Em mercados ajustados, como o do arroz, erros não são permitidos

Em mercados ajustados, como o do arroz, erros não são permitidos

Segunda-feira, 10 de agosto de 2020

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Frase do dia

“Não sou de estar do lado dos frigoríficos, prefiro sempre estar do lado do produtor. Mas, desta vez, percebo o quanto este setor está sendo pressionado por todos os lados; desconheço se outro setor econômico está recebendo o mesmo tratamento no País.”

(Caio Rossato, diretor executivo da consultoria PecBR, de Campo Grande (MS), em entrevista à revista DBO).

 

Expectativa com área a ser plantada do arroz

Faz todo o sentido a preocupação das lideranças arrozeiras gaúchas sobre um possível incremento da área plantada em virtude da forte valorização do cereal em casca, este ano.Em comum, nas três vezes que a semeadura ultrapassou os 1,100 milhão de hectares no RS, entre 2010 e 2017, os anos comerciais anteriores tinham sido de preços bons, sucedidos por depreciações posteriores.

No ciclo do maior plantio da história, 2010-11, quando foram semeados 1,170 milhão de hectares, a saca do arroz foi vendida a R$ 30,00 (US$ 16,00) entre 2009 e 2010. Em 2011, com a safra de 9 milhões de toneladas, o valor da saca despencou para R$ 22,00 (US$ 12,90). Isso voltou a acontecer, em maior ou menor grau nas safras 2014-15 e 2016-17.

Mesmo que 2020 tenha sido um ano fora da curva, com várias combinações que elevaram as cotações, a regra continua sendo clara para o arroz: safras maiores, preços menores.  

Justo temor

   

Tanto Alexandre Velho, presidente da Federarroz quanto Francisco Lineu Schardong, que coordena a Comissão de Arroz da Farsul, da qual é também seu diretor-administrativo, temem uma explosão de plantio neste ano. Eles foram entrevistados no programa Conexão Rural do último sábado.

Integração

Há pelo menos três meses, a federação dos arrozeiros já vem batendo na tecla do controle da área. Na entrevista, Velho reforçou  a importância de o produtor trabalhar com a razão, aperfeiçoando a gestão e intensificando a implantação dos sistemas integrados de produção. Aliás, o tema da próxima Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas será “Os novos rumos do sistema de produção”.

Procura

Fortalecendo o discurso do colega produtor da Federarroz, Schardong sugeriu uma campanha de divulgação, para conscientizar os produtores sobre os riscos da empolgação. O diretor da Farsul revelou que tem recebido relatos de procura por áreas de arroz. Mesmo comemorando o bom ano de preços, Schardong lembrou que isso não anula o grande passivo que a lavoura formou ao longo desses últimos anos.

 

 

Show

Está programado para a noite de 17 de setembro um show-live promovido pela concessionária Fortral-New Holland, em Camaquã, com os músicos César Oliveira e Rogério Melo. A iniciativa terá o apoio da Santa Lúcia Alimentos, detentora da marca Blue Ville.

Cachorros grandes

A aquisição da divisão de Saúde Animal da Bayer pela Elanco deve elevar em quase 50% o faturamento da companhia no Brasil em 2020. Isso representa um lucro de US$ 150 milhões. Assim, a companhia deverá se tornar a terceira maior do segmento no País. O negócio, fechado na semana passada, foi de US$ 6,8 bilhões.

Arroz para o Líbano

Em reunião com líderes mundiais, neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu em enviar, via marítima, 4 mil toneladas de arroz para Líbano, país onde aconteceu a explosão da semana passada, deixando mortos, feridos e gerando um grande caos interno. Bolsonaro convidou o seu antecessor Michel Temer, filho de libaneses, para liderar a missão. Remédios também serão enviados a Beirute.  

Pirataria

A Operação Bijuteria, conjunta entre a Secretaria da Agricultura do RS, Mapa e Polícia Civil, apreendeu 450 toneladas de sementes de soja pirata, que estavam nos municípios de Santa Bárbara do Sul, Carazinho e Almirante Tamandaré do Sul. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e a mercadoria aprendida foi avaliada em R$ 1,5 milhão.

Queda de produção

Fiscalizações de surpresa, esquema constante de higienização e monitoramento permanente da saúde dos funcionários têm sido a rotina dos 265 frigoríficos brasileiros de abate bovino, habilitados para exportar. Por causa do coronavírus a queda da capacidade de produção pode chegar a 30%, de acordo com especialistas.

Alarmes na Argentina

Diante dos frequentes ataques de ladrões aos silo bolsas em propriedades rurais da Argentina, três empresas de Córdoba criaram um sistema de sensores anti-furto, e os apresentaram neste fim de semana a produtores e autoridades.

Trata-se de sensores de movimento, com larga autonomia energética, que emitem alarmes sonoros e luminosos a uma rede de comunicações em caso de violação dos bags. O projeto está tendo apoio do governo federal e da Província de Córdoba.

Consequência

Interessante o raciocínio de Odacir Klein, exposto no seu comentário no programa Conexão Rural de sábado. Disse ele que diante da crescente redução da oferta da soja que fica no Brasil em função das exportações, possa haver falta de matéria prima para indústria do farelo. Com isso, será naturala necessidade de ter que importar soja para suprir essa demanda. Para ele, é fundamental haver uma política de incentivo à ampliação de outras culturas que servem ao setor da proteína animal, como a do milho por exemplo.

Milho

O milho continua com preços firmes por causa de uma demanda sustentada no mercado físico e pelo dólar valorizado. Isso, mesmo com o aumento da oferta da segunda safra. Se estima que 70% da produção já esteja negociada. 

 

Podcast Conexão Rural/ Segunda-feira, 10 de agosto de 2020