tico-tico-rei

Tico-tico-rei

O tico-tico-rei é uma ave passeriforme da família Thraupidae.
Conhecido também como galo-do-mato, foguinho, tico-tico-rei-vermelho, vinte-um-pintado, tico-fogo, tico-vermelho, sangue de boi, cravina (Rio Grande do Sul), sangrinho (interior de São Paulo), pavãozinho e tico-tico-pimenta.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) korus, koruthus, koruphē = capacete, coroa da cabeça; e de spingus, spiza, spizō = tentilhão, pássaro; e do (latim) cucullata, cucullatus, cucullus = com capuz, encapuzado, capuz. ⇒ Tentilhão com coroa e encapuzado ou Tentilhão coroado com capuz.

Características

Medindo cerca de 13,5 centímetros de comprimento, tem tamanho semelhante ao do pardal e pesa entre 11 e 18 gramas.
Sua coloração é marrom escura na parte superior e vermelha nas partes inferiores e na cabeça, especialmente no macho, que apresenta uma coloração intensa e um topete vermelho com uma faixa negra. Ambos os sexos apresentam uma linha branca circundando os olhos. Nas fêmeas, a coloração não tem tanto brilho e é mais pardacenta.

Subespécies

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Coryphospingus cucullatus cucullatus (Statius Muller, 1776) - Ocorre nas Guianas, Suriname e leste do Pará. Possui um vermelho de tonalidade mais pálida que as populações mais austrais;
  • Coryphospingus cucullatus rubescens (Swainson, 1825) - Presente do Mato Grosso e Goiás ao oeste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do leste do Paraguai, Uruguai e no nordeste da Argentina. Possui um vermelho mais intenso que a forma nominal;
  • Coryphospingus cucullatus fargoi (Brodkorb, 1938) - Encontrado no Peru, Bolívia, Paraguai (oeste) e Argentina (norte). Possui o vermelho mais pálido ainda que a forma nominal, sendo que as costas são de um marrom avermelhado.

(Clements checklist, 2014); ITIS - Integrated Taxonomic Information System (2015).

Fotos das subespécies de Coryphospingus cucullatus
(ssp. cucullatus) (ssp. rubescens) (ssp. fargoi)

Alimentação

Alimenta-se de sementes, brotos, frutas, insetos. Aprecia os frutos da fruta-do-sabiá ou marianeira (Acnistus arborescens).
Desloca-se pulando no solo ou entre moitas e arbustos onde procura sementes, frutos e insetos para se alimentar.

Reprodução

Zima & Francisco (2016) estudaram 16 ninhos ativos da espécie no sudeste do Brasil e constataram que: a reprodução da espécie nesta região ocorre entre outubro e fevereiro. A postura consiste em 2 a 3 ovos (2.06 ± 0.25) de coloração branca, os quais são postos em dias consecutivos. A incubação geralmente começa na manhã em que as fêmeas põem seu último ovo e duram 11.27 dias ± 0.47. A eclosão é sincrônica ou ocorre em intervalos de um dia. O estágio de ninhego dura 12 dias ± 0.89. Somente as fêmeas incubam os ovos e alimentam os ninhegos mais frequentemente que os machos. O sucesso de reprodução, desde a incubação até a saída dos ninhegos é de 28.2%. A arquitetura do ninho e a coloração dos ovos são características diagnósticas do gênero (Coryphospingus). A espécie tem preferência para construir seus ninhos em bordas de floresta ou em áreas de cerrado.

Hábitos

Apesar de sua beleza, o tico-tico-rei não é uma ave que costuma chamar muita atenção, principalmente por causa de seu comportamento discreto e solitário. O macho só exibe completamente seu belo topete quando está excitado ou ao cantar.
Vive em bordas de matas secundárias, cerrados, campos, cafezais e pomares, geralmente em locais sombreados, capoeiras ralas e baixas.
O tico-tico-rei é eventualmente capturado e criado como ave de cativeiro. Sua sorte é que seu canto não é tão belo quanto sua plumagem e por isso não é tão valorizado entre os criadores de aves. Porém, ainda persiste uma cultura de caça e aprisionamento em gaiola.
Vivem solitários a maior parte do ano, eventualmente juntando-se a bandos mistos de espécies granívoras (que comem sementes); mas na época da reprodução, que costuma coincidir com os meses quentes do ano, formam casais.

Distribuição Geográfica

Presente, no Brasil, em duas regiões disjuntas: Leste do Pará (subespécie L. c. cucullatus); e do Mato Grosso e Goiás ao oeste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (subespécie L. c. rubescens)

Referências

  • SANTIAGO, R.G. Tico-tico-rei ou Tico-tico-de-fogo (Coryphospingus cucullatus) Guia Interativo de Aves Urbanas, 06 dec. 2006. Disponível em: <http://www.ib.unicamp.br/lte/giau/visualizarMaterial.php?idMaterial=365>. Acesso em: 12 mar. 2009.
  • FRISCH, J.D. Aves brasileiras e plantas que as atraem 3ª ed.. Dalgas ecoltec, São Paulo, 2005, p.350.
  • CLEMENTS, J.F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2014.
  • AVIBASE. The World Bird Database; disponível em: http://avibase.bsc-eoc.org/species.jsp?avibaseid=632FA6BD4F732591
  • Gill, F. & Wright, M. - IOC World Bird List 2017. Birds of the World - Recommended English Names. Princeton University Press, Princeton, N.J., and Oxford, UK.
  • Piacentini et al. (2015). Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(2): 91–298.
  • ZIMA, P.V.Q. & FRANCISCO, M.R. 2016. Reproductive behavior of the Red-crested Finch Coryphospingus cucullatus (Aves: Thraupidae) in southeastern Brazil. Zoologia (Curitiba), 33(4): e20160071. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/zool/v33n4/1984-4689-zool-33-04-e20160071.pdf, Acesso em: 29 set. 2016.

Galeria de Fotos

tico-tico-rei.txt · Última modificação: 2023/06/06 12:37 por Cicero P. Correa