Por César Tralli, Felipe Freire, Henrique Coelho, Leslie Leitão, Guilherme Santos, Márcia Brasil, Marcelo Gomes, TV Globo, GloboNews e g1 Rio


  • Um grupo de ortopedistas foi executado nesta quinta (5) em um quiosque na Barra da Tijuca no Rio. Entre as vítimas, estava o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL)

  • A polícia acredita que o crime não teve um planejamento prévio, e que um dos integrantes do grupo teria sido confundido com o filho de um dos principais chefes da milícia na zona Oeste.

  • O médico Perseu Ribeiro Almeida morreu na hora. Ele teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.

  • Além da hipótese de execução por engano, outras linhas de investigação ainda não estão descartadas.

Filho de miliciano, conhecido como Taillon (à esquerda), seria o alvo e teria sido confundido com o médico Perseu (à direita) — Foto: Reprodução

A principal linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, é que os quatro médicos foram baleados por engano – três morreram e um está hospitalizado.

A informação foi obtida pela TV Globo com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que traficantes tinha como alvo um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas. O médico morreu na hora.

Entre os mortos na execução está o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim.

Devido à proximidade com a parlamentar, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe a investigação. Dino, no entanto, diz que não vê motivos para federalizar o caso.

Quem seria o alvo?

Principal linha de investigação é que médicos foram mortos por engano na Barra da Tijuca, no Rio

Principal linha de investigação é que médicos foram mortos por engano na Barra da Tijuca, no Rio

Segundo a principal linha de investigação da polícia, o verdadeiro alvo da execução seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa. Ele é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste.

Segundo apurou a TV Globo, o miliciano mora perto do quiosque onde ocorreu o crime.

A polícia investiga se uma pessoa viu o grupo sentado e informou aos assassinos. Na imagem da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para conferir o Perseu, já baleado. Veja abaixo.

Outras linhas de investigação, no entanto, ainda não estão descartadas.

Criminosos matam médicos em quiosque na Barra

Criminosos matam médicos em quiosque na Barra

Os investigadores também acreditam que o crime não teve um planejamento prévio, e que os criminosos receberam uma informação dando a localização da suposta vítima, e decidiram partir para a empreitada na mesma hora.

Isso explicaria, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, um dos assassinos estar vestindo bermuda, traje incomum em casos de execuções feitas com planejamento. Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os rostos.

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil mobilizou equipes para a investigação. Um dos objetivos é refazer o trajeto do veículo usado no crime.

A Polícia Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram.

O vídeo mostra que, assim que o veículo encosta na pista ao lado da ciclovia, os criminosos descem, correm na direção das vítimas e efetuam pelo menos 33 disparos. De acordo com a câmera de segurança, o crime aconteceu à 0h59.

No momento em que os criminosos efetuam os disparos, dois clientes que estavam sentados em uma mesa do estabelecimento correm. A ação durou menos de 30 segundos.

Médicos mortos no Rio: o que se sabe sobre o caso

Médicos mortos no Rio: o que se sabe sobre o caso

Irmão de Sâmia Bomfim

'Foi um crime bárbaro, a gente quer apuração', diz a deputada Sâmia Bonfim, irmã de médico assassinado

'Foi um crime bárbaro, a gente quer apuração', diz a deputada Sâmia Bonfim, irmã de médico assassinado

Os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, na Avenida Lúcio Costa, que sedia a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf Bomfim, que tinha 35 anos, é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, mas não resistiu aos ferimentos.

Mapa mostra onde médicos foram assassinados no Rio — Foto: Editoria de Arte g1

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!