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Por Vicky Bloch

Vicky Bloch é professora da FGV, da FIA e fundadora da Vicky Bloch Associados. Coach de CEOs, atua em processos de sucessão familiar e formação de lideranças.


Vinte e sete de agosto foi a comemoração do Dia do Psicólogo, e mais uma vez parei para pensar no significado que essa formação tem na minha vida. Muitas vezes, durante conversas que tive com clientes para ajudar na formatação de seus currículos, me peguei dizendo “já faz tanto tempo que você se formou e que o importante agora para o mercado é a tua experiência”. Sim, é verdade, inclusive para mim, mas todos os anos, nesse dia específico, me pego reafirmando a paixão que tenho pela minha formação. Nunca me afastei dela.

Sob a ótica histórica, a psicologia é uma ciência relativamente nova, com a maioria dos avanços acontecendo nos últimos 150 anos. No entanto, as origens da psicologia remontam à Grécia antiga, entre 400 e 500 anos a.C., quando sua ênfase era filosófica e já influenciava pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles.

A psicologia estuda o comportamento humano, considerando seus aspectos biológicos, afetivos, cognitivos e sociais, e foi exatamente isso que me interessou muito cedo. A psicologia social foi meu caminho escolhido, e logo descobri uma verdadeira paixão por entender como funcionavam as interações entre as pessoas dentro de organizações.

Os psicólogos organizacionais eram vistos como os páreas da profissão, como se houvéssemos nos vendido ao sistema unicamente para fazer com que os empregados trabalhassem mais — Foto: Pexels
Os psicólogos organizacionais eram vistos como os páreas da profissão, como se houvéssemos nos vendido ao sistema unicamente para fazer com que os empregados trabalhassem mais — Foto: Pexels

Formada em 1975, me considero uma privilegiada por ter acompanhado de perto grandes transformações sociais que aconteceram no Brasil (e no mundo), principalmente na área do trabalho. Com matérias como psicologia filosófica, psicologia social (com as evoluções de estudos do MIT-Sloan Institute), fenomenologia, neurociência etc, o curso me preparou para fazer uma leitura sobre os olhares necessários, já naquela época, para a evolução do ser humano frente a mudanças. E me trouxe até esse momento tão crítico da vida em que todos, sem exceção, estamos sendo expostos a grandes desafios de sobrevivência e de definição de novas regras de jogo.

Vale lembrar que eu escolhi uma área de psicologia que era, especialmente naquela época, uma das menos valorizadas. Os psicólogos organizacionais eram vistos como os páreas da profissão, como se houvéssemos nos vendido ao sistema unicamente para fazer com que os empregados trabalhassem mais. O reconhecimento dessa área veio depois, por poucos e bons psicólogos que atuaram com recursos humanos e mostraram a necessidade de se compreender toda a complexidade de uma organização e seus encadeamentos.

Hoje sabemos que os psicólogos que escolherem essa atividade como mote de vida terão um papel preponderante nos próximos capítulos das relações do homem com o trabalho, a vida na sociedade, a educação, a família e assim por diante. Por isso destaco que escolher a profissão que te toque o coração e a alma te conduz a assumir maior relevância na sociedade, mesmo que seja dentro de um microambiente.

Eu tenho certeza que escolhi minha formação a partir de uma enorme curiosidade pelo meu semelhante e fui atrás de uma especialização em função dessa paixão. Em todas etapas da minha vida profissional, o que se sobressaiu foi a curiosidade por entender como as pessoas atravessavam seus caminhos na vida, a busca pelo bem-estar e o desenvolvimento pessoal e profissional. E tenho certeza que se eu viver por mais 30 anos, estarei ainda estudando para poder contribuir para melhorar a nova sociedade que se apresenta.

A psicologia organizacional, que se originou da antiga psicologia industrial, evoluiu para muito além de melhorar a produtividade e o lucro das empresas. Ela passou a olhar de forma efetiva para o bem-estar das pessoas, para a cultura corporativa, e garantir a criação de ambientes onde os trabalhadores possam, além de cumprir suas metas, se realizarem profissional e pessoalmente. Na pandemia, ficou evidente que a psicologia foi fundamental para ajudar as lideranças a fazerem uma leitura correta da importância da saúde mental no ambiente de trabalho.

Que continuem existindo muitos psicólogos e psicólogas apaixonados como eu dentro das empresas. Já está mais do que provado que o lado humano e as “soft skills” dos profissionais são tão importantes para o desenvolvimento dos negócios quanto as competências técnicas, e nesse sentido não há profissão mais comprometida com as necessidades do novo mundo do que esta.

Vicky Bloch é fundadora da Vicky Bloch Associados, professora do IBGC, da FIA e membro de conselhos de administração e consultivos

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