Brasil, meu Brasil brasileiro

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Onde está o berço esplêndido, onde estão os filhos da democracia? 

Desafiando o que chamam de solução, guardam o amor da prática pelo gatilho da arma.

Onde está o poder do seu povo que agora grita pela privação da liberdade que com sangue foi conquistado. É golpe festejado em praças, é choro do futuro vendido… 

É medo do amanhã roubado… 

Nas mídias as divisões exaltadas, nas casas o coração dividido… 

É povo de pés descansos é pedido de peito defendido… ‘paz no futuro e glória no passado’… que futuro, que passado? 

Abolindo a escravidão aclamada, amordaçada morre de fome a vontade que outrora era pregada. 

Nas ruas o reflexo de uma soberania deturpada, nos planaltos o assalto com e sem mãos armadas… 

Não vivi no tempo que se roubava o direito de proposta, mas vivo no tempo em que as ruas protestam sem causa… Educação vazia, vozes roubadas… 

Pau Brasil, nome originado de árvore que pela ganância foi derrubada… 

Eu choro em verde e amarelo, temendo a extinção também da nossa casa…

 O ódio que divide o povo, o vazio de argumentos rasos, o tiro que saiu pela culatra… 

‘Brasil, meu Brasil brasileiro’ o que fizeram pela farda? Fardo pesado que aprisiona a alma… 

Como uma riqueza tão grande tem sido ceifada… 

Deitado teu filho vestido com bandeira de sangue é banhado… 

Onde estão os pioneiros da sua casa? 

Prisioneiros de acusações não provadas… de gole em gole da bebida amarga, embriaga aquele que com um pouco de sobriedade ainda pensa na esperança do nada… 

‘Brasil, meu Brasil brasileiro’, se me pudesse contar quais teus segredos…

Nos tiraram direitos e nos deram armas, roubaram o ouro preto e deixaram a natureza devastada… os impostos? 

Impondo o gasto desnecessário, em nossos rios, a lama deixa tudo em pedaços…

Por: Lívia Costa – Jornalista e escritora