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Compra da fábrica da Ford pela Caoa deve ser anunciada nos próximos dias
Mercado

Compra da fábrica da Ford pela Caoa deve ser anunciada nos próximos dias

Demora na conclusão da compra teria sido causada por impasse político, segundo fontes ligadas ao negócio

Tião Oliveira

29 de out, 2019 · 5 minutos de leitura.

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caoa
Concessionária Ford Caoa
Crédito:Caoa/Divulgação

Amanhã (30), a Ford encerrará a produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A compra da planta pelo Grupo Caoa deve ser anunciada nos próximos dias, de acordo com fontes ligadas ao negócio.

Segundo as mesmas fontes, um “impasse político” estaria travando a concretização do negócio. O governo do Estado teria voltado atrás em pontos com os quais havia se comprometido anteriormente. Não foram revelados quais são esses pontos.

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Após a Ford informar que encerraria a produção da planta, no início do ano, o governador João Doria disse que atuaria pessoalmente para encontrar um comprador. O objetivo, segundo ele, seria preservar empregos. No dia 3 de setembro, alguns termos do negócio foram revelados durante uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

Caoa quer fábrica da Ford

Além de Doria, participaram da coletiva o presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, e o dono do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Ficou acertado que seria feita uma “due diligencie” (diligência prévia) em, no máximo 45 dias, antes do fechamento do negócio. Já se passaram 56 dias e nada foi definido.

Ao confirmar a intenção de compra durante o evento, Andrade disse que utilizaria recursos próprios. Duas semanas depois, contudo, o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou que a Caoa ainda não havia conseguido obter o financiamento necessário para comprar a fábrica.


Na manhã de hoje houve uma assembleia na porta da fábrica. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou aos trabalhadores sobre a indefinição nas negociações entre a Ford e a Caoa.

Até março de 2020, funcionários remanescentes da área administrativa serão transferidos para um escritório na zona sul da capital paulista. Essa informação também foi divulgada pelo Sindicato.

Na sexta-feira passada, o governador disse que aposta na compra da planta da Ford por uma empresa chinesa. Embora não tenha citado nomes, Doria refere-se à Changan, que deverá ser a nova parceira da Caoa na produção de veículos no Brasil. Essa informação foi antecipada pelo Jornal do Carro em setembro.


Ford está se reestruturando

O fechamento da fábrica do ABC faz parte de um programa global de reestruturação iniciado pela Ford no ano passado. Entre as medidas está a decisão de sair do mercado de caminhões.

A planta paulista é a única da empresa no mundo que produz caminhões. A marca também fabrica esse tipo de veículo na Turquia, mas por meio de uma joint venture.

Em São Bernardo do Campo a Ford também fabricava o Fiesta. Mas a produção do modelo compacto foi encerrada no fim de julho.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”