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Salgueiro levanta Avenida e chuva não impede foliões de curtir segundo dia de ensaios técnicos na Sapucaí

Desfiles-teste foram retomados depois de adiamento por fortes chuvas no dia 14 de janeiro

22 jan 2024 - 08h16
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Resumo
No último domingo, 21, três escolas de samba fizeram ensaios técnicos na Sapucaí. É a segunda vez que a Mocidade faz um desfile-teste em razão de problemas técnicos. Paraíso do Tuiuti e Salgueiro também se apresentaram. A vermelha e branca do Andaraí se destacou como última a entrar na avenida.
Mocidade, Paraíso do Tuiuti e Salgueiro ensaiaram na Sapucaí neste domingo, 21
Mocidade, Paraíso do Tuiuti e Salgueiro ensaiaram na Sapucaí neste domingo, 21
Foto: Reprodução

Nem a chuva atrapalhou quem saiu para curtir os ensaios técnicos de carnaval na Marquês de Sapucaí no último domingo, 21. A Avenida molhada e os cabelos e roupas encharcadas dos foliões cariocas não chamavam mais a atenção que os olhos brilhando e as vozes roucas de cantar o mais alto possível os sambas-enredo das escolas do coração. 

A primeira agremiação a entrar no sambódromo foi a Mocidade Independente de Padre Miguel. É a segunda vez que a verde e branca ensaia antes do desfile oficial. Isso porque o presidente de honra, Rogério Andrade, pediu à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) uma nova chance após problemas técnicos com o carro de som

Segunda vez da verde e branca

Dessa vez, a escola da Vila Vintém atravessou a Avenida com sucesso. O puxador do samba-enredo, Zé Paulo Sierra, cantava o hit do Caju e levantava as arquibancadas por onde passava. Quem era Mocidade, acompanhava com alegria. Para quem nunca tinha vivido a experiência, a emoção também tomou conta. 

É o caso do paulistano Guilherme Petena, de 25 anos. Novato na Sapucaí, ele afirmou não conseguir descrever o sentimento de ver uma agremiação entrar na passarela do samba. Nascido e criado em São Paulo, Guilherme nunca tinha ido a um sambódromo, nem mesmo o do Anhembi, na capital paulista. 

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“Quando eu vi pela primeira vez a bateria da Mocidade na minha frente, foi algo surpreendente. A emoção foi indescritível”, relatou. A chuva forte que vinha e parava logo no início do desfile não foi o suficiente para atrapalhar sua experiência na Sapucaí. 

O que incomodou mesmo foi a organização que, em suas palavras, deixou a desejar. “Achei que o evento peca pela organização. As arquibancadas estavam lotadas e quase não dava para se locomover no espaço”, opinou. 

Tuiuti e o Almirante negro

Se nenhum perrengue era páreo para a energia da Mocidade, o clima de festa continuou quando a Paraíso do Tuiuti entrou na Avenida. Com o samba-enredo “Glória ao Almirante negro”, que conta a história de João Cândido, a escola de São Cristóvão surgiu animada. 

Sem maiores problemas técnicos, a agremiação levou à Sapucaí um carro alegórico com a imagem de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro. A essa altura, a chuva já tinha dado uma trégua aos foliões e a comissão de frente da Tuiuti passava bem sincronizada pelos setores do sambódromo. 

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Grito pelo povo Yanomami

A última escola da noite foi o Salgueiro. Muito antes de entrar na concentração, as arquibancadas já tinham virado um “mar” de bandeirinhas vermelha e branca. A Torcida Amigos do Salgueiro estava em peso no ensaio e todos aguardavam ansiosamente para cantar o samba-enredo “Hutukara”. 

A escola do Andaraí começou diferente. Soltou fogos, fumaça e levantou a levantou a arquibancada com uma canção antiga. “Explode Coração”, de 1993, foi a escolhida pela bateria dos mestres Guilherme e Gustavo para aquecer os foliões. 

A chuva que voltou pior durante o momento e seguiu até o meio do desfile não impediu o Salgueiro de cativar quem estava curtindo por lá. Emerson Dias, atual intérprete da escola, fez questão de homenagear Quinho, ícone salgueirense que faleceu no início do mês

A estrela da agremiação, Viviane Araújo, arrastou o público já no setor 1, na concentração. Depois da passagem da rainha das rainhas, a musa Rebecca também chamou a atenção com um vestido dourado e o samba no pé que nem mesmo a chuva forte afetou. 

Prova disso é Andreza Oliveira, que estava no setor 1 esperando sua escola do coração passar. Animada, ela arriscou uma recomendação para os foliões de todo o Brasil: “Você que nunca veio ao Rio no carnaval, venha e aproveite. É o melhor que nós temos. Com Rebecca, Viviane e Salgueiro a gente não precisa de mais nada!”. 

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O samba-enredo sobre o povo Yanomami foi cantado com tanta força pelos salgueirenses que ficou na cabeça até de quem não tinha a escola como preferida. Os versos “Meu Salgueiro é a flecha pelo povo da floresta / Pois a chance que nos resta é um Brasil cocar” empolgaram os foliões às 22h de um domingo. 

Sem maiores problemas e com grande participação do público, o Salgueiro fez o seu ensaio e fechou a segunda noite de ensaios técnicos na Sapucaí quase às 00h de segunda-feira. 

Pode-se dizer que, junto com a Mocidade, a vermelha e branca foi a que mais empolgou os foliões. Os sambas do caju e “Hutukara” também foram os mais cantados na Avenida.

Fonte: Redação Terra
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