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O que é essa alegria, capitão, sou Alis aqui. Ocorrência. A entrevista. Irmão, sua ocorrência, que você fala assim: A melhor ocorrência da minha vida foi essa.

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A que eu mais senti o orgulho mesmo foi a dessa ocorrência que eu acabei de falar aí do Sainha.

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De qual?

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Sainha, do sargento Vladimir.

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O senhor prendeu... Prendeu não, mandou para o inferno o cara que... Quer dizer, o cara escolheu, porque se ele tivesse, igual o senhor falou, o girô tem pariu na aviatura, encosta, o cara encostasse, mão para cabeça, desarmava o cara, creque-creque é para o DP. Só que ele resolveu trocar tiro, aí ele escolheu. Foi bom, foi bom, foi ótimo essa coisa.

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E a rota é assim, também a rota não, os outros batalhões também. Mas aconteceu uma parada com polícia lá, os caras não dormem.

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É complicado. Eu tive o desprazer de policial do meu pelotão, que no caso foi executado. Não sei se você se recorda, policial que foi executado em Santos. É uma imagem que ele estava fazendo o Bico, Eu lembro. Fazendo uma atividade, veio criminoso por trás, deu tiro na nuca dele e saiu.

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A nuca dele, eu lembro isso daí. Covarde, não é? Um covarde maldito.

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E aí, pelo O batalhão, ser batalhão muito operacional, é uma ocorrência difícil de gerenciar, principalmente para o comandante, porque a tropa é muito aguerrida.

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E o senhor fica ali entre o ferro e o fogo, porque O senhor tem que fazer controle, não é?

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Tem que demonstrar uma postura de comando pouco firme que nem todo mundo concorda. Exatamente. Por quê? Porque a tropa no dia estava de folga. Nós éramos da rota matutina e todo mundo foi para o quartel. Aquele fato ocorreu à noite, era o horário de folga do pessoal, mas o pessoal foi para o quartel. E eu estava no quartel também. E me chamaram, fizeram uma reunião e vieram para cima como é o normal. Chamaram o comandante de pelotão e falou: Comando, e aí, qual que é a decisão? Vamos colocar a farda, vamos descer, vamos patrolar o local, vamos tentar saber quem são as pessoas, saturar? Saturar? E aí o comandante, no no caso, o comandante da rota conversou comigo, pediu para acalmar os policiais para que descêssemos no dia de serviço. A gente ia entrar de serviço às 07h00 da manhã. E o pessoal meio...

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Mas pelo pessoal virava à noite e emendava o serviço.

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Queria emendar, já queria trabalhar a partir daquele momento. Mas conversamos, o pessoal entendeu. Uma equipe desceu para prestar apoio para a família, porque a preocupação maior aí nesse momento, seria prestar apoio aos familiares, que estavam bem abalados com o fato. Uma equipe desceu, foram lá, prestaram todo o apoio. E no outro dia nós assumimos o serviço. E é uma situação complicada. Você ter compañero executado dessa forma. Descemos para a Baixada Santista. Fizemos várias incursões. Nenhuma delas surtiu nenhum efeito operacional que direcionasse para o caso da morte do policial. E fomos para o velório. Já no final da tarde. Participamos do velório, participamos do enterro. E aí o grupo pediu novamente, falou: Comandante, vamos fazer uma operação, fazer mais uma operação, tentar uma nova incursão, vamos tentar esclarecer. Está chegando algumas informações que os criminosos podem estar omisiados na favela, a Vila A Vila dos Pescadores. A Vila dos Pescadores. Chegaram algumas informações durante o dia, algumas abordagens que a confiabilidade não era tão grande. Mas aí foi questionado, não custa nada fazer uma operação lá. Aí foi Começamos com o comandante do batalhão. O comandante do batalhão solicitou as autorizações devidas para movimentarmos a tropa lá para o local.

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E aí na noite, fizemos a incursão com três pelotões de rota, a matutina, a vespertina e a noturna. Era uma quantidade grande de policiais. Só tenente, nós tínhamos três à frente dos pelotões várias viaturas, foi feito o cerco de uma forma, de uma capacidade ofensiva pouco maior, porque se vai pelotão, às vezes comando e três, comando e quatro, você tem uma capacidade operacional limitada. Não dá para você cobrir uma região tão grande com poucas equipes. Nesse caso específico, como tínhamos mais de pelotão de rota, foi feito o planejamento entre os comandantes, como é de rotina, não é feito nenhuma ação que não é conversada com os comandantes- Estudado, não é? Estudado com os comandantes de equipe. Então, reunir os tenentes, reunir os comandantes de equipe de rota, foi feito todo o planejamento, foi direcionado na ocasião, dentro de croque operacional por onde cada pelotão iria acessar a Villa dos Pescadores. E devido a esse aparato, na noite ocorreram duas ocorrências de alta complexidade.

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Duas ocorrências de Sim, dois indivíduos, porque já fomos recebido a tiros logo na entrada.

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A Vila dos Pescadores é bem complicado lá. Várias equipes, até do COI, policiais já sofreram ferimentos lá por disparo de arma de fogo. Tem vários casos com viaturas da própria área. A Rota também, em algumas ocasiões, já trocamos tiros outras vezes lá, já fomos agredidos outras vezes. E nesse caso específico, foi duas ocorrências simultâneas, devido ao cerco policial. Quando chegou, tivemos já duas ocorrências, foi feito uma análise criteriosa já, duas ocorrências de alta complexidade. Cada equipe já tem a sua função específica, então os pelotões se reuniram para uma segurança maior, porque duas ocorrências numa uma comunidade causa uma repercussão muito grande.

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A comunidade geralmente fica inflamada.

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Mas aí foram adotadas as medidas de segurança com as equipes que estavam no local para conduzir as ocorrências da melhor forma e encerrou a ocorrência. Mas o ânimo O que você vê, quando você vê o processo dos policiais, você vê que fica muito abalado, graças ao profissionalismo dos policiais de rota, que eles sabem diferenciar muito bem a parte emocional do que deve ser feito... Parte profissional. O que é parte profissional do que deve ser feito tecnicamente. Então, todos conseguiram trabalhar muito bem nessa ocorrência.

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Isso que o senhor está falando aí vem a corroborar com a operação que está tendo lá. O pessoal acha que as polícias vai invadir as comunidades lá e ninguém vai atirar nos polícias? Isso é utopia. Isso é uma coisa que pessoas que falam que é a pessoa que vive no mundo de bob. Porque é o que o senhor falou, se vai invadir, os caras vão ficar acuados. Se o cara vai ficar acuado, é que é animal. Se você acuou animal, ele vai para cima. Então os vagabundas, ele vai tentar sorte. E aí é que nem o pessoal vai fazer operar APM, nunca faz uma operação às cegas. Se ela vai fazer uma operação, o negócio é estudado tudo. Aí vem o pessoal do Coy pela mata, vem o pessoal, vai entrar pelas vielas, tudo. Quer dizer, vai encurralar. E aí onde vai ter a troca de tiros. E aí fica esses especialistas maconheiros dessas emissuras aí marrom falando merda. Mas especialista de segurança somos nós. Nós somos especialista de segurança. Nós que estamos lá vivendo, estamos lá adentrando as comunidades, sendo recebido a tiros, e muita gente não acredita que é o que acontece, e acontece muito.

[00:08:44]

Infelizmente, não é?

[00:08:46]

Infelizmente.

[00:08:47]

Mas é isso aí. Ainda bem que dos males foi menor. Não houve nenhuma baixa depois dessa operação. Foi só o policial mesmo que estava fazendo serviço.