Cinebiografia de Whitney Houston estreia nesta quinta

Como retratar o impacto da voz de Whitney Houston? Ou melhor, "A Voz", em letras maiúsculas, como era conhecida. Ela chegou a ser considerada pela crítica musical a maior cantora de todos os tempos. O desafio foi aceito pela atriz vencedora do Bafta 2020 Naomi Ackie, que estrela "I Wanna Dance With Somebody - A história de Whitney Houston", cinebiografia da cantora que chega aos cinemas nesta quinta-feira. "Havia uma força em interpretar Whitney que eu não esperava", contou ela, revelando que a atuação foi totalmente diferente do que já havia feito. "Não sou o tipo de atriz que leva tudo para casa. Entre o 'Ação!' e o 'Corta!', sou pura emoção, mas deixo isso lá ao ir embora. Com a Whitney foi diferente. Eu assumi a minha própria força de uma forma como nunca tinham me pedido para fazer antes", disse.

O mundo perdeu Whitney muito jovem. Com apenas 48 anos a cantora foi encontrada morta depois de um afogamento acidental em sua banheira, mas a marca da sua voz perdurou. "Para ter sucesso, é preciso cantar com o coração e corpo inteiros", dizia a mãe da estrela. Apesar do relacionamento conturbado com a matriarca, ela parecia seguir o conselho. O filme vai trazer algumas das apresentações icônicas da artista, como o show no Super Bowl em 1991, retratando como ela parecia arrebatar corações.

O público poderá acompanhar o processo criativo por trás de suas músicas mais populares, como a que dá nome ao longa "I Wanna Dance With Somebody" e a eterna "I Will Always Love You", trilha sonora de "O GuardaCostas" - cujos bastidores também foram retratados na produção. Enquanto Naomi Ackie interpreta os trejeitos da estrela, a voz que será ouvida no cinema é a da própria Whitney. O filme de 2 horas e 26 minutos conta com gravações originais de 22 canções da cantora, remixadas especialmente para as telonas.

Do coral de New Jersey para o mundo 

A narrativa de "I Wanna Dance With Somebody" deve repassar a vida de Whitney, da juventude anônima quando ainda cantava no coral da igreja na cidade de New Jersey, até o estrelato. "Como estávamos trabalhando com o Clive Davis [o produtor da cantora], bem como Gary e Pat Houston, o irmão e a cunhada de Whitney, pudemos contar sua história com autenticidade. Tivemos acesso a um nível de compreensão e detalhes que simplesmente não saberíamos se fizéssemos o filme sem a cooperação da sua família", explicou o produtor Matt Jackson.

Um dos principais marketings do filme tem sido em torno do roteirista Anthony McCarten, que também assinou o roteiro de "Bohemian Rhapsody", mas ele tem mais no currículo, incluindo o texto de "Dois Papas", "A Teoria de Tudo" e “O Destino de uma Nação". Estes três lhe renderam indicações ao Oscar. A cineasta Kasi Lemmons, que dirigiu "Harriet", também merece destaque.

As memórias de Steven Spielberg inspiram "Os Fabelmans" 

Mais uma estreia chama a atenção nesta quinta-feira: "Os Fabelmans", novo filme do cineasta Steven Spielberg. A assinatura de um dos grandes mestres do cinema atual já seria o suficiente para acender um alerta, mas neste caso, vale um duplo destaque. Isso porque em sua nova produção o diretor (e, aqui, também roteirista) entrega uma carta de amor ao cinema e à sua família. O longa é fortemente inspirado em sua infância, em suas relações familiares, especialmente com os pais, e apresenta um "jovem Spielberg", o Sammy (interpretado por Gabriel LaBelle) na descoberta do fascínio pela sétima arte. A produção venceu o Festival de Toronto em 2022 e é um dos fortes candidatos às principais categorias do próximo Oscar.