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Arquitetura, história e religiosidade: visite igrejas de Santos

Publicado: 29 de janeiro de 2022 - 14h32
PORTAIS

Vir a Santos é sinônimo de passar os dias nas praias, visitar lugares como Centro Histórico, a Vila Belmiro e o Aquário Municipal. Mas, para quem deseja um roteiro um pouco diferente, o Município oferece cerca de 200 igrejas, que são opções para quem aprecia história, arquitetura e religiosidade. Para te guiar nesta visita, o Santos Portal separou sete edificações de destaque e preparou um roteiro completo para facilitar o passeio.

Conjunto do Carmo

A mais antiga igreja de Santos é a dos Freis Carmelitas - que tem junto de si um convento - datada de 1589. Junto com a Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo, construída em 1752, formam o Conjunto do Carmo, um dos mais antigos relicários do barroco brasileiro - patrimônio nacional desde 1940. As duas igrejas são unidas por uma torre com campanário, revestida de azulejos marianos azuis e brancos, originais do século 19.

Igreja dos Freis Carmelitas (direita) possui altares dourados, em madeira, adornados por imagens devocionais do século 18 e telas de Benecdito Calixto - a edificação foi tombada pelo Estado em 1981 e pelo Município em 1990. No espaço da antiga portaria do convento, situa-se o Panteão dos Andradas, que em 1924 recebeu os restos mortais do Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, antes enterrados no pátio da igreja.

Inaugurada oito anos depois do início das obras, a Igreja da Venerável Ordem Terceira (esquerda) possui linhas rococó sob a influência da Companhia de Jesus. Há ainda telas do frei Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819) e uma pia de água benta de 1710. A edificação passou por um incêndio em 1941, que destruiu o altar-mor (reconstruído cinco anos depois) e muitos documentos referentes à solenidade da pedra fundamental da capela.

O conjunto, que fica na Praça Barão do Rio Branco nº 16, no Centro Histórico, fica aberto todos os dias, das 8h às 18h, para visitação. Para entrar em contato com o Convento do Carmo ligue para (13) 3234-5566. Já para contatar a Igreja da Venerável Ordem Terceira, o número é (13) 3219-3650.

As missas na Igreja dos Freis Carmelitas acontecem de segunda a sexta, às 7h30, 12h30 e 18h; sábado às 7h30 e 17h; domingo às 8h, 11h (no segundo domingo do mês, com canto gregoriano) e 18h.

 

Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat

O Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat é quase tão antigo quanto a Igreja dos Freis Carmelitas - o prédio foi construído apenas 10 anos depois, em 1599, por ordem do governador dom Francisco de Souza, espanhol devoto da santa, padroeira de Barcelona.

Segundo a história, Nossa Senhora do Monte Serrat ganhou o coração dos santistas em 1614, após salvar a população de um ataque pirata. Quando o corsário holandês Joris von Spilbergen invadiu a vila, parte dos munícipes fugiu para o morro, e os corsários, ao persegui-los, foram soterrados por terra e pedras que caíram da montanha. O milagre foi atribuído à santa, que se tornou padroeira oficial da Cidade em 1954.

Sob responsabilidade dos monges beneditinos desde 1652, a capela passou por descaracterizações ao longo dos séculos. As obras entregues em 2011, 165 anos depois da última reforma, conservaram a configuração existente no século 18.

O santuário também conta com a Sala dos Milagres, onde são deixadas lembranças para agradecer às graças concedidas pela santa, e o velário, onde os visitantes acendem velas e amarram fitas na porta como forma de pedir por um milagre. Tanto as velas quanto as fitas podem ser adquiridos no bazar do santuário, que também comercializa uma série de itens relacionados à Nossa Senhora do Monte Serrat.

O caminho até o santuário já é um verdadeiro passeio. Os visitantes podem se aventurar na subida dos 402 degraus ou ir pelo bonde funicular. A igreja, que fica no Caminho Monsenhor Moreira nº 33, no Monte Serrat, funciona das 9h às 17h45. Já as missas acontecem de segunda a sábado, das 8h às 9h, e aos domingos a partir das 16h. Além disso, no dia 8 de cada mês, em comemoração ao dia da santa, é realizada missa às 9h. Para entrar em contato com a igreja, ligue para (13) 3235-2295.

Capela Nossa Senhora do Desterro

A Capela de Nossa Senhora do Desterro – padroeira dos imigrantes e viajantes - foi construída aproximadamente em 1630, nas terras pertencentes à família do Mestre Bartolomeu, considerado um dos precursores da metalurgia no Brasil.

A igreja, colada no Mosteiro de São Bento - hoje Museu da Arte Sacra de Santos (Mass) -, serviu como local de sepultamento de monges beneditinos. Um destes foi o Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), reconhecido por ter sido cronista sobre o Brasil Colonial. Em sua homenagem, Benedito Calixto desenhou uma lápide que está no local até os dias atuais.

Na capela, o retábulo-mor em estilo barroco do século XVIII traz o grupo escultórico da Sagrada Família, que alude ao “retorno da fuga do Egito”, rumo a Nazaré. A peça também possui ricos ornamentos decorativos que fazem referência à devoção Mariana, com motivos florais (rosas, girassóis, margaridas), coroamento e conchas, além de símbolos cristãos como os anjos, pelicano (ave eucarística) e folhas de acanto.

A igreja fica na Rua Santa Joana D’Arc nº 795 (sopé do Morro São Bento) - acesso ao estacionamento pela Rua Visconde do Embaré. O horário de funcionamento é das 10h às 17h, de terça a domingo, com missa às 11h30 de domingo. Para visitar a igreja, não há cobrança de ingresso, mas caso queira estender o passeio ao Mass, saiba que a entrada custa R$ 10. O telefone para contato é o (13) 3219-1111.

Santuário de Santo Antônio do Valongo

Uma das primeiras igrejas do País e o segundo conjunto mais antigo de Santos, o Santuário de Santo Antônio do Valongo é datado de 1640. Anexa à igreja, encontra-se a Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, de 1691. Ambas resistiram à demolição de 1861, que derrubou boa parte do convento anexo ao conjunto, para a construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí, a primeira do Estado de São Paulo.

O conjunto só não foi inteiramente derrubado porque os operários não conseguiram remover a imagem de Santo Antônio do altar, fato que foi considerado um milagre na época. A igreja foi elevada a santuário em 1987 e as edificações que resistiram são consideradas um dos principais exemplares da arquitetura franciscana no Brasil.

A Igreja, em estilo barroco, possui paredes revestidas por murais de azulejos dos anos 1930 e, no altar-mor, um dos poucos tronos rotativos do país, com a Santíssima Trindade de um lado e, do outro, o ostensório para a Adoração Perpétua. O altar possui seis painéis de azulejaria pintados, entre 1938 e 1940, pelo artista português José Candido da Silva Jr.

Outra preciosidade são as pinturas a óleo do teto, com cenas da vida de Santo Antônio, São Francisco, papas e santos franciscanos. Elas são realçadas pelas milhares de flores pintadas que cobrem as paredes e cujo miolo, com detalhe em espelho, multiplica a incidência da luz.

A Capela da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência fica à esquerda, perpendicular e com arco aberto para a igreja conventual. No retábulo, está exposta uma imagem de São Francisco, em estilo barroco e tamanho real, orando diante de um Cristo Místico de Seis Asas. A estrutura em madeira talhada possui linhas curvas, colunas salomônicas, anjos, flores e conchas. O valor cultural da peça fez com que fosse tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O conjunto arquitetônico, que funciona das 9h às 17h30, de terça a domingo, fica no Largo Marquês de Monte Alegre nº 13, no Valongo (Centro Histórico). As missas são celebradas no domingo, às 8h e 18h; nas terças, às 12h e 15h (dia dedicado à veneração de Santo Antônio, com bênção e distribuição de pães); nas quartas, às 7h30, em louvor a São José; nos sábados, às 7h30, em louvor à Nossa Senhora; na última quarta-feira do mês, às 19h, em louvor à Frei Galvão; nas quintas é realizada a Adoração Eucarística, das 9h às 17h, com exposição do Santíssimo Sacramento. O telefone para contato é o (13) 3219-1481.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos (escravos), formada em 1652, iniciou a construção de seu próprio templo após obter um terreno no Centro de Santos, em 1756. O processo foi longo e a igreja só foi dada por finalizada em 1822. Com a abolição da escravatura no Brasil, 66 anos depois, a igreja perdeu uma de suas principais funções: abrigar e socorrer negros escravizados, foragidos das fazendas e casas, que se dirigiam ao Quilombo do Jabaquara.

O prédio, também em estilo barroco, possui uma torre (campanário) com relógio e as inscrições “INSR” na fachada, iniciais da Irmandade. No interior da igreja, o altar-mor, em mármore, apresenta a imagem de Nossa Senhora do Rosário, a dois metros de altura. Acima, há um afresco retratando uma pomba, símbolo do Espírito Santo.

As paredes laterais internas da igreja possuem afrescos com inspiração árabe, pintados em largas faixas e com cores alternadas. Ao entrar na igreja, vê-se imagens de 19 santos católicos como Santo Expedito, Santa Sara Kali, Nossa Senhora Aparecida, entre outros. Já no teto abobadado há frisos em relevo, que se unem formando rosetas. No interior de cada roseta, estão imagens e símbolos sacros, que tinham como objetivo a comunicação com os fiéis, pois, até o século 19, a maioria das pessoas não sabia ler.

A igreja fica na Praça Rui Barbosa s/nº, no Centro. O horário de funcionamento é das 8h às 17h30 de segunda a sexta e das 8h às 13h no sábado. As missas acontecem de segunda a sábado, ao meio dia. O telefone para contato é o (13) 3219-3566.

Catedral

A Catedral de Santos, sede da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, começou a ser construída em 1909, foi inaugurada em 1924 e dada por concluída apenas em 1967 - mesmo que a cripta tenha sido terminada apenas dois anos depois. O prédio segue o projeto do engenheiro Marx Hell, o mesmo que idealizou a Catedral de São Paulo.

Apesar do estilo gótico da igreja, com ogivas e torreões, a cúpula possui características renascentistas. Imagens em granito natural representam São Pedro e São Paulo na fachada, sobre o átrio de entrada. Mais acima, as figuras de quatro profetas e quatro evangelistas ladeiam a torre.

No interior do edifício há três naves, dois altares laterais de mármore e duas capelas: do Santíssimo Sacramento e a de Nossa Senhora de Fátima, uma em cada lado do altar-mor. Na grande cúpula estão sete vitrais que contam passagens da vida de Nossa Senhora e, na cripta, encontram-se os túmulos de bispos e sacerdotes de Santos. A igreja também conta com um ossuário, com dois mil lóculos, onde há um altar para celebração de missas e orações.

Benedicto Calixto também deixou sua marca nesta igreja: três afrescos que retratam a figura de Noé, Melquisedec e a cena de Cristo com os discípulos de Emaús. Na torre, que guarda um carrilhão de sete sinos, fica a pia batismal, iluminada por um vitral com a cena do batismo de Cristo.

A Catedral, que fica na Praça Patriarca José Bonifácio, no Centro Histórico, funciona todos os dias, das 7h às 18h30. As missas acontecem às segundas, quartas, quintas e sextas, às 17h; no domingo, às 9h e às 18h. Os telefones para contato são (13) 3223-9639 e (13) 3224-1593 (WhatsApp).

Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré

A Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré passou por várias alterações até se tornar o prédio em estilo gótico que se vê hoje. A origem do templo se deu em uma pequena capela erguida por Antônio Ferreira da Silva, o Visconde do Embaré, em 1875. Após uma série de reformas e ampliações, uma grande intervenção passou a ser realizada no ano de 1930, obra que durou 16 anos. Em 1943, a igreja foi elevada à categoria de convento, e 10 anos depois, a Basílica Menor.

Em frente à igreja, uma estátua em bronze homenageia o santo que deu nome à capelinha. O monumento é uma obra do escultor Luís Morrone e foi inaugurada em 1956. Outra imagem importante de Santo Antônio é a que foi colocada logo na entrada da basílica: a peça é a mesma pertencente à capela erguida pelo Visconde do Embaré.

Ogivas e vitrais coloridos são duas características marcantes do templo, bem como as duas torres com pináculos, o portal de madeira entalhada e o tímpano esculpido em mármore, que formam a fachada da basílica. Na parte interna, afrescos de Pedro Gentili preenchem cada espaço dos 18 metros de pé direito. A arte foi realizada em 1946 e restaurada em 2001.

A igreja, que fica na Avenida Bartolomeu de Gusmão nº 32, no Embaré, funciona das 6h às 18h às segundas, quartas e sextas; das 6h às 20h30 às terças, quintas, sábados e domingos. O telefone para contato é o (13) 3227-5977.

As missas acontecem nas segundas e sextas-feiras, às 7h; na terça, às 7h, 9h, 16h e 19h30; na quarta e quinta, às 7h e 19h30; no sábado às 7h e 20h; no domingo, às 8h, 9h30, 11h, 18h e 19h30. Confissões e bênçãos podem ser realizadas de terça, quinta e sexta, das 9h às 11h e das 15h às 17h; nos sábados, das 9h às 11h.

ROTEIRO

O passeio começa na Basílica Menor de Santo Antônio do Embaré, em frente à praia, e segue para o Centro de Santos, onde se pode visitar todas as outras igrejas a pé. A última parada é o Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat.

Da Basílica à Capela de Nossa Senhora do Desterro

Ao sair da Basílica, vire à direita, até o ponto de ônibus (cerca de um minuto de caminhada). As linhas mais indicadas para chegar à nossa próxima parada, a Capela de Nossa Senhora do Desterro, são os ônibus 184, 191 e 193, cuja tarifa custa R$ 4,65. Todos levam pouco mais de 30 minutos para chegar ao Terminal Urbano de Integração de Passageiros de Santos (Centro), seu ponto de descida. Agora, o restante do caminho se faz a pé (cerca de quatro minutos andando). Ao sair do terminal, vire à esquerda, seguindo a Rua Visconde do Embaré (que faz uma curva também à esquerda). Chegando a BR-050, vire à direita e siga em frente até a próxima faixa de pedestres, em frente ao muro branco do Mass. Atravesse a rua e entre no pequeno portão de ferro. Agora basta subir as escadas para chegar à Capela.

Da Capela ao Santuário de Santo Antônio do Valongo

A próxima parada é o Santuário de Santo Antônio do Valongo. O caminho é simples: ao sair pelo portão de ferro pelo qual entrou no Mass, atravesse a BR e siga a Rua São Bento até o final (aproximadamente seis minutos de caminhada). O santuário fica bem em frente à Rua do Comércio.

Do Santuário à Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Para chegar à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, basta seguir a Rua do Comércio e virar à direita na Praça Ruy Barbosa. Agora é só seguir em frente e atravessar a Rua João Pessoa. O trajeto todo leva cerca de seis minutos.

Da Igreja ao Conjunto do Carmo

O próximo destino é o Conjunto do Carmo, que também fica a aproximadamente seis minutos de distância. Ao sair da Igreja Nossa Senhora do Rosário, vire à direita e siga pela Rua João Pessoa. Vire à esquerda na Rua Pedro II, atravesse a Praça Mauá e continue seguindo pela Rua Pedro II. Vire à direita na Rua Quinze de Novembro. O Conjunto do Carmo fica de frente para a Praça Barão do Rio Branco.

Do Conjunto à Catedral

Para chegar à próxima parada, a Catedral de Santos, vire à direita ao sair do Conjunto do Carmo. Siga em frente pela Rua Visconde do Rio Branco e vire novamente à direita na Rua Braz Cubas. A Catedral fica em frente à Praça Patriarca José Bonifácio. O trajeto leva em torno de nove minutos.

Da Catedral ao Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat

Há duas formas de chegar ao Santuário de Nossa Senhora do Monte Serrat saindo da Catedral: pelo bonde funicular ou pelo Caminho Monsenhor Moreira (escadaria). Em ambos os trajetos é preciso virar à esquerda ao sair da Catedral, seguir em frente, virar à direita na Avenida São Francisco, à esquerda na Rua Itororó e à direita na Praça Corrêa de Mello (aproximadamente 7 minutos de caminhada). Neste trecho, os caminhos diferem.

PELA ESCADARIA: Para ir andando, é preciso subir a escadaria da comunidade do Monte Serrat - localizada à esquerda da Praça Corrêa de Mello - até o final. São 402 degraus, cerca de 13 minutos de subida.

BONDE: Já pelo bonde, o trajeto é mais rápido e menos cansativo: são apenas quatro minutos de subida. As saídas ocorrem da Praça Corrêa de Mello nº 33, no Centro, a cada 20 minutos durante a temporada e a cada 30 durante os demais meses do ano. O bonde funciona das 8h às 20h de segunda a quinta, das 8h às 20h30 nos domingos e feriados, e das 8h às 23h nas sextas e sábados. A tarifa custa R$18 de segunda a quinta e R$23 de sexta a domingo e feriados (subida e descida). A tarifa apenas para descida, em caso de visitantes que sobem pelas escadas, é de R$ 11,50. Professores, estudantes, crianças de 6 a 10 anos e idosos a partir de 60 anos pagam meia, mediante comprovante. Crianças de até 5 anos não pagam.

 

 

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