulação da primeira frase do texto, empregando uma palavra

com o mesmo prefixo: O processo de urbanização era * antes do século passado.

c) Transcreva as duas orações que informam porcentagens.

d) Leia, no quadro a seguir, a concordância que deve ser feita quando o sujeito

apresenta porcentagens. As duas orações estão de acordo com ela? Por quê?

e) Reescreva a oração “Hoje, mais da metade da população mundial vive em

áreas urbanas”, trocando a expressão sublinhada por a maior parte daspessoas.

f) Observe esta charge, que “conversa” com o tema explorado no artigo “Uma

breve história da urbanização”.

5 Leia este trecho de um artigo de opinião.

Uma breve história da urbanização

[...]

O processo de urbanização não se tornou expressivo, senão no século passado. Três por cento da população mundial viviam em centros urbanos até o ano

de 1800. Um século depois, em 1900, 14% representavam a população urbana e

12 cidades do mundo tinham população superior a um milhão de pessoas. Mais

50 anos, em 1950, a população urbana havia dobrado e o número de cidades

com mais de um milhão de habitantes crescera seis vezes.

Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas e, em 2030,

quase dois terços da população mundial deve viver nas cidades.

O processo de urbanização é irreversível e caminha a passos largos. As

cidades não têm alternativas, a não ser estruturarem-se para receber de forma

organizada e sustentável todo esse contingente de pessoas.

CLAUDIO BERNARDES. Uma breve história da urbanização. Folha de São Paulo. Disponível em:

<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiobernardes/2017/02/1861857-uma-brevehistoria-da-urbanizacao.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2018.

Explique como a charge sugere ideias semelhantes àquelas expostas no texto.

5a. O prefixo é in-, que

expressa negação. Ele

altera o sentido de reversível, que passa a

significar não reversível,

não alterável, não modificável.

5b. Inexpressivo.

5c. “Três por cento da

população mundial viviam em centros urbanos

até o ano de 1800”; “Um

século depois, em 1900,

14% representavam a

população urbana”.

5d. Não. O verbo deveria

estar no singular na primeira oração para concordar com o substantivo

que acompanha a porcentagem; nesse caso,

população. Na segunda

oração, ocorre apenas o

número, e a concordância deve ser, de fato, feita

no plural.

5e. Hoje, a maior parte

das pessoas vive (vivem) em áreas urbanas.

5f. Ao mostrar a casinha

sendo expulsa do espaço

ocupado por prédios, a

charge sugere a ampliação desse tipo de moradia, que abriga mais pessoas, e, com isso, indica

que está aumentando o

número de moradores

das áreas urbanas, aspecto exposto no artigo.

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256

256

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ILUSTRAÇÕES: VICENTE MENDONÇA

Neste capítulo, você

estudou os casos de

sujeito simples. Nos

próximos dias, preste atenção na fala das

pessoas ao seu redor e

verifique como é feita

a concordância entre o

verbo e os sujeitos desse

tipo. Anote exemplos

que chamem sua atenção e traga para a aula.

A língua nas ruas

Este quadro resume algumas regras de concordância previstas na norma-

-padrão.

1. Sujeito simples: o verbo concorda com o núcleo em pessoa e número.

As portas do armário emperraram.

2. Sujeito composto: se estiver antes do verbo, a concordância ocorre no

plural; se estiver depois, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo

ou aparecer no plural.

O pai e os filhos viajaram.

Viajou o pai e os filhos.

Viajaram o pai e os filhos.

Casos especiais

3. Porcentagem: se for acompanhada por substantivo, o verbo concorda com

ele; caso contrário, a concordância é feita com o número da porcentagem.

60% da turma prefere vôlei a futebol.

60% dos alunos preferem vôlei a futebol.

15% gostam mais de queimada.

4. Expressão partitiva (parte de, metade de, a maioria de, a maior parte de

etc.): quando está acompanhada por um substantivo ou pronome no plural, a

concordância pode ser feita no singular ou no plural.

Boa parte dos funcionáriosjá deixou / deixaram o prédio.

A maioria de vocêsjá pode / podem sair de férias.

5. Expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos

de, perto de etc.) acompanhada de numeral e substantivo: o verbo concorda

com o substantivo.

Cerca de trinta moradores compareceram à reunião do condomínio.

Mais de um morador contraiu dengue.

A língua nas ruas – É provável

que os alunos tragam exemplos de orações em que há

inadequações em relação ao

que é previsto na norma culta.

Anote algumas delas na lousa

e, evitando o uso da palavra

erro, discuta qual seria a forma

adequada a essa norma. Depois, explique a eles que, nas

variedades populares, não é

incomum que a ideia de plural

seja expressa apenas por um

dos termos, como ocorre em

“Os menino adora feijão-preto” ou “Nós pegou o ônibus

errado”. Reforce que o uso

feito nas variedades urbanas

de prestígio considera a concordância de todos os termos

que podem ser flexionados no

plural quando se deseja indicar esse número e que, como

eles estão avançando em seus

estudos, é interessante que se

valham dessas formas que são

valorizadas pela sociedade.

Não obstante, reafirme que

não é correto considerar tais

construções e outras das variedades populares como inferiores ou precárias. A maior

valorização de uma forma em

detrimento da outra, como eles

já vêm estudando, reflete a

maneira como a sociedade se

estrutura.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a) No conto que você leu, o homem e o menino vivem experiências

diferentes na véspera do Natal. Explique essa diferença e comprove

sua resposta com trechos do texto.

b) As características da criança destacadas no texto constroem uma

imagem de fragilidade. Explique o objetivo com que é construída

essa imagem.

c) Fernando Silva ou Fernando são o sujeito de vários verbos e locuções

verbais. No caderno, crie duas colunas: uma para sujeito expresso e

outra para sujeito desinencial. Em seguida, escreva nas colunas respectivas as formas e locuções verbais referentes a cada tipo de sujeito.

d) Por que é importante que o sujeito possa ficar implícito em algumas

passagens do texto?

e) Copie no caderno o terceiro período do texto. Separe as orações

e identifique e classifique os sujeitos, sublinhando os núcleos.

f) Por que a oração “ou talvez pedissem licença” apresenta um verbo

na terceira pessoa do plural?

g) Por que a oração “que um dos doentinhos andava atrás dele” tem o

verbo na terceira pessoa do singular?

Manágua: capital da Nicarágua,

país da América Central.

Espocavam: estouravam,

pipocavam.

Penumbra: ponto entre

a luz e a sombra.

6 Leia este conto curto do escritor uruguaio Eduardo Galeano

(1940-2015).

Noite de Natal

Fernando Silva dirige o hospital de crianças, em Manágua.

Na véspera do Natal, ficou trabalhando até muito tarde.

Os foguetes espocavam e os fogos de artifício começavam a

iluminar o céu quando Fernando decidiu ir embora. Em casa,

esperavam por ele para festejar.

Fez um último percorrido pelas salas, vendo se tudo ficava

em ordem, e estava nessa quando sentiu que passos o seguiam.

Passos de algodão: virou e descobriu que um dos doentinhos

andava atrás dele. Na penumbra, reconheceu-o. Era um menino

que estava sozinho. Fernando reconheceu sua cara marcada

pela morte e aqueles olhos que pediam desculpas ou talvez

pedissem licença.

Fernando aproximou-se e o menino roçou-o com a mão:

– Diga para... – sussurrou o menino – Diga para alguém que eu

estou aqui.

EDUARDO GALEANO. O livro dos abraços. São Paulo: L&PM,

2005. v. 465. (Coleção L&PM Pocket).

Leia este conto curto do escritor uruguaio Eduardo Galeano

.

Na véspera do Natal, ficou trabalhando até muito tarde.

e os fogos de artifício começavam a

iluminar o céu quando Fernando decidiu ir embora. Em casa,

Fez um último percorrido pelas salas, vendo se tudo ficava

em ordem, e estava nessa quando sentiu que passos o seguiam.

Passos de algodão: virou e descobriu que um dos doentinhos

, reconheceu-o. Era um menino

que estava sozinho. Fernando reconheceu sua cara marcada

pela morte e aqueles olhos que pediam desculpas ou talvez

HUGO ARAÚJO

Em algumas situações precisamos citar

trechos do texto que

estamos analisando

para comprovar nossas

respostas. Eles devem

aparecer entre aspas.

Dica de professor

Se esse conto fosse meu...

Como você continuaria essa narrativa? Crie mais alguns parágrafos para

construir um novo desfecho.

Essa imagem reforça a sensação de imagem de fragilidade. Explique o objetivo com que é construída

abandono e sensibiliza o leitor.

6e. “Os foguetes espocavam / e os fogos de artifício começavam a iluminar o céu / quando

Fernando decidiu ir embora”. Todas as orações têm sujeito simples.

6a. O personagem Fernando

Silva está saindo do trabalho,

um hospital que ele dirige, para ir

para casa, onde vai comemorar o

Natal, como revela o trecho “Em

casa, esperavam por ele para

festejar”. Já o menino, doente e

sozinho, e cujos olhos pareciam

pedir desculpas ou licença, sussurra com dificuldade “Diga para

alguém que eu estou aqui”, indicando o desejo de ter alguém,

fosse quem fosse, ao lado dele.

6c. No caderno, crie duas colunas: na primeira anote os verbos

ou locuções verbais que se referem ao sujeito Fernando Silva ou

Fernando explícito na oração; na

segunda, os verbos ou locuções

verbais que remetem a esse

sujeito que está implícito.

Para evitar que o texto se torne monótono

e enfadonho com a repetição do sujeito.

Copie no caderno o terceiro período do texto. Separe as orações

Porque o verbo se refere ao sujeito desi

Por que a oração “ou talvez pedissem licença” apresenta um verbo -

nencial aqueles olhos

Por que a oração “que um dos doentinhos andava atrás dele” tem o , que está no plural.

Porque o verbo concorda com a palavra um, que é o núcleo do sujeito.

Questão 6e – Destacamos os

sujeitos e sublinhamos seus núcleos. Comente com os alunos

que é um equívoco comum entender que o sujeito no plural

ou formado por mais de uma

palavra seja composto; aproveite o exercício para verificar

a compreensão da turma sobre

o conceito.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Acentuação gráfica em

hiatos e ditongos

Isso eu já vi

Existem três tipos de encontro vocálico: hiato, ditongo e tritongo.

Nesta seção, você vai relembrar como são usados os acentos gráficos em

palavras que apresentam os dois primeiros tipos.

Hiato é a sequência de duas vogais, em sílabas diferentes:

s

a

-

ú-de, ge-n

i

-

al.

Ditongo é a sequência de vogal na mesma sílaba + semivogal ou semivogal +

vogal: s

a

u-dá-vel, a-m

e

i, a-q

u

a-re-la, ci-ên-c

i

a

.

Tritongo é a sequência de semivogal na mesma sílaba + vogal + semivogal:

sa-g

u

ã

o, U-ru-g

u

a

i

.

Antes de estudar a escrita de algumas palavras, vamos aproveitar a lei

-

tura deste texto do poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014).

VICENTE MENDONÇA

Biblioteca cultural

Conheça mais a obra de Manoel de Barros. Procure, na internet, poemas

como “O menino que carregava água na peneira”, “O fazedor de amanhe

-

cer” e “Obrar”.

Árvore

Um passarinho pediu a meu irmão para ser a sua árvore.

Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.

No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de

sol, de céu e de lua mais do que na escola.

No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo

mais do que os padres lhe ensinavam no internato.

Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.

Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.

E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida

no tronco das árvores só presta para poesia.

No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.

Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,

envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros.

E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.

Meu irmão agradeceu a Deus aquela permanência em árvore

porque fez amizade com muitas borboletas.MANOEL DE BARROS. Poesia completa.

São Paulo: Leya, 2010. p. 394-395.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1 Qual é o fato principal narrado pelo eu lírico nesse poema?

2 Qual é o desfecho desse fato?

3 A poesia de Manoel de Barros faz referência frequente à natureza.

Nesse poema, como ele a humaniza?

4 O poeta se valeu de repetições como um recurso para produzir

efeito expressivo. Entre os substantivos e verbos, quais são as três

palavras que mais se repetem? O que explica essa escolha?

5 Encontre todos os hiatos e ditongos do poema e anote-os em duas

colunas em seu caderno conforme o exemplo. Se uma palavra tiver

ambos, repita-a nas duas colunas.

Ditongos Hiatos

pe-diu su-a

6 Três palavras da lista são acentuadas graficamente pela mesma

regra: são paroxítonas terminadas em ditongo. Quais são elas?

7 A palavra céu recebe acento gráfico em razão de outra regra. Veja-a

no quadro abaixo.

a) Cite mais três palavras que poderiam exemplificar essa regra.

b) Por que vocábulos como heroico, joia, geleia e assembleia não

são acentuados graficamente?

8 Observe agora os hiatos da lista.

a) Qual é a única palavra acentuada graficamente?

b) Na regra dos hiatos, acentuam-se graficamente apenas as

palavras cuja segunda vogal é i ou u. Cite cinco vocábulos que

poderiam exemplificar essa regra.

c) Ao tentar se lembrar das palavras, você encontrou algumas que

pareciam atender à regra, mas que não levam acento gráfico?

Em caso afirmativo, quais foram elas?

9 Muitas pessoas podem ficar em dúvida na hora de separar as sílabas

de palavras como vaidade, peneira e caiçara. Explique por que não

são corretas as separações va-i-da-de, pe-ne-i-ra e ca-i-ça-ra.

VICENTE MENDONÇA

Os hiatos são acentuados graficamente quando a segunda vogal é i

ou u e está sozinha na sílaba ou acompanhada por s: sa-í-da, e-go-ís-ta,

vi-ú-va, ba-la-ús-tre. Não há acento quando a vogal é seguida de nh, como

em ra-i-nha.

Acentuam-se os ditongos abertos ei, eu e oi quando são tônicos e estão

na última sílaba de uma palavra (oxítona) ou em um monossílabo.

Você já deve ter visto, em livros mais antigos, as palavras ideia e

europeia com acento no

e. Isso acontece porque,

antes da entrada em

vigor do Novo Acordo

Ortográfico da Língua

Portuguesa (2008), todos os ditongos abertos

eram acentuados. Mas

essa regra mudou.

Dica de professor

O irmão do eu lírico passou a viver como uma árvore a pedido de um passarinho.

O irmão aprendeu a entender melhor o mundo e se sentiu satisfeito com sua experiência.

5. Coluna dos ditongos: meu,

ir-mão, a-cei-tou, es-tá-gio,

a-pren-deu, céu, mais, Deus,

seu, des-co-briu, vai-do-

-sas, qual, en-vai-de-cia,

quan-do, lí-rios, a-gra-de-

-ceu, per-ma-nên-cia, mui-

-tas. Coluna dos hiatos: lu-a,

va-zi-a, po-e-si-a, en-vai-de-

-ci-a, no-me-a-da, ci-ú-mes.

3. Ele atribui ações e sentimentos humanos à natureza: o passarinho faz um

pedido, e as árvores apresentam sentimentos como a vaidade e o ciúme.

Estágio, lírios, permanência.

7b. Porque o ditongo aberto não

está na última sílaba dessas

palavras, mas na penúltima, o

que as torna paroxítonas.

7a. Sugestões: herói, chapéu,

pastéis, lençóis, troféu, anéis,

constrói, réu, dói, rói, véu.

Ci-ú-mes.

Sugestões: país, saúde, caído, saí,

faísca, cafeína, viúvo, juízo, saúva.

Ao tentar se lembrar das palavras, você encontrou algumas que

Resposta pessoal.

9. As separações não são corretas porque o i dessas palavras não é vogal, mas

semivogal, e portanto não pode formar sílaba sozinho.

4. Irmão; árvores; aprendeu.

Essas palavras formam o

núcleo do sentido, já que o

poema fala da aprendizagem

do irmão para ser árvore, e

enfatizam, portanto, a experiência fundamental que

ele teve.

Questão 4 – Os ditongos ia, ie

e io, quando átonos finais, costumam soar em uma só sílaba,

por isso recomendam-se as divisões es-tá-gio e per-ma-nên-cia.

Contudo, também se aceitam

as divisões como hiatos: es-

-tá-gi-o e per-ma-nên-ci-a. A

acentuação gráfica, neste último caso, justifica-se por serem

as palavras proparoxítonas.

Questão 3 – Antes de iniciar as

atividades relativas à acentuação gráfica, aproveite o poema

para uma prática de leitura

em voz alta. Divida a turma em

grupos e solicite que definam

o modo de ler o poema: ritmo,

altura da voz, ênfases etc. Cada

grupo deve escolher e orientar

um de seus integrantes a ler

para a turma. Solicite a esses

alunos que fiquem fora da

sala até o momento de sua

apresentação, para que não

sejam influenciados a mudar

a leitura planejada. Depois

das apresentações, pergunte

aos alunos de que leitura eles

gostaram mais e peça-lhes que

justifiquem sua resposta.

Boxe sobre ditongos abertos –

Caso os alunos não conheçam

o conceito de ditongo aberto,

exemplifique com céu em oposição a seu, que é um ditongo

fechado.

Questão 8c – É possível que

alguns alunos tenham pensado

nas palavras raiz, juiz, rainha,

ruim, campainha, caindo etc.

Ajude-os a perceber que a

regra apresentada no boxe

a seguir as exclui.

P:334

260

260

Conversa com arte

As fotografias a seguir, assim como os contos que você leu, procuram

problematizar o mundo real.

Esta fotografia, intitulada Hazara schoolboys (Escola de meninos

Hazara), foi tirada em Bamiyan, no Afeganistão, em 2007, pelo

fotógrafo estadunidense Steve McCurry, que já registrou imagens

marcantes de pessoas em diversos países em conflito.

STEVE MCCURRY/MAGNUM PHOTOS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Conversa com arte e

Expresse-se!

CG: 1, 2, 3, 6, 7, 8, 10

CEL: 1, 2, 4, 5, 6

CELP: 1, 4, 6, 7, 10

Habilidade: EF67LP08

P:335

261

261

Biblioteca cultural

Conheça outras fotos de McCurry em seu site oficial. Logo na primeira

página há uma galeria de imagens deslumbrantes.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

261

Observe atentamente a foto e participe da discussão oral proposta

por seu professor com base nas perguntas a seguir.

1 Você acha que os personagens retratados por McCurry posaram

para a foto? Por quê?

2 Que diferença você vê entre uma foto na qual os personagens

posam para o fotógrafo, fazendo o que ele determina, e outra

em que o registro é espontâneo?

3 Analise agora os aspectos formais da fotografia.

a) Que cor predomina na obra? Você acha que um fundo branco

produziria um efeito diferente? Explique sua resposta.

b) Observe a luz presente na foto. Você acha que ela é natural ou

foi produzida por equipamentos, tais como refletores?

c) As fotos podem apresentar vários planos, de acordo com a

distância do observador. Nesse caso há três. Você conseguiria

descrever o que vê em cada plano?

d) Os Hazara são um povo de origem mongol que reside principalmente na região central do Afeganistão, conhecida como

Hazarajat. Nessa foto da escola de Bamiyan, quais elementos são diferentes dos de uma sala de aula brasileira e quais

são parecidos?

4 Observe com atenção o olhar do menino que está sentado na

primeira carteira. O que ele sugere?

5 Em sua opinião, por que é importante uma foto que registra algo

tão cotidiano como uma sala de aula de crianças?

6 De que forma os contos lidos neste capítulo (“Pega ladrão, Papai

Noel” e “Trem Fantasma”) podem ser relacionados à foto que

abre esta seção?

Steve McCurry realiza o que chamamos de fotografia documental.

“Como fotógrafo, não posso me dar ao luxo de desviar o olhar. Não posso

antecipar o que vou fazer e editar o que vejo. Minha tarefa é captar tudo,

até o mais difícil. Minha intenção é obter imagens dotadas de sentido – e,

com isso, dar sentido à minha própria vida.” Ele defende que seu olhar

para o mundo procura obter imagens que tenham algum sentido próprio,

que passam também a “dar sentido” à sua própria vida.

2. Resposta pessoal. Sugestão: Na foto posada, o

fotógrafo tem maior controle

sobre o que registra e pode

criar a cena que quiser. Na

foto espontânea, ele depende

muito mais do elemento real

que está retratando.

3a. Predomina a cor verde.

Resposta pessoal. Espera-se

que o aluno conclua que a cor

verde, pelo contraste, dá mais

destaque às guras humanas,

enquanto o fundo branco as

amenizaria.

3b. A luz é natural e aumenta

a intensidade do verde, iluminando os rostos dos meninos.

3c. Resposta pessoal. No

primeiro plano está o menino

que olha atentamente para a

frente; no segundo, o menino

que coça a cabeça; e, no terceiro, outros quatro meninos.

3d. Elementos diferentes: as

roupas, os traços étnicos das

crianças e o fato de ser uma

escola apenas de meninos;

elementos comuns: a disposição das carteiras, o olhar

curioso das crianças, a caneta

e o tipo de carteira.

Tanto os contos quanto a foto procuram agrar aspectos

da realidade a partir da interpretação dos autores.

1. Espera-se que os alunos

respondam que não. As crianças parecem prestar atenção

na aula a que estão assistindo.

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

Questão 3c – Explique aos alunos que, no primeiro plano,

estão as imagens mais próximas

do observador; no segundo,

aquelas um pouco mais afastadas; e, no terceiro, as mais

distantes ainda.

Questão 4 – Verifique se os

alunos percebem que o olhar

dos meninos sugere que eles

estão bastante interessados

em algo que está sendo dito

ou mostrado, provavelmente

pelo professor.

Questão 5 – É provável que

os alunos percebam que a importância da foto reside em

mostrar um povo que, mesmo

distante deles geográfica e culturalmente, apresenta elementos comuns no cotidiano, como

o ambiente escolar.

P:336

262

262

Expresse-se!

Embora mantenha pontos de contato com o fotojornalismo – em que o fotógrafo registra com

seu equipamento, da forma mais objetiva e isenta possível, uma imagem a serviço de uma cobertura

de assuntos de interesse público –, na fotografia documental o fotógrafo faz um registro pessoal

do que vê, de modo a fornecer uma interpretação artística e particular da realidade.

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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Imagem do livro Perfume de sonho,

de Sebastião Salgado. São Paulo: Paisagem, 2015.

© SEBASTIÃO SALGADO/AMAZONAS IMAGES

1 Em que país você acha que foi registrada a foto ao

lado?

2 Observe o elemento colocado à frente das figuras

humanas. Com base nele, responda: que contexto

você acha que a série Perfume de sonho registra?

3 Que diferença você observa entre a foto de

Sebastião Salgado e a de McCurry que você

analisou?

4 Embora a foto registrada por Salgado trate de uma

vida dura, difícil, ela dá uma sensação de afeto e

humanidade a quem a observa. Você concorda com

essa análise?

No final do século XIX, o estadunidense

Jacob August Riis (1849-1914) fotografou

a vida urbana com o objetivo de defender

reformas sociais. Observe atentamente a

foto ao lado.

5 A foto reproduzida faz parte da série

How the other half lives (Como vive

a outra metade). O que você acha

que esse título quer dizer?

6 Que elementos da foto contribuem

para reforçar uma crítica social e, ao

mesmo tempo, provocam comoção

nos espectadores?

Street Arabs in “sleeping quarters” (Sem-teto

ou crianças de rua em “dormitório”), 1890.

JACOB RIIS/BETTMANN/GETTY IMAGES

1. Na China.

2. O contexto da produção de café.

Mostre aos alunos que o

olhar dos personagens, a

disposição deles na foto,

as mãos que se tocam

etc. sugerem o afeto mencionado.

3. A foto de McCurry é mais espontânea e em cores, enquanto a de Salgado é posada e em preto e branco.

4. Resposta pessoal.

5. O título se refere à forma como vivem as

pessoas mais pobres, que habitam as periferias.

6. O fato de as crianças estarem dormindo no chão, ao relento, em meio a

detritos, mas próximas entre si, serve à crítica social e, ao mesmo tempo,

comove o observador.

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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os smartphones popularizaram as fotografias. Hoje, tudo se transformou em imagem, do prato

de comida à festa de 90 anos da avó. Convidamos você a se arriscar e produzir imagens mais elaboradas: as fotografias documentais.

Veja as dicas a seguir para fazer sua foto.

1. Escolha cuidadosamente e depois estude o assunto que quer registrar: pessoas em uma feira

livre, artistas de rua, animais em situação de risco, natureza degradada, circo, tudo pode virar

fotografia documental.

2. Inspire-se observando fotografias documentais feitas por profissionais. Acesse na internet fotos

de McCurry e Sebastião Salgado, entre outros artistas que fizeram desse trabalho sua vida.

3. Reflita sobre como deseja capturar a imagem que escolheu para representar seu tema. Não se esqueça

de buscar situações espontâneas para que possa produzir uma autêntica foto documental.

4. Se for fotografar pessoas, seja respeitoso no momento de captar suas imagens e peça autorização

para divulgá-las.

5. Faça muitas fotos para que possa escolher as melhores. Procure captar cores, texturas, efeitos

de luz. Para receber dicas de como fotografar bem com celulares e câmeras, procure instruções

ou tutoriais em fontes confiáveis na internet.

6. Exponha sua foto junto com um pequeno texto explicando ao público seu objetivo.

Minha fotografia documental

Nem só de crítica social vive a fotografia documental. São famosos os

beijos registrados na rua – espaço bastante explorado pelos fotodocumentaristas. Veja a foto abaixo, tirada pelo francês Henri Cartier-Bresson.

HENRI CARTIER-BRESSON/MAGNUM PHOTOS/LATINSTOCK

Casal se beijando no

Boulevard Diderot,

Paris, 1969.

7 Os anos 1960, em Paris, foram uma época de grande

rebeldia dos jovens, revoluções culturais e lutas pelos

direitos das pessoas e pela

liberdade de expressão. De

que maneira esse contexto

aparece na foto?

8 O que contribui para a impressão de naturalidade,

isto é, de uma cena não

idealizada?

7. A foto de Cartier-Bresson

sugere a força da juventude

francesa e a espontaneidade

da expressão de sentimentos.

8. A presença do cachorro sob a

mesa e do cliente do restaurante

ao fundo.

Minha fotografia documental,

item 6 – A foto documental

associa o campo jornalístico ao

universo artístico, uma vez que

a imagem captada fornece uma

interpretação pessoal, única

da realidade. Nas Leituras 1 e

2, os alunos estudaram textos

literários com potencial para

humanizar; fotos documentais

também cumprem essa função,

revelando realidades particulares que podem levar ao reconhecimento e à valorização

da diversidade de indivíduos e

grupos sociais, com seus saberes e culturas. Nesse sentido,

contribui significativamente

para o desenvolvimento da

CG 9. A atividade prevista na

seção estimula os estudantes a

utilizar a fotografia como um

recurso para a expressão de

ideias e sentimentos e valoriza

o trato intencional e reflexivo

com essa linguagem.

Você pode convidar o professor

de Arte para uma atividade conjunta, com base na produção

dos alunos. Junto com a turma,

vocês podem escolher algumas

das produções e comentar os

elementos em destaque, a escolha do ângulo, o efeito das

cores/tonalidades etc.

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264

Leitura puxa leitura

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O sal da Terra, de Juliano Salgado e Wim Wenders

Por que devo assistir a esse

documentário?

Para conhecer a trajetória do

renomado fotógrafo Sebastião

Salgado e entrar em contato

com seu grandioso projeto

Gênesis, expedição em que

registrou povos e espaços do

planeta até então inexplorados.

264

STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK

Site de Steve McCurry

Por que devo acessar esse site?

Para admirar as deslumbrantes fotografias

produzidas pelo artista ao longo de sua carreira:

<http://stevemccurry.com>.

Contos e crônicas para ler na escola,

de Moacyr Scliar

Por que devo ler essa coletânea?

Quase como uma fotografia feita com

palavras, Moacyr Scliar registra em

seu livro fatos cotidianos, eventos históricos e lembranças familiares, tudo

em detalhes que seduzem os leitores.

O rapto do garoto de ouro,

de Marcos Rey

Por que devo ler esse

romance?

Para conhecer uma história

de suspense de outro autor

importante da literatura

brasileira que encantou

gerações. Nele, Léo, Gino

e Ângela investigam o rapto de um astro do rock,

Alfredo, conhecido como

o Garoto de Ouro, desaparecido desde sua festa de

aniversário de 16 anos em

uma cantina italiana. REPRODUÇÃO

Leitura puxa leitura e

Biblioteca cultural em

expansão

CG: 2, 3, 5, 6

CEL: 1, 2, 5, 6

CELP: 3, 8, 9, 10

Habilidade: EF69LP49

Neste capítulo, os alunos

conheceram ou reencontraram os autores Marcos Rey e

Moacyr Scliar. Sugerimos que

você os leve até a biblioteca

da escola ou biblioteca pública

próxima para uma atividade

de “leitura puxa leitura”,

ou seja, para uma busca de

materiais vinculados àquilo

que conheceram e que eles

gostariam de ler. Eles podem,

por exemplo, escolher antologias de contos, encontrar

outras obras escritas por esses autores, identificar obras

(literárias ou não literárias)

com temática semelhante

etc. Eles precisarão justificar

a escolha em uma atividade

que pode ser feita em pequenos grupos ou com a classe

inteira. Caso não seja possível

ir a uma biblioteca, pode-se

pensar em entrar no site de

uma biblioteca pública, como

o da Biblioteca Nacional, e

fazer uma busca no catálogo

de obras gerais. Após consultar os títulos, podem buscar

sites de editoras e livrarias que

apresentem resumos, sinopses

ou resenhas das obras.

P:339

265

Biblioteca cultural

em expansão

265

No capítulo dedicado ao estudo do conto, você conheceu Marley

Dias, garota estadunidense que fez uma campanha na internet (#1000

blackgirlbooks) para buscar mil livros com os quais pudesse se identificar. Conheça a seguir outras ações desse tipo.

Saiba mais! com a Turma da Mônica – Inclusão social

Tati, que tem síndrome de Down, Luca, que é cadeirante, e Dorinha, que é

deficiente visual, são protagonistas das histórias em quadrinhos (HQs) criadas pela equipe de Mauricio de Sousa. Conheça mais sobre eles na internet.

Do luto à luta, de Evaldo Mocarzel

Nesse documentário, têm papel central os portadores de

síndrome de Down, que atinge cerca de oito mil bebês a

cada ano no Brasil. No filme, conhecemos, sob a ótica dos

downianos, as dificuldades enfrentadas por eles no cotidiano.

100 livros infantis com meninas negras

Site do projeto de Luciana Bento, do blog “A mãe preta”, “que busca trazer visibilidade para as meninas negras na literatura infantil”: <100meninasnegras.com>.

© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA

KIRILL KIRSANOV/

SHUTTERSTOCK

LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK

REPRODUÇÃO

Se for possível, considere a

possibilidade de os alunos lerem o romance O estranho

caso do cachorro morto, de

Haddon Mark, protagonizado por um garoto autista

muito bom em resolver problemas matemáticos, mas

que não consegue lidar com

as emoções e os contatos com

pessoas. Trata-se de uma história de mistério que envolve o leitor adolescente e, ao

mesmo tempo, o coloca em

contato com uma individualidade muito particular.

P:340

266

Minha canção

266

Cifra: Principal (violão e guitarra)

Tom: F

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Dom... Dom.... domdom... Dom... Dom.... domdom

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Iriê... laê.....ra Iriê la... ê

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Passarinho de toda cor Gente de toda cor

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou

A Bm7 E/G# A

Eu sou amarelo claro Sou meio errado Pra lidar com amor

A D/F# E7

No mundo tem tantas cores São tantos sabores

E7 A/C# D6 A9

Me aceita como eu sou

A Bm7 E/G# A

Eu sou ciumento, quente, friorento Mudo de opinião

A D/F# E7

Você é a rosa certa Bonita e esperta

E7 A/C# D6 A9

Segura na minha mão

A Bm7 E/G# A

Eu sou amarelo claro Sou meio errado Pra lidar com amor

A D/F# E/G#

No mundo tem tantas cores São tantos sabores

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A canção reproduzida a seguir foi criada pelo grupo A Barca dos Corações

Partidos – Cia. Brasileira de Movimento e Som para a peça teatral Auê.

Composto por músicos e atores de várias partes do país, essa companhia

surgiu em 2014 e atuou em espetáculos premiados. Em 2016, a trupe

lançou, por financiamento coletivo, o disco Auê, que reúne 21 canções

de amor do espetáculo de mesmo nome.

De toda cor

Renato Luciano

AJGUL/SHUTTERSTOCK

Minha canção

CG: 3, 4

CEL: 1, 2, 3, 5

CELP: 1, 3, 4, 7

Habilidade: EF67LP12

P:341

267

267

E7 A/C# D6 A9

Me aceita como eu sou

A Bm7 E/G# A

Eu sou ciumento, quente, friorento Mudo de opinião

A D/F# E7

Você é a rosa certa Bonita e esperta

E7 A/C# D6 A9

Segura na minha mão

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Passarinho de toda cor Gente de toda cor

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou

Am Bb Gm

Que o mundo é sortido

C

Toda vida soube

C° Dm

Quantas vezes

F Bb

Quantos versos de mim em minh’alma houve

C C° Eb7 Ab

Árvore, tronco, maré, tufão, capim, madrugada, aurora, sol a pino e poente

Ab A° Bbm Db F

Tudo carrega seus tons, seu carmim

Gb

O vício, o hábito, o monge

Ab A°

O que dentro de nós se esconde

A9

O amor

Bm7

O amor

E7

A gente é que é pequeno

A9 A9

E a estrelinha é que é grande

Bm7

Só que ela tá bem longe

E/G#

Sei quase nada meu Senhor

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AJGUL/SHUTTERSTOCK

P:342

268

268

Minha canção

E7 A/C# D6 A9

Só que sou pétala, espinho, or

A9 Bm7 E7 E7

Só que sou fogo, cheiro, tato, plateia e ator

A/C# A9 A9 Bm7

Água, terra, calmaria e fervor

E7

Sou homem, mulher

E7 A/C# A9

Igual e diferente de fato

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9 A9 Bm7

Sou mamífero, sortudo, sortido, mutante, colorido, surpreendente, medroso e estupefato

E7 E7 A/C# A9

Sou ser humano, sou inexato

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Passarinho de toda cor Gente de toda cor

A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9

Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou

R. LUCIANO. De toda cor. Intérprete: Renato Luciano. In: Renato Luciano. De toda cor.

Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2017. Cifras disponíveis em: <https://www.cifraclub.com.

br/renato-luciano/de-toda-cor/>. Acesso em: 10 maio 2018.

Biblioteca cultural

Para ver o grupo A

Barca dos Corações Partidos executando “De

toda cor” dentro do espetáculo Auê, pesquise

em fontes confiáveis da

internet.

Você costuma prestar atenção nas ilustrações que acompanham os textos dos livros que lê? A ilustração é uma linguagem visual que, em geral, não

apenas reproduz informações presentes no texto, como também fornece

uma interpretação original do ilustrador sobre o conteúdo desse texto. Uma

ilustração pode ser um desenho ou uma pintura, feitos com tinta, carvão,

lápis, entre outros materiais, ou uma colagem.

Observe algumas ilustrações feitas por artistas a pedido de autores de

livros. Atente para a linguagem que cada um desses artistas utiliza e arrisque

dizer a que público elas se destinam.

A primeira e a terceira

ilustrações apresentam

muitas cores, as figuras

são facilmente reconhecíveis, seus personagens

são compostos de traços

simples, e elas parecem

dirigidas ao público infantil. A segunda ilustração é

monocromática, apresenta figuras mais obscuras e

de reconhecimento mais

difícil e parece estar ligada a um público adolescente ou adulto.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1. Rogério Coelho. Ilustração digital

(técnica mista).

2. Carlos Caminha. Aquarela.

© ROGÉRIO COELHO

© CARLOS CAMINHA

AJGUL/SHUTTERSTOCK

P:343

269

269

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3. Luna Vicente. Massinha de modelar.

© LUNA VICENTE

Vamos agora ilustrar a canção “De toda cor”. Para isso, você e seus colegas de equipe realizarão as etapas de trabalho a seguir.

Investigação em grupo

Selecionem de seus livros didáticos, livros de contos de fadas, jornais,

revistas, blogs, sites etc. ilustrações que chamem sua atenção. Anotem em

seus cadernos as técnicas utilizadas nos trabalhos (pintura, desenho, colagem). Procurem identificar a relação que existe entre as ilustrações e os

textos verbais. Analisem quais informações as ilustrações fornecem sobre

os textos a que estão ligadas.

Análise coletiva da canção

Depois de lerem a letra e de ouvirem a melodia de “De toda cor”, reflitam e discutam em grupo sobre o conteúdo dessa canção. Para auxiliar sua

reflexão, baseiem-se nas questões seguintes:

1. Na canção, há passarinhos bem diferentes uns dos outros, “amarelo

claro”, “destrambelhado”, “ciumento”, “errado”, “desengonçado” etc.

O que você acha que eles simbolizam?

2. Várias estrofes são fechadas com o verso “Me aceita como eu sou”.

De que forma você o interpretaria? Que apelo fazem os passarinhos?

Manipulação individual das ilustrações

Cada aluno escolherá uma ilustração com a qual tenha se identificado

e produzirá uma cópia. Imitando a técnica utilizada pelo ilustrador, deverá

inserir na ilustração algum elemento novo e coerente. O próprio grupo vai

analisar as alterações promovidas por seus integrantes.

Produção da ilustração original

Agora, usando a técnica de ilustração de que mais gostaram e tendo

como base a discussão feita, produzam uma ilustração para “De toda cor”.

Decidam se terão como foco uma estrofe, um verso ou a canção toda.

Exposição das ilustrações

O trabalho será exposto em uma parede da sala de aula ou no pátio da escola.

Simbolizam as diferentes formas de ser das pessoas.

Resposta pessoal. Espera-se

que os alunos apontem que os

passarinhos (as pessoas) pedem que as individualidades

sejam respeitadas.

Proponha um trabalho em

parceria com o professor de Arte, que poderá

orientar os trabalhos ou

propor uma nova atividade

a partir desta.

P:344

270

Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

270

Bibliografia

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abril.com.br/economia/preco-do-diesel-tem-4a-quedasemanal-seguida-sem-chegar-ao-consumidor/>. Acesso

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ISBN 978-85-16-10619-5

9 7 8 8 5 1 6 1 0 6 1 9 5

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