Quanto custa manter um veleiro?

Foto: Vidar Nordli Mathisen - Unsplash

Foto: Vidar Nordli Mathisen - Unsplash

Quão caro é ter

um veleiro?

Por Marcio Dottori

A lista de manutenção de um barco a vela é grande, mas sabendo quais itens mais pesam no bolso, é possível chegar a uma estimativa bem próxima de quanto custa manter um veleiro

  Quer ter uma ideia de quanto custa ter um veleiro? O gasto com a manutenção de um barco a vela é determinado por uma longa lista de fatores. Aqui, vamos abordar os principais, tomando por base proprietários de modelos usados que não moram a bordo e que, portanto, têm de pagar pelos serviços — quando se mora no barco, pelo menos a manutenção básica, ou seja, a lavagem e limpeza geral, são realizadas pela tripulação. Como veremos adiante, estes itens são dos mais onerosos, mas necessários para quem usa o veleiro apenas de vez em quando.

  Começando pela parte mais importante de um barco a vela, composta pela armação, mastro, estaiamento, velas, cabos e conjunto de moitões, seguimos a recomendação de trocar todo o estaiamento, incluindo os esticadores, a cada 10 anos. Na prática, há quem faça revisões periódicas no estaiamento, trocando o que for necessário, mas não tudo ao mesmo tempo. Já outros, nem este cuidado têm, arriscando-se a perder o mastro junto com o velame, o que acaba saindo muito mais caro e, pior, coloca em risco o barco e a segurança da tripulação.

  O custo de manter um barco é bastante relativo, porque depende do perfil do proprietário. Então, montamos três planilhas de gastos anuais com os itens mais onerosos, para 10 anos, dois anos e um ano. Consideramos também os velejadores que deixam seus barcos em poitas, com serviço terceirizado de lavagem, limpeza geral incluindo as obras-vivas e traslado de ida e volta até o barco. Barcos em marinas costumam ter um custo um pouco superior.

  Não computamos nestas planilhas o gasto com combustível, que varia bastante em função do uso do barco, já que a propulsão principal é a vela, e tampouco o valor da troca de eletrônicos, o que é bastante relativo, pois se bem-cuidados alguns instrumentos duram bastante, lembrando ainda que é possível ter um bom aplicativo de gps no celular pagando pouco por isto.

  Pequenas despesas, como custo de bombas de porão, registros de casco e uma ou outra ferragem não foram inseridos, bem como o material de salvatagem, como recarga de extintores e troca dos sinalizadores. Como boa parte dos velejadores não faz seguro do barco, também não levamos em conta esta despesa. No entanto, se optar pelo seguro de casco, basta acrescentar 1,5% do valor do veleiro por ano (média de seguro de casco para veleiros de cruzeiro, sem considerar a participação em regatas).

  O gasto com capotaria também não foi considerado, pois varia bastante de acordo com o tipo — alguns veleiros têm apenas uma pequena capota bimini, enquanto outros têm fechamento completo e capas para proteger o convés quando o barco ficar parado. Para estes, considera-se que a troca dos tecidos custa o equivalente à metade do valor da troca das velas, também com durabilidade média de 10 anos.

  Há muitas variáveis que afetam o custo de manutenção e, dependendo do cuidado e do uso, podem ser colocadas ou retiradas destas planilhas, que servem como uma orientação básica ao proprietário, lembrando sempre que as despesas com manutenção podem ser maiores, caso haja necessidade de reparos no motor, que podem ser onerosos, dependendo da situação. Confira:

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