O Juninho Pernambucano que acordou na última quinta-feira para completar 39 anos de vida não terá, a partir de agora, a mesma rotina que o acompanhou desde 1993. O peso da idade não estava nos planos. O aniversariante do dia havia adiado a aposentadoria no início de 2014 para disputar, ao menos, o Campeonato Carioca. No estadual, o Reizinho estaria a sete jogos de completar 400 pelo Vasco, clube que mais defendeu em campo: 393 partidas, com 76 gols. Mas o agora ex-camisa 8 acredita que não tem mais condições físicas de jogar em
alto nível. Ele marcou uma entrevista coletiva na próxima segunda-feira para explicar a sua despedida dos gramados.
Juninho não treinava com o grupo desde sábado e, nos últimos dias, já vinha sendo mais incisivo em conversas com dirigentes sobre seu desejo de parar. Durante as suas férias, ele foi convencido pelo diretor de futebol cruz-maltino,
Rodrigo Caetano, a realizar a pré-temporada para avaliar se jogaria o
Carioca. Desta vez, Roberto Dinamite e outros membros da diretoria tentaram em vão fazer com que ele mudasse de ideia. Após a goleada do Vasco por 4 a 0 sobre o Audax, em Volta Redonda, na quarta-feira, o presidente vascaíno confirmou oficialmente o fim da contribuição de Reizinho ao futebol. O contrato que iria até
maio já previa a despedida dos gramados a qualquer momento.
O último ato de Juninho em jogos profissionais foi em 10 de novembro de 2013, quando sofreu uma grave lesão na coxa
direita no jogo contra o Santos, pelo Campeonato
Brasileiro. Depois de uma longa recuperação que o tirou das cinco rodadas finais da competição, o então camisa 8 vinha seguindo uma programação especial preparada pelo
departamento médico do clube para prepará-lo para o Carioca. Mas o Reizinho, vez por outra, reclamava de dores musculares pelo esforço. Em sua única entrevista em 2014, no dia 15 de janeiro, ele já admitia que estava difícil suportar
o ritmo da pré-temporada.
Foi no Lyon, da França, onde passou a maior parte da carreira e fez mais gols: oito temporadas e 100 bolas na rede,
embora com menos jogos que no Cruz-Maltino: 343. Mas foi no Vasco que viveu
os maiores momentos da carreira, incluindo dois títulos brasileiros, em
1997 e 2000, e uma Libertadores no ano do centenário vascaíno, em 1998.
Mas seus números em 2013 já vinham em queda se comparados aos anos
anteriores. O Reizinho retornou à Colina para sua terceira passagem,
disputou 22 partidas em pouco menos de seis meses, marcou dois gols e
não conseguiu evitar o rebaixamento da equipe para a Série B do
Brasileiro.
Ao todo, foram apenas cinco clubes que tiveram o privilégio de estar na trajetória de Juninho no futebol: Sport, Vasco, Lyon (França), Al-Gharafa (Catar) e New York Red Bulls (Estados Unidos). Por eles, conquistou uma leva de títulos: um Campeonato Pernambucano, um Campeonato Carioca, uma Copa do Nordeste, dois Campeonatos Brasileiros, uma Taça Libertadores, um Torneio Rio-São Paulo, uma Copa Mercosul, sete Campeonatos Franceses, três Supercopas da França, uma Copa da França, uma Copa Estrelas do Catar, uma Liga do Catar e uma Copa Príncipe Crown do Catar. O Reizinho também jogou pela Seleção, pela qual ganhou uma Copa das Confederações e um Torneio de Toulon.
Amistoso de despedida
Apesar da aposentadoria, o último ato de Juninho no futebol deve ainda acontecer. Por mais de uma vez o ex-camisa 8 do Vasco comentou a
possibilidade de um jogo do adeus num amistoso contra o River Plate, da Argentina. A possibilidade é analisada pela diretoria cruz-maltina.