caturrita

Caturrita

A caturrita (Myiopsitta monachus) é uma ave da ordem Psittaciformes, da família Psittacidae.
A caturrita é nativa das regiões subtropical e temperada da América do Sul. É encontrada no pantanal (população bastante numerosa), nos pampas a leste dos Andes na Bolívia, Paraguai, Uruguai e sul do Brasil até a região da Patagônia na Argentina. A caturrita também é conhecida no Brasil por catorra, cocota, periquito barroso, papo branco e outros nomes, dependendo da região.
Não considerada ameaçada, embora o comércio local e internacional afete suas populações naturais.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) mus, muos = camundongo, ratinho; e do (latim) psitta = periquito, papagaio; e do (latim) monakhos = monge; monos = solitário. ⇒ Periquito monge com a cor de camundongo. Periquito do peito cinzento de Latham (1783) (Myiopsitta).

Características

A caturrita tem penas verdes no dorso, que contrastam com a barriga, peito, garganta e testa acinzentados. O bico é pequeno e alaranjado. No peito, a plumagem é escamada e as asas e cauda possuem penas longas azuladas. A caturrita adulta tem 28 a 33 cm de comprimento total.

Subespécies

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Myiopsitta monachus monachus (Boddaert, 1783) - ocorre no sul do Brasil, no Uruguai e no nordeste da Argentina. Esta subespécie é a descrita acima.
  • Myiopsitta monachus cotorra (Vieillot, 1818) - ocorre no sul da Bolívia até o Paraguai, e na região adjacente do Brasil e no noroeste da Argentina. As subespécies cotorra e calita são muito parecidas e de difícil distinção, entretanto a subespécie cotorra apresenta a plumagem com cores mais claras e a barriga menos amarelada. (Juniper & Parr, 1998).
  • Myiopsitta monachus calita (Jardine & Selby, 1830) - ocorre no oeste da Argentina, desde a região de Salta até o oeste de Córdoba, Mendoza e La Pampa. Esta subespécie é menor que a subespécie nominal e muito parecida com a subespécie cotorra, entretanto apresenta mais azul nas asas, e cinza mais escuro na cabeça. (Juniper & Parr, 1998).

(Clements checklist, 2014).

Fotos das subespécies de Myiopsitta monachus
(ssp. monachus) (ssp. cotorra) (ssp. calita)

Indivíduos com plumagem lutina

O que é luteinismo?

Luteinismo é a ausência total da melanina, porém presença de pigmentos carotenoides. Portanto a ave apresenta-se geralmente amarela, além de possuir olhos vermelhos.

Alimentação

A alimentação das caturritas é composta por frutos, verduras, legumes, sementes de arbustos e capins, flores e brotos.

Reprodução

Reproduz-se entre julho e dezembro. A caturrita é a única espécie de psitacídeos que constrói o seu próprio ninho. Todos os outros membros do grupo (papagaios, araras, etc) fazem ninhos em buracos ocos de árvores, barrancos ou cupinzeiros. Os casais de caturritas nidificam com o resto do seu bando e podem formar ninhos comunitários com, no máximo, um metro de diâmetro e 200 kg de peso. Os ninhos são estruturas cilíndricas fechadas, unidas aos ninhos vizinhos através das paredes externas. A caturrita constrói os ninhos com gravetos, nos galhos mais altos de diferentes tipos de árvores. Os ninhos são usados durante todo o ano, pois, quando não estão no período reprodutivo, as caturritas usam-nos para dormir ou como proteção em caso de tempestades. A caturrita chega a pôr 11 ovos por postura, sendo que cerca de 7 dos filhotes conseguem chegar à idade adulta.

Hábitos

Habita principalmente nas florestas secas, de galeria, plantações e áreas urbanas, até 1000 metros. A subespécie M. m. luchsi alcança até os 3000 metros.
A caturrita é ave gregária e não migratória. Voa em casais ou bandos de 15 a 50 indivíduos ou em números maiores depois da reprodução (bandos maiores, até de 100 aves, não são incomuns).
No sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai, a caturrita é considerada praga em zonas de cultivo de milho e sorgo e em pomares. Com o desaparecimento das matas onde vivia, a caturrita começou a procurar alimento nas culturas que hoje ocupam seu habitat natural. Com alimento fácil e a extinção progressiva de seus predadores, como o gavião, a população da espécie aumentou facilmente.
O cultivo de eucalipto, originário da Austrália e introduzido no Brasil entre os anos de 1855 e 1870, também tem um papel importante na explosão populacional das caturritas. A caturrita encontrou no eucalipto um local perfeito para nidificar, construindo ninhos nos galhos mais altos da árvore (a 10 metros de altura), onde os ovos, filhotes e adultos ficam muito bem protegidos do ataque dos seus inimigos naturais e dificultando o controle populacional por parte do homem.
Em outras regiões, onde não há uma agricultura de gramíneas muito extensa, como é o caso do Pantanal Mato-grossense, a caturrita causa danos localizados, mas de pouca expressão. A presença de predadores naturais e espécies competidoras a mantém em níveis populacionais compatíveis.
Nos Estados Unidos, exemplares fugidos de cativeiro se reproduziram e agora também estão presentes em Nova York, Nova Jersey, Flórida e Virgínia, preocupando as autoridades ambientais americanas. Também na Europa existem comunidades nidificantes, nomeadamente na Espanha e na Bélgica. Foram libertadas no inicio do século XX num dos parques da cidade de Bruxelas e é hoje em dia possível encontrar a ave numa parte significativa dos espaços verdes urbanos. Além disso, começam a surgir possíveis avistamentos da espécie noutras áreas urbanas próximas.










Predadores

Distribuição Geográfica

Descontínua. Leste dos Andes, desde o norte da Bolívia até a Patagônia na Argentina.

Referências

  • WikiPedia, a enciclopédia livre - Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Caturrita>. Acessado em: 20 abr. 2009.
  • Mahecha, José Vicente Rodríguez; Suárez, Franklin Rojas; Arzuza, Diana Esther; Hernández, Andrés Gonzáles. Loros, Pericos & Guacamayas Neotropicales. Panamericana Formas e Impresos S.A., Bogota D.C., 2005, Pág. 93.

Consulta bibliográfica sobre as subespécies:

  • CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University Press, 2014.
  • del Hoyo, J.; et al., (2014). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona.
  • ITIS - Integrated Taxonomic Information System (2015); Smithsonian Institution; Washington, DC.
  • Juniper, T., & M. Parr. (1998) - Parrots: A Guide to Parrots of the World. Yale University Press, New Haven, Ct, USA.

Galeria de Fotos

caturrita.txt · Última modificação: 2021/03/05 13:35 por Eduardo Ambros