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CSO 001 – Introdução à Sociologia. Aula 3 – 20/03/2012 dmitri.fernandes@ufjf.edu.br www.auladesociologia.wordpress.com. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Marx nasce em Trier, Alemanha .
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CSO 001 – Introdução à Sociologia Aula 3 – 20/03/2012 dmitri.fernandes@ufjf.edu.br www.auladesociologia.wordpress.com
Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) • Marx nasceem Trier, Alemanha. • Estudadireitoem Bonn e Berlim, entrandoemcontato com a teoria de Hegel. • Freqüentacírculos de Hegelianos de esquerda. • TrabalhacomojornalistanaGazetaRenana, conhecendo Engels em 1842. Jornal é fechadoem 1843. • Começaseuexíliopela Europa (Paris, Bruxelas, Inglaterra).
Pressupostosteóricos de Marx e Engels • Para se compreender a obra de Marx e Engels é necessário, antes de tudo, reportar-se a conceitos-chavedesenvolvidosporteóricoscomo: • Georg W. Hegel (1770 – 1831) • Ludwig Feuerbach (1804-1872)
Conceitos a seremesclarecidos • Dialética (métododialético, totalidadehistórica) • Materialismo (histórico, dialético) • Estrutura (infra-estrutura e superestrutura) • Ideologia • Trabalho e ontologia social • Divisão social do trabalho • Capitalismo • Reificaçãoe fetichização • Alienação
Dialética • Divisão entre ente e ser (estáticaoudinâmica, HeráclitoouParmênides?) • Trêsmovimentos da dialética: • Tese (afirmação) • Antítese (negação) • Síntese (negação da negação)
Dialética do Senhor e do Escravo Dois homens lutam entre si. Um deles é pleno de coragem. Aceita arriscar sua vida no combate, mostrando assim que é um homem livre, superior à sua vida. O outro, que não ousa arriscar a vida é vencido. O vencedor não mata o prisioneiro; ao contrário, conserva-o cuidadosamente como testemunha e espelho de sua vitória. Tal é o escravo, o "servus", aquele que, ao pé da letra, foi conservado.
Afirmação (Tese) O senhor obriga o escravo, ao passo que ele próprio goza os prazeres da vida. O senhor não cultiva seu jardim, não faz cozer seus alimentos, não acende seu fogo: ele tem o escravo para isso. O senhor não conhece mais os rigores do mundo material, uma vez que interpôs um escravo entre ele e o mundo. O senhor, porque lê o reconhecimento de sua superioridade no olhar submisso de seu escravo, é livre, ao passo que este último se vê despojado dos frutos de seu trabalho, numa situação de submissão absoluta.
Negação (Antítese) Entretanto, tal situação vai se transformar dialeticamente, porque a posição do senhor abriga uma contradição interna: o senhor só o é em função da existência do escravo, que passa a condicionar a sua. O senhor só o é porque é reconhecido como tal pela consciência do escravo e também porque vive do trabalho desse escravo. Neste sentido, ele é uma espécie de escravo de seu escravo.
Negação da Negação (Síntese) Oescravo, que era antes de tudo o escravo da vida, mais até do que o escravo de seu senhor (pois foi por medo de morrer que se submeteu), vai encontrar uma nova forma de liberdade. Colocado numa situação infeliz, em que só conhece provações, aprende a se afastar de todos os eventos exteriores, a libertar-se de tudo o que o oprime, desenvolvendo uma consciência pessoal. Mas, sobretudo, o escravo incessantemente ocupado com o trabalho aprende a vencer a natureza ao utilizar as leis da matéria e recupera certa forma de liberdade (o domínio da natureza) por intermédio de seu trabalho. Por meio de uma conversão dialética o trabalho servil devolve-lhe a liberdade. Desse modo, o escravo, transformado pelas provações e pelo próprio trabalho, ensina a seu senhor a verdadeira liberdade, que é o domínio de si mesmo.
Dialéticahegeliana • Doisaspectos: Ontológico e Metodológico • Aspectoontológico: dialéticaexplica a realidadecomoeternodevir, vir a ser. • Todoser, segundo Hegel, contémumacontradiçãointrínseca, suaexistênciapressupõesuanegação (ex.: flor). • Contradiçãoexplicamovimentoperpétuo dos seres e do mundo.
Aspectosmetodológicos • Tudo é História: toda a realidade é a modificaçãoperpétua, o movimentoconstante. • Realidadepara Hegel é o Espírito, ouseja, síntesequesupera a oposição entre Idéia e Matéria. É a unidade dos opostosem um patamar superior. • História divide-se emtrêsmomentos: 1 - pensamentopuro (idéiaemsi), 2 – matéria (idéiasai de si) 3 – Espírito (idéiapara-si, consciente de si).
História • Para Hegel é o movimento do Espíritoquesai de si e tornaparasiem outro patamar. Realidade é movidapelascontradições de todososentes do mundo. Cadasíntesetransforma-se em nova tese e assimsucessivamente. • É a tomada de consciênciaque o EspíritoAbsolutorealiza de simesmo. Ocorretambémemcadaindivíduoem particular.
DialéticaMarxista • Embora Marx aceitasse o métododialético de compreensão da realidadehistórica, elediziaque o conteúdo de Hegel estava de cabeçaparabaixo. • Marx coloca no lugar do “pensamento” a matéria, fundando o materialismodialético. • O ideal, para Marx, é o material interpretadopela a cabeça do serhumano, nada além disso. • Pressupostos de Marx sãoreais, nãomaisideais. • A consciência é um produto social determinadopelascondiçõessociais. Nasce da necessidade de intercâmbio entre oshomens.
Feuerbach e a Alienação • Homem se despe de suasmelhoresqualidadesparainventar a Idéia de Deus: esta é a alienação, segundo Feuerbach, filósofo neo-hegeliano. Deus seria, assim, a própriaessênciahumanaalienada de si. • Marx agrega o conceito de alienação à suaobraemdiversosmomentos, sobretudoemtermos de avaliação do trabalho no mundocapitalista. • Bens sociaisprovenientes do trabalho social figuramcomoseresautônomos e independentesaoshomens, osdominando - alienação.
Capitalismo • Sistema social quealiena o homem de suaessência: o trabalho (o que o diferencia das outrasespéies), quepassa a nãomaispertencer-lhe. • A propriedadeprivadaseria a mantenedoraestrutural da situação de alienação no capitalismo. • Alienam-se o produto do trabalho, o processo de produção, a naturezahumana (trabalho a serviço do capital) e o homem de suaespécie (relaçõesmediadas).
Materialismodialético • Síntese da dialéticahegeliana e do materialismo de Feuerbach. • De Hegel absorvemétododialético, rejeitandoconteúdoidealista. • De Feuerbach retémfundamentomaterialista, semestaticidadequelhe era própria. • Luta de classes e desenvolvimento das forçasprodutivassãoelementosmínimos da epistemologia de Marx.
Materialismohistórico • Histórianão é fruto do EspíritoAbsoluto, mas do trabalhohumano. • Homensinteragemparasatisfazersuasnecessidades: “o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectualemgeral” - Karl Marx. • Sociedades se transformamquandohomensalterammodo de produzir.
Infra-estrutura e superestrutura • Infra-estrutura: forçasprodutivas + relações de produção de determinadasociedade (estruturaeconômica) • Superestrutura: Política (jurídica e política) e Ideológica (formassociais de consciência).
Infra-estrutura • Sociedade: síntese do processodialéticopeloqual o homematuasobre a natureza, transformando-a (trabalho). • Trabalhoenvolveduasdimensões: homem com a natureza (mediadapelasmatérias-primas e instrumentos) e homem com o homem (relações de produção). • Aqui se insere a questão da Divisão Social do Trabalho, queconforma as relações de produção de determinadasociedade. • Forçasprodutivasentramemcontradição com relações de produção, eclodindoemrevoluções.
Superestrutura • Sociedade se divide em classes sociais, quesurgemquandogrupo social se apropia dos meios de produção. • Propriedadeprivadadáorigemàs classes sociais. • Para consolidar o domínio, dominantesfazemuso da forçapersuasiva (leis, imprensa) ou de violênciapurapormeio do Estado, o “comitê da burguesia”.
Ideologia • Idéias da sociedadesãoidéias da classedominante. • Grupoqueascendeaopoderpolítico e econômicodifundesuavisão de mundo e valores. • Ideologia: conjunto de representações da realidadequeservemparalegitimar e consolidar o poder das classes dominantes; expressão ideal das relaçõesmateriaisdominantes. • Exemplosreligiosos.
Fetichismo e Reificação • Mercadoria, porexemplo, queparecesercoisa trivial à primeira vista, é cheia de sutilezas e argúcias, conformando um caráter “misterioso”. • Elaencobrecaracterísticassociais do trabalho do homem, oculta a relação social entre ostrabalhosindividuais dos produtores e o trabalho total. • Aoperdercontato com o trabalho a mercadoriapareceganharvidaprópria, como se elativesse um “algo a mais” contidoemsi.
Por outro lado, o capital, desvinculado do trabalho, aliena o serhumano da produção de suaexistência social. • O capitalismoinverte o sentido das relaçõessociais: o homem (sujeito) se tornaobjeto, enquanto o objeto (mercadoria) se tornasujeito. • A acumulaçãorege a lógica do mundo social. As coisascontrolamoshomensemvez de seremcontroladasporele (processoprodutivo). • Aí reside a fantasmagoria da mercadoria, o seufetiche e a reificação (coisificação) do mundo.
MovimentoDialético da História • Para Marx, a história dos homens é a história da luta de classes. • Pré-história da humanidadechegaráaoseutermo com o fim do capitalismo, forma última, maisbem-acabada de produção e de dominação dos homenspeloshomens. • Aí se instaurará a sociedadecomunista, umasociedadeemque a produçãoserádirigidaaohomem, semdivisão do trabalho social. • O Homememsuaessência, e não o Espírito, se verárealizado.