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Se você é uma pessoa preocupada com a proteção do meio ambiente e busca alternativas simples e versáteis para fazer a destinação correta do seu lixo saiba que já existe uma ferramenta digital voltada para isso. É o Cataki, um aplicativo lançado em 2017 exclusivamente para ajudar o cidadão na reciclagem.

Além de conectar os catadores aos usuários, o APP tem como objetivo ampliar a valorização social desses trabalhadores e apesar do pouco tempo em funcionamento, já tem várias histórias bem-sucedidas para mostrar. A plataforma começou a funcionar em São Paulo, no bairro de Pinheiros, onde está localizada a ONG Pimp My Carroça, proprietária do aplicativo.

Tudo começou a partir de uma ideia do artista urbano e ativista ambiental, Mundano, que ao conhecer de perto a dinâmica dos catadores autônomos e aprimorar seu contato diário com eles, criou o projeto com o objetivo de melhorar o valor social desses trabalhadores anônimos e possibilitar que o envio do lixo para a reciclagem ficasse acessível à todos os cidadãos.

Cataki é o “Uber” da reciclagem

A ONG começou com 40 catadores, que eram pessoas que o artista já tinha cadastradas em sua agenda e feito algum trabalho em conjunto. “Mundano auxiliava esses catadores em suas atividades no dia a dia e foi, aos poucos, promovendo melhorias necessárias para o bom desenvolvimento da atividade de coleta e destinação dos resíduos e, principalmente, a valorização social dessas pessoas”, relata Henrique Ruiz, coordenador do Cataki.

Atualmente, o aplicativo conta com cerca de 1.200 catadores, distribuídos entre São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e outras cidades em todo o País, com perspectivas de aumentar muito mais.

Hoje, o Cataki – que é considerado o Uber da reciclagem por unir quem precisa do serviço à quem presta o serviço -, é um sucesso e um grande aliado em prol da coleta seletiva em várias cidades brasileiras.

Empreendedorismo digital

Segundo Ruiz, o processo de desenvolvimento e aprimoramento do aplicativo foi acontecendo naturalmente. Conforme ele, as pessoas sabiam do trabalho que o Mundano desenvolvia com os catadores e ligavam pedindo para que ele indicasse alguém que pudesse retirar os seus materiais passíveis de reciclagem, ou eventualmente dar destino correto a algum objeto ou móvel que não tinha mais serventia para a pessoa.

Ruiz lembra que Mundano começou a receber muitas ligações de amigos e conhecidos e ele sempre indicava algum catador que estivesse próximo para ajudar nessa coleta. “Com isso, o artista enxergou uma oportunidade de empreendedorismo digital e pensou no desenvolvimento de um aplicativo que ligasse essas duas pontas e, de quebra, ajudasse o meio ambiente.

Qualificação dos catadores

O coordenador informa que no momento a Pimp My Carroça atua para qualificar os catadores cadastrados, criar produtos para quem já está conectado ao aplicativo, para, depois, crescer com mais força em número de catadores e usuários. “Esse crescimento tem sido meio natural e espontâneo, pois cada matéria que sai na mídia, cada pessoa que abraça a nossa causa e avisa um catador conhecido para entrar no aplicativo, ajuda a dimensionar o projeto. Como não temos barreiras dos dois lados, não cobramos nada do catador e nem do usuário, todos têm facilidade para acessar o aplicativo e usá-lo”, atesta Henrique Ruiz.

Para 2019, a meta é aumentar o volume de 1.200 catadores que estão cadastrados atualmente. Para isso, a ONG conta com a ajuda de pessoas simpáticas à causa da reciclagem nos quatro cantos do País. “Temos exemplos de pessoas que viram a notícia sobre o Cataki, gostaram da ideia e cadastraram um carroceiro conhecido e ensinaram como funciona o aplicativo. Isso mostra também a importância da inclusão digital dos catadores, que é fundamental para a expansão do projeto”, avalia Ruiz.

Trabalho voluntário

Ele informa que o aplicativo está disponível em 591 cidades do Brasil e a tendência é crescer. “Temos uns casos curiosos que aconteceram em cidades pequenas e apresentam resultados incríveis para o projeto. Por exemplo, no interior de Santa Catarina, uma professora ao saber do APP passou a informação adiante para os alunos. Eles gostaram da iniciativa e saíram cadastrando os carroceiros pela cidade. Hoje, só essa cidade já conta com 15 catadores cadastrados”, comenta Ruiz.

Para multiplicar esse tipo de iniciativa, Henrique conta que a ONG está criando canais para que pessoas, em várias regiões do Brasil, consigam ter informações suficientes para realizar um trabalho mais efetivo de cadastramento de catadores. “É uma maneira de expandir o projeto e a gestão dos resíduos nas cidades contemplando os dois lados, tanto dos catadores quanto dos usuários”, salienta.

Ele destaca que uma característica muito legal é que a proposta da ONG é simpática para a população, por isso conta com voluntários que atuam no Brasil inteiro. “Quando vamos fazer uma ação mais efetiva acionamos essa turma. A professora de Santa Catarina é um exemplo. Cada vez que precisamos fazer uma ação com os catadores daquela região ela tem o maior prazer em ajudar. Com isso, conseguimos chegar em vários locais e desenvolver uma ação mais assertiva em nível nacional”, complementa Ruiz.

Aumento de renda

Começar a fazer um levantamento real do volume mensal de resíduos que são coletados por esses catadores é a próxima meta da ONG este ano. No momento, Ruiz informa que pela média de viagens que os catadores realizam com suas carroças, eles coletam em torno de 300 a 400 quilos de material por dia, independente do tipo de resíduo, se é PET, lata de alumínio, vidro, papel, entre outros.

Ruiz ressalta que o aplicativo ajudou não só na ampliação da reciclagem, mas, especialmente, no aumento da renda dos catadores, a qual para muitos deles triplicou.

Logística reversa

Para 2019, o coordenador informa que o foco do projeto está em melhorar o aplicativo para registrar a quantidade de material coletado mensalmente, pois as empresas, o poder público e a sociedade necessitam dessa informação para delinear o desenvolvimento de ações futuras visando a melhoria da gestão dos resíduos sólidos urbanos.

Obter essa métrica mensal, na opinião do coordenador, valoriza sobremaneira o trabalho da reciclagem, especialmente porque a logística reversa está baseada na capacidade das empresas de recuperarem os materiais que colocam no mercado, o que faz o papel do Cataki em prol da reciclagem imprescindível em várias escalas da sociedade.

Para baixar o Cataki é muito simples. O aplicativo é grátis e está disponível para celulares Android e iPhone (iOS).

Em breve vamos trazer mais novidades sobre o Cataki e a experiência da TerraLimpa, uma recicladora parceira do APP e que vem desenvolvendo um ótimo trabalho na zona norte de São Paulo.

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Informações da imagem: o catador, Michael Douglas Bezerra da Silva, faz parte da rede do aplicativo Cataki em São Paulo.
Crédito da foto: Ana Oshiro / Divulgação

Cataki resolve problema de quem quer mandar lixo para reciclagem 1
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