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A dura cerviz. Quem está livre dela?


Quem tem dura cerviz não se dobra a qualquer autoridade, humana ou divina. Resiste fortemente a se submeter a outrem.

Eu gosto de fazer a analogia da Bíblia com uma farmácia, por exemplo, local onde encontramos remédio para todos os males, ou mesmo com uma caixa de ferramentas, de onde retiramos instrumentos a serem utilizados para consertar o que está quebrado. Quando sentimos uma torcicolo dificultando o movimentar do pescoço e sentimos dores, podemos trata-la colocando uma compressa quente, fazer uma massagem, alongar os músculos ou até mesmo tomar um remédio que seja relaxante muscular.

Agora, falando espiritualmente, temos outro problema associado ao pescoço que é a dura cerviz, só que o seu tratamento é totalmente diferente como veremos a seguir. Porém, antes, vamos entender um pouco a função da cerviz no corpo humano.

Acima das vértebras lombares estão as vértebras toráxicas que, como o nome indica, ficam na altura do tórax, ou um pouco abaixo da altura do peito até abaixo da altura dos ombros.

Muito bem, é justamente acima dos ombros até um pouco abaixo da cabeça é que ficam as vértebras responsáveis por todo o funcionamento do corpo, as chamadas vértebras cervicais. Elas são responsáveis pelo girar do pescoço. Na verdade são os músculos que fazem o movimento e não as vértebras, mas elas dão o sustento para eles virarem a cabeça de um lado para outro, olhar para o chão ou para cima e ainda girar a cabeça.

É daí que vem o termo ” Cerviz“, que é considerada a parte de trás do pescoço que engloba todo este conjunto de músculos, nervos e ossos. Era comum nos tempos antigos, e ainda hoje em alguns países muito pobres do oriente, muitos trabalhadores passarem cordas ou panos em volta da cerviz para carregar baldes e outros tipos de recipientes pesados.

Espiritualmente falando, quando se diz “dura cerviz”, quer dizer de uma pessoa que não se curva, que não é humilde, é impetuosa, que procura sempre fazer as coisas de acordo com a sua vontade, com o seu absoluto entendimento, sem procurar ouvir, se aconselhar e se submeter para com os que têm mais experiência e autoridade em determinado assunto. Trata-se de uma pessoa que não reconhece as falhas e erros cometidos. É orgulhosa em não retroceder do caminho errado escolhido e de ter que tomar uma direção correta. É uma pessoa vaidosa e inflexível.

Muitas vezes essa dificuldade, essa inflexibilidade em corrigir certas condutas, está associada a ganhos materiais que essa pessoa teria que abdicar, e para não perder esses ganhos, prefere manter sua conduta e aquele mesmo rumo. Naturalmente falando, chamamos esse tipo de pessoa como “pessoa teimosa”, ou seja, aquela pessoa que persiste em alguma atitude, mesmo quando todos os fatos se mostram desfavoráveis a ela, mantendo-se fechada em rever sua posição, ou como se diz no dia-a-dia, “não dá o braço a torcer”.

Na Bíblia temos dois exemplos clássicos de pessoas que tiveram atitudes, digamos, “teimosas”.

  1. Faraó e sua decisão em não querer libertar o povo Hebreu do cativeiro até ver as consequências do derradeiro sinal. Como consequência, levou o Egito a ser castigado com as dez pragas, inclusive com a última que levou à morte o seu próprio filho primogênito.

Ex 4:22 Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. 23 E eu te tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que eu matarei a teu filho, o teu primogênito.

Um exemplo natural e de estratégia militar: Os soviéticos, na segunda guerra mundial, foram resistindo e cedendo terreno, mas queimando e destruindo tudo o que fosse útil ao inimigo alemão, sem deixar para trás instalações e suprimentos que seriam estratégicas no inverno que estava chegando. Assim os alemães não tiveram tempo de chegar e conquistar a capital soviética antes do rigoroso inverno que se aproximava. Graças ao cauteloso recuo dos soviéticos, o inverno russo fez grandes estragos no exército alemão. Aquele que não tem a capacidade para recuar, experimentará as consequências da dura cerviz.

Não esqueça: estamos em uma guerra espiritual. As vezes precisamos retroceder em algum momento para avançar no momento de Deus, a fim de que o inimigo não vença e proclame a sua vitória. Somos vitoriosos em Cristo Jesus!

Uma observação importante: Não devemos confundir persistência com teimosia. São coisas completamente diferentes. O persistente tem um alvo a atingir de acordo com a vontade de Deus na sua vida. Age de forma inteligente até alcançar a sua meta, inclusive retrocedendo quando for necessário, para depois poder avançar. Sabe dar um passo para trás para mais tarde dar dois para frente. Sabe perder para depois ganhar. Isso requer humildade, sabedoria e discernimento. O persistente tem uma característica importante no seu agir, que é a disciplina.

Um outro exemplo para refletirmos: Rute, a moabita que foi morar na terra prometida, abraçando o Deus verdadeiro e encontrando redenção.

Rt 1:16 Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; 17 Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. 18 Vendo Noemi, que de todo estava resolvida a ir com ela, deixou de lhe falar.

Poderíamos dizer que Rute era uma pessoa teimosa a tal ponto que não seguiu os conselhos da sua sogra? De maneira alguma, muito pelo contrário. Rute escolheu conviver com quem bem conhecia, que foi Noemi, uma sogra com um caráter precioso. Ela fez a escolha certa!

Qual foi o resultado dessa atitude de Rute? Mais adiante, Boaz a redimiu e ela deu à luz a herança de Davi. Gerou a Obede, e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou ao rei Davi cuja genealogia nos trouxe o nosso Senhor Jesus Cristo.

Sejamos como Rute e seremos redimidos pelo nosso Boaz celestial.

Conforme podemos ler no A.T., desde os tempos antigos o Senhor já chamava a seu povo Hebreu como de homens de dura cerviz, obstinados, duros de coração, sempre resistindo e desviando-se das Suas ordenanças. Vimos a reação do povo de Israel ao criar o bezerro de ouro que foi adorado e festejado, isso por causa da pouca demora de Moises quando foi ao Monte Sinai receber as tábuas da lei ditadas pelo nosso Deus.

Hb 3:7 Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz, 8 Não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto. 9 Onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. 10 Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos. 11 Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. 12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.

Rute uma moabita, não quis se apegar ao seu povo e aos seus deuses, optando em se apegar e ser guiada pelo Espírito Santo, seguindo o conselho Divino.

Outro aspecto importante a ser considerado: O hábito contínuo de ser repreendido e não se corrigir, faz com que uma pessoa se torne como se diz, “calejada”, endurecida, acostumada com as condutas erradas e sem esperança de cura.

Reflita:

Pr 29:1 Homem que muitas vezes é repreendido endurece a cerviz (deixa de ser submisso, obediente), de repente será destruído sem que haja remédio (sem que possa haver cura).

Esse GPS não falha!!!

Quando alguém é repreendido, têm dois caminhos a seguir: Corrigir-se e não mais fazer a mesma coisa, ou então endurecer a cerviz, continuar no mesmo caminho e sofrer as consequências. Nós cristãos devemos estar abertos e flexíveis para sermos guiados pelo Espírito Santo porque dessa forma, estaremos convictos de que estaremos caminhando corretamente. Esse GPS não falha!!!

Sl 32: 8 Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos (como um drone). 9 Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti (para morder). 10 O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor (que se deixa levar por Êle) a misericórdia o cercará.

Lendo os primeiros capítulos do livro de Samuel, vemos como a narrativa vai alternando sobre o crescimento e a obra do Senhor na vida de Samuel e o contraste negativo das coisas abomináveis e execráveis nas vidas dos filhos de Eli, que apesar de serem sacerdotes, eram tidos como filhos de Belial – figura do maligno. Em 1º Samuel 3:12-14 o Senhor fala de madrugada a Samuel o que já tinha falado a Eli, sobre essas atitudes de pecado dos seus dois filhos, e que mesmo assim não eram repreendidas cabalmente pelo seu pai e sacerdote. A consequência disso foi que o Senhor jurou não mais perdoar os pecados dos da casa de Eli. Por conta disso, o povo de Israel perdeu a proteção Divina contra o seu mais próximo inimigo naquela época, que eram os filisteus. Perderam a imunidade espiritual. Se Eli tivesse tomado atitudes de repreensão contra seus dois filhos Hofni e Finéias, que não conheciam ao Senhor (como vimos, eram tidos como filhos de Belial), certamente o desfecho da sua vida e família seria diferente, porque diz o Senhor: “aos que me honram, honrarei, porém aos que me desprezam, serão desprezados”.

Se a sua fé estiver enfraquecida, a sua imunidade espiritual estará em baixa e os dardos do maligno poderá lhe atingir. Se renda ao Senhor, dobre a sua cerviz e tenha uma boa colheita.

Cuidado!!! Podemos perder a imunidade do Espírito Santo.

E Israel saiu a lutar contra os filisteus, mas retornou de lá com uma baixa de quatro mil homens. Os sobreviventes ao chegarem ao arraial os anciãos lhes fazem uma pergunta:

1 Sm 4:3 Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus?

Eles sabiam que tinham perdido a imunidade do Espírito Santo, tanto é que em seguida pedem que trouxessem de Siló a arca da aliança para estar no meio deles, tal como um amuleto, no intuito de serem protegidos contra os filisteus no segundo round. A presença da arca elevou a confiança de todo o povo de Israel e isso fez com que se voltasse contra os filisteus com mais ímpeto e com um maior contingente na nova peleja.

Teoricamente estava tudo correto a tal ponto que o fervor demonstrado pelos judeus levou inicialmente temor aos corações dos filisteus, ao se lembrarem dos grandes feitos realizados por Deus nos tempos de Moisés. Apenas não atentaram ao grande detalhe: “os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com a arca da aliança de Deus 1Sm 4:4. Como se diz no popular, uma laranja podre estraga uma laranjada. O resultado não poderia ser diferente: 1 Sm 4:10-11 Então pelejaram os filisteus, e Israel foi ferido, fugindo cada um para a sua tenda; e foi tão grande o estrago, que caíram de Israel trinta mil homens de pé.E foi tomada a arca de Deus: e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, morreram. Eli ao receber a noticia da morte nesta batalha dos seus dois filhos, também morreu. O interessante é que a morte natural de Eli foi por consequência da quebra da sua dura cerviz – o pescoço, porque o Senhor já o tinha avisado que julgaria a sua casa por conta da iniquidade que ele bem conhecia, e Eli não a repreendeu. Não devemos ser pessoas de dura cerviz nem incircuncisos de coração e ouvido e muito menos resistentes ao que nos fala o Espírito Santo.

Fique atento a essa Palavra:

Pr 28:14 Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.

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