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Sumário do Plano Estratégico de Desenvolvimento – Timor-Leste

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A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopsedura<strong>do</strong>ura que seja única e exclusiva <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>, fomentan<strong>do</strong> um sistema <strong>de</strong> valorespartilha<strong>do</strong>s com base na participação cívica e que proporcione benefícios palpáveis esustentáveis para to<strong>do</strong>s os cidadãos.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> conquistou a in<strong>de</strong>pendência em resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> um forte senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>auto<strong>de</strong>terminação, após quatro séculos <strong>de</strong> colonização, 24 anos <strong>de</strong> ocupação e 3 anos soba tutela da ONU. Este mesmo princípio <strong>de</strong> auto<strong>de</strong>terminação será aplica<strong>do</strong> à construçãonacional e ao <strong>de</strong>senvolvimento económico através <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoestratégico a longo prazo que reflicta a vonta<strong>de</strong> e as aspirações <strong>do</strong> povo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>.Sen<strong>do</strong> um país jovem, pós-conflito e <strong>de</strong> baixos rendimentos, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> precisaimplementar uma estratégia única e específica para o país <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a trazer prosperida<strong>de</strong>ao seu povo. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> é uma nação que saiu <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio estrangeiro e <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>struição violenta para se tornar uma socieda<strong>de</strong> dinâmica e <strong>de</strong>mocrática, com umaeconomia em rápi<strong>do</strong> crescimento, ainda que frágil. O sucesso <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> no futuroserá <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por quatro princípios essenciais:Política. Sen<strong>do</strong> um país pós-conflito, recentemente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>mocrático,<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> adquiriu a capacida<strong>de</strong> para pensar <strong>de</strong> forma estratégica e criativa. Agoraas mesmas características que possibilitaram a in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>vem ser utilizadas ecanalizadas para a construção nacional e para o <strong>de</strong>senvolvimento económico. Ocaminho <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento escolhi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve inspirar a mudança, suportar acçõesousadas por parte <strong>do</strong>s cidadãos, estimular confiança sobre o futuro e sobretu<strong>do</strong> criarum forte sentimento <strong>de</strong> coesão nacional. Acreditamos que o PED oferece estecaminho, concebi<strong>do</strong> para gerar consenso e participação por parte <strong>do</strong> povo.Potencial económico. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> possui recursos naturais valiosos, incluin<strong>do</strong>duas das matérias-primas mais valiosas no merca<strong>do</strong> global: petróleo e gás. Caso seja<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com prudência, o sector petrolífero po<strong>de</strong> ajudar a construir os alicerces<strong>de</strong> uma economia viável, sustentável e pujante. O sector <strong>do</strong>s hidrocarbonetos daráreceitas substanciais durante décadas, as quais po<strong>de</strong>m ser investidas nas pessoas enas infra-estruturas <strong>do</strong> país. A riqueza per capita comprovada <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> situa-4


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopsese actualmente nos 55.660 dólares (2005), sen<strong>do</strong> assim superior à da In<strong>do</strong>nésia(13.350 dólares) e à da Malásia (55.326 dólares). 1Integração nacional. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> é um país pequeno com uma área terrestre <strong>de</strong>15.000 quilómetros quadra<strong>do</strong>s e uma população <strong>de</strong> 1,2 milhões. Em face da sua áreae população reduzidas, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> está numa posição privilegiada para acelerar o<strong>de</strong>senvolvimento económico. O fundamental aqui será a conectivida<strong>de</strong>. A integração<strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s nacionais através <strong>de</strong> estradas, electricida<strong>de</strong> e telecomunicaçõespromoverá um <strong>de</strong>senvolvimento rápi<strong>do</strong>, o qual será também estimula<strong>do</strong> com aligação <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> a merca<strong>do</strong>s regionais e globais.Dinamismo. Ten<strong>do</strong> uma população jovem e sen<strong>do</strong> um país novo, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> estápronto a agarrar novas oportunida<strong>de</strong>s e a aceitar mudanças dinâmicas. A nossapopulação <strong>do</strong>minará as tecnologias <strong>do</strong> século XXI <strong>–</strong> banda larga, internet, avanços naagricultura e na energia <strong>–</strong> e acelerará assim o crescimento económico e o<strong>de</strong>senvolvimento.DesafiosEnquanto país jovem e pobre, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> <strong>de</strong>para-se igualmente com vários <strong>de</strong>safiosrelevantes. Nenhum <strong>de</strong>stes é impossível <strong>de</strong> resolver, porém é necessário lidar com to<strong>do</strong>seles. O PED é o veículo que possibilitará enfrentar estes <strong>de</strong>safios.É inevitável numa economia em rápida mutação e rica em hidrocarbonetos que haja<strong>de</strong>sequilíbrios regionais e entre áreas urbanas e rurais. O PED precisa <strong>de</strong>a<strong>do</strong>ptar estratégias que promovam o <strong>de</strong>senvolvimento tanto nas áreas urbanas comorurais, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a evitar que os <strong>de</strong>sequilíbrios regionais e sociais atinjam níveis<strong>de</strong>stabiliza<strong>do</strong>res.Para se atingir o sucesso económico será necessário superar a escassez <strong>de</strong>recursos humanos qualifica<strong>do</strong>s nos sectores fundamentais da educação, saú<strong>de</strong>,1 Banco Mundial. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>: Análise Ambiental <strong>do</strong> País, Julho <strong>de</strong> 2009,http://siteresources.worldbank.org/INTTIMORLESTE/Resources/TL_CEA_18Aug09_Tetum.pdf5


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseagricultura, indústria e serviços. Deste mo<strong>do</strong> o PED coloca a educação e a formaçãono centro da estratégia.Será necessário reforçar as instituições frágeis <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para que o Governo sejacapaz <strong>de</strong> assegurar serviços vitais e funcionar como parceiro forte com o sectorpriva<strong>do</strong>. Um <strong>do</strong>s objectivos fundamentais <strong>do</strong> PED consiste na criação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> implementação. O governo electrónico po<strong>de</strong> ter um papel suplementar, ligan<strong>do</strong> oscidadãos ao governo através da internet.A mentalida<strong>de</strong> pós-conflito é uma realida<strong>de</strong> colectiva que não po<strong>de</strong> ser ignoradaquan<strong>do</strong> uma nação sofreu tantas perdas, sentiu as realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> injustiças passadas eviveu em situação <strong>de</strong> conflito durante várias gerações. Este lega<strong>do</strong> <strong>do</strong>loroso ficamuitas vezes <strong>de</strong> fora da consi<strong>de</strong>ração <strong>do</strong> planeamento estratégico. O PED precisamobilizar a vonta<strong>de</strong> colectiva e a consciência da população, incluin<strong>do</strong> as esperançascriadas durante décadas <strong>de</strong> luta, para cumprir os objectivos da in<strong>de</strong>pendência e daauto<strong>de</strong>terminação no contexto da experiência timorense.O povo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> mostrou resistência a sucessivas crises antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 2002,resistência esta que foi reforçada pelo facto da economia <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> ter cresci<strong>do</strong>numa média <strong>de</strong> <strong>do</strong>is dígitos durante os três últimos anos. Este crescimento rápi<strong>do</strong> temsi<strong>do</strong> possível em parte <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a um esforço concerta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo em aumentar oinvestimento público e em fazer transferências para grupos vulneráveis utilizan<strong>do</strong> asreceitas acrescidas <strong>do</strong> sector petrolífero.O recente rápi<strong>do</strong> crescimento económico associa<strong>do</strong> a um perío<strong>do</strong> relativamente longo <strong>de</strong>estabilida<strong>de</strong> e aos pilares <strong>de</strong> força únicos <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> (política, potencial económico,integração nacional e dinamismo) fornecem uma base sólida para o <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico sustenta<strong>do</strong> no futuro.O ano <strong>de</strong> 2010 representa um marco. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> entrou num perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> crescimentorápi<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is algarismos, <strong>de</strong> maior estabilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> maior confiança. Colectivamente<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> <strong>de</strong>clarar o lema <strong>do</strong> dia A<strong>de</strong>us Conflito, Bem-vin<strong>do</strong><strong>Desenvolvimento</strong>.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> lançou o seu primeiro <strong>Plano</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Nacional em 2002, com avisão <strong>de</strong> criar uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática e próspera em 2020. O plano <strong>de</strong>finiu objectivos6


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopsee <strong>de</strong>lineou estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento para atingir estes objectivos. Oito anos maistar<strong>de</strong>, é altura <strong>de</strong> rever e actualizar o plano.O novo PED assenta na crença <strong>de</strong> que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> conseguir crescimentoeconómico <strong>de</strong> <strong>do</strong>is algarismos durante a próxima década e mais além, convergin<strong>do</strong> assimcom os países <strong>de</strong> rendimentos médios altos nos próximos vinte anos. Em resumo, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve acelerar o seu <strong>de</strong>senvolvimento económico pós-2010.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> tem uma oportunida<strong>de</strong> económica abundante. As metas seguintes sãoatingíveis até 2030, sen<strong>do</strong> que muitas po<strong>de</strong>m sê-lo até 2020:Todas as crianças têm acesso a ensino gratuito e obrigatório até ao 12.º ano <strong>de</strong>escolarida<strong>de</strong>;To<strong>do</strong>s os timorenses sabem ler e escrever;To<strong>do</strong>s os cidadãos têm acesso a cuida<strong>do</strong>s primários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;Nenhuma criança morre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> água a<strong>de</strong>quada, malnutrição ou falta <strong>de</strong>cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;To<strong>do</strong>s os cidadãos têm oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adquirir novas qualificações com basenas tecnologias <strong>do</strong> século XXI, tais como banda larga sem fios, agricultura <strong>de</strong>produtivida<strong>de</strong> elevada e cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> topo <strong>de</strong> gama;A pobreza extrema é erradicada por meio <strong>do</strong> acesso universal a serviços públicos,oportunida<strong>de</strong>s amplas <strong>de</strong> emprego e <strong>de</strong>senvolvimento económico em todas asregiões.O <strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> oferece uma Visão para 2030, um Quadro <strong>de</strong>Acção até 2020 e um <strong>Plano</strong> <strong>de</strong> Investimento Público até 2015. O objectivo <strong>do</strong> PEDconsiste em combinar um panorama inspira<strong>do</strong>r com um calendário específico e umconjunto <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res e objectivos essenciais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, constituin<strong>do</strong> assimmarcos <strong>de</strong> referência para o progresso.O <strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> (PED) é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com umavisão económica a longo prazo para <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>: Até 2030, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> terse-ájunta<strong>do</strong> ao grupo <strong>de</strong> países com rendimentos médios altos, teráerradica<strong>do</strong> a pobreza extrema, terá elimina<strong>do</strong> o fosso económico para com7


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseas economias emergentes da ASEAN e terá fomenta<strong>do</strong> uma socieda<strong>de</strong><strong>de</strong>mocrática e ambientalmente sustentável.A próxima década (2011 a 2020) incidirá na criação das condições básicas para o<strong>de</strong>senvolvimento em todas as áreas: infra-estruturas, educação e formação, saú<strong>de</strong>,produtivida<strong>de</strong> agrícola e auto-suficiência alimentar, urbanização sustentável e<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sectores importantes <strong>de</strong> indústria e serviços.A segunda década (2021 a 2030) fará uso <strong>de</strong>stes alicerces para garantir que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>é globalmente competitivo, que faz parte da economia <strong>de</strong> informação global e que criaqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e sustentabilida<strong>de</strong> ambiental para todas as gerações futuras.Destacamos alguns aspectos principais <strong>do</strong> contexto político e social em que terá lugar o<strong>de</strong>senvolvimento económico sustentável:<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> terá um governo <strong>de</strong>mocrático e inclusivo basea<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>direito, respeito pelos direitos humanos e participação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os cidadãos emactivida<strong>de</strong>s económicas, sociais e políticas;<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> fomentará um <strong>de</strong>senvolvimento equitativo entre grupos <strong>de</strong>população (ricos e pobres) e áreas (rurais e urbanas);O Esta<strong>do</strong> e a população respeitarão e preservarão os valores e a cultura <strong>do</strong>s váriosgrupos que compõem a socieda<strong>de</strong> timorense;<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> será uma socieda<strong>de</strong> tolerante e sensível às questões das raças,religiões e cre<strong>do</strong>s;<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> será um ambiente <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> e inovação.8


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopseII. VISÃO DA ECONOMIA DE TIMOR-LESTE EM 2030<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> entra em 2010 como uma economia <strong>de</strong> baixos rendimentos e com um fortepotencial em termos <strong>de</strong> rendimentos médios.Tradicionalmente, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> tem si<strong>do</strong> em gran<strong>de</strong> medida uma economia assente naagricultura <strong>de</strong> subsistência, com uma população rural dispersa que vive perto da linha dapobreza. Alguns pequenos sectores <strong>de</strong> colheitas que geram dinheiro, tais como o café,costumam dar rendimentos monetários a algumas famílias em áreas rurais, embora umaparte significativa das famílias produza apenas para consumo próprio e não disponha <strong>de</strong>fontes estáveis ou previsíveis <strong>de</strong> rendimentos monetários. Além disso, as infra-estruturastêm si<strong>do</strong> fracas, o que é agrava<strong>do</strong> pelas dificulda<strong>de</strong>s ao nível <strong>do</strong>s transportes e dascomunicações numa topografia montanhosa.Até 2030 estas condições ter-se-ão altera<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma acentuada. A economia serámo<strong>de</strong>rna e bem diversificada, com infra-estruturas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ao nível das estradas,electricida<strong>de</strong>, portos e telecomunicações. A agricultura <strong>de</strong> subsistência será substituídapor uma agricultura comercial <strong>de</strong> pequenos proprietários. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> será autosuficienteem termos alimentares e produzirá uma gama <strong>de</strong> produtos agrícolas para osmerca<strong>do</strong>s mundiais, incluin<strong>do</strong> produtos alimentares básicos, animais, fruta e vegetais eoutras colheitas para venda, produtos florestais e produtos piscícolas.O sector petrolífero, incluin<strong>do</strong> a produção <strong>de</strong> petróleo e gás, e as indústrias <strong>de</strong>rivadas,tais como as petroquímicas, darão uma base industrial consi<strong>de</strong>rável à economia. Outrasindústrias ligeiras, tais como processamento <strong>de</strong> alimentos, vestuário, artesanato e itensculturais, mobiliário e outras, complementarão as indústrias pesadas. Os serviços<strong>do</strong>minarão o emprego, em sectores que incluirão o turismo, a saú<strong>de</strong>, a educação, ocomércio, o entretenimento e a administração pública.A tradição <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> enquanto economia rural terá muda<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma acentuada.Bem mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da população viverá em áreas urbanas on<strong>de</strong> a economia <strong>de</strong> serviçosflorescerá. Díli será a principal cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país, alojan<strong>do</strong> talvez um quinto ou mesmo umquarto da população total. Outras cida<strong>de</strong>s serão também pujantes. Os centros urbanos9


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseserão as bases <strong>de</strong> operações empresariais, serviços essenciais tais como a saú<strong>de</strong> e aeducação, e transportes para o comércio e o turismo. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> atrairá um gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> visitantes da Ásia e <strong>de</strong> outros países e não só como <strong>de</strong>stino empresarial, mastambém como <strong>de</strong>stino turístico e <strong>de</strong> alunos universitários. O país será altamente apto emtermos <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação, com uma gran<strong>de</strong> penetração dainternet <strong>de</strong> banda larga e das últimas gerações <strong>de</strong> tecnologia.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> orgulhosamente apoiará a sua magnífica biodiversida<strong>de</strong> e o seu ambientenatural. Dará passos no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se adaptar e resistir às alterações climáticas, porexemplo através <strong>do</strong> fomento <strong>do</strong> uso em gran<strong>de</strong> escala <strong>de</strong> irrigação para proteger aagricultura contra as oscilações da pluviosida<strong>de</strong>. Serão tomadas precauções para evitar aperda <strong>de</strong> vidas e <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s em resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> cheias e <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong>s extremas quepo<strong>de</strong>m acompanhar um clima em mutação. Os sectores <strong>do</strong> turismo e <strong>do</strong> petróleo serão<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s prestan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong> atenção e protegen<strong>do</strong> o ambiente natural, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aque o <strong>de</strong>senvolvimento não comprometa a beleza natural ou as funções <strong>do</strong> ecossistema<strong>do</strong> país.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> será um país com rendimentos médios altos o mais tardar até 2030,fechan<strong>do</strong> o fosso que o separa <strong>do</strong>s vizinhos que hoje são mais ricos, tais como aIn<strong>do</strong>nésia, a Tailândia e a Malásia. Reconhecemos que estes países estão décadas àfrente <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> no seu <strong>de</strong>senvolvimento actual. Enquanto <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> se <strong>de</strong>batiacom a ocupação, actos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição e uma luta contínua pela in<strong>de</strong>pendência e pelaconstrução nacional, estes países seguiam planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento altamente bemsucedi<strong>do</strong>s.Apesar disto, <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> tem agora uma oportunida<strong>de</strong> notável paraestreitar e até mesmo fechar o fosso <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento até 2030. Isto suce<strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àsfortes vantagens <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>: uma socieda<strong>de</strong> jovem, vibrante e dinâmica; capacida<strong>de</strong>para <strong>de</strong>senvolver infra-estruturas <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> gama; e uma economia petrolíferaconsi<strong>de</strong>rável, que não só dará um impulso económico directo como também forneceráreceitas ao Governo para a realização <strong>de</strong> investimentos públicos essenciais ao nível <strong>do</strong>capital humano e das infra-estruturas.Aspectos especiais da Riqueza Petrolífera <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>A situação económica <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> é já extraordinária <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos seus rendimentosrecém-<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s provenientes <strong>do</strong> petróleo e <strong>do</strong> gás. Os rendimentos <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>com petróleo e gás dispararam <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 141 milhões <strong>de</strong> dólares em 2004 para cerca <strong>de</strong>10


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopse2.280 milhões em 2008. Em resulta<strong>do</strong> disto o Produto Interno Bruto (tambémconheci<strong>do</strong> como Rendimentos Internos Brutos) subiu <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 460 milhões <strong>de</strong> dólaresem 2004 para cerca <strong>de</strong> 2.900 milhões em 2008 e aproximadamente 2.500 milhões em2010 (esta ligeira redução <strong>de</strong> 2008 para 2010 <strong>de</strong>ve-se à <strong>de</strong>scida <strong>do</strong>s preços mundiais <strong>do</strong>petróleo em relação ao pico <strong>de</strong> 2008.) Em 2010 o PIB não petrolífero <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> é<strong>de</strong> aproximadamente 700 dólares per capita, sen<strong>do</strong> que o PIB petrolífero é <strong>de</strong>aproximadamente 1.800 dólares, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até ser um pouco superior este ano caso ospreços globais <strong>do</strong> petróleo continuem eleva<strong>do</strong>s.Se medirmos o crescimento <strong>do</strong> PIB a preços constantes, levan<strong>do</strong> em conta a inflação em<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>, temos que o PIB total em <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> subiu um factor <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, oequivalente a um crescimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 32 por cento ao ano. O PIB petrolíferoaumentou quase <strong>de</strong>z vezes, enquanto o PIB não petrolífero subiu aproximadamente 1,7vezes, ou 9 por cento ao ano <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004. O resulta<strong>do</strong> é um país que tem um PIB <strong>de</strong>rendimentos médios, <strong>de</strong> aproximadamente 2.100 dólares per capita, mas on<strong>de</strong> os níveis<strong>de</strong> vida continuam a ser os <strong>de</strong> um país <strong>de</strong> baixos rendimentos, aproximadamente nos600 dólares per capita. A principal razão para isto é que a riqueza petrolífera <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> ainda não foi investida <strong>de</strong> forma significativamente na economia não petrolífera eque o consumo <strong>do</strong>s proveitos <strong>do</strong> petróleo continua a ser limita<strong>do</strong> (aproximadamente umquarto das receitas petrolíferas anuais). Assim, um aspecto importante <strong>do</strong> <strong>Plano</strong><strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> é o investimento das receitas petrolíferas na economia,por forma a melhorar os níveis <strong>de</strong> vida, o PIB não petrolífero per capita e aprodutivida<strong>de</strong>.A riqueza petrolífera <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e consequentemente o cálculo <strong>do</strong> “RendimentoSustentável Estima<strong>do</strong>” (ou RSE), que po<strong>de</strong> ser consumi<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma sustentável a partirdas receitas petrolíferas, é calculada <strong>de</strong> forma conserva<strong>do</strong>ra. O RSE tem si<strong>do</strong> calcula<strong>do</strong>com base apenas num campo, o Bayu-Undan, ao passo que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> já dispõe <strong>de</strong>outro campo <strong>de</strong> dimensão comparável (o Greater Sunrise) e possui perspectivasgeológicas sólidas para muitos outros campos nas três zonas <strong>do</strong> país: a Área Conjunta <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> Petrolífero (ACDP) com a Austrália, a zona offshore <strong>de</strong> jurisdiçãoexclusiva <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e a zona terrestre, on<strong>de</strong> muitas fossas <strong>de</strong> petróleo e gás dãofortes indícios <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>pósitos petrolíferos significativos. Para além disto, ocálculo <strong>do</strong> RSE relativo ao Bayu-Undan tem também usa<strong>do</strong> pressupostos conserva<strong>do</strong>res11


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopse(por exemplo, conclusão da produção até 2023) que subestimam a riqueza petrolíferarecuperável em última instância a partir <strong>do</strong> campo.O RSE trata as perspectivas futuras <strong>do</strong> sector petrolífero <strong>do</strong> seguinte mo<strong>do</strong>: partimos <strong>do</strong>princípio que as actuais receitas petrolíferas a montante no valor <strong>de</strong> 1,6 mil milhões <strong>de</strong>dólares por ano po<strong>de</strong>rão aumentar para 2 mil milhões por ano até 2030, em face daactivação <strong>de</strong> outros campos nas três zonas e da continuação da subida <strong>do</strong>s preços <strong>do</strong>petróleo. Assumimos também que uma indústria petrolífera a jusante <strong>–</strong> GNL,petroquímicas, refinarias, fertilizantes e outros sectores basea<strong>do</strong>s no petróleo <strong>–</strong>acrescentará outros 2,5 mil milhões <strong>de</strong> dólares por ano à economia <strong>do</strong>méstica.O total da economia baseada no petróleo, montante mais jusante, está assim estima<strong>do</strong>nos 4,5 mil milhões por ano até 2030. O pressuposto é razoável em face da geologiafavorável <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e da expectativa <strong>de</strong> uma forte procura mundial por energia nospróximos vinte anos.Pressupomos que em resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s investimentos públicos e priva<strong>do</strong>s emcapital humano, infra-estruturas e sectores estratégicos da economia não petrolífera taiscomo a agricultura e o turismo, a economia não petrolífera po<strong>de</strong>rá crescer em média 12por cento ao ano entre 2010 e 2020 e 10 por cento ao ano entre 2020 e 2030. Os actuais700 milhões <strong>de</strong> dólares por ano passarão para aproximadamente 7 mil milhões.Adicionan<strong>do</strong> o sector petrolífero (montante mais jusante) e a economia não petrolífera,esperamos que os rendimentos nacionais aumentem <strong>do</strong>s 2,5 mil milhões <strong>de</strong> dólares em2010 para os 11,5 mil milhões em 2030.Esta taxa <strong>de</strong> crescimento é familiar para as economias emergentes na Ásia que tiveramainda menos potencial <strong>de</strong> “recuperação” que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>. É claro que este crescimentoeleva<strong>do</strong> e sustenta<strong>do</strong> está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da continuação da estabilida<strong>de</strong> política, <strong>de</strong> preçoseleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> petróleo, <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento futuro bem-sucedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector petrolífero e <strong>do</strong>investimento com sucesso <strong>do</strong>s rendimentos petrolíferos no capital humano, infraestruturasfísicas e sectores estratégicos <strong>do</strong> país.Prevê-se que a população <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> cresça na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 2.5 por cento ao ano entre2010 e 2030. A população total passará assim <strong>de</strong> 1,1 milhões em 2010 para cerca <strong>de</strong> 1,8milhões em 2030. A previsão económica é assim <strong>de</strong> que os rendimentos per capitaaumentarão <strong>de</strong> 2.200 dólares em 2010 para cerca <strong>de</strong> 8.400 em 2030, o que representa12


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseum aumento nos rendimentos per capita <strong>de</strong> 6,7 por cento ao ano. Este nível <strong>de</strong>rendimentos colocará <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> entre os países com rendimentos médios altos.13


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopseIII. QUADRO DE ACÇÃO PARA 2020A visão para 2030 requer um quadro <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>de</strong> acção que <strong>de</strong>termine a forma como avisão po<strong>de</strong> ser concretizada. O quadro <strong>do</strong> PED para 2020 assenta nos seguintesprincípios:Uma economia mista com base em acções complementares por parte <strong>do</strong> sectorpúblico e <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong>, <strong>de</strong>terminada por uma vantagem competitivaUm programa forte <strong>de</strong> investimento público que complemente a promoção <strong>do</strong>investimento priva<strong>do</strong>Determinação em construir uma economia diversificada com um dinamismoimportante ao nível da agricultura, indústria e serviços, apoiada pela forteherança cultural timorenseForte empenho em relação ao capital humano, reconhecen<strong>do</strong> que as pessoas <strong>de</strong><strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> são a maior fonte <strong>de</strong> riqueza <strong>do</strong> país, muito acima da terra, <strong>do</strong>sminerais e <strong>do</strong> petróleoComércio aberto e atracção <strong>de</strong> investimento directo estrangeiro (IDE), comexpectativas <strong>de</strong> sucesso no petróleo, turismo, pescas, finanças, telecomunicaçõese em outros sectores promissoresFortes relações económicas internacionais, incluin<strong>do</strong> o estatuto <strong>de</strong> membro daASEAN, relações próximas com países lusófonos (Portugal, Brasil e PALOPs) eligações culturais e políticas fortes através <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e em vias <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimentoRegulação pru<strong>de</strong>ncial sólida e <strong>de</strong>senvolvimento passo a passo <strong>do</strong> sector bancárioManutenção <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> macroeconómica através <strong>de</strong> uma política orçamentalcuida<strong>do</strong>sa e <strong>de</strong> compromisso para com a política <strong>do</strong> dólar no futuro possível <strong>de</strong>preverO quadro <strong>de</strong> acção preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a economia através <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong>investimento público com três frentes <strong>–</strong> capital humano, infra-estruturas e14


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopse<strong>de</strong>senvolvimento sectorial <strong>–</strong> que irá induzir um aumento significativo no investimentopriva<strong>do</strong>. O capital priva<strong>do</strong> será encoraja<strong>do</strong> <strong>do</strong>mesticamente, em especial ao nível daspequenas e médias empresas, bem como na forma <strong>de</strong> investimento directo estrangeiro,garantin<strong>do</strong> que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> é hospitaleiro e competitivo em relação ao investimento emsectores essenciais tais como o petróleo e o turismo.O investimento em capital humano inclui seis pilares: saú<strong>de</strong>, nutrição, ensinoprimário e secundário, formação vocacional, ensino superior e pesquisa e<strong>de</strong>senvolvimento. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> construirá um sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primária comfinanciamento público acessível para to<strong>do</strong>s. Este sistema irá requerer cerca <strong>de</strong> quatro porcento <strong>do</strong> PIB (que está a subir) em <strong>de</strong>spesas públicas ao longo das próximas duasdécadas, o que significa <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 dólares por pessoa por ano em 2010,subin<strong>do</strong> para pelo menos 350 dólares por pessoa por ano até 2030. Ao longo <strong>do</strong>spróximos anos <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> intensificará programas <strong>de</strong> nutrição, em especial paracrianças jovens, com o intuito <strong>de</strong> quebrar o ciclo <strong>de</strong> pobreza e <strong>de</strong> subnutrição que roubaàs crianças o seu potencial físico e cognitivo durante toda uma vida.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> irá encetar uma estratégia concertada <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> escolas e formação<strong>de</strong> professores para assegurar que até 2020 todas as crianças concluem o ensinosecundário até ao 12.º ano. Isto irá requerer a abertura <strong>de</strong> escolas <strong>de</strong> professores e umesforço intenso para alargar a educação multilingue nas escolas durante a próximadécada. Será obrigatório frequentar a escola até ao 9.º ano e todas as escolas fornecerãorefeições como parte <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> aprendizagem.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> precisa igualmente <strong>de</strong> um programa agressivo para <strong>de</strong>senvolverqualificações laborais. No presente existe um <strong>de</strong>semprego consi<strong>de</strong>rável entre osgradua<strong>do</strong>s <strong>do</strong> secundário, todavia em breve haverá uma escassez acentuada <strong>de</strong>qualificações, à medida que os programas e investimentos <strong>do</strong> Governo se expan<strong>de</strong>m nasaú<strong>de</strong>, educação, petróleo, agricultura e outros sectores. O Governo irá empenhar-senum esforço maciço <strong>de</strong> educação <strong>do</strong> público com vista a dar qualificações laborais aosactuais jovens <strong>de</strong>semprega<strong>do</strong>s, tanto aqueles que concluíram o secundário como osmuitos milhares <strong>de</strong> jovens entre os 20 e os 30 anos que per<strong>de</strong>ram a sua oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>estudar durante os anos <strong>de</strong> conflito. A formação em qualificações incidirá nasqualificações vocacionais necessárias para construir uma economia mo<strong>de</strong>rna ediversificada, incluin<strong>do</strong> a agricultura, os cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a construção (carpintaria,canalização, electricida<strong>de</strong>), o ensino, a administração pública local e o <strong>de</strong>senvolvimento15


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseempresarial. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> também ajudar os jovens a <strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong>sculturais tais como música e arte nativas. Estas activida<strong>de</strong>s fortalecerão o lega<strong>do</strong> culturalpartilha<strong>do</strong> <strong>do</strong> país e promoverão o turismo e os rendimentos <strong>de</strong> outros sectores <strong>de</strong>serviços.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> precisa também <strong>de</strong>senvolver a sua li<strong>de</strong>rança avançada em termos <strong>de</strong>administração pública, ciências e empresas. O sector universitário assumirá aqui umaimportância vital, forman<strong>do</strong> os futuros lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong> país. Embora muitos alunos vãoestudar no estrangeiro, trazen<strong>do</strong> com eles no seu regresso qualificações e conhecimentosque irão promover a competitivida<strong>de</strong> global a longo prazo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>, o país precisaigualmente <strong>de</strong>senvolver a sua própria qualida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> no que se refere ao ensinosuperior, começan<strong>do</strong> com a Universida<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>. O Governo iráinvestir no fortalecimento <strong>do</strong> currículo e <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente da UNTL, bem como na ajudaà UNTL para <strong>de</strong>senvolver parcerias globais no âmbito da educação e da investigação. OGoverno irá também estabelecer uma série <strong>de</strong> centros nacionais <strong>de</strong> pesquisa em áreasestratégicas, com base na UNTL e noutros centros <strong>de</strong> ensino superior.A sinergia da investigação e <strong>do</strong> ensino superior tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>monstrada constantementeem to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> irá procurar colocar a sua nova capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>investigação <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> cenário universitário. As principais priorida<strong>de</strong>s para os centros <strong>de</strong>investigação apoia<strong>do</strong>s pelo Governo incluem as quatro áreas seguintes: agricultura,petróleo e geologia, saú<strong>de</strong> pública, e biodiversida<strong>de</strong> e clima.Os investimentos em infra-estruturas constituem o segun<strong>do</strong> pilar <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rançapública. A história e a experiência <strong>do</strong>s nossos vizinhos asiáticos <strong>de</strong>ixam claro que osucesso <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico precisa assentar em infra-estruturas nacionaisfortes, incluin<strong>do</strong> estradas, electricida<strong>de</strong>, telecomunicações, aeroportos e portos, e infraestruturasurbanas. O quadro político até 2020 irá garantir que <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> possuiinfra-estruturas nacionais <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> até ao final <strong>de</strong>sta década.A re<strong>de</strong> ro<strong>do</strong>viária é o ponto <strong>de</strong> partida, já que o transporte <strong>de</strong> pessoas e bens é umacondição indispensável para uma economia produtiva. A estratégia ro<strong>do</strong>viária <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>, à semelhança <strong>do</strong>s seus outros investimentos <strong>de</strong> infra-estruturas, assentará numahierarquia tripartida <strong>de</strong> investimentos: nacionais, directos e comunitários. No caso dasestradas, os investimentos nacionais significam um sistema <strong>de</strong> auto-estradas; osinvestimentos a nível <strong>de</strong> distrito significam estradas pavimentadas e transitáveis em16


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopsetodas as condições climatéricas ligan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os 13 distritos <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> numa re<strong>de</strong>ro<strong>do</strong>viária coerente; as estradas comunitárias significam estradas transitáveis em todasas condições climatéricas que cheguem às comunida<strong>de</strong>s locais.A re<strong>de</strong> eléctrica necessita <strong>de</strong> um alcance nacional semelhante. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> irá<strong>de</strong>senvolver uma re<strong>de</strong> eléctrica mo<strong>de</strong>rna ligan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o país com pelo menos 1 Giga-Watt (GW) <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> instalada até 2020. A re<strong>de</strong> eléctrica ligará to<strong>do</strong>s os distritos eaproveitará os recursos <strong>do</strong> país em termos <strong>de</strong> gás natural para alimentar gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>sistema nacional. A electrificação local po<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tecnologias fora da re<strong>de</strong>:energia solar e eólica, biogás, energia hidroeléctrica e outras opções apropriadas.As telecomunicações são outra condição indispensável para uma economia mo<strong>de</strong>rna. Astelecomunicações incluem uma mistura <strong>de</strong> telefones móveis, banda larga sem fios ecabos <strong>de</strong> fibra óptica. Até 2020 to<strong>do</strong>s os distritos <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong>, incluin<strong>do</strong> clínicas,hospitais e escolas secundárias <strong>de</strong>verão ter acesso a banda larga a baixo custo. Gran<strong>de</strong>parte da espinha <strong>do</strong>rsal das comunicações será financiada e prestada por priva<strong>do</strong>s,embora o governo seja responsável pela ligação <strong>de</strong> escolas, instalações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e outrasinstalações públicas. A fim <strong>de</strong> facilitar a melhoria rápida das infra-estruturas <strong>de</strong>telecomunicações <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> abrirá o sector à concorrência <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, o que baixaráos preços e melhorará a qualida<strong>de</strong> e a cobertura.Os portos marítimos e aeroportos constituem o próximo capítulo <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> infraestruturas.Serão necessários portos marítimos para melhorar os serviços em Díli e<strong>de</strong>senvolver o pleno potencial <strong>do</strong> sector petrolífero. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> construirá um portomarítimo mo<strong>de</strong>rno no sul <strong>do</strong> país, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a suportar o sector petrolífero emcrescimento, tanto na fase <strong>de</strong> exploração e produção da indústria como para asactivida<strong>de</strong>s a jusante, incluin<strong>do</strong> instalações <strong>de</strong> Gás Natural Liquefeito (GNL) e serviçosportuários para um sector petroquímico. Serão necessários novos portos, e em especialaeroportos, para criar a nova economia <strong>do</strong> turismo. O Aeroporto <strong>de</strong> Díli precisará <strong>de</strong> umaexpansão significativa e serão construí<strong>do</strong>s novos aeroportos internacionais no leste e nosul, para fomentar novos <strong>de</strong>stinos turísticos e pólos <strong>de</strong> crescimento.A dimensão final das infra-estruturas é a água segura e saneamento, sen<strong>do</strong> que esta áreacoloca <strong>de</strong>safios importantes tanto nas zonas rurais como urbanas. As áreas ruraisprecisam ser apoiadas com projectos locais para proteger os abastecimentos <strong>de</strong> água eprovi<strong>de</strong>nciar mais meios <strong>de</strong> saneamento. As áreas urbanas, sobretu<strong>do</strong> Díli, precisam <strong>de</strong>17


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseplanos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento urbano para promover sistemas <strong>de</strong> água e saneamento emtoda a cida<strong>de</strong> que sejam resistentes, capazes <strong>de</strong> acomodar centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong>utiliza<strong>do</strong>res adicionais, e robustos para fazer face a secas e a outros eventos climáticosextremos. De presente Díli não possui um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a médio prazo, oqual será incorpora<strong>do</strong> no PED.Os programas <strong>de</strong> investimento sectorial incluem investimentos públicos parapromover sectores estratégicos da economia timorense. Mesmo quan<strong>do</strong> um sector <strong>de</strong>vaser impulsiona<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong> pelo sector priva<strong>do</strong>, como é o caso <strong>do</strong> petróleo, o Governocontinua a ter um papel fundamental a <strong>de</strong>sempenhar ao nível <strong>de</strong> investimentos eestratégias complementares à economia <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong>.Existem pelo menos três sectores estratégicos <strong>de</strong> crescimento ao longo das próximasduas décadas: agricultura, petróleo (montante e jusante) e turismo. Cada um <strong>de</strong>stessectores requer um programa <strong>de</strong> investimento público.O sector da agricultura emprega actualmente cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is terços da populaçãoeconomicamente activa (talvez 85 por cento da população rural, que constitui cerca <strong>de</strong> 75por cento da população total). O sector da agricultura é notavelmente promissor, mas nopassa<strong>do</strong> tem fica<strong>do</strong> aquém das expectativas. Existe um potencial enorme em diversasáreas: colheitas <strong>de</strong> produtos alimentares básicos, animais e lacticínios, colheitas paravenda, produtos florestais e pescas. Tradicionalmente <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> tem <strong>de</strong>pendi<strong>do</strong> <strong>de</strong>méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> subsistência em cada uma <strong>de</strong>stas áreas, utilizan<strong>do</strong> poucos meios. Ascolheitas <strong>de</strong> produtos alimentares básicos, por exemplo, produzem entre 500 kg e 2toneladas por hectare (por exemplo milho e arroz), enquanto o potencial agronómico émuitas vezes 5 a 10 vezes mais eleva<strong>do</strong>. O problema tem si<strong>do</strong> a falta <strong>de</strong> meios maiseficientes no sector, reflexo <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> pobreza <strong>do</strong>s pequenos agricultores.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> está agora pronto para uma Revolução Ver<strong>de</strong>, na qual o Governo trabalharácom os pequenos agricultores para aumentar o uso <strong>de</strong> meios melhora<strong>do</strong>s através <strong>de</strong>subsídios bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, financiamento sazonal, tecnologias mo<strong>de</strong>rnas e benefícios dainvestigação <strong>de</strong> ponta. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> tornar-se auto-suficiente em termos <strong>de</strong> arroz noprazo <strong>de</strong> cinco anos, tornan<strong>do</strong>-se um exporta<strong>do</strong>r mundial <strong>de</strong> produtos agrícolas durantea próxima década.O petróleo é o segun<strong>do</strong> sector com profun<strong>do</strong> potencial transforma<strong>do</strong>r para o país. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> irá construir uma indústria a montante e a jusante consi<strong>de</strong>rável, incidin<strong>do</strong> na18


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseexploração e <strong>de</strong>senvolvimento, num gasoduto para a ilha e no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umaindústria a jusante, incluin<strong>do</strong> GNL, petroquímicos, fertilizantes, refinarias e outrasoperações com uso intensivo <strong>de</strong> energia. Aqui será útil a experiência <strong>de</strong> outras pequenaseconomias petrolíferas, tais como Trinda<strong>de</strong> e Tobago. Estas experiências <strong>de</strong>monstram oeleva<strong>do</strong> potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste sector.O Governo irá promover o interesse nacional através <strong>de</strong> instituições transparentes e <strong>de</strong>iniciativas li<strong>de</strong>radas pelo Governo, incluin<strong>do</strong> a promoção <strong>de</strong> empreitadas <strong>do</strong> Governopara fomentar investimentos importantes.O turismo é o terceiro sector estratégico da economia. <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> contém flora e faunamagníficas e únicas, belas paisagens e um enorme potencial a nível <strong>do</strong> turismo ecológico,turismo <strong>de</strong> praia e turismo cultural. O país situa-se no meio da economia regional comcrescimento mais rápi<strong>do</strong> em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> assim uma região com um sector <strong>de</strong>viagens e turismo em enorme crescimento, o qual <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> tenciona explorar. O<strong>de</strong>senvolvimento turístico irá requerer gran<strong>de</strong>s investimentos em termos <strong>de</strong> infraestruturase novas políticas públicas importantes, tais como as relativas à regulação <strong>de</strong>terras e <strong>do</strong> ambiente, assim como diversas activida<strong>de</strong>s promocionais incluin<strong>do</strong>incentivos fiscais segun<strong>do</strong> as novas leis nacionais <strong>de</strong> investimento.A melhoria <strong>do</strong> ambiente empresarial é uma priorida<strong>de</strong> fundamental.O quadro económico para 2020 assenta em quatro pilares interliga<strong>do</strong>s:Investimento público em capital humano, infra-estruturas e nos sectoresprincipaisInvestimento priva<strong>do</strong> em Pequenas e Médias Empresas e IDE em sectoresessenciaisPolíticas responsáveis económicas e <strong>de</strong> gestão macroeconómicaAmbiente empresarial sóli<strong>do</strong>O ambiente empresarial precisa ser melhora<strong>do</strong> em várias frentes, incluin<strong>do</strong> anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformar as leis sobre terras. O Governo vê três tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios àreforma das terras: terras urbanas sob práticas consuetudinárias; terras urbanas aprecisar <strong>de</strong> divisão em zonas e direitos <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> claros; e terras <strong>do</strong> Governo quepo<strong>de</strong>m ser usadas para investimentos públicos e priva<strong>do</strong>s tais como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>19


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, Sinopseturismo ou <strong>do</strong> petróleo. O sistema <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> disputas precisa também serreforça<strong>do</strong>, tornan<strong>do</strong> os tribunais nacionais mais capazes para lidar com disputascomerciais e procuran<strong>do</strong> formas efectivas <strong>de</strong> recorrer a arbitragem e mediaçãointernacionais para resolução <strong>de</strong> disputas com investi<strong>do</strong>res estrangeiros. Todas estasmedidas irão melhorar consi<strong>de</strong>ravelmente a capacida<strong>de</strong> para realizar negócios em<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e encorajar o investimento <strong>de</strong> capital e a criação <strong>de</strong> empregos.O Governo irá igualmente facilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros<strong>do</strong>mésticos, incluin<strong>do</strong> empréstimos <strong>de</strong> bancos comerciais para activida<strong>de</strong>s empresariais.Por exemplo, uma das metas no sector da agricultura será encorajar os bancos afornecerem créditos sazonais, para que os agricultores tenham um sistema comercialfiável que lhes permita obter sementes, fertilizantes, implementos, equipamento <strong>de</strong>irrigação e outros componentes vitais para a mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> quintas. O Governo irátambém trabalhar no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> alargar as microfinanças <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tipos, incluin<strong>do</strong>contas <strong>de</strong> poupanças para cidadãos e micro-empréstimos a pequenas empresas.IV. PLANO DE INVESTIMENTO PÚBLICO ATÉ 2015O quadro <strong>do</strong> PED até 2020 <strong>de</strong>screve as principais linhas <strong>de</strong> estratégia relativamente ao<strong>de</strong>senvolvimento económico.O plano <strong>de</strong> investimento até 2015 estabelece o orçamento <strong>de</strong> investimento público acinco anos que constituirá os principais gastos <strong>do</strong> sector público durante a primeirameta<strong>de</strong> da década. O plano <strong>de</strong> investimento público inclui nove capítulos: saú<strong>de</strong> enutrição, educação e investigação, estradas, electricida<strong>de</strong>, portos e aeroportos,agricultura, petróleo e turismo. Para cada capítulo o PED <strong>de</strong>talha um conjunto <strong>de</strong>objectivos tais como formação em recursos humanos, construção e gestão <strong>de</strong> instalações,com prazos para que o progresso concreto possa ser medi<strong>do</strong> contra objectivosquantitativos. De seguida resumem-se as áreas prioritárias.Saú<strong>de</strong> e Nutrição: Construção <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> primária a nível local até 2015,incluin<strong>do</strong> uma clínica por suco com um médico e um enfermeiro; um profissional <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> comunitária por cada 100 famílias; hospitais <strong>de</strong> distrito <strong>de</strong>vidamenteapetrecha<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> a nível <strong>de</strong> ambulâncias e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obstetrícia <strong>de</strong>emergência; monitorização e resposta nutricional a nível nacional; sistema nacional <strong>de</strong>20


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopsePetróleo: O PED irá promover o crescimento continua<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector petrolífero por viada exploração e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos blocos. O Governo investirá numa zonaindustrial e em instalações portuárias a sul, permitin<strong>do</strong> à nação passar a exportar GNL eoutros produtos relaciona<strong>do</strong>s com o petróleo. O Governo explorará <strong>de</strong> forma activa aviabilida<strong>de</strong> das várias indústrias a jusante relacionadas com a energia, incluin<strong>do</strong>fertilizantes, outros petroquímicos, aço e alumínio.Turismo: O PED promoverá o ecoturismo e o turismo <strong>de</strong> praia <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com padrõesambientais rigorosos. O turismo será promovi<strong>do</strong> através <strong>do</strong> arrendamento <strong>de</strong> terraspúblicas para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estâncias, melhoria <strong>de</strong> infra-estruturas incluin<strong>do</strong> umaeroporto na parte oriental <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e a promoção <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> como novo<strong>de</strong>stino turístico global por parte <strong>do</strong> Governo.V. FINANCIAMENTO PÚBLICO ATÉ 2015O quadro básico <strong>de</strong> financiamento é o seguinte. O Governo preten<strong>de</strong> o maior nívelpossível <strong>de</strong> investimento público, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com: (1) eficiência <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> recursos; (2)prevenção <strong>de</strong> constrangimentos na implementação; (3) transparência e responsabilida<strong>de</strong>totais <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas globais, incluin<strong>do</strong> procedimentos <strong>de</strong> aprovisionamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s; (4)monitorização e avaliação plenas; e (5) conclusão <strong>do</strong>s alvos <strong>de</strong> investimento para 2015 e2020. De forma a atingir estes objectivos o Governo irá <strong>de</strong>senvolver: (1) uma política <strong>de</strong>investimento multissectorial com planos alarga<strong>do</strong>s nos principais sectores a funcionaremem paralelo; (2) formação em gran<strong>de</strong> escala <strong>de</strong> pessoal em cada sector principal; (3)inovações institucionais para melhorar a fiscalização e a implementação; (4) recolha <strong>de</strong>da<strong>do</strong>s rigorosos, juntamente com monitorização e avaliação; (5) consultas frequentescom intervenientes e peritos relevantes; e (6) prudência financeira.Antecipamos investimentos no sector público entre 2011 e 2015 na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 30 porcento <strong>do</strong> PIB, contan<strong>do</strong> com gastos gerais com saú<strong>de</strong> pública e educação pública,sobretu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> orçamento para investimentos. O resto <strong>do</strong> orçamento <strong>do</strong> sectorpúblico rondará os 20 por cento <strong>do</strong> PIB. O total <strong>do</strong>s gastos públicos andará assim naor<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 50 por cento <strong>do</strong> PIB, o que representará cerca <strong>de</strong> 1.000 milhões por ano nosprimeiros anos <strong>de</strong>sta nova década.22


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopseO investimento <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> acrescentará outros 15 por cento <strong>do</strong> PIB por ano, talvez10 por cento <strong>de</strong> investimento internacional e 5 por cento <strong>de</strong> investimento nacional. Como total <strong>de</strong> investimento público mais os investimentos priva<strong>do</strong>s, aproximadamente 50por cento <strong>do</strong> PIB, e uma relação capital / produto incremental (RCPI) <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5, astaxas <strong>de</strong> investimento nacional serão consistentes com um crescimento <strong>do</strong> PIB na or<strong>de</strong>m<strong>do</strong>s 12 por cento ao ano ou mais.As receitas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> receitas petrolíferas, suportarão gastos públicos <strong>de</strong> cerca<strong>de</strong> 1.000 milhões por ano, com o restante a ser acumula<strong>do</strong> no Fun<strong>do</strong> Petrolífero. O total<strong>do</strong> sal<strong>do</strong> <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> Petrolífero aumentará entre 2011 e 2015 para cerca <strong>de</strong> 9 mil milhões<strong>de</strong> dólares, sen<strong>do</strong> que em 2010 se situa nos 5,5 mil milhões. O Governo tencionaestabelecer como referência a “regra <strong>do</strong>s 3 por cento” relativamente a gastos etransferências actuais, não consumin<strong>do</strong> ou transferin<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que o nível <strong>de</strong> consumosustentável equivalente a 3 por cento da soma <strong>do</strong> Rendimento Sustentável Estima<strong>do</strong>(RSE) calcula<strong>do</strong> como a soma <strong>do</strong>s sal<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> mais o valor actual líqui<strong>do</strong> dasfuturas receitas petrolíferas <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong>. O Governo está actualmente a explorar opçõesrelativamente ao financiamento <strong>de</strong> investimentos públicos estratégicos, incluin<strong>do</strong>levantamentos superiores ao RSE ou contratação <strong>de</strong> empréstimos a taxas concessionais.VI. QUADRO MACROECONÓMICOO quadro macroeconómico prevê uma rápida expansão <strong>do</strong> sector <strong>do</strong> petróleo e <strong>do</strong> gás eum investimento <strong>do</strong>s proveitos <strong>de</strong>ste em capital humano, infra-estruturas e sectoresestratégicos da economia. Estimamos que os proveitos anuais <strong>do</strong> sector petrolífero irãocrescer <strong>de</strong> 1,6 mil milhões <strong>de</strong> dólares em 2010 para mais <strong>de</strong> 2.000 milhões por ano até2015.A economia não petrolífera irá aumentar <strong>de</strong> 600 dólares per capita em 2010 para mais<strong>de</strong> 900 dólares até 2015. O sector petrolífero, incluin<strong>do</strong> a indústria a jusante, aumentará<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.500 dólares para cerca <strong>de</strong> 3.000 dólares até 2015.Os pontos macroeconómicos básicos e salientes são os seguintes:<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> será uma economia com poupanças muito elevadas e investimentosaltos23


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopseO Governo assegurará mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> total <strong>de</strong> gastos com investimentosA taxa total <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 35 por cento <strong>do</strong> PIB permitirá umcrescimento anual na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 12 por cento ou mais.<strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> continuará a ter um exce<strong>de</strong>nte comercial consi<strong>de</strong>rável e a acumularos sal<strong>do</strong>s adicionais no Fun<strong>do</strong> Petrolífero.VII. QUADRO INSTITUCIONALA principal questão para o Governo e para a Nação como um to<strong>do</strong> é a capacida<strong>de</strong> paraaumentar programas <strong>de</strong> investimento à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>lineada no PED. O sucesso aqui<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> três factores: (1) um quadro institucional para implementação; (2) umambiente económico e geopolítico global satisfatório; e (3) formação maciça em to<strong>do</strong>s osníveis da socieda<strong>de</strong>.O avanço institucional mais importante será uma nova agência encarregue da concepção,orçamentação e implementação <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>–</strong> a Agência<strong>de</strong> Política Económica e Investimento (APEI). A APEI terá um papel semelhanteao <strong>de</strong> uma autorida<strong>de</strong> nacional <strong>de</strong> planeamento, análogo à Comissão Nacional <strong>de</strong><strong>Desenvolvimento</strong> e Reforma da China, à Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Política Económica da Malásia ou àComissão <strong>de</strong> Planeamento da Índia. As unida<strong>de</strong>s funcionais da APEI incluirão:planeamento económico; monitorização e avaliação <strong>de</strong> programas; aprovisionamento econtratação; orçamentação; cooperação internacional; e informação pública.A APEI irá uniformizar as funções <strong>de</strong> planeamento e implementação <strong>do</strong> Governo,fican<strong>do</strong> encarregue <strong>de</strong> negociar contratos com equipas <strong>de</strong> gestão internas e externas paraa implementação <strong>de</strong> funções essenciais segun<strong>do</strong> o PED. A APEI será tambémresponsável pela capacitação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o PED, trabalhan<strong>do</strong> em cooperação estreitacom ministérios operacionais.O Governo, aconselha<strong>do</strong> pela APEI, irá i<strong>de</strong>ntificar as principais necessida<strong>de</strong>s eprogramas <strong>de</strong> formação estratégica. Cada programa <strong>de</strong> sector envolverá o aumento dacapacida<strong>de</strong> local através <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> formação específica em <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> e noestrangeiro. A APEI irá também <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> seu próprio pessoal no quediz respeito a planeamento económico e negociações contratuais.24


A caminho da Paz e Prosperida<strong>de</strong>:<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 2011 a 2030, SinopseA APEI irá provi<strong>de</strong>nciar inovações institucionais que permitirão atingir os objectivos alongo prazo <strong>do</strong> <strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>.Sua Excelência o Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, começará a percorrero país em Abril <strong>de</strong> 2010 para dialogar com o Povo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>-<strong>Leste</strong> sobre o caminhopara a prosperida<strong>de</strong> consubstancia<strong>do</strong> no<strong>Plano</strong> <strong>Estratégico</strong> <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong>2011-2030“Lao hamutuk ba oin!”25

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