SE LIGA
NA LÍNGUA
LEITURA, PRODUÇÃO
DE TEXTO E LINGUAGEM
WILTON ORMUNDO
CRISTIANE SINISCALCHI
Componente curricular:
LÍNGUA PORTUGUESA
o
ano
6
LEITURA, PRODUÇÃO
MANUAL DO DE TEXTO E LINGUAGEM
PROFESSOR
MANUAL DO PROFESSOR
1a
edição
São Paulo, 2018
WILTON ORMUNDO
Bacharel e licenciado em Letras (habilitações Português/Linguística) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Mestre em Letras (Literatura Brasileira) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo. Professor de Português e diretor pedagógico em escolas
de Ensino Médio em São Paulo por 21 anos.
CRISTIANE SINISCALCHI
Bacharela e licenciada em Letras (habilitação Português) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Mestra em Letras (área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada)
pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Professora de Português e coordenadora de Língua Portuguesa em escolas de Ensino Médio
em São Paulo por 25 anos. Coautora de livros didáticos e paradidáticos.
Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA
SE LIGA NA LÍNGUA
LEITURA, PRODUÇÃO
DE TEXTO E LINGUAGEM
o
ano 6
Coordenação editorial: José Paulo Brait, Mônica Franco Jacintho,
Natália Coltri Fernandes
Edição de texto: Cíntia Afarelli Pereira, Eliana Bighetti Pinheiro, José Paulo Brait,
Kelly Soares, Natália Coltri Fernandes, Yuri Ortin Elste Bileski
Assistência editorial: Anabel Maduar, Carolina Scattolini Felix, Daniel Maduar
Assistência pedagógica: Letícia Delamare, Regina Soares
Preparação de texto: Áurea Romeiro de Faria
Gerência de design e produção gráca: Everson de Paula
Coordenação de produção: Patricia Costa
Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues
Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite
Projeto gráco: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto
Capa: Bruno Tonel, Douglas Rodrigues José, Mariza de Souza Porto
Fotos: wavebreakmedia/Shutterstock, Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock,
Nessa Gnatoush/Shutterstock
Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho
Edição de arte: Rodolpho de Souza
Editoração eletrônica: Casa de Ideias
Ilustrações de vinhetas: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto
Coordenação de revisão: Maristela S. Carrasco
Revisão: Ana Maria C. Tavares, Ana Paula Felippe, Beatriz Rocha,
Fernanda Marcelino, Know-how Editorial, Leandra Trindade,
Marina Andrade, Nair H. Kayo, Renato da Rocha, Rita de Cássia Sam, Simone Garcia,
Thiago Dias, Viviane Oshima, Willians Callazans
Coordenação de pesquisa iconográca: Luciano Baneza Gabarron
Pesquisa iconográca: Cristina Mota, Graciela Araujo Naliati, Junior Rozzo,
Márcia Sato, Maria Marques
Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues
Tratamento de imagens: Fernando Bertolo, Joel Aparecido, Luiz Carlos Costa,
Marina M. Buzzinaro
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. Oliveira, Marcio H. Kamoto,
Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Impressão e acabamento:
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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2018
Impresso no Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ormundo, Wilton
Se liga na língua: leitura, produção de texto
e linguagem : manual do professor / Wilton Ormundo,
Cristiane Siniscalchi. — 1. ed. — São Paulo :
Moderna, 2018.
Obra em 4 v. do 6o
ao 9o
ano.
Componente curricular: Língua Portuguesa.
Bibliografia.
1. Linguagem e línguas (Ensino fundamental)
2. Português (Ensino fundamental) 3. Textos (Ensino
fundamental) I. Siniscalchi, Cristiane. II. Título.
18-20171 CDD-372.6
Índices para catálogo sistemático:
1. Português : Ensino fundamental 372.6
Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964
Sumário
III
Introdução ......................................................................................................... IV
A coleção e o ensino-aprendizagem
de Língua Portuguesa ....................................................................... VI
A BNCC e a coleção ........................................................................................ VI
Linguagem: esse objeto tão complexo.............................................. VII
Princípios teórico-metodológicos gerais ........................................ VIII
As práticas de linguagem e a
organização da coleção .................................................................... IX
Leitura/escuta .................................................................................................... IX
Produção de textos ........................................................................................ XII
Oralidade .................................................................................................................. XV
Análise linguística/semiótica ........................................................... XVI
Área de Linguagens – Arte .................................................................... XIX
Gêneros digitais............................................................................................... XIX
Interdisciplinaridade .................................................................................. XXI
Avaliação ................................................................................................................ XXI
1. Eixo da leitura – domínio de vocabulário ................................... XXII
2. Eixo da leitura – compreensão de informações .................... XXII
3. Eixo da leitura – poemas .................................................................. XXIII
4. Eixo da leitura – expressão de ideias ........................................ XXIII
5. Eixo da produção de textos – texto expositivo .................... XXIII
6. Eixo da produção de textos – apresentação oral ................ XXIV
Grade relativa ao uso da língua ................................................... XXIV
Material digital ............................................................................................ XXV
Seções e boxes da coleção ................................................................. XXV
Orientações gerais ................................................................................... XXXII
Orientações específicas ............................................................ XXXIII
Introdução ........................................................................................................ XXXIII
Primeiro bimestre ..................................................................................... XXXIII
Material digital ............................................................................................. XXXV
Propostas de produção de texto extras ....................................... XXXV
Segundo bimestre .................................................................................... XXXVI
Material digital ........................................................................................... XXXVII
Propostas de produção de texto extras .................................... XXXVIII
Terceiro bimestre .................................................................................... XXXVIII
Material digital ..................................................................................................... XL
Propostas de produção de texto extras ............................................... XL
Quarto bimestre ................................................................................................. XLI
Material digital .................................................................................................... XLII
Propostas de produção de texto extras ............................................ XLIII
Tutoriais – Material digital ........................................................ XLIV
I. Gravação e edição de vídeo ................................................................. XLIV
II. Gravação e edição de áudio ................................................................ XLIV
III. Criação de blog .......................................................................................... XLV
A BNCC – Competências e habilidades ..................... XLVI
Competências gerais da Educação Básica .................................... XLVI
Competências específicas de linguagens
para o Ensino Fundamental ..................................................................... XLVI
Competências específicas de língua portuguesa
para o Ensino Fundamental .................................................................... XLVII
Tabelas BNCC .................................................................................................. XLVIII
Referências ....................................................................................................... LXVIII
Sugestões de leitura .................................................................................... LXXI
IV
Introdução
Caro professor,
Em 2017, foi homologada a Base Nacional Comum Curricular
da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (BNCC), documento que, como sabem os educadores brasileiros, estabelece
conhecimentos, competências e habilidades que o aluno deve
poder desenvolver ao longo das etapas da escolaridade básica. Comprometida com a educação integral, a BNCC defende
propostas pedagógicas atentas à progressão e ao desenvolvimento pleno do aluno e voltadas para a concepção desse aluno
como ser integrante e protagonista de práticas sociais nos
vários campos de atuação.
Nesta coleção nos alinhamos integralmente às propostas
apresentadas na BNCC. Em primeiro lugar, porque partilhamos
a concepção de acordo com a qual a educação não deve privilegiar uma única dimensão; é necessário desenvolver competências que mobilizem “conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”, como preconiza o documento (p. 8). Em segundo lugar,
porque também entendemos, tal qual a BNCC, que o mundo
contemporâneo exige novas competências para “aprender a
aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos
das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para
identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades” (p. 14). Em
terceiro lugar, porque reconhecemos no texto da BNCC o diálogo com propostas oficiais anteriores a ela e com estudos recentes de grande importância, como as competências socioemocionais e a metacognição. E por fim, em quarto lugar, porque
reconhecemos a importância desse documento pioneiro, que
norteia os currículos e propostas pedagógicas das escolas do
Brasil, respeitando as realidades distintas que caracterizam
nosso complexo país.
Não obstante, como educadores defendemos que é preciso
considerar um período de transição para que o conjunto de
orientações dispostas na BNCC seja colocado em prática.
Sabemos que esta coleção estará nas salas de aula a partir de
2020, quando você terá turmas formadas por alunos que frequentaram cursos norteados pelo conteúdo do documento
apenas a partir de 2018 e, mais especificamente, de 2019, momento em que chegaram as coleções didáticas alinhadas com
esse material. Há que se considerar, portanto, que a efetivação
das propostas ainda estará em andamento, sendo necessários
ajustes, retomadas, reiterações etc., sobretudo, nos parece,
no que tange à cultura digital, que talvez corresponda à inovação mais acentuada.
Ainda considerando esse momento de introdução da BNCC,
optamos, neste manual e nas várias comunicações com você,
realizadas nas bordas das páginas do livro do estudante – no
chamado “manual em U” –, por citar ou parafrasear trechos do
documento, além de listar, no início das seções (ou blocos de
seções afins), as competências e habilidades mobilizadas pelas
atividades propostas. Como educadores, precisaremos nos familiarizar com o texto e, ainda que você já o conheça há algum
tempo e esteja acostumado a recorrer a ele nas discussões
sobre sua prática e na elaboração de seus cursos, acreditamos
que não é demais a menção constante para que nos apropriemos cada vez mais das orientações. Também desejamos que
você acompanhe e entenda as opções metodológicas da coleção, para que possa colocar as atividades em prática com segurança ou realizar as adaptações que considere pertinentes a
seu grupo e à sua realidade.
No “manual em U” também há orientações pontuais para o
desenvolvimento das atividades. Ora nele, ora na própria página do aluno, você encontrará algumas propostas complementares e alternativas que poderão parecer mais difíceis, como, por
exemplo, a proposta de uso de equipamentos de que sua escola
não dispõe. Sugerimos que você tenha contato com essas
orientações com certa antecedência, para que possa organizar
suas práticas e orientar seus alunos.
Ainda no “U”, constam alguns comentários breves sobre conhecimentos prévios desejáveis para a exploração de um tópico, ou sobre relações entre um assunto em estudo e outros posteriores, assim como a indicação de leituras de textos teóricos
a que recorremos para definir recortes de conteúdo. Em alguns
momentos, mostramos a você que ocorreram avanços nos estudos e explicamos por que optamos pela incorporação ou não
deles àquilo que vamos explorar com os alunos.
Por meio de estudos teóricos consistentes e de nossa prática de mais de vinte e cinco anos de sala de aula, procuramos
produzir uma coleção jovem, atualizada e arejada, que possa
interessar aos estudantes de várias maneiras. Essa preocupação se traduz até no projeto gráfico desenvolvido para a
coleção. Cada cor, cada elemento gráfico, vinheta, ilustração,
cartaz (de filme, peça de teatro), reprodução de obra de arte
(pintura, fotografia, grafite) e de capa de livro ou CD foram
pensados minuciosamente para dialogar com os adolescentes
e com seu universo particular. No volume do 6o ano, as ilustrações exploram os cartuns, com os quais os alunos já estão
mais familiarizados. No do 7o
ano, têm inspiração no universo
dos mangás (histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês)
V
e animes (quando animadas para TV ou cinema), por se tratar
de um gênero bastante apreciado pelos pré-adolescentes
e adolescentes. No volume do 8o
ano fomos inspirados pela
técnica de colagens – nossa experiência tem mostrado que
alunos adolescentes apreciam a ideia de uma arte em construção, possível de ser feita ou refeita por eles, acessível. São
bastante comuns nessa fase os cadernos personalizados, os
adesivos, as sobreposições etc. No volume do 9o
ano, por sua
vez, dialogamos com o universo das HQs e charges, ampliando
ainda mais o repertório dos alunos e explorando as possibilidades da construção da argumentação e do humor.
Também na seleção dos textos, nas atividades propostas,
nas abordagens teóricas e na organização do conteúdo, procuramos criar um trabalho marcado pela precisão conceitual
e pela progressão, mas também prazeroso. Levamos isso em
consideração quando procuramos, por exemplo, equilibrar atividades mais densas e complexas com outras mais simples ou
de realização mais ágil; ou quando definimos as muitas atividades que dialogam com o universo lúdico, com a cultura juvenil
e com a cultura digital, de forte apelo para os adolescentes e
igualmente produtivos como ponto de partida das reflexões.
Entendemos que uma obra didática instigante e múltipla não é
um fator de dispersão, mas um meio de dialogar com as novas
práticas de comunicação – não só dos adolescentes –, hipertextuais e hipermidiáticas.
Nessa mesma direção, nossa coleção prioriza o protagonismo dos alunos. Ao propor atividades de naturezas diversas,
esperamos ter criado o ensejo para que habilidades distintas sejam mobilizadas, permitindo que todos os alunos, com
seus potenciais diferentes, ganhem notoriedade e/ou atuem
conjuntamente para o alcance de um objetivo. Entendemos,
em consonância com a BNCC, que os estudantes não podem
estar em sala de aula submetidos a uma recepção passiva de
conhecimentos, que não propicia seu desenvolvimento pleno e
mitiga seu interesse pelo prosseguimento dos estudos e pelo
envolvimento em práticas saudáveis e cidadãs, como as relativas à vida pública ou ao compartilhamento artístico. Queremos
deles a participação ativa e a colaboração na realização de projetos, para que possam ampliar sua autoestima e capacidade de
diálogo, bem como sua responsabilidade e resiliência.
Você perceberá que, progressivamente, muitas atividades
deixarão de ser feitas em conjunto pela turma e com sua mediação e passarão a ser desenvolvidas em grupos menores, em
situações dentro ou fora da sala de aula, mas sem seu gerenciamento direto. Pretendemos com isso construir situações em
que os alunos possam exercitar a resolução de conflitos e a flexibilidade, bem como definir e seguir lideranças, o que contribui
não só para o autoconhecimento como também para a formação para o trabalho.
A seguir, expomos, em detalhes, a proposta didática da
coleção, descrevemos sua estrutura, tratamos de avaliação e
trazemos algumas sugestões para o trabalho com alunos com
dificuldades de aprendizagem. Apresentamos, igualmente,
considerações acerca do conteúdo específico do volume, explicando a razão da seleção dos gêneros e das práticas adotadas
para sua exploração. Por fim, indicamos algumas propostas extras de produção de texto.
Agradecemos pela escolha e nos colocamos à disposição para
futuras contribuições, críticas e debates sobre os quatro volumes
desta coleção, que só se transformam efetivamente em livros de
verdade quando estão em suas mãos e nas de seus alunos.
VI
A coleção e o ensino-aprendizagem de
Língua Portuguesa
A BNCC e a coleção
Como antecipamos na introdução, esta proposta didática está articulada à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), oficializada em dezembro 2017. A proposição de uma base já estava
prevista desde a Constituição Federal em 1988, sendo corroborada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
n. 9394/96) e nos documentos oficiais subsequentes (Parâmetros Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares Nacionais).
São consideradas orientadoras deste material didático as
premissas da BNCC (2017) referentes à promoção da equidade na educação, por meio do estabelecimento de aprendizagens essenciais a serem desenvolvidas pelos estudantes ano
a ano no decorrer da Educação Básica. Na Base, tais aprendizagens são organizadas de acordo com competências e habilidades que direcionam a formação integral dos estudantes
em suas variadas dimensões (intelectual, afetiva, ética, física,
sociopolítica etc.).
Certamente, um material didático não dá conta de desenvolver sozinho tais aspectos, mas nos orientamos fortemente
por essas premissas para a construção deste projeto, buscando preservar a autonomia docente. Lembramos, nesse sentido,
que a BNCC não é um currículo, mas um documento que orienta
a construção de currículos e projetos político-pedagógicos das
escolas, bem como de materiais didáticos.
O componente curricular Língua Portuguesa insere-se na
área de Linguagens, juntamente com Artes e Educação Física, nos anos iniciais, e também Língua Inglesa, nos anos finais.
O documento considera que “as atividades humanas realizam-
-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens:
verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas
práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações,
estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais,
morais e éticos” (BNCC, 2017, p. 61). Nessa perspectiva, com a
qual dialogamos como professores e como autores, a interação
é o princípio constitutivo da linguagem, concepção mais bem
discutida neste guia nos itens adiante.
Considerando tal concepção de linguagem, defendida também por outros documentos oficiais anteriores, e o compromisso com a educação integral, assumido pela BNCC (2017), entendemos a necessidade de articulação entre as competências
gerais que organizam a Educação Básica (BNCC, 2017, p. 9-10)
e as competências específicas da área de Linguagens (BNCC,
2017, p. 63) e do componente curricular Língua Portuguesa
(BNCC, 2017, p. 85).
Na BNCC (2017), relembramos, propõem-se eixos de
aprendizagem, constituídos por práticas de linguagem (oralidade, leitura/escuta, produção textual e análise linguística/
semiótica)1
, vinculados a campos2
de atuação: Campo da vida
cotidiana (somente anos iniciais), Campo artístico-literário,
Campo das práticas de estudo e pesquisa, Campo jornalístico/
midiático e Campo de atuação na vida pública. Na Base, cada
campo apresenta determinados gêneros, práticas, atividades
e procedimentos.
Neste material, o gênero funciona como elemento organizador de cada capítulo, sempre orientado às práticas de linguagem, o que permite o planejamento de ações e a seleção
de determinados textos como objetos de ensino, considerando os campos de atuação a que se vinculam. Isso não significa
que o gênero se torna um mero conteúdo a ser ensinado; ele
é elemento organizativo do trabalho docente, segundo uma
noção de espiral, ou seja, acrescentam-se gradativamente,
a partir do contato com cada novo gênero proposto, outras
formas de explorar a leitura e a produção textual. A transição
entre os Anos Iniciais e Finais decorre dessa noção, ou seja, da
ampliação de determinadas vivências presentes em diferentes campos de atuação humana a partir dos gêneros tomados
como foco em cada capítulo.
Tendo como finalidade permitir que os estudantes participem de diferentes práticas de linguagem, a BNCC (2017) também contempla a cultura digital imbricada na questão dos multiletramentos (ROJO, 2012, 2013), o que significa compreender
o texto em sua multiplicidade semiótica e cultural. A cultura
digital, portanto, está presente em práticas de linguagem que
exploram os textos multimodais ou multissemióticos contemporâneos, em sua maioria digitais, que implicam novos procedimentos e capacidades de leitura e produção textual, já que
articulam, de modo indissociável, a linguagem verbal com fotografias, diagramas, gráficos e infográficos, vídeos, áudios etc.
A seguir, expandiremos a concepção de linguagem, bem
como o trabalho proposto para cada prática de linguagem,
buscando apresentar os subsídios necessários para o desenvolvimento e acompanhamento das atividades propostas
nesta coleção.
1 O termo “semiótica” demarca a análise das múltiplas semioses (som,
imagem, movimento etc.).
2 O conceito de campos de atuação refere-se às esferas, histórica e
ideologicamente definidas (BAKHTIN, 1953-1954), que organizam a produção, recepção e circulação de diferentes textos, concretizados em diferentes gêneros textuais. Os campos de atuação propostos pela BNCC
representam, portanto, uma leitura didática de tal conceito, sendo uma
diretriz organizadora das práticas de linguagem apresentadas, possibilitando distintas possibilidades de organização curricular.
VII
que, portanto, inclui as relações da língua com aqueles que a utilizam, com o contexto em que é utilizada, com as condições sociais
históricas de sua utilização” (Soares, 1988, p. 59).
Essa mudança significativa de abordagem passou a se refletir nas principais leis e documentos oficiais do período. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do
Ensino Fundamental (1998) demarcaram tais mudanças ao propor o texto, materializado em diferentes gêneros textuais, como objeto de ensino. Nesse novo paradigma, o texto tornou-se
o ponto de partida e de chegada no ensino da língua materna,
com o propósito de permitir aos alunos realizar análises e reflexões das condições sociais efetivas de produção e de recepção,
reconhecidas nos usos reais da língua (Batista, 2004).
Tal fundamentação se articula à teoria dos gêneros proposta por Bakhtin* (1929, 1953-1954) e a releituras feitas por outros
teóricos, entre os quais Marcuschi (2008) e Koch e Elias (2010).
Segundo Marcuschi (2008), os gêneros textuais são dinâmicos,
de complexidade variável, e não é possível contá-los todos, pois
são sócio-históricos e variáveis. Em diálogo com ele, as autoras
Koch e Elias (2009) defendem que “todas as nossas produções,
quer orais, quer escritas, se baseiam em formas-padrão relativamente estáveis de estruturação de um todo denominado
gêneros [...]. Longe de serem naturais ou resultado da ação de
um indivíduo, essas práticas comunicativas são modeladas/
remodeladas em processos interacionais dos quais participam
os sujeitos de uma determinada cultura” (p. 55).
É também na compreensão de linguagem como interação
oriunda da perspectiva enunciativo-discursiva que a BNCC
(2017) se fundamenta. Considerando essa concepção, nesta coleção compreendemos a interação como princípio constitutivo
da linguagem, entendida como uma multiplicidade de práticas
verbais (orais ou escritas) ou multissemióticas que se concretizam nas relações sociais estabelecidas cotidianamente. Os sujeitos participam de variadas atividades humanas (ir ao parque,
trabalhar, ler um livro, assistir a uma aula etc.), organizadas por
distintas práticas sociais de linguagem, nas quais eles se constituem ao assumir diferentes papéis na interação com o outro e
ao estabelecer os usos efetivos da linguagem. Essas relações
sociais estão em constante transformação, de acordo com o
tempo e a cultura de dado espaço. E é por meio da linguagem,
em suas variadas possibilidades de materialização (verbal –
oral ou escrita, visual-motora – libras, corporal, sonora, digital
etc.), que agimos para marcar nosso posicionamento no mundo,
constituímos vínculos, estabelecemos pactos e compromissos,
entre outros aspectos impossíveis sem a linguagem.
Tendo como objeto de ensino o texto em diferentes gêneros
textuais, conforme orienta a BNCC (2017), as práticas de linguagem (leitura/escuta, produção de textos, oralidade e análise
linguística/semiótica) configuram-se como eixos de aprendizagem, que se vinculam aos campos de atuação (artístico-literário, das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico/midiático e de atuação na vida pública), estabelecendo relações com
os usos reais da linguagem, o que permite a contextualização
do conhecimento e a promoção de contextos significativos de
aprendizagem dos estudantes, como também a construção
de projetos integradores/interdisciplinares.
Linguagem: esse objeto tão complexo
Diferentes concepções de língua e linguagem sustentaram e
sustentam as diversas perspectivas do ensino de língua na escola ao longo do tempo. Para que você, professor, conheça melhor a
atual proposta de ensino de língua materna e nela se reconheça,
lembraremos algumas considerações feitas por Soares (1988)
e outros teóricos sobre essas diferenças de abordagem.
É sabido que até os anos 1960 predominou a visão de linguagem
como um sistema, de acordo com a qual o ensino da língua materna (português) teria como função, fundamentalmente, possibilitar
aos alunos o (re)conhecimento das regras de funcionamento das
variedades urbanas de prestígio. Esse reconhecimento se dava,
quase sempre, exclusivamente pelo ensino de gramática e pelo
contato com textos literários nos quais se buscava, predominantemente, reconhecer estruturas linguísticas. Ressalte-se que a
realidade histórica em que essa concepção de língua e linguagem
se fazia presente e o ensino do português nela inspirado não eram,
segundo Soares (1988), “nem incoerentes nem inadequados” a
uma escola que se destinava, predominantemente, a alunos das
camadas privilegiadas da população, isto é, àqueles que de certo
modo já dominavam os padrões culturais e linguísticos (a variante
socialmente prestigiada) valorizados na instituição escolar.
A segunda maneira de conceber a linguagem, ainda conforme
Soares, desenvolveu-se entre os anos 1960 e 1970 e perdurou até a
década de 1980. Nessa visão, a linguagem era compreendida como
instrumento de comunicação, e a escola tinha como principal objetivo de ensino da língua materna favorecer o desenvolvimento, por
parte dos alunos, das habilidades de expressão (emissão e codificação) e compreensão (recepção e decodificação) das mensagens.
Nesse novo contexto, a gramática perdeu seu prestígio – surgiu a
polêmica sobre ensiná-la ou não na escola – e foi, de certo modo,
substituída pela “Teoria da Comunicação”. Ainda de acordo com
Soares, “[...] já não se trata mais de levar ao conhecimento do sistema linguístico – ao saber a respeito da língua – mas ao desenvolvimento das habilidades de expressão e compreensão de mensagens – ao uso da língua” (Soares, 1988, p. 57). Para Clare (2002,
p. 3), nesse momento histórico a proposta educacional passou a
ser condizente com a expectativa de se fornecerem recursos humanos que permitissem ao governo realizar a pretendida expansão industrial. E, segundo Barros-Mendes (2005), os objetivos se
tornaram utilitários: tratava-se de desenvolver e aperfeiçoar os
comportamentos do aluno como emissor e receptor de mensagens, por meio do uso e compreensão de códigos diversos – verbais e não verbais. Nessa época, a denominação da disciplina “Português” ou “Língua Portuguesa” se transformou em “Comunicação
e Expressão” nas séries iniciais e em “Comunicação em Língua
Portuguesa” nas séries seguintes do então 1
o
grau (Lei n. 5.692/71).
Tal concepção de língua deixou de encontrar apoio na segunda
metade da década de 1980, tanto no contexto político e ideológico,
agora marcado pelo processo de redemocratização do país, quanto nas novas teorias linguísticas em voga. A denominação da disciplina “Comunicação em Língua Portuguesa” foi abandonada e retomou-se o “Português”. Os livros didáticos, que já tinham incorporado
o texto para o ensino da língua, ampliaram seu referencial teórico
e passaram se orientar por uma nova concepção de linguagem:
“[...] uma concepção que vê a língua como enunciação, discurso [...],
VIII
Princípios teórico-metodológicos gerais
Nesta coleção procuramos apresentar atividades que dialogam com uma perspectiva sociointeracionista e uma metodologia construtivo-reflexiva. Para isso, são propostas ao estudante
atividades de análise e reflexão que o convidam a resgatar o que
já sabe a respeito de um assunto, a ampliar seu repertório, a expor
sua subjetividade de maneira criativa, a se expressar criticamente como cidadão, utilizando-se do potencial pleno de uma língua
viva e real, e a gerenciar com autonomia o próprio aprendizado.
Não obstante, no intuito de atender às realidades diversas
do país, onde tanto as formações iniciais quanto as continuadas
nos cursos de Letras não demonstram uniformidade nem nas
posições teóricas nem nos currículos, a obra opta por uma organização de caráter lógico-sequencial dos conteúdos a serem
tratados, apresentando assuntos e conceitos considerados
básicos e de alicerce na formação do aprendiz.
Nossa experiência em sala de aula aponta a necessidade de
sintetizar os conhecimentos em certos espaços do livro, para
que fiquem ao alcance do aluno sempre que deles precisar. Por
trás disso está o entendimento de que um livro didático não se
coloca “fechado” nas mãos do professor; ele terá seu “acabamento”, nos termos de Bakhtin (1953-1954), nas ressignificações
que o professor (“leitor”) fará dele, levando em consideração
sua realidade de formação e a de aprendizado de seus alunos.
Algumas palavras sobre Bakhtin
Bakhtin (1953-1954) resume a organização geral dos gêneros textuais afirmando que estes se compõem de um tema (o que se quer
dizer em determinada situação de comunicação), de uma forma de
composição ou estrutura (como organizar e estruturar o que se quer
dizer: em versos ou em parágrafos, por exemplo) e de um estilo (que,
entre outros fatores, envolve a maneira de dizer e o modo de estabelecer a seleção vocabular, para auxiliar na elaboração do sentido do
que o locutor quer dizer).
Para o estudioso russo, os gêneros são formas relativamente
estáveis de enunciados/discursos em dados contextos e situações específicas de comunicação. Segundo ele, as pessoas podem
até dominar magnificamente a língua, mas sentem dificuldade
em certas esferas da comunicação verbal, precisamente porque,
na prática, jamais se pode dominar os gêneros textuais de todas
as esferas.
Ainda segundo Bakhtin, a sociedade produz gêneros primários e secundários. Os gêneros primários são os mais simples, que
surgem de situações cotidianas e espontâneas. Embora predominantemente orais, abarcam também formas mais prosaicas de escrita, como os bilhetes e os e-mails pessoais. Os gêneros secundários, próprios das esferas públicas mais complexas (ciência, trabalho etc.), seriam reelaborações dos gêneros primários, mas predominantemente escritos. São exemplos tanto os textos científicos
(como uma tese de doutorado) quanto os debates públicos, que,
apesar de orais, apoiam-se em estruturas menos espontâneas
e mais complexas.
IX
Leitura/escuta
Como foi mencionado, partimos da visão de língua e linguagem como espaços de construção de sentidos, no jogo de interação entre sujeitos. Conforme observa Kleiman (1989, p. 17),
“a leitura é considerada um processo interativo, no sentido de
que os diversos conhecimentos do leitor interagem em todo o
momento com o que vem da página para chegar à compreensão”. Ou seja, a leitura é sempre um jogo interativo porque permite a partilha dos conhecimentos que os leitores mobilizam
para interagir com o autor por meio das “pistas” colocadas no
texto e, assim, construir significações próprias. Nos termos de
Bakhtin, é o leitor que, ao adotar uma “atitude ativo-responsiva”
diante do que lê, determina o “acabamento do texto”, considerando uma dada realidade sócio-histórica.
Segundo Antunes (2003), os elementos gráficos (as palavras, os sinais) não podem ser desprezados na busca interpretativa, pois funcionam como verdadeiras “instruções” do autor
para que o leitor “descubra” significações, elabore hipóteses,
tire conclusões. Mesmo “palavrinhas” que poderiam parecer
menos importantes, como “até”, “ainda”, “já”, “apenas”, entre tantas outras, são pistas significativas em que nos devemos apoiar
para fazer nossos “cálculos interpretativos”.
No entanto, ainda segundo Antunes, tais “instruções” sobre
a folha do papel não representam tudo o que é preciso saber para entender um texto. O leitor, como um dos sujeitos da interação, atua participativamente, buscando recuperar, interpretar
e compreender o conteúdo apresentado pelo autor. A maior
parte do que conseguimos depreender de uma leitura faz parte
de nosso conhecimento prévio, ou seja, é anterior ao que está
escrito/dito, pois “um texto seria inviável se tudo tivesse que
estar explicitamente posto”. Todo texto tem um percentual de
maior ou menor grau de dependência dos conhecimentos do leitor anteriores ou exteriores a ele.
Em outros termos, os sinais (entre eles as palavras) que estão na superfície do texto são elementos imprescindíveis para
sua compreensão, mas não são os únicos. O que está no texto
e o que constitui o saber prévio do leitor se completam nesse
jogo de (re)construção do sentido. Na mesma linha, Rojo (2004)
aponta que o leitor que tem conhecimento do objetivo da leitura, do autor, do gênero do texto e do suporte em que ele se
encontra consegue antecipar o conteúdo e, consequentemente,
construir de forma mais efetiva os sentidos do texto. Por fim,
em consonância com Rojo, Cafiero (2010) nos lembra que os
textos são marcados pelo momento histórico em que são escritos, pela cultura que os gerou; por isso, ter acesso a essas informações no momento da leitura ajuda-nos a compreendê-los.
As práticas de linguagem e
a organização da coleção
É nesse sentido que o trabalho do professor no ensino da
leitura passa por saber reconhecer o que seu aluno é capaz de
fazer ao deparar com determinado gênero textual. O domínio
de capacidades básicas, como localizar dados, saber o sentido
de palavras e ter informações extratextuais, é necessário para
passar ao desenvolvimento de outras competências, entre as
quais estabelecer relações de causa, consequência e finalidade,
reconhecer uma crítica expressa, analisar a força argumentativa
do uso de certos recursos linguísticos, identificar ironia ou humor.
Nesta coleção, propusemos atividades de leitura acionadas
por textos e comandos (explicar, justificar, comparar, inferir etc.)
com diferentes graus de dificuldade, levando em consideração
a progressão ao longo dos quatro anos que compõem a etapa
final do Ensino Fundamental. As atividades de leitura representam um dos principais eixos de trabalho da obra. A seleção dos
gêneros teve por critérios o trabalho com as duas modalidades
da língua (oral e escrita), a variação das linguagens e dos tipos
textuais (narrar, relatar, argumentar, expor e descrever), os diferentes graus de formalidade, a maior ou menor relação deles
com a cultura digital e as múltiplas semioses (diferentes linguagens), as práticas sociais envolvidas (formação escolar, defesa
de direitos, expressão artística etc.), entre outros fatores.
Além disso, por meio da proposição de diferentes gêneros
textuais, há um trabalho articulado com as competências gerais propostas na BNCC (2017), considerando a valorização do
conhecimento (competência 1), o pensamento científico, crítico
e criativo (competência 2), o repertório cultural (competência
3), a comunicação (competência 4), a cultura digital (competência 5), o trabalho e projeto de vida (competência 6), a argumentação (competência 7), o autoconhecimento e autocuidado
(competência 8), a empatia e cooperação (competência 9) e a
responsabilidade e cidadania (competência 10)3
.
A abordagem do gênero textual em foco no capítulo inicia-se
com a seção Leitura 1, composta de um texto selecionado. Em
seguida vêm as seções Desvendando o texto e Como funciona [nome do gênero] (Como funciona o verbete, por exemplo).
A primeira destas duas seções tem como objetivo explorar a compreensão global do texto, enquanto a segunda direciona a leitura
para observações relativas às características do gênero – etapas
que, sabemos, não são excludentes nem rígidas. Entendemos que
os alunos já têm familiaridade com os gêneros textuais em estudo ou com gêneros próximos, isto é, dispõem de conhecimento
prévio. Assim, espontaneamente ou sob orientação (ações do
3 Expressões-chave utilizadas pelo Instituto Porvir como estratégia
para identificação das competências gerais que orientam a BNCC. Disponível em: <http://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientambase-nacional-comum-curricular/>. Acesso em: 23 jun. 2018.
X
professor e atividades propostas), serão capazes de reconhecer
e de relacionar, entre outros aspectos, o conteúdo temático, a
construção composicional, os procedimentos linguísticos, o leitor previsto, os pontos de vista envolvidos e os usos e funções
relacionados com as atividades típicas do campo de atuação,
entendendo sua articulação na construção do sentido e suas implicações na recepção. Essa primeira etapa é finalizada com um
boxe conceito curto, intitulado Da observação para a teoria, que
sistematiza o que foi observado. Entendemos que, após analisar
com profundidade o texto e observar determinados elementos
nele presentes, os alunos terão condições de depreender aspectos teóricos. Tudo isso de forma não transmissiva.
A Leitura 2 é uma nova oportunidade de leitura global, agora
feita por um aluno mais consciente dos recursos de composição do texto e de suas implicações. Na seção Refletindo sobre
o texto propõem-se atividades que permitem observar novamente alguns aspectos e avançar na compreensão de novos
elementos, que resultam, mais uma vez, no boxe Da observação
para a teoria.
Cumpre lembrar que essas etapas não tomam o estudo da
teoria sobre os gêneros como um fim em si mesmo, procurando
considerar a interação ativa do leitor com o texto. É uma preocupação da coleção evitar a “gramaticalização” dos gêneros
textuais, por isso nos afastamos de um tratamento descritivo,
falha que tem sido observada no ensino da língua por gêneros (Baltar e outros, 2005). O trabalho prevê, em consonância
com a BNCC (p. 70 a 72, especialmente), o desenvolvimento de
estratégias e procedimentos de leitura que recorram aos conhecimentos prévios, confirmem antecipações e inferências,
ampliem o repertório linguístico, conduzam à reflexão crítica
sobre as informações e posicionamentos explícitos ou implícitos no texto e estimulem as apreciações estéticas, éticas,
políticas e ideológicas, entre outras.
Para tanto, em Leitura 1 e Leitura 2, estudam-se em cada volume oito gêneros centrais, relacionados com os vários campos de
atuação (artístico-literário, das práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública), os quais colocam o
estudante na posição de leitor, ouvinte e espectador. Além desses
gêneros, diversos outros são explorados nas demais seções, concorrendo para a revisitação constante do que foi estudado e para
a progressão. Essa diversidade permite contemplar todas as competências gerais, de Linguagem e de Língua Portuguesa, expostas
na BNCC, inclusive no que tange a seu diálogo com o conceito de
multiletramentos, especialmente no reconhecimento da multiplicidade semiótica. Especificando aspectos citados anteriormente,
explicamos que a abordagem dos gêneros prevê identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes também de aspectos cinésicos
e paralinguísticos; da escolha, formatação e sequenciação de imagens; dos efeitos sonoros e de sincronização etc.
Para a exploração de algumas semioses, o ideal é que o
professor tenha acesso a equipamentos para reproduzir sons
e imagens e usar a internet. Sabemos, no entanto, que muitas
escolas não dispõem desses recursos e que nem sempre é possível contar com equipamentos pessoais dos alunos. Por isso,
procuramos, dentro dos limites do livro impresso, alternativas
que permitissem a realização das atividades. No caso de texto
oral, optamos pelas transcrições, sobre as quais voltaremos a
falar na seção Oralidade deste suplemento. Em se tratando de
texto multimidiático, incluímos também, sempre que possível,
a reprodução de imagens, algumas delas em sequência para sugerir movimento. Sabemos que esses procedimentos não são
suficientes para abarcar todos os aspectos cinésicos e paralinguísticos envolvidos na produção do texto oral, além dos aspectos relativos a disposição e transição de imagens, movimento de
câmera, sincronização, entre tantos outros que participam dos
textos multimodais. Ainda assim, é possível explorar as mídias,
contando com o material que oferecemos e com a experiência
prévia do grupo. São raros os casos em que consideramos inviável a adaptação ao material impresso; nessas situações pediremos a você que procure alguma solução possível (leia mais
sobre o tema na seção Gêneros digitais, neste manual).
Trataremos agora da seleção dos textos ligados aos gêneros
artístico-literários. Vale lembrar que a literatura ocupa um lugar
de destaque na BNCC, sendo contemplada na CG 3, na CEL 5 e
na CELP 9, além de constituir um dos campos de atuação em
que se organizam as habilidades. O foco dessas competências
está no desenvolvimento do senso estético para a fruição como forma de acesso ao lúdico e ao imaginário e como forma
de substituir uma eventual função utilitária da literatura por
uma “dimensão humanizadora, transformadora e mobilizadora”
(p. 136), proposta pela BNCC e em diálogo com o importante
crítico literário Antonio Candido. Esta coleção propõe momentos de leitura e escuta de textos pertencentes ao campo
artístico-literário como prática articulada às demais práticas
de linguagem, pois cremos que permitem o desenvolvimento da
capacidade crítica, da reflexão sobre os mais diversos temas e
situações, bem como da autorreflexão, vinculando-se a possibilidades transformadoras na expressão e formação dos sujeitos
por meio de uma força humanizadora a ela inerente.
Para efetivar os estudos, escolhemos textos variados. Parte
deles reflete, como um dos objetivos, a intenção de familiarizar os alunos com referências importantes do cânone literário
brasileiro, como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar,
Clarice Lispector, Marina Colasanti, Moacyr Scliar, entre outros
autores consagrados. Alguns autores estrangeiros foram incluídos, como o grego Konstantinos Kaváfis e o irlandês Oscar
Wilde. Poderão ser encontrados, ainda, autores e compositores
que se expressam nas mais diferentes mídias, como os poetas
Arnaldo Antunes, Alice Ruiz, Alice Sant’Anna, Sérgio Capparelli
e Ana Cláudia Grusznski, os prosadores Adriana Falcão, John
Boyne e Jorge Luiz Calife, os rappers MV Bill e Mc Sofia, os quadrinistas Wil Leite, Fernando Gonsales, Bianca Pinheiro e Samantha Flôr, os roteiristas de cinema David Koepp e Luiz Villaça, os
dramaturgos Maria Clara Machado, Guell Arraes e João Falcão,
os chargistas Amarildo Lima e Myrria, os compositores do vasto cancioneiro brasileiro e representantes de várias gerações
Carol Conka, Emicida e Vanessa da Mata, entre tantos outros.
Para a escolha dos demais gêneros, inseridos nos campos das
práticas de estudo e pesquisa, jornalístico-midiático e de atuação na vida pública, consideramos a preocupação da BNCC com
XI
a oferta de conhecimento para o melhor entendimento da sociedade, inclusive das práticas relativas aos direitos e deveres, e o
objetivo de propiciar aos alunos condições de embasar seus trabalhos escolares e de prosseguir em seus estudos, de debater
sustentando opiniões e reivindicações, de criar consenso e de
avaliar a confiabilidade de fontes e informações, procedimento
que ganha ênfase no contexto da pós-verdade (leia mais sobre o
tema na seção Gêneros digitais, neste manual). São ações que
concorrem para a efetivação das CG 5, 6 e 7 e CEL 3 e 6.
Tanto na seleção dos textos literários quanto na dos demais,
procuramos observar a multiplicidade de culturas, como prevê
o conceito de multiletramentos (Rojo, 2012). Assim, diversificamos a autoria, escolhendo autores e autoras de várias regiões
do país; textos com diferentes graus de formalidade e diferentes expectativas de interação autor-leitor; produções consideradas canônicas ou não. Também buscamos diversificar os
textos provenientes das empresas de mídia, para favorecer o
reconhecimento crítico de diferentes valores e ideologias.
Procuramos, igualmente, garantir que os textos desenvolvessem, pelo tema ou pelos encaminhamentos propostos
na coleção, competências gerais essenciais defendidas pela
BNCC, sobretudo as que se relacionam ao autocuidado e ao
autoconhecimento (CG 8), à empatia e à cooperação (CG 9) e à
responsabilidade e cidadania (CG 10). É daí que surgem temas
como a dedicação ao amigo doente e a solidariedade à sua família, no capítulo dedicado ao conto; a defesa do tratamento de
animais de famílias carentes ou o combate à violência praticada
contra idosos, no capítulo de carta aberta; a preocupação com
as tartarugas-marinhas, no de reportagem; o tema da doação
de órgãos, no de anúncio publicitário; o combate ao preconceito
de gênero e raça, no de rap, entre outros.
Valemo-nos aqui da percepção de que o aluno do Ensino Fundamental – anos finais, como indicam os documentos oficiais,
está consolidando aprendizagens e se abrindo a novos olhares,
em um momento em que se ampliam “a autonomia intelectual, a
compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que
lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a
história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente”
(BNCC, p. 57).
O eixo da leitura continua sendo desenvolvido na seção
que segue Leitura 1 e Leitura 2, intitulada Se eu quiser aprender mais. Mantém-se a exploração da leitura contextualizada,
mas, para aprofundar a abordagem, privilegia-se determinado
aspecto do gênero estudado que também se apresenta em outros. Trata-se de tópicos pontuais que foram, de modo ainda
superficial, abordados nas seções anteriores e são retomados
por serem produtivos nas práticas de leitura e produção textual.
Referimo-nos a aspectos como a divisão de frases e parágrafos, o uso de elementos de coesão e progressão, a manipulação
de vozes no texto, a modalização, a intertextualidade, os procedimentos de argumentação e contra-argumentação, a articulação da linguagem verbal com outras, entre muitos outros. Como
indica a BNCC, o tratamento das práticas leitoras compreende,
em inter-relação, as práticas de uso e reflexão (p. 70); por isso,
a seção se revela estratégica para aumentar a consciência dos
alunos em relação ao uso da linguagem e concorre para uma interação cada vez mais instrumentalizada e ativa. A seção conta
com a retomada de um ou dos dois textos estudados e com
a ampliação para novos exemplos.
A seção Textos em conversa também está articulada ao eixo da leitura. Nela são apresentados textos que se comunicam
com aqueles já estudados por seu tema ou contexto de produção. A leitura de uma reportagem sobre a descoberta de um
sítio arqueológico no interior de São Paulo (cap. 1, 8o
ano) leva,
por exemplo, a um relato de viagem focado nas esculturas dos
Guerreiros de Xi’an, na China, também um achado arqueológico, enquanto a leitura de parte do Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA (cap. 3, 8o ano) conduz à leitura de gráficos
sobre a educação no país, produzidos pelo Censo Escolar da
Educação Básica.
Como se nota, a seção Textos em conversa oferece aos alunos a oportunidade de entrar em contato com outros gêneros,
além do central no capítulo, inclusive os não verbais ou multissemióticos, e favorece a ampliação do conhecimento sobre um
tema, a comparação de práticas de linguagem bem como de
posicionamentos ideológicos e perspectivas, a reflexão sobre
o papel social do produtor do texto etc. Trata-se de uma seção
propositalmente menos extensa, estruturada em questões que
procuram estimular a leitura crítica, a inferência e contribuir para o desenvolvimento da autonomia dos alunos como leitores e
investigadores do mundo que os rodeia.
Conforme já mencionado, associamos as práticas de leitura ao uso da língua e à reflexão sobre ela. Nesse sentido, a seção Mais da língua, destinada à análise linguística/semiótica,
constitui mais uma etapa de construção da habilidade leitora.
Os elementos linguísticos explorados nas atividades continuam contextualizados, oferecendo novas oportunidades de exploração do uso da língua para produção do sentido dentro dos
vários projetos de dizer. Optamos por ações que respondem a
comandos diversos, sendo a metalinguagem apenas um deles
(leia sobre o tema na seção Análise linguística/semiótica deste manual). Optamos, igualmente, pela predominância intencional de atividades mais extensas, constituídas por vários itens,
que exigem um convívio efetivo dos alunos com o texto antes
da elaboração de análises e sínteses. Também aqui buscamos
oferecer aos alunos um conjunto amplo e significativo de gêneros e de linguagens, que incluem verbetes, fragmentos de
textos em prosa (romance, conto, reportagem, resenhas, artigo
etc.), poemas, gifs, transcrições de entrevista ou de cenas de
filmes, memes, anúncios, HQs etc.
Nas seções Minha canção, Conversa com arte e Expresse-
-se exploram-se outras práticas leitoras (nas duas últimas
propõe-se a análise de manifestações artísticas diversas, como pintura, videoclipe, foto documental, fotomontagem, documentário, dança, arquitetura, cinema, design etc.). São seções
que atendem ao objetivo de abordar as linguagens menos com
a perspectiva do componente curricular e mais com a de área,
como sugere a BNCC, apoiada em documentos anteriores. Nesse contexto, a leitura é vista como atividade ampla, que não
XII
diz respeito apenas à linguagem verbal e às linguagens a ela
articuladas. Essas seções serão abordadas mais detidamente
sob o título A área de linguagens, neste manual.
Os alunos contam, ainda, com as seções Leitura puxa leitura e Biblioteca cultural em expansão, que se comunicam com
a CELP 8, em que se prevê a seleção de textos e livros para leitura integral. A primeira organiza as leituras feitas no capítulo
para evidenciar que o aluno termina aquela unidade de trabalho
com seu repertório pessoal ampliado. No capítulo destinado ao
estudo do diário (cap. 1, 6o
ano), por exemplo, os alunos têm a
oportunidade de ler um trecho do Diário de Zlata: a vida de uma
menina na guerra, conhecem o contexto de escrita e publicação de O diário de Anne Frank, leem um trecho do Estatuto da
Criança e do Adolescente e ouvem/leem um relato disponível
no Museu da Pessoa (museu virtual). A seção evidencia o que se
ganhou com essas leituras e oferece outras referências para a
expansão da biblioteca cultural da turma.
A segunda seção, Biblioteca cultural em expansão, faz um
convite: se o aluno gostou de determinada leitura feita no capítulo, poderá apreciar outras que se comunicam com ela pelo
tema ou gênero ou por uma referência comum. É assim que o
contato com a história pessoal de Zlata, para ficar no mesmo
exemplo, pode levar ao desejo de conhecer outras obras centradas em experiências de adolescentes, fictícios ou reais, e resulta nas sugestões de contato com o romance Extraordinário,
de R. J. Palacio, com os filmes Billy Elliot, de Stephen Daldry, e
O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger,
e com a ficção infantojuvenil A bolsa amarela, de Lygia Bojunga.
Considerando a relação dos alunos com os textos da Leitura 1 e
Leitura 2 e com os indicados na seção, você pode criar um projeto de leitura coletiva.
Mencionamos, por fim, as páginas especiais que se incluem
em alguns dos capítulos do volume. Nelas são explorados gêneros
e práticas do campo jornalístico/midiático, como a fotodenúncia
(8o ano), o trailer (8o
ano) e a cobertura de imprensa (9o
ano). São
também estudados gêneros e práticas relacionadas à cultura digital, como as HQs online (6o ano), os poemas em redes sociais
(7o ano), os gifs (9o ano), a circulação de fake news (6o ano), a criação de petições online (9o ano), entre outros. Nessas páginas são
apresentados exemplos acompanhados por questões ou textos
didáticos curtos que destacam características relativas a estrutura composicional, formas de interação e compartilhamento,
preferências temáticas etc. Em atividades posteriores, alguns
desses gêneros são mobilizados também para a produção de
textos (leia mais sobre a presença dos gêneros digitais nesta
coleção na seção Gêneros digitais, neste manual).
Por fim, reforçamos que os gêneros e textos foram escolhidos para demandar, gradativamente, processos mentais mais
exigentes e sofisticados. Procuramos ampliar a complexidade
do texto no que tange à temática, ao vocabulário e à estrutura
sintática, aos recursos estilísticos, às relações com outros textos e outras linguagens. Esperamos contribuir para que cada
vez mais os alunos selecionem, com competência, procedimentos de leitura adequados a seus objetivos e contem com as experiências anteriores de leitura para acessar textos ainda mais
desafiadores. Esperamos, ainda, que ele se coloque diante dos
textos como um leitor ativo, que interage de maneira crítica e
se sente seguro e estimulado para se posicionar e compartilhar
suas conclusões e impressões com outros leitores.
Algumas palavras sobre Antonio Candido
No célebre ensaio O direito à literatura (1995-2017), o crítico Antonio Candido defende que a arte das palavras é um direito humano,
uma necessidade básica de todas as pessoas e que “não há povo e
não há homem que possa viver sem ela, isto é, sem a possibilidade
de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como
todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte
e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo
fabulado” (p. 244-246).
Candido atribui à literatura um poder humanizador, uma vez que
ela ordenaria em palavras o “caos” que nos habita. O crítico compara
as palavras de um texto literário a tijolos de uma construção que, justapostos, organizam a matéria, isto é, ordenam a visão que o homem
tem de determinados temas complexos, abstratos, de difícil tradução. As palavras, dessa forma, organizam, como um todo articulado,
aquilo que outrora era caos: “De fato, quando elaboram uma estrutura, o poeta ou o narrador nos propõe um modelo de coerência, gerado
pela força da palavra organizada. [...] Quer percebamos claramente ou
não, o caráter de coisa organizada da obra literária torna-se um fator
que nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e sentimentos; e em consequência, mais capazes de organizar a visão que
temos do mundo” (p. 211).
Produção de textos
Assim como a leitura, a produção de textos orais, escritos
e multissemióticos é uma atividade interativa de expressão.
Como aponta Koch & Elias (2010), na concepção atual de língua e
linguagem a escrita não é mais “compreendida em relação apenas
à apropriação das regras da língua, tampouco ao pensamento e
intenções do escritor, mas, sim, em relação à interação escritor-
-leitor, levando em conta, é verdade, as intenções daquele que
faz uso da língua para atingir o seu intento sem, contudo, ignorar
que o leitor com seus conhecimentos é parte constitutiva desse
processo”. É com a atenção nesse leitor, mesmo quando sua participação está resumida à audição ou à leitura, que o produtor do
texto define o que vai falar ou escrever, materializa esse planejamento e reelabora o que julga ineficiente para se comunicar. Por
isso, o estudo do texto não pode ser dissociado da consideração
das práticas sociais em que surge.
Da mesma forma, conforme demarca a BNCC (2017), o estudo do texto não pode se afastar das práticas de leitura e de
análise linguística/semiótica, já que a produção de um texto
em determinado gênero demanda a compreensão de suas características temáticas, composicionais e estilísticas estáveis,
para que, a partir disso, ocorra o emprego produtivo de tais aspectos. Além disso, o desenvolvimento da linguagem demanda
a participação em atividades que promovam a manifestação
verbal de ideias, informações, intenções, crenças, sentimentos
a partir da análise e compreensão de textos diversos.
O eixo de produção de textos, na coleção, desenvolve-se,
principalmente, na seção Meu [nome do gênero] na prática
XIII
(por exemplo, Meu verbete na prática), entendida como desdobramento das seções Leitura 1, Leitura 2 e Se eu quiser aprender mais. Nela os alunos são orientados a produzir um texto do
mesmo gênero estudado no capítulo. Essa escolha de um gênero de foco se torna elemento organizativo da ação docente em
sala de aula, permitindo o acréscimo gradativo de diferentes
formas de explorar a leitura e a produção textual oral, escrita e/
ou multissemiótica.
Entendemos que produzir um texto supõe, como explica
Antunes (2003), uma sequência de etapas interdependentes
e intercomplementares, que se inicia com a “vontade do dizer”
de certo produtor em dada situação de comunicação e interação (que lhe dará as condições de escolher e definir em qual
gênero concretizará esse dizer), passa pelo planejamento e
pela escrita/fala propriamente dita e chega ao momento posterior da revisão e da reelaboração. Por isso, a proposta de
produção apresenta o objetivo da escrita e o contexto de circulação, seguidos por etapas que orientam a produção, a reescrita e a divulgação. Consideramos que em parte significativa
dos capítulos os alunos estarão produzindo um texto do gênero pela primeira vez. Por isso, optamos por propostas que detalham os encaminhamentos para que eles possa delimitar o
tema; selecionar, organizar e hierarquizar informações; identificar o nível de linguagem adequado; escolher o estilo em função de seu projeto de dizer; empregar os recursos linguísticos
necessários à coesão, à progressão e aos efeitos de sentido
desejados, entre outros.
A preocupação didática em detalhar os passos da produção
textual – assumida nesta obra – responde ao que defende Marcuschi (2010), inspirado em Schneuwly (1988). Segundo o autor,
a explicação das condições de produção textual é que fornece
a base a partir da qual devem e podem ser trabalhadas e ensinadas na escola as diferentes etapas do processo de produção.
Gêneros primários, de uso mais cotidiano, dispensam ou, no mínimo, simplificam essas etapas de produção, enquanto a condição final dos gêneros secundários escritos e orais, dos quais
se ocupa a escola, depende de como se respeitou cada uma das
funções dessas etapas.
O processo de planejamento, exposto na seção Momento
de produzir, está dividido em Planejando [nome do gênero]
e Elaborando [nome do gênero] (por exemplo, Planejando a
charge e Elaborando a charge). No primeiro é exposto um
quadro sintético, em que se articulam observações teóricas
e orientações práticas. A finalidade é recuperar e organizar, na coluna referente à teoria, observações já feitas pelo
aluno nas seções de leitura anteriores. Na segunda coluna,
com orientações breves, procuramos estimular sua reflexão antes que inicie o processo de escrita/fala, chamando
atenção para pesquisas necessárias à abordagem temática
e levando-o a considerações sobre a construção do sentido e
a recepção (linguagem, efeito, forma de circulação etc.). Para
escrever, falar ou articular linguagens, o sujeito deve, entre
outros fatores, estar consciente do lugar social que ocupa
(ou assume), do leitor presumido, do veículo ou mídia de circulação, do campo de atividade em questão, como também
dos aspectos composicionais e dos recursos estilísticos
associados ao gênero.
Dando prosseguimento ao encaminhamento, na etapa seguinte, de elaboração, introduzimos comandos que orientam a
escrita do texto, muitas vezes evidenciando a ordem de entrada
das informações, as relações que devem ser estabelecidas entre elas e, também, os elementos linguísticos que devem ser mobilizados. Conduzir esse processo é menos um meio de levá-lo
ao sucesso no texto que ora produz e mais uma ferramenta de
metacognição, destinada a criar ou consolidar procedimentos
para a produção textual.
Essa etapa é sucedida pelo Momento de reescrever/reelaborar, composto de orientações para avaliação e reescrita da
produção. Em Avaliando minha produção, o aluno encontrará
um quadro com critérios relativos ao cumprimento da proposta
(rubricas de correção), que será usado por ele mesmo, um colega ou um grupo para analisar a produção, reconhecendo aspectos bem-sucedidos e dando sugestões para a aprimoramento
dos demais. O principal objetivo dessa etapa é contribuir para
que o aluno desenvolva habilidades de revisão e ganhe autonomia no reencaminhamento de sua própria produção. Nossa experiência de sala de aula mostra que ao analisar criticamente,
com o devido distanciamento, um texto que não é dele o aluno
também aprende a se autoavaliar.
O estudante passa, então, ao processo de reescrita, resgatando os comentários feitos pelo(s) colega(s) e as soluções que
observou nas produções dos demais e considerou produtivas
também para seu próprio texto. Como se vê, a orientação das
produções de textos atende a algumas importantes habilidades citadas pela BNCC em vários campos, nas quais descreve
que a produção deve utilizar “estratégias de planejamento,
elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação dos
textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas” (EF69LP07).
Tal descrição é retomada de maneira bastante similar em
EF69LP12 e EF69LP51.
O processo de avaliação, revisão e reescrita do texto considera, ainda, os aspectos linguísticos, sobretudo os pertinentes à apropriação da linguagem escrita. O aluno que avalia seu
colega deve indicar falhas relativas à segmentação, ortografia, concordância verbal etc., e a turma é orientada a consultar
dicionários, gramáticas e o professor, em caso de dúvida. O aspecto linguístico, entretanto, não está incluso concretamente no quadro de critérios de avaliação (rubrica de correção),
porque nossa experiência como professores de língua portuguesa mostra que, nessa etapa do desenvolvimento cognitivo, os alunos ainda não têm pleno domínio das orientações da
norma-padrão, nem das amplas e várias modificações que os
falantes provocam nela nas diversas situações comunicativas.
Entendemos que, neste momento, seja trabalho do professor
de língua portuguesa, um especialista, analisar o uso da língua
pelo produtor do texto e aceitar ou não, de acordo com seus
objetivos pedagógicos, desvios em relação às regras, considerando não apenas aspectos relativos ao gênero produzido
e à situação de comunicação em que se insere, como também
XIV
particularidades do desenvolvimento da turma e de cada aluno individualmente (leia mais sobre o tema em A avaliação,
neste manual).
Atingimos, por fim, a etapa de divulgação (“publicação”)
do texto, intitulada Momento de apresentar, na coleção. Ela
retoma a orientação inicial e expõe orientações específicas
para a elaboração do material: será uma coletânea impressa?
Uma postagem em blog? Um mural, uma roda de leitura, uma
apresentação pública do texto?, entre outras várias formas de
publicação de um texto no mundo atual. Nesse ponto, o professor contará com a ajuda de alunos que formarão equipes
de “editores” responsáveis por recolher e organizar os textos feitos pelos colegas, produzir explicações da atividade e
sumários, dar acabamento ao produto impresso ou deixar o
material digital pronto para postagem. As equipes devem ser
formadas a cada atividade, para que todos possam experimentar o lugar de editores.
Além do aprendizado linguístico, as etapas envolvidas na
produção do texto promovem habilidades socioemocionais
relativas às CG 9 e 10, principalmente. O aluno desenvolve
habilidades como a resiliência e a autonomia no trato com
a própria produção, quando tem a oportunidade de planejar
efetivamente um texto, revisá-lo e aprimorá-lo. Também desenvolve o diálogo e a cooperação, ao avaliar um parceiro ou
ser submetido à avaliação dele. Exercita novamente o diálogo
e, muitas vezes, a empatia e/ou a alteridade, quando precisa
entrevistar pessoas ou fazer pesquisas para desenvolver
seus temas ou se colocar em outra posição a fim de construir
seus narradores, eus líricos e personagens. Exercita, ainda,
a responsabilidade e a flexibilidade quando forma equipes
de trabalho coletivo. Às competências citadas, acrescenta-
-se também a CG 8 se consideramos que os vários temas
e propostas propiciam a oportunidade de o aluno ampliar
sua consciência sobre si mesmo e sobre os outros sujeitos,
aprendendo a lidar com as emoções, a agir com autocrítica,
a rever preconceitos, a valorizar outras culturas e saberes,
entre outros fatores.
Em consonância com competências definidas pela BNCC
(CG 5, CEL 6 e CELP 10), um dos objetivos da coleção é levar
o aluno a compreender e utilizar tecnologias digitais da informação e comunicação. Por isso, em algumas produções,
criamos situações em que os estudantes devem recorrer a
softwares de edição de texto, imagem e áudio para explorar recursos de mídia. Outro ponto fundamental relativo ao
universo digital é a consideração de que as práticas de linguagem contemporâneas envolvem novas possibilidades de
interação e de produção, inclusive pelo processo de réplica
e remixagem (em sentido amplo). Como espaço, em tese,
democrático, a internet favorece o acesso e a possibilidade
de inclusão de conteúdos, mas em contrapartida exige o desenvolvimento de novas habilidades para uso ético e crítico
(leia mais sobre esse ponto e o citado no parágrafo anterior
na seção Gêneros digitais, neste manual). Não obstante, assim como ocorreu com o eixo da leitura, procuramos oferecer ao professor alternativas para a realização de propostas
multimidiáticas quando supusemos dificuldades relativas
aos equipamentos necessários.
Os temas e práticas propostos pela coleção foram definidos
de acordo com o universo do aluno e/ou da comunidade em que
ele se insere, buscando-se a interação do produtor com outros
falantes, ou foram previstos com o fim de ampliar o universo de
expectativas do aluno para torná-lo receptivo a novas práticas
de linguagem. Cumpre lembrar, ainda, que os gêneros escolhidos inserem-se nos diversos campos de atuação, o que favorece ações variadas, como o desenvolvimento do senso estético,
a ação cidadã, a defesa de pontos de vista, o uso crítico de tecnologias digitais de informação e comunicação, a qualificação
das práticas de pesquisa etc., no que nos aproximamos das
CEL 4, 5 e 6.
Com a mesma fundamentação, criamos a seção Transformando [nome do gênero] em [nome do gênero] (por exemplo,
Transformando o comentário de leitor em pedido público de
desculpas), presente em quatro dos oito capítulos de cada volume. Nela são propostas situações de retextualização (em sentido estrito ou não), em que o aluno é convidado a retomar um
dos textos estudados e a retrabalhar seu tema ou conteúdo para adaptação a um novo gênero e, portanto, a um novo contexto.
Nessa transposição, que expande sua consciência do gênero
original, o aluno deve operar com a seleção e a organização das
informações, definir novas estratégias em função do leitor previsto e do modo de circulação, manejar os recursos linguísticos
de modo diverso, entre outras ações.
A seção, que amplia os gêneros abordados no volume, conta
com orientações para a realização da atividade e com alguns
critérios para avaliá-la. Levamos em consideração o tempo de
que o professor dispõe, assim como todas as demandas do dia
a dia na sala de aula, quando optamos por um processo menos
detalhado e mais ágil que o realizado na seção Meu [nome do
gênero], mas nossa prática tem mostrado que o resultado é
igualmente produtivo. A seção dá, ainda, a oportunidade de ampliar a exploração das semioses (embora nem todas as propostas tenham esse objetivo), lançando desafios que estimulam
o trato com as várias mídias.
Outra seção que diversifica o processo de aprendizagem
dos educandos é Entre saberes, que aparece quatro vezes em
cada um dos volumes. Seu objetivo é superar a fragmentação
do conhecimento por meio da orientação de pesquisas de campo ou de pesquisas bibliográficas realizadas em fontes abertas
ou dirigidas. São atividades feitas com o objetivo de qualificar
a escolha dessas fontes, a avaliação das informações (inclusive
combatendo as fake news) e o registro delas, respeitando as
várias vozes e os direitos pela produção intelectual.
Também é propósito da seção o contato com documentos
diversos, muitas vezes dos campos da lei e da ciência, com base
nos quais propõem-se problemas que precisam ser analisados
e resolvidos coletivamente. As atividades, que em algumas
oportunidades adquirem características de miniprojeto, preveem leituras mais complexas e soluções que devem ser comunicadas ao grupo, à comunidade escolar ou a públicos maiores
XV
(quando se prevê, por exemplo, a divulgação em panfletos) por
meio de textos escritos, orais ou multissemióticos, de caráter
artístico ou não, cuja efetivação como meio eficiente de comunicação será posta à prova.
Nessa seção, o aluno exercita a curiosidade intelectual e
emprega diferentes linguagens, inclusive aquelas relativas
ao campo digital, para disseminar informações, partilhar experiências, negociar e defender ideias, entre outras práticas.
Os temas escolhidos estão alinhados às preocupações com a
cidadania, promoção de direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável; comunicam-se, dessa forma, com as CG 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
Como se nota, a seção mobiliza conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para se efetivar. Embora toda a coleção esteja orientada por esse princípio, vemos, nela especificamente, um espaço privilegiado para o desenvolvimento
de competências que visam ao “aprender a aprender, saber
lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com
discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas
digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter
autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e
aprender com as diferenças e as diversidades”, como propõe
a BNCC (p. 14).
Nas seções Minha canção e Expresse-se, que, como afirmamos, mais explicitamente ampliam o trabalho do componente curricular Língua Portuguesa para a área de Linguagens,
o aluno também é convidado a produzir textos, novamente
considerando contextos específicos de produção. Parte deles é verbal, como por exemplo a organização de um debate
em um festival de documentários, e outra multissemiótica,
como a produção de um vidding com cenas de filmes musicais. Além disso, o aluno se expressará empregando outras
modalidades de linguagem, como a escultura, que exemplifica as artes plásticas, ou a coreografia, que exemplifica a
linguagem corporal (leia mais sobre o tópico em A área de
linguagens, neste manual).
Os boxes Fala aí e Se [nome do gênero] fosse meu/minha
(por exemplo, Se o artigo de opinião fosse meu) também propõem desafios de fala e de escrita, respectivamente. O primeiro, relacionado especialmente às habilidades EF69LP13
e EF69LP15, propõe debates que envolvem aspectos morais,
éticos e estéticos, com a intenção de estimular a argumentação e a contra-argumentação relativa aos vários pontos de
vista, temas e dilemas que se apresentam nos textos lidos.
Trata-se de mais um instrumento para estimular a disposição
à leitura ativa e à manifestação acerca dela e o engajamento em uma atividade que exige participação respeitosa. De
maneira diferente, mas com parte dos objetivos em comum,
o segundo boxe convida o aluno a interferir no texto que lê
incluindo ou modificando algum trecho conforme orientações. Trata-se de um exercício de compreensão leitora ampla,
que se traduz na escrita coerente do ponto de vista temático,
composicional e estilístico.
Além das propostas de produções pertinentes às seções
e boxes descritos, ainda devemos considerar a produção escrita ou oral feita nas seções Mais da língua e Isso eu já vi/
Isso eu ainda não vi, mais diretamente vinculadas ao eixo
da leitura e da análise linguística/semiótica. Comandos diferentes propõem ao aluno a elaboração de respostas escritas
com diferentes objetivos: transcrever, identificar, comparar,
explicar, justificar, opinar etc. Chamamos a atenção para as
atividades sinalizadas como Desafios de escrita (por vezes
também presentes em Leitura 1 e Leitura 2), que se efetivam
quando o aluno, após realizar uma atividade de leitura e análise e de checar sua compreensão, é convidado a escrever um
parágrafo para organizar essas ideias. Ele conta com orientações pontuais de organização de texto, inclusive no que
tange à segmentação e ao uso de recursos de substituição e
progressão. É uma oportunidade para que o trabalho com a escrita se torne ainda mais intencional e frequente, favorecendo
a apropriação da linguagem escrita. Como professores, sabemos da importância de situações de escrita mais sintéticas e
pontuais para progressivamente ir desenvolvendo nos alunos
a busca de soluções expressivas e a capacidade de revisar o
próprio texto e aprimorá-lo conforme escutam correções ou
soluções encontradas por terceiros. Nossa experiência mostra que não são poucos os alunos do Ensino Fundamental e até
do Ensino Médio que têm dificuldade de produzir textos mais
extensos; daí a importância de atividades como as propostas
na atividade Desafio de escrita. Ao longo desses anos, percebemos concretamente o crescimento dos alunos na produção
de textos complexos quando têm a oportunidade de trabalhar
segmentação, recursos de substituição e progressão textual
em produções menores.
Incluímos ainda, em várias seções da coleção, especialmente no 7o
e 8o
anos, orientações voltadas à produção de esquemas para organização de informações disponíveis em textos
lidos pelos alunos, entendendo que se trata de uma atividade
que envolve hierarquização, síntese e relação entre dados, além
de funcionar como ferramenta para os estudos.
Oralidade
O eixo de oralidade está integrado aos eixos Leitura e Produção de textos, explorados anteriormente, e também ao da
análise linguística/semiótica, que será tratado a seguir. Tivemos a preocupação de contemplá-lo em praticamente todas as
seções e em inúmeros boxes espalhados ao longo das páginas.
Seguindo o que aponta Marcuschi (2002), entendemos que uma
abordagem consistente da oralidade é fundamental para que
os aprendizes tenham uma visão plena da heterogeneidade da
língua e completem a aquisição dos procedimentos cognitivos
necessários ao leitor/produtor de textos.
Na coleção são estudados gêneros textuais orais diversos,
como o seminário, a palestra, a entrevista e o debate, por exemplo. Sua abordagem põe em destaque os diferentes processos
de interação – interação frente a frente, fala para público sem
interrupção, fala editada etc. –, com base nos quais se discutem
XVI
o papel do falante, a troca ou não de turnos e as relações entre
tais fatores e a qualidade da interação. Estudam-se também situações de oralização de textos em diferentes contextos, como
a produção de podcasts, resenhas em vídeos e peças teatrais.
As situações de oralidade apresentam-se inseridas nos diferentes campos de atuação.
A exploração das semelhanças e diferenças entre as modalidades oral e escrita, bem como sua articulação, ocorre em
vários momentos, sendo objeto de destaque no volume do
6o
ano, em que a seção Mais da língua, do capítulo 3, é dedicada ao estudo das marcas de oralidade nos textos, decorrentes
principalmente do fator tempo de planejamento. A abordagem
ao longo dos quatro anos converge para a percepção de que a
construção de sentidos em textos orais está relacionada a elementos como entonação, pausas, qualidade da voz, ritmo e velocidade da fala, além de se vincular a outras semioses, como
gestualidade, expressão corporal, facial e recursos multimidiáticos, por exemplo.
Temos consciência, porém, de que encontramos limites
bastante concretos impostos pela natureza de um material impresso. A exploração plena da oralidade conta necessariamente com áudios e vídeos, logo com equipamentos de produção e
reprodução que nem sempre estão à disposição de professores
e alunos de todas as escolas. Por esse motivo, optamos por sugerir a você alternativas que atendam tanto àqueles que podem
fazer esse uso sempre ou eventualmente quanto àqueles que
não têm tal possibilidade.
Para tanto, valemo-nos de uma estratégia bastante útil: o
uso de transcrições, um procedimento que vale a pena explicar.
Convém, a princípio, distinguir transcrição do procedimento da
retextualização, abordado por Marcuschi (2007). A retextualização caracteriza-se, segundo esse estudioso, por uma série
de operações, de diferentes graus de complexidade, envolvidas no processo de adaptação de um texto da modalidade escrita para a oral e vice-versa. Entre essas operações, estão a
eliminação de repetições e de marcas estritamente interacionais, a introdução da pontuação e da paragrafação, a reconstrução de estruturas truncadas. Esse procedimento, realizado
correntemente nas práticas sociais, visto que muitos textos
são produzidos oralmente e só depois adaptados para a forma
escrita, constitui, nas aulas de língua portuguesa, uma produtiva estratégia de ensino, pois evidencia as diferentes modalidades e leva o aluno a recorrer a diversos conhecimentos para
efetuá-lo. Nesta coleção, a retextualização foi proposta em algumas atividades da seção Transformando [nome do gênero]
em [nome do gênero], que oferece oportunidades para a transposição de material produzido na modalidade escrita para a
falada e vice-versa. Foi o que ocorreu, por exemplo, no volume
de 6o ano, quando orientamos a transformação de um verbete
em um podcast.
Para o tratamento de textos orais, no entanto, adotamos o
uso das transcrições, termo que corresponde, nesta coleção,
à ação de transpor para o papel o texto oral, mantendo parte
significativa de suas marcas originais: repetições, hesitações,
marcadores conversacionais, abandono de estruturas iniciadas,
entre outras. Você notará que, em alguns momentos, informamos também as supressões de sílabas (ao grafar “tá” por “estar”, por exemplo) e ênfases, procurando, dentro do possível,
sugerir alguns dos aspectos paralinguísticos.
Da mesma forma, acompanhando as transcrições, incluímos
imagens ou ilustrações que evidenciam, ainda esbarrando nos
limites do texto impresso, aspectos cinésicos. Utilizando esse
recurso, recuperamos parte das expressões faciais e do gestual
do falante, permitindo que a atividade contemple parcialmente
aspectos relativos à interação das várias semioses.
A despeito desse uso, recomendamos sempre, por meio de
orientações no livro do aluno ou no manual do professor em “U”,
que os textos (disponíveis gratuitamente na internet) sejam ouvidos e, quando for o caso, também vistos, já que assim se exploram gamas mais amplas de elementos. Algumas sugestões
de atividades complementares, pensadas para aproveitar produtivamente esses fatores, estão ali anotadas.
Concluímos alertando que, em alguns poucos casos, optamos por considerar que a atividade só poderia ser feita com o
acesso ao texto original, por suas particularidades (um filme
pertencente a campanha publicitária, por exemplo), e nesse caso pedimos ao professor que busque uma forma de acesso.
Análise linguística/semiótica
As atividades de reflexão sobre a língua estão presentes
nas várias seções da coleção e seguem a mesma proposta
de exploração ativa e de diversidade. No entanto, a análise
linguística/semiótica se dá de forma mais evidente em dois
momentos: no estudo dos gêneros, dentro das seções Leitura
1 e Leitura 2, quando são propostas explorações de recursos
linguísticos que contribuem para a construção do sentido do
texto, e no estudo de tópicos linguísticos, dentro da seção
Mais da língua. Sabemos que o estudo dos gêneros favorece
a exploração de variados aspectos linguísticos/semióticos
que se entrelaçam para a construção do sentido; entretanto,
os textos analisados impõem um limite de fenômenos que
podem ser estudados. Essa contingência fez que optássemos
pela exploração da análise linguística/semiótica em uma seção específica, na qual um mesmo fenômeno é apresentado
em textos de variados gêneros, em um movimento em que
estes não perdem espaço, mas ganha destaque o estudo da
forma como determinados aspectos linguísticos são mobilizados nas várias construções. A seguir, vamos detalhar como
essa segunda proposta se efetiva e com que linhas teóricas
ela dialoga.
Na linha do que propõe Rojo (2006), entendemos que os
eixos de Leitura e Produção de textos e da análise linguística são complementares e que, ao fazer uso da linguagem em
diferentes modos, automaticamente utilizamos a análise linguística e vice-versa. Segundo a estudiosa, o eixo de uso da
linguagem abrange a exploração dos gêneros textuais desde
a historicidade da língua e da linguagem em si, os aspectos
do contexto de produção dos enunciados em leitura/escuta e produção de textos orais e escritos, até as implicações
XVII
na organização dos discursos e as implicações do contexto de
produção no processo de significação.
Nessa mesma direção, Mendonça (2006) afirma que a análise linguística é uma alternativa complementar às práticas
de leitura e produção de texto que possibilita a reflexão consciente sobre fenômenos gramaticais, textuais e discursivos
que perpassam os usos linguísticos, seja no momento de ler/
escutar, seja no de produzir textos ou no de refletir sobre esses
mesmos usos da língua.
Ampliando essa visão, cabe ressaltar que, a partir da BNCC
(2017), a prática de análise linguística reúne a análise dos processos de construção textual (oral, escrita ou multissemiótica),
a reflexão sobre recursos linguísticos específicos, vinculados
aos discursos mobilizados em diferentes textos, e a articulação entre as múltiplas semioses (usos da língua, sons, imagens,
fotografias, vídeos etc.), passando, portanto, a se constituir no
eixo Análise linguística/semiótica.
Ao apresentar os princípios dos quais partiu para definir tal
eixo nos anos finais do Ensino Fundamental, o texto da BNCC
reforça, reiterando as práticas metodológicas de documentos curriculares anteriores, que “estudos de natureza teórica
e metalinguística – sobre a língua, sobre a literatura, sobre a
norma padrão e outras variedades da língua – não devem nesse nível de ensino ser tomados como um fim em si mesmo, devendo estar envolvidos em práticas de reflexão que permitam
aos estudantes ampliarem suas capacidades de uso da língua/
linguagens (em leitura e em produção) em práticas situadas de
linguagem” (p. 69).
Esta coleção segue esses princípios defendidos pela
BNCC, o que não significa que não existam momentos de
sistematização, necessários ao ensino-aprendizado de uma
língua. Como professores que atuam, na prática, com alunos
reais, defendemos, assim como outros teóricos, que esses
momentos de sistematização contribuem para a aprendizagem dos alunos, favorecendo, entre outros aspectos, uma
percepção mais consciente do uso pessoal que fazem da língua e uma tomada de decisão quanto a manter ou alterar, nos
vários contextos de uso, as construções mais familiares. Além
disso, a oportunidade de nomear determinados fenômenos
linguísticos favorece, entre outros fatores, a análise e a compreensão deles, a comunicação do professor com os alunos
nas correções que se fazem dos instrumentos avaliativos e
até mesmo a aprendizagem de outras línguas por relação de
comparação das estruturas. Na seção Mais da língua, você notará que optamos por apresentar recortes teóricos, em geral
breves, e momentos de resgate do conhecimento prévio dos
alunos sobre os fenômenos linguísticos em estudo. Isso não
significa, em absoluto, que os estudos de natureza teórica que
propomos ou de metalinguagem se tornaram fins em si mesmos, tampouco que engessaram ou tornaram técnica demais
a lida com os fenômenos linguísticos, pois eles estão sempre
envolvidos em práticas de reflexão com o objetivo de ampliar
a capacidade de uso da língua e das demais linguagens, conforme a orientação dada em cada tópico.
Relembramos que, segundo Possenti (1996) há três perspectivas no ensino da língua: a normativa, a descritiva e a
internalizada. O teórico defende que as três são úteis no ensino-aprendizagem desde que se privilegie a gramática internalizada, aquela que o falante já tem incorporada e viabiliza a
interação. Segundo Possenti, a escola contribui para ela ao conduzir o aluno a “dominar efetivamente o maior número possível
de regras” para que se “torne capaz de expressar-se nas mais
diversas circunstâncias, segundo as exigências e convenções
dessas circunstâncias”. Caberia à gramática descritiva e à normativa secundar esse processo, e para isso a sistematização
dos conceitos relativos à gramática não deve visar, primordialmente, à exposição de regras, mas à descrição e à discussão de
fenômenos da língua, a fim de mostrar a flexibilidade daqueles
diante das variadas instâncias de interação.
Nessa linha, reafirmamos que a coleção tem como princípio a compreensão de que a metalinguagem e a aquisição
da nomenclatura são recursos úteis para a organização e a
exposição do pensamento sobre os fenômenos em estudo,
sendo parte integrante, portanto, do processo que torna mais
consciente para o falante os conhecimentos que já têm internalizados e aqueles que está construindo, o que não implica
a tomada desse conteúdo como o centro da aprendizagem.
Concordamos com Bagno (2009) quando afirma que a compreensão efetiva do fenômeno da linguagem deve ser “objeto
e objetivo do ensino da língua” (p. 16) e não acreditamos que,
ao explorar esse conteúdo também em uma seção específica,
estejamos contrariando tal orientação.
Assim como propõe a BNCC em sua CG 2, entendemos que o
aluno deve ser estimulado a recorrer “à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão e a análise crítica”
para “investigar causas, elaborar e testar hipóteses”, como faz
nos demais componentes curriculares. E, ainda citando a BNCC,
concordamos com a ideia de que nesta etapa da aprendizagem
ocorre “o aprofundamento da reflexão crítica sobre os conhecimentos dos componentes da área, dada a maior capacidade
de abstração dos estudantes”, e que a dimensão analítica pode
se constituir em “práticas mais sistematizadas de formulação
de questionamentos, seleção, organização, análise e apresentação de descobertas e conclusões” (p. 62).
Nos textos cuidadosamente selecionados para as atividades de leitura e análise linguística/semiótica, privilegiamos
as variedades urbanas de prestígio, considerando que cabe à
escola oferecer ao aluno o convívio com as práticas de linguagem correntes nas situações sociais mais prestigiosas. Acreditamos ser um direito dos alunos ter acesso formal a elas para
que possam acioná-las nas situações pertinentes e participar
da maneira mais ampla e ativa das práticas sociais diversas.
Assim, nos momentos de exposição didática e nos de construção de conhecimentos por meio das atividades, o aluno entra
em contato com o que está previsto na norma-padrão e com sua
efetivação real pelo grupo de prestígio nas variadas situações
de interação (marcadas por diferentes graus de formalidade),
o que lhe permite ampliar seu repertório e, simultaneamente,
atentar para a flexibilidade da língua.
XVIII
Com esse mesmo objetivo, propomos a observação de
outras variedades linguísticas, abrindo a possibilidade de o
estudante compreender a lógica que funda outras regras de
funcionamento da língua, que podem, inclusive, ser as de sua
própria comunidade e as utilizadas por ele nas mais variadas
situações sociais. Tais variedades são tomadas como objeto
de reflexão com abordagem semelhante à que se dá para as
variedades urbanas de prestígio, de modo que o preconceito
linguístico seja combatido. Concordamos, nesse ponto, com
os estudos de Bagno (2009), que lembra que “uma educação
linguística voltada para a construção da cidadania numa sociedade verdadeiramente democrática não pode desconsiderar que os modos de falar de diferentes grupos sociais constituem elementos fundamentais da identidade cultural da
comunidade e dos indivíduos particulares” (p. 16). Seguimos
também a BNCC quando propõe aos estudantes “compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas e rejeitando
preconceitos linguísticos” (CELP 4) e “empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de linguagem adequados
à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do
discurso/gênero textual” (CELP 5).
Nessa linha, a coleção procura associar os estudos da tradição às pesquisas mais recentes, respeitando sempre o grau
de maturidade e de aprofundamento esperado para um aluno
do Ensino Fundamental – anos finais. Em vários momentos, sinalizamos textualmente para o professor que avanços há nos
estudos e análises de aspectos da língua e justificamos nossa
opção por apresentá-los ou não aos alunos.
Do ponto de vista prático, a análise linguística/semiótica distribui-se ao longo de todos os capítulos, uma vez que
a compreensão do sentido global de um texto não pode
dispensá-la. Ela é mobilizada pelo aluno estimulado pelos
comandos que conduzem as observações que devem ser
feitas para atender a determinada atividade de leitura ou de
produção.
Mais da língua, seção específica dedicada a essa análise,
é iniciada por Pra começar, na qual estimulamos, por meio de
atividades, a recuperação de conceitos e práticas já desenvolvidos em anos anteriores ou internalizados/intuitivos. A partir
dessa reflexão inicial, desenvolvemos uma breve exposição
didática, que se vale, conforme os propósitos do momento, de
exemplos, esquemas ou tabelas, bem como da problematização de alguns conceitos.
Parte significativa da aprendizagem se faz nas atividades
presentes na seção [Nome do tópico gramatical] na prática
(por exemplo, Modos verbais na prática), que, propondo a leitura investigativa de textos de gêneros literários diversos, leva o
estudante a articular o conhecimento que começou a mobilizar
nas partes anteriores para entrar em contato com atividades
que envolvem confirmação, ampliação e aprofundamento e estão focadas nos efeitos de sentido, na costura entre as partes
do texto com vistas à retomada ou à progressão, na articulação
das linguagens, no reconhecimento dos pontos de vista implícitos etc. Ancoradas na reflexão sobre as condições de produção
e circulação dos textos, as atividades procuram destacar as
opções linguísticas do produtor do texto, a forma como as operou e o efeito que produziu. A descrição gramatical está, assim,
inserida em um contexto de produção global de sentido, e não
em frases soltas, criadas artificialmente para a simples classificação dos fenômenos.
É importante lembrar que, para tais atividades, construímos
um acervo de textos bastante variado, que inclui exemplos verbais, orais e multissemióticos e se estende de práticas mais
situadas dentro da tradição àquelas relacionadas à cultura digital e à cultura juvenil. Entre os textos, optamos por incluir e
discutir alguns que se valem, intencionalmente ou não, de estereótipos e/ou de construções que podem ser vistas como preconceituosas. É nossa intenção que o aluno depare com esses
textos, que têm ampla circulação, e sejam convidados a refletir sobre as formulações e as intenções, para que adquiram ou
ampliem habilidades necessárias a uma leitura crítica e a um
comportamento ético. Você notará que as atividades levam a
essas observações.
Dois boxes complementam a seção de atividades. Em Abuse da língua, os alunos são convidados a recorrer a determinado conceito ou conhecimento para “resolver” um desafio.
Trata-se de uma atividade com viés lúdico, mas com clara intenção pedagógica. Em A língua nas ruas, são orientados a
fazer uma pesquisa na mídia ou em sua comunidade para descobrir como determinado aspecto linguístico se efetiva nas
práticas diárias. Por exemplo, como funciona a palavra aí? Ela
é um advérbio de lugar em qualquer contexto? Ou: a locução
formada por ir (presente do indicativo) + infinitivo está substituindo o futuro do presente simples entre os falantes do
português brasileiro? As pessoas preferem dizer “vou fazer”
em lugar de “farei”? Ambos os boxes contam com orientações
para o professor.
Há, ainda, a seção Isso eu já vi/Isso eu ainda não vi, que explora aspectos como ortografia, acentuação, pontuação e algumas regras necessárias à aquisição da linguagem escrita ou
à sua adequação aos contextos mais formais. No processo de
alfabetização, que se dá entre o final da Educação Infantil e ao
longo do Ensino Fundamental – anos iniciais, o aluno é levado
a perceber quais letras representam os sons da fala, ou seja,
a compreender a relação fonema-grafema. Esse processo se
desdobra na ortografização, que complementará o conhecimento da ortografia do português usado no Brasil. No Ensino
Fundamental – anos finais, considera-se que esse processo
está bem avançado, mas nossa experiência mostra que ainda
são necessárias atividades que reforcem os conhecimentos
dos elementos notacionais da escrita, relativos às regularidades e irregularidades ortográficas, ao uso dos acentos gráficos
e ao emprego dos sinais de pontuação. A seção se inicia com
uma atividade contextualizada e segue com atividades curtas
e diretas, porque compreendemos que se trata de um momento pontual do curso, cujo objetivo é reforçar normas de uso ou
simplesmente revisar um tópico.
XIX
Área de Linguagens – Arte
A BNCC, seguindo o Parecer CNE/CEB n. 11/2010, organiza
o Ensino Fundamental em cinco áreas com o fim de favorecer
a comunicação entre conhecimentos e saberes diferentes,
embora assinta com a preservação das especificidades e dos
saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos
componentes (BNCC, p. 27). No contexto do Ensino Fundamental – anos finais, o componente Língua Portuguesa compõe a
área de Linguagens, que engloba também Arte, Educação Física
e Língua Inglesa e prevê práticas relativas às diversas linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital.
Esta é uma coleção de Língua Portuguesa. Fizemos opção,
entretanto, por um diálogo frequente com Artes, que se evidencia ao longo dos capítulos e ganha ênfase nas seções Minha
canção, que abre e fecha o volume, e Conversa com arte e Expresse-se, que aparecem em metade dos capítulos do todos os
livros. Essas três seções se comunicam com os eixos da leitura
e da produção de textos e ganham especificidade nos entrelaçamentos com as linguagens das artes visuais, dança, música e
teatro, relativas ao componente Arte. Aproximar o aluno dessas práticas favorece a compreensão das linguagens – e, por
desdobramento, da própria língua –, como “construção humana, histórica, social e cultural”, capaz de significar a realidade e
exprimir subjetividades e identidades sociais e culturais, como
indica a CEL 1.
As seções Minha canção, Conversa com arte e Expresse-se criam oportunidades de os estudantes conhecerem
algumas especificidades dessas linguagens em atividades
introdutórias, participando das práticas sociais mais diversas seja como expectadores, seja como produtores, e nesse
sentido aprimoram a observação, suscitam questionamentos, estimulam a escolha e qualificam as considerações de
ordem estética e ideológica. Entendemos que, assim como
a literatura (arte das palavras), as artes visuais, a dança, a
música e o teatro permitem um diálogo intercultural e pluriétnico de grande valor quando se pensa a formação de um
pré-adolescente e adolescente disposto ao diálogo e à valorização do diferente, assim como capaz de construir e valorizar sua própria identidade cultural.
A seção Minha canção oferece aos alunos a oportunidade de entrar em contato com o rico cancioneiro brasileiro
contemporâneo e com seus compositores e intérpretes. Há
muito que estudiosos consistentes reforçam a importância
da canção na formação da identidade brasileira. O professor
José Miguel Wisnik (1999), especialista no assunto, nos lembra que “Meio e mensagem do Brasil, pela tessitura densa de
suas ramificações e pela sua penetração social, a canção popular soletra em seu próprio corpo as linhas da cultura, numa
rede complexa que envolve a tradição rural e a vanguarda, o
erudito e o popular, o nacional e o estrangeiro, o artesanato
e a indústria” (p. 73).
Na seção Minha canção, os alunos são convidados a, além
de ler e cantar a canção (em que cifras inseridas junto aos
versos ressaltam que canção não é somente letra), refletir
e apresentar sua opinião sobre o tema da produção, exprimir
emoções diante de suas sugestões imagéticas ou produzir
objetos apoiando-se nas várias linguagens artísticas. É assim
que procedem, por exemplo, quando na abertura do volume
do 6o
ano são orientados a tirar selfies da turma e produzir
um vídeo para acompanhar a canção “Só eu sou eu”, de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski, ou, no 9o ano, são convidados a
produzir uma resenha crítica acerca da canção “Brasil Brasil”,
do compositor Silva, comparando-a com outras que têm como tema o país.
As seções Conversa sobre arte e Expresse-se têm como
objetivo colocar o aluno em contato com o retrato, a dança, a
fotomontagem, o videoclipe, o documentário, a arquitetura,
entre outras manifestações artísticas. Na primeira, o aluno
é estimulado a refletir sobre um objeto artístico em foco,
considerando sua materialidade, os sentidos construídos por
ele, os possíveis efeitos e o contexto de produção. Pela conversa com os colegas, pela intervenção orientada do professor e
pelos breves textos didáticos, ganha algumas referências para
análise e valoração daquele objeto. Na segunda, Expresse-se, o
aluno conhece mais alguns exemplos, de modo que perceba semelhanças e singularidades dentro do conjunto, e é convidado a
produzir apoiando-se naquela linguagem artística (produção de
uma coreografia ou escultura, por exemplo) ou a divulgá-la (organização de um festival de curtas, por exemplo). Essas ações
envolvem a leitura, contribuindo para a formação de um repertório para compreensão do mundo; a reflexão, estimulando a
construção de argumentos sobre as fruições; e a produção, que
o aluno experimenta de maneira intencional quando transforma
as ideias em materialidade.
Gêneros digitais
Têm destaque, no texto da BNCC, inúmeras referências relativas ao universo digital. Afirma-se a importância de o sujeito
contemporâneo “atuar com discernimento e responsabilidade
nos contextos das culturas digitais” (p. 14), ideia que se desdobra e ganha especificidade especialmente na CG 5, CEL 6 e
CELP 10. Atenta ao momento presente, a Base indica a importância de a escola experimentar novas práticas de produção,
acrescentando ao ensino-aprendizagem da escrita e da oralidade novas ferramentas (tratamento de áudio, edição de vídeo
e manipulação de recursos de diagramação, por exemplo), e de
capacitar os alunos para uma análise crítica dos textos digitais
em circulação.
Nesse sentido, a BNCC atende às observações de vários estudiosos que já vinham apontando a insuficiência das práticas
escolares de leitura/escrita de textos de gêneros digitais, mesmo quando se desconsideram os avanços das Tecnologias da
Informação e da Comunicação. Para muitos especialistas, a escola se mostrava limitada quando centrava suas produções no
texto verbal, havendo pouca ênfase nos textos orais e, menos
ainda, nos textos híbridos (Rojo, 2012). Eram pouco frequentes
as práticas que envolviam, por exemplo, a integração de um esquema a um texto escrito.
XX
No contexto atual, essa limitação começa a ser superada, e as práticas de linguagens efetivadas na escola passam a
considerar que os novos textos são não apenas híbridos como
também interativos e colaborativos. As novas tecnologias de
informação e comunicação permitem a ampliação da condição
de autoria, com a facilidade na combinação de textos escritos
com imagens estáticas ou em movimento, com a possibilidade
do acréscimo de música e voz, com a edição de vídeos e áudios,
entre outras produções com diferentes graus de complexidade.
Do mesmo modo, abre espaço para formas diferentes de autoria, baseadas no diálogo e na remixagem (em sentido amplo).
Ainda nessa linha, precisamos considerar mudanças significativas na forma de recepção dos textos, que passam a envolver
as práticas de “curtir”, comentar e redistribuir. Estabelece-se,
desse modo, uma nova estética e uma nova ética (Rojo, 2012).
Dentro desse contexto positivo e democrático, surge um
aspecto a que a escola – e a sociedade em geral – deve estar
atenta: a urgência do desenvolvimento de técnicas que nos
tornem aptos a lidar criticamente com a grande massa de
texto que acessamos por opção ou que recebemos involuntariamente (pelas redes sociais, por exemplo). É preciso ampliar as práticas que envolvem o tratamento das informações,
contribuindo para a ampliação da leitura crítica e da filtragem.
É necessário, ainda, reforçar as práticas de diálogo e de respeito ao diferente para que os discursos violentos dos intolerantes possam ser vetados e os debates possam ocorrer de forma
ética e respeitosa.
Nesta coleção, colaboramos para a qualificação da comunicação nos meios digitais e para o tratamento adequado das
informações provenientes da mídia ou em circulação nas redes
sociais. Exploramos o gênero comentário de leitor e criamos
situações-problema, principalmente na seção Entre saberes
e em algumas páginas especiais, para que o estudante ganhe
consciência acerca do contexto que produz e alimenta as fake
news. Propusemos, nessa seção e em várias outras oportunidades (boxe Fala aí, atividades relativas à leitura etc.), o debate do
curtir e do compartilhar e enfatizamos a necessária checagem
das fontes e das informações e o modo de fazer isso antes de
uma replicação.
Consideramos também que a escolha e a forma de exploração dos gêneros e dos vários textos utilizados nas atividades
dialogam com a contemporaneidade, marcada pela multissemiose, e concorre para a multiplicidade de culturas. Pensando nisso, criamos desafios para que os estudantes pudessem
experimentar várias dessas práticas, como a produção de
podcasts, memes, gifs ou viddings.
Como educadores e estudiosos, temos consciência, porém,
de que ainda estamos em uma fase de transição no que tange ao mundo digital e que a familiaridade de todos – alunos e
professores – com os novos gêneros ligados a esse universo
não é plena. Além de possíveis dificuldades relativas ao acesso, temos de considerar diferentes tratos com a informação,
seja ela a midiática/jornalística, seja a de outros campos,
inclusive o artístico, e a reduzida literatura teórica disponível
sobre gêneros que têm natureza tão fluida e mutante. Tomar
todos os sujeitos contemporâneos como seres igualmente
imersos na cultura digital significa, em nossa visão, desconsiderar as várias realidades, sobretudo deste país. Estamos
também cientes de que, embora a escola e os professores
valorizem e estejam dispostos a lidar com o ensino-aprendizagem dos novos gêneros digitais, não é possível esperar desses
atores uma resposta tão imediata e eficiente para a questão.
Desse modo, procuramos considerar que, para alguns, a aproximação com os gêneros digitais, ou pelo menos a lida com eles
como objeto de estudo, se faz a partir do contato com esta coleção e que, por isso, cabe a nós instrumentalizar a análise e o
uso, contando com os diferentes saberes.
Com essa preocupação, apresentamos, adiante, tutoriais
que contribuirão para a produção de blogs, podcasts e vídeos.
Só não fomos precisos em alguns casos para não corrermos o
risco de citar um produto específico – o que não nos pareceria adequado ou ético. Indicamos, no entanto, a existência dos
aplicativos gratuitos, que podem ser acessados e baixados facilmente e, de modo geral, contêm orientações claras de uso.
Preocupamo-nos em criar várias atividades digitais que poderão ser produzidas com o uso de um aparelho smartphone que
contenha funções como gravar, fotografar etc., mas elas certamente poderão ser aperfeiçoadas com a utilização dos aplicativos. Seria interessante que os alunos os testassem ou que
aprimorassem os usos que já fazem deles.
No caso da divulgação/circulação desses textos, consideramos, com ênfase, algumas limitações legais impostas
pela faixa etária dos alunos do Ensino Fundamental – anos
finais. Não podemos, por exemplo, convidar alunos a interagir em redes sociais, cuja idade mínima para uso é 13 anos,
nem disponibilizar suas produções e imagens em áreas que
permitam comentários de terceiros, os quais podem conter
inadequações. Também entendemos que não podemos sobrecarregar as empresas de mídia ou os espaços indivi duais
digitais, como blogs ou canais de vídeos, solicitando aos
alunos que postem ali seus textos ou comentários, produzidos, muitas vezes, por razões pedagógicas. Assim, limitamos
essas ações a situações muito específicas e encontramos
como solução para a experiência de divulgação no universo
digital a criação de um blog da turma, ferramenta totalmente
controlável por um educador.
Você encontra, neste manual, um tutorial para a criação desse blog e, para não ficar sobrecarregado, contará com a ajuda
dos alunos que, em comissões, organizarão o material produzido pelos colegas e criarão postagens explicando as várias
atividades. Desse modo, caberá ao professor apenas alimentar
o blog com o material e acompanhar as intervenções dos alunos, que terão autorização para inserir comentários. É possível
optar por blogs específicos para cada turma ou um único para
todas as turmas do professor, o que é sempre interessante por
ampliar a possibilidade de diálogo.
XXI
Interdisciplinaridade
A BNCC (2017) destaca a necessidade de os currículos decidirem “sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das
equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem” (p. 16). Isso demonstra a importância de integração e
articulação dos conhecimentos em processo permanente de
interdisciplinaridade e contextualização. O intuito dessa relação
é promover a expansão da compreensão de mundo, de modo a,
em lugar de ensinar os componentes curriculares de maneira isolada, isto é, voltados a si mesmos, ensinar os alunos a entender
as relações entre eles e a sociedade, a vida e o mundo fora dos
muros da escola. Não se trata, portanto, segundo o que defende
esse documento com o qual concordamos, de garantir a associação temática entre diferentes disciplinas, mas de buscar unidade
em termos de prática docente, ou seja, independentemente dos
temas/assuntos tratados em cada disciplina de forma isolada.
Essa prática docente comum está, portanto, voltada em
caráter permanente para o desenvolvimento de competências
gerais e competências específicas de cada área do conhecimento, articuladas às habilidades de cada componente curricular, apoiado na associação ensino-pesquisa e no trabalho
com diferentes fontes expressas em diversas linguagens, que
comportem distintas interpretações sobre os temas/assuntos
trabalhados em sala de aula.
Certamente, uma coleção didática não tem o poder de,
sozinha, estabelecer de modo eficiente as práticas docentes
interdisciplinares de que falamos. Elas pressupõem a construção de um currículo específico e de um trabalho integrado dos
professores na construção de um projeto comum para seus
alunos em cada instituição de ensino. Entendemos, porém,
que podemos contribuir para esse processo com algumas propostas de parceria entre a Língua Portuguesa e outros componentes curriculares.
Essas propostas, quando mais sucintas e simples, são apresentadas no manual em “U”, ou adiante, nesta parte do manual,
quando tratamos dos gêneros em foco no volume. Em muitas
delas, procuramos indicar competências ou habilidades que poderão ser desenvolvidas pelo professor parceiro com base no
material e nas atividades já presentes nesta coleção. Incluímos,
para isso, algumas sugestões de encaminhamento.
Há também orientações para pesquisas mais ágeis, indicadas nos boxes Investigue em [componente curricular]
(por exemplo, Investigue em História), sempre acompanhados
por orientações.
Avaliação
A avaliação é uma ação docente necessária que fornece
ao professor subsídios para analisar as aprendizagens dos
estudantes, acompanhando sua progressão, ao mesmo tempo que serve de estratégia para traçar um percurso didático
adequado ao que se espera que o estudante aprenda. Planejar
e replanejar são etapas essenciais em um planejamento eficaz, favorecidas pela avaliação, uma vez que é ela que permite
compreender os conhecimentos que os estudantes já possuem, suas dificuldades de aprendizagem e o que ainda precisa ser desenvolvido.
Roldão e Ferro (2015) consideram que a avaliação tem uma
finalidade reguladora, pois encaminha o agir tanto de professor como de estudantes. Para esses estudiosos, tal regulação
vincula-se ao processo de ensino, ou seja, ao estabelecimento
do que precisa ser ensinado, considerando os saberes já construídos e as aprendizagens que serão necessárias nas próximas
etapas. Aos estudantes ela permite que acompanhem seu próprio processo de aprendizagem (autoavaliação), ao possibilitar
que compreendam o que foi aprendido e o que ainda necessita
de outras ações. Para atingir essa finalidade reguladora de que
falam Roldão e Ferro, é necessário que os instrumentos avaliativos escolares não constituam meros instrumentos produzidos apenas para quantificar e mensurar as aprendizagens.
Não há como falar de avaliação sem entrar em dois conceitos
essenciais: a metacognição e a autorregulação. A metacognição
refere-se ao domínio consciente que o estudante tem de seu próprio conhecimento. Figueira (1994) a define como um modelo de
processamento do desenvolvimento cognitivo, formado por dois
componentes, um de sensibilidade e outro de crenças. Segundo a
autora, “a sensibilidade diz respeito ao conhecimento da necessidade de se utilizar, ou não, estratégias em tarefas ou atividades
específicas” (p. 3). O outro componente define-se “como conhecimento ou crença que a pessoa tem de si enquanto ser cognitivo,
em tarefas cognitivas diversas, sobre os fatores ou variáveis que
atuam ou interatuam e de que maneiras afetam o resultado dos
procedimentos cognitivos” (p. 3).
Como processo de aprendizagem, a metacognição não visa
à assimilação de conhecimento, mas ao desenvolvimento de
habilidades que permitem regular os processos cognitivos. Segundo Sammartí (2009), a autorregulação permite ao estudante compreender de modo claro o que precisa aprender, organizar, planejar, desenvolver, selecionando, de forma autônoma,
estratégias adequadas para realizar a atividade proposta.
Aprender envolve muito mais aspectos do que a aquisição
mecânica de um conhecimento, pois abarca tanto crescimento
emocional como intelectual, implicando o aprender a aprender,
que, segundo Fonseca (2008), envolve o foco na captação de
informações; a formulação, o estabelecimento e a planificação
de estratégias para realizar tarefas; o monitoramento do desempenho cognitivo; o exame de informações disponíveis; e a
aplicação de procedimentos para solução de problemas.
Ao regular os processos de cognição, o estudante torna-
-se ativo e responsável pelo desenvolvimento das atividades,
criando estratégias que o levem a superar obstáculos. Isso significa que, consciente de suas habilidades e potencialidades,
pode desenvolver múltiplas outras, cabendo ao professor, como mediador desse processo, construir um clima motivacional
que estimule a autonomia intelectual do estudante para organizar e fazer gestão de sua própria aprendizagem.
XXII
Nesse sentido, autorregular e autoavaliar permitem que o
estudante estabeleça contato direto com suas dificuldades de
aprendizagem, para assim poder superá-las. Cabe destacar que
a aprendizagem não é descontextualizada; como aponta Frison
(2006), “ela ocorre quando se consegue exercer alguma espécie
de controle sobre a própria ação, sobre a busca de opções para
conseguir metas em função de seus interesses e valores” (p. 110).
Esse processo vincula-se à avaliação formativa, que considera os processos de regulação de professores e estudantes, utilizando tanto a avaliação diagnóstica, que identifica
os conhecimentos prévios dos estudantes, como a avaliação
cumulativa, que mapeia as dificuldades de aprendizagem dos
estudantes após o término de uma prática didática. Essa articulação de diferentes formas de avaliação é importante; juntas,
segundo Gatti (2003), elas dão sentido à aprendizagem e permitem ao professor avaliar tanto o estudante como o processo
proposto e, ao estudante, avaliar a si próprio.
Essas concepções sobre o papel da avaliação para o ensino-
-aprendizagem do aluno e para o professor embasaram várias
propostas que aparecem nesta coleção, entre as quais citamos
as etapas de avaliação presentes nas seções Meu [nome do gênero] na prática e Transformando [nome do gênero] em [nome
do gênero]. O trato frequente com critérios para a autoavaliação ou para a avaliação dos colegas (rubricas de correção) concorre para que o aluno, progressivamente, adquira ferramentas
para a análise de atividades de mesmo tipo ou semelhantes.
Da mesma forma, a discussão clara das produções em sala de
aula constrói um ambiente em que o valor está posto no processo e na aprendizagem e não nos resultados posteriormente aferidos. Por sua vez, o professor tem condições de acompanhar o
ritmo de avanço da turma pela maneira como lida com os critérios disponibilizados ou mobilizados por conta própria.
Também seções relativas ao eixo da leitura contribuem para
essa aquisição constante de repertório de autoanálise, na medida em que oferecem parâmetros para a validação ou não das
hipóteses e análises. Atividades mais curtas também foram
pensadas com esse foco: a realização do Desafio de escrita
(atividade mais frequente nas seções Mais da língua, ou presente em Leitura 1 e Leitura 2), do boxe Fala aí e do boxe Se esse [nome do gênero] fosse meu/minha decorre de uma etapa
anterior de leitura e permite a professores e alunos mensurar a
aprendizagem ainda durante o processo.
O professor pode, ainda, valer-se de seções da coleção como atividades avaliativas. Veja algumas sugestões:
1. Selecione questões da subseção Refletindo sobre o texto,
subseção [Tópico de linguagem] na prática e seção Conversa entre textos para verificar como está a prática leitora dos alunos. Escolha a questão após analisar o tipo de
informação que ela pode lhe oferecer e seu propósito no
momento: verificar a localização de informações, a capacidade de inferir, o reconhecimento do tema, a capacidade de
relacionar o texto a conhecimentos prévios, a apreensão do
sentido global do texto etc. Evite escolher questões entre
as usadas para atividades introdutórias.
2. Solicite e recolha o parágrafo produzido de acordo com as
orientações de um Desafio de escrita. Trata-se de uma atividade que propõe ao estudante a expressão, de maneira
organizada e clara, dos resultados de uma análise de texto, geralmente multissemiótico, conduzida por questões.
Nossa sugestão é que as questões sejam corrigidas antes
da escrita do parágrafo, para que o aluno elucide dúvidas ou
desfaça equívocos e possa, na etapa de produção de texto,
concentrar-se no processo de expressão. Por ser uma atividade breve e muito dirigida, a correção pelo professor torna-se viável e ágil e lhe permite identificar lacunas e tomar
decisões relativas à condução do curso.
3. Solicite e recolha uma produção de texto. Sugerimos que isso
seja feito após a produção e avaliação da proposta contida no
capítulo, ou seja, já na etapa de reelaboração, uma vez que o
aluno já teria tido um primeiro feedback de seus pares sobre
sua produção do gênero em estudo, o que, em tese, lhe deu a
oportunidade de aprimoramento. Se preferir, utilize uma nova
proposta: ainda neste manual, na parte que se refere especificamente ao conteúdo do volume, você encontrará propostas
extras de produção, que poderá utilizar como estão ou com adaptações. A correção poderá ser feita usando a grade de critérios
oferecida no capítulo ou a nova grade que ali propusemos.
A partir dessas atividades, de suas observações da turma e
do resultado de outros instrumentos avaliativos, provavelmente
será necessário interferir na produção dos alunos cujos resultados fiquem aquém do esperado para a etapa em que está. Veja
algumas sugestões que podem ser aplicadas para promover esse
avanço individual ou como atividade complementar para a turma.
1. Eixo da leitura – domínio de vocabulário
Algumas dificuldades podem estar relacionadas à incompreensão de termos e expressões empregados no texto.
O aluno pode não conseguir inferir o sentido pelo contexto, nem
descobri-lo com apoio no glossário ou em um dicionário.
Solicite ao aluno que produza listas das palavras que não
compreendeu durante uma primeira leitura. Separe as que
poderia tentar deduzir daquelas que deve consultar no dicionário por oferecerem maior dificuldade. No passo seguinte,
ele deve voltar aos trechos em que aparecem as palavras e
levantar hipóteses sobre seus significados. Escolha algumas delas para estudo: projete ou anote o trecho na lousa
ou releia com o grupo e vá mostrando as associações com o
contexto que permitem uma conclusão pertinente acerca do
sentido. O propósito é mostrar etapas do raciocínio que os
alunos podem incorporar.
2. Eixo da leitura – compreensão de informações
Escolha um texto – da coleção ou não – e prepare um conjunto
de afirmações que os alunos deverão avaliar como falsas ou verdadeiras. Siga, por exemplo, o modelo contido na atividade 2 da p. 249,
volume 6o
ano. Procure expressar as ideias usando palavras diferentes das que estão no texto e mude a ordem dos dados nos períodos
para que os alunos enfrentem um real desafio de compreensão.
XXIII
Durante a correção, pergunte aos alunos que cometeram
equívocos o que os confundiu e explore o que for dito, mostrando como poderiam ter checado a veracidade da afirmação.
3. Eixo da leitura – poemas
Os poemas estudados no Ensino Fundamental – anos finais
não costumam se valer de linguagem hermética, como alguns
trabalhados no Ensino Médio, mas é possível que parte dos alunos tenha dificuldade na compreensão da linguagem figurada e
na leitura das formulações mais sintéticas.
Solicite que façam paráfrases dos poemas, retextualizando-
-os em prosa. Oriente-os a explicar as metáforas e comparações
em lugar de repeti-las. Ajude-os a reconhecer quando há um
interlocutor específico. Peça que comecem com estruturas como “Na primeira estrofe, o eu lírico desse poema pergunta se...”,
“O poema é iniciado com o eu lírico se lamentando por...”, “O eu lírico conversa com um amigo, a quem confessa...”. Escute algumas
paráfrases para ver a coerência em relação ao texto original e explore pontos que apresentam mais dificuldade, mostrando etapas do raciocínio necessário à compreensão do texto. Ainda que
a paráfrase não seja suficiente para recuperar as várias camadas
de sentido do texto, contribui para a apreensão do sentido global.
4. Eixo da leitura – expressão de ideias
Em alguns momentos, o professor precisa distinguir se o
aluno tem dificuldade na compreensão do texto oferecido à leitura ou nas questões propostas acerca dele.
A internet é uma rede mundial de dispositivos, como computadores, celulares, tablets, videogames e outros, interligados por
meio de conexões telefônicas, rádio, cabo ou satélite. Ou seja, ela conecta milhares de pessoas em todo o mundo que navegam em busca de informações e de contato com os outros. Ninguém é dono da internet ou a controla, ela é um espaço livre.
As informações são trocadas de maneira tão rápida que é possível conhecer e entrar em contato com pessoas, organizações e
empresas em qualquer lugar do mundo em questão de segundos. Esse contato é feito por meio de sites, redes sociais e trocas
de mensagens, entre outros recursos da internet que já existem ou ainda poderão ser inventados.
<http://new.safernet.org.br/sites/default/files/content_files/navegue_com_seguranca.pdf>. Acesso em: 24 set. 2018.
• A internet é uma rede mundial de dispositivos.
• Computadores, celulares, tablets e videogames são alguns dispositivos.
• Os dispositivos são interligados por conexões telefônicas, rádio, cabo ou satélite.
• A internet conecta milhares de pessoas em todo o mundo.
• Milhares de pessoas navegam em busca de informações.
• Milhões de pessoas navegam em busca de contato com os outros.
• A internet é um espaço livre.
• A internet não é controlada por ninguém.
• A internet não tem dono.
• As informações são trocadas na internet de maneira rápida.
• A rapidez permite conhecer pessoas, organizações e empresas em qualquer lugar do mundo.
• Sites, redes sociais e trocas de mensagens são recursos da internet que permitem o contato das pessoas.
• A internet já conta com outros recursos e recursos novos poderão ser inventados.
Uma atividade produtiva consiste na solicitação de que o
aluno escreva uma mensagem para o produtor do texto para comentar se gostou ou não da leitura e por quê, se concorda com
as opiniões expressas, se se considera bem informado depois
de ler etc. A orientação dependerá do texto de que o aluno vai
partir. O material produzido, principalmente as justificativas,
pode informar ao professor o nível de compreensão atingido.
5. Eixo da produção de textos – texto expositivo
Podem ser necessárias atividades em que o desafio esteja
mais na expressão e menos na concepção das ideias.
Uma atividade eficaz consiste na produção de textos de
acordo com informações oferecidas em itens. Escolha um texto expositivo curto (notícia, verbete, reportagem etc.); separe
suas informações e anote-as de forma bem sintética, em itens,
propositalmente repetindo palavras; peça aos alunos que componham um texto apenas com essas informações. Eles podem
uni-las em um mesmo período e podem empregar as palavras
que desejarem. Só são vetadas a inclusão de dados ou a eliminação deles. Se desejar uma atividade mais complexa, altere a
ordem dos itens para que os alunos tenham de estabelecer uma
sequência coerente.
Essa atividade favorece a observação por parte do professor e o exercício por parte do aluno de habilidades como a segmentação, o uso de recursos de retomada e de mecanismos de
coesão, entre outras.
Veja um exemplo.
XXIV
6. Eixo da produção de textos – apresentação oral
Alguns alunos podem ter dificuldade em situações de oralidade, independentemente de seu grau de
extroversão nas situações informais. Por vezes, há dificuldade em empregar a variedade e o estilo de
linguagem adequados à situação comunicativa ou em mobilizar os aspectos cinésicos e paralinguísticos
de maneira funcional.
Sugerimos uma conversa com os alunos para falar da importância de desenvolver as habilidades relativas à oralidade e comentar que isso se faz com a prática frequente. Proponha, então, que se preparem
para momentos de fala para a turma. Você pode criar uma agenda, distribuindo as atividades ao longo de
determinado período, e pode optar por permitir que os alunos escolham livremente os temas, oferecer
um conjunto deles para que cada um selecione o preferido ou predefinir os temas de cada um. É possível,
por exemplo, fazer uma pergunta e orientá-los a defender um ponto de vista, sustentando-o com três
argumentos.
Promova uma audição atenta das falas e teça comentários construtivos para que o aluno saiba em que
investir na próxima ocasião de apresentação.
Grade relativa ao uso da língua
Conforme antecipamos, apresentamos aqui duas tabelas que poderão ser utilizadas por você, professor,
para a avaliação de alguns aspectos relativos ao uso da língua em textos produzidos na modalidade escrita.
As rubricas de correção têm como princípio a descrição de determinadas características dos textos, por entendermos que desse modo torna-se mais fácil verificar aspectos que precisam ser aprimorados e a comunicação deles aos alunos, caso o deseje fazer. Você pode preencher a tabela com um X no campo correspondente ao que observa ou atribuir pontuação a cada item.
Aspectos
gramaticais
O texto apresenta
inadequação(ões)
inesperada(s) em relação à
variedade em foco
O texto apresenta
inadequações frequentes em
relação à variedade em foco
O texto apresenta algumas
inadequações em relação à
variedade em foco
O texto não apresenta
inadequações em relação
à variedade em foco ou
apresenta inadequações
pontuais
Ortografia
Acentuação
Concordância
verbal
Concordância
nominal
Pontuação
Segmentação
de períodos e
parágrafos
Escolha
de
palavras
Precisão Variação
Uso de vários
termos com
sentido
equivocado
Uso de poucos
ou de nenhum
termo com
sentido
equivocado
Uso de vários
termos com
sentido
impreciso
Uso de poucos
ou de nenhum
termo com
sentido
impreciso
Repetição
frequente de
termos
Texto com
bom uso de
recursos de
substituição
Predomínio de
palavras mais
comuns
Texto com
vocabulário
variado
XXV
Observe que a primeira tabela pode perder ou ganhar itens
conforme o curso for avançando. A regência verbal, por exemplo, pode ser incluída a partir da unidade 2 do 7o
ano, quando os
alunos estudam o uso dos pronomes oblíquos átonos o e lhe, e
sua avaliação pode se tornar mais exigente a partir do 8o
ano,
quando estudarão o processo de transitividade e o uso do acento grave, indicador de crase.
Ainda nessa tabela, a primeira coluna deve marcar equívocos
que já não são esperados para a série, independentemente do
preenchimento das colunas seguintes. No 6o ano, por exemplo,
poderia ser marcada como inadequação não esperada a escrita
de losa em lugar de lousa; já no 8o
ano seria uma inadequação
não esperada a formulação encontrar-o em lugar de encontrá-lo.
As tabelas podem ser adaptadas conforme as características de suas turmas e de seu curso.
Material digital
Além desse material impresso, em que consta este manual
do professor, acompanha também a coleção um material digital que tem como objetivo fornecer outras possibilidades
de trabalho com suas turmas. Você poderá utilizá-lo da forma
que considerar mais interessante, levando em conta o ritmo de
aprendizagem de seus alunos, seus objetivos pedagógicos e a
quantidade de horas-aula de que dispõe para realizar o curso.
No material digital, você poderá acessar, por ano, doze sequências didáticas (contendo proposta de planejamento aula a
aula), atividades relacionadas ao tema da sequência e avaliações
de acordo com os objetivos propostos na sequência – e suas habilidades previstas pela BNCC (2017). Além disso, disponibilizamos quatro propostas temáticas de acompanhamento de aprendizagem (atividades avaliativas), compostas de questões de
variados níveis, gabaritos comentados dessas questões e orientações sobre o que fazer ao se detectarem dificuldades dos alunos nas respostas dadas por eles ou nos distratores assinalados
equivocadamente nos testes. Sugerimos, também, um Plano de
desenvolvimento do curso ao longo de um ano letivo. Nesse material, há, ainda, arquivos de áudio contendo narrativas, leituras
dramatizadas de textos, entrevistas e videoaulas bastante acessíveis ao universo dos alunos. Finalmente, será possível acessar
um projeto integrador relacionado a cada um dos volumes desta
coleção. Esse projeto – de caráter interdisciplinar – dialoga diretamente com as competências gerais descritas na BNCC.
Seções e boxes da coleção
Nos quadros a seguir, estão relacionadas e descritas, de modo sintético, as várias seções e boxes da coleção. As sugestões
para o professor envolvem as ações mais comuns para sua aplicação. Alertamos para a existência, no material do aluno ou no
manual em “U”, de orientações específicas em muitas seções,
feitas com o objetivo de aproveitar particularidades de um
texto ou atividade, de diversificar o conjunto de práticas realizadas durante a aula e de trabalhar algumas das competências
gerais indicadas pela BNCC.
Descrição Sugestões para o professor
Capítulo
com foco em um
gênero
Leitura 1
Desvendando o texto:
atividades de análise do
sentido global do primeiro
texto exemplar do gênero
Como funciona um(a)
[gênero]: atividades de
observação de características
do gênero (contexto de
produção e circulação,
estrutura composicional
e elementos estilísticos);
boxe de sistematização das
informações apresentadas
• Solicitar a leitura ou apresentar o áudio/vídeo. Seguir orientações
específicas apresentadas na seção, quando for o caso.
• Orientar uma visão geral do texto quando for um poema ou texto
em prosa subdividido com intertítulos ou contiver imagens, links,
boxes e rubricas.
• Perguntar aos alunos sobre dúvidas relativas a vocabulário,
conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos
conseguem resolver essas dúvidas.
• Perguntar aos alunos, antes ou depois das atividades, se gostaram
do texto, se concordam com o ponto de vista defendido nele, se se
sentiram informados etc., conforme o assunto.
• Solicitar a realização das atividades.
• Fazer a correção das atividades, voltando ao texto quando os
alunos tiverem dificuldade em localizar uma informação ou
elemento em seu contexto.
• Ler o boxe Da observação para a teoria, explicando as informações
apresentadas. Relacioná-las ao boxe com as respostas e
observações construídas durante a leitura e a realização das
atividades.
XXVI
Descrição Sugestões para o professor
Capítulo
com foco em um
gênero
Leitura 2
Refletindo sobre o
texto: atividades de
análise do segundo texto
exemplar do gênero com
observação do contexto
de produção e circulação,
estrutura composicional e
elementos estilísticos e sua
articulação para construção
do sentido global; boxe
de sistematização das
informações apresentadas
• Solicitar a leitura ou apresentar o áudio/vídeo. Seguir orientações
específicas apresentadas na seção, quando for o caso.
• Orientar uma visão geral do texto quando for um poema ou texto em
prosa subdividido com intertítulos ou contiver imagens, links, boxes e
rubricas.
• Perguntar aos alunos sobre a existência de dúvidas relativas a
vocabulário, conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos
conseguem resolver essas dúvidas.
• Perguntar aos alunos, antes ou depois das atividades, se gostaram do
texto, se concordam com o ponto de vista defendido, se se sentiram
informados etc., conforme o assunto.
• Pedir aos alunos que façam comparações entre o texto e a Leitura 1,
observando semelhanças e diferenças temáticas, composicionais e
estilísticas.
• Solicitar a realização das atividades.
• Fazer a correção das atividades, voltando ao texto quando os alunos
tiverem dificuldade em localizar uma informação ou elemento em
seu contexto. Verificar se informações relativas ao gênero estão
sendo mobilizadas na leitura do sentido global.
• Ler o boxe Da observação para a teoria, explicando as informações
apresentadas. Relacioná-las ao boxe com as respostas e observações
construídas durante a leitura e a realização das atividades.
Se eu quiser
aprender mais
Atividades de exploração
e aprofundamento de um
aspecto pontual do gênero
(modalização, contra-
-argumentação, tipos de
discurso etc.), que pode ser
estendido a outros
• Parafrasear a introdução da seção e solicitar que os alunos resolvam
as atividades.
• Aproveitar cada um dos novos textos como objeto de leitura,
pedindo a um ou mais alunos voluntários ou indicados que produzam
paráfrases ou sínteses orais.
• Corrigir as atividades, destacando o aspecto pontual em foco.
Meu/minha
[gênero] na
prática
Momento de produzir –
Planejando meu/minha
[gênero]: quadro que reúne
e sintetiza características
do gênero já observadas
nas etapas anteriores e as
desdobra em orientações
específicas para a produção
Momento de produzir –
Elaborando meu/minha
[gênero]: orientação em
passos para a produção da
primeira versão do texto
• Ler (principalmente no início do ano) a proposta de produção e os
passos do planejamento e da elaboração para verificar dúvidas e
apresentar orientações complementares.
• Solicitar o planejamento como tarefa de casa, preferencialmente.
Tomar essa decisão observando se a tarefa é individual ou em
grupo.
• Solicitar a elaboração levando em conta a natureza da produção.
Filmagens ou inclusão de imagens no texto verbal, por exemplo,
exigem ações fora da sala de aula e maior tempo de preparo.
• Enfatizar que o aspecto textual estudado em Se eu quiser aprender
mais pode contribuir para uma produção de mais qualidade.
XXVII
Descrição Sugestões para o professor
Capítulo
com foco em um
gênero
Meu/minha
[gênero] na
prática
Momento de reescrever –
Avaliando minha produção:
orientações para a avaliação
do texto, com quadro de
critérios pertinentes à
proposta específica
Momento de reescrever –
Reescrevendo meu/minha
[gênero]: orientações para a
reescrita levando em
conta a avaliação feita e o
produto a ser apresentado
• Ler (principalmente no início do ano) ou parafrasear as orientações
para a avaliação e reescrita para verificar dúvidas.
• Comentar, a partir da segunda produção, a importância de os alunos
conhecerem os critérios de avaliação ainda durante a elaboração para
ficarem atentos aos aspectos indicados.
• Acompanhar atentamente o processo de avaliação para garantir a
interação respeitosa e qualificada entre os alunos.
• Oferecer dicionários, gramáticas e o próprio conhecimento para
solucionar dúvidas relativas à norma-padrão e variedades linguísticas.
• Solicitar a reelaboração do texto já considerando a forma como será
divulgado.
Momento de apresentar –
Orientações passo a passo
para a divulgação da produção
• Reservar espaços na escola, providenciar material, organizar
atividades, quando for o caso.
• Fazer adaptações nas propostas quando não for possível produzir o
produto indicado.
• Orientar a divulgação: mural, coletânea impressa, postagem no blog,
momento de apresentação oral etc.
• Formar a equipe de editores, quando for o caso.
• Acompanhar o processo de elaboração do produto para divulgação.
Textos em
conversa
Atividades de leitura, com
a exploração de texto que
dialoga com o disponível em
Leitura 1 ou Leitura 2 por
tema ou campo de atuação
• Orientar a leitura do texto em silêncio ou em voz alta.
• Perguntar aos alunos sobre a existência de dúvidas relativas a
vocabulário, conceitos ou informações. Verificar se os próprios alunos
conseguem resolver essas dúvidas.
• Solicitar aos alunos que façam as atividades antes de promover uma
discussão, para que tenham de mobilizar os próprios conhecimentos.
• Elaborar questões gerais para verificar a compreensão global ou pedir
a um aluno que faça uma paráfrase do texto.
• Auxiliar os alunos a compreender o diálogo existente entre os textos,
explorando similaridades e diferenças.
• Perguntar aos alunos se, após essa discussão, desejam rever uma
ou mais respostas. Conceder tempo para que releiam e ajustem seu
material.
• Corrigir as questões.
Transformando
[gênero] em
[gênero]
Atividade criativa de
produção de texto, com a
retextualização (em sentido
amplo) de uma das leituras do
capítulo para um novo gênero
• Avaliar a possibilidade de propor a atividade como tarefa de casa,
considerando o tempo necessário à preparação e à realização
individual ou em grupo.
• Fazer a leitura das orientações, explicando os passos,
complementando-os ou adaptando-os, se for o caso.
• Promover uma reflexão coletiva acerca das transformações operadas
na transposição dos gêneros, para reforçar o conhecimento sobre os
gêneros envolvidos.
• Perguntar aos alunos se gostaram de realizar a atividade, sobretudo
quando envolver gêneros ou temas diretamente relacionados à
cultura juvenil.
• Organizar a avaliação dos textos, com base nas questões contidas na
seção.
• Organizar a divulgação do material.
XXVIII
Descrição Sugestões para o professor
Capítulo
com foco em um
gênero
Mais da língua
Pra começar: breve atividade
de ativação de conhecimento
prévio ou observação de
tópico gramatical em uso
Tópico: exposição teórica
de tópicos gramaticais,
com exemplos, esquemas e
tabelas
[Tópico] na prática: atividades
de exploração de textos de
gêneros variados para leitura
de sentido global, observação
de usos intencionais da língua
e demais semioses e efeitos
deles decorrentes e reflexões
metalinguísticas
• Solicitar a realização de Pra começar como tarefa de casa ou como
atividade de sala. Não solicitar a continuidade da seção antes da
reflexão sobre essa atividade inicial.
• Partir da atividade para a exposição do conteúdo teórico,
preferencialmente por meio de paráfrase, com aproveitamento ou
não dos exemplos e esquemas do capítulo. O texto didático deve
servir, preferencialmente, como material para consulta ou estudo
posterior.
• Solicitar a realização das atividades e fazer, posteriormente,
a correção. Aproveitar, nessa etapa, os textos das atividades
solicitando paráfrases, questionando os alunos sobre a
concordância ou não com o ponto de vista defendido, identificando
e discutindo a presença de estereótipos etc.
• Observar se há, na seção, um Desafio de escrita e organizar a
atividade de modo que seja realizado após as correções.
• Avaliar, no final da seção, se houve bom aproveitamento das
atividades. Os tópicos serão retomados em seções posteriores, mas,
caso seja notada dificuldade significativa, propor outras atividades
(orais e coletivas, escritas e individuais etc.), inclusive se valendo dos
textos disponíveis no capítulo.
Isso eu já vi/Isso
eu ainda não vi
Atividades de revisão ou
apresentação de itens
pontuais importantes para
a apropriação da linguagem
escrita
• Solicitar aos alunos que façam as atividades como tarefa de casa ou
de sala.
• Explicar não ser um objetivo a memorização das regras informadas;
elas funcionam como material de consulta.
• Proceder a correção, avaliando a apropriação das informações.
No caso de revisões, esperam-se respostas rápidas e
predominantemente corretas.
• Retomar as informações por meio de paráfrase e síntese para
reforçá-las e verificar sua compreensão.
• Avaliar, no final da seção, se houve bom aproveitamento das
atividades. Caso seja notada dificuldade significativa, propor
outras atividades.
• Fazer referência constante, nas atividades de leitura e de produção,
aos conteúdos da seção como forma de reforçar o processo de
aquisição da linguagem escrita.
XXIX
Descrição Sugestões para o professor
Seções especiais
Minha canção
Atividade criativa de fruição
de uma canção brasileira e
orientações para a produção
de um texto verbal ou
multissemiótico em diálogo
com ela
• Estimular a turma a cantar a canção, se possível acompanhada por
instrumentos musicais. Se não for possível, procurar o áudio na
internet.
• Parafrasear ou ler as questões feitas com o intuito de estimular a
reflexão, a discussão e a fruição da canção. Não é indicado que os
alunos respondam às questões uma a uma e por escrito.
• Estimular a recuperação do conhecimento prévio da turma sobre o
compositor ou intérprete, sobre o estilo musical, sobre o videoclipe
ou show a que se vincula a canção etc.
• Estimular a apresentação de opiniões acerca da letra e da melodia.
• Ler e orientar a produção sugerida na seção, verificando adaptações
necessárias, combinando prazos e rotina de trabalho etc.
• Reservar espaço para exposição, providenciar material etc.
Conversa
com arte
Atividades de análise de um
objeto representativo de um
tipo de arte (cinema, pintura,
dança etc.) para observações
sobre aspectos materiais,
sentido construído, efeitos
previstos e contexto de
circulação
• Verificar se a atividade pode ser feita apenas com apoio no livro ou se
é preciso buscar algum equipamento.
• Oferecer tempo para que os alunos, individualmente ou em grupo,
analisem a imagem.
• Trabalhar com ênfase a imagem, explorando aspectos como
elementos representados, posições desses elementos, recorte,
cores, efeito da luz, sugestão ou não de movimento e de áudio etc.
• Explorar conhecimento prévio dos alunos acerca daquele tipo de arte.
• Parafrasear ou ler as questões da seção para promover a reflexão e a
discussão. Não é indicado que os alunos respondam às questões uma
a uma e por escrito.
• Explorar a maneira como os alunos recebem aquele tipo de arte (Já
gostavam? Estão interessados em conhecer mais? etc.).
Expresse-se
Atividades criativas breves
de análise de outros objetos
representativos do tipo
de arte estudado na seção
Conversa com arte para
observação de similaridades
e diferenças; produção ou
divulgação de um objeto
artístico
• Verificar se a atividade pode ser feita apenas com apoio no livro ou se
é preciso buscar algum equipamento.
• Reservar tempo para que os alunos, individualmente ou em grupo,
respondam às questões.
• Discutir as respostas para criar ou ampliar o repertório do aluno
acerca daquele tipo de arte. Não é preciso corrigir as questões com o
fim de indicar acertos ou não.
• Questionar novamente os alunos acerca da relação que estão
estabelecendo com esse tipo de arte. Pedir que justifiquem os pontos
de vista apresentados.
• Ler o orientar a produção sugerida na seção, verificando adaptações
necessárias, combinando prazos e rotina de trabalho etc.
• Reservar espaço para exposição, providenciar material etc.
XXX
Descrição Sugestões para o professor
Seções especiais
Entre saberes
Atividades de resolução
de problemas diversos
relativos aos campos
jornalístico/midiático, da
atuação na vida pública
ou das práticas de estudo
e pesquisa; produção
de um texto verbal ou
multissemiótico para
divulgação de resultados ou
atuação na comunidade
• A seção contém atividades muito diversas, e as ações do professor
devem ser condizentes com essas particularidades. Há orientações
específicas na seção.
Leitura puxa
leitura
Sistematização, em quadros,
das leituras feitas no capítulo
a fim de explicitar os ganhos
para o repertório pessoal do
aluno; eventualmente inclusão
de sugestão
• Pedir aos alunos que leiam ou façam paráfrases dos quadros com os
comentários sobre os textos com os quais tiveram contato.
• Estimular uma discussão em que comentem a relação que
estabeleceram com esses textos e com o gênero (Gostam de ler
textos do gênero? Entendem a importância dessa leitura? Gostaram
dos textos selecionados? Teriam sugestões aos colegas?).
• Comentar sua própria relação com as obras.
Biblioteca
cultural em
expansão
Sistematização, em quadros,
de sugestões de obras
literárias, filmes, museus
virtuais etc. que dialogam com
uma das leituras do capítulo e
podem interessar àqueles que
a apreciaram
• Ler ou fazer uma paráfrase dos quadros com as sugestões.
• Incluir outras sugestões conhecidas pelo professor e que sejam
pertinentes ao conjunto.
• Perguntar aos alunos se alguém conhece alguma delas e solicitar
que fale dessa experiência. O professor também pode falar de sua
experiência.
• Perguntar aos alunos se estão interessados em conhecer uma das
obras. Em caso de interesse coletivo, considerar a possibilidade de
criar um projeto de leitura. Em caso de interesse particular, verificar
se o aluno aceita apresentar para a turma o resultado de sua leitura
por meio de uma resenha escrita ou oral.
XXXI
Boxes
Biblioteca cultural
Convite ao aluno para pesquisa de sites que podem ampliar seu conhecimento acerca de um
artista ou tema em foco.
• Alguns dos boxes são acompanhados de orientações específicas.
Investigue em
Convite ao aluno para pesquisa em material produzido por outras disciplinas para abordar
uma questão específica.
• Os boxes estão acompanhados pelas respostas e, eventualmente, por orientações
específicas.
Fala aí
Pergunta provocativa que instiga a reflexão e o debate acerca de um tema com implicações
éticas, morais ou estéticas.
• Evite tratar o boxe como atividade secundária, de pouca importância. Ele contribui para a
leitura ativa do texto e para o dinamismo da aula.
• Planeje o melhor momento de explorar o boxe, considerando as características de sua
turma, como a maior ou menor adesão a situações de debate.
• Aproveite as questões para instigar a turma a refletir e debater e esteja muito atento ao
que é dito, ao que fica implícito na fala e também ao que é sugerido por gestos, olhares e
silêncios, uma vez que estão em questão temas relativos a competências socioemocionais.
• Procure a parceria de outros profissionais da escola caso note algum comportamento que
precisa ser acompanhado ou sofrer interferência imediata.
• Os boxes são acompanhados de orientações específicas.
Se esse [gênero] fosse meu/
minha
Atividade que propõe alguma interferência em um dos textos estudados no capítulo.
• Os boxes são acompanhados de orientações específicas.
A língua nas ruas
Orientação de atividade de investigação de uso real da língua na mídia ou pelos falantes da
comunidade.
• Os boxes são acompanhados de orientações específicas e contam com expectativas de
resposta.
Abuse da língua
Desafio de caráter lúdico para a produção de um pequeno texto empregando um tópico
gramatical em estudo.
• Os boxes são acompanhados de orientações específicas e/ou contam com sugestões de
respostas.
Sabia? Apresentação de informações complementares ou curiosidades acerca de um tema em
estudo.
Lembra? Revisão sintética de conceitos já estudados e necessários à realização de alguma atividade.
Boxes-conceito Síntese de um conceito em estudo.
Boxes informativos Apresentação de informações extras relevantes para um tópico em estudo.
Da observação para a teoria Sistematização das observações sobre o gênero promovidas nas atividades de Leitura 1 e
Leitura 2.
Dica de professor Apresentação de orientações pontuais que ajudam o aluno a compreender um termo técnico
ou a realizar uma atividade proposta.
De quem é Apresentação sintética de informações acerca do artista que produziu os textos estudados
em Leitura 1 e Leitura 2.
XXXII
Orientações gerais
Acrescentamos a seguir mais algumas sugestões àquelas
que estão contidas nos quadros anteriores.
1. Antecipe as leituras das seções e de suas orientações para
que possa avaliar a viabilidade de algumas atividades ou
fazer adaptações necessárias, considerando o tempo e os
materiais de que dispõe e as características da turma.
2. Busque alternativas para que as produções dos alunos realmente sejam divulgadas/publicadas. Verifique, por exemplo, se é possível criar um espaço na biblioteca ou junto da
secretaria para expor coletâneas ou revistas produzidas
pelas turmas; criar um espaço nos corredores para inserção
de murais; deslocar aparelhos de som para reprodução de
podcasts no pátio etc.
3. Alterne o modo de realização das atividades: oral ou escrita, individual ou coletiva, na sala ou como tarefa de casa.
Há orientações para isso em vários pontos dos capítulos.
4. Esteja atento às respostas dadas pelos alunos para avaliar
a necessidade de reapresentar algum tópico em estudo,
revisitar informações, fazer correções no planejamento ou
realizar atuações individualizadas (leia mais sobre isso na
seção Avaliação, neste manual).
5. Observe sempre a adequação das respostas aos comandos
presentes nas questões. Veja se os alunos compreendem a
diferença entre transcrever, identificar, analisar, explicar,
comparar etc.
6. Oriente os alunos nos momentos em que assistirão a exposições teóricas ou informativas para que saibam se devem
tomar nota e como devem fazer isso. Aos poucos, eles deverão decidir sozinhos.
7. Procure solicitar, com frequência, a leitura dos textos em
voz alta para que os alunos exercitem a altura de voz, ritmo de leitura, adequação das pausas à pontuação, respiração etc.
8. Oriente os alunos para que façam a escuta atenta das suas
falas e das dos colegas. Eles devem saber identificar momentos em que podem interferir e momentos em que devem
esperar que o turno de fala seja liberado.
9. Estimule os alunos a apresentar os seus pontos de vista e a
sustentá-los de maneira respeitosa e equilibrada.
10. Apresente a eles os seus pontos de vistas e experiências de
leitura, criando uma relação de parceria na aprendizagem.
Evite os posicionamentos de ordem partidária e forneça,
desde que não esbarre em direitos humanos, mais de um
ponto de vista sobre um assunto.
11. Garanta o respeito mútuo durante as aulas. Não permita
que comportamentos inadequados interfiram no seu trabalho e na possibilidade de aprendizagem do grupo, pontuando sempre que perceber que isso está acontecendo.
Refaça os contratos de trabalho justificando a importância do coletivo e atue individualmente quando notar
que um ou mais alunos destoam da turma, procurando
envolvê-los nas atividades, chamando-os para conversas particulares ou se valendo de medidas disciplinares,
combinadas coletivamente entre os professores, quando
necessário.
XXXIII
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
Introdução
No “manual em U”, você encontra parte significativa das observações acerca de decisões metodológicas, orientações pontuais, sugestões de abordagens e sugestões de condução de
atividades. Não obstante, algumas abordagens exigem um tratamento mais detido, que não é viável no espaço disponível. É o
caso, principalmente, das observações acerca do gênero em foco
no capítulo. Tal conteúdo aparece nesta parte específica do MP.
Nela, também há propostas extras de produção de texto.
É possível que, em alguns momentos de seu curso, você disponha de tempo para a realização de uma segunda produção de
um gênero textual ou deseje aplicar uma avaliação. Sempre que
possível deixamos de indicar, na parte a ser apresentada aos
alunos (“Proposta”), o número limite de linhas, a forma de circulação e o tipo de avaliação, permitindo-lhe adaptar as propostas às necessidades de seu curso.
Esclarecemos, por fim, que, nesta parte específica do MP
e também no “manual em U”, listamos as habilidades que estão
sendo desenvolvidas nas várias seções e pré-requisitos. Gostaríamos de lembrar que as habilidades são desenvolvidas gradativamente, cabendo a revisitação delas ao longo dos anos para um
resultado mais qualificado. Como lembra a BNCC, “mesmo em
relação à programação das habilidades, seu desenvolvimento
não se dá em curto espaço de tempo, podendo supor diferentes
graus e ir se complexificando durante vários anos” (BNCC, p. 74).
Primeiro bimestre
Neste bimestre, os alunos estudarão os gêneros diário e
verbete.
O diário não é um gênero previsto pela BNCC nos anos
correspondentes ao Ensino Fundamental – anos finais. Ele se
vincula ao campo da vida cotidiana, trabalhado nas séries anteriores ao 6o
ano. Entretanto, optamos pela inserção desse
gênero no primeiro capítulo como estratégia para realizar a
transição entre o Ensino Fundamental – anos iniciais e o Ensino Fundamental – anos finais. Na passagem do diário pessoal
para o publicado e, portanto, público, saímos da comunicação
pessoal e íntima para alcançar o universo social, contribuindo
para que o aluno tenha consciência de que ele estará, a partir do
6o
ano, cada vez mais inserido no mundo que ultrapassa o familiar e próximo. Nesse sentido, o gênero dialoga com as CG 6 e
8, que tratam do autoconhecimento, da inserção na diversidade
humana e da ação que se faz cada vez mais autônoma, exigindo
consciência crítica e responsabilidade.
Quanto à temática, o segundo texto trata da guerra ocorrida
na ex-Iugoslávia. Os dados apresentados junto da leitura para
sua contextualização são suficientes, mas sugerimos que você
mostre o capítulo ao professor de História para verificar se há
possibilidade de uma abordagem conjunta. Ele pode selecionar
textos acessíveis acerca do conflito na ex-Iugoslávia para que
os alunos possam comparar o que é dito pela imprensa e/ou pelas autoridades àquilo que relata a adolescente Zlata. Abordagens como essa contribuem para o desenvolvimento da quarta
competência específica de História, que prevê a identificação
de interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos
sobre um mesmo contexto histórico.
Já a abordagem do verbete atende ao propósito de qualificar a participação dos alunos nas práticas relativas ao estudo
e à pesquisa para favorecer a compreensão do mundo físico e
da realidade social, além de contribuir para o prosseguimento
dos estudos e posterior inserção no mundo do trabalho, objetivos indicados pela BNCC (p. 148). São princípios relacionados, principalmente, à CG 1, que cita a valorização e utilização
dos conhecimentos historicamente construídos. Para alcançá-
-los, o documento destaca, principalmente nas habilidades
EF69LP29 e EF69LP35, a aprendizagem de procedimentos de
leitura/escuta e de produção de determinados gêneros, dentre
os quais o verbete, considerando sua função social e analisando
sua forma de organização e recursos linguísticos. Neste capítulo, a Leitura 1 traz um verbete de dicionário linguístico impresso, e a Leitura 2, um verbete de enciclopédia digital, mostrando
uma variação do gênero promovida, entre outros aspectos, pelo
objeto abordado e pelo suporte.
Destacamos que a leitura e a compreensão de verbetes de
dicionário são habilidades indicadas já para o 5o
ano, prevendo
observação da estrutura e das informações gramaticais e semânticas neles contidas, tendo sido antecedida, nos anos anteriores, pela consulta para esclarecimento de dúvidas sobre
a escrita de palavras ou seus significados e pela produção de
textos para enciclopédias infantis. A proposta, agora, prevê a
retomada e a ampliação dessas operações.
Destacamos, ainda, que o texto da Leitura 2 abre espaço para
uma atividade conjunta com o professor de História. Sugerimos
que seja apresentada a ele a subseção do verbete intitulada “Origem”, que trata da evolução do sapato ao longo do tempo. Vocês
podem planejar uma atividade de pesquisa para a produção de
verbetes complementares. Em grupos, os alunos podem pesquisar informações sobre um tipo de calçado específico, como
as getas japonesas, a tzanga romana ou o chopine veneziano. A
atividade permite relacionar objetos e tecnologias às estruturas
sociais e culturais, contribui para conhecimento da historicidade
no tempo e no espaço e concorre para o desenvolvimento de habilidades relativas à pesquisa, além de ser mais uma oportunidade de exploração do gênero verbete. A atividade pode ser estimulada, ainda, com a visita ao site Museu do Calçado de Franca.
XXXIV
Capítulos Pré-requisitos
necessários
Principais objetivos relacionados ao
conteúdo dos capítulos
Competências
gerais em foco
Competências e
habilidades desenvolvidas
Diário: registro do eu
no mundo
EF03LP12
EF35LP01/07
EF67LP04
EF69LP56
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do diário.
Diferenciar características de um texto íntimo
daquelas de um público.
Refletir sobre a escrita íntima ou pública no
formato blog.
Retomar critérios para organização do texto em
parágrafos.
Produzir uma página de diário.
Reconhecer similaridades temáticas ou
discursivas entre uma página de diário e um
relato de experiência.
Compreender a linguagem como atividade de
interação.
Explorar semioses específicas.
Refletir sobre a seleção e a combinação na língua.
Revisar a notação de determinadas palavras.
Explorar produções de retrato (fruição de artes
visuais).
Produzir uma série de retratos (expressão
artística).
CG 3, 6, 8, 9 CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
9, 10
EF06LP04/05/06/11/12
EF67LP04/07/08/11/15/
20/23/25/27/28/30/
32/33/36/37/38
EF69LP01/02/03/04/
05/08/17/21/36/42/44/
45/49/51/55/56
Verbete: palavra que
explica palavra
EF35LP11/12
EF05LP22
EF67LP04
EF69LP29
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do gênero verbete.
Reconhecer a função informativa e o uso
referencial do gênero.
Entrar em contato com um verbete de dicionário
e um verbete de enciclopédia digital colaborativa.
Explorar recursos próprios de cada suporte.
Perceber as particularidades do gênero relativas
às condições de produção e circulação social.
Estudar critérios de segmentação de frases.
Produzir um verbete enciclopédico.
Identificar a presença de definição no verbete e
em outros gêneros.
Divulgar conteúdo informativo em um contexto
de produção e recepção de gênero oral.
Ampliar a compreensão do papel da língua na
inserção do indivíduo em práticas sociais diversas.
Refletir sobre as relações entre linguagem/
língua e identidade cultural.
Compreender o fenômeno da variação linguística
e reconhecer marcas de variedades diversas.
Entender os conceitos “norma-padrão” e de
“variedades urbanas de prestígio”.
Observar o processo de adequação de uma
variedade linguística a uma situação comunicativa.
Refletir sobre a noção de “preconceito linguístico”.
Revisar convenções de escrita relativas ao uso
de parônimos.
Escrever um verbete de enciclopédia digital
colaborativa.
CG 1, 5 CEL 1, 2, 3, 5, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10
EF06LP06/11
EF67LP01/08/11/12/
20/21/23/26/28/32/33
EF69LP02/04/06/07/
08/10/12/17/29/30/32/
34/35/36/38/40/42/
44/47/48/55/56
Minha canção: CELP 3
EF67LP11/28
EF69LP48
XXXV
Material digital
Material Tema
Sequência didática 1 O diário
Sequência didática 2 O retrato na pintura e a descrição
como forma de retrato
Sequência didática 3 Os tipos de dicionário e o
conteúdo dos verbetes
Videoaula Como nos comunicamos?
Áudio A enciclopédia no meu tempo
Avaliação 1
Propostas de produção de texto extras
Diário: registro do eu no mundo
No capítulo 1, os alunos produziram uma página de diário
relatando algumas experiências e acontecimentos ocorridos
no início do ano. Agora, a ideia é produzir uma página de diário
ficcional cujo conteúdo ultrapasse o âmbito individual, assim
como acontece em O diário de Zlata, obra que os alunos tiveram a oportunidade de conhecer. A narrativa da adolescente de
Saraievo apresenta ao leitor fatos que dizem respeito a muitos
que enfrentam uma guerra.
Sugerimos que a página de diário não ultrapasse 30 linhas e
que seja divulgada em um mural na classe. A avaliação pode ser
feita em duplas escolhidas por você para favorecer novas interações. A grade do capítulo (rubrica de correção) é adequada a
essa avaliação.
Proposta
No capítulo 1, você conheceu O diário de Zlata. Nele, a jovem relatou
como viveu durante o período da guerra. Ao contar sua experiência
pessoal, Zlata permitiu ao leitor saber como as pessoas sobrevivem
nesses momentos extremos: que dificuldades enfrentam, como se
sentem, quais são os efeitos da guerra etc.
Reflita sobre as experiências de sua comunidade e crie uma página
de diário ficcional em que seja relatado, por exemplo, o enfrentamento de uma dificuldade (uma enchente, um apagão, um vendaval, por
exemplo).
Não se esqueça de que o relato deve ser pessoal, ou seja, a situação
coletiva será apresentada a partir de uma experiência particular.
Consulte o capítulo 1 para rever as orientações de planejamento e
elaboração da página do diário.
Verbete: palavra que explica palavra
No capítulo 2, os alunos produziram um verbete enciclopédico
para explicar um lugar fictício, tendo como modelo o Dicionário
de lugares imaginários, de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi,
e seu verbete sobre o Sítio do Picapau Amarelo, espaço ficcional
criado pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato. Vão experimentar agora redigir um verbete sobre algo real – a fruta mangostão
ou mangostin – partindo de uma notícia. Nessa retextualização,
precisarão selecionar adequadamente as informações e apresentá-las empregando linguagem formal e objetiva, em um texto
que – sugerimos – tenha por volta de 20 linhas.
Para que tenham acesso à notícia, você pode disponibilizar o
link, reproduzir o texto ou lê-lo duas vezes, pedindo-lhes que anotem as informações mais relevantes. Neste último caso, sugerimos que o texto fique disponível para consulta durante a atividade.
Sugerimos a avaliação em duplas, apoiada pela grade de
critérios (rubrica de correção) do capítulo. Ajude os alunos a
adaptá-la à nova situação.
Proposta
Você produziu, no capítulo 2, um verbete enciclopédico sobre um lugar imaginário. Nesse texto, explicou esse lugar, oferecendo informações completas e procurando ser didático, afinal um verbete deve ser
informativo e claro.
A ideia agora é que você produza um verbete sobre algo real – a fruta
mangostão ou mangostin — seguindo o modelo da Wikipédia. Para
saber sobre ela, leia a notícia a seguir:
Fruta exótica é produzida em Linhares e comercializada no Ceasa
Você já ouviu falar no mangostin ou mangostão? A fruta é conhecida
na Ásia e na Indonésia, onde é mais produzida, como “a fruta mais
saborosa do mundo” por possuir um sabor exótico e delicioso. Além
disso, ela oferece benefícios para a saúde.
A comercialização do mangostin no mercado das Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa/ES) começou no mês de julho [2015]
com o preço médio do quilo ofertado a R$17,00.
Marcos Simonassi vende o mangostin e garante que a fruta é bastante procurada. “No mês eu costumo vender aproximadamente 2 mil
toneladas da fruta. No Brasil, o plantio do mangostin é destaque nos
estados de São Paulo, Bahia e no município de Linhares, no Norte do
Espírito Santo”, conta Simonassi.
Saúde
O mangostin é uma fruta rica em proteínas, fibras, ferro, magnésio,
fósforo, potássio, zinco, cobre e manganês. Além das vitaminas C, B6 e
B12. “Com apenas 63 calorias por 100 gramas, não apresenta teor de
gordura saturada nem de colesterol”, explica a nutricionista Matilde Alves.
Segundo a nutricionista, o mangostin possui antioxidantes que auxiliam no combate a doenças como câncer e retardam o envelhecimento.
“Os antioxidantes são reconhecidos pela sua capacidade de proteger o
corpo de efeitos deteriorantes. Além disso, é uma excelente fonte de
fitonutrientes que oferecem benefícios que incluem efeitos antioxidantes.
Os fitonutrientes específicos que se encontram em frutas e verduras
funcionam em conjunto com outros nutrientes para proteger a saúde”,
explica a nutricionista.
Em armazenamento fechado, seco e quente, os mangostões podem
ser guardados por 20 a 25 dias. Períodos mais longos podem endurecer
a pele exterior, e a casca enrijecer. Quando a casca endurece, torna-se
difícil abrir os frutos, e o próprio interior seca.
Disponível em: <http://www.folhavitoria.com.br/geral/
noticia/2015/08/fruta-exotica-e-produzida-em-linhares-ecomercializada-no-ceasa.html>. Acesso em: 29 ago. 2018.
Seu verbete não deve ser longo, por isso escolha com cuidado as informações indispensáveis para informar seu leitor acerca da aparência da fruta, suas qualidades, sua produção etc. Lembre-se de que o
verbete enciclopédico é um texto formal e objetivo.
XXXVI
Capítulos Pré-requisitos
necessários
Principais objetivos relacionados
ao conteúdo dos capítulos
Competências
gerais em foco
Competências e
habilidades desenvolvidas
História em
quadrinhos: imagens
e palavras em ação
EF15LP14
EF35LP10
EF67LP27
EF69LP05
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do gênero HQ.
Analisar a interação entre as várias semioses no
gênero.
Reconhecer a presença de elementos implícitos
como parte do processo de leitura.
Inferir e justificar os diferentes efeitos de sentido
produzidos pelos textos pertencentes ao gênero.
Explorar a intertextualidade.
Reconhecer o entretenimento, o ensinamento e a
reflexão como finalidades do gênero.
Entrar em contato com HQs com diferentes
condições de produção.
Refletir sobre os recursos da HQ eletrônica.
Produzir uma HQ.
Envolver-se em um processo de edição de revistinha.
Reconhecer a escrita e a fala como duas modalidades
da língua e refletir sobre as diferenças e semelhanças
entre os recursos próprios de cada uma.
Compreender a oralidade e a escrita como sistemas
complementares.
CG 3, 4, 5 CEL 1, 2, 3, 5, 6
CELP 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10
EF06LP12
EF67LP01/11/20/ 27/28/
29/30
EF69LP02/03/05/17/19/
47/51/54/55
Segundo bimestre
Para o segundo bimestre, optamos pela exploração dos
gêneros história em quadrinhos e relato de experiência.
A CG 3 e a CEL 5 preveem a participação do aluno em
práticas diversificadas da produção artístico-cultural, tanto
locais quanto mundiais. A HQ, gênero em foco no capítulo 3,
bastante associado à cultura juvenil, estimula essa participação ao colocar o estudante em contato tanto com produtores
de grande expressão no universo midiático, caso dos quadrinhos de circulação mundial e alta vendagem, quanto com
aqueles que têm encontrado seu espaço nas mídias locais ou
nas redes sociais. Por suas várias semioses, a HQ revela-se
um gênero produtivo para o desenvolvimento da habilidade
de leitura, sobretudo no que tange à exploração de efeitos de
sentido produzidos por alguns dos recursos citados na habilidade EF67LP08: sequenciação de imagens, complementação
entre elas e a escrita, foco, ângulo etc. Além disso, favorece a
ampliação da capacidade de inferir e justificar efeitos de humor, aspecto citado na EF69LP05, obtidos, por exemplo, por
recursos iconográficos ou gráfico-editoriais, pela intertextualidade e pela metalinguagem, contribuindo também para uma
leitura mais qualificada de outros gêneros que os empregam,
como a charge ou o artigo de opinião.
Dando continuidade ao estudo da oralidade, eixo que
ganhou destaque na seção Mais da língua no capítulo 3, os
aprendizes lerão duas transcrições de relatos de experiên cia,
gênero que permitirá, entre vários outros objetivos, discutir
a adequação de variedade e estilo de linguagem à situação
comunicativa, como prevê a CELP 5, e analisar informações,
argumentos e opiniões manifestados em interações sociais,
como prevê a CELP 6. As transcrições permitem explorar a
construção do texto falado, e a exibição conjunta dos vídeos
oferece a possibilidade de observação de elementos paralinguísticos e cinésicos articulados ao texto verbal, conforme
cita a EF69LP40, além de colocar em questão possibilidades
de participação no campo jornalístico de maneira produtiva
e ética, como prevê a EF69LP06.
Destacamos a Leitura 1, que relata a experiência de um brasileiro durante um terremoto. A interpretação de fenômenos
naturais como esse, com base no modelo das placas tectônicas, é citada como na habilidade EF07CI15, a ser desenvolvida
pelo componente curricular Ciências no 7o
ano. Esse capítulo
oferece material oportuno para a abordagem: o relato remete
a uma experiência no Chile, país em que esse fenômeno ocorre
com frequência e, na seção Textos em conversa, o eu lírico do
poema menciona a impossibilidade de um terremoto em Minas
Gerais. Mostre os dois textos ao professor de Ciências, que, em
função de um eventual interesse dos alunos, poderá decidir por
antecipar a abordagem ou retomar o capítulo no ano indicado.
Advertimos que, também no volume do 7o
ano, a Leitura 2 do
primeiro capítulo, destinado à exploração de notícia, irá abordar os tremores de terra.
XXXVII
Entender as diferentes condições de produção e de
interação de textos orais e escritos.
Entrar em contato com transcrição de textos orais.
Compreender o conceito de “turno conversacional”
e a negociação de turnos como um dos fundamentos
da comunicação.
Apropriar-se dos conceitos de “letra” e “fonema”.
Entender a ortografia como convenção.
Explorar produções de videoclipe (fruição artística).
Produzir playlist comentada e disponibilizá-la em
contexto digital.
Relato de
experiência: contar o
que houve comigo
EF35LP10
EF05LP27
EF06LP05
EF67LP14
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do gênero relato de experiência.
Compreender o relato de experiência como
expressão de ponto de vista pessoal.
Analisar os recursos empregados nas transcrições
de textos orais.
Perceber marcas próprias da oralidade.
Refletir sobre os diferentes graus de formalidade
adequados às várias situações comunicativas.
Estudar relações lógicas e conectores de causa e
consequência.
Produzir um relato de experiência oral.
Diferenciar fato real de evento imaginado e
relacioná-los à diferença de domínio discursivo ou de
campo de atuação.
Explorar particularidades do relato de experiência e
da entrevista em atividade de adaptação de texto.
Estudar funções sintático-semânticas nas orações e
o funcionamento dos substantivos.
Observar processos de formação de substantivos.
Estudar a flexão de gênero e número dos
substantivos.
Explorar a variação de grau do substantivo e os
valores expressivos decorrentes dela.
Revisar a grafia de encontros consonantais.
Entrar em contato com o movimento hip-hop.
Produzir uma videoaula.
CG 4, 6, 8, 9 CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
EF06LP01/03/04/06/11
EF67LP03/05/06/08/
09/12/14/20/21/27/28/
32/35/37
EF69LP02/03/06/07/
10/12/16/17/19/21/30/
39/40/42/48/54/55
EF07LP02/08/09/14
EF08LP05/12/13/
14/16
EF89LP13/31/37
EF09LP08/11
Material digital
Material Tema
Sequência didática 4 Fonema
Sequência didática 5 O hip-hop é cultura
Sequência didática 6 O substantivo
Audiovisual Histórias em quadrinhos
Videoaula Como fazer um resumo
Avaliação 2
XXXVIII
Propostas de produção de texto extras
História em quadrinhos: imagens e palavras em ação
Na seção Leitura 1, do capítulo 3, os alunos leram uma tirinha
em que o cartunista Fernando Gonsales brinca com o super-herói Thor, empregando o efeito de quebra de expectativa.
Na proposta apresentada a seguir, eles deverão produzir o
mesmo efeito, recorrendo a outro personagem de que gostem.
As tirinhas devem compor um mural em área pública da escola,
com o título “Por essa eles não esperavam...”. Sugerimos que,
desta vez, ocorra uma autoavaliação e que a aferição da recepção por outros alunos ocorra de maneira informal.
Proposta
No capítulo 3, você leu uma tirinha do quadrinista Fernando Gonsales, na qual o super-herói Thor é colocado em uma situação inesperada e risível. Gonsales buscou o efeito da quebra de expectativa.
Agora é a sua vez! Escolha outro personagem bem conhecido e, brincando com uma característica marcante dele, crie uma tirinha com o
mesmo efeito. O título geral das tirinhas é “Por essa eles não esperavam...”.
Sua tirinha pode ter, no máximo, quatro quadrinhos e deve ser feita
em uma folha de tamanho A4.
Siga as orientações apresentadas no capítulo e, após esboçar sua
produção, aplique o quadro de critérios para ver se realizou bem todos os pontos indicados. Refaça o que não ficou satisfatório e prepare a versão final da tirinha.
Relato de experiência: contar o que houve comigo
No capítulo 4, os alunos conheceram os relatos de experiência de um professor paulista que foi surpreendido por um
terremoto no Chile e de um jovem músico que participa de um
projeto social. Depois, prepararam um relato pessoal com base
em alguma experiência marcante. Com base nessa exploração
do gênero, irão fazer um novo relato, agora para contar alguma
experiência envolvendo uma relação com um animal: encontrar
um gato na rua e levar para casa, lidar com a morte de um cachorrinho, ter de fugir de um animal enfurecido etc. Propomos
que a atividade seja novamente oral, mas ela pode, facilmente,
ser adaptada para a modalidade escrita. Sugerimos que a avaliação seja feita em grupos, utilizando a grade de critérios apresentada no capítulo. Os alunos devem ouvir a gravação, comentar aspectos positivos e sugerir mudanças em pontos que não
ficaram satisfatórios.
Proposta
Você já viveu uma experiência marcante com um animal? Talvez tenha encontrado um bichinho na rua e o adotado. Ou tenha deparado
com um animal enfurecido, o que o obrigou a fugir. Muitos de nós já
sofremos com a morte de nosso pet. Esses são alguns temas possíveis para seu relato de experiência, que deve durar entre 1 min 20 s e
2 min e deve ser gravado para que seja possível refazê-lo caso não esteja satisfatório. Siga as orientações de planejamento e elaboração
que você encontrou no capítulo 4.
Terceiro bimestre
No terceiro bimestre, os alunos estudarão o poema e alguns gêneros da esfera publicitária, com destaque para o
anúncio.
Entre o 3o
e o 5o
ano do Ensino Fundamental – anos iniciais, os alunos são convidados a apreciar e a compreender
poemas e outros textos versificados para observar recursos
sonoros, iniciar a leitura mais detida de imagens poéticas
(sentidos figurados) e explorar, em poemas concretos, o formato e a diagramação das letras do texto na página. O gênero será estudado em vários momentos nesta coleção e, nesta
primeira oportunidade, optamos por retomar esse conjunto
de aspectos e explorá-lo por meio de poemas um pouco mais
demandantes quando comparados ao acervo comumente
apresentado nas etapas anteriores. O objetivo é oferecer
aos alunos condições para que possam fruir essas manifestações literárias e ampliar as práticas relativas à leitura. No
6o
ano, as habilidades relativas aos poemas são EF67LP28,
que prevê a seleção de procedimentos e estratégias de leitura adequadas ao gênero e ao suporte, e EF69LP48, que
destaca a interpretação com base no efeito produzido por
recursos expressivos.
Além de explorar o domínio da literatura, como continuação do percurso de aprendizagem, os estudantes se dedicarão à esfera da publicidade. A BNCC prevê o tratamento de
diferentes peças publicitárias, com suas práticas multissemióticas e multimidiáticas, e não apenas do anúncio publicitário impresso (p. 135). Indo ao encontro disso, no capítulo 6,
os alunos estudarão, ao lado deste gênero, um fôlder, um spot
e um filme pertencentes à mesma campanha, favorecendo a
comparação entre essas peças, como propõe a habilidade
EF69LP02, e a análise dos diferentes recursos linguístico-
-discursivos empregados para a persuasão, como indica a
habilidade EF69LP04. Embora as campanhas em foco não divulguem produtos ou serviços, e sim ideias e práticas de interesse social, sua abordagem tem como objetivo desenvolver
as estratégias de leitura crítica necessárias ao estabelecimento do consumo consciente.
Chamamos a atenção para o fato de que, ao longo do capítulo, o aluno entrará em contato com cinco peças publicitárias relacionadas ao meio ambiente, com temas diversos:
descarte de lixo na água (já na Leitura 1), aquecimento global
(duas vezes), defesa da reciclagem e ocupação de área de mananciais. A promoção da consciência ambiental está prevista
na CG 7, na CEL 4 e na CELP 6, além de corresponder a desdobramentos de outras competências relativas à leitura e à
produção de textos para defesa de posicionamento ou divulgação de conhecimento. Está também em destaque na oitava
competência específica de Ciências da Natureza, que trata do
uso dos conhecimentos da área para tomar decisões frente
às questões socioambientais contemporâneas; por isso, sugerimos um trabalho conjunto com o professor desse componente curricular: os alunos podem selecionar diferentes peças publicitárias a partir de pesquisa na internet e examinar,
com o auxílio de vocês dois, o tema ou problema levantado,
XXXIX
a maneira como ele é comunicado na campanha e o contexto
que o justifica. Será interessante, por exemplo, evidenciar
uma escolha do produtor da peça diretamente relacionada
a uma informação de contexto ainda não conhecida pelos
alunos, o que evidenciará a importância de progressivamente ampliar seus repertórios pessoais. A partir do interesse
demonstrado pelos adolescentes e do material coletado, o
professor de Ciências pode encaminhar atividades mais específicas, como a pesquisa sobre o destino do lixo na região
em que fica a escola e a ocupação de áreas de mananciais nas
proximidades, por exemplo, e solicitar a preparação de uma
campanha publicitária.
Capítulos Pré-requisitos
necessários
Principais objetivos relacionados
ao conteúdo dos capítulos
Competências
gerais em foco
Competências e
habilidades desenvolvidas
Poema: a expressão
do eu
EF15LP17
EF35LP31
EF06LP04
EF67LP28
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do gênero poema.
Conhecer textos poéticos com diferentes formas
de composição.
Interpretar efeitos produzidos pelo uso de
recursos expressivos sonoros, semânticos e
gráfico-espaciais.
Analisar a organização em versos e estrofes.
Perceber o uso da linguagem figurada como
recurso de construção da imagem poética.
Produzir um poema.
Observar os recursos multissemióticos
presentes em textos poéticos digitais.
Reconhecer similaridades temáticas entre um
poema e uma escultura.
Estudar funções sintático-semânticas de
adjetivo (ou locução adjetiva), numeral e artigo
nas orações e o funcionamento deles.
Estudar a flexão dos adjetivos e a variação de grau.
Explorar algumas regras de concordância
nominal.
Refletir sobre a lógica da acentuação a partir da
observação de palavras cognatas.
Explorar produções de design, observando a
relação entre estética e funcionalidade.
Construir um objeto de design.
CG 4, 8 CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP 1, 2, 4, 7, 8, 10
EF06LP04/06
EF67LP01/08/20/
27/28/31/32/38
EF69LP03/05/07/12/
44/45/46/48/51/
53/54/55
EF07LP08
EF08LP09
EF89LP32/33/36
Anúncio e outros
gêneros publicitários: a
venda de produtos e de
ideias
EF15LP04
EF05LP05
EF06LP04
EF67LP08
EF67LP15
Explorar os recursos estruturais, estilísticos
e discursivos próprios do anúncio e de outros
gêneros publicitários.
Entrar em contato com práticas multissemióticas
e multimidiáticas relativas aos gêneros
publicitários.
Analisar a interação entre as várias semioses
em gêneros publicitários e a adequação delas ao
contexto de circulação.
Reconhecer a criatividade como recurso do
campo publicitário.
Identificar e analisar estratégias persuasivas
relativas à relação com o interlocutor, inclusive a
interlocução explícita.
Produzir um anúncio publicitário.
Desenvolver uma campanha publicitária.
Refletir sobre a função social de textos
publicitários e de documentos que os regulam.
CG 4, 7, 10 CEL 1, 2, 3, 4, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
10
EF06LP04/06
EF67LP05/08/13/15/
16/20
EF69LP02/03/04/05/
07/09/12/17/20/22/
24/ 27/44
EF89LP07/11
XL
Material digital
Material Tema
Sequência didática 7 A poesia de tradição oral e releituras
Sequência didática 8 A história da cadeira
Sequência didática 9 Verbo
Áudio Poemas de Casimiro de Abreu
Áudio A publicidade hoje
Avaliação 3
Propostas de produção de texto extras
Poema: a expressão do eu
No capítulo 5, os alunos produziram um poema visual, empregando palavras e um objeto, e formaram com eles um varal de
poemas. Propomos a produção de um novo poema visual, agora explorando a forma das palavras e dos versos. Optamos por
deixar para anos posteriores do Ensino Fundamental, quando os
alunos já terão estudado mais detidamente recursos relativos à
sonoridade e à construção de imagens, a produção de poemas
exclusivamente verbais.
Sugerimos que a produção seja feita em trios para que um
aluno apoie o outro na busca de soluções estéticas, e que os
poemas sejam curtos (no máximo quatro versos) a fim de que
seja possível explorar melhor o espaço da página.
Posteriormente, os poemas podem ser afixados no mural
da sala de aula e os alunos podem comentar suas impressões.
Se essa sugestão for aceita, oriente-os a produzir em uma folha
de papel A4 ou maior.
Proposta
No capítulo 5, você conheceu um poema de Arnaldo Antunes em que
a posição das palavras e os espaços entre elas contribuíam para a
construção do sentido do texto. Você também entrou em contato
com um poema de Al-Chaer em que o formato das letras estava associado ao sentido comunicado. Volte ao capítulo e observe novamente
os poemas.
Realizar uma paródia com o fim de provocar
reflexão sobre o consumo acrítico.
Estudar as funções sintático-semânticas dos
verbos nas orações (incluindo as locuções
verbais) e seu funcionamento.
Conhecer as flexões verbais e a classificação dos
verbos como regulares e irregulares.
Explorar o emprego dos modos verbais.
Estudar modelos de conjugação verbal.
Revisar regras de acentuação relativas às palavras
monossilábicas, oxítonas ou proparoxítonas.
Familiarizar-se com a estrutura de uma carta de
reclamação.
Produzir uma carta de reclamação.
Você e seus colegas produzirão um poema em que a posição e o formato das palavras e letras sejam usados para construir sentidos.
Vocês podem usar cores, desenhar as letras para sugerir imagens,
entre outros recursos. Um poema sobre o mar, por exemplo, pode
ter versos imitando as curvas das ondas; um poema sobre a seca
pode ser escrito com letras que lembrem as rachaduras da terra ou
as ossadas do gado morto. Sejam criativos e façam uma apresentação caprichada!
Anúncio e outros gêneros publicitários: a venda de
produtos e de ideias
No capítulo 6, os alunos foram convidados a produzir um
anúncio publicitário cuja finalidade era mudar um comportamento nocivo ao bem-estar social. Agora, vão experimentar
produzir um anúncio para divulgar um ritmo musical: rap, funk,
samba, rock ou música sertaneja, por exemplo.
Indicamos a feitura em grupos (4 ou 5 alunos) para favorecer a troca de informações e a correção de rumos ainda durante
a produção do material. O anúncio deve ser produzido em um
suporte que permita a fácil visualização: folha A3, duas folhas
A4 emendadas, cartolina etc.
A avaliação pode ser feita em equipes, formadas com um integrante de cada grupo produtor dos anúncios. Na primeira rodada, os anúncios circulam entre as equipes e o aluno produtor
ouve os comentários sobre sua produção. Na segunda rodada, o
grupo produtor volta a se reunir e os integrantes relatam o que
ouviram dos colegas.
Proposta
No capítulo 6, você produziu, em grupo, um anúncio publicitário que
tinha como objetivo mudar um comportamento social que não era
desejável.
O objetivo agora é divulgar um ritmo musical, destacando suas características, sua origem e o universo em que costuma circular com mais
frequência e convidando o leitor a conhecê-lo. O forró, por exemplo,
poderia ser associado a imagens que remetessem à região Nordeste,
ao sanfoneiro, tocador de triângulo ou zabumbeiro, a um casal dançando etc. O texto verbal poderia remeter a artistas conhecidos, à
forma de dançar arrastando os pés, entre outras possibilidades.
XLI
podem ser mobilizadas para a reflexão sobre o caso e para o
desenvolvimento da CG 9, relativa à promoção dos direitos
humanos e ao acolhimento do outro.
Por fim, no último capítulo deste volume, sugerimos o estudo da estrutura narrativa e do gênero conto, que não são
novidades para os alunos. No Ensino Fundamental – anos iniciais, sua abordagem tem como objetivos principais a leitura, a
compreensão e a criação dos textos, com a familiarização dos
elementos estruturais de uma narrativa. Espera-se a mobilização das habilidades com “relativa autonomia”, como citado na
página 131. Pensando na progressão e com o fim de ampliar essa autonomia, esta coleção irá propor, ao longo dos quatro anos
do Ensino Fundamental – anos finais, a revisitação do gênero,
com a oferta de exemplos mais demandantes do ponto de vista
da temática, do diálogo entre vozes, dos recursos estilísticos,
dos sentidos implícitos, do vocabulário e da estrutura sintática etc. Nesse sentido, acompanha o que prevê a BNCC quando
defende que “mesmo em relação à progressão das habilidades,
seu desenvolvimento não se dá em curto espaço de tempo, podendo supor diferentes graus e ir se complexificando durante
vários anos” (p. 74).
Nessa parte, as leituras destacam relações de empatia e
contribuem para que o aluno reconheça que o contato com a
literatura contribui para a humanização, como prevê a CELP 9.
A literatura é citada na CG 3 e na CEL 5 da BNCC, ambas relativas ao desenvolvimento do senso estético para a fruição e
respeito às manifestações culturais. É, ainda, um meio de realização de duas outras competências, uma vez que põe em foco
as emoções e, nesse sentido, contribui tanto para o autoconhecimento e autocuidado como para o cuidado do outro, no exercício da empatia, do acolhimento e do respeito (alteridade), como
marcam as CG 8 e 9. Ainda citando a BNCC, agora a habilidade
EF69LP44, mencionamos que as atividades com os textos do
capítulo destacam a expressão de visões de mundo e valores
sociais e humanos.
Quarto bimestre
Comentário de leitor e conto serão os gêneros estudados
no quarto bimestre.
Em consonância com as CG 5 e 9, que tratam, respectivamente, da utilização das tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma ética e do exercício do diálogo para a
resolução de conflitos, o texto da BNCC reforça a preocupação
que se deve ter com o desenvolvimento de habilidades relativas ao debate respeitoso e ao combate ao discurso de ódio em
todas os anos do Ensino Fundamental. No capítulo 7, a exploração do gênero comentário de leitor é uma oportunidade para
a análise de argumentos com o objetivo de distinguir aqueles
que se sustentam de outros construídos sobre generalizações,
relações indevidas, premissas falsas e preconceitos, os quais
tornam o debate improdutivo e, muitas vezes, distorcem os
fatos em discussão. Estão contempladas nessa abordagem as
habilidades EF69LP01 e EF69LP11, além de EF69LP56, relativa
ao uso consciente e reflexivo das regras da norma-padrão, uma
vez que se abordam as particularidades da interação no contexto da internet.
O texto da Leitura 1 diz respeito à crise dos refugiados na
Europa. O contexto oferecido é suficiente para que os alunos
entendam os comentários de leitor selecionados para a atividade, mas é possível planejar uma atividade conjunta com o
professor de Geografia ou de História, que poderia explorar
notícias acerca dos fluxos de imigrantes para o continente
europeu, em 2015 e anos seguintes, motivados pela fome,
conflitos políticos, intolerância religiosa, violação de direitos
humanos, entre outros fatores. A complexidade dos fatores
envolvidos nessa migração e das consequências para os países de destino talvez não caiba no trabalho previsto para alunos de 6o
ano, mas as noções de pertencimento e identidade,
importantes para a área das Ciências Humanas, vêm sendo
abordadas desde os anos iniciais do Ensino Fundamental e
Capítulos Pré-requisitos
necessários
Principais objetivos relacionados
ao conteúdo dos capítulos
Competências
gerais em foco
Competências e habilidades
desenvolvidas
Comentário de
leitor: o direito
de opinar
EF35LP31
EF06LP04
EF67LP28
EF15LP17
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do comentário de leitor.
Entrar em contato com comentários de leitor
divulgados em publicações impressa e digital
e examinar as particularidades relativas às
condições de produção e circulação social.
Observar o papel dos interlocutores e as normas
de interação.
Analisar e avaliar a construção de argumentos.
Produzir um comentário de leitor.
Refletir sobre a forma ética de utilização das
tecnologias digitais de informação e comunicação
para promoção de um debate respeitoso.
Expressar e justificar posicionamento em uma
carta pública.
Classificar enunciados como frase, oração ou
período.
CG 5, 6, 9, 10 CEL 1, 2, 3, 4, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
EF06LP08/09/10
EF07LP01/14
EF67LP01/02/05/11/12/
23/37
EF69LP01/03/06/07/10/
11/15/16/17/18/32/33/36/
37/55/56
EF89LP03/33
XLII
Estudar tipos de frase e relacioná-los a
particularidades da situação comunicativa.
Iniciar o estudo do sujeito e do predicado.
Compreender a interjeição como enunciado similar
à frase.
Entrar em contato com a noção de período
composto por coordenação.
Revisar regras de acentuação relativas às palavras
paroxítonas.
Reconhecer argumentos contrastantes e
expressar posicionamento em uma fala divulgada
em meio digital.
Conto: que
delícia que é
contar!
EF05LP19
EF06LP08
EF67LP02/04
EF69LP09
Explorar os recursos estruturais, estilísticos e
discursivos próprios do conto.
Entrar em contato com textos em que se expressam
visões de mundo e valores sociais e humanos.
Compreender a condensação dos elementos da
narrativa como característica central do gênero.
Explorar efeitos de sentido produzidos por
diferentes tipos de narrador.
Diferenciar o discurso direto e o discurso indireto
e os efeitos produzidos por eles na narrativa.
Reconhecer a presença de elementos implícitos e
de intencionalidades como parte do processo de
leitura de contos.
Produzir um conto.
Refletir sobre similaridades em comportamentos
relatados no universo ficcional e no real ao
comparar conto e notícia.
Estudar os casos de sujeito determinado.
Entrar em contato com algumas regras de
concordância verbal.
Revisar regras de acentuação relativas a hiatos e
ditongos.
Explorar características de fotografias
documentais (fruição de artes visuais).
Produzir fotografia documental (expressão artística).
CG 3, 8, 9 CEL 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, 10
EF06LP02/12
EF07LP07
EF08LP06
EF67LP05/07/08/
28/29/30/32/33/37
EF69LP03/43/44/
47/49/51/53
Material digital
Material Tema
Sequência didática 10 Frase
Sequência didática 11 Leitura, interpretação e atualização do conto “Uma aposta”, de
Artur Azevedo
Sequência didática 12 Fotografia
Áudio Entrevista com Leonardo Sakamoto
Audiovisual “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado
Avaliação 4
Habilidade desenvolvida em "Minha canção": EF67LP12
XLIII
Proposta
No capítulo 7, você estudou o gênero textual comentário de leitor, cujo
objetivo principal é discutir ideias apresentadas em textos jornalísticos: notícias, reportagens, artigos de opinião etc.
Nesta atividade, você conhecerá um trecho de um artigo de opinião
em que o autor se posiciona acerca do comércio ilegal de cães. Identifique o ponto de vista defendido e os argumentos propostos e escreva um comentário crítico com sua opinião sobre o tema. Lembre-se
de que comentários de leitor produtivos são aqueles que sustentam
o ponto de vista com argumentos consistentes e não agridem aquele
que apresenta uma opinião diferente.
Alerta sobre o comércio ilegal de cães
A prática tem se tornado mais frequente a cada dia
Um crime e uma crueldade com os animais. A venda ilegal de
cães está ocorrendo de maneira cotidiana em muitas cidades, pet
shops e atualmente por meio de sites e mídias sociais na internet.
Boa parte desse mercado é mantida pelo simples fato de, à primeira
vista, a venda ilegal de cães não parecer uma prática nociva.
[...] O veterinário Bonnie Manfré Parra, responsável pela ONG
SOS Totó, explica como pessoas podem estar apoiando uma fábrica
de animais clandestina.
Existem sites voltados para a venda de cães de raça, segundo
o veterinário, que muitas vezes são as denominadas “fábricas de
animais”. São locais onde os animais servem exclusivamente para
reproduzir e fornecer mais filhotes, onde as fêmeas são engravidadas
Proposta
No conto que você produziu tendo como protagonista o vendedor de
flores, no capítulo 8, o efeito central era a tensão: o protagonista enfrentava o forte calor das ruas e suas plantas poderiam morrer, levando-o a um prejuízo que afetaria sua família.
Nesta proposta, você vai buscar outro efeito: a emoção. Crie uma história em que o protagonista seja um professor ou uma professora em
seu último dia de aula, depois de trinta anos, antes da aposentadoria.
Como transcorreu esse dia? Como ele se sentiu? Que expectativas
estava vivendo? Como o dia terminou? Os alunos sabiam dessa decisão? Como se comportaram? O item Elaborando meu conto, que faz
parte do capítulo 8, ajudará você a organizar sua narrativa.
Propostas de produção de texto extras
Comentário de leitor: o direito de opinar
No capítulo 7, os alunos exploraram o gênero textual comentário de leitor. Discutiram as vantagens e desvantagens de um
trabalho em equipe e expuseram sua opinião sobre o tema, analisando os argumentos disponíveis em uma simulação de debate. A atividade pressupunha a interação entre os estudantes, já
que seu primeiro texto era lido e respondido por outro aluno,
enquanto ele fazia o mesmo com um texto alheio.
A nova proposta não prevê o comentário do comentário;
em seu lugar, sugerimos a criação de uma roda de leitura (em
pequenos grupos ou com toda a turma) que permita aos alunos
tornar pública sua opinião e ouvir comentários dos colegas.
Essa etapa deve centrar-se na análise dos argumentos e relações apresentados pelos estudantes.
A base para a atividade é o artigo de opinião parcialmente
reproduzido a seguir. O excerto é curto e pode ser lido para os
alunos duas vezes para que anotem as informações principais.
a cada novo cio, e os cuidados com a saúde, a sociabilização e, até
mesmo, a variabilidade genética da raça, são extremamente reduzidos. Nesses lugares, o bem-estar e a felicidade dos cães não são uma
prioridade para os proprietários que visam acima de tudo ao lucro.
“É preciso conscientizar o público a nunca apoiar essa indústria cruel e sempre adotar em vez de comprar um cão”, alerta o
veterinário.
[...]
Ana Flávia Coneglian. Jornalismo Unaerp. Disponível em:
<http://www.jornalismounaerp.com.br/blog/2017/02/13/
alerta-sobre-o-comercio-ilegal-de-caes/>.
Acesso em: 30 ago. 2018.
Conto: que delícia que é contar!
O gênero conto foi trabalhado no capítulo 8. Os alunos foram convidados a escrever uma narrativa sobre um vendedor
de flores que se encontrava diante de um problema: o dia estava muito quente e as flores podiam murchar, o que o faria perder o produto. O efeito central do conto, portanto, era a tensão,
que tomava conta do personagem e também do leitor.
A proposta agora é a de produzir emoção no leitor, assim
como fez Moacyr Scliar no conto “Trem fantasma”, reproduzido no capítulo. Os alunos criarão uma narrativa que tenha
como tema o último dia de aula de um professor que vai se
aposentar.
A avaliação pode ser feita em grupos de seis alunos, empregando a grade de critérios (rubrica de correção). Sugerimos
que cada aluno receba três grades impressas e o nome de três
contos a avaliar durante a atividade. Eles devem justificar brevemente sua opinião no verso da grade.
XLIV
TUTORIAIS – Material digital
I. Gravação e edição de vídeo
Para gravar um vídeo, é necessário ter alguns equipamentos e programas: smartphone ou câmera digital para captar as
imagens; computador; software de edição de vídeos; e conversor de formatos (isso porque é necessário adaptar o formato
do vídeo para realizar a edição). Esses dois últimos você encontrará facilmente ao pesquisar na internet. O software de edição
deverá ser instalado em seu computador; já o conversor você
encontrará disponível on-line.
Pode acontecer de os softwares terem nomes diferentes
para botões de mesma função. Atente a isso durante o trabalho
e, se necessário, procure tutoriais na internet. Eles podem ser
de grande utilidade e são fáceis de encontrar.
Em geral, para criar um vídeo são necessárias três etapas:
1. Captação de imagens: Capte as imagens com um smartphone ou câmera digital. Salve todas elas para a etapa posterior
de edição.
2. Transferência de imagens e conversão do vídeo:
a) Transfira o vídeo de seu smartphone ou câmera digital
para o computador.
b) Verifique qual formato de vídeo é compatível com seu
editor. Se houver a necessidade de alterar o formato
do vídeo, pesquise na internet algum conversor on-line.
Há vários disponíveis.
c) Para o procedimento de conversão, arraste ou salve o arquivo no conversor. Procure, na tela, o comando “Converter vídeo” ou semelhante. Arraste ou insira seu arquivo
de vídeo nessa caixa e clique em “Abrir”.
d) Selecione o formato de vídeo compatível com seu editor
e clique em “Converter”.
e) Ao fim da conversão, será disponibilizado um arquivo para download. Baixe e salve o arquivo em seu computador;
você o utilizará para fazer a edição.
3. Edição:
a) Abra seu editor de vídeo e selecione o vídeo a ser editado.
b) Em geral, ao lado esquerdo fica uma caixa de vídeo que exibe a gravação. Ao lado direito ficam os trechos das cenas,
separados. Isso o ajuda a ver o que cortará, o que ficará e o
que editará.
c) Selecione todas as cenas que vai utilizar. Se selecionar uma
cena errada, clique em “Delete” e ela será excluída da linha
de edição.
d) Para trabalhar na edição da cena, clique em “Play”: as imagens serão exibidas na caixa de vídeo para que você possa
conferir se essa é mesmo a cena que deseja utilizar.
e) A qualquer momento, pressione o botão “Pause” ou a barra
de espaço para pausar a exibição.
f) Você pode inserir efeitos e transições entre cenas. Procure,
em seu editor, botões com títulos como: “Efeitos”, “Animações”, “Transições”.
g) Para incluir trilha sonora, voz ou efeitos de som no
vídeo, clique com o botão direito do mouse sobre a linha
de edição e selecione a opção “Inserir trilha” ou “Inserir
pista de áudio”.
h) Para conferir como sua montagem está ficando, clique no
botão “Play”.
i) Para realizar cortes, selecione a cena em que vai trabalhar
e procure por “Cut” ou “Ferramenta de corte”. É nesse espaço que você fará a seleção dos trechos que vai cortar.
Após selecioná-los, clique em “Salvar corte”.
j) Quando tiver finalizado a edição, vá ao menu e salve o vídeo
editado, em geral em “Salvar vídeo” ou “Salvar projeto”.
II. Gravação e edição de áudio
Para gravar um áudio, um podcast, por exemplo, e publicá-
-lo... e postá-lo em sites, blogs, redes sociais ou programa de
compartilhamento, é necessário ter: smartphone ou computador para captar o áudio; microfone; fone de ouvido, software de
gravação e edição de áudio.
Pesquise, em fontes confiáveis da internet, um programa de
gravação e edição de áudio. Há opções gratuitas e seguras que
podem ser instaladas em computadores e smartphones. Em
alguns programas, há uma variação dos nomes e dos termos.
Atente a isso quando estiver gravando o áudio e, se necessário,
procure ajuda de tutoriais na internet. Encontre a melhor opção
para você e siga as instruções abaixo.
1. Instale o programa em seu computador ou smartphone.
2. Abra o programa.
3. Ative o microfone e o fone de ouvido.
4. Inicie a gravação selecionando o botão “Gravar” ou “Rec”.
Lembre-se de, antes, realizar algum teste.
5. Alguns programas pedem que você opte por modelos de salvamento de arquivo; em geral, o formato MP3 é o compatível com um maior número de programas.
6. Ao finalizar a gravação, salve uma cópia do arquivo em seu
dispositivo. Atente ao tamanho do arquivo, salvando uma
versão de qualidade mediana.
7. Se optar por editar o áudio, dê outro nome ao arquivo, para
manter a versão original. Com isso você terá a opção de recorrer a ela se precisar refazer o material.
8. Inicie o editor de áudio. Clique em “Abrir” e selecione o arquivo a ser editado. Será aberta uma trilha de edição.
9. Atente para o fato de que em alguns editores só é possível
fazer a edição do áudio se ele estiver pausado.
XLV HUGO ARAÚJO
10. Existem diversos recursos que podem ser utilizados para a
melhora do áudio. Clique em “Efeitos” e encontre ações como “Normalizar”, “Alterar tom”, “Alterar tempo”. Selecione as
que forem mais úteis ao que pretende e clique com o mouse.
11. Realize cortes no áudio selecionando o trecho a ser excluído
com o mouse e, posteriormente, clicando com o botão direito nesse trecho e, depois, em “Cortar” ou “Delete”.
12. Para incluir trilha sonora, voz ou efeitos de som, clique com o
botão direito do mouse sobre a linha de edição e selecione a
opção “Abrir”; depois, clique no áudio que deseja incluir.
III. Criação de blog
Para a divulgação de algumas produções de texto, indicamos a criação de um blog. Ele acompanhará os alunos até o fim
do ano letivo e servirá de laboratório de publicação digital e
portfólio dessa produção, podendo ser exposto à comunidade
escolar como um projeto de finalização de ciclo.
Como a internet possui conteúdos diversos, não necessariamente adequados à faixa etária dos alunos do Ensino Fundamental – anos finais, é importante que você acompanhe a turma
durante a realização dessas atividades. Antes de iniciar a criação do blog, apresente a proposta e enfatize que as regras desse ambiente são as mesmas da sala de aula: respeito ao próximo; respeito à produção dos colegas; não compartilhamento de
imagens sem autorização dos envolvidos; não violência; respeito aos direitos humanos; colaboração e senso de coletividade.
Ressaltamos que o blog é um espaço restrito a convidados.
Portanto, solicite aos alunos que encaminhem os e-mails deles
a você, que os convidará para ler, acompanhar e interagir com as
postagens realizadas. Caso algum deles não tenha uma conta
de e-mail, ajude-os a abri-la utilizando um serviço gratuito.
Para iniciar a familiarização, defina, com eles, o nome do blog.
Orientações:
1. Utilize um serviço gratuito de e-mails, siga os passos indicados no site escolhido e abra uma conta que será utilizada na
criação do blog. Ela é imprescindível.
2. Pesquise na internet uma ferramenta gratuita de edição e
gerenciamento de blogs.
3. Abra o navegador.
4. Tenha em mãos o e-mail da turma; ele é essencial para a criação do blog.
5. Analise os modelos de layouts disponíveis e selecione o que
mais se alinhar ao que você deseja. Pense se a cor de fundo
dará leitura, por exemplo, e se é possível incluir imagens, vídeos e comentários.
6. Preencha os campos que aparecerão para você. Escolha um
nome e um endereço para o blog.
7. Alguns editores de blog podem conter ligeiras diferenças;
se tiver alguma dúvida, pesquise em fontes confiáveis da internet um tutorial referente ao editor que você selecionou.
8. Faça uma primeira postagem para apresentar o blog à turma. Categorize a postagem utilizando palavras-chave; isso
agrupará o conteúdo produzido por eixos temáticos e facilitará o trabalho ao longo do ano.
9. Convide os alunos para acompanhar as postagens.
10. Leia, nas propostas de produção de texto que incluírem divulgação em blog, as orientações para a equipe de alunos
que naquela oportunidade serão os editores. Essa equipe
será responsável por organizar o envio do conteúdo a você,
professor, que fará a postagem.
XLVI
ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando
decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1. Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e
culturais.
2. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da
atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas
possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e
inclusiva.
3. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –,
para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e
à cooperação.
4. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente
a questões do mundo contemporâneo.
5. Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção
artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes,
identidades e culturas.
6. Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para
se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias,
produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver
projetos autorais e coletivos.
COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender
e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para
a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-
-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e
digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar
informações, expe riências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e
apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos
de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os
direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos
outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito
A BNCC – Competências e habilidades
XLVII
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1. Compreender a língua como fenômeno cultural, histórico,
social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de
uso, reconhecendo-a como meio de construção de identidades de seus usuários e da comunidade a que pertencem.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como
forma de interação nos diferentes campos de atuação da
vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades
de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos
(inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia
e protagonismo na vida social.
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos e multissemióticos que circulam em diferentes campos de atuação e mídias, com compreensão, autonomia, fluência e criticidade,
de modo a se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, e continuar aprendendo.
4. Compreender o fenômeno da variação linguística, demonstrando atitude respeitosa diante de variedades linguísticas
e rejeitando preconceitos linguísticos.
5. Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo
de linguagem adequados à situação comunicativa, ao(s)
interlocutor(es) e ao gênero do discurso/gênero textual.
6. Analisar informações, argumentos e opiniões manifestados em interações sociais e nos meios de comunicação, posicionando-se ética e criticamente em relação a
conteúdos discriminatórios que ferem direitos humanos
e ambientais.
7. Reconhecer o texto como lugar de manifestação e negociação de sentidos, valores e ideologias.
8. Selecionar textos e livros para leitura integral, de acordo
com objetivos, interesses e projetos pessoais (estudo,
formação pessoal, entretenimento, pesquisa, trabalho
etc.).
9. Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões
lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o
potencial transformador e humanizador da experiência
com a literatura.
10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferentes linguagens,
mídias e ferramentas digitais para expandir as formas de
produzir sentidos (nos processos de compreensão e produção), aprender e refletir sobre o mundo e realizar diferentes
projetos autorais.
XLVIII
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO – Trata-se, em relação a este Campo, de ampliar e qualificar a participação das crianças, adolescentes e
jovens nas práticas relativas ao trato com a informação e opinião, que estão no centro da esfera jornalística/midiática. Para além de construir
conhecimentos e desenvolver habilidades envolvidas na escuta, leitura e produção de textos que circulam no campo, o que se pretende é propiciar
experiências que permitam desenvolver nos adolescentes e jovens a sensibilidade para que se interessem pelos fatos que acontecem na sua
comunidade, na sua cidade e no mundo e afetam as vidas das pessoas, incorporem em suas vidas a prática de escuta, leitura e produção de textos
pertencentes a gêneros da esfera jornalística em diferentes fontes, veículos e mídias, e desenvolvam autonomia e pensamento crítico para se situar
em relação a interesses e posicionamentos diversos e possam produzir textos noticiosos e opinativos e participar de discussões e debates de forma
ética e respeitosa.
Leitura Apreciação e réplica
Relação entre gêneros e mídias
Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto
Efeitos de sentido
Produção de textos Relação do texto com o contexto de produção e experimentação
de papéis sociais
Textualização
Revisão/edição de texto informativo e opinativo
Planejamento de textos de peças publicitárias de campanhas sociais
Oralidade
*Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se
referem a textos ou produções orais, em áudio ou vídeo
Produção de textos jornalísticos orais
XLIX
HABILIDADES
Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura e produção de textos para além dos já trabalhados nos anos
iniciais do ensino fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista etc.): reportagem, reportagem multimidiática, fotorreportagem,
foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, meme, charge, charge digital,
political remix, anúncio publicitário, propaganda, jingle, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem-se gêneros que lidem
com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso e gêneros multissemióticos e hipermidiáticos,
próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser contemplados em atividades de uso e reflexão: curar, seguir/ser seguido,
curtir, comentar, compartilhar, remixar etc.
Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de persuasão do discurso publicitário, o apelo ao consumo, as
diferenças entre vender um produto e “vender” uma ideia, entre anúncio publicitário e propaganda.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de discurso e vislumbrando
possibilidades de denúncia quando for o caso.
(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em diferentes mídias, spots,
jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas
peças ao público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como forma
de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens
o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses
defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.
(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as estratégias de
persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de
linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de consumo conscientes.
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de humor, ironia e/ou crítica pelo uso
ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de recursos iconográficos, de pontuação etc.
(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas, infográficos, podcasts
noticiosos, entrevistas, cartas de leitor, comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos de apresentação e apreciação de
produção cultural – resenhas e outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais como vlogs e podcasts culturais, gameplay,
detonado etc.– e cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma
significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger (vlogueiro) etc., como forma
de compreender as condições de produção que envolvem a circulação desses textos e poder participar e vislumbrar possibilidades de participação
nas práticas de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de forma ética e responsável, levando-se em consideração o contexto da
Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor e produtor.
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e circulação – os enunciadores envolvidos,
os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação –, ao modo (escrito ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou
semiótica apropriada a esse contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias de
planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas,
corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em
textos e editando imagens, arquivos sonoros, fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.
(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –, tendo em vista sua adequação ao
contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses,
a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a escola e/ou comunidade, a partir
de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto,
panfleto, anúncio impresso e para internet, spot, propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada,
do recorte e enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.
(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs, jornais radiofônicos e
televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e
vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio
dos gêneros.
(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em entrevistas, discussões e debates
(televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar frente a eles.
L
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Oralidade
*Considerar todas as habilidades dos eixos leitura e produção que se
referem a textos ou produções orais, em áudio ou vídeo
Planejamento e produção de textos jornalísticos orais
Oralidade Participação em discussões orais de temas controversos de interesse
da turma e/ou de relevância social
Análise linguística/semiótica Construção composicional
Estilo
Efeito de sentido
LI
HABILIDADES
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses três últimos quando não for situação
ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e
estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação de voz,
entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal, movimentos e gestualidade significativa,
expressão facial, contato de olho com plateia etc.
(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões polêmicas de interesse da turma
e/ou de relevância social.
(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos
relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes diversas informações ou dados que permitam analisar partes da
questão e compartilhá-los com a turma.
(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na participação em discussões sobre temas
controversos e/ou polêmicos.
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no
impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações
de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos)
e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos relativos ao tratamento
da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em
textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais
(por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em gêneros
publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais, construções
metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-
-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras, metáforas, imagens).
(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e
enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira
a garantir a coesão, a coerência e a progressão temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar,
finalmente, em conclusão” etc.).
(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos da modalidade falada, como a pausa,
a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.
LII
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA – Trata-se, neste Campo, de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao debate
de ideias e à atuação política e social, por meio do(a):
– compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus diferentes níveis e instâncias, das formas e canais de participação
institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação não institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e intervenções
urbanas;
– reconhecimento da importância de se envolver com questões de interesse público e coletivo e compreensão do contexto de promulgação
dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma geral em um estado democrático, como forma de propiciar a vivência
democrática em várias instâncias e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho);
– desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros
relacionados à discussão e implementação de propostas, à defesa de direitos e a projetos culturais e de interesse público de diferentes naturezas.
Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais competentes para questionamentos, reclamação de direitos e denúncias de
desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão de propostas e programas de interesse público no contexto de agremiações,
coletivos, movimentos e outras instâncias e fóruns de discussão da escola, da comunidade e da cidade.
Leitura Reconstrução das condições de produção e circulação e adequação do
texto à construção composicional e ao estilo de gênero (Lei, estatuto,
código, regimento etc.)
Apreciação e réplica
Produção de textos Textualização, revisão e edição
Oralidade Discussão oral
Registro
Análise linguística/semiótica Análise de textos legais/normativos, propositivos e reivindicatórios
Modalização
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LIII
HABILIDADES
Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas as áreas do currículo e com os interesses e escolhas pessoais dos
adolescentes e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e avaliação de ações e projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo
juvenil de forma contextualizada.
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já considerados em outras esferas – como discussão oral, debate,
palestra, apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz, spot, propaganda (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de
campanhas políticas) – e de outros, como estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, abaixoassinado, petição on-line, requerimento, turno de fala em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata, parecer, enquete, relatório
etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e das
demais semioses envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros.
Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate, propaganda, campanha e apresentação oral podem/devem se relacionar
também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação na vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros
e práticas propostas para o Campo jornalístico/midiático e para o Campo das práticas de ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão,
debate e apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que envolvem a escola ou a comunidade e propaganda política.
Da mesma forma, as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção entre fato e opinião também devem ser consideradas nesse campo.
(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos e legais, a lógica de hierarquização
de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção),
artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de
vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios e locuções adverbiais, de palavras
que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis
e de outras formas de regulamentação.
(EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo àquelas
vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que pretendam denunciar,
expor uma problemática ou “convocar” para uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu contexto de produção e relacionando as
partes e semioses presentes para a construção de sentidos.
(EF69LP22) Produzir, revisar e editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade,
justificando pontos de vista, reivindicações e detalhando propostas (justificativa, objetivos, ações previstas etc.), levando em conta seu contexto
de produção e as características dos gêneros em questão.
(EF69LP23) Contribuir com a escrita de textos normativos, quando houver esse tipo de demanda na escola – regimentos e estatutos de
organizações da sociedade civil do âmbito da atuação das crianças e jovens (grêmio livre, clubes de leitura, associações culturais etc.) – e de regras
e regulamentos nos vários âmbitos da escola – campeonatos, festivais, regras de convivência etc., levando em conta o contexto de produção e as
características dos gêneros em questão.
(EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do ECA, do Código de Defesa
do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos
legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de estilo etc. –, de maneira a facilitar a compreensão de leis, fortalecer a defesa de direitos,
fomentar a escrita de textos normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias
perspectivas que podem estar em jogo.
(EF69LP25) Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações
e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e
fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.
(EF69LP26) Tomar nota em discussões, debates, palestras, apresentação de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a
própria fala (que pode se dar no momento do evento ou posteriormente, quando, por exemplo, for necessária a retomada dos assuntos tratados em
outros contextos públicos, como diante dos representados).
(EF69LP27) Analisar a forma composicional de textos pertencentes a gêneros normativos/ jurídicos e a gêneros da esfera política, tais como
propostas, programas políticos (posicionamento quanto a diferentes ações a serem propostas, objetivos, ações previstas etc.), propaganda política
(propostas e sua sustentação, posicionamento quanto a temas em discussão) e textos reivindicatórios: cartas de reclamação, petição (proposta,
suas justificativas e ações a serem adotadas) e suas marcas linguísticas, de forma a incrementar a compreensão de textos pertencentes a esses
gêneros e a possibilitar a produção de textos mais adequados e/ou fundamentados quando isso for requerido.
(EF69LP28) Observar os mecanismos de modalização adequados aos textos jurídicos, as modalidades deônticas, que se referem ao eixo da conduta
(obrigatoriedade/permissibilidade) como, por exemplo: Proibição: “Não se deve fumar em recintos fechados.”; Obrigatoriedade: “A vida tem que valer
a pena.”; Possibilidade: “É permitido a entrada de menores acompanhados de adultos responsáveis”, e os mecanismos de modalização adequados
aos textos políticos e propositivos, as modalidades apreciativas, em que o locutor exprime um juízo de valor (positivo ou negativo) acerca do que
enuncia. Por exemplo: “Que belo discurso!”, “Discordo das escolhas de Antônio.” “Felizmente, o buraco ainda não causou acidentes mais graves.”
LIV
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA – Trata-se de ampliar e qualificar a participação dos jovens nas práticas relativas ao estudo e à
pesquisa, por meio de:
– compreensão dos interesses, atividades e procedimentos que movem as esferas científica, de divulgação científica e escolar;
– reconhecimento da importância do domínio dessas práticas para a compreensão do mundo físico e da realidade social, para o prosseguimento dos
estudos e para formação para o trabalho; e
– desenvolvimento de habilidades e aprendizagens de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de textos pertencentes a gêneros
relacionados ao estudo, à pesquisa e à divulgação científica.
Leitura Reconstrução das condições de produção e recepção dos textos e
adequação do texto à construção composicional e ao estilo de gênero
Relação entre textos
Apreciação e réplica
Estratégias e procedimentos de leitura
Relação do verbal com outras semioses
Procedimentos e gêneros de apoio à compreensão
Produção de textos Consideração das condições de produção de textos de divulgação
científica
Estratégias de escrita
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Estratégias de produção
Oralidade Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações
orais
Estratégias de produção
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LV
HABILIDADES
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como apresentação oral, palestra, mesa-redonda, debate, artigo
de divulgação científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio, reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico, esquemas,
relatório, relato (multimidiático) de campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem
o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos linguísticos das demais semioses
(ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos pertencentes a esses gêneros.
Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens,
procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da leitura/escuta de textos/produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe
diversificar, em cada ano e ao longo dos anos, os gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar resultados de pesquisa, de forma a
contemplar a apresentação oral, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos hipermidiáticos,
que suponham colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto didático, artigo de divulgação
científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório,
relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às
marcas linguística características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a
esses gêneros.
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de
produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões
conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de outro modo”, “isto é”, “por
exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo dos textos.
(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.), avaliando a qualidade e a utilidade dessas
fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas
digitais, em quadros, tabelas ou gráficos.
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos sentidos dos textos de divulgação
científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico, esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar
o conteúdo das tabelas, esquemas, infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão
desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou tomar notas em outro suporte),
sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema, resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise),
mapa conceitual, dependendo do que for mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de
conteúdos e informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.
(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as pesquisas feitas anteriormente, de
notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do
conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete de
enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento científico, relato (multimidiático) de campo,
tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato
mais acessível para um público específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e
estudos de campo realizados.
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados de pesquisas, tais como artigos de
divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório
multimidiático de campo, dentre outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções
composicionais e estilos.
(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto, programa de rádio, podcasts) para
divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em vista seu contexto de produção, os elementos e a construção
composicional dos roteiros.
(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando em conta o contexto de produção, o tempo
disponível, as características do gênero apresentação oral, a multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação,
considerando também elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no tempo determinado,
a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada, com apoio da leitura ou fala espontânea.
(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado e sobre o tema da entrevista,
elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto
permitir, tomar nota, gravar ou salvar a entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.
LVI
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Análise linguística/semiótica Construção composicional
Elementos paralinguísticos e cinésicos
Apresentações orais
Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais
Construção composicional e estilo
Gêneros de divulgação científica
Marcas linguísticas
Intertextualidade
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LVII
HABILIDADES
(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a construção composicional
dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação do plano de exposição, desenvolvimento dos
conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas (coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos
paralinguísticos (tais como: tom e volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e
entonação, ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato
de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio etc.), para melhor performar apresentações
orais no campo da divulgação do conhecimento.
(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa
visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos
gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados
como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação de conhecimentos: título, (olho),
introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos, relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas,
gráficos, infográficos, diagramas, figuras, tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações,
exemplificações e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização do campo, ordenação
temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos, ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da
linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se
o tipo de publicação e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3a
pessoa, presente atemporal,
recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas capacidades de compreensão e produção de textos
nesses gêneros.
(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua formatação e paráfrase –, as pistas
linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa
parte, penso/amos que”...) e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização
de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem
nesses textos.
LVIII
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – O que está em jogo neste campo é possibilitar às crianças, adolescentes e jovens dos Anos Finais do Ensino
Fundamental o contato com as manifestações artísticas e produções culturais em geral, e com a arte literária em especial, e oferecer as condições
para que eles possam compreendê-las e frui-las de maneira significativa e, gradativamente, crítica. Trata-se, assim, de ampliar e diversificar as
práticas relativas à leitura, à compreensão, à fruição e ao compartilhamento das manifestações artístico-literárias, representativas da diversidade
cultural, linguística e semiótica, por meio:
– da compreensão das finalidades, das práticas e dos interesses que movem a esfera artística e a esfera literária, bem como das linguagens e mídias
que dão forma e sustentação às suas manifestações;
– da experimentação da arte e da literatura como expedientes que permitem (re)conhecer diferentes maneiras de ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo
confronto com o que é diverso, desenvolver uma atitude de valorização e de respeito pela diversidade;
– do desenvolvimento de habilidades que garantam a compreensão, a apreciação, a produção e o compartilhamento de textos dos diversos gêneros,
em diferentes mídias, que circulam nas esferas literária e artística.
Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial transformador e humanizador, é preciso promover a formação
de um leitor que não apenas compreenda os sentidos dos textos, mas também que seja capaz de frui-los. Um sujeito que desenvolve critérios de
escolha e preferências (por autores, estilos, gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores.
Leitura Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção
Apreciação e réplica
Leitura Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos
provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos
Adesão às práticas de leitura
Produção de textos Relação entre textos
Consideração das condições de produção
Estratégias de produção: planejamento, textualização e revisão/edição
Oralidade Produção de textos orais
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LIX
HABILIDADES
A formação desse leitor-fruidor exige o desenvolvimento de habilidades, a vivência de experiências significativas e aprendizagens que, por um
lado, permitam a compreensão dos modos de produção, circulação e recepção das obras e produções culturais e o desvelamento dos interesses e
dos conflitos que permeiam suas condições de produção e, por outro lado, garantam a análise dos recursos linguísticos e semióticos necessária à
elaboração da experiência estética pretendida.
Aqui também a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores e autoras – contemporâneos, de
outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países – devem ser contemplados; o cânone, a literatura universal, a literatura
juvenil, a tradição oral, o multissemiótico, a cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva
haver um privilégio do letramento da letra.
Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de textos em gêneros literários e
artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao compartilhamento e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da
indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses
textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico
de sua produção.
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.),
sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro,
exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a
escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
(EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/ manifestações artísticas, como rodas de leitura,
clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais
de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando
possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes
sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists
comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de
práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs.
(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que
constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos
personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas
(no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes
gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos
tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação
expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos
(figuras de linguagem, por exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.
(EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a
textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências
anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo
professor.
(EF69LP50) Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances, contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias
romanceadas, crônicas, dentre outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a caracterização
física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando
as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando o tratamento da temática.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restrições
temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte,
o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
(EF69LP52) Representar cenas ou textos dramáticos, considerando, na caracterização dos personagens, os aspectos linguísticos e paralinguísticos
das falas (timbre e tom de voz, pausas e hesitações, entonação e expressividade, variedades e registros linguísticos), os gestos e os deslocamentos
no espaço cênico, o figurino e a maquiagem e elaborando as rubricas indicadas pelo autor por meio do cenário, da trilha sonora e da exploração
dos modos de interpretação.
LX
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Oralidade Produção de textos orais
Oralização
Análise linguística/semiótica Recursos linguísticos e semióticos que operam nos textos pertencentes
aos gêneros literários
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Análise linguística/semiótica Variação linguística
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os gêneros em
circulação, mídias e práticas da cultura digital
Apreciação e réplica
Relação entre textos
Estratégia de leitura
Distinção de fato e opinião
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos
Apreciação e réplica
Efeitos de sentido
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LXI
HABILIDADES
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas, humorísticas,
críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de
enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil –, contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos
de animais, contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e
interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados
tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse
conto/reconto, seja para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras dramáticas
com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais
etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação,
o emprego de pausas e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que convenham ao
gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como
as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação,
das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade,
na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido
decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia,
paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções
adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos,
personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
(EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
(EF69LP56) Fazer uso consciente e reflexivo de regras e normas da norma-padrão em situações de fala e escrita nas quais ela deve ser usada.
6o
ANO 7o
ANO
(EF06LP01) Reconhecer a impossibilidade de uma neutralidade absoluta
no relato de fatos e identificar diferentes graus de parcialidade/
imparcialidade dados pelo recorte feito e pelos efeitos de sentido
advindos de escolhas feitas pelo autor, de forma a poder desenvolver
uma atitude crítica frente aos textos jornalísticos e tornar-se consciente
das escolhas feitas enquanto produtor de textos.
(EF07LP01) Distinguir diferentes propostas editoriais –
sensacionalismo, jornalismo investigativo etc. –, de forma a identificar
os recursos utilizados para impactar/chocar o leitor que podem
comprometer uma análise crítica da notícia e do fato noticiado.
(EF06LP02) Estabelecer relação entre os diferentes gêneros
jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.
(EF07LP02) Comparar notícias e reportagens sobre um mesmo fato
divulgadas em diferentes mídias, analisando as especificidades das
mídias, os processos de (re)elaboração dos textos e a convergência das
mídias em notícias ou reportagens multissemióticas.
(EF67LP01) Analisar a estrutura e funcionamento dos hiperlinks em textos noticiosos publicados na Web e vislumbrar possibilidades de uma escrita
hipertextual.
(EF67LP02) Explorar o espaço reservado ao leitor nos jornais, revistas, impressos e on-line, sites noticiosos etc., destacando notícias,
fotorreportagens, entrevistas, charges, assuntos, temas, debates em foco, posicionando-se de maneira ética e respeitosa frente a esses textos
e opiniões a eles relacionadas, e publicar notícias, notas jornalísticas, fotorreportagem de interesse geral nesses espaços do leitor.
(EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando a confiabilidade.
(EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.
(EF67LP05) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos (carta de leitor, comentário,
artigo de opinião, resenha crítica etc.), manifestando concordância ou discordância.
(EF67LP06) Identificar os efeitos de sentido provocados pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização de
informações, uso de 3a
pessoa etc.
(EF67LP07) Identificar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do título, escolhas lexicais,
construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e perceber seus efeitos de sentido.
LXII
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
Produção de textos Estratégias de produção: planejamento de textos informativos
Textualização, tendo em vista suas condições de produção, as
características do gênero em questão, o estabelecimento de coesão,
adequação à norma-padrão e o uso adequado de ferramentas de edição
Estratégias de produção: planejamento de textos argumentativos e
apreciativos
Textualização de textos argumentativos e apreciativos
Produção e edição de textos publicitários
Oralidade Planejamento e produção de entrevistas orais
CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA
Leitura Estratégias e procedimentos de leitura em textos legais e normativos
Contexto de produção, circulação e recepção de textos e práticas
relacionadas à defesa de direitos e à participação social
Relação entre contexto de produção e características composicionais
e estilísticas dos gêneros (carta de solicitação, carta de reclamação,
petição on-line, carta aberta, abaixo-assinado, proposta etc.)
Apreciação e réplica
Estratégias, procedimentos de leitura em textos reivindicatórios ou
propositivos
Produção de textos Estratégia de produção: planejamento de textos reivindicatórios ou
propositivos
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LXIII
HABILIDADES
(EF67LP08) Identificar os efeitos de sentido devidos à escolha de imagens estáticas, sequenciação ou sobreposição de imagens, definição de figura/
fundo, ângulo, profundidade e foco, cores/tonalidades, relação com o escrito (relações de reiteração, complementação ou oposição) etc. em notícias,
reportagens, fotorreportagens, foto-denúncias, memes, gifs, anúncios publicitários e propagandas publicados em jornais, revistas, sites na internet etc.
(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as condições de produção do texto –
objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou
comunidade), do levantamento de dados e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas
a fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir
ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em sites ou blogs noticiosos).
(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo no tempo presente, linha fina
(opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos, uso de 3a
pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o
estabelecimento adequado de coesão e produzir notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de
mídias disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.
(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e apreciação próprios das culturas juvenis
(algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto –
objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro,
filme, série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção ou evento escolhido, da
síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos ou recursos que possam ser destacados positiva ou
negativamente ou da roteirização do passo a passo do game para posterior gravação dos vídeos.
(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das culturas juvenis (algumas
possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme,
série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento (show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do
gênero, os recursos das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.
(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado, explorando recursos multissemióticos,
relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou
slogan que façam o leitor motivar-se a interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.
(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, porque aquele entrevistado etc.), levantar
informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntar e realizar entrevista oral com
envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras
perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a
seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em artigos relativos a normas,
regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor,
Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.
(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos
públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação), bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços,
reclamação ou carta de reclamação, solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em
casos que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de se engajar na busca de solução
de problemas pessoais, dos outros e coletivos.
(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação e de reclamação (datação, forma de início,
apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula
de finalização mais ou menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à argumentação,
explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como essas ou de postagens em canais próprios de
reclamações e solicitações em situações que envolvam questões relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.
(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa, de forma a poder analisar a
pertinência da solicitação ou justificação.
(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos, reivindicações, reclamações,
solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e examinar normas e legislações.
LXIV
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA
Leitura Curadoria de informação
Produção de textos Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
Oralidade Conversação espontânea
Procedimentos de apoio à compreensão
Tomada de nota
Análise linguística/semiótica Textualização
Progressão temática
Textualização
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura Relação entre textos
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Reconstrução da textualidade
Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e
multissemióticos
Produção de textos Construção da textualidade
Relação entre textos
Análise linguística/semiótica Fono-ortografia
Elementos notacionais da escrita
Léxico/morfologia
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
LXV
HABILIDADES
6o
ANO 7o
ANO
(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia,
podcasts científicos etc.
(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.
(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades coletivas, na sala de aula e na escola e
formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e hierarquizando as informações
principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.
(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico para o geral etc.), as marcas
linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos
de paráfrase, de maneira a organizar mais adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.
(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a conceitos e relações por meio de
notas de rodapés ou boxes.
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais e
midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos
e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras,
indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de
forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo
preferências por gêneros, temas, autores.
(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do texto: enredo, conflitos, ideias
principais, pontos de vista, universos de referência.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de enigma, crônicas,
histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura
narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração
de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
(EF67LP31) Criar poemas compostos de versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando recursos visuais, semânticos e sonoros,
tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas, explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da
mancha gráfica (poema visual) e outros recursos visuais e sonoros.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.
(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série
sinonímica.
(EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas, palavras
derivadas com os prefixos e sufixos mais produtivos no português.
(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.
(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.
LXVI
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º AO 9º ANO (continuação)
PRÁTICAS DE LINGUAGEM OBJETOS DE CONHECIMENTO
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Análise linguística/semiótica Morfossintaxe
TODOS OS CAMPOS DE ATUAÇÃO
Análise linguística/semiótica Morfossintaxe
Sintaxe
Elementos notacionais da escrita/morfossintaxe
Semântica
Coesão
Coesão
Sequências textuais
Modalização
Figuras de linguagem
LXVII
HABILIDADES
6o
ANO 7o
ANO
(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos e de
verbos nos modos Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e negativo.
(EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o núcleo das orações.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais,
considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
(EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou de produção própria,
verbos de predicação completa e incompleta: intransitivos e transitivos.
(EF06LP06) Empregar, adequadamente, as regras de concordância nominal
(relações entre os substantivos e seus determinantes) e as regras de
concordância verbal (relações entre o verbo e o sujeito simples e composto).
(EF07LP06) Empregar as regras básicas de concordância nominal e
verbal em situações comunicativas e na produção de textos.
(EF07LP07) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, a
estrutura básica da oração: sujeito, predicado, complemento (objetos
direto e indireto).
(EF07LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção própria,
adjetivos que ampliam o sentido do substantivo sujeito ou complemento
verbal.
(EF07LP09) Identificar, em textos lidos ou de produção própria,
advérbios e locuções adverbiais que ampliam o sentido do verbo núcleo
da oração.
(EF06LP07) Identificar, em textos, períodos compostos por orações
separadas por vírgula sem a utilização de conectivos, nomeando-os
como períodos compostos por coordenação.
(EF06LP08) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como
unidades constituídas em torno de um núcleo verbal e períodos como
conjunto de orações conectadas.
(EF07LP10) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e
gramaticais: modos e tempos verbais, concordância nominal e verbal,
pontuação etc.
(EF06LP09) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos
simples compostos.
(EF07LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção própria, períodos
compostos nos quais duas orações são conectadas por vírgula, ou por
conjunções que expressem soma de sentido (conjunção “e”) ou oposição
de sentidos (conjunções “mas”, “porém”).
(EF06LP10) Identificar sintagmas nominais e verbais como constituintes
imediatos da oração.
(EF06LP11) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e
gramaticais: tempos verbais, concordância nominal e verbal, regras
ortográficas, pontuação etc.
(EF06LP12) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial
(nome e pronomes), recursos semânticos de sinonímia, antonímia
e homonímia e mecanismos de representação de diferentes vozes
(discurso direto e indireto).
(EF07LP12) Reconhecer recursos de coesão referencial: substituições
lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais (uso de
pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos).
(EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos expressivos adequados
ao gênero textual.
(EF07LP13) Estabelecer relações entre partes do texto, identificando
substituições lexicais (de substantivos por sinônimos) ou pronominais
(uso de pronomes anafóricos – pessoais, possessivos, demonstrativos),
que contribuem para a continuidade do texto.
(EF67LP37) Analisar, em diferentes textos, os efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos linguístico-discursivos de prescrição, causalidade,
sequências descritivas e expositivas e ordenação de eventos.
(EF07LP14) Identificar, em textos, os efeitos de sentido do uso de
estratégias de modalização e argumentatividade.
(EF67LP38) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem, como comparação, metáfora, metonímia, personificação, hipérbole,
dentre outras.
LXVIII
Referências
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FARACO, Carlos A. Linguagem & diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo:
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LXXII
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ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998.
1
1a
edição
São Paulo, 2018
WILTON ORMUNDO
Bacharel e licenciado em Letras (habilitações Português/Linguística) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Mestre em Letras (Literatura Brasileira) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo. Professor de Português e diretor pedagógico em escolas
de Ensino Médio em São Paulo por 21 anos.
CRISTIANE SINISCALCHI
Bacharela e licenciada em Letras (habilitação Português) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Mestra em Letras (área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada)
pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Professora de Português e coordenadora de Língua Portuguesa em escolas de Ensino Médio
em São Paulo por 25 anos. Coautora de livros didáticos e paradidáticos.
Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA
SE LIGA NA LÍNGUA
LEITURA, PRODUÇÃO
DE TEXTO E LINGUAGEM
o
ano 6
2
Coordenação editorial: José Paulo Brait, Mônica Franco Jacintho,
Natália Coltri Fernandes
Edição de texto: Cíntia Afarelli Pereira, Eliana Bighetti Pinheiro, José Paulo Brait,
Kelly Soares, Natália Coltri Fernandes, Yuri Ortin Elste Bileski
Assistência editorial: Anabel Maduar, Carolina Scattolini Felix, Daniel Maduar
Assistência pedagógica: Letícia Delamare, Regina Soares
Preparação de texto: Áurea Romeiro de Faria
Gerência de design e produção gráca: Everson de Paula
Coordenação de produção: Patricia Costa
Suporte administrativo editorial: Maria de Lourdes Rodrigues
Coordenação de design e projetos visuais: Marta Cerqueira Leite
Projeto gráco: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto
Capa: Bruno Tonel, Douglas Rodrigues José, Mariza de Souza Porto
Fotos: wavebreakmedia/Shutterstock, Marcio Jose Bastos Silva/Shutterstock,
Nessa Gnatoush/Shutterstock
Coordenação de arte: Wilson Gazzoni Agostinho
Edição de arte: Rodolpho de Souza
Editoração eletrônica: Casa de Ideias
Ilustrações de vinhetas: Daniel Messias, Mariza de Souza Porto
Coordenação de revisão: Maristela S. Carrasco
Revisão: Ana Maria C. Tavares, Ana Paula Felippe, Beatriz Rocha,
Fernanda Marcelino, Know-how Editorial, Leandra Trindade,
Marina Andrade, Nair H. Kayo, Renato da Rocha, Rita de Cássia Sam, Simone Garcia,
Thiago Dias, Viviane Oshima, Willians Callazans
Coordenação de pesquisa iconográca: Luciano Baneza Gabarron
Pesquisa iconográca: Cristina Mota, Graciela Araujo Naliati, Junior Rozzo,
Márcia Sato, Maria Marques
Coordenação de bureau: Rubens M. Rodrigues
Tratamento de imagens: Fernando Bertolo, Joel Aparecido, Luiz Carlos Costa,
Marina M. Buzzinaro
Pré-impressão: Alexandre Petreca, Everton L. Oliveira, Marcio H. Kamoto,
Vitória Sousa
Coordenação de produção industrial: Wendell Monteiro
Impressão e acabamento:
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
EDITORA MODERNA LTDA.
Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho
São Paulo – SP – Brasil – CEP 03303-904
Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510
Fax (0_ _11) 2790-1501
www.moderna.com.br
2018
Impresso no Brasil
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ormundo, Wilton
Se liga na língua : leitura, produção de texto e
linguagem / Wilton Ormundo, Cristiane Siniscalchi. —
1. ed. — São Paulo : Moderna, 2018.
Obra em 4 v. para alunos do 6o
ao 9o
ano.
Componente curricular: Língua Portuguesa.
Bibliograa.
1. Linguagem e línguas (Ensino fundamental)
2. Português (Ensino fundamental) 3. Textos (Ensino
fundamental) I. Siniscalchi, Cristiane. II. Título.
18-19992 CDD-372.6
Índices para catálogo sistemático:
1. Português : Ensino fundamental 372.6
Maria Alice Ferreira – Bibliotecária – CRB-8/7964
3
Na década de 1980, quando éramos alunos do Ensino Fundamental – ou do ginásio, como
era chamado –, os livros de Português eram bem diferentes... Em geral, nos deparávamos
com frases soltas, sem muito sentido, cujos termos precisavam ser classificados como
“sujeito”, “predicativo do objeto”, “substantivo” etc. Quem havia escrito as tais frases?
A quem elas se dirigiam? Elas haviam sido retiradas de uma notícia de jornal impresso, de
um poema? Nada disso parecia importar...
Claro que, de vez em quando, esbarrávamos com poemas lindos, crônicas engraçadas,
trechos de romances e, eventualmente, até com uma tirinha ou com um anúncio publicitário criativo, mas os “questionários” que os seguiam pouco exploravam o que esses textos
tinham de melhor, muito menos a relação deles com nosso mundo. Era estranho porque
estudávamos algo desconectado da literatura e da língua que ouvíamos e víamos nas ruas,
nas letras de canção, nos artigos de opinião publicados nas revistas que líamos.
Ainda bem que hoje os livros de Português são bem mais interessantes! Mesmo assim,
nós queríamos que esta coleção fosse ainda mais legal. Para isso, fomos atrás de gêneros
que apareciam pouco nos livros didáticos (como as entrevistas e os seminários de alunos).
Buscamos também utilizar textos que circulam no universo digital, como os blogs, as tirinhas
de autores novos, os infográficos.
Sabemos que a linguagem é mais ampla do que o texto escrito ou falado, por isso incluímos, neste livro, diversos tipos de obras de arte (cinema, teatro, documentário, videoclipe),
mas não nos restringimos a apresentá-las como meras ilustrações. Elas estão vivas aqui!
Isso fará com que você possa conhecê-las, entendê-las, gostar ou desgostar delas, e até
arriscar seu lado artístico.
Nossas ricas letras de canções (com cifras e tudo!), o diálogo entre os vários saberes e o
resgate e a ampliação de sua biblioteca cultural também estão no nosso foco de interesse
ao produzir esta coleção.
Queremos que as aprendizagens relacionadas ao complexo universo da língua portuguesa façam sentido para sua vida e que você possa fazer uso do poder maravilhoso que
a linguagem tem.
Dedicamos carinhosamente esta obra aos nossos familiares e também aos nossos alunos,
que tanto nos ensinaram e ensinam.
Apresentação
4
De quem é o texto?
76
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Refletindo sobre o texto
1 Essa HQ foi produzida para um jornal em homenagem a Mauricio de
Sousa. Quais elementos dela são inspirados na Turma da Mônica?
2 A HQ coloca em evidência algumas características dos personagens.
a) Mônica tem duas reações distintas: uma quando se sente ofendida
e outra quando pensa que foi injusta. Como ela se comporta?
b) Que comportamento de Cebolinha está evidenciado na HQ?
Samanta Flôor nasceu em Porto Alegre
(RS). É cartunista e desenhista. Ela já produziu
tirinhas e ilustrações
para editoras e agências
de publicidade e participou de eventos de HQs.
Uma de suas principais
publicações está em um
jornal feito em homenagem ao cartunista Mauricio de Sousa, criador da
Turma da Mônica.
ARQUIVO PESSOAL
SAMANTA FLÔOR/© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.
Os personagens Mônica e Cebolinha são os
protagonistas da Turma
da Mônica desde os anos
1960 e, durante décadas, pouco se discutiu o
tipo de relação existente
entre eles. Hoje, porém,
não se pode ler as HQs
sem questionar a violência ali contida. O que
você pensa disso?
Fala aí!
Agora você vai ler uma HQ da ilustradora e cartunista gaúcha Samanta
Flôor. Em seguida, responda às questões.
Leitura 2
Samanta Flôor
Foto de 2018.
Em Leitura 2,
questões
reflexivas
exploram a
construção
dos sentidos
do texto,
associados às
características
do gênero.
Minha canção
16 17 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Biblioteca cultural
Ouça a canção “Só
eu sou eu” no site do
músico Marcelo Jeneci.
Marcelo Jeneci
O Brasil é um país musical. A mistura das culturas africana, indígena,
europeia, asiática etc. produziu um “caldeirão” de ritmos musicais que
encanta o mundo todo. Nesta coleção, cada livro será aberto e finalizado com uma letra de canção, acompanhada de cifras simplificadas
para você cantar, dançar, transformar em videoclipes ou cenas teatrais,
ou simplesmente ouvir e viajar nas letras e melodias criadas por nossos
compositores-poetas. Bem-vindo ao Ensino Fundamental – Anos Finais.
A canção ao lado é de autoria de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski e pertence ao disco De graça (2013), o segundo
da carreira de Jeneci. Nascido em 1982,
de pai pernambucano e mãe paulista, o
multi-instrumentista Marcelo Jeneci foi
criado na periferia de São Paulo ouvindo
rádios populares, canções de Roberto
Carlos e trilhas sonoras de telenovelas.
O gaúcho Arthur Nestrovski nasceu em
1959 e é compositor, violonista, crítico
literário e musical, escritor e editor.
REPRODUÇÃO
Capa do álbum De graça,
de Marcelo Jeneci.
Depois de ler a letra e de ouvir a melodia de “Só eu sou eu”, reflita com sua turma sobre
o conteúdo dessa canção.
• Por que os compositores falam de “Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra”?
• Qual é a função do coro de não cantores que acompanha em algumas partes a voz de Jeneci?
• O que significaria dizer que “Só eu sou eu”?
Após ouvir a canção e refletir sobre ela, escolham, com o auxílio de seu professor, um
grupo de colegas da classe que goste de trabalhar com edição de vídeos no computador
para criar um vídeo com selfies que a turma fará. Orientem-se pelas instruções a seguir.
1. Vocês precisarão ver se o computador da escola ou de alguém da classe tem um programa
de edição que sincronize fotos e músicas. Há várias versões gratuitas desse tipo de programa
na internet.
2. Façam selfies com a turma em vários lugares da escola (sala de aula, pátio, quadra etc.) em
momentos diversos (durante a aula, no intervalo, na aula de Educação Física, em debates etc.)
3. Passem todas as fotos da turma para o computador.
4. Abram o programa de edição e nomeiem o projeto que estão criando (“Vídeo da turma X”,
por exemplo). Salvem o projeto.
5. Importem as selfies de acordo com as instruções do programa.
6. Após a importação, selecionem a ordem em que desejam que as selfies apareçam no vídeo
e arrastem-nas até o storyboard.
7. Selecionem os efeitos desejados (como zoom).
8. Escolham o tipo de transição que querem entre uma foto e outra.
9. Importem o arquivo de áudio com a canção “Só eu sou eu”. Não se esqueçam de que esse
material deverá ser de uso interno, recreativo; qualquer outro uso implica o pagamento de
direitos autorais.
10. Adicionem a canção ao storyboard.
11. Sincronizem o início e o final do vídeo tendo em vista a duração da música. Para isso, basta
arrastar o final da faixa de áudio até o final do vídeo.
12. Selecionem o efeito de áudio entre as opções que o programa dá.
O vídeo da turma está pronto! Exibam-no para toda a escola e guardem esse material como um
registro da história do grupo. Ele poderá ser útil, também, na formatura do 9o
ano.
Nosso vídeo de fotos e música
Só eu sou eu
Bm
Vem brincar comigo
Am D G7
Que outra criatura igual jamais nasceu
Em
Vem cá, menino
Bm
Vamos lá, juntinhos
Am D G7
Ainda bem que a gente é você e eu
C C#o
Você e eu
G Em
Você e eu
Am D
E cada um é cada um
G7
E cada eu...
C C#o
Você e eu
G Em
Você e eu
Am D
E cada um é cada um
G
E cada eu...
Violão: principal
Tom: G
G Bm
Tem muita gente tão bonita nessa terra
Am D
Nas minhas contas são sete bilhões
G Em G
Mais eu
G Bm
Tem Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra
Am D G7
Mas nada disso muda que só eu sou eu
C C#o
Só eu sou eu
G Em
Só eu sou eu
Am D G7
Além de mim não tem ninguém que seja eu
C C#o
Só eu sou eu
G Em
Só eu sou eu
Am D G Em G
Além de mim não tem ninguém que seja eu
(Repete a 1a
parte)
Em
Vem cá, menina
Biblioteca cultural
Que tal conhecer outra canção de Marcelo
Jeneci? Felicidade é um
dueto com a cantora
Laura Lavieri e você pode
encontrar o videoclipe
na internet.
M. JENECI; A. NESTROVSKI. Só eu sou eu. Intérprete: Marcelo Jeneci. In: MARCELO JENECI.
De graça. Rio de Janeiro: Som Livre, 2013. 1 CD. Faixa 12. Cifras disponíveis em:
<https://www.cifraclub.com.br/marcelo-jeneci/so-eu-sou-eu/>.
A seção Minha canção aparece no início
e no final do volume. Seu objetivo é
levar à fruição estética, à expressão e à
diversificação do conhecimento da rica
produção musical brasileira.
Em Leitura 1,
questões
exploram o
sentido global
de um texto e
levam à análise
de características
do gênero que
ele exemplifica e
que é o foco do
capítulo.
Conheça seu livro
O volume é composto por oito capítulos que exploram diferentes gêneros por meio da leitura
e da produção textual. Além do gênero central, outros diferentes gêneros são estudados em
atividades de comparação e de reflexão sobre a língua.
Você costuma ler gibis? Muitas pessoas, principalmente crianças e
adolescentes, gostam de histórias em quadrinhos. Neste capítulo, vamos
estudar esse gênero textual para conhecer melhor suas características.
Para iniciar os estudos, leia a tira produzida por Fernando Gonsales e
responda às questões. As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos
curtas, que ocupam poucos quadros.
3 HISTÓRIA EM QUADRINHOS:
imagens e palavras em ação
74
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se essa tira fosse minha...
Leitura 1
1 Que palavra empregada por Thor no primeiro quadrinho sugere que
ele tem algo importante a fazer?
2 Qual é o sentimento expresso pela interjeição Oh! na fala das moças?
3 Explique de que maneira a reação das garotas gera uma expectativa
em relação à ação do herói.
Desvendando o texto
Níquel Náusea Fernando Gonsales
© FERNANDO GONSALES
Formado em Veterinária e Biologia, o quadrinista paulista Fernando
Gonsales (1961-) costuma retratar animais
como personagens em
muitas de suas tiras.
O rato Níquel Náusea é
seu personagem principal. Suas tirinhas são publicadas por vários jornais
do Brasil e da Europa.
De quem é o texto?ARQUIVO PESSOAL
Foto de 2016.
Estereótipo é uma ideia que se fixou culturalmente. Na tirinha de Gonsales, por exemplo, a representação de apenas moças admirando Thor reproduz
certa visão da mulher como frágil e dependente do homem. Como você faria
o quadrinho para evitar o estereótipo?
4 Para criar um dos personagens da tirinha, Fernando Gonsales inspirou-se
no Thor da mitologia nórdica. Que elementos da pintura reproduzida
no boxe a seguir permitem essa associação?
5
84
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O formato dos balões
1 Leia uma tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.
Se eu quiser aprender mais
a) O que permite concluir que, para o personagem Messias, o pai teve muitas
namoradas?
b) O que a reação do pai de Messias no último quadrinho sugere?
c) Por que o formato do último balão é diferente dos outros?
d) No primeiro quadrinho da tira de Fernando Gonsales, reproduzida no início
deste capítulo, há um detalhe diferente no balão de fala das moças. O que
ele indica?
Nas histórias em quadrinhos, o formato dos balões é uma característica muito
importante para a leitura. Ele indica se o conteúdo foi dito ou apenas pensado e
pode, ainda, demonstrar como esse conteúdo foi expresso.
2 Analise os quadrinhos a seguir e responda: o que os balões indicam sobre a
maneira como os personagens estavam falando?
Gato e Gata Laerte
© LAERTE
a)
b)
c)
d)
© CLARA GOMES
© PAULO ALVES
© MÁRCIA D’HAESE
© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.
A seção Meu
[gênero]
na prática
apresenta,
passo a passo,
propostas
de produção
relativas
ao gênero
abordado no
capítulo.
86
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Momento de produzir
Planejando minha HQ
No quadro a seguir, você encontrará orientações para sua produção.
A etapa de planejamento é fundamental para qualquer produção textual. É nesse
momento que definimos todos os elementos do texto, o que nos dá oportunidade
de perceber falhas ou pontos que deverão ser melhorados. O tempo empregado
nesta etapa facilitará a produção do texto.
Dica de professor
Elaborando minha HQ
1. Os desenhos devem ocupar a folha verticalmente. Divida-a no número de
quadrinhos de que você precisa. Pode ser necessário o uso de mais de uma
folha. Reserve um espaço no alto do primeiro quadro para escrever o título
de sua história, se optar por usá-lo. As tirinhas não costumam ter título, mas
as histórias mais longas incluídas em gibis, sim.
Agora é sua vez de produzir uma HQ. Você decidirá o acontecimento a
ser narrado e o número de quadrinhos e de personagens de sua história.
Se quiser, poderá usar personagens já conhecidos. Há uma única exigência:
entreter seus leitores, que são os colegas de turma. Sua produção fará parte
de uma revistinha da classe.
FOURLEAFLOVER/
SHUTTERSTOCK
FOURLEAFLOVER/
SHUTTERSTOCK
Minha história em quadrinhos NA PRÁTICA
As HQs são textos narrativos.
O que você vai narrar? Pense em uma história que envolva poucas
ações e defina o que deverá ser desenhado em cada quadro. As ações
devem formar uma sequência em que seja possível identificar o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.
Em geral, as HQs têm
poucos personagens.
Se for usar personagens já conhecidos, cuide para que sua aparência e
seu comportamento estejam coerentes com as figuras originais.
Nas HQs predomi na a
linguagem coloquial.
Empregue palavras e frases simples, que pareçam com aquelas que
usamos no dia a dia. Embora, nas HQs, sejam representadas falas
de personagens, em geral não são usadas abreviações como tá ou
tou. Use está, estou etc.
Além dos desenhos e dos balões de fala, procure usar onomatopeias,
palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Lembre-se de
que os personagens e os cenários podem ser representados com traços simples.
Nas HQs são usados
recursos de construção
muito variados.
Da teoria para a... ... prática
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
78 79
Você vai ler agora uma HQ eletrônica ou webcomic, gênero
textual que alia características da HQ impressa – balões, quadros
e ilustrações – a recursos da esfera digital – imagens que se alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links
externos. Bear conta a história de Raven, uma garotinha que se
perde de seus familiares e sai à procura deles com um amigo que
acabou de fazer, um grande urso-pardo. A narrativa foi publicada
semanalmente em 2013, no blog da autora.
Leia, a seguir, alguns trechos dessa narrativa, veja os comentários nos boxes e responda a algumas perguntas. Comece com o
momento em que Raven conhece seu amigo.
© BIANCA PINHEIRO
Olá, senhor!
© BIANCA PINHEIRO
Você viu
meus pais?
Chamamos de texto
multissemiótico aquele
que articula várias linguagens (ou semioses):
linguagem verbal escrita
ou falada, sons, imagens (estáticas ou em
movimento), elementos
gráficos (tipos e cores
de letras, setas, balões
de fala), disposição das
palavras no papel etc.
Sabia?
A HQ eletrônica
1. O urso está dormindo quando uma sombra se projeta
sobre ele. Que expectativa o leitor cria ao ver os seis
primeiros quadrinhos? Por que ocorre uma quebra
de expectativa?
2. Como você interpretou o nono quadrinho? Explique.
3. De que maneira o sétimo e o oitavo quadrinhos contribuem para a leitura que é feita do nono?
4. Atente aos cinco últimos quadrinhos: como foi construída a ideia de contraste?
5. Explique como o recurso da quebra de expectativa
foi produzido no último quadrinho.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
A seção
Se eu quiser
aprender mais
aprofunda a
exploração de
um aspecto
do gênero em
estudo.
Em alguns capítulos,
se oportunas
didaticamente, páginas
especiais apresentam
particularidades do gênero
em estudo, quando
publicado em meio digital,
ou de outros gêneros
relacionados a ele, mas que
circulam em outras mídias.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
30
Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para
o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não
está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém
relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de
vida. Observe como o texto conversa com
Eu ia pro Mackenzie
começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, en
tão tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que
eu sabia que era hora do almoço? O Ipiranga era um bairro fabril.
Tinha muitas fábricas e tocava a sirene. Quando tocava a sirene, era
hora de almoçar, então me lembro um dia, eu estava brincando no
quintal, tinha um quintal lá, e tocou a sirene. Eu disse: “Ué! Tá muito cedo. Será que eu me enganei?”. Então, eu disse pra minha mãe:
“Tá na hora?”. Ela também cou espantada. Aí olhamos o relógio, e
era cedo. Era dez horas, talvez um pouco depois das dez. Era cedo.
“Será que tá certo o relógio?”. O único relógio da casa, né? “Então,
eu vou no Bar Azul”, que era um bar... tem até hoje lá, era só atravessar a rua, tinha um bar azul na esquina, que lá tinha um outro relógio. Quando eu atravessei a rua, e estava me aproximando do Bar
Azul, eu ouvi tocar no rádio do Bar Azul, tava tocando o Hino Nacional. Me bateu, acabou a guerra! Realmente, era aquele dia oito
de maio, né?, de 1945, em que terminou a Segunda Grande Guerra.
A Força Expedicionária Brasileira voltou, e fez um desfile no
Anhangabaú, e meu pai me levou pra ver, né? E depois, aí era...
olha... uma festa. A guerra terminou. Toda aquela desgraça, né?
Então, realmente, assim, foi inesquecível, né?
Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/
historia/gente-simples-mas-sonhava-isso-96053/colecao/99342>.
Acesso em: 13 abr. 2018.
1 Com base no relato, descreva o local em que morava o falante.
2 É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato
relatado? Explique sua resposta.
3 Que importante fato histórico ocorreu na data escolhida para
o relato?
4 Uma ação que fugia da rotina levou Jaime a perceber que estava
acontecendo algo diferente naquele dia. Que ação foi essa?
5 Foi preciso que alguém explicasse a Jaime o que estava acontecendo?
Justifique.
Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para
o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não
está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém
relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de
vida. Observe como o texto conversa com O diário de Zlata.
Mackenzie, né? Então eu tinha que sair cedo, porque
começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, então tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que
Textos em conversa
Mackenzie: Colégio
Presbiteriano Mackenzie,
instituição de ensino
particular em São Paulo.
Ipiranga e Anhangabaú:
bairros na capital paulista.
VICENTE MENDONÇA
A seção Textos
em conversa
explora um texto
que dialoga com
a "Leitura 1" ou
a "Leitura 2"
por semelhança
temática, proposta
de diálogo com
o leitor, campo
de atuação ou
outras formas de
intertextualidade.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
120
Como você estudou, o relato de experiência é uma das maneiras de
contar aos ouvintes ou leitores uma situação vivida por alguém e suas
sensações. Esse conteúdo também poderia ser transmitido por meio de
uma entrevista, um gênero textual muito usado por programas de televisão e rádio, jornais e revistas. Nela, um entrevistador faz perguntas
a um entrevistado, estimulando-o a contar suas experiências, comentar
seus sentimentos ou dar sua opinião.
Imagine uma entrevista com Pedro Antônio Alves, o jovem músico do
Espaço Criança Esperança (Leitura 2). Ela poderia começar assim:
Entrevistador: Olá, Pedro. Como você se tornou um músico?
Pedro: Primeiro eu conheci o rap e depois comecei a frequentar o Espaço
Criança Esperança.
Entrevistador: E como você conheceu esse projeto?
Pedro: Foi o Diego, um amigo que morava na minha rua e estudava
na mesma escola que eu, que me levou até lá.
Agora é sua vez de transformar um relato em entrevista. Crie perguntas
e respostas usando o conteúdo do relato do professor Rogério Quintanilha sobre sua experiência no Chile (Leitura 1). O maior desafio desta
atividade é formular boas perguntas, que pareçam naturais, verdadeiras,
e permitam a construção de respostas com os dados que estão no relato.
Imagine que sua entrevista será publicada no jornal da escola. Inicie
cada pergunta com o termo entrevistador e cada resposta com o nome
do entrevistado, como você viu no exemplo anterior. Crie um título que
ajude o leitor a reconhecer o assunto da entrevista.
Vamos avaliar?
Forme dupla com um colega. Leia em voz alta as falas do entrevistador
enquanto ele lê as do entrevistado. No final da leitura, seu colega deve
avaliar com “sim”, “não” ou “mais ou menos” os aspectos listados a seguir
e explicar a opinião dada.
1. As perguntas são coerentes com as respostas?
2. As respostas trazem as principais informações do relato?
3. As perguntas e respostas permitem ao leitor compreender o que
aconteceu com Rogério no Chile e o que ele sentiu no momento?
4. O título ajuda o leitor a saber o conteúdo da entrevista?
5. O texto é interessante, desperta a curiosidade do leitor?
Ao terminarem, invertam suas posições para que você avalie o texto
produzido por seu colega.
Transformando o relato de
experiência em entrevista
Antes de iniciar qualquer texto, reflita sobre
a forma como ele circulará. De que modo
a entrevista será divulgada? Quem vai ler o
texto? Que modalidade
da língua deve ser usada:
a escrita ou a falada? É
melhor usar um nível de
linguagem mais formal
ou mais informal? Esses
dados vão ajudar você a
definir a melhor forma
de redigir seu texto.
Dica de professor
LASSMAR
A seção
Transformando
[gênero] em
[gênero], que
aparece em
metade dos
capítulos, propõe
a reelaboração
de um texto
estudado para
adequá-lo
a um novo
gênero.
6
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
32 33
Que movimento você vai fazer? GREENPEACE. Filie-se.
O teatro é uma forma de arte que conta muito com a imaginação do
público. Em geral, um cenário teatral não tem como objetivo reproduzir
fielmente um espaço, como costuma ocorrer no cinema. Os espectadores
precisam “completar” o que veem, imaginando, a partir dos elementos presentes no palco, o que seria uma casa inteira, um prédio, uma paisagem etc.
Na cena da peça fotografada, o cenógrafo usa apenas dois painéis azuis
e cabe ao público imaginar um imenso mar. O figurinista escolhe roupas e
acessórios bem coloridos para sugerir a existência de um mundo diferente
do nosso. Os atores, por sua vez, exibem expressões faciais e corporais que
traduzem sentimentos. Nos três casos, é a linguagem que possibilita a
comunicação entre os artistas da peça e o público que assiste a ela.
Profissional responsável
pela criação do cenário de
uma peça, de um show etc.
Profissional encarregado
de criar as roupas
dos atores.
O fato de o público estar em um teatro assistindo a uma peça com uma
história determinada cria o contexto necessário para que os painéis, os figurinos,
as expressões faciais e os gestos sejam elementos de linguagem e comuniquem
ideias específicas. Também o conhecimento prévio do público gera o contexto.
A linguagem nos dá inúmeras possibilidades de apreender e explicar o
mundo, além de nos permitir criar outras realidades. É por meio dela que
expressamos sentimentos, fazemos pedidos, procuramos convencer alguém
a fazer ou a pensar algo, entre tantas outras ações.
A linguagem é diversa
Observe este anúncio publicitário produzido para uma campanha de
preservação do meio ambiente.
GREENPEACE/ALMAPBBDO
Como você viu, os diários de Marina e Zlata envolvem situações de comunicação diferentes: o primeiro é um texto íntimo, que a menina fez pensando
nela mesma como leitora; o segundo também foi pensado assim a princípio,
mas depois foi reorganizado para ser publicado e lido por muitas pessoas.
Nas próximas seções, você estudará o ato de comunicar, isto é, a maneira
como interagimos uns com os outros.
Você já foi ao teatro? A foto a seguir mostra uma cena da peça Pinóquio,
adaptada da obra do escritor italiano Carlo Collodi (1826-1890).
Cena da peça Pinóquio, da Cia. Le Plat du Jour, 2011. Direção de
Alexandra Golik e Carla Candiotto. Produção de Cintia Abravanel.
1 Que objetos você vê na cena?
2 Esses objetos levam o público a imaginar qual situação?
3 Os figurinos (as roupas) dos personagens sugerem que eles estão no
mundo real ou em um mundo imaginário? Por quê?
4 Pela foto, você diria que é possível o público perceber que um dos
personagens está satisfeito e o outro não? Explique.
5 Em sua opinião, qual seria o tipo de público dessa peça? Por quê?
JOÃO CALDAS Como nos comunicamos?
Mais da língua
Pra começar
Biblioteca cultural
Um novo modo de
encenar os clássicos
A companhia teatral
Le Plat du Jour existe
desde 1992 e é conhecida por apresentar versões irreverentes dos
clássicos da literatura
infantil, como Pinóquio
e Chapeuzinho Vermelho.
As peças incluem mímica, dança e malabarismos. Conheça o trabalho
das atrizes Alexandra
Golik e Carla Candiotto
no site oficial da Cia. Le
Plat du Jour.
A comunicação acontece pela interação dos interlocutores – pessoas
envolvidas no ato comunicativo. Essa inter-relação ocorre em um contexto,
nome que damos às circunstâncias que envolvem a interação (momento, lugar,
intenções dos interlocutores etc.). Mais da língua
apresenta um conjunto
de informações e
de atividades que
estimulam reflexões
sobre a língua e outras
linguagens.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
38
Bichinhos de Jardim Clara Gomes
José Aguiar
© JOSÉ AGUIAR © CLARA GOMES
a) Por que essa tira produz humor?
b) Para obter humor, o que o cartunista alterou: a forma comum de
seleção de palavras ou a forma de combinação delas? Explique.
c) Reescreva as falas com construções habituais do português.
2 Veja agora uma tirinha da cartunista fluminense Clara Gomes.
a) O que a joaninha quis dizer quando afirmou que “comeria até a lua”?
b) Na afirmação “comeria até a lua”, ocorreu o mesmo tipo de construção
visto nas falas da tirinha do exercício anterior? Explique sua resposta.
c) Que mudança de sentido ocorreria se fosse empregada a palavra
comerei em lugar de comeria?
d) Observe as ilustrações das quatro fases da lua.
1 Leia mais uma tirinha de José Aguiar.
LASSMAR
A língua: seleção e combinação NA PRÁTICA
Por que a minhoca disse que a lua minguante é light?
Em Na prática,
são apresentados
textos de variados
gêneros para análise
dos fenômenos
linguísticos e para
percepção deles
na construção dos
sentidos.
Conheça seu livro
Entre saberes
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.
Nele, o músico trata de sua vivência com o hip-hop. Agora você e seus
colegas irão produzir uma videoaula sobre o movimento.
Primeiramente, a classe deverá dividir-se em cinco grupos, que lerão
as instruções a seguir para a criação da videoaula sobre hip-hop. Cada
grupo ficará encarregado de um passo do trabalho!
Primeiro passo: pesquisa sobre as origens
do movimento hip-hop
O grupo 1 deve pesquisar em sites confiáveis da internet e em livros
de arte e cultura juvenil sobre o surgimento do movimento hip-hop:
local de origem, ano, personagens principais, fatos importantes etc.
Caso ocorra discrepância entre as informações oferecidas pelos textos,
deve consultar outras fontes para confirmar qual delas está correta.
Após a leitura dos materiais encontrados, os alunos desse grupo
devem escrever um texto reunindo os dados pesquisados. Para isso,
poderão utilizar um editor de texto cujo arquivo possa ser trabalhado
simultaneamente, garantindo que todos escrevam ao mesmo tempo
e trabalhem em grupo. Esse material deverá ser compartilhado com
o grupo 3.
Ohip-hop tem forte identificação com a música, mas não se res
tringe apenas a essa manifestação artística. O movimento surgiu nas
periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década
de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços
públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade
de muitos bairros periféricos estadunidenses.
Os bailes de hip-hop, organizados na rua ou dentro de escolas,
eram marcados por disputas de dança (os chamados breaks) e por
outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues
de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de
grafitagem. Destacou-se, nesse cenário, a Zulu Nation, cujo líder
era o DJ Afrika Bambaataa, um dos fundadores oficiais do hip-hop.
A cultura hip-hop não se restringiu aos bairros periféricos dos
Estados Unidos. Aos poucos, ela foi ganhando o mundo, inclusive
as periferias das maiores cidades brasileiras, tornando-se uma expressão forte e vigorosa. No Brasil, o centro e a periferia da cidade
de São Paulo foram pioneiros na difusão dessa cultura.
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.
. Agora você e seus
tem forte identificação com a música, mas não se resO movimento surgiu nas
periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década
de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços
públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade
, organizados na rua ou dentro de escolas,
) e por
outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues
de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de
138 139
Segundo passo: pesquisa sobre as origens
do movimento hip-hop no Brasil
O grupo 2 deve assistir a produções que apresentam personagens e
fatos ligados ao início do movimento no Brasil e tomar nota das principais
informações. Além das referências indicadas abaixo, deve encontrar outras
referências audiovisuais confiáveis.
- Marco Zero do Hip-Hop. Direção: Pedro Gomes. 2014. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=3uoZ7ztjSDI>. Acesso em: 5 jun. 2018.
- Hip-Hop como ferramenta de inclusão e manifestação cultural. Reportagem: Natacha Mazzaro. TV PUC. 2013. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=b0C-LAcg9nI>. Acesso em: 5 jun. 2018.
- RAPadura – Norte Nordeste me Veste. Direção: VRas77, 2011. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=n_ZXeg6gD_o>. Acesso em:
5 jun. 2018.
Após assistir aos vídeos, o grupo escreverá um texto para reunir as informações, procurando usar um editor de texto que permita a escrita de todos
ao mesmo tempo. A pesquisa deverá ser compartilhada com o grupo 3.
Terceiro passo: transformação da pesquisa
em roteiro de videoaula
Tendo como base os textos produzidos pelos grupos 1 e 2, o grupo 3 vai
criar o roteiro de uma videoaula de 5 minutos. O objetivo dele é transmitir
as informações pesquisadas por meio de um filme destinado a um público
adolescente.
No planejamento do roteiro, deve refletir sobre os seguintes aspectos:
Haverá um narrador na videoaula? Só se ouvirá a voz do narrador ou ele vai
aparecer na tela? Atores vão explicar as origens do hip-hop? Haverá legendas (frases explicativas) na tela? Haverá animações, trechos de canções, de
filmes, de matérias jornalísticas?
Quarto passo: produção da videoaula
O grupo 4 estudará o roteiro e providenciará todo o material necessário
para a produção da videoaula: escolha dos atores, equipamento para gravação de vozes, seleção de trechos necessários à finalização (áudios, imagens,
trechos de filmes etc.).
Quinto passo: gravação e finalização da videoaula
O grupo 5 fará a gravação da videoaula a partir do roteiro e do material
pré-selecionado. Para isso, deve gravar as cenas e salvá-las em um computador. A seguir, deve finalizar o vídeo usando um editor de conteúdo audiovisual,
que pode ser obtido gratuitamente na internet. Por meio dele será possível
organizar as cenas, fazer cortes, inserir trechos captados de material da web,
trilha sonora etc.
VICENTE MENDONÇA
Na seção Entre saberes
são propostas atividades
relacionadas ao campo
jornalístico/midiático,
ao campo das práticas
de estudo e pesquisa e
ao campo da atuação
na vida pública.
7
Conversa com arte
102 103 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo, você aprendeu sobre um gênero bastante popular: a HQ. Agora,
vai bater um papo sobre o videoclipe, gênero audiovisual que mistura imagens e
sons para contar uma história ou traduzir ideias presentes em canções.
O clipe a seguir foi produzido para a canção “Segredos”, presente em dois discos do
cantor, compositor e guitarrista fluminense Roberto Frejat: Amor pra recomeçar (2001)
e Ao vivo no Rock in Rio (2012). O videoclipe dessa canção contribuiu para torná-la
conhecida pelo mundo afora. Veja abaixo uma sequência de quadros retirados do clipe.
ESTÚDIO CONSEQUÊNCIA DE ANIMAÇÃO/FOTOS FRAMES DO CLIPE “SEGREDOS” GENTILMENTE
LICENCIADOS PELA WARNER MUSIC BRASIL LTDA., UMA EMPRESA WARNER MUSIC GROUP
Cenas do videoclipe da canção “Segredos”, de Roberto Frejat. Estúdio Consequência. Brasil, 2002.
Assista ao videoclipe na internet e participe da discussão oral proposta por
seu professor com base nas questões a seguir. Você também pode ler a letra da
canção de Frejat e até mesmo cantá-la e tocá-la com seu grupo.
1 Em geral, o videoclipe é criado para promover uma canção. Esse
gênero mescla imagens e música.
a) De que trata a letra da canção “Segredos”?
b) Qual é a história contada pelas imagens do videoclipe?
c) Você acha que a narrativa inventada pelos criadores desse clipe
animado é adequada à canção “Segredos”? Justifique sua opinião.
2 Nos videoclipes, é comum um cantor, cantora ou banda aparecer tocando uma música ou cantando. Isso também ocorre em “Segredos”?
Explique.
3 Se você fosse convidado a transformar a canção de Frejat em um
videoclipe ou em um clipe animado, como ele seria?
4 Escolha três quadros da sequência retirada do clipe de “Segredos” nas
quais apareça o personagem principal. Atribua falas a ele, levando
em consideração a narrativa do clipe e a letra da canção.
Tom: G
G
Eu procuro um amor
C9
que ainda não encontrei
G D9/F# C9
Diferente de todos que amei
G C9
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
G D9/F# C9
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Em7 D
Pode ser que eu a encontre numa la de cinema
Em7 D C9
Numa esquina ou numa mesa de bar
G D9/F# C9
Procuro um amor que seja bom pra mim
G D9/F# C9
Vou procurar eu vou até o m
Em7 D
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
C9 G/B Am7
Quando começar a conhecer os meus segredos
G C9
Eu procuro um amor uma razão para viver
G D9/F# C9
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Em7 D
Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar
Em7 D C9
Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá
G D9/F# C9
Procuro um amor que seja bom pra mim
G D9/F# C9
Vou procurar eu vou até o m
Em7 D
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
C9 G/B Am7
Quando começar a conhecer os meus segredos
ROBERTO FREJAT. Disponível em: <https://www.cifraclub.
com.br/frejat/segredos/>. Acesso em: 15 maio 2018.
Biblioteca cultural
Conheça os primeiros contatos de Frejat com a música, ainda criança e adolescente, na aba “Biografia”, no site oficial do artista.
Na seção Conversa
com arte, propõe-se
o estudo de outras
linguagens artísticas,
associadas ao trabalho
realizado com o gênero.
Biblioteca cultural
em expansão
47
Leitura puxa leitura
46
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK
Museu da Pessoa
Por que devo acessar esse site?
Porque esse museu virtual, fundado em 1991, registra e preserva
informações sobre o mundo por
meio de histórias de vida reais.
Você pode, inclusive, fazer parte
do acervo contando sua história.
Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA)
Por que devo conhecer
esse documento?
Porque, depois de entrar em contato com a história de crianças
que tiveram suas infâncias tão
prejudicadas, seria interessante
conhecer o ECA. Ele foi feito para
proteger você e para contar quais
são seus direitos.
O diário de Anne Frank
Por que devo ler esse livro?
Para conhecer Anne Frank e descobrir que, embora tenha escrito
seu texto escondida, com medo e
às vezes com fome, ela expressa
sentimentos muito semelhantes
aos nossos.
O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra
Por que devo ler esse livro?
Para conhecer o universo de
uma menina de 11 anos em
meio à guerra e entrar em contato com seus medos, preocupações e outros sentimentos
tão humanos.
REPRODUÇÃO
Se você gostou das histórias de Zlata e Anne Frank e das memórias
registradas no Museu da Pessoa, talvez se interesse por estes outros
exemplares que poderão compor sua biblioteca. REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK
REPRODUÇÃO
O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger
No filme, conhecemos os tristes efeitos da ditadura militar
brasileira, imposta a partir de 1964, pelo olhar de um menino
de 12 anos apaixonado por futebol. Ele começa a perceber que
as coisas não vão bem quando seus pais, militantes opostos ao
regime ditatorial, o deixam na casa do avô.
Billy Elliot, de Stephen Daldry
No filme, Billy tem 11 anos e vive em uma pequena
cidade mineradora da Inglaterra. O pai o obriga
a treinar boxe, mas ele gosta mesmo é de balé.
Incentivado pela professora de dança da academia
que frequenta clandestinamente, o menino resolve
submeter-se a um importante teste para ingressar
no universo profissional da dança e, assim, lutar contra os preconceitos de uma sociedade conservadora.
A bolsa amarela, de Lygia Bojunga
No livro, uma menina em conflito com
a família e consigo mesma esconde
em sua bolsa três grandes vontades:
crescer, ser garoto e tornar-se escritora.
REPRODUÇÃO
Extraordinário, de R. J. Palacio
O livro conta a história de Auggie, um garoto
que nasceu com uma síndrome rara e precisou
passar por várias cirurgias. Aos 10 anos, e com
o rosto marcado por deformidades, ele terá de
se adequar à rotina escolar e de conviver com
colegas que estranham sua condição.
Na seção
Biblioteca
cultural em
expansão,
há indicações
para que os
alunos ampliem
ainda mais seu
repertório a
partir de uma
obra conhecida
no capítulo.
Expresse-se!
Os videoclipes surgiram, em princípio, para atingir o público jovem televisivo. Com a chegada
da internet, muitos especialistas acreditaram que esse gênero fosse desaparecer, mas não foi
isso que ocorreu. Os videoclipes ainda são importantes produções artísticas da nossa cultura.
Usando uma ferramenta de busca na internet, localize o videoclipe “Passarinhos” (2015),
protagonizado pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata e pelo músico paulista Emicida,
que também é o compositor da canção. O videoclipe foi dirigido por Rafael Kent.
104 105 Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe.
2 O comportamento dos meninos representado no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta.
3 No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada
como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa
ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso?
4 O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia
está sendo defendida?
5 Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi
feita essa associação?
6 Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que
figuras da realidade podem ser associadas a ela?
7 Quase no final do filme aparece uma pilha de livros, entre os quais
está O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Pesquise sobre essa
obra e responda: que relação há entre ela e a história narrada no
videoclipe?
YASUYOSHI CHIBA/AFP
8 “Cruel” é uma canção de amor. No videoclipe, a protagonista aparece segurando uma casinha. Que outros objetos apresentados ao longo do clipe
lembram o amor da protagonista?
9 O que as diretoras do clipe fazem para mostrar que a protagonista está se
sentindo sozinha?
10 Que objetos sugerem o contato que a protagonista da história narrada no
videoclipe tem com o universo da música?
Foto do videoclipe “Cruel”,
de Nina Fernandes.
Direção das Irmãs Fridman.
Som Livre; Slap, 2017.
As pessoas costumam fazer listas dos melhores filmes do ano, das melhores frases
sobre determinado tema, das melhores canções da vida, dos melhores videogames
etc. Organizem-se em grupos de quatro alunos e elaborem suas listas de videoclipes.
Primeiro, relacionem os clipes de que os integrantes do grupo mais gostam. Depois,
definam um critério para a lista do grupo (melhores imagens, melhor relação entre a
canção e a narrativa, melhores efeitos especiais etc.) e os cinco clipes que a comporão.
Observem que os clipes escolhidos precisam ser coerentes com o critério estabelecido.
A próxima etapa é a da pesquisa. Procurem informações sobre os videoclipes
escolhidos: dados sobre o trabalho dos artistas, detalhes da produção, álbum em
que as canções se encontram, participações especiais, premiações etc. Tais informações serão usadas para a escrita de um pequeno resumo de cada videoclipe,
acompanhado por uma opinião.
Pesquisem também uma plataforma on-line de criação de playlist e façam a inserção dos clipes selecionados por seu grupo. Depois, disponibilizem o link da playlist aos
editores da turma. Eles serão os responsáveis por encaminhar as playlists ao professor,
que as publicará no blog.
Nossa playlist de videoclipes
NINA FERNANDES
Procure em fontes confiáveis da internet e assista ao videoclipe da canção "Cruel", interpretada e cantada pela artista paulista Nina Fernandes. Depois, responda às questões.
Vanessa da Mata e Emicida em show no Rio de Janeiro. Foto de 2016.
Biblioteca cultural
Procure em fontes confiáveis da internet e assista à versão de “Rock and roll lullaby” gravada
pela banda mineira Pato Fu no disco Música de brinquedo (2010). O videoclipe colaborativo
foi feito com base no projeto BabyStar, para o qual alguns pais enviaram fotos de seus bebês.
A seção Expresse-se! é
um convite para que o aluno
produza arte exercitando outras
linguagens além da verbal
ou divulgue a arte por meios
pertinentes.
Na seção
Leitura puxa
leitura, ocorre
a articulação
entre leituras
feitas no
capítulo e são
dadas novas
sugestões.
8
Sumário SUMÁRIO
Minha canção: "Só eu sou eu", de Marcelo Jeneci p. 16
CAPÍTULO 1 – DIÁRIO: REGISTRO DO EU NO MUNDO
Leitura 1 Leitura 2 Páginas
especiais
Se eu quiser
aprender
mais
Meu diário
na prática
Textos em
conversa
Reprodução de
página do diário
de Marina
Torres Sella
p. 18
Desvendando o
texto p. 19
Como funciona
um diário?
p. 20
Fragmento
de O diário de
Zlata, de Zlata
Filipović p. 21
Refletindo
sobre o texto
p. 22
A escrita
íntima no blog
p. 24
Divisão do
texto em
parágrafos
p. 26
Momento de
produzir p. 28
Momento de
reescrever
p. 29
Momento de
apresentar
p. 29
O diário de
Zlata
(Leitura 2)
e relato
de Jaime
Murahovschi
para o Museu
da Pessoa
p. 30
Mais da
língua Isso eu já vi
Conversa
com arte Expresse-se! Leitura puxa
leitura
Biblioteca
cultural em
expansão
Como nos
comunicamos?
p. 32
A linguagem
é diversa
p. 33
A língua:
seleção e
combinação
p. 37
Junto ou
separado?
(revisão de
ortografia)
p. 40
Retrato.
Retrato
coletivo de
israelenses, de
Roland Fischer
p. 42
Retrato e
autorretrato.
O casal
Arnolfini, de
Jan van Eyck,
Exposição
Polvo, de
Adriana
Varejão, e
Enterro em
Ornans, de
Gustave
Courbet
Produção
de selfie e
montagem
de painel
p. 44
• O diário de
Zlata
• O diário de
Anne Frank
• Estatuto da
Criança e do
Adolescente
• Museu da
Pessoa
p. 46
• Extraordinário
• Billy Elliot
• O ano em
que meus pais
saíram de
férias
• A bolsa
amarela
p. 47
9
CAPÍTULO 2 – VERBETE: PALAVRA QUE EXPLICA PALAVRA
Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser
aprender mais
Meu verbete
na prática
Textos em
conversa
Verbete “cara”, do
Dicionário Houaiss
p. 48
Desvendando o
texto p. 49
Como funciona um
verbete? p. 50
Verbete “sapato”,
da Wikipédia
p. 52
Refletindo sobre o
texto p. 55
Como dividir as
frases p. 57
Momento de
produzir p. 59
Momento de
reescrever p. 60
Momento de
apresentar p. 60
O gênero verbete
e o poema “A
estrela”, de
Ferreira Gullar
p. 61
Transformando o
verbete em
podcast
Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes
Gravação de podcast p. 62 A língua varia p. 63
Preconceito
linguístico
p. 65
Grafia de palavras
muito parecidas p. 71
Pesquisa, redação e
postagem de novo
verbete na Wikipédia
p. 73
10
Sumário
CAPÍTULO 3 – HISTÓRIA EM QUADRINHOS: IMAGENS E PALAVRAS EM AÇÃO
Leitura 1 Leitura 2 Páginas
especiais
Se eu quiser
aprender
mais
Minha
história em
quadrinhos
na prática
Textos em
conversa
Tira “Níquel
Náusea”, de
Fernando
Gonsales p. 74
Desvendando o
texto p. 74
Como funciona
uma história
em quadrinhos?
p. 75
HQ de
Samanta
Flôor em
homenagem
a Mauricio de
Sousa p. 76
Refletindo
sobre o texto
p. 76
A HQ
eletrônica
p. 78
O formato dos
balões p. 84
Momento de
produzir p. 86
Momento de
reescrever
p. 87
Momento de
apresentar
p. 88
Tira “Níquel
Náusea”
(Leitura 1) e
cartaz do filme
Thor: Ragnarok
p. 89
Mais da
língua Isso eu já vi
Conversa
com arte Expresse-se! Leitura puxa
leitura
Biblioteca
cultural em
expansão
Escrever não é
o mesmo que
falar p. 90
O
planejamento
da fala e da
escrita p. 91
Os fonemas e
as letras p. 98
Videoclipe
feito para
a canção
"Segredos", de
Roberto Frejat
p. 102
Videoclipes
"Passarinhos",
de Emicida
e Vanessa
da Mata,
e "Cruel",
de Nina
Fernandes;
criação de
playlist de
videoclipes
p. 104
• Níquel
Náusea
• MSP 50
Novos
Artistas
• Turma da
Mônica – HQ
• Site da Turma
da Mônica
p. 106
• As cem
melhores
histórias da
mitologia
• As melhores
histórias da
mitologia
africana
• Como
nasceram as
estrelas
• Icamiabas na
Amazônia de
Pedra
p. 107
11
CAPÍTULO 4 – RELATO DE EXPERIÊNCIA: CONTAR O QUE HOUVE COMIGO
Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser
aprender mais
Meu relato de
experiência na
prática
Textos em
conversa
Transcrição de
relato de Rogério
Quintanilha para o
portal de notícias
G1 p. 108
Desvendando o
texto p. 109
Como funciona
um relato de
experiência? p. 111
Transcrição de
relato de Pedro
Antônio Alves
para o Museu da
Pessoa p. 112
Refletindo sobre o
texto p. 113
Relações de causa
e consequência
p. 115
Momento de
produzir p. 117
Momento de
reescrever p. 118
Transcrição de
relato de Rogério
Quintanilha para o
portal de notícias
G1 (Leitura 1) e
poema “Classe
mista”, de Carlos
Drummond de
Andrade p. 119
Transformando o
relato de experiência
em entrevista
Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes
Produção de entrevista
p. 120
Substantivo p. 121
Flexão de gênero
p. 127
Flexão de número
p. 129
Variação de grau
p. 129
Grafia de encontros
consonantais p. 136
Técnicas de pesquisa
e produção de
videoaula sobre o
movimento
hip-hop p. 138
12
Sumário
CAPÍTULO 5 – POEMA: A EXPRESSÃO DO EU
Leitura 1 Leitura 2
Se eu quiser
aprender
mais
Meu poema
na prática
Textos em
conversa
Páginas
especiais
Poema de
Arnaldo
Antunes p. 140
Desvendando o
texto p. 140
Como funciona
um poema?
p. 141
Poema “O
aeroplano”,
de Ivan
Junqueira
p. 141
Refletindo
sobre o texto
p. 142
A linguagem
poética p. 145
Momento de
produzir
p. 147
Momento de
reescrever
p. 148
Momento de
apresentar
p. 149
Poema de
Arnaldo
Antunes
e projeto
artístico
de Diego
Bachmann
p. 149
Outras formas
de compor
poemas
p. 150
Mais da
língua Isso eu já vi
Conversa
com arte Expresse-se! Leitura puxa
leitura
Biblioteca
cultural em
expansão
Termos que
acompanham
o substantivo
p. 154
Adjetivo
p. 155
Numeral
p. 161
Artigo p. 162
Sílaba tônica e
acento gráfico
p. 167
Poltrona Doco
e Poltrona
Oblíquo,
de Rodrigo
Ohtake p. 168
Objetos de
design Banco
sem assento
e Luminária
ferro de
passar, de
Leo Capote, e
cartaz Happy
birthday,
de Shigeo
Fukuda;
criação de
objeto de
design p. 170
• Site de
Arnaldo
Antunes
• Blogspot de
Al-Chaer
• Site de Sérgio
Capparelli
• Dez
melhores
poemas de
Drummond
p. 172
• Caqui –
Revista
Brasileira de
Haicais
• Site sobre
a pintura
ukiyo-e
• Japan House
p. 173
13
CAPÍTULO 6 – ANÚNCIO E OUTROS GÊNEROS PUBLICITÁRIOS: A VENDA
DE PRODUTOS E DE IDEIAS
Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser
aprender mais
Nosso anúncio
publicitário na
prática
Textos em
conversa
Anúncio da
OndAzul p. 174
Desvendando o
texto p. 175
Como funciona
um anúncio
publicitário?
p. 176
Anúncio, fôlder,
spot e filme do
Ministério da
Saúde p. 176
Refletindo sobre
os textos p. 178
As referências ao
leitor p. 182
Momento de
produzir p. 184
Momento de
avaliar p. 185
Momento de
apresentar p. 185
Gêneros
publicitários e
Seção III – Da
Publicidade –
Art. 36 do
Código Brasileiro
de Defesa do
Consumidor
p. 186
Transformando o
anúncio em paródia Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes
Produção de paródia p. 189 Verbo p. 190
Flexões do verbo
p. 191
Modos verbais p. 196
Modelos de
conjugação verbal
p. 198
Acentos gráficos
em palavras
monossílabas,
oxítonas e
proparoxítonas
p. 202
Produção de carta
de reclamação a ser
enviada ao SAC de
empresa fabricante de
produto p. 204
14
Sumário
CAPÍTULO 7 – COMENTÁRIO DE LEITOR: O DIREITO DE OPINAR
Leitura 1 Leitura 2 Se eu quiser
aprender mais
Meu comentário
de leitor
na prática
Textos em
conversa
Comentários sobre
notícias na Folha de
S.Paulo a respeito
do afogamento de
um garoto sírio
p. 207
Desvendando o
texto p. 207
Como funciona
um comentário de
leitor? p. 208
Comentários de
jornal on-line
sobre os Jogos
Olímpicos do Rio
2016 p. 209
Refletindo sobre o
texto p. 210
O que diminui a
aceitação de uma
opinião? p. 211
Momento de
produzir p. 214
Momento de
avaliar p. 215
Gênero comentário
de leitor e artigo
“Por que fechei
meu blog para
comentários”,
de Leonardo
Sakamoto
p. 216
Transformando o
comentário de leitor em
pedido público
de desculpas
Mais da língua Isso eu já vi Entre saberes
Carta de pedido formal
de desculpas p. 218
Frase, oração e
período
p. 219
Tipos de frase p. 220
Oração e período
p. 224
Acentuação das
palavras paroxítonas
p. 229
Comparação das
vantagens do livro
impresso com as do
livro digital e gravação
de podcast debatendo
o tema p. 230
15
Minha canção: “De toda cor”, de Renato Luciano e outros p. 266
Bibliografia p. 270
Referências digitais p. 271
CAPÍTULO 8 – CONTO: QUE DELÍCIA QUE É CONTAR!
Leitura 1 Leitura 2
Se eu quiser
aprender
mais
Meu conto
na prática
Textos em
conversa
Mais da língua
“Pega ladrão,
Papai Noel!”,
de Marcos Rey
p. 234
Desvendando o
texto p. 236
Como funciona
um conto?
p. 237
“Trem
Fantasma”, de
Moacyr Scliar
p. 238
Refletindo
sobre o texto
p. 240
As vozes no
conto p. 241
Momento
de produzir
p. 244
Momento de
reescrever
p. 245
A temática
da empatia
(contos) e
notícia sobre
Marley Dias:
“Cansada
de ler sobre
garotos,
menina reúne
4.000 livros
com garotas
negras”
p. 247
Sujeito
determinado
p. 250
Isso eu já vi
Conversa
com arte Expresse-se! Leitura puxa
leitura
Biblioteca
cultural em
expansão
Acentuação
gráfica em
hiatos e
ditongos
p. 258
Fotografia
documental:
Hazara
Schoolboys
(Escola de
Meninos
Hazara),
de Steve
McCurry
p. 260
Fotografias documentais:
Perfume de sonho, de Sebastião
Salgado, Street Arabs in “sleeping
quarters”, de Jacob August Riis,
e Casal se beijando no Boulevard
Diderot, Paris, de Henri Cartier-
-Bresson; produção de fotografia
documental.
p. 262
• O sal da Terra
• Site de Steve
McCurry
• Contos e
crônicas para
ler na escola
• O rapto do
garoto de
ouro
p. 264
• 100 livros
infantis com
meninas
negras
• Saiba mais
com a Turma
da Mônica –
Inclusão social
• Do luto à luta
p. 265
16
Minha canção
16
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Biblioteca cultural
Ouça a canção “Só
eu sou eu” no site do
músico Marcelo Jeneci.
Marcelo Jeneci
O Brasil é um país musical. A mistura das culturas africana, indígena,
europeia, asiática etc. produziu um “caldeirão” de ritmos musicais que
encanta o mundo todo. Nesta coleção, cada livro será aberto e finalizado com uma letra de canção, acompanhada de cifras simplificadas
para você cantar, dançar, transformar em videoclipes ou cenas teatrais,
ou simplesmente ouvir e viajar nas letras e melodias criadas por nossos
compositores-poetas. Bem-vindo ao Ensino Fundamental – Anos Finais.
Só eu sou eu
Bm
Vem brincar comigo
Am D G7
Que outra criatura igual jamais nasceu
Em
Vem cá, menino
Bm
Vamos lá, juntinhos
Am D G7
Ainda bem que a gente é você e eu
C C#o
Você e eu
G Em
Você e eu
Am D
E cada um é cada um
G7
E cada eu...
C C#o
Você e eu
G Em
Você e eu
Am D
E cada um é cada um
G
E cada eu...
Violão: principal
Tom: G
G Bm
Tem muita gente tão bonita nessa terra
Am D
Nas minhas contas são sete bilhões
G Em G
Mais eu
G Bm
Tem Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra
Am D G7
Mas nada disso muda que só eu sou eu
C C#o
Só eu sou eu
G Em
Só eu sou eu
Am D G7
Além de mim não tem ninguém que seja eu
C C#o
Só eu sou eu
G Em
Só eu sou eu
Am D G Em G
Além de mim não tem ninguém que seja eu
(Repete a 1a
parte)
Em
Vem cá, menina
M. JENECI; A. NESTROVSKI. Só eu sou eu. Intérprete: Marcelo Jeneci. In: MARCELO JENECI.
De graça. Rio de Janeiro: Som Livre, 2013. 1 CD. Faixa 12. Cifras disponíveis em:
<https://www.cifraclub.com.br/marcelo-jeneci/so-eu-sou-eu/>.
É muito importante os alunos
saberem que o gênero letra de
canção pressupõe um acompanhamento musical. A canção foi
feita para ser cantada, e por isso
é essencial que a turma a ouça.
A melodia traz uma série de
informações subjetivas que interferem na interpretação que
fazemos da letra de uma canção. Os alunos que souberem
tocar violão poderão utilizar as
cifras indicadas na letra.
Em sintonia com a competência
geral (CG) 8 da BNCC, que destaca habilidades socioemocionais, ao apontar a importância
do autoconhecimento e do cuidado com a saúde emocional,
a letra dessa canção sugere a
valorização dos traços que nos
particularizam e nos tornam
pessoas especiais e diferentes
das demais. Começar o ano
com essa letra é uma forma de
indicar aos alunos a possibilidade de reforçar a história que
eles já vêm construindo ou de
modificá-la para iniciar uma
nova fase. Converse sobre isso
com a turma, convidando-a a
viver plenamente o Ensino Fundamental – Anos Finais, ou seja,
a se dedicar às várias atividades
que serão propostas pela disciplina de Língua Portuguesa
e que criarão oportunidades
para que os alunos vivenciem
manifestações artísticas diversas, exercitem sua curiosidade intelectual, desenvolvam
práticas cidadãs, entre tantos
outros objetivos. Leia nossa
proposta para as seções “Minha canção”, “Conversa com
arte” e “Expresse-se!” aqui no
Manual do professor (MP).
Minha canção
CG: 1, 3, 4, 5, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 3, 7, 10
Habilidades: EF67LP11,
EF67LP28, EF69LP48
17
17
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A canção ao lado é de autoria de Marcelo Jeneci e Arthur Nestrovski e pertence ao disco De graça (2013), o segundo
da carreira de Jeneci. Nascido em 1982,
de pai pernambucano e mãe paulista, o
multi-instrumentista Marcelo Jeneci foi
criado na periferia de São Paulo ouvindo
rádios populares, canções de Roberto
Carlos e trilhas sonoras de telenovelas.
O gaúcho Arthur Nestrovski nasceu em
1959 e é compositor, violonista, crítico
literário e musical, escritor e editor.
REPRODUÇÃO
Capa do álbum De graça,
de Marcelo Jeneci.
Depois de ler a letra e de ouvir a melodia de “Só eu sou eu”, reflita com sua turma sobre
o conteúdo dessa canção.
• Por que os compositores falam de “Ronaldinhos e rainhas da Inglaterra”?
• Qual é a função do coro de não cantores que acompanha em algumas partes a voz de Jeneci?
• O que significaria dizer que “Só eu sou eu”?
Após ouvir a canção e refletir sobre ela, escolham, com o auxílio de seu professor, um
grupo de colegas da classe que goste de trabalhar com edição de vídeos no computador
para criar um vídeo com selfies que a turma fará. Orientem-se pelas instruções a seguir.
1. Vocês precisarão ver se o computador da escola ou de alguém da classe tem um programa
de edição que sincronize fotos e músicas. Há várias versões gratuitas desse tipo de programa
na internet.
2. Façam selfies com a turma em vários lugares da escola (sala de aula, pátio, quadra etc.) em
momentos diversos (durante a aula, no intervalo, na aula de Educação Física, em debates etc.)
3. Passem todas as fotos da turma para o computador.
4. Abram o programa de edição e nomeiem o projeto que estão criando (“Vídeo da turma X”,
por exemplo). Salvem o projeto.
5. Importem as selfies de acordo com as instruções do programa.
6. Após a importação, selecionem a ordem em que desejam que as selfies apareçam no vídeo
e arrastem-nas até o storyboard.
7. Selecionem os efeitos desejados (como zoom).
8. Escolham o tipo de transição que querem entre uma foto e outra.
9. Importem o arquivo de áudio com a canção “Só eu sou eu”. Não se esqueçam de que esse
material deverá ser de uso interno, recreativo; qualquer outro uso implica o pagamento de
direitos autorais.
10. Adicionem a canção ao storyboard.
11. Sincronizem o início e o final do vídeo tendo em vista a duração da música. Para isso, basta
arrastar o final da faixa de áudio até o final do vídeo.
12. Selecionem o efeito de áudio entre as opções que o programa dá.
O vídeo da turma está pronto! Exibam-no para toda a escola e guardem esse material como um
registro da história do grupo. Ele poderá ser útil, também, na formatura do 9o
ano.
Nosso vídeo de fotos e música
Biblioteca cultural
Que tal conhecer outra canção de Marcelo
Jeneci? Felicidade é um
dueto com a cantora
Laura Lavieri e você pode
encontrar o videoclipe
na internet.
Nosso vídeo de fotos e música
Não se espera que os alunos
respondam às questões uma a
uma. A ideia é que as utilizem
como guia para uma reflexão,
que pode ser individual ou coletiva. Veja se a turma percebe
que a canção defende que somos únicos e, por isso, especiais.
Mesmo que não sejamos figuras
ilustres ou famosas como Ronaldinho (o jogador de futebol) e a
rainha da Inglaterra, ocupamos
um lugar que é só nosso, por
isso o mundo é composto de
“sete bilhões mais eu”. O coro
de pessoas comuns, não cantoras, junta-se à voz principal
para dar a noção de que há
vários “eus” e que todos têm
sua singularidade.
Essa e outras atividades da coleção estimulam a produção
de textos multimodais, que
associam várias linguagens. É
provável que a familiaridade
com as tecnologias digitais de
informação e comunicação não
seja a mesma entre os alunos,
mas esse conhecimento será
adquirido conforme se apresentarem os desafios de cada
atividade. Além disso, alguns
alunos poderão orientar os colegas, assumindo a liderança em
algumas práticas. A BNCC indica
a importância da compreensão
e do uso dessas tecnologias na
CG 5, na competência específica de linguagens (CEL) 3 e
na competência específica de
língua portuguesa (CELP) 10,
além de incluí-las em várias das
habilidades. Leia sobre como
entendemos a proposta de trabalho para os gêneros digitais
na introdução do MP.
18
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
18
ARQUIVO PESSOAL
ARQUIVO PESSOAL
CAPÍTULO
1 DIÁRIO:
registro do eu no mundo
Neste capítulo, você conhecerá pessoas por meio de seus diários.
A seguir, apresentamos a reprodução de uma página do diário da jovem
paranaense Marina Torres Sella. Ela mora em Londrina e escreveu o texto
quando tinha 12 anos. Leia-o e responda às questões.
Leitura 1
Marina Torres Sella
em foto de 2018.
Reprodução de página do diário de Marina Torres Sella.
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. É possível que,
quando forem consultados,
aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado
de endereço.
Antes de iniciar o estudo desse gênero, comente com os alunos que eles lerão, neste capítulo, duas páginas de
diá rios de meninas de 11 e 12 anos. Pergunte o que esperam ler. É provável que a primeira página coincida com
essa expectativa, mas não a segunda, cujo contexto é uma guerra. Ao terminar cada leitura, retome essa conversa inicial para refletir sobre aquilo que não coincide com as expectativas, fazendo-os perceber os diferentes
contextos de produção. Caso algum aluno mencione um diário relativo a conflitos, como O diário de Anne Frank,
valorize a informação e guarde-a para a comparação com O diário de Zlata, quando será possível destacar como
é interessante ler obras diversas e construir uma “Biblioteca cultural”.
Informações sobre o gênero diário e sua exploração nesta coleção podem ser lidas na introdução do MP.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
Habilidades: EF67LP04,
EF67LP27, EF67LP28,
EF67LP37, EF67LP38,
EF69LP01, EF69LP55,
EF69LP56
Capítulo 1
Pré-requisitos
• EF03LP12
• EF35LP01
• EF35LP07
• EF69LP56
• EF67LP04
Materiais digitais
Sequência didática 1: O diário
CG: 1
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2
Habilidades: EF15LP01,
EF15LP05
Sequência didática 2: O
retrato na pintura e a
descrição como forma de
retrato
CG: 1
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2
Habilidades: EF69AR02,
EF69AR04, EF67LP04
CG: 1; CEL: 1, 2; CELP: 1, 2
Habilidade: EF69LP41
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Videoaula:
Como nos comunicamos?
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
19
1 A página de diário de Marina Torres Sella trata de sua estada em
um acampamento.
a) Que parte dessa experiência a jovem mais valorizou?
b) O que permitiu a você chegar a essa conclusão?
2 Transcreva a frase em que a menina revela ter tido expectativas
positivas em relação ao que viveria no acampamento.
3 Segundo o relato, a experiência marcou a vida de Marina? Justifique
sua resposta.
4 Nesse texto, predominam fatos ou opiniões? Transcreva um trecho
que comprove sua resposta.
5 O relato apresentado é feito em primeira pessoa, que pode ser expressa
pelas palavras eu e nós.
a) Copie outras palavras indicando que o relato é feito nessa pessoa.
b) Por que você acha que a primeira pessoa é muito usada em um
relato como esse?
6 O relato apresenta fatos em três momentos. No caderno, relacione
cada informação à noção de tempo presente, passado ou futuro.
a) Sentir saudades.
b) Estar no acampamento.
c) Manter os amigos na memória.
d) Fazer contato com Luli.
e) Mandar mensagens para as amigas.
7 Releia o seguinte trecho: “[...] já estou com saudades de todo mundo,
até da Amanda, uma menina superchata que tinha poucos amigos”.
a) Qual destas palavras poderia substituir até, mantendo seu sentido:
exceto, menos, inclusive ou apenas?
b) Abaixo há duas interpretações para a expressão até da Amanda.
Qual delas é apropriada?
I. Ao afirmar que sente saudades “até da Amanda”, Marina sugere
que a experiência foi tão positiva que mesmo situações menos
legais serão lembradas com carinho.
II. Ao afirmar que sente saudades “até da Amanda”, Marina sugere que a experiência seria lembrada com carinho se algumas
situações ruins fossem esquecidas.
8 O acampamento teve como tema a pergunta “O que te define?”.
Que tipo de resposta você acha que é esperado para essa questão?
Sempre que transcrever, isto é, copiar um
trecho (parágrafo, frase,
palavra etc.), use aspas
(“...”) no início e no final.
Dica de professor
Desvendando o texto
Que resposta você
daria à pergunta “O que
te define”?
Fala aí!
VICENTE MENDONÇA
1a. As amizades que fez.
2. “Como eu já esperava, o
acampamento foi perfeito, e
as amizades que z vão estar Sim. Marina arma que sempre se lembrará da experiência vivida, sempre no meu coração!” como mostra a última frase da página de seu diário.
Opiniões. Sugestão: “Foi muito divertido montar
um projeto sobre isso”.
se concentrar na fala sobre os amigos e nas saudades que eles deixaram.
O fato de o relato
É esperado que a pessoa indique suas características mais marcantes, mais fortes.
Interpretação I.
Inclusive.
passado
futuro
futuro
passado
presente
A primeira pessoa refere-se a quem fala/escreve, e esse
relato traz uma experiência pessoal.
5a. Verbos (formas verbais): passei, adorei, estou, passamos, quei, vamos, z, co, lembro; pronomes: eu, minhas, minha, meu.
pelas palavras
a)
Questão 4 – A distinção entre fato e opinião é uma
das habilidades relativas ao
campo jornalístico/midiático
(EF67LP04), mas também pode
ser observada e estudada em
textos de outros campos, como
os que exemplificam o gênero
diário, em que se misturam os
acontecimentos e as impressões
sobre eles.
Fala aí! – Aproveite a atividade para criar um momento
de integração entre os alunos
recém-chegados ao Ensino Fundamental – Anos Finais. Sugerimos que você e eles (um por
vez) apresentem a resposta para
o grupo.
20
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
20
Nesta seção, você responderá a perguntas que o ajudarão a refletir sobre as características do gênero textual diário. Para iniciar, volte ao texto
reproduzido no início deste capítulo. 1 Observe a maneira como Marina estabelece uma interlocução, isto
é, uma comunicação com o diário.
a) Que expressão é usada para iniciar essa comunicação?
b) E para encerrá-la?
c) Considerando essas expressões, como você descreveria a relação
de Marina com o diário?
d) Por que algumas pessoas guardam seus diários escondidos ou trancados?
e) Com que finalidade Marina ilustrou com colagens a página do diário?
2 Em sua opinião, por que algumas pessoas se dedicam a escrever diários?
O vocativo é um cha
-
mamento. Nós o usa
-
mos em cartas, e-mails
e bilhetes para indicar
a quem nos dirigimos (Caro Roberto) e também nos diálogos (Joana, você trouxe o livro?).
A expressão Querido
Diário também é um
vocativo.
Sabia?
A guerra na ex-Iugoslávia
Entre 1991 e 2001, a Iugoslávia, uma
nação que hoje não existe mais, enfren
-
tou uma guerra interna que resultou
em milhares de mortos. Os combates
ocorreram por conflitos entre grupos
que viviam no território, principalmente
sérvios, croatas, eslovênios e muçulma
-
nos, desejosos de criar países indepen
-
dentes, nos quais assumiriam o governo.
Sarajevo (pronuncia-se “Saraiêvo”),
cidade em que Zlata morava, é a capital
da Bósnia-Herzegovina, um dos países
que integravam a antiga Iugoslávia.
Na página seguinte, você vai conhecer o diário de outra menina: Zlata
Filipović (pronuncia-se “Filipovitch”). Zlata tinha 11 anos quando seu país
enfrentou uma guerra. O texto revela o confinamento da família em um
apartamento durante o dia e no porão do vizinho à noite, a preocupação
com as bombas lançadas sobre as casas, as dificuldades cotidianas e as
reações da garota diante de um conflito político que ela não entende. Antes de ler a página do diário, conheça um pouco da história desse conflito
para entender o contexto.
Como funciona um diário?
Os textos do gênero diário relatam fatos vividos pelo autor e apresentam
reflexões, opiniões e sentimentos. Trata-se de uma comunicação íntima. As pá
-
ginas são escritas diariamente ou há um pequeno intervalo de tempo entre elas.
Não há uma estrutura fixa, mas, em geral, possuem data, vocativo e assinatura.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Túnel subterrâneo que
permitiu a entrada
de alimentos, ajuda
humanitária e armas
para os defensores
da cidade quando
Sarajevo foi cercada
pelas tropas inimigas.
Foto de 2012.
PAUL PRESCOTT/SHUTTERSTOCK
Querido Diário.
Beijinhos.
As colagens personalizam o diário.
1c. Resposta pessoal. Espe
-
ra-se que os alunos perce
-
bam que há um tratamento
carinhoso, como se o diário
fosse um amigo, um confes
-
sor de Marina.
2. Resposta pessoal. Veri
-
que se um ou mais alunos
mantêm diários e pergunte
por que fazem isso. Também
é possível que alguns deles
mencionem diários produzi
-
dos por familiares.
1d. O diário é uma comuni
-
cação íntima, que registra
opiniões e sentimentos que
o produtor não deseja que se
tornem públicos.
21
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
21
Segunda-feira, 28 de dezembro de 1992
Dear Mimmy,
Quanta coisa eu fiz nestes últimos dias!
Hoje fiquei em casa. Tive minha primeira aula de piano. Que abraço
apertado nós nos demos, Biljana Čanković e eu. Desde março a gente não
se via. Depois nos dedicamos a Czerny, Bach, Mozart e Chopin – um
estudo, uma fuga, uma sonata e uma peça. Foi uma barra. Mas, como
não vou mais à escola, vou poder me dedicar ao piano. Que bom! Você
sabe, Mimmy, na escola de música estou no quinto ano.
Estamos sem água – e quanto à eletricidade, a coisa vai mais ou menos.
Quando eu saio e não há tiros, fico com a sensação de que a guerra
acabou, mas os cortes de água e eletricidade, o inverno, a falta de lenha
e de comida me trazem para a realidade e percebo que a guerra continua
por aqui. E por quê? Por que esses “moleques” não entram num acordo?
Estão se divertindo à beça. A nossas custas.
Escrevo para você sentada na mesa, dear Mimmy. Estou vendo papai
e mamãe. Os dois estão lendo. Quando eles levantam os olhos do livro,
ficam pensando. Em que eles pensam? No livro que estão lendo? Ou
será que tentam recolher os pedaços que a guerra espalhou? Sinto uma
coisa esquisita vendo os dois assim. À luz da lamparina (como nossas
velas acabaram, fabricamos lamparinas com óleo) eles me parecem cada
vez mais tristes. Olho para papai. Como ele emagreceu! Perdeu vinte
quilos pesados na balança, mas quando olho tenho a impressão de que
deve ter sido até mais. Dá a impressão de que os óculos ficaram grandes
demais para seu rosto. Mamãe também emagreceu muito. Parece que
ela murchou, a guerra cavou rugas em seu rosto. Meu Deus, o que esta
guerra fez de meus pais!... Eles já não se parecem com meu pai e minha
mãe. Será que tudo isso acaba um dia, será que nossos sofrimentos em
breve vão chegar ao fim para que eles voltem a ser o que eram – pessoas
alegres, sorridentes, elegantes?
Esta guerra estúpida destrói minha infância e estraga a vida de meus
pais. Mas POR QUÊ? STOP THE WAR! PEACE! I NEED PEACE!
Tudo bem, vou jogar uma partida de cartas com eles!
Zlata, que ama você.
ZLATA FILIPOVIC´. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra.
Trad. Antonio de Macedo Soares e Heloisa Jahn.
São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 112-113.
Leitura 2
Zlata Filipović (1980-)
escreveu seu diário motivada pelo Unicef, instituição internacional
que protege a infância.
Foi pedido às crianças
que mantivessem registros de seu cotidiano
e sentimentos durante
o conflito. Pouco depois, o diário de Zlata
foi selecionado para publicação. Desde então,
ela tem divulgado sua
experiência pelo mundo
e atuado em áreas ligadas à luta pela paz e pela
tolerância.
De quem é o texto?TOPFOTO/UPP/AGB PHOTO LIBRARY
Foto de 1995.
Dear: Querida.
Czerny, Bach, Mozart
e Chopin: os austríacos
Czerny (1781-1857) e
Mozart (1756-1791), o
alemão Bach (1685-1750)
e o polonês Chopin
(1810-1849)
foram importantes
compositores de peças
para pianos e órgãos.
Um estudo, uma fuga,
uma sonata e uma
peça: composições
musicais executadas com
instrumentos, sem canto.
Stop the war! Peace! I need
peace!: Parem a guerra!
Paz! Eu preciso de paz!
De quem é o texto? – Nossa
opção por explorar um diário
pessoal e um diário publicado está relacionada, entre
outros fatores, ao objetivo
de evidenciar para os alunos
exigências próprias das comunicações públicas, introduzindo ou recuperando a ideia de
adequação de linguagem, que
será explorada a seguir e que
é indicada pela CELP 5.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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1 Marina e Zlata iniciam sua página de diário com o dia, o mês e o ano
em que escrevem. Por que as datas são importantes nesse gênero?
2 Em seu texto, Zlata conta como ela e a família viviam durante a guerra.
a) No início do relato, por que a menina está feliz?
b) No segundo parágrafo, a garota mostra que a guerra provocou uma
importante alteração em sua rotina. O que aconteceu?
c) Que privações materiais a família de Zlata sofreu naquele período?
d) Zlata chama de moleques os líderes dos exércitos em conflito.
O que o uso dessa palavra revela sobre a opinião da menina?
Por quê?
3 Além de apresentar fatos e narrar ações, os diários apresentam
sequências de textos com outras finalidades.
a) Zlata percebe que a guerra afetou seus pais. O que ela observa?
b) No parágrafo em que a menina trata desse tema, predomina o
relato de ações ou a reflexão?
c) Além de expor um fato, o que mais a frase a seguir revela: “Como
ele emagreceu!”?
d) Ao referir-se à guerra como “estúpida”, Zlata faz uma descrição
objetiva ou apresenta um ponto de vista pessoal (subjetivo)? Justifique sua resposta.
4 Quando Zlata escreveu seu diário, não sabia se seria publicado.
a) Para quem ela escrevia inicialmente?
b) Após a publicação, quem passa a ser seu leitor?
c) Em sua opinião, por que houve interesse em publicar esse diário?
d) Levante uma hipótese: que alterações podem ser necessárias no texto
para que ele possa ser publicado?
Refletindo sobre o texto
Em geral, o leitor de um diário é o próprio autor. Trata-se de um texto
particular, íntimo, usado para registro pessoal, por isso a linguagem costuma
ser mais descontraída, com palavras e frases simples, embora alguns autores
tenham um estilo mais elaborado.
Quando publicados, os diários ganham leitores diversos, e sua linguagem e
conteúdo podem sofrer alterações para se adequar a uma comunicação pública.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Se esse diário fosse meu...
Em outras páginas do diário, Zlata relata como é difícil, no contexto do conflito,
cuidar de seu bichinho de estimação, o canário Cicko. Redija um parágrafo sobre
isso, imaginando-o como parte do texto da menina. Antes, reflita sobre o tipo
de problema que poderia acontecer com a ave.
1. Porque contextualizam os
acontecimentos, relacionando-os à idade do autor, à
época do ano etc.
2b. Zlata deixou de ir à escola.
Comente com os alunos que
a escola de Zlata foi fechada
quando a cidade começou a
ser bombardeada, reabrindo
quase um ano depois.
2a. Zlata está feliz porque
voltou a ter aulas de piano.
3a. Zlata nota que os pais
estão desatentos e tristes.
Arma que ambos emagreceram e que o rosto da mãe
ganhou rugas.
A reexão.
O sentimento de pena, de dor da menina.
3d. Apresenta um ponto de
vista pessoal, pois expressa
uma opinião.
Zlata escrevia para ela mesma.
4c. Resposta pessoal. Porque, ao tratar de um período
de guerra, tornou-se um
documento histórico.
Todas as pessoas que leem a obra.
2c. A família de Zlata enfrentou cortes de água e luz e
falta de lenha e comida. O emprego de moleques revela uma opinião crítica,
pois sugere que os líderes são irresponsáveis.
Resposta pessoal.
Questão 3d – Reforce o significado dos termos objetividade e
subjetividade. O primeiro refere-
-se ao que se observa e é livre
da interferência de sentimentos, tendências e opiniões. O
segundo remete àquilo que está
relacionado ao indivíduo, seu
íntimo e suas particularidades.
Questão 4d – Levante os aspectos indicados pelos alunos. É
importante que eles notem que
o diário é produzido em um
contexto mais íntimo e, por isso,
de maior liberdade. No caso de
uma divulgação pública, podem
ser necessárias adequações na
ortografia, na pontuação e em
outros aspectos gramaticais.
Também podem ser desejáveis
alterações para evitar repetições
de termos ou buscar palavras
mais precisas. É possível, ainda,
que algumas informações tenham de ser completadas, pois
o leitor não conhece todas as
referências do escritor.
Da observação para a teoria
Pergunte aos alunos se eles
gostaram de conhecer O diário
de Zlata e se já tiveram alguma
experiência na leitura desse
gênero.
Caso alguém tenha mencionado antes O diário de Anne
Frank, peça que fale da obra
e de sua experiência de leitura. Abra espaço para opiniões
divergentes. Parte da turma
pode não ter sido tocada
pela história, considerando-
-a uma leitura difícil ou pouco
interessante, enquanto outra
parte pode ter visto ali a possibilidade de conhecer uma
realidade diferente. Explique
que nem todos os diários relatam fatos reais.
Se esse diário fosse meu... – Se desejar, ao comentar os parágrafos dos alunos, explique-lhes que, em O diário
de Zlata, os problemas são o frio e a falta de comida para pássaros, o que obriga a família a pedir ajuda aos
amigos, já que Cicko não consegue comer nenhuma outra coisa. O canário morre ainda durante a guerra.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Os diários e a História
Zlata chamou seu diário de Mimmy, nome de um peixinho dourado que havia
morrido. A ideia de batizar o diário veio de outro texto, escrito por uma menina
que também enfrentou uma guerra: Anne Frank. A adolescente registrou a
Segunda Guerra Mundial e a perseguição imposta a ela e a outros judeus pelos
nazistas. Anne morreu em um campo de concentração, e seu pai, posteriormente,
publicou o diário dela, que era chamado de Kitty.
No Brasil, um diário escrito também por uma adolescente conta uma fase
importante de nossa história. As páginas do diário de Helena Morley (pseudônimo
de Alice Dayrell Caldeira Brant), publicado com o título Minha vida de menina,
registram o cotidiano em Diamantina (Goiás) no final do século XIX. Helena
fala de suas relações com familiares, amigos e outros moradores da cidade,
permitindo ao leitor entrever situações sociais e a forma de pensar no período
que sucedeu a abolição da escravatura e a proclamação da República no Brasil.
Sabia?
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
A coleção Diário de
um banana (São Paulo:
V&R Editoras, 2012),
do escritor e ilustrador
Jeff Kinney, faz bastante
sucesso com o público
pré-adolescente.
Diário ficcional
Nem todos os diários
retratam fatos reais.
Alguns escritores reproduzem a estrutura desse
gênero, mas inventam o
conteúdo. Nesse caso,
quem relata os fatos é
um personagem que
vive uma história fictícia, isto é, inventada.
A coleção Diário de
REPRODUÇÃO
Pergunte aos alunos se eles
têm uma hipótese acerca
do maior número de diários escritos por meninas.
Depois, conte-lhes que a
escrita de diários, realizada
principalmente pelas jovens
das classes ricas, no século
XIX, era sugerida para as
meninas porque elas não
tinham a expectativa de atuar
prossionalmente; apenas se
preparavam para ser boas
esposas e mães. Os diários
eram vistos como forma de
examinar a consciência e de
praticar a escrita, e, muitas
vezes, o texto era lido e
corrigido pelas professoras
particulares.
Sabia? – Para conhecer mais
sobre o gênero e as motivações
de sua produção, sugerimos a
você, professor, o interessante
ensaio Diários de garotas francesas no século XIX: constituição
e transgressão de um gênero
literário, de Philippe Lejeune,
disponível na internet.
Se desejar informações sobre
o livro Minha vida de menina,
leia a obra Duas meninas, do
crítico Roberto Schwarz. Trata-
-se de um estudo comparativo
desse diário com o romance
Dom Casmurro, de Machado
de Assis.
Se possível, oriente uma pesquisa na internet: os alunos devem
entrar em sites de editoras e de
livrarias para encontrar diários
reais ou fictícios, adequados à
sua faixa etária. Após ler as
sinopses ou resenhas, em atividade individual escrita, eles
devem indicar um diário que
gostariam de ler e justificar sua
opinião. Essa atividade dialoga
com a CELP 8, que trata da seleção de livros de acordo com
interesses pessoais. No final, veja
se existe, na biblioteca, um ou
mais diários disponíveis, leve-os
para a sala de aula e sugira sua
leitura. Se for possível, verifique
a possibilidade de adquirir uma
ou duas obras desse gênero.
Diário ficcional – Pergunte
aos alunos se eles percebem
que o gênero é produzido em
outro contexto e ganha outra
função, que não é mais a de
relatar e analisar vivências e
sentimentos reais.
Verifique se os alunos já leram
diário desse tipo, como os volumes de Diário de um banana,
de Jeff Kinney, e Diário de uma
garota nada popular, de Rachel
Renée Russel.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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A escrita íntima no blog
1. Você acha que há semelhança entre essa parte do
blog e o diário de Zlata, que
foi publicado? Por quê?
Na década de 1990, quando a internet estava se popularizando, muitas
pessoas usavam os blogs como diários. Neles contavam suas experiências e
sentimentos. Esse uso ainda permanece, mas a maioria dos blogs atuais é mais
abrangente, trazendo assuntos variados, alguns deles ainda bastante pessoais
e outros mais ligados à exposição de informações e troca de conhecimentos.
Você vai conhecer o blog da estudante mineira Júnia Emanuele. Leia partes
dele, veja os comentários e responda às questões.
Página inicial
Apresentação
MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM
MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM
Junto de sua apresentação, Júnia conta o
motivo de ter iniciado
o blog: “Criei o blog em
2014 para compartilhar
meus sentimentos, mas
atualmente falo também
de maquiagem, cabelo,
moda, comportamento
e tudo que eu mais amo”.
Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com>. Acesso em: 20 abr. 2018.
Disponível em:
<http://meuladojujuba.blogspot.com>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
2. Que semelhanças
e que diferenças
você nota entre o
diário de Marina e
esse blog?
Resposta pessoal.
Em um diário, a escrita é feita à mão e, em geral, destinada apenas ao escritor ou a pessoas de
seu círculo de intimidade. Em um blog, a escrita é pública, destinada a um público leitor maior.
Os gêneros digitais têm uma
estrutura menos estável ou
previsível que os não digitais
em função da evolução rápida e
constante da tecnologia. No caso
do blog, é preciso considerar
que, para alguns pesquisadores, atualmente ele se enquadra
mais no conceito de suporte do
que no de gênero, uma vez que
guarda postagens que podem
ser páginas de diário, fotografias, vídeos, receitas, resenhas
etc., assumindo, em partes
distintas, as características de
cada gênero. Outros pesquisadores preferem considerá-lo
um gênero multimodal, que se
caracteriza pela diversidade de
linguagens e formas. O contato
com o blog nesta seção atende,
principalmente, à CG 5 e às CEL 2
e 6, que orientam a compreensão da linguagem digital como
passo para um uso efetivo que
permite, entre outros objetivos,
participar da vida social e exercer autoria. O conteúdo dele
atende, igualmente, à CG 8,
pois estimula a empatia e o
reconhecimento dos efeitos
do preconceito.
A escrita íntima no blog
CG: 4, 5, 6
CEL: 1, 3, 5
CELP: 6, 7, 10
Habilidade: EF69LP45
Questão 1 – Espera-se que os
alunos reconheçam que, assim como o diário de Zlata, o
blog de Júnia não permanece na intimidade; é lido por
muitas pessoas. Além disso, a
experiência contada pode ter
um alcance coletivo, sendo um
testemunho de um momento
de mudança na maneira como
a mulher negra se impõe socialmente. Contudo, não tem o
status obtido por aquele diário
que foi escolhido pelo Unicef e
publicado como registro de um
importante momento histórico.
Além disso, para se tornar livro,
o diário passou por um processo
cuidadoso de edição. Ajude-os
a fazer essa reflexão.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM
Nessa postagem ou post, a blogueira fala sobre uma experiência pessoal:
sua opção por não alisar mais o cabelo. Ela conta que iniciou o alisamento aos
nove anos, porque se sentia feia, porém mais tarde percebeu a importância
de assumir sua beleza natural.
25
MEULADOJUJUBA.BLOGSPOT.COM.BR
Oiiiii gente, tudo bem com vocês?
Ontem, dia primeiro de abril, completou um ano que não uso mais nenhum tipo
de química no cabelo. Para muitas pessoas é besteira comemorar esse dia, mas
para mim foi um dia superespecial, pois foi a partir dele que minha vida tomou
outro rumo e descobri várias coisas boas ao meu respeito.
Nesse um ano, além de eu aprender a cuidar do meu cabelo sozinha, eu aprendi
que amor próprio é essencial.
[...]
02 abril 2017
BEDA #02: Um ano sem usar mais química no cabelo
JÚNIA QUEIROZ. Um ano sem usar mais química no cabelo.
Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com/2017/04/beda-02-
um-ano-sem-usar-mais-quimica-no.html>. Acesso em: 20 abr. 2018.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
3. Observe o título da postagem. Como o
símbolo # deve
ser lido e para
que é usado?
Disponível em: <http://meuladojujuba.blogspot.com/search?q=blogs+que+
estou+amando+acompanhar>. Acesso em: 20 jul. 2018.
No blog de Júnia há também referências a outros
blogs que interessam a ela
e que o leitor pode buscar.
4. Você costuma seguir
algum blog? Se sim,
apresente seus blogs
preferidos aos colegas e
ao professor.
Hashtag ou jogo da velha. É usado para organizar conteúdos digitais
por temas.
Resposta
pessoal.
Questão 4 – Auxilie os alunos
a apresentar os blogs de que
eles mais gostam. Se possível,
acesse alguns deles para que
os colegas possam analisá-los
e, eventual mente, tornarem-
-se leitores frequentes. Antes
de projetar, porém, analise o
conteúdo para verificar se está
adequado. Se preferir, leve para
a classe sugestões de blogs interessantes.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Divisão do texto em parágrafos
Mesmo quando são escritos apenas para a leitura do próprio produtor
do texto, os relatos contidos nos diários são organizados em parágrafos,
porque estes são as unidades de composição dos textos escritos.
Como você sabe, os parágrafos são identificados por um pequeno afastamento da margem esquerda na primeira linha. Não há um tamanho único
para eles: podem ser pequenos, médios ou grandes. O importante é que cada
um tenha uma ideia ou um tema central, que pode ser acompanhado por
ideias complementares. Quando uma nova ideia central é introduzida no
texto, deve-se formar um novo parágrafo.
1 Observe como foi organizado um trecho de reportagem sobre Zlata
Filipović e responda às questões.
[...]
Na época em que seu diário ajudou a dar publicidade aos horrores
do conflito étnico em seu país, Zlata foi chamada de Anne Frank bósnia, em alusão à menina judia morta em um campo de concentração
nazista aos 15 anos de idade. O título, no entanto, nunca a agradou.
“Sou um pouco supersticiosa e ser comparada a alguém que teve um
final tão triste me deixava preocupada com a possibilidade de ter a
minha vida terminada de maneira tão trágica também”, conta. [...]
Apesar de ter vivido 18 de seus 32 anos na Irlanda, Zlata conta
que Dublin não é sua casa como considera Sarajevo. A capital bósnia
continua sendo o lugar ao qual pertence e destino para onde vai
sempre que pode, apesar das sequelas deixadas pelo conflito […].
MARCÍLEA GOMBATA. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/
cultura/a-nao-ficcao-de-zlata-filipovic-6112.html>. Acesso em: 13 abr. 2018.
a) Qual é a ideia central do primeiro parágrafo?
b) Qual é a ideia complementar?
c) Em torno de qual ideia central se organiza o segundo parágrafo?
d) Como essa ideia é complementada?
e) Está adequada a divisão do trecho em dois parágrafos? Por quê?
2 Na página de diário reproduzida no início deste capítulo, Marina
Torres Sella dividiu seu texto em parágrafos.
a) Quantos são os parágrafos?
b) Atribua um título a cada parágrafo, formado por uma palavra ou
expressão que informe o conteúdo principal.
c) Se você fosse segmentar (dividir) esse texto, repetiria ou alteraria
a organização feita por Marina? Por quê?
Se eu quiser aprender mais
Étnico: entre povos.
2b. Sugestão de resposta:
1. Atividades do dia; 2. Saudade de todos; 3. Melhor amiga;
4. Experiência perfeita.
Quatro.
1a. A comparação entre Zlata
e Anne Frank.
1b. A explicação de Zlata sobre o motivo pelo qual não lhe
agrada a comparação com a
menina judia.
1c. Em torno da ideia de que
Zlata considera Sarajevo sua
casa, e não Dublin, onde
viveu a maior parte da vida.
1d. Com a explicação de
que Zlata visita sua cidade
sempre que pode, apesar
de o conflito ter deixado
problemas.
1e. Sim. O trecho apresenta
duas ideias centrais diferentes: a comparação entre Zlata
e Anne Frank e a relação de
Zlata com sua cidade. Portanto, é correto que esteja
dividido em dois parágrafos.
2c. Mostre que Marina definiu critérios para agrupar
certas frases e separá-las
de outras, como sugerem os
títulos dados. Não há uma
forma única de organizar o
texto; os alunos poderiam,
por exemplo, dividir o último
parágrafo em dois, colocando
o tema do acampamento em
um e os sentimentos sobre as
amizades em outro; ou, ainda,
inserir o parágrafo sobre Luli
no anterior, porque também
se refere à saudade de companheiros de acampamento.
Se eu quiser aprender mais
CG: 2, 4, 6, 7
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 4, 6, 7
Habilidades: EF67LP15,
EF67LP25, EF67LP28,
EF69LP03, EF69LP08,
EF69LP36, EF69LP42
Meu diário na prática
CG: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Habilidades: EF06LP04, EF06LP05, EF06LP06, EF06LP11, EF06LP12, EF67LP11, EF67LP23, EF67LP30, EF67LP32,
EF67LP33, EF67LP36, EF67LP37, EF67LP38, EF69LP51
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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VICENTE MENDONÇA
Agora, você vai escrever algumas páginas de diário. Nos próximos três dias,
relate experiências que está vivendo e sentimentos que está experimentando:
como é entrar nesta nova fase de aprendizagem, o Ensino Fundamental – anos
finais? Que situações merecem ser relatadas: o momento de encontrar a
turma e de entrar na sala, alguma atitude de colega ou do professor? Como
você se sente em relação à nova turma? E à antiga? Que expectativas tem?
Essas são questões de estímulo, mas você pode escolher outros aspectos.
Essas páginas serão guardadas pelos coordenadores e você as reencontrará daqui a alguns anos, no final deste ciclo.
3 A reportagem a seguir foi reproduzida em um bloco único. Copie o
texto no caderno, segmentando-o em cinco parágrafos.
Estatuto da Criança e do Adolescente
completa 25 anos cheio de desafios
Nem sempre criança foi entendida como criança. Na Idade Média,
época de reis e castelos, criança era uma espécie de adulto em miniatura.
Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância
foi construída com o tempo e impactou como crianças são tratadas pelas famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá
no Brasil do século 20, existiu o Código de Menores, que tratava só de
crianças abandonadas, infratoras e pobres, consideradas em “situação
irregular”. Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos
1980, muita gente se organizou para dar direitos a crianças e adolescentes. Assim nasceu o ECA. Depois de seu nascimento, foi formada uma
grande roda para cuidar das crianças. Nessa ciranda estão conselheiros
tutelares, juízes, policiais e educadores, entre outros, todos fundamentais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser
criado, a sociedade (você, seus pais, seus vizinhos...) pouco conhece o
estatuto, o que atrapalha na hora de fazer valer a lei. No aniversário de
25 anos, o ECA ainda enfrenta o seu maior desafio: sair de vez do papel.
GABRIELA ROMEU. Disponível em: <https://www1.folha.uol.
com.br/folhinha/2015/07/1654132-estatuto-da-crianca-e-doadolescente-completa-25-anos-cheio-de-desafios.shtml>.
Acesso em: 13 abr. 2018. (Parágrafos unidos para fins didáticos).
*
Não existiam cuidados especiais. Isso foi mudando. A ideia de infância *
las famílias, nas escolas e até pelas leis. No tempo dos avós e bisavós, lá *
irregular”. Elas não tinham direitos, mas carências. A partir dos anos *
tais para a garantia de direitos. Mas ainda hoje, 25 anos após o ECA ser *
Meu diário NA PRÁTICA
Antes de iniciar a redação do texto, anote as informações que você pretende
incluir nele. Depois, use números para ordená-las e setas para juntar dados que
pretende apresentar em conjunto.
Dica de professor
Questão 3 – Os cinco parágrafos do texto estão delimitados
com um asterisco (*). Se preferir, peça aos alunos que escrevam apenas o início da primeira
frase de cada um. Ajude-os
a perceber que a divisão dos
parágrafos foi feita em razão
da abordagem de momentos
históricos diferentes. E também porque algumas frases
se relacionam diretamente às
anteriores, não devendo ser
isoladas. É o caso da segunda
frase do primeiro parágrafo,
que explica melhor a primeira,
e da terceira, que apresenta
uma consequência da segunda.
O ECA será explorado no volume do 8o ano, no estudo do
gênero estatuto. Não obstante,
por sua importância, assegure-
-se de que a turma entendeu
o que ele é e a ideia de que
precisa “sair de vez do papel”.
Pergunte também a quem se
destina a reportagem, ou seja,
qual é o leitor previsto, para
verificar se os alunos compreenderam que a informação dada
se destina a eles, beneficiários
diretos do ECA. A fim de ampliar a familiaridade da turma
com o estatuto, realizando uma
atividade breve, organize os
alunos em quartetos e oriente-
-os a criar mais um parágrafo
para a reportagem, com a abordagem de dois direitos previstos
no estatuto que consideram
fundamentais. Eles devem consultar o texto disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.
br/folhinha/2015/07/1654132-
estatuto-da-crianca-e-doadolescente-completa-25-
anos-cheio-de-desafios.shtml>.
Acesso em: 13 abr. 2018.
Se o link não estiver funcionando, eles poderão pesquisar os
direitos da criança em outras
fontes confiáveis da internet.
O ECA em tirinhas, produzido
pela Câmara dos Deputados,
está disponível em:
<http://www.conselhodacrianca.
al.gov.br/sala-de-imprensa/
publicacoes/ECA_ilustrado%20
tirinhas.pdf>. Acesso em: 13 abr.
2018.
Meu diário na prática – Nesta coleção, as atividades de produção de texto dialogam, principalmente, com as
CEL 1, 2 e 3. Propomos aos alunos a produção a partir de um processo de planejamento que envolve a mobilização do que foi aprendido nas seções anteriores (características, procedimentos linguísticos e contexto de
produção e de circulação do gênero), a seleção e a organização das ideias e a efetivação delas na produção
de sentido, considerando os objetivos da comunicação e o contexto de circulação. A prática pretende levar os
alunos a compreender a linguagem como construção humana, histórica, social e cultural produtora de sentido
e promotora da participação social e do compartilhamento de informações, experiências, ideias e sentimentos.
28
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
28
VICENTE MENDONÇA
Agora você tem a primeira versão de seu texto. Releia-o para identificar e corrigir trechos
confusos, falhas de ortografia e de pontuação
etc. Observe também a
divisão dos parágrafos
e veja se seguiu todos
os passos indicados nas
orientações.
Dica de professor
Momento de produzir
Planejando meu diário
Leia, no esquema a seguir, informações e orientações que vão auxiliar
você na redação do diário.
Da teoria para a... ... prática
O relato deve permitir ao leitor entender o
que se passou. Isso é importante quando
o diário é usado para registros que o próprio
autor lerá no futuro e também quando se
prevê a leitura por outras pessoas.
Apresente as principais informações relativas
aos fatos que você quer destacar: quando e onde
aconteceram, o que ocorreu e quais pessoas estavam envolvidas.
Os diários apresentam uma visão pessoal
dos eventos.
Use a primeira pessoa e empregue palavras que
revelem sensações e opiniões.
A linguagem de um diário espelha o estilo
do autor. Pode ser mais descontraída ou
mais formal.
Não se esqueça de que você está avançando em
seus estudos e pode se comunicar com uma linguagem atenta às convenções da ortografia, à divisão dos parágrafos, à concordância etc.
A referência ao diário como interlocutor pode
ocorrer apenas no início e no fechamento ou, ainda, ao longo do texto, como fez Zlata. Se desejar,
dê um nome ao diário.
Não há fórmula para compor o diário, mas
alguns elementos costumam aparecer: data,
vocativo e assinatura.
Elaborando meu diário
1. Anote na folha a data e o vocativo.
2. Redija alguns parágrafos relatando o evento a partir de uma visão pessoal.
Inclua opiniões, reflexões e sentimentos.
3. Verifique se o texto deixa claras quais situações ocorreram e quando.
Devem predominar verbos no passado.
4. Escreva um parágrafo final explicando por que os fatos relatados ficarão
em sua memória. Alguns verbos deverão aparecer no futuro para fazer
referência a como você imagina estar daqui a alguns anos.
5. Assine o texto, incluindo, se desejar, uma despedida.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
A maioria dos alunos ainda não
foi apresentada às ideias de
linguagem monitorada, norma-
-padrão e variedades urbanas
de prestígio, ou o foi de modo
incipiente; por isso optamos,
neste momento, por uma orientação acessível.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
29
Momento de reescrever
Avaliando minha produção
O quadro a seguir apresenta os critérios que serão usados na avaliação
desta produção. A O diário apresenta data, vocativo e assinatura? B Há o relato de eventos marcantes e as principais informações foram
apresentadas? Predominam verbos no passado?
C O texto revela uma visão pessoal dos fatos? D O texto explica por que os fatos serão lembrados? Há verbos no futuro? E A linguagem está atenta a convenções de ortografia, divisão de parágrafos etc.?
1. Troque o caderno com um colega. Leia a página que ele produziu e,
valendo-se do quadro anterior, anote as letras correspondentes aos
critérios que foram bem atendidos.
2. Usando um lápis, aponte os aspectos da escrita que podem ser aprimorados: ortografia, pontuação, uso correto de singular e plural, escolha
de vocabulário etc.
3. Devolva o caderno ao colega e, se necessário, explique a ele por que um
ou mais critérios não foram considerados satisfatórios. Sua explicação
deve ajudá-lo a aprimorar o texto.
Reescrevendo meu diário
O momento da reescrita é tão importante quanto o da escrita. Observe
os passos a seguir para realizar essa tarefa.
1. Aproveite os comentários feitos, releia a primeira versão e verifique o
que pode ser alterado para aprimorá-la.
2. Reescreva o texto.
3. Veja também se os parágrafos estão bem divididos, isto é, se cada um
está organizado em torno de uma diferente ideia central.
4. Se desejar, ilustre a página com desenhos, colagens ou fotos.
Momento de apresentar
Arquivando o diário
As páginas de diário de todos os alunos serão guardadas pelos coordenadores
da escola. Quando vocês encerrarem o Ensino Fundamental – anos finais, daqui
a alguns anos, receberão novamente essas páginas e poderão perceber o quanto
terão amadurecido e aprendido nesse tempo.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Reescrevendo meu diário – Por
ser a primeira produção do
ano, sugerimos que você ana
-
lise os textos para identificar
os alunos com dificuldade na
expressão, a fim de acompa
-
nhá-los mais detidamente. Há
orientações para esse trabalho
no MP.
Arquivando o diário – É im
-
portante que você ritualize o
recebimento das páginas de
diário, indicando que, daqui a
alguns anos, elas constituirão
um registro de memória, ou seja,
contarão aos adolescentes do
presente não só o que acontecia,
mas também como pensavam
e sentiam os adolescentes de
anos atrás. Combine com a
coor denação o arquivamento
do material em um lugar segu
-
ro para que, de fato, ele seja
retomado ao final do processo.
30
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para
o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não
está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém
relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de
vida. Observe como o texto conversa com
Eu ia pro Mackenzie
começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, en
tão tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que
eu sabia que era hora do almoço? O Ipiranga era um bairro fabril.
Tinha muitas fábricas e tocava a sirene. Quando tocava a sirene, era
hora de almoçar, então me lembro um dia, eu estava brincando no
quintal, tinha um quintal lá, e tocou a sirene. Eu disse: “Ué! Tá muito cedo. Será que eu me enganei?”. Então, eu disse pra minha mãe:
“Tá na hora?”. Ela também cou espantada. Aí olhamos o relógio, e
era cedo. Era dez horas, talvez um pouco depois das dez. Era cedo.
“Será que tá certo o relógio?”. O único relógio da casa, né? “Então,
eu vou no Bar Azul”, que era um bar... tem até hoje lá, era só atravessar a rua, tinha um bar azul na esquina, que lá tinha um outro relógio. Quando eu atravessei a rua, e estava me aproximando do Bar
Azul, eu ouvi tocar no rádio do Bar Azul, tava tocando o Hino Nacional. Me bateu, acabou a guerra! Realmente, era aquele dia oito
de maio, né?, de 1945, em que terminou a Segunda Grande Guerra.
A Força Expedicionária Brasileira voltou, e fez um desfile no
Anhangabaú, e meu pai me levou pra ver, né? E depois, aí era...
olha... uma festa. A guerra terminou. Toda aquela desgraça, né?
Então, realmente, assim, foi inesquecível, né?
Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/
historia/gente-simples-mas-sonhava-isso-96053/colecao/99342>.
Acesso em: 13 abr. 2018.
1 Com base no relato, descreva o local em que morava o falante.
2 É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato
relatado? Explique sua resposta.
3 Que importante fato histórico ocorreu na data escolhida para
o relato?
4 Uma ação que fugia da rotina levou Jaime a perceber que estava
acontecendo algo diferente naquele dia. Que ação foi essa?
5 Foi preciso que alguém explicasse a Jaime o que estava acontecendo?
Justifique.
Leia agora a transcrição do relato do médico Jaime Murahovschi para
o Museu da Pessoa, em São Paulo. Esse museu virtual (o acervo não
está exposto em uma casa; existe apenas na internet) colhe e mantém
relatos feitos por pessoas diversas a respeito de suas experiências de
vida. Observe como o texto conversa com O diário de Zlata.
Mackenzie, né? Então eu tinha que sair cedo, porque
começava meio-dia, meio-dia e pouco, saía de casa onze horas, então tinha que almoçar um pouquinho antes das onze. E como é que
Textos em conversa
Mackenzie: Colégio
Presbiteriano Mackenzie,
instituição de ensino
particular em São Paulo.
Ipiranga e Anhangabaú:
bairros na capital paulista.
VICENTE MENDONÇA
As sirenes das fábricas começaram a tocar mais cedo, antes da hora do almoço.
Não. Jaime, já alertado pelas sirenes, concluiu, ao ouvir o Hino
Nacional, que a guerra tinha terminado.
Ele morava no Ipiranga, um bairro fabril da cidade de São Paulo. Sua casa tinha quintal e cava perto do Bar Azul.
É possível deduzir sua idade no momento em que ocorreu o fato
Na época, o falante era uma criança, porque
O nal da Segunda Guerra Mundial.
relatou que estava brincando no quintal quando ouviu o som das sirenes.
No Capítulo 4, trataremos do
gênero relato oral e passaremos a incluir marcas de oralidade nas transcrições. Como este
é o capítulo inicial, optamos
por não inserir algumas delas
(como pausas ou omissão de
sílabas) no relato do médico,
pois poderiam confundir os
alunos.
Sugerimos que, se possível, a
turma assista ao vídeo do depoimento e responda às questões oral e coletivamente. Para
isso: 1. Mostre o vídeo duas
vezes. 2. Pergunte aos alunos
se eles têm dúvidas. 3. Inicie a
verificação da compreensão e
o debate da última pergunta.
Caso não seja possível assistir
ao vídeo, faça você mesmo a
leitura do texto, em voz alta,
sem oferecer aos alunos o
apoio do texto escrito. Não
é preciso que tomem nota
durante a apresentação do
texto. Eles devem exercitar a
escuta atenta.
Textos em conversa
CG: 1, 3, 4, 7
CEL: 1, 3, 4
CELP: 1, 2, 3, 7, 10
Habilidades: EF67LP27,
EF67LP28, EF67LP37,
EF67LP38, EF69LP44
31
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
31
015-f-SLL6-Cap-01-G20-NOVA: soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial.
Atenção, Iconografia: Não pode aparecer nenhuma arma. Substitui a retranca 008-f-SLL6-C01-G20.
6 Que expressão usada pelo falante revela a maneira como ele interpretava os acontecimentos que antecederam aquele dia?
7 Que acontecimentos, ocorridos após o fato, ficaram na memória
do falante?
8 Aponte semelhanças e diferenças de conteúdo entre os relatos do
médico e de Zlata.
9 Para estudar fatos antigos, costumamos recorrer a livros de História, enciclopédias, reportagens etc. Você acha que o diário de Zlata
e o relato de Jaime são documentos confiáveis para estudarmos os
fatos históricos abordados? Por quê?
AP PHOTO/GLOW IMAGES
Sabia?
O Brasil na Segunda Guerra Mundial
A guerra durou seis anos, de 1939 a 1945, e foi travada por dois blocos: de um
lado, Alemanha, Itália e Japão formaram o Eixo; de outro, França, Grã-Bretanha,
Estados Unidos, União Soviética e China eram os Aliados. O conflito produziu
milhões de mortes, incluindo as causadas pela perseguição dos nazistas aos judeus
e pelo uso da bomba atômica no Japão. Os Aliados saíram vencedores.
O Brasil manteve-se neutro até 1942. Em 1944, a Força Expedicionária
Brasileira (FEB), formada por 25 mil soldados, chegou à Itália para ajudar os
Aliados. Algumas bases navais e aéreas do Nordeste brasileiro também foram
usadas durante a guerra.
Soldados da Força Expedicionária Brasileira marcham em direção ao porto de
Nápoles, na Itália, em julho de 1944. Ao fundo vê-se o Castello Nuovo.
Aquela desgraça toda.
O retorno da Força Expedicionária Brasileira e seu desle no
Anhangabaú.
8. Os dois relatos mostram
a visão de crianças a respeito de fatos históricos
muito relevantes, ambos
conflitos armados. Zlata,
porém, aborda uma guerra
que atingia diretamente
sua família, portanto era
motivo de desespero, enquanto Jaime fala de uma
guerra travada longe de
sua casa, já em seu nal,
por isso o tom é mais leve.
Resposta pessoal.
O termo fonte (de pesquisa) será introduzido no Capítulo 2.
Questão 9 – Escute a opinião
dos alunos e ajude-os a perceber que os dois relatos revelam pontos de vista pessoais,
mais relacionados às emoções
sentidas e menos precisos e
completos em relação aos
fatos. Ainda assim são textos
úteis para complementar fontes históricas, pois oferecem
uma visão de como as pessoas
comuns viveram os acontecimentos.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Como você viu, os diários de Marina e Zlata envolvem situações de comunicação diferentes: o primeiro é um texto íntimo, que a menina fez pensando
nela mesma como leitora; o segundo também foi pensado assim a princípio,
mas depois foi reorganizado para ser publicado e lido por muitas pessoas.
Nas próximas seções, você estudará o ato de comunicar, isto é, a maneira
como interagimos uns com os outros.
Você já foi ao teatro? A foto a seguir mostra uma cena da peça Pinóquio,
adaptada da obra do escritor italiano Carlo Collodi (1826-1890).
Cena da peça Pinóquio, da Cia. Le Plat du Jour, 2011. Direção de
Alexandra Golik e Carla Candiotto. Produção de Cintia Abravanel.
1 Que objetos você vê na cena?
2 Esses objetos levam o público a imaginar qual situação?
3 Os figurinos (as roupas) dos personagens sugerem que eles estão no
mundo real ou em um mundo imaginário? Por quê?
4 Pela foto, você diria que é possível o público perceber que um dos
personagens está satisfeito e o outro não? Explique.
5 Em sua opinião, qual seria o tipo de público dessa peça? Por quê?
JOÃO CALDAS
Como nos comunicamos?
Mais da língua
Pra começar
Biblioteca cultural
Um novo modo de
encenar os clássicos
A companhia teatral
Le Plat du Jour existe
desde 1992 e é conhecida por apresentar versões irreverentes dos
clássicos da literatura
infantil, como Pinóquio
e Chapeuzinho Vermelho.
As peças incluem mímica, dança e malabarismos. Conheça o trabalho
das atrizes Alexandra
Golik e Carla Candiotto
no site oficial da Cia. Le
Plat du Jour.
3. Sugerem que estão em um
mundo imaginário, pois o excesso de cores e estampas das
roupas, bem como os chapéus,
mostram uso diferente do que se
tem no dia a dia.
Pessoas navegando no mar.
Dois painéis azuis, com detalhes em branco,
4. Sim. As expressões faciais e corporais dos personagens mostram
sentimentos distintos: o barqueiro
vai sorrindo à frente, enquanto
Pinóquio (que está atrás) tem o
semblante fechado, parecendo
preocupado ou aborrecido.
Provavelmente o público infantil, já que a peça é uma montagem da história de Pinóquio, destinada a crianças, e
conta com cenário e gurinos bem coloridos e personagens que remetem ao mundo imaginário dos pequenos.
e um barco feito de madeira, papel e tecido, além dos gurinos dos personagens.
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 5
CELP 1, 3, 6, 7, 9
Habilidades: EF67LP07,
EF67LP08, EF67LP27,
EF67LP28, EF67LP38,
EF69LP02, EF69LP04,
EF69LP17, EF69LP21
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• As várias semioses;
• Seleção e combinação
de palavras;
• Grafia de algumas palavras (revisão).
33
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Que movimento você vai fazer? GREENPEACE. Filie-se.
O teatro é uma forma de arte que conta muito com a imaginação do
público. Em geral, um cenário teatral não tem como objetivo reproduzir
fielmente um espaço, como costuma ocorrer no cinema. Os espectadores
precisam “completar” o que veem, imaginando, a partir dos elementos presentes no palco, o que seria uma casa inteira, um prédio, uma paisagem etc.
Na cena da peça fotografada, o cenógrafo usa apenas dois painéis azuis
e cabe ao público imaginar um imenso mar. O figurinista escolhe roupas e
acessórios bem coloridos para sugerir a existência de um mundo diferente
do nosso. Os atores, por sua vez, exibem expressões faciais e corporais que
traduzem sentimentos. Nos três casos, é a linguagem que possibilita a
comunicação entre os artistas da peça e o público que assiste a ela.
Profissional responsável
pela criação do cenário de
uma peça, de um show etc.
Profissional encarregado
de criar as roupas
dos atores.
O fato de o público estar em um teatro assistindo a uma peça com uma
história determinada cria o contexto necessário para que os painéis, os figurinos,
as expressões faciais e os gestos sejam elementos de linguagem e comuniquem
ideias específicas. Também o conhecimento prévio do público gera o contexto.
A linguagem nos dá inúmeras possibilidades de apreender e explicar o
mundo, além de nos permitir criar outras realidades. É por meio dela que
expressamos sentimentos, fazemos pedidos, procuramos convencer alguém
a fazer ou a pensar algo, entre tantas outras ações.
A linguagem é diversa
Observe este anúncio publicitário produzido para uma campanha de
preservação do meio ambiente.
GREENPEACE/ALMAPBBDO
A comunicação acontece pela interação dos interlocutores – pessoas
envolvidas no ato comunicativo. Essa inter-relação ocorre em um contexto,
nome que damos às circunstâncias que envolvem a interação (momento, lugar,
intenções dos interlocutores etc.).
A presença de aparente propaganda na seção se justica
de acordo com o Parecer
CNE/CEB nº 15/2000, que
diz que “o uso didático de
imagens comerciais identi-
cadas pode ser pertinente
desde que faça parte de um
contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação
crítica das múltiplas formas
de linguagens presentes em
nossa sociedade, submetido
às determinações gerais da
legislação nacional e às especícas da educação brasileira,
com comparecimento módico
e variado”.
Nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, a abordagem
das práticas linguísticas considera o processo interativo
ocorrendo em dado contexto
social. A primeira habilidade
citada no ciclo é “identificar
a função social de textos que
circulam em campos da vida
social dos quais o aluno participa cotidianamente (a casa, a
rua, a comunidade, a escola) e
nas mídias impressa, de massa
e digital, reconhecendo para
que foram produzidos, onde
circulam, quem os produziu e a
quem se destinam” (EF15LP01).
A partir disso, são definidas as
práticas relativas à abordagem
dos vários gêneros propostos.
A seção “Mais da língua”, que
abre o volume do 6o ano, procura ressignificar e aprofundar essa aprendizagem com
a ampliação da dimensão
analítica e se coloca como um
pré-requisito para os estudos
de todos os eixos – Leitura,
Produção de texto, Oralidade
e Análise linguística/semiótica
– a serem desenvolvidos neste
e nos próximos anos.
Para entender como a coleção
aborda a análise linguística/semiótica, leia a introdução do MP.
34
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
341 A imagem está dividida em duas partes. Quais são elas? 2 Quais cores predominam em cada parte? O que elas representam? 3 Note que um tabuleiro de xadrez foi desenhado na superfície. Quais
elementos foram escolhidos para representar as peças do jogo? Quem
está sendo representado por cada grupo de peças?
4 Além da imagem, que outra informação do anúncio faz referência ao
jogo de xadrez?
5 Em sua opinião, o anúncio mostra uma partida equilibrada? Por quê?
Como você percebeu, esse anúncio publicitário tem como objetivo con
-
vencer o leitor a participar de uma verdadeira missão, que é preservar o meio
ambiente. A peça sugere que a natureza vem sendo agredida e que é necessária,
portanto, uma reação. Para motivá-la, a imagem apresenta, de um lado, os
efeitos nocivos da ação humana e, de outro, a paisagem preservada. Ela está
acompanhada por frases breves, entre as quais uma pergunta provocativa, que
cobra do leitor um posicionamento. Você deve ter notado que para produzir o
sentido do anúncio foram usados vários recursos de linguagem – texto escrito,
imagens, as cores, a posição dos elementos na cena – entre os muitos existentes.
Você acha que esse
anúncio é eficiente em
sua tentativa de envolver o leitor na defesa da
natureza? Por quê?
Fala aí!
1 A dança é uma forma de linguagem. Veja as imagens a seguir e responda
às questões.
A linguagem é diversa NA PRÁTICAZERO CREATIVES/GETTY IMAGES
VEETMANO PREM/FOTOARENA/AP PHOTO/GLOW IMAGES
Dançarinos de breakdance (dança de rua,
parte da cultura hip-hop). Foto sem data.
Crianças dançando frevo em
Recife (PE). Foto de 2005.
O emprego de palavras faladas ou escritas caracteriza a linguagem verbal.
Também são modalidades de linguagem as imagens estáticas ou em movimento, os arranjos de diagramação, o ritmo e a altura da voz quando se fala,
as expressões faciais e corporais, entre outros elementos não verbais. Todas
elas juntas e articuladas constroem os significados.
Uma área preservada e outra desmatada.
2. O verde, que remete à natu
-
reza, e o marrom, que indica a
área desmatada, sob efeito do
fogo e da poluição.
A frase presente na parte de baixo do anúncio: “Que movimento
você vai fazer?”.
5. Resposta pessoal. Os alu
-
nos devem perceber que as
duas partes ocupam um es
-
paço do mesmo tamanho
no anúncio (mostre-lhes que
pode ser traçada uma linha
diagonal do canto superior
direito para o inferior esquerdo
ou vice-versa); no entanto, a
ideia de movimento, criada
principalmente pela ação do
fogo, representada pela fuma
-
ça, produz a impressão de que
há avanço do desmatamento
contra uma natureza frágil.
3. Em um dos lados, árvores
de tipos variados represen
-
tam os defensores da nature
-
za; de outro, tratores, fornos
e homens com ferramentas
representam os agressores
da natureza.
35
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
35
a) Que elemento principal é usado para estabelecer a comunicação
na linguagem da dança?
b) Descreva o figurino dos praticantes da breakdance e do frevo apresentados nas fotografias.
c) Descreva, agora, os movimentos típicos de cada dança, usando as
imagens ou seu conhecimento sobre elas.
d) O hip-hop associa-se à cultura contemporânea das grandes cidades. Além da breakdance, que outras formas de linguagem artística
também fazem parte dessa cultura?
e) Diferentemente do hip-hop, o frevo é um ritmo musical e uma dança praticados há mais de um século e faz parte da cultura popular
brasileira. Como percebemos essa ligação com a tradição?
2 O cartum a seguir foi produzido pelo desenhista pernambucano
Jarbas. Observe-o com atenção.
Você dança ou compõe músicas? Sua forma
de arte está relacionada
à cultura contemporânea ou às manifestações
mais tradicionais? Em
sua opinião, as danças
e os ritmos tradicionais
deveriam ser mantidos
ou seria melhor atualizá-los frequentemente,
com a substituição das
linguagens artísticas
tradicionais pelas novas? Por quê?
Fala aí!
a) Quais são os sentimentos demonstrados pelos dois personagens
que fazem malabarismos?
b) Que recursos não verbais foram empregados pelo cartunista para
mostrar tais sentimentos?
c) O que provoca as diferentes emoções dos dois malabaristas?
d) Como você interpretou a presença de um aparelho de televisão
em volta da cabeça de um dos malabaristas?
e) O cartum é um gênero textual que retrata e critica comportamentos
da sociedade. Em sua opinião, o que esse cartum está criticando?
f) DESAFIO DE ESCRITA Você vai produzir um parágrafo de análise do
cartum. Para isso, copie e complete o texto a seguir no caderno.
O cartum do desenhista Jarbas critica . Para fazer essa
crítica, a ilustração mostra , contudo apenas um deles
consegue , pois usa a estratégia de .
© JARBAS
O termo recurso
refere-se ao meio empregado para obter determinado efeito. Em
uma tirinha, por exemplo, balões de fala desenhados com linhas tracejadas são um recurso
gráfico para sugerir que
o personagem murmura. Já o uso da expressão
em primeiro lugar, em
um artigo de opinião, é
um recurso linguístico
para organizar as ideias.
Jarbas
1b. Os breakdancers costumam usar calças, bermudas e camisetas largas. São roupas que lembram as dos jovens moradores de
cidades grandes. Os dançarinos de frevo vestem roupas bem coloridas: os meninos, camisetas curtas e bermudas justas e compridas;
as meninas, tops e saias curtas e rodadas. Todos usam tênis ou sapatilhas e geralmente carregam sombrinhas, também muito coloridas.
1c. Na breakdance são
comuns as “batalhas entre
dançarinos”. Há improvisações, acrobacias e outros
movimentos realizados no
chão. No frevo, os movimentos acrobáticos geralmente
envolvem uma sombrinha.
Existem também agachamentos e rodopios. Os passos são
bastante elaborados, embora
as apresentações incluam
certo improviso.
Os movimentos do corpo.
O grate e o rap, por exemplo.
1e. A ligação do frevo com a
tradição pode ser percebida nas
roupas típicas e nas marchinhas,
algumas delas bem antigas.
2c. O fato de que apenas um
deles consegue sucesso com
o público, embora ambos
realizem a mesma atividade.
2d. Os alunos
devem relacionar o televisor
à ideia de que
o público prefere apreciar
uma transmissão de TV em
lugar de uma
apresentação
ao vivo.
2f. Sugestão de resposta: a excessiva dependência das pessoas em relação à TV; dois
malabaristas executando o mesmo movimento; fazer sucesso; aparecer com a cabeça
dentro de um aparelho de televisão, o que atrai o interesse do público.
As diferentes expressões faciais dos dois
personagens.
Um deles expressa decepção, tristeza,
enquanto o outro revela satisfação, alegria.
2e. Resposta pessoal. Destaque,
entre as opiniões apresentadas,
aquelas que indiquem o valor
excessivo que as pessoas dão
àquilo que é transmitido pela TV.
Fala aí! – Ajude a turma a perceber a importância da cultura
tradicional, popular ou erudita,
que não deve ser a única prestigiada, mas que também não
pode ser apagada, sob pena
de se perder a história das comunidades. Há beleza tanto
nas formas tradicionais quanto
nas inovações contemporâneas.
Aproveite o momento para observar e orientar a atuação dos
alunos em debates. Combine
que será preciso levantar a mão
e esperar o momento de falar, sinalizado pelo mediador,
que a princípio será você, mas
posteriormente poderá ser um
aluno escolhido.
Desafio de escrita – Ao longo
do volume, procuramos criar
situações que propiciem aos
alunos a oportunidade de escrever pequenos textos, nos
quais exprimirão o resultado
de discussões realizadas, articulando descrição e análise.
Desse modo, o desafio está
colocado mais no plano da
expressão e menos no da
compreensão, o que favorece um acompanhamento mais
preciso das dificuldades e dos
avanços relativos àquela prática. Inicialmente, atividades
como essa serão bem dirigidas;
aos poucos, estimularemos a
autonomia dos alunos. Recomendamos que a atividade seja
feita após a correção dos itens
que a antecedem para que a
turma possa rever eventuais
equívocos de leitura. Como estratégia de correção, sugerimos
que os parágrafos produzidos
por alguns alunos sejam lidos
ou anotados na lousa para que
a classe conheça possibilidades
diferentes e igualmente válidas
de expressar ideias.
36
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
36
© FERNANDO GONSALES
Níquel Náusea Fernando Gonsales
FERNANDO GONSALES. Um tigre, dois tigres, três tigres. São Paulo: Devir, 2009. p. 21.
a) No segundo quadrinho, a barata diz ao rato que ele não entendeu o
que foi dito. Que informação ela pretendeu transmitir na primeira fala?
b) O que o rato entendeu?
c) Você teria compreendido a fala da barata de que modo: como ela
desejava ser interpretada ou como o rato a entendeu? Por quê?
d) Observe a sequência de quadrinhos. Por que a imagem da avó só
é apresentada no último?
e) Releia os balões de fala: que recurso de linguagem verbal o quadrinista
empregou para produzir humor?
4 Veja algumas das imagens que compõem este gif. Tente imaginar o
movimento.
a) Como a imagem em movimento e a frase se articularam para criar
o sentido do texto?
b) Explique por que os movimentos e as expressões da atleta são
responsáveis pela construção de parte do sentido.
c) O que a pessoa que envia esse gif comunica a quem o recebe?
d) É possível concluir, com base no gif, que a pessoa que o envia está
contando que detesta o trabalho que tem? Justifique sua resposta.
3 Leia esta tira do ilustrador paulista Fernando Gonsales.
VIA FILMS/SHUTTERSTOCK
INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA
INDO EMBORA DO TRABALHO NA SEXTA
O rato entendeu que a avó havia adormecido
enquanto assistia à programação da TV.
3d. Para produzir humor, já que
o leitor não entende, a princípio,
o que está errado na compreensão do rato e tem uma surpresa.
A possibilidade de entender a fala da
barata de duas maneiras.
3a. A informação de que a avó
tinha adormecido agarrada à
TV, portanto na frente dela.
3c. Resposta pessoal. É provável
que os alunos digam que “dormir
na frente da TV” é uma expressão conhecida. Mostre a eles
que o quadrinista contava com
essa interpretação, que permite
o humor no quadrinho nal, com
a quebra da expectativa.
4c. A pessoa sugere que está
pronta para as atividades prazerosas do nal de semana ou
que está nalmente longe de
um trabalho cansativo.
4a. Associaram-se a linguagem
verbal (frase) e a linguagem não
verbal (imagem em movimento).
A imagem mostra uma atleta
em uma corrida e, associada
à frase, que remete à saída do
trabalho na sexta-feira, sugere
a vontade de deixar a rotina do
trabalho para o descanso ou a
diversão.
4b. Eles mostram esforço e
determinação e, assim, sugerem o forte desejo de deixar o
trabalho.
4d. Não. O gif sugere que a
pessoa deseja a interrupção da
rotina de trabalho apenas, não
sendo possível chegar a uma
conclusão acerca do motivo.
Questão 4 – Diante da impossibilidade de confirmar a autoria
dos gifs e solicitar autorização de
uso, criamos este especialmente
para fins didáticos.
37
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
37
© JOSÉ AGUIAR
A língua: seleção e combinação
No futebol, o cartão vermelho é um elemento usado para indicar que
um jogador foi expulso da partida. Ele é um sinal convencionado, isto é,
combinado pelos usuários.
A língua, que é a maneira como realizamos a linguagem verbal, também
envolve uma convenção. Quando ouvimos ou lemos a palavra estrela, por
exemplo, sabemos que indica um corpo celeste. Em determinados contextos,
também sabemos que o termo pode se referir a uma artista de destaque
(a estrela da novela, por exemplo). Portanto, estabelecemos uma relação
entre a palavra e o elemento representado por ela.
Para ser considerado falante de uma língua, entretanto, não basta conhecer
o conjunto de palavras que a compõe e os sentidos que podem expressar. É
preciso dominar também sua gramaticalidade, isto é, a maneira própria como
as palavras são selecionadas e combinadas para formar as frases e os textos.
Veja o que acontece com o personagem desta tirinha do cartunista
paranaense José Aguiar. José Aguiar
1 Se alguém ouvisse a fala do segundo quadrinho, poderia compreendê-la? Por quê?
2 O que causa estranhamento na fala do terceiro quadrinho?
Para criar o humor, o cartunista usou construções que não seguem a
gramaticalidade da língua portuguesa e, por isso, expressam o sentimento
de confusão.
Quando produzimos um texto, selecionamos, entre os termos da
língua, aqueles mais adequados para o sentido que desejamos construir.
Além disso, usamos regras de combinação das palavras, valendo-nos de
um conhecimento de regras gramaticais que fomos adquirindo conforme
aprendemos a falar.
A língua é um conjunto de palavras selecionadas e combinadas para formar
enunciados, isto é, construções dotadas de sentido. Por se tratar de um recurso
de comunicação e de um fenômeno cultural, a língua varia de acordo com o
contexto histórico, social e de uso.
Não. As palavras e as sílabas estão embaralhadas.
A ordem em que as palavras foram colocadas.
Boxe sobre língua – O conceito
de língua é complexo, e este
apresentado no boxe não pretende ser definitivo. Optamos
por colocar o aluno em contato
com o conceito gradativamente
ao longo dos capítulos, conforme são feitas as relações entre
língua e cultura e é apresentado o fenômeno da variação
linguística.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Bichinhos de Jardim Clara Gomes
José Aguiar
© JOSÉ AGUIAR © CLARA GOMES
a) Por que essa tira produz humor?
b) Para obter humor, o que o cartunista alterou: a forma comum de
seleção de palavras ou a forma de combinação delas? Explique.
c) Reescreva as falas com construções habituais do português.
2 Veja agora uma tirinha da cartunista fluminense Clara Gomes.
a) O que a joaninha quis dizer quando afirmou que “comeria até a lua”?
b) Na afirmação “comeria até a lua”, ocorreu o mesmo tipo de construção
visto nas falas da tirinha do exercício anterior? Explique sua resposta.
c) Que mudança de sentido ocorreria se fosse empregada a palavra
comerei em lugar de comeria?
d) Observe as ilustrações das quatro fases da lua.
1 Leia mais uma tirinha de José Aguiar.
LASSMAR
A língua: seleção e combinação NA PRÁTICA
Por que a minhoca disse que a lua minguante é light?
Porque apresenta falas sem sentido.
1b. As frases não apresentam
falhas na combinação das
palavras, mas são formadas
por termos cujos sentidos não
se complementam, portanto a
seleção está comprometida.
Comerei sugere que a ação vai realmente
acontecer.
Como a lua parece menor na fase minguante,
a minhoca quis dizer que a joaninha engordaria
menos se a comesse assim.
1c. Sugestões de resposta:
Estou com mau cheiro nas
axilas. Nunca experimentei
algo tão saboroso! Mas que
esperto que estou de olho em
você, hein?
2a. Quis dizer que sentia
muita fome.
2b. Não. Nesse contexto, a
oração “comeria até a lua”
tem sentido figurado, não
literal, por isso não se trata da
mesma confusão na seleção
das palavras.
Questão 2b – As características
da linguagem figurada serão
estudadas no Capítulo 5. Por
enquanto, basta que os alunos distingam entre uso literal
e não literal da linguagem.
Caso não conheçam os termos,
apresente-os a eles.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Abuse da língua
O contexto é fundamental para definir o
sentido de uma frase. Se
alguém, na rua, escuta a
pergunta “O senhor tem
relógio?”, logo percebe
que a intenção do interlocutor é saber as horas
e não se, de fato, tem
aquele objeto.
Uma placa colocada
na frente de uma casa
com os dizeres “Cuidado! Cão antissocial”, por
exemplo, é usada para
indicar que o cachorro
é feroz sem afirmar isso
explicitamente.
Agora é sua vez: como
você pediria às pessoas,
sem ser explícito, que
não deixassem seus cães
fazer sujeira na calçada
em frente a sua casa
ou seu prédio? Redija o
texto a ser colocado em
uma placa.
mos mais precisos em lugar daqueles mais vagos ou comuns. Reescreva
os títulos de notícias seguindo o exemplo.
e) A palavra light não faz parte do português. A que língua ela pertence?
f) Em sua opinião, um leitor brasileiro teria dificuldade em compreender a tirinha por ter sido usada essa palavra estrangeira? Por quê?
g) Para indicar a reação ao comentário da minhoca, a quadrinista desenhou uma linha com curvas acima da cabeça da joaninha. Escreva
uma fala que poderia substituir esse uso da linguagem não verbal.
3 Podemos aprimorar ou diversificar nossa comunicação escolhendo terANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
Preço do diesel tem 4ª queda semanal seguida,
sem chegar ao consumidor
Colônias de férias em João Pessoa
têm atividades para diferentes idades
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/economia/preco-dodiesel-tem-4a-queda-semanal-seguida-sem-chegar-ao-consumidor/>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
Disponível em: <https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/colonias-deferias-em-joao-pessoa-tem-atividades-para-diferentes-idades.ghtml>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimasnoticias/2018/06/29/tem-ate-vice-campeao-veja-7-paises-quejogaram-a-copa-e-nao-existem-mais.htm?cmpid=copiaecola>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/
noticia/2018/06/jovens-da-periferia-tem-oportunidade-dequalificacao-cjj0kn7g60hr101pa1kow6w7m.html>.
Acesso em: 20 abr. 2018.
Disponível em: <https://istoe.com.br/sp-tem-44-cidades-em-alertapara-poliomielite/>. Acesso em: 20 abr. 2018.
Tem até vice-campeão:
veja países que jogaram a Copa e não existem mais
Jovens da periferia têm
oportunidade de qualificação
SP tem 44 cidades em alerta
para poliomielite
a)
b)
c)
d)
e)
2e. À língua inglesa.
2f. Resposta pessoal. Espera-
-se que os alunos respondam
que não, uma vez que light já
é uma palavra muito conhecida dos brasileiros, sendo
usada com frequência para
classicar alimentos.
2g. Resposta pessoal, que deve
ser condizente com a expressão de pasmo ou surpresa da
joaninha. Sugestões: Tsc, tsc,
tsc... / É cada uma! / Era só o
que faltava! / Afff... Essa minhoca
está viajando!
Colônias de férias em João Pessoa contam com/
dispõem de atividades para diferentes idades
Há/existe até vice-campeão: veja países que
jogaram a Copa e não existem mais
Jovens da periferia recebem/ganham/
contam com oportunidade de qualicação
SP possui 44 cidades em alerta para poliomielite
Preço do diesel sofre 4ª queda semanal
seguida, sem chegar ao consumidor
Questão 3 – Cite oralmente
outros casos em que usamos
palavras sem precisão. Exemplos: “Deixou de viajar por uma
série de coisas (razões, impedimentos etc.)”; “Costurar é
uma coisa (tarefa, atividade
etc.) trabalhosa”; “Na viagem,
comprou um monte de coisas
(presentes, lembranças etc.)
para dar aos amigos”.
Abuse da língua – Podem ser
criadas frases do tipo “Calçada
não é banheiro” ou “Senhor
Cachorro, quando vier passear
com seu dono, peça a ele que
traga um saquinho”. Intervenha
caso a mensagem criada não seja
respeitosa; explique aos alunos
que é possível transmitir a reclamação de modo eficiente sem
ofender o interlocutor. Sugira,
por exemplo, o uso de humor.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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1 Leia uma tirinha da quadrinista mineira Bianca Reis.
Isso eu já vi Junto ou separado?
© BIANCA
Anna Bolenna Bianca Reis
a) Você reparou que os quadrinhos da tirinha não aparecem em
uma única linha horizontal, como é bastante comum? Pense
nas novas formas de divulgação e de leitura das tirinhas: o que
poderia explicar a opção por esse formato?
b) Os quadrinhos ora revelam acontecimentos, ora os pensamentos
da personagem. Que recurso foi empregado para diferenciar os
dois contextos? Explique sua resposta.
c) Que sentimento a personagem expressa nos três primeiros quadrinhos? Como isso é revelado ao leitor?
d) O que significa “abrir as cortinas” no contexto dessa tirinha?
e) Quem é a personagem que diz “Levanta agora!”? Que recursos
verbais e não verbais sugerem que ela é bastante enérgica?
f) Que expressão mostra que, apesar disso, a personagem gosta
da “abertura das cortinas”?
g) Qual é a finalidade da frase “Senão te jogo água fria”? Que expressão poderia substituir a palavra destacada: por consequência,
do contrário ou com certeza?
Fala aí!
Você já teve sentimentos parecidos com
os da personagem da
tirinha? Quem ou o que
é responsável por “abrir
as cortinas” para você?
1b. Os quadrinhos têm fundos diferentes: o fundo vermelho é usado para registrar
situações do mundo real, enquanto o fundo cinza é reservado para os pensamentos.
1c. Expressa tristeza, como sugerem as
expressões “pensando nas coisas ruins”
e “dormir pra sempre” (isto é, morrer).
1d. Signica obrigar a personagem a reagir, a enfrentar
o mundo.
1e. A mãe da menina ou alguma outra figura feminina
que tem intimidade com ela.
O caráter enérgico é revelado
pela expressão ameaçadora
da mulher, que dá uma ordem
à garota.
Ainda bem.
A frase funciona como ameaça. A palavra
poderia ser substituída por do contrário.
1a. Muitos leitores usam seus
celulares para ler as tirinhas.
A posição vertical facilita a
leitura, por isso alguns quadrinistas estão preferindo
esse formato.
Fala aí! – O tema é delicado, mas exatamente por isso
não pode ser desconsiderado.
Faz parte de um projeto de
educação integral ajudar os
alunos a se autoconhecer e
a cuidar da saúde emocional,
como prevê a CG 8. Respeite a
intimidade deles, mas procure
fazê-los conversar sobre o que
os deixa tristes. Mostre que é
natural nos sentirmos assim
às vezes e que é importante
termos amigos com quem desabafar. Aconselhe-os a procurar
os pais ou outros adultos em
quem confiam para conversar
quando se sentirem tristes demais. Caso observe que alguém
ficou especialmente incomodado com a discussão, procure
a coordenação da escola ou
outro profissional responsável pelo acompanhamento
dos alunos.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Todos nós temos dúvidas quanto à maneira correta de escrever algumas palavras.
Em certas situações, não sabemos, por exemplo, se estamos diante de uma única
palavra ou de duas. É o que ocorre com senão. Compare:
“Levanta agora! Senão te jogo água fria.”
Se não levantar agora, vou jogar água fria em você.
Observe que, no segundo caso, poderia haver uma palavra entre o se e o não:
Se você não levantar...
A mesma dúvida pode ocorrer com a gente e agente: o primeiro é equivalente de nós,
e o segundo nomeia quem faz algo (agente secreto, por exemplo).
Contudo, às vezes a dúvida não é causada por haver um par de palavras. Existe
uma única grafia e, mesmo assim, há falantes que se confundem. Na atividade a
seguir, você vai exercitar a escrita de algumas delas.
2 Copie as frases a seguir no caderno e complete-as de modo coerente. Escreva
a palavra em destaque com cor diferente, prestando atenção à sua grafia.
a) A partir de hoje,
b) Entrou de repente e
c) O cão estava latindo, o que
d) O vizinho está andando devagar porque
e) A caixa estava embaixo
f) O telefone estava em cima
g) De novo, a professora
h) Faltou à aula, por isso
i) Com certeza, aceito
j) Desde ontem,
k) Fez todas as tarefas depressa para
l) Não estava a fim de
3 Leia a tirinha produzida por Fernando Gonsales e responda às questões.
caso não © FERNANDO GONSALES
a) Os dois quadrinhos mostram situações equivalentes no contexto.
Descreva-as.
b) Por que a fala da mãe, no segundo quadrinho, produz humor?
c) Escreva outra fala para o primeiro balão, agora usando se não.
Fernando Gonsales
FERNANDO GONSALES. Um tigre, dois tigres, três tigres. São Paulo: Devir, 2009. p. 41.
Sugerimos que, quando um aluno
for chamado a responder alguma
questão oral e empregar uma dessas palavras e expressões, você
pergunte à turma como ela deve
ser escrita. Isso pode ser feito
com outras palavras que também
geram dúvidas.
3a. Nos dois casos são
oferecidos alimentos a
um ser – primeiro um
peixe, depois um bebê
– de modo exagerado.
3b. Porque a mulher
critica o ato do menino
de alimentar excessivamente o peixe, mas faz
o mesmo com o bebê.
3c. Resposta pessoal.
Sugestão: Se não reduzir
a comida, o peixe comerá
até explodir!
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Conversa com arte
FISCHER, ROLAND/AUTVIS, BRASIL, 2015. REPRODUÇÃO – COLEÇÃO PARTICULAR
ROLAND FISCHER. Retrato coletivo de israelenses, 2015.
Fotografia, 180 × 180 cm. Para compor seu trabalho, o artista
fotografou centenas de rostos de estudantes da
Universidade de Tel Aviv, em Israel.
Você viu neste capítulo que é possível construir a imagem de uma
pessoa – seus pensamentos, hábitos, vivências etc. – lendo ou ouvindo
suas palavras. No universo das artes visuais, há artistas que se ocupam
de apresentar suas visões sobre pessoas ou coletividades ou sobre eles
mesmos por meio de um tipo de arte denominado retrato.
A coleção coloca os alunos em
contato com diversas manifestações artísticas, não apenas com
as produções literárias. Nas atividades, sobretudo aquelas das
seções “Conversa com arte” e
“Expresse-se!”, os alunos poderão conhecer alguns elementos
relativos à dança, à arquitetura,
à pintura e a videoclipes, entre
outras manifestações. Trata-se
de uma abordagem introdutória, mas que permite aos alunos
valorizar e fruir manifestações
culturais diversificadas – como
preveem a CG 3 e a CEL 5 –, e
poderão, inclusive, interferir na
definição de um projeto de vida,
aspecto citado na CG 6, com a
escolha de uma futura profissão. O contato com o campo
artístico-literário, como sugere
a BNCC (p. 154), cria condições
para que os alunos reconheçam maneiras diferentes de
pensar, agir e sentir por meio
de confronto com o que é diverso e deve ser valorizado e
respeitado, além de favorecer
o desenvolvimento de critérios
que lhes permitam definir aquilo de que gostam e falar dessa
preferência. Saiba mais sobre
a seção na introdução do MP.
Conversa com arte e
Expresse-se!
CG: 3, 4, 6
CEL: 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP: 4, 9, 10
Habilidades: EF06LP12,
EF67LP28, EF67LP36,
EF67LP38, EF69LP05
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Biblioteca cultural
Conheça mais obras de Roland Fischer em seu site oficial. Na aba
works (obras) há outros retratos coletivos e também retratos individuais.
A obra Retrato coletivo de israelenses foi criada em 2016. Concentre-
-se na imagem e olhe cuidadosamente para os rostos que a compõem.
Participe da discussão oral proposta por seu professor com base nas
questões a seguir.
1 As fotos de Fischer reproduzidas neste livro foram expostas
em tamanho grande em um museu de Israel.
a) O que esse tamanho oferece ao espectador?
b) Você diria que o tamanho da obra influencia o impacto que
ela terá sobre os visitantes de uma exposição?
2 Em sua opinião, por que o artista optou por apresentar sua
obra em uma área externa do museu?
3 Olhe novamente para os rostos que compõem o retrato
coletivo. O que chama sua atenção neles?
4 Se o artista decidisse fazer um retrato coletivo em uma instituição de ensino brasileira, como sua escola, por exemplo,
você acha que esse retrato seria semelhante ou muito diferente daquele obtido com base nas fotos tiradas na Universidade
de Tel Aviv? Defenda seu ponto de vista com argumentos.
5 Você considera que a obra de Roland Fischer combate ou
reforça preconceitos? Por quê?
6 Você conheceu neste capítulo o diário de Zlata Filipović.
Se fosse produzir um retrato dela com 11 anos, no período em
que enfrentava a guerra, como o faria?
a) Desenharia apenas o rosto ou o corpo inteiro?
b) Que cores predominariam em seu desenho?
c) Que expressão facial você escolheria?
Explique a escolha desses aspectos e de outros que deseje
incluir.
Roland Fischer foi o primeiro artista a transformar o retrato fotográfico, geralmente individual e de pequenas dimensões, em um
formato monumental. Em suas mais de 40 exposições realizadas em
inúmeros países, o fotógrafo alemão se ocupa de investigar os seres
humanos e sua relação com o mundo.
1a. A possibilidade de observar detalhes dos rostos, o que
garante certa individualização
das pessoas retratadas.
1b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que uma obra de grande
dimensão pode impactar o
visitante, que se sentirá impelido a observá-la.
2. Porque o artista pretende
tornar a obra acessível e
apresentar ao público a diversidade do povo israelense.
3. Provavelmente, chamará a
atenção dos alunos a diversidade de tipos que vivem
em Israel.
4. Os alunos devem concluir
que o resultado, provavelmente, seria semelhante, porque
no Brasil há uma grande
diversidade étnica.
5. Espera-se que os alunos
defendam que a obra combate preconceitos, porque
mostra que, embora sejam
muito diferentes, as pessoas
podem conviver bem em um
mesmo espaço, formando
uma unidade harmônica e
coesa.
6. Respostas pessoais. Estimule os alunos a justicar
suas escolhas, o que contribuirá para a percepção da
intencionalidade existente no
trabalho dos artistas.
Considere a possibilidade de
fazer um trabalho em parceria
com o professor de Arte, estendendo a atividade. Sugerimos
que seja explorada com a turma
a comparação de retratos. O
professor pode, por exemplo,
comparar uma pintura acadêmica (tradicional) como Dama
com arminho (1485-1490), de
Leonardo da Vinci, com a composição inusitada Vik, 2 years
old (2014), de Vik Munig. Ou
contrapor os trajes e adereços
dos retratados e o sentido que
comunicam exibindo Retrato de
Sua Majestade o Imperador D.
Pedro II – 1835 (1837), de Félix
Émile Taunay, e Autorretrato
ou Le Manteau Rouge (1923),
de Tarsila do Amaral.
44
Expresse-se!
44
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O retrato (do latim retrahere, “copiar”) é a representação de uma pessoa ou de um grupo com
base em um modelo vivo, em fotografias, em documentos ou na própria memória do pintor ou em
sua imaginação. Esse tipo de arte atravessou séculos e desempenhou variadas funções: funerária,
religiosa, comemorativa, satírica... e foi ganhando prestígio. Conheça agora um pouco mais desse
gênero de arte e prepare-se para realizar sua própria produção artística.
Os autorretratos são obras em que os artistas expressam suas visões de
si mesmos, como é o caso da série de 45 trabalhos produzida pela artista
brasileira contemporânea Adriana Varejão.
JAN VAN EYCK.
O casal Arnolfini. 1434.
Óleo sobre madeira,
82 × 60 cm.
1 Que elementos da imagem
nos permitem inferir que a
família Arnolfini pertence a
uma classe social rica?
2 Você diria que o casal foi
flagrado em uma situação
comum, do dia a dia?
JAN VAN EYCK – NATIONAL PORTRAIT GALLERY, LONDRES
ADRIANA VAREJÃO.
Três peças da série
de autorretratos da
exposição Polvo,
de 2014. Óleo sobre
tela, 52 × 45,5 cm.
JAIME ACIOLI – COLEÇÃO PARTICULAR
Nos séculos XIV e XV, era comum
que membros da corte e da burguesia
europeia buscassem se imortalizar
nos retratos que encomendavam aos
artistas. Observe a pintura.
3 Para produzir a série, Varejão baseou-se no censo do IBGE de
1976, no qual, respondendo à pergunta “qual é a sua cor?”, muitos brasileiros disseram “morena bem chegada”, “café com leite”,
“queimada de sol”, “enxofrada”, “puxa para branco”, “morena
jambo”, “branca melada”, entre outras expressões. De que forma
essas informações são traduzidas em imagem nas telas?
4 Adriana reconheceu também que se inspirou na cultura indígena
para criar essa obra. Você percebe esse elemento nos autorretratos?
A partir do censo
de 1991, definiram-
-se cinco categorias
para declaração de
cor e raça: indígena,
amarelo, preto, pardo e branco.
Sabia?
1. As roupas dos personagens e o cenário
da casa. Se desejar, comente com os alunos
que estão retratados o comerciante Giovanni
Arnolni e sua esposa Giovanna Cenami.
Se for possível procure as telas desta seção na internet e amplie para que os alunos vejam detalhes.
Nesta, por exemplo, é possível ver, no espelho, o artista pintando o casal.
2. Não. Eles estão representados em uma pose ensaiada, quase teatral.
4. Espera-se que os alunos respondam que sim.
As pinturas faciais geométricas comprovam essa
inspiração indígena.
3. Cada autorretrato apresenta uma cor diferente.
Explique aos alunos que
Adriana selecionou 33
dessas cores apontadas
pela pesquisa e mandou
confeccionar uma caixa
com 33 tubos de tinta,
usados nos 45 retratos.
Sugerimos, se for possível, a visita a um museu histórico para
que os alunos vejam alguns
retratos. Oriente-os a percorrer
o espaço de modo organizado
e silencioso, ouvindo o guia, se
houver. Não é necessário que
façam anotações; eles devem
estar atentos aos detalhes do
acervo e do espaço para que,
no final, criem uma hipótese
para a seleção dos retratos que
estão expostos. Geralmente,
os museus expõem retratos
de moradores que se destacaram por ações políticas ou
sociais ou, ainda, pela condição
econômica, uma vez que era
comum que as famílias abastadas encomendassem tais retratos. Os museus biográficos
(cujo acervo pertence a uma
pessoa ou foi produzido por
ela) também são interessantes, e, nesse caso, predominam
retratos de um indivíduo e de
sua família ou aqueles adquiridos pelo valor artístico ou
por gosto pessoal. Termine a
visita fazendo uma roda para
discutir o acervo e perguntar a
opinião dos alunos acerca do
que viram, pedindo uma comparação entre essas produções,
aquelas que foram estudadas
nas seções “Conversa com arte”
e “Expresse-se!” e suas próprias
produções, feitas com base nas
orientações desta última seção
e também de “Minha Canção”.
Peça-lhes que considerem as
diferenças nas técnicas de produção dos retratos – pintura
e uso da câmera.
45
45
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
GUSTAVE COURBET. Enterro em Ornans. 1849. Óleo sobre tela, 315 × 668 cm.
Neste retrato, o indivíduo é substituído pela coletividade. Veja.
5 O pintor francês Gustave Courbet defendia que o artista deveria retratar as
pessoas comuns, como elas eram “de verdade”. Você acha que ele conseguiu
fazer isso nessa tela?
6 Enterro em Ornans é uma tela de mais de três metros de altura e mais de
seis de largura. Que efeito tem sobre o público uma tela tão grande?
7 Que diferença você enxerga na maneira como foram retratados o casal
Arnolfini e os personagens da tela de Courbet?
GUSTAVE COURBET – MUSÉE D’ORSAY, PARIS
Como vocês viram, a artista Adriana Varejão utilizou como base para sua série
de retratos uma pergunta feita pelo censo do IBGE. Por meio dessa pesquisa, foi
possível chegar a 136 cores que os brasileiros diziam ter. Inspirem-se na série de
Varejão para fazer um trabalho coletivo.
1. Elejam um colega que será o modelo das fotos, a exemplo do que fez Varejão.
Um de vocês o fotografará com o celular; outro replicará as fotos e fará uma
montagem com elas.
2. Passem uma folha de papel pela classe para que os alunos respondam qual é
sua cor, como fizeram aqueles que responderam ao censo em 1976. Tentem
mostrar as variações: “acastanhado”, “branca demais”, “cor de pardal” etc.
3. Separem as respostas em categorias, agrupando-as por semelhança.
4. Uma equipe usará um programa de computador para selecionar cores ou para
criá-las digitalmente, tendo como base as respostas obtidas na pesquisa.
5. Organizem-se em grupos para inserir as cores pesquisadas nas várias fotografias
do modelo, utilizando formas geométricas, assim como fez Varejão.
6. Não se esqueçam de inserir nele um pequeno texto explicativo com informações
sobre Adriana Varejão e o processo de trabalho da turma.
7. Exponham o trabalho na classe ou no pátio da escola.
Nosso autorretrato
5. Espera-se uma
resposta afirmativa. Courbet retrata um enterro
no cemitério de
um lugar bastante
rústico, com rostos realistas, sofridos. Esse quadro
escandalizou os
conservadores europeus, porque o
artista inovou ao
propor que as pessoas comuns eram
dignas de ser retratadas na pintura, como o eram
os mais ricos, os
heróis históricos,
mitológicos, bíblicos ou literários,
tão presentes na
pintura de todos os
tempos.
6. Espera-se que
os alunos respondam que, em uma
tela tão grande,
as guras ganham
mais individualidade e realismo.
7. Além das clas- ses sociais dife- rentes, os Arnolni
são representados
de maneira posa- da, articial, o que
não acontece com
os habitantes de
Ornans.
Item 4 – Outra opção é fazer
um trabalho conjunto com o
professor de Arte, que poderia ensinar os alunos a criar
cores a partir da mistura de
pigmentos.
Recomendamos que você assista ao filme Bling Ring: a gangue de Hollywood (2013), de Sofia Coppola, baseado
em fatos reais, que discute os limites do mundo nos tempos de selfie e redes sociais, um tema fundamental
para quem ensina, sobretudo na área de linguagens. Nele, jovens se arriscam em assaltos para tirar selfies e
se tornar populares.
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Leitura puxa leitura
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK
Museu da Pessoa
Por que devo acessar esse site?
Porque esse museu virtual, fundado em 1991, registra e preserva
informações sobre o mundo por
meio de histórias de vida reais.
Você pode, inclusive, fazer parte
do acervo contando sua história.
Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA)
Por que devo conhecer
esse documento?
Porque, depois de entrar em contato com a história de crianças
que tiveram suas infâncias tão
prejudicadas, seria interessante
conhecer o ECA. Ele foi feito para
proteger você e para contar quais
são seus direitos.
O diário de Anne Frank
Por que devo ler esse livro?
Para conhecer Anne Frank e descobrir que, embora tenha escrito
seu texto escondida, com medo e
às vezes com fome, ela expressa
sentimentos muito semelhantes
aos nossos.
O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra
Por que devo ler esse livro?
Para conhecer o universo de
uma menina de 11 anos em
meio à guerra e entrar em contato com seus medos, preocupações e outros sentimentos
tão humanos.
REPRODUÇÃO
Leitura puxa leitura e
Biblioteca cultural em
expansão
CG: 1, 5, 6, 7
CEL: 1, 2, 3, 4, 5, 6
CELP: 3, 8, 9, 10
Habilidades: EF67LP20,
EF69LP49
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Biblioteca cultural
em expansão
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Se você gostou das histórias de Zlata e Anne Frank e das memórias
registradas no Museu da Pessoa, talvez se interesse por estes outros
exemplares que poderão compor sua biblioteca. REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK
REPRODUÇÃO
O ano em que meus pais saíram de férias, de Cao Hamburger
No filme, conhecemos os tristes efeitos da ditadura militar
brasileira, imposta a partir de 1964, pelo olhar de um menino
de 12 anos apaixonado por futebol. Ele começa a perceber que
as coisas não vão bem quando seus pais, militantes opostos ao
regime ditatorial, o deixam na casa do avô.
Billy Elliot, de Stephen Daldry
No filme, Billy tem 11 anos e vive em uma pequena
cidade mineradora da Inglaterra. O pai o obriga
a treinar boxe, mas ele gosta mesmo é de balé.
Incentivado pela professora de dança da academia
que frequenta clandestinamente, o menino resolve
submeter-se a um importante teste para ingressar
no universo profissional da dança e, assim, lutar contra os preconceitos de uma sociedade conservadora.
A bolsa amarela, de Lygia Bojunga
No livro, uma menina em conflito com
a família e consigo mesma esconde
em sua bolsa três grandes vontades:
crescer, ser garoto e tornar-se escritora.
REPRODUÇÃO
Extraordinário, de R. J. Palacio
O livro conta a história de Auggie, um garoto
que nasceu com uma síndrome rara e precisou
passar por várias cirurgias. Aos 10 anos, e com
o rosto marcado por deformidades, ele terá de
se adequar à rotina escolar e de conviver com
colegas que estranham sua condição.
48
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
48
Instituto Antônio
Houaiss
O instituto foi criado em 1997 para elaborar um dicionário
completo da língua
portuguesa. Mais de
duzentas pessoas (brasileiros, portugueses,
angolanos e timorenses) envolveram-se na
produção desse livro.
Antônio Houaiss (1915-
-1999) foi o estudioso
que idealizou o projeto,
mas faleceu antes da
publicação da obra.
De quem é o texto?
cara (ca.ra) s.f. 1 parte anterior da cabeça, composta pela testa, olhos,
nariz, boca, queixo e bochechas; face, rosto 2 expressão facial; fisionomia, semblante <c. risonha> 3 aparência, aspecto <esse bolo está
com uma c. ótima> 4 lado da moeda que tem uma efígie ) cf. coroa
s.m. infrm. 5 indivíduo, pessoa qualquer <aquele c. está te chamando>
gram/uso aum.irreg.: caraça, carão © c. a c. de frente (um para o
outro); frente a frente, face a face <sentaram-se c. a c.> c. de tacho
infrm. expressão encabulada ou confusa, diante de um fato inesperado
e/ou desagradável <levou um fora e ficou com c. de tacho> amarrar
ou fechar a c. demonstrar desagrado ou irritação <não gostou do que
ouviu e fechou a c.> com a c. e a coragem B infrm. 1 sem nada possuir; sem recursos <partiu em peregrinação com a c. e a coragem> 2 sem
medo; com ousadia <vamos enfrentá-los com a c. e a coragem> dar as
c. infrm. comparecer a um lugar, compromisso, evento etc. <por aqui ele
nunca deu as c.> dar de c. com infrm. encontrar inesperadamente ou
repentinamente (alguém ou algo) de c. infrm. logo no início, de saída
<tomamos um gol logo de c.> encher a c. beber muito; embriagar-se
estar na c. ser evidente, óbvio <está na c. que ele não vem> livrar
a c. de declarar inocente; inocentar <fez tudo para livrar a c. do amigo> meter a c. em infrm. empenhar-se em <meter a c. nos estudos>
quebrar a c. não alcançar o objetivo; frustrar-se ser a c. de infrm.
ser muito parecido com <o filho é a c. do pai>
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS DE LEXICOGRAFIA (Org.). Pequeno dicionário Houaiss da língua
portuguesa. Dir. Antônio Houaiss, Mauro de Salles Villar, Francisco Manoel de Mello
Franco. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2015. p. 180.
[) cf.] Sugestão para que o
leitor consulte outra palavra.
[ gram/uso] Introduz informações gramaticais; no
caso, como se forma o aumentativo da palavra.
[B] Regionalismo; no caso,
indicando que o termo é
usado no Brasil.
[s.m.]Substantivo masculino.
[infrm] Linguagem informal.
CAPÍTULO
2
Enxergar é com x ou ch? O que quer dizer imunológico? Que termo
é sinônimo de gentil? E seu antônimo? São perguntas que geralmente
respondemos usando um dicionário. Esse tipo de livro apresenta uma
lista total ou parcial das palavras da língua e uma série de informações
sobre elas.
Leia o verbete a seguir e observe sua forma e seu conteúdo. Nos comentários ao lado do texto, você encontrará o sentido das abreviações e
dos símbolos usados no verbete.
Leitura 1
VERBETE:
palavra que explica palavra
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. É possível que,
quando forem consultados,
aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado
de endereço.
Leitura 1 – Sugerimos a leitura silenciosa apenas, já que o tipo de redação dos verbetes dificulta a fluência. Não
se preocupe se não houver uma compreensão imediata. As atividades levarão à análise das informações e das
particularidades da estrutura e da linguagem.
Leia nossa proposta de abordagem do gênero “verbete”e uma sugestão de atividade complementar em parceria
com o professor de História na introdução do MP.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 5, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10
Habilidades: EF67LP01,
EF67LP26, EF69LP29,
EF69LP30, EF69LP32,
EF69LP34, EF69LP35,
EF69LP36, EF69LP42,
EF69LP55, EF69LP56
Capítulo 2
Pré-requisitos
• EF67LP04
• EF35LP12
• EF35LP11
• EF05LP22
• EF69LP29
Materiais digitais
Sequência didática 3:
Os tipos de dicionário e o
conteúdo dos verbetes
CG: 1
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2
Habilidades: EF67LP20,
EF69LP32, EF69LP30
Avaliação 1
CG: 1
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2
Habilidades: EF15LP03,
EF15LP04, EF35LP04,
EF67LP25, EF67LP28,
EF67LP37, EF67LP38,
EF69LP05, EF69LP55
CG: 1; CEL: 1, 2, 5;
CELP: 1, 3, 10
Habilidades: EF69LP29,
EF69LP30
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Áudio:
A enciclopédia no meu tempo
49
Se esse dicionário fosse meu...
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
49
Sinônimos são palavras com sentido muito
semelhante e que, por
isso, podem ser trocadas em um texto. Exemplos: casa e residência;
medo e receio.
Lembra?
1 A entrada (palavra que serve como título) do verbete que você leu é
cara. Existem as expressões a cara e o cara.
a) Quantas acepções (sentidos) são apresentadas para a expressão
a cara?
b) Quantas acepções explicam a expressão o cara?
c) Que informação gramatical ajudou você a perceber que uma parte
das informações se referia à expressão a cara, e outra, à expressão
o cara?
2 Releia as explicações referentes à expressão a cara.
a) A primeira explicação de a cara pode ser sintetizada (resumida) na
palavra rosto, que é um sinônimo. É possível indicar um sinônimo
para o sentido 4?
b) Na quarta acepção, após a explicação de a cara, sugere-se que seja
conferida a palavra coroa. Por que isso seria útil?
3 A palavra cara pode formar locuções.
a) Como deve ser lida a locução c. a c.?
b) Levante uma hipótese: por que ela foi escrita dessa maneira?
Desvendando o texto
4 Examine o aspecto visual do verbete.
a) Como são destacadas a entrada e as locuções formadas com ela?
b) Como o dicionário separa os vários sentidos da entrada?
O sentido de uma
locução não é dado pelo
significado isolado de
cada uma das palavras
que a compõem. O conjunto forma o sentido.
Dica de professor
a) c. de pau b) com a c. no chão c) ir com a c. de d) ter duas c.
O verbete cara que você leu foi retirado de um dicionário escolar, que é adaptado à faixa etária dos alunos. Algumas expressões não foram mencionadas,
como as que aparecem abaixo. Agora é sua vez: escolha uma delas e escreva
uma definição e um exemplo, seguindo o modelo do verbete lido.
VICENTE MENDONÇA
Quatro.
Uma.
Espera-se que os alunos identiquem as referências a substantivo
2a. Não. Explique aos alunos que efígie signica “retrato”, mas
esse termo se aplica a cara apenas para completar a explicação sobre a forma de uma moeda; ele não é equivalente.
2b. Porque os sentidos de
ambas as palavras estão
diretamente relacionados, já
que se trata dos dois lados
de uma moeda. A referência
a coroa pode ajudar o leitor
a entender o sentido de cara.
Cara a cara.
A abreviação da locução economiza espaço no dicionário.
As respostas são sugestões.
a) que não tem vergonha, sem
escrúpulos <mentiu com a
maior c. de pau>.
b) envergonhado <a derrota
o deixou com a c. no chão>.
c) simpatizar com <sempre
fui com a c. dela>.
d) não ser sincero, não despertar conança <não cono
em quem tem duas c.>.
Há reforço da cor preta
(destaque em bold).
Numerando-os.
feminino (s.f.) e substantivo masculino (s.m.) que antecedem as acepções.
Se esse dicionário fosse meu –
Definir uma palavra ou expressão é uma habilidade sofisticada. Sugerimos que se valorize
mais o reconhecimento do sentido e menos a formulação da
acepção. A atividade pode ser
feita em trios para favorecer
a complementação.
50
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
50
5 Após a entrada do verbete aparece esta informação: (ca.ra).
a) Que informação é essa?
b) A entrada colher aparece duas vezes no dicionário:
colher (co.lher)
colher (co.lher) /ê/
Qual é a diferença de sentido entre as palavras?
c) O que significa o /ê/ que aparece na segunda entrada?
d) Qual é a importância da informação /ê/ para quem consulta o
dicionário à procura do sentido de colher?
6 No verbete cara há vários exemplos.
a) Que símbolos indicam o início e o final de um exemplo?
b) Para que servem os exemplos?
7 Suponha que alguém que esteja aprendendo a língua portuguesa
procure a palavra cara no dicionário.
a) Se a pessoa souber ler o dicionário, usará uma frase como “Meu ex-
-chefe era um cara muito eficiente” em uma entrevista de emprego?
Explique sua resposta.
b) Essa mesma pessoa vai concluir que a expressão com a c. e a coragem
será compreendida facilmente por alguém que fale o português
angolano? Explique sua resposta.
Agora você vai refletir sobre os dicionários, publicações que contêm os
verbetes. Responda às questões.
1 Como as pessoas usam os dicionários? Eles podem ser lidos como se
fossem romances ou contos? Explique.
2 Suponha que você precise de dados sobre sapatos. Que tipo de informação poderia ser encontrado no mesmo dicionário em que está
o verbete cara?
3 Que dados ficam fora de um dicionário como esse?
O sentido das palavras e das locuções
é criado pela comunidade de falantes e não é
fixo; muda conforme o
tempo e o lugar. Qual é,
então, a responsabilidade dos especialistas que
escrevem dicionários?
Reúnam-se em grupos
e formulem uma resposta a ser apresentada
oralmente.
Fala aí!
O gênero textual verbete tem função informativa e é usado para consulta.
No caso do verbete linguístico, o foco é a palavra: suas acepções, o sentido
de locuções, informações gramaticais (pronúncia, classe gramatical, gênero,
formação do plural etc.), uso social (formal, informal, regionalismo etc.) e, em
alguns casos, mudanças da palavra ao longo do tempo. Os verbetes enciclopédicos apresentam informações relativas à “coisa” designada pela palavra:
descrição, contextualização histórica, relação com um campo de conhecimento
(física, dança, culinária etc.), entre outras.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Como funciona um verbete?
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
5c. É uma indicação de que a
letra e tem pronúncia fechada
na palavra.
O leitor poderá reconhecer
para quem consulta o
com mais facilidade a palavra
Os sinais < (menor) e > (maior).
Que símbolos indicam o início e o final de um exemplo?
Para que servem os exemplos?
Eles contribuem para uma melhor compreensão do sentido e do uso da palavra.
Não. A pessoa encontrará a informação de que cara é usada em contextos informais, como indica a abreviação infrm.
Não. O leitor saberá que a expressão é usada no Brasil e, por isso, não será
entendida facilmente por falantes de outros lugares.
Como funciona um verbete?
Resposta pessoal.
Não; dicionários são usados para Como as pessoas usam os dicionários? Eles podem ser lidos como se
consulta. As pessoas não costuSeparação de sílabas, acepções, informações gramaticais, locuções, usos da palavra.
É a separação das sílabas da palavra.
5b. A primeira é um substantivo e
indica um tipo de talher; a segunda
é um verbo e signica “coletar”.
Algumas informações não aparecem: quem (que povo) inventou o sapato, como o sapato
evoluiu com o tempo, quais são os tipos de sapatos,
relações do sapato com as demais vestimentas etc.
mam lê-los integralmente e em sequência, como fazem com as narrativas.
Suponha que você precise de dados sobre sapatos. Que tipo de inque procura diferenciando o substantivo (som aberto) do verbo (som fechado).
No verbete há vários exemplos.
com mais facilidade a palavra Fala aí! − Sugerimos que a atividade seja feita após a resolução e correção das questões
de estudo do gênero. Trata-se
de uma atividade complementar curta, mas produtiva do
ponto de vista das habilidades
relativas à oralidade. Reúna os
alunos em grupos por cinco
minutos para a discussão das
respostas. Escolha um aluno
para apresentar (sem ler) a
conclusão a que chegou a equipe. Alunos de outros grupos
devem, quando se encerrar o
turno de fala, pedir a palavra
para concordar, discordar ou
complementar, sendo obrigatória a explicitação dessa relação por meio de formulações
como “Discordamos do que foi
dito porque...” ou “Gostaríamos de complementar a ideia
explicando...”. Aproveite para
avaliar aspectos relativos às
falas públicas: altura da voz e
pronúncia, entonação, ritmo,
pausas etc. É importante que
percebam que um dicionário
reúne o máximo de informações, respeitando os diversos
usuários da língua. O dicionário precisa recolher palavras e
sentidos na cultura de todos
os participantes da comunidade linguística, e não apenas
focar o grupo socialmente
privilegiado.
51
REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
51
duende sm. ‘entidade fantástica ou espírito sobrenatural que se acreditava aparecer e fazer travessuras de
noite pelas casas’, 1813. Do cast. duende, da expressão
duen de (casa) ‘dono de casa’. (p. 279)
abetumado adj. Diz-se do pão que não cresce. Fica
pesado por falta de fermento suficiente. Variação de
abatumado. (p. 12)
Albufeira – s.f. Pequena lagoa litorânea formada pelas
enchentes da água do mar, separada da praia por um
cordão de sedimentação marítima, comunicando-se,
às vezes, com o oceano por estreita passagem. O m.q.
laguna. (p. 38)
Os vários dicionários
O verbete que você leu foi transcrito de um dicionário geral, obra que explica
palavras da língua. Existem outros dicionários, voltados a abordagens mais específicas. Conheça alguns.
Dicionário bilíngue: permite a tradução de vocábulos e expressões de duas
línguas.
Dicionário etimológico: explica a evolução do significado de uma palavra ao
longo do tempo.
Dicionário de regionalismos: registra o significado de termos que são usados
apenas em algumas regiões do país.
SÉRGIO CHERQUES. Dicionário do mar.
São Paulo: Globo, 1999. p. 38.
Dicionário de termos técnicos: registra palavras que se referem a um campo
do conhecimento.
comunità /komuni’ta/, s.f. comunidade; gli interessi
della –, os interesses da comunidade; le prime – cristiane, as primeiras comunidades cristãs; la – economica
europea, a Comunidade Económica Europeia; – carbo-
-siderurgica, del carbone e dell’acciaio, comunidade do
carvão e do aço. (p. 223)
GIUSEPPE MEA. Dicionário de italiano-português
(Dicionários Editora). Porto: Porto Editora, s.d. p. 223.
REPRODUÇÃO REPRODUÇÃO
ANTÔNIO GERALDO DA CUNHA. Dicionário etimológico
Nova Fronteira da língua portuguesa. 20. ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. p. 279.
ALBERTO JUVENAL DE OLIVEIRA. Dicionário gaúcho.
3. ed. Porto Alegre: AGE, 2005. p. 12.
Verifique se a biblioteca da escola ou de sua comunidade dispõe de dicionários específicos.
Você pode levar os alunos até
lá ou retirar as obras e fazê-las
circular pela turma para que
vejam as particularidades de
cada obra. Caso haja volumes
suficientes, forme grupos, peça
a cada um que analise uma
obra e explique para a turma
como ela se organiza. O objetivo principal é a familiarização
com obras de referência.
52
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
52
A seguir, você lerá um verbete enciclopédico extraído da Wikipédia, uma conhecida
enciclopédia on-line.
Leitura 2
Sapato
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que
não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a verificabilidade
(desde setembro de 2014).
Por favor, insira mais referências no texto ou no rodapé. Material sem
fontes poderá ser removido.
—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
Sapato feminino de salto alto.
Sapato masculino.
REPRODUÇÃO
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
THOMAS STEINER/CC BY-SA 3.0/
WIKIMEDIA FOUNDATION INC.
HOLOUBEK/CC BY-SA 2.0/ WIKIMEDIA
FOUNDATION, INC.
Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade
de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim
e as botas servem como protetores e aquecedores
para os pés, ao passo que, nos países mais quentes,
usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé,
mas sem o abafar.
Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial
e serve como adorno e acessório de moda, tendo
também uma função social.
Índice [esconder]
1 Origem
2 O sapato no Brasil
3 Referências
4 Ver também
Origem [editar | editar código-fonte]
Muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos; porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período
Paleolítico.
Existem evidências [de] que a história do sapato começa a partir de 10 mil a.C., ou
seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha
e no sul da França, fazem referência ao calçado.
Sugerimos que a leitura do
verbete seja feita como lição
de casa e que a turma já seja
orientada a produzir o esquema solicitado na questão 1.
Se preferir, peça aos alunos
de número ímpar na chamada que esquematizem a parte
“Origem”, e àqueles de número par, a parte “O sapato
no Brasil”.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
53
Entre os utensílios de pedra dos homens das caver
-
nas existem vários que serviam para raspar as peles,
o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos
hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas
usadas para enterros e que têm idade entre seis
e sete mil anos, foram descobertas pinturas que
representavam os diversos estados do preparo do
couro e dos calçados.
No Antigo Egito, as sandálias eram feitas de palha,
papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pes
-
soas andarem descalças, carregando as sandálias e
usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que
apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancâmon
usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro
.
Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras
do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social.
Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes
para os pés direito e esquerdo.
Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco,
os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós,
e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.
Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que
tinham uma forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas
e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as
botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra
.
A padronização da numeração é de origem inglesa. O rei Eduardo I foi quem uni
-
formizou as medidas. A primeira referência conhecida da manufatura do calçado
na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de
sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época
iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.
Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção
dos calçados, mas só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.
A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer
na indústria calçadista, como a troca do couro pela borracha e pelos materiais
sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis. Atualmente algumas
marcas de sapato se constituem enquanto símbolos de status social; assim, os sapatos
deixam de ser apenas uma proteção para os pés.
Até a década de 1920, era comum o uso de sapatos juntamente com as roupas de praia,
no lazer feminino
[
1
]
.
OPODELDOK/CC BY-SA 3.0/WIKIMEDIA
FOUNDATION INC./MUSEUM HALLSTATT, AUSTRIA
Sapato de couro de 800
a 400 a.C. no Museu Hallstatt,
na Áustria.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
54
De quem é o texto?
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
54
O sapato no Brasil [editar | editar código-fonte]
Utilizados somente como proteção dos pés, com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, o comércio
sofreu um incremento e os costumes europeizaram-se,
passando o sapato a fazer parte da moda. Nesta época os escravos eram proibidos de usar sapatos, mas,
quando conseguiam a liberdade, compravam um par
de calçados como símbolo da nova condição social.
Como muitos não se acostumavam a usá-lo, viravam
objeto de decoração ou de prestígio, carregando-os,
orgulhosamente, nos ombros ou nas mãos.
Apesar de existirem várias sapatarias no Rio de Janeiro para atenderem o mercado da alta
sociedade local, o calçado normalmente era importado da Europa. No final do século
XIX o modelo básico do calçado era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda
para as mulheres mais abastadas, e os chinelos para o restante da população feminina.
Nas décadas de 1910 e 1920 o modelo de sapato feminino mais usado no Brasil era o
borzeguim ou a botina, evitando os pés expostos, mesmo que os vestidos já tivessem
subido seu comprimento.
No pós-guerra houve uma mudança muito grande na maneira de vestir e de calçar.
A mulher passou a sair às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo, sendo o tênis inventado nessa época. Além disso, como os vestidos encurtaram, os sapatos ficaram mais
à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.
Referências
1. ↑ Evolução do Biquíni - 1920 terra
• SCHEMES, Claudia. Pedro Adams Filho: empreendedorismo, indústria calçadista
e emancipação de Novo Hamburgo. Tese. PUC-RS. Porto Alegre, 2006.
Ver também [editar | editar código-fonte]
• Indústria do calçado
Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sapato>. Acesso em: 24 abr. 2018.
Sapatos dos índios americanos
no Museu Britânico, em Londres.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
URBAN/CC BY-SA 3.0/WIKIMEDIA FOUNDATION
INC./BRITISH MUSEUM, LONDON
Wikipédia
A Wikipédia é uma enciclopédia on-line colaborativa, isto é, qualquer
pessoa pode incluir ou modificar informações em seus textos, desde que
siga as regras combinadas. Seu objetivo é disseminar conhecimento, por
isso o acesso é gratuito. Há um grupo de editores voluntários responsáveis por verificar se o conteúdo incluído é relevante, confiável e neutro.
Está na internet desde janeiro de 2001, em constante modificação.
WIKIMEDIA FOUNDATION
55
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
55
1 Antes de responder às questões, faça um esquema com as informações sobre o sapato disponíveis nas partes “Origem” e “O sapato
no Brasil”. Veja um exemplo de esquema da parte introdutória.
Refletindo sobre o texto
Você já conhecia a
Wikipédia? Em sua opinião, quais são os pontos
positivos desse projeto?
E os negativos?
Fala aí!
Uma palavra ou expressão pode ter sentidos diferentes dependendo do contexto em
que está inserida. Em
“Jorra muita água desta fonte”, o sentido de
fonte é diferente daquele usado na Wikipédia,
porque a palavra, nesse
caso, está relacionada
ao termo água e ao ato
de jorrar.
2 O conteúdo do verbete é dividido em partes com subtítulos.
a) Qual é a vantagem dessa forma de apresentar o conteúdo?
b) Considerando as informações expostas, que outro subtítulo poderia
substituir “Origem”?
c) Qual critério foi usado para organizar as informações dentro dessa
parte? Explique sua resposta.
3 Nesse verbete, o texto verbal é acompanhado por imagens.
a) Qual é a finalidade das ilustrações em um verbete?
b) Você acha que as quatro imagens usadas no verbete sapato são
igualmente importantes para o leitor? Justifique sua resposta.
4 Algumas palavras do verbete aparecem escritas em azul. São links
que, se clicados, conduzem o leitor a outra página da enciclopédia,
em que estão informações sobre a palavra.
a) Releia os dois primeiros parágrafos do verbete. Você teria clicado
em alguma das palavras em azul? Por quê?
b) Você acha vantajosa essa possibilidade de consulta? Explique.
5 Releia o comentário que aparece logo no início do verbete.
Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo, o que compromete a verificabilidade (desde setembro de 2014).
Por favor, insira mais referências no texto ou no rodapé.
Material sem fontes poderá ser removido.
a) O que significa fonte nesse contexto?
b) Segundo a própria Wikipédia, o verbete sapato ainda não está
perfeito. Por quê?
c) Copie o trecho do texto que pede a colaboração dos leitores para
aprimorar o verbete.
d) Suponha que uma informação disponível no texto seja fundamental
para uma pesquisa que você está desenvolvendo. Como proceder
para confirmá-la?
Sapato
mais aquecimento mocassim países frios
proteção sem abafar sandália e chinelo países quentes
acessório de moda
função social
REPRODUÇÃO
2a. O leitor é informado do assunto antes de iniciar a leitura, podendo decidir se
deseja ou não ler sobre ele.
3a. As ilustrações ajudam o
leitor a compreender melhor
algumas informações ao conseguir enxergar o objeto.
3b. Espera-se que os alunos
apontem que as duas últimas
imagens são mais relevantes
por oferecer informações novas e tornar mais concretos
os dados que estão sendo
apresentados, enquanto as
primeiras oferecem dados já
conhecidos.
4a. Resposta pessoal. É provável que indiquem mocassim
como uma palavra desconhecida. Trata-se de um tipo
de calçado de couro usado
pelos índios norte-americanos,
semelhante ao mostrado na
última ilustração do verbete.
4b. Espera-se que os alunos
respondam armativamente,
apontando a facilidade de
acessar conhecimentos diversos, mas não é improvável
que alguns mencionem certa
aflição diante de verbetes
com vários links, que podem
causar dúvida sobre o que
precisa ou não ser lido.
Porque está incompleto, “não cobre todo o conteúdo”.
“Por favor, insira mais referências”.
Resposta pessoal.
Sugestões: “A história do sapato”; “A evolução do sapato”; “O sapato ao longo do tempo”.
*Caso os alunos não entendam essa ideia,
explique-lhes que o tipo de sapato distingue, por
exemplo, situações formais e informais.
Resposta pessoal.
O tempo. Os parágrafos apresentam o uso
5a. É o ponto de origem de uma informação, ou seja, os documentos (livros, revistas,
jornais, sites, teses etc.) de que
foi extraída.
*
dos sapatos em várias situações ao longo dos séculos.
Questão 1 – Ao longo da coleção, propomos a elaboração de
esquemas, entendendo tratar-se
de uma atividade que pressupõe hierarquização, síntese e
relação entre dados, e que envolve, portanto, a reelaboração
de conhecimentos e o registro
de informações práticas importantes para a qualificação do
aprendizado e sua continuidade.
A demanda desse tipo de atividade se tornará mais frequente
a partir do próximo volume, mas
já a introduzimos aqui aproveitando o fato de o verbete
ser um gênero carregado de
informações que podem ser
mais bem apreendidas quando
organizadas em um esquema.
Forme grupos de quatro ou
cinco integrantes. Peça-lhes
que comparem os esquemas
produzidos para verificar se
há um modelo mais eficiente.
Oriente-os a relatar o resultado
da comparação.
Questão 2 – Após a correção
dos itens desta atividade, explique aos alunos a função das
demais partes do verbete. Em
“Referências”, são citadas as
fontes das informações. Em
“Ver também”, são indicados
outros verbetes da Wikipédia
que podem complementar a
pesquisa.
Fala aí! – Sugerimos que, se possível, você acesse o site, navegue
por suas partes e leia a proposta
da Wikipédia para que os alunos
possam construir a argumentação proposta. É interessante
que conheçam, por exemplo, a
seção “Boas-vindas”, na parte
intitulada “Colaboração”, para
compreender o objetivo do projeto e as formas de participação.
A enciclopédia será revisitada
na seção “Entre saberes”, no
final deste capítulo. Ajude os
alunos a perceber que o projeto
é positivo porque oferece acesso
sem custo e permite que pessoas
do mundo inteiro contribuam
para a construção do conhecimento. É uma produção em
constante atualização. Como
pontos negativos, pode-se
mencionar que nem todos os
verbetes estão completos ou
têm fontes confiáveis, cabendo
ao leitor filtrar as informações,
complementando-as, quando
for o caso, com outros dados
obtidos em publicações escritas
por especialistas.
Questão 5d – Veja se os alunos citam, como possíveis locais de checagem de informações, documentos oficiais,
livros escritos por especialistas, sites dos principais jornais, sites de instituições voltadas a pesquisa etc. A BNCC
destaca a importância de tornar os alunos conscientes das informações falsas ou imprecisas que circulam nas
diversas esferas e de lhes ensinar estratégias de avaliação da qualidade das fontes, como indicam as habilidades
EF69LP30 e EF69LP32. Ao longo da coleção, serão apresentadas diferentes oportunidades para essa exploração,
que incluem desde atividades rápidas, como esta, até outras de maior complexidade.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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6 Releia o início do verbete, prestando atenção na linguagem.
“Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade de proteger os
pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protetores
e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes,
usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé, mas sem o abafar.
Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial e serve como
adorno e acessório de moda, tendo também uma função social.”
a) No primeiro parágrafo foi feita uma comparação. O que está sendo
comparado?
b) Que locução foi usada para indicar que estava sendo feita uma comparação?
c) Na oração “mas sem o abafar”, que palavra é retomada pelo pronome o?
d) Observe as palavras usadas para formular a explicação. Em seu caderno,
forme pares relacionando o termo menos usual que foi empregado a outro
mais comum que tenha o mesmo sentido. Exemplo: finalidade – objetivo.
I. vestuário II. transcendeu III. adorno
e) Considerando as respostas anteriores, conclua: a linguagem usada no texto
é formal ou informal? Em sua opinião, por que os produtores de verbetes
optam por esse nível de linguagem?
7 Releia o verbete.
a) De que maneira os verbetes enciclopédicos contribuem para os estudos
e a pesquisa?
b) Nesse verbete, predomina a descrição do objeto, a exposição de conteúdos
ou o relato de fatos?
c) Releia um trecho do verbete, observando a palavra que acrescentamos em
destaque.
Nesta época os africanos escravizados eram inacreditavelmente proibidos
de usar sapatos, mas, quando conseguiam a liberdade, compravam um par de
calçados como símbolo da nova condição social.
Qual é o sentido da palavra inacreditavelmente nesse contexto?
d) Explique por que a versão original, sem essa nova palavra, é mais adequada.
e) Leia agora este verbete de um dicionário infantil.
Alegria: É a felicidade que se espalha quando conseguimos o que queremos
e nos faz bem. Não dá para ficar contente com o que nos faz mal, nem ficar
alegre sozinho, por isso a alegria se esparrama, esbanja graça e a todos enlaça.
ADRIANA ROCCO. Dicionário psicológico para crianças. Porto Alegre: AGE, 2013. p. 12.
Que diferenças você observou em relação ao verbete da Wikipédia?
VICENTE MENDONÇA
No verbete, predominam sequências descritivas e expositivas e não são expressos
sentimentos e opiniões. Em geral, emprega-se linguagem formal e evitam-se desvios
em relação às formulações consideradas cultas. Em algumas situações específicas, como
quando se destina ao público infantil ou juvenil, pode se valer de expressões informais e
marcas de subjetividade, empregadas como estratégia para se aproximar do leitor.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
A função dos sapatos em países quentes e frios.
Ao passo que.
Pé.
– roupa – ultrapassou III – enfeite
Formal. Resposta pessoal.
7d. A finalidade de
um verbete é apresentar informações
sem emitir opiniões e
impressões.
7c. Inaceitavelmente,
inconcebivelmente.
Os verbetes são documentos que registram o conhecimento existente e reúnem várias De que maneira os verbetes enciclopédicos contribuem para os estudos
informações, favorecendo a pesquisa e os estudos.
A exposição de conteúdos predomina no verbete.
7e. Resposta pessoal.
Sugestões: ele não
explora o conteúdo
detalhadamente; a
linguagem é menos
formal, como sugere
a expressão “não dá”;
há uso de primeira
pessoa (“conseguimos”, “queremos” e
“nos”); a abordagem
é subjetiva, ou seja,
está embasada em
percepções pessoais.
Questão 6e − Ajude os alunos a
notar que os verbetes têm um
lugar social muito importante,
porque registram e transmitem
conhecimentos da sociedade.
Estão ligados ao pensamento
científico e a uma função instrucional. São contextos que
exigem formalidade.
Questão 7e – Incentive os
alunos a fazer comparações
livremente, enquanto você
anota as mais relevantes na
lousa. Evidencie que os gêneros não são uma “fôrma” e
podem variar para atender a
objetivos diversos.
Da observação para teoria –
As ideias de norma-padrão,
de adequação linguística e de
monitoramento da linguagem
ainda serão apresentadas aos
alunos. Optamos por fazer uma
descrição acessível. A ideia de
subjetividade foi introduzida
na p. 22; verifique se ela foi
compreendida.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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VICENTE MENDONÇA
Como dividir as frases
Você já estudou a organização dos parágrafos e viu que eles agrupam frases que
se referem ao mesmo tema. Vamos agora pensar na estrutura delas. Como saber
que a frase terminou? Responda às questões e acompanhe a explicação.
1 Comece relendo um dos parágrafos do verbete sapato.
“Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro
abertos que tinham uma forma semelhante à das sapatilhas. Os homens também
usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era
a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.”
a) Que pontuação foi usada para separar as três frases do parágrafo?
b) Qual é o tema em comum nas frases do parágrafo?
c) Na primeira frase, fala-se de um sapato usado por homens e mulheres.
Qual é a diferença para a segunda frase?
A segunda frase introduz uma informação nova, diferente da que está na primeira, por isso as frases estão separadas. A relação entre elas, no entanto, poderia ser
marcada pela palavra mas, que conectaria as informações. Veja:
Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos
que tinham uma forma semelhante à das sapatilhas, mas os homens também usavam
botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado.
Vamos pensar no contrário agora. Na última frase, a palavra mas relaciona informações. Sem ela, deveríamos ter duas frases, já que trazem informações diferentes.
Ficaria assim:
O material mais corrente era a pele de vaca. As botas de qualidade superior eram
feitas de pele de cabra.
2 Para verificar essa compreensão, transforme as duas frases de cada item em uma
única, usando uma palavra que possa relacioná-las (porque, porém, assim etc.).
a) A maioria das botas era feita de pele de vaca. A pele de cabra era mais cara.
b) Os sapatos dos faraós do Egito eram feitos de couro simples. Eram enfeitados com ouro.
c) Desde o século XX, os vestidos encurtaram. Há maior preocupação em usar
sapatos bonitos.
3 As frases a seguir não estão segmentadas corretamente. Faça a divisão adequada.
a) Na Idade Média, as pessoas usavam sapatos de couro abertos eles tinham
uma forma semelhante à das sapatilhas.
b) No século XX ocorreram mudanças na indústria houve a troca do couro
pela borracha e outros materiais.
c) Os escravizados eram proibidos de usar sapato no Brasil quando conseguiam
a liberdade, compravam um par para mostrar a nova condição social.
Se eu quiser aprender mais
O ponto nal.
Os sapatos usados
na Idade Média.
A segunda frase trata de sapatos
apenas para homens.
porque, pois, já que etc.
A maioria das botas era feita de pele de vaca. A pele de cabra era mais cara.
Os sapatos dos faraós do Egito eram feitos de couro simples. Eram enfeimas, porém, contudo etc.
por isso, portanto, assim etc.
[...] abertos. Eles tinham [...]
[...] na indústria. Houve [...]
[...] no Brasil. Quando conseguiam a liberdade, [...]
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 2, 4, 8
CEL: 1, 2, 5, 6
CELP: 1, 2, 3, 7
Habilidades: EF06LP11,
EF67LP33
A experiência em sala de aula
mostra que há necessidade de
reforço dos critérios que definem a segmentação do texto
em frases. Embora o tópico já
venha sendo explorado desde os anos iniciais do Ensino
Fundamental, que propõem
o estudo do ponto final,
do ponto de interrogação e do
ponto de exclamação, o aumento gradativo da complexidade sintática dos textos
demanda uma revisão e um
aprofundamento contínuos.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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As frases são construções com sentido completo e podem ser curtas ou longas.
Quando lemos o texto, o final da frase nos leva a uma breve pausa.
4 Leia um fragmento retirado de um site de curiosidades voltado ao público
infantojuvenil. Copie-o no caderno e coloque os pontos finais para dividir
as frases. Use letra maiúscula na primeira palavra de cada frase.
O que faz com que, às vezes, a gente fique sem sono?
A falta de sono pode ter diferentes causas uma das mais comuns é o uso de aparelhos eletrônicos, como celular e computador, na hora de dormir – esses dispositivos
estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não
conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com
uma prova ou trabalho para a escola se você se alimentar ou praticar exercícios físicos
até três horas antes de dormir, também pode ter dificuldade para pegar no sono.
Disponível em: <http://recreio.uol.com.br/noticias/curiosidades/
por-que-bocejamos-quando-temos-sono-corpo-humano-reacaoorganismo-oxigenio-sangue-curiosidades-fatos-dormir.phtml#.
W6p7Xy2ZOHu>. Acesso em: 20 jul. 2018.
A falta de sono pode ter diferentes causas uma das mais comuns é o uso de apare .
U
estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não .
A conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com .
O estimulam o sistema nervoso a luz emitida por eles também leva o organismo a não
uma prova ou trabalho para a escola se você se alimentar ou praticar exercícios físicos .
S conseguir descansar outro fator prejudicial são preocupações variadas, como com
Como você está estudando, os verbetes enciclopédicos registram conhecimentos
da sociedade, por isso devem ser bem precisos, apoiando-se em fontes de pesquisa
que ofereçam informações corretas e verdadeiras.
No entanto, os autores Alberto Manguel e Gianni Guadalupi fizeram um uso bem
diferente deles. Criaram um Dicionário de lugares imaginários,que reúne verbetes sobre
localidades que só existem em obras de ficção, como o Sítio do Pica-Pau Amarelo,
criado pelo escritor Monteiro Lobato. Leia um trecho do verbete.
Sítio do Pica-Pau Amarelo. Propriedade rural de não mais de cem alqueires
de terra rica em petróleo, situada em lugar bonito do interior do Brasil. Sabe-se
que dista légua e meia da vila mais próxima, mas sua localização exata é desconhecida, pois a proprietária, dona Benta Encerrabodes de Oliveira, impede a
divulgação do endereço. A sede do sítio, uma casa branca de cômodos espaçosos
e frescos, possui quatro quartos: o maior, de dona Benta, o de sua neta, Narizinho,
o de Pedrinho, primo de Narizinho que lá passa as férias, e o de tia Nastácia, a
cozinheira e faz-tudo da casa. Em um canto do escritório, onde ficam três estantes
de livros e a mesa de estudo da menina, moram a boneca Emília e o sabugo de
milho conhecido como Visconde de Sabugosa. [...]
ALBERTO MANGUEL; GIANNI GUADALUPI. Dicionário de lugares imaginários. Trad. Pedro
Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 397.
Meu verbete NA PRÁTICA
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
A pontuação está
indicada no próprio
texto.
Se houver possibilidade, substitua a proposta ou faça uma
segunda produção orientando
um trabalho em grupo, integrado com outra disciplina.
Os alunos podem pesquisar termos usados em outras áreas do
conhecimento em livros didáticos, dicionários, enciclopédias
on-line e artigos de divulgação científica e produzir um
verbete útil para os estudos
da turma. Estarão desenvolvendo a prática de pesquisa e
reelaborando conhecimento.
Peça ao professor parceiro que
oriente a seleção dos termos;
cabe a você orientar a pesquisa e a produção do texto,
o que poderá ser feito com
adaptações dos passos indicados na seção. Para qualificar
a pesquisa, ajude os alunos a
fazer a curadoria do material:
oriente-os a comparar os textos
para identificar equívocos ou
imprecisões na exposição e a
avaliar o material considerando
quem o produziu. Indique a
preferência por textos escritos
por especialistas e/ou divulgados por sites respeitados,
como os de universidades ou
instituições públicas.
Meu verbete na prática
CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10
CEL: 1, 3, 5, 6
CELP: 1, 2, 5, 7, 9, 10
Habilidades: EF06LP06,
EF06LP11, EF67LP32,
EF67LP33, EF69LP07,
EF69LP08, EF69LP29,
EF69LP35, EF69LP36,
EF69LP42, EF69LP56
Explicite que o exemplo do
verbete do Sítio do Pica-Pau
Amarelo trouxe apenas a parte
inicial do texto e que se espera
como produção um verbete
completo.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Agora é sua vez. Elabore um verbete enciclopédico para explicar um lugar imaginário, criado por um autor de ficção. Pode ser a Rua do Limoeiro, onde mora a Turma da
Mônica; Krypton, o planeta de origem do Superman; o Acampamento Meio-Sangue,
frequentado por Percy Jackson ou um lugar citado em sua obra de ficção favorita.
Seu verbete vai compor o Dicionário de lugares fantásticos de minha turma, o qual
será reproduzido e deixado na biblioteca da escola para a leitura de todos.
Momento de produzir
Planejando meu verbete
Veja algumas orientações para sua produção no esquema a seguir.
Elaborando meu verbete
1. Anote a entrada do verbete, isto é, o nome do lugar imaginário que será apresentado.
2. Escreva uma breve definição desse lugar. Para ter um modelo da definição, releia
a primeira frase do verbete Sítio do Pica-Pau Amarelo, transcrito do Dicionário de
lugares imaginários.
3. Desenvolva a informação inicial, detalhando-a e completando-a.
4. Se julgar adequado, divida o verbete em partes e dê um título para cada uma delas.
5. Leia o texto para verificar se a linguagem está clara, precisa e objetiva. Veja se não
deixou escapar marcas de subjetividade (opiniões, sentimentos etc.).
6. Veja se seu texto não contém repetições desnecessárias, que o tornam monótono.
Nesse caso, troque as palavras repetidas.
7. Esboce uma ilustração que possa ser incluída para esclarecer uma informação do
texto. Você a produzirá de forma mais caprichada na etapa de reescrita.
Da teoria para a... ... prática
Os verbetes enciclopédicos oferecem informações amplas sobre um elemento (objeto, lugar,
personalidade, fato histórico etc.)
Pesquise sobre o lugar que você pretende
descrever, relendo obras em que aparece, assistindo a filmes etc. Onde fica? Quem o frequenta? Como ele é? Como se pode chegar
até lá? Que situações são típicas desse lugar?
O autor de um verbete deve considerar o nível
de conhecimento de seus leitores. O verbete
deve permitir uma compreensão imediata, rápida dos dados apresentados.
Seus leitores são seus colegas. Tenha isso em
mente quando for decidir que tipo de informação precisará contar com mais detalhes.
Dicionários e enciclopédias são, geralmente, obras
de referência, consultadas para a aquisição de informações. A comunicação ocorre em uma situação formal de transmissão de conhecimento.
Tenha como modelos o verbete “sapato”, da
Wikipédia, e o trecho do Dicionário de lugares
imaginários.
Não use palavras ou expressões que expressem sentimentos, impressões ou opiniões.
A linguagem dos verbetes é objetiva. O foco do
texto está no assunto e não em quem o apresenta
ou na elaboração artística da linguagem.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Se preferir, oriente a turma a
fazer um dicionário virtual. As
orientações serão apresentadas
a seguir.
Relembre aos alunos que alguns
dicionários e enciclopédias são
escritos para um público específico, como crianças, ou com o
objetivo de divertir, entreter;
e, nesse caso, a comunicação
não é formal.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Momento de reescrever
Avaliando meu verbete
Sua produção será avaliada por um colega, com quem você trocará o texto. Vocês
devem ler os trabalhos um do outro duas vezes. Na primeira vez, prestarão atenção
apenas nas ideias. Na segunda, apontarão a lápis os problemas de escrita (ortografia,
pontuação, concordância etc.) que tenham observado. Depois, anotarão na página
as letras de A a H maiúsculas e responderão “Sim” ou “Não” a cada uma das oito
perguntas do quadro. Finalmente, comentarão a avaliação feita, justificando-a.
A O texto tem a estrutura de um verbete, isto é, contém entrada e um texto que a
explique?
B Há uma definição do lugar imaginário logo após a entrada?
C O leitor obtém informações completas sobre o lugar de que fala o verbete?
D Existem termos ou informações que necessitam ser mais bem explicados?
E A decisão de escrever um texto único ou dividi-lo em partes foi acertada?
F A linguagem do texto é objetiva e formal?
G O vocabulário é variado, com poucas repetições?
H A ilustração é útil para a compreensão do verbete?
Reescrevendo meu verbete
1. Considere os comentários feitos por seu colega. Caso concorde com os apontamentos, procure aprimorar os itens que apresentam falhas.
2. Verifique também as anotações relativas à linguagem. Corrija o que lhe parecer
corretamente apontado, use um dicionário para resolver dúvidas de ortografia ou
de sentido e peça ajuda ao professor nos casos em que você não tem segurança
para decidir a forma correta.
3. Reescreva o verbete conforme as orientações do professor e ilustre-o.
Momento de apresentar
Inserindo meu verbete no dicionário
1. Você e sua turma colocarão os textos em ordem alfabética. Caso uma entrada se
repita, coloquem os textos em sequência.
2. Uma equipe de editores escolhida pela turma finalizará a produção escrevendo
uma apresentação do dicionário e uma página final com o nome de todos os colaboradores (os autores dos verbetes).
3. Um ilustrador, também escolhido pela turma, produzirá a capa do dicionário, com
o título e uma imagem (desenho, colagem etc.). Ele deverá utilizar um tipo de
papel mais grosso, como cartolina ou papel-cartão.
4. Se for possível, produzam cópias do material para que mais de um dicionário fique
disponível para leitura.
VICENTE MENDONÇA
Os alunos já conhecem as etapas de produção por as terem
seguido na produção do diário,
no capítulo anterior. Pergunte-
-lhes em que momento, nesta
produção, prestaram atenção
ao quadro de critérios ao lado.
É importante que notem que a
observação dele permite uma
autoavaliação, que deve preceder a leitura pelo colega e
já implicar correções e aprimoramentos do texto. Os alunos
devem se tornar cada vez mais
autônomos em relação à sua
própria aprendizagem.
Reescrevendo meu verbete –
Se possível, peça aos alunos
que digitem seus textos e os
imprimam em folha A4 para
permitir a montagem do dicionário. Caso contrário, oriente-
-os a manuscrevê-los em uma
folha de monobloco ou de papel
sulfite de modo a uniformizar
a apresentação.
Momento de apresentar – Sugerimos que seja criado um
blog para cada uma de suas
turmas, no qual podem ser
postados os textos verbais ou
multimidiáticos produzidos. O
blog ficaria acessível apenas
aos seus alunos, que poderiam
ler seu conteúdo e fazer comentários. A postagem seria
feita por você, com o auxílio de
equipes de alunos editores. Há
orientações para a criação do
blog no MP. Se desejar usá-lo
nesta atividade para substituir
o dicionário impresso, peça aos
alunos que digitem os textos
e os enviem a uma equipe
de editores escolhidos entre
eles, que vai compor um único
documento com os verbetes
em ordem alfabética. As ilustrações podem ser feitas em
papel, fotografadas e inseridas
no texto. A equipe criará uma
postagem com a explicação
da atividade. O material será
enviado a você, que será responsável por inseri-lo no blog.
Caso você saiba fazer ou conte
com ajuda, pode criar uma lista
com itens que sejam links para
os verbetes.
Momento de apresentar: Item 3 – Caso nenhum aluno se interesse pela função, faça uma capa com tecido
colado em papel firme.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
61
O gênero textual verbete exige a habilidade de definir, isto é, indicar com precisão o sentido de algo. Você lerá agora um poema que
apresenta uma definição. Foi escrito pelo poeta maranhense Ferreira
Textos em conversa
1 A terceira estrofe do poema define o que é uma estrela. Transforme-a
num verbete de dicionário linguístico.
2 Identifique os seres que, nesse poema, equivalem a eu, tu e ela.
3 A linguagem é mais objetiva quando o eu lírico fala de ela ou de tu?
4 Agora conclua: de que modo a linguagem é responsável pela impressão de afastamento em relação a ela e de intimidade com tu?
5 O que significa a expressão fazer ideia, do segundo verso?
6 Observe o conteúdo das estrofes 2, 3 e 4. Como elas se relacionam
com a primeira estrofe?
7 A partir da quinta estrofe, percebemos que a definição da estrela
é um pretexto para o eu lírico expressar um sentimento. Qual?
8 O título “A estrela” passa, então, a se referir a duas ideias. Quais
seriam?
A estrela
fazes ideia do que seja uma estrela?
Dizem que todo este nosso imenso planeta
coberto de oceanos e montanhas
é menos que um grão de poeira
se comparado a uma delas
Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos
O mesmo que a eternidade
Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
quanto dura uma estrela
Importa-me quanto duras tu,
querido amigo,
e esses teus olhos azul-sara
com que me tas
In: FERREIRA GULLAR et al. Poesia
Companhia das Letras, 1992. p. 65.
dicar com precisão o sentido de algo. Você lerá agora um poema que
apresenta uma definição. Foi escrito pelo poeta maranhense Ferreira
Gullar (1930-2016).
A estrela
Gatinho, meu amigo,
fazes ideia do que seja uma estrela?
Dizem que todo este nosso imenso planeta
coberto de oceanos e montanhas
é menos que um grão de poeira
se comparado a uma delas
Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos
O mesmo que a eternidade
Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
quanto dura uma estrela
Importa-me quanto duras tu,
querido amigo,
e esses teus olhos azul-sara
com que me tas
Poesia. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992. p. 65. Biblioteca cultural
Conheça a biografia do
poeta no site da Academia Brasileira de Letras.
Ali também está o discurso que ele fez quando
foi eleito “imortal”.
VICENTE MENDONÇA
1. Sugestão: Estrela (es.tre.
la) s.f. explosão nuclear em
cadeia numa sucessão que
dura bilhões de anos. Veri-
que se os alunos usaram a
entrada no singular.
Eu: eu lírico; tu: Gatinho; ela: estrela.
4. O Gatinho é chamado de
amigo e de querido, e o eu lírico fala diretamente com ele,
criando intimidade, enquanto
a estrela é um assunto, tratado com linguagem objetiva.
A estrela como corpo celeste, citada no início do poema, e o Gatinho, que seria
a estrela no sentido conotativo, isto é, algo muito importante na vida do eu lírico.
Quando fala de ela.
Saber, supor.
Elas apresentam a resposta da pergunta feita na primeira estrofe.
O afeto pelo Gatinho.
Questão 3 – A figura do eu lírico
será explicada no Capítulo 5.
Neste momento, basta dizer
que é o nome dado a quem
está falando no poema, um ser
ficcional, que não necessariamente é o poeta.
Textos em conversa
CG: 1, 2, 3, 4, 5
CEL: 1, 2, 5, 6
CELP: 1, 2, 7, 9, 10
Habilidades: EF67LP28,
EF69LP48
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
62
Transformando o verbete em podcast
Neste capítulo, vocês criaram verbetes enciclopédicos para explicar um lugar
imaginário inventado por um autor de ficção. Eles circularam em um dicionário
impresso. Agora, esse conteúdo será divulgado em um podcast.
O podcast é semelhante a um programa de rádio e pode servir à informação e
ao entretenimento. Em geral, os produtores de podcasts realizam séries com um
conteúdo específico: música, ciência, HQs e game são alguns exemplos.
Você e mais quatro colegas gravarão um podcast usando um aplicativo de
smartphone. O conteúdo é o mesmo dos verbetes que vocês produziram, mas
adaptado a um novo contexto.
1. Iniciem preparando um roteiro e definindo a ordem das falas. Se mais de
um integrante tiver escolhido o mesmo lugar imaginário, as falas devem se
complementar.
2. Lembrem-se de se apresentar ao público e informar o assunto do podcast.
Construam essa apresentação procurando atrair o interlocutor para que ele
continue ouvindo.
3. Gravem testes para se familiarizar com o texto. Ele deve ser lido com
naturalidade, como se vocês estivessem falando. Analisem depois todos
esses testes.
4. Lembrem-se: a linguagem informal é mais comum neste gênero!
5. Ajudem os colegas do próprio grupo ou dos demais, caso já tenham feito algum
trabalho assim antes.
6. Façam a gravação em um lugar silencioso para que ruídos não a atrapalhem.
7. Pesquisem em fontes seguras e confiáveis da internet um editor de áudio para
a inclusão de trilhas ou efeitos sonoros. Eles podem ser inseridos depois da
gravação do áudio.
8. Enviem o podcast para a equipe de editores eleita pela turma. Ela preparará
uma postagem com a explicação da atividade, organizará o material e enviará
ao professor, que alimentará o blog.
Vamos avaliar?
Cada grupo será responsável pela avaliação de um podcast. Ouçam o podcast
de outro grupo de colegas, distribuído pelo professor, e considerem as questões
seguintes.
1. O podcast informa o tema e convida o leitor a ouvir uma conversa sobre o assunto?
2. As falas estão bem organizadas, claras e sem sobreposições?
3. O áudio está nítido, sem ruídos que atrapalhem a compreensão do que é dito?
4. A linguagem empregada é informal?
5. Há um bom uso de recursos sonoros?
6. A fala informa de maneira clara o conteúdo dos verbetes?
7. O podcast trabalha bem a relação entre o verbete criado e a obra que serviu de
base para sua criação?
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Há orientações para a gravação de
áudios no MP.
Explique aos alunos que, ao
ouvir uma emissora de rádio,
seguimos uma programação
contínua, enquanto no podcast
escolhemos o que queremos
escutar.
Se quiser exemplificar, exiba
parcial ou integralmente um
podcast sobre as animações
que concorreram ao Oscar
2018, produzido pela dupla
Marcos e Fábio Moreira, ou
sobre a literatura infantil de
Charles Perrault, produzido
por Ilan Brenman para a Rádio CBN, ambos disponíveis
na internet. Alguns estudiosos entendem que o podcast
pode ser visto também como
suporte, e não como gênero,
uma vez que são produzidos,
com esse nome, textos cujas
estruturas são muito próximas
à de entrevista, debate, artigo de divulgação científica,
contação de histórias etc. Os
gêneros digitais têm uma
estrutura menos estável em
função da evolução rápida e
constante da tecnologia, e, em
algumas situações, uma definição precisa não foi cunhada. De
qualquer maneira, a discussão
sobre a natureza de suporte ou
de gênero não compromete a
atividade nem o uso do podcast, que tem sido produtivo
para a comunicação.
Se preferir, sugira a produção
de um único podcast com todos
os verbetes elaborados. Nesse
caso, é preciso que uma equipe
se responsabilize por juntar as
gravações que serão feitas de
modo independente, além de
providenciar a introdução e a
conclusão do podcast.
Transformando o verbete em
podcast
CG: 1, 2, 4, 5, 9, 10
CEL: 1, 6
CELP: 1, 2, 3, 7, 10
Habilidades: EF67LP11,
EF67LP12, EF67LP20,
EF67LP21, EF67LP23,
EF69LP06, EF69LP10,
EF69LP12, EF69LP38,
EF69LP40
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Agora, responda a estas questões.
1 Esse anúncio faz parte de uma campanha que incentiva os moçambicanos a
aproveitar o verão. Que elementos da imagem relacionam essa estação à sensação de bem-estar e descontração?
2 De que modo a sensação de calor, característica do verão, é representada na imagem? E no título da campanha “Verão Amarelo”?
3 Em “Malta reunida”, que aparece em destaque, ocorre uma palavra que praticamente não é usada no Brasil. Você conseguiu deduzir seu sentido? Como fez isso?
4 Suponha que essa campanha também fosse veiculada no Brasil. Que adaptações
você faria no texto para que ficasse de acordo com a linguagem que os brasileiros
costumam usar? Reescreva as frases no caderno.
REPRODUÇÃO/DDB MOÇAMBIQUE
Como você estudou, os verbetes são textos que divulgam conhecimento e quase
sempre sua linguagem é formal. Entretanto, podemos encontrar alguns verbetes e outros
gêneros com esse mesmo objetivo que optam por uma linguagem mais descontraída,
como alguns podcasts com conteúdo científico, por exemplo, que se comunicam com o
público mais jovem.
A variação da linguagem será estudada na seção que começa agora.
Você já viu um anúncio publicitário de outro país? Acha que conseguiria ler um
que tenha sido publicado em Moçambique, por exemplo? Tente fazer essa experiência. Os moçambicanos, assim como os brasileiros, falam a língua portuguesa.
Mais da língua
A língua varia
Pra começar
A presença de aparente propaganda na
seção se justifica de
acordo com o Parecer
CNE/CEB nº 15/2000,
que diz que “o uso didático de imagens comerciais identicadas pode
ser pertinente desde
que faça parte de um
contexto pedagógico
mais amplo, conducente à apropriação
crítica das múltiplas
formas de linguagens
presentes em nossa
sociedade, submetido
às determinações gerais da legislação nacional e às especícas
da educação brasileira,
com comparecimento
módico e variado”.
Resposta pessoal. Sugestão: Turma (pessoal, galera) reunida(o). Tudo isso e muito mais você
encontra no Verão Amarelo.
A forte iluminação na imagem e o termo amarelo, no título, sugerem a sensação de calor.
As pessoas juntas e alegres indo para a praia, as
roupas leves, os equipamentos para a prática de
3. Resposta pessoal.
Malta é um grupo de
pessoas reunidas, equivalente, no Brasil, a turma. É possível deduzir
o sentido pela imagem
e pelo uso do adjetivo
reunida. Se julgar conveniente, explique aos
alunos que, em nosso
país, a palavra malta
é mais usada como
coletivo de pessoas de
má fama ou má índole.
esportes e brincadeiras, a companhia do cachorro etc.
Os tópicos “A língua varia” e
“Preconceito linguístico” exigirão uma exposição teórica
detalhada. Sugerimos que você
leia o texto parando em alguns
pontos para esclarecer o que
foi dito e desenvolver, por meio
de novos exemplos, os conceitos observados. Oriente os
alunos a tomar nota das ideias
principais ao longo da exposição. Ajude-os, alertando-os
sempre que uma informação
for importante. Ao final, peça
a dois deles que leiam as informações selecionadas.
Para iniciar, faça uma atividade
de aquecimento. Peça aos alunos que mandem mensagens
pelo WhatsApp entre si combinando um passeio. Se forem
poucos os que têm smartphone,
a atividade deve ser feita em
grupo. Após o envio, pergunte-
-lhes se usaram algum elemento
linguístico que não empregariam para produzir, por exemplo, uma notícia para um jornal
da escola: abreviações, palavras
sem acento, desconsideração
da concordância, uso de emoticons etc. Se sim, pergunte o
motivo, que provavelmente estará ligado à intimidade com
o receptor, à informalidade da
situação e ao uso da internet.
Se não, questione igualmente
o motivo: é possível que tenham evitado alguns recursos
em razão de a mensagem ter
sido produzida em contexto
escolar. Os dois casos permitem
a introdução da ideia de que a
língua varia para se adequar
às situações de comunicação.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Variações da língua;
• Preconceito linguístico;
• Parônimos (revisão).
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6
CEL: 1, 2, 4, 5
CELP: 1, 3, 4, 5, 7, 10
Habilidades: EF67LP08,
EF69LP02, EF69LP04,
EF69LP17, EF69LP44,
EF69LP47, EF69LP55
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Certamente, um brasileiro tem mais facilidade para compreender esse anúncio do
que teria um alemão ou um japonês. Entretanto, apesar de falarmos a mesma língua,
percebemos que o português do Brasil e o de Moçambique diferem entre si pelas
palavras usadas, pelo sentido que damos a elas, pela maneira como as pronunciamos
(sotaque) e pela própria construção das frases.
Você reparou no pronome tu na frase “Isto e muito mais tu encontras no Verão
Amarelo”? As propagandas dirigidas aos brasileiros costumam usar você, muito
mais comum em nosso território. Essas formas diferentes de empregar a língua são
chamadas de variedades linguísticas.
Moçambique é um país da África que, como o Brasil, também foi colonizado por
Portugal. Todavia, nossos falares se diferenciaram porque, quando os portugueses
chegaram lá e aqui, já havia outros povos nativos em ambos os territórios, e as línguas
faladas por eles interagiram com o português, criando variações dele. Além disso, ao
longo dos anos, ocorreram contatos com outras línguas, pela presença de estrangeiros ou pelos meios de comunicação, e elas também influenciaram o português local.
Essa diferença, no entanto, não ocorre apenas porque os falantes são de países
diferentes. Mesmo dentro do território brasileiro podemos perceber variedades
linguísticas motivadas por fatores diversos: as várias regiões, áreas urbanas e rurais,
idade do falante, escolaridade, situações em que emprega a língua etc. Observe as
particularidades da linguagem nas várias situações de comunicação que envolvem o
personagem nas ilustrações a seguir.
Tô aperreado,
mainha! Não deixei
ela aí? Não acho
essa carteira.
Fala, Pedro!
Bom dia! Tudo
tranquilo?
Oi, amor.
Desculpe o
atraso. Chegou
um cara quando
eu já tava
saindo.
Caro Sr. Nelson,
Envio-lhe o documento
conforme acordado.
Bom dia! Sente-se, por favor!
Vou explicar como funciona a
estrutura da empresa.
VICENTE MENDONÇA
A abordagem da formação da
língua portuguesa no Brasil
ocorrerá no volume do 9º ano,
mas é interessante que os alunos já se familiarizem com alguns dos aspectos que explicam
essas diferenças. Verifique se
eles compreenderam, com base
no texto, como o português
levado pelos colonizadores
para Brasil e Moçambique
foi se modificando em cada
território.
Explore, com os alunos, as situações de comunicação representadas em cada quadrinho.
Analise a situação de interlocução e relacione-a ao uso mais
formal ou menos formal da língua. Concentre-se em aspectos
mais evidentes, como a escolha
vocabular.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Preconceito linguístico
Leia este cartum do ilustrador paulista Roberto Kroll.
É muito comum reconhecermos particularidades na fala de moradores
de outras regiões. Você
conseguiria imitar um
falante de uma região
distante da sua? E um
de sua própria região?
Quando alguém imita
uma pessoa de sua região,
que palavras ou sotaque
ele usa?
Abuse da língua
O humor da ilustração é criado pela inadequação de um dos personagens:
ele se veste e fala de uma maneira que não é esperada para a ocasião. Sua
linguagem muito formal contrasta com o espírito descontraído que caracteriza a prática do surfe.
Como você já viu, a língua apresenta variações. Todos falam diversas
“línguas” dentro de sua língua, escolhendo a variedade linguística mais
adequada para cada situação comunicativa.
Desde que começamos a falar, fomos naturalmente aprendendo as
palavras e o contexto de seu uso, assim como as principais regras de seleção e combinação delas para formar frases em nossa língua. Fomos nos
familiarizando também com as características dos vários gêneros. Por isso,
conseguimos nos comunicar uns com os outros. Cabe à escola, entretanto,
ampliar esse uso da linguagem, criando oportunidade para que conheçamos
a fala e a escrita de maior prestígio social.
Roberto Kroll
© ROBERTO KROLL
Você já ouviu falar de
norma-padrão? Essa
expressão identifica um
modelo de uso da língua
descrito nas gramáticas
e nos dicionários. Ela é
apenas uma referência,
já que, no uso cotidiano
da língua, ninguém segue rigorosamente todas as orientações gramaticais. Até mesmo os
falantes das variedades
urbanas de prestígio,
que têm mais contato
com essa norma, optam
por outras construções
em situações informais.
A variação linguística é um fenômeno que ocorre em todas as línguas.
A língua sofre mudanças conforme o tempo passa e em razão do contato com
outras línguas. As particularidades de cada falante, como sua idade e nível
de escolaridade, também fazem com que a língua não seja sempre a mesma.
Além disso, a língua também é empregada de modo diferente em situações
que exigem maior ou menor formalidade.
As variedades linguísticas empregadas pelas pessoas que usufruem de maior
prestígio cultural e social são chamadas variedades urbanas de prestígio.
Resposta pessoal.
Abuse da língua – Mostre aos
alunos que a caracterização de
uma pessoa muitas vezes passa
pelo uso da variedade linguística regional e que esse é um
recurso válido, desde que não
implique a ridicularização do
grupo retratado, como fazem
alguns programas de humor,
por exemplo.
Boxe sobre norma-padrão –
Retome os quadrinhos da
p. 64 para mostrar como o
personagem Pedro prefere
construções que não seguem
a norma-padrão em situações
mais informais, como revela, na
conversa com a mãe, o uso de
“ela” em “Não deixei ela aí?”
(em lugar de “Não a deixei
aí?”) ou, na conversa com a
namorada, a escolha de “cara”
em lugar de “cliente”.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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As variedades urbanas de prestígio são usadas em livros, jornais, revistas,
entrevistas de emprego e discursos políticos, entre outras situações de comunicação importantes para nossa prática social. Portanto, é necessário dominá-
-las para que possamos participar de todas as atividades de nossa sociedade.
Isso não significa, porém, que apenas tais variedades devem ser vistas
como “certas”. Não existe um modo único de uso da língua e, por isso, não
é correto desvalorizar as variedades usadas por outros grupos. Considerá-
-las “erradas” revela incompreensão de como funciona a língua e resulta
em preconceito linguístico.
1 Veja um anúncio de creme dental divulgado nos anos 1940. Ele exemplifica a variação histórica da língua, ou seja, as mudanças que ocorrem
com a passagem do tempo.
A língua varia NA PRÁTICA REPRODUÇÃO
a) Que termo também era usado naquela época para creme dental?
b) Identifique no anúncio as palavras que antigamente eram escritas
de maneira diferente da de hoje e atualize-as.
c) Que qualidades do produto foram destacadas?
d) Esse anúncio revela que a passagem do tempo não altera apenas a
língua. Que outros aspectos também sofreram mudança?
O anúncio destacou a qualidade de limpar e dar
brilho aos dentes com pouco gasto do produto.
Dentifrício, econômico, centímetro, seca.
Dentifrício.
A imagem do anúncio mostra diferenças nos tipos de roupa, penteado e maquiagem usados pela modelo, além de destacar a questão da economia, um aspecto
que não é mais explorado nos anúncios desse tipo de produto.
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2 A animação Tá dando onda conta a história do pinguim Cadu, que
deixa a Antártida para participar de um torneio de surfe em busca de
fama. A seguir, você vai ler a transcrição de um trecho da animação
em que Cadu, após se arriscar em uma onda enorme, é resgatado,
recebe autorização para participar do torneio e conhece João Frango,
que se tornará um grande amigo. Leia o diálogo, prestando atenção
à linguagem utilizada pelos personagens.
João Frango: Te pegamos, te pegamos. Tu
é mais pesado que boi na ladeira, hein? U-hu!
Nada como trabalho em equipe. Prazer! João
Frango, brou!
Cadu: Valeu, João.
[...]
Cadu: Meu nome é Cadu Maverick, do Frio
de Janeiro. E tu?
João Frango: Não. Não sou do Frio de
Janeiro, não.
Cadu: Ah... Tu é de onde?
João Frango: Eu sou do Pantanal Mato
-
-grossense, lá do Brasil. É lá que eu surfo. Eu
era o único que surfava na região, e as pessoas
me achavam meio doido, mas eu me acostumei.
Cadu: Eu sei como é isso, cara.
João Frango: Sabe?
Cadu: Sei.
João Frango: Irado!
(João Frango é arremessado ao alto por uma onda)
João Frango: U-hu-hu! Mó visual, maninho!
[...]
PHOTO12/GLOW IMAGES
Cena da animação Tá dando onda,
direção de Chris Buck
e Ash Brannon, EUA, 2007.
Tá dando onda. Direção: Chris Buck e Ash Brannon.
Columbia Pictures, Sony Pictures Animation. EUA, 2007. DVD (85 min).
a) A amizade entre Cadu e João Frango nasce de uma experiência
de vida que ambos tiveram. Qual?
b) O nome “Frio de Janeiro” é uma brincadeira. Por que a palavra Rio
foi trocada por Frio?
c) A caracterização dos personagens como surfistas inclui o uso de
muitas gírias utilizadas por esse grupo social. Transcreva exemplos
usados para fazer referência ao interlocutor.
d) Em que situações costuma ser empregada a expressão u-hu?
Que outra palavra do texto tem o mesmo sentido dela?
Ambos vieram de regiões em que o surfe não é praticado
e, por isso, não eram bem aceitos pelas pessoas.
A escolha do termo Frio tem a ver com as áreas de
onde costumam vir os pinguins, geralmente frias.
“Brou”, “cara”, “maninho”.
A expressão costuma ser usada em situações prazerosas e, nesse contexto,
Que outra palavra do texto tem o mesmo sentido dela?
equivale a irado
.
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3 Leia uma letra de canção que também usa a linguagem de um grupo social jovem. O texto, porém, foi escrito há bastante tempo, na
década de 1960.
Jovens dançando twist no clube Régine,
em Paris, França, década de 1960.
Ô que broto legal
Garota fenomenal
Fez um sucesso total
E abafou no festival
Eu logo que entrei
O broto focalizei
Ela olhou eu pisquei
E pra dançar logo tirei
O broto então se revelou
Mostrou ser maioral
A turma toda até parou
E no rock and roll nós dois
demos um show
Broto legal
H. EARNHART; versão: RENATO CORTE REAL.
Broto legal (I'm in love). Intérprete: SÉRGIO MURILO. Broto legal.
São Paulo: Editora Importadora Musical Fermata Brasil,
1976. 1 LP vinil, compacto, 45 rpm.
Biblioteca cultural
Procure na internet e
ouça essa canção na voz
de Celly Campello.
PHILIPPE LE TELLIER/PARIS MATCH VIA GETTY IMAGES
Puxei o broto pra cá
Virei o broto pra lá
A turma toda gritou
Rock and roll
E o rock continuou
[repete a letra toda até aqui]
E o rock terminou
E o rock terminou
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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a) A letra da canção trata de um evento envolvendo jovens. Qual é ele?
b) No contexto dessa canção, a palavra broto é uma gíria. O que ela
significa?
c) Qual é o sentido comum de broto? Existe alguma semelhança entre
esse sentido e o da gíria?
d) A gíria broto, que já foi muito utilizada pelos jovens, hoje está em
desuso. Que outra gíria tem sido usada no lugar dela?
© TACHO
4 Leia um cartum produzido pelo ilustrador gaúcho Gilmar Luiz Tatsch,
conhecido como Tacho.
Tacho
a) O cartum chama a atenção do leitor para um importante problema
da humanidade. Qual?
b) Para falar sobre o tema, o cartunista associou duas imagens que
costumam contrastar. Explique essa oposição.
c) Que importância tem a legenda Polo Norte 2100, no canto superior
esquerdo do cartum?
d) Que sentido a palavra oxente exprime nesse contexto?
e) Em que região do Brasil essa palavra costuma ser usada?
f) O uso dessa palavra por um pinguim reforça o contraste entre a
situação que ele está vivendo e a que deveria viver ou afirma
a possibilidade de fácil adaptação à nova situação?
g) DESAFIO DE ESCRITA Nesta atividade, você vai produzir um parágrafo
de análise do cartum. Em seu caderno, copie e complete o texto
a seguir.
O cartum de Tacho chama a atenção do leitor para . Para
fazer isso, ele mostra o Polo Norte transformado em , que
lembra . A fala “Oxente”, de um dos pinguins da cena, é
típica da e produz humor porque .
Ciências
Pesquise em
O cartum faz uma
relação entre os pinguins e o Polo Norte. Por
que essa relação não é
correta?
As gírias pertencem ao vocabulário típico de certos grupos, como os surfistas
ou os roqueiros. Como ocorre com as demais palavras, o conjunto de gírias se altera
com o passar do tempo. Nos anos 1960, por exemplo, uma turma era chamada
de patota, e um sujeito legal, de batuta, termos que hoje provocariam nosso riso.
Um festival ou uma festa com dança.
Uma pessoa jovem, geralmente bonita.
3c. A noção de algo novo
é a ideia comum aos dois
sentidos de broto: na canção,
indica uma garota jovem; fora
dela, costuma significar o
estágio inicial de uma planta.
Mina, gata etc.
4b. O cartunista associou os
pinguins, animais que vivem
em áreas geladas, a um ambiente seco e quente, como
sugerem os desenhos do sol
escaldante e do cacto.
4f. Reforça o contraste.
4c. A legenda localiza a cena
no espaço e no tempo, favorecendo a compreensão do
contexto.
4d. Surpresa, espanto.
4e. Na região Nordeste.
O aquecimento global.
Porque os pinguins concentram-se no hemisfério sul; eles não vivem no Polo Norte.
4g. Sugestão de resposta: o
problema do aquecimento
global; uma área desértica e
quente; o sertão nordestino;
variedade linguística nordestina; mostra a ave em uma
situação anormal.
Pesquise em Ciências – Comente com os alunos que é uma
confusão corriqueira associarem os pinguins ao Polo Norte.
Desafio da escrita – A atividade deve ser feita após a correção dos itens anteriores para que possam ser corrigidos eventuais equívocos na leitura. Sugerimos uma correção em trios, com os alunos se responsabilizando
por verificar a coerência das informações introduzidas. Circule pela sala para esclarecer dúvidas e aproveite
para escolher um ou dois textos interessantes, que serão compartilhados com a turma.
70
LASSMAR
camisola
bota de
futebol
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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5 Leia uma tirinha do Urbanoide (rapaz de barbicha). Essa tira evidencia a variação regional do português usado no Brasil ao brincar
com as diferenças entre as linguagens empregadas por paulistanos
e cariocas.
Urbanoide Diogo Salles
a) Por que a palavra paulista foi escrita com x (“paulixta”) e não com s?
b) Por que essa forma de escrever a palavra paulista é fundamental
para que o leitor entenda a tira?
c) Que outras palavras usadas pelo mesmo falante também marcam
a variedade regional da cidade do Rio de Janeiro?
d) Além da língua, que outro aspecto cultural é citado para diferenciar
os moradores das duas regiões?
e) As tiras do Urbanoide são publicadas em jornais da cidade de
São Paulo. Que diferença haveria se essa tira circulasse em um
jornal carioca?
6 Leia agora uma notícia publicada em um site de Portugal após a
derrota do time português Benfica pelo Zenit, equipe da Rússia.
Plantel do Benfica agradece aos adeptos
O apoio no final da partida com o Zenit, apesar da
derrota, deixou o grupo de trabalho encarnado emocionado
Os adeptos encarnados perdoaram a derrota com o
Zenit e nos últimos minutos da partida de abertura da Liga
dos Campeões não pararam de aplaudir a equipa, gritando
“Benfica, Benfica”. Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus já fizeram
questão de agradecer pelo apoio, acreditando que servirá de
incentivo para melhores resultados no futuro, sendo agora a
vez de o plantel, liderado por Luisão, mostrar também a sua
gratidão pela atitude dos fãs no final da receção ao Zenit,
através de um vídeo publicado no facebook oficial do Benfica.
Disponível em: <https://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/benfica/
noticias/interior/plantel-do-benfica-agradece-aos-adeptos-4134562.
html?id=4134562>. Acesso em: 23 abr. 2018.
© DIOGO SALLES
5a. É uma tentativa de reproduzir
a forma como os cariocas pronunciam a letra s (quando não é
seguida por vogal). Ressalte aos
alunos que os cariocas costumam chamar os paulistanos de
“paulistas”.
5b. A imitação da pronúncia é um
dos principais recursos para o
reconhecimento da origem do personagem carioca e, consequentemente, para o estabelecimento do
contraste entre ele e o paulistano.
5c. “Mermão”, uma junção de meu
+ irmão, e “aí”, vocábulo usado por
falantes cariocas para chamar a
atenção de alguém.
5d. Os hábitos alimentares: cariocas estranham o hábito paulistano
de pôr purê de batata no hot dog,
enquanto os paulistanos estranham o dos cariocas de colocar
catchup na pizza.
Nesse caso, algumas marcas típicas da linguagem paulistana é que seriam imitadas.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
71
a) Qual é o assunto noticiado pelo site
?
b) Já no título são usados dois termos bastante incomuns na língua
portuguesa do Brasil quando o tema é futebol: “plantel” e “adeptos”. Que palavras seriam empregadas em um site brasileiro?
c) Quais palavras no texto são equivalentes a “plantel” e a “adeptos”?
d) Nesse texto, as diferenças no vocabulário são suficientes para pre
-
judicar a compreensão da notícia portuguesa pelo leitor brasileiro?
Justifique sua resposta.
© WILL LEITE
Will Leite
1 A tirinha está dividida em duas partes. A primeira refere-se à imagem tradicional do lobo em um conhecido conto de fadas.
a) Como é feita a associação com esse conto de fadas?
b) O que significa mau nesse contexto?
2 Observe a segunda parte da tira.
a) Procure em um dicionário o significado de autoestima
.
b) Por que a menina estaria acabando com a autoestima do lobo?
c) Nesse contexto, qual seria o contrário de O lobo sempre mal
?
d) Agora conclua: qual é a diferença entre mau e mal
?
3 Substitua as estrelas (
) por mal ou mau e reescreva no caderno
as palavras compostas assim formadas.
a)
-intencionado
b)
-caráter
c)
-educado
d)
-assombrado
e)
-humorado
Leia esta tirinha do cartunista paranaense Will Leite e responda às questões.
Isso eu já vi Grafia de palavras muito parecidas
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
A notícia trata da recepção positiva que tiveram os jogadores do Benca apesar da derrota para o Zenit.
“Plantel” seria substituída por time,
e “adeptos”, por torcedores
.
“Equipa” e “fãs”, respectivamente.
Quais palavras no texto são equivalentes a “plantel” e a “adeptos”?
Nesse texto, as diferenças no vocabulário são suficientes para pre
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que pode
haver certa diculdade para a compreensão de algumas palavras,
mas que o sentido delas acaba sendo esclarecido pelo contexto.
Malvado, perverso.
1a. Com a presença da perso
-
nagem Chapeuzinho Vermelho
e com a repetição do diálogo
que ocorre no conto.
2a. Característica de quem se
valoriza, está feliz com a forma
como é ou se comporta.
O lobo sempre bem.
Nesse contexto, qual seria o contrário de
Agora conclua: qual é a diferença entre
Mau é o contrário de bom e signica “malvado”.
) por
Mal é o contrário de bem
.
mal-intencionado
mau-caráter
mal-assombrado
mal-educado
mal-humorado
2b. Porque ela arma que ele
tem nariz, olhos e boca grandes.
72
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
72
As palavras mal e mau são muito parecidas. Em certas regiões do país,
inclusive, são pronunciadas de modo igual. Apesar disso, têm sentidos
bastante diferentes e não podem ser confundidas na escrita. Assim
como elas, outras palavras também costumam causar dúvidas. Vamos
estudar algumas.
4 Compare as frases e reescreva as conclusões no caderno, substituindo as estrelas por mas ou mais e trás ou traz.
a) Eu precisaria ter mais tempo de descanso.
Ela é minha melhor amiga, mas nunca dormiu em minha casa.
A palavra é o contrário de menos e expressa a ideia
de quantidade, enquanto tem o sentido de porém e
introduz uma informação de sentido contrário ao que foi
apresentado antes.
b) O motorista traz as crianças em segurança.
Olhou para trás, mas não viu o irmão.
O rato traz doenças à população.
A palavra é uma das formas do verbo trazer, que significa
“transportar” ou “causar”. Já a palavra forma uma locução
com para, de ou por e significa “atrás”.
5 Copie as frases no caderno, escolhendo uma das palavras indicadas para substituir a estrela. Em seguida, crie uma frase com
a outra palavra.
a) As palavras caráter, fênix e sensível têm na penúltima sílaba.
(acento, assento)
b) Meça o da caixa para verificar se todo o material cabe nela.
(comprimento, cumprimento)
c) A atendente da loja vestia-se com elegância e . (descrição,
discrição)
d) O filme será apresentado na para todos os alunos, conforme
combinado com a diretoria da escola. (cesta, sexta)
e) Aquele tecido respirável deve o suor e deixar o seu corpo seco.
(absolver, absorver)
f) Contratou um pedreiro bastante experiente para o da calçada.
(concerto, conserto)
g) O de animais silvestres é proibido por lei em todo o território
nacional. (tráfego, tráfico)
h) Nossos atletas costumam muito durante as maratonas de
verão. (soar, suar)
As palavras semelhantes na grafia e na pronúncia são denominadas
parônimos.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Ao embarcar na aeronave, veri-
que o número de seu assento.
O cumprimento entre adversários faz parte das regras do judô.
Capriche na descrição dos personagens para
escrever um conto mais interessante.
A decoração da cesta valoriza o produto.
O juiz vai absolver o réu.
O concerto contou com músicos renomados.
As grandes cidades têm tráfego intenso.
O relógio da estação de trem vai soar daqui a pouco.
mais; mas
traz; trás
Questão 5 – Durante a correção dos exercícios, reforce o
significado de cada palavra. Se
achar conveniente, peça aos
alunos que façam anotações
no caderno. As palavras corretas para a primeira parte da
atividade estão sublinhadas.
As frases da segunda parte são
sugestões.
73
Entre saberes
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
73
Como você já sabe, a Wikipédia foi criada em 2001. É uma enciclopédia
on-line colaborativa, que conta com autores de todo o mundo, de diversas
idades, gêneros, etnias e culturas. Ela não tem um grupo de pesquisadores
selecionados e contratados, como ocorre, por exemplo, com o Instituto Antônio Houaiss. Desde que haja respeito às regras estabelecidas
pelo site, qualquer pessoa pode inserir na enciclopédia um verbete ou
alterar textos de outros colaboradores, buscando, com isso, melhorar
a informação que será publicada para os internautas.
Para garantir a qualidade da publicação de suas páginas, a Wikipédia
criou regras que definem o tipo de conteúdo que poderá ser inserido nela e
ações que devem ser evitadas.
Vamos agora fazer uma atividade que resultará numa publicação.
1 Acesse:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_edi%C3%A7%C3%A3o/
Como_come%C3%A7ar_uma_p%C3%A1gina> para saber o que pode e
o que não pode ser publicado na Wikipédia.
2 Transforme as informações que você pesquisou em tópicos resumidos
para sua consulta. Eles devem ser anotados no caderno.
3 Agora, você e sua turma irão escolher uma personalidade importante de
sua cidade (poeta, cantor, ator, arquiteto, pesquisador, cientista etc.) que
ainda não esteja na Wikipédia e que mereça ser prestigiada. Se preferirem,
podem também falar de um espaço público de destaque (museu, praça,
jardim zoológico etc.).
4 O próximo passo é fazer, individualmente, uma pesquisa sobre essa per
-
sonalidade ou lugar. No primeiro caso, além da biografia, inclua eventos
importantes dos quais tenha participado, obras produzidas etc. No segundo
caso, informações históricas do lugar, eventos ocorridos nele, sua função
atual etc. Uma conversa com moradores antigos pode dar algumas pistas
interessantes, e o acervo dos jornais é uma boa fonte de pesquisa.
5 É muito importante que você realize uma pesquisa rigorosa, pois as informa
-
ções prestadas à coletividade devem ser seguras e responsáveis. Anote as
fontes da pesquisa para depois incluí-las na seção “Referências” do verbete.
6 A fim de realizar a próxima etapa, a turma deverá escolher um redator
que, usando um computador, produzirá o texto conforme as orientações
que receberá. Toda redação coletiva é sempre mais difícil, por isso deve ser
definido também um editor-chefe, que ficará responsável por organizar
as várias falas com sugestões de escrita.
7 O professor acompanhará a produção, interferindo nela quando sentir
necessidade de reorientar o texto. Peçam-lhe ajuda e sugestões. No final,
ele fará a correção.
8 O último passo é enviar o material pesquisado para a Wikipédia e esperar
sua publicação.
Como você já sabe, a Wikipédia foi criada em 2001. É uma enciclopédia
criou regras que definem o tipo de conteúdo que poderá ser inserido nela e
WIKIMEDIA FOUNDATION
Item 1 – Em sua página, a Wiki
-
pédia define “Coisas a evitar”
(como “Artigos sobre si, seus
amigos, seu site, uma banda
de que faz parte, seu professor,
uma palavra que inventaste,
ou uma história que escreves
-
te”; “Tópicos não notórios”;
Progaganda”) e “Coisas a ter
cuidado” (como “Copiando
coisas. Não viole direitos do
autor”; “Artigos sobre pessoas
vivas”; “Propaganda e material
controverso”).
Item 3 – Esse projeto poderá
envolver várias disciplinas, e
a pesquisa poderá estender
-
-se por duas ou três semanas.
Como os alunos do 6
o ano são
muito novos, eles precisarão de
grande auxílio dos professores.
Item 6 – O ideal é que a tur
-
ma acompanhe a produção
do texto por meio de uma
projeção para que possa ver
as várias mudanças. Se isso
não for possível, o melhor é
realizar a atividade na lousa.
Item 8 – Talvez o resultado
da pesquisa não possa ser
incluído na Wikipédia, mas
pode ser possível publicá-lo
no jornal da cidade ou no site
da prefeitura ou da biblioteca
municipal, caso tenham uma
área destinada a verbetes ou
artigos sobre a história local.
Ou, ainda, no jornal da esco
-
la, em algum mural, no blog
da turma etc. Outra opção é
orientar a transformação do
texto em uma apresentação
oral. O mais importante é que
o grupo se engaje na pesquisa.
Entre saberes
CG: 1, 2, 4, 7, 9, 10
CEL: 1, 5, 6
CELP: 1, 2, 3, 5, 7, 10
Habilidades: EF67LP20,
EF67LP21, EF69LP06,
EF69LP07, EF69LP08,
EF69LP29, EF69LP35,
EF69LP36, EF69LP42
74
Você costuma ler gibis? Muitas pessoas, principalmente crianças e
adolescentes, gostam de histórias em quadrinhos. Neste capítulo, vamos
estudar esse gênero textual para conhecer melhor suas características.
Para iniciar os estudos, leia a tira produzida por Fernando Gonsales e
responda às questões. As tiras (ou tirinhas) são histórias em quadrinhos
curtas, que ocupam poucos quadros.
CAPÍTULO
3 HISTÓRIA EM QUADRINHOS:
imagens e palavras em ação
74
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se essa tira fosse minha...
Leitura 1
1 Que palavra empregada por Thor no primeiro quadrinho sugere que
ele tem algo importante a fazer?
2 Qual é o sentimento expresso pela interjeição Oh! na fala das moças?
3 Explique de que maneira a reação das garotas gera uma expectativa
em relação à ação do herói.
Desvendando o texto
Níquel Náusea Fernando Gonsales
© FERNANDO GONSALES
Formado em Veterinária e Biologia, o quadrinista paulista Fernando
Gonsales (1961-) costuma retratar animais
como personagens em
muitas de suas tiras.
O rato Níquel Náusea é
seu personagem principal. Suas tirinhas são publicadas por vários jornais
do Brasil e da Europa.
De quem é o texto?ARQUIVO PESSOAL
Foto de 2016.
Estereótipo é uma ideia que se fixou culturalmente. Na tirinha de Gonsales, por exemplo, a representação de apenas moças admirando Thor reproduz
certa visão da mulher como frágil e dependente do homem. Como você faria
o quadrinho para evitar o estereótipo?
4 Para criar um dos personagens da tirinha, Fernando Gonsales inspirou-se
no Thor da mitologia nórdica. Que elementos da pintura reproduzida
no boxe a seguir permitem essa associação?
Milhares de sites são criados, modificados e desativados diariamente. É
possível que, quando forem consultados, aqueles indicados neste capítulo
não estejam mais disponíveis ou tenham mudado de endereço.
Missão.
Admiração.
A admiração das garotas sugere que a ação do
herói envolverá algo relevante, difícil, incomum.
Resposta pessoal. Veja se os alunos perPara introduzir a atividade, peça aos alunos que citem
personagens de HQs, brasileiros ou não.
As características físicas do personagem em posição de destaque na cena, suas
roupas, o capacete com asas e o martelo.
cebem que a admiração por um herói poderia também ser representada por figuras
de homens comuns, que não são dotados dos mesmos poderes.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4, 6
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 6, 7, 8
Habilidades: EF67LP27,
EF67LP28, EF67LP29,
EF69LP03, EF69LP05,
EF69LP54
Nossa proposta de abordagem
do gênero HQ está exposta na
introdução do MP.
Capítulo 3
Pré-requisitos
• EF15LP14
• EF69LP05
• EF35LP10
• EF67LP27
Materiais digitais
Sequência didática 4:
Fonema
CG: 3
CEL: 1, 2, 5
CELP: 1, 3
Habilidades: EF67LP31,
EF67LP32, EF69LP44,
EF69LP55, EF69LP56
Sequência didática 5:
O hip-hop é cultura
CG: 1, 3, 6
CEL: 1, 2, 3, 5
CELP: 1, 3, 4
Habilidade: EF69LP46
Avaliação 2
CG: 1
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2
Habilidade: EF06LP04,
EF06LP06, EF15LP04,
EF35LP08, EF67LP25,
EF67LP28, EF67LP37,
EF67LP38, EF69LP55
CG: 1, 3; CEL: 1, 2;
CELP: 1, 3, 7, 10
Habilidade: EF69AR05
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Vídeo: Histórias em
quadrinhos
75
Sabia?
75
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5 O humor da tirinha é produzido por uma quebra de expectativa.
Como essa quebra é produzida?
6 Como o martelo foi usado para o efeito de quebra de expectativa?
7 O quadrinista brincou com as proporções físicas de Thor.
a) Como isso é percebido na tirinha?
b) Que efeito esse recurso provoca na tirinha?
8 Odin (pai de Thor) é considerado o principal deus da mitologia
nórdica. É possível a um leitor que não conheça esse dado chegar à
conclusão de que ele é importante em sua sociedade? Por quê?
Responda a estas outras questões sobre a tirinha de Fernando Gonsales.
1 Como os fatos da história são narrados?
2 Em uma tira, cabe ao leitor imaginar cenas que não são apresentadas
explicitamente. Imagine o que se passou entre o primeiro e o segundo
quadrinho e represente essa ideia por escrito ou por desenho.
3 O acréscimo de um quadrinho com esse conteúdo seria útil ou prejudicial ao efeito de humor da tira? Por quê?
FOURLEAFLOVER/
SHUTTERSTOCK
Deus da mitologia nórdica (norte da Europa), Thor está associado à força extrema e
aos raios e trovões. Ele empunha um martelo
mágico que nunca erra o alvo e volta infalivelmente para suas mãos. Essa divindade sempre
esteve presente no folclore europeu, mas
ficou mais famosa após transformar-se em
super-herói de quadrinhos, nos anos 1960,
e personagem de filmes de grande sucesso.
MARTEN ESKIL WINGE.
A luta de Thor contra os gigantes.
1872. Óleo sobre tela, 484 x 333 cm.
No gênero textual história em quadrinhos, também conhecido como HQ, a
narrativa é apresentada por meio de quadrinhos em sequência. Em geral, essas
histórias são compostas por imagens e por balões de fala e de pensamento,
mas existem muitos exemplos de histórias que dispensam a linguagem verbal.
Embora todas as narrativas apresentem, em alguma medida, informações
implícitas, exigindo que o leitor as “complete” com sua imaginação, esse é um
recurso especialmente produtivo nas HQs.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Como funciona uma história em quadrinhos?MARTEN ESKIL WINGE - NATIONALMUSEUM, STOCKHOLM
A quebra de expectativa ocorre quando a
narrativa leva o leitor
a esperar determinado
desfecho, mas o texto lhe
apresenta algo diferente,
que, em geral, provoca
Humor. graça, humor, emoção.
Sim, pelo fato de Thor ter sido chamado por ele para cumprir uma missão e obedecer
à sua ordem prontamente.
Com imagens que representam
as ações e reações dos personagens e balões de fala.
Resposta pessoal.
2. Resposta pessoal. Para
manter a coerência, a sequência deve mostrar o momento em que Odin ordena
a Thor que pregue o quadro
na parede.
6. O martelo é a principal
arma de luta de Thor e um
símbolo de poder, mas na
tirinha foi usado como uma
ferramenta comum.
5. No primeiro quadrinho,
sugere-se que Odin (pai de
Thor) teria proposto ao filho
uma missão difícil e gran- diosa. No segundo quadri- nho, porém, o herói realiza
uma ação banal (pregar
um quadro na parede), que
poderia ser desempenhada
por qualquer pessoa.
Thor foi desenhado com o tronco e os braços bem fortes, mas as pernas muito finas.
Questão 3 – Auxilie os alunos
a perceber que, para ser coerente, o quadrinho inserido
deve mostrar a ordem dada
por Odin (veja a resposta do
item anterior) e isso impede a
surpresa e a graça promovida
pela quebra de expectativa.
Caso o aluno tenha criado
uma outra solução para o
preenchimento do quadrinho,
igualmente coerente, analise
o efeito obtido.
76
De quem é o texto?
76
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Refletindo sobre o texto
1 Essa HQ foi produzida para um jornal em homenagem a Mauricio de
Sousa. Quais elementos dela são inspirados na Turma da Mônica?
2 A HQ coloca em evidência algumas características dos personagens.
a) Mônica tem duas reações distintas: uma quando se sente ofendida
e outra quando pensa que foi injusta. Como ela se comporta?
b) Que comportamento de Cebolinha está evidenciado na HQ?
Samanta Flôor nasceu em Porto Alegre
(RS). É cartunista e desenhista. Ela já produziu
tirinhas e ilustrações
para editoras e agências
de publicidade e participou de eventos de HQs.
Uma de suas principais
publicações está em um
jornal feito em homenagem ao cartunista Mauricio de Sousa, criador da
Turma da Mônica.
ARQUIVO PESSOAL
SAMANTA FLÔOR/© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.
Os personagens Mônica e Cebolinha são os
protagonistas da Turma
da Mônica desde os anos
1960 e, durante décadas, pouco se discutiu o
tipo de relação existente
entre eles. Hoje, porém,
não se pode ler as HQs
sem questionar a violência ali contida. O que
você pensa disso?
Fala aí!
Agora você vai ler uma HQ da ilustradora e cartunista gaúcha Samanta
Flôor. Em seguida, responda às questões.
Leitura 2
Samanta Flôor
Foto de 2018.
2a. Quando ofendida, Mônica
reage de maneira agressiva,
usando seu coelhinho de pelúcia para acertar Cebolinha;
mas, quando pensa ter sido
injusta, reconhece isso e pede
desculpas.
1. Os personagens, que são inspirados nas
HQs de Mauricio de Sousa, e a situação
narrativa, embasada no conflito entre
Cebolinha e Mônica.
Seu hábito de perturbar Mônica pelas características físicas dela.
Fala aí! – Ajude os alunos a
notar que há dois tipos de
violência: a emocional, já que
Mônica é vítima de bullying, e
a física, pois ela reage sempre
com brutalidade, sem usar a
inteligência para resolver os
conflitos. Leve-os a perceber
que não é preciso rejeitar os
personagens de Mauricio de
Sousa, mas que devem considerar que o tipo de conflito que
sustenta as narrativas reflete
um contexto antigo, que não
deveria mais fazer sentido no
século XXI.
77
Da ob s erv aç ã o para a teoria
77
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As histórias em quadrinhos, em geral, têm o objetivo de divertir o leitor
por meio de narrativas engraçadas ou aventuras de heróis. Elas também podem
ter uma função didática, quando são usadas para transmitir ensinamentos
(como ocorre em material que divulga campanhas de vacinação, por exemplo)
ou estimular reflexões.
Muitas HQs têm publicação diária ou semanal e circulam inicialmente em
jornais, revistas e sites. Depois, podem ser transformadas em livros, como
ocorreu com as tiras de Fernando Gonsales.
REPRODUÇÃO
3 Observe o uso da linguagem não verbal nos quadrinhos.
a) O que as linhas que aparecem junto do coelhinho da Mônica no
segundo quadrinho indicam?
b) Em que outro quadrinho foi empregado um recurso semelhante?
Descreva-o e explique a ideia que ele traduz.
c) Observe agora a expressão facial e corporal de Mônica. Que sentimentos ela revela no quarto quadrinho? E no quinto? Como eles
foram expressos?
d) Que sentimento é revelado pela expressão de Cebolinha nos dois
quadrinhos finais?
e) No terceiro quadrinho, que recurso da tirinha demonstra que
Cebolinha sente dor?
4 A maioria das HQs apresenta cenário simplificado e personagens
desenhados com traços básicos.
a) Onde estão os personagens?
b) Como esse ambiente foi representado?
5 Em alguns quadrinhos foram usadas onomatopeias.
a) Transcreva as onomatopeias.
b) Que sons elas sugerem?
6 O enquadramento é um recurso importante para os quadrinistas.
a) No segundo quadrinho, o enquadramento permite ver apenas
Cebolinha e o coelhinho. O leitor consegue saber o que está se
passando? Por quê?
b) No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha
e o cartaz. O leitor consegue perceber claramente o que está acontecendo? Justifique.
c) Descreva agora o enquadramento do último quadro e identifique o
efeito dele.
7 Tanto a HQ de Fernando Gonsales quanto a de Samanta Flôor
comunicam-se com obras de outros artistas.
a) Elas podem ser consideradas imitações? Explique sua resposta.
b) É comum sentirmos prazer quando percebemos que a obra que
estamos conhecendo conversa com outra e que fomos capazes de
reconhecer isso. Você já viveu essa experiência? Conte como foi.
As onomatopeias
são representações de
sons ou ruídos do ambiente, como bum! para
representar um estouro
ou nhac! para indicar
uma mordida.
Lembra?
3a. As linhas indicam o movimento
realizado, sugerindo que o coelhinho foi arremessado.
3b. No quadrinho 8, as linhas em
espiral sugerem que Mônica está
girando o coelhinho.
3c. No quarto quadrinho, a expressão de Mônica revela surpresa,
expressa pelos olhos arregalados,
a boca aberta e o corpo inclinado
para a frente. No quinto, revela
constrangimento, vergonha, expressos pela cabeça baixa e pelos
olhos voltados para o chão. Medo.
O desenho de uma estrelinha e da mão de Cebolinha
Em uma área externa,
com casas ao redor.
Com um contorno que representa janela, paredes e telhado de casas, nuvens no céu e grama no chão.
Pimba!; flop!
Pimba!: pancada; flop!: cartaz se soltando.
Provavelmente consegue, já que o fato de Mônica dar
“coelhadas” quando irritada é bastante conhecido pelos leitores. passando? Por quê?
No sexto quadrinho, o enquadramento mostra Mônica, Cebolinha
Sim, o leitor vê que um cartaz
cai no rosto de Cebolinha.
no local atingido pelo coelhinho.
7a. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos constatem que não,
reconhecendo que há uma apropriação marcada por modificações
que indicam autoria.
7b. Resposta pessoal.
6c. O quadrinho apresenta um
enquadramento maior que o das
cenas anteriores. É nele que o leitor
consegue enxergar o muro com a
homenagem a Mauricio de Sousa
e, ao mesmo tempo, o que Cebolinha havia escrito para importunar
Mônica. Seu efeito é de surpresa.
Questão 7b – Ao longo da
coleção, voltaremos ao tema
intertextualidade. Nesse momento sugerimos que haja uma
sensibilização. Você pode mostrar aos alunos o vídeo Pixar
Easter Eggs (procure-o em
fontes confiáveis da internet.
Comente com os alunos que
também há HQs já pensadas
em forma de livros, como novelas gráficas (graphic novels) ou
romances literários adaptados
para quadrinhos.
78
78
Você vai ler agora uma HQ eletrônica ou webcomic, gênero
textual que alia características da HQ impressa – balões, quadros
e ilustrações – a recursos da esfera digital – imagens que se alteram conforme a navegação, inserção de trilha sonora, uso de links
externos. Bear conta a história de Raven, uma garotinha que se
perde de seus familiares e sai à procura deles com um amigo que
acabou de fazer, um grande urso-pardo. A narrativa foi publicada
semanalmente em 2013, no blog da autora.
Leia, a seguir, alguns trechos dessa narrativa, veja os comentários nos boxes e responda a algumas perguntas. Comece com o
momento em que Raven conhece seu amigo.
© BIANCA PINHEIRO
Chamamos de texto
multissemiótico aquele
que articula várias linguagens (ou semioses):
linguagem verbal escrita
ou falada, sons, imagens (estáticas ou em
movimento), elementos
gráficos (tipos e cores
de letras, setas, balões
de fala), disposição das
palavras no papel etc.
Sabia?
A HQ eletrônica A HQ eletrônica
CG: 1, 2, 3, 4, 5
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 6, 7, 8, 10
Habilidades: EF67LP01,
EF67LP28, EF69LP05,
EF69LP54
Com as novas ferramentas da
internet, a HQ tem ultrapassado
o universo do impresso para
se introduzir no digital. Nestas páginas especiais, o aluno
encontrará partes de uma HQ
eletrônica e poderá ampliar seu
letramento ao considerar alguns
dos recursos mobilizados para a
construção delas: sobreposição
de imagens, sincronização de
linguagens, complementação
com efeitos sonoros etc., aspectos citados na EF89LP07 para
tratar de outros gêneros do
campo jornalístico-midiático.
A mobilização de práticas da
cultura digital é o elemento
central da CELP 10.
Se possível, acesse com os alunos o site da HQ (Disponível
em: <http://bear-pt.tumblr.
com/post/51491906928/okay-
%C3%A9-isso-a%C3%AD-eiso-meu-novo-projeto-que-eu>.
Acesso em: 12 jun. 2018). As
perguntas podem ser respondidas de forma oral e coletiva.
79
79
Olá, senhor!
© BIANCA PINHEIRO
Você viu
meus pais?
1. O urso está dormindo quando uma sombra se projeta
sobre ele. Que expectativa o leitor cria ao ver os seis
primeiros quadrinhos? Por que ocorre uma quebra
de expectativa?
2. Como você interpretou o nono quadrinho? Explique.
3. De que maneira o sétimo e o oitavo quadrinhos contribuem para a leitura que é feita do nono?
4. Atente aos cinco últimos quadrinhos: como foi construída a ideia de contraste?
5. Explique como o recurso da quebra de expectativa
foi produzido no último quadrinho.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
1. A sombra parece indicar que algo ameaçador
entrou na toca do urso, mas, em seguida, revela-
-se que foi uma menininha.
2. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos indiquem que o urso
urrou e que isso
espantou os passarinhos. A intenção é mostrar que
a menina estava
em risco.
3. O arqueamento
da sobrancelha do
urso e, depois, seu
olhar, revelam que
ele percebeu a entrada de algo na
toca e está irritado.
4. O contraste é criado pela oposição entre os tamanhos do
urso e da menina e
pela oposição entre
o urro e a pergunta
delicada que ela faz,
sem revelar medo.
5. Embora a menina
tenha deparado com
um urso enorme,
que urrou para ela,
manteve-se calma
e perguntou pelos
pais, o que rompe a
expectativa de desfecho da cena.
80
80
Efeitos de entrada e de cores e texturas
© BIANCA PINHEIRO
Vem,
Vamos dormir.
Amanhã será
outro dia.
Vem,
Vamos dormir.
Amanhã será
outro dia.
Vem,
Vamos dormir.
Amanhã será
outro dia.
A seguir, veja alguns recursos encontrados na HQ eletrônica Bear.
Apresentação de imagens alternadas
© BIANCA PINHEIRO
6. A iluminação quadro a quadro destaca
a pronúncia fracionada e dinamiza a
narrativa, além de
torná-la engraçada.
Em uma HQ eletrônica são utilizados recursos como sobreposição e transição de imagens, inserção de outras mídias e exploração do espaço da página.
Nessa imagem, vemos cada quadro iluminado em um momento diferente,
em ritmo bem rápido.
6. Que relação há entre a iluminação quadro a quadro e o conteúdo deles?
Qual é a contribuição desse recurso?
7. Observe, na tela reproduzida três vezes, o que acontece com o segundo
sol representado. Qual é a finalidade do recurso de colorização gradativa?
7. O sol que brilha
indica que um novo
dia está em processo
de nascimento.
81
81
Ao fim desta página existe um texto que solicita ao leitor que vá a um link externo que, clicado, o leva a uma música que serve de trilha a duas cenas. Trata-se da principal canção da trilha
sonora do conhecido filme Rocky, protagonizado por um lutador de boxe.
8. Qual é o efeito desse recurso?
Trilha sonora
© BIANCA PINHEIRO
Pra entrar no clima, ouça esta
música quando for ler: “Eye of
the Tiger” (mantenha tocando
pra próxima página).
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
8. Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos percebam que a trilha sonora constitui um
elemento de construção
de sentido para a narrativa, já que associa os
movimentos feitos pela
personagem da HQ
ao treinamento épico
de Rocky Balboa, humilde e desconhecido
boxeador da Filadélfia
e estrela da série de
filmes Rocky.
Questão 8 – Não é necessário
que os alunos saibam detalhes
da obra com a qual se propõe
a intertextualidade, mas é interessante que reconheçam o
reforço da ideia de esforço da
personagem da HQ graças à sua
associação com o personagem
do filme. Se não puder acessar
a canção e souber, cantarole o
trecho mais conhecido para facilitar a identificação. Aproveite
para perguntar aos alunos se
apreciaram a possibilidade de
inclusão de trilhas sonoras nas
HQs e peça justificativas para
os pontos de vista. A resposta
é pessoal, mas é interessante
que contemple os efeitos produzidos por essa inserção.
82
Uso de cliques
3 cliques para o oceano
82
© BIANCA PINHEIRO
Pronto.
O oceano?
Fica pra lá.
Peraí, peraí!
O que foi aquilo?!
Por que você
subiu antes de
responder?
Ahm, ok,
você disse
que o oceano
é pra lá?
Isso. Três
cliques pra lá.
Nós medimos a distância
em cliques, aqui embaixo.
E o oceano fica a três cliques
daqui. Naquela direção.
Três
cliques?!
Como assim?
Oh...
Eu subi
para respirar,
é claro. Sabe, nem
todas as criaturas
podem respirar
embaixo d'água
como vocês...
83
Bem-vindo ao oceano
83
Biblioteca cultural
Que tal entrar no site e navegar pela HQ? Acesse o site de Bianca Pinheiro.
Disponível em: <http://bear-pt.tumblr.com/post/51491906928/okay-%C3%A9-
isso-a%C3%AD-eis-o-meu-novo-projeto-que-eu>. Acesso em: 12 jun. 2018.
Você já tinha visto uma HQ eletrônica? O que achou desse gênero? E dos recursos
dessa HQ especificamente?
Fala aí!
© BIANCA PINHEIRO
Olha só! Chegamos
ao Par filKote
Uhuul!
Praia!
Nessa sequência, os personagens navegam juntos até chegar ao oceano.
Enquanto fazem isso, conversam e mostram ao leitor a beleza do cenário
em que estão. Perceba que, conforme eles se aprofundam no caminho do
oceano, a página perde os quadrinhos fixos e ganha certa fluidez.
9. Como você interpreta a construção dessa sequência?
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
9. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos
percebam que
a sequência de
cenas 3 cliques
para o oceano
busca criar uma
expectativa para
a chegada dos
personagens ao
oceano e, de certo modo, envolver
o leitor no deslocamento.
Fala aí! – Insista para que os alunos sustentem sua opinião com
argumentos técnicos e respostas
afetivas. Peça que comparem
o material que conheceram
agora com HQs e mangás que
costumam ler.
84
84
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O formato dos balões
1 Leia uma tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.
Se eu quiser aprender mais
a) O que permite concluir que, para o personagem Messias, o pai teve muitas
namoradas?
b) O que a reação do pai de Messias no último quadrinho sugere?
c) Por que o formato do último balão é diferente dos outros?
d) No primeiro quadrinho da tira de Fernando Gonsales, reproduzida no início
deste capítulo, há um detalhe diferente no balão de fala das moças. O que
ele indica?
Nas histórias em quadrinhos, o formato dos balões é uma característica muito
importante para a leitura. Ele indica se o conteúdo foi dito ou apenas pensado e
pode, ainda, demonstrar como esse conteúdo foi expresso.
2 Analise os quadrinhos a seguir e responda: o que os balões indicam sobre a
maneira como os personagens estavam falando?
Gato e Gata Laerte
© LAERTE
a)
b)
c)
d)
© CLARA GOMES
© PAULO ALVES
© MÁRCIA D’HAESE
© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA.
O fato de que Messias tenta usar uma calculadora para contar o número
de namoradas do pai e ainda reclama do limite do equipamento. 1b. Pode-se entender que
o pai teme desapontar
Messias por não ter tido
tantas namoradas ou que
está preocupado com a
visão do filho a respeito
de namoros.
1c. Porque indica um pensamento, e não uma fala.
Indica que elas falaram ao mesmo tempo.
Em voz alta, gritando.
Com ânimo, entusiasmo.
Em voz baixa, para si mesmo, e revelando desespero.
Sussurrando.
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 2, 3, 4
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 3, 7, 8
Habilidades: EF67LP28,
EF69LP03
Estamos tomando o primeiro
semestre do 6o ano como um
período de transição entre os
anos iniciais e finais do Ensino
Fundamental; por isso, elegemos
como tópicos a serem abordados
na seção, nos quatro primeiros
capítulos, alguns conteúdos que
já têm sido explorados: divisão
de parágrafos, segmentação
de frases, uso de balões em HQs
e relações de causa e consequência. Nesta nova etapa, a
línguagem é objeto de análise e seu uso é mais reflexivo,
portanto a reiteração desse
conteúdo pode não apenas
ajudar os alunos a mobilizá-los
com mais cons ciência como os
ajudar, em um processo metacognitivo, a se apropriar de um
novo modo de manipular tais
objetos e de estudar. Reforce
com eles a ideia de que devem
aproveitar esses conteúdos em
suas práticas de linguagem, aplicando seu conhecimento para
ler e produzir textos com mais
acuidade.
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85
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Por que a mãe de Pile não quer que ela faça explorações? Que
palavra empregada na tira revela essa característica da mãe?
b) No contexto da tirinha, a mãe tem razão? Por quê?
c) Que recurso do segundo quadrinho permite descobrir que a mãe
ficou assustada ao ver Pile ao lado do cacto?
d) Quem está falando nos balões retangulares dos dois primeiros
quadrinhos?
e) Com qual finalidade essas duas falas foram incluídas?
3 Na HQ a seguir, a linguagem verbal não representa apenas a
fala de personagens.
As HQs podem apresentar legendas, que são textos verbais
atribuídos a um narrador. Essas legendas podem informar o tempo
e o espaço em que a narrativa se passa ou oferecer informações que
contextualizam as imagens.
© PAULO KIELWAGEN
Na tirinha a seguir, o quadrinista brincou com a linguagem das HQs: o
gatinho Blue dorme confortavelmente sobre o contorno superior do último
quadrinho enquanto seu dono o procura. Quando uma obra chama atenção
para sua própria linguagem, dizemos que ela é metalinguística.
Blue e os gatos Paulo Kielwagen
Pile #002 Bianca Pinheiro
© BIANCA PINHEIRO
3a. Para proteger Pile de qualquer perigo, como sugere a
palavra superprotetora.
3b. Sim. A mãe tem razão em
preocupar-se com os perigos,
como revela a aproximação de
Pile de um cacto que poderia
machucá-la.
3c. O balão de fala da mãe em
formato pontiagudo, sugerindo que ela gritou.
3d. A própria Pile. Comente
com os alunos que, nessa coleção de tiras, a personagem
é também narradora.
3e. As falas mostram que Pile
está se recordando da infância, ou seja, a ação descrita
ocorre no passado e não no
presente.
Boxe sobre metalinguística
– Explore, com os alunos, a
construção da tirinha e ajude-
-os a perceber que, ao colocar
o gato fora do quadrinho e
apoiado em sua linha superior,
o quadrinista evidencia não
apenas o conteúdo da narrativa, mas também o fato de
ela ser uma HQ. Em lugar de
"mergulhar"na historinha e vê-
-la como parte de uma universo
real, o recurso evidencia que o
mundo mostrado é ficcional,
fruto da criação de um artista.
Cite um segundo exemplo –
casos em que o personagem
conversa com o público em
uma HQ, filme, telenovela etc.
Nesses momentos, o público é
relembrado de que aquela é
uma obra ficcional e de que
o personagem sabe que está
sendo visto.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Momento de produzir
Planejando minha HQ
No quadro a seguir, você encontrará orientações para sua produção.
A etapa de planejamento é fundamental para qualquer produção textual. É nesse
momento que definimos todos os elementos do texto, o que nos dá oportunidade
de perceber falhas ou pontos que deverão ser melhorados. O tempo empregado
nesta etapa facilitará a produção do texto.
Dica de professor
Elaborando minha HQ
1. Os desenhos devem ocupar a folha verticalmente. Divida-a no número de
quadrinhos de que você precisa. Pode ser necessário o uso de mais de uma
folha. Reserve um espaço no alto do primeiro quadro para escrever o título
de sua história, se optar por usá-lo. As tirinhas não costumam ter título, mas
as histórias mais longas incluídas em gibis, sim.
Agora é sua vez de produzir uma HQ. Você decidirá o acontecimento a
ser narrado e o número de quadrinhos e de personagens de sua história.
Se quiser, poderá usar personagens já conhecidos. Há uma única exigência:
entreter seus leitores, que são os colegas de turma. Sua produção fará parte
de uma revistinha da classe.
FOURLEAFLOVER/
SHUTTERSTOCK
FOURLEAFLOVER/
SHUTTERSTOCK
Minha história em quadrinhos NA PRÁTICA
As HQs são textos narrativos.
O que você vai narrar? Pense em uma história que envolva poucas
ações e defina o que deverá ser desenhado em cada quadro. As ações
devem formar uma sequência em que seja possível identificar o começo, o desenvolvimento e o desfecho da história.
Em geral, as HQs têm
poucos personagens.
Se for usar personagens já conhecidos, cuide para que sua aparência e
seu comportamento estejam coerentes com as figuras originais.
Nas HQs predomi na a
linguagem coloquial.
Empregue palavras e frases simples, que pareçam com aquelas que
usamos no dia a dia. Embora, nas HQs, sejam representadas falas
de personagens, em geral não são usadas abreviações como tá ou
tou. Use está, estou etc.
Além dos desenhos e dos balões de fala, procure usar onomatopeias,
palavras destacadas e linhas para indicar movimento. Lembre-se de
que os personagens e os cenários podem ser representados com traços simples.
Nas HQs são usados
recursos de construção
muito variados.
Da teoria para a... ... prática
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Minha história em
quadrinhos na prática
CG: 1, 2, 3, 4, 9, 10
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 3, 7, 8
Habilidades: EF67LP30,
EF69LP47, EF69LP51
Momento de produzir – Se
quiser oferecer ao alunos outras atividades de produção
de HQ, sugerimos:
1. Reelaborar uma HQ já
existente, apagando os balões de fala e de pensamento, legendas e outros recursos (onomatopeia, linhas de
movimento etc.) e produzindo novas cópias. Peça aos
alunos que completem esses
dados e avalie-os, verificando sua coerência.
2. Usar sites próprios para
produção de tirinhas.
Pergunte aos alunos em que
situações haveria preferência
por uma linguagem não coloquial. Veja se citam situações formais de comunicação,
como, em determinadas HQs,
a transmissão de uma notícia
de jornal por uma emissora de
rádio ou a fala de um agente
secreto dirigida ao prefeito de
uma cidade em perigo.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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2. Desenhe as ações necessárias à compreensão da narrativa. Lembre-se
de que algumas ações podem ser deduzidas pelo leitor. Nessa fase, você
deve usar lápis grafite (que pode ser apagado) para que sejam feitas
possíveis correções.
3. Inclua os balões de fala. Cuide para que as falas sejam bem curtas, de modo
que caibam nos balões. Se possível, use letra de forma, que ocupa menos
espaço e é mais legível.
4. Releia toda a produção para aprimorar desenhos e balões de fala e incluir outros recursos, como as onomatopeias e as letras expressivas (em
tamanho maior ou em destaque, por exemplo).
5. Se desejar, use lápis de cor, giz de cera, canetinhas hidrocor ou tinta guache
para colorir a produção. Você pode deixar para usar esses recursos quando
produzir a versão final.
6. Finalize e assine sua produção. O nome do autor costuma aparecer no
primeiro ou no último quadrinho.
Momento de reescrever
Avaliando a HQ dos meus colegas
Essa produção será avaliada em trios. Você deve analisar com muita
atenção o trabalho de mais dois colegas para avaliar se os critérios abaixo
foram atendidos. Comente com eles o que observou. A A narrativa tem começo, desenvolvimento e desfecho (final)? B Todas as ações necessárias à compreensão do acontecimento foram
apresentadas?
C Os personagens, quando inspirados em outros já existentes, agem de
modo coerente com os personagens originais?
D Os textos dos balões de fala são curtos e seu conteúdo é coerente com
a situação apresentada?
E A linguagem usada nos balões de fala é adequada à situação vivida
pelos personagens?
F Recursos como a onomatopeia e linhas para indicar movimento foram
usados de modo adequado?
G A produção foi feita com capricho? Não está suja ou amassada?
Reelaborando minha HQ
1. Reflita sobre os comentários dos colegas e planeje as alterações necessárias
em sua HQ.
2. Teste em sua própria produção as alterações que sugeriu para a HQ
de seus colegas, já que ela será refeita. Mesmo que os colegas tenham
gostado de sua HQ, verifique se você não pode aprimorá-la com base
no que observou nas produções deles.
3. Prepare novamente sua HQ. Decida se vai colorir a produção ou fazer o
acabamento usando somente o lápis grafite, uma técnica interessante
para trabalhar tonalidades e texturas variadas.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Momento de apresentar
Inserindo minha HQ na revistinha
1. A turma deverá eleger uma equipe de alunos editores para elaborar uma
revistinha para a classe.
2. A equipe deve criar uma capa, reproduzindo e colocando alguns dos qua
-
drinhos feitos pelos colegas para formar um mosaico. Nessa capa deve
aparecer o nome escolhido para a revistinha, assim como a identificação
da turma e o nome da escola e do professor que orientou a atividade.
3. Na primeira página, deve ser colocado um texto de abertura com a
explicação da atividade e, na página seguinte, um sumário com autores
em ordem alfabética e o número das páginas em que estão suas HQs.
4. Cada página pode conter uma única HQ ou várias tirinhas. Criem um
layout bonito e interessante.
5. Deve ser incluída uma página em branco no final do bloco.
6. Se possível, preparem duas ou três cópias da revistinha para que possam
ser emprestadas aos alunos para leitura em casa.
KAPITOSH/SHUTTERSTOCK
ZECA AGOSTINI. Os paiaço (1). 2008. Grafite sobre papel.
Neste desenho, o artista usou apenas grafite. Observe que ele criou tonalidades e texturas variadas ao cobrir algumas partes ou usar diferentes pressões
do lápis no papel. © ZECA AGOSTINI
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Textos em conversa
Como você viu no boxe “Sabia?” da página 75, o personagem Thor faz parte
da mitologia, isto é, uma coletânea de relatos sobre deuses, heróis e outras entidades fantásticas que eram transmitidos oralmente. Posteriormente, Thor foi
transformado em um super-herói dos quadrinhos e do cinema.
Observe um cartaz de divulgação do filme Thor: Ragnarok.
Cartaz do filme Thor: Ragnarok,
direção de Taika Waititi. EUA, 2017.
REPRODUÇÃO
1 Além do título, os cartazes de divulgação de filmes trazem outras informações. Observe os nomes ampliados na lupa e responda.
a) Qual dos atores faz o protagonista Thor? Como o cartaz revela essa
informação?
b) Que outros atores ganham destaque no cartaz? Como isso é feito?
2 Observe a figura de Thor.
a) Como o cartaz mantém o foco de atenção do público no protagonista?
b) Que características de Thor são enfatizadas? Explique sua resposta.
3 Analise, agora, os demais personagens.
a) Na parte superior esquerda, aparece Hela, a implacável inimiga de Thor.
Como a imagem dela reforça seu papel de vilã poderosa?
b) Na primeira parte do filme, o super-herói Hulk enfrenta Thor. Que característica psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta.
4 Releia a tirinha produzida por Fernando Gonsales. O personagem Thor
se assemelha a esse apresentado no cartaz? Justifique sua resposta.
Cartaz do filme
direção de Taika Waititi. EUA, 2017.
CHRIS HEMSWORTH,
TOM HIDDLESTON, CATE
BLANCHETT, IDRIS ELBA,
JEFF GOLDBLUM, TESSA
THOMPSON, KARL URBAN,
MARK RUFFALO
COMO HULK E ANTHONY
HOPKINS COMO ODIN
1a. Chris Hemsworth.
O cartaz revela isso
ao indicar o nome
dele como primeiro na
ordem de leitura.
1b. Mark Ruffalo e
Anthony Hopkins.
Seus nomes estão
acompanhados de informações sobre os
personagens que eles
interpretam no filme,
o que os destaca dos
demais.
2a. Thor ocupa a posição central e mais
à frente. Assim, sua
figura se sobrepõe às
outras. Sua cabeça
coincide com a ponta
superior do losango
brilhante, o que também contribui para o
destaque.
2b. A força física, revelada no corpo musculoso; a habilidade como
guerreiro, evidenciada
pelo uso das espadas;
e a determinação, sugerida pela expressão
facial, sobretudo pelo
olhar desafiador.
3a. A roupa preta e um
adereço de cabeça com
pontas criam uma imagem ameaçadora, perigosa, confirmada pelo
olhar e pela expressão
malévola.
A fúria de Hulk, como mostra sua expressão contraída.
racterística psicológica dele está em destaque? Justifique sua resposta.
A semelhança ocorre no primeiro quadro, em que o herói aparece orgulhoso da missão que
deveria cumprir. No segundo quadro, essa imagem é invertida e ele parece um homem comum.
Questão 4 – Se desejar ampliar
a atividade, traga outros cartazes para os alunos, preferencialmente mais recentes.
Considere a adequação à faixa
etária e, se possível, indique
filmes nacionais. Os cartazes
podem ser encontrados em
sites de cinemas ou em guias
de entretenimento de jornais e
revistas. Cada grupo deve analisar um cartaz por 15 minutos
e apresentar os resultados da
discussão para a turma. Escolha
um orador por grupo e comente
a fala, considerando a clareza
das informações e a postura do
orador (ritmo da fala, altura da
voz, uso de gírias etc.).
Textos em conversa
CG: 1, 2, 4
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 3
Habilidades: EF67LP27,
EF69LP02
Em filmes de heróis é frequente
a presença de espadas e ferramentas utilizadas em combate. Se desejar, problematize
essa questão com os alunos
enfatizando a necessidade de
se promover uma cultura de
tolerância e paz.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você já deve ter observado que as HQs se utilizam de imagens e da língua
escrita para representar as falas dos personagens. As formas escrita e falada
da língua têm semelhanças e diferenças. Este é o assunto desta seção.
Convencer as crianças a comer certos alimentos nem sempre é fácil.
Observe o que acontece entre Calvin e seu pai na tira a seguir. Depois, responda às questões.
1 Nos três primeiros quadrinhos, as expressões corporal e facial de
Calvin demonstram qual sensação dele em relação aos alimentos
que estão no prato?
2 O pai quer convencer o menino a comer. Como sua expressão facial
contribui para essa finalidade?
3 No contexto da tirinha, a que se referem as palavras isto (primeiro
quadrinho) e eles (quarto quadrinho)?
4 Calvin não experimenta a comida e afasta o prato com expressão de
nojo. Considere a fala do menino no último quadrinho e explique
essa atitude.
Na maior parte das tirinhas, são retratadas situações de conversação,
nas quais o texto é criado coletivamente, por meio da interação. Nelas,
gestos e expressões faciais expressam atitudes diversas, como irritação,
rejeição e concordância, por exemplo. Além disso, complementam ideias
e sentimentos expressos por meio de palavras, pois, nas conversas frente a
frente, não é necessário dizer tudo. É possível, inclusive, apontar os objetos
com as mãos ou com o olhar, como fez Calvin no primeiro quadrinho.
Calvin Bill Watterson
CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1985
WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK
BILL WATTERSON. Calvin e Haroldo. Campinas/São Paulo: Cedibra, 1987. p. 7.
Mais da língua
Escrever não é o mesmo que falar
Pra começar
Algumas pessoas
apreciam mais a leitura
de histórias em quadrinhos do que a leitura
de outros textos. Em
sua opinião, a linguagem dos quadrinhos é
responsável por isso?
Justifique.
Fala aí!
Resposta pessoal.
A sensação de desconfiança em relação ao sabor da
comida "desconhecida" que está no prato.
O pai mostra, com sua expressão facial, que a comida está muito gostosa.
Isto refere-se à comida que está no prato; eles, aos pais.
4. A fala de Calvin sugere que
o menino já passou por experiências anteriores em que
os pais não lhe explicaram o
que era a comida e ele achou
o gosto ruim. Essas experiências podem tê-lo levado a rejeitar o alimento antes mesmo
de experimentá-lo.
Fala aí! – É importante que os alunos considerem a natureza da linguagem das HQs, mais próxima da fala e
com situações de interação informal. Nelas, em geral, tanto as imagens quanto os enunciados simples permitem
uma compreensão rápida e fácil da informação.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Particularidades da fala
e da escrita;
• Planejamento da fala e
da escrita;
• Turno conversacional;
• Fonemas e letras.
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 6
CEL: 1, 2, 3, 5
CELP: 1, 2, 3, 5, 7
Habilidades: EF06LP12,
EF69LP17, EF69LP19,
EF69LP54, EF69LP55
Quando descreve o eixo da oralidade, a BNCC (p.76-78) destaca
o estudo das semelhanças e diferenças entre modos de falar
e de registrar por escrito e o
estudos dos aspectos sociodiscursivos, composicionais e linguísticos de cada modalidade.
Esta seção é dedicada ao tema
e apresenta atividades que conduzem o aluno a refletir sobre
tais elementos, relacionando-os
a alguns dos gêneros textuais
e à escolha do nível de linguagem adequado a cada situação
comunicativa, conforme indica
a CELP 5.
Verifique se os alunos compreendem a ideia de que um
texto é construído coletivamente em algumas situações
de interação. Se for o caso,
exemplifique: quando um professor está expondo um conteúdo, observa a reação facial ou gestual dos alunos, e
pode optar por repetir uma
ideia ou trocar uma palavra
para que eles compreendam
melhor a informação. Embora
os alunos não tenham usado
palavras para completar o
texto do professor, a reação
deles determinou a maneira
como ele iria progredir.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As falas nos balões, por sua vez, representam o conteúdo verbal do
diálogo. Associados às palavras, vemos recursos como o tamanho, a cor,
os tipos de letra e a pontuação, usados nas tiras para reproduzir a maneira
como o texto seria falado, considerando a entonação. No primeiro quadrinho, o ponto de interrogação indica que a fala de Calvin é uma pergunta.
No último, as letras destacadas em sabe sugerem que essa palavra foi dita
com mais ênfase.
Nem todas as situações que envolvem a fala são interações face a face e
se constroem coletivamente, mas a maior parte dos recursos citados está
presente também nos seminários, nas conversas telefônicas, nos programas de rádio etc. Já a escrita vale-se de recursos diferentes e envolve uma
interação realizada a distância e com um determinado intervalo de tempo
entre a escrita do texto e sua leitura.
O planejamento da fala e da escrita
O trecho a seguir é a transcrição de parte de uma entrevista concedida
pelo animador brasileiro Leo Santos, da Disney/Pixar, ao jornalista Paulo
Gustavo Pereira, editor-chefe da BESTV, a respeito do filme Divertida Mente.
[...]
Paulo Gustavo Pereira: O que que foi mais di... mais interessante,
mais divertido fazer no Divertida Mente
?
Leo Santos: Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basica
-
mente por causa do estilo. Eu gosto do diretor pra caramba. Ele tem um
estilo que eu gosto, que é animação dos anos 50, música de jazz e tudo
mais... Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele, que são o
Monstros S.A. e o Up! E... eu sempre gostei muito, então eu, tipo assim,
assim que me deram a opção de escolher qual filme que eu ia fazer, eu
falei “Eu quero aquele filme”.
PGP: Te deram a opção?
LS: Sim, sim, sim.
PGP: Os caras falaram “Oh, vem cá! Você é do Brasil. Pode escolher
o que você quiser”?
LS: Porque tem... é... é... tem muitos filmes em produção agora.
Assim... tipo... tem o Bom dinossauro, tem o Procurando Nemo. Então...
tipo... nesse caso aqui apareceu a oportunidade: “Qual é o próximo que
você quer fazer?”. Aí eu falei: “Eu quero trabalhar nesse aqui porque é...
é... é a minha praia, assim...”.
[...]
Transcrição de vídeo de entrevista com Leo Santos,
animador da Disney/Pixar: de 1:37 a 2:20. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=FR-Dp43hEGQ>. Acesso em: 13 jun. 2018.
A entonação é a va
-
riação no modo de emitir
um enunciado. Preste
atenção ao som das ora
-
ções “Ele é seu amigo.”
e “Ele é seu amigo?”. Na
primeira, que é uma de
-
claração, a voz abaixa no
final da frase; na segunda,
uma pergunta, a voz se
eleva na última palavra.
As transcrições pro
-
curam reproduzir as ca
-
racterísticas da fala, por
isso no texto são anota
-
das as pausas, as repeti
-
ções, os sons alongados,
as palavras ou orações
que ficaram incomple
-
tas etc.
A escrita e a fala são duas modalidades da língua. Existem particulari
-
dades que as diferenciam.
Situações de interação face
a face, com troca de turnos,
costumeiramente exigem um
planejamento mais acelera
-
do e podem resultar em um
monitoramento imperfeito
da língua. Se achar conve
-
niente, comente isso com os
alunos, apontando eventuais
desvios em relação ao uso
recomendado.
Peça à turma que faça a lei
-
tura silenciosa para observar
as marcas usadas na trans
-
crição. As questões podem
ser respondidas de modo oral
e coletivo.
92
92
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Releia um trecho da resposta do entrevistado.
“Eu, eu sempre quis fazer esse filme por causa... basicamente por causa do estilo”.
Por que há uma pausa indicada pelas reticências nessa fala?
2 Releia este outro trecho:
“Então, ele traz esse, essa, esse sabor para os filmes dele,
que são o Monstros S.A. e o Up!”.
Como você explicaria a sequência “esse, essa, esse”?
Nas interações imediatas – bate-papo, entrevista, conversa telefônica
etc. –, os falantes precisam construir sua fala rapidamente porque o interlocutor está esperando para tomar para si o turno conversacional, isto é,
para começar a perguntar, a responder ou a apresentar novas ideias.
O planejamento da fala conta com um tempo bem pequeno, ou seja, o
falante não pode demorar muito para construir seu texto. Como consequência,
as falas são marcadas por hesitações, repetições, pausas e correções, pois o
falante está procurando a maneira mais eficiente de comunicar suas ideias.
Essas são marcas típicas da oralidade.
Já nas situações de escrita, o leitor não tem acesso ao processo de
formulação do texto. Quem o escreve pode corrigir aquilo que não ficou
claro, eliminar repetições, reorganizar a ordem das palavras, entre outras
intervenções, e o texto só será lido quando o autor estiver satisfeito com
a maneira como expressou suas ideias. Há, na escrita, um tempo maior de
planejamento. Observe uma sugestão de como poderia ser escrita a terceira
resposta do entrevistado no trecho transcrito:
Há muitos filmes em produção agora: o Bom dinossauro, o Procurando
Nemo. Assim apareceu a oportunidade. Perguntaram-me: “Qual é o próximo que você quer fazer?”. Eu respondi que trabalharia nesse porque era
a “minha praia”.
Essa diferença não significa, contudo, que a modalidade oral seja mais
descontraída que a escrita e vice-versa. Algumas situações de fala são
formais e exigem um uso cuidadoso da linguagem, com vocabulário mais
preciso, frases mais complexas e maior monitoramento em relação ao uso
das variedades urbanas de prestígio. Por outro lado, há situações de escrita
informais, em que se nota um uso mais descontraído da língua.
ARTE
Investigue em
Em que consiste a profissão de um animador?
As particularidades
que diferenciam a língua escrita da língua
falada são produzidas,
principalmente, por diferentes tempos de planejamento e formas de
interação.
O uso monitorado da
língua caracteriza-se pela
maior atenção à maneira
de formular o texto, o
que costuma ser mais
comum nas situações de
comunicação formais.
WALT DISNEY STUDIOS MOTION PICTURES/
EVERETT COLLECTION/AGB PHOTO LIBRARY
Cena da animação Divertida Mente, direção de Pete Docter, EUA, 2015.
O animador é o profissional
que cria uma sequência de
imagens que dão a ilusão de
movimento: as animações.
Costuma produzir obras para
cinema e televisão, bem como
para videogames. Alguns
animadores iniciam o trabalho
no papel e passam para o
computador na fase de finalização; outros usam apenas
o computador. Atualmente,
são raros os animadores que
usam apenas o papel.
A pausa, provavelmente, indica que o entrevistado estava pensando no
que iria dizer na sequência.
2. O falante parece ainda
estar buscando a palavra
que usará na sequência, daí
a dúvida quanto ao uso do
pronome flexionado no gênero masculino ou no feminino.
Investigue em Arte – Sugerimos uma atividade em duplas.
Um dos alunos fará o papel de
entrevistador, criando perguntas interessantes e pertinentes
para o outro, que deverá respondê-las com base em uma
pesquisa. Duas duplas podem
ser convidadas a apresentar a
entrevista para a turma. Para
isso, peça-lhes que criem um roteiro de perguntas e respostas.
Essa atividade pode ser feita
no final do capítulo, a fim de
que os alunos experimentem
uma situação de fala planejada,
aproveitando o que estudaram.
Para evidenciar algumas características das modalidades
em estudo, peça aos alunos
que comparem o trecho da
transcrição da entrevista e a
reformulação ao lado e citem
as diferenças.
93
93
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe alguns exemplos de uso da língua falada e da língua escrita na
tabela a seguir e reflita sobre suas diferenças e semelhanças.
Língua falada Língua escrita
Informal
Bate-papo presencial Troca de mensagens entre amigos pelo celular
• Troca rápida dos papéis de falante e de ouvinte
• Fala produzida no momento da conversa, sem
planejamento
• Uso descontraído da língua
• Troca rápida dos papéis de quem envia e de
quem recebe as mensagens
• Planejamento rápido
• Uso descontraído da língua
Mais ou menos
formal
Entrevista com personalidade da política Letra de música popular
• Troca constante dos papéis de falante e de ouvinte
• Fala produzida no momento da conversa, sem
planejamento
• Uso monitorado da língua
• Produção do texto sem interação com o leitor/
ouvinte
• Planejamento longo
• Uso descontraído da língua
Formal
Palestra para profissionais da saúde Reportagem sobre economia
• Texto produzido pelo palestrante sem interrupção
• Fala produzida no momento da interação, com
planejamento anterior
• Uso monitorado da língua
• Texto produzido sem interação com o leitor
• Planejamento longo
• Uso monitorado da língua
Língua falada e língua escrita NA PRÁTICA
1 A tira a seguir é protagonizada pelos gatos Blue (coleira azul) e seu
irmão Branco (coleira rosa), personagens criados pelo quadrinista
paulista Paulo Kielwagen.
Blue e os gatos Paulo Kielwagen
© PAULO KIELWAGEN
a) Além das imagens e da linguagem verbal, que outro recurso de
linguagem também foi usado para construir o sentido da tira?
b) Descreva a imagem do segundo quadrinho e explique como o leitor
deve entendê-la.
c) No último quadrinho, para qual objeto a fala do gato Blue chama
a atenção?
1b. O segundo quadrinho está
preenchido pela cor azul, em vários
tons, com algumas formas ovaladas mais claras. Destacam-se duas
dessas formas em azul mais forte,
dentro das quais há outras menores, brancas. Há linhas curvas em
preto. O leitor deve entender que
houve um forte aumento no fluxo
da água e que o gato Branco levou
um banho.
Para a peça usada para abrir e fechar a torneira.
Sugestão: Os balões de fala ou o enquadramento.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d) Que palavra usada por Blue faz referência a esse objeto?
e) O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra?
f) Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem
alterações, em uma comunicação escrita, como uma mensagem
enviada pelo celular? Explique sua resposta.
g) Explique por que o humor da tira está na possibilidade de que a fala
de Blue no último quadrinho não seja tão inocente quanto parece.
h) Considerando a reflexão que você fez nesta atividade, conclua: em
uma situação de comunicação como esta, que vantagem tem uma
interação face a face quando comparada à comunicação a distância?
2 Leia a adaptação de um anúncio publicitário transmitido em uma
emissora de rádio da cidade de São Paulo.
Anda e para
Locutor lê o texto com muitas pausas.
Locutor: Você tem muitos motivos... para ouvir... a Rádio X Trânsito...
e o primeiro deles... é escapar... desse anda e... para... anda e... para... Só
o Seguro Auto Y, que protege tão bem você e o seu carro, poderia criar
a Rádio X Trânsito. Vinte e quatro horas no ar com informações para
ajudar você a enfrentar o trânsito de... São Paulo.
33o Anuário do Clube de Criação de São Paulo.
São Paulo: Matrix, 2009. p. 262. (Adaptado).
A palavra referente
é usada para indicar o
elemento (ser, objeto,
lugar, ideia etc.) a que
uma palavra se refere.
No trecho “O jovem acabou de sair; ele estava se
sentindo mal”, a palavra
ele não tem sentido próprio; remete a jovem, seu
referente.
VICENTE MENDONÇA
a) Explique o título do texto.
b) Um anúncio publicitário divulgado em uma rádio é produzido conforme o processo de escrita ou de fala? Por quê?
c) As reticências marcam as pausas na fala do locutor. O que normalmente provoca pausas em uma fala?
d) Qual é o objetivo das pausas nesse anúncio?
e) Por qual motivo essa forma de representação da fala chama a
atenção do leitor?
f) DESAFIO DE ESCRITA Agora, escreva um parágrafo de análise do
anúncio, reunindo suas respostas.
• No início, mencione o gênero do texto em análise, seu título e
seu objetivo.
• Inclua mais uma frase para identificar e explicar o recurso expressivo explorado na composição do anúncio.
• Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte.
O comentário de um
texto deve informar o
autor, o gênero e o título ou, pelo menos, parte
dessas informações.
Você pode introduzi-las
usando formas como
“Na tirinha de Fernando
Gonsales, ...” ou “Ivan
Junqueira, no poema
‘O aeroplano’, ...”.
Dica de professor
O fato de Blue estar mexendo nesse objeto e olhando para ele.
O que fez o gato Branco reconhecer o referente dessa palavra?
Que problema ocorreria se a fala do gato Blue fosse usada, sem
1g. A fala de Blue pode ser um disfarce para a ação maldosa de aumentar o fluxo da água
com o objetivo de molhar Branco de propósito.
1f.A ideia não seria compreendida, porque o referente da palavra aqui não seria conhecido. enviada pelo celular? Explique sua resposta.
g)
1h. A interação face a face
permite que as ideias sejam
transmitidas por meio de
recursos expressivos, como
os movimentos do corpo, e
que elementos do contexto
(situação de comunicação)
sejam apenas apontados.
Aqui.
2a. O título “Anda e para”
refere-se às várias pausas
que o motorista é obrigado a
fazer por causa do trânsito na
cidade de São Paulo.
2b. Conforme o processo de
escrita, porque é um texto
com planejamento longo, que
será lido.
2c. As pausas ocorrem porque o falante está procurando a melhor maneira de
continuar sua fala.
2d. As pausas remetem às
interrupções do trânsito.
2e. Porque essa representação se diferencia da fala
comum e se relaciona diretamente com o assunto
apresentado.
2f. O anúncio intitulado “Anda
e para” tem como objetivo divulgar uma emissora de rádio paulistana que informa o ouvinte sobre o trânsito da cidade. Finalize explicando por que esse recurso chama a atenção do ouvinte.
Em sua composição, foi explorado o uso das reticências, que interrompem várias vezes a fala do locutor para simular
as paradas de um automóvel que circula em São Paulo. Esse recurso chama a atenção do ouvinte porque rompe a
fala habitual e a relaciona aos movimentos típicos do trânsito pesado.
Questão 2 – Os nomes da
emissora de rádio e do seguro foram omitidos para não
caracterizar propaganda.
Desafio de escrita – Em lugar
de solicitar que o texto analítico fosse completado, como
nos capítulos anteriores, oferecemos um roteiro para a produção do parágrafo, contando
com as experiências anteriores
como base. Sugerimos que a
correção coletiva da atividade
anteceda a realização do Desafio de linguagem para que o
aluno se sinta seguro quanto
ao conteúdo a introduzir no
parágrafo, concentrando seu
esforço na atividade de expressão. Aproveite a correção
para avaliar a aprendizagem
da segmentação de frases e
para verificar como o recurso
expressivo (as reticências) foi
relacionado ao sentido produzido pelo texto.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Leia agora a transcrição de um trecho de reportagem da TV Cultura
do Pará sobre a participação da equipe paraense no 9o
Campeonato Brasileiro de Kung Fu e no 10th Hong Kong International Wushu
Competition 2015.
[Repórter em off] Uma paixão que saiu das telinhas para a vida real.
Cada vez mais o kung fu vai ganhando espaço aqui no estado. Em
2012, surgiu a primeira liga paraense da modalidade. Mas você sabe
o que é essa arte marcial chinesa? Quem explica é o professor Pablo.
[Pablo Silva] O principal objetivo do kung fu é o autocontrole e o autoconhecimento. Se você se conhece, se você sabe... é... é... pra onde movimentar e como movimentar o seu corpo, você tem completo controle
sobre o oponente, sobre o inimigo... É uma arte marcial que d... d... é...
é... enfatiza a defesa pessoal, mas o principal objetivo é se autoconhecer.
[Repórter em off] Os movimentos do kung fu chamam a atenção,
assim como a possibilidade de servir como técnica de defesa pessoal.
Mas praticar essa arte marcial milenar requer muita atenção, esforço
e muita dedicação.
[Pablo Silva] O kung fu tá dividido em duas vertentes, né? O tradicional
e o moderno. O moderno é... é o que tá sendo mais divulgado na mídia.
Tem muitos saltos, lutas... é... é... com muitas acrobacias, né?, e isso chama
muito a atenção dos jovens, né? Veem que podem executar esses movimentos mais acrobáticos e acabam vindo pra academia buscando isso.
[...]
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z8raZG9aRs4>.
Acesso em: 13 jun. 2018.
a) A expressão “em off” significa que apenas a voz da repórter está
sendo ouvida enquanto são mostradas imagens em que ela não
aparece. Observe a imagem a seguir. Por que o editor da reportagem
teria optado por mostrar imagens como esta, e não a da repórter?
O professor de
kung fu Pablo Silva.
Foto de 2015.
Belém, Pará.
ARQUIVO PESSOAL
3a. Porque essa imagem
contribui para que o telespectador saiba como é o kung
fu, um esporte que pode ser
desconhecido por muitos.
Aproveite a correção para
avaliar a aprendizagem da
segmentação de frases e
para verificar como o recurso
expressivo (as reticências) foi
relacionado ao sentido produzido pelo texto.
Situações de interação face
a face, com troca de turnos,
costumeiramente exigem um
planejamento mais acelerado
e podem resultar em um
monitoramento imperfeito
da língua. Se achar conveniente, comente isso com os
alunos, apontando eventuais
desvios em relação ao uso
recomendado. Mencione
também que nenhum falante
deve ser censurado em razão
da variedade linguística que
emprega, mas é interessante
que possa se apropriar de
construções mais adequadas
a situações de fala formais.
Essa discussão foi iniciada
no volume do 6o
ano e deve
ser retomada sempre que for
oportuno.
Questão 3 – Comente com o
professor de Educação Física
que os alunos entraram em
contato com esse trecho de
reportagem sobre o kung fu.
Um dos temas do curso, no
6o ano, são as lutas brasileiras,
mas talvez ele possa aproveitar
a referência para tecer comparações ou tratar de características relativas a ri tuais, elementos
técnico-táticos e indumentária,
entre outras, ampliando as experiências dos alunos.
Se possível, antes da leitura,
apresente o trecho da reportagem duas vezes e peça aos
alunos que anotem todas as
características do kung fu mencionadas. Faça um levantamento
das respostas na lousa. Para avaliar a habilidade de identificação
de informações explícitas em
um texto não impresso, leia a
lista em voz alta e peça que
os alunos ergam as mãos todas
as vezes que tiverem anotado
a informação. Caso note que
há dificuldade nessa habilidade,
crie outras oportunidades para
essa atividade. As informações
mencionadas no texto são as
seguintes: é uma arte marcial
chinesa; tem como objetivos o
autocontrole e o autoconhecimento; enfatiza a defesa
pessoal; pode ser dividido em
tradicional e moderno; o kung
fu moderno tem movimentos
acrobáticos e chama a atenção
dos jovens.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Releia as duas falas do professor entrevistado na reportagem. Quais
marcas de oralidade você percebeu? Cite algumas delas.
c) Nas falas da apresentadora do jornal, não é possível identificar
marcas típicas da oralidade, como acontece nas do entrevistado.
Como explicar essa diferença? Para responder, considere que a
reportagem é gravada, não é apresentada ao vivo.
d) O uso da expressão aqui no estado, presente no texto, dificulta a
identificação do lugar a que se refere a reportagem? Por quê?
4 Leia um trecho da crônica “Sfot poc”, do escritor gaúcho Luis Fernando
Verissimo (1936-).
Chamava-se Odacir e desde pequeno, desde que começara a
falar, demonstrara uma estranha peculiaridade. Odacir falava como
se escreve. [...]
[...]
Um dia, a mãe veio correndo. Ouvira, do berço, o Odacir chamando:
– Mama sfot poc.
E, quando ela chegou perto:
– Mama sfotoim poc.
Só depois de muito tempo os pais se deram conta. “Sfot poc” era
ponto de exclamação e “sfotoim poc”, ponto de interrogação.
Na escola, tentaram corrigir o menino.
– Odacir!
– Presente sfot poc.
– Vá para a sala da diretora!
– Mas o que foi que eu fiz sfotoim poc.
Com o tempo e as leituras, Odacir foi enriquecendo seu
repertório de sons. Quando citava um trecho literário,
começava e terminava a citação com “spt, spt”. Eram as
aspas. Aliás, não dizia nada sem antes prefaciar um “zit”.
Era o travessão. Foi para a sua primeira namorada que ele
disse certa vez, maravilhado com a própria descoberta:
– Zit Marilda plic (vírgula) você já se deu conta que a
gente sempre fala diálogo sfotoim poc.
– O quê?
– Zit nós sfot poc. Tudo que a gente diz é diálogo
sfot poc.
– Olhe, Odacir. Você tem que parar de falar
desse jeito. Eu gosto de você, mas o pessoal fala
que você é meio biruta.
VICENTE MENDONÇA
Certos termos, como
né?, tá?, certo?, sabe?, são
marcadores conversacionais. Nós os utilizamos com frequência em
diálogos orais como forma de pedir o apoio e a
atenção do interlocutor
para aquilo que estamos
dizendo.
3b. Há marcas de hesitação
(como é... é...), além do uso
de tá (forma reduzida de
está) e né? (não é?), que são
marcadores de conversa.
3c. Provavelmente, a jornalista preparou seu texto com
antecedência e o está lendo.
Houve tempo para planejá-lo
e pode ter havido mais de
uma tentativa de gravação
até que ficasse satisfatória.
3d. Não. O telejornal é transmitido no Pará, e, por isso, os
telespectadores entendem o
uso de aqui. Além do mais,
a jornalista faz referência à
“liga paraense”, explicitando
o lugar.
Questões 3c – Apresentadores
de telejornais costumam utilizar o teleprompter, aparelho
que reproduz um texto escrito
em uma tela. Esses jornalistas
leem os textos em vez de falar
espontaneamente, por isso há
poucas marcas de oralidade
em seu discurso.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
– Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc.
– Viu só? Você não para de fazer esses ruídos. E ainda por cima,
quando diz “sfotoim”, cospe no meu olho.
O namoro acabou. [...]
LUIS FERNANDO VERISSIMO. Sfot poc. O analista de Bagé.
Porto Alegre: L&PM, 1981. p. 51-52.
a) O narrador afirma que existe uma “estranha peculiaridade” na fala
de Odacir. O que significa a palavra peculiaridade?
b) Você já conhecia a palavra peculiaridade? Se não, como descobriu
o seu sentido?
c) Além dos problemas em casa, que outras dificuldades Odacir enfrentou pela “peculiaridade” de sua fala?
d) Como seriam escritas as duas primeiras falas do personagem se ele
fosse uma criança comum?
e) Reescreva a fala “– Zit spt spt biruta spt spt sfotoim poc” conforme
as regras da modalidade escrita.
f) Explique por que nessa fala foram empregados os sinais de pontuação correspondentes a spt spt e sfotoim poc.
VICENTE MENDONÇA
Você já reparou que alguns moradores do Brasil nascidos e criados em
outros paí ses pronunciam os sons da língua portuguesa de maneira diferente
daquela dos que nasceram e cresceram aqui? Mesmo sabendo usar determinada palavra no contexto adequado, o sotaque evidencia que a pessoa não é
um falante nativo do português.
Com seu grupo, entreviste um imigrante para saber as maiores dificuldades
dele no aprendizado e no uso da língua portuguesa. Peça autorização para gravar estas palavras pronunciadas por ele: você, coração, leite, acerto, cola, carro
e milho. Leve o material para a sala de aula para partilhar suas observações
com os demais colegas. Não se esqueça de anotar o nome do entrevistado, o
país de origem e a língua nativa dele.
A língua nas ruas
4a. “Particularidade”, “especificidade”.
4b. Resposta pessoal. Verifique se os alunos têm consciência de que podem usar o
contexto para compreender o
sentido de uma palavra desconhecida.
4c. Odacir não foi bem compreendido pela professora,
pelos demais alunos e pela
namorada.
Mama!; Mama?
– “Biruta”?
4f. Empregou-se sfotoim
poc (ponto de interrogação)
porque se trata de uma per- gunta, e zit (travessão) foi
usado porque biruta é uma
palavra que ele citou, repe- tindo a fala da namorada.
Questões 4e e 4f – Finalize a
atividade mencionando que a
entonação é um aspecto que
aparece duas vezes na fala de
Odacir. Isso porque, ao pronunciar as falas, ele emprega
entonações específicas e as repete quando inclui os sinais
de pontuação representados
pelas palavras que inventou.
Verifique se os alunos realmente compreenderam que
os sinais de pontuação indicam
a entonação na escrita.
A língua nas ruas – Como estratégia, sugerimos que sejam
anotados na lousa o nome dos
entrevistados, o país de origem
e a língua de cada um. Depois,
cada grupo poderá relatar o
conteúdo da entrevista feita e
reproduzir as palavras gravadas. A intenção da atividade
não é desenvolver um conhecimento específico de fonética
e fonologia, mas estimular os
alunos a observar o uso efetivo da língua. Espera-se que
percebam que o sistema que
relaciona letras e fonemas não
se mantém idêntico em todas
as línguas, mesmo quando elas
têm uma origem comum.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Isso eu já vi Os fonemas e as letras
Leia a tirinha produzida pela cartunista paulista Laerte.
1 Observe a reação do personagem no segundo quadrinho. O que,
provavelmente, o levou a dar essa explicação?
2 O que a repetição da frase iniciada por Bem... sugere?
3 O humor da tira é provocado por uma confusão entre vaca atolada
e faca amolada. O que poderia ter causado o equívoco?
4 Considerando que o filme foi baseado em um livro (romance) e que
há um contrato descrevendo o acordo, a confusão não se justifica.
Por quê?
Para criar o humor, a tirinha explorou a semelhança entre pares de
palavras. Do ponto de vista sonoro, uma única unidade as diferencia.
Observe a sequência abaixo.
/v/ /a/ /c/ /a/ /f/ /a/ /c/ /a/
/a/ /t/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/ /a/ /m/ /o/ /l/ /a/ /d/ /a/
As unidades mínimas de som da língua são chamadas de fonemas.
As letras são as representações escritas dos fonemas. Pronuncie em voz
alta algumas palavras e observe a correspondência entre sons e letras.
hoje: a letra h não representa nenhum som
barro: duas letras representam um único som
táxi: uma letra representa dois sons
exame e azar: letras diferentes representam o mesmo som
caixa e exercício: a mesma letra representa sons diferentes
As letras usadas para representar os sons seguem regras ortográficas,
que garantem que as palavras sejam escritas da mesma forma por todas
as pessoas, independentemente da maneira como os sons da língua são
produzidos nas várias regiões do Brasil.
O quadrinista Diogo Salles decidiu escrever “paulixta” (com x) porque
quis representar a maneira como os cariocas pronunciam o s em certas
palavras. Contudo, esse é um uso excepcional, realizado para produzir
determinado efeito. As regras ortográficas preveem uma única forma de
representação dos sons de cada palavra.
Faça as atividades a seguir para estudar esse tema.
© LAERTE
Laerte
© DIOGO SALLES
Os fonemas são representados entre barras
inclinadas. Esse tipo de
representação é usado
para distingui-los das
letras.
O fato de que a interlocutora parece ter estranhado o título Vaca atolada.
Sugere que o personagem não sabe
o que dizer diante do equívoco ocorrido e de uma provável reação irritada por parte da interlocutora.
O fato de as duas expressões serem sonoramente muito parecidas.
Nesse caso, as palavras estariam escritas, portanto não haveria motivo para essa confusão.
Isso eu já vi – Pelo processo de
alfabetização, o aluno passou
a estabelecer relações entre
os fonemas e os grafemas e a
conhecer, progressivamente,
a ortografia do português do
Brasil. Nesta seção, revisitará
esse conhecimento a partir de
uma perspectiva analítica, com
apoio na metalinguagem, para
refletir sobre as particularidades
da língua falada. Esse conteúdo é um pré-requisito para a
revisão de elementos notacionais da língua (regularidades e
irregularidades ortográficas e
acentuação gráfica, particularmente), os quais serão abordados, especialmente, na seção.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5 Leia este trecho de notícia publicada em um site que divulga a cidade
de Manaus.
INGRID ANNE/MANAUSCULT
O Passo a Paço, projeto de ocupação cultural do Centro Histórico
de Manaus, surgiu a partir da iniciativa de dar ressignificação a essa
região da cidade atraindo população, comerciantes, organizações e
turistas por meio de um festival de artes integradas em todas as suas
formas de expressão. O surgimento de novos eventos, inclusive da
iniciativa privada, novos estabelecimentos comerciais e o aumento do
número de visitantes do Paço da Liberdade, futuro Museu da Cidade,
são frutos que refletem os primeiros resultados dessa política.
Reaberto em 2013 após adequações para visitação pública, o Paço
da Liberdade, prédio histórico de 1872, recebeu 80 mil visitantes
nos últimos quatro anos. Os picos de visitação ao local que abriga
exposições permanentes e temporárias, como o conjunto de quadros
doados à Prefeitura de Manaus pelo poeta Thiago de Melo, aconteceram durante a realização do Passo a Paço, quando o Centro Histórico
respira cultura e arte e quando as famílias manauaras efetivamente
desfrutam da história no centro da cidade.
[...]
Disponível em: <http://vivamanaus.com/passo-a-paco/>.
Acesso em: 14 maio 2018.
a) O que é o projeto “Passo a Paço”?
b) O que o leitor infere sobre a antiga situação do Centro Histórico de
Manaus ao saber que a implantação do projeto buscou “dar
ressignificação” a essa região?
Fachada do Paço da
Liberdade, prédio
histórico de Manaus.
Foto de 2016.
5a. É um projeto que promove um festival de artes e
cultura no Centro Histórico
de Manaus.
5b. O leitor infere que a região
estava abandonada, já que
os cidadãos de Manaus e os
turistas não a visitavam e havia poucos estabelecimentos
comerciais.
Informe aos alunos que a palavra paço significa “palácio”,
“habitação luxuosa”.
Antes de iniciar as atividades
5 a 8, revise ou apresente alguns
conceitos relativos à fonologia.
O objetivo não é fazer o aluno
memorizar tais conceitos, mas
observar a produção dos sons
da língua.
1. Peça aos alunos que pronunciem os fonemas /o/ e /p/
e faça uma distinção entre vogal e consoante: na pronúncia
de uma vogal, o ar que vem
dos pulmões passa livremente pela boca e pelo nariz; na
pronúncia da consoante, ele
encontra algum obstáculo.
No caso do /p/, os lábios se
fecham ligeiramente, com um
bloqueio rápido do ar, antes de
uma pequena explosão para
expulsá-lo.
2. Solicite, então, que os alunos pronunciem as palavras
massa e maçã, e mostre que,
na pronúncia dos fonemas vocálicos orais, o ar sai só pela
boca, enquanto nos nasais sai
também pelo nariz.
3. Peça, na sequência, que pronunciem as palavras saúde e
saudável, para que percebam as
diferentes pronúncias da letra
u. Na primeira, o fonema vocálico /u/ é pronunciado com a
mesma intensidade de /a/. Na
segunda, é pronunciado com
menor intensidade e mantém-se
junto do /a/, na mesma sílaba.
Neste último caso, ele é uma
semivogal.
4. Relembre os alunos de que
as sílabas da língua portuguesa
contêm uma única vogal. Essa
vogal pode vir acompanhada
por consoantes e/ou semivogais.
100
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
a) Qual é o objetivo da campanha?
b) Que aspectos da imagem direcionam a propaganda a crianças
bem novas?
c) O texto principal também parece se dirigir a elas? Por quê?
d) Os fonemas representados pelas letras destacadas nas palavras
assim,
gente e
longe apresentam sons nasais. Que regra ortográfica
justifica a escrita desse som ora com
m ora com
n
?
Quando uma vogal é nasal, ela é marcada pelo sinal gráfico chamado de
til (~), como acontece em irm
ã, ou é seguida pelas letras m ou
n, como em
grampo ou
sangue
.
Lembra?
c) Analise o nome do projeto. Qual é o sentido da palavra paço
nesse contexto?
d) O nome “Passo a Paço” remete a uma expressão muito usada
pelos falantes da língua portuguesa. Qual é essa expressão e
qual é seu sentido?
e) Essa expressão pode ser associada, com coerência, àquilo que o
projeto propõe? Justifique sua resposta.
f) Além do sentido das palavras, o que mais justifica a construção
do nome do projeto?
g) Ao dizer “Quando o Centro Histórico respira cultura e arte”, o
produtor do texto não está apenas relatando o que acontece.
O que mais ele está fazendo?
6 Esta peça publicitária faz parte de uma campanha de interesse social.
A presença de
aparente propa
-
ganda na seção se
justifica de acor
-
do com o Pare
-
cer CNE/CEB nº
15/2000, que diz
que “o uso didá
-
tico de imagens
comerciais identi
-
ficadas pode ser
pertinente desde
que faça parte de
um contexto peda
-
gógico mais am
-
plo, conducente à
apropriação críti
-
ca das múltiplas
formas de lingua
-
gens presentes
em nossa socie
-
dade, submetido
às determinações
gerais da legis
-
lação nacional e
às específicas da
educação brasi
-
leira, com compa
-
recimento módico
e variado”.
6c. Sim. Porque estão em
destaque atividades co
-
muns na rotina das crian
-
ças, como brincadeiras,
correrias e pulos.
5f. O nome é composto
de um jogo de palavras
formadas pelos mesmos
fonemas, mas que não
têm a mesma grafia, o
que contribui para torná-lo
mais chamativo.
5g. Está avaliando posi
-
tivamente o projeto, que
consegue envolver os fre
-
quentadores em ativida
-
des culturais e artísticas.
A letra
m é usada no final das palavras e quando antecede
p e
b; a letra n costuma ser empregada no
meio delas. Se achar conveniente, informe (ou lembre) aos alunos que o
n também pode vir no final de
certas palavras (como hífen e líquen).
Incentivar a prática de atividades físicas por crianças para que elas tenham
uma vida mais saudável.
A imagem do garoto, que parece ter cinco ou seis anos, e os
brinquedos desenhados na asa colocada em suas costas.
É uma referência ao Paço da Liberdade, um museu que é
uma das principais atrações do Centro Histórico de Manaus.
Passo a passo. Indica algo feito progressivamente,
aos poucos.
5e. Sim. A expressão pode
se referir ao fato de que
as ações implementadas
em Manaus vão obtendo
resultados progressiva
-
mente.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Na sua opinião, qual
é a importância da prá
-
tica de exercícios para
as pessoas? E para as
crianças especialmente?
7 Releia um trecho ampliado da propaganda. Fala aí!
a) Qual é o efeito do uso das letras em destaque nesse trecho?
b) Que elemento não verbal do trecho ajuda a reforçar a ideia de
que o projeto é divertido?
c) Conte o número de letras e de fonemas das palavras corporais,
hábito, verifique e participando. Ele é o mesmo em cada uma
delas?
8 Leia um cartum do ilustrador paranaense Will Leite. ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
a) Em que contexto a frase “Terra à vista!” é conhecida?
b) A que “terra” o navegador se refere? Como é possível essa
identificação?
c) O humor do cartum é produzido por um contraste entre duas
épocas históricas. Quais são elas?
d) Por meio desse contraste, o cartunista critica um hábito da sociedade contemporânea. Explique essa crítica.
e) A palavra wi-fi está ligada a que campo das atividades humanas?
É um termo emprestado de qual língua?
f) A relação entre letras e fonemas não é a mesma nas várias línguas.
A que sons da língua portuguesa corresponde a letra i em wi-fi
?
© WILL LEITE
Will Leite
Resposta pessoal. É interessante
que os alunos associem a prática
de exercícios à manutenção da
saúde e do bem-estar, além de
perceber que os exercícios favore
-
cem o crescimento das crianças,
contribuem para a correção de
desvios posturais e ajudam a
educar o corpo para a realização
de movimentos diversos e para a
prática esportiva futura.
7a. Elas chamam a atenção para
uma parte específica do texto e
ajudam a destacar o convite feito
ao leitor do cartaz.
7b. O tamanho, a cor e o tipo de le
-
tra usados em “Saúde na escola”.
3c. Não, isso ocorre apenas em
corporais, que tem 9 letras e 9
fonemas. Nas demais palavras,
há 6, 9 e 12 letras e 5, 8 e 11
fonemas, respectivamente.
8a. A frase é empregada por na
-
vegadores para fazer referência
à descoberta de novos espaços
geográficos.
8c. O período das grandes nave
-
gações, nos séculos XV e XVI, e
a atualidade, época marcada pela
presença da internet.
8e. A palavra wi-fi está ligada ao
campo da tecnologia digital e é
um termo da língua inglesa.
8f. A letra
i tem o som de ai
.
8b. O navegador se refere ao Brasil
na época da chegada dos portu
-
gueses, como sugere o tipo de
vegetação, a presença de indíge
-
nas e o fato de as caravelas terem
a cruz que identificava Portugal
em 1500.
8d. O cartunista critica a depen
-
dência excessiva das pessoas em
relação à internet, o que as leva
a se preocupar mais em manter a
conexão do que com outros as
-
pectos da vida.
102
Conversa com arte
102
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo, você aprendeu sobre um gênero bastante popular: a HQ. Agora,
vai bater um papo sobre o videoclipe, gênero audiovisual que mistura imagens e
sons para contar uma história ou traduzir ideias presentes em canções.
O clipe a seguir foi produzido para a canção “Segredos”, presente em dois discos do
cantor, compositor e guitarrista fluminense Roberto Frejat: Amor pra recomeçar (2001)
e Ao vivo no Rock in Rio (2012). O videoclipe dessa canção contribuiu para torná-la
conhecida pelo mundo afora. Veja abaixo uma sequência de quadros retirados do clipe.
ESTÚDIO CONSEQUÊNCIA DE ANIMAÇÃO/FOTOS FRAMES DO CLIPE “SEGREDOS” GENTILMENTE
LICENCIADOS PELA WARNER MUSIC BRASIL LTDA., UMA EMPRESA WARNER MUSIC GROUP
Cenas do videoclipe da canção “Segredos”, de Roberto Frejat. Estúdio Consequência. Brasil, 2002.
O desenvolvimento do senso
estético para a valorização das
manifestações artístico-culturais
é uma competência citada dentre as gerais, específicas de Linguagens e específicas de Língua
Portuguesa, além de ser uma
das dimensões do componente curricular Arte. Nesta e na
próxima seção, será explorada
a linguagem do videoclipe com
o objetivo de compreender a
complementariedade entre
as várias semioses e estimular
a reflexão sobre os processos
criativos. Embora não mencione
essa manifestação artística, a
habilidade EF89LP07 comunica-
-se com ela ao indicar a análise
dos “efeitos de sentido devidos
ao tratamento e à composição
dos elementos nas imagens em
movimento, à performance, à
montagem feita (ritmo, duração e sincronização entre as
linguagens –, complementaridades, interferências etc.) e ao
ritmo, melodia, instrumentos e
sampleamentos das músicas e
efeitos sonoros”.
Conversa com arte
e Expresse-se!
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 2, 7, 8, 10
Habilidades: EF67LP11,
EF69LP47
103
103
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assista ao videoclipe na internet e participe da discussão oral proposta por
seu professor com base nas questões a seguir. Você também pode ler a letra da
canção de Frejat e até mesmo cantá-la e tocá-la com seu grupo.
1 Em geral, o videoclipe é criado para promover uma canção. Esse
gênero mescla imagens e música.
a) De que trata a letra da canção “Segredos”?
b) Qual é a história contada pelas imagens do videoclipe?
c) Você acha que a narrativa inventada pelos criadores desse clipe
animado é adequada à canção “Segredos”? Justifique sua opinião.
2 Nos videoclipes, é comum um cantor, cantora ou banda aparecer tocando uma música ou cantando. Isso também ocorre em “Segredos”?
Explique.
3 Se você fosse convidado a transformar a canção de Frejat em um
videoclipe ou em um clipe animado, como ele seria?
4 Escolha três quadros da sequência retirada do clipe de “Segredos” nas
quais apareça o personagem principal. Atribua falas a ele, levando
em consideração a narrativa do clipe e a letra da canção.
Tom: G
G
Eu procuro um amor
C9
que ainda não encontrei
G D9/F# C9
Diferente de todos que amei
G C9
Nos seus olhos quero descobrir uma razão para viver
G D9/F# C9
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Em7 D
Pode ser que eu a encontre numa la de cinema
Em7 D C9
Numa esquina ou numa mesa de bar
G D9/F# C9
Procuro um amor que seja bom pra mim
G D9/F# C9
Vou procurar eu vou até o m
Em7 D
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
C9 G/B Am7
Quando começar a conhecer os meus segredos
G C9
Eu procuro um amor uma razão para viver
G D9/F# C9
E as feridas dessa vida eu quero esquecer
Em7 D
Pode ser que eu gagueje sem saber o que falar
Em7 D C9
Mas eu disfarço e não saio sem ela de lá
G D9/F# C9
Procuro um amor que seja bom pra mim
G D9/F# C9
Vou procurar eu vou até o m
Em7 D
E eu vou tratá-la bem pra que ela não tenha medo
C9 G/B Am7
Quando começar a conhecer os meus segredos
ROBERTO FREJAT. Disponível em: <https://www.cifraclub.
com.br/frejat/segredos/>. Acesso em: 15 maio 2018.
Biblioteca cultural
Conheça os primeiros contatos de Frejat com a música, ainda criança e adolescente, na aba “Biografia”, no site oficial do artista.
1a. Trata da busca do personagem por um grande amor
“que seja bom” e “diferente
de todos” que ele já teve na
vida. Esse amor deverá ser
sua “razão para viver”.
1c. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam
que, tanto na canção quanto
na narrativa, há alguém em
busca de um grande amor.
1b. Um rapaz desiludido com o
amor acha que poderá encontrá-lo na Lua. Ele traça planos
mirabolantes para chegar ao
satélite natural da Terra: transforma-se em uma bala humana
e fracassa; voa em um balão
e também é malsucedido; finalmente, constrói um foguete
que o faz atingir seu objetivo.
Quando ele chega à Lua, não
encontra o que procurava e se
sente só. Descobre, enfim, que
esse amor está, na verdade, na
Terra. Então inicia uma nova
luta para voltar ao seu planeta.
Sim. No clipe da canção “Segredos”, Frejat – transformado em animação – é
o personagem principal da narrativa e, ao mesmo tempo, cantor da canção.
4. Resposta pessoal. Oriente os alunos a criar as falas dentro de balões adequados. Por exemplo, um balão de
pensamento no 6o
quadro: “Preciso construir um veículo que me leve até meu amor”.
3. Resposta pessoal. Ouça o que os alunos propõem e faça perguntas para estimulá-los a pensar sobre a forma e o conteúdo.
104
Expresse-se!
Os videoclipes surgiram, em princípio, para atingir o público jovem televisivo. Com a chegada
da internet, muitos especialistas acreditaram que esse gênero fosse desaparecer, mas não foi
isso que ocorreu. Os videoclipes ainda são importantes produções artísticas da nossa cultura.
Usando uma ferramenta de busca na internet, localize o videoclipe “Passarinhos” (2015),
protagonizado pela cantora mato-grossense Vanessa da Mata e pelo músico paulista Emicida,
que também é o compositor da canção. O videoclipe foi dirigido por Rafael Kent.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Conte, com suas palavras, a narrativa encenada no videoclipe.
2 O comportamento dos meninos representado no videoclipe é reprovável? Justifique sua resposta.
3 No contexto do videoclipe, no entanto, essa prática não é tratada
como algo inaceitável. Há uma justificativa, na narrativa, para essa
ação. Como a livraria age sobre os meninos e de que modo faz isso?
4 O videoclipe, portanto, não tem uma moral negativa, ruim. Que ideia
está sendo defendida?
5 Os meninos do videoclipe são os passarinhos da canção. Por que foi
feita essa associação?
6 Que relação existe entre a personagem feminina e o livreiro? Que
figuras da realidade podem ser associadas a ela?
7 Quase no final do filme aparece uma pilha de livros, entre os quais
está O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder. Pesquise sobre essa
obra e responda: que relação há entre ela e a história narrada no
videoclipe?
YASUYOSHI CHIBA/AFP
Vanessa da Mata e Emicida em show no Rio de Janeiro. Foto de 2016.
Os meninos roubam os livros, o que é consiResposta pessoal.
5. Os meninos encontram
a liberdade e várias possibilidades para sua vida
ao se encantar com os
livros, livrando-se de uma
realidade triste, que poderia
aprisioná-los.
7. No romance O mundo de
Sofia, uma menina, Sofia
Amundsen, tem sua vida
transformada pela história
da Filosofia, como ocorreu com os meninos que
conheceram os livros em
“Passarinhos”.
No romance, a jovem recebe bilhetes e postais do
Líbano, enviados por um
desconhecido para outra
pessoa, e neles há perguntas sobre sua identidade e
o sentido do mundo. Esse
é o ponto de partida para
que se apresente toda a
história da filosofia ocidental.
3. A livraria aparece como
um espaço que tem a capacidade de atrair os meninos,
por isso dela saem a luz e a
fumaça misteriosa. Ao entrar
em contato com ela e com
os livros, os meninos são
conquistados.
A ideia de que todos devem ter a oportunidade de se
6. A personagem feminina
foi responsável, no passado, por apresentar o menino
aos livros, algo que ele
repassou para o jovem engraxate. Essa figura pode,
por exemplo, ser associada
aos professores, aos familiares e a outros adultos que
estimulam as crianças a ler.
derado, culturalmente, um comportamento reprovável.
encantar com a ficção e com os conhecimentos que estão disponíveis nos livros.
Questão 1 – Sugestão de resposta: Um menino que trabalha
como engraxate tem curiosidade por uma livraria e pelo
livreiro. Uma noite, atraído por
uma forte luz que sai do local,
ele a observa por uma fresta na
porta e, no dia seguinte, resolve visitá-la. O interesse pelos
livros faz com que roube um
e mostre aos amigos, os quais,
a princípio, zombam dele, mas
logo na sequência revelam interesse igual e passam também
a retirar livros. Apesar de perceber a situação, o livreiro não
reage; pelo contrário, sorri. Ele
aparece como um ser mágico,
cujo objetivo é transmitir aos
outros o interesse pela leitura,
algo que também acontecera
com ele tempos atrás. A forte
luz e a fumaça que saem da
loja bem como a figura feminina que lá está sugerem que
aquele é um espaço encantado,
que promove o bem e isso é
reforçado quando o livreiro
abandona o local deixando o
menino em seu lugar para que
seja um novo livreiro e passe
adiante o mesmo ensinamento.
Ao indicar um clipe cujo protagonista é um menino negro na posição de engraxate, nós, autores desta coleção,
não pretendemos reforçar estereótipos. Nosso objetivo, ao contrário, é mostrar como essa terrível herança
histórica pode ser transformada principalmente pela educação (metaforizada no clipe pelo poder mágico da
leitura). Além disso, reforçamos que o próprio diretor do clipe cuidou desse aspecto ao incluir, no grupo de
amigos do protagonista, também jovens brancos.
Questão 4 – É evidente que o
videoclipe não pretende estimular a prática do roubo. Essa
seria uma leitura equivocada.
Caso os adolescentes não entendam isso, retome toda a
narrativa para mostrar como
o raciocínio desenvolvido remete a uma infeliz condição
de parte das crianças e adolescentes para apontar a importância de, pelo conhecimento,
encontrarem um projeto de
vida produtivo e feliz.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
8 “Cruel” é uma canção de amor. No videoclipe, a protagonista aparece segurando uma casinha. Que outros objetos apresentados ao longo do clipe
lembram o amor da protagonista?
9 O que as diretoras do clipe fazem para mostrar que a protagonista está se
sentindo sozinha?
10 Que objetos sugerem o contato que a protagonista da história narrada no
videoclipe tem com o universo da música?
Foto do videoclipe “Cruel”,
de Nina Fernandes.
Direção das Irmãs Fridman.
Som Livre; Slap, 2017.
As pessoas costumam fazer listas dos melhores filmes do ano, das melhores frases
sobre determinado tema, das melhores canções da vida, dos melhores videogames
etc. Organizem-se em grupos de quatro alunos e elaborem suas listas de videoclipes.
Primeiro, relacionem os clipes de que os integrantes do grupo mais gostam. Depois,
definam um critério para a lista do grupo (melhores imagens, melhor relação entre a
canção e a narrativa, melhores efeitos especiais etc.) e os cinco clipes que a comporão.
Observem que os clipes escolhidos precisam ser coerentes com o critério estabelecido.
A próxima etapa é a da pesquisa. Procurem informações sobre os videoclipes
escolhidos: dados sobre o trabalho dos artistas, detalhes da produção, álbum em
que as canções se encontram, participações especiais, premiações etc. Tais informações serão usadas para a escrita de um pequeno resumo de cada videoclipe,
acompanhado por uma opinião.
Pesquisem também uma plataforma on-line de criação de playlist e façam a inserção dos clipes selecionados por seu grupo. Depois, disponibilizem o link da playlist aos
editores da turma. Eles serão os responsáveis por encaminhar as playlists ao professor,
que as publicará no blog.
Nossa playlist de videoclipes
NINA FERNANDES
Procure em fontes confiáveis da internet e assista ao videoclipe da canção "Cruel", interpretada e cantada pela artista paulista Nina Fernandes. Depois, responda às questões.
Biblioteca cultural
Procure em fontes confiáveis da internet e assista à versão de “Rock and roll lullaby” gravada
pela banda mineira Pato Fu no disco Música de brinquedo (2010). O videoclipe colaborativo
foi feito com base no projeto BabyStar, para o qual alguns pais enviaram fotos de seus bebês.
8. O cachorro, a
flor, os abajures, a
máquina fotográfica, o telefone, o
disco de vinil e o
gramofone.
9. Elas mostram
a cantora pequena diante de objetos como uma
flor imensa. Além
disso, ela é filmada de cima para
baixo e a distância
(ampliando a sensação de solidão);
toca piano sozinha
em meio a uma
grande paisagem;
e surge isolada
em um arrozal,
um milharal e uma
Um piano, um gramofone praia desertos. e um disco de vinil.
106
Leitura puxa leitura
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
MSP 50 Novos Artistas
Por que devo ler essa coletânea de HQs?
Para conhecer essa homenagem aos 50 anos de carreira de
Mauricio de Sousa, feita por novos talentos dos quadrinhos
brasileiros que produziram releituras da Turma da Mônica.
Níquel Náusea –
<http://www2.uol.com.br/niquel/personagens.shtml>
Por que devo acessar esse site?
Para conhecer Níquel, Gatinha, Rator Ruter, Sábio de Buraco
e outros personagens muito populares criados por Fernando
Gonsales.
Turma da Mônica – HQ
Por que devo ler as histórias em quadrinhos dessa turma?
Para se divertir com Mônica, Cebolinha, Magali, Cascão, Chico
Bento e tantos outros personagens de uma série criada em
1959 pelo desenhista Mauricio de Sousa. A série Turma da
Mônica circula em 40 países.
Site da Turma da Mônica –
<http://turmadamonica.uol.
com.br/>
Por que devo acessar esse site?
Para assistir a vídeos, jogar, fazer
downloads, brincar e conhecer outros personagens da série de HQs
mais popular do Brasil, a Turma
da Mônica.
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK
106
Leitura puxa leitura e
Biblioteca cultural em
expansão
CG: 2, 3, 5, 7
CEL: 6
CELP: 1, 8, 9
Habilidades: EF67LP01,
EF67LP20, EF67LP28
107
Biblioteca cultural
em expansão
107LONELY/SHUTTERSOCK /ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO
ILUMINURAS ESTÚDIO
DE ANIMAÇÃO
No capítulo dedicado ao estudo das histórias em quadrinhos,
entramos em contato com Thor, deus da mitologia nórdica. Se você
gosta desse universo, conheça exemplares que ampliarão sua biblioteca cultural.
As 100 melhores histórias da mitologia, de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo
Leia esse livro digital e mergulhe nas deliciosas aventuras dos heróis da mitologia
greco-romana. Descubra as explicações dos antigos para o surgimento do Universo, do homem e do fogo. Envolva-se com as histórias de Hércules, Jasão, Aquiles,
Ulisses, entre tantos heróis que estão no imaginário do homem ocidental.
As melhores histórias da mitologia africana,
de A. S. Franchini e Carmen Seganfredo
Nesse livro, você conhecerá Ogum, deus da guerra;
Oxóssi, deus da caça; Iemanjá, deusa dos mares;
Xangô, deus do fogo e dos metais; entre outras figuras que habitam a rica cultura mitológica africana.
REPRODUÇÃO
Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras,
de Clarice Lispector
Nesse livro, uma das escritoras mais importantes
de nossa literatura reúne histórias do folclore nacional, uma para cada mês do ano. Lendas indígenas
e personagens folclóricos como Pedro Malazarte,
Saci-pererê e Negrinho do Pastoreio habitam as
lendas recontadas por Clarice.
ILUMINURAS ESTÚDIO
DE ANIMAÇÃO
Icamiabas na Amazônia de Pedra,
de Otoniel Oliveira
A animação se passa em uma fantástica Cidade Amazônia, onde os
antigos deuses se aposentaram e
agora os conflitos passaram a ser
resolvidos por suas estagiárias, as
Icamiabas, quatro meninas guerreiras, uma espécie de versão tupi da
lenda grega das amazonas.
Verifique se a biblioteca dispõe
de uma das obras indicadas ou
outras relativas a mitologias.
Em caso afirmativo, leve a(s)
obra(s) para a classe de modo
que os alunos possam folhear
os volumes e, eventualmente,
escolhê-los para leitura.
108
108
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CAPÍTULO
4
É provável que você já tenha acompanhado, em telejornais, vídeos com
pessoas relatando experiências provocadas por fenômenos naturais. Eles
costumam complementar reportagens ou notícias.
Leia a transcrição de um relato divulgado no portal de notícias G1. Nele
fala o professor Rogério Quintanilha, que, na ocasião, estava com a família
em Santiago, no Chile. Aproveite seus conhecimentos sobre a língua falada
para reconhecer as marcas de oralidade no texto.
Leitura 1
Na imagem,
o professor
Rogério
Quintanilha. REPRODUÇÃO/G1/TV FRONTEIRA
Oi. Meu nome é Rogério. Eu estou com a minha esposa e o meu
filho pequeno aqui em Santiago. Ontem nós estávamos numa farmácia
e f... dentro de um shoppingcenter durante o tremor ontem à noite eee...
nós sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com medo que
alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas... daí eu peguei o meu
filho e minha esposa e nós saímos pela saída de emergência... era um
shopping. Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece que
eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam tranquilos.
Durante a noite a gente voltou pro hotel e sentiu algumas vezes,
duas ou três vezes, novamente ressonâncias do primeiro... é... tremor,
mas... agora já está tudo bem e a cidade parece estar funcionando
normalmente. Obrigado.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/
fiquei-com-medo-diz-prudentino-que-testemunhou-terremoto-no-chile.html>.
Acesso em: 5 jun. 2018.
RELATO DE EXPERIÊNCIA:
contar o que houve comigo
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. É possível que,
quando forem consultados,
aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado
de endereço.
Se possível, inicie a atividade apresentando apenas o vídeo aos
alunos, sem que vejam a transcrição. Em seguida, permita que ouçam o relato ao mesmo tempo que leem a transcrição para que
as marcas de oralidade se evidenciem.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 3
Habilidades: EF06LP01,
EF67LP03, EF67LP05,
EF67LP06, EF67LP20,
EF69LP03, EF69LP12,
EF69LP17, EF69LP19,
EF69LP21, EF69LP30,
EF69LP42, EF69LP55,
EF07LP02, EF07LP08,
EF07LP09, EF07LP14,
EF08LP16, EF89LP31
Capítulo 4
Pré-requisitos
• EF35LP10
• EF05LP27
• EF06LP05
• EF67LP14
Materiais digitais
Sequência didática 4:
Fonema
CG: 3
CEL: 1, 2, 5
CELP: 1, 3
Habilidades: EF67LP31,
EF67LP32, EF69LP44,
EF69LP55, EF69LP56
Sequência didática 5:
O hip-hop é cultura
CG: 3, 4
CEL: 1, 3, 5
CELP: 9
Habilidades: EF69LP46
Sequência didática 6:
O substantivo
CG: 1
CEL: 3
CELP: 2
Habilidades: EF06LP04,
EF06LP06
CG: 1, 2; CEL: 1; CELP: 1, 2
Habilidades: EF67LP22,
EF69LP34
Leitura 1 – Antes de iniciar o estudo do capítulo, peça aos alunos que façam a pesquisa do boxe “Investigue
em Geografia” da página 109 como tarefa de casa. No retorno, reúna-os em grupos e peça-lhes que produzam
um cartaz para responder à primeira ou à segunda pergunta. Eles devem escolher e efetivar uma estratégia
que lhes permita uma comunicação clara e ágil. Afixe os cartazes na lousa ou na parede formando dois blocos.
Analise com os alunos as estratégias de exposição e identifique com eles aquelas que parecem mais eficientes.
O objetivo é ampliar o repertório de soluções de apresentação da turma e estimular a intencionalidade.
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Videoaula:
Como fazer um resumo
109
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
109
1 Rogério Quintanilha relatou um terremoto ocorrido
no Chile.
a) O evento narrado é real ou fictício?
b) Segundo o relato, como o terremoto pôde ser
percebido?
c) O evento parece ter sido impactante para Rogério?
Por quê?
2 Localize as palavras que informam quando ocorreu
o terremoto.
a) O evento aconteceu em um passado distante
ou próximo em relação ao relato de Rogério? Justifique
sua resposta.
b) No momento do relato, o acontecimento ainda preocupa
o falante? Explique sua resposta.
c) O falante diz que “a cidade parece estar funcionando
normalmente”. Por que ele usa a palavra parece?
3 Releia este trecho:
“Os chilenos todos fizeram isso, foram para a rua, parece
que eles estão mais acostumados com esses fatos e estavam
tranquilos”.
a) Que palavra mostra que o evento não foi único, isto é, que já havia
acontecido algo parecido antes?
b) Que palavra descreve a reação dos chilenos?
c) Redija uma frase para comparar a reação do produtor do relato com
a dos chilenos. Inclua nela as duas palavras que você respondeu nos
itens a e b.
4 O relato lido é uma transcrição, isto é, um texto que reproduz a fala
conforme ela aconteceu. Releia um trecho do texto.
“Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um
shopping center durante o tremor ontem à noite eee... nós
sentimos o chão tremer, as prateleiras eee... fiquei com
medo que alguma coisa pudesse cair, não aconteceu, mas...
daí eu peguei o meu filho e minha esposa e nós saímos pela
saída de emergência... era um shopping.”
a) O falante repetiu a informação de que estava em um shopping
center. Levante uma hipótese: o que o fez repetir isso?
b) Observe que, em dois momentos, o falante alonga a vogal e antes
de continuar a fala. O que esse alongamento mostra?
Desvendando o texto
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
GEOGRAFIA
Investigue em
O Chile é um país da
América do Sul constantemente atingido
por terremotos. Você
sabe por que isso acontece? Quais medidas
são tomadas pelas autoridades chilenas para
minimizar as mortes
e os danos materiais?
Faça uma pesquisa, em
fontes confiáveis da internet ou livros de geografia, para reunir dados
sobre o tema.
Real.
Aconteceu em um passado próximo, como indicam
a palavra ontem e a expressão ontem à noite.
O falante percebeu que o chão estava tremendo.
Não. Ele afirma, no final do relato, que
naquele momento já estava tudo bem.
Acostumados.
Tranquilos.
O alongamento mostra que o falante está buscando a melhor
maneira de continuar sua fala.
4a. Resposta pessoal. É possível imaginar que o falante
tenha esquecido o fato de já ter
mencionado a informação ou
que a tenha repetido porque citou uma “saída de emergência”,
algo que só costuma existir em
locais públicos, o que o levou
a reafirmar que estava em um
shopping.
O falante sugere que não tem certeza de que tudo já esteja normalizado; está
relatando uma impressão que ele tem a esse respeito.
3c. Sugestões de resposta:
1. Rogério Quintanilha teve
medo dos tremores, enquanto
os chilenos permaneceram
tranquilos porque já estão
acostumados com o fenômeno. 2. Os chilenos estão
acostumados com tremores,
portanto ficaram tranquilos,
mas Rogério Quintanilha sentiu medo.
1c. Sim. Rogério afirma ter
sentido medo e relata que
precisou deixar o shopping
às pressas. Ele também contrasta sua reação com a dos
chilenos, que ficaram mais
tranquilos.
Questão 3c – Sugerimos que
duas ou três respostas sejam
anotadas na lousa de modo que
se possam destacar conectores
de causa ou de conse quência
para relacionar os termos
tranquilos e acostumados e
conectores de comparação ou
de oposição para contrastar a
reação do falante com a dos
chilenos.
110
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1105 Compare um trecho do relato oral com o trecho de uma notícia escrita na
qual esse relato foi incluído.
Trecho do relato oral
“Eu estou com a minha esposa e o meu filho pequeno aqui em Santiago.
Ontem nós estávamos numa farmácia e f... dentro de um shopping center du
-
rante o tremor ontem à noite eee... nós sentimos o chão tremer, as prateleiras
eee... [...] saímos pela saída de emergência... era um shopping. Os chilenos todos
fizeram isso, foram para a rua, parece que eles estão mais acostumados [...].”
Trecho da notícia
[...]
Segundo o prudentino, no momento do tremor, ele estava dentro de uma
farmácia, em um shopping center de Santiago. “Nós, eu, minha esposa e meu
filho pequeno, sentimos o chão tremer e vimos as prateleiras balançarem.
[...] Todos os clientes do local foram para a rua, pois os chilenos parecem
ser mais acostumados a esse tipo de situação [...]”, afirmou ao G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2015/09/
fiquei-com-medo-diz-prudentino-que-testemunhou-terremoto-no-chile.html>.
Acesso em: 5 jun. 2018.
a) A notícia apresenta duas vozes: a de quem a escreveu e a de Rogério, que fez
o relato. Que sinal de pontuação foi usado para separar a voz de Rogério?
b) Qual é o sentido da palavra segundo nesse contexto? Qual é sua finalidade?
c) Que adaptações da linguagem foram feitas pelo produtor da notícia na
fala de Rogério?
d) Em sua opinião, é mais interessante assistir a um relato de experiência em
vídeo ou lê-lo? Por quê?
Prudentino
: pessoa
nascida em Presidente
Prudente (SP).
IVAN ALVARADO/REUTERS/FOTOARENA
Carro destruído
entre escombros
após terremoto de
magnitude 8,3 que
atingiu a cidade de
Coquimbo, a 445 km
de Santiago, no Chile,
em 17 set. 2015. O
epicentro do tremor
foi a cerca de 55 km
a oeste de Illapel,
capital da província de
Choapa, localizada na
região de Coquimbo.
6 No mesmo dia em que o vídeo do relato foi divulgado, o portal UOL publicou
a notícia acompanhada por uma galeria de fotografias. Veja uma delas.
5a. As aspas.
5d. Resposta pessoal.
Entre outros fatores, os
alunos podem apontar
a maior impressão de
veracidade do relato
oral, uma vez que o
público vê e ouve o
falante, conhecendo
a maneira como real
-
mente formulou suas
falas, ou indicar como
vantagem a tendên
-
cia à síntese do texto
escrito.
5b. Essa palavra tem o
sentido de “de acordo
com”, e sua finalidade
é introduzir a fala do
entrevistado.
5c. O produtor da notí
-
cia incluiu informações
que faltavam (viu prate
-
leiras balançarem), tornou a linguagem mais
precisa (os chilenos
todos
× todos os clien
-
tes do local), eliminou
marcas de oralidade,
como pausas, entre
outras.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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a) Explique por que o relato do professor e a fotografia provocam duas
impressões diferentes sobre o terremoto no Chile.
b) Comparando os dados oferecidos no relato de Rogério e na legenda
da foto, explique por que o terremoto produziu consequências tão
diferentes em Santiago e em Coquimbo.
c) Por que esse tipo de fotografia é também um trabalho jornalístico,
como uma notícia?
d) Que aspectos do fato estão destacados na fotografia? Explique
sua resposta.
e) A foto a seguir faz parte da mesma galeria da qual foi extraída a imagem dos escombros. Em sua opinião, o que ela pretende destacar?
MARTIN BERNETTI/AFP
O chileno Jorge Castro resgata cachorro perdido durante o tsunami
que sucedeu o terremoto. Coquimbo, Chile, 18 set. 2015.
Tendo em vista o relato de Rogério Quintanilha, divulgado em um portal
de notícias, responda às questões.
1 O falante apresenta o fato como um participante ou como um observador? Justifique sua resposta com palavras do texto.
2 Em sua opinião, por que o portal se interessou em apresentar esse relato?
3 Você ficou interessado nesse relato? Por quê?
Como funciona um relato de experiência?
No gênero textual relato de experiência, ou depoimento, o falante conta
uma experiência real e marcante. O texto, que pode ser falado ou escrito,
apresenta um ponto de vista pessoal.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
6a. O relato do professor é
tranquilizador e fala de uma
cidade que está retornando
à vida normal, enquanto a
fotografia mostra uma área to- talmente destruída, revelando
uma situação muito séria.
Porque cumpre a função de informar
sobre um fato de interesse social.
6d. Resposta pessoal. Espera-
-se que os alunos reconheçam
que a foto destaca a força do
terremoto, como sugerem os
escombros vistos na cena e,
mais especialmente, o carro
lançado sobre eles. Também
permite ao leitor inferir que a
população enfrentará dificuldades severas.
6e. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos notem
a intenção de ressaltar o
aspecto humano da tragédia,
mostrando a alegria do homem que conseguiu resgatar
o animal.
6b. Coquimbo foi mais atingida pelo terremoto por estar
perto do epicentro, enquanto
a capital, Santiago, mais
distante, sofreu um abalo
mais leve.
1. Como um participante, pois
emprega pronomes de 1a
pessoa: eu, minha esposa, meu
filho, nós.
2. Resposta pessoal. Porque
fatos como terremotos e outros
acidentes naturais provocam
a curiosidade do público, que
deseja saber como as pessoas
lidaram com o evento.
3. Resposta pessoal. É possível que alguns alunos apontem
o interesse por conhecer uma
experiência real envolvendo
um terremoto, enquanto outros
digam que esperavam um relato mais emocionante.
Questão 6d – Aproveite a atividade para comentar com os
alunos que, ao definir o enquadramento e a distância
que ficará do objeto retratado, entre outros aspectos, o
repórter fotográfico apresenta
um ponto de vista pessoal sobre o fato, que vai destacar
aquilo que mais lhe interessa.
Não há neutralidade absoluta
nas atividades que dependem
de escolhas.
Questão 6e – Veja se os alunos incorporaram a discussão
sobre neutralidade que você
promoveu no item anterior.
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Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa. Quem me levou no Espaço Criança
Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre
morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo. Ele me levou
lá. Ele falou “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. Aí eu catei, cheguei
no espaço, que pr... eu não conhecia, só passava por lá, mas não sabia o que
tinha. Eu não era ali da região, né? Eu era um... eu era da Freguesia, o Espaço
Criança Esperança já fica na Brasilândia. Não ia muito prali. Ééé... aííí... eu...
comecei a conhecer o pessoal. Conheci o Douglas, que era o cara que operava
o estúdio, conheci o Bonga, que era ooo... grafiteiro... queee... meio que era o
coordenador do espaço, que foiii... meu... meu maior professor no hip-hop,
um cara que me ensinou muita coisa, que me ensinou o que era hip-hop. Foi
o cara que pegou, chegou em mim, estava tendo um show e ele falou “Pega
um microfone e rima”, porque eu não queria fazer isso, eu tava com vergonha.
Foi a primeira vez que eu peguei no microfone e rimei, foi ele que deu espaço,
ele que mandou fazer isso aí e eu fiz. Tinha eventos, tinha umas oficinas de
rádio, tinha oficina de produção, tinha oficina de DJ... Eu cheguei até a dar
umas oficinas no espaço. De MC. E foi... sabe... muito... foi muito gratificante
pra mim, porque eu p... saí dali e ali mesmo eu tava podendo... sabe?... mostrar
“Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra
você começar a fazer tal coisa...” Conseguia passar o conhecimento.
Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/o-hiphop-da-voz-aos-oprimidos-100044/colecao/93479>. Acesso em: 30 maio 2018.
Leitura 2
O relato transcrito a seguir foi produzido pelo músico paulista Pedro
Antônio Alves para o Museu da Pessoa. Nele é contada sua experiência em
um projeto social, inicialmente como aprendiz e depois como orientador.
Leia o texto e responda às questões. Leia prestando atenção nas marcas
de oralidade mostradas na transcrição.
Você já conheceu outro relato disponível nesse mesmo museu virtual:
aquele em que o médico
Jaime Murahovschi contou como soube que a
Segunda Guerra Mundial
tinha acabado.
Lembra?
Espaço Criança Esperança:
parceria entre Instituto Sou
da Paz, Prefeitura de São
Paulo, Rede Globo e Unesco
que promove atividades culturais e esportivas voltadas
à cidadania.
LASSMAR
O rap e o hip-hop
O hip-hop é uma cultura
nascida nas periferias urbanas de
algumas cidades da América Latina e dos Estados Unidos. Inclui
o rap, o grafite e a breakdance,
entre outros elementos.
VICENTE MENDONÇA
O rap é uma fala musicada,
com rimas e poesia, muitas vezes improvisada. Costuma ser
interpretado com uma batida
musical ao fundo.
LASSMAR
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Refletindo sobre o texto
1 Nesse relato de experiência, o jovem músico conta sua participação
no projeto Espaço Criança Esperança.
a) O contato de Pedro com a arte se iniciou nesse projeto? Por quê?
b) Quem o apresentou ao projeto?
c) O que essa pessoa deixou implícito em sua fala quando disse “Então,
tem um estúdio aqui, tem um pessoal”.
d) Segundo o relato, qual pessoa mais contribuiu para o desenvolvimento profissional de Pedro? Por quê?
2 Os relatos de experiência trazem o depoimento de quem viveu uma
situação incomum, como testemunhar um acidente, ou apresentam
uma história pessoal que pode servir como um exemplo para outras
pessoas. Qual é a finalidade do relato de Pedro? Explique.
3 Os textos desse gênero contam uma vivência marcante, de um ponto
de vista pessoal.
a) Que pessoa gramatical predomina no relato: a primeira ou a
terceira?
b) A predominância dessa pessoa sugere que o falante participa das
ações relatadas ou as observa?
c) Os fatos relatados referem-se ao presente, passado ou futuro?
Explique.
4 O relato de Pedro é divulgado no site do Museu da Pessoa, que
permite aos falantes usarem a linguagem com a qual têm mais
intimidade.
a) A linguagem de Pedro é formal ou informal? Dê exemplos de palavras ou expressões que comprovem sua resposta.
b) Relacione a linguagem utilizada por Pedro às características dele.
c) Em sua opinião, a linguagem empregada por Pedro seria adequada
se ele fosse apresentar as atividades desenvolvidas no Espaço
Criança Esperança para possíveis patrocinadores? Explique sua
resposta.
5 A transcrição do texto procurou reproduzir a maneira como Pedro
realmente falou.
a) Releia o início do relato.
“Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei
no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa.”
Observe o alongamento das vogais no trecho. Para que serve esse
recurso comum em textos orais?
Não, pois ele já conhecia o rap.
A primeira pessoa.
Participa.
Ao passado, porque são experiências já vividas.
1c. A pessoa sugeriu a Pedro
que considerasse a possibilidade de se envolver nas
atividades musicais desenvolvidas pelo projeto.
4a. É informal. Pedro usa
termos como catei (com
sentido de “tomei a iniciativa”) ou cara e expressões
como chegou em mim (com
sentido de “se aproximou”)
ou meio que era (com sentido de “atuava como”).
4b. Pedro é um músico, que
divulga uma cultura popular
jovem, o que explica sua
opção por uma linguagem
informal.
1b. Pedro foi apresentado ao
projeto por Diego, um amigo
de infância, que sabia da
existência de um estúdio no
Espaço Criança Esperança.
1d. O grafiteiro Bonga foi
seu maior incentivador. Ele
atuava como coordenador
do espaço, ensinou a Pedro
o que era o hip-hop e o estimulou a fazer sua primeira
apresentação pública.
2. A finalidade do relato é
mostrar uma situação exemplar, já que apresenta um
jovem que encontrou, em
um projeto social, estímulo
para sua expressão artística
e para compartilhar conhecimentos com outras pessoas.
Resposta pessoal.
Para que o falante tenha tempo para preparar a
continuação da fala.
Questão 4c – Ajude os alunos
a perceber que, apesar de a
linguagem estar relacionada
com a idade e a cultura defendida por Pedro, em certas situações comunicativas
espera-se que o falante use
uma linguagem mais formal.
É o caso de uma apresentação
para possíveis patrocinadores,
já que o assunto não é pessoal
e não há intimidade entre os
interlocutores.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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O vídeo do relato de
Pedro Antônio Alves
está disponível no site
do Museu da Pessoa,
que coleta vários relatos de experiência para
compor um painel do
povo brasileiro. Em sua
opinião, esse projeto é
interessante? Por quê?
Fala aí!
LASSMAR
No gênero textual relato de experiência, o produtor conta um evento
incomum, como testemunhar um terremoto, ou exemplar, como ser
voluntário em uma campanha social. O texto apresenta fatos, causas e
consequências, decisões e sentimentos, sempre de um ponto de vista
pessoal. Dependendo do veículo de circulação (um telejornal, um jornal
on-line, um blog etc.) e dos interlocutores, o texto poderá ser mais formal
ou menos formal.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Se esse relato fosse meu...
Suponha que você estivesse no lugar de Pedro e fosse explicar o que significa
MC e o que ele faz. Como explicaria?
b) Releia outro trecho.
“Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um
amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente
sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma
escola um tempo.”
O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que
isso aconteceu?
c) As marcas de oralidade que você observou nos itens a e b revelam
que Pedro estava falando de modo displicente, descuidado? Explique sua resposta.
6 Pedro não chega a explicar o que um MC faz. Releia este trecho.
“Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função
dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...”
a) Copie as palavras ou expressões usadas para evitar a descrição das
funções de um MC.
b) Por que Pedro optou por não descrever as funções?
O MC, ou mestre de cerimônias, é um artista que atua na
esfera da cultura hip-hop ou
da cultura do funk. Ele anima
as festas interagindo com
o público, cantando letras
de sua autoria ou fazendo
improvisações.
Tal coisa; isso.
6b. Essa descrição não era
necessária para o sentido
que Pedro queria construir.
Ele desejava mostrar a maneira como atua no projeto, e
não transmitir as informações
que apresenta nas oficinas.
O falante sentiu necessidade de explicar melhor qual era sua
O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que
relação com Diego antes de contar o que ele propôs.
5c. Não. Os textos orais têm
características diferentes
daquelas dos textos escritos,
porque há um tempo mínimo
de planejamento. Os alongamentos e as interrupções
revelam o processo de cons- trução da fala, e não uma
atitude displicente.
Resposta pessoal.
Questão 5c – Aproveite essa
atividade para retomar o conteúdo estudado no Capítulo 3,
que trata das diferenças entre a
língua escrita e a língua falada.
Se esse relato fosse meu... –
Dependendo de sua turma, é
possível que os alunos tenham
muitas informações sobre a
atuação de um MC. Permita
que falem dessa função e, se
possível, relacione-a com o
relato de Pedro Antônio Alves.
Fala aí! – Leve os alunos a perceber que esses relatos ajudam
a formar um grande panorama
do Brasil e de seus moradores e
contribuem para a construção
da memória coletiva.
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Relações de causa e consequência
1 Leia um relato escrito pelo menino paulistano Jibran Coruminas
Hsieh, colunista do caderno Folhinha, do jornal Folha de S.Paulo.
Um vascaíno em São Paulo
Meu pai nasceu em Brasília e torce para o Vasco. Eu nasci aqui
em São Paulo, mas desde pequeno também sou vascaíno.
Quando tinha 5 anos, fui internado no hospital. Tinha que colocar um cateter na veia para tomar remédio, mas não queria deixar,
porque estava com aflição daquela agulha.
Então, meu pai prometeu que eu poderia conhecer os jogadores
do Vasco se deixasse o médico colocar o tubo no meu braço.
Quando saí do hospital, fui com ele, minha mãe e meus irmãos
para Atibaia para ver um treino do time. Foi muito legal! Eu tirei
fotos e joguei bola com todos os jogadores. E um repórter que estava
lá também me entrevistou para a TV.
[...]
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/
colunas/ideias/2015/09/1683389-um-vascainoem-sao-paulo.shtml?loggedpaywall>.
Acesso em: 30 maio 2018.
Se eu quiser aprender mais
LASSMAR
a) O que convenceu o produtor desse relato a aceitar o tratamento
médico?
b) Veja a reelaboração de um trecho do texto.
(1) O menino não queria a colocação de um cateter em sua veia, /
(2) porque tinha aflição de agulha.
I. A frase apresenta uma relação de causa e consequência. O trecho
que indica causa é o primeiro ou o segundo?
II. Que palavra foi usada para estabelecer essa relação?
c) Escreva um período juntando as informações a seguir, na ordem
em que foram apresentadas. Entre elas, use uma ou mais palavras
que estabeleçam uma relação de consequência.
O menino tinha aflição de agulha.
O menino não queria um cateter em sua veia.
Na língua, existem palavras responsáveis por relacionar ideias, estabelecendo uma relação lógica entre elas. São os conectores. Ao usá-
-los, organizamos melhor o texto e ajudamos nossos interlocutores a
compreen der nosso pensamento.
Costuma-se usar a vírgula antes dos conectores de causa e de consequência.
1a. A promessa feita pelo pai,
também vascaíno, de que o
menino poderia conhecer os
jogadores do Vasco caso permitisse que um cateter fosse
colocado em sua veia para um
tratamento médico.
O segundo.
Porque.
1c. Sugestão: O menino tinha
aflição de agulha, por isso não
queria um cateter em sua veia.
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 5
CEL: 1, 2
CELP: 1, 3
Habilidades: EF67LP37,
EF08LP12, EF08LP13,
EF09LP08, EF09LP11
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Há também conectores de condição, de oposição, de adição, entre outros que
você estudará depois.
Conheça, agora, mais alguns conectores de causa e de consequência que você
pode empregar em seus textos escritos e orais.
• Conectores de causa: porque, pois, como (no início das frases), visto que,
já que, uma vez que.
• Conectores de consequência: portanto, por isso, então, logo, assim, desse modo,
dessa forma, consequentemente.
2 Reúna as informações em uma única frase, estabelecendo entre elas uma
relação de causa. Siga o modelo.
Não comprou o vestido. O preço estava muito alto.
Não comprou o vestido, já que o preço estava muito alto.
a) Eu sairei mais cedo hoje. Preciso comprar um presente para meu amigo secreto.
b) Há um caminhão quebrado na pista. Os carros não conseguem passar.
c) Será preciso limpar a sala novamente. Uma criança derrubou a caneca de leite.
3 Reescreva as mesmas frases, agora estabelecendo relações de consequência.
Veja o modelo.
Não comprou o vestido. O preço estava muito alto.
O preço estava muito alto, logo não comprou o vestido.
Nesta seção, estamos estudando conectores de causa e de consequência.
Veja como funcionam.
Ela foi aprovada, pois estudou bastante.
Estou muito gripada, então não irei à aula hoje.
Pois introduz uma oração
que indica a causa do que
foi declarado antes.
Então introduz uma oração que é uma consequência, um resultado do que foi
dito anteriormente.
ILUSTRAÇÕES: LASSMAR
As respostas são sugestões.
2a. Eu sairei mais
cedo hoje, porque
preciso comprar um
presente para meu
amigo secreto.
2b. Como há um caminhão quebrado
na pista, os carros
não conseguem
passar. Será preciso limpar a sala novamente, visto que uma criança derrubou a caneca de leite.
As respostas são sugestões. a) Preciso comprar um presente para meu amigo secreto, portanto
sairei mais cedo hoje. b) Há um caminhão quebrado na pista; por consequência, os carros não
conseguem passar. c) Uma criança derrubou
a caneca de leite, então será preciso limpar
a sala novamente.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Você conheceu três relatos de experiência neste volume: o do médico que
falou sobre o fim da Segunda Guerra Mundial, no Capítulo 1, o do professor
que presenciou um terremoto no Chile e o do músico que participou do
projeto Espaço Criança Esperança, os dois últimos neste capítulo.
Agora é sua vez de compor um relato de experiência. Procure se
lembrar de um evento que tenha sido marcante para sua comunidade: a
inauguração de um espaço cultural, a presença de um artista na cidade,
a gravação de cenas de um filme em espaço público, um desastre natural
que tenha atingido a região etc. Você vai contar sua experiência pessoal
em relação a esse evento. Filme-o, usando um smartphone.
Seu relato deve durar entre 1min20s e 2min e será apresentado para seus
colegas durante uma aula.
Momento de produzir
Planejando meu relato de experiência
Para compor seu relato de experiência, considere as informações e orientações apresentadas no esquema a seguir.
Meu relato de experiência NA PRÁTICA
Da teoria para a... ... prática
Os relatos de experiência tratam de
eventos marcantes.
Procure deixar claro onde e quando aconteceu
o evento. Seus ouvintes devem reconhecer a situação a que você está se referindo.
Dependendo da situação de exposição,
esse gênero textual se vale de uma linguagem mais informal ou mais formal.
Você vai expor o relato para seus colegas de turma. Procure usar construções parecidas com as
de uma conversa, sem esquecer que está em uma
situação escolar. Não exagere no uso de gírias.
Como você vai planejar a apresentação, o texto
não será espontâneo e, portanto, deverá ter menos marcas de oralidade.
Essa produção é oral, mas planejada.
Preste muita atenção à clareza necessária, que é
conseguida com uma boa organização das ideias
e um bom uso da voz e do corpo na apresentação.
O relato é uma fala pública.
Coloque-se na posição de protagonista, evidenciando como você vivenciou o evento. Empregue
a primeira pessoa e palavras que mostrem sua
visão particular dos acontecimentos.
Os relatos de experiência apresentam
um ponto de vista pessoal.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Caso não seja possível fazer
a filmagem, peça aos alunos
que ensaiem e apresentem
o relato ao vivo. Nesse caso,
a apresentação será feita
para um grupo de quatro
pessoas, que a avaliará logo
na sequência.
A intenção da atividade é
oferecer aos alunos a possibilidade de rever suas produções e pensar em formas de
tornar a comunicação ainda
mais eficaz. Após a refilmagem
proposta nesta seção, escolha
dois ou três relatos e exiba-os
aos alunos. Analise com eles
essas produções, observando
os elementos relacionados à
fala (modulação de voz, ritmo,
altura etc.), a postura corporal e a gestualidade. Leve-os
a perceber a progressão do
texto, a clareza e a variedade
linguística empregada.
Após a avaliação, os relatos
podem ser guardados para
apresentação aos pais em uma
reunião de série. Como são curtos, é possível apresentar dois
ou três deles em uma situação
coletiva e reproduzir os demais
nos momentos que antecedem
e sucedem a reunião.
A EF69LP06 menciona a possibilidade de o aluno vivenciar
de forma significativa alguns
papéis típicos do campo jornalístico/midiático. A produção de
um relato de experiência, aos
moldes daqueles inseridos em
um telejornal ou em um museu
virtual, permite ao aluno vislumbrar sua participação nesse
campo e instrumentaliza-o para
tal. Coloca-se como sugestão
para a participação do aluno em
práticas sociais diversas, inclusive práticas cidadãs, estimulando
a produção responsável e ética
de conteúdo digital com fins
informativos ou opinativos.
Meu relato de experiência
na prática
CG: 1, 3, 4, 5, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 7
Habilidades: EF69LP06,
EF69LP07, EF69LP10,
EF69LP12, EF69LP19,
EF69LP40, EF08LP14
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Elaborando meu relato de experiência
1. Inicie o relato cumprimentando o público e introduzindo o assunto. Você
pode começar explicando por que escolheu contar essa experiência.
2. Apresente as informações em uma ordem adequada. Cuide para que
exista uma boa progressão, evitando repetição ou inserção de dados fora
da ordem mais lógica.
3. Finalize o relato contando como o evento marcou a história da comunidade.
4. Lembre-se: é importante que sua fala possa ser entendida. Não fale rápido nem baixo demais e pronuncie bem as palavras. Use uma entonação
adequada ao conteúdo e gesticule de modo natural.
Momento de reescrever
Avaliando meu relato de experiência
Forme grupo com mais três ou quatro colegas. Vocês devem assistir à
filmagem de um relato e comentá-la logo na sequência, usando os critérios
anotados no quadro a seguir. Indiquem os pontos de que mais gostaram
e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios.
A O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente?
B O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado?
C O final do relato apresenta uma conclusão?
D O relato revela uma visão pessoal da experiência?
E O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma
situação de apresentação escolar?
F A fala não é repetitiva nem confusa?
G O falante está seguro?
H O ritmo, a entonação e a altura da voz estão adequados?
I Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente
com o que se apresenta?
Reelaborando meu relato de experiência
1. Aproveite os comentários feitos por seus colegas e utilize-os para repensar
sua apresentação.
2. Lembre-se também de usar os conectores de causa e de consequência,
que ajudam a organizar as ideias.
3. Se tiver gostado de alguma estratégia usada por um colega, procure
incorporá-la a seu texto.
4. Filme novamente seu relato de experiência.
Ensaie sua apresentação. Você não deve
escrever um texto e memorizá-lo, porque ele
não soará natural, mas
pode organizar previamente as ideias e formular algumas frases que
considere interessantes.
Dica de professor
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
e sugiram formas de aprimorar os aspectos que não estejam satisfatórios.
O relato tem uma introdução, isto é, ele não se inicia de repente?
O ouvinte consegue compreender facilmente o que é relatado?
O texto apresenta linguagem informal, mas adequada a uma
Os movimentos são adequados e a expressão facial é coerente
LASSMAR
Avaliando meu relato de experiência – Se possível, peça aos
alunos que usem os próprios
smartphones para apresentar
suas filmagens. Caso contrário,
exiba todas elas usando um
aparelho disponível na escola. Indique, previamente, os
alunos que deverão fazer a
avaliação de cada produção.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
119
O primeiro texto que você leu relata a maneira como um brasileiro
vivenciou um terremoto no Chile. Leia agora um poema do escritor
mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que também fala
de um tremor de terra.
Classe mista
“Meninas, meninas,
do lado de lá.
Meninos, meninos,
do lado de cá.”
Por que sempre dois lados,
corredor no meio,
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
p. 581. Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.
1 Que aspecto da educação retratado no poema é diferente nos dias
de hoje?
2 Que palavra do texto revela que o eu lírico se inclui no grupo de
estudantes?
3 Os quatro primeiros versos apresentam duas frases entre aspas.
Por que esse sinal de pontuação foi empregado?
4 No oitavo verso, o eu lírico afirma sonhar com um tremor de terra.
Qual é o sentido da palavra sonho nesse contexto?
5 Por que o sonho de um terremoto é estranho?
6 O que explica esse sonho do eu lírico?
7 Que informação sobre os terremotos é sugerida pela palavra jamais
no texto?
8 A repetição da palavra jamais tem o objetivo de reforçar, suavizar
ou alterar o sentido da palavra?
9 Que diferença existe entre o terremoto citado por Rogério
Quintanilha e esse mencionado no poema de Drummond?
professora em frente,
e o sonho de um tremor de terra
que só acontece em Messina,
jamais, jamais em Minas,
para, entre escombros, me ver
junto de Conceição até o m do curso?
Textos em conversa
Na questão 8, você examinou um efeito expressivo. Além de transmitir
ideias por meio das palavras, podemos produzir sentidos manipulando recursos da língua. É o que acontece, por exemplo, quando usamos um diminutivo para revelar carinho (meu filhinho), atribuímos uma ação humana a
um objeto com o objetivo de sugerir uma intenção (O carro tinha decidido
não funcionar) ou repetimos um termo para enfatizá-lo.
Verso é cada linha de
um poema.
Lembra?
Messina: cidade italiana
devastada por um
terremoto em 1908.
Em sua opinião, que
benefícios existem na
forma atual de ensino,
que não separa meninos e meninas?
Fala aí!
Resposta pessoal.
A informação de que não ocorrem terremotos na região em que está
a escola (Minas Gerais).
O fato de as carteiras de meninos e de meninas não ficarem misturadas na sala de aula.
A palavra me.
Porque a fala não é do eu lírico; ele está citando o que ouviu na escola.
Desejo, vontade.
Porque, em geral, as pessoas temem os terremotos pelo risco de morte e de prejuízos.
Por que o sonho de um terremoto é estranho?
Reforçar.
9. O terremoto citado por Rogério é um fato real, que efetivamente ocorreu, enquanto
o mencionado no poema é
apenas um evento imaginário, usado pelo eu lírico para
sugerir seu grande desejo de
estar perto da amada.
O terremoto imaginado seria uma solução para que o eu lírico se
aproximasse de Conceição, porque o evento alteraria a posição dos alunos na sala de aula.
Fala aí! – Ajude a turma a
perceber que a convivência na
escola é um dos fatores que
contribuem para a igualdade
de gêneros, pois ali evidenciam-se as mesmas competências de meninos e meninas.
Caso apareçam comentários
preconceituosos, como os que
sugerem que as meninas distraem os meninos, aponte o
equívoco desse pensamento,
mostrando que a convivência
em sociedade exige respeito
mútuo. Durante o debate, procure levar os próprios alunos,
respeitosamente, a rebater argumentos que firam princípios
éticos. Insista no respeito aos
turnos de fala.
Textos em conversa
CG: 1, 3, 4, 6
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 6
Habilidades: EF67LP05,
EF67LP27, EF67LP28,
EF69LP48, EF69LP54
120
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
120
Como você estudou, o relato de experiência é uma das maneiras de
contar aos ouvintes ou leitores uma situação vivida por alguém e suas
sensações. Esse conteúdo também poderia ser transmitido por meio de
uma entrevista, um gênero textual muito usado por programas de televisão e rádio, jornais e revistas. Nela, um entrevistador faz perguntas
a um entrevistado, estimulando-o a contar suas experiências, comentar
seus sentimentos ou dar sua opinião.
Imagine uma entrevista com Pedro Antônio Alves, o jovem músico do
Espaço Criança Esperança (Leitura 2). Ela poderia começar assim:
Entrevistador: Olá, Pedro. Como você se tornou um músico?
Pedro: Primeiro eu conheci o rap e depois comecei a frequentar o Espaço
Criança Esperança.
Entrevistador: E como você conheceu esse projeto?
Pedro: Foi o Diego, um amigo que morava na minha rua e estudava
na mesma escola que eu, que me levou até lá.
Agora é sua vez de transformar um relato em entrevista. Crie perguntas
e respostas usando o conteúdo do relato do professor Rogério Quintanilha sobre sua experiência no Chile (Leitura 1). O maior desafio desta
atividade é formular boas perguntas, que pareçam naturais, verdadeiras,
e permitam a construção de respostas com os dados que estão no relato.
Imagine que sua entrevista será publicada no jornal da escola. Inicie
cada pergunta com o termo entrevistador e cada resposta com o nome
do entrevistado, como você viu no exemplo anterior. Crie um título que
ajude o leitor a reconhecer o assunto da entrevista.
Vamos avaliar?
Forme dupla com um colega. Leia em voz alta as falas do entrevistador
enquanto ele lê as do entrevistado. No final da leitura, seu colega deve
avaliar com “sim”, “não” ou “mais ou menos” os aspectos listados a seguir
e explicar a opinião dada.
1. As perguntas são coerentes com as respostas?
2. As respostas trazem as principais informações do relato?
3. As perguntas e respostas permitem ao leitor compreender o que
aconteceu com Rogério no Chile e o que ele sentiu no momento?
4. O título ajuda o leitor a saber o conteúdo da entrevista?
5. O texto é interessante, desperta a curiosidade do leitor?
Ao terminarem, invertam suas posições para que você avalie o texto
produzido por seu colega.
Transformando o relato de
experiência em entrevista
Antes de iniciar qualquer texto, reflita sobre
a forma como ele circulará. De que modo
a entrevista será divulgada? Quem vai ler o
texto? Que modalidade
da língua deve ser usada:
a escrita ou a falada? É
melhor usar um nível de
linguagem mais formal
ou mais informal? Esses
dados vão ajudar você a
definir a melhor forma
de redigir seu texto.
Dica de professor
LASSMAR
Se achar conveniente, peça
aos alunos que façam outras
perguntas e respostas antes
de iniciar a atividade escrita.
Dica de professor – Ajude os
alunos a notar que, devido à
forma de circulação (jornal da
escola), eles deverão usar a
modalidade escrita, portanto
sem marcas de planejamento,
e que, em razão do público
(alunos, profissionais da escola
e, eventualmente, famílias),
seu nível de linguagem deve
seguir as variedades urbanas
de prestígio, mas sem excesso
de formalidade.
O gênero entrevista ainda não
apareceu no volume, mas contamos com o conhecimento
prévio dos alunos, já que estão
previstas a leitura e a produção
de textos do gênero nos anos
iniciais do Ensino Fundamental.
Além disso, a atividade dispõe
de orientações e exemplos
que vão nortear o processo
de produção.
Transformando o relato de
experiência em entrevista
CG: 1, 3, 4, 6, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 2, 5
Habilidades: EF67LP09,
EF67LP14, EF69LP06,
EF69LP10, EF69LP16,
EF69LP39, EF89LP13
121
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Onde ocorreu o terremoto relatado pelo professor paulista no início deste
capítulo? Quem estava com ele? O que ele sentiu? As palavras que você
usaria para nomear o lugar, as pessoas e o sentimento fazem parte de uma
mesma classe gramatical: o substantivo. Esse é o tema das seções a seguir.
MARCELLA BRIOTTO/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A
1 Que tipo de atitude essa campanha pretende combater?
2 Recursos não verbais são importantes para a transmissão de uma
mensagem em um anúncio publicitário.
a) Quais figuras foram escolhidas para compor a imagem?
b) Explique a maneira como essas figuras foram organizadas no anúncio e relacione-as ao objetivo dele.
Mais da língua
Substantivo
Pra começar
Leia este anúncio publicitário de uma campanha de interesse social.
A presença de aparente propaganda na seção se justifica
de acordo com o Parecer
CNE/CEB nº 15/2000, que
diz que “o uso didático de
imagens comerciais identificadas pode ser pertinente
desde que faça parte de um
contexto pedagógico mais
amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas
formas de linguagens presentes em nossa sociedade,
submetido às determinações
gerais da legislação nacional
e às específicas da educação
brasileira, com comparecimento módico e variado”.
A discriminação das mulheres.
2a. Uma menina e um menino, o sinal de igualdade,
uma boneca, a ponta de um
carrinho, um doce e livros.
2b. A imagem se divide em
duas partes, uma referente
à menina, e outra, ao menino. Entre os dois há o sinal
de igualdade, sugerindo a
equivalência dos gêneros.
Os objetos dispõem-se de
modo a mostrar que não há
um universo próprio de um
ou de outro sexo: uma boneca
aparece na divisa entre os
lados do garoto e da garota,
enquanto a ponta de um carrinho figura ao lado dela. Há
livros em ambas as partes.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Conceito e classificação
do substantivo;
• Flexão de gênero;
• Flexão de número;
• Variação de grau;
• Grafia de encontros consonantais (revisão).
A seção Mais da língua deste
capítulo e dos dois próximos
está centrada no estudo de
substantivo, adjetivo, artigo,
numeral e verbo. O conteúdo
comunica-se com as CELP 4 e 5,
que apontam a compreensão
do fenômeno da variação linguística e o emprego das variedades em função da situação
comunicativa. Nas atividades
dessas seções, o aluno analisará a função e as flexões das
palavras dessas classes gramaticais, como indica a EF06LP04,
com o propósito principal de
empregar as regras básicas de
concordância nominal e verbal,
como preveem a EF06LP06 e
EF07LP06. Além disso, observará sua formação, conforme
a habilidade EF67LP35.
Mais da língua e
Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 9
CEL: 1, 2, 3, 4, 5
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7
Habilidades: EF06LP03,
EF06LP04, EF06LP06,
EF06LP11, EF67LP05,
EF67LP08, EF67LP32,
EF67LP35, EF69LP02,
EF69LP17, EF08LP05,
EF89LP37
122
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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4 Essas palavras fazem referência a um grupo e não a um único ser.
Como essa ideia de número é indicada?
5 O texto verbal faz referência a dois momentos: hoje e amanhã. O que
eles significam no contexto desse anúncio?
6 Redija uma frase que traduza a ideia central do anúncio.
Essa campanha publicitária é dirigida aos
familiares de crianças e
jovens. Você acha importante tratar desse tema
com sua família? Por
quê? O que você pensa
sobre o assunto abordado no anúncio?
Fala aí!
Para falar desse anúncio publicitário, usamos palavras que nomeiam seres e objetos: meninos, meninas, homens, mulheres, carrinho, boneca, doce e
livros. Essas palavras são substantivos.
Os substantivos também nomeiam lugares, sentimentos, ações e conceitos. Observe que o anúncio explora a ideia de igualdade. Igualdade é o
nome que damos à qualidade do que é igual ou que não apresenta diferenças,
portanto é usado para identificar um conceito.
Os substantivos apresentam informações gramaticais de número singular
(menino) ou número plural (meninos), assim como de gênero masculino
(menino) ou gênero feminino (menina).
Palavras de outras classes gramaticais costumam acompanhar os substantivos para determinar o sentido deles. Observe.
Os substantivos nomeiam seres, objetos, lugares, instituições, ações,
sentimentos, estados e conceitos. Expressam as noções de gênero e de
número e têm seu sentido especificado ou completado por termos de outras
classes gramaticais.
LASSMAR
Meu primeiro brinquedo foi uma bola enorme.
ideia de
posse
ideia de
ordem
ideia de
generalização
ideia de
tamanho
substantivo substantivo
3 No texto verbal, aparecem quatro palavras que nomeiam seres. Quais
são elas?
Pela terminação -s, que indica plural.
6. Sugestões de resposta:
O tratamento de meninos e
meninas com igualdade na
infância propicia o fim de
preconceitos na vida adulta.
A igualdade de gêneros na
vida adulta depende do tratamento igualitário na infância.
Hoje representa a infância; amanhã, a vida adulta.
Meninos, meninas, homens, mulheres.
Fala aí! – Enfatize aos alunos
que as mulheres continuam
não recebendo o mesmo tratamento dos homens, o que
se reflete na menor oportunidade em algumas áreas
profissionais ou no menor
salário recebido em algumas
funções. A educação familiar é
um importante fator para que
os meninos não discriminem
as meninas e para que elas
percebam que têm os mesmos
direitos que eles. A atribuição
de tarefas domésticas também
aos meninos contribui para a
consciência de que o cuidado
com a casa e a família é uma
atribuição do casal, e não apenas das mulheres, assim como
a carreira profissional pode ser
uma meta de ambos.
Como a atividade não pode se
sobrepor ao tópico que está
sendo desenvolvido, sugerimos
que, em vez do debate, dirija
a pergunta a alguns alunos
apenas, o que dará a eles
uma prática de fala pública
e fará os demais refletir. Se a
questão empolgar sua turma,
retome-a no final do capítulo
e dê continuidade ao debate.
Questão 6 – Caso tenha pedido a preparação prévia da
tarefa, conceda algum tempo
para que os alunos revejam
a frase que redigiram antes
de fazer a correção. É possível que alguns aprimorem sua
compreensão após a discussão
dos itens anteriores.
123
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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1 Leia o parágrafo inicial de uma reportagem publicada em um blog.
O que o nome do seu animal diz sobre você
Dizem que você é o que você come e que você é o que
você pensa. Não muito diferente, o nome que você
dá para o seu animal de estimação diz muito sobre quem você é e até sobre o que você busca
na sua vida. Parece muito para um simples
nome de um animal de estimação, mas
não é o que alguns estudiosos do assunto
dizem. Estudos mostram que o nome que
damos para os nossos animais refletem
sim os nossos interesses e as expectativas
que temos em nossa vida. Eles são um
indicativo de como nós enxergamos as
coisas e, inclusive, de características muito
pessoais, como o nosso senso de humor. Por
exemplo, dar o nome “Hulk” para um maltês
pode significar que o dono do animal é uma pessoa que gosta de ironias e que tem um senso de humor
apurado. [...]
Disponível em: <http://canaldamulher.
com.br/ligadinha/page/58/>.
Acesso em: 4 jun. 2018.
a) Retome: para que servem os substantivos?
b) Que relação existe entre o assunto tratado no texto e a função dos
substantivos, retomada por você no item a?
c) Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes
de seus animais de estimação?
d) Observe acima a imagem de um cão da raça maltês. Por que seria
uma ironia chamá-lo de Hulk?
e) Os substantivos cachorro e Hulk podem ser usados para designar
o mesmo ser. Que diferença existe entre essas formas de nomear?
f) Redija uma continuidade para o texto que você leu, incluindo mais
um exemplo coerente com a abordagem feita pela reportagem.
GLOBALP/ISTOCK PHOTOS G/ ETTY IMAGES
Cão da raça maltês.
Os substantivos que se aplicam a todos os seres de uma espécie são chamados de substantivos comuns. Aqueles que dão nome a um indivíduo específico
denominam-se substantivos próprios e são escritos com inicial maiúscula.
Substantivos comuns: cachorro homem país pintor
Substantivos próprios: Hulk Rafael Brasil Portinari
A ironia é um recurso
de linguagem marcado
pelo contraste entre dois
sentidos: aquele que é
dito e aquele que deve,
de fato, ser entendido. A
frase Que tênis limpinho!,
por exemplo, dita pela
mãe ao ver o filho com
o calçado sujo de lama,
é irônica.
O substantivo NA PRÁTICA
1b. O texto retoma a função dos substantivos de
nomear seres; no caso, animais de estimação.
1a. Para nomear seres, objetos, lugares, instituições, ações, sentimentos, estados e conceitos.
As características do próprio dono: seus
Segundo a reportagem, o que leva as pessoas a escolher os nomes
interesses e suas expectativas.
1d. Porque o maltês é um cão
pequeno e delicado, portanto de
características inversas àquelas
atribuídas ao personagem Hulk, de
histórias em quadrinhos e filmes,
que é grande, forte e irritadiço.
1f. Sugestões de resposta: Escolher o nome Messi ou Neymar para um cãozinho, por sua vez, pode revelar a paixão
pelo futebol. Chamá-lo de um nome pouco conhecido, como Mauí, pode sugerir um gosto por exclusividade.
1e. Cachorro é um termo geral,
que serve para nomear todos os
animais de mesmo tipo; Hulk é um
nome específico, que designa um
determinado cachorro.
O substantivo na prática – Ao
longo das atividades, será
apresentada uma parte da
classificação dos substantivos. Deixamos para falar em
substantivos primitivos ou
derivados e simples ou compostos nos volumes do 7o e
do 8o ano, quando abordaremos o conceito de morfemas
e os processos de formação
de palavras. Entendemos ser
que aquele o momento mais
adequado para uma reflexão
sobre a estrutura das palavras.
124
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
124
2 Conheça um texto ilustrado do paulista Orlando Pedroso. © ORLANDO PEDROSO
Orlando Pedroso
Os substantivos que designam seres reais ou imaginados, objetos, lugares e
instituições são chamados de concretos: jardineiro, fantasma, panela, São Paulo,
Petrobrás, escola etc. Aqueles que indicam ações, sentimentos, qualidades e
ideias são chamados de abstratos: combate, explicação, alegria, inteligência,
igualdade etc. Eles nomeiam algo que depende de outro ser para existir. Inteligência, por exemplo, é algo que se manifesta como qualidade de alguém.
a) Que palavra poderia ser usada para substituir a expressão nem aí:
arrogante, indiferente, atrevida ou ingênua?
b) A palavra indicada no item a não é um substantivo. Por quê?
c) Em sua opinião, o que o ilustrador sugere sobre o comportamento
dos lobos nesse texto?
d) Indique um substantivo equivalente à forma verbal uivam, formado
pelo mesmo radical.
e) Leia o boxe a seguir e conclua: a palavra formada no item d é um
substantivo concreto ou abstrato? Por quê?
3 Leia uma tirinha com os personagens Garfield e Jon, criados pelo
quadrinista estadunidense Jim Davis.
Garfield Jim Davis
GARFIELD, JIM DAVIS © 2008 PAWS, INC.
ALL RIGHTS RESERVED / DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION
Radical é a parte da
palavra que contém a
base de seu significado.
Por exemplo: os termos
livro, livreiro e livraria
apresentam o mesmo
radical: livr-.
2b. Porque não nomeia algo;
ela indica uma característica
do objeto lua.
Abstrato, por ser o nome de uma ação.
Indiferente.
Resposta pessoal. Os alunos podem indicar que
os lobos seguem instintos.
Uivo.
Boxe sobre radical – Aprofundaremos o estudo do radical
no volume do 7o ano. Por enquanto, os alunos ficarão com
uma noção mais geral, sem a
necessidade de segmentar os
morfemas.
125
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
125
a) Que percepção a pergunta de Jon revela?
b) Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do
cheiro? Por quê?
c) Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira.
Descreva como esse nome é formado.
Os substantivos formados por uma única palavra são chamados de
substantivos simples: roupa, flor, pé, sol. Aqueles formados por duas ou
mais palavras são substantivos compostos: guarda-roupa, couve-flor,
pontapé, girassol.
d) Como você percebeu, Garfield criou um substantivo composto.
Além disso, é um substantivo próprio. Como sabemos disso?
e) O nome próprio humaniza o alimento, isto é, dá a ele o papel de
pessoa. Por que isso contribui para o efeito de sarcasmo (deboche)
da fala de Garfield?
4 Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985).
Considerações de Aninha
Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos.
CORA CORALINA. Vintém de cobre: meias confissões
de Aninha. São Paulo: Global, 2012.
a) O eu lírico compara a “criatura” e a “criação”. Que diferença de
sentido há entre essas palavras?
b) Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”,
“normas” e “costumes”. Como você entende essa ideia?
c) Criatura, criador e criação são substantivos formados a partir do
radical de um mesmo verbo. Qual?
Os substantivos que se originam de outras palavras são chamados de
derivados: jardineiro, cafeteira, contramão. Aqueles que não se originam de
outras palavras são os primitivos: jardim, café, mão.
VICENTE MENDONÇA
A percepção de que há algo
estragado na geladeira.
Garfield é sincero quando responde que não faz ideia da origem do
Não, pois ele indica a provável causa do cheiro ruim no
quadrinho seguinte, um repolho guardado há muito tempo.
Garfield cria um nome especial para o alimento que está na geladeira. Garfield junta várias palavras: aquela
que indica o nome do alimento e outras
que indicam o tempo que passou na geladeira.
3d. A palavra senhor, usada
antes dele, mostra que se
trata de um nome próprio.
O nome sugere que o repolho está há tanto tempo na geladeira que já existe intimidade
entre Garfield e ele, o que reforça o deboche em relação a Jon, que o esqueceu ali.
Leia um poema da escritora goiana Cora Coralina (1889-1985).
A criatura é o resultado da criação,
que é o ato de criar.
Segundo o eu lírico, a criatura está relacionada a “tempo”, “espaço”, 4b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem a criatura a um ser que
não é eterno, mas limitado
pela sociedade em que vive. Criar.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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© MONTT
5 Leia a tirinha produzida pelo ilustrador chileno Alberto Montt,
que brinca com o conceito de substantivo coletivo. Leia também
o boxe ao lado.
Alberto Montt
Conhecemos muitos
substantivos coletivos,
porque os usamos no
dia a dia ou os ouvimos
nas aulas ou na mídia:
cordilheira, quadrilha,
tripulação, entre outros. Caso deseje saber
um coletivo específico,
consulte em um dicionário o verbete relativo
ao termo que forma o
agrupamento. O verbete soldado, por exemplo,
traz o termo tropa.
Dica de professor
d) Os substantivos derivados podem ser formados com o acréscimo
de uma terminação, que recebe o nome de sufixo. O sufixo -or, que
está em criador, por exemplo, pode formar nomes de profissões.
Cite algumas.
e) O sufixo -ção forma o resultado de uma ação, como ocorre em
criação. Quais são os substantivos que indicam a ação resultante
de trair, comemorar, agredir e compreender?
f) A formação de substantivos derivados também pode acontecer
com o acréscimo de um elemento no início da palavra, o prefixo
como em contramão.
• Qual substantivo nomeia o primeiro substituto do presidente?
• Qual substantivo nomeia a ausência de felicidade?
• E a ausência de atenção?
Os substantivos que
designam um conjunto de seres ou objetos
da mesma espécie são
chamados de coletivos:
enxame, cardume, constelação, ramalhete, cacho
etc. Embora indique vários seres, o substantivo
coletivo é empregado no
singular.
Sufixo é uma terminação específica, que se
acrescenta ao final de
uma palavra e que altera seu sentido: gatinho,
papelaria, carteiro etc.
Prefixo é um elemento acrescentado no início
da palavra e que muda
seu sentido: supermercado, antivírus etc.
Lembra?
Vice-presidente, infelicidade e desatenção, respectivamente.
Sugerimos que a atividade seja feita em duplas para favorecer
o compartilhamento do repertório.
Sugestões: Agricultor, compositor, caçador, jogador, inspetor.
Traição, comemoração,
agressão e compreensão.
Questão 4e – Chame a atenção
dos alunos para as diferentes
formas de grafar o sufixo.
127
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
127
a) Considerando apenas os dois primeiros quadrinhos, o que o leitor
conclui sobre a situação vivida pelo personagem?
b) O que está realmente acontecendo com o personagem?
c) O que provoca o humor da tira?
d) No primeiro quadrinho, são citados cinco substantivos coletivos.
A que animal cada um deles se refere?
e) O substantivo cardume é usado para designar um conjunto de
peixes. Por que, nessa situação comunicativa, o falante decidiu
identificar o tipo de peixe que forma o cardume?
f) Imagine que um quadrinho fosse inserido entre o primeiro e o segundo
para indicar a continuidade da dúvida. Cite três substantivos coletivos
que poderiam ser incluídos. Identifique a que eles se referem.
g) DESAFIO DE ESCRITA Agora, você vai escrever um parágrafo de análise
dessa tirinha.
• Inicie relatando a situação vivida pelo personagem nos dois primeiros quadrinhos. Inclua os recursos não verbais que contribuem
para a construção das cenas.
• Em seguida, explique por que o leitor é surpreendido.
• Por fim, explique por que o absurdo é o principal recurso da tirinha.
Escolha alguma rotina de seu dia: o caminho para a escola, o horário do
almoço, o momento de fazer a lição de casa etc. Crie um pequeno texto (entre 8
e 10 linhas) usando apenas os substantivos que nomeiam os objetos envolvidos
nesse período de tempo. Traga-o para a sala de aula e leia-o para seus colegas.
Abuse da língua
Flexão de gênero
Leia este fragmento de texto que descreve características sociais
das araras.
Um animal monogâmico
A arara é um dos poucos animais do mundo
conhecidos por ter o mesmo parceiro por toda a
vida. Os casais de arara não ficam apenas juntos
para se reproduzir, mas também compartilham
seus alimentos e ajudam uns aos outros. Quando
a arara fêmea coloca seus ovos e se ocupa em
chocá-los, a arara macho sai para buscar alimentos para os dois. Os filhotes de arara saem dos
ovos após cerca de um mês.
Araras. Disponível em: <http://animais.culturamix.
com/informacoes/aves/arara>. Acesso em: 4 jun. 2018.
LASSMAR
5b. Está sendo atacado por piranhas e quer pedir socorro.
5a. Conclui que ele não consegue recordar um termo coletivo específico.
5c. A situação absurda, porque o
personagem investe tempo para
lembrar um termo específico em
lugar de conseguir ajuda.
5d. Bando: aves; matilha: cães;
rebanho: carneiros; manada: ele- fantes, bois, búfalos; alcateia: lobos.
5g. No primeiro quadrinho dessa
tirinha de Alberto Montt, um rapaz,
com expressão de dúvida, parece
procurar o substantivo coletivo
correto para nomear um conjunto
de seres inicialmente não revelado.
No segundo quadrinho, satisfeito,
ele conclui que o termo é cardume. A sequência, no entanto, surpreende o leitor, já que se revela que o
personagem estava sendo atacado
por piranhas e que buscava o
coletivo para fazer um pedido de
socorro. O humor é construído pela
situação absurda de gastar tempo
à procura da palavra específica
para nomear o que o atacava.
5f. Resposta pessoal. A lógica da
tira obriga o uso de coletivos que
se refiram a animais. Poderiam ser
usados: cáfila (de camelos); junta
(de bois); ninhada (de pintos); vara
(de porcos); enxame (de abelhas);
nuvem (de gafanhotos); récua (de
burros); panapaná (de borboletas)
etc.
5e. Porque alguns cardumes reuniriam peixes inofensivos, ao contrário do que ocorre com um cardume
de piranhas.
Desafio de escrita – Concentre-
-se na avaliação do conteúdo
dos parágrafos escritos por seus
alunos. Peça a alguns deles que
leiam suas produções e, com os
demais, verifique se o relato
das ações é acompanhado pela
descrição dos elementos não
verbais e se há uma progressão
coerente, isto é, se a explicação do terceiro quadro e do
recurso do absurdo constrói um
raciocínio adequado. Em uma
próxima etapa, você poderá
se concentrar na avaliação da
escrita.
Abuse da língua – Esta atividade foi inspirada no conto
“Circuito fechado”, de Ricardo
Ramos. Forme grupos de modo
que todos os alunos possam ler
o texto deles para os colegas.
Se achar conveniente, leia o
conto em sites confiáveis da
internet ou em uma coletânea
de obras desse autor.
128
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
128
1 Com base no texto, explique o que é um animal monogâmico.
2 O que há de especial no relacionamento do casal de araras?
3 De que maneira o produtor do texto diferenciou o sexo dos animais?
4 Suponha que o texto falasse de gatos e não de araras. O mesmo recurso seria
necessário? Por quê?
5 Agora imagine que houvesse uma continuação do texto. Como você se referiria às aves, sem repetir palavras, para indicar que a fêmea dá aos filhotes o
alimento trazido pelo macho?
Para responder às questões propostas, você precisou refletir sobre o gênero de
alguns substantivos. Como o texto fala de animais, a noção de gênero aproxima-se
da noção de sexo. Todavia, essas ideias não são equivalentes, pois o gênero é uma
categoria gramatical que se estende a todos os substantivos, mesmo àqueles que
não têm sexo, como os objetos.
Além disso, existem palavras que podem se referir a ambos os sexos, embora
apresentem um único gênero, como é o caso de criança, um substantivo feminino
que pode nomear garotas e garotos.
Os substantivos que designam pessoas e animais costumam apresentar formas
diferentes para o masculino e para o feminino. Essa distinção pode ser feita de dois
modos, como mostrado a seguir.
• Flexão da palavra com alterações em sua terminação:
moço – moça pintor – pintora galo – galinha
conde – condessa patrão – patroa cidadão – cidadã
• Uso de palavras diferentes:
homem – mulher cavalheiro – dama cavalo – égua
boi – vaca macho – fêmea padrinho – madrinha
Contudo, nem sempre os substantivos que se referem a pessoas ou a animais
variam para indicar um ou outro sexo. Veja os casos a seguir.
• Substantivos que apresentam uma única forma, mas podem se referir a
ambos os sexos: a pessoa, a criança, a testemunha, o indivíduo etc.
• Substantivos acompanhados pelas palavras macho e fêmea para distinguir
o sexo de alguns animais: o tucano fêmea, a sardinha macho, o polvo fêmea,
a onça fêmea, a borboleta macho, o crocodilo fêmea etc.
• Substantivos com forma idêntica para o masculino e o feminino nos quais
a distinção de sexo se faz por meio de palavras que os acompanham: o (a)
artista, meu (minha) dentista, jovem educado (educada) etc.
Os substantivos que podem ser antecedidos pelo artigo o são masculinos (o cartaz,
o espelho, o planeta etc.); os que têm a por antecedente são femininos (a placa, a nuvem,
a opinião etc.). O gênero do substantivo não depende da significação da palavra nem
de sua terminação.
LASSMAR
É um animal que mantém um único parceiro por toda a vida.
Com base no texto, explique o que é um animal monogâmico
A complementação de funções: o macho e a fêmea se ajudam.
Usando as palavras fêmea e macho.
Não, pois há formas específicas para a indicação do sexo desse animal: gato e gata.
Poderiam ser empregados os termos
alimento trazido pelo macho? mãe e pai.
Se achar conveniente, cite a
classificação dos substantivos
uniformes. Os três conjuntos
de palavras exemplificam, respectivamente, os substantivos
sobrecomuns, os epicenos e
os comuns de dois gêneros.
Optamos por privilegiar a
observação de que a noção
de gênero se manifesta de
maneira bastante variada
no conjunto dos substantivos.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Flexão de número
Os substantivos podem estar no singular para designar um ser único ou
no plural para indicar mais de um. Observe a mudança que ocorre na palavra
“animal” no título e na primeira frase do texto sobre as araras.
Em geral, a formação do plural ocorre com a inclusão da desinência -s,
que pode precisar de adaptações em alguns casos. Veja:
arara araras rapaz rapazes animal animais
repórter repórteres homem homens fóssil fósseis
Os substantivos terminados em -ão representam um caso à parte. Eles
podem ter três formas distintas de plural, em razão de diferenciações que
as palavras sofreram ao longo do tempo. Veja alguns exemplos:
ão – ãos irmão – irmãos cidadão – cidadãos
ão – ões avião – aviões opinião – opiniões
ão – ães pão – pães alemão – alemães
Há, ainda, casos em que os substantivos não variam, e a ideia de plural é
dada por palavras que os acompanham. Veja:
meu lápis meus lápis um ônibus uns ônibus o tórax os tórax
Desinências são terminações acrescentadas a uma palavra para
transmitir algum tipo de
informação gramatical:
gênero e número nos
substantivos, tempo
nos verbos etc.
Variação de grau
E há também casos de substantivos que só empregam no plural. Veja:
meus óculos as núpcias
nossas férias nos arredores
Para expressar o grau dos substantivos – normal, diminutivo ou aumentativo –, são utilizados dois recursos. Veja.
• Acréscimo de um sufixo:
casa – casinha – casarão boca – boquinha – bocarra
menino – meninote – meninão forno – fornico – fornalha
• Combinação do substantivo com um adjetivo:
casa minúscula – casa enorme boca pequena – boca grande
menino pequeno – menino imenso forno reduzido – forno gigantesco
Repare, agora, neste fragmento do texto sobre as araras:
“[...] Os filhotes da arara saem dos ovos após cerca de um mês.”
Você reconhece um substantivo no grau diminutivo nessa frase? Compare o substantivo primitivo ao que se formou com o acréscimo do sufixo.
A noção de tamanho menor está presente?
Em alguns casos, o diminutivo e o aumentativo podem criar um sentido diferente do que apresenta a palavra em grau normal. Bandeirinha,
por exemplo, é o assistente de um árbitro de futebol. Portão é um tipo
específico de porta, colocado em muros ou grades. Filhote, por sua vez,
é a cria dos animais.
Mostre aos alunos que, ao
se fazerem acréscimos para
formar o aumentativo ou o
diminutivo dos substantivos,
podem ser necessárias acomodações gramaticais, como em
boquinha, em que o c de boca
se transforma em qu.
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1 Leia um trecho da obra Caçadas de Pedrinho, escrita pelo autor
paulista Monteiro Lobato (1882-1948). Pedrinho e os outros moradores do Sítio do Pica-pau Amarelo estão tentando proteger-se
de um ataque de onças que queriam vingança após as crianças
terem matado uma delas.
[...] A onçada toda já estava no terreiro.
A princípio as assaltantes não perceberam o
truque inventado por Pedrinho para lográ-las. Os
animais de quatro pés raro olham para o alto e como
os pernaltas guardassem o mais absoluto silêncio
as onças não os viram lá em cima de seus espeques.
Entraram pela casa adentro em procura deles e, não
os encontrando, mostraram-se desapontadíssimas.
– Fugiram, os covardes! – uivou com os olhos
chispantes de cólera o onço viúvo. – Alguém os
avisou e eles fugiram...
Nisto uma cuspidinha da Emília caiu-lhe bem
no focinho. O onço olhou para cima e sorriu, lambendo os beiços.
– O nosso “almoço” não fugiu, não! – exclamou
contentíssimo. – Lá estão todos os “pratos”, cada
qual em cima de dois “espetos”.
Toda a bicharia olhou para cima, com água na
boca. [...]
MONTEIRO LOBATO. Caçadas de Pedrinho.
São Paulo: Biblioteca Azul, 2015.
a) Qual “truque” Pedrinho criou para que o grupo de humanos se
protegesse?
b) A tensão desse ponto da narrativa é maior pela presença de muitas onças. Que substantivo derivado expressa a ideia de “grupo
de onças”?
c) Que outros substantivos derivados se referem às onças no contexto?
d) Por que a palavra desapontadíssimas está no gênero feminino e no
número plural?
e) Que recurso o narrador emprega para indicar que um dos componentes do grupo de animais era um macho?
f) Quais são as formas adequadas de indicar o sexo desse animal?
g) Por que, considerando os fatos da narrativa, o narrador optou por
alterar o substantivo?
Pernaltas: que têm
pernas altas, compridas.
Espeques: pedaços
de madeira, varas.
Flexão e variação do substantivo NA PRÁTICA
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Trocou a terminação -a por -o, geralmente associada ao
sexo masculino, e formou onço.
Onça macho; onça fêmea.
Porque quis evidenciar a relação desse animal com a onça morta pelas crianças.
Onçada.
Assaltantes; bicharia.
Pedrinho sugeriu que usassem pernas de pau para que, estando
Qual “truque” Pedrinho criou para que o grupo de humanos se
no alto, não fossem percebidos pelas onças.
Porque concorda com a palavra onças, flexionada no femi
está no gênero feminino e no -
nino e no plural.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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2 Leia esta tirinha do paranaense Will Leite. Will Leite
© WILL LEITE
a) Embora inadequado no contexto da tirinha, o substantivo feminino
grama também existe. O que ele significa?
b) Qual recurso foi usado pela mulher, no segundo quadrinho, para
mostrar que, naquele caso, o termo é masculino?
c) Considerando a correção feita pela mulher, como o açougueiro deveria
formular sua fala caso o excesso de peso fosse o dobro do indicado?
d) Suponha que o excesso tivesse sido a metade do que foi indicado no
primeiro quadrinho. A ideia para a construção dessa tira continuaria
válida? Justifique sua resposta.
e) Como grama, algumas outras palavras costumam causar dúvida
quanto ao gênero. Qual é o gênero recomendável para as palavras
dó, alface, cal, eclipse, dinamite e sentinela?
f) Pode-se dizer que a reação irritada do açougueiro resultou apenas
da correção gramatical feita pela mulher? Por quê?
g) Procure os verbos cuspir e guspir em um dicionário. A informação
dada pela cliente está correta? Justifique sua resposta.
Há situações em que pessoas irritadas têm atitudes inaceitáveis para um
bom convívio social, como cuspir em algo ou em alguém para se vingar de uma
reclamação. Você conseguiria indicar outros casos em que algo parecido pode
ocorrer? Por que ações assim são condenáveis?
Fala aí!
O significado de alguns substantivos muda
conforme o gênero. Isso
ocorre com os pares
o grama – a grama,
o caixa – a caixa, o lotação – a lotação etc.
2a. A grama designa ervas que formam jardins, pastagens etc.
2b. Ela empregou o artigo o antes
de grama.
2c. Passou quatrocentos gramas.
2d. Não. Caso o excesso fosse de
cem gramas, não haveria distinção
entre masculino e feminino; logo,
a mulher não poderia corrigir o
açougueiro.
2e. Femininas: a alface, a cal, a
dinamite, a sentinela; masculinas: o
dó, o eclipse.
2f. Não. A irritação veio também do
fato de a mulher não ter aceitado a
quantidade de carne que excedeu
o pedido.
2g. Sim. O termo guspir não existe nos dicionários da Língua Portuguesa
nem no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Questão 2c – Comente com
os alunos que não foi feita
a concordância entre duzentos gramas (plural) e passou
(singular). De acordo com a
norma-padrão, a fala deveria
ser Passaram duzentos gramas.
Questão 2g – Comente com os
alunos que, apesar disso, o uso
da palavra guspir é constatado
na fala como variação popular
em situações informais.
Fala aí! – Podem ser citadas discussões ofensivas no trânsito, por exemplo. Enfatize aos alunos que, em uma
sociedade saudável, as pessoas procuram agir com tolerância e de modo condizente com a civilidade e a boa
educação. Essa é a forma de evitar situações de violência, que geram consequências negativas para todos.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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3 Leia parte de uma reportagem divulgada por um canal de história da
internet.
Conheça os incríveis cadáveres que não se decompõem
Em março de 2014, uma equipe de arqueólogos descobriu, enquanto
realizava escavações no Convento dos Jacobinos, em Rennes, na França,
os restos de Louise de Quengo, um corpo de 1,45 metro e 359 anos de
idade perfeitamente conservado, com pele, músculos e até órgãos intactos.
Embora pareça estranho, não é o primeiro caso de um cadáver encontrado
em estado de conservação extraordinário. [...]
Disponível em: <https://seuhistory.com/noticias/conheca-os-incriveis-cadaveresque-nao-se-decompoem?language=pt-br>. Acesso em: 5 jun. 2018.
a) A notícia começa com a referência a uma descoberta específica. Qual?
b) Como o título sugere que essa descoberta não é um evento único,
isolado?
c) Transcreva o trecho do texto que confirma a ideia de que a descoberta não é uma novidade.
d) Releia a notícia e encontre os substantivos cujo plural tenha sido
formado apenas pela inclusão da letra s.
e) Na primeira frase do texto, existem dois substantivos que, embora
tenham a mesma terminação no singular, apresentam terminações
diferentes no plural. Quais são eles?
f) A palavra crível significa “aquilo em que se pode crer ou em que se
pode confiar”. O que significa o in- que a antecede em incríveis?
Por que a palavra incríveis foi usada para descrever os cadáveres
de que fala a notícia?
g) Para concordar com o substantivo cadáveres, que está no plural, o
termo incríveis também está. Qual é o singular dessas duas palavras? Como o plural delas foi formado?
4 Leia o fragmento de uma notícia sobre a 90a
edição do Oscar.
A forma da água, narrativa fantástica de Guillermo del Toro
sobre o relacionamento amoroso de uma faxineira muda com uma
criatura anfíbia amazônica capturada e levada para um laboratório
secreto americano durante a Guerra Fria levou as estatuetas de
melhor filme, diretor, trilha sonora e direção de arte.
Claramente um filme sobre cidadões oprimidos por sua posição
social, mas que não se rendem nem abrem mão de seus sonhos e sua
ética, A forma da água recebeu 13 indicações, incluindo a de melhor
roteiro original.
Disponível em: <https://www.uai.com.br/app/noticia/cinema/2018/03/05/
noticias-cinema,223238/a-forma-da-agua-leva-oscar-de-filme-ediretor-para-guillermo-del-to.shtml>. Acesso em: 25 jun. 2018.
REPRODUÇÃO
3a. A descoberta de um cadáver bastante preservado em
um convento francês em 2014.
3b. O título traz o termo cadáveres, cujo plural sugere a
existência de vários casos.
3c. “Embora pareça estranho, não é o primeiro caso
de um cadáver encontrado
em estado de conservação
extraordinário.”
3d. Arqueólogos, Jacobinos,
restos, anos, músculos, órgãos.
3e. Escavação (escavações);
órgão (órgãos).
3f. O prefixo in- tem valor de
negação (não crível, inacreditável). A palavra foi usada para
destacar o caráter incomum
dos cadáveres mencionados,
que não se decompõem como
os demais.
3g. Cadáver; incrível. O plural da primeira foi formado
com o acréscimo de -es, e o
da segunda, com a troca de
-l por -is.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Cartaz publicado no site do Centro Técnico
Audiovisual, da Secretaria do Audiovisual
do Ministério da Cultura.
INSTITUTO MARLIN AZUL
Revelando os Brasis é um projeto dirigido a moradores de municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Ele visa à produção de
obras audiovisuais que registrem a memória e a diversidade cultural
do País, revelando novos olhares sobre o Brasil.
Disponível em: <http://ctav.gov.br/2008/11/20/
revelando-os-brasis/>. Acesso em: 5 jun. 2018.
CONCURSO NACIONAL
DE HISTÓRIAS PAR A
REALIZAÇÃO DE FILMES
EM PEQUENAS CIDADES
a) O fragmento sugere que A forma da água não é um filme que busca
apenas divertir. Como isso se evidencia?
b) Que palavra o produtor da notícia emprega para sugerir que a
interpretação que faz da obra não é discutível?
c) Após o título A forma da água, há uma longa explicação acerca do
filme. Depois de qual palavra deveria ser introduzida uma vírgula para
encerrar essa explicação e retomar a oração iniciada pelo título?
d) A flexão do substantivo cidadão não está de acordo com a norma-
-padrão da língua portuguesa. Qual é a forma prevista?
e) Em sua opinião, o que explica os equívocos na flexão de número
de palavras com a terminação -ão?
f) A palavra posição apresenta o mesmo modo de flexão de número
previsto para cidadão? Justifique sua resposta.
5 Leia com atenção este cartaz de divulgação de um concurso cultural
e o texto que o acompanhou.
4a. O fragmento destaca que o filme tem uma mensagem social, já que fala de cidadãos
que lutam contra a opressão, sem desistir.
Claramente.
A presença de aparente propa- ganda na seção se justifica de
acordo com o Parecer CNE/CEB
nº 15/2000, que diz que “o uso
didático de imagens comerciais
identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um
contexto pedagógico mais amplo,
conducente à apropriação crítica
das múltiplas formas de lingua- gens presentes em nossa socie- dade, submetido às determina- ções gerais da legislação nacional
e às específicas da educação
brasileira, com comparecimento
módico e variado”.
4e. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos indiquem que a possibilidade de três formas diferentes
de flexão de número leva à dificuldade em estabelecer o plural dos
substantivos terminados em -ão.
4c. Após a palavra Fria (“Guerra
Fria”).
Cidadãos.
Não. O plural de
Leia com atenção este cartaz de divulgação de um concurso cultural posição é feito com a terminação -ões: posições.
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6 Leia esta tira com o personagem Armandinho, criado pelo ilustrador
catarinense Alexandre Beck.
a) Nas tiras de Armandinho, os adultos são mostrados apenas da
cintura para baixo. Quem, provavelmente, está conversando com
o menino?
b) O pai de Armandinho procurou explicar-lhe um comportamento
comum entre os estudantes. Que palavra do texto da tira identifica
esse comportamento?
c) Como se caracteriza esse comportamento?
d) O humor da tira é construído pelo fato de o menino não ter entendido a explicação do pai, embora tenha conseguido repetir o que
ele falou. O que nos mostra isso?
Armandinho Alexandre Beck
Biblioteca cultural
Você gosta das tirinhas do Armandinho?
Procure outras usando
a internet. Faça a busca
pelo nome do autor e
do personagem.
© ALEXANDRE BECK
a) Qual é o objetivo do projeto Revelando os Brasis?
b) Quem pode participar desse concurso?
c) O substantivo próprio Brasil aparece no plural. Que característica
do país é sugerida pela palavra Brasis?
d) De que maneira a ilustração remete à ideia de vários Brasis?
e) O concurso privilegia pequenas cidades. Em sua opinião, por que
houve essa escolha?
f) A flexão de número da palavra Brasil segue a mesma regra usada
para pluralizar barril e fuzil. Quais são as formas do plural desses
dois últimos substantivos?
g) Os substantivos fóssil e réptil também terminam em -il, mas sua
flexão de número é diferente. Coloque-os no plural.
h) A diferença na formação do plural de substantivos terminados em
-il está relacionada à posição da sílaba tônica na palavra. Analise
as palavras estudadas nos itens f e g e responda: como foi formado o plural dos substantivos oxítonos terminados em -il? E o dos
paroxítonos?
i) Agora, cite exemplos de substantivos terminados em -al, -el, -ol e
-ul e apresente seu plural. Em seguida, explique a regra de formação
desse plural.
A sílaba tônica de
uma palavra é pronunciada com mais força.
Se for a última sílaba, a
palavra é chamada de
oxítona (ca-fé); se for a
penúltima, paroxítona
(a-mi-go); e se for a
antepenúltima, proparoxítona (lâm-pa-da).
Lembra?
A mãe dele.
Panelinhas.
6c. Panelinha é o nome dado
a um grupo fechado em que
as pessoas estão ligadas por
afinidades.
A panela que aparece na última cena, a qual sugere que o garoto interpretou
a fala ao pé da letra.
5a. Produzir uma obra audiovisual
sobre a memória e a diversidade
cultural do Brasil.
5b. Moradores de cidades pequenas (com até 20 mil habitantes). A diversidade cultural brasileira.
Fósseis; répteis.
Resposta pessoal. Sugestões: animal – animais; papel – papéis;
lençol – lençóis; azul – azuis. O plural é formado com a substituição de -l por -is.
5h. Nos substantivos oxítonos
terminados em -il, houve a troca
de -l por -s (barril – barris) e, nos
substantivos paroxítonos, a troca de
-il por -eis (fóssil – fósseis).
5e. Resposta pessoal. Entre os argumentos, os alunos podem citar o objetivo de promover a cultura em cidades menores
ou de buscar uma representação das culturas diversas do país. Também pode ser mencionado o fato de que as pequenas
cidades guardam melhor a cultura local, porque são menos influenciadas pela cultura globalizada.
5d. Cada uma das hélices do cata-
-vento tem o formato do território
brasileiro, e as várias cores remetem à ideia de diversidade.
Barris; fuzis.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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José Aguiar
© JOSÉ AGUIAR
a) Para inserir o leitor no contexto da tira, são feitas a ele duas perguntas. Qual é a função de cada uma delas?
b) Qual é o grau expresso no substantivo musiquinha?
c) O grau de musiquinha não indica tamanho. Que valor ele exprime?
d) O diminutivo do substantivo quadros produziu um termo com
sentido novo. O que são quadrinhos?
e) Observe agora o título desta postagem de um blog.
Campo de jogo, filmaço sobre futebol,
em cartaz nos cinemas!
Disponível em: <https://www.ocafezinho.com/2015/07/25/
campo-de-jogo-filmaco-sobre-futebol-em-cartaz-nos-cinemas>.
Acesso em: 5 jun. 2018.
Em que grau está o substantivo filmaço? Qual valor é expresso por
esse grau?
f) É a sua vez:
I. Construa uma frase com substantivo no grau diminutivo expressando desprezo.
II. Construa uma frase com substantivo no grau aumentativo para
valorização.
e) Em qual dos quadros a ideia de “panelinha” está associada a tamanho? Por quê?
f) Que outras formas do substantivo panela poderiam sugerir a ideia
de diminutivo?
7 Leia uma tirinha do ilustrador paranaense José Aguiar.
O termo valor é usado para indicar as ideias
que o grau empresta
ao substantivo além
da noção de tamanho.
Quando você vir uma
pergunta sobre o “valor
do grau”, tente perceber se ele traduz carinho (filhinho), grosseria
(porcalhão) etc.
Dica de professor
No último, em que o garoto carrega uma panela pequena.
Panelica, panelazinha, micropanela ou minipanela.
7a. A primeira pergunta expressa um convite; a segunda
interpreta uma suposta reaO grau diminutivo. ção do leitor.
São desenhos em sequência,
geralmente usados em narrativas, como tirinhas.
sentido novo. O que são quadrinhos
7c. O diminutivo, nesse caso,
tem valor afetivo, com a intenção de tornar o convite mais
amável.
Sugestão: Achei que o personagem é um heroizinho muito sem graça.
Construa uma frase com substantivo no grau aumentativo para
Sugestão: Essa empresa só vende carrão!
Grau aumentativo. Ele expressa uma opinião favorável, elogiosa ao filme.
Questão 7c – É provável que
os alunos intuam esse valor,
mas não saibam expressar essa
ideia. Outras formulações são
possíveis, mas procure apresentar à turma o conceito de
valor afetivo, pois ele será útil
em análises futuras.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Observe com atenção esta pintura feita pelo artista italiano Caravaggio
no século XVI. Depois, responda às questões 1 a 5.
Isso eu já vi Grafia de encontros consonantais
MICHELANGELO MERISI DA CARAVAGGIO. A adivinha. 1595.
Óleo sobre tela, 93 × 131 cm.
1 A tela retrata uma cena do passado, do presente ou do futuro?
Justifique.
2 Observe atentamente os dois personagens. É possível determinar a
classe social do rapaz à direita? E a da moça à esquerda? Explique.
3 O fundo da tela ajuda a criar a impressão de profundidade. O que
você percebe sobre o uso da luz?
4 A moça à esquerda é uma adivinha. O que significa adivinhar?
5 Como a ocupação de “adivinha” é sugerida pela ação realizada?
Muitos especialistas em pintura consideram essa tela importante por
ter sido feita em uma época em que os artistas preferiam pintar personagens retirados da mitologia grega ou da religião católica. Caravaggio
teria sido original ao representar uma situação cotidiana.
Para isso, ele escolheu a figura de uma adivinha. As adivinhas eram
mulheres que, supostamente, sabiam ler a sorte, o futuro das pessoas
nas linhas de suas mãos.
CARAVAGGIO – MUSEU DO LOUVRE, PARIS
Uma cena do passado, como mostram as roupas e os acessórios
2. O personagem à direita parece ser rico, porque
suas roupas e seu chapéu
são luxuosos. Já a moça
apresenta vestimenta mais
simples, sugerindo ser da
classe popular.
3. Há focos mais iluminados
e outros mais escuros, e essa
diferença ajuda a produzir a
A moça está “lendo” a palma da mão do rapaz. ideia de profundidade.
Descobrir, prever.
dos personagens, além da espada presa próximo à cintura do homem.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
137
Vamos pensar agora na palavra adivinha, que vem do verbo adivinhar. Várias pessoas se atrapalham com sua grafia, imaginando que
o correto seria a forma “advinha”. A omissão do i ocorre pela tentativa de seguir outras palavras parecidas, como advogado, advertir ou
adversário, nas quais a consoante não é seguida por vogal para formar
uma sílaba.
Passemos então ao estudo de palavras que podem causar esse tipo
de equívoco, resolvendo as questões 6 e 7.
6 Copie as palavras no caderno, substituindo as estrelas () pelas
letras que faltam.
a) Atrasaram-se porque o neu do carro furou.
b) O artista otou por vir de helicótero.
c) Esta noite poderemos assistir ao eclise da Lua.
d) Aquela música tem um rimo contagiante.
e) As chaminés lançam gases na amosfera.
f) O atestado de óto foi dado ao filho.
g) Temos muita amiração pelo professor de Matemática.
h) Aquela era uma comida tíca da região.
i) Quem deixou aqueles ojetos na sala de receção?
j) As eruções vulcânicas provocam impato na região.
k) As novas tenologias ajudaram a salvar bebês prematuros.
l) Ao caturar imagens distantes, o telescópio oferecia respostas
para enimas antigos.
m) Ele tenta oter notas mais altas.
n) Qual é o sinificado da palavra corrução?
o) Star Wars é um exemplo de filme éco.
p) Estou dececionada com a interrução daquela série de TV.
q) Tenho o háto de ir para a escola de bicicleta.
7 Escreva as palavras a que se referem as definições a seguir. Elas
devem apresentar encontros consonantais semelhantes ao que
vemos em advogado.
a) Navio de guerra que opera sob a água.
b) Fechamento de um orifício no dente.
c) Forma, aparência exterior.
d) Escolha, alternativa.
e) Criação imaginária.
f) Fruto que é uma variedade do pêssego.
Temos a tendência
de incluir as letras i ou e
para completar a sílaba
em palavras como obter
ou advogado. É preciso
atenção a vocábulos
como esses.
Dica de professor
VICENTE MENDONÇA
submarino
obturação
aspecto
opção
ficção
nectarina
pneu
optou, helicóptero
eclipse
ritmo
atmosfera
óbito
admiração
típica
objetos, recepção
erupções, impacto
tecnologias
capturar, enigmas
obter
significado, corrupção
épico
decepcionada, interrupção
hábito
Caso algum aluno pergunte
se a letra ou a consoante é
muda, como o d de advogado,
explique que são chamadas
de “mudas” as consoantes
que estão escritas mas não
são pronunciadas. Portanto,
a palavra muda não se aplica
a esses casos, já que o som
da letra é falado. Aliás, no
português do Brasil, a única
consoante realmente muda
é o h em início de palavras
porque nunca é pronunciado.
Questão 7 – Você pode conceder alguns minutos para que
os alunos, em grupos, façam
uma lista de palavras de que
se lembram. Em seguida, peça
que consultem dicionários para
confirmar a grafia. No final, se
julgar conveniente, os exemplos
podem ser escritos na lousa.
138
Entre saberes
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.
Nele, o músico trata de sua vivência com o hip-hop. Agora você e seus
colegas irão produzir uma videoaula sobre o movimento.
Primeiramente, a classe deverá dividir-se em cinco grupos, que lerão
as instruções a seguir para a criação da videoaula sobre hip-hop. Cada
grupo ficará encarregado de um passo do trabalho!
Primeiro passo: pesquisa sobre as origens
do movimento hip-hop
O grupo 1 deve pesquisar em sites confiáveis da internet e em livros
de arte e cultura juvenil sobre o surgimento do movimento hip-hop:
local de origem, ano, personagens principais, fatos importantes etc.
Caso ocorra discrepância entre as informações oferecidas pelos textos,
deve consultar outras fontes para confirmar qual delas está correta.
Após a leitura dos materiais encontrados, os alunos desse grupo
devem escrever um texto reunindo os dados pesquisados. Para isso,
poderão utilizar um editor de texto cujo arquivo possa ser trabalhado
simultaneamente, garantindo que todos escrevam ao mesmo tempo
e trabalhem em grupo. Esse material deverá ser compartilhado com
o grupo 3.
Ohip-hop tem forte identificação com a música, mas não se res
tringe apenas a essa manifestação artística. O movimento surgiu nas
periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década
de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços
públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade
de muitos bairros periféricos estadunidenses.
Os bailes de hip-hop, organizados na rua ou dentro de escolas,
eram marcados por disputas de dança (os chamados breaks) e por
outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues
de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de
grafitagem. Destacou-se, nesse cenário, a Zulu Nation, cujo líder
era o DJ Afrika Bambaataa, um dos fundadores oficiais do hip-hop.
A cultura hip-hop não se restringiu aos bairros periféricos dos
Estados Unidos. Aos poucos, ela foi ganhando o mundo, inclusive
as periferias das maiores cidades brasileiras, tornando-se uma expressão forte e vigorosa. No Brasil, o centro e a periferia da cidade
de São Paulo foram pioneiros na difusão dessa cultura.
Neste capítulo, você leu o relato de experiência de Pedro Antônio Alves.
. Agora você e seus
tem forte identificação com a música, mas não se resO movimento surgiu nas
periferias de Nova York e de Chicago, nos Estados Unidos, na década
de 1970. Racismo, pobreza, drogas, desigualdade e falta de espaços
públicos para os jovens negros se divertir faziam parte da realidade
, organizados na rua ou dentro de escolas,
) e por
outras formas de expressão musical e visual. Aos poucos, as gangues
de jovens transformaram-se em grupos de dança, de música e de
138
VICENTE MENDONÇA
Utilize como critério para divisão dos grupos a habilidade
ou o desejo dos alunos de
trabalhar com pesquisa, produção de roteiro, seleção de
imagens, filmagem, atuação,
edição etc. Caso a turma seja
muito grande, oriente a produção de duas videoaulas.
Como se trata do 6o ano, não se
espera que a videoaula produzida pelos alunos seja sofisticada.
O mais importante é que eles
pesquisem, selecionem dados
e imagens, editem material e
possam, por meio dele, apresentar um tema com clareza.
Se quiser saber mais sobre
o hip-hop e sobre esse movimento no Brasil, leia o artigo
“Tribo urbana ou movimento
social?”, de Marcos Alexandre
Bazeia Fochiacesse, disponível
na internet.
Utilize como critério para divisão dos grupos a habilidade ou o desejo dos alunos de trabalhar com pesquisa,
produção de roteiro, seleção de imagens, filmagem, atuação, edição etc. Caso a turma seja muito grande,
oriente a produção de duas videoaulas.
Entre saberes
CG: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 5, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 10
Habilidades: EF67LP12,
EF67LP20, EF67LP21,
EF69LP21
No campo das práticas de estudo e pesquisa, mais especificamente nas habilidades
EF67LP20 e EF67LP21, a BNCC
prevê a realização de pesquisa usando fontes indicadas e a
divulgação de seus resultados
por meios diversos. Escolhemos
para esta seção a produção de
uma videoaula, que exigirá a
mobilização de ferramentas
digitais e colocará aos alunos
o desafio de explorar diferentes
linguagens de modo articulado,
como prevê a CELP 10. Citamos,
ainda, o diálogo com a CEL 2 e
com a CG 10, entendendo que
a produção de conhecimento
escolar contribui para a continuidade da aprendizagem e que
a participação em um projeto
coletivo favorece o desenvolvimento da responsabilidade
e da flexibilidade. Por fim,
esclarecemos que a atividade
contribui para a aquisição da
CG 9 no que diz respeito a valorizar a diversidade de indivíduos de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas
e potencialidades; nesse caso,
pelo estudo e reconhecimento
da cultura hip-hop, associada
aos grupos jovens das periferias
de grandes cidades.
139
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
139
Segundo passo: pesquisa sobre as origens
do movimento hip-hop no Brasil
O grupo 2 deve assistir a produções que apresentam personagens e
fatos ligados ao início do movimento no Brasil e tomar nota das principais
informações. Além das referências indicadas abaixo, deve encontrar outras
referências audiovisuais confiáveis.
- Marco Zero do Hip-Hop. Direção: Pedro Gomes. 2014. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=3uoZ7ztjSDI>. Acesso em: 5 jun. 2018.
- Hip-Hop como ferramenta de inclusão e manifestação cultural. Reportagem: Natacha Mazzaro. TV PUC. 2013. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=b0C-LAcg9nI>. Acesso em: 5 jun. 2018.
- RAPadura – Norte Nordeste me Veste. Direção: VRas77, 2011. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=n_ZXeg6gD_o>. Acesso em:
5 jun. 2018.
Após assistir aos vídeos, o grupo escreverá um texto para reunir as informações, procurando usar um editor de texto que permita a escrita de todos
ao mesmo tempo. A pesquisa deverá ser compartilhada com o grupo 3.
Terceiro passo: transformação da pesquisa
em roteiro de videoaula
Tendo como base os textos produzidos pelos grupos 1 e 2, o grupo 3 vai
criar o roteiro de uma videoaula de 5 minutos. O objetivo dele é transmitir
as informações pesquisadas por meio de um filme destinado a um público
adolescente.
No planejamento do roteiro, deve refletir sobre os seguintes aspectos:
Haverá um narrador na videoaula? Só se ouvirá a voz do narrador ou ele vai
aparecer na tela? Atores vão explicar as origens do hip-hop? Haverá legendas (frases explicativas) na tela? Haverá animações, trechos de canções, de
filmes, de matérias jornalísticas?
Quarto passo: produção da videoaula
O grupo 4 estudará o roteiro e providenciará todo o material necessário
para a produção da videoaula: escolha dos atores, equipamento para gravação de vozes, seleção de trechos necessários à finalização (áudios, imagens,
trechos de filmes etc.).
Quinto passo: gravação e finalização da videoaula
O grupo 5 fará a gravação da videoaula a partir do roteiro e do material
pré-selecionado. Para isso, deve gravar as cenas e salvá-las em um computador. A seguir, deve finalizar o vídeo usando um editor de conteúdo audiovisual,
que pode ser obtido gratuitamente na internet. Por meio dele será possível
organizar as cenas, fazer cortes, inserir trechos captados de material da web,
trilha sonora etc.
Se não for possível usar a ferramenta de escrita colaborativa,
peça aos grupos que escolham
representantes para transformar os textos produzidos em
um único texto.
Não é objetivo da videoaula
do 6o ano que os alunos desenvolvam o gênero roteiro
com precisão. O mais importante é que eles percebam que
uma pesquisa escrita é bem
diferente de uma videoaula
e que, por isso, é necessária
uma adaptação de linguagem.
Ajude os alunos nessa etapa.
Converse com os integrantes
do grupo e incentive-os a fazer
uma lista contendo as necessidades detectadas no roteiro.
Distribua as tarefas.
Preferencialmente, envolva o professor de Arte nas filmagens e na edição. Seria interessante exibir as videoaulas
para todos os alunos do ano. Caso haja muitas produções, divida-as para que cada turma veja duas ou três
delas. No final de cada uma, pergunte aos alunos se compartilhariam ou não o material e se marcariam ou
não “curti” ”não curti”, se estivesse disponível em uma rede social. Peça-lhes que justifiquem sua opinião.
140
O paulista Arnaldo
Antunes (1960-) ficou
conhecido como músico
e cantor da banda de
rock Titãs. Saiu do grupo
em 1992, mas continuou produzindo letras
de canções em parceria
com os integrantes da
banda e também com
outros músicos, como
Marisa Monte e Carlinhos Brown. Além disso,
tem publicado livros de
poemas e se dedicado às
artes plásticas.
De quem é o poema? FÁBIO GUINALZ/FOTOARENA
Foto de 2013.
140
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
as coisas são
invisíveis
como o ar
se você não
para para
reparar
ARNALDO ANTUNES. Agora aqui ninguém precisa de si.
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 111.
1 O poema faz uma comparação entre “as coisas” e “o ar”.
a) Embora o ar esteja em nossa volta, não prestamos atenção nele.
Que característica do ar é responsável por isso?
b) Cite uma prova de que o ar existe.
c) Segundo o poema, quando as coisas ficam parecidas com o ar?
2 Olhe em sua volta neste momento para descobrir uma coisa que
passou despercebida até agora.
a) O que você viu?
b) O que foi necessário para que você passasse a ver essa coisa?
3 Você acha que o termo coisas, no poema, refere-se apenas a objetos?
Explique sua resposta.
4 Quais são os sentidos da palavra para no penúltimo verso?
5 A última palavra do poema é o verbo reparar.
a) Que palavras ou expressões têm sentido semelhante ao dela?
b) Por que o poeta decidiu usar a palavra reparar, e não uma de sentido
parecido?
6 O poema em estudo não tem título. Em sua opinião, essa ausência
prejudica a compreensão do texto? Por quê?
Leitura 1
Desvendando o texto
CAPÍTULO
5 POEMA: a expressão do eu
Poemas são textos que encantam porque usam a língua do dia a dia de
um modo especial. Os sons das palavras e seu poder de sugerir imagens e
propor novos sentidos podem ser fascinantes em um texto poético.
Conheça, a seguir, um poema de Arnaldo Antunes e reflita sobre o trabalho com a linguagem.
Sua transparência
ou invisibilidade.
1b. Sugestões: Sentimos nosso peito mais cheio quando
inspiramos; o vento é o ar
em movimento, e podemos
senti-lo no rosto e nos cabelos; uma bexiga cheia é mais
pesada que uma vazia.
Quando não reparamos nelas.
Resposta pessoal.
2b. Espera-se que os alunos respondam
que é necessário prestar atenção, reparar em uma coisa para passar a vê-la.
Espera-se que os alunos respondam que não e justifi4. A primeira ocorrência de
para (verbo) significa “estagnar”, “deixar de mover”; a
segunda (preposição) tem o
sentido de “a fim de”, “com o
objetivo de”.
5a. Notar, perceber, observar,
prestar atenção, fixar o olhar.
Porque, além de rimar com ar, a palavra reparar contém as letras
que formam a palavra para, usada duas vezes no verso anterior.
Espera-se que os alunos respondam que não, percebendo que os versos são suficientes para expressar a ideia, dispensando esclarecimentos.
quem dizendo que também não reparamos em algumas pessoas, por exemplo.
Leitura 1 – Pergunte aos alunos se o poema de Arnaldo Antunes se parece com algum que eles já tenham lido.
A atividade tem o objetivo de estimular a recuperação de repertório da turma. Em geral, eles têm acesso a poemas
com versos distribuídos em estrofes ou a poemas visuais, cujas palavras simulam figuras mencionadas no texto.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 7
Habilidades: EF67LP28,
EF67LP31, EF67LP38,
EF69LP07, EF69LP12,
EF69LP48, EF69LP51,
EF69LP54
Capítulo 5
Pré-requisitos
• EF35LP31
• EF06LP04
• EF67LP28
• EF15LP17
Materiais digitais
Sequência didática 7: A
poesia de tradição oral
CG: 1, 3, 6
CEL: 1, 2, 3, 5
CELP: 1, 3
Habilidades: EF69LP44,
EF69LP46
Sequência didática 8:
A história da cadeira
CG: 1,2
CEL: 1
CELP: 1
Habilidades: EF69LP32,
EF69LP34
Avaliação 3
CG: 1, 4
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2, 6
Habilidades: EF35LP27,
EF35LP28, EF06LP06,
EF06LP47, EF67LP02,
EF67LP04, EF67LP05,
EF67LP15, EF69LP47
CG: 1, 3, 6; CEL: 1, 2, 3, 5;
CELP: 1, 3
Habilidades: EF69LP44,
EF69LP46
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Áudio:
Poemas de Casimiro de Abreu
141
Ivan Junqueira
(1934-2014) trabalhou
como jornalista em vários jornais do Rio de
Janeiro, cidade onde nasceu e viveu. Foi também
crítico literário e editor.
Seus livros de poemas
foram traduzidos para o
francês, inglês, russo, chinês e outros idiomas. Foi
membro da Academia
Brasileira de Letras.
FABIO SEIXO/AGÊNCIA O GLOBO
De quem é o poema?
Foto de 2013.
141
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Leia a seguir um poema do escritor fluminense Ivan Junqueira e responda
às questões.
O aeroplano
Quando eu fiz cinco anos,
meu pai deu-me de presente um aeroplano
que ele próprio construíra
com finas hastes de bambu e papel de seda.
Tão leve quanto uma libélula,
o frágil engenho voou até desaparecer
por detrás do muro do quintal
e dos últimos reflexos de um poente de verão.
Ninguém jamais o encontrou.
Eu ia na cabine. Eu e minha infância,
que nunca mais voltou.
IVAN JUNQUEIRA. Essa música.
Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
1 Releia o poema de Arnaldo Antunes e compare-o com o texto do
diário de Zlata (página 21) e com a reportagem sobre ela (página 26),
que você conheceu no Capítulo 1. Que diferença há na maneira como
as palavras ocupam a linha?
2 Leia mais uma vez o poema, agora em voz alta, considerando o espaço
deixado entre os versos ou no meio deles.
a) A releitura foi feita em ritmo rápido ou lento?
b) No meio de qual verso fazemos uma pausa na leitura? Copie-o.
c) O que nos leva a fazer essa pausa?
d) Que relação existe entre o assunto do poema e essa forma de
escrever o verso?
Leitura 2
VICENTE MENDONÇA
Como funciona um poema?
O poema é um gênero textual do campo literário. Ele se caracteriza pelo
trabalho apurado, especial, com as palavras, mas também por outros recursos
de linguagem, como a distribuição e a diagramação das letras ou o formato do
texto na página, que podem ser mobilizados intencionalmente para construir
sentidos e causar efeito sobre o leitor.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
1. No diário e na reportagem,
as palavras ocupam toda
a extensão das linhas; no
poema, apenas parte delas.
Espera-se que os alunos apontem um ritmo lento.
Verso 5: “para [espaço] para”.
O espaço entre as palavras.
O poema fala da necessidade de reduzir nosso ritmo para que possamos notar as coisas ao
nosso redor. O espaço entre as palavras nos obriga a fazer uma pausa, já realizando aquilo
que é sugerido no texto.
Leitura 2 – Sugerimos, em um
primeiro momento, a leitura
silenciosa. Adiante orientaremos uma atividade de leitura
em voz alta.
142
142
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Refletindo sobre o texto
1 O poema “O aeroplano” relata um acontecimento.
a) Em que momento da vida do eu lírico esse fato ocorreu?
b) Como você imagina a pessoa que está contando o fato?
c) É possível saber se Ivan Junqueira, autor do poema, viveu mesmo
essa experiência ou se ele apenas a inventou?
2 O poema descreve o aeroplano que o eu lírico ganhou do pai.
a) O brinquedo era feito de “finas hastes de bambu” e de “papel de seda”.
O que são hastes? Qual é sua função?
b) Que característica o uso desses materiais confere ao aeroplano?
c) Transcreva do poema a expressão equivalente à palavra aeroplano
e que revela essa mesma característica.
d) O eu lírico compara o aeroplano com uma libélula. Explique o que
é uma libélula, consultando, se preciso, um dicionário.
e) Que característica citada no poema justifica a aproximação entre
o aeroplano e uma libélula? Que outras características também
poderiam ser citadas?
f) O eu lírico afirma que “ia na cabine” do aeroplano. Como isso é possível
se este era pequeno e de brinquedo?
3 Para o eu lírico, ser criança é como voar no pequeno avião. Então, o
que é a infância para ele?
4 Como o eu lírico expressa ao leitor a ideia de que sua infância terminou com aquela experiência?
5 Observe a forma do poema.
a) Quantos versos ele tem?
b) Quantas são as frases? Considere que cada uma delas termina com
um ponto final.
c) Há o mesmo número de versos e de frases? Por quê?
A voz que fala em um poema é chamada de eu lírico ou eu poético. Ela expressa um sentimento ou conta algo que pode ou não corresponder a uma experiência real vivida pelo autor ou por outra pessoa. Por exemplo, um poeta pode
escrever colocando-se no lugar de uma senhora que está triste porque seu neto
adoeceu, assim como pode fingir ser um caranguejo e falar sobre a experiência
de ser lançado pelo mar em uma praia desconhecida.
Os poemas estão repletos de imagens poéticas. Em lugar de apresentar diretamente uma ideia, criam relações inesperadas. Ivan Junqueira, no
poema que você leu, associou o fim da infância à imagem do aeroplano que
desapareceu.
Para compreender
bem um poema, leia as
frases em voz alta, sem
isolar os versos, pois
elas formam unidades
de sentido. Note as pausas, o ritmo de leitura,
as palavras enfatizadas.
Procure interpretar a
leitura com gestos e
expressões faciais.
Dica de professor
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Quando o eu lírico tinha cinco anos.
Em que momento da vida do eu lírico esse fato ocorreu?
Como você imagina a pessoa que está contando o fato?
1b. Espera-se que os alunos
indiquem que é um adulto, pois
fala da infância como algo distante. É possível que apontem,
predominantemente, que se
trata de um homem, visto que
o brinquedo recebido costumava ser dado a meninos.
Espera-se que os alunos afirmem que não é possível saber isso.
São pedaços de madeira usados rinquedo era feito de “finas hastes de bambu” e de “papel de seda”.
como armação ou apoio.
Sugestão de resposta: Para o eu lírico, a infância é um
Onze.
Cinco.
Não, porque há frases que ocupam mais de um verso.
2e. O poema cita a leveza.
Também poderiam ser mencionadas a capacidade de
voar, a estrutura delgada, a
fragilidade e a delicadeza.
2f. Espera-se que os alunos
notem que não se trata de
uma situação real; o eu lírico
sugere que se sentia como se
pudesse voar no aeroplano,
simulando essa sensação.
“O frágil engenho”.
Fragilidade.
Que característica o uso desses materiais confere ao aeroplano?
Transcreva do poema a expressão equivalente à palavra
Libélula é um inseto com asas longas e transparentes.
é uma libélula, consultando, se preciso, um dicionário.
Que característica citada no poema justifica a aproximação entre
O eu lírico afirma que o avião voou por trás do
muro e nunca mais voltou, assim como sua infância.
momento de diversão e liberdade, em que há espaço para a imaginação.
Aproveite para trabalhar elementos da oralidade. Depois
das atividades com o poema,
que contribuem para uma
compreensão mais profunda
do texto, organize os alunos em
grupos. Cada equipe escolherá
um leitor e orientará sua leitura, indicando palavras a serem
enfatizadas, pausas, expressões
faciais, ritmo etc. Observe se
os leitores fazem pausas mais
longas no final das frases, e não
dos versos. Na apresentação,
retire da sala os outros alunos
leitores para que não alterem
a leitura planejada.
143
143
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6 Leia agora este poema de Carlos Drummond de Andrade.
Amor em viagem
Trem arquejante, cansado,
a subir a Mantiqueira,
também eu chego atrasado,
não encontro quem me queira.
Do Rio Grande ao Pará,
de Mato Grosso a Sergipe,
coitado de quem está
procurando amor num jipe.
Numa jangada de vela,
eu beijei e fui beijado,
mas no vento foi-se aquela
que navegava a meu lado.
Piloto que dás teu giro
montado em peixe de prata,
carrega este meu suspiro,
e leva a quem me maltrata.
VICENTE MENDONÇA
a) Que sentimento o eu lírico expressa no poema?
b) O que provoca esse sentimento?
c) O poema cita quatro meios de transporte. Quais?
d) O que o eu lírico quis dizer com a expressão “peixe de prata”?
e) Quantos versos tem o poema?
f) Em quantas estrofes esses versos estão organizados?
g) Que critério foi usado para separar as estrofes?
h) Observe as palavras que formam o final dos versos. Copie as duplas
que terminam com sons semelhantes.
i) Você percebeu que há um padrão nessa repetição de sons? Como
poderia descrevê-lo?
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. Poesia e prosa. Volume único.
Antologia organizada pelo autor. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 984.
Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond.
Estrofe é cada grupo
de versos de um poema.
Lembra?
Frustração ou tristeza.
O amor que ele dedica a alguém e não é correspondido.
Trem, jipe, jangada e “peixe de prata”.
Dezesseis.
Quatro.
Cada estrofe fala de
um meio de transporte.
6h. Cansado/atrasado; Mantiqueira/queira; Pará/está; Sergipe/jipe;
vela/aquela; beijado/lado; giro/
suspiro; prata/maltrata.
Em cada estrofe, o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo, com o quarto.
6d. Sugestão de resposta: Talvez seja
uma referência a um veículo aquático,
como um barco ou uma lancha.
Questão 6d – Introduziremos o
conceito de metáfora na próxima seção. Sugerimos que não
o antecipe.
Promova uma atividade de declamação do poema. Forme
quartetos e atribua uma estrofe a cada integrante. O grupo
deve definir uma maneira de
ler o texto – incluindo recursos
de gestualidade – que revele
uma interpretação. Oriente-os
a prestar atenção às pausas, a
valorizar as rimas e a definir
ênfases. Também devem cuidar
para que a altura da voz, o
ritmo de leitura e a postura
sejam adequados. Esse procedimento está associado ao desenvolvimento da habilidade
EF69LP53.
144
144
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dizemos que há rima entre palavras quando elas terminam com sons iguais
ou semelhantes. A rima pode acontecer no final dos versos (rima externa) ou no
meio deles (rima interna). Veja.
Pescaria
Cochilo. Na linha
eu ponho a isca de um sonho.
Pesco uma estrelinha.
GUILHERME DE ALMEIDA. Os melhores poemas de Guilherme de Almeida.
Sel. Carlos Vogt. 2. ed. São Paulo: Global, 2001. p. 91. (Os melhores poemas; 28).
a) Que relação existe entre o significado da palavra que forma o poema
e a maneira como ela foi escrita?
b) Além de formas, o poeta explorou cores. Como as empregou e com
qual propósito?
c) Esse poema é mais parecido com o de Antunes, o de Junqueira, o
de Drummond ou o de Almeida? Por quê?
d) O poema de Al-Chaer é um exemplo da chamada “poesia visual”. Pense
nas características dele e conclua: o que seria um poema visual?
7 Releia os poemas de Arnaldo Antunes, Ivan Junqueira, Carlos
Drummond de Andrade e Guilherme de Almeida.
a) Observe o uso das letras maiúsculas e da pontuação. Por que o
poema de Arnaldo Antunes é diferente dos outros?
b) Preste atenção na maneira como as palavras ocupam o espaço da
página. Por que temos a impressão de que o poema de Antunes
forma uma figura?
8 Leia este outro poema, do autor mineiro Alberto Vilela Chaer, mais
conhecido como Al-Chaer (1963-).
© AL-CHAER (ALBERTO VILELA CHAER)
VICENTE MENDONÇA
Dos cinco poemas
vistos até este ponto
do capítulo, de qual
você gostou mais? Por
quê? Você tem especial
apreço por algum outro
poema?
Fala aí!
O gênero textual poema explora as palavras, que não são empregadas da
forma mais comum. Elas são escolhidas, dispostas e eventualmente articuladas
com outros recursos visuais de modo a construir sentidos inusitados e efeitos
expressivos.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
As letras da palavra lua imitam suas fases.
8b. Ele usou o preto para
compor o fundo e o branco
para escrever as letras, sugerindo, assim, a noite e a lua
iluminada.
8c. Com o de Antunes, porque procurou trabalhar não
apenas o sentido e o som
das palavras, mas também
o aspecto visual.
Um poema que explora imagens e formas.
7a. Porque nele não há letras
maiúsculas nem pontuação.
Porque as palavras estão centralizadas, e o espaço entre elas é desigual.
Estimule os alunos a justificar suas preferências. Dê
espaço para que todos os
poemas sejam comentados.
145
145
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VICENTE MENDONÇA
A linguagem poética
O trabalho dos poetas é alterar o significado das palavras ao criar
associações novas, inesperadas. Eles usam a linguagem figurada, que se
caracteriza por palavras usadas com sentido diferente do usual. Explore
mais esse aspecto, realizando as atividades a seguir.
1 Leia a tirinha do cartunista goiano Galvão Bertazzi.
Vida Besta Galvão Bertazzi
a) O que significa levar uma “nuvem escura” sobre a cabeça?
E carregar um “sol particular”?
b) As expressões nuvem escura e sol particular têm sentido denotativo
(literal, usual) ou conotativo (novo, criativo)?
c) Como o cartunista explora essas expressões nos quadrinhos?
2 Leia este poema da escritora portuguesa Matilde Rosa Araújo
(1921-2010).
Um amigo
Esta noite deitei-me triste.
Abri um livro, passei uma folha, outra folha.
Quando cheguei ao fim tinha o coração cheio
de folhas e de flores...
MATILDE ROSA ARAÚJO. Cantar da Tila.
Lisboa: Livros Horizonte, 1986.
GALVÃO BERTAZZI
Se eu quiser aprender mais
Se essa tirinha fosse minha...
Agora é sua vez de brincar com os sentidos. Desenhe uma situação que
represente, de modo literal, uma construção conotativa. Você pode desenhar,
por exemplo, “um doce de menina”, “um colega que é um crânio” e “uma
professora que é fera em Matemática”, entre tantas outras.
1a. Levar uma “nuvem escura”
sobre a cabeça significa estar
sempre preocupado, de mau
humor; ter um “sol particular”
significa estar sempre otimista,
alegre. Sentido conotativo.
1c. O cartunista usa as expressões de maneira literal,
criando um contraste entre
o cenário e a situação dos
personagens.
Se essa tirinha fosse minha... –
Propomos afixar as produções
na lousa ou em uma parede para
os alunos verem o que os colegas desenharam. Peça a cada
aluno que explique o sentido
da expressão usada como base.
Comente eventuais equívocos.
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 3, 4
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 7
Habilidades: EF67LP31,
EF67LP38, EF69LP05,
EF69LP48, EF69LP53,
EF69LP54
146
146
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Com o que as borboletas são comparadas no poema?
b) Quais características aproximam os elementos comparados?
c) Redija uma frase que explicite a comparação.
d) Por que podemos dizer que esse haicai apresenta uma metáfora?
4 Leia outro haicai, este da escritora capixaba Lena Jesus Ponte.
Cuidadoso, o pai
descascava a tangerina.
Perfumava a infância.
LENA JESUS PONTE. Ávida palavra. Rio de Janeiro: Editoração, 2007.
a) Esse poema pode ser considerado um bom exemplo de haicai?
Justifique sua resposta observando a forma e o tema.
b) Como você entendeu a ideia de que o pai “perfumava a infância”?
c) A palavra perfumar está ligada a outra palavra no poema. Qual?
Explique sua resposta.
Pétalas de seda
Flutuam, fazem festa
Borboletas.
Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/setsukogeni-oyakawa>. Acesso em: 6 jun. 2018.
Haicais são poemas
de origem japonesa
compostos de três versos. Seus temas são
ligados à natureza ou à
percepção da passagem
do tempo.
a) O eu lírico sentia-se triste quando se deitou. O que ele resolveu
fazer enquanto não dormia?
b) Depois disso, o estado de espírito dele mudou ou continuou igual?
Justifique sua resposta.
c) A palavra folha foi usada com dois sentidos no texto. Quais são eles?
d) O segundo sentido de folha permitiu ao eu lírico relacioná-la a uma
palavra que não se refere normalmente aos livros. Qual é ela?
e) No verso final, as palavras folhas e flores foram usadas com sentido conotativo. O que elas passaram a significar? Por quê?
f) O “amigo” citado no título é o livro. Transcreva a frase a seguir
em seu caderno e complete-a, valendo-se das ideias presentes
no poema.
O livro é como um amigo, porque...
g) No poema, a ideia de que o “amigo” é o livro está dita claramente
ou o leitor precisa deduzir esse sentido?
3 Conheça um haicai da poeta paulista Setsuko Geni Oyakawa. VICENTE MENDONÇA
A comparação implícita, que não é dita
claramente, chama-se
metáfora. O leitor precisa deduzir o sentido,
contando com as outras palavras do texto.
A metáfora é um dos
principais recursos da
linguagem conotativa.
3a. Pétalas de seda.
3b. Leveza, fragilidade, delicadeza, capacidade de flutuar.
3c. Sugestão: Borboletas são
como pétalas de seda porque
flutuam delicadamente.
3d. Porque há uma comparação
entre as borboletas e as pétalas
de seda, mas isso não está
expresso claramente. É preciso
que o leitor perceba a relação.
2e. “Alegria”, “felicidade”, por- que são elementos que reme- tem a coisas belas, positivas.
Resposta pessoal. Sugestão: O livro é como um amigo, porque
nos conforta quando estamos tristes.
O leitor precisa deduzir
No poema, a ideia de que o “amigo” é o livro está dita claramente
o sentido.
Ler um livro.
Mudou, porque seu coração ficou “cheio de folhas
Depois disso, o estado de espírito dele mudou ou continuou igual?
e de flores”, o que sugere que a tristeza passou.
2c. “Pedaço de papel” e “parte
de árvore ou de planta”.
Flores.
4a. Sim. O poema é formado
por três versos, e seu tema é
a percepção das fases da vida,
portanto tem as características
que identificam um haicai.
4b. Resposta pessoal. Os alunos devem reconhecer a ideia
de que o pai é visto como
alguém que torna a infância
melhor, estando associado ao
cuidado e ao carinho. Também
podem entender que, na memória do eu lírico, a infância
está relacionada ao cheiro da
tangerina.
4c. À palavra tangerina, fruta que, quando descascada, exala um cheiro forte e doce.
Questão 3d – Escolha, entre
aquelas produzidas pelos alunos, uma resposta que considere modelar. Anote-a na
lousa e evidencie como o aluno
organizou os dados de modo
a expressar, com clareza, as
particularidades da metáfora.
Questão 4d – Grande parte das
imagens de um poema não oferece uma interpretação única
e fechada. O importante é que
o aluno apresente uma ideia
coerente com o contexto em
que a imagem está colocada.
147
147
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você conheceu poemas bem diferentes neste capítulo.
Alguns são mais tradicionais e exploram, por exemplo,
a rima ou um número fixo de versos por estrofe. Outros
são mais livres, optando, por exemplo, por organizar os
versos em uma estrofe única. Há aqueles que exploram
o formato do texto no papel, inclusive o espaço ocupado
pelas palavras ou as formas e cores que podem adquirir
para sugerir sentidos.
Agora é sua vez de produzir um poema, e fará isso
experimentando a possibilidade de relacionar palavras
a objetos. Veja, como exemplo, o poema visual ao lado,
do mineiro Sérgio Capparelli (1947-) e da gaúcha Ana
Cláudia Gruszynski (1966-).
Seu poema será produzido no computador e depois
será impresso e exposto para os alunos e profissionais da
escola em um “varal de poesia”.
SÉRGIO CAPPARELLI; ANA CLÁUDIA
GRUSZYNSKI. Poesia visual.
São Paulo: Global, 2002. p. 11.
Momento de produzir
Planejando meu poema
Veja orientações para sua produção no quadro a seguir.
© SÉRGIO CAPPARELLI E
ANA CLÁUDIA GRUSZYNSKI
Meu poema NA PRÁTICA
Da teoria para a... ... prática
Seu poema conterá um objeto. Pense em algo que
tenha um sentido especial. A bicicleta que você
usa para passear com os amigos pode representar
a ligação entre vocês e permitirá falar de amizade,
por exemplo.
A voz que fala no poema é o eu lírico.
Ele pode se expressar em primeira pessoa
ou tratar do tema em terceira pessoa.
Imagine o eu lírico de seu texto. Ele destacará
experiências e sentimentos, como fez Ivan
Junqueira, ou o foco estará no tema, como fez
Sérgio Capparelli?
Em curtos períodos artísticos, a rima foi
vista como elemento indispensável para
a poesia. Hoje, valorizam-se tanto os
poemas com rimas quanto aqueles com
versos brancos (sem rimas).
A rima é um recurso importante para a sonoridade
do poema, mas você também pode explorar a
repetição de palavras, usando termos com sons
semelhantes, criando um refrão (um ou mais versos
que se repitam no final da estrofe) etc.
Pense em como pode ficar seu poema na página:
tipo de letra, escrita horizontal ou não, fundo
colorido etc.
Os poemas podem explorar a relação entre
o espaço em branco na página e as letras
impressas, usar cores no fundo ou nas letras,
formar figuras ligadas ao tema etc.
A arte feita hoje procura eliminar a fronteira entre literatura, escultura, música
etc. A literatura experimenta formas
novas.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
A produção solicitada desafiará
o aluno a valer-se de várias semioses, uma vez que o sentido
de seu poema deve considerar
não apenas os aspectos verbais,
mas também o formato, a diagramação das letras e a complementariedade com o fundo
e com o objeto ou a imagem
escolhidos. Ele estará, assim,
explorando diferentes linguagens para acessar a dimensão
lúdica e participar de produção
artístico-cultural, como preveem
a CEL5 e a habilidade EF67LP31.
A produção em computador
facilita a inclusão do objeto, que
pode ser fotografado e aparecer
em tamanho menor. Também
favorece a experimentação de
diferentes tipos, tamanhos e
cores de letras. Todavia, não há
prejuízo em pedir que o poema
seja produzido à mão e que o
objeto, sendo pequeno, seja colocado ou, sendo grande, seja
substituído por uma imagem
(recortada de uma revista, por
exemplo).
Meu poema na prática
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 5, 6
CELP: 1, 2, 7
Habilidades: EF67LP08,
EF67LP31, EF67LP38,
EF69LP07, EF69LP12,
EF69LP48, EF69LP51,
EF69LP54
148
148
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Elaborando meu poema
1. Para começar, reflita sobre os motivos que levaram você a escolher o objeto. Qual
é a função dele no dia a dia? Que sentido especial pode ter?
2. Faça uma lista com palavras que podem ser associadas a esse sentido.
3. Usando algumas das palavras da lista, crie versos que incluam esse objeto em uma
situação que emocione o leitor ou desperte a imaginação dele.
4. Procure trabalhar a forma do poema. Você pode escrever quantos versos desejar
e organizá-los em uma ou mais estrofes.
5. Explore a sonoridade dos versos, tentando usar algum recurso que a torne especial:
rima, repetição de palavras, uso de termos com sons similares etc.
6. Com o poema pronto, altere tipo, cor e tamanho das letras, experimente fundos
coloridos, escreva em posição horizontal e diagonal. Faça experiências até encontrar
os recursos visuais adequados ao conteúdo ou às sensações que espera provocar.
7. Insira o objeto escolhido. Você pode fotografá-lo ou pesquisar imagens dele
na internet.
Momento de reescrever
Avaliando o poema do colega
Essa produção será avaliada em grupos. Formem quintetos com colegas e mostrem
os poemas uns aos outros. Em um primeiro momento, ninguém deve explicar sua
produção. Os leitores devem tentar compreender o sentido do texto observando os
vários recursos mobilizados. Em uma segunda etapa, cada integrante terá de explicar
seu objetivo e os recursos que usou.
Ao terminar a troca de impressões, os leitores vão avaliar o texto de cada colega,
valendo-se do quadro de critérios a seguir. Eles devem responder “sim” ou “não” e
explicar suas respostas.
A O poema usa a linguagem verbal e incorpora um objeto?
B O leitor consegue criar um sentido para o poema e para a presença do objeto?
C O poema está organizado em versos e estrofes (uma ou mais)?
D O poema explora recursos sonoros?
E Os recursos visuais do poema são criativos?
F A escolha dos recursos visuais revela uma intenção, isto é, a busca de um efeito
específico?
G A produção revela capricho? O material impresso não está sujo ou amassado?
Reescrevendo meu poema
1. Reflita sobre os comentários dos colegas. Se eles disseram “não” aos itens A, B ou C,
você precisará refazer seu poema, porque deixou de considerar itens fundamentais
na proposta.
2. Caso seus colegas tenham dito “não” aos itens D, E ou F, você poderá escolher entre
alterar o texto ou mantê-lo, já que os critérios se referem a escolhas pessoais.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Avaliando o poema do colega – item F – Caso os alunos
tenham dificuldade em avaliar esse item, mencione que
algumas letras provocam um
efeito mais divertido, enquanto outras resultam em uma
aparência mais séria, formal.
Outro exemplo pode ser o uso
das cores: o efeito produzido
por um texto escrito com letras azuis é diferente de outro
anotado com letras vermelhas.
É interessante que isso tenha
sido considerado na produção
do poema.
149
Textos em conversa
Conheça um projeto do artista plástico paranaense Diego Bachmann.
1 De que material parece ter sido feita essa escultura?
2 Esse material e a forma da escultura levam o público a relacioná-la
com uma figura humana presente nas grandes cidades. Qual?
3 Observe que não há nada dentro da forma. Levante uma hipótese: o
que o artista sugere quando substitui a figura humana pelo vazio?
4 Em sua opinião, o que o artista procurou causar no público?
5 Que relação pode ser estabelecida entre essa escultura e o poema de
Arnaldo Antunes que abriu o capítulo?
DIEGO BACHMANN. Dingo. 2014. Fibra de vidro sobre tecido, Curitiba (PR).
DIEGO BACHMANN
Um cobertor.
Um morador de rua.
3. Sugestão de resposta: O artista sugere que
os moradores de rua se
tornam “invisíveis”; isto
é, não enxergamos sua
história, os motivos de
estarem ali etc.
4. Espera-se que os
alunos compreendam
que o artista desejou
provocar a reflexão
sobre a condição dos
moradores de rua e
sobre a indiferença
das pessoas a eles.
Assim como a escultura, o poema nos alerta para o fato de que nos acostumamos com
certos lugares e situações e deixamos de prestar atenção neles e nas pessoas. 149
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Momento de apresentar
Inserindo meu poema no varal de poesia
1. O varal de poesia será montado no pátio da escola ou em outro local de grande
circulação para que toda a comunidade escolar possa conhecer os poemas.
2. Após a reescrita, reimprima o poema, lembrando-se de que deve ser grande
o suficiente para ser lido com facilidade.
3. A primeira folha desse varal deve conter um texto explicativo da exposição, preparado por um aluno eleito pela turma.
Convide os alunos a responder às questões antes de
conversar com eles sobre a
obra. Isso exigirá que formem
uma opinião própria antes
de aceitar as leituras alheias.
A CG 9 cita a importância de o
estudante desenvolver a empatia e promover o respeito ao
outro e aos direitos humanos.
Esta seção, aquecida pela discussão do poema de Arnaldo
Antunes (Leitura 1), concorre
para a reflexão acerca da condição da população em situação
de rua e da “invisibilidade” a
que é submetida. Verifique se
o professor de Geografia tem
interesse em ampliar a abordagem, retomando a escultura de
Diego Bachmann em sua aula
para tratar das noções de pertencimento e identidade e para
discutir o fato de que o indivíduo é, simultaneamente, uma
unidade e uma peça de uma
categoria social ampla. Notícias,
reportagens e depoimentos podem ser usados para ancorar
a discussão no contexto atual.
Textos em conversa
CG: 2, 3, 4, 7, 9
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1
Habilidades: EF67LP27,
EF89LP32
150
150
Outras formas de compor poemas
No site <ciberpoesia.
com.br>, é possível
ler o texto na versão
“Ciberpoemas” (imagem 1) ou na versão “Poemas visuais”
(imagem 2).
Se optar pelo poema visual, o leitor
encontrará o texto acompanhado
de dois recursos
de interação: o
zoom e o espaço
para comentários.
Aproveite para
conhecer o poema “Zigue-zague”.
150
Embora a palavra seja o centro da poesia, ela pode contar com vários outros recursos, e a tecnologia tem criado novas possibilidades
de composição. Conheça, agora, a reprodução de algumas etapas
do ciberpoema “Zigue-zague”, de Sérgio Capparelli e Ana Cláudia
Gruszynski, os mesmos autores do poema visual que você estudou
na seção “Meu poema”. Veja também os comentários ao lado.
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
1
2
Se for possível, acesse o site para
que os alunos possam observar
todos os recursos mobilizados
na construção do sentido do
texto. Nesse caso, substitua a
leitura dos boxes por comentários sobre os recursos da animação e as formas de interação
com o leitor. Se houver acesso
a vários computadores, após
mostrar o caminho de leitura
que indicamos ao lado, convide
os alunos para, individualmente
ou em grupos, interagir com o
poema e conhecer outros textos
disponíveis no site.
Nesta dupla de páginas especiais,
o aluno é convidado a observar
os recursos semióticos presentes
em um ciberpoema, a fim de
ampliar sua compreensão das
tecnologias digitais de informação e comunicação como instrumento para diversas práticas
socias, inclusive aquelas relativas
ao campo artístico-literário. O
contato com o exemplo contribui para a percepção das
diferentes formas de construir
sentidos das várias linguagens,
além de promover a reflexão sobre as transformações do gênero
em decorrência do desenvolvimento dessas tecnologias, que
implicam, entre outros efeitos,
a reconfiguração do papel do
leitor (BNCC, p. 70).
Outras formas de
compor poemas
CG: 2, 3, 4, 5
CEL: 1, 3, 6
CELP: 1, 10
Habilidades: EF67LP01,
EF67LP08, EF69LP48,
EF69LP54, EF89LP33,
EF89LP36
151
151
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
Se escolher o ci
-
berpoema, o lei
-
tor chegará a um
hiperpoema, que
pode ser lido de
várias maneiras.
O link abre uma animação
iniciada com a apresen
-
tação dos personagens:
os peixes Zig (imagem 4) e
Zag (imagem 5).
151
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
3
4
5
152
152
Na sequência, são mostradas as ilustrações
dos peixes se formando com as palavras Zig
e Zag, e com as letras dos versos, que entram na tela de modo rápido e progressivo.
Em seguida, os versos do poema contornam as ilustrações. A última parte da animação mostra os dois peixinhos tremendo
ligeiramente na tela, como se nadassem.
Então, no canto superior esquerdo, abre-se
uma nova possibilidade de leitura: se o leitor
clicar em “Início”, verá novamente a animação, mas, se escolher “Help”, encontrará um
convite para clicar nos “elementos do poema
e percorrer a história animada”. Veja o que
acontece ao clicar no rabo do peixe Zig.
152
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
6
8
7
menuinício
help
cena I
menuinício
help
153
153
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
Basta, então, voltar ao
menu e clicar em “Segue”.
A história continua com
uma cena em que os dois
peixes se deslocam para
o fundo da tela até desaparecer.
Clicando ali, o
leitor encontrará
uma cena com os
peixinhos nadando e o verso “Zig
e Zag saíram sem
direção”.
153
Na ciberpoesia, o leitor é convidado a interagir com o poema ao escolher
que caminho vai percorrer na leitura.
Biblioteca cultural
Você gostou da descrição do hiperpoema “Zigue-zague”? Há vários outros
bem interessantes no mesmo site, alguns deles interativos. Que tal conhecer?
Acesse: <http://www.ciberpoesia.com.br>.
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
GRUZYNSKI, C, CAPPARELLI, S. E BALDINI, F.,
DE <HTTP://WWW.CIBERPOESIA.COM.BR>
9
10
segue
volta para
menu
anterior
volta para
menu
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você se lembra do poema visual “Lua”, de Al-Chaer? Ele é formado por uma
única palavra. Imagine que tivéssemos outras construções: “A lua”, “Uma lua”,
“Lua nova”, “Duas luas”. Cada uma delas implicaria diferenças no sentido do
poema e talvez na imagem que o poeta criou. Os termos que acompanham a palavra lua nessas formulações são modificadores. Eles são o assunto desta seção.
Leia o comentário a seguir, reproduzido de um site que reúne avaliações de leitores
sobre atrações e pontos turísticos diversos.
Pra começar
Mais da língua
Termos que acompanham
o substantivo
1 Quem provavelmente tem interesse pelos comentários disponíveis em um site
como esse? Por quê?
2 O termo legalzinha qualifica a Praia do Prata. Que avaliação essa palavra sugere?
3 Observe os símbolos usados para a avaliação. Eles são coerentes com o título?
4 O produtor do comentário determinou com exatidão o tempo que o visitante
deveria descansar na praia? Explique sua resposta.
5 Qual é o sentido da expressão pra caramba no comentário? Essa expressão
informal destoa do texto?
6 Que palavra é qualificada por quente pra caramba? Como ela se classifica?
7 A informação quente pra caramba tem um desdobramento no texto. Que outra
informação ela justifica?
8 A menção ao lago, no último período, traz uma novidade para o texto ou o
leitor já sabia da existência de praias de água doce na cidade?
MELANIE PERSON
Fonte: <https://www.tripadvisor.com.br/ShowUserReviews-g668997-d2414467-r574514945-Prata_
Beach-Palmas_State_of_Tocantins.html>. Acesso em: 7 jun. 2018. (Texto adaptado).
É legalzinha
Depois de ter curtido altas aventuras no Jalapão, vale a pena passar na Praia do Prata, em
Palmas, e descansar um ou dois dias. Dê preferência para os dias de semana, pois nos finais de
semana ela é muito lotada. Como é uma cidade quente pra caramba, é muito bom se refrescar
numa de suas praias de água doce e comer peixe em barracas que colocam as cadeiras dentro
da água. O lago é show de bola.
MELANIE
PERSON
A valiação sobre Praia do Prata
Celebrimbornoldorin
São Paulo, SP
Avaliações (513) Faça uma avaliação
Pessoas que pretendem viajar ou estão em viagem e podem usar
2. O termo sugere
que o produtor do
comentário gostou
da praia, mas não
a achou extraordinária.
A indicação de três esferas completas sugere uma avaliação positiva, mas não inteiramente favorável, o que coincide
Não. Ao dizer “um ou dois dias”, sugere quantidade aproximada, inexata.
Pra caramba tem o valor de “muito”, “excessivamente”, e não destoa, pois há outras
palavras ou expressões informais, como curtido, altas aventuras e show de bola.
Cidade; substantivo.
A sugestão de fazer a refeição em barracas que ficam no lago
O leitor sabia que havia praias de água doce na cidade, logo deveria inferir que lá existia um
lago ou um rio.
essas informações para planejar suas atividades.
com a ideia de
“legalzinha”.
Não usamos a
foto original que
aparece no site
em razão da impossibilidade de
obter a autorização do detentor
dos direitos autorais.
e oferecem uma forma de se refrescar.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Adjetivo;
• Numeral;
• Artigo;
• Sílaba tônica e acento
gráfico (revisão).
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 7
Habilidades: EF06LP04,
EF06LP06, EF67LP32,
EF69LP03, EF69LP05,
EF69LP55, EF07LP08,
EF08LP09
Nesta seção, está em foco a
relação entre o substantivo
e seus determinantes, explorados com o propósito de
entender efeitos semânticos
e alguns aspectos relativos à
concordância nominal.
155
155
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Adjetivo
Preste atenção nesta tira do quadrinista gaúcho Adão Iturrusgarai.
Mundo Monstro Adão Iturrusgarai
© ADÃO ITURRUSGARAI
1 Qual desses ditados populares poderia intitular a HQ? (1) Quem não tem cão
caça com gato. (2) Gosto não se discute. (3) As aparências enganam.
2 Copie as palavras que caracterizam o termo livros.
3 Por que essas palavras são essenciais para o sentido da tira?
4 Timóteo é o único personagem descrito pelo produtor da tira. Que característica dele foi citada? Como ela se relaciona com sua preferência?
5 As legendas dessa tirinha são comentários sobre hábitos de leitura dos personagens. O que permite concluir que esses comentários não se referem apenas
ao objeto que está nas mãos de cada um deles?
Como você já estudou, os substantivos são palavras que nomeiam seres, objetos, lugares, ideias e ações. Em um texto, eles vêm acompanhados por palavras que os modificam
para indicar qualidade, quantidade, sentido genérico ou particular, entre outros valores.
Tais palavras, que pertencem a classes gramaticais diferentes, são importantes
para a precisão e a clareza do sentido que será construído. No comentário que você
leu, o adjetivo quente é fundamental para descrever a cidade de Palmas e justificar
a sugestão dada ao leitor. Os numerais um ou dois quantificam o número de dias a
se passar na cidade, sendo coerentes com a ideia de que é interessante, mas não o
suficiente para justificar uma longa estada. Já o artigo o, usado antes de lago, evidencia que esse lugar já estava, de algum modo, mencionado no texto e se relaciona
a informações conhecidas do interlocutor.
A tira mostra que as pessoas têm gostos diferentes. Para falar disso, foram usadas
expressões formadas pela palavra livros acompanhada por diferentes características.
Livros nomeia um objeto, por isso pertence à classe gramatical dos substantivos. Já as
palavras que caracterizam os substantivos, descrevendo-os, são os adjetivos.
O adjetivo, o numeral e o artigo acompanham o substantivo com a função de
caracterizá-lo, determiná-lo ou especificá-lo.
Fininhos, usados, grossos, grandes.
1. (2). Assegure-se
de que os alunos
compreendem as
ideias expressas
em cada ditado.
3. Porque a tira
descreve gostos diferentes, e essas
palavras especificam os tipos de livro
preferidos.
4. Timóteo é descrito como tímido,
e sua preferência
por livros grandes
parece se justificar
pela possibilidade
de ele se esconder
atrás desses livros.
O uso da palavra livros, no plural.
Pronomes possessivos e demonstrativos também são modificadores, mas não serão tratados agora.
Serão objeto de estudo no volume do 7o
ano.
156
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Alguns adjetivos se flexionam em número (singular ou plural) e
gênero (masculino ou feminino) para acompanhar os substantivos. Outros
flexionam-se apenas em número. Observe.
André gosta de
livro usado
.
edição usada
.
livros usados
.
edições usadas
.
Timóteo gosta de
livro grande
.
edição grande
.
livros grandes
.
edições grandes
.
Além disso, os adjetivos podem sofrer variações para indicar os graus
aumentativo e diminutivo, como vemos em “Cecília gosta de livros fininhos”.
O grau dos adjetivos também pode ser apresentado de duas outras
formas: grau comparativo e grau superlativo
.
O grau comparativo estabelece uma comparação entre duas ou mais
qualidades de um ser (1) ou entre uma qualidade de dois seres (2).
(1) O pedreiro é mais hábil (do) que esforçado.
(2) O ator era mais falante (do) que o diretor.
(1) O pedreiro é tão hábil quanto esforçado.
(2) O ator era tão falante quanto o diretor.
(1) O pedreiro é menos hábil (do) que esforçado.
(2) O ator era menos falante (do) que o diretor.
O grau superlativo pode ser relativo ou absoluto
.
• Relativo: intensifica uma qualidade de um ser em relação a um conjunto
de seres, que pode ser citado ou deduzido pelo contexto.
O enfermeiro era o mais forte (da equipe).
O enfermeiro era o menos forte (da equipe).
• Absoluto: intensifica uma qualidade de um ser sem fazer nenhuma
comparação.
O enfermeiro era fortíssimo
.
O enfermeiro era muito forte.
Comparativo
de superioridade
Comparativo
de igualdade
Comparativo
de inferioridade
Superlativo relativo
de superioridade
Superlativo absoluto sintético
(intensidade indicada pela
terminação do adjetivo
)
Superlativo absoluto analítico
(intensidade indicada por
advérbio + adjetivo
)
Superlativo relativo
de inferioridade
LASSMAR
LASSMAR
O adjetivo caracteriza o substantivo, podendo descrever sua aparência, a
matéria de que é feito, sua finalidade etc. Flexiona-se em gênero e número
para concordar com o substantivo e pode variar em grau
.
157
157
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Benett
a) Copie os adjetivos que se referem ao substantivo coração.
b) Esses adjetivos seriam modificados se qualificassem o substantivo
cabeça? Explique.
c) Que palavra foi empregada para intensificar o sentido de três desses
adjetivos?
d) A palavra obrigada também é um adjetivo. Por que ela aparece na
forma feminina?
e) Consulte o sentido de sugestionável em um dicionário. É uma palavra derivada ou composta?
f) Por que a menina chegou à conclusão de que seu interlocutor
(o coração) é “muito sugestionável”?
© BENETT
a) O que o rato está fazendo nos dois primeiros quadrinhos?
b) Compare os sufixos de Gatinha e partícula. Em qual das palavras
ele expressa a noção de tamanho? Justifique sua resposta.
c) Quais são os adjetivos que, nos balões de pensamento dos dois
primeiros quadrinhos, qualificam a expressão cada partícula
do universo?
d) Por que esses adjetivos revelam que o ratinho está apaixonado?
Níquel Náusea Fernando Gonsales
2 Leia agora esta tirinha com os personagens Níquel Náusea e Gatinha,
a rata por quem ele está apaixonado.
© FERNANDO GONSALES
O adjetivo NA PRÁTICA
1 Leia a tirinha do cartunista paranaense Alberto Benett.
1a. Grande, pequeno, perfeito, sugestionável.
Apenas pequeno e perfeito se modificariam, pois apresentam
formas diferentes para o feminino (pequena e perfeita).
Muito.
Para concordar com a pessoa que a empregou (a menina).
Porque ele varia conforme o desejo dela.
1e. Conforme o Dicionário
eletrônico Houaiss, sugestionável é aquele “que aceita
facilmente sugestões, que se
deixa influenciar por ideias
e opiniões alheias”. É uma
palavra derivada.
2a. Está ensaiando (memorizando) uma fala.
2b. Em partícula, que significa
“parte” ou “corpo muito pequeno”. Em Gatinha, o sufixo
sugere afeto.
Viva, cintilante.
Porque eles mostram que, para o rato, o mundo fica melhor quando a amada
está presente.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Armandinho estranha
o fato de algumas pessoas separarem o que é
“de menino” e o que é
“de menina”. O que você
pensa sobre isso?
Fala aí!
f) O termo brilhenta não aparece nos dicionários. Que adjetivo
expressaria a mesma ideia?
g) Por que o ratinho conclui que precisa ensaiar mais?
3 Preste atenção nas palavras usadas por Armandinho na tira a seguir.
Armandinho Alexandre Beck
a) Por que as expressões de menino e de menina, no primeiro quadrinho, aparecem entre aspas?
b) Armandinho não entende a separação que muitas pessoas defendem
entre o “mundo dos meninos” e o “das meninas”. Como a pontuação
nas falas do primeiro quadrinho expressa essa incompreensão?
c) Por que o menino estranha a ideia de que existe separação entre o
que seria próprio de meninos e o que seria de meninas?
d) Substitua as locuções adjetivas de menino e de menina por adjetivos
que tenham o mesmo sentido.
Em algumas variedades populares de linguagem, é comum a noção
de plural ser expressa apenas no artigo (“As coisa
fica brilhenta”). Contudo,
nas variedades urbanas
de prestígio, usadas em
comunicações formais,
essa noção é indicada em
todos os termos variáveis
em número: “As coisas
ficam brilhantes”.
Sabia?
© ALEXANDRE BECK
“as coisa”
“fica” “se torna”
“brilhenta”
e) No terceiro quadrinho, a fala de Níquel Náusea equivale ao pensamento expresso nos quadrinhos anteriores. Copie a tabela em
seu caderno e complete-a comparando os termos equivalentes
nos dois casos.
4 Na questão 3, você aprendeu que as locuções adjetivas têm valor de
adjetivo. Reescreva as frases a seguir no caderno, trocando as locuções
por adjetivos.
a) Há uma área no zoológico para observação de aves da noite.
b) A carne de boi era a mais cara.
c) É fundamental manter a higiene da boca.
d) O ambiente da cidade incomoda muitas pessoas.
e) Naquela tubulação corria água de chuva.
f) Essa é uma doença de cães.
Locução adjetiva é um conjunto de palavras com valor de adjetivo. Em geral, é formada por preposição + substantivo. Algumas locuções têm adjetivos
equivalentes. Exemplos: trabalhador do campo = trabalhador rural, problema do
coração = problema cardíaco, faixa de idade = faixa etária.
“viva e cintilante”
“cada partícula do universo”
f) Brilhante, brilhosa. Comente com os alunos que, assim como os substantivos, os adjetivos também podem ser derivados,
como é o caso dessas palavras, ou compostos, como azul-marinho ou amarelo-canário.
2g. Porque, diante da ratinha, ele se atrapalhou e acabou
produzindo uma
fala bem menos elegante e romântica do que aquela que havia planejado dizer.
Masculino(a); feminino(a).
3a. Porque são expressões
que Armandinho ouviu e está
repetindo; não são dele.
Resposta pessoal.
3b. A combinação de ponto
de interrogação seguido de
ponto de exclamação sugere
perplexidade.
3c. Porque a mãe de Armandinho dirige um carro e o pai
cuida do menino, portanto
não faz sentido a afirmação
do personagem adulto de que
existe separação entre coisas
de meninos e de meninas.
Bovina.
Bucal.
Urbano.
Pluvial.
Canina.
Noturnas.
Fala aí! – Aproveite a tirinha
para explorar o tema dos papéis
sociais comumente associados
aos homens e às mulheres. Cuide para que os debatedores
tenham uma postura respeitosa. É importante que esperem
sua vez para falar. Coíba falas
que visem desqualificar outros
interlocutores.
Questão 2f – Comente com os
alunos que, assim como os substantivos, os adjetivos também
podem ser derivados, como é o
caso dessas palavras, ou compostos, como azul-marinho ou
amarelo-canário. Retome a atividade 1, em que foi analisado
o adjetivo sugestionável, que
é derivado.
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A
BONTOM/SHUTTERSTOCK
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) A palavra importantíssimas foi usada para caracterizar as notícias
que Lili daria a Bia. Que outra forma desse adjetivo corresponde
ao mesmo grau?
b) Lili usou o adjetivo ótima, que é uma forma do grau superlativo
absoluto sintético. Como seria essa expressão na forma analítica?
c) Que adjetivo poderia ser usado no lugar da expressão mais que ótima,
mantendo a progressão pretendida por Bia?
d) Que recurso não verbal Lili empregou para caracterizar as notícias?
e) Observe a explicação das notícias ótima e mais que ótima. De que
forma a pontuação reforça a caracterização expressa pelo adjetivo
e pela locução adjetiva?
f) Adjetivos como verde, escorregadio e redondo são objetivos,
enquanto importantíssimas, ótima, ruim e horrível são subjetivos.
Explique por quê.
g) A autora do e-mail usou a linguagem coloquial, como exemplifica
a construção “acho ele um gato” em lugar de “eu o acho muito
bonito”. O que explica essa escolha?
h) Você leu apenas um fragmento do texto. Como imagina a continuação? Por quê?
5 Leia um trecho do livro PS Beijei, escrito pela fluminense Adriana Falcão
e pela gaúcha Mariana Veríssimo
. É um e-mail que Lili envia à amiga Bia.
data: Sábado, 4 de janeiro, 21:11
assunto: Os beijos que não darei!
Bia,
Eu tenho quatro notícias importantíssimas:
uma ótima,
uma mais que ótima,
uma ruim,
e outra horrível,
A ótima: a banda do meu irmão vai tocar na Segunda Desvairada!!
Os meninos quase tiveram um ataque do coração quando o cara do bar ligou pra convidar.
Eles foram chamados de última hora pra substituir uma outra banda punk
.
Eu não entendi direito, mas parece que o vocalista dessa outra banda mordeu um sapo
no último show e foi parar no hospital.
A mais que ótima: todos os amigos do meu irmão vão estar no show, inclusive o
Bidu!!!! A Fabi me contou que ele andou perguntando coisas a meu respeito, que
-
rendo saber se eu estava namorando, se eu ia na Segunda e o que eu achava dele.
Eu não estou namorando, vou na Segunda e acho ele um gato, o que torna ele um forte
candidato ao meu primeiro beijo.
[...]
ADRIANA FALCÃO; MARIANA VERÍSSIMO. PS Beijei. São Paulo: Salamandra, 2004. p. 13.
5d. Lili se valeu de emoticons, fi
-
guras que expressam emoções.
5e. Na notícia mais que ótima,
repete-se o ponto de exclama
-
ção quatro vezes, sugerindo
uma fala ainda mais eufórica
do que a expressa pelos dois
pontos de exclamação que ca
-
racterizam ótima
.
5c. Sugestões: incrível, exce
-
lente, magnífica, extraordinária. Muito importantes.
5b. Muito boa.
5f. Verde, escorregadio e redon
-
do descrevem características de
um ser (um sapo, por exemplo),
enquanto importantíssimas,
ótima, ruim e horrível revelam
opi niões de alguém.
5g. O texto é um e-mail destinado
a uma amiga, a quem ela conta
situações íntimas, portanto não
se justifica um uso formal da
língua.
Espera-se que os alunos indiquem que a continuação mostrará a frustração dos planos
de Lili, já que ela antecipou que haveria também as notícias “ruim” e “horrível”, além de anunciar, no campo do
assunto, que os beijos esperados não acontecerão.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
6 Leia o trecho de uma resenha da obra Histórias de ninar para garotas rebeldes – 100 fábulas de mulheres extraordinárias, das autoras
italianas Elena Favilli e Francesca Cavallo.
Histórias de ninar para um novo século
“Era uma vez uma casa em uma ponte. Lá vivia uma garotinha chamada Cora, que sabia que era poetisa. Sua família não achava isso. Eles
não queriam que ela lesse livros e não queriam mandá-la para o ensino
médio. Eles pensavam que seu trabalho era encontrar um bom marido
e formar uma família.”
A garotinha em questão é a poeta e contista brasileira Cora Coralina,
uma das cem “mulheres extraordinárias” que aparece no livro Histórias de
ninar para garotas rebeldes, lançado em fevereiro no Brasil. Junto dela, há
muitas outras, de países, culturas e épocas diferentes, como a matemática
Ada Lovelace, a estilista Coco Chanel, a escritora Isabel Allende e a ativista Malala Yousafzai. A surfista Maya Gabeira aparece ao lado de Cora
como uma das únicas brasileiras cuja história é contada na publicação.
PAULO HENRIQUE POMPERMAIER. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br/home/
historias-de-ninar-para-um-novo-seculo/>. Acesso em: 7 jun. 2018.
a) Com base na história de Cora, que se tornou uma importante poeta
do Brasil, infira: que tipo de mulheres aparece nessa obra?
b) Qual é o sentido da expressão garotas rebeldes nesse contexto?
c) Veja a maneira como foi introduzida a história da poeta Cora Coralina
no primeiro parágrafo. Que relação há entre o modo de contá-la e
a ideia de “Histórias de ninar”?
d) No segundo parágrafo, o resenhista destacou a presença de Cora
Coralina e Maya Gabeira, ambas brasileiras. Além delas, citou
Ada Lovelace, Coco Chanel, Isabel Allende e Malala Yousafzai,
que nasceram na Inglaterra, França, Chile e Paquistão, respectivamente. Que adjetivos podem ser empregados para indicar a
nacionalidade delas?
e) Suponha que a obra resenhada contasse também as histórias de
mulheres nascidas na Bélgica, Itália, Japão, Angola, Haiti, Argentina,
Canadá e Afeganistão. Que adjetivos indicariam sua nacionalidade?
f) Se a obra abordasse apenas mulheres nascidas no Brasil, os adjetivos
pátrios poderiam se referir a estados brasileiros. Quais seriam esses
adjetivos para Roraima, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba e Paraná?
g) Observe de que modo os adjetivos pátrios são formados para expressar a ideia de origem. O que há em comum entre eles?
h) São Paulo e Rio de Janeiro são nomes de estados e de cidades. Quais
são os adjetivos pátrios para cada um dos quatro casos?
i) Alguns adjetivos pátrios têm formação bem diferente dos nomes das
cidades a que estão ligados. Você sabe em que capitais brasileiras
nasceram os soteropolitanos, os manauaras e os capixabas?
Os adjetivos pátrios
(também chamados de
gentílicos) nomeiam
as pessoas conforme
o lugar (continente,
país, estado ou cidade)
em que elas nascem
ou vivem. Devem ser
escritos com letra minúscula: africano, português, maranhense,
belo-horizontino etc.
6i. Salvador (BA), Manaus
(AM) e Espírito Santo (ES),
respectivamente. Comente que capixaba refere-se
ainda a nascidos em outras
cidades do Espírito Santo e
que os termos salvadorense
e manauense também são
empregados para identificar
os nascidos em Salvador e
Manaus.
6a. Mulheres que se destacaram, confrontando a ideia de
que teriam um lugar secundário na vida social.
6b. São as garotas que
recusam uma posição subalterna; as que querem a
igualdade de gêneros.
6c. O título Histórias de ninar remete aos contos de
fadas que são contados às
crianças, e a história de Cora
Coralina começa de modo
semelhante, inclusive pelo
uso de “era uma vez”.
6d. Inglesa, francesa, chilena, paquistanesa.
6e. Belga, italiana, japonesa,
angolana, haitiana, argentina,
canadense, afegã. Caso disponha de um mapa-múndi,
localize os países com a ajuda
dos alunos.
6f. Roraimense, mato-grossense, mineira, paraibana e
paranaense.
6g. Os adjetivos pátrios são
formados com o acréscimo
de um sufixo. A observação
da formação é mais importante do que a nomenclatura,
que será retomada posteriormente.
6h. Estado de São Paulo:
paulista; cidade de São Paulo: paulistano; estado do Rio
de Janeiro: fluminense; cidade do Rio de Janeiro: carioca.
Se possível, leve um mapa-
-múndi e um mapa do Brasil
para a sala de aula e peça aos
alunos que localizem os países
e estados brasileiros citados.
Trata-se de uma atividade simples de localização espacial, sem
o objetivo de explorar outros
raciocínios relativos ao pensamento geográfico.
161
Num jogo de basquete, o time de João m
c 120 ptos.
João f o cestinha da p
tida, m
cando 1/4 do total
de ptos.
Quantos ptos João m
c no jogo?
VOVAN/SHUTTERSTOCK
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7 Releia o seguinte trecho da resenha da questão 6: “Junto dela, há
muitas outras, de países, culturas e épocas diferentes [...]”.
a) Como deveria ser escrito o trecho caso o resenhista tivesse empregado o adjetivo distinto em lugar de diferente?
b) Indique como deveria ser escrito o adjetivo distinto se ele estivesse
acompanhando as seguintes construções:
I. países e culturas
II. culturas e épocas
III. culturas e países
c) Suponha, agora, que o adjetivo estivesse antes de cada uma das
construções. Como ficariam essas construções?
Quando modifica dois ou mais substantivos que o antecedem, o adjetivo
concorda com o conjunto:
Encontrou o vestido e a camisa rasgados.
Quando modifica dois ou mais substantivos que o sucedem, o adjetivo
concorda com o primeiro deles:
Escutei velhas canções e poemas.
Escutei velhos poemas e canções.
Crie uma adivinha: você deverá descrever um ser ou objeto usando apenas
cinco adjetivos ou locuções adjetivas. Nenhuma outra classe de palavras pode
ser empregada. Procure apresentar informações relativas a tamanho, forma, cor,
material, origem etc.
Abuse da língua
Numeral
O texto a seguir é um problema de Matemática. Leia-o e responda
às questões.
1 Escreva por extenso (com palavras) o número inteiro e a fração
presentes no texto.
2 O número inteiro e a fração indicam formas diferentes de quantificar.
Qual é a diferença entre eles?
distintos
distintas
distintos
7a. Junto dela, há muitas obras,
de países, culturas e épocas
distintos.
Distintos países e culturas; distintas culturas e épocas; distintas culturas e países.
Se achar conveniente, comente
com os alunos que, no primeiro
item do boxe, a concordância
pode ser feita também com o segundo termo, mas, nesse caso,
não se evidencia que o adjetivo
se refere ao conjunto.
Peça a três ou quatro alunos
que apresentem suas adivinhas.
Quanto mais rápido a turma
identificar o objeto, melhor,
porque indicará precisão. A cada
chute errado, os alunos devem
acrescentar um adjetivo ou uma
locução. Vence quem tiver seu
objeto descoberto com menos
informações.
120: cento e vinte; 1/4: um quarto.
O número inteiro 120 indica a quantidade de elementos; a fração 1/4, uma porção de um número inteiro.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Já no final do texto, o substantivo está particularizado. Já se sabe que ele
se refere à situação descrita, então emprega-se um artigo definido: nojogo.
3 Qual é o resultado desse problema? Explique como você o encontrou.
4 A informação de que João marcou 1/4 do total de pontos não é suficiente para exprimir a real importância desse jogador na partida.
Qual palavra do texto define melhor sua participação? Por quê?
5 Suponha que, contando para os pais como foi a partida, João tenha
mencionado que estava feliz por seu time ter feito “muitos pontos” e
não 120 pontos. Que diferença existe entre essa informação e aquela
que aparece no problema?
Problemas de Matemática, estatísticas estudadas em Geografia, medidas
de experiências feitas em Biologia, assim como atividades de outras áreas
do conhecimento (receitas culinárias, por exemplo), exigem o trato com
números. Para representá-los em palavras, tanto na fala quanto na escrita,
empregamos numerais.
Os numerais são classificados em quatro tipos. Veja.
• Cardinal: expressa quantidade numérica inteira.
Apenas quinze atletas foram convocados.
• Ordinal: indica a ordem em uma sequência.
Ficou em sexto lugar na maratona estadual.
• Multiplicativo: expressa quantidades múltiplas.
Conseguiu o triplo do valor estipulado.
• Fracionário: expressa quantidades fracionadas.
Usou um quarto da melancia para fazer o suco.
Artigo
Leia novamente o problema de Matemática sobre o jogo de basquete,
agora observando a palavra que antecede o substantivo jogo.
As palavras da classe gramatical artigo acompanham o substantivo para
particularizar ou generalizar seu sentido. A princípio, a partida a que o problema se refere não é conhecida do leitor. Por isso, emprega-se um artigo
indefinido, que trata o substantivo de maneira mais genérica: num jogo.
Boa parte dos numerais é invariável, mas alguns apresentam flexões.
• Gênero: um, uma; dois, duas; quatrocentos, quatrocentas etc.
• Número: milhão, milhões; bilhão, bilhões etc.
• Gênero e número: primeiro, primeira; primeiros, primeiras etc.
um, dois, três, vinte, cem, mil etc.
primeiro, segundo, décimo, centésimo,
milésimo etc.
dobro, quádruplo, décuplo, cêntuplo,
milésimo etc.
metade, um terço, dois quintos, um doze avos,
três centésimos etc.
Se não souber a forma
correta de um numeral multiplicativo, use
o cardinal seguido pela
palavra vezes: duodécuplo = doze vezes. Vale
também para os casos
em que não existe um
termo específico.
Dica de professor
O numeral indica uma quantidade numérica precisa ou a posição de algo em
uma sequência.
3. O resultado é 30. Se 120 é
o número total de pontos e
corresponde a 4/4 (que é o
inteiro), cada 1/4 (que é a
quarta parte desse inteiro)
corresponde a 120 dividido
por 4, cujo resultado é 30.
A informação presente no problema (120 pontos) é
A palavra cestinha, que se refere ao jogador que mais pontuou em uma partida.
muito mais precisa do que aquela indicada na expressão muitos pontos.
O linguista Evanildo Bechara,
em Gramática escolar da língua portuguesa, questiona a
classificação dos ordinais, multiplicativos e fracionários como
numerais, indicando que não
exprimem propriamente uma
quantidade, além de, do ponto
de vista sintático, comportarem-se como adjetivos. Preferimos manter para o aluno a
abordagem tradicional, mas
recomendamos que você leia
a exposição teórica feita pelo
autor (p. 182 a 189 da obra
mencionada).
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Escorpião africano é encontrado
em encomenda enviada pelos Correios
Escorpião encontrado em Mato Grosso mede cerca de 12 cm.
Funcionários dos Correios já denunciaram
jiboia e iguana apenas neste ano.
Em Mato Grosso, um escorpião foi encontrado dentro de uma
encomenda que veio de São Paulo, e iria para a cidade de Sinop.
Quando a encomenda chegou aos Correios ela foi submetida aoaparelho
de raios X. Os funcionários perceberam a presença do animal. O escorpião
africano mede cerca de 12 centímetros.
Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-news/
noticia/2015/09/escorpiao-e-encontrado-em-encomendaenviada-pelos-correios.html>. Acesso em: 7 jun. 2018.
Repare também que parte dos substantivos é acompanhada por artigos
definidos já em sua primeira ocorrência, como Correios e cidade, porque,
nesse contexto, eles têm um sentido específico.
Os artigos podem se associar com preposições. Veja.
O envio de animais
silvestres pelos Correios configura tráfico, e
a pena varia de três meses a um ano de prisão.
Você considera essa medida correta? Por quê?
Fala aí!
LASSMAR
Combinação ou contração com:
Preposição artigos definidos artigos indefinidos
a ao, à, aos, às
de do, da, dos, das dum, duma, duns, dumas
em no, na, nos, nas num, numa, nuns, numas
por pelo, pela, pelos, pelas
Observe o emprego dos artigos na introdução desta notícia.
O assunto ainda está
sendo introduzido no
texto.
O leitor já sabe de que
encomenda, animal e
escorpião o texto está
falando.
O artigo especifica o substantivo, mostrando-o de maneira particularizada
ou genérica. Classifica-se como artigo definido (o, a, os e as) e artigo indefinido (um, uma, uns e umas). É uma palavra variável, que concorda em gênero
e número com o substantivo que acompanha.
O linguista Evanildo Bechara,
em Gramática escolar da língua
portuguesa, distingue os processos de combinação, quando a associação da preposição
com o artigo se faz sem alterações (a + o = ao), e de contração, quando há mudanças
(em + a = na). Celso Cunha e
Lindley Cintra, em Gramática
do português contemporâneo,
empregam apenas o termo
combinação. Já Marcos Bagno, em Gramática pedagógica
do português brasileiro, utiliza
contração. Consideramos que
essa distinção não precisa ser
levada à sala de aula.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Leia a tira da quadrinista Clara Gomes, com os personagens Joaninha
e Tuta.
Bichinhos de Jardim Clara Gomes
a) Nessa tirinha, um é artigo ou numeral? Justifique sua resposta.
b) Qual foi a recomendação de Joaninha para Tuta? O que ela, provavelmente, pretendia?
c) Por que se pode dizer que Tuta atendeu apenas parcialmente à
orientação de Joaninha?
2 Leia esta notícia.
Celular em museu; indignação na internet
Conheça a história da foto de adolescentes ignorando
obra de arte que se tornou viral na rede
© CLARA GOMES
Fotógrafo quis mostrar a perplexidade do personagem do quadro,
mas teve outro significado. A foto é de Gijsbert van der Wal.
GIJSBERT VAN DER WAL
A foto dos adolescentes de olho no
celular dando as costas à Ronda noturna
de Rembrandt se tornou viral. Vira e mexe
ela aparece nas timelines do Facebook, de
outras redes sociais e em blogs. A aparente
displicência dos adolescentes tem a fórmula perfeita para causar indignação na
internet. Os comentários, sempre negativos, ou apontam para o efeito devastador
da tecnologia nas mãos dos jovens – a
geração de crianças zumbis, escreveu um
blogueiro – ou para a indesejada presença
de celulares e outros aparelhos eletrônicos
nos museus. [...]
CARLOS EDUARDO ENTINI. Disponível em:
<https://acervo.estadao.com.br/
noticias/acervo,celular-em-museuindignacao-na-internet,11180,0.htm>.
Acesso em: 7 jun. 2018.
O numeral e o artigo NA PRÁTICA
Joaninha recomendou que Tuta levasse apenas um brinquedo para a praia com a provável intenção de não ocupar muito espaço no local e de facilitar seu transporte até lá.
Por que se pode dizer que Tuta atendeu apenas parcialmente à
1a. Numeral, porque está sendo
usado para indicar uma quantidade exata.
Tuta pegou apenas um brinquedo, conforme foi indicado. Todavia, como não percebeu
a real intenção de Joaninha, escolheu um objeto grande demais.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3 Leia esta tira com os personagens Garfield e Jon.
a) Em sua opinião, por que a atitude dos adolescentes chamou tanta
atenção?
b) Segundo a linha fina, a foto dos adolescentes “se tornou viral na
rede”. O que isso significa? Há, na notícia, comprovação dessa
informação?
c) O produtor da notícia procurou relatar os fatos sem reafirmar a ideia
de que os adolescentes são displicentes. Que palavra sugere isso?
d) Veja um comentário escrito no blog de uma professora.
Em 2015, a imagem [...] circulou pela internet. Eu recebi
textos até de colegas furiosos com a falta de interesse dos jovens.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a foto – tirada em 2014 –
foi compartilhada 9.500 vezes. Ninguém imaginou que o grupo
poderia ser uma turma de alunos em um passeio pedagógico com
o professor de História da Arte! Ninguém imaginou que o tal
profissional talvez tenha pedido, ali mesmo, uma pesquisa sobre
a tela do fundo (Ronda noturna, de Rembrandt).
Disponível em: <http://conversadeportugues.com.
br/2017/04/dicas-para-professores-5-dicas-de-uso-docelular-na-sala-de-aula/>. Acesso em: 7 jun. 2018.
O comentário da professora apresenta o mesmo fato sob uma
perspectiva diferente. Por quê?
e) Observe agora o uso de alguns substantivos no texto. Inicialmente,
o substantivo adolescentes não é acompanhado por artigo. Por que,
em seguida, ele aparece antecedido por os?
f) Se em lugar de um blogueiro estivesse escrito o blogueiro, haveria
alteração de sentido? Explique sua resposta.
g) O texto menciona uma geração de “crianças zumbis”. Qual é a
função de zumbis nessa expressão? O que a palavra significa?
Você acha que a descrição “crianças zumbis” para falar dos adolescentes de
hoje é justa ou exagerada? Por quê?
Fala aí!
Garfield Jim Davis
GARFIELD, JIM DAVIS © 2008 PAWS, INC.
ALL RIGHTS RESERVED/DIST. BY ANDREWS
MCMEEL SYNDICATION
Biblioteca cultural
Para conhecer o quadro Ronda noturna, procure-o na Wikipédia e
clique na imagem. A ampliação permitirá observar detalhes dessa obra-
-prima de Rembrandt.
2c. Aparente.
2a. Resposta pessoal. Espera-se que
os alunos respondam que o usual é as
pessoas visitarem os museus de arte
para conhecer e apreciar as obras,
e não para ignorá-las e se entreter
com os celulares, como fizeram os
adolescentes.
2b. Isso significa que a foto se espalhou, fato comprovado por estar
em timelines do Facebook e outras
redes sociais, além de blogs.
2d. Em vez de criticar os adolescentes, ela faz uma crítica àqueles
que podem ter tirado uma conclusão
precipitada, por uma preocupação
com o uso do celular. Essas pessoas
podem ter desconsiderado um possível contexto de uso do aparelho.
2e. Na primeira ocorrência, os adolescentes ainda não são conhecidos;
depois, o leitor já sabe que o texto
se refere aos adolescentes da foto.
2f. Sim. Um blogueiro é alguém não
especificado, enquanto o blogueiro
seria alguém conhecido pelo leitor.
2g. Zumbis, nessa expressão, qualifica crianças e indica, em linguagem
figurada, que elas estariam apáticas,
alienadas em relação à obra de arte
exposta no museu.
Resposta pessoal.
Fala aí! – Incentive os alunos a
justificar suas opiniões. Chame
atenção para o fato de que a
intenção do fotógrafo não era
criticar os adolescentes, mas
talvez estabelecer uma “conversa” entre eles e os personagens do quadro, que pareciam
perplexos diante da atenção
que os jovens dispensavam aos
celulares. Faça-os pensar se o
termo zumbi caberia apenas
às crianças e aos adolescentes
ou se poderia ser estendido
aos adultos. Mostre que os
comentários do texto sobre o
uso inadequado de aparelhos
eletrônicos em museus não se
referem apenas aos jovens.
Questão 2d – Aproveite a oportunidade para conversar com
os alunos sobre a importância
de se considerar vários pontos
de vista sobre o mesmo evento
antes de ter uma opinião fechada sobre ele. Pergunte se
eles consideraram pertinente
a interpretação feita pela professora, a qual contesta as críticas que circularam na internet.
O exemplo revela que é preciso
cautela ao tecer críticas, para
não ser injusto ou leviano.
166
166
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Qual é a classe gramatical das palavras em destaque na expressão
umas duas coisas?
b) Nessa expressão, a palavra umas torna o sentido da palavra duas
mais preciso ou mais vago? Por quê?
c) Que tipo de numeral Jon empregou? Que função os numerais têm
nesse contexto?
d) Por que os numerais vão aumentando na fala de Jon?
e) Ao ler o último quadrinho, o leitor deve concluir que Garfield deseja
que Jon continue contando? Justifique sua resposta.
f) DESAFIO DE ESCRITA Você produzirá um parágrafo de análise de
tirinha. Copie o trecho a seguir em seu caderno e complete-o de
modo coerente.
Nessa tira de Jim Davis, Jon diz a Garfield que (1) , mas
acaba se surpreendendo ao perceber que (2) . Para sugerir essa mudança, sua expressão muda de (3) para (4)
. Por sua vez, Garfield, a princípio, reage com indiferença,
mas, no final, demonstra (5) e deseja que (6) .
4 Observe esta tela de Francisco Goya (1746-1828), pintada no período
em que ele ocupou o cargo de primeiro pintor da Corte. Ela retrata
a família real espanhola.
a) No Capítulo 1, você estudou esse tipo de
pintura. Como se chama?
b) A finalidade de uma pintura como essa
era imortalizar os personagens representados e seu poder. Como é possível
perceber a riqueza da família real?
c) Escreva por extenso como deve ser lido o
nome do rei mencionado no título da tela
(veja a legenda da foto).
d) O rapaz de azul (à esquerda) será conhecido futuramente como Fernando VII. Ele
é o herdeiro do trono. Como deve ser lido
seu nome?
e) De que maneira o pintor espanhol mostra
ao público a futura importância desse
rapaz?
FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES – MUSEO NACIONAL DEL PRADO, MADRI
FRANCISCO JOSÉ DE GOYA Y LUCIENTES. Carlos IV de Espanha
e sua família. 1800. Óleo sobre tela, 280 × 336 cm.
Em nomes de papas
e reis, capítulos de livros e séculos, usamos
o numeral ordinal até
o décimo e o cardinal a
partir daí. Dizemos, por
exemplo, século V (quinto) e Luís XVI (dezesseis).
Nem sempre é fácil lembrar as formas dos numerais ordinais, principalmente
quando se referem a números altos. Faça uma experiência: pergunte a várias
pessoas como elas leriam as frases a seguir e descubra quais são as estratégias
usadas para driblar essa dificuldade.
Vou descer no 18o
andar.
Ela ocupa a 54a
posição na lista de aprovados.
Caio chegou em 249o
lugar na maratona.
A língua nas ruas
Umas: artigo; duas: numeral.
Mais vago, porque a indetermina.
Jon empregou numerais cardinais para quantificar as
“coisas erradas” em Garfield.
3d. Porque, conforme Jon pensa
no assunto, vai percebendo que há
mais “coisas erradas” em Garfield,
por isso emprega numeração crescente: de dois a dez.
3e. Não. Garfield deseja que Jon
diga logo quais são as “coisas
erradas” para que a conversa seja
interrompida.
3f. Sugerimos que a atividade
seja feita após a correção das
questões.
(1) deseja apontar dois defeitos
do gato; (2) poderia citar muitos
outros; (3) acusadora (brava,
irritada); (4) surpresa (perplexa,
assustada); (5) irritação (angústia);
(6) Jon interrompa logo aquela
conversa.
Retrato.
4b. Pelos trajes luxuosos de toda a
família e pelas joias das mulheres.
Carlos quarto.
Fernando sétimo.
4e. O rapaz está destacado à frente da família real, assim como o
pai dele.
Desafio de escrita – Ouça as
respostas de alguns alunos e
valide as coerentes. Em seguida, mostre à turma que
o parágrafo apresentou conectores para organizar as
ideias. Analise o uso de mas
(oposição), para (finalidade) e
por sua vez (comparação por
oposição).
A língua nas ruas – Décimo
oitavo; quinquagésima quarta; ducentésimo quadragésimo
nono. Combine a atividade
com antecedência para que os
alunos entrevistem ao menos
cinco pessoas. Peça-lhes que
contem como foi a experiência. Ajude-os a perceber que a
primeira frase, por conter um
numeral baixo e de uso mais
frequente, não costuma provocar dificuldade para a maior
parte dos falantes. Nas outras
duas frases, é muito comum
que troquem o numeral ordinal pelo cardinal. Exemplos:
Ela ocupa a posição 54...; Caio
chegou no lugar 249...
167
167
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Embora estejamos acostumados a ler e a escrever algumas palavras,
às vezes nos atrapalhamos com os acentos gráficos quando precisamos
escrever suas cognatas, isto é, vocábulos da mesma família delas. Vamos
pensar um pouco nisso ao realizar as atividades propostas a seguir.
a) A obra Trust é um bom exemplo de arte contemporânea. O que
podemos concluir sobre o material usado por vários artistas da
atualidade?
b) A ironia caracteriza-se por emprestar a um termo um significado
oposto do que ele quer dizer. Por que a obra Trust é irônica?
c) No texto, empregam-se as palavras irônicoe ironicamente, ambas
cognatas de ironia. Copie as três palavras no caderno, separe
suas sílabas e destaque a sílaba tônica de cada uma.
d) Que regra justifica a acentuação de irônico?
e) Não é incomum vermos escrita a palavra “irônia”. Leia-a em voz
alta, comparando-a com a forma correta. O que se altera?
f) Levante uma hipótese: o que levaria as pessoas a se confundir
na escrita dessa palavra?
2 Copie as palavras da lista em seu caderno, destaque a sílaba tônica
e coloque o acento gráfico quando necessário.
a) economia
b) economico
c) economicamente
d) portugues
e) portuguesa
f) juiz
g) juiza
Todas as palavras têm
uma sílaba tônica, mas
nem todas são acentuadas. Existem regras
específicas para palavras
proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas.
Lembra?
STUDIO OLE UKENA
h) fisica
i) fisicamente
j) gratuito
k) gratuitamente
l) romantismo
m) romantico
n) substantivo
1 Para começar, leia este texto sobre o artista Ole Ukena.
Conheça a arte irônica e conceitual de Ole Ukena
Ole Ukena é um artista conceitual alemão que, utilizando vários meios
e ferramentas nas suas obras, não dispensa o valor da linguagem. Através
de símbolos ou texto, ele joga ironicamente com os nossos padrões e
espera que seja o espectador a concluir o trabalho, interpretando-o.
O sinal da paz feito com 12 mil soldados de brinquedo. Um banco
com pregos espetados que, em conjunto, escrevem a palavra trust (“confiança”). Irônico, não? Os materiais utilizados por Ukena servem como
metáfora de um trabalho enigmático mas extremamente desafiador. [...]
Disponível em: <https://www.hypeness.com.br/2013/08/conheca-a-arte-ironicado-artista-conceitual-ole-ukena/>. Acesso em: 7 jun. 2018.
o) transparencia
p) transparente
q) ciencia
r) melancia
s) insonia
t) biologia
u) biologico
Isso eu já vi Sílaba tônica e acento gráfico
1b. Porque, nessa obra, a palavra
trust (“confiança”) está escrita com
pregos presos em um banco, o que
o torna perigoso, não confiável, pois
vai machucar quem sentar nele.
1a. É um material bem variado, que
inclui elementos comuns, do dia a dia.
Comente que alguns artistas se valem
de material convencional.
1c. Sílabas tônicas em destaque:
i-rô-ni-co; i-ro-ni-ca-men-te; i-ro-ni-a.
1d. Todas as proparoxítonas são
acentuadas.
1e. A sílaba tônica, que passa a ser,
equivocadamente, ro.
1f. Sugestão de resposta: Provavelmente, a “contaminação” dessa
palavra por suas cognatas irônico e
irônica, que recebem acento em ro.
2. Sílabas tônicas em destaque:
e-co-no-mi-a; e-co-nô-mi-co; e-
-co-no-mi-ca-men-te; por-tu-guês;
por-tu-gue-sa; ju-iz; ju-í-za; fí-si-
-ca; fi-si-ca-men-te; gra-tui-to;
gra-tui-ta-men-te; ro-man-tis-mo;
ro-mân-ti-co; subs-tan-ti-vo; trans-
-pa-rên-cia ou trans-pa-rên-ci-a;
trans-pa-ren-te; ci-ên-cia ou ci-
-ên-ci-a; me-lan-ci-a; in-sô-nia ou
in-sô-ni-a; bi-o-lo-gi-a; bi-o-ló-gi-co.
Questão 1 – Comente com o
professor de Inglês que, no site
oficial do artista Ole Ukena,
cuja arte os alunos estão conhecendo, há um recurso que pode
ser do interesse dele. O artista
usa frases que o apresentam
ao leitor, as quais têm seu final
alterado para expressar diferentes ideias. Por exemplo:
I'm Ole Ukena and I am from
Berlim/ living in Bali/ an artist/
gone surfing. Recomende que o
professor veja o site antecipadamente para verificar se as obras
em destaque no momento são
adequadas à faixa etária.
Isso eu já vi
A seção tem como pré-requisito
a compreensão do conceito de
sílaba e de sílaba tônica e será
a base para o desenvolvimento
das próximas seções de mesmo
título, destinadas à revisão da
acentuação gráfica.
168
Conversa com arte
168
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você já ouviu falar em design? Essa palavra, de origem inglesa, significa
“desenho”, entre outras acepções. Observe os objetos a seguir, produzidos
pelo designer brasileiro Rodrigo Ohtake.
RODRIGO OHTAKE - ARQUITETURA E DESIGN RODRIGO OHTAKE - ARQUITETURA E DESIGN
Poltrona
Doco, 2014.
Poltrona
Oblíquo, 2012.
Conversa com arte
e Expresse-se!
CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 4, 10
Habilidades: EF69LP44,
EF69LP45, EF69LP46
169
169
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os objetos que você viu são móveis. Mas deve ter percebido que não
se trata de móveis comuns: há neles a intenção de equilibrar a função e a
forma, isto é, o uso e a estética.
Volte a observar os objetos e participe da discussão oral proposta por
seu professor. 1 Muitos objetos de design costumam provocar a surpresa, o estranhamento do observador.
a) Você se surpreendeu ao ver as peças de Rodrigo Ohtake?
b) Como foi dito, os designers procuram equilibrar a estética e a
usabilidade, isto é, a condição de uso. Você acha que esses móveis
são funcionais? Por quê?
2 Observe a poltrona Doco.
a) Você imagina que é confortável sentar-se nessa cadeira? Por quê?
b) A palavra lúdico é aplicada a algo relacionado ao divertimento,
ao jogo. Você acha que essa poltrona tem um caráter lúdico?
Justifique sua resposta.
c) Onde você colocaria uma poltrona como essa? Por que escolheria
esse lugar?
3 Veja, agora, a poltrona Oblíquo.
a) O que mais chama sua atenção na peça?
b) Em que posição devem ficar as pernas de uma pessoa para que
ela se sente confortavelmente nessa poltrona?
c) Você sabe o que é oblíquo? Por que a peça teria sido batizada
com esse nome?
4 Segundo o site do designer, ele é “apaixonado por cores e formas
livres”. Em sua opinião, as poltronas Doco e Oblíquo revelam essa
paixão? Por quê?
5 Os designers não se dedicam exclusivamente ao desenho de móveis.
Você sabe que outros objetos podem ser produzidos pelos profissio
-
nais dessa área?
Biblioteca cultural
Rodrigo Ohtake estudou no Brasil e na Itália e também tem influências
do Japão, de onde vem sua família. Seu pai é o renomado arquiteto Ruy
Ohtake, e sua avó é Tomie Ohtake (1913-2015), uma das mais importantes
artistas plásticas do Brasil. Para conhecer projetos arquitetônicos, outros
objetos de design e participações do artista em mostras, acesse: <http://
www.rodrigoohtake.com/perfil>
.
2b. Resposta pessoal. Os alunos
devem reconhecer que a poltro
-
na é bastante móvel, além de
desmontável. Ela não repete a
rigidez e a imobilidade de grande
parte das poltronas.
2a. Resposta pessoal. É interes
-
sante que os alunos considerem
a relação entre o assento móvel
e o encosto elástico.
3c. Oblíquo quer dizer “incli
-
nado”, “não reto”. A identidade
visual da cadeira relaciona-se
diretamente com a ideia de
inclinação.
4. Espera-se uma resposta posi
- tiva, pois os objetos evitam cores
neutras e formas que repetem
as dos móveis tradicionais. São
peças que primam pela origi
- nalidade.
5. Resposta pessoal. Sugestão:
Os designers desenvolvem pro
-
jetos gráficos ou de comunicação
visual e concebem objetos ou
peças de variados tipos, como
design de carros, letras para a
imprensa, videogames, anúncios
publicitários e cartazes de filmes.
1a. Resposta pessoal. Instigue os
alunos a comentar a recepção das
obras. Qual é a primeira impres
-
são? Eles já viram algo parecido?
Acham bonito?
1b. Resposta pessoal. Leve os
alunos a considerar a interação
possível entre o usuário e os mó
-
veis. Eles parecem confortáveis?
Parecem caber no espaço comum
de uma sala? Parecem duráveis?
2c. Resposta pessoal. Procure
saber se os alunos acham im
-
portante haver coerência entre
o estilo do objeto de design
e o ambiente escolhido para
colocá-lo. Pergunte a eles quem
usaria o objeto em um ambiente
tradicional, apenas para criar
um contraste, e quem o poria
em um ambiente mais moderno
e despojado.
3a. Resposta pessoal. Colha
várias impressões entre os alu
-
nos, organizando as respostas
e orientando-os a não se repetir.
3b. Provavelmente, as pernas da
pessoa deverão ficar encostadas
no suporte inferior da peça, o
que pressupõe uma posição
inclinada.
170
Expresse-se!
Carro, espremedor de frutas, sapato, batedeira, lâmpada, garrafa térmica, sofá, livro, computador, colher, letra de manchete, placa de rua – tudo ao seu redor é design. Um designer
pode criar e desenvolver objetos (como as poltronas de Rodrigo Ohtake), projetos gráficos
(como capas de livros, logotipos) e comunicação visual (como um cardápio de restaurante
ou um letreiro luminoso). Pode, ainda, criar máquinas, desenhar papéis de parede e azulejos,
desenvolver videogames, entre outras funções.
Conheça a seguir três propostas interessantes, duas delas desenvolvidas por um designer
brasileiro, e a terceira, por um japonês.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O objeto que você vê ao lado é uma banqueta (e, acredite, é bastante confortável!).
Ela foi criada em 2011 pelo designer paulista
Leo Capote.
1 Descreva o móvel.
2 Por que nos causa certo estranhamento
a banqueta de Leo Capote?
Leo Capote passou praticamente a infância
toda dentro de uma loja de ferragens de sua
família. Observe outro objeto de design criado
por ele.
ACERVO DO ARTISTA
LEO CAPOTE. Banco sem assento. 2011.
Nove martelos soldados em forma específica com acabamento natural e verniz
brilhante. Série: 100 peças.
ACERVO DO ARTISTA
3 Segundo texto publicado no site do designer, “o conceito que Leo Capote trabalha, desde 1997, é de descobrir como
reutilizar objetos já industrializados para
obter outros”. Observe novamente os
dois trabalhos de Leo. Você concorda
com o texto do site?
Biblioteca cultural
Se quiser e se tiver gostado dos objetos de Leo
Capote, você pode postar um elogio ao trabalho
dele em seu site oficial.
LEO CAPOTE. Luminária ferro de passar. 1997. Ferro de
passar roupa utilizado como base e interruptor, haste
flexível, acabamento cromado. Série: peça única.
1. Sugestão: A banqueta é composta de nove martelos
soldados, tem acabamento de verniz brilhante e mantém a cor natural dos elementos.
2. Porque não se espera que alguém vá querer se
sentar em cima de martelos. O material não parece
próprio para a finalidade que foi dada pelo seu criador.
3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concordem, porque as peças criadas por Leo Capote sempre partem de
outras já existentes. Ele atribui novos significados ao que já existe.
Após a atividade, pergunte aos
alunos se alguém se interessou
pela área do design e pensaria em trabalhar, futuramente,
como um designer. Caso haja
interessados, pergunte de quais
características da profissão eles
mais gostaram e se acreditam
ter alguma habilidade que favoreça essa atuação, como gosto por desenhar, ser detalhista
ou ter um bom repertório (de
games, por exemplo).
171
SHIGEO FUKUDA/REPRODUÇÃO
171
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Biblioteca cultural
Criar um objeto de design é muito difícil?
O jovem designer francês Pierre Lota mostra
que não. Acesse o site oficial do artista.
O cartaz Happy birthday [“Feliz aniversário”], do designer gráfico japonês Shigeo
Fukuda (1932-2009), faz uma crítica irônica
ao desmatamento.
4 Descreva a imagem mostrada no
cartaz, considerando as figuras, cores
e dimensões.
5 Explique por que a imagem, associada
ao título Happy birthday, revela ironia.
Certa vez, em entrevista concedida a
uma revista, Fukuda afirmou: “Eu acredito
que, em design, 30% de dignidade, 20% de
beleza e 50% de absurdo são necessários”.
6 Você acha que o cartaz Happy birthday
confirma a crença do artista? Por quê?
7 É possível afirmar que o cartaz também traz uma mensagem de esperança? Por quê?
Nosso objeto de design
Você já criou algum objeto original, que tenha a sua cara? Vamos tentar fazer isso? Propomos a
seguir alguns desafios de criação. Não se esqueça de que um objeto de design deve conjugar forma
e conteúdo, ou seja, ele deve ser esteticamente interessante sem deixar de ser funcional.
1. Forme dupla com um colega e escolham um dos três desafios abaixo.
Desafio 1: Elaborem um cartaz a ser afixado na porta de seu quarto em que apareçam cinco regras de funcionamento desse local. Dificuldade a ser enfrentada: o cartaz deve atrair a atenção
de seus leitores.
Desafio 2: Criem um quadro de avisos da família para ser colocado na porta de saída de sua casa.
Dificuldade a ser enfrentada: o quadro deverá ser dividido de acordo com o número de pessoas
que vivem com vocês.
Desafio 3: Façam um painel cultural em sua classe no qual possam ser afixadas dicas de programas (cinema, teatro, exposições, jogos etc.) de sua cidade. Dificuldade a ser enfrentada: o painel
deverá ter espaço para dicas de dez pessoas ao mesmo tempo.
2. Desenhem em uma folha (ou utilizem um computador) um rascunho de seu projeto. Anotem os
materiais que pretendem empregar. Prefiram os mais acessíveis e de baixo custo.
3. Apresentem os objetos para a classe, exponham suas principais dificuldades no planejamento e
execução e ouçam as sugestões dos colegas.
7. Sim, porque, apesar do desmatamento, as plantas podem renascer onde
menos se espera.
4. A imagem mostra um machado, em cujo cabo nasceu uma plantinha. As figuras foram
representadas em preto e contrastam com o fundo vermelho.
5. A ironia estaria em comemorar o “dia do nascimento” de uma plantinha justamente no cabo de seu agressor, um machado.
Resposta pessoal.
Questão 6 – Peça que os alunos,
em suas respostas, considerem
a comparação entre os valores
e exponham como cada um
dos critérios citados aparece
no cartaz. Ajude-os a relacionar a ideia de "dignidade" ao
objetivo crítico da obra.
172
Leitura puxa leitura
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Site de Arnaldo Antunes
Por que devo conhecer esse artista múltiplo?
Para entrar em contato com sua poesia, suas
artes plásticas, sua música e sua crítica. Acesse
o site e veja vídeos, ouça canções, leia poemas e
textos críticos de Arnaldo Antunes: <http://www.
arnaldoantunes.com.br/new/sec_artes_obras.
php?id_type=4>.
Site de Sérgio Capparelli
Por que devo acessar o site
desse autor?
Para mergulhar em sua literatura. No
lindo site <http://www.capparelli.
com.br/>, você encontrará textos
sobre direitos das crianças, internet,
games, uma revista eletrônica e muita
poesia digital de boa qualidade.
Blogspot de Al-Chaer
Por que ler os posts desse blog?
Para conhecer um outro jeito de fazer
poesia, proposto pelo mineiro-goiano
que assim se apresenta: “nascido nos
Cedros/criado no garimpo/educado no
Cerrado/pós-graduado no Caribe”. Acesse o rico blogspot <http://visu-al-chaer.
blogspot.com/>.
Dez melhores poemas de Drummond
Por que devo ler esses poemas?
Para conhecer um pouco da poesia daquele que é considerado por
muitos o poeta mais importante da
língua portuguesa no século XX.
O veículo digital Bula revista escolheu dez poemas do mineiro e
elegeu-os como os melhores. Atente
para “Quadrilha” e “Para sempre”:
<https://www.revistabula.com/391-
os-dez-melhores-poemas-de-carlosdrummond-de-andrade/>.
Leitura puxa leitura e Biblioteca
cultural em expansão
CG: 1, 2, 3, 5, 9
CEL: 1, 2, 6
CELP: 1, 8, 9, 10
Habilidades: EF67LP20,
EF69LP44, EF69LP45,
EF69LP46, EF89LP33,
EF89LP36
173
Biblioteca cultural
em expansão
KIRILL KIRSANOV/
SHUTTERSTOCK
KIRILL KIRSANOV/
SHUTTERSTOCK
KIRILL KIRSANOV/
SHUTTERSTOCK
173
Caqui – Revista Brasileira de Haicais
Acesse o site <https://www.kakinet.com/cms/>, leia
haicais, conheça a história desse gênero, tenha informações sobre concursos e entre em contato com associações (grêmios) que valorizam essa arte oriental secular.
LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK
Japan House
A Japan House foi criada pelo governo japonês para
difundir o passado, o presente e o futuro da cultura
japonesa em todo o mundo. Esse centro cultural
só existe em três lugares: Londres (Inglaterra), Los
Angeles (Estados Unidos) e São Paulo (Brasil). Faça
uma visita ao site <https://www.japanhouse.jp/
saopaulo/>.
Site sobre a pintura ukiyo-e
Nesse site, você encontra exemplos do estilo de pintura japonês ukiyo-e, desenvolvido nos séculos XVIII e XIX. Ele emprega
uma técnica de reprodução usando blocos de madeira que
lembra a xilogravura. As obras retratavam tanto a natureza
quanto a vida social, mostrando lutadores de sumô, atores,
pescadores etc. Acesse <https://ukiyo-e.org/>.
Neste capítulo, você viu alguns haicais e aprendeu que eles têm
origem japonesa. Se gostar dessa referência cultural, poderá conhecer
exemplares que ampliarão sua biblioteca pessoal.
174
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
174
CAPÍTULO
6
Os textos publicitários estão bastante presentes em nosso dia a dia:
em jornais e revistas, em sites da internet, em intervalos de programas de
televisão, afixados em pontos de ônibus, em folhetos distribuídos nas ruas,
entre várias outras situações. Neste capítulo, analisaremos alguns gêneros
da esfera publicitária.
Observe atentamente este anúncio e responda às questões.
Leitura 1
FUNDAÇÃO ONDAZUL
Lixo. Uma das
coisas mais assustadoras que
pode aparecer na água.
22 de março.
Dia Internacional
da Água.
ANÚNCIO E OUTROS
GÊNEROS PUBLICITÁRIOS:
a venda de produtos
e de ideias
Se julgar conveniente, comente com
os alunos que, depois da expressão
um(a) do(a)s [...] que, o verbo vai
normalmente para o plural, sendo
raros os casos em que se opta por
deixá-lo no singular, como fizeram os
produtores do anúncio.
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. Por essa razão,
é possível que, quando forem
consultados, aqueles indicados
neste capítulo não estejam mais
disponíveis ou tenham mudado
de endereço.
Capítulo 6
Pré-requisitos
• EF15LP04
• EF05LP05
• EF06LP04
• EF67LP08
• EF67LP15
Materiais digitais
Sequência didática 8: A
história da cadeira
CG: 1,2
CEL: 1
CELP: 1
Habilidades: EF69LP32,
EF69LP34
Sequência didática 9: Verbo
CG: 1, 4
CEL: 3
CELP: 2
Habilidades: EF06LP04,
EF06LP06, EF67LP13
Avaliação 3
CG: 1, 3
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2, 9
Habilidades: EF02LP10,
EF03LP09, EF12LP18,
EF35LP31, EF35LP31,
EF06LP04, EF67LP25,
EF67LP28, EF69LP04,
EF69LP17, EF69LP48,
EF69LP54
CG: 4; CEL: 2, 4, 6; CELP: 1, 3
Habilidades: EF69LP04,
EF69LP17
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 4, 5, 10
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 3, 5, 6, 7
Habilidades: EF67LP08,
EF67LP20, EF69LP02,
EF69LP04, EF69LP05,
EF69LP17, EF69LP44,
EF89LP07
desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas
formas de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações gerais de legislação nacional
e às específicas da educação brasileira, com comparecimento metódico e variado”.
Explicamos nossa abordagem dos gêneros publicitários na introdução do MP. Há também uma sugestão para
atividade em parceria com o professor de Ciências.
Leitura 1 – A presença de aparente propaganda na seção
se justifica de acordo com o
Parecer CNE/CEB no 15/2000,
que diz que “o uso didático
de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Áudio:
A publicidade hoje
175
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
175
1 Qual é o objetivo desse anúncio?
2 Que dados de nossa realidade justificam sua produção?
3 Que informação, indicada no próprio anúncio, explica o contexto em que ele
foi produzido?
4 Observe que a imagem é composta de duas partes.
a) O que separa essas partes?
b) O que o leitor imagina ver quando observa apenas a parte superior?
c) O que ele percebe quando vê também a parte inferior?
5 A linguagem verbal do anúncio é bastante sintética. Releia o texto principal
reproduzido em uma das lupas.
“Lixo. Uma das coisas mais assustadoras que pode aparecer na água.”
a) Além de caracterizar lixo, o termo assustador também se refere a outro
elemento do anúncio. Qual?
b) Por que esse outro elemento seria menos assustador que o lixo?
Desvendando o texto
Capa do DVD da animação Scooby-Doo!
e o Monstro do Lago Ness, direção de
Joe Sichta e Scott Jeralds. EUA, 2004.
No final do século XIX, um mergulhador afirmou ter visto uma enorme serpente aquática no
fundo do Lago Ness, na Escócia. Mais tarde, outras pessoas alegaram também ter observado
esse “monstro”. Surgiram, inclusive, fotos dele, algumas comprovadamente falsas. Contudo, seja
fruto da imaginação, seja mesmo um animal incomum, descendente de uma espécie extinta
desde a época dos dinossauros, essa serpente faz parte da cultura popular escocesa, além de
aparecer em filmes, desenhos animados e seriados de televisão em outros países.
O monstro do Lago Ness
FLORILEGIUS/SCIENCE & SOCIETY PICTURE LIBRARY/GETTY IMAGES
REPRODUÇÃO
Reprodução artística de um plesiossauro, do qual, supostamente,
teria descendido o monstro do Lago Ness.
Influenciar as pessoas para que não joguem lixo nas águas.
O fato de que muitos mares e rios estão poluídos.
A comemoração do Dia Internacional da Água, em 22 de março.
A linha que representa a superfície da água.
Um monstro aquático.
Percebe que a figura é composta de objetos parcialmente submersos, como lixo jogado na água.
O monstro que imaginamos ver ao observar objetos descartados no mar.
Porque pode estar apenas em nossa imaginação, enquanto o lixo é real e pode prejudicar
seriamente o meio ambiente e a vida.
176
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
176
Veja novamente o anúncio da página 174.
1 Qual foi a estratégia empregada pelo produtor do anúncio para chamar a
atenção dos leitores?
2 Imagine um anúncio com a seguinte composição: a imagem de um rio bem
poluído e a frase “Não jogue lixo na água”. Em sua opinião, qual anúncio seria
mais eficaz: o que está em estudo ou aquele que você imaginou? Por quê?
3 Muitos anúncios publicitários procuram destacar as vantagens do produto
ou do serviço que vendem em relação aos demais. Isso ocorre no anúncio em
estudo? Justifique sua resposta.
O gênero textual anúncio publicitário tem como objetivo estimular o leitor a consumir um produto ou um serviço (um creme dental, uma lavanderia etc.) ou a agir de uma
determinada forma (combater o mosquito-da-dengue, doar agasalhos etc.). A criatividade
é um dos importantes recursos para conquistar a atenção de quem vê o anúncio.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Como funciona um anúncio publicitário?
A seguir, você analisará outro anúncio, além de um fôlder, um spot e um filme
produzidos para uma campanha publicitária bem ampla.
Leitura 2
Anúncio
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
O produtor do anúncio fez um jogo entre a imagem que nós imaginamos inicialmente e os objetos que, de fato, estão na água.
2. Resposta pessoal.
Professor: Ajude os
alunos a construir justificativas consistentes. Os que preferem
o anúncio estudado
podem apontar que
a criatividade é um
elemento eficaz para
chamar a atenção do
leitor. Aqueles que
se identificam mais
com o anúncio imaginado podem justificar
afirmando que uma
imagem feia do lixo
no rio seria mais persuasiva.
Não. O anúncio em estudo tem uma função social,
que procura estimular um comportamento em benefício da coletividade.
A presença de aparente propaganda na seção se justifica de
acordo com o Parecer CNE/CEB
nº 15/2000, que diz que “o uso
didático de imagens comerciais
identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um
contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação
crítica das múltiplas formas de
linguagens presentes em nossa
sociedade, submetido às determinações gerais da legislação
nacional e às específicas da
educação brasileira, com comparecimento módico e variado”.
Esta campanha do Ministério da Saúde trata da doação
de órgãos, opção que não é
igualmente aceita por todas
as famílias. Procure evitar que
os alunos se concentrem em
posicionamentos pessoais e,
mais ainda, não aceite desrespeito a nenhum ponto de
vista. Além disso, observe que
o tema envolve o pensamento
sobre a morte, que não deve
ser excluído das referências dos
adolescentes. Trate do tema com
naturalidade.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
177
Fôlder
Spot
[voz 1, cantando]
Nem sempre a vida
Segue tranquila
Como a gente quer
Às vezes o futuro
Num segundo prematuro
Parte e quebra a sua fé
É a hora de lembrar
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
Fôlder
A cantora paulista Kell Smith, que
gravou a canção tema do spot
.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
178
Que manter viva essa força em você
É amar e compartilhar
Essa força com o mundo
É doar
Essa força é doar
Ser família é se doar
[voz 2, falando]
Família, quem você ama pode salvar vidas.
Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.
Ministério da Saúde
Governo Federal
Reprodução do conteúdo do spot sobre doação de órgãos do Ministério da Saúde.
Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/doe-orgaos-2017>. Acesso em: 7 jun. 2018.
Filme
Frame do filme A hora de lembrar, sobre doação de órgãos, do Ministério da Saúde.
Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/doe-orgaos-2017>. Acesso em: 7 jun. 2018.
1 O anúncio, o fôlder e o filme da campanha apresentam três relógios como
personagens principais.
a) Descreva a forma, o tamanho, a cor e o tipo dos relógios. Em seguida, explique
o que eles representam.
b) Nas imagens do anúncio e do fôlder, alguns elementos relacionados aos
personagens repetem-se no cenário. Quais são eles?
c) Os produtores da campanha optaram por ilustrações que lembram desenhos
animados. Por que fizeram essa escolha?
d) Caso você fosse o responsável pela campanha, teria optado pelo mesmo tipo
de ilustração? Por quê?
Refletindo sobre os textos
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
1a. Os personagens são
um relógio analógico redondo, grande e amarelo;
um relógio analógico quadrado, médio e azul; e um
relógio digital oitavado,
pequeno e roxo. Eles
representam uma família
formada por pai, mãe e
filho, respectivamente.
Se possível, apresente para os alunos o spot com
a música gravada pela cantora Kell Smith. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.
br/images/campanhas/doacao_orgaos_2017/
MS_DOACAO_DE_ORGAOS_SPOT90.mp3>.
O filme pode ser acessado em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/campanhas/
doacao_orgaos_2017/MS_DOACAO_DE_ORGAOS_A_HORA_DE_LEMBRAR_FILME.
mp4> ou <http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/>.
1b. As engrenagens, presentes no piso e na pequena grade que o separa da
vegetação.
1c. Resposta pessoal. Professor:
Estimule os alunos
a apresentar suas
hipóteses. Espera-
-se que mencionem
que o tema da campanha está relacionado com a morte
de um familiar (o
doador), portanto
é bastante tenso.
O uso do desenho
animado contribui
para aliviar um pouco esse peso.
Resposta pessoal. Escolha para responder à pergunta tanto
os alunos que disserem “sim” quanto aqueles que disserem “não”. Peça justificativas e
de ilustração? Por quê?
estimule a contraposição respeitosa entre eles.
Esta campanha contou, ainda,
com outros materiais. Você
pode acessá-los em: <http://
portalarquivos.saude.gov.
br/campanhas/doeorgaos/>.
Oriente os alunos a navegar
na página e leve-os a observar a seção intitulada “Espalhe mensagens pelo mundo”.
Questione-os sobre os objetivos dessa seção e pergunte se, na opinião deles, esse
convite ao compartilhamento
parece efetivamente levar a
uma ação. Veja se percebem
que o ato de compartilhar o
card – algo que é facilitado
pela campanha – pode levar
à discussão do tema e, nesse
sentido, cumpre o papel de
ajudar no planejamento de
uma possível futura doação.
179
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
179
2 Releia os seguintes trechos do anúncio e do fôlder.
“Chega uma hora que só uma boa lembrança pode realizar a sua
vontade de ser doador de órgãos.”
“Família, quem você ama pode salvar vidas.
Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.”
a) Qual é a preocupação dos produtores da campanha em relação à
doação de órgãos? E qual é o objetivo da campanha?
b) A expressão boa lembrança tem dois sentidos nesse contexto. Quais
são eles?
c) Relacione o tema da campanha aos personagens que foram escolhidos para ela.
3 Analise o fôlder da campanha.
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
CIÊNCIAS
Investigue em
O laço verde usado na
campanha para doação
de órgãos dialoga com
outras campanhas da
área da saúde, represen
-
tadas por laços de outras
cores. Faça uma pesquisa
na internet e descubra
mais algumas delas.
contracapa capa
frente do folheto – uma dobra central
parte interna
verso do folheto – uma dobra central
Para ser um doador, no Brasil, não é
preciso deixar nada por escrito nem
registrado em documentos. Aquele
procedimento antigo de registrar a
opção de doador de órgãos na car
-
teira de identidade não existe mais.
O essencial para se tornar doador
de órgãos é ter uma conversa com
a sua família. No momento certo,
eles tomarão a decisão; afinal, a
doação só acontece após a autori
-
zação familiar.
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
Laço cor-de-rosa: câncer de
mama; laço azul: câncer de
próstata e diabetes; laço ama
-
relo e vermelho: hepatite; laço
vermelho: aids; laço roxo:
lúpus, fibromialgia, mal de
Alzheimer; quebra-cabeça:
autismo; laço laranja: anemia
e leucemia; laço amarelo:
câncer ósseo.
Disponível em: <http://www.
saude.ce.gov.br/index.php/
noticias/47124-cores-dasaude-lacos-de-fita-alertampara-controle-de-doencas>.
Acesso em: 8 jun. 2018.
2a. Os produtores da campanha temem que doações deixem de ser feitas porque o doador
não revelou seu desejo à família. O objetivo da campanha é estimular a conversa sobre o tema.
A expressão refere-se ao doador, que é lembrado com carinho
pela família, e ao ato de se lembrar de comunicar o desejo de ser doador.
A campanha destaca que é o momento de as pessoas co
-
mentarem o desejo de ser doadora s de órgãos, e a escolha dos relógios como
personagens reforça a ideia de “hora”.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
180
5 O spot é uma peça publicitária feita para ser transmitida por rádio. Nesse, há uma canção seguida por um breve texto falado por
uma locutora.
a) A canção alerta o ouvinte sobre a possibilidade de ser surpreendido
pela morte prematura. Segundo a letra, essa situação ocorrerá na
vida de todas as pessoas? Justifique sua resposta.
b) Você acha que, sem o texto falado após a canção, o ouvinte conseguiria compreender a intenção da campanha? Por quê?
c) Escute a canção. Em sua opinião, por que os produtores optaram
por esse ritmo?
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
A campanha convida os leitores a assistir ao filme e a compartilhar. Você,
particularmente, aceitaria o convite? Por quê?
Fala aí!
a) Por pertencer à mesma campanha, o fôlder e o anúncio têm semelhanças. Quais são elas?
b) Que conteúdo é apresentado na parte interna do fôlder?
c) Com base no que você observou, responda: o que diferencia os
objetivos do fôlder e do anúncio?
d) Leia na página 179 um trecho do fôlder e explique a informação
transmitida por ele.
e) Essa informação não está disponível no anúncio. Isso prejudica a
compreensão da mensagem da campanha? Por quê?
4 Tanto o anúncio quanto o fôlder contêm a hashtag #DoeÓrgãos.
a) Quem são os interlocutores quando essa hashtag é anotada em
uma rede social?
b) Analise a parte do anúncio reproduzida a seguir e responda o que
é e para que serve a imagem ali presente.
4b. É um código de barras
bidimensional chamado QR
Code ou Código QR. Ele permite o acesso ao filme pela
maioria dos smartphones,
bastando para isso encostar
o aparelho na imagem e
escaneá-la. QR é a sigla em
inglês para Quick Response
(Resposta Rápida).
5a. Não, expressões como
nem sempre e às vezes mostram que a morte prematura é
eventual, não acontece com
todos.
Os produtores da canção optaram por uma melodia mais lenta, sentimental, para emocionar as
pessoas e criar empatia imediata no público. Professor: É possível que os alunos notem semelhança com a estrutura rítmica de alguns hinos religiosos.
5b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem que a canção sugere a
morte prematura e a importância da doação, mas não
é explícita. Além disso, não
faz referência direta à importância de o doador comunicar
seu desejo antecipadamente,
que é um objetivo importante
da campanha, como mostraram o anúncio e o fôlder.
São os internautas que acessam essa rede social.
3d. O trecho explica que,
antigamente, quem desejasse doar os órgãos precisava
registrar essa informação na
carteira de identidade, mas
agora basta a autorização da
família, com base no desejo
expresso pelo doador.
3e. Espera-se que os alunos
respondam que não. Embora
não traga detalhes sobre a
mudança do procedimento,
o anúncio deixa claro como
deve ser planejado o processo de doação.
3a. O fôlder e o anúncio têm
os mesmos personagens, o
mesmo cenário, o mesmo
tipo de título, as mesmas
orientações para doador e
família e as mesmas referências à forma de compartilhamento pela internet.
3b. São apresentadas perguntas e respostas acerca
da doação de órgãos.
3c. O fôlder é um folheto
informativo; portanto, além
de estimular a doação e
orientar a família e o doador,
apresenta dados detalhados
acerca do tema, enquanto
o anúncio apenas estimula
a realização das ações da
família e do doador.
Fala aí! – O tema envolve posicionamentos pessoais, motivados por valores da família.
Evite que a discussão seja desrespeitosa em relação a qualquer opção. Estimule a reflexão acerca da prática do compartilhamento, questionando
os alunos sobre ele ser produtivo ou não em campanhas
com fins sociais como essa ou
semelhantes (campanha para
arrecadar alimentos ou roupas, campanha para doação
de sangue etc.).
Questão 5 – Caso os alunos não
tenham ouvido o spot, troque
o item c desta atividade pelas
seguintes perguntas: “Você
está tendo acesso apenas à
letra da canção, sem a música.
Como imagina o ritmo dela?
Por quê?”. Apresente à turma
o conteúdo do gabarito 5c.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
181
As notas que você toma assistindo a uma aula, uma palestra, um filme etc. são um material pessoal. Para ser mais ágil, você pode construir
esquemas, usar abreviações, anotar apenas a palavra central em lugar de
frases completas etc. O importante é sintetizar e reformular o conteúdo
de um modo que faça sentido para você. As notas não são uma transcrição
de tudo o que foi dito.
Dica de professor
6 Agora vamos analisar os recursos dessa animação.
a) Com que objetivo são mostradas fotografias em porta-retratos,
logo no início do filme?
b) Os personagens-relógios principais interagem com três outros
personagens-relógios, que apresentam problemas de funcionamento. Que característica do relógio-pai é destacada nessas
cenas? Por quê?
c) Por que essa característica é importante para a mensagem da
campanha?
d) A canção que você ouviu no spot também foi usada no filme. Em
que momento da narrativa ela é inserida? Por que a escolha desse
exato momento é coerente?
e) Após a notícia da morte, inicia-se um flashback, isto é, uma sequência do filme que corresponde ao passado. Qual é o conteúdo desse
flashback? Como ele se encaixa na narrativa que está sendo contada?
f) Qual recurso foi usado para que o público compreenda que o pai
se tornou o doador de peças (ou órgãos) transplantados nos personagens que apareciam no início da narrativa?
g) O filme apresenta uma transição da animação para uma cena com
personagens interpretados por atores. Que elementos foram usados para associar a família de relógios e a situação que viveram à
situação da família humana?
h) Que motivo pode explicar a opção dos produtores do filme por
fazer essa transição?
Uma campanha publicitária pode ser veiculada em diversas mídias – rádio,
televisão, jornal, revista, rede social etc. –, em que circulam gêneros variados.
Anúncio, fôlder, jingle, spot, filme, card são alguns exemplos.
Apesar da diversidade, uma campanha precisa contar com uma identidade
visual e uma mensagem comum. Para defini-los, os produtores consideram o
perfil de quem desejam atingir: poder aquisitivo, gostos e valores ideológicos.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
A questão a seguir refere-se ao filme da campanha. Antes de resolvê-la,
assista à produção e anote os acontecimentos da narrativa. Acesse o link
<http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/doeorgaos/>.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
6a. As fotografias mostram
as figuras do pai (relógio
amarelo), da mãe (relógio
azul) e do filho (relógio roxo).
O pai do garoto foi doador de
órgãos. É a partir de uma delas que se inicia a narrativa.
Destaca-se a solidariedade do relógio-pai, já que ele está
sempre ajudando os outros relógios a voltar a funcionar bem.
Porque também está presente no ato de doar,
que é estimulado pela campanha.
6d. A canção é inserida no
momento em que a esposa
está no hospital e recebe a
notícia da morte do marido.
Como a canção fala de uma
morte prematura e reforça a
importância de doar como um
ato de amor, é coerente que
apareça na hora em que a
decisão tem de ser tomada.
6e. O flashback retoma o
momento do nascimento do
filho, quando, deixando o
hospital, o pai vê o laço verde
da campanha e comenta seu
desejo de ser um doador. A
mãe se lembra dessa situação vivida no passado e autoriza a doação.
6f. A cor amarela permite ao
leitor perceber que algumas
peças que funcionam nos
personagens que apareciam
no início da narrativa saíram
do relógio amarelo que representa o pai.
6g. A mãe e o filho aparecem
em uma sala semelhante à
que foi mostrada no desenho,
observando uma fotografia,
como também acontecia ali.
Além disso, a mãe mostra
ao filho um relógio parecido
com o que representa o pai
e entende-se que teria pertencido ao marido já falecido.
Resposta pessoal.
Se for o caso, forme grupos e oriente a turma a acessar o filme usando um telefone celular.
Dica de professor – Existem
dispositivos eletrônicos que
podem ser usados para tomar
notas. Eles são válidos, desde
que os alunos se mantenham
ativos diante da informação,
isto é, que as representem de
maneira própria, o que contribuirá para uma apropriação
mais sólida. Eles não devem
usar o equipamento para transcrever o que escutam. Sugerimos a leitura de um artigo
da professora Sandhra Cabral.
Disponível em: <http://www.
educarparasergrande.com.
br/2018/01/25/anotacao-emsala-de-aula-a-mao-ou-nodispositivo-eletronico/>. Acesso
em: 20 ago. 2018.
Questão 6 – Antes de iniciar
a atividade, peça aos alunos
que leiam as questões silenciosamente. Em seguida, exiba
novamente o filme. Sugerimos
que esta atividade seja feita
de forma oral e coletiva, com
possibilidade de registro (de
todas ou de algumas questões
centrais) no final. Se for possível, volte aos trechos do filme
relativos a cada resposta após
a discussão da turma.
Após a realização da atividade,
peça aos alunos que formem
trios e que cada um exponha
aos colegas o conteúdo de suas
notas. Eles devem comentá-las
de acordo com estes critérios:
1. As notas trazem informações
suficientes para recontar a narrativa? 2. A forma de anotação
é econômica, permitindo ao
anotador ser ágil? 3. O aluno
conseguiu entender e explicar
suas anotações de imediato, revelando que elas são suficientemente claras para ele?
Questão 6h – É esperado que
os alunos levantem alguns aspectos, entre eles o fato de a
campanha precisar ser didática,
o que é favorecido pela explicitação de que aquela é uma
situação vivida pelas pessoas,
ou o fato de que a campanha
pode ter desejado ser ainda
mais impactante, o que acontece quando percebemos que
a situação vivida é comum a
nossos semelhantes e pode
também acontecer conosco.
182
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
182
INSTITUTO AKATU
CIÊNCIAS
Investigue em
De que forma os automóveis aquecem o
planeta?
As referências ao leitor
1 Releia um trecho do anúncio acerca da doação de órgãos.
“Família, quem você ama pode salvar vidas.
Para ser doador de órgãos, lembre-se de avisar a sua família.”
a) O anúncio tem dois interlocutores diferentes. Quais são eles?
Que palavras se referem diretamente a cada um?
b) Em sua opinião, por que muitas peças publicitárias fazem referência direta ao leitor?
2 O anúncio a seguir faz parte de uma campanha publicitária para
estimular uma forma de consumo que não prejudique o planeta.
Se eu quiser aprender mais
Os anúncios costumam trazer a identificação do anunciante por meio de um
logotipo, símbolo formado por letras e imagens. Além do logotipo, alguns anúncios também contam com um slogan, uma ou duas frases bem curtas, de fácil
memorização, que caracterizam uma marca ou produto. Repare no slogan e no
logotipo do anúncio anterior.
Sabia?
Para obter a energia necessária para funcionar, os automóveis queimam combustíveis
e, nesse processo, liberam
gases, como o CO2
, que se
concentram na atmosfera
e capturam e retêm o calor
solar, aumentando a temperatura.
A presença de aparente propaganda
na seção se justifica de acordo com o
Parecer CNE/CEB nº 15/2000, que diz
que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente
desde que faça parte de um contexto
pedagógico mais amplo, conducente à
apropriação crítica das múltiplas formas
de linguagens presentes em nossa sociedade, submetido às determinações
gerais da legislação nacional e às específicas da educação brasileira, com
comparecimento módico e variado”.
1a. Um dos interlocutores
é a família, a que se referem as palavras família e
você, e o outro é o doador, a
que remetem a forma verbal
lembre[-se] e o pronome sua.
1b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem
que a referência direta ao
leitor o aproxima do tema que
está sendo apresentado e,
nesse sentido, contribui para
o valor apelativo ou persuasivo do texto.
Alguns itens da atividade solicitam que os alunos façam inferências. Sugerimos que trabalhem em grupo para trocar informações.
Sabia? – Retome o anúncio que
divulga a doação de órgãos e
mostre o logotipo do Governo
Federal em exercício no ano
da campanha e o slogan “Família, quem você ama pode
salvar vidas. Para ser doador
de órgãos, lembre-se de avisar
a sua família”, repetidos nas
várias peças.
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 2, 4
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 3, 5, 7, 10
Habilidades: EF67LP08,
EF67LP13, EF67LP20,
EF69LP02, EF69LP04,
EF69LP05, EF69LP17
183
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
183
Você e seu grupo produzirão
um anúncio publicitário. O objetivo é persuadir os leitores (colegas de escola e outros jovens)
a modificar um comportamento
que prejudica a sociedade. Vocês
podem convencê-los a não sujar
o transporte público, não pisar
nas plantas dos jardins da cidade,
não grudar chicletes nos móveis
da escola, não escutar música alta
sem fones de ouvido, entre tantas
outras atitudes prejudiciais à boa
convivência das pessoas. Os anúncios serão divulgados na escola e
vão alimentar o blog da turma.
Nosso anúncio publicitário NA PRÁTICA
a) Que problema relacionado ao planeta é mostrado no anúncio?
b) Observe a imagem usada no anúncio. O que ela retrata? O que
permite ao leitor chegar a essa conclusão?
c) Com que material a imagem foi produzida?
d) Por que você acha que o produtor do anúncio escolheu esse
material?
e) O anúncio dirige-se diretamente ao leitor. Que palavras do
título estão relacionadas a ele?
f) O que o anúncio sugere para resolver o problema ambiental?
g) Que frase poderia ser incluída no anúncio para comunicar essa
ideia de maneira bem clara?
h) Suponha que o produtor do anúncio também quisesse incluir-se
entre aqueles que usam automóveis. Como ele poderia construir
a frase do anúncio para indicar isso?
3 Nesta atividade você vai preparar uma análise do anúncio para
apresentá-la oralmente.
• Inicie sua fala mencionando o problema citado e o objetivo do
anúncio.
• Explique como a linguagem verbal foi trabalhada para convencer
o leitor a realizar a ação pretendida.
• Finalize descrevendo a imagem e o material usado para confeccioná-la e justifique essa escolha.
Você e seu grupo produzirão
-
-
legas de escola e outros jovens)
a modificar um comportamento
que prejudica a sociedade. Vocês
podem convencê-los a não sujar
o transporte público, não pisar
nas plantas dos jardins da cidade,
não grudar chicletes nos móveis
da escola, não escutar música alta
sem fones de ouvido, entre tantas
outras atitudes prejudiciais à boa
-
cios serão divulgados na escola e
Nosso anúncio publicitário
LASSMAR
2a. O aquecimento global.
2b. A imagem retrata o planeta Terra. O leitor conclui isso
porque vê uma esfera com a
cor azul imitando os oceanos
e os elementos em tons de
bege-terroso representando
os continentes.
Papel.
2d. O uso desse material sugere sua reciclagem, aspecto
defendido por instituições
preocupadas com o planeta.
2f. Sugere ao leitor que deixe
de usar o carro ou diminua
seu uso.
2g. Sugestões: Deixe o carro
na garagem. Diminua o uso
do carro. Não use o carro
em distâncias curtas. Utilize
o transporte coletivo.
Seu (pronome); deixe (forma verbal).
2h. Não deixemos (não devemos deixar; não podemos
deixar) os escapamentos de
nossos carros aquecerem
ainda mais o planeta.
Sugerimos que o trabalho seja feito em grupos de quatro ou cinco integrantes.
Resposta pessoal.
Questão 3 – Esta atividade deve
ser preparada após a correção
da anterior. Forme trios para que
toda a turma exponha sua produção oral. Depois, escolha dois
alunos para apresentar sua fala
para a classe e destaque o uso
de conectivos que relacionem
blocos de ideias. Por exemplo,
na execução do primeiro item, é
provável o uso de “por isso” ou
similar para relacionar o problema citado no anúncio e o objetivo da campanha; no segundo,
o uso de “para” ou similar para
sugerir finalidade; no terceiro,
o uso de “porque” ou similar
para introduzir a justificativa.
Evidencie as conexões feitas,
veja se há outros exemplos e
peça aos grupos que repitam
a atividade, agora prestando
mais atenção nesses elementos.
Nosso anúncio publicitário
na prática
CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 3, 5, 6, 10
Habilidades: EF67LP13,
EF69LP07, EF69LP09,
EF69LP12, EF89LP11
Nesta proposta de produção,
os alunos devem planejar uma
campanha publicitária sobre
questões que interessam à comunidade e, para isso, deverão
levar em conta os princípios citados na habilidade EF69LP09:
previsão do público-alvo, mobilização de recursos linguísticos-discursivos adequados aos
gêneros e aos suportes etc.,
naturalmente cabíveis na etapa de aprendizagem relativa
ao 6o ano. Por sua temática, a
produção se alinha a um exercício de cidadania e envolve
princípios éticos e democráticos,
como preveem as CG 6 e 10,
além de indicar a utilização da
linguagem para a promoção de
ações que minimizem conflitos
e promovam a revisão crítica de
comportamentos inadequados,
como prevê a CEL 3.
184
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
184
Elaborando nosso anúncio
1. Verifiquem quais são os recursos disponíveis para o grupo, considerando,
inclusive, os conhecimentos técnicos de vocês. Se for possível, optem
por usar um editor de imagens. Um editor de textos também permite a
realização da tarefa.
2. Preparem as imagens que serão utilizadas no anúncio: fotografem, pesquisem
ilustrações para uma colagem, façam desenhos etc. O material produzido
em papel pode ser escaneado ou fotografado e salvo no computador.
3. Elaborem o slogan, buscando uma formulação que possa ser memorizada. Ela deve ser curta, simples e expressiva. Verifiquem se não apresenta
equívocos de ortografia, concordância etc.
4. Finalizem a parte verbal e formatem o texto utilizando uma fonte adequada para que as palavras fiquem legíveis e chamem a atenção do leitor.
Para selecionar essa fonte, levem em conta o formato, o tamanho, a cor
das letras e a intenção de seu anúncio.
Da teoria para a... ... prática
Os anúncios são textos persuasivos,
isto é, procuram convencer alguém
de uma ideia.
Como mostrar que certo comportamento é inadequado e precisa ser modificado? Levem em conta o perfil
do leitor na escolha do texto e das imagens.
As campanhas publicitárias costumam
ter slogans.
Que frase poderia caracterizar a campanha, ajudando
o leitor a memorizar sua mensagem?
Que texto poderia sintetizar o apelo, conselho ou convite à mudança que vocês apresentam ao leitor?
Em geral, os anúncios apresentam
frases concisas, que esclarecem a
ideia central.
Sejam criativos e cativantes. Vocês podem empregar
palavras em sentido figurado, palavras que rimam, que
se referem ao leitor (você, seu, venha) etc.
Os anúncios buscam formas originais para conquistar o leitor.
Momento de produzir
Planejando nosso anúncio
Veja, nos quadros a seguir, algumas orientações que vão ajudar vocês
a produzir seu texto.
Os anúncios costumam articular várias linguagens.
Que imagem poderia chamar a atenção de seu leitor
para o comportamento que deve ser mudado? Como
as imagens e os textos devem ser dispostos na página?
Que cores devem ser usadas?
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Caso não seja possível produzir em computadores, adapte
a atividade para o papel. Os
alunos podem usar papéis coloridos para o fundo e as letras,
fazer desenhos ou colagens
com imagens de revistas etc.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
185
Momento de avaliar
O grupo avaliará o cartaz produzido por outra equipe, indicada pelo professor.
Anotem os itens que, na opinião de vocês, foram bem realizados e preparem-se para
justificar a avaliação em uma reunião com os colegas.
A O anúncio mostra com clareza o comportamento que deve ser modificado?
B O anúncio é persuasivo, levando o leitor a refletir sobre seu comportamento?
C O texto do anúncio é criativo?
D A imagem escolhida é coerente com a parte verbal?
E Elementos não verbais, como tipo e cor das letras, contribuem para a construção
do sentido e de um visual bonito e chamativo?
F O texto do anúncio respeita as normas de ortografia e de concordância?
G O cartaz revela capricho na produção?
ACERVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE/GOVERNO FEDERAL
Reelaborando nosso anúncio
1. Considerem os comentários dos colegas e planejem alterações no anúncio.
2. Incorporem outras soluções interessantes na produção de vocês.
3. Façam uma nova versão do anúncio.
Momento de apresentar
Ampliando nossa campanha
1. Além de produzir o anúncio, vocês vão preparar
outras peças publicitárias para a mesma campanha.
Reagrupem-se, formando três equipes maiores.
2. Escolham, entre os anúncios produzidos pela turma,
aquele que dará origem à campanha mais ampla.
3. Dividam-se para produzir novas peças: um filme curto, uma
música e um card.
4. Lembrem-se: uma campanha publicitária tem uma
unidade visual, isto é, as várias peças usam imagens e
textos semelhantes e têm o mesmo objetivo.
5. Se preferirem, usem como base uma música já existente.
6. Sigam o exemplo do card ao lado, cujas informações são
bem resumidas e de fácil compreensão.
7. Juntem as três produções e façam uma avaliação coletiva. Se for necessário, corrijam ou aprimorem o material.
8. Compartilhem o arquivo com os editores da atividade. Eles serão os responsáveis
pela organização dos arquivos para o professor, que fará a postagem da campanha
no blog da turma.
9. Por fim, iniciem a divulgação da campanha na escola, usando os murais para o
anúncio que serviu de base para a campanha e o card.
Exemplo de card.
Caso os alunos tenham produzido em papel, eles podem
reaproveitar parte do material empregado na primeira versão.
A atividade pode ser feita mesmo que não haja acesso a muitos recursos
tecnológicos. É possível gravar a música e produzir o filme usando um celular
e fazer os cards em papel para depois fotografá-los.
Ampliando nossa campanha –
Peça a um ou dois alunos que
sejam os editores desta atividade. Eles devem: 1. recolher
os arquivos digitais dos produtos da campanha e organizar
uma pasta; 2. criar um texto
para a postagem da atividade,
descrevendo-a; 3. enviar todo
o material por e-mail para que
o professor o insira no blog
da turma.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Textos em conversa
Os regulamentos trazem uma série de leis ou regras que orientam as
pessoas a se comportar em certas situações e preveem punições para quem
não as cumprir. São exemplos desses textos a Constituição, o Código de
Trânsito, o regulamento de uso de piscinas em clubes, o regimento de sua
escola, entre muitos outros.
Leia, a seguir, um trecho do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor,
que define os direitos de quem compra e as responsabilidades de quem
vende ou fornece um produto ou serviço. Uma das partes do código trata
especialmente da publicidade. Art. é a abreviação de “artigo”, e § é o símbolo de “parágrafo”.
SEÇÃO III
Da Publicidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma
que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique
como tal.
[...]
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou
abusiva.
§ 1o
É enganosa qualquer modalidade de informação
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados
sobre produtos e serviços.
§ 2o
É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz de induzir
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3o
Para os efeitos deste código, a publicidade é
enganosa por omissão quando deixar de informar sobre
dado essencial do produto ou serviço.
[...]
Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm>.
Acesso em: 7 jun. 2018.
LASSMAR
A linguagem dos textos jurídicos não é simples. Sugerimos que você leia o trecho
integralmente para a turma
e, em seguida, faça uma
paráfrase de cada segmento. Peça aos alunos que tomem notas das informações
principais enquanto ouvem.
Verifique se há dúvidas relativas ao sentido das palavras e peça a alguns deles
que leiam as anotações. As
atividades podem ser feitas
oralmente a princípio e registradas depois. O campo de atuação da vida pública põe em destaque gêneros
legais e normativos. Seguindo a
orientação de abordagem crítica
dos textos publicitários, nesta
seção propomos a leitura de um
fragmento do Código de Defesa
do Consumidor. De maneira ainda incipiente, mas já produtiva,
buscamos, como propõe o texto
da BNCC (p. 144), desenvolver a
aprendizagem de procedimentos úteis para a leitura desses
gêneros e o reconhecimento de
sua relevância para a vivência
democrática, pautada por direitos e deveres.
Se achar conveniente, comente
com o professor de História o
trabalho que está sendo realizado. A abordagem dos direitos
civis, políticos e sociais expressos
na Constituição de 1988 e nas
leis que a seguem está prevista
no texto da BNCC para o 9o
ano,
mas talvez o professor possa
fazer um comentário sobre o
contexto de surgimento do Código de Defesa do Consumidor
e sua relação com a nova etapa da história do Brasil. Pode,
ainda, fazer comparações com
as noções de “direito” e “cidadania” na Grécia Antiga, temas
indicados para o 6o ano.
Textos em conversa
CG: 1, 2, 4, 7
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 7
Habilidades: EF67LP15,
EF69LP02, EF69LP04,
EF69LP09, EF69LP17,
EF69LP20, EF69LP27,
EF89LP11
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CROSSCONTENT/INFO-EXAME/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A.
1 Leia novamente o artigo 36.
a) Explique a regra com suas palavras.
b) Observe atentamente a página reproduzida abaixo. Como o leitor
percebe que o texto não é uma matéria jornalística? Qual é a
finalidade desse texto?
2 Os artigos formam a estrutura básica das leis, e os parágrafos os
complementam. O artigo 37 prevê a proibição de publicidades
enganosas ou abusivas.
a) O que os parágrafos do artigo 37 explicam?
b) Como você entendeu a ideia de que a omissão, citada nos parágrafos 1 e 3 do artigo 37, pode gerar publicidade enganosa? Cite
uma situação em que isso poderia acontecer.
c) O meme a seguir reproduz uma situação comum de propaganda
enganosa. O que o caso do hambúrguer exemplifica?
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Art. 37, Código de Defesa do Consumidor
Quem nunca?
SANDRO PAVLOV/SHUTTERSTOCK
NOR GAL/SHUTTERSTOCK
na propaganda na realidade
Sugestão de resposta: O consumidor deve conseguir reconhecer
facilmente que um texto é uma forma de publicidade.
A inscrição informe publicitário revela que não é uma matéria jornalística.
A finalidade do texto é orientar o consumidor na compra de um notebook.
2a. Explicam o
que é uma publicidade considerada enganosa
ou abusiva.
2c. Exemplifica as
situações em que
uma imagem é
usada para atrair
o consumidor,
mas não corresponde ao produto
que será efetivamente vendido.
2b. Sugestão: A omissão
caracteriza-se pela ausência de uma informação, que
pode induzir o consumidor
a erro. Por exemplo, a não
informação, em uma propaganda de TV, de que uma
promoção terá duração limitada, levando o consumidor
a ir à loja após seu término,
é considerada propaganda
enganosa.
Questão 2 – Diante da impossibilidade de confirmar a autoria
dos memes e solicitar autorização de uso, criamos este especialmente para fins didáticos.
Questão 1b – Explique que
esse tipo de matéria é feito com o fim de divulgar as
vantagens de um determinado produto, funcionando
portanto como anúncio, por
isso há obrigatoriedade de
incluir a expressão “informe
publicitário”.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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d) Analise a construção do meme: como a imagem reforça a ideia
transmitida?
e) A frase “Quem nunca?” não contém verbo nem complemento,
mas transmite um sentido completo, que pode ser deduzido pelo
contexto do meme. Como você continuaria a frase para deixar
claro esse sentido?
f) Suponha que uma propaganda de TV estimulasse alguém a dirigir um carro sem cinto de segurança. Ela seria uma propaganda
abusiva? Por quê?
Fala aí!
A publicidade envolve gêneros bastante
diferentes: logotipos em camisetas,
canções publicitárias(jingles
propagandas no rádio e na TV, anúncios
em revistas, jornais e redes sociais,
entre outros. Podemos dizer que
ela nos cerca em nosso dia a
dia, divulgando marcas, pro
dutos e serviços. Você acha
que as pessoas são facilmente
conquistadas pela publicidade?
Por que isso pode ser um problema?
A publicidade envolve gêneros bastante
diferentes: logotipos em camisetas,
jingles), outdoors,
propagandas no rádio e na TV, anúncios
em revistas, jornais e redes sociais,
entre outros. Podemos dizer que
ela nos cerca em nosso dia a
dia, divulgando marcas, produtos e serviços. Você acha
que as pessoas são facilmente
conquistadas pela publicidade?
que isso pode ser um problema?
LASSMAR
Se esse meme fosse meu...
Reaproveite esse meme para fazer o seu, também mostrando situações
que envolvam a publicidade enganosa. Qual seria sua pergunta? Que tipo
de produto seria retratado e como?
3 O parágrafo 2 do artigo 37 trata da publicidade para crianças.
Segundo a lei, é abusiva a propaganda que se aproveita do fato
de a criança ainda não ter experiência suficiente para saber se um
produto pode prejudicar sua saúde, se ele é mesmo necessário ou
útil, se representa um gasto excessivo etc.
a) Como os anúncios publicitários são pensados e elaborados para
vender produtos destinados a crianças?
b) Você nota diferenças entre as estratégias usadas pela publicidade para atrair as crianças ou atrair os adultos? Justifique
sua resposta.
c) O que é importante que crianças e adultos façam antes de aceitar
o estímulo das propagandas e comprar um produto?
4 Você conheceu parte de um código jurídico, isto é, de um conjunto
de leis. Por que é importante que existam leis como as que estão
no Código Brasileiro de Defesa do Consumidor?
Sim. Essa situação estimularia alguém a se colocar
em perigo, e isso é considerado abusivo.
Respostas pessoais.
3c. Resposta pessoal. Os
alunos devem apontar a importância de pensar a respeito
da compra, considerando a
necessidade real do produto
e o gasto que se terá com
ele. O consumo não deve ser
impulsivo. 4. Resposta pessoal. Porque essas leis orientam e protegem o cidadão,
apresentando-lhe seus direitos, além de mostrar seus deveres para
que ele se comporte de maneira a não prejudicar outras pessoas.
3b. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos observem
que, nos dois casos, a publicidade se vale de recursos que
associam o produto a algo que
provoca a satisfação, sendo
diferentes apenas os elementos relativos a cada idade.
2d. São apresentadas as
imagens de dois sanduíches: o
mais bonito deles, parecendo
bastante apetitoso, é o mostrado na propaganda, e o outro,
bem menos interessante, é o
lanche real.
2e. Sugestões de resposta:
Quem nunca enfrentou uma
situação dessas? Quem nunca se sentiu enganado por
uma propaganda? Quem
nunca passou por isso?
3a. Resposta pessoal. Espera-
-se que os alunos se lembrem
de que os produtos estão associados a situações alegres,
em que as crianças parecem
satisfeitas etc.
Fala aí! – Aproveite a oportunidade para estimular a reflexão
sobre o consumismo. Mostre
aos alunos que a publicidade cria o impulso de consumo
de produtos que podem não
atender, de fato, a uma necessidade real. É o que ocorre, por
exemplo, com a indústria de
produtos eletrônicos, que são
trocados antes do término de
sua vida útil. Isso pode gerar
gastos desnecessários, além de
aumentar a produção de lixo.
Conscientize também a turma
a respeito da predominância
de alimentos industrializados,
que podem prejudicar a saúde
dos consumidores.
Se esse meme fosse meu...
– Há várias possibilidades de
construção: A frase “Não era
pra ficar fofinho?” pode ser
acompanhada da imagem de
um bolo duro e seco, ou “Não
tirava as manchas?”, ao lado
de uma camisa com manchas
de molho etc. Faça as produções circularem pela classe.
Os alunos podem eleger e comentar as mais interessantes.
Elas também podem ser divulgadas para que, efetivamente,
circulem como memes.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Transformando o anúncio em paródia
Você já reparou que os vários anúncios de um certo produto podem
ser muito parecidos? Procure em sua memória anúncios de sabão em
pó, de margarina, de creme dental, de picolé, de xampu etc. Eles bus
-
cam ressaltar as vantagens do produto e, para isso, o relacionam com
determinados momentos de nosso dia a dia, que supostamente ficarão
melhores com o uso dele. Ou o associam a certa imagem, sugerindo
que o consumidor ganhará uma qualidade específica (beleza, saúde,
status) ao utilizá-lo. Um consumidor pouco crítico sente-se tentado
a consumir o produto sem refletir sobre sua necessidade, seu preço,
sua qualidade etc.
Em grupo, você e seus colegas produzirão uma paródia dos anúncios de
um tipo de produto. A paródia é uma obra que imita outra com objetivo
humorístico e, muitas vezes, serve a uma crítica.
1. Escolham o tipo de produto cuja publicidade querem explorar.
2. Pesquisem os elementos mais comuns nas campanhas: o tipo de imagem, as qualidades ressaltadas etc.
3. Pensem em como incluir esses elementos em seu anúncio de maneira
bem-humorada para mostrar que algumas “promessas” dos produtos são
exageradas. Vocês podem, por exemplo, brincar com a ideia de produto
saudável usada por anúncios de margarinas, mostrando que, porque a
família consome o produto, o pai carrega inúmeras malas sem esforço,
a criança enxerga a enorme distância etc.
4. Sua paródia é sobre um tipo de produto, portanto não façam nenhuma
referência explícita a um produto ou marca específica.
5. Sigam as mesmas orientações dadas para a preparação do anúncio na
seção “Elaborando nosso anúncio” (p. 184). Vocês podem produzir a
paródia no computador e depois imprimi-la em papel.
Vamos avaliar?
Os anúncios serão avaliados por toda a turma. Devem ser afixados na
lousa para que todos os colegas os observem atentamente e façam uma
análise conjunta, com base nas perguntas a seguir.
1. O anúncio respeitou a regra de não indicar um produto ou marca
específica?
2. O material foi produzido com capricho?
3. O anúncio realmente mostra características típicas da publicidade do
produto escolhido? Faltou alguma?
4. Houve uma modificação dessas características com o intuito de produzir humor?
5. O leitor se torna mais crítico em relação à publicidade ao conhecer
essa paródia?
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Se possível, após a avaliação, use uma área fora da sala de
aula para a exposição dos trabalhos.
Segundo a proposta da BNCC,
citada, por exemplo, na p. 135,
a exploração do campo jorna
-
lístico-midiático, sobretudo no
que diz respeito à publicidade,
envolve o desenvolvimento de
estratégias de leitura crítica a
fim de ajudar a promover o
consumo consciente. Com o
objetivo de fomentá-las, nesta
seção propomos o uso da pa
-
ródia como recurso de análise
e explicitação dos mecanismos
de persuasão empregados pela
publicidade. Lembramos que
a paródia é uma das formas
de réplica ativa, a qual mo
-
biliza habilidades de análise
e de transposição criativa, e
um recurso bastante produtivo
sobretudo na comunicação em
redes sociais.
Transformando o anúncio
em paródia
CG: 2, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 4
CELP: 1, 3, 5, 7, 10
Habilidade: EF67LP13
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
190
1 O que, provavelmente, aconteceu antes da cena retratada no primeiro quadrinho?
2 Como Cascão procura resolver seu problema?
3 No segundo quadrinho, o personagem sente que a situação vai piorar.
O que ele percebe?
4 O humor da tirinha é provocado por uma solução inesperada para o
problema de Cascão. Qual?
5 Por que Cebolinha entendeu que essa era a solução mais adequada?
6 Que relação existe entre Cebolinha e Cascão?
7 Como Cascão ficou após a ação de Cebolinha?
Leia a tirinha com os personagens Cascão e Cebolinha.
Turma da Mônica Mauricio de Sousa
© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA
Para responder às questões, você deve ter usado palavras que descrevem
ações: andar, caminhar, cair, pendurar, segurar, gritar, pedir, providenciar etc.
E também termos que indicam fenômenos da natureza, como chover ou
trovejar. É provável, ainda, que tenha utilizado vocábulos que expressam
estado quando tratou da relação entre os personagens (Eles são amigos) ou
mudança de estado ao descrever os sentimentos de Cascão (Ele ficou grato).
Neste capítulo, você conheceu algumas peças da campanha publicitária
governamental que estimula a doação de órgãos. Ela destaca uma ação
importantíssima do futuro doador: avisar os familiares de sua intenção.
A realização de ações associadas a um tempo é expressa por verbos, assunto
da seção que se inicia.
Mais da língua
Verbo
Pra começar
Sugestão: Cascão estava caminhando, não percebeu o
Grita pedindo socorro.
Percebe que começará a chover.
Cebolinha providencia um guarda-chuva para Cascão.
Porque, conhecendo Cascão, sabe que ele tem mais medo da água do que de
uma possível queda.
Cascão e Cebolinha são amigos.
Cascão ficou grato e sentiu-se aliviado.
abismo e só não caiu nele porque ficou pendurado em um galho de árvore.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Flexões do verbo;
• Modos verbais;
• Modelos de conjugação
verbal;
• Acentuação gráfica em
palavras monossílabas,
oxítonas e proparoxítonas
(revisão).
Para iniciar o estudo, faça um
aquecimento. Mostre aos alunos a pintura Caçadores na
neve, de Pieter Bruegel (1565,
Museu de História da Arte, Viena), e peça que construam frases como “Os pássaros voam”
e “As roupas são escuras”. Eles
devem descrever a cena detalhadamente. Enquanto falam,
anote os verbos e as locuções
verbais na lousa usando a forma do infinitivo. Se necessário,
induza-os, com perguntas, a
usar verbos que expressem
estado e fenômenos da natureza. Encerre a atividade
apresentando o conceito de
verbo. Para acessar a pintura,
use a Wikipédia e aproveite
o recurso do zoom.
Mais da língua e Isso eu
já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 2, 4, 5
Habilidades: EF06LP04,
EF06LP06, EF67LP32,
EF69LP03 EF69LP05
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Flexões do verbo
Preste atenção no anúncio publicitário ao lado, sobre
uma campanha de conscientização para a preservação do
meio ambiente.
1 No contexto dos problemas ambientais, a que se refere
o verbo derreter? Que elemento não verbal evidencia
esse contexto?
2 Substitua a sequência de pronomes eu, tu e você por
um único pronome que englobe todos eles e coloque
o verbo na forma adequada.
3 Compare a forma verbal que você usou com as que estão
no anúncio. Por que as formas verbais precisam variar?
4 Suponha que a ação de derreter já tivesse acontecido.
Quais deveriam ser as formas verbais do anúncio?
5 E se a ação ainda fosse acontecer?
6 Compare as formas verbais do texto com aquelas
que você indicou nas questões 4 e 5. Como os verbos
expressam a noção de tempo?
Todas essas palavras são verbos e, por isso, relacionam-se com a noção
de tempo. Observe essa relação nos exemplos a seguir.
Cascão está preocupado.
Choverá por muitas horas.
Cascão estava caminhando quando caiu.
Neste último exemplo, duas formas verbais foram empregadas com a
função de uma. Veja.
Cascão estava caminhando. ¨ Cascão caminhava.
O verbo auxiliar acompanha o verbo principal, que apresenta a ideia
central. Juntos, formam uma locução verbal. Os principais verbos auxiliares são: ser, estar, ter, haver, ficar, continuar, querer, dever e ir.
verbo auxiliar verbo principal
DAVID TROOD/PHOTONICA/GETTY IMAGES
Não basta que dois
verbos estejam juntos
para formar uma locução verbal. Em “Ouvi
tocar seu celular”, há
duas ações diferentes,
portanto não se forma
uma locução.
Dica de professor
O verbo indica um estado que se
apresenta no mesmo momento da fala.
O verbo expressa um fenômeno da natureza
que ocorrerá em um momento posterior à fala.
Os verbos sugerem ações ocorridas
em um momento anterior à fala.
Verbo é uma palavra que expressa ação, fenômeno da natureza ou estado,
associados à noção de tempo. Locução verbal é uma expressão formada por
dois ou mais verbos.
Nós derretemos.
Para concordar com o praticante da ação.
Eu derreti, tu derreteste, você derreteu.
Eu derreterei, tu derreterás, você derreterá.
Por meio de suas terminações.
1. Refere-se ao degelo das calotas polares, que está diretamente
ligado ao aquecimento global. Esse contexto é sugerido pela presença
de uma representação do globo terrestre dentro de uma gota.
A presença de aparente propaganda na seção se justifica de acordo com o Parecer CNE/CEB no 15/2000, que diz
que “o uso didático de imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo, conducente à apropriação crítica das múltiplas formas de linguagens presentes
em nossa sociedade, submetido às determinações gerais de legislação nacional e às específicas da educação
brasileira, com comparecimento metódico e variado”.
192
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
192
• Flexão de tempo: informa se uma ação é simultânea (presente),
anterior (pretérito) ou posterior (futuro) à fala.
• Flexão de modo: indica a atitude – de certeza, suposição, ordem
etc. – do falante diante do processo verbal.
Os verbos se agrupam em três conjugações, identificadas pela terminação no infinitivo, que é a forma como os encontramos no dicionário. Veja.
Verbos terminados em -ar 1a
conjugação cantar
Verbos terminados em -er 2a
conjugação vender
Verbos terminados em -ir 3a
conjugação partir
As conjugações constituem modelos que os verbos seguem ao se flexionar.
Os verbos que acompanham o modelo são chamados de regulares, e aqueles
que apresentam alterações são classificados como irregulares. Compare os
dois tipos de verbos na tabela a seguir.
Verbos regulares Verbo irregular
vender escrever dizer
Eu vendo Eu escrevo Eu digo (e não dizo)
Tu vendes Tu escreves Tu dizes
Ele vende Ele escreve Ele diz (e não dize)
Nós vendemos Nós escrevemos Nós dizemos
Vós vendeis Vós escreveis Vós dizeis
Eles vendem Eles escrevem Eles dizem
Os verbos regulares da mesma conjugação apresentam sempre terminações idênticas, enquanto os irregulares têm variações de diversos
tipos, como observamos nas formas da 1a
e da 3a
pessoa do singular do
verbo dizer.
VICENTE MENDONÇA
Como você percebeu, os verbos flexionam-se, isto é, modificam-se para
expressar algumas noções bem específicas. Veja.
• Flexão de pessoa e de número: associa o verbo a uma das pessoas
do discurso.
(eu) derreto (tu) derretes (ele/você) derrete
1a
pessoa 2a
pessoa 3a
pessoa
singular
(nós) derretemos (vós) derreteis (eles/vocês) derretem
1a
pessoa 2a
pessoa 3a
pessoa
plural
Os verbos terminados em -or (pôr, com- por, depor etc.) perten
(pôr
depor -
cem à 2a
conjugação,
pois derivam da forma
antiga poer.
São três as pessoas
do discurso:
1a
pessoa: aquela que
fala.
2a
pessoa: aquela com
quem se fala.
3a
pessoa: aquela ou
aquilo de que(m) se fala.
Inicia-se aqui uma sequência
que contém vários conceitos
importantes. Sugerimos que
seja feita uma leitura por
blocos, acompanhada por paráfrases e exemplos. A flexão
de modo será detalhada ainda
neste capítulo.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Nani
© NANI
Minduim Charles Schulz
a) Como Charlie Brown interpretou o pedido de Patty?
b) O que a menina desejava de fato?
c) Como Charlie Brown ficou ao entender o que estava acontecendo?
Que recurso não verbal foi usado para expressar isso?
d) Transcreva as locuções verbais presentes no texto.
e) Proponha formas verbais simples para substituir cada locução.
f) Leia o diálogo do segundo quadrinho substituindo as locuções
verbais pelas formas simples. Por que o texto, dessa maneira, não
parece adequado à situação comunicativa?
2 Leia o cartum do ilustrador mineiro Ernani Diniz Lucas, conhecido
como Nani.
CHARLES M. SCHULZ.
Peanuts completo:
1950 a 1952. 5. ed.
Trad. Alexandre
Boide. Porto Alegre:
L&PM, 2014. p. 41. PEANUTS, CHARLES SCHULZ © 1951 PEANUTS WORLDWIDE LLC./DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
O verbo NA PRÁTICA
1 Leia a tirinha com os personagens Charlie Brown e Patty.
1a. Pensou que ela queria
examinar sua garganta para
ver se ele estava doente.
1b. Saber se a bola que perdera estava na boca do menino.
1f. Porque as formas simples
tornam as falas mais formais,
o que não condiz com um
bate-papo entre crianças.
1c. Ficou irritado, como sugerem as linhas franzidas em
torno de sua cabeça.
1d. Vou sobreviver, vou saber, estava procurando.
1e. Sobreviverei, saberei,
procurava.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
194
a) Como é possível reconhecer que os personagens do cartum são
egípcios?
b) O humor do cartum é produzido pelo contraste entre duas épocas
históricas distintas. Como se manifesta o tempo presente? E o
passado?
c) Transcreva a locução verbal empregada no texto e classifique os
verbos que a compõem.
d) A locução transmite a ideia de uma ação já concluída, em andamento ou ainda por acontecer?
e) A que pessoa do discurso se refere a frase? Por que não foi necessário
empregar um pronome para explicitá-la?
f) DESAFIO DE ESCRITA Você vai escrever um parágrafo de análise do
cartum. Siga o roteiro.
• Informe que o humor é produzido por uma brincadeira com a noção
de tempo.
• Explique como o cartum se refere ao tempo presente.
• Explique como o contexto remete ao passado.
• Por fim, destaque o retrato que está sendo produzido, mencionando
sua finalidade e, em oposição, suas características.
3 Leia o cartum do ilustrador mineiro Eduardo dos Reis Evangelista,
conhecido como Duke.
Duke
© DUKE
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
patrocina e divulga programas para prevenir e
tratar doenças.
Sabia?
a) Que mudança de atitude do lobo é mostrada no cartum? Por que ela
produz humor?
b) Com qual argumento o lobo justificou essa mudança?
Pelas pirâmides ao fundo, pelas roupas e pelo tipo de desenho na
parede.
O presente se manifesta na referência ao “perfil no Face” (Facebook), e o passado,
nas roupas e no desenho na parede, feito com instrumentos antigos.
Estou (verbo auxiliar) mudando (verbo principal).
Em andamento.
Primeira pessoa. Porque a flexão do
verbo já traz essa informação.
Resposta pessoal.
Corrija as atividades antes
de solicitar aos alunos que
realizem o item f.
O lobo está preocupado com a informação divulgada pela OMS de que o bacon
(tipo de carne de porco) em excesso causa câncer.
No cartum é mostrado que o lobo desiste de comer os porquinhos. Isso produz humor por contrariar o conto infantil.
2f. Sugestão de resposta: O
humor do cartum de Nani é
produzido por uma brincadeira
que associa uma cultura muito
antiga a um comportamento
do presente. O balão de fala
refere-se à atualidade, porque
indica uma mudança em um
perfil do facebook, citando
uma tecnologia contemporânea. O contexto, no entanto,
remete ao Antigo Egito, como
mostram os trajes dos personagens e a maneira como
está sendo produzido o retrato
a ser inserido na rede social.
Embora refira-se a uma prática
contemporânea, está sendo
entalhado em uma parede e
segue as formas e técnicas da
arte antiga.
Desafio de escrita – Se possível,
recolha os parágrafos para corrigir aspectos como segmentação de frases e articulação. Ou
anote um ou dois parágrafos na
lousa e destaque esses mesmos
aspectos.
Questão 2 – Após corrigir
os itens “a” a “e”, conceda
um tempo para que os alunos revisem o parágrafo de
análise do cartum (Desafio
de escrita) e façam alterações
que julguem necessárias para
corrigir equívocos ou aprimorar explicações. A correção
pode ter-lhes dado uma nova
compreensão dos recursos do
cartum e de seu sentido.
195
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
195
Os verbos auxiliares podem completar a informação
transmitida pelo verbo principal, indicando sentidos
mais precisos. Veja alguns exemplos.
Eles podem chegar mais cedo. (possibilidade)
Ele costuma acordar tarde. (costume)
As crianças começaram a chorar. (ação inicial)
Os pães acabaram de assar. (ação concluída)
A prefeitura deve recolher o entulho. (obrigação)
4 Leia um anúncio publicitário que promove a reciclagem do lixo.
Separe o lixo e
acerte na lata.
CAMPANHA SEPARE O LIXO E ACERTE NA LATA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/2011
Os verbos auxiliares podem completar a informação
transmitida pelo verbo principal, indicando sentidos
(obrigação)
c) Transcreva os verbos e as locuções verbais do texto.
d) As ações citadas referem-se à mesma pessoa do discurso? Justifique.
e) Qual das ações é anterior à fala? Por quê?
f) Que sentido é acrescentado pelo verbo auxiliar quero ao verbo principal
comer: tentativa, costume ou vontade?
g) Como seria possível transmitir uma noção de proibição apenas trocando o
verbo auxiliar? E uma ideia de futuro?
VICENTE
MENDONÇA
a) Em que pessoa e número está flexionada a forma verbal contém?
b) Qual é o infinitivo desse verbo? E sua conjugação?
c) A forma verbal contém está no presente do indicativo. No contexto
do anúncio, esse tempo indica uma ação realizada no momento
em que se fala ou uma ação permanente?
Vontade.
Não devo (não posso) comer vocês mais, não. Não vou comer vocês mais, não.
Divulgou, porque o verbo está
no pretérito (perfeito).
3d. Não. A locução
quero comer refere-
-se à primeira pessoa
(no contexto, o lobo),
enquanto divulgou
e causa referem-se
à terceira pessoa (a
OMS e bacon, respectivamente).
Quero comer, divulgou, causa.
Terceira pessoa do singular.
Conter, segunda conjugação.
Uma ação permanente.
A presença de aparente propaganda
na seção se justifica de acordo com o
Parecer CNE/CEB
nº 15/2000, que diz
que “o uso didático de
imagens comerciais
identificadas pode
ser pertinente desde
que faça parte de um
contexto pedagógico
mais amplo, conducente à apropriação
crítica das múltiplas
formas de linguagens
presentes em nossa
sociedade, submetido às determinações
gerais da legislação
nacional e às específicas da educação
brasileira, com comparecimento módico
e variado”.
196
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
196
Modos verbais
Leia este meme.
1 Um texto como esse costuma ter muitos leitores. Como ele chega a
tanta gente?
2 Com que finalidade alguém enviaria um meme como esse?
3 A situação retratada no meme revela um comportamento bastante
comum. Qual?
4 Como a imagem contribui para o efeito produzido pelo meme?
ALENA OZEROVA/SHUTTERSTOCK
d) Como você entendeu a frase principal “Toda caixinha vazia contém
uma telha inteirinha”?
e) Observe a maneira como o anúncio foi construído. Que papel parece
ter sido usado? O que justifica essa escolha?
f) Que recurso o produtor do anúncio empregou para tornar a frase
principal mais sonora?
g) Quais são os infinitivos das formas verbais separe e acerte? Esses
verbos pertencem à mesma conjugação? Explique sua resposta.
h) Essas formas verbais traduzem que atitude do falante: uma certeza,
uma incerteza ou uma ordem (recomendação)?
i) Essa atitude é compatível com o objetivo do anúncio? Por quê?
A análise da atitude do falante diante do processo verbal que ele menciona está relacionada àquilo que se denomina flexão de modo, assunto
que será tratado a seguir.
O meme é uma frase
ou imagem, separadas
ou combinadas, que se
popularizam ou “viralizam” na internet por
serem engraçadas. Um
vídeo também pode ser
um meme.
QUANTO MINHA CAMA ESTAVA
QUE O DIA SEJA TÃO BOM
Em geral, é divulgado voluntariamente por reprodução e transmitido pela internet.
Para cumprimentar alguém no começo do dia.
A preguiça no momento de acordar.
4. A imagem mostra um filhote de gato em uma posição
que parece ser confortável,
o que amplia a ideia de que
é difícil abandonar a cama.
Diante da impossibilidade de
confirmar a autoria dos memes e solicitar autorização
de uso, criamos este especialmente para fins didáticos.
Resposta pessoal. Os alunos devem relacionar a frase à possibilidade de produzir telhas para construção por meio da reciclagem das caixas que embalam certos produtos.
Parece ter sido usado papel reciclado, o que
condiz com o objetivo do anúncio.
A rima entre caixinha e inteirinha.
Separar; acertar. Sim, ambos
da primeira conjugação, pois
terminam em -ar.
Uma ordem (recomendação).
Sim, porque o anúncio quer convencer o leitor a mudar de atitude em relação ao lixo.
É preciso considerar que os
gêneros digitais sofrem mudanças frequentes em sua
arquitetura em razão do desenvolvimento da tecnologia,
que oferece novas aplicações e
formulações constantemente.
Além disso, em muitos casos,
a distinção entre suporte e
gênero é menos clara. Essas
ideias não precisam ser discutidas com os alunos do 6o
ano, mas devem nortear nossa
compreensão dos fenômenos
que envolvem tais gêneros.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
197
A forma verbal seja, na primeira oração, revela que o produtor do texto
não sabe como será o dia. Ele espera algo bom, mas não está certo de que
isso acontecerá. Já a forma verbal estava, na segunda oração, expressa
uma certeza. Chamamos de modo verbal essa possibilidade de expressar
a maneira como encaramos o processo verbal na própria forma da palavra.
São três os modos verbais.
• Modo indicativo – expressa certeza, convicção:
Chove muito em janeiro.
Choverá em poucos minutos.
• Modo subjuntivo – expressa hipótese, dúvida:
Tomara que não chova.
Se chover, ficarei em casa.
• Modo imperativo – expressa recomendação, ordem,
pedido, conselho, orientação:
Evite a chuva.
Não saia na chuva.
SPVS/ECOVIA
A noção de imperativo pode ser dada por outras formas verbais. Neste
anúncio, o verbo respeitar, no infinitivo, expressa a mesma recomendação
de respeite.
5 A oração “Que o dia seja tão bom” expressa uma hipótese, um desejo,
uma ordem ou uma percepção?
6 E o que expressa a oração “quanto minha cama estava”: uma hipótese,
uma afirmação, um desejo ou um convite?
A presença de aparente propaganda na seção se justifica
de acordo com o Parecer
CNE/CEB nº 15/2000, que
diz que “o uso didático de
imagens comerciais identificadas pode ser pertinente desde
que faça parte de um contexto pedagógico mais amplo,
conducente à apropriação
crítica das múltiplas formas
de linguagens presentes em
nossa sociedade, submetido
às determinações gerais da
legislação nacional e às específicas da educação brasileira,
com comparecimento módico
e variado”.
Um desejo.
Uma afirmação.
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198
Modelos de conjugação verbal
Como você estudou na primeira parte da seção, os verbos se agrupam em três
conjugações. Conheça a seguir os modelos de conjugação verbal no modo indicativo
e no modo subjuntivo.
1a
conjugação: cantar – Modo subjuntivo
Presente Pretérito imperfeito Futuro
cante
cantes
cante
cantemos
canteis
cantem
cantasse
cantasses
cantasse
cantássemos
cantásseis
cantassem
cantar
cantares
cantar
cantarmos
cantardes
cantarem
1a
conjugação: cantar – Modo indicativo
Presente
Pretérito Futuro
perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito
canto
cantas
canta
cantamos
cantais
cantam
cantei
cantaste
cantou
cantamos
cantastes
cantaram
cantava
cantavas
cantava
cantávamos
cantáveis
cantavam
cantara
cantaras
cantara
cantáramos
cantáreis
cantaram
cantarei
cantarás
cantará
cantaremos
cantareis
cantarão
cantaria
cantarias
cantaria
cantaríamos
cantaríeis
cantariam
2a
conjugação: vender – Modo indicativo
Presente
Pretérito Futuro
perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito
vendo
vendes
vende
vendemos
vendeis
vendem
vendi
vendeste
vendeu
vendemos
vendestes
venderam
vendia
vendias
vendia
vendíamos
vendíeis
vendiam
vendera
venderas
vendera
vendêramos
vendêreis
venderam
venderei
venderás
venderá
venderemos
vendereis
venderão
venderia
venderias
venderia
venderíamos
venderíeis
venderiam
2a
conjugação: vender – Modo subjuntivo
Presente Pretérito imperfeito Futuro
venda
vendas
venda
vendamos
vendais
vendam
vendesse
vendesses
vendesse
vendêssemos
vendêsseis
vendessem
vender
venderes
vender
vendermos
venderdes
venderem
Se quiser reforçar o conhecimento dos paradigmas, proponha um jogo aos alunos.
Eles deverão formar sextetos,
que serão divididos em dois
trios. Os duelos envolverão
sempre um aluno de cada
grupo. Um participante desafiará o outro a conjugar
determinado verbo em um
tempo do indicativo. Exemplo: pestanejar no futuro do
presente. Enquanto o desafiado apresenta a conjugação, os demais alunos dos
dois grupos devem conferir
o modelo. Caso o aluno acerte, seu trio ganha um ponto.
Observe que se trata apenas
de um exercício; o objetivo
do estudo dos verbos não
deve ter como meta a memorização dos modelos de
conjugação.
199
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
199
Sabendo conjugar esses verbos típicos, basta aplicar o mesmo modelo para
flexionar outros verbos regulares da mesma conjugação. Exemplo: esquadrinhar
se conjuga como cantar.
Dica de professor
3a
conjugação: partir – Modo subjuntivo
Presente Pretérito imperfeito Futuro
parta
partas
parta
partamos
partais
partam
partisse
partisses
partisse
partíssemos
partísseis
partissem
partir
partires
partir
partirmos
partirdes
partirem
3a
conjugação: partir – Modo indicativo
Presente
Pretérito Futuro
perfeito imperfeito mais-que-perfeito do presente do pretérito
parto
partes
parte
partimos
partis
partem
parti
partiste
partiu
partimos
partistes
partiram
partia
partias
partia
partíamos
partíeis
partiam
partira
partiras
partira
partíramos
partíreis
partiram
partirei
partirás
partirá
partiremos
partireis
partirão
partiria
partirias
partiria
partiríamos
partiríeis
partiriam
1 Leia o título e o primeiro parágrafo da notícia a seguir.
Meteoro em chamas ilumina céu de Bangcoc
Um meteoro foi visto cruzando o céu da capital tailandesa, Bangcoc, na noite de segunda-feira (2). O evento foi filmado por câmeras
de dois carros e pôde ser visto em outras partes do país.
[...]
Disponível em: < https:/ / noticias.uol.com.br/ ciencia/ ultimasnoticias/ bbc/ 2 0 1 5 / 1 1 / 0 3 / meteoro-em-chamas-iluminaceu-de-bangcoc.htm> . Acesso em: 7 jun. 2 0 1 8 .
a) O lide de uma notícia, que geralmente ocupa o primeiro parágrafo do texto, costuma indicar o que aconteceu, onde aconteceu e
quando aconteceu o fato. Transcreva os trechos que apresentam
essas três informações.
Modos verbais NA PRÁTICA
O que aconteceu: “um meteoro foi visto cruzando o
céu”; onde aconteceu: na
“capital tailandesa, Bangcoc”;
quando aconteceu: “na noite
de segunda-feira”.
200
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
200
VICENTE MENDONÇA
b) O tempo verbal pretérito perfeito do indicativo predomina no texto.
Por que isso ocorre?
c) Explique por que o uso de pode em lugar de pôde levaria a uma
mudança na informação.
d) Em geral, os títulos de notícia trazem verbos no presente do indicativo, embora se refiram a um fato já ocorrido. Que efeito esse
tempo verbal produz?
2 Leia o trecho a seguir.
Uma avalanche... viva!
Fui o primeiro a colocar o nariz para fora do balão.
Depois, de uma vez só, apareceram os rostos assus
-
tados dos meus companheiros de viagem.
Lá fora, porém, havia uma furiosa tempestade de
neve e, por sugestão de Martim, voltamos a nos refugiar
debaixo do balão.
– Mas onde viemos parar? – choramingou a
condessazinha La Trippe. – Quero voltar para casa...
– Coragem, Violeta – Martim procurou acalmá-la. – Já
nos vimos em situações muito piores do que esta e nos
saímos bem. Não é verdade, moçada?
Sabíamos que não era exatamente verdade, mas não
ousamos contradizê-lo.
[...]
ROBERTO PAVANELLO. Bat Pat: a mamute friorenta.
São Paulo: Fundamento, 2011. p. 37.
a) Que elemento desse texto é típico de uma narrativa de aventura?
b) De que maneira fica claro que o líder do grupo é o personagem
Martim?
c) Reescreva os dois primeiros parágrafos do texto, supondo que as
ações ocorram em um momento posterior à fala.
d) Compare a forma verbal apareceram com aquela que você usou no
item
c. Com base nessa comparação, apresente as formas dos ver
-
bos procurar e sair no pretérito perfeito do indicativo e no futuro do
presente do indicativo.
e) A forma verbal voltamos é um exemplo da coincidência que existe na
flexão da primeira pessoa do plural no presente e no pretérito perfeito
do indicativo. Que outras formas verbais usadas no texto também são
as mesmas para esses dois tempos?
f) O que permite a um falante distinguir esses dois tempos verbais
quando ouve ou lê um enunciado com a palavra voltamos
?
Ele torna a informação mais dinâmica, sugerindo que cativo, embora se refiram a um fato já ocorrido. Que efeito esse
a notícia é bem recente, acabou de acontecer.
Procuraram, procurarão; saíram, sairão.
Porque a notícia se refere a ações pontuais, já con
-
cluídas no passado.
1c. A forma verbal pôde, no
pretérito perfeito do indicativo,
traduz a ideia de que o meteo
-
ro já foi visto em outras partes
do país, enquanto pode, no
presente do indicativo, indi
-
caria que o fenômeno ainda
poderia ser observado.
2a. O enfrentamento de difi
-
culdades que exigem força,
coragem e perícia, como voar
em um balão e encarar uma
tempestade de neve.
2b. Martim é quem sugere
a permanência dos demais
personagens sob o balão e
acalma a condessazinha, que
se mostra muito nervosa.
2c. Serei o primeiro a colocar
o nariz para fora do balão.
Depois, de uma vez só, apa
-
recerão os rostos assustados
dos meus companheiros de
viagem.
Ousamos; saímos.
O contexto.
201
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
201
g) O narrador empregou as formas verbais vimos e viemos, que têm os
infinitivos ver e vir, respectivamente. Copie a tabela no caderno e
complete-a com as formas desses dois verbos irregulares.
Tempo verbal ver vir
Presente do indicativo vimos
Pretérito perfeito do indicativo vimos viemos
Pretérito imperfeito do indicativo víamos
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo víramos
Futuro do presente do indicativo
Futuro do pretérito do indicativo viríamos
3 Leia a tira da ilustradora fluminense Bianca Pinheiro.
a) Com que bicho a loba-guará Pile está conversando?
b) De que maneira o corpo de Pile revela seus sentimentos? Justifique
sua resposta.
c) Descreva a maneira como as falas foram representadas nos balões
do primeiro quadrinho. Que efeito a cartunista criou?
d) Em todas as falas os verbos encontram-se no mesmo modo. Qual?
e) Esse modo é usado para expressar ordens, pedidos, conselhos e orientações. Analise cada uma das frases e identifique seu valor específico.
f) O que justifica esse uso diferenciado?
O modo imperativo é
usado para a expressão
de ordens, conselhos,
orientações etc. A mesma ideia pode ser expressa por formulações
diversas. Sem recorrer
ao imperativo, apresente três maneiras diferentes de ordenar, pedir ou
recomendar que alguém
fale mais baixo.
Abuse da língua
Bianca Pinheiro
© BIANCA PINHEIRO
Vemos; vínhamos; viéramos; veremos; viremos; veríamos.
Com um tatu-bola.
No primeiro, segundo e quarto quadrinhos, as orelhas abaixadas
indicam incômodo, enquanto, no terceiro, indicam surpresa.
3c. A cartunista criou uma
sobreposição do balão de
fala da loba ao balão de fala
do tatu, sugerindo que ela
gritou em cima da fala dele,
interrompendo-a.
3d. No modo imperativo.
3e. “Fica quieto!”: ordem; “Não
me coma”; “Desculpa” e “Mas,
por favor, não me coma!”:
pedido.
O tatu está vulnerável, por isso, só pode pedir, implorar, enquanto a loba, em
posição de vantagem, ordena.
202
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
202
Acentos gráficos em palavras monossílabas,
oxítonas e proparoxítonas
Neste e nos próximos capítulos, revisaremos as regras de acentuação.
Elas dependem da retomada de alguns conceitos básicos, como a noção
de sílaba tônica. Faça as atividades com bastante atenção.
1 Vamos começar lendo esta tirinha do cartunista estadunidense
Stromoski.
Isso eu já vi
a) O humor da tirinha está relacionado à palavra sonho. No texto do
horóscopo, o que significa sonho? E na interpretação do menino?
b) O que você acha que a menina quis dizer no último quadrinho?
c) O menino usou a palavra pelado. Cite mais dois adjetivos com o mesmo
sentido.
d) É provável que você tenha citado uma palavra monossílaba (de uma
só sílaba) nessa lista. Você pôs acento nessa palavra ou não? Por quê?
e) Conheça a regra de acentuação gráfica das palavras monossílabas.
Soup to Nutz [Do começo ao fim] Rick Stromoski
SOUP TO NUTZ, BY RICK STROMOSKI© 2010 RICK
STROMOSKI / DIST BY UNIVERSAL UCLICK FOR UFS
Você acertou a grafia da palavra monossílaba equivalente a pelado?
f) As palavras que e na também são monossílabas. Por que não foram
acentuadas graficamente?
2 As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas conforme
a posição da sílaba tônica (mais forte). Copie a tabela no caderno
e complete-a com exemplos extraídos das falas da tirinha.
Classificação Posição da sílaba
tônica Exemplo(s) da tirinha
oxítona última
paroxítona penúltima
proparoxítona antepenúltima
Recebem acento gráfico os monossílabos tônicos (aqueles pronunciados com força) terminados em -a, -e e -o, seguidos ou não de -s.
Respostas – linha 1: sonhei; linha 2: corra, risco, siga, sonho, estava, pelado,
escola, muito, arriscado; linha 3: horóscopo.
1a. No texto do horóscopo,
sonho significa “desejos”;
na interpretação do menino,
“visões que temos durante
o sono”.
Despido, desnudo, nu.
1d. Resposta pessoal.
1f. Porque, embora terminem
em -e e -a, respectivamente,
não são monossílabos tônicos,
mas átonos, isto é, pronunciados com menos intensidade.
1b. Sugestão: Ela avalia que
é muito arriscado o menino
aparecer nu em uma instituição de ensino e contesta essa
possibilidade.
1e. Resposta pessoal. Professor: Confira se todos entenderam que a palavra nu
não é acentuada.
203
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
203
a) Copie as duas colunas da tabela no caderno, separe as palavras em sílabas
e destaque a sílaba tônica de cada uma.
b) Depois de destacar as sílabas tônicas, o que você percebeu nas colunas
de palavras?
Não conhecemos todas as palavras da língua portuguesa, mas, fazendo comparações, podemos acentuar corretamente vocábulos que nunca vimos antes, mesmo
que não nos lembremos das regras. Vamos tomar como exemplo a palavra baetilha
(um tipo de tecido). Se soubermos que sua sílaba tônica é ti, saberemos que é uma
palavra paroxítona terminada em -a. E, comparando-a com a palavra mesa (de
sílaba tônica me), que também é paroxítona terminada em -a e não é acentuada,
concluiremos que baetilha não deve receber acento gráfico.
5 Agora é sua vez de acentuar ou não as palavras a seguir. Todas elas são
oxítonas.
a) pedres (malhado de branco e preto)
b) piraju (tipo de peixe)
c) ajara (árvore pequena)
d) sambaqui (acumulação pré-histórica de conchas)
e) agogo (instrumento musical)
f) guaimbe (espécie de trepadeira)
g) abrico (fruta parecida com damasco)
4 Observe estes pares de palavras com a mesma terminação.
Coluna 1 Coluna 2
maracujá mesa
você elefante
saci táxi
avôs verbos
cajus vírus
3 Como você percebeu, na tira há uma única palavra proparoxítona. Cite mais
cinco com a mesma classificação. Leia a dica no boxe a seguir.
Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas graficamente.
VICENTE MENDONÇA
Recebem acento gráfico as palavras oxítonas terminadas em -a, -e e -o, seguidas
ou não de -s, e também as terminadas em -em e -ens.
4a. As sílabas tônicas
estão em destaque.
Coluna 1: ma-ra-cu-já,
vo-cê, sa-ci, a-vôs,
ca-jus; coluna 2: me-
-sa, e-le-fan-te, tá-xi,
ver-bos, ví-rus.
Os alunos devem perceber que a coluna 1 é formada por palavras
oxítonas, e a 2, por paroxítonas.
Sugerimos que você leia as palavras para a turma, a fim de que os alunos
possam diferenciar as pronúncias aberta e fechada das letras e e o.
pedrês
piraju
ajará
sambaqui
agogô
guaimbé
abricó
Sugestões: público, exército, gótico, árabe, pêndulo, fôlego, lâmina.
204
Entre saberes
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
204
Neste capítulo, estudamos o Código de Defesa do Consumidor, um documento que estabelece normas de proteção e defesa para quem adquire
um produto ou um serviço. Agora, vamos conhecer outro mecanismo de
proteção importante para os consumidores: a carta de reclamação.
Teresina, 4 de março de 2019.
Para: Armações e Lentes Ltda.
A/C do Serviço de Atendimento ao Cliente
Rua Vinte e Quatro de Janeiro, 3788 – Centro
Assunto: Reclamação de defeito de armação de óculos
Prezados senhores,
Em 2 de fevereiro de 2019, adquiri um par de óculos azuis, modelo OCU,
da marca Armações e Lentes Ltda., na Óculos Brasil, conforme cópia da nota
fiscal anexa, pagando por ele R$ 120,00 (cento e vinte reais) em 4 parcelas.
Ao receber a mercadoria, ela apresentou o seguinte defeito: uma das hastes
dos óculos é mais curta que a outra. Entrei em contato com a gerente da
loja, sra. Marisa Azevedo, e recebi orientação para me dirigir diretamente
à assistência técnica autorizada do fabricante. Na CW Assistência Técnica,
mesmo após os 30 dias indicados pelo Código de Defesa do Consumidor para
que o fornecedor resolva o problema, nada foi feito. Lembro que o fabricante
é solidariamente responsável, pois indicou a assistência.
Diante do exposto, solicito, desde já, conforme me faculta o Código de
Defesa do Consumidor no seu artigo 18, parágrafo 1o
,
I: “A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso”.
Dessa forma, fica essa empresa notificada de que, na falta de atendimento e solução à presente solicitação, no prazo de 10 (dez) dias, a contar
do recebimento desta, farei reclamação junto a entidades de defesa do
consumidor, e ainda poderão ser adotadas as medidas judiciais cabíveis.
Aguardo sua resposta por escrito.
Atenciosamente,
______________________________________________
Rita de Cássia Montes
Rua Mogi Mirim, 1989 – Itararé – Teresina (PI)
Tel.: (86) 90102-0102 E-mail: [email protected]
Rita de Cássia Mtes
Local e data.
Nome completo do fabricante ou fornecedor.
Forma cordial de despedida.
Assinatura e nome
Endereço completo. O mesmo que SAC,
sigla que aparece
nas embalagens com
um telefone ou site
para contato.
Aos cuidados:
remete à pessoa ou
departamento que vai
receber a reclamação.
Expressão cordial para iniciar a interlocução.
Início da carta: relato
detalhado da compra
do produto ou serviço.
Informações detalhadas
sobre o problema
enfrentado e tentativas
de resolvê-lo.
Esclarecimento da
solicitação: troca do
produto, devolução do
dinheiro, suspensão
de cobrança etc.
Citação que evidencia
conhecimento
dos direitos.
Indicação das providências que
serão tomadas se o problema não
for resolvido em um prazo razoável.
Texto adaptado do modelo 6, disponível em: <http://www2.camara.leg.br/
atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdc/outros/dicas.html/
ModelosdeCartas.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2018.
Uma carta como a estudada deveria conter ainda, no cabeçalho, o nome das empresas solidariamente responsáveis: a que vendeu o produto e a que presta assistência técnica. Adaptamos o conteúdo para que a carta seja
adequada a um estudo no 6o ano. Se desejar um modelo mais completo ou adequado a outros tipos de ocorrência, consulte o site da Câmara Legislativa de São Paulo: <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/
comissoes/comissoes-permanentes/cdc/outros/dicas.html/ModelosdeCartas.pdf>.
Nesta seção, a produção de uma
carta de reclamação é o mote
para que os alunos ganhem
consciência de seus direitos e
possam defendê-los valendo-
-se de gêneros adequados e
apoiando-se em leis que regulamentam os vários setores da
vida pública. A produção envolve a discussão de um caso
simulado de desrespeito ao
direito do consumidor e prevê a apropriação da estrutura
composicional de uma carta de
reclamação para a produção
de outra, com a justificativa
das reivindicações e o detalhamento de suas causas. Dialoga-
-se, assim, com as habilidades
EF69LP22, EF69LP24 e EF69LP27.
Peça, inicialmente, a leitura
silenciosa da carta para que
os alunos possam associar o
texto dela às informações
disponíveis nos comentários.
Depois, verifique se eles entenderam qual é o motivo
da reclamação (objeto com
defeito e negligência por
parte dos responsáveis pela
solução do problema) e se a
consideram pertinente. Por
fim, leia a carta em voz alta,
esclarecendo as dúvidas.
Entre saberes
CG: 5, 7, 10
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 2, 4, 5, 7
Habilidades: EF67LP05,
EF67LP16, EF69LP22,
EF69LP24, EF69LP27
205
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
205
Embora as cartas de reclamação, entregues em mãos ou pelo correio,
sejam instrumentos importantes para o consumidor, elas têm sido, cada
vez mais, substituídas por textos inseridos em abas específicas dos sites das
empresas (como “Fale conosco”) ou em sites especializados em reclamações,
como o ReclameAqui Serviços Públicos. Veja.
Em geral, no modelo virtual, o assunto da carta se transforma no “Título
da reclamação”, há limites para o tamanho do texto, os campos marcados
com asterisco são obrigatórios e, em alguns casos, há até a possiblidade da
inserção de fotos e de vídeos.
Agora, reúnam-se em duplas, analisem o caso exposto a seguir e produzam uma carta de reclamação, a ser enviada para o SAC da empresa que
fabrica o produto. Escolham entre duas solicitações, expressas no parágrafo
1o
do artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor:
I: “A substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso”;
II: “A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos”.
Sua escola adquiriu um uniforme completo para os campeonatos de
futebol. O que motivou seu diretor a comprá-lo foram o preço e uma
campanha publicitária, divulgada em uma revista de grande circulação,
que prometia textualmente que as roupas não encolheriam, tampouco
perderiam a cor, mesmo lavadas várias vezes em máquinas. Infelizmente,
os alunos levaram os uniformes para lavar em casa, seguiram rigorosamente o que as etiquetas indicavam sobre a instrução de lavagem, mas
as camisetas desbotaram e encolheram visivelmente.
REPRODUÇÃO/RECLAME AQUI
sem prejuízo de eventuais perdas e danos”.
futebol. O que motivou seu diretor a comprá-lo foram o preço e uma CASO
Disponível em: <https://cidadao.reclameaqui.com.br/reclame/?step=passo2sempre=54697>.
No final da atividade, peça
aos alunos que troquem as
cartas e corrijam os textos
uns dos outros, apontando
equívocos de estrutura,
falhas na ortografia ou concordância, falta de clareza e
linguagem inadequada.
206
CAPÍTULO
7 COMENTÁRIO DE LEITOR:
o direito de opinar
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você já teve vontade de comentar um assunto que leu em uma notícia?
Já se impressionou com um texto opinativo e quis elogiar o autor? Podemos expressar uma opinião sobre fatos e opiniões divulgados na mídia
de diversas formas. Uma delas é escrevendo um comentário de leitor.
A seguir, você vai observar uma ilustração e, posteriormente, lerá alguns
comentários de leitor a respeito dela.
© KHALID ALBAIH
Ilustração criada em 2015
por Khalid Albaih em
homenagem ao menino
sírio Aylan Kurdi, de três
anos, que morreu afogado
em uma praia da Turquia.
Em 2011, iniciou-se uma guerra civil na Síria. Com medo da violência,
milhares de pessoas partiram em busca de um novo lar em países próximos,
principalmente na Europa. Um dos meios usados para deixar o país foram as
embarcações, quase sempre precárias, o que resultou em muitos naufrágios.
Em 2015, um caso triste ganhou destaque na mídia: a morte de uma criança
que estava em um desses barcos. Sua foto foi divulgada e chamou a atenção
para a recusa de alguns países europeus em receber os refugiados.
Os comentários que você vai ler a seguir tratam desse assunto. Eles se
referem a notícias divulgadas nos cadernos “Mundo” e “Cotidiano” do jornal
Folha de S.Paulo entre 3 e 5 de setembro de 2015.
“I hope humanity finds
a cure for visas” – em
tradução livre, “Espero
que a humanidade
encontre uma cura para
os vistos”, em referência
à prática de muitos
países de exigir visto de
entrada para imigrantes
e visitantes.
206
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. Por essa razão,
é possível que aqueles indicados neste capítulo não
estejam mais disponíveis ou
tenham mudado de endereço.
Neste capítulo foram incluídos
vários comentários de leitor,
extraídos de jornais impressos e
de sites da internet. Os nomes
dos autores foram substituídos
por suas iniciais para preservar
suas identidades.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 10
Habilidades: EF67LP02,
EF67LP05, EF69LP11,
EF07LP01, EF07LP14
Capítulo 7
Pré-requisitos
• EF15LP17
• EF35LP31
• EF06LP04
• EF67LP28
Materiais digitais
Sequência didática 10: Frase
CG: 1, 4
CEL: 1, 2
CELP: 1, 3, 5
Habilidades: EF06LP08,
EF67LP10
CG: 4, 6, 9; CEL: 3, 4;
CELP: 6, 7
Habilidades: EF67LP02,
EF69LP01, EF69LP13,
EF69LP21
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Áudio: Entrevista com
Leonardo Sakamoto
207
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
207
Leitura 1
Menino sírio
A foto da criança morta parece ter despertado o mundo da letargia e da quase
indiferença a milhares de refugiados que
arriscam a vida em busca de sobrevivência
(“Menino morto aviva comoção por refugiados”, “Mundo”, 3/9). Torna-se o símbolo de pessoas que já trazem profundo sofrimento pelo abandono da sua pátria e pela
precariíssima viagem em busca de refúgio.
Que o efeito dessa imagem não seja somente emblemático e efêmero.
IVL (Campinas, SP), 4 set. 2015.
★
Parafraseando John Donne no livro Por
Quem os Sinos Dobram, de Hemingway: “A
morte de qualquer homem me diminui porque sou parte do gênero humano e por isso
não me perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. A criança de três
anos morta na praia nos humilha duplamente como parte do falido gênero humano. Eu
me senti extremamente diminuído.
MGG (São Paulo, SP), 4 set. 2015.
Menino sírio
Finalmente, após a foto terrível do menino morto, europeus e americanos estão
se mexendo para ajudar e abrigar os refu1
2
3
giados (“EU se propõe a receber 100 mil
refugiados”, “Mundo”, 4/9). E aqui no
Brasil? Temos recebido algumas centenas
de refugiados. O Brasil poderia receber milhares, especialmente de sírios, com a ajuda
da grande comunidade sírio-libanesa que
existe aqui.
JR (São Paulo, SP), 5 set. 2015.
★
O texto de Tati Bernardi “O menino morto”
(“Cotidiano”, 4/9) preenche todo o sentimento e a comoção mundial. A camiseta, a
bermuda e o sapato de Aylan retratam o cuidado, o amor e a inocência da criança despedaçada por uma guerra absurda, pela intolerância da humanidade.
PSSC (Curitiba, PR), 5 set. 2015.
Menino sírio
Nós, do 5o
ano A da Escola Estadual Professora Vilma Maria dos Santos Carneiro, achamos muito triste o que aconteceu com o garoto Aylan. A tragédia chama atenção para as
milhares de mortes de refugiados porque as
outras nações não querem recebê-los. Não
faz diferença a nacionalidade de alguém neste momento em que refugiados passam por
situação tão desesperadora.
CA, professora (Guarulhos, SP), 6 set. 2015.
4
5
DOCTOR BLACK / SHUTTERSTOCK
Desvendando o texto
1 Qual é o sentimento comum a todos os leitores que escreveram
os comentários?
2 Em qual dos comentários o leitor dá uma sugestão sobre como lidar
com o problema dos refugiados? Como ele a justifica?
3 O leitor que escreveu o comentário 1 concorda com a divulgação da
imagem da criança? Justifique sua resposta.
4 No comentário 2, o leitor cita o trecho de um poema de John
Donne, poeta inglês do século 17, que abre o romance Por quem os
sinos dobram, de Hemingway (ver boxe). Tal citação sugere que nos
tornamos menores quando um ser humano morre, porque também
somos humanos. O que você acha que o leitor quis dizer com isso?
5 O comentário 5 traduz a opinião de leitores muito jovens. Eles parecem conhecer bem o contexto em discussão? Explique sua resposta.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 4 a 6 set. 2015. (Painel do Leitor).
O romance Por quem
os sinos dobram(1940),
do escritor estadunidense Ernest Hemingway
(1899-1961), é ambientado na Espanha de 1937,
durante a Guerra Civil. O
livro narra a história de
Robert Jordan, membro
das Brigadas Internacionais que tem a difícil
tarefa de dinamitar uma
ponte. Além da questão
histórica, a obra suscita
uma reflexão acerca do
amor, da solidariedade
e de quem somos: todos
fazemos parte de um
único mundo, não importa a causa pela qual
lutamos.
Sabia?
Refugiados: aqueles
que deixaram seu país
de origem em situação
de guerra para buscar
abrigo em outro lugar.
Falido: fracassado.
Todos os leitores revelam comoção e tristeza diante da imagem da criança.
3. Sim, por entender que a
imagem se torna o símbolo
da causa dos refugiados e
ajuda a despertar o senso de
responsabilidade do mundo
em relação ao problema.
4. Resposta pessoal. Sugestão: Talvez tenha querido dizer
que o caso da criança morta
mostra que a humanidade não
foi capaz de resolver muitos
de seus problemas, e isso resultou em uma tragédia que é
responsabilidade de todos os
seres humanos.
2. No comentário 3. O leitor
sugere que os refugiados
sejam acolhidos por outras
nações, inclusive o Brasil,
que já conta com uma comunidade sírio-libanesa.
5. Sim. Os alunos associam a morte da criança à situação dos refugiados e revelam sua desaprovação em relação
aos países que recusam sua entrada, por entender que agravam a situação já crítica daqueles que buscam ajuda.
Leitura 1 – Pergunte aos alunos
como eles interpretam a ilustração presente nesta página.
Preferimos não colocar as fotografias nas quais ela se baseia,
mas, se achar conveniente ou
algum aluno as mencionar,
conte-lhes que uma mostrava
o corpo da criança na beira do
mar, sendo observada por um
policial turco, e outra trazia
o policial carregando delicadamente o menino.
208
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
208
Vejamos agora algumas características do gênero comentário de leitor.
1 Como o assunto comum aos comentários é identificado na página
do jornal?
2 Releia o comentário 1.
a) Como sabemos que ele se refere a um texto publicado no jornal?
b) O leitor IVL está comentando o texto que leu ou o assunto de que
trata esse texto?
c) Em qual comentário é possível identificar uma opinião sobre o assunto e também a respeito de um texto que tratou desse assunto?
3 Leia novamente o comentário 1 e observe que o leitor IVL emprega
palavras incomuns no dia a dia e que caracterizam uma linguagem formal.
a) Considerando o contexto, qual das palavras a seguir é um sinônimo
de letargia no trecho “parece ter despertado o mundo da letargia
e da quase indiferença”: apatia, horror ou desesperança?
b) Pesquise no dicionário o significado das palavras emblemático e
efêmero. Escreva um sinônimo para cada uma delas.
c) Ao expressar a esperança de que a morte da criança não seja emblemática e efêmera, IVL deixou implícito um receio. Qual?
d) Os demais comentários também revelam um uso elaborado, formal
da linguagem? Exemplifique.
4 Os comentários foram publicados na seção “Painel do Leitor” do
jornal Folha de S.Paulo.
a) Antes de textos como esses aparece o seguinte alerta: “A Folha se
reserva o direito de publicar trechos”. Esse comentário obriga o
leitor a aceitar uma regra. Qual seria?
b) Na seção ao lado do “Painel do Leitor”, intitulada “Tendências/
Debates”, lê-se: “Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal”. Você acha que esse alerta também
vale para os comentários de leitor? Por quê?
Como funciona um comentário de leitor?
Os comentários de leitor são textos opinativos divulgados em publicações impressas ou digitais. Expressam o ponto de vista dos leitores, motivados por um fato noticiado ou por um texto opinativo, como editoriais,
artigos de opinião, crônicas e charges. Podem se referir também a decisões
da publicação sobre tratar ou não de um assunto, contratar ou demitir um
profissional, entre outras.
As áreas destinadas aos comentários favorecem o debate de ideias, pois permitem que outras vozes, e não só as dos profissionais da mídia, sejam ouvidas.
É identificado pelo título “Menino sírio”.
2a. Há uma referência ao título
do texto, ao caderno em que
foi publicado e à data: “Menino morto aviva comoção por
refugiados”, “Mundo”, 3/9.
Está comentando o assunto.
2c. No comentário 4.
3a. Apatia.
3b. Sugestões: emblemático
– simbólico; efêmero – passageiro.
3c. O receio de que a imagem
da criança seja rapidamente
esquecida, sem que se dê a
devida atenção à situação
dos refugiados.
Sim. São exemplos: “Parafraseando John Donne”, “como parte do falido gênero
humano”, “preenche todo o sentimento”, “não querem recebê-los”.
A regra de que o jornal poderá publicar apenas parte do texto que
foi enviado.
Espera-se resposta afirmativa dos alunos, porque os
comentários também revelam opiniões pessoais, que
podem não ser as mesmas do jornal.
Questão 3a – Ajude os alunos
com dificuldade a encontrar
estratégias para definir o sinônimo: letargia é o mesmo que
apatia, inércia, desinteresse.
A foto do menino morto não
contribuiria para que alguém
“despertasse” do horror ou da
desesperança, mas da inércia,
do torpor.
Questão 3c – Solicite aos alunos
que, em duplas, façam uma
paráfrase do comentário 1
oralmente, experimentando
trocar as palavras estudadas
nos itens anteriores e outras
que considerarem difíceis por
palavras mais acessíveis. Eles
também podem reconstruir
períodos para tornar o texto
mais simples.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
209
Os comentários que você leu foram publicados em um jornal impresso.
Veja agora comentários publicados em um jornal on-line de Pernambuco.
Eles foram postados na página que trazia a notícia de um evento ocorrido
durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro: o atleta francês da prova de
salto com varas, que recebeu a medalha de prata, havia reclamado da atitude
da torcida brasileira, que o vaiou durante a competição. A medalha de ouro
foi conquistada por um atleta brasileiro.
Disponível em: <https://jconline.ne10.uol.com.br/includes/comentarios/noticia/comentario248847.php>.
Acesso em: 30 abr. 2018.
Leitura 2
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
Por MMF, 17/08/2016
Como se francês fosse fino, educado e tratasse bem turistas que por lá passam. Vaia pra ele.
Ao menos não vencemos com doping. A torcida está de parabéns. Respeito aos anfitriões
também é de bom tom.
1
Por KR, 16/08/2016
Todos os atletas merecem nosso respeito por representarem sua nação, não é necessário
ganhar medalha, TODOS SÃO CAMPEÕES. As “vaias” são o reflexo de um povo mal
conduzido, mal amado, mal educado. APLAUSOS para todos os atletas do MAIOR
ESPETÁCULO ESPORTIVO DO PLANETA.
2
Por P, 16/08/2016
Tenho VERGONHA de ter nascido nesse país. Isso é MÁ-EDUCAÇÃO doméstica. Falta de
respeito com o atleta que está sendo recebido em nossa casa! Nojenta a atitude da torcida!
Ele deu o melhor de si, conseguiu o segundo lugar e deveria ser aplaudido e não vaiado! Por que
vaiar um competidor? Só porque ele é estrangeiro? Só porque saiu de sua casa para competir
em um país distante esperando o MÍNIMO DE RESPEITO? Agora, brasileiros, como querem ser
respeitados LÁ FORA? VERGONHA, FALTA DE EDUCAÇÃO E FALTA DE CIVILIDADE.
3
Por E, 16/08/2016
Que nada, cada país com seus comportamentos, afinal era um brasileiro que estava na
disputa vaia não é crime... deixe de mimi vcs concordam com tudo que os estrangeiros
falam... pior foi Vanderlei na maratona de Athenas que foi agarrado...
4
Por L, 16/08/2016
Não quer ouvir vaias, dispute com o estádio vazio. Isso faz parte do esporte. Quem é a favor de
uma equipe ou atleta incentiva, aplaude, canta. Quem torce contra vaia. Faz parte.
5
O autor se refere à suspeita, nunca comprovada,
de que os jogadores da seleção francesa teriam
feito uso ilegal de substâncias para aumentar seu
desempenho na Copa do Mundo de Futebol de 1998.
O autor se refere ao maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro
de Lima, que foi atacado por um espectador irlandês nas
Olimpíadas de Atenas 2004, quando liderava a prova.
Leitura 2 – Nos textos dos comentários, mantivemos propositalmente eventuais desvios
gramaticais, como a falta (ou
o excesso) de hifens e de pontuação. A esse respeito, veja
o comentário na resposta do
item 2a da seção Refletindo
sobre o texto, na p. 210.
210
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
210
Refletindo sobre o texto
1 Releia os comentários 2 e 3.
a) Para esses leitores, qual foi o motivo das vaias?
b) Por que, segundo os textos, os brasileiros não deveriam ter vaiado
o atleta?
c) Como o comentário 5 contesta esses pontos de vista?
2 Compare os comentários do jornal on-line àqueles do jornal impresso.
a) Que diferença você observa na linguagem empregada?
b) Cite palavras usadas no comentário 4 on-line que não seriam adequadas a uma comunicação formal.
c) Que outras marcas do texto revelam que o produtor do comentário
não se preocupou tanto com as regras da linguagem escrita formal?
3 Alguns comentários de internet usam recursos que os tornam parecidos com comentários orais.
a) Qual é o objetivo de usar palavras escritas apenas com letras
maiúsculas?
b) Em que outros gêneros textuais da internet esse recurso é
frequente?
4 Para publicar um comentário em jornal ou revista impressos, o leitor deve enviá-lo para um editor, que é responsável por escolher os
trechos que serão publicados.
a) Em geral, como o leitor consegue postar um comentário na internet?
b) Em sua opinião, qual é a vantagem de poder fazer comentários
on-line?
PATRÍCIA SONODA
Com qual dos leitores
que escreveu um dos comentários você gostaria
de dialogar? O que você
diria a ele?
Fala aí!
O grau de formalidade dos comentários de leitor pode variar conforme o
veículo de publicação. Em geral, os jornais
e revistas impressos, principalmente quando atingem um grande público, divulgam
textos escritos em linguagem formal.
Na internet, a formalidade dos comentários varia em função do site, do
assunto comentado e do próprio estilo
de escrita de quem o escreveu. Nota-se
uma liberdade maior em relação às regras da modalidade escrita e a presença
de marcas que também são comuns em
outros gêneros relacionados à esfera digital, como palavras escritas em letras
maiúsculas, abreviações e abandono
da pontuação.
A falta de educação dos brasileiros.
Porque os atletas merecem respeito por estarem se esforçando para
representar suas nações da melhor forma possível.
A análise dos argumentos usados pelos autores dos comentários será retomada na seção
“Se eu quiser aprender mais”.
O leitor acredita que as vaias são reações naturais no esporte, assim como os incentivos.
2a. Os comentários do jornal
impresso são mais formais, o
que se revela na escolha de
vocabulário preciso e variado
e no cuidado para evitar deslizes gramaticais, enquanto
os comentários do jornal
on-line são mais informais e
têm uma linguagem menos
preocupada com as regras
gramaticais.
As palavras mimi e vcs.
Sugerir uma fala feita em voz alta.
Nos textos postados em redes sociais, nos e-mails
e nas mensagens enviadas por celulares.
4a. Basta escrever o comentário em uma área específica da
própria página. Normalmente
há algum botão para o leitor
clicar e confirmar a publicação.
Algumas páginas contam com
moderadores, que excluem
comentários ofensivos ou que
usem palavras grosseiras. Espera-se que os alunos notem que, pela praticidade dos comentários
on-line, mais pessoas se expressam, favorecendo o debate.
Resposta pessoal.
2c. O texto não está dividido
adequadamente em frases,
cabendo às reticências marcar algumas pausas.
Fala aí! – A próxima seção vai
abordar a argumentação. Use
esta atividade como aquecimento, estimulando os alunos
a encontrar argumentos para
sustentar seu ponto de vista.
Questione-os se fizerem generalizações indevidas, comentários grosseiros etc. Ajude a
turma a observar que os leitores que publicam comentários
em veículos impressos precisam
planejar mais seu texto e seguir
algumas regras da modalidade
escrita da língua. Já aqueles
que publicam na internet tendem a escrever de forma mais
apressada, em geral logo após
finalizar a leitura do texto.
Embora não seja uma regra,
isso pode acarretar, em certos
momentos, uma escrita menos
cuidadosa, com argumentos
mais frágeis, e, em outros, a
expressão de reações pouco
refletidas.
Questão 4a – Se possível, mostre
a área de postagem de comentário em um jornal on-line ou
em um portal de notícias.
211
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
211
O que diminui a aceitação de uma opinião?
Um comentário de leitor revela uma opinião. A princípio, as opiniões são
todas válidas, mas algumas vêm acompanhadas por argumentos frágeis,
que não se relacionam com o tema. Vamos pensar mais sobre esse assunto?
1 Releia um dos comentários sobre o atleta francês.
“Por MMF, 17/08/2016
Como se francês fosse fino, educado e tratasse bem turistas que por lá
passam. Vaia pra ele. Ao menos não vencemos com doping. A torcida
está de parabéns. Respeito aos anfitriões também é de bom tom.”
a) Que argumento o leitor usa para sugerir que os franceses não
podem cobrar educação dos brasileiros?
b) Segundo ele, por que os brasileiros devem ficar satisfeitos?
c) Você considera que os argumentos citados sustentam a opinião de
que a torcida estava correta? Por quê?
2 Veja, agora, um comentário de leitor que foi postado junto de uma
notícia que apontava a preferência dos estudantes universitários
pelo livro impresso.
Se eu quiser aprender mais
Alguns comentários limitam-se a apresentar um ponto de vista sem qualquer
justificativa ou apoiam-se em argumentos frágeis. Em contrapartida, outros oferecem bons argumentos e até completam as informações do texto que os motivou,
promovendo o aprofundamento da abordagem e contribuindo para a reflexão.
É mais fácil e rápido
postar um comentário
na internet do que conseguir sua publicação
em um jornal impresso.
Como essa diferença
pode interferir na forma
como o leitor produz
seu comentário?
Fala aí!
a) O leitor demonstra ter bons conhecimentos sobre o assunto discutido? Explique sua resposta.
b) O leitor reconhece alguma virtude nos livros impressos? Justifique
a resposta.
c) A opinião apresentada pelo leitor dialoga adequadamente com
o tema e contribui para a discussão do assunto?
Uma estante com muitos volumes, cuidadosamente separados por categoria, é uma
visão fantástica; entretanto, o livro digital tem muitas vantagens, entre outras: não suja,
não rasga, não amassa, dicionários embutidos, possibilidade de levar uma biblioteca em
tablet, celular..., não é possível emprestar, possibilidade de inserir (e apagar) marcações e
comentários no livro, dimensionar e mudar as fontes...
CAIO DELCOLLI. 92% dos estudantes universitários preferem o livro impresso ao digital, diz pesquisa. Huffpost Brasil.
Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/2016/02/15/pesquisa-livro-impresso-d_n_9239792.html>.
Acesso em: 7 maio 2018.
ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL
1a. O argumento de que os franceses não tratam bem os turistas que visitam seu país.
1b. Porque a vitória não dependeu do
uso de doping.
Resposta pessoal.
Espera-se uma resposta afirmativa dos alunos, já que o leitor apresenta várias características do livro digital, revelando conhecer bem essa tecnologia.
Sim. Ele afirma que ver uma biblioteca grande
e organizada é uma visão fantástica.
A opinião apresentada pelo leitor dialoga adequadamente com 2c. Espera-se que os alunos respondam afirmativamente, pois o
leitor apresenta uma opinião e
argumentos que se relacionam claramente com a avaliação dos livros
impressos e digitais e que podem
ser considerados quando se pensa
nas vantagens de uma ou de outra
forma de publicação.
1c. Espera-se que os alunos respondam negativamente, apontan Você considera que os argumentos citados sustentam a opinião de -
do que não há conexão direta entre os argumentos apresentados
e o caso em discussão.
Sugerimos que as atividades sejam feitas oralmente
para favorecer a troca de observações.
Se eu quiser aprender mais
CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 10
Habilidades: EF67LP02,
EF67LP05, EF07LP14
212
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
212
Meu comentário de leitor NA PRÁTICA
Neste capítulo, você escreverá dois comentários de leitor sobre trabalho
em grupo. A atividade será feita em duas etapas.
Na primeira etapa, posicione-se em relação ao seguinte tema: “Você acha
vantajoso ou desvantajoso fazer trabalho em grupo?”. Escreva afirmando
seu ponto de vista e o justificando.
Na segunda etapa, escreva um novo comentário, dessa vez dialogando
com o comentário produzido por um colega indicado pelo professor.
Veja o quadro a seguir, que reúne afirmações apresentadas em matérias
jornalísticas sobre a natureza das atividades feitas em equipe. As vantagens
estão em verde, e as desvantagens, em vermelho.
VANTAGENS E DESVANTAGENS
DO TRABALHO EM GRUPO
PATRÍCIA SONODA
Os integrantes
podem
aprimorar
seu trabalho
individual.
Pode ocorrer
pressAo para
que um indivíduo
aceite a ideia da
maioria.
Leva-se mais
tempo para
chegar a uma
conclusAo.
Os talentos
individuais podem
ser aproveitados,
e as virtudes de
um compensam as
falhas de outro
e vice-versa.
Meu comentário de
leitor na prática
CG: 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10
CEL: 2, 3, 4
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Habilidades: EF69LP06,
EF69LP07, EF69LP16,
EF69LP17, EF69LP18,
EF69LP56, EF07LP14
A disposição argumentativa
é explorada desde o início do
volume, em atividades orais
que instigam a expressão de
um posicionamento e a justificativa dele. Neste capítulo,
ela é privilegiada em razão
do gênero e se comunica
com as práticas contemporâneas pertinentes à comunicação nas redes sociais e no
campo jornalístico-midiático
(EF69LP06). Pelo desenvolvimento da argumentação e da
comunicação usando as tecnologias digitais de informação
e da comunicação, a atividade
dialoga com a CG 5 e 7, CEL 4
e 6 e CELP 6 e 7; pela temática,
que estimula a reflexão sobre
o trabalho em equipe, está em
foco a CG 9; pela reflexão sobre a variedade e o estilo de
linguagem apropriados está
em evidência a CELP 5.
213
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Fontes: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/trabalho-em-equipe-vantagens-edesvantagens/49027> e <http://gestaodeempresas.net/vantagens-e-desvantagens-do-trabalho-em-equipa>.
Acesso em: 14 jun. 2018.
PATRÍCIA SONODA
Um integrante
pode se sentir
desimportante e
ter sua autoestima
reduzida.
Podem surgir
conflitos que
prejudicam o
cumprimento
da tarefa.
Torna-se
fundamental
aprender a rever
pontos de vista
e A negociar
decisOes.
Há chance
de chegar a
solucOes mais
criativas.
Pode haver
sobrecarga de
tarefas para um
só membro.
A confianca dos
indivíduos pode
aumentar.
É possível que um
membro assuma a
lideranca e limite o
espaco de opiniAo
dos demais.
Podem ser
reunidas mais
informacOes,
fontes e ideias.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Momento de produzir
Planejando meu comentário de leitor
Veja algumas orientações para a produção dos comentários.
Elaborando meu comentário de leitor
1. Releia as afirmações do quadro apresentado nas páginas 212 e 213. Como
você deve ter notado, ele simula um debate e vai estimular sua reflexão sobre
o tema.
2. Redija o primeiro comentário, expressando sua opinião acerca do tema: é vantajoso
ou não fazer trabalhos em grupos?
3. Certifique-se de que não há incoerência entre a posição que você quer defender
e os argumentos que está empregando.
4. Observe se seu comentário contribui, em alguma medida, para a reflexão sobre o tema e verifique se a linguagem que utilizou é adequada ao ambiente da
internet e compreensível aos leitores.
Os comentários de leitor são motivados por um texto e podem se
referir ao assunto tratado nele ou
ao próprio texto.
Releia o quadro das páginas 212 e 213 e selecione o que
mais desperta seu desejo de opinar: o assunto geral, um
dado interessante, uma informação da qual você discorda, uma opinião a ser elogiada ou criticada etc.
Os comentários de leitor também
podem contribuir com novas informações sobre o assunto.
Você já leu sobre o assunto discutido, viu alguma reportagem na televisão ou ouviu uma entrevista de alguém ligado ao tema? Veja se não existe algum conteúdo que possa
ajudar outros leitores a pensar sobre o assunto.
Alguns comentários de leitor limitam-se a apresentar críticas ou
elogios. Outros procuram trazer
uma opinião sustentada por argumentos.
Se a intenção de seu comentário é persuadir seu leitor
acerca da validade da sua opinião, procure apresentar,
de forma sintética, um ou mais argumentos que expliquem seu posicionamento. O quadro ajudará você a
refletir sobre o tema.
Os comentários de leitor na internet, em geral, mostram uma
preocupação menor quanto às
regras da modalidade escrita da
língua e são mais informais.
Você pode optar por seguir as regras da modalidade escrita ou por incluir recursos típicos do ambiente virtual.
Cuide, porém, para que seu texto seja compreensível;
afinal, a intenção é se comunicar. Observe também se
a linguagem que empregou é suficiente para discutir o
assunto com o grau de seriedade que você deseja.
Os comentários de leitor podem
dialogar com outros comentários já publicados.
Os novos comentários podem elogiar um posicionamento, completar uma informação ou fazer críticas.
É importante que o tratamento seja respeitoso, mesmo quando há discordâncias marcantes.
Da teoria para a... ... prática
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Caso a escola não disponha
de acesso à internet, faça a
atividade em papel.
1. Distribua duas metades de
papel sulfite para cada aluno.
2. Peça aos alunos que anotem o nome no alto da folha.
Alguns internautas preferem
usar apenas o primeiro nome
ou um apelido. Ao lado, eles
devem incluir a data e o horário, usando o seguinte modelo: 18/06 – 14h32.
3. Oriente-os a seguir os passos 2 a 7.
4. Peça-lhes que se juntem a
um parceiro e troquem o comentário com o dele. Cada
um vai escrever um novo texto, no mesmo papel, para expressar uma opinião sobre o
que o outro comentou. Siga
novamente as orientações
contidas nos passos 2 a 7.
5. No final, haverá duas sequências de comentários.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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5. Cuide para que o comentário não fique muito extenso. É comum que
comentários longos não sejam lidos.
6. Reescreva trechos que possam parecer ofensivos, já que eles não contribuem para o debate democrático.
7. Poste o comentário no blog da turma.
8. Procure o texto do parceiro indicado pelo professor. Leia-o com atenção
e reflita sobre o ponto de vista apresentado.
9. Redija um comentário em resposta ao texto dele, mostrando concordância
ou discordância. Use novos argumentos para sustentar sua opinião e siga
novamente as orientações relativas ao conteúdo e à linguagem.
Momento de avaliar
O conjunto de comentários será dividido em três grupos, bem como a
turma. Cada grupo lerá a sequência de comentários que lhe coube e fará
uma avaliação do material respondendo às perguntas do quadro a seguir.
As respostas devem ser justificadas com exemplos.
A Os comentários discutem as vantagens e desvantagens do trabalho
em grupo?
B As afirmações disponíveis no quadro foram bem aproveitadas pelos
comentários?
C Observações novas, além das disponíveis no quadro, foram inseridas?
D As afirmações permitem um debate produtivo sobre esse assunto?
E A linguagem empregada é compatível com o ambiente de internet
e com uma discussão consistente?
F Os comentários produzidos demonstram respeito pelas opiniões
expressas nos outros comentários?
Refletindo sobre meus comentários de leitor
Após participar da avaliação coletiva, reflita sobre os comentários de
leitor que escreveu e pense em como aprimorá-los na próxima ocasião em
que desejar produzi-los. Faça anotações em seu caderno para não esquecer. PATRÍCIA SONODA
Use expressões como
“Eu discordo...” ou “Eu
concordo parcialmente...” para introduzir suas
respostas a outros comentários. Elas evidenciam seu ponto de vista.
Dica de professor
Considere também a possibilidade de fazer uma segunda produção, agora coletiva.
Seguindo o modelo do comentário 5 da seção Leitura 1,
escolha, com seus alunos, uma
notícia de especial interesse
para que produzam o comentário. Você pode postá-lo com
a turma em um site de notícias
e explorar outros comentários produzidos no mesmo
contexto, inclusive os textos
feitos como resposta à postagem dos alunos. Nesse caso,
é importante acessar o site
posteriormente. Prepare-se
para discutir eventuais inadequações de outros leitores.
Outra possibilidade é enviar
o comentário de leitor para
um jornal ou revista visando
a uma possível publicação.
Essa atividade pode substituir a que estamos propondo
nesta seção.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Atualmente, o comentário de leitor tem sido bastante discutido porque
muitos leitores utilizam esse gênero textual de maneira inadequada. Você
vai ler, a seguir, um artigo em que o jornalista paulista Leonardo Sakamoto
explica por que deixou de aceitar comentários em seu blog.
Por que fechei meu blog para comentários
A partir de hoje, este blog estará fechado para comentários por tempo
indeterminado.
[...] Cheguei à conclusão [de] que não posso e não devo disseminar
um espaço em que as pessoas se encontram não com o objetivo de dialogar e defender suas posições, mas para destilar ódio, difamar e ameaçar.
Durante mais de oito anos, acolhi diferentes posições e opiniões, garantindo um espaço de debates e construção coletiva de ideias.
[...]
O murmurinho do debate, necessariamente racional ou deliciosamente
irracional, foi responsável por boa parte da graça deste blog. Que, ao longo
dos anos, deixou de ser apenas uma coluna diária sobre direitos humanos
e o cotidiano para se tornar uma comunidade com centenas de milhares,
e às vezes milhões, de leitores assíduos e participantes.
[...]
Contudo, de uns tempos para cá, a despeito da maioria dos leitores,
que enriquece (e muito) o debate, e da moderação, que exclui o chorume,
a caixa de comentários se tornou um lugar voltado à troca de ofensas – o
que não contribui em nada com o livre debate de ideias.
Um lugar em que vários perfis reais ou falsos, pessoas de cara limpa ou
anônimas, tentam se utilizar de um conceito distorcido de liberdade de
expressão para desrespeitar outros direitos humanos. Um lugar em que
todos gritam e poucos escutam.
Ou seja, a área de comentários deixou de acrescentar e passou a tirar.
E não acho que isso seja por conta da ação de radicais de direita e de esquerda. Isso envolve a falta de entendimento do que é viver em sociedade.
[...]
Cultura política deveria ser algo melhor fomentado, desde cedo, não
só via estrutura formal de educação, mas ao longo da vida através de espaços públicos e meios de comunicação, evitando simplificações onde há
complexidade de matizes e zonas cinzentas. E respeitando as diferenças.
[...]
Textos em conversa
Biblioteca cultural
Comentários preconceituosos, agressivos ou mentirosos
estão sujeitos a sanções legais. A internet
e as novas tecnologias
criam a sensação de
anonimato, mas hoje é
possível localizar quem
praticou crimes digitais. Acesse na internet
o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).
Chorume: gordura, excesso
(sentido figurado).
Nesta seção, será aprofundada a discussão sobre os argumentos nas comunicações que
ocorrem na esfera da internet
e se tratará mais diretamente
do discurso de ódio, aspecto
identificado na habilidade
EF69LP01 e destacado como
de grande importância no
texto da BNCC.
Sugerimos que os alunos façam leituras silenciosas. Depois, convide um deles a expor
para a turma o que entendeu
da leitura. Os demais devem
complementar as informações
e comentar as diversas possibilidades de leitura. Aproveite
para expressar suas observações sobre o desempenho dos
falantes: ritmo, altura da voz,
pronúncia clara, linguagem
apropriada à situação de comunicação etc.
Textos em conversa
CG: 2, 4, 5, 6, 7, 9, 10
CEL: 1, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 6, 7, 10
Habilidades: EF67LP01,
EF67LP02, EF67LP05,
EF69LP01, EF07LP14,
EF89LP03
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
217
1 Para Sakamoto, qual deveria ser o objetivo da área de comentários?
2 Sakamoto afirma que apreciava tanto os pontos de vista ponderados (equilibrados) quanto aqueles mais emocionais. Copie no
caderno o trecho que expressa essa ideia.
3 O que o jornalista quis dizer no trecho “[...] a área de comentários
deixou de acrescentar e passou a tirar”?
4 A seguir são feitas afirmações acerca do texto. Copie no caderno
as verdadeiras.
I. O jornalista vai reabrir a área de comentários em breve.
II. Sakamoto fechou a área de comentários porque muitas opiniões
contrárias à sua estavam sendo postadas.
III. Os comentários, com frequência, revelavam intolerância.
IV. Houve um tempo em que, nos comentários do blog de Sakamoto,
predominava o debate sadio.
V. Para Sakamoto, o direito de expressão justifica a publicação de
qualquer conteúdo.
5 A decisão de fechar um blog para comentários é polêmica. Você
acha que o autor tentou confrontar seus leitores nesse artigo ou
fez uma exposição serena? Por quê?
6 Considerando o que você estudou neste capítulo e o artigo de
Leonardo Sakamoto, redija três regras que poderiam ser colocadas como alerta na área de comentários de um blog.
Espero reabrir em breve os posts para comentários. Até lá, fica a torcida
para que o diálogo prevaleça sobre a intolerância.
LEONARDO SAKAMOTO. Por que fechei meu blog para comentários. Blog do Sakamoto.
Disponível em: <https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/03/17/porquefechei-meu-blog-para-comentarios-2/>. Acesso em: 14 jun. 2018.
VICENTE MENDONÇA
Favorecer o debate e a construção coletiva de ideias.
Afirmações verdadeiras: III e IV.
3. O jornalista entende que a
área de comentários deixou
de oferecer ideias que contribuíssem para a reflexão e
passou a dificultar o diálogo.
2. “O murmurinho do debate,
necessariamente racional ou
deliciosamente irracional, foi
responsável por boa parte da
graça deste blog.”
5. Espera-se que os alunos
respondam que houve serenidade, porque o autor apresentou suas justificativas sem
provocar ou ofender nenhum
grupo de leitores e terminou
afirmando seu desejo de voltar a contar com os comentários quando a fase de debates
intolerantes passar. Resposta pessoal. Sugestões: I. Não divulgue preconceitos. II. Respeite opiniões
diferentes das suas. III. Use argumentos para justificar suas opiniões.
Aproveite o artigo para trabalhar o gênero entrevista oral.
Peça aos alunos que formem
trios: dois componentes devem desempenhar o papel de
entrevistadores, e o terceiro
componente, o papel do jornalista Leonardo Sakamoto. As
perguntas e as respostas deverão ser produzidas com base no
texto do post lido. Os alunos
devem simular um contexto
de entrevista em programa de
televisão destinado ao público
jovem. Escolha um trio para
reproduzir a atividade diante
da turma e peça aos demais
que comentem a produção,
considerando a coerência das
perguntas e respostas e a adequação da linguagem.
Questão 6 – Peça a alguns alunos que leiam as regras propostas para comparar os conteúdos e a forma de redação.
As regras podem ser escritas com verbos no imperativo ou no infinitivo; também podem conter formas verbais
auxiliares, como devem, e expressões como ”é proibido”, “é permitido” etc. É recomendável que mantenham o
paralelismo sintático.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Nesta atividade, você deverá reler os comentários de leitor da seção
“Leitura 2” (página 209). Eles revelam a opinião de leitores brasileiros sobre
a atitude do atleta francês Renaud Lavillenie, que havia reclamado por ter
sido vaiado durante uma competição.
Imagine que você é um membro do Comitê Olímpico e ficou responsável por publicar um pedido formal de desculpas ao atleta em nome do
povo brasileiro logo depois do acontecimento. Sua carta será divulgada
nos principais jornais, revistas e sites de notícias do país.
1 Dirija-se ao atleta usando uma expressão formal: caro, prezado etc.
2 Discorra, de modo resumido, sobre a situação que motivou a escrita
da carta.
3 Apresente-se como membro do Comitê Olímpico.
4 Desculpe-se e explique por que você entende que esse gesto é
necessário.
5 Use uma expressão de despedida: cordialmente, atenciosamente etc.
Vamos avaliar?
Faça a avaliação em duplas, considerando os seguintes aspectos:
1. A carta apresenta linguagem e tratamento formais?
2. Ficou claro o motivo pelo qual a carta foi escrita?
3. O pedido de desculpas revela um lamento pelo ocorrido de forma
objetiva e sem exageros ou comentários pouco relevantes para a
finalidade do pedido?
4. Ficou claro quem é o produtor da carta e que ele está se desculpando
em nome do povo brasileiro?
Transformando o comentário de leitor
em pedido público de desculpas
FRANCK FIFE/AFP
Renaud Lavillenie celebra o 2o
lugar na prova final
de salto com vara masculino nas Olimpíadas Rio 2016.
A atividade concorre para o
desenvolvimento da CG 9, que
aponta a importância do diálogo e da resolução de conflitos.
Os gestos de reconsiderar e
desculpar-se evidenciam posturas maduras e saudáveis que
podem servir como modelo de
atuação flexível, ética e responsável.
Peça a três ou quatro alunos
que leiam suas produções em
voz alta. Chame atenção para
o tom do pedido de desculpas, destacando positivamente
as produções objetivas, sem
muitos rodeios ou comentários
desnecessários (como excesso de elogios para agradar
o interlocutor da carta). No
final, explique à turma que
essa produção tinha como objetivo uma divulgação pública,
mas que os pedidos formais de
desculpas podem ser necessários em situações particulares:
um desentendimento com um
vizinho, uma atitude grosseira
com um colega de trabalho etc.
podem ser remediados com a
escrita de uma carta cordial
em que o erro é reconhecido.
Transformando o comentário
de leitor em pedido público
de desculpas
CG: 4, 6, 7, 9, 10
CEL: 1, 3, 4
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 7
Habilidades: EF67LP05,
EF69LP55, EF07LP14
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Comovidos com a história do menino sírio, os alunos de uma escola
resolveram escrever um comentário de leitor, que foi reproduzido neste
capítulo.
“Nós, do 5o
ano A da Escola Estadual Professora Vilma Maria
dos Santos Carneiro, achamos muito triste o que aconteceu com o
garoto Aylan”.
No comentário, eles se apresentam, indicam o tema que desejam comentar e expõem seu ponto de vista. Para isso, escolhem e organizam palavras
em frases. A relação entre as palavras é um dos recursos responsáveis por
construir o sentido da frase e do texto em que se insere. Nesta seção, estudaremos esse aspecto.
Leia esta tirinha.
Will Leite
© WILL LEITE
1 Que comportamentos em comum são apresentados nos cinco primeiros quadrinhos da tirinha?
2 De que modo os quadrinhos se relacionam com o “1o
de abril”?
Explique essa relação analisando um deles.
3 Em qual dos quadrinhos a fala não apresenta verbo?
4 A ausência de verbo nessa fala compromete a compreensão do sentido?
Por quê?
5 A primeira fala é formada por apenas um verbo, sem nenhum complemento. O que garante a compreensão do sentido?
Mais da língua
Frase, oração e período
Pra começar
O contexto completa a fala: o complemento do verbo é a bolinha que aparece na
mão do personagem.
Não. O contexto é suficiente para que se compreenda o sentido da fala.
No quinto quadrinho.
Nos cinco primeiros quadrinhos, aparecem
comportamentos que envolvem mentira ou enganação.
Os quadrinhos representam situações em que uma mentira foi De que modo os quadrinhos se relacionam com o “1
ou está sendo dita, o que se relaciona ao dia 1o
de abril. Análise
dos quadrinhos: 1o
e 2o
: o garoto finge ter lançado a bolinha para o cão, que a procura inutilmente; 3o
: o cão reclama porque seu dono o enganou com
a proposta de um passeio e
o levou ao veterinário; 4o
: o garoto justifica a ausência de
um trabalho escolar dizendo
que o cachorro o comeu; 5o
:
um cachorro considerado feio
é elogiado por sua “beleza”.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Tipos de frase;
• Oração e período;
• Sujeito e predicado;
• Interjeição;
• Acentuação gráfica nas
paroxítonas (revisão).
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 4, 7, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 2, 3, 4, 6, 7
Habilidades: EF06LP08,
EF06LP09, EF06LP10,
EF67LP37, EF69LP03,
EF89LP33
Neste e no próximo capítulo,
a seção Mais da língua está
dedicada à análise linguística/semiótica de aspectos
relativos à morfossintaxe e
à sintaxe. Atendendo às habilidades EF06LP08, EF06LP09
e EF06LP10, estão em foco a
constituição das orações por
sintagmas nominais e verbais
e a conexão entre elas para a
formação de períodos. Destaca-se, ainda, o estudo da composição do sujeito, aspecto
necessário à ampliação ou à
ratificação dos conhecimentos acerca da concordância
verbal.
220
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
220
Tipos de frase
Leia novamente algumas falas da tirinha
para observar a entonação, isto é, a melodia
da frase.
1 Qual dessas frases pressupõe uma pronúncia mais rápida?
2 Como você imagina a pronúncia da outra frase?
3 Diferencie a intenção do falante nas duas falas.
4 Que critérios você empregou para distinguir a entonação das frases?
5 Releia agora esta outra fala. A maneira
de pronunciar a frase é diferente daquela usada nas anteriores? Por quê?
Como você pôde perceber, a extensão das frases também varia muito, podendo
apresentar uma única palavra ou constituir uma sequência bem longa.
“Falou que íamos passear na pracinha e me trouxe ao veterinário...”
frase constituída em torno de uma locução verbal e de um verbo
© WILL LEITE
© WILL LEITE
© WILL LEITE
Todas as falas dessa tirinha são frases, isto é, conjuntos de palavras organizadas
de modo a fazer sentido em um contexto.
As frases não apresentam uma estrutura fixa. Observe.
frase sem verbo frase formada apenas por verbo
“Meu cachorro comeu meu trabalho, professora.”
“Que bonitinho!” “Pega!”
frase constituída em torno de um único verbo
Frase é uma palavra ou um conjunto de palavras organizadas de acordo com as regras
da língua e capazes de expressar um sentido completo em uma situação de comunicação.
A primeira.
2. Resposta pessoal. Sugestão: o ritmo é mais
lento, com a pronúncia de
cada sílaba bem marcada
e um provável alongamento da sílaba tônica.
3. Na primeira, o falante
dá uma ordem; na segunda, faz um elogio,
portanto revela um sentimento ou uma impressão sobre o animal.
4. Resposta pessoal.
Espera-se que os alunos
indiquem o contexto em
que as frases estão inseridas e o próprio balão
de fala.
Sim. Nesse caso, a pronúncia deve se adequar
a uma declaração.
221
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
221
Nas falas, a maneira como dizemos as frases, associada ao contexto, permite a nosso interlocutor compreender as intenções e os sentimentos que
envolvem a comunicação. Na escrita, essa função é expressa pela pontuação.
A pontuação ajuda a diferenciar os quatro tipos de frase. Veja.
• Frase declarativa – relata fato ou apresenta ideia ou informação
de maneira afirmativa ou negativa; costuma ser finalizada
por ponto final.
Fizemos o trabalho antes do prazo previsto.
Não posso me responsabilizar pela entrega do relatório.
• Frase imperativa – apresenta ordem, pedido ou sugestão;
é finalizada por ponto final ou ponto de exclamação.
Envie o conto para o blog da turma, por favor.
Silêncio!
• Frase exclamativa – traduz sentimento (surpresa, admiração,
tristeza etc.) de maneira expressiva; é encerrada por ponto
de exclamação.
Que jogo incrível!
Fiquei arrasado com essa história!
• Frase interrogativa – expressa pergunta ou questionamento; é encerrada
por ponto de interrogação, quando a pergunta é direta, ou por ponto final,
quando é indireta.
Onde estão nossas mochilas?
Diga-me onde estão nossas mochilas.
LASSMAR
Desafio: escreva uma
narrativa usando apenas frases nominais.
Elas devem sugerir uma
sequência de ações sem
usar um único verbo.
Abuse da língua
Interjeições: elas valem por frases
Interjeições são sons, palavras e expressões usadas para traduzir emoções ou
reações, como susto, satisfação, raiva, chamamento, encorajamento etc. Quando
formadas por mais de uma palavra, são chamadas de locuções interjetivas.
Veja, nesta tira, o emprego de uma interjeição.
Ai! expressa dor e equivale a uma frase inteira, porque, nesse contexto, tem
sentido completo.
As interjeições e locuções interjetivas costumam vir acompanhadas pelo ponto
de exclamação: Oh!, Força!, Oi!, Vamos lá!, Pois não! etc.
Bichinhos de Jardim Clara Gomes
© CLARA GOMES
Abuse da língua – Sugerimos
que a atividade seja feita em
grupos de quatro alunos para
tornar possível a complementação das soluções textuais
encontradas.
222
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
222
1 O ponto final, o ponto de exclamação e o ponto de interrogação foram
retirados do texto e substituídos por números. Anote os números no
caderno e ponha a pontuação adequada ao lado de cada um.
Por que alguns mosquitos
são transmissores de doenças?
Zika, chikungunya e dengue (1) Três doenças, um mosquito transmissor: Aedes aegypti (2) Trata-se de um inseto superpoderoso (3)
Nada disso (4) Ele apenas tem as características necessárias para conservar no seu organismo os vírus que causam essas doenças e acaba
por transmiti-los quando pica as pessoas (5) Vamos entender a razão
pela qual alguns mosquitos transmitem certas doenças (6)
Para começar, precisamos ter em mente que a vida dos vírus que
causam essas doenças não é fácil (7) Quando o mosquito transmissor
se alimenta do sangue de uma pessoa com dengue, por exemplo, ele
adquire o vírus que chega ao seu estômago (8) Dentro do mosquito, o
vírus precisa driblar as defesas do organismo do inseto para sobreviver
e alcançar sua glândula salivar (9)Quando o vírus alcança essa glândula,
o mosquito está pronto para transmiti-lo na próxima picada (10)
[...]
TAMARA NUNES DE LIMA CAMAR. Por que alguns mosquitos são
transmissores de doenças? Ciência Hoje das Crianças, ed. 275,
jan./fev. 2016. p. 12.
2 Leia a reportagem a seguir.
Você tem medo de aranhas?
Elas são a brincadeira favorita nas Filipinas
Achar aranhas é difícil. É preciso entrar no meio do mato e até
subir em árvores para encontrar os aracnídeos certos.
Quando finalmente as crianças encontram dois desses animais, de
patas longas e abdômen saltado e arredondado, elas colocam os bichos
em um graveto e esperam que a luta comece. Um avança sobre o outro,
e a batalha só acaba quando um dos dois despenca do pequeno galho.
Essa é a brincadeira favorita de meninos e meninas da cidade de
Tacloban, nas Filipinas. [...]
No Brasil, há diversas brincadeiras tradicionais nas mais diferentes
regiões do país – aparentemente, nenhuma com aranhas. [...]
Você tem medo de aranhas? Elas são a brincadeira favorita nas Filipinas. Folhinha.
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/folhinha/2015/11/1701650-vocetem-medo-de-aranhas-elas-sao-a-brincadeira-favorita-nas-filipinas.shtml>.
Acesso em: 14 jun. 2018.
Biblioteca cultural
Acesse o site da revista Ciên cia Hoje das
Crianças na internet para
investigar temas ligados
à literatura, à matemática, aos bichos etc.
LASSMAR LASSMAR
Tipos de frase NA PRÁTICA
Biblioteca cultural
Acesse o site da Folhinha na internet e leia
matérias bem interessantes sobre os mais
variados temas.
A pontuação do texto original da revista é esta: (1) e (2) = ponto final; (3) = ponto
de interrogação; (4) = ponto de exclamação; (5) = ponto final; (6) = ponto de
interrogação; (7) = ponto de exclamação; (8), (9) e (10) = ponto final. Contudo,
os números (4), (6) e (7) podem ser substituídos por ponto final.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Cibele Santos
a) Como a personagem se sente ao acordar? O que provoca essa
sensação?
b) Por que, no segundo quadrinho, esse sentimento é abandonado?
c) Observe as notas musicais desenhadas na lateral direita do primeiro quadrinho. Explique o que elas representam e por que foram
desenhadas nessa posição.
d) O uso de reticências no final das frases das legendas sugere uma
continuação. A fala da personagem completa essas frases de forma
coerente? Explique sua resposta.
e) Os pontos de interrogação e exclamação são típicos de dois tipos
diferentes de frase. Quais são eles?
f) O que a presença de um ponto de exclamação sugere na pergunta
do segundo quadrinho?
© CIBELE SANTOS
a) Assim como no texto da atividade 1, o título deste texto é uma frase
interrogativa. Qual é o efeito de títulos assim sobre o interlocutor?
b) “Achar aranhas é difícil”. Que diferença seria notada caso o ponto
final dessa frase fosse trocado por ponto de exclamação?
c) Qual é a função da segunda frase do texto em relação à primeira:
contradizer a afirmação, comprová-la ou exemplificá-la?
d) Compare esse texto com o da atividade 1. Que tipo de frase predomina? Por que frases assim costumam ser maioria nos textos
expositivos?
e) Os dois textos foram publicados em sites voltados principalmente
para crianças. Cite uma característica que os aproxime desse público.
f) A brincadeira com aranhas envolve uma dificuldade. Que expressão
indica que nem todas as aranhas servem para esta brincadeira?
g) Qual palavra mostra que encontrar duas aranhas do tipo necessário
não é fácil?
3 Leia esta tirinha.
Uma linda manhã!
A tirinha permite refletir sobre a dependência de alguns em relação aos
celulares. Você observa essa dependência nas pessoas próximas a você?
Fala aí!
Predominam as frases declarativas, porque servem para relatar
fatos ou apresentar informações.
Os dois textos foram publicados em sites 2e. A linguagem simples, com
vocabulário acessível, os temas
abordados etc.
2b. O texto enfatizaria a dificulda
-
de de realização da ação citada
(encontrar aranhas).
Comprová-la.
2a. As frases interrogativas convi
-
dam o leitor a pensar a respeito do
tema, convidando-o a ler o texto.
2f. A expressão os aracnídeos
certos. Alerte os alunos para o
fato de que brincar com aranhas
é perigoso, além de ser crueldade
Finalmente. colocar os animais em disputas.
3a. A personagem se sente feliz,
sensação promovida pelo clima
agradável e pela possibilidade
de ouvir o canto dos pássaros e
sentir o aroma das flores.
3b. Porque a personagem percebe
que não sabe onde está seu celular.
3c. As notas musicais represen
-
tam o canto dos pássaros e foram
desenhadas nessa posição para
sugerir que o som está entrando
pela janela.
3e. O ponto de interrogação apa
-
rece no final das frases interroga
-
tivas, e o de exclamação, no das
exclamativas.
3d. Não. A fala quebra a expecta
-
tiva ao transformar o que parecia
ser uma reflexão sobre a vida em
uma preocupação banal.
3f. Sugere que a pergunta traduz
também um sentimento; no caso,
o medo de ter perdido o celular.
Fala aí! – Permita aos alunos que comentem comportamentos que observam no dia a dia, como o fato de cer
-
tas pessoas se comunicarem por mensagem de celular mesmo quando estão próximas de seus interlocutores.
Em seguida, ajude-os a perceber que o celular é um aparelho muito útil na vida moderna, mas que deve ser
usado com moderação para que não se torne um vício.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Oração e período
Leia a tirinha.
Níquel Náusea Fernando Gonsales
1 O que o leitor provavelmente imagina quando lê o primeiro quadrinho?
2 O humor se constrói pela quebra de expectativa. O que levou, de fato, o personagem do primeiro quadrinho a dizer aquela frase?
3 Por que as três falas da tira podem ser consideradas frases?
4 Essas três frases são de um único tipo. Qual? O que explica essa predominância?
5 Quais são as formas verbais ou locuções verbais presentes em cada fala?
Além da classificação das frases em tipos, que considera o objetivo e a entonação,
existe uma classificação que leva em conta sua estrutura. Acompanhe a análise das
falas da tira.
As orações podem ser constituídas por uma ou duas unidades. O predicado é a
unidade que contém o verbo e seus complementos e é obrigatório em qualquer oração.
O sujeito é a unidade que contém o ser ou objeto sobre o qual o verbo declara algo
e nem sempre está presente. Veja.
“Sem exceção!” Classifica-se como frase nominal, porque não apresenta verbo.
Classifica-se como oração, porque apresenta um único verbo; no caso,
uma locução verbal. Também é chamada de período simples. “Avestruz não pode voar!”
Classifica-se como período composto,
porque é formado por mais de uma oração.
“Paguei a passagem, tenho passaporte, tomei as vacinas!”
oração 1 oração 2 oração 3
O sujeito existe e está implícito na
desinência do verbo.
Não há um sujeito ao qual se possa atribuir o processo verbal. © FERNANDO GONSALES
sujeito predicado
“Avestruz não pode voar!”
predicado
(eu) Paguei a passagem.
predicado
Chovia demais naquele instante.
Quando o período composto apresenta orações separadas por vírgulas e sem conectivos
para uni-las, é chamado de período composto por coordenação.
1. O leitor imagina
que o personagem
está fazendo uma
declaração sobre a
capacidade ou não
de o avestruz voar
como as demais
O personagem estava contestando um avestruz que desejava voar de avião. aves.
Porque apresentam sentido completo.
4. São frases exclamativas. Essa predominância é explicada pelo fato de os
dois personagens
1a estarem discutindo. fala: pode voar (locução); 2a
fala: paguei, tenho, tomei; 3a
fala: não há verbo nem locução verbal.
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LASSMAR
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Oração e período NA PRÁTICA
1 No trecho a seguir, escrito pela autora paulista Fanny Abramovich,
uma narradora conta como foi sua agitada juventude a uma amiga
que reencontra após muitos anos. Leia uma das páginas de diário que
compõem o texto.
Voltas e voltas
1o
de janeiro de 1968
Que noite! Que festa!!! De arromba!!!
Um grande réveillon! A mais fantástica e linda passagem de ano-novo
que já vivi. Se todo o ano de 1968 for assim, não pararei nem um minuto.
De me mexer, de falar, de vibrar, de compartilhar. De viver gostosamente.
Dum jeito mais solto. Vibrante. Tomara que tudo aconteça nesse ritmo e
nesse entusiasmo. Se for mesmo assim, não pararei em nenhum segundo.
Feliz ano-novo! Feliz 1968!!
FANNY ABRAMOVICH. As voltas do meu coração. 19. ed.
São Paulo: Atual, 2003. p. 21. (Entre Linhas).
a) Que experiência é contada nessa página de diário?
b) No texto alternam-se dois tipos de frase.
Quais são eles?
c) O que explica a alternância desses dois tipos?
d) Observe o uso do ponto de exclamação. O que é sugerido pela
repetição desse sinal no final de uma frase?
e) Releia o primeiro parágrafo do texto. Como se classificam as frases
quanto à estrutura? Justifique.
f) Transcreva as demais frases com essa mesma classificação.
g) Como se classifica, quanto à estrutura, o fragmento “Se todo o ano
de 1968 for assim, não pararei nem um minuto”? Justifique.
h) As frases do texto são curtas e fragmentadas. Algumas delas, muitas
vezes, complementam frases anteriores. Por que essa linguagem
não é inadequada no gênero diário?
Como você estudou, sentimentos costumam ser expressos por meio de
frases exclamativas. Entretanto, também é possível sugerir emoções em
um texto com muitas frases interrogativas. Componha um parágrafo para
dar continuidade ao seguinte trecho: Será que todos tinham visto a cena? Ele
pode expressar preocupação ou grande felicidade e deve apresentar várias
frases interrogativas. Prepare-se para fazer uma leitura interpretativa de
seu texto, como se estivesse fazendo um monólogo, isto é, uma peça que
conta com um único personagem.
Abuse da língua
São frases nominais, porque não apresentam verbo.
Uma fala mais emocional e enfática.
repetição desse sinal no final de uma frase?
Releia o primeiro parágrafo do texto. Como se classificam as frases
Frases declarativas e frases exclamativas.
2c. As frases declarativas
contam o que aconteceu e a
opinião da narradora sobre
suas experiências; as exclamativas expressam suas
sensações de maneira mais
viva, emotiva.
2f. “Um grande réveillon!”,
“Dum jeito mais solto”, “Vibrante”, “Feliz ano-novo!” e
“Feliz 1968!!”.
2g. Trata-se de um período
composto, porque é formado
por duas orações (organizadas
em torno das formas verbais
for e pararei).
2h. O gênero diário traz a
expressão de vivências e
sentimentos, constituindo
uma comunicação informal
e íntima, por isso aceitam-se
construções que pareçam
seguir o ritmo do pensamento
e se mostram mais espontâneas.
A narradora conta como passou o
Que experiência é contada nessa página de diário?
No texto alternam-se dois tipos de frase. réveillon de 1968.
Abuse da língua – Peça a quatro ou cinco alunos que leiam
seus textos para que a turma
conheça diferentes soluções
para a proposta. É interessante
que tentem deduzir a narrativa pressuposta nas perguntas
apresentadas. Verifique se os
textos têm coerência.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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2 Leia esta tirinha com os personagens Charlie Brown e Snoopy.
PEANUTS, CHARLES SCHULZ © 1958 PEANUTS WORLDWIDE LLC. /
DIST. BY ANDREWS MCMEEL SYNDICATION
Minduim Charles Schulz
CHARLES M. SCHULZ. Peanuts completo: 1957-1958.
Trad. Alexandre Boide. Porto Alegre: L&PM, 2014. p. 167.
a) O que fez Snoopy ficar irritado com Charlie Brown?
b) Que expressão revela que a ação irritante não é uma novidade?
c) Você conclui que o garoto entendeu o motivo de o cachorro ter
gritado? Explique.
d) Qual das falas da tira é uma frase nominal? Justifique sua resposta.
e) Anote no caderno os dois períodos abaixo. Sublinhe os verbos
ou locuções verbais e, em seguida, divida as orações com uma
barra (/).
I. “Se ele me chamar de ‘cara peluda’ mais uma vez, eu vou gritar!”
II. “Nunca tinha ouvido um cachorro gritar...”
f) As orações do período I estão relacionadas pela palavra se. Que sentido é expresso por ela: causa, hipótese, tempo ou consequência?
g) Reescreva o período II de modo que ele se transforme em um
período simples. 1f. Hipótese. Nunca tinha ouvido o grito de um cachorro.
O fato de Charlie Brown tê-lo chamado de “cara peluda”.
Mais uma vez.
1c. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos percebam que a
fala revela que o garoto apenas
estranhou o fato de o cachorro ter
gritado, sem apresentar nenhuma
interpretação desse gesto.
1d. “Bom dia, cara peluda!” é
uma frase nominal, porque não
apresenta verbo.
1e-I. “Se ele me chamar de ‘cara
peluda’ mais uma vez, / eu vou
gritar!”
1e-II. “Nunca tinha ouvido / um
cachorro gritar...”
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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3 Leia um texto de Esopo, um escritor da Grécia Antiga a quem foram
atribuídas várias fábulas.
O burro disfarçado com pele de leão
Um burro vestira uma pele de leão e andava por todo o lado a assustar os outros animais irracionais. E, ao avistar uma raposa, tentava
também aterrorizá-la. Mas ela — pois aconteceu tê-lo ouvido antes a
zurrar — disse para ele: “Ora, podes bem ter a certeza de que também
me assustaria contigo, se não tivesse escutado o teu zurro.” LASSMAR
Da mesma forma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém pela sua vaporosa aparência exterior,
são desmascarados pela sua própria tagarelice.
NELSON HENRIQUE DA SILVA FERREIRA (Estudo, trad. grego e notas).
Aesópica: a fábula esópica e a tradição fabular grega. Coimbra:
Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014. p. 189.
(Colecção Autores Gregos e Latinos – Série Textos).
a) As fábulas costumam ter animais como personagens. Qual comportamento humano é representado pela ação do burro?
b) A raposa é um animal muito presente em fábulas e, geralmente,
destaca-se pela astúcia (esperteza). Essa também é sua característica nessa fábula? Explique sua resposta.
c) A fala da raposa é um período composto. Copie-o em seu caderno, grife os verbos e locuções verbais e divida suas três orações
usando barras (/).
d) Os verbos e locuções verbais das três orações referem-se a sujeitos
reconhecíveis por meio da desinência do verbo. Eles se referem ao
mesmo personagem? Justifique.
e) É comum, nos períodos compostos, que algumas orações sejam
interrompidas momentaneamente por outras, que se colocam em
seu interior. Observe.
Da mesma forma, alguns ignorantes, que parecem ser alguém
pela sua vaporosa aparência, são desmascarados pela própria
tagarelice.
Que palavra é responsável por relacionar a oração destacada àquela
que já estava começada? Qual é a função da oração destacada em
relação à outra?
f) Do ponto de vista do sentido da fábula, qual é a função do segundo
parágrafo em relação ao primeiro?
3f. O parágrafo relaciona
o caso do burro com um
comportamento de parte dos
homens.
3a. A tentativa de parecer algo
que, na verdade, não é.
3b. Sim. A raposa prova ser
um animal mais esperto que
os demais ao desmascarar
o burro.
3c. “Ora, podes bem ter a
certeza / de que também me
assustaria contigo, / se não
tivesse escutado o teu zurro.”
3d. Não, o primeiro refere-se
ao burro; os demais, à raposa.
3e. A palavra que relaciona as
orações. A segunda oração caracteriza o termo “ignorantes”.
Questão 3 – O gênero fábula
costuma ser tratado nos anos
iniciais do Ensino Fundamental. Aproveite a atividade para
fazer uma revisão.
Questão 3c – Mostre aos alunos
que, embora o verbo auxiliar e
o principal da primeira oração
não estejam em sequência, eles
formam uma locução, já que
indicam uma única ação.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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5 Para finalizar, compare a fábula de Esopo com a de Mario Quintana.
a) Embora os acontecimentos não sejam os mesmos, as fábulas apresentam um ensinamento comum. Qual?
b) O disfarce do burro obtém o mesmo efeito nas duas fábulas? Explique
sua resposta.
c) Compare os títulos das fábulas. Os dois esclarecem qual é o ensinamento da fábula?
d) Compare agora a maneira como os períodos das fábulas foram redigidos. Em sua opinião, é correto afirmar que o tipo de construção
usado na primeira fábula é mais facilmente entendido do que o
usado na segunda? Justifique sua resposta.
4 Leia uma fábula escrita em versos pelo poeta Mario Quintana.
Das falsas posições
Com a pele do leão vestiu-se o burro um dia.
Porém no seu encalço, a cada instante e hora,
“Olha o burro! Fiau! Fiau!” gritava a bicharia...
Tinha o parvo esquecido as orelhas de fora!
In: JOSÉ PAULO PAES et al. Poesias. 17. ed.
São Paulo: Ática, 2002. p. 19.
(Para Gostar de Ler 6). © by Elena Quintana.
a) Qual desejo é revelado pela atitude do burro?
b) O que impede o personagem de realizar seu desejo?
c) No caderno, escreva o sujeito e o predicado dos períodos contidos
nos versos 1 e 4.
d) Agora, reescreva os mesmos versos usando a ordem direta.
e) Releia a fábula em voz alta, prestando atenção ao som dos
versos. Com que finalidade a ordem indireta foi usada no terceiro verso?
4b. O fato de esquecer as orelhas
de fora da pele de leão, impedindo que ele seja confundido com
o leão.
LASSMAR
A ordem direta é caracterizada pela sequência sujeito + verbo + complementos. Por exemplo: Ana telefonou para a mãe ontem à noite. Uma
oração como Ontem, no shopping, a namorada ele encontrou apresenta
ordem indireta.
4a. O desejo de se passar por
um leão, isto é, de parecer um
animal forte e imponente diante
dos outros animais.
4c. Verso 1 – Sujeito: o burro; predicado: com a pele do leão vestiu-
-se um dia. Verso 4 – Sujeito: o
parvo; predicado: tinha esquecido
as orelhas de fora!
Resposta pessoal.
5a. Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos percebam que a
fábula sugere que não é possível
assumir uma posição falsa, porque nossas características nos
denunciarão.
5b. Não. Na primeira fábula,
ele chega a enganar parte dos
animais, enquanto, na segunda,
todos rapidamente reconhecem
seu disfarce.
5c. Não. Apenas “Das falsas posições” esclarece o ensinamento.
“O burro disfarçado com pele
de leão” revela informações da
narrativa.
4d. O burro vestiu-se com a pele
do leão um dia. O parvo tinha esquecido as orelhas de fora!
4e. A ordem indireta permitiu a
rima de bicharia com dia, do
primeiro verso.
Questão 5 – Sugerimos que a
atividade seja feita oralmente.
Se achar necessário, solicite aos
alunos que registrem a discussão posteriormente.
Questão 5d – Ajude os alunos
a perceber que a ordem direta
favorece a compreensão do
texto, mas a ordem indireta
também pode ser um recurso interessante para obter um
efeito poético.
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Isso eu já vi Acentuação das palavras paroxítonas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
229
No Capítulo 6, você estudou as regras de acentuação de palavras monossílabas,
oxítonas e proparoxítonas. Vamos agora relembrar as regras das paroxítonas.
1 Leia este anúncio.
FUNDAÇÃO ONDAZUL
a) O anúncio foi publicado por ocasião do Dia Mundial pela Limpeza da Água.
Que argumentos ele usa para justificar a preocupação com o tema?
b) Que animal é representado no anúncio? Que relação há entre ele e o texto
da primeira lupa?
c) Qual é a resposta da pergunta feita na primeira lupa? Por quê?
d) Que relação existe entre a ideia de andar para trás e a forma como o animal
foi representado?
e) As palavras água e potável são paroxítonas. Por quê?
f) Copie as outras palavras paroxítonas em destaque nas duas lupas. Predominaram palavras com ou sem acento gráfico?
g) As palavras oxítonas terminadas em -a, -e e -o, seguidas ou não de -s, assim como os monossílabos tônicos com essas mesmas terminações, têm
acento gráfico, enquanto as paroxítonas não têm. O que aconteceria se a
regra fosse ao contrário?
2 Reveja as regras de acentuação das paroxítonas e responda às questões.
A sujeira da água é
um dos problemas relacionados a esse recurso
natural fundamental
para a vida. Que outras
ações contribuem para
a escassez de água?
Fala aí!
a) Explique as regras que justificam os acentos gráficos de água e potável.
b) Qual é a forma correta: nuvens ou núvens? Por quê?
c) Qual é a forma correta: júri ou juri? Por quê?
d) Quais palavras a seguir devem ser acentuadas graficamente?
caqui – irmã – funil – tunel – carater – melancia – safari – faceis – infantil
Atualmente, cerca de um
milhão de habitantes no planeta não têm acesso a água
potável. Em breve não haverá
mais água doce. Preserve-se.
19 de setembro. Dia Mundial
pela Limpeza da Água.
Quem é que está andando
pra trás aqui?
Recebem acento gráfico as palavras paroxítonas terminadas em:
-i,-is táxi, lápis -n hífen -um, -uns álbum, fóruns
-us bônus -x tórax -ps bíceps
-l nível -ã, -ãs ímã(s) -ditongo órgão, ciência, colégio
-r repórter -ão, -ãos órgão(s)
É o grupo
formado por
vogal + semivogal
ou semivogal
+ vogal na
mesma sílaba.
Segundo o texto, cerca de um milhão de pessoas não têm acesso à água potável, e a água
doce tende a desaparecer em breve.
Representa-se um caranguejo, a que o texto da primeira lupa se refere ao mencionar a
ação de “andar para trás”, que é a forma como esse animal se locomove. Quem está andando para trás são
os homens.
O corpo do animal foi montado com objetos descartados, sugerindo que a sujeira jogada nas
águas leva à poluição destas, e isso representa uma atitude equivocada, prejudicial ao homem.
Porque ambas têm a penúltima sílaba tônica.
1f. Lupa 1: Andando.
Lupa 2: Atualmente,
cerca, habitantes,
planeta, acesso,
breve, doce, preserve, setembro, Dia,
Limpeza. Predominaram palavras sem Haveria uma quantidade enorme de palavras acentuadas graficamente. acento gráfico.
túnel, caráter, safári, fáceis
Júri, porque é paroxítona terminada em -i.
Água é paroxítona terminada em ditongo; potável é paroxítona terminada em -l.
2b. Nuvens é a forma
correta, pois não há
regra que recomende
acento gráfico em paroxítonas terminadas
em -ns.
Fala aí! – Entre outras respostas, destaca-se o desperdício de
água, que pode ocorrer mesmo
em ações diárias, como tomar
um banho muito longo, escovar os dentes com a torneira
aberta etc.
Questão 1g – Conclua a atividade explicitando que as regras de acentuação gráfica da
língua portuguesa abarcam um
número pequeno de palavras
acentuadas, se comparado ao
conjunto do léxico.
230
Entre saberes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Neste capítulo, você produziu um comentário de leitor avaliando as
vantagens e desvantagens do trabalho em grupo. Sua tarefa, nesta seção,
será comparar as vantagens do livro impresso com as do livro digital. 1 Leia o texto a seguir, publicado no portal Canal de Ensino.
Olá, leitores!
“Livros Digitais ou Livros Impressos” é um debate que vem cres
-
cendo desde o início da popularização dos aparelhos digitais.
Muitas vezes é até difícil acompanhar a tecnologia, pois ela está sempre
evoluindo, sempre trazendo novidades. Foi assim com o VHS, o vinil e
os celulares antigos, porém o livro físico ainda parece ser imbatível em
relação à mídia digital. Muito disso se deve à preferência dos leitores pelo
livro impresso, em razão da experiência sensorial que ele traz, mas seria
apenas essa a vantagem dos livros impressos? E, por outro lado, seriam os
livros digitais formas superiores de leitura? Tudo isso é relativo, depende
do que cada um procura, e por isso é importante conhecer as vantagens
e desvantagens de cada um para saber qual escolher.
As vantagens da mídia digital
• Não ocupa espaço
E-books não têm peso nem ocupam espaço físico, ou seja, você
pode carregar apenas um ou uma centena dentro do seu bolso sem
preocupações. Além disso, livros digitais são mais práticos até mes
-
mo para serem lidos, já que não é preciso ter uma posição exata para
segurar, sem páginas dobrando na hora que não devem.
• Maior durabilidade
Os livros digitais também apresentam a vantagem de ter uma
durabilidade, tecnicamente, infinita. Eles não podem ser rasgados
ou fazer a famosa “orelha”.
• Nenhuma árvore usada na sua criação
Atualmente existe uma grande preocupação com o meio ambiente
e, nesse quesito, os e-books também vencem, afinal não é necessária
uma única árvore para a sua criação e distribuição.
• Preço
Cópias digitais são mais baratas para serem produzidas e não pre
-
cisam de transporte, exportação ou qualquer gasto adicional. Por esse
motivo, são muito mais baratas que uma versão física. Geralmente um
e-book não custa mais do que 20 reais; alguns podem até custar centavos.
Entre saberes
CG: 1, 2, 4, 5, 7, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4, 6
CELP: 1, 2, 3, 6, 10
Habilidades: EF67LP11,
EF67LP12, EF67LP23,
EF69LP06, EF69LP10,
EF69LP15, EF69LP32,
EF69LP33, EF69LP36,
EF69LP37
Nesta atividade, os alunos se
-
rão orientados a produzir um
podcast a partir de uma aná
-
lise comparativa. Essa produ
-
ção atende, principalmente, à
habilidade EF69LP10 e insere
-
-se em um conjunto de ativi
-
dades destinadas a estimular
e a qualificar o trato com as
tecnologias de informação e
comunicação para que os alu
-
nos considerem não apenas
a possibilidade de acesso e
compartilhamento de infor
-
mações, mas também o uso
dos ambientes da Web para
produzir conhecimento e de
-
senvolver projetos autorais.
Esta seção pode propiciar
uma atividade interdiscipli
-
nar com Ciências ou Geogra
-
fia. A análise dos benefícios
dos e-books pode ser com
-
plementada e/ou contesta
-
da com a reflexão acerca da
obsolescência programada,
ou seja, da estratégia de
empresas que programam o
tempo de vida dos produtos
para que durem menos do
que a tecnologia permite ou
criam melhorias do desem
-
penho em curto espaço de
tempo para motivar o con
-
sumidor a comprar um novo
modelo. Sugerimos que um
vídeo sobre o conceito seja
apresentado como mote para
a discussão. Uma opção é o
vídeo “Obsolescência pro
-
gramada”, produzido pela
AFPBR (Agence France-Presse
Brasil), que está disponível na
internet. Os alunos podem
discutir os impactos ambien
-
tais, como a demanda ele
-
vada de energia e matéria
-
-prima para produzir os bens,
e o maior descarte de lixo.
231
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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• Variedade
Outra grande vantagem dessa mídia é a facilidade de acesso a diversos
títulos. Sabe aquele livro que você procura em toda biblioteca e não acha?
Provavelmente ele está apenas a alguns clicks de distância no seu smartphone.
• Interatividade
Esse tipo de livro apresenta uma interatividade que não pode ser
alcançada pelas versões impressas. A interatividade é talvez a maior
vantagem do e-book. Você pode ter links funcionais, gráficos animados,
pequenos vídeos, GIFs, comentários em áudio, sites de desmembramento. Enfim, uma infinidade de recursos que podem acelerar o processo
de aprendizado e otimizar a busca por informações.
Em suma, o e-book é uma alternativa mais barata, duradoura e com muito
mais interatividade que os livros impressos, mas ainda assim não pode ser
considerado uma versão superior, principalmente para os leitores que o
utilizam com o objetivo de estudar. Nesses casos, o livro físico ainda pode
ser a melhor opção, e isso não parece ser algo passageiro.
Para entender o porquê de os livros físicos não se tornarem obsoletos, é
preciso entender suas vantagens, que vão muito além do sensorial.
As vantagens do livro físico
• Sensação de algo físico
A vantagem [...] das versões impressas é justamente a sensação de você
ter algo em mãos, o cheiro do livro, a textura da página, tudo isso aumenta
o prazer da leitura e a satisfação de comprar algo novo e excitante que não
seja apenas um aplicativo.
PRESSMASTER/SHUTTERSTOCK
Na imagem, uma garota
manuseia um livro físico
e um leitor digital.
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Entre saberes
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Concentração
Apesar de os livros digitais chamarem mais a atenção e serem mais inte
-
rativos, essas duas qualidades podem prejudicar a leitura, principalmente no
caso de crianças. Alguns estudos com grupos de teste lendo o mesmo livro
nos diferentes formatos tiveram resultados diferentes de entendimento e de
retenção de informação, com o livro impresso tendo melhores resultados.
Apesar de a interatividade ajudar na busca por informação, ela pode atra
-
palhar se causar muita distração, principalmente em leitores mais novos.
• Cansaço
Livros físicos são geralmente menos cansativos do que os digitais; a luz
de fundo dos aparelhos celulares e tablets é cansativa para os olhos, podendo
assim diminuir o tempo que você passa com um livro.
• Conclusão
O fato primordial é que não há uma versão superior a outra, ambas
têm o que cada tipo de leitor precisa. Nessa discussão se encaixa muito
o termo “Ferramenta certa para o trabalho certo”. Independentemente
de qual seja o melhor, a principal coisa a se fazer na discussão “Livros
Digitais ou Livros Impressos” é entender qual a sua necessidade e qual
dos dois deixa você mais confortável.
Já para os estudantes a recomendação é, sim, optar por livros físicos por
terem menos formas de desviar a concentração. [...]
E para você, qual é a melhor opção e qual delas o ajuda a aprender mais?
Até mais!
Disponível em: <https://canaldoensino.com.br/blog/saiba-as-vantagens-edesvantagens-entre-livros-impressos-e-digitais>.
Acesso em: 14 jun. 2018.
MAXX-STUDIO/SHUTTERSTOCK
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Livro digital Livro impresso
É mais fácil de transportar.
X
A compra é mais excitante.
X
[...]
3 Enriqueçam a tabela com outras informações retiradas de seu
repertório pessoal.
4 Agora, você e seu colega vão gravar um podcast simulando um debate e se revezar para mostrar as vantagens do livro impresso e do
livro digital. A gravação deve durar, no máximo, três minutos. Para a
realização e gravação do áudio, vocês podem utilizar um smartphone
ou outros recursos disponíveis na escola.
• Iniciem o podcast cumprimentando o leitor e informando o tema.
Vocês podem ter como contexto um programa de rádio fictício,
um canal de podcasts na internet etc.
• Um de vocês iniciará a apresentação expondo uma característica
vantajosa do livro impresso ou do livro digital, e o outro discordará
dessa opinião, trazendo novos argumentos. Essa troca de turnos
continuará até o final do podcast, em que vocês convidarão o ouvinte a refletir sobre o tema.
• Procurem agir de forma espontânea: não é preciso criar um roteiro
da fala para ser lido. Se preferirem, mantenham em mãos apenas
algumas anotações para ajudar no momento da fala.
• Antes de gravar, no entanto, é preciso planejar a apresenta
-
ção. Releiam as instruções e definam o conteúdo que caberá a
cada um de vocês.
• É preciso ensaiar também. Combinem como será feita a troca de
turnos.
• Lembrem-se de fazer a gravação em um lugar silencioso para que
não haja ruídos interrompendo ou se sobrepondo às vozes.
• Escutem e analisem a gravação para ver se há necessidade de refazer
o debate.
• Para tornar o podcast mais interessante, vocês podem incluir efeitos
sonoros, trechos de músicas, trechos de falas de personagens bem
conhecidos etc.
2 Com base no modelo a seguir, você e um colega vão elaborar uma
tabela comparativa no caderno com as vantagens dos dois tipos
de livros, completando-a com informações extraídas do texto que
acabaram de ler.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CAPÍTULO
8 CONTO:
que delícia que é contar!
Você gosta de ouvir histórias? Adultos ou crianças, quase sempre paramos
quando alguém conta uma boa história. Em geral, essas narrativas são contos:
histórias curtas, que podem ser lidas ou ouvidas em uma “sentada”.
Conheça um conto do escritor paulista Marcos Rey e reflita sobre o conflito que envolveu os personagens.
Leitura 1
Pega ladrão, Papai Noel!
Ele não era bem um Papai Noel, era mais um Santa Claus, pois trabalhava numa cadeia de lojas multinacional, a Emperor Presentes e Utilidades
Domésticas, aquela grande, da avenida. Consta, inclusive, que fez um curso
de seis semanas nos próprios States para testar e aperfeiçoar sua tendência
vocacional, obtendo boa nota, apesar de cantar o “Jingle Bell” com imperdoável sotaque latino-americano. Mas seu visual, mesmo sem uniforme,
impressionou favoravelmente a banca examinadora: era gordo, como convém
a um Papai Noel; tinha olhos da cor do céu e a capacidade de sorrir durante
horas inteiras sem nenhum motivo aparente. Aliás, um Papai Noel é isso:
uma mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala.
– Você está ótimo! – disse-lhe o chefe da seção de brinquedos. –
As crianças vão adorá-lo!
Era véspera de Natal e a Emperor andava preocupadíssima com as vendas,
inferiores ao ano anterior. E preocupada com outra coisa ainda: o incrível
número de furtos, razão por que o Papai Noel além de sorrir e estimular as
vendas teria que ser também um olheiro, um insuspeito fiscal de seção.
Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos,
juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão nos cabelos louros
de um garotinho, quando viu. Viu o quê? Um homem, e mais que ele, sua
mão surrupiando um trenzinho de pilha, imediatamente metido numa
bolsa promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu sorriso, Papai
Noel deu um passo firme e fez voz de vigia:
– Por favor, me deixe ver essa bolsa!
Nem todo susto é paralisante: o homem, sem largar a bolsa, saiu em
disparada pela seção de brinquedos, empurrando pessoas, chutando coisas,
derrubando e pisando em brinquedos. Atrás desse furacão, seguia outro
furacão, este encarnado, o Papai Noel aludido, que repetia em cores mais
vivas os desastres provocados pelo primeiro. A cena prosseguiu com mais
Santa Claus: nome do
Papai Noel em inglês.
Multinacional: que
opera em vários países.
States: forma usada,
em inglês, para fazer
referência aos Estados
Unidos da América.
Vocacional: relativa a
um talento natural.
“Jingle Bell”: famosa canção
de Natal estadunidense.
Aludido: referido.
LASSMAR
Milhares de sites são criados,
modificados e desativados
diariamente. É possível que,
quando forem consultados,
aqueles indicados neste capítulo não estejam mais disponíveis ou tenham mudado de
endereço.
Leitura 1 – Antes de iniciar a
leitura, pergunte aos alunos
quais expectativas eles têm em
relação ao conto, partindo de
seu título. Que tipo de situação
pode ser narrada? Qual é o
tom (sério, bem-humorado,
educativo etc.) esperado? Ao
terminar a leitura, confrontem
a expectativa com o conteúdo
do texto.
Leituras 1 e 2
CG: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 4
CELP: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
Habilidades: EF67LP28,
EF67LP29
Capítulo 8
Pré-requisitos
• EF69LP09
• EF05LP19
• EF67LP04
• EF67LP02
• EF06LP08
Materiais digitais
Sequência didática 11:
Leitura, interpretação e
atualização do conto “Uma
aposta”, de Artur Azevedo
CG: 1, 3
CEL: 1, 3
CELP: 2, 5
Habilidades: EF67LP28,
EF67LP30, EF69LP44
Sequência didática 12:
Fotografia
CG: 3
CEL: 1, 5
CELP: -
Habilidades: EF67LP20,
EF69AR05
Avaliação 4
CG: 1, 4
CEL: 1, 2
CELP: 1, 2, 6
Habilidades: EF35LP27,
EF35LP28, EF06LP06,
EF06LP47, EF67LP02,
EF67LP04, EF67LP05,
EF67LP15, EF69LP47
CG: 1, 2; CEL: 1; CELP: 1
Habilidades: EF67LP08,
EF69LP03
Sugerimos uma primeira leitura silenciosa para que os alunos se familiarizem com a narrativa. Em seguida, você
pode dividi-la em três partes (parágrafos 1 a 5, 6 a 9 e 10 a 20), formar trios e pedir a um aluno que apresente o
texto oralmente aos outros. Essa atividade os ajudará a resolver dúvidas relativas aos acontecimentos narrados.
A leitura em voz alta, por um ou mais alunos, pode ser feita antes da correção da atividade.
Orientações para o
professor acompanham o
Material Digital Audiovisual
Material Digital Audiovisual
• Vídeo: “Trabalhadores”,
de Sebastião Salgado
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
dramaticidade e ruídos na escadaria da Emperor, pois a seção de brinquedos
era no sexto andar. No quarto pavimento Papai Noel chegou a grampear o
ladrão pelo braço, mas este conseguiu escapar, livrando oito degraus entre o
quarto e o segundo andares. Aí, novamente Papai Noel pôs a mão enluvada
no fugitivo, mas um grupo de pessoas que sa
ía do elevador poluiu a imagem
e ele tornou a ganhar distância.
Na avenida a perseguição teve novos aspectos e emoções. A pista era
melhor para corridas apesar de ainda maior o número de pessoas e obstá
-
culos. O ladrão logo à saída da loja chocou-se com uma mulher que car
-
regava mil pacotes, pacotinhos e pacotões. Foram todos para o chão. Um
propagandista de longas pernas de pau fez uma aterrissagem forçada, que
o aeroporto de Congonhas teria desaconselhado devido ao mau tempo.
O Papai Noel também empurrava, esbarrava e derrubava, aduzindo ao
seu esforço o clássico “pega ladrão!”, um refrão tão comum na cidade que
não entendo como ainda não musicaram. Na primeira esquina, quase...
Um carro bloqueou a fuga do homem, que ficou hesitante enquanto seu
colorido perseguidor se aproximava em alta velocidade.
Quando o ladrão do brinquedo entrou numa galeria da Barão, os
espectadores, digamos assim, tiveram a impressão de que tinham se
livrado do Papai Noel. Mas a câmera 2 logo mostrou o santo velhinho
entrando também na galeria com o mesmo ímpeto dos primeiros foto
-
gramas. Todavia, embora corresse em milhas e o outro em quilômetros,
não conseguia alcançá-lo.
Consta que Papai Noel perseguiu o ladrão inclusive no Minhocão,
de ponta a ponta, onde é proibida a circulação de pedestres. Também
sem resultado.
A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas prefiro que acabe lá.
Lá, onde?
Naquele quarto de subúrbio.
Aquela noite, o ladrão, à meia-noite em ponto, deu para o filho o belo
presente das lojas Emperor, o trenzinho de pilha, que tinha luzes diversas
e até apitava, excessivamente incrementado para qualquer garoto pobre.
O menino, que sabia dos apuros do pai, não recebeu alegremente a
maravilha eletrônica.
– Papai, o senhor não devia ter comprado.
– Mas não comprei.
– Ahn?
– Ganhei.
– De quem?
– De Papai Noel, ora. Bom cara. Nem precisei pedir. Ele correu atrás de
mim e me deu o presente. Disse que a pilha dura três meses. Legal, não?
In:
ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO et al. De conto em conto.
São Paulo: Ática, 2006. p. 42-46. (Coleção Quero Ler: Contos).
Congonhas: aeroporto
na cidade de São Paulo.
Aduzindo: trazendo.
Barão: referência à rua
comercial Barão de
Itapetininga, no centro
da capital paulista.
Fotogramas: imagens
de um filme.
Minhocão: nome popular
do atual Elevado João
Goulart, viaduto no
centro de São Paulo.
Marcos Rey (1925-
-1999) nasceu na cidade
de São Paulo, cenário
da maior parte de seus
livros. Escreveu contos,
crônicas e romances para
o público infantojuvenil,
mas também obras para
o público adulto, inclusive
roteiros para rádio, cine
-
ma e TV. Adorava abusar
do suspense e do hu
-
mor. Talvez você conheça
O mistério do cinco es
-
trelas ou O rapto do ga
-
roto de ouro, que fizeram
grande sucesso.
De quem é o texto? LULUDI/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto de 1989.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Desvendando o texto
1 O conto se inicia com a apresentação de um personagem: um Papai
Noel recém-contratado.
a) Que características tornavam aquele homem ideal para o cargo?
b) Além das habituais funções, esse Papai Noel teria um trabalho
especial. Qual? Por que ele havia se tornado necessário?
2 Releia o seguinte trecho.
“Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar a mão
nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu o quê?”
a) A expressão “juntamente com seu sorriso” contribui para a impressão de que o Papai Noel age de modo simpático, divertido ou
fingido? Por quê?
b) As ações expressas por acabara de passar e viu ocorrem simultaneamente? Explique sua resposta.
c) Por que você acha que o narrador usou a expressão “quando viu.
Viu o quê?” em lugar de contar diretamente o que foi visto?
d) O que o Papai Noel fez depois de ter visto o que viu? Por que ele
agiu assim?
3 A partir do sexto parágrafo, a narrativa começa a ficar parecida com
cenas de filmes de ação.
a) Por que temos essa impressão?
b) A relação com o cinema é explorada pelo próprio narrador no
oitavo parágrafo. Que palavras ou expressões do texto se referem
a essa arte?
c) A narrativa se passa em São Paulo. Quais características dessa
cidade contribuem para a construção das cenas de perseguição?
4 O humor também foi um recurso usado pelo narrador. Cite uma
passagem que você considere engraçada.
5 O final da história surpreende o leitor.
a) Que substantivos foram usados nos parágrafos 6 a 9 para nomear
o personagem que pegou o brinquedo?
b) Como esse mesmo personagem é visto pelo leitor no final da narrativa?
c) A história se passa em uma época específica do ano. Como ela ajuda
a justificar a ação do personagem?
6 Releia um dos parágrafos do final do conto.
“A história, que nem história é, podia acabar aqui, mas
prefiro que acabe lá.”
a) A que se refere o termo lá?
b) Se a história terminasse aqui, falaria de um roubo. O que muda quando o narrador dá continuidade a ela?
Biblioteca cultural
Para conhecer mais
sobre Marcos Rey, pesquise na Enciclopédia
Itaú Cultural, disponível
na internet. Aproveite para conhecer um
recurso que apresenta
o conteúdo do texto
usando libras (linguagem brasileira de sinais).
Um conto como esse
não é para ser lido ao
pé da letra, isto é, não
devemos concluir que
o narrador (ou o autor)
estimula ou justifica os
furtos. O que ele quer
nos mostrar?
Fala aí!
1a. O homem era gordo, tinha olhos azuis e conseguia
Espectadores, câmera 2, fotogramas.
3c. A cidade de São Paulo é muito
populosa e bastante movimentada, o
que ajuda a construir a ideia de uma
perseguição emocionante.
4. Resposta pessoal. Os alunos
podem indicar que é engraçada,
por exemplo, a passagem em que
se estabelece uma relação entre a
queda do homem que usava pernas
de pau e a aterrissagem forçada de
um avião.
Homem, furacão, ladrão,
fugitivo.
5b. Como o pai de um garotinho.
1b. O Papai Noel deveria observar os
frequentadores da loja à procura de
possíveis ladrões, já que o número
de furtos havia aumentado.
3a. Narra-se uma perseguição, com
momentos em que o ladrão é quase capturado, mas consegue fugir.
Durante a fuga, carros e pessoas
funcionam como obstáculos para
perseguidor e fugitivo.
Resposta pessoal.
5c. A ação se passa na véspera de
Natal, data em que os pais se sentem
pressionados a oferecer presentes
legais para os filhos.
sorrir por muitas horas.
À casa de subúrbio em que vive a família
do ladrão.
Ela passa a falar do amor de um pai por um filho.
2d. O Papai Noel confrontou um
homem que estava na loja, pedindo
para ver sua sacola, porque o flagra- ra roubando um trenzinho de pilha.
2c. A forma usada chama mais atenção para o ato de ver, perceber, e,
assim, contribui para o suspense.
2b. Não. A ação de passar a mão
nos cabelos ocorre um pouco antes
da ação de ver.
2a. Fingido. Porque a expressão su- gere que o sorriso do Papai Noel não
era espontâneo, mas automático.
Aproveitaremos o texto de
Marcos Rey para construir
com os alunos uma abordagem da estrutura do conto e,
por extensão, das narrativas.
Se achar conveniente, divida
a atividade em duas etapas e
faça correções parciais. A segunda parte pode ser feita em
duplas ou trios.
Fala aí! – Ajude os alunos a perceber que há uma crítica ao consumismo e à noção de que a felicidade está
vinculada à posse de certos objetos. A ação do pai é incorreta, porque ele furtou algo, mas a figura do Papai
Noel também parece ser reprovável, já que ela é vista, nesse conto, como um símbolo da sociedade consumista.
Questões 5, 6 e 7 – Ajude os
alunos a associar as respostas
que deu às atividades 5, 6 e
7 à reflexão proposta pelo
boxe “Fala aí!”. Faça perguntas que os auxilie a observar
a quebra de expectativa em
relação ao homem que pegou
o brinquedo e a desconstrução da figura tradicional do
Papai Noel como um velhinho
bom e gentil. Esses recursos
revelam uma crítica. Aproveite
também para refletir com os
alunos acerca dos mecanismos
criados para a movimentação
da economia (datas comemorativas, por exemplo, que muitas vezes se sobrepõem aos
elementos afetivos). Toda a
discussão contribui para que os
alunos percebam que o conto
é mais complexo do que parece a princípio e que quanto
mais desenvolver estratégias
diversas de leitura mais prazer
terá no contato com o texto
literário.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) Esse é o único ponto do texto em que o narrador usa a primeira pessoa. Que
palavra a revela?
d) Esse uso da primeira pessoa revela que ele é um dos personagens ou que
opina sobre os fatos?
O conto é narrado por um narrador-observador. Esse tipo de narrador conta a
história sem participar dela e, por isso, usa a terceira pessoa. Ele pode ser onisciente,
quando conhece todos os fatos, inclusive o que se passa no interior dos personagens
(seus pensamentos e sentimentos). Pode, ainda, fazer comentários sobre aquilo
que conta.
7 Se você voltar ao início do texto, perceberá que o narrador já demonstrava
antipatia pelo Papai Noel.
a) O Papai Noel é visto no conto como um sujeito muito distante da realidade
brasileira. Como essa ideia foi sugerida pelo narrador?
b) No final do primeiro parágrafo, o narrador afirma que um Papai Noel é “uma
mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala”. Esse trecho revela antipatia
pelo “bom velhinho” do conto ou por qualquer Papai Noel?
c) A loja contratou um Papai Noel esperando aumentar suas vendas. Em lugar
da figura bondosa que encanta as crianças, o que é esse Papai Noel?
Como funciona um conto?
As atividades propostas até agora exploraram vários aspectos importantes do
conto, ligados aos elementos básicos da narrativa. Veja.
A importância do espaço
A cidade movimentada contribui para as cenas emocionantes de perseguição, e a
loja de departamentos explica a presença de um Papai Noel.
A questão do tempo
As ações narradas duram algumas horas e ocorrem na véspera de Natal, o que dá
um sentido específico para o ato do ladrão.
As características dos personagens
A narrativa destaca a disputa do Papai Noel e do ladrão, que têm interesses conflitantes.
O comportamento do narrador
Ele conta uma história de que não participa, mas mostra simpatia por um dos
personagens.
Veremos, agora, o enredo, conjunto de fatos constituído de quatro partes.
• Situação inicial: apresentação dos fatos iniciais, que contextualizam a história.
• Conflito ou complicação: fato que altera a situação inicial.
• Clímax: momento de maior tensão na narrativa.
• Desfecho: solução do conflito.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Prefiro.
Opina sobre os fatos.
7a. O personagem trabalha para uma multinacional e fez um curso
de Papai Noel nos EUA.
Por qualquer Papai Noel; mancha vermelha que sabe rir e às vezes fala”. Esse trecho revela antipatia
é uma generalização.
Esse Papai Noel é uma espécie de vendedor, que serve para estimular o consumo.
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Trem Fantasma
Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a doença de Matias, e a
mãe dele mandou me chamar. Chorando, disse-me que o maior desejo
de Matias sempre fora passear de Trem Fantasma; ela queria satisfazê-lo
agora, e contava comigo. Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça.
Não se poderia levá-lo ao parque onde funcionava o Trem Fantasma.
Teríamos de fazer uma improvisação na própria casa, um antigo palacete
nos Moinhos de Vento, de móveis escuros e cortinas de veludo cor de vinho.
Leitura 2
Para continuar refletindo sobre os contos, leia agora outra narrativa
que destaca relações humanas. É o conto “Trem Fantasma”, do escritor
gaúcho Moacyr Scliar.
As questões seguintes vão ajudar você a observar a construção do enredo.
1 Que fato começa a modificar a situação inicial?
2 O conflito opõe os interesses de dois personagens. Quais são esses
interesses?
3 Qual é o clímax do conto?
4 Durante a perseguição, você torcia pela captura do ladrão? Por quê?
5 Por que o narrador optou por não contar ao leitor o motivo do furto
desde o início da história?
6 O desfecho do conto mostra que essa narrativa tem um tema social.
Que aspectos de nossa sociedade ela quer destacar?
O gênero textual conto é uma narrativa breve, geralmente construída em
torno de um fato principal. A descrição dos personagens, do espaço e do tempo
e a apresentação das ações pelo narrador não se alongam; limitam-se ao que
é importante para narrar o acontecimento.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Biblioteca cultural
No site oficial de
Moacyr Scliar há uma
área com book trailers:
você pode ouvir trechos
de suas obras.
Leucemia: tipo de câncer.
Moinhos de Vento: bairro
da cidade de Porto Alegre.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A ação do ladrão, que pega o trenzinho e o coloca na bolsa.
O Papai Noel quer exercer sua função de vigia, impedindo o furto
O conflito opõe os interesses de dois personagens. Quais são esses
de objetos, enquanto o ladrão quer levar o brinquedo para o lho.
A perseguição ao ladrão.
4. Resposta pessoal. É provável que boa parte da turma
responda afirmativamente,
justicando que o Papai Noel
tinha uma função a cumprir. Para manter o suspense ao longo da narrativa, obtendo
A desigualdade social e o consumismo.
o efeito surpresa e fazendo o leitor se deparar com um nal inesperado para muitos.
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239
A mãe de Matias deu-me dinheiro; fui ao parque e andei de Trem
Fantasma. Várias vezes. E escrevi tudo num papel, tal como escrevo
agora. Fiz também um esquema. De posse destes dados, organizamos
o Trem Fantasma.
A sessão teve lugar a 3 de julho de 1956, às 21 horas. O minuano
assobiava entre as árvores, mas a casa estava silenciosa. Acordamos
o Matias. Tremia de frio. A mãe o envolveu em cobertores. Com
todo o cuidado colocamo-lo num carrinho de bebê. Cabia bem, tão
mirrado estava. Levei-o até o vestíbulo da entrada e ali ficamos, sobre o piso de mármore, à espera. As luzes se apagaram. Era o sinal.
Empurrando o carrinho, precipitei-me a toda velocidade pelo longo corredor. A porta do salão se abriu; entrei por ela.
Ali estava a mãe de Matias, disfarçada de bruxa (grossa maquilagem vermelha. Olhos pintados, arregalados. Vestes negras. Sobre o
ombro, uma coruja empalhada. Invocava deuses malignos). Dei duas
voltas pelo salão, perseguido pela mulher. Matias gritava de susto e de
prazer. Voltei ao corredor. Outra porta se abriu – a do banheiro, um
velho banheiro com vasos de samambaia e torneiras de bronze polido.
[...] Saindo dali entrei num quarto de dormir onde estava o irmão de
Matias, como esqueleto (sobre o tórax magro, costelas pintadas com
tintas fosforescentes; nas mãos, uma corrente enferrujada). [...] Assim
era o Trem Fantasma, em 1956.
Matias estava exausto. O irmão tirou-o do carrinho e, com todo o
cuidado, colocou-o na cama. Os pais choravam baixinho. A mãe quis
me dar dinheiro. Não aceitei. Corri para casa. Matias morreu algumas
semanas depois. Não me lembro de ter andado de Trem Fantasma
desde então.
MOACYR SCLIAR. Contos reunidos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 316-317.
Moacyr Scliar (1937-
-2011) era formado em
Medicina, mas adorava
fazer literatura. Escreveu romances, crônicas
e contos, muitos deles
publicados também em
outros países. Viajou
bastante pelo Brasil e
pelo mundo fazendo palestras sobre suas obras e
recebeu alguns prêmios
literários por elas.
De quem é o texto?BETO SCLIAR/FOLHAPRESS
Foto de 2007.
Como você se sentiu no final da leitura? Você se lembra de outra obra artística
que tenha produzido o mesmo efeito em você?
Fala aí!
LASSMAR
Minuano: vento forte e frio
que sopra no Rio Grande
do Sul após as chuvas
de inverno.
Vestíbulo: entrada
principal da casa.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Fala aí! – Permita a muitos alunos que falem de sua experiência. É provável que comentem
que ficaram comovidos. Alguns
podem não gostar disso por
sentir que foram manipulados
pelo autor. Peça-lhes que sintetizem as obras que indicarem,
caso sejam desconhecidas, e
justifiquem a indicação. Crie
uma situação de fala pública
formal, com os demais alunos
ouvindo os oradores, que se
colocarão na frente da sala.
240
240
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse conto, o narrador é um dos personagens da história. Portanto, narra em primeira
pessoa e é chamado de narrador-personagem. Esse tipo de narrador pode ser o personagem principal ou um personagem secundário que conta algo que testemunhou. Ambos
têm uma visão limitada porque só podem contar aquilo que viram e não têm acesso ao
que se passa na mente dos demais personagens. 1 Ao contrário da narrativa de “Pega ladrão, Papai Noel!”, a situação inicial de
“Trem Fantasma” não é dada ao leitor. Ele precisa deduzi-la.
a) Qual era a relação entre o narrador e Matias?
b) A família de Matias já desconfiava de que ele sofria de leucemia?
c) Como você imagina as semanas ou os meses anteriores da vida do menino
e da família dele?
2 A complicação tem início quando o narrador é chamado pela mãe do menino
doente.
a) O que ela lhe pede?
b) Embora tivesse apenas 10 anos, o narrador levou muito a sério o pedido da
mulher. Como ele agiu?
3 O desfecho desse conto surpreende o leitor, como acontece com “Pega ladrão,
Papai Noel!”? Explique sua resposta.
4 O narrador não oferece informações detalhadas dos personagens do conto.
a) Além de Matias, quais são esses personagens?
b) Que objetivo é comum a todos eles?
c) Em sua opinião, a ausência de detalhes impede o leitor de simpatizar com
os personagens? Por quê?
5 Nesse conto, o espaço é um recurso fundamental para o efeito da narrativa.
a) Como era a casa da família de Matias?
b) No momento da simulação do trem fantasma, como estava o clima?
c) As características da casa e do clima pareciam aliar-se (trabalhar em parceria)
aos personagens para a simulação da brincadeira. Explique essa ideia.
6 A narrativa em estudo nos revela dois tempos diferentes: o momento em que
o fato acontece e aquele em que ele é narrado.
a) Copie as duas frases que revelam o narrador já adulto.
b) Em nenhum momento o narrador conta seus sentimentos, mas podemos
deduzi-los. Releia o último parágrafo, identifique uma ação que os revela e
explique sua resposta.
Os contos são muito diversificados e provocam diferentes efeitos nos leitores. Dependendo
do assunto e das características, são classificados como contos sociais, de amor, de humor,
de ficção científica, de terror, fantásticos, entre outros.
Da ob s erv aç ã o para a teoria
Refletindo sobre o texto
Eles eram amigos.
Sim.
A mãe pede ao narrador que a ajude a simular um trem
fantasma na casa para satisfazer um desejo de Matias.
O narrador foi a um parque de diversões para conhecer o
6b. Resposta pessoal.
O fato de não aceitar
dinheiro e de correr para
casa mostram que o
menino ajudou na si
-
mulação por amizade e
que estava triste. O fato
de não ter mais brincado
em um trem fantasma
sugere que a lembrança
de Matias é dolorosa.
Era um antigo palacete, com móveis escu
-
ros e cortinas de veludo cor de vinho.
5b. Era noite e ventava
forte.
5c. Tanto o ambiente da
casa quanto as condi
-
ções climáticas pareciam
sinistros, assustadores
e, assim, favoreceram a
criação de uma atmosfera
semelhante à da brinca
-
deira do trem fantasma,
colaborando com os personagens para realizar o
desejo do menino.
Não. Ele apenas confirma a morte do menino, que já era esperada.
Sua mãe, seu pai, seu irmão e
o próprio narrador.
Realizar o desejo do menino doente de pas
-
sear de trem fantasma.
4c. Resposta pessoal.
Espera-se que os alu
-
nos respondam nega
-
tivamente. O contexto
da história promove a
simpatia do leitor pelos
personagens por perce
-
ber o esforço deles para
agradar o menino que
está à beira da morte.
1c. Resposta pessoal. A
narrativa permite dedu
-
zir que Matias já vinha
demonstrando sinais da
doença, porque estava
mirrado a ponto de caber
em um carrinho de bebê
e já não podia sair de
casa. Provavelmente a
família estava desespe
-
rada procurando desco
-
brir qual era a doença,
porque o texto se inicia
com a confirmação de
um diagnóstico.
6a. “E escrevi tudo num
papel, tal como escrevo
agora”; “Não me lembro
de ter andado de Trem
Fantasma desde então”.
brinquedo e fazer um projeto que permitisse imitá-lo na casa do amigo.
241
241
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A história do conto “Trem
Fantasma” se passa em 1956,
quando as perspectivas de
cura do câncer infantojuvenil
eram demasiado pequenas.
Felizmente, hoje, com os
avanços da ciência, a doença
vem sendo tratada com sucesso. Crianças que recebem
o tratamento adequado e o
carinho de todos têm muito
mais chances de sarar.
Sabia?
FRANTAB/SHUTTERSTOCK
Neste capítulo, você
leu dois contos que
abordam relações humanas. De qual você
gostou mais? Por quê?
Fala aí!
Se eu quiser aprender mais
As vozes no conto
Como você já estudou, a voz que conta os fatos em uma narrativa
pertence ao narrador. Mas também é comum que os personagens falem,
o que pode ocorrer de forma direta ou indireta.
1 Vamos voltar aos contos deste capítulo para observar essas construções. O trecho em azul exemplifica o discurso direto, e o trecho
em verde, o discurso indireto.
Trem Fantasma
“Afinal se confirmou: era leucemia mesmo a doença de
Matias, e a mãe dele mandou me chamar. Chorando, disse-me
que o maior desejo de Matias sempre fora passear de Trem
Fantasma; ela queria satisfazê-lo agora, e contava comigo.
Matias tinha nove anos. Eu, dez. Cocei a cabeça. Não se poderia levá-lo ao parque onde funcionava o Trem Fantasma.”
ILUSTRAÇÕES: LASSMAR
Pega ladrão, Papai Noel!
“Ele passeava pelo atraente departamento de brinquedos
eletrônicos, juntamente com seu sorriso, e acabara de passar
a mão nos cabelos louros de um garotinho, quando viu. Viu
o quê? Um homem, e mais que ele, sua mão surrupiando
um trenzinho de pilha, imediatamente metido numa bolsa
promocional da Emperor. Interrompendo em meio seu
sorriso, Papai Noel deu um passo firme e fez voz de vigia:
– Por favor, me deixe ver essa bolsa!”
Fala aí! – Estimule os alunos a
comentar o estilo dos autores.
Marcos Rey propôs uma narrativa mais dinâmica, marcada
pelo humor, enquanto Moacyr
Scliar optou por um tom mais
sério e triste.
Se eu quiser aprender mais
CG: 2, 4, 6, 8
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 4, 7
Habilidades: EF67LP28,
EF67LP29, EF69LP43,
EF69LP47
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) Que sinal de pontuação introduz a fala do personagem no discurso
direto? Você se lembra de outro sinal de pontuação que poderia
cumprir a mesma função?
b) No discurso direto, a fala do personagem é apresentada diretamente ao leitor e, no indireto, é apresentada com as palavras do
narrador. Como poderia ser a fala da mãe de Matias (trecho 2)
em discurso direto?
c) Compare o trecho em discurso indireto à fala que você criou
para a mãe de Matias. Qual delas parece caracterizar melhor o
personagem? Por quê?
d) As falas dos personagens são introduzidas por verbos de elocução,
como dizer, perguntar, comentar etc., que podem ser acompanhados por palavras que detalham a maneira como algo foi dito.
I. Que palavra ou expressão poderia ser incluída junto de disse
(trecho 2) para descrever as emoções da mãe de Matias?
II. Que palavra ou expressão poderia acompanhar o verbo disse
para substituir “fez voz de vigia”, expressando a mesma ideia?
Vamos agora estudar esses dois tipos de discurso em uma anedota. Leia
o texto e responda às questões 2 a 5.
Bat-competição
O morcego-pai reuniu seus três filhotes e disse:
– Hoje faremos um teste para descobrir quem é o mais rápido para
encontrar sangue.
Depois disso, o pai pegou um cronômetro e disse ao mais velho:
– Sua vez.
O filho do morcego balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e saiu voando.
Quarenta minutos depois, voltou com a cara toda suja de sangue e explicou:
– Pai, tá vendo aquela morena com a pele branca lá embaixo?
O pai disse:
– Estou.
– Pois é, pai. Chupei todo o sangue dela.
Aí o pai disse ao filho do meio:
– Sua vez.
O filho do meio balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e após
vinte minutos, voltou com a cara toda suja de sangue. Ele explicou:
– Pai, tá vendo aquela vaca toda murcha e morta lá embaixo?
– Estou.
– Pois é, pai. Chupei todo o sangue dela!
Restando somente o caçula, o pai disse:
– Sua vez.
O caçula balançou suas asas: “flap, flap, flap”, e após cinco
minutos, voltou com a cara toda suja de sangue e explicou:
LASSMAR
O travessão separa a fala, cumprindo uma função que
também poderia ser exercida pelas aspas.
No discurso direto, a fala do personagem é apresentada diretaSugestão: Matias sempre quis passear de Trem Fantasma.
Eu quero dar isso a ele e espero que me ajude.
Aquela em discurso direto, porque evidencia o comportamento emocional
do personagem, as características particulares de sua fala etc.
1d-I. Sugestões: Tristemente;
com voz chorosa; reunindo coragem.
1d-II. Sugestões: Disse autoritariamente; disse com
voz firme.
Questão 1 – Ao finalizar a correção da questão 1, faça na
lousa, com a ajuda dos alunos,
uma síntese das características dos dois tipos de discurso
estudados.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 Para representar a fala dos personagens, a anedota usa o discurso
direto.
a) Que sinal de pontuação é empregado para introduzir as falas?
b) Quais verbos de elocução foram utilizados?
c) Cite duas formas verbais que poderiam substituir o verbo de
elocução do primeiro parágrafo.
d) A palavra explicou (quinto parágrafo) poderia ser trocada por
perguntou. Nesse caso, que diferença haveria?
3 Releia os dois primeiros parágrafos.
a) Reescreva-os usando o discurso indireto.
b) A troca do tipo de discurso altera o sentido do trecho?
c) Que palavras você precisou mudar para adaptar o texto?
4 Leia uma reelaboração do trecho final da anedota usando o
discurso indireto.
O caçula balançou suas asas, “flap, flap, flap”, e, após cinco minutos,
voltou com a cara toda suja de sangue. Perguntou então ao pai se ele
estava vendo o muro embaixo deles. O pai disse que estava, e o caçula
explicou que ele, ao contrário, não o tinha visto.
a) Em sua opinião, qual é a melhor formulação: em discurso direto,
em discurso indireto ou você não vê diferença? Por quê?
b) As anedotas e piadas são geralmente apresentadas oralmente. Qual é a contribuição do discurso direto para o humor na
situação oral?
5 As experiências dos três morcegos são narradas praticamente com
a mesma fórmula.
a) A repetição iguala ou diferencia as experiências dos morcegos?
b) Por que a repetição ajuda a criar o humor no final da anedota?
– Pai, tá vendo aquele muro lá embaixo?
O pai disse:
– Estou.
– Pois é, pai. Eu não vi!
Disponível em: <http://maquinadepiadas.blogspot.pt/2011/10/>.
Acesso em: 15 jun. 2018.
Você já havia estudado os tipos de discurso? O uso de um ou de outro
cria efeitos diferentes na narrativa. O discurso direto caracteriza melhor os
personagens, mostrando a maneira particular pela qual se expressam; o discurso indireto permite ao narrador resumir uma fala que poderia ser longa,
expondo apenas o que é importante.
O travessão.
Disse, explicou.
Sugestões: falou, armou, avisou, informou.
Explicou abrange as duas falas do personagem,
3a. O morcego-pai reuniu
seus três lhotes e disse que
naquele dia fariam um teste
para descobrir quem era o
mais rápido para encontrar
sangue.
Não.
A troca do tipo de discurso altera o sentido do trecho?
Hoje, faremos, é.
4a. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos apontem
o discurso direto como uma
forma mais engraçada de
contar, porque mostra melhor
a inexperiência do morcego
caçula.
O discurso direto cria a possibilidade de o falante imitar o jeito
de falar do personagem, o que pode aumentar a graça do texto.
Iguala.
A repetição sugere que as expeenquanto perguntou se refere apenas à primeira fala que o segue.
riências foram iguais, mas a do morcego caçula foi muito diferente e inesperada, o que criou o humor.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora você está pronto para se arriscar na produção de um conto
autoral. O tema a ser desenvolvido é o seguinte: um rapaz trabalha
como vendedor de flores em um cruzamento de uma cidade grande
brasileira. Em um dos dias, o calor está surpreendentemente forte e há
risco de as flores murcharem antes de serem vendidas. Se isso acontecer,
ele perderá o dinheiro que gastou para comprá-las, o qual fará muita
falta em sua casa.
Seu conto será, a princípio, lido por um colega. Depois ficará acessível
no blog da turma e poderá ser conhecido por meio de gravações, como
aquelas que compõem os audiobooks.
Momento de produzir
Planejando meu conto
Veja, no esquema a seguir, algumas orientações para auxiliar você em
sua produção.
Durante o planejamento, faça anotações
a lápis em uma folha
grande. Você poderá
modificá-las, incluir novos dados, numerá-las
para organizar melhor
a sequência etc. Só depois inicie o conto. Isso
ajudará você a criar um
texto mais organizado e
a perceber as partes que
podem ser melhoradas.
Dica de professor
Meu conto NA PRÁTICA
Da teoria para a... ... prática
O narrador representa a posição ou
ponto de vista a partir do qual a história será contada.
Escolha quem vai narrar: o próprio rapaz? Outro vendedor? Um motorista? Alguém que observa a cena
de uma janela? Um narrador onisciente? Essa escolha define o tipo de informação que você poderá usar.
O rapaz conta seus próprios sentimentos porque fala
em primeira pessoa; um observador pode apenas deduzi-los; um narrador onisciente pode comentar sentimentos de todos os envolvidos etc.
O enredo é a sequência de ações da
narrativa e começa com uma contextualização (situação inicial).
Inicie dando as informações necessárias para que o
leitor saiba quem é o personagem principal. Esses dados constroem a situação inicial e preparam a entrada
do conflito (complicação).
Os personagens são os responsáveis
por realizar as ações que formam o
desenvolvimento do conto.
Além do rapaz, quais personagens estarão em cena e
como vão se caracterizar? Alguns podem ser mencionados de maneira genérica (os motoristas dos carros,
por exemplo), e outros podem ser individualizados,
como um colega do vendedor, que pode ter um nome
e dizer algo.
Faça uma lista com as ações para observar se a tensão
está aumentando e para definir o clímax. Depois, pense em como a história vai terminar.
O enredo é desenvolvido com a
apresentação de ações que caminham para um ponto de grande tensão e depois se resolvem.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
Se possível, oriente os alunos a produzir o texto no
computador para facilitar os processos de escrita,
reescrita e edição.
Veja uma orientação alternativa no final da seção.
Meu conto na prática
CG: 1, 2, 4, 6, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3
CELP: 1, 2, 4, 5, 7, 10
Habilidades: EF67LP30,
EF67LP32, EF67LP33,
EF67LP37, EF69LP44,
EF69LP51, EF69LP53
Assim como em Leitura 1 e
Leitura 2, mantivemos, nesta proposta, uma temática
que desenvolve o senso de
empatia, previsto pela CG 9.
Atendemos também à habilidade EF67LP30, cujo foco
está na criação de narrativas
ficcionais, com atenção ao desenvolvimento intencional de
seus componentes, já analisados nas atividades anteriores.
O passo a passo contribuirá
para que os alunos definam,
de modo consciente, narrador, personagens, referências
temporais e espaciais e partes
do enredo, e os verifique em
interação, considerando o
sentido global a ser construído pela narrativa.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Elaborando meu conto
1. Comece com um ou mais parágrafos que ajudem seu leitor a imaginar como é a
vida do personagem principal: rotina de trabalho, preocupações financeiras, vida
familiar, amigos etc.
2. Inicie a complicação descrevendo a situação que altera a rotina do personagem.
O que está acontecendo? Por que isso é um problema? Que sentimentos e pensamentos são provocados pelo acontecimento?
3. Desenvolva o conto, relatando ações que mostrem como o narrador lidou com o
que estava acontecendo. É o momento de fazê-lo interagir com outros persona
-
gens que podem ajudá-lo ou atrapalhá-lo. Veja que discurso – direto ou indireto –
é mais adequado em cada situação.
4. As ações devem resultar em um clímax, o momento de maior tensão.
5. Por fim, apresente um desfecho para o que foi narrado. O que acontece com as
flores? Como o narrador reage a isso?
6. Dê um título ao texto, buscando algo que possa atrair a curiosidade do leitor.
7. Releia seu texto para observar e corrigir, se for o caso, a divisão dos parágrafos
e das frases.
8. As relações de causa e consequência são muito importantes nas narrativas: uma
ação provoca outra e assim vai sendo criada a progressão. Veja se essas relações
estão bem claras.
Momento de reescrever
Avaliando meu conto
Troque seu texto com o de um colega. Enquanto ele avalia sua produção, você faz
o mesmo com a dele. Anotem, no final do texto, as letras maiúsculas de A a I. Elas
correspondem às questões a seguir. Respondam, em cada item, “sim”, “não” ou “mais
ou menos”. Em uma segunda leitura, usando lápis, anotem equívocos de ortografia,
pontuação e concordância.
Ao terminar, destroquem os textos e conversem sobre as respostas dadas.
A O título é coerente com o conto e atrai o leitor? B O leitor tem informações sobre a rotina do personagem? C Existe uma complicação relacionada às flores e ao calor? D As ações contadas tornam-se mais intensas até chegar a um clímax? E Há um desfecho que explica o que aconteceu com as flores e com o personagem
principal?
F Todas as informações necessárias para que o leitor compreenda a história foram
apresentadas?
G Houve um bom uso dos tipos de discurso? H Existe coerência na maneira de narrar, isto é, o narrador conta apenas aquilo
que poderia saber?
I Os parágrafos e as frases estão bem divididos?
FERNANDO JOSÉ FERREIRA
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Reescrevendo meu conto
1. O conto que você criou ficará disponível no blog da turma. Assim, considere os comentários de seu colega e decida se vai manter o conto como
está ou se vai reescrever uma ou mais partes para aprimorá-lo.
2. Verifique também as anotações relativas à linguagem. Corrija equívocos,
consultando um dicionário, uma gramática ou o professor.
Inserindo meu conto no blog da turma
O próximo passo é preparar a postagem no blog. Um grupo de quatro
ou cinco alunos formará a equipe de editores, responsável por receber os
contos, organizá-los, criar um texto de apresentação da atividade e enviar
os materiais para que o professor faça a postagem.
Sua parte
1. Utilizando um editor de textos, digite seu conto e explore a ocupação da
página, escolhendo o tipo e tamanho da letra, o espaçamento, a distância
da margem etc. Você é responsável pela aparência final de seu texto.
2. Envie o texto para a equipe de editores.
3. Considere o convite para gravar a leitura do conto. É mais uma forma de
compartilhar sua produção.
Editores
1. Produzam um vídeo curto de apresentação da atividade, contando a
proposta de produção.
2. Criem uma lista com os títulos dos contos, os nomes dos autores e um
LASSMAR
link para acessar os textos.
3. Convidem a turma para gravar a leitura de alguns dos contos.
4. Ajudem os alunos voluntários a preparar esse material.
Lembrem-se de orientar a leitura, que deve ser fluente e
expressiva, a fim de traduzir a compreensão e a interpre
-
tação do conto. O leitor deve estar atento ao ritmo, às
pausas e à entonação indicada pela pontuação. E, para
garantir uma boa audição, deve pronunciar as palavras
com clareza.
5. Cuidem para que o local de captação da voz esteja silen
-
cioso. A gravação pode ser feita usando aparelhos simples,
mas não pode ser comprometida por ruídos.
6. Disponibilizem os áudios com os textos.
7. Façam uma pesquisa de textos de outros gêneros que
também falem de vendedores de flores: uma animação,
uma fotorreportagem, uma reportagem de TV etc. O blog
ficará mais rico se vocês acrescentarem mais gêneros e
mais linguagens.
8. Apresentem a página pronta para a turma.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Neste capítulo você leu contos que tratam de relações humanas.
No primeiro, destacou-se o conflito; no segundo, a solidariedade.
O texto que você vai ler agora é uma notícia que também trata de uma
situação envolvendo relações entre pessoas. Conheça o fato e responda
às questões.
Textos em conversa
Cansada de ler sobre garotos, menina reúne
4.000 livros com garotas negras
Marley Dias, 11, começou uma campanha para reunir 1.000 livros com protagonistas negras.
ANDREA CIPRIANI MECCHI
Cansada de ler livros na escola sobre “garotos brancos e seus cachorros”,
Marley Dias, 11, resolveu começar um desafio ousado: reunir mil livros
cujas personagens principais fossem meninas negras.
Com ajuda de sua mãe, Janice, a garota, que vive em New Jersey,
nos Estados Unidos, começou a campanha na internet em novembro
do ano passado com a hashtag <#1000blackgirlbooks> (1.000 livros
de garotas negras).
“Eu estava na quinta série e fiquei frustrada porque só líamos livros
sobre garotos brancos e seus cachorros. Daí, eu falei com a minha mãe e
ela me disse: ‘ok, mas o que você vai fazer sobre isso?’ E eu decidi que ia
colecionar mil livros”, contou ela em entrevista à Folha.
Textos em conversa
CG: 1, 2, 4, 6, 8, 9, 10
CEL: 1, 2, 3, 6
CELP: 1, 3, 4, 5, 6, 7, 9
Habilidade: EF06LP02
Voltamos, nesta seção, à
ideia de que a literatura tem
o potencial de transformar
e humanizar, como prevê a
CELP 9. O foco da notícia está
na atitude de uma adolescente que reconhece a função da
literatura como forma de representação de identidades e
reúne livros que empoderam
a menina negra, atuando,
portanto, contra os preconceitos de gênero e de raça.
Nesse sentido, a reflexão estimulada pelo texto dialoga
também com a CG 9, que trata da valorização de grupos
sociais, sem preconceitos de
qualquer natureza.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
“Não me entenda mal, eu gostava daquelas his
-
tórias, eu só queria algo com que eu pudesse me
relacionar”, explicou.
Para Marley, se ver em um personagem é muito
importante, porque ajuda a entender e a lembrar
melhor da mensagem dos livros.
No começo, conta Janice, foi difícil. Elas rece
-
beram algumas doações, mas em janeiro, depois de
aparecerem em um jornal, os livros começaram a
chegar – e muitos, muitos deles.
Até agora, o projeto já reuniu mais de 4.000 livros,
muitos dos quais Marley e a organização social de
sua mãe, a GrassROOTS Community Foundation
– que acabou participando ativamente da campanha
e da organização dos livros –, doaram para a antiga
escola da garota, além de outros colégios nos Esta
-
dos Unidos e na Jamaica, onde Janice nasceu.
“Eu fiquei orgulhosa de mim por ter conseguido
atingir o objetivo e depois ultrapassá-lo”, contou
Marley. “E mil era um número grande para mim,
porque eu só tenho 11 anos”, brinca.
Ela e sua mãe esperam continuar recebendo doa
-
ções. “Acho que nós não tínhamos noção do dilema
internacional que é essa questão da falta de diversida
-
de e a Marley teve a chance de dar voz a um desafio
que muitas pessoas preferem não falar”, disse Janice.
Entre os favoritos de sua grande coleção, Marley destaca o livro Brown
Girl Dreaming (não há traduções em português), que conta, em poemas,
a história de uma garota afro-americana criada no sul dos Estados Unidos
durante os anos 1960 e 1970, em um contexto de segregação racial.
“Eu gostei, porque foi um desafio ler esse livro, já que era poesia”, con
-
ta ela. “Foi bom para eu desenvolver minhas habilidades de leitura e foi
muito divertido. Poesia é mais misterioso, porque os autores não tentam
te contar o significado direto, você pode ir lendo e fazer o seu caminho.”
Agora, Marley já tem planos de formar um clube de leitura de livros sobre
garotas negras. A ideia, explica ela, é que os participantes leiam o volume
escolhido durante o verão e depois discutam por Skype ou na internet.
“São livros sobre garotas negras, mas, na verdade, os livros são para
todas as pessoas que quiserem ler e você pode aprender muito neles sobre
racismo e cultura”, diz ela. ISABEL SETA. Cansada de ler sobre garotos, menina reúne 4.000 livros com
garotas negras. Folha de São Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.
com.br/folhinha/2016/04/1758611-cansada-de-ler-sobre-garotos-meninareune-4000-livros-com-garotas-negras.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2018.
Marley Dias escreve sua hashtag
<#1000blackgirlbooks> em quadro.
DR. JANICE JOHNSON DIAS (MÃE DE MARLEY)
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Essa notícia, assim
como outras publicadas
na internet, poderiam
ser facilmente compartilhadas em redes sociais.
Você a teria compartilhado? Por quê?
Fala aí!
1 Entre os gêneros jornalísticos, a notícia tem lugar central.
a) Por que a história de Marley se tornou notícia?
b) Algumas informações são fundamentais em uma notícia e costumam ser apresentadas logo no início do texto. Localize os dados
referentes ao fato noticiado.
• O que aconteceu?
• Quem estava envolvido?
• Onde aconteceu?
c) O momento em que o fato aconteceu também costuma ser
informado, mas não está evidente nesse texto. Como você pode
descobri-lo?
2 Algumas das afirmações a seguir são incorretas. Copie-as no caderno e explique por que são falsas.
I. Marley Dias não apreciava histórias com garotos brancos e seus
cachorros.
II. A menina entendia que as histórias lidas na escola não tinham
relação com sua própria identidade.
III. Quando ouviu a reclamação da filha, Janice estimulou-a a encontrar
uma solução para seu problema.
IV. Desde o início, Marley e Janice não tiveram dificuldade para conseguir
os livros desejados.
V. A menina guarda as obras que obteve com muito carinho.
VI. O caso de Marley revela que as escolas só oferecem a leitura de
livros com meninos brancos e seus cachorros por não haver obras
com outros personagens.
VII. Marley mostra-se interessada em livros que estimulem sua habilidade de leitura.
3 A campanha de Marley começou com um incômodo pessoal, mas a
menina acabou tocando em um problema social, coletivo. Qual?
4 A menina ainda tem outro projeto ligado à literatura. Qual é ele?
5 As fotografias reproduzidas nas páginas anteriores também estavam
na notícia publicada no site do jornal.
a) Descreva a primeira fotografia, observando seus elementos e a
disposição deles e expondo o efeito produzido por essa composição.
b) As legendas são textos muito curtos, que acompanham as fotografias
para contextualizá-las e se relacionam com dados apresentados na
matéria em que se inserem, como vemos nessa notícia. Já as fotolegendas, embora igualmente curtas, não estão associadas a outro
texto, por isso precisam ter informações completas. Reescreva a legenda da primeira foto para que se transforme em uma fotolegenda.
6 A história de Marley, contada nessa notícia, poderia dar um bom
conto. Quais seriam a situação inicial, o conflito (complicação) e
o desfecho?
2-V. Marley e a organização
social de sua mãe, a GrassROOTS Community Foundation, doaram muitos dos livros
para bibliotecas.
Resposta pessoal.
1a. Porque, embora muito
jovem, Marley lutou contra
um preconceito e realizou
uma campanha que obteve
muito destaque.
Foram reunidos quatro mil livros com histórias
protagonizadas por meninas negras.
Marley e sua mãe.
New Jersey, EUA.
O dado está disponível nas referências
bibliográficas que seguem o texto.
As respostas são sugestões.
Afirmações falsas: I, IV, V e VI.
A menina apreciava essas histórias, mas achava que
não deveria haver apenas personagens diferentes dela.
A afirmação é verdadeira.
A afirmação é verdadeira.
Antes de a campanha ser divulgada nos jornais, era
difícil conseguir os livros.
A menina reuniu mais de quatro mil livros, o
que sugere que há material disponível.
3. O preconceito ou o privilégio de alguns grupos sociais.
A predominância de obras
com meninos brancos revela
preconceitos étnico-raciais e
de gênero.
A afirmação é verdadeira.
Criar um clube de leitura para discussão das obras pela internet.
6. Situação inicial: a escola oferece à personagem apenas histórias de meninos brancos. Conflito: a personagem se
incomoda com a situação e resolve reunir livros com meninas negras como protagonistas. Desfecho: a personagem
consegue reunir mais de quatro mil livros e divulgar sua campanha.
Aproveite para explicitar as
partes que compõem essas
referências bibliográficas:
autor do texto, material (site,
livro etc.) de que foi copiado,
data da publicação e data do
acesso.
5a. A fotografia apresenta
Marley deitada sobre inúmeros livros. A foto cria um
contraste entre o tamanho da
garota e o espaço ocupado
pelos livros, que se estendem
por todo o quadro, confirmando seu êxito.
5b. Sugestão: Incomodada
com a leitura de livros protagonizados por meninos
brancos, a jovem estadunidense Marley Dias, 11, fez
uma campanha na internet e
reuniu quatro mil livros com
garotas negras.
Fala aí! – Estimule os alunos
a justificar suas respostas. É
interessante que percebam que
uma campanha como essa não
diz respeito apenas às pessoas
que são vítimas do preconceito racial. Como cidadãos, todos somos responsáveis pela
construção de uma sociedade
mais justa.
Questão 5 – Essa questão pode
servir como mote para que você
solicite aos alunos a produção
de mais um conto. A escrita
pode ser feita em grupos e a
avaliação deve levar em conta a
coerência entre a narrativa produzida e a história noticiada.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Veja novamente o título da notícia sobre a jovem Marley:
“Cansada de ler sobre garotos, menina reúne 4.000 livros com
garotas negras”.
Esse título indica o principal fato noticiado: reunir muitos livros com garotas negras. A ação é citada no predicado da oração e é atribuída à palavra
menina, que ocupa o lugar de sujeito. Para chamar a atenção, o produtor da
notícia preferiu destacar a pouca idade de quem fez a ação e excluiu a figura
da mãe, que também a auxiliou.
Nesta seção, você vai explorar diferentes efeitos produzidos pela escolha
do sujeito e conhecer três de seus tipos.
Vamos observar a estrutura das orações. Leia os enunciados desta tira do
quadrinista fluminense André Dahmer e responda às questões.
Malvados André Dahmer
© ANDRÉ DAHMER
1 Quantos personagens há na tira? Quais são as falas de cada um?
2 O último enunciado da tira é “Os peixes maiores devoram os menores”.
Explique a comparação feita entre empresas e peixes.
3 Observe que o enunciado “Que bonito!” vem antes de “Os peixes maiores
devoram os menores”. No final da leitura, o que o leitor conclui, então,
sobre o personagem que disse “Que bonito!”? Por quê?
4 Entre os enunciados da tira, há um que pode ser classificado como
frase, mas não como período. Qual é ele? Explique por quê.
Mais da língua
Sujeito determinado
Pra começar
Observe novamente a última fala. Como você já estudou, enunciados
com essa estrutura são chamados de períodos simples, porque são formados
por uma única oração.
1. Há dois personagens. Um deles
aparece no primeiro e no último
quadrinho, e suas falas são “Como
funcionam as grandes empresas?”
e “Que bonito!”. O outro personagem aparece no segundo quadrinho com a fala “Funcionam como
a mamãe natureza”; no último
quadrinho aparece apenas a fala
dele: “Os peixes maiores devoram
os menores”.
2. As grandes empresas são os
peixes grandes, que devoram os
pequenos (ou seja, as pequenas
empresas). Ocorre assim uma
disputa desigual, na qual quem
ganha é o mais forte.
4. Trata-se do enunciado “Que bonito!”, considerado uma frase, pois
tem sentido completo, mas não um período, já que não contém verbo.
3. O leitor conclui que o personagem que disse isso é ingênuo,
pois imaginou algo positivo considerando a comparação das
grandes empresas com a “mamãe
natureza”, ideia que será destruída pela última fala na comparação
das grandes empresas com os
peixes grandes a devorar os pequenos (as pequenas empresas).
No Capítulo 7, estudamos frase, oração, período, sujeito e predicado.
Agora, no Capítulo 8, propomos a revisão desses conceitos, também
reforçada nas atividades, e a ampliação da abordagem teórica.
Propomos, nesta coleção, que os
estudos de concordância verbal
e nominal sejam feitos conforme são estudadas as funções
sintáticas de sujeito, adjunto
adnominal e predicativo do
sujeito. Refletindo sobre essas
funções e aplicando-as na leitura
e na escrita, o estudante está
preparado para compreender
a relação entre elas e outros
termos da oração. Entendemos
ser contraproducente reservar
esse estudo para o 9o ano e
apresentá-lo como um conjunto
de regras. Parece-nos mais adequado construir e aprofundar
esse conhecimento ao longo do
Ensino Fundamental.
O sujeito indeterminado e a
oração sem sujeito serão estudados no volume do 8o ano,
quando os alunos já terão conhecimento da estrutura da
oração e mais consciência do
fenômeno de concordância
verbal e nominal.
Assuntos trabalhados na
parte de linguagem deste
capítulo:
• Estrutura das orações;
• Sujeito determinado;
• Concordância verbal;
• Acentuação gráfica em
hiatos e ditongos (revisão).
Mais da língua e Isso eu já vi
CG: 1, 2, 3, 4, 7
CEL: 1, 2, 3, 4, 5
CELP: 1, 2, 3, 4, 6
Habilidades: EF06LP12,
EF67LP05, EF67LP07,
EF67LP32, EF69LP03,
EF07LP07, EF08LP06
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Você já sabe também que, em geral, as orações são constituídas de duas
unidades. Aquela que contém o verbo e seus complementos é chamada de
predicado e sempre está presente na oração. A outra unidade é o sujeito,
ser ou objeto sobre o qual o verbo faz uma declaração.
“Os peixes maiores devoram os menores.”
sujeito verbo complemento
predicado
Entre as palavras que formam o sujeito, peixes é a central, à qual se
agregam os demais termos, por isso é chamada núcleo do sujeito. As
demais são termos que determinam esse sujeito.
O sujeito pode ser constituído de um ou mais núcleos, ou, ainda, pode
não estar explícito. Essa diferença determina sua classificação. Veja.
HUGO ARAÚJO
“Como funcionam
predicado sujeito simples
as grandes empresas?”
“Os peixes maiores
sujeito simples
devoram os menores.”
predicado
Sujeito simples: formado
por um só núcleo.
predicado
se assemelham.
sujeito composto
Grandes empresas e peixes grandes Sujeito composto: formado
por dois ou mais núcleos.
predicado
“Funcionam como a mamãe natureza.”
sujeito oculto
(As grandes empresas) Sujeito desinencial: é reconhecido, no
predicado, pela desinência do verbo.
O sujeito simples e o sujeito composto sempre estão expressos na frase,
enquanto o sujeito desinencial está implícito na desinência (terminação)
do verbo e pode ser reconhecido pelo contexto.
Há, ainda, mais duas classificações (o sujeito indeterminado e a oração
sem sujeito), que você estudará nos próximos anos.
1 Leia uma tira do ilustrador paulista Paulo Kielwagen.
Blue e os gatos Paulo Kielwagen
© PAULO KIELWAGEN
O sujeito determinado NA PRÁTICA
A NGB aboliu a nomenclatura
sujeito oculto. Entende-se que
o sujeito não está escondido na
oração, como sugere o termo
oculto, mas implícito na desinência do verbo. Emprega-se,
atualmente, a nomenclatura
sujeito desinencial ou sujeito
implícito na desinência verbal.
Se desejar ler sobre isso, consulte a obra Nossa gramática:
teoria e prática, de Luiz Antonio Sacconi (27. ed. São Paulo:
Atual, 2001. p. 333).
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) A primeira fala do gato Blue pode ser considerada uma frase e um
período? Por quê?
b) Que interjeição poderia ser colocada na primeira fala para expressar
os sentimentos de Blue?
c) Com quem Blue fala no último quadrinho?
d) Que pronome poderia ser incluído no enunciado do último quadrinho para indicar o sujeito da locução vai estragar?
e) Sem o pronome, como se classifica o sujeito da locução vai estragar?
E com o pronome?
f) Explique o que produz o humor nessa tira.
g) DESAFIO DE ESCRITA O parágrafo a seguir é uma análise da tirinha,
mas, propositalmente, há muita repetição de palavras. Reescreva
o texto em seu caderno, evitando repetir termos. Se achar conveniente, reúna duas ou mais orações em um único período.
Essa é uma tirinha de Paulo Kielwagen. Paulo Kielwagen é o criador do
Gato Blue. Na tirinha, o Gato Blue aparece, inicialmente, apreciando
um cheiro não identificado. O leitor percebe, em seguida, que o cheiro
vem do atum. O atum está sendo usado no preparo de uma pizza, mas
o Gato Blue parece espantado e, na sequência, desgostoso. Para o
Gato Blue, colocar o atum na pizza é uma forma de estragar o atum
e, sem entender o gosto humano, sente-se ofendido.
2 Leia esta notícia.
Casal é resgatado pela Marinha americana
de ilha deserta no Pacífico
Linus e Sabina Jack escreveram um pedido de socorro
na areia da ilha de Fayu, na Micronésia
ILHA FAYU, MICRONÉSIA. Parece roteiro de cinema, mas é verdade.
Um casal foi resgatado de uma ilha deserta no Pacífico depois que seu
pedido de socorro foi avistado por um avião da Marinha dos Estados
Unidos. As fotos com o pedido de SOS desenhado na areia da ilha
de Fayu, na Micronésia, foram divulgadas neste sábado pela conta do
Twitter @USNavy, embora o resgate tenha acontecido no último dia 25.
Linus e Sabina Jack, ambos de 50 anos, ficaram desaparecidos por
uma semana. O casal saiu da ilha de Weno no dia 17 de agosto sem o
equipamento de emergência e esperava chegar à ilha de Tamatam no
dia seguinte. Como não chegaram, foi iniciada uma busca, que contou com 14 barcos e dois aviões que rastrearam 30 mil km2. O sinal
de SOS foi visto por um avião da Marinha americana, que acionou a
guarda costeira para o salvamento de Linus e Sabina. [...]
Casal é resgatado pela Marinha americana de ilha deserta no Pacífico. O Globo.
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/casal-resgatado-pela-marinhaamericana-de-ilha-deserta-no-pacifico-20005929>. Publicado em: 28 ago. 2016.
Acesso em: 10 maio 2018.
HUGO ARAÚJO
É uma frase, porque tem sentido completo nesse contexto, mas não é um período,
A primeira fala do gato Blue pode ser considerada uma frase e um
pois não apresenta verbo.
Que interjeição poderia ser colocada na primeira fala para expressar
Uma interjeição que expresse alegria, como Hum!, Oba!, Uau!, Oh!.
Com uma pessoa que está fazendo a pizza
e é representada pela mão.
O pronome você.
Sem o pronome: sujeito desinencial; com o pronome:
sujeito simples.
Explique o que produz o humor nessa tira.
1f. A diferença entre as perspectivas da pessoa que faz
a pizza (que gosta de atum
nela) e do gato (que acha
isso um absurdo, preferindo
o atum puro, do jeito que sai
da lata).
1g. Sugestão: Essa é uma
tirinha de Paulo Kielwagen,
o criador do Gato Blue. Nela,
o personagem aparece, inicialmente, apreciando um
cheiro não identificado. O
leitor percebe, em seguida,
que vem do atum usado no
preparo de uma pizza, mas
o gato parece espantado e,
na sequência, desgostoso.
Para ele, tal uso é uma forma
de estragar o peixe e, sem
entender o gosto humano,
sente-se ofendido.
Desafio de escrita – Peça
a alguns alunos que leiam
suas propostas de reescrita
e sistematize os resultados.
Desse modo, o repertório de
recursos de coesão da turma
poderá ser ampliado. Destaque
a substituição por sinônimos
ou pronomes e a possibilidade
de elipses.
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Linha fina é a frase
que vem logo depois do
título; é uma espécie de
subtítulo.
Lembra?
3 Leia uma tirinha do quadrinista roraimense Armando Vitor.
Turma da Jurema Armando Vitor
a) Ao afirmar que a situação vivida pelo casal “parece roteiro de cinema”,
o produtor da notícia inclui, no relato dos fatos, uma observação
pessoal. O que ele sugere quando faz essa comparação?
b) Que palavras são usadas, no título e na linha fina, para designar as
pessoas que foram salvas?
c) Nem sempre o sujeito pratica uma ação. Observe as orações do
título e da linha fina: em qual delas o sujeito sofre a ação?
d) Anote mais dois exemplos do texto em que o sujeito sofre a ação
e sublinhe a locução verbal que expressa tal ação.
e) Em algumas orações com sujeito que sofre a ação, informa-se quem
a praticou. Transcreva dois exemplos desses praticantes.
© ARMANDO VITOR
a) No primeiro quadrinho, Jurema conta o motivo de sua animação.
Qual é?
b) Como a sequência da tirinha desconstrói a declaração inicial?
c) Com base nas duas respostas, conclua: o que provoca o humor
da tira?
d) Qual é o sujeito da locução verbal vai começar, do primeiro
quadrinho?
e) Explique por que a concordância entre essa locução verbal e seu
sujeito não está adequada à norma-padrão.
f) O equívoco indicado no item
e é admitido no contexto da tira, que
é informal. E em uma situação de fala formal, esse tipo de desvio
é aceitável? Explique.
Além de simples, composto ou desinencial, o sujeito determinado pode
ser classificado como sujeito agente, quando realiza a ação expressa pelo
verbo (O casal escreveu o pedido de socorro), ou sujeito paciente, quando sofre
o processo expresso pelo verbo (O pedido de socorro foi escrito pelo casal).
Quando há um termo responsável pela ação em uma oração com sujeito
paciente, esse termo é chamado de agente da passiva: O casal foi resgatado
por marinheiros
.
2c. Na oração do título, o
casal sofre a ação de ser
resgatado.
2a. Sugere que os fatos são quase inacreditáveis, estão distantes
do que costuma acontecer cotidianamente.
2d. “Um casal foi resgatado”;
“seu pedido de socorro foi
avistado”; “As fotos com o
pedido de SOS desenhado
na areia da ilha de Fayu, na
Micronésia, foram divulga
-
das”; “foi iniciada uma busca”;
“o sinal de SOS foi visto”.
Casal; Linus e Sabina Jack.
2e. Exemplos: “pela Marinha
americana”; “por um avião
da Marinha dos Estados Uni
-
dos”; “pela conta do Twitter @
USNavy”; “por um avião da
Marinha americana”.
Não. Em uma situação de fala formal, espera-se um
uso mais cuidadoso e monitorado da língua.
3a. O início das Olimpíadas
em breve, já que Jurema gosta
muito de esportes.
A quebra de expectativa.
O sujeito é “as Olimpíadas”.
3b. Embora queira aumentar
o volume da TV, Jurema fica
com preguiça de se levantar
para pegar o controle remoto,
o que sugere que ela é seden
-
tária, e não esportista, como
havia afirmado.
3e. O sujeito está no plural
(as Olimpíadas), e a locução
verbal deveria concordar com
ele (vão começar).
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SD BIJU
4 Leia esta notícia.
Este é um girino de perereca da espécie Frankixalus jerdonii. Durante um século, se acreditou que esses animais haviam desaparecido da
natureza. Mas, em uma noite de 2007, uma equipe de pesquisadores
indianos estavam na floresta pesquisando sobre outros anfíbios quando
teriam ouvido uma “verdadeira orquestra” vinda do topo das árvores.
Eles iniciaram uma investigação e descobriram que o animal, além
de não ter desaparecido, faz parte de um novo gênero de pererecas, o
Frankixalus. Os resultados do estudo foram publicados [...] na revista
científica Plos One.
Bichos que foram notícia. UOL notícias. Disponível em: <https://noticias.
uol.com.br/album/2016/01/04/bichos-que-foram-noticia.htm?abrefoto=1
9%23fotoNav=13#fotoNav=30>. Acesso em: 15 jun. 2018.
a) Por que as pererecas da espécie citada no texto tornaram-se assunto
de uma notícia?
b) De acordo com a notícia, havia muitas pererecas da espécie Frankixalus na floresta onde estavam os pesquisadores indianos. Como
esse fato foi indicado no texto?
c) Qual é o sujeito da oração “Mas, em uma noite de 2007, uma equipe
de pesquisadores indianos estavam na floresta”? Classifique-o e
indique seu núcleo.
d) Segundo a norma-padrão, o verbo deve concordar com o núcleo
do sujeito determinado. Que equívoco pode ser observado na
oração indicada no item anterior? O que, provavelmente, causou
esse equívoco?
e) Reescreva a mesma oração três vezes, trocando o sujeito por:
I. vários pesquisadores;
II. um grupo de pesquisadores;
III. cerca de dez pesquisadores;
IV. a maioria dos pesquisadores.
Se precisar, consulte o quadro no final da questão 5.
4c. Uma equipe de pesquisadores indianos: sujeito
simples; núcleo: equipe.
4a. Porque se acreditava
que elas estavam extintas
da natureza, até uma equipe
de pesquisadores indianos
descobrir que isso não era
verdade.
4b. O texto menciona uma
“verdadeira orquestra” ouvida pelos pesquisadores, o
que sugere uma quantidade
grande desses animais.
4d. O verbo está no plural,
portanto não concorda com
o núcleo do sujeito: equipe. É possível indicar dois
motivos para o equívoco: a
concordância teria sido feita
com a expressão no plural
que acompanha o núcleo,
pesquisadores indianos, ou
com a ideia de que equipe
é uma palavra que sugere
várias pessoas.
4e. Mas, em uma noite de
2007, vários pesquisadores
estavam na floresta; [...] um
grupo de pesquisadores estava na floresta; [...] cerca de
dez pesquisadores estavam
na floresta; a maioria dos pesquisadores estava/estavam
na floresta.
Questão 4e – Sugerimos que as
reformulações sejam anotadas
na lousa e que a concordância
seja mostrada caso a caso.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
© BRUNO GALVÃO
a) No último parágrafo, o escritor do artigo empregou a palavra irreversível para
dizer que não acredita na redução da urbanização. Tal palavra foi formada a
partir de reversível. Identifique o prefixo anexado a ela e explique como ele
altera o sentido.
b) Complete a reformulação da primeira frase do texto, empregando uma palavra
com o mesmo prefixo: O processo de urbanização era * antes do século passado.
c) Transcreva as duas orações que informam porcentagens.
d) Leia, no quadro a seguir, a concordância que deve ser feita quando o sujeito
apresenta porcentagens. As duas orações estão de acordo com ela? Por quê?
e) Reescreva a oração “Hoje, mais da metade da população mundial vive em
áreas urbanas”, trocando a expressão sublinhada por a maior parte daspessoas.
f) Observe esta charge, que “conversa” com o tema explorado no artigo “Uma
breve história da urbanização”.
5 Leia este trecho de um artigo de opinião.
Uma breve história da urbanização
[...]
O processo de urbanização não se tornou expressivo, senão no século passado. Três por cento da população mundial viviam em centros urbanos até o ano
de 1800. Um século depois, em 1900, 14% representavam a população urbana e
12 cidades do mundo tinham população superior a um milhão de pessoas. Mais
50 anos, em 1950, a população urbana havia dobrado e o número de cidades
com mais de um milhão de habitantes crescera seis vezes.
Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas e, em 2030,
quase dois terços da população mundial deve viver nas cidades.
O processo de urbanização é irreversível e caminha a passos largos. As
cidades não têm alternativas, a não ser estruturarem-se para receber de forma
organizada e sustentável todo esse contingente de pessoas.
CLAUDIO BERNARDES. Uma breve história da urbanização. Folha de São Paulo. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiobernardes/2017/02/1861857-uma-brevehistoria-da-urbanizacao.shtml>. Acesso em: 15 jun. 2018.
Explique como a charge sugere ideias semelhantes àquelas expostas no texto.
5a. O prefixo é in-, que
expressa negação. Ele
altera o sentido de reversível, que passa a
significar não reversível,
não alterável, não modificável.
5b. Inexpressivo.
5c. “Três por cento da
população mundial viviam em centros urbanos
até o ano de 1800”; “Um
século depois, em 1900,
14% representavam a
população urbana”.
5d. Não. O verbo deveria
estar no singular na primeira oração para concordar com o substantivo
que acompanha a porcentagem; nesse caso,
população. Na segunda
oração, ocorre apenas o
número, e a concordância deve ser, de fato, feita
no plural.
5e. Hoje, a maior parte
das pessoas vive (vivem) em áreas urbanas.
5f. Ao mostrar a casinha
sendo expulsa do espaço
ocupado por prédios, a
charge sugere a ampliação desse tipo de moradia, que abriga mais pessoas, e, com isso, indica
que está aumentando o
número de moradores
das áreas urbanas, aspecto exposto no artigo.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ILUSTRAÇÕES: VICENTE MENDONÇA
Neste capítulo, você
estudou os casos de
sujeito simples. Nos
próximos dias, preste atenção na fala das
pessoas ao seu redor e
verifique como é feita
a concordância entre o
verbo e os sujeitos desse
tipo. Anote exemplos
que chamem sua atenção e traga para a aula.
A língua nas ruas
Este quadro resume algumas regras de concordância previstas na norma-
-padrão.
1. Sujeito simples: o verbo concorda com o núcleo em pessoa e número.
As portas do armário emperraram.
2. Sujeito composto: se estiver antes do verbo, a concordância ocorre no
plural; se estiver depois, o verbo pode concordar com o núcleo mais próximo
ou aparecer no plural.
O pai e os filhos viajaram.
Viajou o pai e os filhos.
Viajaram o pai e os filhos.
Casos especiais
3. Porcentagem: se for acompanhada por substantivo, o verbo concorda com
ele; caso contrário, a concordância é feita com o número da porcentagem.
60% da turma prefere vôlei a futebol.
60% dos alunos preferem vôlei a futebol.
15% gostam mais de queimada.
4. Expressão partitiva (parte de, metade de, a maioria de, a maior parte de
etc.): quando está acompanhada por um substantivo ou pronome no plural, a
concordância pode ser feita no singular ou no plural.
Boa parte dos funcionáriosjá deixou / deixaram o prédio.
A maioria de vocêsjá pode / podem sair de férias.
5. Expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
de, perto de etc.) acompanhada de numeral e substantivo: o verbo concorda
com o substantivo.
Cerca de trinta moradores compareceram à reunião do condomínio.
Mais de um morador contraiu dengue.
A língua nas ruas – É provável
que os alunos tragam exemplos de orações em que há
inadequações em relação ao
que é previsto na norma culta.
Anote algumas delas na lousa
e, evitando o uso da palavra
erro, discuta qual seria a forma
adequada a essa norma. Depois, explique a eles que, nas
variedades populares, não é
incomum que a ideia de plural
seja expressa apenas por um
dos termos, como ocorre em
“Os menino adora feijão-preto” ou “Nós pegou o ônibus
errado”. Reforce que o uso
feito nas variedades urbanas
de prestígio considera a concordância de todos os termos
que podem ser flexionados no
plural quando se deseja indicar esse número e que, como
eles estão avançando em seus
estudos, é interessante que se
valham dessas formas que são
valorizadas pela sociedade.
Não obstante, reafirme que
não é correto considerar tais
construções e outras das variedades populares como inferiores ou precárias. A maior
valorização de uma forma em
detrimento da outra, como eles
já vêm estudando, reflete a
maneira como a sociedade se
estrutura.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) No conto que você leu, o homem e o menino vivem experiências
diferentes na véspera do Natal. Explique essa diferença e comprove
sua resposta com trechos do texto.
b) As características da criança destacadas no texto constroem uma
imagem de fragilidade. Explique o objetivo com que é construída
essa imagem.
c) Fernando Silva ou Fernando são o sujeito de vários verbos e locuções
verbais. No caderno, crie duas colunas: uma para sujeito expresso e
outra para sujeito desinencial. Em seguida, escreva nas colunas respectivas as formas e locuções verbais referentes a cada tipo de sujeito.
d) Por que é importante que o sujeito possa ficar implícito em algumas
passagens do texto?
e) Copie no caderno o terceiro período do texto. Separe as orações
e identifique e classifique os sujeitos, sublinhando os núcleos.
f) Por que a oração “ou talvez pedissem licença” apresenta um verbo
na terceira pessoa do plural?
g) Por que a oração “que um dos doentinhos andava atrás dele” tem o
verbo na terceira pessoa do singular?
Manágua: capital da Nicarágua,
país da América Central.
Espocavam: estouravam,
pipocavam.
Penumbra: ponto entre
a luz e a sombra.
6 Leia este conto curto do escritor uruguaio Eduardo Galeano
(1940-2015).
Noite de Natal
Fernando Silva dirige o hospital de crianças, em Manágua.
Na véspera do Natal, ficou trabalhando até muito tarde.
Os foguetes espocavam e os fogos de artifício começavam a
iluminar o céu quando Fernando decidiu ir embora. Em casa,
esperavam por ele para festejar.
Fez um último percorrido pelas salas, vendo se tudo ficava
em ordem, e estava nessa quando sentiu que passos o seguiam.
Passos de algodão: virou e descobriu que um dos doentinhos
andava atrás dele. Na penumbra, reconheceu-o. Era um menino
que estava sozinho. Fernando reconheceu sua cara marcada
pela morte e aqueles olhos que pediam desculpas ou talvez
pedissem licença.
Fernando aproximou-se e o menino roçou-o com a mão:
– Diga para... – sussurrou o menino – Diga para alguém que eu
estou aqui.
EDUARDO GALEANO. O livro dos abraços. São Paulo: L&PM,
2005. v. 465. (Coleção L&PM Pocket).
Leia este conto curto do escritor uruguaio Eduardo Galeano
.
Na véspera do Natal, ficou trabalhando até muito tarde.
e os fogos de artifício começavam a
iluminar o céu quando Fernando decidiu ir embora. Em casa,
Fez um último percorrido pelas salas, vendo se tudo ficava
em ordem, e estava nessa quando sentiu que passos o seguiam.
Passos de algodão: virou e descobriu que um dos doentinhos
, reconheceu-o. Era um menino
que estava sozinho. Fernando reconheceu sua cara marcada
pela morte e aqueles olhos que pediam desculpas ou talvez
HUGO ARAÚJO
Em algumas situações precisamos citar
trechos do texto que
estamos analisando
para comprovar nossas
respostas. Eles devem
aparecer entre aspas.
Dica de professor
Se esse conto fosse meu...
Como você continuaria essa narrativa? Crie mais alguns parágrafos para
construir um novo desfecho.
Essa imagem reforça a sensação de imagem de fragilidade. Explique o objetivo com que é construída
abandono e sensibiliza o leitor.
6e. “Os foguetes espocavam / e os fogos de artifício começavam a iluminar o céu / quando
Fernando decidiu ir embora”. Todas as orações têm sujeito simples.
6a. O personagem Fernando
Silva está saindo do trabalho,
um hospital que ele dirige, para ir
para casa, onde vai comemorar o
Natal, como revela o trecho “Em
casa, esperavam por ele para
festejar”. Já o menino, doente e
sozinho, e cujos olhos pareciam
pedir desculpas ou licença, sussurra com dificuldade “Diga para
alguém que eu estou aqui”, indicando o desejo de ter alguém,
fosse quem fosse, ao lado dele.
6c. No caderno, crie duas colunas: na primeira anote os verbos
ou locuções verbais que se referem ao sujeito Fernando Silva ou
Fernando explícito na oração; na
segunda, os verbos ou locuções
verbais que remetem a esse
sujeito que está implícito.
Para evitar que o texto se torne monótono
e enfadonho com a repetição do sujeito.
Copie no caderno o terceiro período do texto. Separe as orações
Porque o verbo se refere ao sujeito desi
Por que a oração “ou talvez pedissem licença” apresenta um verbo -
nencial aqueles olhos
Por que a oração “que um dos doentinhos andava atrás dele” tem o , que está no plural.
Porque o verbo concorda com a palavra um, que é o núcleo do sujeito.
Questão 6e – Destacamos os
sujeitos e sublinhamos seus núcleos. Comente com os alunos
que é um equívoco comum entender que o sujeito no plural
ou formado por mais de uma
palavra seja composto; aproveite o exercício para verificar
a compreensão da turma sobre
o conceito.
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258
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Acentuação gráfica em
hiatos e ditongos
Isso eu já vi
Existem três tipos de encontro vocálico: hiato, ditongo e tritongo.
Nesta seção, você vai relembrar como são usados os acentos gráficos em
palavras que apresentam os dois primeiros tipos.
Hiato é a sequência de duas vogais, em sílabas diferentes:
s
a
-
ú-de, ge-n
i
-
al.
Ditongo é a sequência de vogal na mesma sílaba + semivogal ou semivogal +
vogal: s
a
u-dá-vel, a-m
e
i, a-q
u
a-re-la, ci-ên-c
i
a
.
Tritongo é a sequência de semivogal na mesma sílaba + vogal + semivogal:
sa-g
u
ã
o, U-ru-g
u
a
i
.
Antes de estudar a escrita de algumas palavras, vamos aproveitar a lei
-
tura deste texto do poeta mato-grossense Manoel de Barros (1916-2014).
VICENTE MENDONÇA
Biblioteca cultural
Conheça mais a obra de Manoel de Barros. Procure, na internet, poemas
como “O menino que carregava água na peneira”, “O fazedor de amanhe
-
cer” e “Obrar”.
Árvore
Um passarinho pediu a meu irmão para ser a sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu de
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu para santo
mais do que os padres lhe ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só presta para poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros.
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradeceu a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.MANOEL DE BARROS. Poesia completa.
São Paulo: Leya, 2010. p. 394-395.
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259
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1 Qual é o fato principal narrado pelo eu lírico nesse poema?
2 Qual é o desfecho desse fato?
3 A poesia de Manoel de Barros faz referência frequente à natureza.
Nesse poema, como ele a humaniza?
4 O poeta se valeu de repetições como um recurso para produzir
efeito expressivo. Entre os substantivos e verbos, quais são as três
palavras que mais se repetem? O que explica essa escolha?
5 Encontre todos os hiatos e ditongos do poema e anote-os em duas
colunas em seu caderno conforme o exemplo. Se uma palavra tiver
ambos, repita-a nas duas colunas.
Ditongos Hiatos
pe-diu su-a
6 Três palavras da lista são acentuadas graficamente pela mesma
regra: são paroxítonas terminadas em ditongo. Quais são elas?
7 A palavra céu recebe acento gráfico em razão de outra regra. Veja-a
no quadro abaixo.
a) Cite mais três palavras que poderiam exemplificar essa regra.
b) Por que vocábulos como heroico, joia, geleia e assembleia não
são acentuados graficamente?
8 Observe agora os hiatos da lista.
a) Qual é a única palavra acentuada graficamente?
b) Na regra dos hiatos, acentuam-se graficamente apenas as
palavras cuja segunda vogal é i ou u. Cite cinco vocábulos que
poderiam exemplificar essa regra.
c) Ao tentar se lembrar das palavras, você encontrou algumas que
pareciam atender à regra, mas que não levam acento gráfico?
Em caso afirmativo, quais foram elas?
9 Muitas pessoas podem ficar em dúvida na hora de separar as sílabas
de palavras como vaidade, peneira e caiçara. Explique por que não
são corretas as separações va-i-da-de, pe-ne-i-ra e ca-i-ça-ra.
VICENTE MENDONÇA
Os hiatos são acentuados graficamente quando a segunda vogal é i
ou u e está sozinha na sílaba ou acompanhada por s: sa-í-da, e-go-ís-ta,
vi-ú-va, ba-la-ús-tre. Não há acento quando a vogal é seguida de nh, como
em ra-i-nha.
Acentuam-se os ditongos abertos ei, eu e oi quando são tônicos e estão
na última sílaba de uma palavra (oxítona) ou em um monossílabo.
Você já deve ter visto, em livros mais antigos, as palavras ideia e
europeia com acento no
e. Isso acontece porque,
antes da entrada em
vigor do Novo Acordo
Ortográfico da Língua
Portuguesa (2008), todos os ditongos abertos
eram acentuados. Mas
essa regra mudou.
Dica de professor
O irmão do eu lírico passou a viver como uma árvore a pedido de um passarinho.
O irmão aprendeu a entender melhor o mundo e se sentiu satisfeito com sua experiência.
5. Coluna dos ditongos: meu,
ir-mão, a-cei-tou, es-tá-gio,
a-pren-deu, céu, mais, Deus,
seu, des-co-briu, vai-do-
-sas, qual, en-vai-de-cia,
quan-do, lí-rios, a-gra-de-
-ceu, per-ma-nên-cia, mui-
-tas. Coluna dos hiatos: lu-a,
va-zi-a, po-e-si-a, en-vai-de-
-ci-a, no-me-a-da, ci-ú-mes.
3. Ele atribui ações e sentimentos humanos à natureza: o passarinho faz um
pedido, e as árvores apresentam sentimentos como a vaidade e o ciúme.
Estágio, lírios, permanência.
7b. Porque o ditongo aberto não
está na última sílaba dessas
palavras, mas na penúltima, o
que as torna paroxítonas.
7a. Sugestões: herói, chapéu,
pastéis, lençóis, troféu, anéis,
constrói, réu, dói, rói, véu.
Ci-ú-mes.
Sugestões: país, saúde, caído, saí,
faísca, cafeína, viúvo, juízo, saúva.
Ao tentar se lembrar das palavras, você encontrou algumas que
Resposta pessoal.
9. As separações não são corretas porque o i dessas palavras não é vogal, mas
semivogal, e portanto não pode formar sílaba sozinho.
4. Irmão; árvores; aprendeu.
Essas palavras formam o
núcleo do sentido, já que o
poema fala da aprendizagem
do irmão para ser árvore, e
enfatizam, portanto, a experiência fundamental que
ele teve.
Questão 4 – Os ditongos ia, ie
e io, quando átonos finais, costumam soar em uma só sílaba,
por isso recomendam-se as divisões es-tá-gio e per-ma-nên-cia.
Contudo, também se aceitam
as divisões como hiatos: es-
-tá-gi-o e per-ma-nên-ci-a. A
acentuação gráfica, neste último caso, justifica-se por serem
as palavras proparoxítonas.
Questão 3 – Antes de iniciar as
atividades relativas à acentuação gráfica, aproveite o poema
para uma prática de leitura
em voz alta. Divida a turma em
grupos e solicite que definam
o modo de ler o poema: ritmo,
altura da voz, ênfases etc. Cada
grupo deve escolher e orientar
um de seus integrantes a ler
para a turma. Solicite a esses
alunos que fiquem fora da
sala até o momento de sua
apresentação, para que não
sejam influenciados a mudar
a leitura planejada. Depois
das apresentações, pergunte
aos alunos de que leitura eles
gostaram mais e peça-lhes que
justifiquem sua resposta.
Boxe sobre ditongos abertos –
Caso os alunos não conheçam
o conceito de ditongo aberto,
exemplifique com céu em oposição a seu, que é um ditongo
fechado.
Questão 8c – É possível que
alguns alunos tenham pensado
nas palavras raiz, juiz, rainha,
ruim, campainha, caindo etc.
Ajude-os a perceber que a
regra apresentada no boxe
a seguir as exclui.
260
260
Conversa com arte
As fotografias a seguir, assim como os contos que você leu, procuram
problematizar o mundo real.
Esta fotografia, intitulada Hazara schoolboys (Escola de meninos
Hazara), foi tirada em Bamiyan, no Afeganistão, em 2007, pelo
fotógrafo estadunidense Steve McCurry, que já registrou imagens
marcantes de pessoas em diversos países em conflito.
STEVE MCCURRY/MAGNUM PHOTOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Conversa com arte e
Expresse-se!
CG: 1, 2, 3, 6, 7, 8, 10
CEL: 1, 2, 4, 5, 6
CELP: 1, 4, 6, 7, 10
Habilidade: EF67LP08
261
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Biblioteca cultural
Conheça outras fotos de McCurry em seu site oficial. Logo na primeira
página há uma galeria de imagens deslumbrantes.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
261
Observe atentamente a foto e participe da discussão oral proposta
por seu professor com base nas perguntas a seguir.
1 Você acha que os personagens retratados por McCurry posaram
para a foto? Por quê?
2 Que diferença você vê entre uma foto na qual os personagens
posam para o fotógrafo, fazendo o que ele determina, e outra
em que o registro é espontâneo?
3 Analise agora os aspectos formais da fotografia.
a) Que cor predomina na obra? Você acha que um fundo branco
produziria um efeito diferente? Explique sua resposta.
b) Observe a luz presente na foto. Você acha que ela é natural ou
foi produzida por equipamentos, tais como refletores?
c) As fotos podem apresentar vários planos, de acordo com a
distância do observador. Nesse caso há três. Você conseguiria
descrever o que vê em cada plano?
d) Os Hazara são um povo de origem mongol que reside principalmente na região central do Afeganistão, conhecida como
Hazarajat. Nessa foto da escola de Bamiyan, quais elementos são diferentes dos de uma sala de aula brasileira e quais
são parecidos?
4 Observe com atenção o olhar do menino que está sentado na
primeira carteira. O que ele sugere?
5 Em sua opinião, por que é importante uma foto que registra algo
tão cotidiano como uma sala de aula de crianças?
6 De que forma os contos lidos neste capítulo (“Pega ladrão, Papai
Noel” e “Trem Fantasma”) podem ser relacionados à foto que
abre esta seção?
Steve McCurry realiza o que chamamos de fotografia documental.
“Como fotógrafo, não posso me dar ao luxo de desviar o olhar. Não posso
antecipar o que vou fazer e editar o que vejo. Minha tarefa é captar tudo,
até o mais difícil. Minha intenção é obter imagens dotadas de sentido – e,
com isso, dar sentido à minha própria vida.” Ele defende que seu olhar
para o mundo procura obter imagens que tenham algum sentido próprio,
que passam também a “dar sentido” à sua própria vida.
2. Resposta pessoal. Sugestão: Na foto posada, o
fotógrafo tem maior controle
sobre o que registra e pode
criar a cena que quiser. Na
foto espontânea, ele depende
muito mais do elemento real
que está retratando.
3a. Predomina a cor verde.
Resposta pessoal. Espera-se
que o aluno conclua que a cor
verde, pelo contraste, dá mais
destaque às guras humanas,
enquanto o fundo branco as
amenizaria.
3b. A luz é natural e aumenta
a intensidade do verde, iluminando os rostos dos meninos.
3c. Resposta pessoal. No
primeiro plano está o menino
que olha atentamente para a
frente; no segundo, o menino
que coça a cabeça; e, no terceiro, outros quatro meninos.
3d. Elementos diferentes: as
roupas, os traços étnicos das
crianças e o fato de ser uma
escola apenas de meninos;
elementos comuns: a disposição das carteiras, o olhar
curioso das crianças, a caneta
e o tipo de carteira.
Tanto os contos quanto a foto procuram agrar aspectos
da realidade a partir da interpretação dos autores.
1. Espera-se que os alunos
respondam que não. As crianças parecem prestar atenção
na aula a que estão assistindo.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Questão 3c – Explique aos alunos que, no primeiro plano,
estão as imagens mais próximas
do observador; no segundo,
aquelas um pouco mais afastadas; e, no terceiro, as mais
distantes ainda.
Questão 4 – Verifique se os
alunos percebem que o olhar
dos meninos sugere que eles
estão bastante interessados
em algo que está sendo dito
ou mostrado, provavelmente
pelo professor.
Questão 5 – É provável que
os alunos percebam que a importância da foto reside em
mostrar um povo que, mesmo
distante deles geográfica e culturalmente, apresenta elementos comuns no cotidiano, como
o ambiente escolar.
262
262
Expresse-se!
Embora mantenha pontos de contato com o fotojornalismo – em que o fotógrafo registra com
seu equipamento, da forma mais objetiva e isenta possível, uma imagem a serviço de uma cobertura
de assuntos de interesse público –, na fotografia documental o fotógrafo faz um registro pessoal
do que vê, de modo a fornecer uma interpretação artística e particular da realidade.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Imagem do livro Perfume de sonho,
de Sebastião Salgado. São Paulo: Paisagem, 2015.
© SEBASTIÃO SALGADO/AMAZONAS IMAGES
1 Em que país você acha que foi registrada a foto ao
lado?
2 Observe o elemento colocado à frente das figuras
humanas. Com base nele, responda: que contexto
você acha que a série Perfume de sonho registra?
3 Que diferença você observa entre a foto de
Sebastião Salgado e a de McCurry que você
analisou?
4 Embora a foto registrada por Salgado trate de uma
vida dura, difícil, ela dá uma sensação de afeto e
humanidade a quem a observa. Você concorda com
essa análise?
No final do século XIX, o estadunidense
Jacob August Riis (1849-1914) fotografou
a vida urbana com o objetivo de defender
reformas sociais. Observe atentamente a
foto ao lado.
5 A foto reproduzida faz parte da série
How the other half lives (Como vive
a outra metade). O que você acha
que esse título quer dizer?
6 Que elementos da foto contribuem
para reforçar uma crítica social e, ao
mesmo tempo, provocam comoção
nos espectadores?
Street Arabs in “sleeping quarters” (Sem-teto
ou crianças de rua em “dormitório”), 1890.
JACOB RIIS/BETTMANN/GETTY IMAGES
1. Na China.
2. O contexto da produção de café.
Mostre aos alunos que o
olhar dos personagens, a
disposição deles na foto,
as mãos que se tocam
etc. sugerem o afeto mencionado.
3. A foto de McCurry é mais espontânea e em cores, enquanto a de Salgado é posada e em preto e branco.
4. Resposta pessoal.
5. O título se refere à forma como vivem as
pessoas mais pobres, que habitam as periferias.
6. O fato de as crianças estarem dormindo no chão, ao relento, em meio a
detritos, mas próximas entre si, serve à crítica social e, ao mesmo tempo,
comove o observador.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Os smartphones popularizaram as fotografias. Hoje, tudo se transformou em imagem, do prato
de comida à festa de 90 anos da avó. Convidamos você a se arriscar e produzir imagens mais elaboradas: as fotografias documentais.
Veja as dicas a seguir para fazer sua foto.
1. Escolha cuidadosamente e depois estude o assunto que quer registrar: pessoas em uma feira
livre, artistas de rua, animais em situação de risco, natureza degradada, circo, tudo pode virar
fotografia documental.
2. Inspire-se observando fotografias documentais feitas por profissionais. Acesse na internet fotos
de McCurry e Sebastião Salgado, entre outros artistas que fizeram desse trabalho sua vida.
3. Reflita sobre como deseja capturar a imagem que escolheu para representar seu tema. Não se esqueça
de buscar situações espontâneas para que possa produzir uma autêntica foto documental.
4. Se for fotografar pessoas, seja respeitoso no momento de captar suas imagens e peça autorização
para divulgá-las.
5. Faça muitas fotos para que possa escolher as melhores. Procure captar cores, texturas, efeitos
de luz. Para receber dicas de como fotografar bem com celulares e câmeras, procure instruções
ou tutoriais em fontes confiáveis na internet.
6. Exponha sua foto junto com um pequeno texto explicando ao público seu objetivo.
Minha fotografia documental
Nem só de crítica social vive a fotografia documental. São famosos os
beijos registrados na rua – espaço bastante explorado pelos fotodocumentaristas. Veja a foto abaixo, tirada pelo francês Henri Cartier-Bresson.
HENRI CARTIER-BRESSON/MAGNUM PHOTOS/LATINSTOCK
Casal se beijando no
Boulevard Diderot,
Paris, 1969.
7 Os anos 1960, em Paris, foram uma época de grande
rebeldia dos jovens, revoluções culturais e lutas pelos
direitos das pessoas e pela
liberdade de expressão. De
que maneira esse contexto
aparece na foto?
8 O que contribui para a impressão de naturalidade,
isto é, de uma cena não
idealizada?
7. A foto de Cartier-Bresson
sugere a força da juventude
francesa e a espontaneidade
da expressão de sentimentos.
8. A presença do cachorro sob a
mesa e do cliente do restaurante
ao fundo.
Minha fotografia documental,
item 6 – A foto documental
associa o campo jornalístico ao
universo artístico, uma vez que
a imagem captada fornece uma
interpretação pessoal, única
da realidade. Nas Leituras 1 e
2, os alunos estudaram textos
literários com potencial para
humanizar; fotos documentais
também cumprem essa função,
revelando realidades particulares que podem levar ao reconhecimento e à valorização
da diversidade de indivíduos e
grupos sociais, com seus saberes e culturas. Nesse sentido,
contribui significativamente
para o desenvolvimento da
CG 9. A atividade prevista na
seção estimula os estudantes a
utilizar a fotografia como um
recurso para a expressão de
ideias e sentimentos e valoriza
o trato intencional e reflexivo
com essa linguagem.
Você pode convidar o professor
de Arte para uma atividade conjunta, com base na produção
dos alunos. Junto com a turma,
vocês podem escolher algumas
das produções e comentar os
elementos em destaque, a escolha do ângulo, o efeito das
cores/tonalidades etc.
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Leitura puxa leitura
Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O sal da Terra, de Juliano Salgado e Wim Wenders
Por que devo assistir a esse
documentário?
Para conhecer a trajetória do
renomado fotógrafo Sebastião
Salgado e entrar em contato
com seu grandioso projeto
Gênesis, expedição em que
registrou povos e espaços do
planeta até então inexplorados.
264
STUDIOVIN/SHUTTERSTOCK
Site de Steve McCurry
Por que devo acessar esse site?
Para admirar as deslumbrantes fotografias
produzidas pelo artista ao longo de sua carreira:
<http://stevemccurry.com>.
Contos e crônicas para ler na escola,
de Moacyr Scliar
Por que devo ler essa coletânea?
Quase como uma fotografia feita com
palavras, Moacyr Scliar registra em
seu livro fatos cotidianos, eventos históricos e lembranças familiares, tudo
em detalhes que seduzem os leitores.
O rapto do garoto de ouro,
de Marcos Rey
Por que devo ler esse
romance?
Para conhecer uma história
de suspense de outro autor
importante da literatura
brasileira que encantou
gerações. Nele, Léo, Gino
e Ângela investigam o rapto de um astro do rock,
Alfredo, conhecido como
o Garoto de Ouro, desaparecido desde sua festa de
aniversário de 16 anos em
uma cantina italiana. REPRODUÇÃO
Leitura puxa leitura e
Biblioteca cultural em
expansão
CG: 2, 3, 5, 6
CEL: 1, 2, 5, 6
CELP: 3, 8, 9, 10
Habilidade: EF69LP49
Neste capítulo, os alunos
conheceram ou reencontraram os autores Marcos Rey e
Moacyr Scliar. Sugerimos que
você os leve até a biblioteca
da escola ou biblioteca pública
próxima para uma atividade
de “leitura puxa leitura”,
ou seja, para uma busca de
materiais vinculados àquilo
que conheceram e que eles
gostariam de ler. Eles podem,
por exemplo, escolher antologias de contos, encontrar
outras obras escritas por esses autores, identificar obras
(literárias ou não literárias)
com temática semelhante
etc. Eles precisarão justificar
a escolha em uma atividade
que pode ser feita em pequenos grupos ou com a classe
inteira. Caso não seja possível
ir a uma biblioteca, pode-se
pensar em entrar no site de
uma biblioteca pública, como
o da Biblioteca Nacional, e
fazer uma busca no catálogo
de obras gerais. Após consultar os títulos, podem buscar
sites de editoras e livrarias que
apresentem resumos, sinopses
ou resenhas das obras.
265
Biblioteca cultural
em expansão
265
No capítulo dedicado ao estudo do conto, você conheceu Marley
Dias, garota estadunidense que fez uma campanha na internet (#1000
blackgirlbooks) para buscar mil livros com os quais pudesse se identificar. Conheça a seguir outras ações desse tipo.
Saiba mais! com a Turma da Mônica – Inclusão social
Tati, que tem síndrome de Down, Luca, que é cadeirante, e Dorinha, que é
deficiente visual, são protagonistas das histórias em quadrinhos (HQs) criadas pela equipe de Mauricio de Sousa. Conheça mais sobre eles na internet.
Do luto à luta, de Evaldo Mocarzel
Nesse documentário, têm papel central os portadores de
síndrome de Down, que atinge cerca de oito mil bebês a
cada ano no Brasil. No filme, conhecemos, sob a ótica dos
downianos, as dificuldades enfrentadas por eles no cotidiano.
100 livros infantis com meninas negras
Site do projeto de Luciana Bento, do blog “A mãe preta”, “que busca trazer visibilidade para as meninas negras na literatura infantil”: <100meninasnegras.com>.
© MAURICIO DE SOUSA EDITORA LTDA
KIRILL KIRSANOV/
SHUTTERSTOCK
LONELY/SHUTTERSOCK/ANNA_LENI/SHUTTERSTOCK
REPRODUÇÃO
Se for possível, considere a
possibilidade de os alunos lerem o romance O estranho
caso do cachorro morto, de
Haddon Mark, protagonizado por um garoto autista
muito bom em resolver problemas matemáticos, mas
que não consegue lidar com
as emoções e os contatos com
pessoas. Trata-se de uma história de mistério que envolve o leitor adolescente e, ao
mesmo tempo, o coloca em
contato com uma individualidade muito particular.
266
Minha canção
266
Cifra: Principal (violão e guitarra)
Tom: F
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Dom... Dom.... domdom... Dom... Dom.... domdom
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Iriê... laê.....ra Iriê la... ê
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Passarinho de toda cor Gente de toda cor
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou
A Bm7 E/G# A
Eu sou amarelo claro Sou meio errado Pra lidar com amor
A D/F# E7
No mundo tem tantas cores São tantos sabores
E7 A/C# D6 A9
Me aceita como eu sou
A Bm7 E/G# A
Eu sou ciumento, quente, friorento Mudo de opinião
A D/F# E7
Você é a rosa certa Bonita e esperta
E7 A/C# D6 A9
Segura na minha mão
A Bm7 E/G# A
Eu sou amarelo claro Sou meio errado Pra lidar com amor
A D/F# E/G#
No mundo tem tantas cores São tantos sabores
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A canção reproduzida a seguir foi criada pelo grupo A Barca dos Corações
Partidos – Cia. Brasileira de Movimento e Som para a peça teatral Auê.
Composto por músicos e atores de várias partes do país, essa companhia
surgiu em 2014 e atuou em espetáculos premiados. Em 2016, a trupe
lançou, por financiamento coletivo, o disco Auê, que reúne 21 canções
de amor do espetáculo de mesmo nome.
De toda cor
Renato Luciano
AJGUL/SHUTTERSTOCK
Minha canção
CG: 3, 4
CEL: 1, 2, 3, 5
CELP: 1, 3, 4, 7
Habilidade: EF67LP12
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267
E7 A/C# D6 A9
Me aceita como eu sou
A Bm7 E/G# A
Eu sou ciumento, quente, friorento Mudo de opinião
A D/F# E7
Você é a rosa certa Bonita e esperta
E7 A/C# D6 A9
Segura na minha mão
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Passarinho de toda cor Gente de toda cor
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou
Am Bb Gm
Que o mundo é sortido
C
Toda vida soube
C° Dm
Quantas vezes
F Bb
Quantos versos de mim em minh’alma houve
C C° Eb7 Ab
Árvore, tronco, maré, tufão, capim, madrugada, aurora, sol a pino e poente
Ab A° Bbm Db F
Tudo carrega seus tons, seu carmim
Gb
O vício, o hábito, o monge
Ab A°
O que dentro de nós se esconde
A9
O amor
Bm7
O amor
E7
A gente é que é pequeno
A9 A9
E a estrelinha é que é grande
Bm7
Só que ela tá bem longe
E/G#
Sei quase nada meu Senhor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AJGUL/SHUTTERSTOCK
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268
Minha canção
E7 A/C# D6 A9
Só que sou pétala, espinho, or
A9 Bm7 E7 E7
Só que sou fogo, cheiro, tato, plateia e ator
A/C# A9 A9 Bm7
Água, terra, calmaria e fervor
E7
Sou homem, mulher
E7 A/C# A9
Igual e diferente de fato
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9 A9 Bm7
Sou mamífero, sortudo, sortido, mutante, colorido, surpreendente, medroso e estupefato
E7 E7 A/C# A9
Sou ser humano, sou inexato
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Passarinho de toda cor Gente de toda cor
A9 Bm7 E7 E7 A/C# A9
Amarelo, rosa e azul. Me aceita como eu sou
R. LUCIANO. De toda cor. Intérprete: Renato Luciano. In: Renato Luciano. De toda cor.
Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2017. Cifras disponíveis em: <https://www.cifraclub.com.
br/renato-luciano/de-toda-cor/>. Acesso em: 10 maio 2018.
Biblioteca cultural
Para ver o grupo A
Barca dos Corações Partidos executando “De
toda cor” dentro do espetáculo Auê, pesquise
em fontes confiáveis da
internet.
Você costuma prestar atenção nas ilustrações que acompanham os textos dos livros que lê? A ilustração é uma linguagem visual que, em geral, não
apenas reproduz informações presentes no texto, como também fornece
uma interpretação original do ilustrador sobre o conteúdo desse texto. Uma
ilustração pode ser um desenho ou uma pintura, feitos com tinta, carvão,
lápis, entre outros materiais, ou uma colagem.
Observe algumas ilustrações feitas por artistas a pedido de autores de
livros. Atente para a linguagem que cada um desses artistas utiliza e arrisque
dizer a que público elas se destinam.
A primeira e a terceira
ilustrações apresentam
muitas cores, as figuras
são facilmente reconhecíveis, seus personagens
são compostos de traços
simples, e elas parecem
dirigidas ao público infantil. A segunda ilustração é
monocromática, apresenta figuras mais obscuras e
de reconhecimento mais
difícil e parece estar ligada a um público adolescente ou adulto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. Rogério Coelho. Ilustração digital
(técnica mista).
2. Carlos Caminha. Aquarela.
© ROGÉRIO COELHO
© CARLOS CAMINHA
AJGUL/SHUTTERSTOCK
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. Luna Vicente. Massinha de modelar.
© LUNA VICENTE
Vamos agora ilustrar a canção “De toda cor”. Para isso, você e seus colegas de equipe realizarão as etapas de trabalho a seguir.
Investigação em grupo
Selecionem de seus livros didáticos, livros de contos de fadas, jornais,
revistas, blogs, sites etc. ilustrações que chamem sua atenção. Anotem em
seus cadernos as técnicas utilizadas nos trabalhos (pintura, desenho, colagem). Procurem identificar a relação que existe entre as ilustrações e os
textos verbais. Analisem quais informações as ilustrações fornecem sobre
os textos a que estão ligadas.
Análise coletiva da canção
Depois de lerem a letra e de ouvirem a melodia de “De toda cor”, reflitam e discutam em grupo sobre o conteúdo dessa canção. Para auxiliar sua
reflexão, baseiem-se nas questões seguintes:
1. Na canção, há passarinhos bem diferentes uns dos outros, “amarelo
claro”, “destrambelhado”, “ciumento”, “errado”, “desengonçado” etc.
O que você acha que eles simbolizam?
2. Várias estrofes são fechadas com o verso “Me aceita como eu sou”.
De que forma você o interpretaria? Que apelo fazem os passarinhos?
Manipulação individual das ilustrações
Cada aluno escolherá uma ilustração com a qual tenha se identificado
e produzirá uma cópia. Imitando a técnica utilizada pelo ilustrador, deverá
inserir na ilustração algum elemento novo e coerente. O próprio grupo vai
analisar as alterações promovidas por seus integrantes.
Produção da ilustração original
Agora, usando a técnica de ilustração de que mais gostaram e tendo
como base a discussão feita, produzam uma ilustração para “De toda cor”.
Decidam se terão como foco uma estrofe, um verso ou a canção toda.
Exposição das ilustrações
O trabalho será exposto em uma parede da sala de aula ou no pátio da escola.
Simbolizam as diferentes formas de ser das pessoas.
Resposta pessoal. Espera-se
que os alunos apontem que os
passarinhos (as pessoas) pedem que as individualidades
sejam respeitadas.
Proponha um trabalho em
parceria com o professor de Arte, que poderá
orientar os trabalhos ou
propor uma nova atividade
a partir desta.
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Reprodução proibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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