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empresas - Vida Económica

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ANTÓNIO PONTES, PRESIDENTE DO FINIBANCO ANGOLA“Agora serão mais os angolanosa investir em Portugal”Págs. 38 e 39Nº 1454 / 20 de julho 2012 / Semanal / Portugal Continental J 2,20DIRETORJoão Peixoto de Sousawww.vidaeconomica.ptPUBPUBARLINDO CUNHA, PRESIDENTE DA CVR DÃO“É precisoum Simplexpara aagricultura”FUNDOS EUROPEUSPág. 8Linha QREN Investeé insuficientepara as <strong>empresas</strong>NESTA EDIÇÃOSUPLEMENTO ENERGIA E AMBIENTESUPLEMENTO TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃOPágs. 4 e 5COMÉRCIO ELETRÓNICO<strong>Vida</strong> Económicaabre livrariano facebookPág. 23AUTOMÓVELChoque frontalnas receitasde ISVPágs. IV e V do Splemento ARANEMPRESASCall center francêscria 500 postosde trabalhono PortoPág. 6MERCADOSNovagalicia Bancopede desculpapelas más práticasde gestãoPág. 36A NOSSA ANÁLISEBanco BIGcom taxa de 5%a três meses paranovos clientesPág. 419 720972 00003701454Sage 2012It’s Easy!Conheça a Solução de Gestão onde só Paga o que Usa.Saiba mais aqui… www.sage.pt | 808 200 782PUB


2 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ABERTURACausas do dia-a-diaO melhor dos mundos é o nosso,porque somos nós próprios que o podemosconceber e realizar.Indigna-me, por isso, ouvir dizer: “Istosó podia acontecer em Portugal”, “Portugalé um país de corruptos”, “Lá fora é que ébom”, “Os portugueses não prestam paranada”, e frases semelhantes.Não é verdade, desde logo. Não há povosou nações quimicamente puros (emborahaja no história dramáticos momentos emque alguns nisso acreditaram). Em qualquerpaís há bons e maus governantes, bons emaus governos, corruptos e malandros,empreendedores e oportunistas. Não seentende, pois, este masoquismo nacional.E nisto não vai nenhuma desculparelativamente à mediocridade reinante quedeverá ser apontada e desmascarada (bravo!D. Januário Torgal Ferreira) sobretudopor quantos, de boa-fé, tenham ideias evontade de servir genuinamente o país masnão queiram medrar nos esconsos vãos dospartidos que temos – o grande cancro danossa democracia.Admita-se, porém, por mero exercíciode reflexão, que, de facto, nós, portuguesessomos uns enfezados. Ora mesmo aí só denós nos poderíamos queixar porque nosteríamos posto a morrer, em vez de abraçar aANTÓNIO VILAR ADVOGADOantonio.vilar@avlc-advogados.comO futuro é dos portuguesesÉ no estrume do Estado que tudo providencia a todos – sobretudo aos dependentes de certos partidos políticos – que se gera amediocridade e que soçobram os melhores.vida, lutar pelos nossos direitos, conquistaros caminhos do futuro.Há um aspecto decisivo que vemmesmo a talhe de foice e que tem marcadoa nossa mentalidade. É que exigimossempre tudo ao Estado como se ele fosseo nosso pai. E quando digo tudo, é tudo:até quando chove lhe exigimos sol, equando faz sol lhe exigimos chuva – ou, oque é o mesmo, subsídios para a falta desol ou da chuva.É aqui, no estrume do Estado quetudo providencia a todos – sobretudo aosdependentes de certos partidos políticos –que se gera a mediocridade e que soçobramos melhores.Apresento um exemplo. É inegável o valorde qualquer investimento na área cultural,não sendo preciso argumentos para odefender. Daqui resulta que qualquer agenteou grupo que a tal se dedique – com valorou sem ele – passa, em Portugal, o tempoa berrar por subsídios do Estado e se elesnão vêm a paisagem cultural desertificase.Nos Estados Unidos, porém, o Estadopouco disponibiliza ao setor – e não se digaque a cultura nesse país não é fascinante.Aí é a sociedade que financia, através dosinstrumentos do mecenato, aqueles queentende merecem apoio. E para o mereceros peticionantes têm que mostrar o quevalem e não, apenas, colocar-se na linha departida.Nós, portugueses, não somos piores(talvez não sejamos também melhores) doque outros povos, mas estamos habituadosa fiarmo-nos mais no Estado do que naspessoas. E quando o Estado está capturadopor certos interesses obscuros – e está cadavez mais –, não é de esperar nada de bom.A afirmação da liberdade, da dignidadee da força dos portugueses tem de serconfigurada não no colo do Estado, mascontra o Estado.O neoliberalismo que avança sem rédeasna sociedade e também já tomou contado nosso país, apesar das suas políticas,por vezes dramáticas e desumanas, parecepoder ter o condão de chamar à razão eà ação muitos daqueles – ricos, pobres eremediados – que dizem mal de tudo, masnada fazem, eles próprios, por si e pelo seupaís.Seja como for, o debate sobre as funções ea amplitude do Estado está entre nós. Penaé que não haja cidadãos à altura do desafio edisponíveis para nele entrar.Temos medo de crescer. A nossa medidaé a do “Portugal dos pequeninos”. Mas ofuturo começa hoje.Top da semanaPEDRO MOTA SOARESO ministro da SegurançaSocial está conscienteque há uma elevadapercentagem de fraudes no que tocaao Rendimento Social de Inserção(RSI). Não colocando em causa a suasobrevivência, Pedro Mota Soaresestá a tornar o crivo mais apertado.Tem razão ao afirmar que os seusbeneficiários também devem contribuirpara o esforço que os Portuguesesestão a fazer. Assim, terão de exercertarefas públicas durante três dias dasemana, o que parece viável e nãocoloca em causa postos de trabalho.Por certo que haverá quem prefiradesistir desse mesmo rendimento.Nesta ediçãoNegócios e Empresas24 Novo Código doTrabalho não resolvecompetitividade das <strong>empresas</strong>Internacional ............. Pág. 13Emigrantes canalizam maisdinheiro para países de origemEspecial Aeroportos .. Pág. 17ANA avalia e controla a pegadade carbonoEmpreender .............. Pág. 21Os trabalhadores têm deconquistar o direito ao seutrabalhoHumor económico33 FiscalidadeEmpresas esgotamcapacidade contributivaMistolin ..................... Pág. 26Empresa de produtosde limpeza reforçainternacionalizaçãoNegócios e Empresas Pág. 27Viagens já representam umterço das vendas da LetsBonusImobiliário .................. Pág. 30Oeiras investe 550 milhões deeuros na frente ribeirinha35 Mercados“O momento queatravessamos no setorsegurador não é positivo”Fiscalidade .................. Pág. 32Economia reduziu asnecessidades de financiamentoexternoLeaseurope ................. Pág. 37Leasing cai em Portugal ecresce no resto da EuropaNew York University ....Pág. 40Aumento da carga fiscal nãorepresenta uma alternativa válidaEDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano MeloREDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, GuilhermeOsswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, FláviaLeitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO PUBLICIDADE LISBOA publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - PortoDISTRIBUIÇÃO ImprensaEM REVISTAEXPANSIÓNEspanha podereceber fundos doresgate até 2028A espanha poderáreceber fundos doresgate bancárioconcedido pelo Eurogrupoaté ao ano de 2028.Dois terços dos 100 milmilhões de euros serãoutilizados no curto prazopara a recapitalização dosbancos comn problemas.A quantia restante,cerca de dez mil milhõesde euros, servirá dealmofada de segurançano longo prazo. Odesembolso do resgatebancário será feito emquatro momentos, oprimeiro no valor de 30milhões de euros estarádiponível no final destemês. O segundo temlugar em meados denovembro, o terceiro emfinais de dezembro e oquarto em junho do anoque vem.LES ECHOSSamsung mais forteno mercado dos“smartphones”A Samsung Eletronicsestá a bater aApple e a Nokia nomercado mundial dossmartphones, graçasà forte procura do seumodelo Galaxy SIII. Olançamento deste modelosul-coreano, em maio,MEMBRO DA EUROPEANBUSINESS PRESSTIRAGEM CONTROLADAestá a garantir o seudistanciamento, face aosseus concorrentes maisdiretos.No segundo trimestre,tudo indica que aSamsung se transformouno líder dos telemóveis.A marca terá vendidomais 15,7 milhões detelemóveis do que ogrupo finlandês Nokia,também no segundotrimestre, contra 3,4milhões nos trêsprimeiros meses do ano.De notar que atingiuos maiores volumesvendidos por um sófabricante no primeirotrimestre.FINANCIAL TIMESBruxelas recuanos preços dastelecomunicaçõesA Comissão Europeiadeu um novo impulsoaos grandes gruposde telecomunicações.Bruxelas recuou nodesafio de redução doscustos das suas redes,de modo a permitriro investimento nainfraestrutura europeia.Bruxelas considera que opreço de acesso às redesnão pode ser forçado embaixa para os pequenosgrupos rivais, enquanto as<strong>empresas</strong> incumbentestêm a liberdade deestabelecer taxas sobreas novas redes de fibrade alta velocidade e queestão a ser construídasna região. Estasrecomendações vãosalvaguardar as receitasgeradas por estes gruposno aluguer das respetivasredes aos seus rivais.TIRAGEM DESTA EDIÇÃO4000 Município (Porto)TAXA PAGAR MIGUEL RELVASRelvas remeteu-se a umsilêncio quase total sobre asua situação. As críticas sãocada vez mais e as pessoas têm direitoa manifestarem-se contra licenciaturasde um só ano. É um facto que nadatem a ver com o caso Sócrates, masa opinião pública considera que hásemelhanças. Certo é que MiguelRelvas vai perdendo poder dentrodo Governo e não é de admirar quedentro de algum tempo Passos Coelhoaproveite o balanço e faça um miniremodelação.A altura é a ideal parapôr um ponto final nesta polémica eaproveitar para substituir os ministrosque estão a mais.PAULO MACEDOO ministro da Saúde éclaramente um tecnocrata.É notória a sua poucahabilidade política. A forma como geriuo braço-de-ferro com os médicos foidesastrosa. Acabou por ceder emquase todas as frentes, facto quelevou a uma forte descredibilizaçãodo Governo. E a emenda acabou porser pior que o soneto, com o ministroa ir buscar desculpas atabalhoadas.Quanto aos médicos, foi evidente asua insensibilidade. Mesmo depois dea tutela afirmar que estava dispostaa negociar, aqueles profissionaisavançaram para a paralisação. Numaárea tão sensível, o minímo que sepede é alguma razoabilidade.


4 SEXTA-FEIRA,20 DE JULHO 2012ATUALIDADECrise continua a afetar mais as mulheresO número de desempregados inscritos nos centros deemprego em Portugal (645 955) voltou a aumentar(0,7%) em Junho face ao mês anterior, depois das quedasregistadas em Abril e Maio. O desemprego em Portugalcontinua a afetar mais as mulheres (51,5%), mas penalizarmais os homens (subida de 29,9%).Linha QREN Investe é insupara alavancar execuçãoA nova linha definanciamento para<strong>empresas</strong>, denominadaQREN Investe,apresentada estasemana pelo ministroda Economia, ÁlvaroSantos Pereira, causaum sabor agridoce nomercado. Associaçõesempresariais aplaudem anovidade, mas asseguramque o dinheirodisponibilizado para oefeito será insuficientee que a medida pecapor tardia. Quanto àstaxas aplicadas e aoprazo de amortização,<strong>empresas</strong> e consultorassão unânimes: olhandopara o mercado global, ascondições aplicadas nãosão atrativas, mas, tendoem conta os mercadosfinanceiros tradicionais,sim.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptTERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptA QREN Investe é uma linha deapoio “francamente positiva paraa dinâmica do tecido empresarialportuguês, embora peque por tardiae seja apenas direcionada parao investimento produtivo”. As palavrassão de Luís Ceia, presidenteda Associação Empresarial de Vianado Castelo (AEVC).Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, apresentou, esta semana, a nova linha de financiamento para empresa QREN Investe.O dirigente associativo, ouvidopela “<strong>Vida</strong> Económica”, diz entender“a prioridade dada à inovaçãocom diretriz exportadora,embora saibamos dos estrangulamentosfinanceiros provocadospela falta de liquidez que as <strong>empresas</strong>em geral têm estado sujeitas,muitos deles resultantes deincumprimentos dos prazos dePUBNova linha de apoio“não é atrativa paraas <strong>empresas</strong>”“Pagar juros de5% representauma tentativa deaproximação à taxapraticada pela bancaportuguesa”pagamento do Estado e das autarquias”,como é o caso da construçãocivil.Para José Alves da Silva, presidenteda associação PME Portugal,a linha de apoio “é oportuna”,mas o seu montante – milmilhões de euros (500 milhõesatravés do Banco Europeu de Investimentoe 500 milhões atravésda banca nacional) – é “muito insuficiente”.No que à taxa de juro a pagarpelas <strong>empresas</strong> (5%) diz respeito,a mesma fonte assegura que é “demasiadoelevada, atendendo até aque a taxa de referência do BCEfoi recentemente reduzida para0,75%”, pelo que “pagar juros de5% representa uma tentativa deaproximação à taxa praticada pelabanca portuguesa”, declarou JoséAlves da Silva, presidente da associaçãoPME Portugal, à “<strong>Vida</strong>Económica”.Sobre esta temática, Luís Ceiaconsidera que “do ponto de vistaabsoluto estas taxas seriam incompatíveisface à competitividadeexistente no mercado atual”.No entanto, acrescenta, “se relativizarmosa questão e comparamoscom a disponibilidade dabanca comercial, diria que são defacto atrativas”.Empresários duvidamque medida faça dispararexecução do QRENUma das convicções do Governo,ao lançar a QREN Investe, éconseguir aumentar a taxa de execuçãodo quadro de referência atéaos 60%. O presidente da AEVCassegura ter “sérias dúvidas que


SEXTA-FEIRA,20 DE JULHO 2012 5ATUALIDADEIVA de serviços dedutível no IRSCada família poderá beneficiar de uma dedução de 5%do IVA pago e um teto máximo de 250 euros das despesasefetuadas com cabeleireiros, <strong>empresas</strong> de manutenção ereparação automóvel, alojamento, restauração e similares.O objetivo do Governo é combater a fraude e a evasãofiscal.Taxa de desemprego atingirá 16%em 2013O FMI calcula que regressar a níveis de desemprego pré-criseexigiria que, neste período, o PIB crescesse três vezes mais queo previsto. A taxa de desemprego em Portugal atingirá quase16% no fim do próximo ano e manter-se-á acima de 14% nostrês anos seguintes.ficientedo QRENFRANQUELIM ALVES, GESTOR DO PROGRAMA, GARANTE À“VIDA ECONÓMICA”Compete acompanha QRENe atinge 60% de execuçãoem 2012“Reprogramação estratégica dá sangue novo ao QREN”A 31 de maio de 2012, os financiamentos doQREN injetados na economia foram superioresa 9,7 mil milhões de euros (45,1%), de acordocom os dados esta semana entregues emBruxelas pelo Ministério da Economia. O valordas aprovações (fundos) ascendia, nessa data,aos 17,2 mil milhões de euros e a taxa deexecução acumulada estava em 45,1% (9,7 milmilhões de euros).No que às <strong>empresas</strong> diz respeito, os incentivosatribuídos ascenderam aos 2,8 mil milhões deeuros, correspondendo a 6373 projetos. A execuçãoacumulada somou 1,4 mil milhões de euros (em60% dos projetos) e a taxa de pagamento chegouaos 48%, sendo que, só nos primeiros cinco mesesde 2012, executaram-se cerca de 1400 milhões deeuros.Assumindo uma meta de execução de 60% atéao fim deste ano, o Governo elenca agora comotal valor venha a ser atingido”. Eexplica: “Sabemos que os investimentosprodutivos, neste momentoconjuntural, comportamriscos enormes, pelo que temoque por si só a disponibilidadefinanceira não seja suficiente paraalavancar tais investimentos”.José Alves da Silva partilha damesma perspetiva. Assumindoperemtoriamente que a nova linha“não é atrativa para as <strong>empresas</strong>”,o presidente da PME Portugalquestiona a “taxa muito reduzidade execução do Compete”, o que,na sua opinião, “coloca o Governonuma posição muito difícil decompreender pela ‘troika’ por osempresários portugueses não quereremaderir aos fundos disponíveispara empreendimentos nestascondições”, sujeitando-se, assim, à“perda” dos mesmos.Não aproveitamentodos fundos “é muito grave”“O não aproveitamento de todosos fundos do QREN seriamuito grave”, sublinha ainda JoséAlves da Silva. E mostra-se certode que “não vai ser fácil a conclusãodos projetos de investimentoem curso” e que “vai haver muitagente a ter de repor verbas pornão conseguir concluí-los”.Duro nas críticas, o dirigenteassociativo diz mesmo que é receandoeste cenário que o Governo“lança este reforço” através dalinha QREN Investe”. Trata-se,diz Alves da Silva, de “salvar aimagem do Governo em termosnacionais e perante as instituiçõesfinanceiras que observam Portugalatribuindo-lhe ‘ratings’”.Consultoras com visõesmistasprioridades reforçar os incentivos diretos às<strong>empresas</strong> em 705 milhões de euros, sendo queserá dada prioridade às PME exportadoras.O Ministério da Economia revela ainda que “osmecanismos de engenharia financeira de apoio às<strong>empresas</strong> serão reforçados com 137 milhões deeuros” e que, “ao todo, somando os apoios paraPME ao abrigo do programa Impulso Jovem, sãoalocados para financiamento das <strong>empresas</strong> mais de1000 milhões de euros”.Em declarações à “<strong>Vida</strong> Económica”, AlmeidaHenriques, secretário de Estado Adjunto daEconomia e do Desenvolvimento Regional,não hesita em afirmar: “esta reprogramaçãoestratégica dá um sangue-novo ao QREN e àsua execução, conferindo uma marca maiseconómica e mais social aos fundos comunitáriosem Portugal no período restante da suaaplicação”.Para António Cabrita, diretor--geral da Gorin, consultora quehá vários anos trabalha projetosdo QREN, refere que a InvestQREN “é uma ótima ferramentafinanceira para as <strong>empresas</strong> agilizarema cobertura do investimentoa que se candidatam”, mas“desde que não tenha que sofrerapreciação direta pelos bancos”,tal como acontece, a título deexemplo, com a PME Crescimento.O especialista recorda que,“neste momento, os bancos estãodescapitalizados, muito retraídosa financiarem a nossa economiae tudo o que for alternativo a essecircuito é bem-vindo”. Contudo,sublinha que “o ideal seria umataxa mesmo mínima, próxima dozero”. No entanto, a taxa de 5%aplicada acaba “por ser sempremais atrativa do que a dos mercadosfinanceiros tradicionais eprovavelmente com menos seletividadeque aqueles”.Pedro Nunes, diretor executivoda Risa Consulting, mostra-semais otimista relativamente a estanova linha de apoio. “É inequivocamenteuma excelente medidae que vem ajudar a combateras crescentes dificuldades que as<strong>empresas</strong> têm vindo a sentir noacesso ao crédito bancário paraexecutarem os seus investimentos”.E acrescenta: “Mesmo asboas <strong>empresas</strong> têm vindo a sentirum acréscimo da dificuldadede acesso ao crédito e este aspetotem condicionado bastante a suaatividade e, por inerência, a desejadarecuperação da economiaportuguesa, que, já se percebeu,só vai ser alcançada com umforte contributo das <strong>empresas</strong>”.Por outro lado, refere, “este tipode instrumentos financeiros sãomuito bem-vindos, porque emprojetos em que existe algum caráterde inovação, a que está associadonormalmente um maiorrisco, a abertura da banca parafinanciamento é normalmentemenos acessível”.Para este especialista, e sobretudotendo em linha de conta “asatuais condições de remuneraçãodos financiamentos bancários, astaxas de juro da QREN Investe“são bastante atrativas, podendo,nalguns casos, ser menos demetade das taxas que algumas<strong>empresas</strong> estão atualmente a suportar”.E deixa o exemplo: “Seatendermos aos empréstimosobrigacionistas recentementelançados pela BRISA e PT comremunerações acima dos 6,5%,temos uma ideia mais precisa daótima atratividade das taxas dejuro do PME Investe”.Franquelim Alves, gestor do Compete – Fatores de Competitividade.TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptA linha QREN Investe de financiamentoao investimentoempresarial que o ministro daEconomia apresentou formalmenteesta semana “vai permitiracelerar os níveis de execução dosprojetos” do QREN (Quadrode Referência Estratégica Nacional2007-2013), garante o novogestor do Compete – Fatores deCompetitividade.Em declarações à “<strong>Vida</strong> Económica”,Franquelim Alves explicaque, “nas atuais circunstâncias,encontram-se dificultadas as condiçõesde acesso ao financiamentopor parte dos promotores”, peloque “o grande desafio é garantirque eles realizem a sua quota--parte de financiamento nos projetosapoiados pelo QREN e peloCompete”. E a linha QREN Investe,diz, “vai criar as condiçõespara que tal aconteça”.Desmistificando a ideia de quea taxa de conclusão dos investimentosfinanciados no âmbito doCompete está em apenas 10%,como reconheceu o secretário deEstado da Economia, AlmeidaHenriques, em entrevista à “<strong>Vida</strong>Económica” (ver edição de 13 dejulho), Franquelim Alves clarifica:“A 30 de junho de 2012, oCompete apresentava uma taxade compromissos (valor do incentivoassociado a projetos jáaprovados em relação à dotaçãodo programa) de 90% e uma taxade execução (incentivo associadoa despesa de investimento já realizadapelos promotores em relaçãocom a dotação do programa)de 41%”. Por essa razão, realçao gestor, “o diferencial entre asduas taxas reflete o facto de muitosprojetos ainda se encontrarema decorrer, já que, em média, asua duração é de dois a três anos”.Questionado sobre as metas deexecução do Compete para 2012e sobre se será possível atingir os60% até ao fim do ano em todo oQREN, como acaba de ser assumidopelo Ministério da Economia,Franquelim Alves mostra-seotimista.Começa por dizer que “a linhaQREN Investe faz parte de umconjunto variado de medidas eações para apoiar os empresáriosno seu enorme e difícil desafiode responder com sucesso a umambiente crescentemente competitivoe economicamente desfavorável”.Aliás, acrescenta, “aindarecentemente foi anunciado oreforço em mais 1000 milhõesde euros da linha PME Crescimento,perfazendo um total de2500 milhões de euros de créditodisponível para as <strong>empresas</strong>”. Porestas razões, garante FranquelimAlves, “antecipamos que o Competesiga um padrão de execuçãopróximo do mencionado para oQREN”.A “<strong>Vida</strong> Económica” confrontouainda o gestor do Competecom o facto de vários empresáriose dirigentes associativos empresariaisestarem receosos que muitas<strong>empresas</strong> possam vir a desistir dosinvestimentos, mesmo aquelas jácom financiamentos aprovados,devido às dificuldades de financiamentobancário e aos receiosquanto ao desempenho da economiae os níveis de consumo.Em resposta, Franquelim Alvesdeixou uma garantia: para alémdas “medidas que procuram responderàs dificuldades” sentidaspelos empresários, “o Competee os organismos intermédios trabalhamem grande proximidadecom os promotores, admitindo,quando devidamente fundamentado,ajustamentos pontuais nosplanos de execução”.Por outro lado, garantiu o gestor,“estamos a olhar com muitaatenção para as áreas em que sepossa reduzir as exigências de naturezaburocrática”. Tudo com oobjetivo de “facilitar e simplificaros processos de candidatura e ospedidos de pagamento”.


6 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ATUALIDADEFMI e Comissão divergem quanto ao défice portuguêsNos relatórios, separados, publicados na sequência da quarta avaliaçãoà execução do programa da “troika”, FMI e Comissão Europeia divergemnovamente quanto ao risco de Portugal chegar ultrapassar o déficede 4,5% do PIB. Se Bruxelas quer uma resposta política “atempada”, oFMI defende que “se deixem funcionar os estabilizadores automáticose se ajuste o objetivo”.Governo prepara redução da TSUGoverno está a preparar uma redução da TSU no valor de 800milhões de euros sobre alguns trabalhadores. Segundo a ComissãoEuropeia, as propostas concretas serão estudadas com a“troika” em Agosto. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tinhajá admitido que estava a estudar esta opção, embora semquantificar.A EMPRESA DEVERÁ COMEÇAR A OPERAR EM PORTUGAL JÁ EM OUTUBROCall center francesa Armatisabre no Porto e cria 500 postosde trabalhoDeputada Mariada Graça Carvalhocom desempenho positivono Parlamento EuropeuO pessoal a recrutarpela Armatis vai receberformação específica pelaFaculdade de Letras daUniversidade do PortoTERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptA maior operadora francesa na áreados call centers, a Armatis, que operacom grandes clientes nacionais e internacionaisna área das telecomunicações,da energia e do gás, escolheuPortugal e a cidade do Porto parainstalar a sua 15ª filial. A notícia doinvestimento foi confirmada à “<strong>Vida</strong>Económica” por fonte do gabinete deadvogados António Vilar, Luís Cameirão& Associados, que está a assessorara operação. A nova sociedade já está“em constituição” e deverá criar “entre400 e 500 postos de trabalho”.A Armatis foi fundada em 1989 porDenis Akriche e é líder em França naárea dos call centers, após a aquisição,concluída em junho, da Contact Laser,uma filial do BNP Paribas e dogrupo Galeries Lafayette. Ao todo, aoperadora francesa possui 12 filiais noseu país, mais uma na Tunísia, outrana Polónia e, a partir de agora, outraem Portugal, empregando, ao todo,6500 colaboradores, ainda não contandocom os postos de trabalho queaqui vão começar a ser recrutados. Registou,em 2011, vendas combinadasde mais de 200 milhões de euros.“A complementaridade forte dacarteira de clientes deverá resultar emsinergias consideráveis e em oportunidadesde venda cruzada”, disse,a meados de junho, Jean-BaptisteMarchand, diretor da Leonardo, queaconselhou os acionistas Armatis naoperação de fusão com a Contact Laser.Por sua vez, Denis Akriche, CEOda Armatis, também declarou que “oaumento no volume de chamadas duranteos últimos anos confirma o interesseeconómico e o papel crescentedo call center e outsourcing, especialmentedentro da banca e dos seguros,além de serviços públicos”.A Comissão Europeia autorizou,temporariamente, a injeção de 1650milhões de euros de capital na CaixaGeral de Depósitos. Portugal temagora de apresentar até 29 de dezembroum plano de reestruturação parao banco público. Bruxelas tomaráuma decisão definitiva sobre a compatibilidadeda injeção de capital comas regras em matéria de auxílios estataisda UE aquando da avaliação doplano de reestruturação.Portugal notificou a entidade presididapor Durão Barroso para as medidasde recapitalização, que consistemnuma subscrição de ações ordináriasemitidas pela CGD no montante de750 milhões de euros e de valoresmobiliários híbridos, no montante de900 milhões de euros, para melhorarTrata-se de um projeto que “reforçauma porta de entrada [da Armatis]para mercados internacionais,acompanhada de novos investidores:a Activa Capital (acionista maioritário),o Credit Agricole Private Capitale a Caisse des Dépôts et Consignations(CDC)”, revelou a empresa emcomunicado aquando da conclusãoda operação. O CIC LBO Partners,acionista original, também permaneceráno capital.Escritório no Porto terá 5000metros quadradosO montante do investimento destaoperadora francesa em Portugal aindanão foi revelado, mas a “<strong>Vida</strong> Económica”apurou que vários responsáveisda empresa estiveram esta semana noPorto para trabalhar na consolidaçãodo projeto, sendo que as instalaçõesda Armatis na cidade do Porto deverãoocupar uma área entre 4000 e5000 metros quadrados.O processo de recrutamento depessoal, que vai receber formação específicapela Faculdade de Letras daUniversidade do Porto, terá início“dentro de um prazo muito curto”,não se conhecendo, para já, quaisas habilitações mínimas necessárias.Contudo, e porque estamos em presençade uma operadora francesa quevai prestar serviços a clientes que falamportuguês, a fluência na línguafrancesa será condição essencial.Bruxelas autoriza recapitalização da Caixao capital da CGD, de modo a que obanco respeite os requisitos do testede esforço da Autoridade BancáriaEuropeia (ABE) no dia 28 de junho.“A Comissão considerou que as medidasforam bem orientadas, limitadasao mínimo necessário e continhamgarantias suficientes para limitar asdistorções da concorrência”, pode ler--se num comunicado.Maria da Graça Carvalho é deputada do Parlamento Europeu,pelo Grupo do PPE, desde 14 de julho de 2009.Maria da Graça Carvalho encerra o terceiro ano no ParlamentoEuropeu (julho 2011 – julho 2012) com balançopositivo.Das várias ações ou iniciativas em que participou Mariada Graça Carvalho – que recebeu em 29 de novembro,em Bruxelas o prémio de Melhor Deputado ao ParlamentoEuropeu 2011 na área da Investigação e Inovação -destaca-se a nomeação no início deste ano, para relatorado programa específico do Horizonte 2020.O Horizonte 2020, a vigorar entre 2014 e 2020, representaráum aumento muito significativo do financiamentoda União Europeia à investigação e à inovação. O investimentopassará dos 52 mil milhões de euros, do atualquadro, para 80 mil milhões de euros, de acordo com aproposta da Comissão Europeia. Um valor mais elevado,de 100 mil milhões de euros, foi proposto pelo ParlamentoEuropeu. O montante final resultará da negociaçãoentre a Comissão Europeia, o Parlamento e o Conselho.Para além das reuniões individuais que a deputadamanteve em Bruxelas e Estrasburgo, organizou semináriose audições públicas em Portugal e Bruxelas.O relatório foi submetido ao Parlamento Europeu parao processo de emendas no dia 28 de junho.No dia 17 de setembro, as emendas e o relatório serãodiscutidos na Comissão ITRE. Espera-se que o relatóriofinal seja votado na Comissão ITRE em novembro e naSessão Plenária de dezembro.QREN direcionado para a inovação e PMEEntre as causas que Maria da Graça Carvalho defendeu– Energia e Alterações Climáticas, Ciência e Inovação,Jovens, Países em Desenvolvimento e Regiões Desfavorecidas– destaca-se a Reprogramação do QREN. Contentecom o acordo entre o primeiro-ministro, Pedro PassosCoelho, e o presidente da Comissão Europeia, DurãoBarroso, para renegociar o programa e fazer uma revisãointercalar, a deputada acredita que a reprogramação deveriaser conduzida no sentido da flexibilização e simplificaçãodas regras de participação e do redirecionamentodas prioridades para fatores potenciadores do crescimentoeconómico, como por exemplo, a inovação e as PME.Segundo a deputada, o programa assume uma percentagemde cofinanciamento nacional demasiado ambiciosa,superior mesmo ao exigido pela Comissão Europeia.Por isso, para atingir a redução do cofinanciamento nacional,sugere, entre outras coisas, o pedido de reduçãode cofinanciamento nacional para o mínimo exigido pelaComissão Europeia.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 7ATUALIDADEEP aumenta resultado líquido em 40%A EP – Estradas de Portugal registou um resultado líquido de 144 milhõesde euros em 2011, registando um aumento de 40% face aos 103milhões registados em 2010, aponta o relatório e contas da empresa.Já os encargos financeiros passaram de 105 milhões para 230 milhõesde euros. No ano passado, a EP distribuiu 10,2 milhões de euros dedividendos e pagou cerca de 121 milhões de euros de IRC.Oferta do Montepio pelo BPNpoderia ter rendido 150 milhões de eurosO Montepio ofereceu entre 35 e 50 milhões de euros pelos balcões emeios de pagamento do BPN em 2011, revelou Tomás Correia, presidenteda instituição, durante uma audição no Parlamento. Tomás Correiaacrescentou que, em 2008, aquando da nacionalização do banco, fezuma oferta que poderia ter rendido 150 milhões de euros.Rei Juan Carlos corta 100 mil eurosna despesa da Casa RealVIRGILIO FERREIRAvirgilio@vidaeconomicaA Casa Real Espanhola vai cortar 7,1%no seu orçamento de 2012, deixando o rendimentoanual do rei Juan Carlos nos 273mil euros. O montante subtraído é equivalenteao subsídio de Natal que foi eliminadoaos funcionários públicos espanhóis.Assim, o rei Juan Carlos vai receber em2012 menos 20 mil euros do que o seusalário bruto anterior (293 mil euros, 151mil dos quais destinado a despesas de representação).Este corte de 7% vai ser aplicadoem toda a Casa Real espanhola instaladano Palácio da Zarzuela. Dias depoisde ser anunciado o corte do subsídio deNatal dos funcionários públicos espanhóis,é noticiado que a família real decidiu reduzir,também, os seus rendimentos.O objetivo da diminuição dos rendimentosdo rei, que é apenas uma das queacontece na Casa Real, é aliviar as despesasprevistas com esta instituição, a rondaremos 8,27 milhões de euros. Note-se que, em2011, o montante de despesas destinado àCasa Real foi de 8,43 milhões de euros. Ocorte de 7,1% nas despesas de toda a CasaReal Espanhola permitirá uma poupançade quase 100 mil euros.Ao orçamento do príncipe das Astúrias,Felipe, será retirado metade do corte aplicadoao rei, ou seja, 10 mil euros, passandoa receber 136,4 mil euros em 2012. A rainhae as infantas também não escapam aocorte de salários.Corte de 7,1% nadespesa da Presidênciaportuguesa permitiriapoupar 710 mil eurosEm Portugal, o orçamento da Presidênciada República é, conforme noticiado pelaVE na edição de 11 de Maio, quase odobro do orçamento que, numa iniciativainédita, foi divulgado pela Casa RealEspanhola no final de 2011.Se tivermos em conta que cerca de10 milhões de euros do orçamento daPresidência portuguesa é gasto emdespesas com o pessoal, metade doqual aplicado em remunerações fixascom funcionários públicos e pessoal dosgabinetes do PR e secretaria-geral, sóaqui, a aplicação de um corte de 7,1%equivaleria a uma poupança de 710 mileuros. Ou seja, sete vezes mais do que ocorte que vai ser aplicado na Casa RealEspanhola.NBB &VOCÊ.A NBB é uma rede internacional de Consultores especializadosem Fusões & Aquisições e Corporate Finance, líder mundialno seu setor, com mais de 60 escritórios em 28 países.E, ao contrário dos tempos que correm, a NBBcontinua a crescer.Assim, a NBB procura profissionais de referência paraintegrar a sua rede nacional e internacional de Partners.Uma oportunidade única de potenciar o seu percursoe experiência, descobrindo uma nova forma de juntarsucesso & compromisso, trabalho & rentabilidade.Ficha Técnica:EmpresaNBB National Business BrokersAtividadeConsultoria em Fusões &Aquisições e Corporate FinanceServiçosFusões e AquisiçõesCorporate FinanceReorganização EmpresarialAvaliação de EmpresasContatosTelefone: 226 160 791E-mail: info@nbbrokers.comWeb: www.nbbrokers.comSeja você a nossa próxima aquisição.MoradasRua António Nicolau d’Almeida,nº 45 2º Esc. 2.114100-320 PortoRua Sousa Martins, 10 - 7º1050-218 LisboaContacte-nos em: info@nbbrokers.comou através do 226 160 791.www.nbbrokers.com


8 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ATUALIDADEARLINDO CUNHA, PRESIDENTE DA CVR DÃO, AFIRMA“É preciso um Simplexpara a agricultura”Tratamos por igual, emtermos de exigênciasfiscais, um agricultor quetem cinco hectares e umque tem 1500. Tal comoa Comissão Europeiapropõe, é preciso criarum regime simplificadopara os pequenosagricultores que não ospenalize e permita quesejam mais competitivos– esta é a opinião deArlindo Cunha, exministroda Agricultura epresidente da ComissãoVitivinícola da Região doDão (CRV Dão).“Um regime simplificadopara a pequenaagricultura” seria parteda solução, na perspetivade Arlindo Cunha, doproblema da falta decompetitividade dopequenos agricultores.JOÃO LUÍS DE SOUSAagenda@vidaeconomica.pt<strong>Vida</strong> Económica – Uma dascaracterísticas do programaque apoia o investimento nasvinhas, o Vitis, é a sua simplicidade.Qual é a apreciação quefaz do programa e da sua adequaçãoà Região do Dão?Arlindo Cunha - Acho que deviaservir de modelo para os outrosprogramas de investimento.O Proder, que está agora na fasefinal de execução, foi um “monumento”em racionalidade. Foi malconcebido, de uma forma desfasadada realidade, a sua organização,o processo de aprovação e a análisede projetos foram tão complicadosque, passados três anos, ainda nãoestava a ser aplicado.A primeira coisa importante noPrograma de DesenvolvimentoRural é não se chamar Proder.Ao Vitis pode apresentar-se umprojeto, dar provas da legalidade e,a partir daí, dizer o que pretendefazer. O Vitis tem tabelas de taxasde apoio para cada aprovação. OVitis é um programa bem conseguido,simples e que funcionamagnificamente. Penso que poderiaservir de modelo para os restantesprogramas que vão operar.VE - A aplicação do Vitis éportuguesa ou é comunitária?AC - O Vitis é financiado poruma linha financeira comunitáriado setor. Cada país tem um blocofinanceiro em que uma parteé para a reestruturação das vinhas.Para a entidade pagadora, o queinteressa é ir lá a inspeção. Todas asvinhas são inspecionadas.Se no local estiver o que foi aprovadono papel, não é preciso maisnada.VE – Nos programas de apoioao investimento na agricultura,muitas vezes, nas transiçõesdos quadros, há uns períodosde vazio. Isso tem sido prejudicialao investimento, em particular,ao setor da vinha?AC - Isso pode-se superar deuma forma bastante simples: oGoverno e a Administração trabalharemcom antecedência, ou seja,nesta altura já sabemos que a partirde 2014 haverá um novo “pacote”financeiro para a PAC.Uma das vertentes da PAC é odesenvolvimento rural. Já sabemosquais os montantes de que vamosdispor para o desenvolvimentorural. Nesta altura, já devíamos estara trabalhar na formatação dosprogramas de comunicação, porforma a que, logo que comece aaplicação do calendário, que é 1 dejaneiro de 2014, enviamos logo aseguir para a Comissão EuropeiaDão é o “Macintosh” dos vinhosEm 2004, o Governo alterou a legislação de gestão comissões vinícolasregionais, que são os órgãos certificadores, que deixaram de ser tuteladaspelo Estado e passaram a associações interprofissionais de direito privado.Arlindo Cunha é o primeiro presidente que não é nomeado pelo Estado,mas eleito pelos produtores e pelas <strong>empresas</strong>.“Unir e mobilizar os produtores, fazê-los acreditar que têm um produtocom ótimos argumentos para triunfar pela relação preço/qualidade” éum dos principais desafio. O outro é “passar essa ideia para a opiniãopública”.“O terceiro grande desafio foi simplificar os procedimentos internos daComissão Vinícola.”Nesta altura, “não há propriamente uma corrida ao investimento no setor”,mas as características que a região do Dão reúne permite-lhe, ao nívelvitivinícola, ser “diferente com qualidade. Por isso é que digo que o Dão éo ‘Macintosh’ dos vinhos”, conclui Arlindo Cunha.“Vitis deveria servir de modelo para outros programas de investimento”, defende Arlindo Cunha.os programas. Dessa forma conseguimosminimizar os erros.Taxas de apoio acima de 70%VE - No Vitis, o valor correspondea 70% do valor de investimento?AC - Em geral ,sim, mas depende.Hoje há casos excecionais depropostas agrupadas em que aumentamou majorações.VE - A partir de 2014 a intensidadevai manter-se?AC - Penso que em geral poderámanter-se. Ao contrário doProder, que tinha taxas de apoiomuito baixas na ordem de 40%e inicialmente nenhum interessedos agricultores. No caso do Vitis,acho que é uma taxa boa.Na agricultura, hoje em dia, arentabilidade do investimento émuito baixa. É muito complicadoas pessoas terem motivação parainvestir. A única forma de suscitaressa motivação é de facto, daruma boa taxa de apoio. Cabe a nósaproveitar devidamente esses recursosda União Europeia.VE – O que afeta o setor dovinho e da agricultura tambémnão é o regime fiscal?AC - Há um problema fiscal.Eu tenho defendido que era precisoum Simplex para a agricultura.Tratamos por igual em termos deexigências um agricultor que temcinco hectares e um que tem 1500.Agora a Comissão Europeia propõeum regime simplificado para apequena agricultura. A nossa realidademaioritária é de facto a agriculturade pequena dimensão. Umpequeno agricultor pode ser competitivo,depende daquilo que faça.Tem de haver um regime simplificadopara os pequenos agricultoresque não os penalize.Regresso à agriculturaVE – Agora fala-se novamentenum regresso à agricultura.Mas surgem críticas a dizerque até aqui andámos a abandonar.Acha que essa críticatem fundamento?AC - Não, porque abandonamoso que não tinha viabilidade.O nosso setor agrícola tem de serreduzido em dimensão. Em 1986,tinhamos 17% da população ativana agricultura. Mas era uma agriculturamiserável, de subsistência,não era competitiva.Passámos esse “cabo das tormentas”,de uma agricultura de subsistênciapara uma agricultura dequalidade e competitiva em qualquerparte do mundo. Nós, nosprincipais setores mais sustentáveis,somos exportadores e competitivos.É o caso do vinho, dos hortícolasou do tomate concentrado.Somos competitivos porque temosuma ótima relação preço/qualidadee vendemos em qualquerparte do mundo.VE - Para uma plantação terrentabilidade, a área mínimasão cinco hectares?AC - Depende muito desdelogo do segmento de qualidadeem que se posiciona. Se eu tivercinco hectares de champanhe,sou rico. Porque no champanheo hectare pode produzir 20 millitros de vinho e depois pode vendercada litro de champanhe a 40ou 50 euros.Na região do Dão, onde as áreassão pequenas, apesar de que osnovos produtos praticamente nenhumdeles tem cinco hectares,é gente que tem entre cinco e 50hectares de um modo geral. Maispequenos, normalmente, estãointegrados nas cooperativas. Se seposicionar num segmento alto e seganhar notoriedade, diria que comcinco hectares pode sobreviver.VE - O peso da agriculturano PIB é inferior em Portugal,comparado com outros paísesdesenvolvidos, como Espanha,França ou Alemanha?AC – É, porque na Espanha e naFrança o setor agricola é excedentário,ou seja, eles produzem maisdo que o que necessitam e nós não.Temos manobrado dois setoresfundamentais do agroalimentar:o setor dos cereais e das oleaginosas.Não temos grandes condiçõesnaturais para produzir cereais, nãotemos muitas terras e são zonasque não estão preparadas. No casodas oleoginosas só produzimos girassol.O setor do vinho é seguramenteum setor onde temos condiçõesfabulosas para sermos umpaís altamente exportador.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 9ATUALIDADETERESA ALVES DE SOUSAAdvogada da GMA & Associados, RLBoas notícias de Angola – o novo regime das sociedades unipessoaisO tão esperado regime das sociedadesunipessoais angolanas foi finalmentepublicado, encontrando-se em vigordesde o dia 11 de junho passado.Este regime dá alguma abertura aosinvestidores estrangeiros, uma vez quese aplica tanto a sociedades detidas porsócios angolanos como estrangeiros. Adiferença radica no facto de os incentivose benefícios previstos para as micro,pequenas e médias <strong>empresas</strong> só seaplicarem a sociedades unipessoais cujossócios sejam cidadãos angolanos.Podem constituir-se dois tipos desociedades unipessoais angolanas, a saber,as sociedades unipessoais por quotase as sociedades unipessoais por ações.O capital social mínimo exigido paraas sociedades do primeiro tipo é o doequivalente, em kwanzas, a USD 1000,devendo corresponder a uma única quotaindivisa.Já no que diz respeito às sociedadesunipessoais anónimas, o capital socialé representado por acções de valorigual, nunca inferior a USD 100,obrigatoriamente nominativas e cujovalor global não pode ser inferior a USD20 000.O regime contempla uma normaespecificamente dedicada às instituiçõesfinanceiras, esclarecendo que asinstituições financeiras bancárias, associedades seguradoras e resseguradoras,os fundos de pensões e as suas sociedadesgestoras não podem constituir-seou transformar-se em sociedadesunipessoais. No entanto, a lei permiteque um elenco taxativo de instituiçõesfinanceiras não bancárias ligadas àmoeda e ao crédito ou ligadas aomercado de capitais e ao investimentose constitua ou transforme em sociedadeunipessoal. Citemos alguns exemplos:as casas de câmbio, as sociedades delocação financeira, as sociedades demicrocrédito, as sociedades corretorasde valores mobiliários, sociedades decapital de risco, sociedades gestorasde participações sociais, sociedadesde investimento, sociedades gestorasde património, sociedades de gestão einvestimento imobiliário.Tal como acontece em Portugal, umapessoa singular só pode ser sócio de umaúnica sociedade unipessoal.É de salientar que as sociedades em nomecoletivo, as sociedades em comandita,simples ou por ações, as sociedadespor quotas e as sociedades anónimasnão podem ter como único sócio umasociedade unipessoal.Acresce que as sociedades unipessoaisnão podem constituir outras sociedadesunipessoais, nem participar noutrassociedades comerciais ou civis.Relativamente aos negócios celebradosem nome da sociedade unipessoalanteriormente ao registo, respondem,solidária e ilimitadamente, o sócio únicoe o gerente.A sociedade apenas pode ser sujeito deuma relação jurídica laboral na qualidadede empregadora.A lei prevê expressamente que sejadesconsiderada a personalidade jurídicasocietária quando seja praticado ato emnome da sociedade unipessoal que sejatipificado como crime, respondendo,neste caso, o seu sócio ou o gerente,ilimitadamente e em função da culpa.A sociedade unipessoal que apresente oudeclare património inferior ao montantedo capital social durante três anosconsecutivos é liquidada e dissolvida poriniciativa de qualquer interessado outerceiro de boa-fé ou por iniciativa doMinistério Público.Podemos observar novamente o crescenteesforço de sofisticação que está a serlevado a cabo por Angola. O regime queacabámos de descrever em linhas geraisé prova disso mesmo, pretendendosecom ele que o país desenvolva umsector terciário sustentado. Notamostambém que houve a preocupação deacautelar alguns efeitos arbitrários queos regimes de sociedades unipessoaispodem potenciar, como sendo o excessode desresponsabilização do sócio únicoque utiliza a sociedade para cometeractos ilícitos ou diminuir as garantias doscredores.Para os pequenos empresários, é semdúvida uma forma de modernização e deacesso a produtos e sistemas disponíveisno mercado que não estão ao alcancenem dimensão da pessoa singular.


10 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ATUALIDADEPortal de Emprego da APESPE tem 150 empregos diáriosO portal de emprego da APESPE – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado deEmprego registou um total de 20 626 visitas durante o primeiro semestre de 2012, das quais17 145 são de visitantes únicos. No final do mesmo período, o referido portal registava 4 847candidatos inscritos e publicou uma média de 150 anúncios de emprego diários.Bilhetes do Tesouro a 12 meses com taxa de 3,5%O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) emitiu dois mil milhõesde euros através de dois leilões simultâneos de dívida de curto prazo, 1250 milhões dos quaisatravés de bilhetes do Tesouro a 12 meses. Aqui, a taxa na colocação baixou de 3,83% para3,505%.SÉRGIO ALMEIDA NO SEMINÁRIO SOBRE FELICIDADE NAS ORGANIZAÇÕESAs metas não são mais que sonhos com prazos“Há que ser duro com as regras, mas suave com as pessoas”, afirma Sérgio Almeida.“Um chefe transpira, um líder inspira” – afirmou SérgioAlmeida, diretor geral da Powercoaching, no semináriodedicado ao tema da Felicidade nas Organizações.O evento que decorreu no auditório do Oceanário deLisboa contou com intervenções de Margarida PintoCorreia, administradora da Fundação do Gil, FernandaFreitas, jornalista da RTP, Paula Garrido, diretora deRecursos Humanos da Liberty Seguros, e João Luís deSousa, diretor adjunto da “<strong>Vida</strong> Económica”. Esta iniciativacontou com o apoio da AEP.Sérgio Almeida destacou o papel da direção e das chefiase a sua contribuição para o bom relacionamentonos grupos de trabalho. “Há que ser duro com as regras,mas suave com as pessoas. Por vezes, encontramosa atitude oposta, com suavidade em relação às regras edureza com as pessoas” – referiu.Para o diretor da Powercoaching, não existe qualquerconflito entre os bons resultados e os níveis de satisfaçãodos colaboradores das <strong>empresas</strong>: “As metas não são maisdo que sonhos com prazos” – afirmou.Um dos aspetos destacados por Sérgio Almeida foi acomunicação no interior das organizações. Segundo referiu,55% da comunicação é feita através da linguagemcorporal, 30% através do tom de voz e só 7% atravésdas palavras. Assim, na comunicação o mais importanteestá normalmente no que não é dito. A proliferação dacomunicação escrita em e-mails ou sms envolve riscosadicionais de falhas na comunicação e de interpretaçõeserradas.O exemplo da Liberty foi apresentado por PaulaGarrido, diretora de recursos humanos. A sucursalportuguesa da companhia americana Liberty Mutualcomprou há nove anos atrás Winterthur (ex-Europeia).Neste período de tempo, inverteu a exploração deficitária,tornando-se a seguradora com os maiores níveis derentabilidade do setor em Portugal. O crescimento dosresultados foi acompanhado pelo aumento do númerode postos de trabalho. Entretanto, a Liberty Portugalvem sendo distinguida ano após ano como uma das melhores<strong>empresas</strong> para trabalhar, refletindo altos níveis desatisfação por parte dos seus colaboradores.Margarida Pinto Correia abordou a ação da Fundaçãodo Gil no apoio às crianças, destacando a importânciada atitude positiva para se atingirem os objetivos.“Quem quer fazer arranja maneira, quem não quer fazerarranja desculpas” – comentou. A administradorada Fundação do Gil admitiu que criar e manter umnível elevado de felicidade nas organizações é uma tarefadifícil. Os gestores têm que ter a força e a coragempara enfrentar as adversidades e ajustar as organizaçõesà mudança. Enquanto, no passado, a Fundação do Gildependia de poucas entidades que davam contribuiçõeselevadas, agora depende cada vez mais de muitas entidadescom pequenas contribuições.TestemunhosYASMIN BHUDARALLY –CEO NEYA HOTELSComprometimentoe responsabilidade“Como líder de umaorganização, procuroexplorar todas as formaspara melhorar o ambientede trabalho e de formaa motivar os nossoscolaboradores. Promovouma atitude positiva com afinalidade da prestação deum serviço de excelênciaque é a nossa principalfinalidade, com o nossoconceito bem vincado deSustentabilidade Tripartida,nas vertentes ambiental,social e económica. Oscolaboradores devemsentir-se livres e confiantespara apresentar ideias epropostas.A liderança implicacomprometimento eresponsabilidade. Acreditoque, quando gostamos doque o fazemos, fazemo-lomelhor e com melhoresresultados.”ISABELHENRIQUES -GERENTE DALIDARCOTolerância ecompreensão“A Lidarco hojerespira um ar maispuro e menosconflituoso. Nasrelações de trabalhoreiteram a tolerânciae a compreensãosobre os atos doscolegas. Somos,sem dúvida, umaorganização maisfeliz e, por isso,mais produtiva.”MARIA DA SAÚDENICOLAU INÁCIO –AEP – FORMAÇÃOE CONHECIMENTO –COORDENADORATrabalhoe atividadeprofissionalSe pessoas felizes gerammelhores resultados, entãoa felicidade interessa às<strong>empresas</strong>! O trabalho eatividade profissional éuma das dimensões davida que contribui para afelicidade e realização dapessoa. Por outro lado,as organizações podemcapitalizar esse “bemestar” para o alcancede melhores resultados.A construção dessecaminho de “felicidadenas organizações”cabe-nos a todos: pelaatitude de compromisso,de envolvimento e desolidariedade, que ajude amudar o mundo. Por issoa AEP apoia esta iniciativadesde a 1ª edição, em2010.HÉLDER BEÇA -SENIOR MANAGERMONERIS SGPS, S.A.ColaboradoresmotivadosA Felicidade nasOrganizações e emparticular nas <strong>empresas</strong>nos tempos atuais éuma temática quedeve preocupar todaa estrutura diretiva.Colaboradores infelizessão colaboradores poucomotivados e centradosnas suas preocupações,como é da naturezahumana e não na dosoutros, no caso osclientes.A PowerCoachinge em particular oEng. Sérgio Almeidatem abordado estatemática de uma formapragmática, objetivae de aplicabilidadetransversal.MANUELA MIGUEL MARTINS -DIRETORA TÉCNICA - CASA DO GILGerir pessoasNa Casa do Gil, todos os dias somos expostos auma montanha russa de emoções, no caminhoda reconstrução de vidas das crianças, apósinternamento hospitalar.Gerir pessoas, dinâmicas e tomar decisõessobre a vida de outros neste contexto é umdesafio constante, sobretudo quando o dinheiroescasseia, as parcerias tornam-se mais frágeise à volta se transpira “CRISE”, mas estascrianças não podem esperar porque o tempotambém não espera e elas têm direito à suavida, plena de direitos.Acreditamos em fadas, abrimos um sorrisoquando sentimos que pode desabar eempurramos em sentido contrário ao da maré…e a “Felicidade nas Organizações”, da PowerCoaching, está em sintonia absoluta com estaforma de estar e fazer, ajuda-nos a conseguireste alinhamento e equação tão difícil que éo equilíbrio da felicidade, da atitude positivadas boas energias para um mesmo fim, poresta razão acredito que todas as organizações,sobretudo as <strong>empresas</strong>, deveriam beber destafonte porque a “Felicidade nas Organizações”ajuda-nos a caminhar sobre a linha do sucessoa perceber que é possível mesmo em temposdifíceis…. É sobretudo uma questão deatitude… e, como sabemos, a atitude muda omundo.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 11ATUALIDADE/OpiniãoAno de Portugal no Brasil e Ano do Brasil em PortugalEntre 7 de Setembro, dia nacional do Brasil, e 10 de Junho, dia de Portugal são lançadas, nosdois lados do Atlântico, múltiplas iniciativas culturais e empresariais, através de uma estruturade cooperação entre entidades e agentes públicos e privados. Duas iniciativas autónomas, mascomplementares, cuja realização em simultâneo vai potenciar as mais-valias da ponte para umfuturo que se começa agora a construir.Chefe de missão do FMI defende cortesna despesa públicaO chefe de missão do FMI, Abebe Selassie, que se mostrou surpreendido com a decisão doTribunal Constitucional de considerar inconstitucionais o corte de dois salários apenas a pensionistase funcionários públicos, afirma que a consolidação em dois terços pela despesa deveser mantida e que as receitas extraordinárias não são bem-vindas.SÃO CADA VEZ MAIS AS PERGUNTAS COLOCADAS PELA SOCIEDADEFACE AO FUTUROA intervenção do Estado na criseUm grupo muito alargado de pessoasda sociedade civil tem vindo a fazer umaprofunda reflexão à volta das respostas quenum contexto de crescente globalizaçãopode e deve haver para a crise. Numtempo de mudança, em que só sobrevivequem é capaz de antecipar as expectativasdo mercado e de gerir em rede, numalógica de competitividade aberta, asociedade civil lança a questão e perguntasese cabe de facto ao Estado o papel deintervenção ativa no combate à crise ouse, pelo contrário, não caberá à sociedadecivil a tarefa de reinvenção de um novomodelo de criação coletiva de valorcentrado na participação e criatividadeindividual. Num mundo de incertezas,em última instância, será que há de factorespostas para as perguntas que cada vezmais preocupam os portugueses?As recentes medidas anunciadas peloExecutivo como resposta à crise vieramcolocar o dedo na ferida. A gestão deexpectativas é hoje fundamental e quandose começaram a agudizar os sinais de faltade controlo na gestão operacional dascontas públicas criou-se o imperativo danecessidade da intervenção. O Estadoassumiu a condução do processo, paraevitar a contaminação do sistema ea geração de riscos sistémicos comconsequências incontroláveis, mas asdúvidas mantiveram-se em muitos quantoà existência de soluções alternativasmais condizentes com o funcionamentodas regras do mercado. Em muitas dassituações a que estamos a assistir, o queestá em causa é a demonstração de que defacto neste mundo globalizado as elitesdetentoras da inteligência da gestão docapital perderam por completo o sentidoda ética social própria de uma democraciaaberta e justa.O ano 2012 está a ser particularmenterelevante para Portugal. Está em cimada mesa, no contexto da consolidaçãodo processo de integração europeia, aFRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia,Inovação e Competitividadecapacidade de o nosso país conseguirefetivamente apresentar um modelo dedesenvolvimento estratégico sustentadopara o futuro. Da mesma forma quea maior democracia do mundo tevea coragem de eleger Barack Obamae com isso assumir a inevitabilidadedo seu processo de reinvençãoestratégica, também em Portugal sinaisinequívocos de mudança têm que serdados. Em tempo de crise, os recentesacontecimentos à volta de casos menostransparentes vieram uma vez maisdemonstrar que existe no nosso país uma“minoria silenciosa” que de há anos a estaparte mantém o status quo do sistemaparalisado e, a pretexto de falsas dinâmicasde renovação social e reconversãoeconómica, tenta reencontrar o caminhodo futuro com as mesmas soluções dopassado, impensáveis num contexto demudança como aquele que vivemos.As perguntas que a sociedade civillança, a propósito da intervenção doestado num contexto de crise em tempode globalização, correspondem semdúvida a um sentimento coletivo de umanova geração que cresceu e amadureceunuma sociedade aberta onde a força dasideias é central para o desenvolvimento daresponsabilidade individual num quadrocoletivo. A nova geração que ganhoudimensão global através da força dosinstrumentos da sociedade da informaçãoacredita na felicidade e na justiçahumana, mas à custa duma adequadaaposta na criatividade individual e noreconhecimento do mérito na criação devalor. Por isso, importa que se construamnovas ideias que apresentem uma soluçãodiferente para os próximos tempos dopaís. Precisamos de facto de um sentidode urgência na definição de um novoparadigma de organização em sociedadee de integração no mundo global. Aoportunidade existe. Mas importa quehaja respostas concretas.ALTERAÇÕES FISCAIS FEITAS COM BOM SENSOAHRESP enaltece e saúdao bom exemplo espanholA AHRESP - Associação da Hotelaria,Restauração e Similares de Portugalenaltece e saúda a decisão do Governoespanhol de manter a taxa do IVA doTurismo, Hotelaria e Restauração numataxa reduzida, tendo passado de 8% paraapenas 10%. Não obstante a grave criseeconómica e financeira que tambémafeta o pais vizinho, os reajustes agorafeitos nas diversas taxas dos impostos emEspanha revelam um claro bom senso,desde logo através da decisão de baixaras contribuições sociais das <strong>empresas</strong>(TSU - Taxa Social Única em Portugal),como suporte à manutenção dos postosde trabalho, na linha, aliás, do choquefiscal desde a primeira hora preconizadopela “troika”, mas que até hoje não foiconsumado em Portugal. Perante o bomexemplo espanhol, Portugal insiste numinsuportável IVA de 23%, responsávelpela insustentabilidade do setor e peloelevado risco de perda de qualidade danossa oferta turística. Ao longo do presenteano, o encerramento de milharesde <strong>empresas</strong> e o envio para o desempregode dezenas de milhares de trabalhadoresinviabilizará as metas do défice e das receitas.A AHRESP alerta, por isso, para aurgência da adoção de uma taxa reduzidade IVA no setor da Restauração e Bebidasem Portugal, sob pena de inviabilizarmosuma oferta turística competitivae liquidarmos de vez a nossa “galinha dosovos de ouro”, ou seja, o setor que é líderdas exportações em Portugal.PUBAumento na produção de vinho do Portopode conduzir a quebra de preçosMARC BARROSmarcbarros@vidaeconomica.ptO setor do vinho do Porto contará nopróximo ano com um aumento de produçãodaquele generoso: o ConselhoInterprofissional do IVDP, que reúne osdiversos parceiros do setor, fixou o benefício(montante de mosto que pode seraguardentado para produção de vinho doPorto) em 96 500 pipas (550 litros), oque representa mais 11500 pipas do queem 2011.O comércio receia que este aumentopossa traduzir-se numa quebra do nívelmédio dos preços do vinho do Porto. Recorde-seque em 2011 o setor registou umaquebra nas vendas de 4% face ao ano anterior,tendo sido comercializadas menos417 720 caixas (de nove litros, no valor de355 milhões de euros. O preço por litroestabilizou em trono dos 4,31 euros em2011, sendo que no primeiro trimestre de2012 este desceu para os 4,22 euros.Paralelamente, o IVDP decidiu flexibilizara utilização da quantidade de aguardentenecessária à produção de vinho doPorto. Se até agora poderiam ser utilizados126 litros de aguardente em cada pipa de550 litros, a partir de hoje, os limites dasua utilização estão balizados entre os 65 eos 120 litros.


12 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2012ATUALIDADE/OpiniãoAcesso ao ensino superior com menos vagasFace ao ano letivo anterior, há menos 1202 vagas à disposição no concurso nacional de acessoao Ensino Superior. O Ministério da Educação e Ciência emitiu também normas orientadorasem que definiu a empregabilidade como condição para a fixação de vagas. Informaçãodisponível em http://www.dges.mctes.pt permite aos alunos saber qual a média dos cursosescolhidos.Exportações portuguesas crescem 9%Portugal registou um crescimento das exportações de 9%, de Janeiro e Abril de 2012, comuma taxa de crescimento de 9%, de acordo com o relatório do Eurostat. O país está a venderao exterior mais automóveis, sobretudo para a China, barras de ferro e caldeiras. Quanto àsimportações portuguesas no mesmo período, registou-se uma taxa de crescimento negativaem 5% face ao período homólogo.JOSÉ DE SOUSAPresidênciaPresidente & CEO da LibertyMemorando da “troika” sem medidas da “troika”NOVOS ARTIGOSDISPONÍVEIS NO SITEVIDA ECONÓMICAwww.vidaeconomica.ptComeço com uma pequena história.Há uns meses atrás, estava a almoçar comum Administrador de um dos bancosmultinacionais a operar em Portugal.Bom amigo, e, portanto, quando falamos,é sem restrições de espécie alguma.Ele confidenciou-me uma coisa quecertamente não surpreenderá, como nãome surpreendeu a mim. Ele conhecepessoalmente um quadro superior doFMI, dos que andam cá por Portugal derégua na mão para nos dar na palmatóriase nos desviarmos um milímetro docompromisso assumido. Durante umaconversa com esse homem do FMI, omeu amigo falou no “memorando datroika”. O outro riu-se e disse-lhe quenesse “memorando da troika” não háuma só medida que tenha sido escrita porquem quer que seja da “troika” !O memorando contém uma série demedidas que eles se limitaram a recolhere resumir num documento, após longasconversas com todas as forças políticas,sindicais e sociais de Portugal. Ou seja,são as medidas que nós todos, de todosos quadrantes políticos e da sociedadecivil e empresarial, sabemos há muito quetinham que ser tomadas, implementadas,mas que não passariam do habitual“blá-blá” em Portugal caso a “troika” nãoas tivesse organizado, resumido numdocumento formal, imposto um prazopara o seu cumprimento, e instituídoum sistema trimestral de medição eacompanhamento (“what gets measuredgets done…”)!Ou seja, o famoso “memorando datroika” é na verdade o “memorando dePortugal”, aquele que nós, por nós, somosincapazes de implementar, a não ser quevenha com um selo de imposição de fora!Uma vergoha, pelo menos para aquelesque em Portugal ainda têm vergonha nacara, e capacidade de indignação! Este éum país em que um dos promotores doCompromisso Portugal e um dos maiorese acérrimos defensores dos “Centros deDecisão Nacionais” vendeu a sua empresaaos espanhóis enquanto participavanuma série de reuniões no Convento doBeato sobre a manutenção dos centros dedecisão em Portugal...Entretanto, enquanto escrevo, tenhoà minha frente umas páginas de umdiário de Maio de 2012, que guardei,para mais adiante escrever sobre o tema.Trata-se da reunião do Conselho para aGlobalização 2012, com o alto patrocíniodo nosso Presidente, e a colaboraçãoda COTEC. Título “Conselheiros deCavaco propõem estratégias para ofuturo do país”. Subtítulo: “Executivosconvidados pelo Presidente da Repúblicadeixaram 16 ideias-base e vão criar gruposde trabalho”.O que é que o subtítulo me diz ? Quenão vai acontecer nada. As ideias-basesão coisas do género (autênticos lugarescomuns,verdades de LaPalisse) : “tenhamprazer no que fazem, sejam exigentes enão esqueçam a generosidade” e “apostemna formação e nas experiências fora dePortugal para valorizar competências”…Isto num país que está a exportar o quetem de melhor, as pessoas formadas aquià custa dos meus e dos seus impostos,porque é incapaz de gerar emprego dequalidade para a população residente. Eos “grupos de trabalho” em Portugal sãosinónimo de que nunca mais se fará nada,ou então veja-se o que saiu dos grupos detrabalho do Compromisso Portugal…Um empresário, por quem eu aliástenho um enorme respeito enquantoempresário, mas que gosta desta vertentede aparecer colado aos círculos dopoder, citado pelo jornal, diz coisas tãointeligentes quanto: “os 24 conselheirospredispuseram-se a dar sugestões para quePortugal se transforme numa plataformamais interessante para investir e paraexportar”. Mas não é isso mesmo queestas dezenas de “treinadores de bancada”,sempre os mesmos, andam a fazer háanos ????!!! E o nosso Dr. Aníbal CavacoSilva, também citado pelo jornal, dizcoisas de uma profundidade ímpar,como “podemos fazer mais junto dascomunidades portuguesas para mostrar oque de bom, de positivo, existe no nossopaís”. Já ganhámos a batalha ! Eu fiz partedas comunidades portuguesas durante25 anos e não vi absolutamente nadapor parte destes ilustres compatriotas, anão ser “show-off” para “inglês ver”. EmPortugal ainda se vê a nossa emigraçãocomo seres de segunda.JOÃO VALENTEEconomista e TOCCÁLCULO DA SOBRETAXA IRS: AÇORIANOSNOVAMENTE PREJUDICADOSMuitos contribuintes desconhecem a existência dasobretaxa de IRS. Outros, mais atentos, relacionarão,corretamente, esta taxa com o corte efetuado noúltimo subsídio de Natal, uma vez que é disso que,efetivamente, se trata. Muitos já estarão conformadose dão o assunto por encerrado. Enquanto outrosjulgam que não será nada com eles, porque, pelanatureza dos seus rendimentos, afinal nem recebemsubsídio de Natal! Desenganem-se, uns e outros.SERAFIM MARQUESEconomistaGREVES NOS TRANSPORTES? CONTRIBUÍNTE PAGAEm período de greve, muitas são as vítimas quedizem “palavras tolas” de apoio aos grevistas, e nãoentendem que eles são egoístas. Aos reformados (nosquais me incluo) e aos trabalhadores do Estado foramretirados direitos (reformas e salários), para além demuitos outros, comuns a todos ou quase contribuintes/consumidores, mas não temos “armas” para lutarcontra a nossa “entidade patronal”, o Estado. Setivéssemos a mesma força, faríamos também umagreve.JOSÉ DE ALMEIDAPartner - Ideias & DesafiosTodos os dias, e de inúmeras formas,o empresário comunica com os seuscolaboradores, clientes, fornecedorese outros parceiros de negócio… Aqualidade da sua mensagem determinacomo os outros o vão apreciar, ajudar,querer trabalhar consigo e respeitá-lo a sie à sua empresa.A forma como o empresário faz passar,exatamente, a mensagem que pretendeinfluencia o resultado que espera, emdiversos aspetos da sua empresa.Como pode o empresário reduzir (oueliminar) os efeitos inesperados das suasmensagens?Nunca foi confrontado comquestões surpreendentes, comentáriosdesagradáveis ou reações inesperadas paraas quais não estava preparado?Que tipo de mensagem quer fazerpassar?Para descobrir, tem de se focar naobservação de como é que as suasmensagens são recebidas e qual o “gap”existente entre “como é que os outros oveem?”, e “como é que você quer que osAZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geralwww.QuantumCrescimentoNegocios.comComo pode o empresário comunicar melhor?outros o vejam?”.Os elementos chave do seu processo decomunicação são: com quem você está acomunicar?; como é que o está a fazer?; equal o resultado dessa comunicação?Já sentiu que estava a massacrar a suaaudiência? Evite ser repetitivo e falar numtom demasiado monocórdico.Selecione bem quem deve receber a suacomunicação em função do interesse e darelevância para a audiência alvo. Expliquebem o porquê…Corte a duração das reuniões parametade! Defina bem os objetivos dareunião e os assuntos a tratar. Envieuma agenda clara e objetiva a todos osinterlocutores. Nessa agenda, para alémdo objetivo, defina também a duraçãoda reunião. Faça com que essa duraçãoseja respeitada porque isso obrigará todosa prepararem-se e a resumirem a suaintervenção ao essencial. Não é isso quevocê quer?Faça com que as pessoas realmente oouçam e se importem com isso.Espere pelo silêncio sempre quenecessário! Quando você fala, ninguémdeve estar a fazer duas coisas ao mesmotempo (ouvi-lo e, por exemplo, enviarSMS ou teclar no computador).Procure ser claro! Dar exemplosé, muitas vezes, uma boa práticaporque faz com que os recetores, paraalém de o ouvirem, visualizem a suamensagem. Coloque-lhes questõesporque isso permitirá que você deteteo que realmente foi percebido da suamensagem.Estabeleça credibilidade! As pessoascom quem você está a comunicarnecessitam de identificá-lo como umaautoridade credível, para que valorizemaquilo que diz.Saber cativar o cliente é um aspetocrucial para o seu negócio. Cativar ocliente coloca-lhe o desafio de criar umambiente onde o seu cliente se sintabem, se sinta interessado, o considerecredível e que queira mesmo fazernegócio consigo!Comece já e coloque a Sua Empresaum passo à frente da sua concorrência!JÁ PLANEOU AS FÉRIAS, AGORA PLANEIEO TRABALHOUma das coisas que mais nos atormenta no início deuma nova etapa do ano comercial é o período antes edepois férias.Todos sabemos que, após 15 dias (ou por vezesmais) de paragem total, é difícil voltar a ligar omotor e sair pela estrada fora a 120 à hora comoantes. Se queremos ter um arranque produtivo, umadas primeiras coisas que deveríamos fazer era terpreparado o regresso ao trabalho, antes mesmo determos partido para férias. Eu sei que custa, poisnormalmente só pensamos nos dias de descanso, masé essencial.PAULO J. BARATAFRES – Fórum de Reflexão Económica e SocialPPR PÚBLICO: UM CASO DE DEGRADAÇÃONA CONFIANÇA PÚBLICA DO ESTADOO PPR do Estado é recente, teve uma adesãolimitada e os montantes individuais nele investidossão certamente, em média, pouco significativos.Imaginemos, porém, que o mesmo era antigo, deadesão maciça, e que os montantes individuais erammuito significativos. E que na velhice, os aderentes,após décadas de poupanças amealhadas e confiadasao Estado, registavam perdas no capital depositadoou rendibilidades muito baixas? Este é um cenáriohipotético, mas pode ser legalmente real...


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 13ATUALIDADE/InternacionalAPESAR DA CRISE E DO DESEMPREGOEmigrantes canalizam mais dinheiropara países de origemApesar da crise financeira e daselevadas taxas de desemprego, osemigrantes continuam a enviar dinheiropara os países de origem. Astransferências estão calculadas emquase 400 mil milhões de dólares,no ano passado, contra 372 milmilhões no exercício anterior.Nem sequer a quebra nas oportunidadesde emprego nos EstadosUnidos e na Europa, bem como osincitamentos ao retorno de emigrantespor parte de alguns países,estão a travar os fluxos daquelesque vivem e trabalham no exterior.Durante a crise, quando a ajuda doexterior está em baixa e os investidoresestrangeiros diminuem, osfluxos de dinheiro dos emigrantestêm continuado a fornecer regularmenteas divisas das economiasem desenvolvimento.Trata-se de uma boa notícia paraaquelas economias, de acordo como Banco Mundial, que encara asituação como uma das fontes derecursos menos voláteis. Importaacrescentar ainda a questão social.Muitas vezes é a única forma deuma família permanecer no seu paísde origem. A colocação de fundosnão acontece de forma equitativa.A Índia, no ano passado, foi oprincipal recetor de fundos dos seusemigrantes, tendo atingido os 64mil milhões de dólares. Na Europa,a Espanha é o país de acolhimentode migrantes que apresenta a maiortransferência de fundos. Madridestá na quinta posição da tabela, depoisdos Estados Unidos, da ArábiaSaudita, da Rússia e da Suíça. Emcontrapartida, a América Latina e asCaraíbas, cujos emigrantes estão sobretudoinstalados nos Estados Unidos,têm registado uma quebra nareceção de fundos dos seus emigrantesdesde há três anos a esta parte.Este é um movimento que temrevelado mudanças significativasnos últimos anos. Também acrise financeira mudou o estadode coisas. Acontece que há agorauma certa deslocalização de algunspaíses desenvolvidos para as economiasemergentes. No caso dePortugal, o Brasil, Moçambiquee Angola têm ganho terreno nestamatéria.Pobreza extremaatinge quaseum terçoda populaçãoespanholaA situação é cada vez mais dramática.A pobreza já chegou amais de 26% da população espanhola,de acordo com um estudoda Associação de Grandes Empresasde Trabalho Temporário(Agett). Nas comunidades de Andaluzia,Extremadura e Canáriasa taxa é mesmo superior a 30%.O forte crescimento deste índicefica a dever-se ao agravamentocontinuado do desemprego. Portugalestá no quarto lugar desta lista“negra”, com perto de 19%, sendoantecedido pela Grécia e pela Letónia.A Áustria, a Holanda, Malta eAlemanha têm os indicadores maisbaixos, não chegando aos novepontos percentuais. Com as medidasde austeridade, há países queviram os rendimentos “per capita”baixar de forma drástica. A descidapara além do limiar da pobreza éum problema que se tem acentuadode forma muita preocupante.Excedentecomercial da UEcom EstadosUnidos cresce 21%O excedente comercial de bensda União Europeia com os EstadosUnidos cresceu 21%, entreabril e maio, em mais 10,5 milmilhões de euros, face a igualperíodo do ano passado. Noscinco primeiros meses do ano, oexcedente foi de quase 43,5 milmilhões de dólares, comparadocom um saldo favorável para ospaíses europeus de 38,6 mil milhõesentre janeiro e maio doano passado. De notar que o déficede 15,6%, correspondente a67,1 mil milhões de dólares, nocomércio externo de bens dosEstados Unidos, no passado mêsde maio, ficou a dever-se às suastrocas com a União Europeia.


14 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ASSOCIATIVISMOEmpresas de distribuição contra nova taxa alimentarO presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Luís Reis,mostra-se contra a nova taxa alimentar. O mesmo responsável garante que “a taxa provoca umtratamento desigual, que não é justificada na lei, e que é causadora de perturbações anticoncorrenciaissuscetíveis de ser tratado nos tribunais”. Luís Reis admite que a associação recomendouaos associados a adoção das medidas que entenderem no “sentido de se protegeremda aplicação desta taxa”.“Governo não ouve os parceirossociais sem assentona Concertação Social”TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptO Ministério da Economia,pela voz do secretário de EstadoAdjunto da Economia e do DesenvolvimentoRegional, AlmeidaHenriques, assumiu, em entrevistaà “<strong>Vida</strong> Económica” na passada6ª feira, 13 de julho, que a taxa deconclusão dos projetos deinvestimento financiadosno âmbito do COMPE-TE está em apenas 10%.Por ser consideradauma taxa muito baixa, oGoverno lançou, esta semana,pela mão do ministroÁlvaro Santos Pereira,a linha de financiamentoao investimento empresarialInveste QREN, novalor de 1000 milhões deeuros (500 milhões atravésdo Banco Europeude Investimento e 500milhões através da bancanacional).Questionado pela“<strong>Vida</strong> Económica” sobrea atratividade da linha (ver páginas4-5 desta edição), o presidenteda associação PME Portugal nãosó considera a taxa de juro (5%) apagar pelas <strong>empresas</strong> “demasiadoelevada”, como receia pelo sucessode execução do QREN, considerandoque “o não aproveitamentoDepois de ter sido entregueo pedido de reprogramação doQREN a Bruxelas, a AICCOPN– Associação dos Industriais deConstrução Civil e Obras Públicasreitera a importância do processode “reajustamento e readaptação”deste programa, “essencial paraque possa desempenhar o papelque lhe foi destinado, de promoçãodo crescimento económico, dacoesão territorial e da competitividadedo País, esperando que seja,agora, possível assegurar uma novadinâmica de execução e o corretoaproveitamento das verbas comunitáriasà disposição do nosso país”,informa em comunicado enviado àredação da <strong>Vida</strong> Económica.“Num momento em que se encontrampor executar cerca de 12mil milhões de euros em fundoscomunitários, e quando o investimentopúblico se encontra totalmentecongelado, a concretizaçãoda reprogramação estratégicado QREN é essencial para que, aexemplo do que está a ser feito nade todos os fundos do QREN seriamuito grave”, mas que “não vai serfácil de a conclusão dos projetos deinvestimento em curso” e que “vaihaver muita gente a ter de repor verbaspor não conseguir concluí-los”.O presidente da PME Portugalvai ainda mais longe ao dizer que“a insuficiência de execução” doAlmeida Henriques, secretário de Estado Adjuntoda Economia e do Desenvolvimento.QREN mais não é que “o resultadoda prática do atual Governo denão querer ouvir os parceiros sociaisa não ser aqueles que, atravésdo Conselho Permanente de ConcertaçãoSocial, auferem subsídiossimpáticos dos cofres do Estadopara emitirem opiniões e pagaremos estudos que entenderem”.AICCOPN defende a reativaçãoimediata do QRENgeneralidade dos países europeus,Portugal possa combater a criseatravés do investimento produtivoe da dinamização de áreas estratégicas,aproveitando adequadamentee de forma equilibrada verbasque não podem ser desviadas doinvestimento para o pagamento desubsídios de desemprego e outrasresponsabilidades do Estado, aomesmo tempo que se abandonam,a meio, projetos essenciais.”Apontando para as “crescentesderrapagens na execução orçamental”,e perante uma “reduçãode 52% no volume de concursospúblicos promovidos no primeirosemestre de 2012, que, a continuar,representará, no final do correnteano, um valor inferior, em 71%, àmédia verificada nos dez anos anteriores”,a AICCOPN considera estarbem claro que, “tal como sempredefendeu, a redução do déficepúblico não pode ser feita à basede cortes no investimento, os quaisapenas contribuem para agravar ajá difícil situação do país”.MENEZES LEITÃO, PRESIDENTE DA NOVA CONFEDERAÇÃO PORTUGUESA DE PROPRIETÁRIOS, AFIR“Criámos este organismoque a propriedade privadaNasceu esta semana,em Portugal, umanova ConfederaçãoPortuguesa deProprietários. Maiordescentralização, maisregulamentação queproteja os proprietáriose críticas ao aumentodo IMI foram os pontoschave da apresentaçãodeste organismo, quecongrega sete associaçõesde proprietários detodo o país e representacerca de 20 milassociados. MenezesLeitão, presidentedo organismo, éclaro: “Criámos estaconfederação para numasó voz a nível nacionalrespondermos aosinúmeros ataques de quea propriedade privadatem sido alvo”.Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, é agora o presiprietários.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptO presidente da nova ConfederaçãoPortuguesa de Proprietários(CPP), que foi oficialmente apresentadaesta semana, quer incentivara criação de uma associaçãono Algarve, a única zona do paísonde não existe uma estruturaque apoie os senhorios.“Até ao momento conseguimoscongregar sete associações detodo o país. Falta-nos o Algarve,onde não existe qualquer representação,mas onde esperamosestimular a criação de uma associaçãoque represente os proprietáriosdaquela região”, explicouaos jornalistas o presidente daCPP, Menezes Leitão.O também presidente da AssociaçãoLisbonense de Proprietáriosexplicou que a CPP, quecongrega esta e associações doBarreiro, de Coimbra, de Santaréme de Setúbal, a Associaçãodos Proprietários e Agricultoresdo Norte de Portugal, bem comoa Associação das Casas Antigasde Portugal, é uma resposta aos“ataques feitos à propriedade privada”.“Criámos esta confederaçãopara numa só voz a nível nacionalrespondermos aos inúmeros ataquesde que a propriedade privadatem sido alvo. Temos assistidoao lançamento de cada vez maisimpostos, a maior parte deles absurdos”,apontou.Uma das principais contestaçõesda CPP diz respeito ao processode reavaliação dos valorespatrimoniais dos imóveis, atualmentea ser feito, no seu entender,“sem nenhum critério”.Menezes Leitão referiu que emalguns o processo de avaliação fezpassar um valor patrimonial de2866 euros para 244 240 euros,


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 15ASSOCIATIVISMOAssociações hoteleiras aplaudem novas formasde pagamento das ex-SCUTSA Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e a Associação dosIndustriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) mostram-se a favor dos novos sistemasde pagamento de portagens nas antigas SCUTS. Os organismos defendem agora a “necessidadeurgente de o Turismo de Portugal ser capaz de comunicar, de forma intensa e ativa, todasas mudanças junto dos mercados externos”.Menos casas entregues aos bancos no segundo trimestredo anoEstá a diminuir o número de casas entregues aos bancos, enquantodação. De acordo com dados disponibilizados pelaAssociação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliáriade Portugal (APEMIP), os portugueses entregaram,entre abril e junho, menos 1300 casas aos bancos.MApara responder aos ataquestem sido alvo”que o pedido possa ser realizado”,explicou.Menezes Leitão alertou queo aumento da tributação sobreos imóveis, nomeadamenteatravés do IMI, está a deixarmuitas famílias numa “situaçãodelicada”.A CPP congrega sete associaçõesde proprietários de todo opaís e irá representar cerca de 20mil associados.dente da Confederação Portuguesa de Pro-representando uma subida de8421%.Falta regulamentação queproteja os proprietáriosOutros casos enumerados peloresponsável indicam aumentos de1435%, 2047% e 1568% e queem grande parte “são rendas antigas”.O presidente da CPP lamentouigualmente a falta de regulamentaçãona lei que permite que proprietáriosde imóveis com rendasfixadas antes de 1990 possam tero valor do Imposto Municipal sobreImóveis (IMI) calculado combase no valor dessas rendas.“Os proprietários podem requererque isso aconteça, mas oprazo termina no dia 31 de agostoe até agora o Governo nemsequer aprovou o modelo de requerimentoque é necessário para


16 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012EMPRESASInvest Lisboa participana Feira Internacional de LuandaA Invest Lisboa está presente com um stand no Pavilhão de Portugal na presente edição daFILDA – Feira Internacional de Luanda, que teve início no dia 17 Julho e que termina a 22de Julho, que este ano está dedicada ao tema “Os Desafios da Atração de Investimento: Estratégia,Legislação, Instituições e Recursos Humanos”.Para além de muitas outrascoisas que já esqueci para nãome martirizar mais, tu estivestepresente em alguns momentoscruciais da minha vida –ouviste--me e aconselhaste-mevezes sem conta enquanto eureclamava contra a vida e, enfim!batizaste-me um filho. Quandofoste para Lisboa, alguns de nósmisturaram dois sentimentos– o de saber termos-te perdidopara sempre (a cosmopoliticeesteve sempre no teu sangue,humano como és) e o de algumalívio por ver a Santa Sé, com asua sabedoria diplomática, terde facto recuperado um Padrefazendo-te Bispo.Durante todos estes anos, nós,aqui no Porto, acompanhámosteno que podíamos, rezando,por exemplo, para que a tuasuperior inteligência e excecionalpreparação académica te ajudassea conceituar verdadeiramente atua missão pastoral.Vi-te, um dia, na televisão, numavião legitimamente barulhentopor uma vitória festejada do teuFutebol Clube do Porto – e,a partir desse dia, certamentealguns menos preparados terãoadmitido que a Igreja, afinal,nada tem a reprovar a algunshomens públicos …Durante todos estes anos,não me lembro de algumavez te ter ouvido acerca doincomensurável e corrosivopoder das corporações, acomeçar daquela de que ésBispo. De facto, Querido Padre,o teu silêncio foi ensurdecedorno que às nossas Forças Armadasdiz respeito.O desperdício de gasto numaestrutura organizacionalescandalosa e quase totalmenteinvertida; a incompreensívelinoperância na desmobilizaçãode ativos que tanto poderiamter contribuído para o acertofinanceiro das contas públicas;a inconcebível diferenciaçãodos cuidados de saúde,durante décadas mantidacomo prorrogativa luxuosa deuma corporação em falênciade conteúdo visionário; aimposição de investimentossempre e só sob o permanente edesgastado argumento “porquesim …” - a tudo isto passaste àfrente, esqueceste, não assumistea denúncia, enfim, tacitamentesempre defendeste a tua posiçãohierárquica e funcional.Ninguém pode obviamente levara mal a tua actual, assumida,não repudiada e pública opçãoideológica de esquerda pura edura – e quem acompanha asMJ CARVALHO ECONOMISTAlx1942@gmail.comCarta aberta a um bispotuas afirmações públicas nuncaa colocará à direita do Bloco deEsquerda. Estás no teu plenodireito – só que, meu QueridoPadre, estás desastradamentea perder coerência e até, nofundo, credibilidade. Quem seatira, como tu, a quase tudoo que mexe para não tocar noque é efetiva e funcionalmentecorresponsável corre o riscoinapelável de diletantismocongénito inamovível.O país está exausto, exangue,paupérrimo e sem futuro – naverdade, podemos estar a assistiràs horas do fim. A pobrezaexplícita e envergonhada, acimade tudo nesta tua terra quedeixaste de conhecer e viver,atinge montantes assustadores.O que a todos nós maisenfurece, pela injustiçaimplícita que está no conceito,é que a “culpa é de todos osportugueses” que se endividarame alavancaram como doidos.Não, Querido Padre, não foramtodos os portugueses – foram,essencial e nuclearmente, aselites económica, financeira,burocrata e castrense que aindahoje vivem num raio de vintequilómetros ao redor da tua Av.Ilha da Madeira, e com quemtrocas permanentes sorrisos,segredos, festas e convivências.Deixa-te de fazer juízos de valor,Querido Padre!, conceitua umavez por todas a tua pastoral ejoga o prestígio que te resta naverdadeira luta pela justiça e nãono sonho de te tornares numjusticeiro deste país.Não podes, não deves,não te fica bem, a espadadesembainhada na defesa devalores que não são da justiçae da equidade mas que, aocontrário, aparentam ser depuro populismo peronista deum Padre que todos sabemosmaterialmente rico.Durante anos envaidecias--me perante terceiros comum elogio: eu teria sido oprimeiro a chamar a tuaatenção, muito poucos diasdepois do 25 de Abril, parao incomportável desvarioem que tudo se estava atransformar. Da tua “cabecinhaintelectualmente de ouro”esperamos intervençõessustentadas, robustas e quenos façam pensar e actuar – aocontrário, decidiste, por tuaalta recreação, embebedares--te com o impacto mediáticodo soundbite. É pena – atua qualidade merecia muitomais. Um enorme abraço comsaudade deste teu amigo.DADOS DA APEMIP PARA SEGUNDO TRIMESTRE INDICAMEntrega de imóveis ao banco diminuiNo segundo trimestre do anoforam entregues 1000 imóveisem dação em pagamento, menos1300 imóveis que nos primeirostrês meses de 2012, perfazendo3300 imóveis entregues no primeirosemestre do ano, um aumentode 8,9% em relação ao períodohomólogo, de acordo com as estimativasda Associação dos Profissionaise Empresas de MediaçãoImobiliária de Portugal (APE-MIP). “Este é um sinal evidente deCONSULTÓRIOLABORALO (novo) despedimento por inadaptaçãoNa empresa temos um colaboradorque, não obstante asinúmeras formações e “chamadasde atenção”, continuaa não executar corretamenteo seu trabalho. Isto traduz-senuma diferença de produtividademuito grande em relação aosdemais trabalhadores que exercemas mesmas funções.Existe alguma forma de podermosdespedir este trabalhadorque claramente não é produtivo?1. Foi publicada, no passado dia25 de junho, a Lei n.º 23/2012que procede à terceira alteração aoCódigo do Trabalho (CT). Estarevisão ao código laboral entrará emvigor no próximo dia 01 de agostoe promove profundas alterações aoconteúdo do Código, em especialno capítulo da cessação do contratode trabalho, e, mais concretamente,nos fundamentos e requisitos dosdespedimentos objetivos.De facto, uma das principaisalterações no âmbito destesdespedimentos é a novaconfiguração do despedimentopor inadaptação que, a partir daentrada em vigor da lei, poderá serutilizado ainda que não tenhamsido introduzidas modificações noposto de trabalho - cfr. art. 275.ºn.º 2 CT.2. Recorde-se que, segundoo n.º 1 do artigo 374º CT, ainadaptação verifica-se nas situaçõesa seguir referenciadas, quando,sendo determinadas pelo modode exercício de funções de umtrabalhador, tornem praticamenteimpossível a subsistência da relaçãode trabalho:a. Redução continuada deprodutividade ou de qualidade;b. Avarias repetidas nos meiosafetos ao posto de trabalho;c. Riscos para a segurança eque o setor financeiro tomou consciênciada gravidade do problema,que a APEMIP bem identificou,logo que começou a divulgar osnúmeros rigorosos do fenómeno,passando a encará-lo de formacompletamente diferente, atravésde tentativas de renegociação comos clientes, solução que acaba porse refletir nos números respeitantesao segundo trimestre de 2012”,considera o presidente da associação,Luís Carvalho Lima.saúde do próprio, dos restantestrabalhadores ou de terceiros.Atualmente, os (inúmeros)requisitos que a lei impõe paraa concretização da cessação poreste meio tiram grande parteda efetividade da figura, quepraticamente não é utilizada. Istoporque, antes da revisão operadapela Lei n.º 23/2012, a cessação docontrato motivada por inadaptaçãodo trabalhador praticamentesó podia ter lugar se estivessempreenchidos, cumulativamente eentre outros, os seguintes requisitos:i. Tenham sido introduzidasmodificações no posto detrabalho resultantes de alteraçõesnos processos de fabrico ou decomercialização, da introdução denovas tecnologias ou equipamentosbaseados em diferentes ou maiscomplexa tecnologia, nos seismeses anteriores ao início doprocedimento;ii. Não exista na empresa outroposto de trabalho disponível ecompatível com a qualificaçãoprofissional do trabalhador;iii. A situação de inadaptação nãodecorra da falta de condições desegurança, higiene e saúde notrabalho imputável ao empregador;iv. Seja posta à disposição dotrabalhador a compensação devida.3. Com a entrada em vigor dodiploma legal que revê o Códigodo Trabalho, este panorama iráalterar-se. É que, a partir de agosto,o despedimento por inadaptaçãopoderá ter lugar, mesmo quenão tenham sido introduzidasmodificações no posto de trabalho,desde que:a. Tenha havido uma modificaçãosubstancial da prestação realizadapelo trabalhador, de que resultem,nomeadamente, a reduçãocontinuada de produtividade oude qualidade, avarias repetidasnos meios afetos ao posto detrabalho ou riscos para a segurançaRICARDO MEIRELES VIEIRAAdvogadoGabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luís Cameirão & Associadosavlc@avlc-advogados.comwww.avlc-advogados.comSegundo a APEMIP, as ÁreasMetropolitanas de Lisboa e Portoconcentram 34,6% das ocorrênciasrelativas a imóveis entregues emdação. Dos dez municípios maispenalizados em termos nacionais,três pertencem a estas duas unidadesterritoriais (Valongo, Vila Novade Gaia e Sintra) e as restantes azonas distintas do país (Coimbra,Entroncamento, Funchal, Guimarães,Lagos, Santa Cruz – Madeira,e Silves).e saúde do trabalhador, de outrostrabalhadores ou de terceiros,determinados pelo modo doexercício das funções e que,em face das circunstâncias, sejarazoável prever que tenham caráterdefinitivo;b. O empregador informe otrabalhador, juntando cópiados documentos relevantes,da apreciação da atividadeantes prestada, com descriçãocircunstanciada dos factos,demonstrativa de modificaçãosubstancial da prestação, bem comode que se pode pronunciar porescrito sobre os referidos elementosem prazo não inferior a cinco diasúteis;Após a resposta do trabalhador, oudecorrido o prazo para o efeito, oempregador deve comunicar aotrabalhador, por escrito, ordens einstruções adequadas, respeitantesà execução do trabalho, como intuito de a corrigir, tendopresentes os factos invocados poraquele.Note-se, contudo, que para seproceder ao despedimento de umaforma lícita é, ainda, essencialque o empregador comprove queao trabalhador foi ministradaformação profissional adequada àsmodificações do posto de trabalhoe que lhe foi facultado, após aformação, um período não inferiora trinta dias de adaptação no postode trabalho.Assim, no caso em apreço, seránecessário aferir se os requisitospara o despedimento porinadaptação estão preenchidos,nomeadamente se houve umaalteração substancial da prestaçãorealizada pelo trabalhador daqual resulta uma redução daprodutividade ou qualidade do seutrabalho. Caso estejam reunidasas condições, a empresa poderáproceder ao despedimento docolaborador.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 17ESPECIALAEROPORTOSEFICIÊNCIA ENERGÉTICALiving Airport com área para relaxarO Aeroporto de Lisboa possuiu uma nova ‘Relax Area’, um espaço desenvolvidopela ANA que representa mais um passo na implementação doconceito Living Airport. Nesta zona os passageiros podem relaxar antes dovoo, desfrutando de uma vista privilegiada sobre a pista. Seguindo o mote“Preparamo-lo para viajar”, os passageiros veem o seu tempo livre valorizado, descansando ouentretendo-se num espaço confortável dotado de cadeiras reclinadas.CONSUMO DE GASOLINA E GASÓLEO DIMINIUANA avalia e controla pegada de carbonoConsumo de energiadireta e indiretaem GJ* (2011) * (1 giga joule = 34,32 m3 de combustível deaviação);1000m³ de gás natural = 43,57 GJ e1GJ = 277,7kw/h)A eficiência energética e a gestão voluntáriade carbono são duas áreas estratégicasda ANA ao nível da gestão ambiental.Do conjunto de atividades desenvolvidaspela empresa no sentido de aumentar aeficiência energética destacam-se a contratualizaçãodo smartmetering – sistemade monitorização online dos consumosenergéticos – eletricidade, gasolina, gasóleo,gás, entalpia, e água. Este sistemacom mais de 4.000 pontos de monitorização.As emissões de gases efeito de estufa,diretamente resultantes dos consumosapresentados (eletricidade, gás natural,gasóleo e gasolina), têm sofrido grandesoscilações, devido ao desempenho do sistemaenergético nacional, mas tambémao comportamento energético da ANA.Segundo os cálculos efetuados de acordoA eletricidade representou o principal consumo energéticoda ANA Aeroportos em 2011 - 76% do total dos consumos–, 21% para o gás natural e apenas 3% para o gasóleoe gasolina. Tanto o consumo de gasóleo como gasolinadiminuíram em 2011 face a 2010.com o protocolo de indicadores da “GlobalReporting Initiative”, a evolução dasemissões de CO2 dos aeroportos ANA,entre 2009 e 2011, foi de 35.019 toneladasde CO2, em 2009, para 26.446 em2010, e 29.404 em 2011. Estes valoresdevem ser analisados com a devida reservadevido à complexidade de relações existentesentre a ANA e outras entidades nosseus aeroportos.Um momento de reconhecimento davontade da ANA para minorizar a pegadade carbono aconteceu com a integração donível 1 (mapeamento) junto do AirportCarbon Acreditation Council (ACI EU-ROPE) e constar assim da lista dos 55 aeroportosno mundo, que movimentam cercade 52% dos passageiros anuais de toda aEuropa, acreditados num dos níveis —mapeamento, redução, otimização e neutralidade—, sendo a redução de consumosde eletricidade e combustíveis líquidos egasosos uma etapa importante no caminhopara este objetivo. A eletricidade adquiridarepresentou o principal consumo energéticoda ANA Aeroportos em 2011 – 76% dototal dos consumos –, 21% para o gás naturale apenas 3% para o gasóleo e gasolina.Tanto o consumo de gasóleo como gasolinadiminuíram em cerca de 7% em 2001 facea 2010: gasóleo de 14.872 giga joules (1giga joule = 34,32 m3 de combustível deaviação) para 13.832 no gasóleo e de 1.025giga joules para 934 na gasolina.No que se refere ao consumo de outrosmateriais, os óleos lubrificantes, não sópelo maior cuidado a que obriga a corretagestão em termos ambientais, mastambém porque a empresa apresenta umconsumo significativo dos mesmos, sãooutro recurso em foco na política demaior eficiência energética através deuma utilização otimizada deste lubrificante.O volume total de óleos lubrificantesadquiridos em 2011 foi de 9508litros, mais 4,6% do que em 2010 (9089litros) e cerca de mais 15% face a 2009(8196 litros). Com o intuito de alcançara máxima eficiência, ANA tem vindo adesenvolver esforços no sentido de minimizaro consumo de recursos, esforçosque se traduzem ao nível ambiental e económicojunto dos stakeholders ao nívelinterno e externo.


18 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICAANTÓNIO MANSO, DIRETOR-GERAL DO GRUPO OPERACIONAL DE COMBUSTÍVEIS (GOC), CONSIDERACombustível de aviasegue a tendência daO Grupo Operacionalde Combustíveis (GOC)é constituído por váriasgasolineiras e tem na GalpEnergia o principal elemento.António Manso, diretor--geral do GOC, diz que ocombustível da aviação, oJet A1, segue a tendênciada cotação do petróleo eas normas internacionaisdeterminam as análises àqualidade do Jet A1, assimcomo as regras de segurança,tendo o GOC por objetivoconseguir “zero derrames”.No que concerne às perguntasque dizem respeito a umautilização mais eficientedos combustíveis por partedos agentes com os quaisnegoceiam, António Mansoprefere remeter a resposta paraas companhias aéreas.<strong>Vida</strong> Económica - Qual é o tipo decombustível usado nos aeroportos portuguesese porquê?António Manso - O principal tipode combustível utilizado nos aeroportosPortugueses é o Jet A1. É o combustívelutilizado em todas as aeronaves equipadascom motores a jato. No caso de aeronavesmilitares, o Jet A1 poderá ser aditivadocom FSII (aditivo antigelo), sendoeste combustível apenas fornecido embases aéreas. O combustível Avgas 100LL(vulgarmente designado por gasolina deaviação) é utilizado em aeronaves que estãoequipadas com motores alternativos(pistão). A sua utilização tem mais significadoem aeródromos, locais em que estetipo de aeronaves é mais frequente. Existetambém o JP5, cuja utilização é praticamenteresidual e, em Portugal, exclusivaaos helicópteros da marinha quandoabastecidos nos navios de guerra. A Galpcomercializa todos os combustíveis acimareferidos, com exceção do Avgas 100LL.VE - Existe a possibilidade de utilizaralgum tipo de combustível alternativomais amigo do ambiente?AM – Existe. Em alguns países/companhiasaéreas iniciaram-se voos experimentaiscom Biojet.Consumo de combustível(JET A1) nos aeroportosportugueses (m3) *Lisboa ............................. 780.000Porto ................................. 92.000Faro ................................ 155.000Funchal ............................. 64.000Ponta Delgada .................... 34.000Santa Maria ....................... 12.000Terceira ............................. 14.000Porto Santo .......................... 1.800Horta ................................... 1.200Beja ......................................... 82*Dados de 2011VE - Qual é o método preferencialpara o abastecimento das aeronavesem Portugal e quais as medidas de segurançaimplicadas?AM – O método preferencial é o abastecimentoatravés de redes de hidrante decombustível de aviação, enterradas nosaeroportos e equipadas com válvulas naszonas de estacionamentos das aeronaves.A estas válvulas são ligados “hydrant servicers”,efetuando-se assim o abastecimentodas aeronaves. No entanto, estemétodo carece de um investimento inicialelevado, sendo assim viável apenas nosaeroportos com maior movimentação deJet A1 – por exemplo Lisboa, Faro, Porto,Funchal, Ponta Delgada e Santa Maria.No caso dos aeroportos com menor movimento,os abastecimentos são efetuadasrecorrendo aos “refuelers” (vulgarmentedesignados por camião-cisterna). As medidasde segurança são as requeridas paramovimentação de combustíveis, adicionadasdas regras de segurança dos aeroportose requisitos adicionais própriosfundamentados em regulamentação interna,boas práticas etc.VE - Há projetos inovadores quantoà forma de abastecimento (pipelines,navios, contentores…)? Como fazemchegar o combustível aos aeroportosportugueses?AM – O combustível de aviação chegade variadas formas aos aeroportos portugueses.No caso de Lisboa, o percurso faz--se da seguinte forma: refinaria de Sines eoleoduto para terminal CLC Aveiras e veículos,cisterna para Aeroporto de Lisboa.No caso do Porto: refinaria Matosinhos,oleoduto e depois para Aeroporto. Noque se refere a Faro: refinaria de Sines evagão cisterna para Loulé, veículo cisternapara Aeroporto e refinaria de Huelva eveículo cisterna para Aeroporto. No queconcerne às Ilhas: refinaria de Sines, naviotanque, oleodutos para terminais e oleodutos/veículoscisterna para aeroportos.VE - Onde ficam situados os terminaisde armazenamento de combustívelno território português e qual a suacapacidade de armazenamento?AM – Os terminais principais de armazenageme distribuição de Jet A1 emterritório português, para além das duas


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 19ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICAçãocotação do petróleoO que é o Grupo Operacional de Combustíveis (GOC)?O Grupo Operacional de Combustíveis (GOC) foi constituído atravésde um acordo operacional entre os principais operadores com oobjetivo de partilhar custos logísticos e de operação nos aeroportosde Lisboa e Faro, não sendo uma entidade com personalidadejurídica autónoma. O GOC é detido em dois terços pela GalpEnergia, encontrando-se a restante participação dividida em partesidênticas pela Repsol e pela BP. No aeroporto do Porto, a mesmafunção foi atribuída a uma empresa, a SABA, em que a GalpEnergia detém 50% do capital e BP e Repsol partilham a outrametade.No mercado grossista, a Galp Energia fornece cerca de 6.000clientes industriais e comerciais, num volume de vendas anualde cerca de 6 milhões de toneladas de produtos refinados, o querepresenta uma quota de mercado de cerca de 50% em Portugale de 15% no total da Península Ibérica. O negócio de <strong>empresas</strong>ou grossista na Galp Energia comercializa produtos petrolíferosaos segmentos de transportes, aviação, indústria, empreiteiros,marinha e lubrificantes. A empresa comercializa combustíveisdestinados à aviação civil e militar e gere os ativos de armazenageme o abastecimento de aeronaves nos nove principais aeroportosnacionais, iniciou operações em 22 dos principais aeroportosde Espanha, dois aeroportos em Cabo Verde e um na Gâmbia.Nestes dois últimos países a Galp Energia atua através da suaárea internacional, fornece combustível às principais companhiasaéreas nacionais e internacionais que lá operam ou fazem escala.Para além das companhias aéreas de linha, charter e low cost, queefetuam voos comerciais de passageiros, a empresa tem na sua listade clientes companhias aéreas de carga e de voos executivos e aForça Aérea Portuguesa e de países que fazem escala nos aeroportosonde opera. A Galp Energia presta ainda assistência técnica eformação a alguns clientes e a <strong>empresas</strong> no seio do próprio Grupo,no domínio dos combustíveis de aviação.refinarias, são a CLC (Aveiras), CLCM(Caniçal-Madeira), Terminal da Nordela(Açores- São Miguel) e Terparque (Açores-Terceira)VE - O preço do combustível paraaviões segue as tendências do mercadointernacional e petróleo?AM – Sim, tal como todos os combustíveiscomercializados pela Galp Energia.Em Portugal, os preços dos produtos refinadosà saída da refinaria acompanhamas cotações do mercado de Roterdão.Para a composição do preço final acrescemos custos de logística e a carga fiscal.VE - O preço do combustível na Europadifere dos restantes continentes.Valor ambiental de biocombustíveis dependeda forma de produzirUma série de companhias aéreas e <strong>empresas</strong>, como a Boeing, por exemplo, têm investidopesadamente em combustíveis para aviação feitos a partir de óleos de plantas decamelina, arbustos, flor de ‘jatropha’ e algas. Os combustíveis produzidos com estesóleos passaram com sucesso todos os testes de funcionamento nas aeronaves (efetuadosnos EUA e na Europa) e as emissões de CO2 sofreram uma redução de 80%, embora obiocombustível tivesse um preço premium. “Todos querem uma solução para o petróleo”,afirma Jigar Shah, CEO da Sala de Guerra de Carbono, uma organização fundada pelaVirgin Airlines de Richard Branson, para combater as mudanças climáticas. Infelizmentehá um problema: o valor de quão amigos do ambiente são os biocombustíveis dependemuito da forma como são produzidos. Um combustível feito de óleo de palma acabapor ser pior para os níveis de gases estufa na atmosfera do que combustível refinado depetróleo, pois envolve retirar floresta ou turfa. Para ajudar a resolver este problema, a Salade Guerra de Carbono lançou RenewableJetFuels.org, que classifica todas as <strong>empresas</strong>de biocombustíveis sobre a sustentabilidade, entre outros critérios. “Precisamos garantirque esses combustíveis são feitos de uma maneira que não coloca pressão sobre osecossistemas”, diz Suzanne Hunt, responsável pela área da aviação na Sala de Guerra deCarbono.Há possibilidade de as aeronaves virema efetuar abastecimento noutrosaeroportos, tornando os preços oferecidospelas companhias áreas maiscompetitivos?AM – Existe a possibilidade de as companhiasaéreas efetuarem a designada políticade “tankering”. Esta política consiste emmaximizar os abastecimentos nos aeroportosem que o combustível é mais barato eminimizar naqueles em que o combustívelé mais dispendioso. No entanto, o transportarcombustível nos tanques do aviãopara a “perna seguinte” também tem os seuscustos por efeito do aumento de peso transportadopela aeronave. Assim, uma soluçãode otimização destes dois fatores tem de serencontrada pela companhia aérea.VE - Devido ao aumento dos preços,já houve a tentação de comprar grandesquantidades de combustível paraarmazenar?AM – Não. A nossa logística de armazenagemé adequada aos consumos queexistem e não as soluções de armazenagemde grandes quantidades de combustívelpelas razões apresentadas.VE - Quais as medidas tomadas nosentido de conseguir um maior aproveitamentodo combustível (face umapossível evaporação devido a altastemperaturas, por exemplo)?AM – O manuseamento e armazenagemdos combustíveis de aviaçãoobedece a rigorosas regras e critérios internacionais,que vão desde a conceçãodas instalações, meios de distribuição eabastecimento, até aos procedimentosoperacionais propriamente ditos. Regularmente,somos inspecionados porentidades oficiais, companhias aéreas econgéneres petrolíferas para atestar essamesma conformidade.VE - Há várias formas de análise daqualidade do combustível. Quais sãoas que a ANA utiliza?AM – A Galp efetua a análise ao JetA1 para verificação da sua conformidadede acordo com as ultimas especificaçõesem vigor, a saber: nos seus laboratóriospróprios acreditados e certificados e emensaios de campo, tanto nas receções,armazenagem ou expedição do combustívelcomo em todos os abastecimentosefetuados.VE - Há nova legislação no que concerneàs normas ambientais e metasexigidas a nível internacional para osaeroportos?AM – A Galp segue as normas ambientaismais exigentes em vigor, bemcomo adota todas as boas práticas internacionalmentereconhecidas, no sentidose alcançar o objetivo de “zero derrames”.VE - Em 2011 foram contabilizados206 derrames por parte da ANA.A que se devem estes derrames e oque pode ser feito para diminuir estenúmero?AM – Desconhecemos esse número.No entanto, chamo à atenção que osderrames nos aeroportos poderão ser defluidos que não são Jet A1, como, porexemplo, óleo motor, óleo hidráulico,gasóleo…


20 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012ESPECIAL AEROPORTOS/EFICIÊNCIA ENERGÉTICAEfluentes são alvo de tratamentoem todos os aeroportos ANAAssegurar a existência de sistemas dedrenagem de águas e tratamento de efluentesefetivos de modo a minimizar os impactesnas massas de água recetoras, emsimultâneo com a manutenção de níveisadequados à operação de um aeroporto,são os desafios cruciais que se colocam aosoperadores aeroportuários.São os tipos de efluentes gerados pelaatividade da ANA: efluentes resultantesde escorrências das áreas pavimentadas,potencialmente contaminadas com hidrocarbonetose que corresponderão aáguas pluviais; efluentes resultantes dacontenção e derrames e águas residuaisdomésticas. Relativamente às águas pluviais,com maior potencial e impacto, têmsido instalados sistemas que permitemDerrames podem tersolução portuguesa‘Absorvente para derrames Corksorb’,uma gama de produtos da ‘AmorimIsolamentos’, é uma soluçãoeficaz, ecológica e sustentável nocombate a situações de derramede óleos e hidrocarbonetos. Utilizacomo absorvente a cortiça, tratadatermicamente para aumentar opoder absorvente e as característicashidrofóbicas, propriedade importanteem derrames no meio aquático ou emsuperfícies molhadas, pois absorveo poluente e não a água, evitando ogasto desnecessário de absorvente eminimizando os resíduos. Este projetofoi premiado pela Agência Portuguesado Ambiente no âmbito do Prémio“Empresas pela Biodiversidade” efinalista dos ‘European Business Alaresfor the Environment’ (EBEA).Os aeroportos são responsáveispela produção de diversostipos de resíduos. Em 2011ANA produziu 5.558 toneladasde resíduos dos quais 152 toneladasforam resíduos perigosos.Em termos de produção e resíduospor unidade de tráfego háuma tendência de decréscimoem praticamente todos os aeroportoscom um valor médio de0.10 kg/TU o que representa ovalor ligeiramente inferior de2010 para 2011. Há ainda a assinalaruma redução de cerca de12% na produção e resíduos perigosos,representando em 2011cerca de 2,7% do total. No âmbitoda gestão e resíduos, a ANAtem vindo a encaminhar os diferentestipos de resíduos para umdestino adequado, dando preferênciaa soluções em detrimentodo envio para o aterro, recorrendoa entidades certificadaspara o transporte e gestão dessesresíduos. A taxa de valorizaçãoglobal cifrou-se em 27%, o querepresenta uma descida de 1p.p.em relação a 2010.Um dos aspetos importanteso seu tratamento antes da descarga noscoletores públicos. Assim existem caixasseparadoras de hidrocarbonetos nas plataformasde estacionamento de aeronavese nas áreas de abastecimento de viaturase oficinas. Na última década ANA investiuna melhoria de sistemas de drenagem,com reformulação de redes existentes ecom a introdução de programas de monitorizaçãoda qualidade das águas pluviaise de escorrência produzidas. O aeroportode Faro localizado numa zona adjacenteda ria Formosa passou a contar em 2011em termos de gestão de resíduosnuma infraestrutura aeroportuáriaé a questão dos derrames deprodutos químicos, óleos e combustível,que podem originar impactesambientais significativos.Em 2011, a ANA registou umtotal de 206 derrames significativosnos seus aeroportos. De acordocom a ‘National Fire Association– Standards for Aircraft FuelServicing – Handling Fuel Spills’considera-se um derrame significativoum derrame alimentadopor fuga ou área igual ou superiora 4.60 m² (aproximadamente ¼de cada laje da placa de estacionamentodas aeronaves). Até 2010,ANA considerava significativosderrames superiores a 50 litroscom área superior a 50 m².Internacionalmente o controlodos derrames é amplamente discutido.Pela complexidade dasrelações no funcionamento dosaeroportos, envolvendo gasolineiras,aeroportos e companhiasaéreas, apesar das normas contratuaisusualmente preveremum plano de contingência quantoaos acidentes ambientais, émuitas vezes necessário recorrera uma terceira parte/empresa.No caso da ANA, cada intervenientetem o seu papel bem definidoe tanto interna como externamentetodos os ‘stakeholders’com um sistema de elevada capacidadede tratamento de águas pluviais drenadasda área total das plataformas de estacionamentodas aeronaves assim como oscaminhos de circulação e pistas do aeroporto.O aeroporto de Faro foi aindaalvo de um programa de amostragens eanálises laboratoriais a diferentes pontos ecompartimentos (tipos de amostras: água,sedimentos mexilhões).No que concerne aos quantitativos deáguas residuais produzidas pela ANA, estaassumiu que 70% resultariam em efluentesProdução de resíduos com tendência de descidalogo que esse valor ascenderia a 602.555m³, sendo encaminhados para tratamentoda seguinte forma: os aeroportos do Portoe Beja possuem a própria ETAR; os aeroportosde Lisboa, Faro e Ponta Delgadaestão ligados ao coletor municipal; o aeroportode Santa Maria encontra-se ligado àfossa sética gerida pela Câmara Municipale os aeroportos das Flores e Horta ligam apoços absorventes da responsabilidade daANA. A empresa tem ainda procedimentosde emergência ambiental para a contençãode derrames de substâncias perigosas.são alvo de ações de formaçãoe sensibilização. Uma orientaçãoimportante é deixada pelo‘Spill Center Advisor’ (Centrode Aconselhamento em Derrames),procurando consciencializartodas as partes interessadas:“não importa se foi um acidentee se a culpa não é diretamente dasua empresa, deve sentir-se corresponsávelporque é parte dosistema onde opera”.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 21EMPREENDERRede EmpreenDouro quer fomentar ligaçãocom espanhóisEntidades da Rede EmpreenDouro e instituições espanholas dedicadas ao empreendedorismoestão a estreitar laços para a criação de projetos comuns transfronteiriços. O objetivoé alargar o espaço de ação da Rede EmpreenDouro e fomentar atitudes empreendedorasentre portugueses e espanhóis.MIGUEL MILHEIRO, SÓCIO DA C2B CONSULTING, AFIRMA“Os trabalhadores têm de conquistaro direito ao seu salário”A C2B Consulting é umaempresa de consultoria degestão especializada emsistemas de informaçãoSAP, implementada noTecMaia. Esta empresa foicriada em 2004 e, nestemomento, tem cincosócios. Segundo o portavoz,Miguel Milheiro,hoje em dia, “todos ostrabalhadores têm deconquistar o direito ao seusalário”.PAULO FERREIRAempreendedor@vidaeconomica.pt<strong>Vida</strong> Económica – Quais asmotivações para serem empreendedores,tendo carreiras profissionaisde sucesso?Miguel Milheiro - Em primeirolugar, por uma questão de perfil ede acreditar no projeto. Em segundolugar, a decisão passou pela partilhade objetivos de longo prazo eacreditar que podem fazer algo deforma diferente. Se não melhor,pelo menos diferente.VE - Quais os estímulos parasair da “zona de conforto”?MM - Ser colaborador de umaempresa atualmente não representaum conforto e na nossa área de atuaçãonunca representou, mas o factode partilharmos os mesmos princípios,valores e objetivos tornou adecisão quase óbvia. Acrescentandoque “zona de conforto” é um conceitoque já não existe. Todos ostrabalhadores têm de conquistar odireito ao seu salário, e nesse contextosomos todos empreendedores,independentemente do vínculocontratual que nos liga à empresa,seja por via da participação societáriaou laboral.VE - Quais as barreiras à entradano início de atividade?MM - Tecnicamente, nenhuma,pois hoje em dia é a coisa mais fácil,mas a nossa aproximação aomercado teve que mudar. Tivemostodos que deixar de pensar exclusivamentede forma técnica e evoluirtambém em questões de gestão daempresa e acompanhamento declientes mas principalmente gestãode uma equipa empenhada.Miguel Pinheira, Vitor Santos, João Boggio, Miguel Milheiro e Sérgio Monteiro são os cinco sócios da CB2 Consulting.VE - Quais os fatores de diferenciaçãoface à concorrêncianuma área de negócio extremamentecompetitiva à escalanacional e internacional?MM - Os gestores da empresacontinuam a estar todos os dias emprojeto. Este fator revela-se muitasdas vezes uma vantagem, mastambém tem jogado contra nósalgumas vezes. Mas o nosso envolvimentodiário e proximidade comos clientes e equipa tem-se reveladouma clara vantagem, mas tem-noslimitado em termos de crescimento.Com a futura expansão da empresa,consideramos que esta poderáser uma área a cobrir no futuro.Por outro lado, este é um processode contínua aprendizagem, hojetemos a noção clara de como nãofazer determinadas coisas. Outrofator de diferenciação é ter umaequipa motivada e experiente esermos reconhecidos pelos nossosclientes pelo profissionalismo, envolvimentoe partilha de objetivos.VE - Referiram que ter umaequipa motivada e experienteé fator de diferenciação. Istoparece óbvio. Mas como o conseguirna prática?MM - A C2B começou em 2004com quatro colaboradores nestemomento tem 31. Contamos atéao final do ano atingir os 35 a 40colaboradores. Todos eles qualificadose com formação superior. Sendoa qualificação dos nossos recursosum dos fatores de diferenciação,compreende-se a aposta na formação.Premiar por objetivos todos oscolaboradores tem indexado umgrau de cumprimento de objetivosindividuais e da empresa também,conhecidos por todos, com monitorizaçãoe divulgação mensal. Oque permite todos estarem focalizadosnos objetivos.VE - Em termos de faturação,como tem corrido?MM - O volume de negóciosteve um crescimento superior a30% de 2010 para 2011, atingindocerca de 1,3 milhões de euros.Durante os primeiros cinco meses,a C2B atingiu cerca de 900 mileuros de faturação, prevendo quepossa atingir no final do ano cercade 2 milhões de euros, o que representaum crescimento superiora 60%. A nível nacional, temosclientes de referência, como o GrupoSonae, Grupo Martifer, GrupoRangel, Unicer, Grohe, entre muitosoutros, sendo de destacar o pesono mercado internacional, que em2011 representou 35% do volumede negócios e que em 2012 está arepresentar cerca de 60%.VE - Tem havido tambémuma forte aposta na internacionalização.Quais os principaismercados onde estão presentes?MM - A Europa tem sido privilegiadano processo de internacionalização,com países como Suíça, Alemanha,Hungria, Suécia, Holandatendo ainda projetos no Brasil, Angolae Moçambique. Consideramosque as <strong>empresas</strong> portuguesas de TItêm muito potencial por explorar,principalmente nos países de podereconómico mais elevado, hoje emdia com as boas ligações existentesno Porto, permite-nos trabalhar emregime nearshore.Aliás, a região do Porto estáa tornar-se uma plataforma deapoio para este tipo de serviços anível internacional, tendo todasas condições para se desenvolver.Por um lado, pelo acesso ao aeroportoFrancisco Sá Carneiro,com os operadores low-cost, masfundamentalmente pela mão deobra qualificada e extremamentecompetitiva com os padrões internacionais.Os centros de conhecimentocomo a Universidade do Porto,Aveiro e Braga tornam a região doPorto um polo de excelência para odesenvolvimento de negócios queimpliquem inovação e conhecimento.A maior dificuldade sentidano processo de internacionalizaçãoé adotar todos os procedimentos eregras gerais, o que exigiu algumadisciplina, assim como conhecertodas as implicações legais e fiscaisprincipalmente em países fora daUE.VE - Que conselhos deixariama todos aqueles que nestemomento, por diferentesrazões, têm motivação paraserem empreendedores?MM - Têm que o fazer pelosmotivos certos e ser perseverantesna busca dos objetivos e preparadospara vencer os desafios que vão,de certeza absoluta, existir. Tomar adecisão com os pés bem assentes naterra, e nunca esquecer a noção doesforço que exige. Ter a noção clarada responsabilidade perante clientes,mas principalmente perante aequipa.VE - Que dificuldades sentemface à crise?MM - Obrigatoriedade de termosgrande parte da equipa emprojetos internacionais e fisicamentefora de Portugal, pois os projetosinteressantes e motivadores nestafase escasseiam em Portugal.VE - Que medidas consideramimportantes no estímuloao empreendedorismo e a criaçãode emprego?MM - Apoiar quem tem vontadede arriscar, desde que sejaobviamente um projeto que façasentido.PUB


22 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012EMPREENDERCatólica promove iniciativa para jovens empreendedoresDecorre até 14 de Agosto, duas vezes por semana, o Summer of Startups nas instalações daCatólica-Lisbon School of Business and Economics. O objectivo desta iniciativa é ajudar jovensempreendedores de várias áreas de formação a criar uma startup de sucesso global, contandocom a colaboração de vários mentores que têm vindo a desafiar-se na área do empreendedorismo.TiE Portugal chega a LisboaDecorreu no passado dia 18 o TiE Lisbon Entrepreneur Boot Camp. Cerca de 170 elementosdo TiE, organização internacional fundada por um grupo de empresários da DiásporaIndiana que tem como missão fomentar o empreendedorismo, estiveram em Portugal. Umnúmero restrito desse grupo participou no encontro TiE Lisbon Entrepreneur Boot Campfoi lançado o TiE Portugal que tem sede em Lisboa.Empresária realça importânciada formação para o sucessoMicaela Larish Meunier vende para todo o país mas também para Espanha e Itália.PATRICIA FLORESpatriciaflores@vidaeconomica.ptEm 1995, Micaela Larish Meuniercomeça a executar o guarda--roupa para espectáculos de ballet.A actividade evolui e no ano 2000a empreendedora resolve arrancarcom a empresa – Micaela LarischDesign – e passa assim a existircomo marca, “começando a fornecerlojas da especialidade de dançacom equipamentos de ballet paraFidelizar o mercado nacional e crescer nos mercados externosUm excelente exemplo de como se faz crescerum negócio com sustentabilidade. Ideiasfortes, comprovadamente bem sucedidas,prendem-se com a criação de marca própria,mantendo produtos personalizados e,rapidamente, investindo no vestuário específicopadronizado, de modo a alargar o númerode clientes potenciais. A internacionalizaçãoé outro passo fundamental para aceder amercados maiores, os quais permitem, comcerteza, economias de escala nos produtospadronizados, e expansão das vendas dedesign de marca, sempre levando em contaas necessidades e desejos dos clientes, logoJOÃO M. S. CARVALHOjcarvalho@ismai.ptnuma orientação estratégica de mercado. Oscuidados no relacionamento com os clientessão mais um sintoma desta orientação, a qualpermitirá que a Micaela Larisch Design sejauma empresa com uma maior probabilidadede ter um futuro sustentado.Fidelizar o mercado nacional e continuar acrescer nos mercados externos, permitindoque os clientes possam acompanhar as suasencomendas, é uma estratégia correta, emmeu entender. Provavelmente, poder-se-áchegar a uma fase em que o cliente possatambém contribuir para o desenvolvimentode novos produtos, isto é, em que haja maisaula e mais tarde com vestuário dedança para espectáculo em versãostandard. A par da marca, mantemoso desenho e produção deprojecto personalizado, servindovários estilos, mas sempre debaixoda mesma coerência de serviço”,explica a própria.Hoje, a empresa, sediada emLeça da Palmeira, vende paratodo o país, mas também paraEspanha e Itália. Esporadicamente,chegam a outros países comoa Bélgica, Eslovénia e França. Aexportação começou em 2007 eMicaela Larish Meunier asseguraque são tomados alguns cuidados,como “falar na língua do cliente,evitando alguns equívocos e dandoconforto ao cliente para que semantenha ligado a nós sem sentirqualquer barreira”.A estratégia para o futuro é,segundo a empresária, divulgarmais a marca em Portugal eao mesmo tempo fazer crescer esolidificar as ligações a clientesestrangeiros. Outro objectivo épermitir aos clientes acederemà encomenda online, acompanhandoo estado do seu pedido.Esta é uma das formas para “baixaro erro e aliviar o desgaste humano”,ressalva a responsável.Micaela Larish Meunier foiuma das formandas na iniciativaFormação para Empresários co--financiada pelo POPH no âmbitodo programa Formação-acçãopara PME. Mas quais as maisvaliasdeste apoio? “Em primeirolugar, o acesso à formação que deoutro modo não teria qualquerhipótese de a fazer”, afirma.A empresária reconhece o investimentofeito em cada empresárioe ressalva as competências ganhasem áreas como a gestão, recursoshumanos ou contabilidade. Alémde ter ganho mais ferramentas paraenfrentar o dia a dia da empresa,Micaela Larish Meunier acrescentaque também ganhou a equipa comquem trabalha, os clientes e elaprópria enquanto pessoa.A diretora salienta ainda que paraum projeto progredir é determinanteter uma equipa especializada. Nocaso concreto da Micaela LarischDesign, a empresa foi formando oscolaboradores à medida da especificidadee da cultura da marca.Além disso, foi necessárioter “capital para investir emmatérias-primas, instalações eequipamento que permitisse avelocidade de fabrico que têmactualmente (duas a três semanaspara processar encomendas) eo número de pessoas suficientespara abranger todas as áreas”.trabalho de cooperação entre a marca e osseus clientes, assegurando a continuidadedos relacionamentos transacionais existentes.Outra estratégia possível pode passar por umadiversificação ao nível do consumidor final,isto é, a produção de fatos para outro tipo deespetáculos e artes.A manutenção de formação própria e doscolaboradores será outra mais-valia a assinalar,a qual deverá manter-se continuamente, poissó assim a Micaela Larisch Design poderámanter-se no topo da sua área de atividade.Em resumo, um bom exemplo a seguir pelosjovens empreendedores!Concursode IdeiasNET Portopremeiamelhoresplanos denegóciosA VIII Edição do Concursode Ideias promovido pela NET(BIC Porto) atribuiu os prémiosàs três ideias de negóciomais inovadoras às <strong>empresas</strong>TECO Planner, Toys 4U - Ecological& Natural Wood Toys eCLINIC+A. Estas atuam respetivamentenas áreas das tecnologiasda informação, inovaçãono setor tradicional e saúde,selecionadas por um júri constituídopor representantes daNET (BIC Porto), InovCapital,IAPMEI e Agência de Inovação(Adi).O primeiro lugar foi atribuídoao TECO Planner, umprojeto de empreendedorismosocial, com preocupações ambientaise de sustentabilidade,que é um calculador de itineráriosnacionais para transportespúblicos.Toys 4U - Ecological & NaturalWood Toys, brinquedosdidáticos e ecológicos de madeiranatural de produção local,foi o segundo classificado,e em terceiro lugar ficou o projetoCLINIC+A, um centro clínicoque vai combinar métodoscomplementares de diagnósticoe tratamento com os últimosdesenvolvimentos na medicinafuncional e biológica, de formaa atenuar os efeitos de doençascrónicas incapacitantes. Estestrês planos de negócio, selecionadosentre os nove finalistas,vão agora constituir <strong>empresas</strong>.O Concurso de Ideias daNET (BIC Porto) desenvolveu--se em três fases. Após a receçãodas candidaturas, a primeirafase selecionou as 10 melhoresideias para receber apoiotécnico da NET (BIC Porto)no desenvolvimento do planode negócios durante três meses.Numa segunda fase, foramapresentados e selecionados ostrês melhores planos de negócioe, a partir deste momento,as ideias vencedoras têm acessodireto ao EIBTnet, programade apoio à criação e consolidaçãode <strong>empresas</strong> inovadoras ede base tecnológica, promovidopela NET.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 23NEGÓCIOSE EMPRESASTransavia.com já transportoumais de um milhão de passageirosA companhia aérea de baixo custo transavia.com França transportou 1,13 milhões de passageirosnas ligações para e em Portugal, ao longos dos primeiros cinco anos de atividade. Apesarda atual conjuntura económica, todas as rotas operadas pela low-cost francesa no mercadonacional têm vindo a registar um crescimento contínuo desde maio de 2007.<strong>Vida</strong> Económicaabre a primeiralivraria no FacebookA <strong>Vida</strong> Económica acaba de abrir aprimeira livraria no Facebook em Portugal.Os utilizadores da maior rede socialdo mundo passaram a ter acesso à comprados livros da <strong>Vida</strong> Económica e à informaçãosobre as novidades editoriais.Os utilizadores não têm que sair do facebookpara fazerem as suas compras delivros. Basta clicar no produto, incluiros dados para envio (apenas na primeiratransação) e confirmar a compra. A formade pagamento é o paypal.O conceito é inovador. “Até agora nãohavia em Portugal nenhuma plataformade venda direta de livros no facebook”– refere Frederico Alves. O finalista doISCAP na Licenciatura de Marketingmaterializou este projeto no âmbito doestágio curricular efetuado na “<strong>Vida</strong>Económica”.A ideia surgiu quando Frederico Alvesavaliava sobre novas formas de diferenciaro Facebook da <strong>Vida</strong> Económica e dePara Frederico Alves, qualquer empresacom Facebook pode criar a sua próprialoja virtual. A aplicação permite colocarvários tipos de produto na loja e até dámais que uma opção para um produto.Por exemplo, no caso de haver produtoscom várias cores, não é necessário adicionarum produto por cada cor, bastandocolocar o produto uma vez com a disponibilidadedas várias cores, o que permiteao utilizador selecionar a cor que prefere.Segmentação por áreasde atividadeUma das vantagens do facebook estána possibilidade de segmentação da informaçãodirigida a perfis de interesseespecífico. O primeiro produto a serpromovido na loja da <strong>Vida</strong> Económicano Facebook foi a edição conjunta <strong>Vida</strong>Económica/UEFA “Comer como campeõese vencer”. O livro foi apresentadoFrederico Alves desenvolveu a atividade da loja <strong>Vida</strong> Económica no Facebook.“Até agora não havia em Portugal nenhuma plataforma devenda direta de livros no facebook”atrair mais fãs. “Uma das opções que encontreifoi criar a loja, o que apresentagrandes vantagens e custos insignificantes”– afirma Frederico Alves.A opção por este canal é interessantepara os utilizadores do Facebook. “Nãoprecisam de se registar em nenhum outrosite e por isso não correm o risco deter depois a caixa de email cheia commensagens promocionais” – acrescentaFrederico Alves.Conceito pode ser alargado aoutras áreasAs redes sociais devem ser uma prioridadena estratégia de comunicação comos clientes em todas as áreas de atividade.O Facebook conta com 900 milhõesde utilizadores em todo o mundo, incluindo4,4 milhões de utilizadores emPortugal.no Torneio Lopes da Silva e tem comodestinatários os jovens adeptos do futebol,e os seus pais. Esta edição, inseridana área de responsabilidade socialda UEFA, pretende promover a alimentaçãosaudável e combater a obesidadeinfantil.Através da rede social torna-se possíveldirigir a mensagem aos destinatários,reforçando a divulgação do livro.A <strong>Vida</strong> Económica assinou com a UEFAum contrato de edição para Portugal e parao Brasil. No caso do mercado brasileiro, acampanha de divulgação também irá contarcom o suporte do facebook.A loja no Facebook disponibiliza todasas edições da <strong>Vida</strong> Económica dirigidasao mercado profissional. O departamentode livros é uma das áreas demaior crescimento na atividade da <strong>Vida</strong>Económica, representando mais de 50novas edições por ano.RETIFICAÇÃONET – Novas Empresas e Tecnologias, SANa página 10 da edição da <strong>Vida</strong> Económica de 6 de Julho de 2012 foi publicada umaentrevista com o Eng. José Martins, tendo como título “Não é por haver espaços físicosque se vão criar mais <strong>empresas</strong>”.Por lapso nosso, o antetítulo da entrevista refere que o Eng. José Martins é administradorda empresa, quando de facto é diretor-geral.Pelo lapso involuntário, apresentamos as devidas desculpas ao visado e aos nossos leitores.


24 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012NEGÓCIOS E EMPRESASGrupo Onebiz vai continuar a expandir no mercadobrasileiroO Grupo Onebiz, líder em franquias em Portugal e com presença internacional em 29 países,esteve presente na maior e mais esperada feira de negócios de franquias do mundo, promovidapela Associação Brasileira de Franchising, a ABF Franchising Expo 2012, e o saldo do eventoé muito positivo. Além de terem sido inúmeras as visitas ao stand, o que permite ao Gruporeforçar a sua notoriedade no País.Prémio de sustentabilidade das <strong>empresas</strong> Sonaedistingue eco-eficiência do Pólo Logístico da MaiaO Fórum da Sustentabilidade das Empresas Sonae lançou uma iniciativa que pretende reconheceros projetos sustentáveis nas áreas ambientais, de recursos humanos e de responsabilidadecorporativa. A primeira edição do Prémio de Sustentabilidade das Empresas Sonae tevecomo vencedor o Pólo Logístico da Maia, uma referência internacional em termos de eficiênciaambiental, económica e social.CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS7º PROGRAMA-QUADROTenho ouvido falar doSétimo Programa-Quadro.Em que consiste este programa?RESPOSTAO Sétimo Programa-Quadropara a Investigação eDesenvolvimento Tecnológico(FP7) é o principal instrumentoda UE para financiar ainvestigação na Europa,tratando-se de um programade incentivos europeu. O FP7é totalmente financiado pelaUE, sendo as candidaturasentregues diretamente àsentidades europeias.O FP7 é constituído por 4programas: Cooperação, Ideias,Pessoas e Capacidades. Apoia,ainda, as ações do CentroComum de Investigação e aInvestigação e Formação naEnergia Nuclear.O programa Cooperação apoiatodos os tipos de atividadesde investigação realizadaspor diferentes órgãos deinvestigação (<strong>empresas</strong>,universidades, centros deinvestigação, organizações,indivíduos) em cooperaçãotransnacional e subdivide-seem 10 temas:Saúde;Alimentação, Agricultura eBiotecnologias;Tecnologias da Informação edas Telecomunicações;Nanociências, Nanotecnologias,Materiais e novas Tecnologiasde Produção;Energia;Ambiente;Transportes;Ciências Socioeconómicas eCiências Humanas;Segurança;Espaço.O programa Ideias éimplementado atravésdo Centro Europeu deInvestigação, o qualatribui Subsídios paraInvestigadores em Iníciode Carreira, para apoio àscarreiras independentes deinvestigadores de elevadopotencial, e Subsídios paraInvestigadores Avançados,que apoia a excelênciana investigação de pontaconduzida por investigadoresde topo.O programa Pessoas pretendemelhorar o potencial humanoem I&D europeu através de:Formação inicial dosinvestigadores e sua associaçãoem equipas já formadas, viaredes Marie Curie;Formação contínua edesenvolvimento decarreira através de bolsasindividuais e programas decofinanciamento internacional;Bolsas internacionais eintercâmbios;Incentivos às instituiçõespúblicas para promover amobilidade, qualidade e perfildos seus investigadores eatribuição de prémios.O programa Capacidades visareforçar e otimizar a utilizaçãodas capacidades europeiasde investigação e inovação,subdividindo-se em 7 temas:Infraestruturas de Investigação– construção e manutenção deestruturas de investigação;Investigação para Benefício dasPME;Regiões do Conhecimento –redes transnacionais de regiõese núcleos de I&D;Potencial de Investigação dasRegiões de Convergência –dedicado às regiões menosdesenvolvidas ou distanciadasdos centros europeus de I&D;Ciência na Sociedade –estímulo à curiosidade eeducação científica;Apoio ao DesenvolvimentoCoerente das Políticas deInvestigação;Cooperação Internacional –complementar ao programaCooperação.Pode candidatar-se qualquerórgão de investigação legal naUE-27 ou país associado outerceiro.A contribuição financeira dacomunidade inclui o reembolso,total ou parcial, dos custoselegíveis, montante fixo oufinanciamento a taxa fixa. Asreceitas são deduzidas aoscustos, uma vez que o apoiorecebido não pode gerar lucros.A contribuição financeira é de50% dos custos elegíveis paraatividades de I&DT ou 75%no caso de PME, organismospúblicos, estabelecimentos deensino secundário e superior eorganizações de investigaçãosem fins lucrativos. Para asatividades de demonstraçãoa contribuição é de 50%.As ações de investigaçãode fronteira e as restantesatividades podem atingir ummáximo de 100% de apoio.WWW.SIBEC.PTSIBEC@SIBEC.PT228 348 500Novo Código do Trabalhonão resolve a competitividadedas <strong>empresas</strong>“É vital uma mudança na mentalidade da gestão do tecido empresarial”, defende Luís Marques, CEO da Fórmula doTalento.As alterações ao Códigodo Trabalho publicadasa 25 de junho emDiário da República,“ao flexibilizarem asrelações laborais, vãopermitir às <strong>empresas</strong>ajustarem melhor assuas estruturas”. Maselas, “só por si, nãoresolvem o problemada competitividade”do tecido empresarial,adverte o CEO daFórmula do Talento.Para Luís Marques, “épreciso uma política justade remunerações assenteno mérito, sem a qualestas alterações de poucoservirão às <strong>empresas</strong>”.TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.pt<strong>Vida</strong> Económica - Foi publicadaem 25 de junho a Lei23/2012, que altera o Códigodo Trabalho. Poderão estas alteraçõescontribuir para o fortalecimentodas <strong>empresas</strong> e promovera sua competitividade?Luís Marques - Todos temosconsciência que a legislação laboralem vigor é rígida, nãoincentiva a meritocracia, antesfacilita o comodismo e a eternizaçãonos mesmos lugares. De facto,tem sido muito difícil a umaempresa dispensar colaboradores,seja para ajustar a estrutura à situaçãoeconómica, seja porque háevidências claras de mau desempenhode determinado colaborador,seja porque há clara desadequaçãode um colaborador a determinadafunção. As alterações agoraaprovadas, ao flexibilizarem asrelações laborais, vão certamentepermitir às <strong>empresas</strong> melhor ajustaremas suas estruturas, retiraremmais pessoas da zona de confortoonde há muito estão instaladas e,consequentemente, tornar as <strong>empresas</strong>mais competitivas. Estouclaramente otimista face a estasalterações, mas elas, só por si, nãoresolvem o problema da competitividadedas <strong>empresas</strong>. É essencialque a gestão também evolua demolde a recrutar as pessoas certas,desenvolva de forma continuadaessas pessoas, que as remunere deforma adequada e justa e que sejacapaz de criar condições para umagestão de pessoas que tire partidode todo o seu potencial.VE - O que é que não foi conseguidocom o primeiro Códigodo Trabalho em 2003 para quecheguemos a 2012 e mais estareforma laboral seja, de novo, atábua de salvação das <strong>empresas</strong>?LM - As alterações de 2003foram bem menos abrangentese também é justo salientar que asua aplicação ainda não foi suficientementecomprovada, poisainda não passou muito tempo.Mas as atuais alterações são claramentemais profundas e terãoseguramente mais impacto e nocurto prazo. Mas, como referi,a legislação só por si não resolveo problema. É essencial a suacorreta aplicação e é vital umamudança na mentalidade dageneralidade da gestão do tecidoempresarial. A procura da inovaçãopermanente nos processose nos produtos, a motivação e odesenvolvimento dos colaboradores,a otimização dos processosprodutivos e uma política justade remunerações assentes no méritosão bases fundamentais semas quais estas alterações de poucoservirão às <strong>empresas</strong>.VE - De que servirá às <strong>empresas</strong>uma legislação do trabalhoaparentemente mais flexível sea falta de financiamento bancário,o mau funcionamentoda Justiça ou a forte queda doconsumo interno prejudicam asua atividade?LM - É um facto que hoje as<strong>empresas</strong> vivem estranguladas financeiramentee enroladas emprocessos judiciais que se eternizam.Estes dois problemas necessitamser resolvidos com urgência,caso contrário muitas mais <strong>empresas</strong>irão desaparecer.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 25NEGÓCIOS E EMPRESASSchindler tem novo diretor técnicoJulio Arce é o novo responsável pela direcção técnica daSchindler a nível ibérico. O profissional, que desempenhavaestas funções na empresa do grupo em Espanha, passa agoraa integrar também o comité de direcção da Schindler Portugal.Julio Arce é engenheiro industrial pela Universidade deCantábria.Hospital de Santo André acreditadopor agência internacionalO Hospital de Santo André (HSA), unidade do Centro Hospitalar Leiria-Pombal (CHLP),viu a sua aposta na excelência dos cuidados aos utentes reconhecida pela Joint CommissionInternational (JCI), que acreditou o HSA ao fim de um longo processo de melhoria, queculminou numa auditoria final que decorreu de 2 a 6 de julho. Esta acreditação traduz o compromissodo HSA na “promoção de cuidados de qualidade continuamente”.EDUARDO GARCIA, DIRETOR-GERAL DA ESCOLA DE NEGÓCIOS NOVACAIXA GALICIA, CONSIDERAO bom gestor tem que ser profissional e resistente“O naufrágio nas <strong>empresas</strong> é uma viagemcom cinco escalas. Começa pelaarrogância,segue com crescimento incontrolado,pelo não medir os riscos, pelo excessode reorganizações, e termina com a falta dedinheiro que conduz ao fim da atividade” –afirmou Eduardo Garcia. O diretor-geral daEscola de Negócios Novacaixa Galicia presidiuà cerimónia de entrega de diplomas doExecutive MBA que decorreu no Porto.“Os gestores devem rodear-se de personashonestas que digam o que pensam,mesmo que não seja o que gostam de ouvir”– referiu.Para Eduardo Garcia, o fracasso empresarialé 99% de fracasso profissional e 90%é fracasso do diretor da empresa.Sobre a conjuntura adversa que as <strong>empresas</strong>enfrentam, o diretor-geral da Escolade Negócios Novacaixa Galicia comentouque o pior do inferno é a primeira semana,admitindo a evolução para um cenáriomais favorável.“O profissional que resiste à crise temque ter duas características: ser profissionale ser resistente” - acrescentou.Para Eduardo Garcia, há três “D” queexplicam o fracasso: distrair-se, descentrar--se, e descontrolar-se.Uma organização comunica aquilo quecomunica o seu líder. Segundo referiu, acompetitividade das <strong>empresas</strong> depende dacapacidade que os seus líderes revelam comunicando,dirigindo e liderando.Para Eduardo Garcia, é fundamental havernas <strong>empresas</strong> atitude positiva, que nãoé o mesmo que otimismo. O pessimistaqueixa-se do vento, o otimista espera queo vento mude, enquanto o realista positivoajusta as velas.“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à <strong>Vida</strong> Económica JohannesRuckert, director.


26 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012NEGÓCIOS E EMPRESASConstrução com produção cada vez mais negativaA situação continua a agravar-se no setor da construção, um dos mais castigados pela criseque assola o país. A quebra voltou a acentuar-se no passado mês de maio, mais de 17%, facea igual período do exercício anterior. Tratou-se da descida mais acentuada num ano, comdestaques negativos para os segmentos da construção de edifícios e das obras de engenhariacivil. O desemprego continuou a sua curva ascendente, desta feita com um agravamento naordem dos 16%.Kyaia expande instalações em GuimarãesO grupo Kyaia, que detém as marcas de calçado Fly London e Softinos e a rede de retalhoForeva, investiu mais de um milhão de euros no alargamento das suas instalações centrais,em Guimarães. O novo pavilhão industrial contempla um centro logístico com seis mil m2de área operacional, um novo cais de embarque para pesados, uma área administrativa e umanova cantina para os funcionários. Em curso está ainda a modernização das linhas de montagem,mais flexíveis e preparadas para a construção de calçado em simultâneo.EMPRESA PRODUTORA DE PRODUTOS DE LIMPEZAMistolin reforça processode internacionalizaçãoO mercado dos produtos delimpeza não escapa à crise.A Mistolin enveredou porreforçar a sua posição nosmercados externos. Comum volume de negóciosde 9,5 milhões de euros, ainternacionalização representajá mais de um terço dafaturação. Mas há tambémboas notícias para o mercadonacional, no qual se abremnovas oportunidades, comoreferiu à “<strong>Vida</strong> Económica”Paulo Mendes, diretor-geral daempresa.Paulo Mendes admite que existem novos desafios, mas também oportunidades que devem ser aproveitadas pelas <strong>empresas</strong>.<strong>Vida</strong> Económica – Qual a atual situaçãodo mercado em que estão presentes?Paulo Mendes – Existem dois mercadosdistintos. Primeiro, o dos bens de consumo– produtos para uso nos lares – que são deuso diário, distribuídos sob as várias formasde distribuição que coexistem no mercado.Os consumidores estão mais exigentes novalor que obtêm com o seu dinheiro e muitopreocupados com soluções mais económicas.Mas nem sempre é a melhor soluçãono binómio preço/qualidade. Temos crescidonesta área de negócio. O outro segmentorespeita aos produtos profissionais, para usoem lavandarias, cana horeca, indústria agroalimentar,setor automóvel. Entre <strong>empresas</strong>que fazem produtos básicos e as grandesmultinacionais, a Mistolin tem uma propostadiferenciadora, o que também nos tem permitidocrescer neste segmento. São áreas quenecessitam de serviços de assistência técnica,sendo que possuimos uma equipa numerosaque cobre todo o país. Uma síntese destaduas áreas são os mercados internacionais. Afaturação a nível externo que representa maisde um terço das nossas vendas. Estamos a investirem novos mercados.A falta de liquidez daeconomia e o olhar para oumbigo da banca colocamdesafios todos os dias eleva a sermos muito menospermissivos no crédito aclientesVE – E qual a vossa estratégia a nívelinternacional?PM – A exportação tem aumentado gradualmentena nossa faturação. Tradicionalmente,os mercados mais fortes são Angola,Espanha, Cabo Verde. Angola já pesou maisde 50% nas nossas exportações. Mas é ummercado que está a reduzir a sua influênciaem termos absolutos e relativos. Já temos<strong>empresas</strong> próprias em Espanha, Marrocos eMoçambique. Importantes são ainda os mercadoseuropeus, com destaque para a França,a Bélgica, a Suíça e o Luxemburgo. Estamosa ultimar o nosso projeto para a China e aestudar outros mervados onde pretendemosatuar diretamente. Com tudo o que estamosa aprender em Marrocos vamos investir noutrosmercados da comunidade árabe.VE – Que investimentos estão previstos?PM – Já concluímos um ciclo de investimentoselevados. Temos, no entanto, umambicioso plano de marketing para concretizarno médio prazo e que também vairepresentar investimentos significativos. NaChina estamos a apurar o plano de negóciospara determinarmos o investimentonecessário. Os projetos de Moçambique,Marrocos e Espanha serão necessários investimentoadicionais, bem como na atividadecomercial a nível internacional. Temos decriar novas ferramentas de marketing paraabordar novos mercados.I&D está na base da forma de operarda MistolinVE – Tratando-se de uma empresa pro-


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 27NEGÓCIOS E EMPRESASRamos Catarino conclui Villa Pampilhosa HotelA Ramos Catarino, empresa de engenharia e construção, concluiu a construção do Villa PampilhosaHotel, uma unidade hoteleira de quatro estrelas, situada em Pampilhosa da Serra. Oinvestimento ascendeu a cerca de 4,5 milhões de euros. O hotel dispõe de 52 quartos, restaurante,bar, sala de conferências, espaço de eventos e spa. A intervenção da Ramos Catarinopassou pela movimentação de terras, estrutura de betão armados, instalações elétricas, entreoutras, numa área total de construção de 8 450 metros quadrados.Exportações têxteis “fazem frente” à criseAs exportações da indústria têxtil e vestuário sofreram uma quebra de 0,7%, nos quatroprimeiros meses do ano, face a igual período do ano passado. No entanto, alguns produtostiveram crescimentos consideráveis, com destaque para os tecidos impregnados, revestidos,recobertos ou estratificados e artigos para usos técnicos de matérias têxteis (mais 19%), ovestuário e acessórios em tecido (11%) e os filamentos sintéticos ou artificiais (com mais16%).dutora, como está o processo de investigaçãoe desenvolvimento?PM – Durante este ano temos em cursoum conjunto de investimentos e projetosem I&D. Contratámos um consultor qienos está a apoiar nessa área, assim comoa estabelecer novos patamares nos padrõesde qualidade. Tal facto implicou a aquisiçãode novos equipamentos para o laboratórioe em termos de controlo do produto.Temos parcerias com duas universidadese concorremos a um SI IDT em parceriacom a Universidade de Coimbra paraelevarmos os padrões de qualidade numalinha específica de produtos. A I&D é amais poderosa alavanca para sermos competitivos.VE – Concretamente, qual a estratégiaque está delineada para o mercadonacional?PM – Temos cinco vetores estratégicos.Desde logo, aumentar a nossa notoriedadeenquanto empresa nacional que faz produtosmuito competitivos para as tarefas delimpeza mais difíceis e conquistar quota demercado em alguns canais de distribuição.Importante é também o desenvolvimentodas competências comportamentais e técnicasdos nossos funcionários para assumiremcada vez mais responsabilidades. Alémdisso, queremos avançar com mudanças internaspara sermos mais produtivos e competitivos,a par da realização de parcerias,de forma a ajudarem no nosso processo deinternacionalização.VE – Até que ponto a crise vos está aafetar?PM – Tem afetado e trazido oportunidades.Há novos desafios. O risco do paísjunto de alguns fornecedores internacionaistem sido muito problemático. Não é fácilmanter condições de crédito ou estabelecerrelações com outros com condições maiscompetitivas.A falta de liquidez da economia e o olharpara o umbigo da banca colocam desafiostodos os dias e leva a sermos muito menospermissivos no crédito a clientes. Somosuma empresa que assiste ao seu produto líderde mercado, o tira-gorduras Mistolin, aser imitado fraudulentamente por <strong>empresas</strong>com produtos não registados no CIAV esem quaisquer garantias para os consumidores.Mas também surgem oportunidades. Hámultinacionais a desinvestirem no mercadonacional. Somos uma <strong>empresas</strong> portuguesae há cada vez mais consumidores conscientesque as suas decisões permitem reduzir asimportações. Os empresários e decisores das<strong>empresas</strong> e redes dee retalho têm de acompanharesta consciencialização.EMPRESA DE COMPRAS SOCIAISViagens já representamum terço das vendas da LetsBonusAs viagens já representam um terço dasvendas globais do LetsBonus, site de comprassociais. E é cada vez mais evidente queos hábitos de consumo dos portugueses estãoa mudar. O acesso à banda larga é cadavez maior, quer através dos PC, quer dossmartphones. A empresa funciona comouma ferramenta facilitadora dessa novaferramenta, como explicou à “<strong>Vida</strong> Económica”Ricardo Mesquita, responsável daLetsBonus para Portugal.Criada há apenas três anos em Barcelonae tendo feito a sua estreia no mercadoportuguês há apenas dois, o crescimentotem sido de dois dígitos, face a um consumidorinteligente que procura, pesquisa,compara e escolhe a melhor oferta. As vendasatravés da internet são cada vez maisrepresentativas. O mercado não é fácil. ALetsBonus tem ganho uma notoriedadecrescente no segmento das viagens, querepresenta cerca de 30% das suas vendas.Todas as PME que tenhamum serviço ou um produtopodem tirar proveito destecanal de captação e vendaonline“Ao longo deste ano apenas as operaçõescredíveis permanecerão no mercado. À dispersãoinicial, inevitável pela fraca barreiraà entrada de novos players copycats, quenão acrescentam valor às ofertas ou à experiênciade compra, vai sobrepor-se ummercado mais concentrado, com menos<strong>empresas</strong>, mas melhores preparadas parairem ao encontro das exigências do consumidorportuguês.”Quanto às vantagens para as <strong>empresas</strong>e as marcas que recorrem à rede LetsBonus,Ricardo Mesquita aponta a formacomo é acompanhado o negócio do parceiro,“aconselhando-o e apoiando-o nodesenvolvimento das suas campanhas, oque é um fator de diferenciação. Em regrasão as PME que mais beneficiam, mas emmercados mais maduros existe um grandenúmero de <strong>empresas</strong> de maiores dimensõese marcas a trabalharem connosco”. Na prática,explica aquele responsável, “todas asPME que tenham um serviço ou um produtopodem tirar proveito deste canal decaptação e venda online, beneficiando dosseus milhões de utilizadores”.Entretanto, fica a garantia de que a empresavai continuar a segmentação da suabase de dados e potenciar a inovação tecnológicaonline, com como as restantesáreas, com destaque para o “mobile”. Paraalém das viagens, os segmentos mais procurados,que varia ao longo do ano, são aeletrónica e a cosmética, as ofertas de ócioe as experiências. Há sempre a preocupaçãode diversificar e tornar mais atrativosos produtos disponibilizados, conclui RicardoMesquita.Ricardo Mesquita, representante da LetsBonus para Portugal, considera que o tipo de produtodisponibilizado vai de encontro à mudança dos hábitos dos consumidores.


28 SEXTA-FEIRA, 13 AGOSTO 2010NEGÓCIOS E EMPRESAS/PMEA celebração da melodiaHoje 20 de Julho, às 21h30, a Orquestra do Norte junta-se pela terceira vez consecutiva àOrdem dos Médicos (Secção Regional do Norte) para a realização de mais um concerto nosJardins da Casa do Médico, no Porto. O tema do concerto deste ano é “A Celebração da Melodia”.O programa iniciar-se-á com a Abertura da opereta O Morcego de Johann Strauss II,exemplo paradigmático no uso da melodia.Oracle anuncia Oracle CommerceA Oracle reforça aposta no comércio eletrónico ao unificar o Oracle ATG Commerce e oOracle Endeca, para permitir que as <strong>empresas</strong> ofereçam experiências completas aos seusclientes nos diversos canais. O Oracle Commerce foi concebido para ajudar as <strong>empresas</strong> aoferecerem experiências consistentes, relevantes e personalizadas aos seus clientes nos diversoscanais.TRIPLA AUTORIZAÇÃO DA RÚSSIA, BIELORRÚSSIA E CAZAQUISTÃO ABRE AS PORTAS ÀS EMPRESAS PORTUGUESASGrupo Montalva prepara exportaçãode carne para a RússiaO desbloqueamentodas exportações decarne nacional paraa Rússia, conseguidohá duas semanasapós uma visita doministro dos NegóciosEstrangeiros, PauloPortas, ao Cazaquistão,já está a surtir efeitos.Em entrevista à “<strong>Vida</strong>Económica”, CarlosMota, CEO do grupoMontalva, que detémas marcas de carnesMontalva, Izidoroe Damatta, revelouque, fruto da triplaautorização conseguidajunto das autoridadesrussas, da Bielorrússiae do Cazaquistão, jáestão “em contactos compotenciais distribuidorespara a Rússia”. Oobjetivo, explica oempresário, é “reforçara internacionalização”da empresa, área que osajudou a alavancar os240 milhões de euros defaturação em 2011 e achegar aos 16 milhões sóna vertente exportação.TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptA visita foi relâmpago – apenas24 horas -, mas a recente missãoempresarial da AICEP e do Ministériodos Negócios Estrangeirosao Cazaquistão abriu as portasde um mercado potencial de170 milhões de consumidores às<strong>empresas</strong> portuguesas de váriossetores de atividade. Entre eles ofarmacêutico, o do e-governance,da energia, do ambiente, do vinhoe do setor agroalimentar,com as carnes à cabeça.Exportando atualmente para25 países e abrangendo perto de100 clientes, o grupo Montalvae o seu CEO acompanham“com natural preocupação a atual“Há um conjunto de <strong>empresas</strong> com qualidade e com potencial para se desenvolverem através dos mercados externos”,pelo que “devem dialogar entre elas”, aconselho Carlos Mota, CEO do grupo Montalva.evolução da conjuntura económicaem Portugal e as crescentesquebras de consumo”, nomeadamenteem produtos de maior valoracrescentado. Razão por quevêem na internacionalização, nomeadamentetambém agora paraos mercados do Leste, a soluçãopara inverter este problema.Nesta entrevista à “<strong>Vida</strong> Económica”,Carlos Mota não hesitaem afirmar que “as vendas deprodutos de marca para o mercadointernacional cresceramsignificativamente durante o últimoano, com destaque para osmercados africano - em especialpara Angola - e europeu” e quea estratégia de desenvolvimentodo grupo passa pelo “reforço dainternacionalização”. Foi este,afirma o CEO do ex-grupo MIF,“o caminho que permitiu alcançarexportações de 16 milhões deeuros em 2011”.Agregando hoje um conjuntode mais de vinte <strong>empresas</strong> doagroalimentar, o agora grupoMontalva, com sede no Montijo,abrange as várias fases da cadeiaprodutiva. Na produção animal,opera com a empresa Intergados,que representa 8% do volume defaturação. Na nutrição animal,está no mercado através das <strong>empresas</strong>Progado, com fábrica emGaia, e Din - Desenvolvimento eInovação Nutricional, que representam,ambas, 21% do volumede negócios. Já nas carnes transformadas,opera com a Izidoroe a Damatta e nas carnes frescascom a marca Montalva. Estasrepresentam 71% do volume defaturação do grupo.Recentemente, o grupo lideradopor Carlos Mota lançou umanova estratégia de marketing paraalgumas das suas insígnias nosderivados de carne. “O nossoobjetivo é continuar a crescer deforma sustentada através das nossasmarcas”, explica Carlos Motaà “<strong>Vida</strong> Económica”, revelandoainda que também acabaram delançar uma gama completa naárea das carnes, segmentada emtrês conceitos: clássico, ‘healthy’e ‘explore’ e que “estão a ter umamuito boa aceitação por partedos consumidores”.“Atento a novas oportunidadesde parceria e expansão internacional”,tanto nos mercados ondejá opera, como em novas geografias,o CEO do grupo Montalvaassume que a possibilidade depoder exportar para outros países“é sempre vantajosa para ogrupo”. Angola é, aliás, tambémdisso um exemplo, assumindo-secomo “o mercado mais importantepara nós”, explica CarlosMota à “<strong>Vida</strong> Económica”.“Ao longo dos anos temosmantido e reforçado as parceriasque temos com os nossos clientes”em Angola, revela o empresário.Frisa, contudo, que a sua“aposta no passado sempre foi nomercado informal”, pelo que “onosso desafio, neste momento,é introduzir também as nossasmarcas no mercado formal”. Paratal, contam com “várias parceriasefetuadas já no decorrer de2012”.Questionado pela “<strong>Vida</strong> Económicasobre como avalia o setordas carnes e seus derivados emPortugal, o CEO do grupo Montalvadiz que “muitas das <strong>empresas</strong>são de cariz familiar”, peloque “uma possível concentraçãoseria positiva para o setor”, pois“há um conjunto de <strong>empresas</strong>com qualidade e com potencialpara se desenvolverem através dosmercados externos”.Poçaslança novascolheitasDOCOs vinhos DOC Douro já representamcerca de 15% da faturação daPoças.A casa Poças acaba de lançarno mercado duas novas colheitas:o Coroa d’Ouro 2011 e oVale de Cavalos Tuinto 2009.O vinho Coroa d’Ouro foia primeira aposta da Poças erevelou-se um sucesso imediato,graças à sua excelente relação/qualidadepreço. O Coroad’Ouro 2011 acaba de ser colocadoà venda (PVP 3,50 euros)nas lojas Continente, Intermarché,El Corte Inglês e garrafeiras.O Coroa d’Ouro é produzidocom castas tradicionais daregião Demarcada do Douro.Distingue-se pela sua frescurae por ser muito frutado. É idealpara servir com aperitivos epratos leves.O tinto Vale de Cavalos, provenienteda sub-região do DouroSuperior, surgiu em 2003 esitua-se num patamar superior.Tem um PVP de sete euros. Éum vinho que incorpora aromasde cerejas escuras e algumaespeciaria e que acompanhacom queijos e pratos variadosde carne e caça.Fundada em 1918 por ManoelDomingues Poças Júnior,a empresa mantém ainda hoje asua raiz familiar. Com uma faturaçãode oito milhões de euros,a Poças exporta atualmentepara 25 países, sendo o mercadode exportação responsávelpor 90% das vendas.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 29ÓCIO E NEGÓCIOSCVRVV abre Concurso Vinho Verde e GastronomiaA Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) vai levar a cabo, pelo quintoano consecutivo, o Concurso Vinho Verde e Gastronomia. As inscrições são gratuitas e podemser efetuadas em marketing@vinhoverde.pt até ao dia 22 de julho. Os vencedores serão conhecidosem setembro.CÔNSUL AUDE DE AMORIM REVELA NO DIA NACIONALComunidade francesano Norte de Portugalcontinua a crescerO número de franceses inscritosno Consulado Geral do Portoregista um crescimento contínuo,situando-se em 5300 pessoas –disse Aude de Amorim, no DiaNacional de França. A cônsul--geral de França evocou o significadohistórico do 14 de Julhoque celebra a tomada da Bastilhaem 1789, e também a Festa daFederação em 1790, sinónimo dareconciliação nacional.O Dia Nacional de França foicelebrado no Lycée Français, quealargou a ação educativa ao bacharelato,que equivale ao 12.ºano. A taxa de aprovações dosalunos do primeiro grupo foi de100%, com 70% a receber mençãoBom ou Bastante Bom. ParaAude de Amorim, este resultadocomprova a vocação de excelênciadesta escola, que está a ser ampliadacom mais 12 salas de aula.A cônsul-geral destacou tambéma ação da Alliance Françaiseem Braga, Coimbra, Guimarães,Porto e Viseu, bem comoa delegação do Porto do InstitutFrançais, refletindo um aumentoda procura de ensino da línguafrancesa.Entre as iniciativas que envolvema comunidade francesa,foi referida a Associação Francesado Norte de Portugal e oBlog “Vivre à Porto”, e a novaassociação Observatoire des lusodescendants– Nord que tempor objetivo melhorar o conhecimentosociológico e facilitar asua inserção.Aude de Amorim manifestou asua grande satisfação com a qualidadeda relação com as entidadesparceiras portuguesas, nomeadamenteas câmaras de Porto eGaia, as Fundações, instituiçõesculturais e as Universidades, bemcomo as <strong>empresas</strong> e os representantesconsulares.Para a cônsul-geral de França, omundo das <strong>empresas</strong> está a atravessaruma prova difícil, mas osgestores e os empregados estãoempenhados em tornar os doispaíses mais competitivos, continuandoa ser solidários.A cônsul-geral Aude de Amorim destacou a expansão da atividade do Liceu Francês do Porto.O Dia Nacional de França foi celebrado pela comunidade francesa residente no Norte de Portugal.Luís Valente de Oliveira foi um dos convidados.


30 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012IMOBILIÁRIOImovirtual.comultrapassa 7,5 milhõesde visitas no primeiro anoPortugal precisade se promover enquantodestino de negóciosOeiras investe 550 milhõesna frente ribeirinhaDuas novas marinas, doisempreendimentos dehabitação e hotelaria e aconclusão da terceira fasedo Passeio Marítimo são osprojetos que vão transformara frente ribeirinha de Oeiras,num investimento público eprivado total que ascende aos550 milhões de euros.A frente ribeirinha de Oeiras vai terduas novas marinas, dois empreendimentosde habitação e hotelaria e vai ainda verconcluída a terceira fase do Passeio Marítimo,um investimento público e privadototal superior a 550 milhões de euros.Uma nova marina na margem direita dafoz do Rio Jamor, na zona da Cruz Quebrada,vai ser construída e custará 250milhões de euros, 49 milhões dos quaisreferentes a investimento público e o restantea investimento privado do GrupoSIL.Neste projeto está ainda incluída aconstrução de 325 fogos de habitação,uma unidade hoteleira, estabelecimentosde comércio e serviços, que incluem umanova estação de comboios e um viaduto,uma creche, um parque de estacionamentopúblico com 450 lugares e uma ecopistade ligação ao passeio ribeirinho.Uma outra marina, desta vez inteiramentefinanciada pela Câmara de Oeiras,deverá começar a ser construída em 2014em Paço de Arcos e terá capacidade para400 embarcações. O estudo, já elaborado,está a ser apreciado pela Administraçãodo Porto de Lisboa (APL).Até ao final de 2013, a autarquia pretendeainda arrancar com a terceira fasedo Passeio Marítimo, num investimentode quatro milhões de euros, com uma extensãode dois mil metros entre o Forte deSão Bruno e a Cruz Quebrada.A maior fatia do investimento, cerca de300 milhões de euros, será investida numhotel de cinco estrelas, um complexo habitacional,uma área de serviços e comércioe um pavilhão multiusos que poderáservir para as futuras instalações do torneioportuguês de ténis Estoril Open epara a Casa das Seleções. Está em causaa construção de 429 fogos, com comércioe serviços, assim como duas unidadeshoteleiras, a recuperação da Casa de Chádo Alto da Boa Viagem e a construção deum pavilhão multiusos que poderá servirpara as futuras instalações do torneio portuguêsde ténis Estoril Open e para a Casadas Seleções.Já em 2007, a autarquia tinha anunciadoa construção de um pavilhão multiusos noAlto da Boa Viagem – um projeto assinadopor Tomás Taveira – que deveria estar concluídoaté 2009, mas a obra nunca avançou.Em 2013 deverá abrir o Palácio dos Arcos,hotel de charme, do grupo Vila Galé, situadono centro histórico de Paço de Arcos eque implicou um investimento privado de10 milhões de euros. Este projeto contemplaa manutenção dos jardins envolventes ea sua abertura ao público, assim como umazona de construção a Norte da Quinta.Coube ao vice-presidente da CâmaraMunicipal de Oeiras, vereador Paulo Vistas,apresentar, ontem, as obras projetadas,que já estão em diversas fases de desenvolvimentoe surgem durante uma dasmaiores crises económicas do País, mas játêm investidores para a sua execução.Em declarações à agência Lusa, PauloVistas admitiu que o investimento previstoé um “esforço muito grande, masnecessário”.“É fundamental para o desenvolvimentoda região. Oeiras carecia destetipo de equipamentos, porque não tínhamosoferta turística face à procuraque temos vindo a ter”, afirmou o vice--presidente do executivo liderado porIsaltino Morais.Aumentar a capacidade de atração deTel.: (+351) 218 912 416www.chamartinimobiliaria.comResidencial · Escritórios ·SHOPPING


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 31IMOBILIÁRIOSPIE colocada no Edifício Sacavém Parque OrienteA SPIE é o novo inquilino do Sacavém Parque Oriente, numa operação liderada pela Worx.A empresa de Serviços e Soluções Técnicas de Engenharia vai ocupar dois pisos do edifício,correspondendo a um total de 1100 m². A SPIE passa igualmente a ocupar um dos armazénsdo Sacavém Parque Oriente com 400 m², propriedade da ESAF.Casas demoram quatro meses a arrendar no PortoUma casa no Porto demora, em média, quatro meses a arrendar, de acordo com as estatísticasSIR – Sistema de Informação Residencial, da Confidencial Imobiliário, no 4º trimestrede 2011. Na Área Metropolitana do Porto (AM Porto), o tempo médio de arrendamento deuma habitação sobe para os 10 meses.IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE ASTRANSMISSÕES ONEROSAS DEIMÓVEISMARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADAmarianjosguerra-3012p@adv.oa.ptConceito de revenda para efeitos de isenção de IMTTenho uma empresa que se dedica à atividade de compra de prédios para revenda.Acontece que no início deste ano a referida empresa celebrou um contrato-promessa de compra e venda de um armazém que tinha sido comprado pornós em 2009.Como o comprador pagou a totalidade do preço, desde logo, no contrato-promessa, também ficou prevista a entrega imediata do imóvel.Não obstante ter ficado previsto no contrato que a escritura deveria ser feita antes que decorram três anos da compra que nós fizemos, o certo é que játentámos marcar várias vezes a escritura mas as datas nunca dão jeito ao comprador. Dado que já recebemos o preço, não estaria preocupado com asituação, se não tivéssemos que liquidar o IMT caso a escritura não seja celebrada nos três anos posteriores à compra do imóvel pela minha sociedade. Ounão será assim?O IMT (Imposto Municipal sobreas Transmissões Onerosas deImóveis), que em 2004 veiosubstituir o extinto ImpostoMunicipal de Sisa, incide sobreas transmissões, a título oneroso,do direito de propriedade ou defiguras parcelares deste direito,sobre imóveis situados noterritório nacional, considerandocomo valor tributável o constantedo ato ou do contrato ou ovalor patrimonial tributário dosimóveis, consoante o que formaior.O leitor diz-nos ser sócio de umaempresa cuja atividade consistena compra de imóveis pararevenda e como tal, efetivamente,quando tal sociedade adquiriuo imóvel em questão não foiobrigada a liquidar o referidoIMT se o prédio se destinava arevenda, desde que esta ocorressedentro dos três anos posteriores áaquisição.Pelo exposto, tudo indicaria quese a escritura da venda do imóvelem questão não ocorresse dentrodo referido prazo, efetivamente, oleitor teria que liquidar o referidoimposto. Assim seria atendendoà letra da lei e à jurisprudênciacorrente sobre o assuntoMas, em bom rigor, se o Código doIMT considera que há transmissãodos bens imóveis nas promessasde aquisição e de alienação,logo que verificada a tradição, ouseja, a entrega do imóvel para opromitente adquirente, ou quandoeste esteja a usufruir os bens, nãose entende por que motivo, nomesmo sistema fiscal, não deveráo mesmo conceito de transmissãoser considerado para efeitos deisenção do pagamento do mesmoimposto.Neste sentido e contrariando ajurisprudência maioritariamenteproferida sobre o assunto,em 12.04.2012, o SupremoTribunal Administrativo proferiuum acórdão que veio conferirmaior coerência ao sistemafiscal vigente, ao decidir quea celebração de um contratopromessade compra e vendaacompanhada da tradiçãodo imóvel para o promitentecomprador preenche o conceitode revenda, uma vez que houvetransmissão do bem para efeitosfiscais.Worx coloca 1000 m² de escritórios em Lisboaturistas de negócio, náutica e eventos éuma das apostas do executivo.Paulo Vistas afirma-se seguro de que,mau grado a crise económica, que o Paísatravessa, os projetos turísticos e imobiliáriosdesenvolvidos na frente ribeirinhaserão a curto prazo, geradores de riqueza,emprego e desenvolvimento, permitindoque Oeiras se transforme num novo Centrode desenvolvimento turístico da ÁreaMetropolitana de Lisboa (AML).O Edifício Camilo CasteloBranco, nº 44, o Edifício Arcise o Edifício Alto das Amoreirasforam alvo das últimascolocações de escritórios nacidade de Lisboa. Todas asoperações, num total de 1000m² foram da responsabilidadeda Worx.A consultora foi responsávelpelo arrendamento da totalidadedo sétimo piso no EdifícioCamilo Castelo Branco,nº 44, propriedade da seguradoraAXA.O Edifício Camilo CasteloBranco, nº 44 situa-se numalocalização estratégica pelaproximidade ao Marquês dePombal, com acesso a umavasta rede de transportes públicos,dispondo ainda deuma galeria comercial na entrada.A SurveyMonkey, lídermundial na oferta de questionáriosonline, é a nova inquilinado Edifício Arcis, ocupandoagora o lado esquerdodo terceiro piso do edifício,sendo esta fração propriedadedo FII Imogest gerido pelaBanif Gestão de Activos.É no Edifício Alto dasAmoreiras que passam agoraa ser as novas instalações daVasconcelos Arruda Advogados.A Worx Real Estate Consutantsintercedeu pelo cliente,colocando o escritório deAdvocacia no sétimo piso doedifício.O Edifício Alto das Amoreiras,propriedade de um fundode investimento imobiliáriogerido pela Norfin, conta jácom inquilinos de renome.Proibida a reprodução doLISBON PRIME INDEXLisbon Prime indexAbsorção atinge 36 mil m2 no 1º semestreNo primeiro semestre de 2012 aabsorção de escritórios em Lisboafoi de 36 000 m², o que representaum acréscimo de 17% face aoperíodo homólogo de 2011. Operíodo em análise ficou marcadopela boa performance registada nosmeses de Maio e Junho de 2012 nacidade de Lisboa. Na análise daocupação total, 32% realizou-se noeixo Miraflores Porto Salvo e cercade 17% no Parque das Nações(zona 5). O CBD de Lisboa (zona1) e outras áreas (zona 7) registaramcerca de 14% cada do totalabsorvido pelo mercado. A zona2 (Eixo da Praça do Saldanha aEntrecampos; Amoreiras) e a zona3 (eixo da 2ª circular ao CampoGrande, incluindo Praça de Espanha/ José Malhoa) registaramigualmente 11%. A zona histórica(zona 4) registou apenas 1% do totalabsorvido.


32 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012FISCALIDADE O prazo de entrega da Informação Empresarial Simplificada (IES) foi adiada para 31 de julho.O Ministério das Finanças divulgou que já foram submetidas quase 381 mil declarações daIES, relativas ao ano passado, e que o ritmo de submissões já ultrapassou as 60 mil. O ficheirono portal das Finanças foi disponibilizado a 24 de abril, mas a aplicação para a submissão dadeclaração apenas ficou ativa a 8 de junho. Inicialmente, a data de entrega da IES era a 15de julho.PRIMEIRO-MINISTRO ESTÁ SATISFEITO“Economia reduziu necessidadesde financiamento externo”O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho,está satisfeito com a estratégia económicae fiscal assumida pelo seu Governo.Isso mesmo deu a entender ao afirmar que“a economia portuguesa reduziu, em poucomais de um ano, as suas necessidadesde financiamentoexterno, que chegaram avaler dois dígitos, rondando, atualmente,os 3,5% do PIB”.Quanto aos impostos, não se antevê umaredução dos mesmos, tendo em conta quea execução orçamental não estará a decorrercomo o previsto. Os últimos indicadoresapontam para que a despesa ainda nãoesteja totalmente sob controlo. O Governotem um entendimento algo diferente econsidera que a política fiscal em curso é amais adequada. Em termos económicos, oprimeiro-ministro está claramente otimista,como fez notar durante a abertura doCongresso Internacional de Pedra Natural,em Borba. Lembrou que apenas há umano o país esteve perto da bancarrota. Opaís conseguiu reduzir “significativamenteas necessidades adicionais de financiamentoda economia”.Foi um primeiro-ministro otimista quedeu conta que, este ano, as necessidadesde financiamento externo para a economianacional poderão situar-se entre 1% e1,5%, em termos de valores, a par de umbom desempenho ao nível das exportações.Pedro Passos Coelho fez questão dedestacar as previsões do Banco de Portugal,as quais apontam para um excedente comercial.Referiu a este propósito: “Estamosa equilibrar as contas porque importamosmenos, consumimos menos, mas exportamosmais. Este é o resultado da capacidadeque as <strong>empresas</strong> têm verificado para conseguiremcolocar lá fora o que não colocamcá dentro.”Para o governante, o que está agora sobrea mesa é a necessidade de colocar oPedro Passos Coelho admite que o financiamento externo para a economia terá valores entre 1%e 1,5%, no presente ano.país “num trajeto sustentável, para quenão venha a consumir recursos que nãotem e que não seja confrontado com oque aconteceu há mais de um ano”. Oprimeiro-ministro fez uma crítica veladaao anterior Governo, o qual terá levadoo Estado para uma situação incomportávelao nível orçamental. O que implicoumedidas de austeridade e fiscais extraordinárias.Sobre o financiamento às <strong>empresas</strong>,Pedro Passos Coelho referiu que “osbancos portugueses criaram uma aversãoao risco muito grande e as <strong>empresas</strong> estãodemasiado descapitalizadas para ofereceremà banca garantias de que o capitalestá seguro”.Entretanto, o Governo anunciou quepassa a disponibilizar as versões revistasdos Memorandos de Entendimento, noâmbito do Programa de Ajustamento Económicoe Financeiro. Estes documentosdizem respeito à quarta revisão regular queteve lugar no passado mês de maio e foramagora aprovados pelos órgãos competentesda União Europeia e do Fundo MonetárioInternacional. “As versões atualizadas refletemas medidas concretizadas, as que estãoem curso e o trabalho a realizar nos próximosmeses, no sentido do cumprimentodo Programa de Ajustamento que Portugalassinou com a Comissão Europeia, o BancoCentral Europeu e o Fundo MonetárioInternacional”, refere o Governo em comunicado.AGENDA FISCALJULHOAté ao dia 31 - Entrega da Informação EmpresarialSimplificada - IES /Declaração Anual,pelos sujeitos passivos de IRC deIRS, cujo período de tributação sejacoincidente com o ano civil, com oscorrespondentes anexos. - Entrega da Declaração Modelo 30,por transmissão electrónica de dados,pelos devedores de rendimentosa não residentes.- 1º Pagamento por conta do IRCdevido por entidades residentes queexercem, a título principal, actividadede natureza comercial, industrialou agrícola e por não residentes comestabelecimento estável, com periodicidadecoincidente com o ano civil. - Entrega da Declaração Modelo 30pelos devedores de rendimentos anão residentes.- Entrega da Declaração Modelo 31pelas entidades devedoras dos rendimentossujeitos a retenção na fontea taxas liberatórias cujos titularesbeneficiem de isenção, dispensa deretenção ou redução de taxa.- Entrega da Declaração Modelo 33pelas entidades registadoras ou depositáriasde valores mobiliários.- Entrega da Declaração Modelo 34pelas entidades emitentes de valoresmobiliários sujeitos a registo ou depósitoem Portugal.- Entrega da Declaração Modelo 38por instituições de crédito e sociedadesfinanceiras relativamente àstransferências transfronteiras que tenhamcomo destinatário entidades localizadasem país, território ou regiãocom regime de tributação privilegiadamais favorável. - Liquidação e pagamento do ImpostoÚnico de Circulação, relativo aosveículos cujo aniversário da matriculaocorra no presente mês - - - - - -1. Só é dedutível o impostosuportado a montante incidentesobre bens e serviços adquiridospelo sujeito passivo paraa realização de operaçõestributáveis não isentas [alínea a)do n.º 1 do artigo 20.º do CIVA].2. As actividades da «clínicadentária» estão isentas deimposto ao abrigo do artigo 9.º,n.º 2, do CIVA.3. Sendo assim, o impostosuportado na compra debens e serviços para arealização das atividades neladesenvolvidas não é dedutível;logo, neste caso, não haverálugar a crédito de imposto,e, consequentemente, nãohaverá direito a reembolso doimposto suportado nas referidasaquisições (nºs1, 4 e 5 do artigo 22.º do CIVA).4. Contudo, «Osestabelecimentos hospitalares,clínicas, dispensários esimilares, não pertencentesa pessoas coletivas de direitoPRÁTICA FISCALIVApúblico ou a instituiçõesprivadas integradas no sistemanacional de saúde, que efetuemprestações de serviços médicose sanitários e operações comelas estreitamente conexas –alínea b) do n.º 1 do artigo 12.ºdo CIVA», podem renunciar àisenção, optando pela aplicaçãodo impostoàs suas operações.5. O direito de opção pelarenúncia é exercido mediantea entrega, em qualquer serviçode finanças ou noutro locallegalmente autorizado, dadeclaração de início ou dealterações, consoante os casos,produzindo efeitos a partir dadata da sua apresentação.6. Tendo exercido o direitode opção, o sujeito passivoé obrigado a permanecer noregime por que optou duranteum período de, pelo menos,cinco anos, devendo. Findo talprazo, no caso de o desejar, podevoltar ao regime de isenção.7. Entrando, com a renúncia, noregime normal de tributação, odireito à dedução do imposto,passa a obedecer às regrasconstantes dos artigos 19.º eseguintes.8. O pedido de reembolso doIVA a que haja lugar, de acordocom o disposto no artigo 22.ºdo CIVA, deve obedecer àsinstruções transmitidas pelo«Despacho Normativo n.º18-A/10, de 01.07, Série II,n.º126, 1.ºSUP».AUTORIDADETRIBUTÁRIAAvaliação de dirigentes etrabalhadoresFoi publicada a Portaria nº 198-A/2012, de 26 de Junho, que procedeà adaptação à Autoridade Tributária eAduaneira dos Subsistemas de Avaliaçãodo Desempenho dos dirigentese dos trabalhadores da AdministraçãoPública (SIADAP 2 e 3), previstosna Lei n.º 66-B/2007, de 28 dedezembro, tendo em consideração adiversidade de carreiras e de funçõese a dispersão geográfica das suas unidadesorgânicas. Ficam abrangidospor este sistema de avaliação os dirigentesde nível intermédio, as chefiastributárias e aduaneiras e demaistrabalhadores da AT.Refira-se que o sistema de avaliaçãoconstante da referida portaria entraem vigor no dia 27 de junho, sendo jáaplicável à avaliação de desempenhodo ano de 2012.INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADEGERAL@APOTEC.PT


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 33FISCALIDADEDerrama municipal incide sobre lucrode grupo de sociedadesA derrama municipal devida por uma sociedade sujeita ao RETGS incide sobre o lucro tributáveldo grupo e não sobre o lucro tributável de cada uma das sociedades que o integram. Este é o parecerde dois acórdãos emitidos pelo Supremo Tribunal Administrativo. A lei do OE alterou a regrade apuramento da derrama municipal, a qual passou a ter por base o lucro tributável individual dassociedades sujeitas ao RETGS, alteração esta que é aplicável a partir de janeiro de 2012.Conferência internacional debate fraude e corrupçãoO Observatório de Economia e Gestão de Fraude (Obgef) vai realizar uma conferência internacionalsobre a perceção interdisciplinar da fraude e corrupção. Os trabalhos decorrem naFaculdade de Economia da Universidade do Porto, entre os dias 13 e 15 de setembro. A conferênciavisa o estudo interdisciplinar da fraude, da economia paralela e do branqueamentode capitais. Visa também o combate e a prevenção integrados destes fenómenos, de crescenteimportância quantitativa e qualitativa na sociedade.Empresas esgotamcapacidade contributivaVIRGÍLIO FERREIRAvirgilio@videconomica.ptO número de <strong>empresas</strong> quepaga IRC voltou a cair em 2010.Nesse ano, apenas 114 865 <strong>empresas</strong>apresentam imposto liquidado,menos 4755 <strong>empresas</strong> doque em 2009 e menos 17 426 doque em 2008.Segundo dados da AutoridadeTributária e Aduaneira, dototal das 393 891 declaraçõesentregues em 2010 (388 958 em2008 e 390 498 em 2009), apenas29% apresentam imposto noexercício, com IRC liquidado,contra 31% em 2009 e 34% em2008.Contudo, o número de <strong>empresas</strong>com pagamento especial porconta (PEC) está a aumentar. Em2010, este regime conta já com58 148 contribuintes pagantes,mais 2,7% do que em 2008.Embora se esteja a assistir a umaumento de declarações fiscaisentregues ao Estado, sinal de queas <strong>empresas</strong> estão a cumprir coma sua obrigação legal, o certo éque o total de <strong>empresas</strong> sem impostoa liquidar no exercício caiconsecutivamente, ano após ano.Em 2010, existiam 124 911 <strong>empresas</strong>nesta situação, mais 5,6%,do que em 2008.Por outro lado, aumenta tambémo número de <strong>empresas</strong> sempagamento de IRC. Em 2010,existiam 95 967 <strong>empresas</strong> nestasituação, são mais 14 066 <strong>empresas</strong>do que há dois anos atrás.Saliente-se, por fim, que, das<strong>empresas</strong> que liquidam IRC,40% são micro e pequenas <strong>empresas</strong>,com um volume de negóciosinferior a 150 mil euros. As<strong>empresas</strong> com um volume de negóciosinferior a meio milhão deeuros, representam 68% do totaldas <strong>empresas</strong>.Lisboa é o distrito com maiornúmero de <strong>empresas</strong> com atividadedeclarada (112 461), comquase o dobro do Porto (68 252).Braga surge em terceiro (28 608)e Aveiro em quarto (24 740).Estado perde receita de IRCmais do que o previstoDe Janeiro a Maio de 2012, areceita de IRC caiu 15,5% faceao período homólogo do anopassado.Segundo o boletim mensal deexecução do OE2012, nos cincoprimeiros meses deste ano, a receitaacumulada do IRC atingiuos 1819,2 milhões de euros, me-nos 334,8 milhões de euros doque em igual período de 2011.Trata-se de uma queda trêsvezes superior à prevista noOE2012. Recorde-se que, na versãoretificada da lei do orçamentopara este ano, a estimativa dereceita anual do IRC é de 4859milhões de euros, menos 5,4%(recortar ou fotocopiar)NomeMoradaC. PostalE-mailCódigo da Insolvência e daRecuperação de Empresas eLegislação complementarAutor: <strong>Vida</strong> EconómicaPáginas: Solicito o envio deque o efetivamente cobrado em2011, correspondente a umaperda de receita fiscal de 279 milhõesde euros. Acontece que, sónos primeiros cincos meses doano, a perda ascende já a 334,8milhões. São 55 milhões de eurosa mais do que o total perdido em12 meses de 2011.EDIÇÕES DE BOLSOLei Geral Tributária 2012 eLegislação complementarAutor: <strong>Vida</strong> EconómicaPáginas: exemplar(es) do livro abaixo assinalado:Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt Nº ContribuinteCódigo da IVA 2012 e Legislação Complementar , com o PVP unitário de 4,90 €. Lei Geral Tributária 2012 e Legislação complementar , com o PVP unitário de 4,90 €. Código do Procedimento e de Processo Tributário e Legislação complementar, com o PVP unitário de 4,90 €. Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € , Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).ASSINATURAA quebra de receita do IRC é um problema orçamental que Vítor Gaspar,ministro das Finanças, terá de resolver.Código do Procedimentoe de Processo Tributário eLegislação complementarAutor: <strong>Vida</strong> EconómicaPáginas: Por apenas4.90 Acada


34 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012FISCALIDADEGoverno aprova nova orgânicada Autoridade TributáriaO Ministério das Finanças fez saber que foi aprovada a orgânica daAutoridade Tributária e Aduaneira. O Decreto-Lei nº 142/2012,de 11 de julho, define as receitas de que esta entidade dispõe para oseu funcionamento. As alterações introduzidas flexibilizam a aplicaçãodas referidas receitas.Bruxelas propõe taxa reduzida de IVAsobre fator trabalhoA Comissão apresentou ao Conselho e ao Parlamento Europeu uma propostade aplicação, a título experimental, de uma taxa reduzida a determinadosserviços com grande intensidade do fator trabalho. A aplicação a um bemou a um serviço de uma taxa reduzida de IVA, em vez da taxa normal, podeter efeitos diferentes, em função do nível das duas taxas daquele imposto.A Autoridade Tributária e Aduaneira(AT) publicou recentemente no Portaldas Finanças dois entendimentos sobrea dedutibilidade fiscal e as tributaçõesautónomas dos encargos com viaturasligeiras de passageiros utilizadas emcontratos de renting e rent-a-car.O objetivo deste artigo será explicaro âmbito de aplicação destes doisentendimentos, que aparentementepretendem aumentar a tributação deIRC, por via do alargamento da base detributação, mas que poderá não ter sidoperfeitamente conseguido.RentingPara viaturas utilizadas por umaempresa em regime de locaçãooperacional (por exemplo, contratos derenting), com pagamentos de aluguermensal por essa utilização, o gastocontabilizado, a ser considerado paraefeitos fiscais, deverá ser determinadode acordo com o limite fiscal previstopara as depreciações que seriamdedutíveis no caso de a viatura ter sidoadquirida (em vez de utilizada numalocação).No caso de contratosde aluguer superioresa 3 meses ou inferioresa 3 meses renováveis, omontante a ter em contapara a determinaçãoda referida limitaçãofiscal deverá ser apenasa amortização financeiraincluída na renda dorenting.A AT já anteriormente havia esclarecidoque, no caso de contratos de aluguersuperiores a 3 meses ou inferiores a 3meses renováveis, o montante a ter emconta para a determinação da referidalimitação fiscal deverá ser apenas aamortização financeira incluída narenda do renting.Os restantes encargos associadoscom o renting, como os jurosimplícitos na renda, manutenções,seguros, impostos, etc., serãoaceites integralmente como gastosfiscais, ficando apenas sujeitosao cumprimento do critério deindispensabilidade para a obtençãode rendimentos sujeitos a imposto oumanutenção da atividade produtora.Este entendimento fiscal, existentedesde 1991, não foi alterado,Renting e rent-a-carmantendo-se atualmente em vigor.O que o novo entendimento da AT veioclarificar foi o conceito de “custo deaquisição” para efeitos de determinaçãoda taxa de tributação autónoma (de10% ou 20%), e para determinaçãodo limite fiscal das depreciações anuaispara comparação com o montante daamortização financeira.Essa definição de “custo de aquisição”deverá ser entendida como “o preço queo locador considerou para o cálculo darenda (do aluguer) mensal”, devendo-seadicionar o respetivo montante de IVAsuportado não dedutível nos termos docódigo desse imposto.Esta definição poderá indicar uma certasubjetividade, pois será possível que aslocadoras passem a efetuar contratoscom valores residuais mais altos,não com objetivos comerciais e deadequação à capacidade financeira doslocatários, mas para assegurar gestãofiscal aos mesmos.A locadora poderá determinar ummontante de valor residual para que ocusto de aquisição da viatura (valor decálculo da renda mensal) fique abaixodos limites fiscais previstos para adepreciação anual dedutível em IRC.Ainda que tal procedimento possadeterminar a não dedutibilidadeem IRC de parte da amortizaçãofinanceira incluída na renda, poderápermitir também a aplicação da taxa detributação autónoma de 10% (em vezda taxa de 20%).Rent-a-carJORGE CARRAPIÇOCONSULTOR DA ORDEM DOSTÉCNICOS OFICIAIS DE CONTASPor despacho de 90.12 31, o secretáriode Estado dos Assuntos Fiscais tinhasancionado o entendimento de que oprocedimento explicado acima paraos renting apenas seria aplicável àssituações de aluguer de longa duração,considerando-se como tal o aluguerque se reporta a contratos até 3 mesesrenováveis e a contratos superiores a 3meses.Segundo este entendimento, os gastossuportados com o aluguer das viaturasligeiras de passageiros de muita curtaduração, por exemplo em contratosde rent-a-car, não teriam qualquerlimitação fiscal, podendo ser deduzidosintegralmente na determinação dolucro tributável.Antes da emissão destas informaçõesvinculativas, existiam dúvidas se osencargos suportados com viaturasligeiras de passageiros alugadas atravésde contratos inferiores a 3 meses(renováveis ou não), por exemplo, nocaso dos rent-a-car, estariam, ou não,sujeitos às taxas de tributação previstaspara as viaturas ligeiras de passageiros, equal a taxa a aplicar.Alguns especialistas entendiam que,face à não existência da limitação fiscalprevista para esse tipo de encargos, e daimpossibilidade da aplicação das taxaspor não existir um custo de aquisiçãopara as viaturas utilizadas, os encargoscom rent-a-car poderiam não estarsujeitos a tributação autónoma, aindaque fossem encargos com viaturasligeiras de passageiros.Face à redação das normasfiscais de aplicação dastaxas de tributaçãoautónoma, também osencargos com utilizaçõesde viaturas em rent-a-cardeverão ficar sujeitos atributação autónoma.No entanto, a AT veio esclarecerque, face à redação das normas fiscaisde aplicação das taxas de tributaçãoautónoma, que abrange todos osencargos relacionados com viaturasligeiras de passageiros, também osencargos com utilizações de viaturasem rent-a-car deverão ficar sujeitos atributação autónoma.Como não existe um custo de aquisiçãopara esse tipo de contratos (rent-acar)e não estará prevista uma taxade tributação específica para estetipo de encargos, a AT estabelece oentendimento de que tais encargos comviaturas utilizadas em rent-a-car ficarãosujeitas à taxa de tributação autónomade 10%.Com o alargamento da base tributávele aumento de taxas de tributaçãoautónoma relacionado com os encargoscom viaturas ligeiras de passageiros,promovida com o Orçamentode Estado para 2011 e com estesentendimentos da AT, as <strong>empresas</strong>deverão equacionar os respetivosinvestimentos neste tipo de viaturasface a este agravamento fiscal.Como alternativa, as <strong>empresas</strong>poderão alterar a política deaquisições ou locações desse tipo deviaturas, passando a incentivar ostrabalhadores a utilizar as própriasviaturas, efetuando o pagamentopor compensação por quilómetro dedeslocação ao serviço da entidadepatronal (os designados pagamento dequilómetros).Apesar destes encargos com pagamentode quilómetros também estar sujeitoa tributações autónomas, a base deincidência e a taxa serão bastanteinferiores ao previsto com os encargoscom viaturas.CONSULTÓRIO TÉCNICOIndemnizaçõesque tenham subjacentetransmissão de bensou serviços sãotributáveis em sedede IVASe as indemnizações sancionama lesão de qualquer interesse,sem caráter remuneratórioporque não remuneram qualqueroperação, antes se destinama reparar um dano, não sãotributáveis em IVA, na medidaem que não têm subjacente umatransmissão de bens ou prestaçãode serviços.Num contrato de exploração de estabelecimentocomercial e rescisão amigável de vínculo deexploração, a dúvida que se coloca é se este últimoestá sujeito a liquidação de IVA (prestação deserviços)? No caso de rescisão amigável houve lugarao pagamento a título de cláusula penal pelo nãocumprimento de contrato de uma verba de 4 mileuros. Está este valor sujeita a imposto?De acordo com o disposto na alínea a) do n.º 6do artigo 16.º do Código do IVA, são excluídasdo valor tributável as quantias recebidas a títulode indemnização declarada judicialmente, porincumprimento total ou parcial de obrigações.Conforme consta dos números 9 e 10 dainformação vinculativa resultante do Despachode 2007.11.12, exarado no Processo xxxx xxxxxx,cuja leitura se recomenda, são tributáveis em IVAas indemnizações que tenham subjacente umatransmissão de bens ou prestação de serviços,enquanto que, se as indemnizações sancionama lesão de qualquer interesse, sem caráterremuneratório porque não remuneram qualqueroperação, antes se destinam a reparar um dano,não são tributáveis em IVA, na medida em quenão tem subjacente uma transmissão de bens ouprestação de serviços.Ainda de acordo com o esclarecido nos números11 e 12 da mesma informação vinculativa, odébito do fornecedor ao cliente relativamente aindemnizações é passível de tributação, por forçados números 1 e 5 do artigo 16.° do CIVA, desdeque não se encontrem abrangidas pelo n.º 6 domesmo artigo, enquanto as penalidades contratuaispor incumprimentos diversos, a debitar pelo clienteao fornecedor, que sancionam o incumprimento deuma obrigação contratual ou, em geral, a lesão dequalquer interesse, não são tributáveis em IVA.Do exposto resulta que, no caso em apreciação,não tendo a indemnização sido declaradajudicialmente, a mesma é sujeita a imposto, jáque, tratando-se de uma indemnização devida pelacliente, tem subjacente uma prestação de serviçospor parte do cedente da exploração.Assim, o segundo outorgante, xxxxxxx e esposa,deverá liquidar IVA à taxa normal, pela importânciade 4 mil euros recebida da cessionária. Estemontante de IVA será liquidado à taxa normal sobreo valor de 4 mil euros.COLABORAÇÃO REDIGIDA PELAORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTASSEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 35MERCADOS4880486048404820480047804760PSI-20 (18.07) 4860,811,32% Var. Semana12 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 Jul-11,53% Var. 2012Dow Jones 18/Jul .......12916,95Var Sem ................................2,46%Var 2012 ................................5,70%Nasdaq 18/Jul ...............2948,31Var Sem ................................2,08%Var 2012 .............................. 13,17%IBEX 35 18/Jul ...............6591,20Var Sem ...............................-3,16%Var 2012 .............................-23,06%DAX 18/Jul ....................6684,42Var Sem ................................3,57%Var 2012 ..............................13,33%CAC40 18/Jul ..................3235,4Var Sem ................................2,48%Var 2012 ................................2,39%COLABORAÇÃO: BANCO POPULARFERNANDO NOGUEIRA, PRESIDENTE DO INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL, ADVERTE“O momento que atravessamosno setor segurador não é positivo”Em Portugal, “háuma grande disputapelo negócio na áreaseguradora”, mas“o momento queatravessamos no setornão é propriamentepositivo”, afirmou opresidente do Institutode Seguros de Portugal.Para FernandoNogueira, além de“um maior diálogo”com as entidadessupervisionadas porparte do ISP, nomomento atual “émuito importante” queas seguradoras façam“uma gestão integradado risco” e que“disponham de recursoshumanos e tecnológicosadequados”.TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.pt“O setor segurador não esteveenvolvido na crise financeira,mas sofreu com ela”, começoupor realçar Fernando Nogueira,durante uma conferência naUniversidade Católica, no Porto.Apesar de as margens de solvênciadas <strong>empresas</strong> seguradoras teremtido “um nível muito significativode resiliência” em 2011– “os níveis mais baixos nuncadesceram abaixo dos 160%” eo reforço de capitais própriosascendeu a mil milhões de eurosnos últimos cinco anos –, ovolume da atividade seguradorabaixou de forma significativa noano que passou.O total dos prémios de seguroem 2011 ascendeu aos 11,6 milmilhões de euros (7,6 mil milhõesdo ramo vida e quatro mil milhõesdo ramo não vida), mas sóno ramo vida a quebra foi “muitosignificativa” face a 2010, baixando38%, assumiu Fernando Nogueira.Aliás, o peso da carteiravida situava-se nos 40 mil milhõesde euros no final de 2011, mas há“Na área seguradora o que precisamos nesta altura é, sobretudo, de estabilidade” em matéria de regulação e supervisão,afirmou Fernando Nogueira.quatro/cinco anos atrás o seu volumeascendia aos 54 mil milhões,revelou o presidente do Institutode Seguros de Portugal (ISP).Saudando os progressos havidosem matéria de regulação e de supervisãofinanceira das <strong>empresas</strong>de seguros, Fernando Nogueirarepetiu por duas ou três vezesuma frase: “na área seguradora, oque precisamos nesta altura é, sobretudo,de estabilidade”.Recorde-se que, a nível comunitário,a atenção aos temasrelacionados com a conduta demercado ganhou nova dimensãoem 2011, com a aprovação danova arquitetura da supervisãofinanceira, tendo a AutoridadeEuropeia dos Seguros e PensõesComplementares de Reforma(EIOPA) sido dotada de atribuiçõese poderes específicos nestaárea. E a respetiva atividade foiO total dos prémiosde seguro em 2011ascendeu aos 11,6mil milhões de euros,mas só no ramo vidaa quebra foi “muitosignificativa”potenciada pela instituição deum comité especialmente dedicadoà proteção do consumidore inovação financeira.Salientando que o setor segurador“tem riscos específicos”, opresidente do ISP também afirmouque “precisamos de fazeruma gestão integrada do risco”,insistindo na necessidade de“melhorias na supervisão” e no“diálogo com as entidades supervisionadas”,nomeadamentequanto ao reporte de informação,que “é extremamente importante”.Atividade de supervisãoreforçada em 2011Em 2011, o ISP levou a cabo1154 ações de supervisão, visandomatérias relacionadas com aconduta de mercado, o que setraduz num crescimento da ordemdos 4,2% face a 2010, nãosó pela intensificação das açõesde supervisão, como pela divulgaçãode novas orientações aosoperadores, lê-se no Relatóriode Regulação e Supervisão daConduta de Mercado do ISP. Asações de supervisão presenciais(“on-site”) sobre as condições deexercício da atividade de mediaçãode seguros e de ressegurosrepresentaram cerca de 60% dototal de inspeções efetuadas peloISP em 2011 (44% em 2010).Um acréscimo que, na ótica doInstituto, “demonstra a atençãodo ISP a este universo, não apenaspela sua dimensão, mas, também,pelo importante papel queos mediadores desempenhamenquanto canal de distribuição”.Quanto à verificação do cumprimentodos prazos de regularizaçãode sinistros automóveis,o ISP avaliou um total de 491415 processos reportados pelosoperadores. O nível de cumprimentofoi de 99,77% no caso desinistros com danos exclusivamentemateriais, situando-se nos99,88% nos sinistros com danosexclusivamente corporais. Aolongo do ano 2011, o ISP procedeuainda ao cancelamento de2398 registos de mediadores deseguros e instaurou 150 processosde contra-ordenação. Tambémanalisou um total de 10 401reclamações, mais de 16% face a2010.


36 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012MERCADOSEURODÓLAR (18.07) 1,2268 Euro/Libra 18/Jul ......0,7841 EURIBOR 6M (18.07) 0,7480 Euribor 3M 18/Jul .....0,4640 PETRÓLEO BRENT (18.07) 104,99Var Sem ......................... 0,63%Var Abs Sem ...................-0,0330,10% Var. Semana -0,031% Var. Semana 4,75% Var. SemanaVar 2012 ......................... 6,59%Var 2012 ..........................-0,5371.2281.2261.2241.2221.221.2181.21612 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 JulEuro/Iene 18/Jul .....96,6775Var Sem ......................... 0,96%Var 2012 ......................... 3,22%0.7850.780.7750.770.7650.760.7550.750.7450.740.7350.7312 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 JulEuribor 1Y 18/Jul ......1,0300Var Abs Sem ...................-0,036Var 2012 .......................... -0,474-5,35% Var. 2012 -0,476 Var. 2012 -2,23% Var. 20121061051041031021011009912 Jul 13 Jul 16 Jul 17 Jul 18 JulOuro 18/Jul .........1576,68Var Sem ....................-0,19%Var 2012 .....................0,02%Prata 18/Jul ............. 27,15Var Sem ....................-0,31%Var 2012 ....................-3,69%COLABORAÇÃO: BANCO POPULARNovagalicia Banco pededesculpa pelas más práticasda gestão anteriorA Novagalicia Banco publicou, na semanapassada, uma carta (em formatode publicidade) na imprensa espanhola apedir desculpa aos clientes “pelo que foifeito de errado na etapa anterior”. O objetivoprincipal do anúncio do banco queresultou da fusão da Caixa Galicia e daCaixanova, em dezembro de 2010, é pedirperdão pelo facto de, durante a gestãoanterior, a instituição ter comercializadoações preferenciais junto dos seus clientes,que agora se arriscam a perderem ovalor investido e a não receberem dividendospor estas aplicações. Vários destesinvestidores são, segundo noticiou o “ElPaís”, analfabetos, deficientes e menoresde idade.“Pedimos perdão pelo erro de termoscomercializado ações preferenciais juntodos nossos clientes particulares sem conhecimentosfinanceiros suficientes”, podeler-se na missiva, assinada pelo presidente,José María Castellano, e pelo conselheirodelegado, César González-Bueno do banco.Os banqueiros assumiram a gestão dainstituição depois da sua nacionalizaçãoem setembro do ano passado, já depois deterem sido cometidos os erros que agoramotivaram o pedido de desculpas público.“Estamos a dedicar todo o nosso empenhoem resolver as situações injustas criadas pelasações preferenciais. Colaboramos coma justiça para solucionar os prejuízos resultantesda situação anterior”, penitenciam--se os executivos.Castellano e González-Bueno perdemtambém desculpa pelas “indemnizaçõesabusivas que alguns dos anteriores responsáveispelas antigas caixas receberam” e por“alguns investimentos pouco prudentes realizadosno passado”. O “El País” destacaoperações ruinosas como a compra de umailha ou com a imobiliária Astroc.Os anteriores responsáveis da instituiçãoque resultou da fusão das caixas daCorunha, liderada por José Luis Méndez,e de Vigo, presidida por Julio FernándezGayoso, estiveram décadas à frente destasentidades. Fizeram, de acordo com odiário espanhol, investimentos ruinososno negócio imobiliário, que deixaramo banco com 12 mil imóveis em carteirae investiram em escritórios em váriospontos do mundo. Por causa das perdasgeradas por esta gestão, o banco já necessitoude 3627 milhões de euros de fundospúblicos e precisa de mais seis a sete milmilhões a financiar pelo resgate europeu àbanca espanhola.“Estas desculpas não são apenas palavraspara melhorar o estado de ânimo de muitasfamílias. São uma responsabilidade.Garantimos que não voltará a acontecernada de semelhante”, afirma o anúncio,que apela ainda à renovação da confiançados clientes na instituição. “Estamos empleno processo de capitalização, as ajudaspúblicas, as recebidas e as que estão a sertratadas dão-nos uma garantia de futuroe solvabilidade. Não há dúvidas de que oNovagalicia Banco oferece hoje a poupançamais segura”, afirma a carta assinadapor Castellano e González-Bueno.Na opinião dos executivos, esta “é umaoportunidade única para alterar a formade funcionar de um banco” e “para a Galizater o seu próprio banco”, até porque aalternativa à reestruturação é a liquidaçãodo banco em hasta pública, como já aconteceucom a Catalunya Caixa. “Ninguémdisse que vai ser fácil”, avisam.BPI em primeirolugar no índicenacionalde satisfaçãodo clienteO BPI alcançou a primeira posição nasatisfação dos clientes, de entre os bancosestudados individualmente, de acordocom o ECSI Portugal 2011 – Índice Nacionalde Satisfação do Cliente. Promovidoanualmente pelo Instituto Português daQualidade, a Associação Portuguesa para aQualidade e o ISEGI-UNL, este índiceébaseado numa metodologia europeia comume permite avaliar a qualidade dosbens e serviços disponíveis no mercado nacionalem vários setores de atividade, combase em oito dimensões: imagem, expectativas,qualidade apercebida, valor apercebido(relação preço/qualidade), satisfação,reclamações, confiança e lealdade.Em 2011, o setor da banca abrangeu,além do BPI, o BES, a Caixa Geral deDepósitos, o Millennium bcp e SantanderTotta. Incluiu ainda o grupo “Outros Bancos”,que agrega todos os outros bancosnão estudados individualmente. Já na 13ªedição, este estudo é realizado com recursoa 250 entrevistas telefónicas a clientesde cada banco/marca estudada, com basenuma amostra selecionada de modo aleatórioe extraída da população portuguesa.EspeculaçãoRICARDO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA e docente noInstituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF)A simplicidade como virtudeMorreu esta semana Barton Biggs –um conhecido e celebrizado analistafinanceiro de Wall Street. Tinha 79 anos,mas permanecia profissionalmente activoe era presença habitual na imprensa e natelevisão norte-americana. Barton Biggsmarcou uma geração. Tendo entradopara a Morgan Stanley em 1973 por lápermaneceu até 2003, chefiando a equipade investimentos. Vencedor de váriosprémios, consagrado entre os seus colegasde profissão, era seguido atentamenteem todo o mundo e tornou-se num dosprimeiros – e poucos – analistas bolsistascapazes de influenciar diariamente osmercados com as suas recomendações. Eessas recomendações não eram simplesmanuscritos técnicos; em geral, eramtambém textos de enorme qualidadeliterária, que revelavam a formaçãode base do seu autor – em literaturainglesa. De resto, nos últimos anos,acabaria também por dedicar-se à escritacomercial, tendo publicado vários livrosentre 2006 e 2010. E foi através deum desses livros que tive o prazer de oconhecer pessoalmente.Desde há muitos anos que tambémeu seguia Barton Biggs. Através do“research” da Morgan Stanley, na CNBCou na Bloomberg, concordando oudiscordando, lia-o e ouvia-o atentamente.E assim, quando Biggs começou apublicar livros, naturalmente, tambémeu os comprei. A sua primeira obra,um livro chamado “Hedge Hogging”(edição Wiley, 2006) que retrata avida real de vários especuladores debolsa e gestores de “hedge funds” – foiassim que o próprio autor começou eterminou a sua vida profissional, antes edepois da Morgan Stanley – marcou-meespecialmente. Nesse livro, são descritasvárias filosofias de gestão em bolsa, quesão também acompanhadas dos perfispsicológicos de cada gestor aos quaisforam atribuídos nomes fictícios. Depoisde o ler, e tendo encontrado entre essesmúltiplos perfis a minha “alma gémea”,escrevi uma carta, imprimi-a e mandeilhapor correio. Dias depois, recebiauma mensagem electrónica com umaresposta pessoal de Biggs – agradecendoa carta, fazendo-me ele próprio algumasperguntas, e desvendando o nomereal do gestor fictício que tanto meentusiasmara. Semanas mais tarde, novamensagem, desta feita convidando-mepara um evento reservado, promovidopela Morgan Stanley em Madrid, ondeparticiparia. Compareci com gostoe trocámos pontos de vista sem quealguma vez ele me tivesse menorizadointelectualmente ou exercido qualquertipo de condescendência profissionalsobre mim, como seria até natural peladiferença de idades e pelo seu estatuto deestrela.Desde então, nunca mais deixeide escrever a quem gosto de ler;encorajando, criticando, sugerindo– construtivamente. Os estrangeiros,nomeadamente os anglo-saxónicos,respondem sempre; os portuguesesnem sempre, embora hoje sejam maissolícitos que há cinco anos. Há-de seruma questão cultural, além de queneste país, tradicionalmente dado àmaledicência, é provável que, na presençade “feedback” construtivo, a maioriados interlocutores fique sem saber o queresponder. Daí a reduzida apetência pordar e receber “feedback”, sendo que eupróprio, em oito anos que já levo naimprensa escrita (aqui e noutros meios),recordo-me de apenas três ocasiões emque recebi correspondência postal ouelectrónica dos leitores. Enfim, sigopersistindo! Mas o ponto principal nãoé esse. O ponto principal é a grandezaque os grandes homens revelam nasimplicidade que cultivam, resistindo aosefeitos perversos que as luzes da ribalta,seduzindo, acabam por trazer. Foi issoque vislumbrei em Biggs que, não sendoum homem efusivo – longe disso –, eraum indivíduo disponível para a discussãode factos e argumentos, desde que(muito importante) esta se mantivesseobjectiva e centrada no tema em análise.E, efectivamente, naquele tal evento deMadrid, lembro-me de um convidadoem particular que se alongou em teoriasexóticas sem factos que as suportassem eque Biggs logo despachou com um muitosimples, muito directo, mas tambémmuito desagradável, “that’s baseless” (issonão tem a mínima fundamentação).Ora, é desta simplicidade na forma e nasubstância – “keep it simple and stupid”– que todos beneficiaríamos se emPortugal fosse mais simples objectivar odebate que, mais do que grandiloquente,tem é de ser evidente.POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃOSEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO


SEXTA-FEIRA, 20 DE JUNHO 2012 37MERCADOSCMVM aprova parecer sobre Diretiva dos ProspetosA Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aprovou um parecer genérico sobrea aplicação da Diretiva dos Prospetos no Direito Interno Português a partir de 1 de julhode 2012, data prevista para o termo do prazo de transposição da referida diretiva. Trata-se doprospeto a publicar em caso de oferta pública de valores mobiliários ou da sua admissão à negociação.Introduz ainda alterações à harmonização dos requisitos de transparência, no âmbitodas informações respeitantes aos emitentes.Dívida dos bancos espanhóis atinge novo recordeA dívida dos bancos espanhóis ao Banco Central Europeu atingiu um novo máximo históricoem junho, para mais de 337 mil milhões de euros, sobretudo devido às injeções deliquidez do BCE. A situação dos bancos do país vizinho, muito expostos ao setor imobiliário,em sérias dificuldades, levanta receios junto dos investidores. Estes exigem taxasrecordes para emprestarem dinheiro à Espanha. A taxa a dez anos continua excessivamenteelevada.INDICAM OS DADOS DA LEASEUROPE DE 2011Leasing cai em Portugale cresce no resto da EuropaO leasing teve um desempenho diferenteem Portugal e no resto da Europa em2011. De acordo com os dados da Leaseurope,a Federação Europeia das Associaçõesde <strong>empresas</strong> de Leasing e de Renting,divulgados em Portugal pela AssociaçãoPortuguesa de Leasing, Factoring e Renting(ALF), aquela modalidade de financiamentoregistou, no ano passado, umadescida acentuada de 38% em Portugal,conta uma subida média 7% a nível europeu.“Esta quebra do volume do leasing[em Portugal] revela não apenas as maioresdificuldades das financeiras em concederemeste tipo de crédito como, também,o travão que a crise continua a colocar àatividade económica das <strong>empresas</strong> e quese perspetiva que continuará a colocar aolongo do ano”, referiu José Beja Amaro,presidente da ALF.Os referidos 7% de crescimento da novaprodução financiada através de leasing naEuropa cresceu para os 248 mil milhões deeuros. “Este aumento face ao ano anteriordemonstra que a indústria europeia de leasingmantém-se em recuperação, uma vezque a maioria dos países representados pelaLeaseurope registou aumentos, em 2011”,refere a ALF.Já em Portugal, o leasing caiu, então,38,04% na sua globalidade, para os 3,010mil milhões de euros e o número de novoscontratos desceu 29,67%, para os 74 982.O leasing português, que já chegou a representarcerca de 35% de todo o investimentonacional em equipamentos e material detransporte e cerca de 15% do investimentona construção, tem assistido ao seu nível deapoio a cair nos últimos anos.Sul da Europa desceExistem, no entanto, contrastes entre osvários países europeus representados, bemcomo entre os tipos de bens. Os mercadosdo Sul da Europa, onde se inclui Portugal,registaram quedas relevantes de volume.A maior foi registada na Grécia, com umaqueda da nova produção de leasing superiora 60%. O leasing de equipamentos e de veículosfoi a força motora para o desempenhopositivo do mercado do leasing europeu,tendo crescido 11% para os 224 mil milhõesde euros.O leasing cresceu 7% na Europa, mas caiu38% em Portugal, segundo a ALF, presididapor Beja Amaro.Requisito de 9%para os bancos podeser permanenteA Autoridade Bancária Europeia (ABE)acredita que o requisito de 9% de capitalde primeira qualidade – que os bancos tinhamde atingir em junho – possa ser umaexigência permanente.A ABE informou que a maior parte dos27 bancos analisados atingiu o rácio de capital“core tier 1” de 9% que lhes permitiráabsover eventuais perdas em caso de crise.A entidade considera que essa exigênciapode ser permanente, tendo em conta quea conservação do capital é a sua prioridade,face à continuada crise da Zona Euro. Ouseja, os bancos terão de manter um certonível de capital, pelo que devem desenvolverplanos nesse sentido.A exigência da ABE será mais alta doque os níveis de capital estabelecidos noacordo de Basileia III, o qual define queos bancos têm de manter reservas de capitalpróprio equivalentes a 7% dos ativosajustados de acordo com o risco. Mais de240 mil milhões de euros foram já injetadosnos bancos europeus através de váriasmedidas em apenas um ano.A Autoridade Bancária Europeia vai publicara informação final sobre a recapitalizaçãobancária na Europa no próximo mêsde setembro.BRUNO CARNEIROCEO ServdebtCrédito e fériasAgosto sempre foi o mês favorito dosportugueses para ir de férias. E em temposidos, muitos iam com recurso a crédito.Agora a questão que se coloca é se podem ese, mesmo podendo, o devem fazer.O mundo mudou nos últimos quatroanos e mudou ainda mais nos últimos dois.O crédito é raro e caro e nem todos podemcontinuar a recorrer a ele para férias nostrópicos ou para outros destinos exóticos,o que para muitos representa, comorepresentava no passado, manterem umestilo de vida acima das suas possibilidades.Ir de férias tornou-se num embate com arealidade em que de repente acordamospara uma verdade há muito esquecida,onde tudo nos era possível e tudo seconseguia, ainda que vivendo numa ilusão,numa realidade inexistente, quase quenum mundo paralelo onde não existiamdificuldades e podíamos viver sonhosnunca pensados pelas gerações que nosantecederam.Portugal mudou nos últimos 40 anos,somos mais prósperos, vivemos melhor edurante mais tempo que qualquer geraçãoanterior. Viajamos mais que qualqueroutra, mas, ainda assim, não somos ricoscomo pensámos durante muito tempoe logo, não podemos continuar a viveracima daquilo que produzimos. Vamoster de ajustar o nosso modelo de vida àrealidade da economia e isso nunca é fácil.Há sempre uma causa e haverá sempreconsequências.Não será fácil para as famílias a adaptaçãoa este novo modo de vida, como não seráfácil explicar aos mais novos que aquilo queantes fazíamos não se repetirá nos próximostempos, mas ainda assim será essencial. E,se bem explicado, será compreendido. Umdos erros do nosso passado recente foi ofacto de a geração anterior, não tendo tidoacesso àquilo que hoje nós temos, ter caídona tentação de nos dar o que não teve, masinfelizmente fê-lo com o recurso a crédito ecabe-nos agora a nós paga-lo.Significa isso que não podemos fazerférias? Claro que não. Apenas deixamosde poder gastar o que gastávamos antes,ou de ir para onde gostávamos de ir, parapassarmos a gastar menos e ir para onderealmente podemos ir. É esta a diferençaessencial. Não regredimos, não andámospara trás, mas sim reencontrámos arealidade da qual nos tínhamos distanciadoindevidamente.Teremos de ir para fora cá dentro esobretudo ir de férias com menos dinheiro,mas nosso, sem recurso ao endividamentoque mais tarde ou mais cedo teremos depagar. E quando esse momento chegar,teremos então aí de ajustar a nossa vida.Como diz o poema, “o sonho comanda avida, que sempre que um homem sonhao mundo pula e avança” mas se podemossempre sonhar, nem sempre podemos fazercomo no sonho.


38 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012MERCADOSCandidaturas à Rede PME Inovação COTECabertas até 27 de julhoA COTEC Portugal está a receber até 27 de julho candidaturas à Rede PME Inovação e aoPrémio PME Inovação COTEC-BPI. Para se candidatarem, as <strong>empresas</strong> deverão ter pelomenos três anos de atividade, mais de dez empregados e um volume de negócios superior a200 mil euros, cumprindo ainda os requisitos das PME (ter menos de 250 empregados e umvolume de negócios inferior a 50 milhões de euros).Resultados do Citigroup caem menos do que esperadoO resultado líquido do Citigroup no segundo trimestre do ano baixou 12%, para 2,95mil milhões de dólares (2,41 mil milhões de euros), ou 0,95 dólares por ação, de acordocom a Bloomberg. Este resultado compara com os lucros de 1,09 dólares por ação que oterceiro maior banco americano registou no período homólogo, mas que, ainda assim, ésuperior ao previsto pelos analistas, que apontavam para um ganho de 0,89 dólares poração.JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da FINCORAbrandamento económicovs. bancos centrais: quem venceo braço de ferro?Os problemas europeus são sobejamenteconhecidos pelos investidores, nomeadamente,os problemas dos países periféricos e oseu impacto na zona euro. As perspetivasmacroeconómicas dos países do Sul de Europasão bastante negativas, com os países desta regiãoa apresentarem quedas no PIB em 2012 e,provavelmente, também em 2013. Os pacotesde austeridade não têm sido a solução para osproblemas devido ao impacto no crescimento.Assim, o PIB europeu deverá cair 0.4% em 2012e em 2013 não deverá ir além de um crescimentode 0.7%. Como irá a Europa sair deste círculovicioso?Mas estarão os problemas de crescimentomundiais meramente afetados pela fraquezaeuropeia? Infelizmente, não. Os dadoseconómicos dos EUA têm vindo a mostrar sinaisde fraqueza ao longo dos últimos meses, tendocomo expoente máximo os dados apresentadosrecentemente do ISM (menor que 50, indicadorde recessão) e o emprego não agrícola, que sesituou novamente abaixo dos 100 mil este mês.A média de novos empregos criados nos EUA nosegundo trimestre de 2012 é um terço dos criadosno primeiro (75 mil vs. 225 mil ao mês). Dada aagressividade da queda apresentada em diversosdados, assistimos a um corte de estimativas doPIB nos EUA por parte de diversas casas deinvestimento ao longo do último mês, situandose,neste momento, o consenso em 2%.Nos principais mercados emergentes assistimostambém a diversos dados indicativos deabrandamento económico. O PIB na Chinacresceu 7,6% no último trimestre, o valormais baixo dos últimos três anos. O Brasil temapresentado dados económicos mais fracos queo esperado, o que levou a cortes significativosde estimativas do PIB para 2012. A casa deinvestimento Morgan Stanley reviu a estimativade crescimento do PIB do Brasil de 2.7% para1.6%.Como vai o mundo crescer nos próximos anos?Haverá luz ao fundo do túnel?A resposta para a generalidade dos pedidos dosinvestidores chamam-se bancos centrais. A suaatuação nos últimos meses tem sido sempre nosentido de estimular as economias. O Banco deInglaterra aumentou a LTRO em 50 mil milhõesde Libras, o FED estendeu a operação Twist, oBCE cortou taxas de juro para mínimos, o BancoCentral da China e o da Coreia também cortaramtaxas e o Banco Central do Brasil cortou a SELICpara os 8%, nível mínimo histórico. E agora? Serásuficiente?Provavelmente não, mas a expectativa é decontinuação de implementação de mais medidasde estímulo por parte dos bancos centrais nosegundo trimestre. O BCE ainda tem espaçopara novo corte de taxas de juro e as declaraçõesde diversos responsáveis sugerem que tal deveráacontecer ainda este ano; o mercado espera que aReserva Federal implemente o terceiro programade “quantitative easing” ainda neste trimestre;nos mercados emergentes, o Brasil, a China e aÍndia também deverão aumentar as medidas deestímulo às economias, nomeadamente, através decortes de taxas e intervenção direta nos mercados.Serão as intervenções dos bancos centraissuficientes para fazer face aos problemasestruturais das economias? Serão capazes devender este difícil braço de ferro? Retomará aeconomia mundial os níveis de crescimento em2013? A situação mantém-se delicada e só ospróximos desenvolvimentos poderão ajudar aclarificar quem sairá vencedor.ANTÓNIO PONTES, PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA DO FINIBANCO EM ANGOLA, AFIRMA“Agora serão mais os angolanos a“Os ciclos da economia vãocriando situações diferentes:houve períodos em que eram osportugueses a investir em Angola,agora serão mais os angolanos ainvestir em Portugal. Isso parece--me natural, dada a história e oslaços que unem os dois países”,afirma à “<strong>Vida</strong> Económica” opresidente da comissão executivado Finibanco em Angola. Aaposta em Angola é “um vetorfundamental para a presençano exterior do Montepio, quecertamente se irá alargar a outrosmercados”, acrescenta AntónioPontes.JOÃO LUÍS DE SOUSAjlsousa@vidaeconomica.pt<strong>Vida</strong> Económica - Qual é a linha orientadorado Finibanco Angola?António Pontes - A linha orientadoraterá de seguir quatro vetores fundamentais.Um deles é tentar consolidar a imagem demarca, que continua a ser Finibanco, apesarda aquisição do Montepio. Essa consolidaçãotenta fazer-se com um bom atendimento eserviço ao cliente, que, de momento, nemsempre é fácil de conseguir, dado o grau dequalificação e aprendizagem do pessoal. Daía nossa aposta forte na formação e desenvolvimentodas capacidades técnicas e profissionaisdo pessoal. Temos de dar o salto paraum banco de média dimensão e isso implicaabrir novos pontos de venda. Neste momento,o plano estratégico prevê triplicar o númerode balcões do banco nos próximos doisanos. Estamos, também, a preparar uma novaimagem, mais jovem e moderna, e que permitaaproximar mais o banco do seu acionistaprincipal, que é o Montepio. Outro vetor importanteé a sustentabilidade, o que, para seralcançada, implica um reforço importante doscapitais. O banco tinha capitais muito pequenos,que não foram problema numa primeirafase mas agora exige-se claramente um reforçodesses capitais, porque só dessa forma conseguiremossobreviver neste mercado obedecendoa todas as regulamentações que entretantoforam implementadas. Aqui, a entrada doMontepio no capital do Banco veio dar umaajuda fundamental a esse reforço de capitais.Outro vetor é a rentabilidade, que foimuito boa nos anos passados, vertente que,apesar da maior complexidade atual do mercadoangolano, iremos tentar defender, já queé aquilo que os acionistas nos pedem. Emconcreto, os acionistas querem retorno e, apesardas dificuldades que hoje existem, iremostentar conseguir os níveis de rentabilidadedo passado. As regras do mercado mudaramimenso. Nos últimos 12 meses, há uma mudançatremenda, quer ao nível da regulamentaçãoquer das exigências de capitais próprios,O Finibanco/Montepio “tem apoiado, na medida do possível”, a atividade dos empresários portuguesas“A rentabilidade será sempre uma das linhas fundamentais danossa atuação em Angola”quer da intervenção do BNA na políticamonetária, que tem influenciado fortementea descida das taxas de juro. Isto faz comque margens “gordas”, que eram possíveis nopassado, se tornem cada vez mais difíceis deobter. Apesar das dificuldades, o vetor da rentabilidadeterá de ser sempre uma das linhasfundamentais da nossa atuação.VE - O contributo para o setor bancárioem Angola tem sido positivo?AP - Fomos pioneiros na criação de umaacademia de formação de pessoal, já que osquadros locais têm muito espaço para crescere portanto fizemos essa aposta. O próprioBNA reconheceu o mérito por termos dadoesse passo. É um esforço que se faz, trazendotemporariamente quadros de Portugal paraensinar os fundamentos do negócio bancárioaos nossos funcionários que, em muitas situações,foram contratados com muito poucaformação. Ao nível económico, realizou-serecentemente a assinatura de um acordo como Ministério da Economia e das Finanças quese chama Angola Invest, onde há fundos públicosde apoio a iniciativas de empreendedorismoangolano, de <strong>empresas</strong> pequenas ou atémicro<strong>empresas</strong>. Existem duas linhas de apoio,uma de crédito bonificado e outra com garantiaparcial a 70% do crédito e o Finibancotambém assinou esse protocolo, contribuindoassim para o desenvolvimento económico dopaís, quer ao nível da formação dos quadros,quer do apoio à economia é também um dosvetores que nos tem motivado.VE - Quais as principais alterações queresultam da compra e integração no Montepio?AP - Esta aposta em Angola é um vetorfundamental para a presença no exterior doMontepio, que certamente se irá alargar aoutros mercados. Só pode ser positivo para onosso desenvolvimento. Em 2011, logo apóso sucesso da OPA do Montepio ao Finibanco,foi definida uma estratégia de crescimentodo banco em Angola e reforçada em 2012.Para se ter um crescimento orgânico é precisoque seja sustentável e suportado em acionistasfortes com músculo financeiro significativo.As próprias autoridades de supervisão viramessa aquisição com bons olhos, porquetêm vindo a introduzir um conjunto de regrasque, no essencial já estavam implementadasna Europa através do Basileia II, e sem aentrada do Montepio, seria difícil ao Finibancocumpri-las, bem como ter uma estratégiade crescimento para uma presença forte emAngola. Num país como Angola, onde sabemosque ainda há muitas lacunas a preencher,é importantíssimo ter um suporte forte comoaquele que o Montepio dá ao Finibanco.VE - Que apoio é prestado aos investido-


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 39MERCADOSInflação portuguesa mantém-se acima damédia europeiaA taxa de inflação anual da Zona Euro manteve-se estável em junho,nos 2,4%, a mesma taxa de maio, com Portugal a permanecer acima damédia, com 2,7%, segundo o gabinete de estatísticas da União Europeia(UE). Já no conjunto dos 27 Estados-membros da UE, a inflação desceuuma décima na comparação mensal, para 2,6%, informa o Eurostat.Supremo alemão pronuncia-se sobre Tratado Orçamentalem setembroO Tribunal Constitucional alemão anunciou que vai pronunciar-se no dia 12 de setembro sobreas providências cautelares interpostas por vários grupos e pessoas contra o Mecanismo Europeude Estabilidade (MEE) e o Tratado Orçamental Europeu. A generalidade dos requerentes contestao MEE por ser “risco financeiro incalculável” para a Alemanha e o Tratado Orçamentalpor alegarem que transfere soberania de Berlim para Bruxelas, sem respeitar a Lei Fundamental.investir em Portugal”em Angola.res e exportadores portugueses em Angola?AP - O Finibanco/Montepio tem apoiado,na medida do possível, este negócio, que émuito suportado em pequenas e médias <strong>empresas</strong>,com predominância de empresárioscom origem/base no Norte de Portugal. Naminha perspetiva, só faz sentido a um bancofazer uma aposta numa operação no exteriorse for para acompanhar os seus clientes que játem em Portugal. Só faz sentido montar operaçõesno estrangeiro se for nessa perspetiva.O Finibanco tem em Angola uma carteiramuito interessante de clientes com quem jáfazia negócio em Portugal.VE - Quais são os aspetos que as PMEtêm que ter em conta ao abordar o mercadoangolano?AP - Qualquer investidor no estrangeiro,seja em Angola ou noutro qualquer país,deve, em primeiro lugar, analisar séria e profundamenteo mercado onde se vai envolver.Se pensa que é só chegar e as coisas caem docéu, a experiência vai resultar sempre em fracasso.Para formar uma empresa em Angola,é necessário ter um bom parceiro local. Eaqui é fundamental escolher o parceiro certo,senão, em vez de acrescentar valor ao negócio,vai destruir esse valor. O segundo passoé saber se esse parceiro ajuda a alavancara ideia de negócio que se tem. A economiaangolana tem alguns aspetos que devem seracautelados. Portugal, ainda, é o primeiro ousegundo parceiro de Angola nas importaçõespara este país, mas há, de momento, projetosangolanos que vão no sentido de reduzir asimportações, como é o caso do protocolo AngolaInvest, recentemente assinado. Portanto,aquilo que podia ser uma boa ideia de negóciohá um ano pode já não o ser num futuro próximo,porque, entretanto, já existe localmentecapacidade para desenvolver essa atividade. Épreciso estudar bem todos os aspetos, designadamenteno domínio da alimentação. Poroutro lado, a mobilidade no país não é fácilmesmo dentro da grande metrópole urbanade Luanda. Portanto, depende das perspetivasde negócio de cada um e se tem de ter mobilidadeou não. Até porque as condições de logísticatambém não são fáceis. Normalmente,deveriam ter um bom plano de negócios comesses aspetos e outros muito bem definidosantes de arriscar no que quer que seja.VE - Qual é o potencial interesse dosinvestidores angolanos no mercado português?AP - É inquestionável que os angolanosgostam de Portugal e, portanto, se têm capitaisdisponíveis porque não investir emsítios que conhecem, de que gostam, quefalam a mesma língua? E se os portuguesestêm capitais disponíveis, porque não investirem Angola? Os ciclos da economia vãocriando situações diferentes: houve períodosem que eram os portugueses a investir emAngola, agora serão mais os angolanos a investirem Portugal. Isso parece-me natural,dada a história e os laços que unem os doispaíses.Economia angolana depende em 80% do petróleoApesar de todos os esforços que têm vindo a ser desenvolvidos para a diversificação dasatividades económicas, estima-se que pelo menos 80% da economia angolana ainda depende dopetróleo.Perante tal dependência, a variação dos preços do petróleo tem necessariamente de se refletir emtoda a economia. Tanto mais que o petróleo é um produto que está cotado em todos os mercadosmundiais e, como é sabido, os reflexos da globalização fazem-se sentir em todos os domínios.“Têm-se descoberto novas jazidas de petróleo, designadamente as chamadas “pré-sal”, mas àcusta de investimentos complexos e caros, o que faz com que o custo da produção seja muitomais elevado do que era na exploração tradicional de petróleo”, esclarece.O preço do petróleo tem estado muito volátil. Nos anos 2008/2009 desceu abaixo do ponto deequilíbrio, para alguns exportadores de petróleo. “Flutuações bruscas terão necessariamenteimpacto nas economias, mas se os orçamentos definidos não tiverem as folgas suficientes éinevitável que vão surgir atrasos de pagamento”, acrescenta.“Angola, tal como outras economias petróleo-dependentes, vai estar sempre sujeita a esses ciclos,pelo que terá de adequar todo o seu planeamento financeiro e orçamental a essa inevitabilidade.Desde que haja rigor nesses cálculos, certamente que terá menos problemas do que já teve nopassado”.GUILLAUME DE LÉOBARDYdiretor-geral da ALD AutomotivePortugalA eliminação da equipa de futebol dePortugal no Euro 2012 foi uma grandedeceção para todos os aficionados,sobretudo se considerarmos a supremaciareconhecida da equipa portuguesa durantea semifinal. Todos nós fomos convencidospelo empenho, pela qualidade e peloespírito de equipa dos portugueses duranteo jogo; no entanto, não conseguimosmarcar os golos, não conseguimostransformar estas forças em resultadosconcretos! Não pretendo ser um grandeconhecedor de futebol (ainda menos defutebol português!) e não vou arriscarmenuma análise detalhada do jogo daequipa portuguesa. No entanto, tenhoa convicção que o que nos faltou paraganhar foi Confiança, em particular queera possível vencer os campeões espanhóis!Nunca apoiei as manchetes abusivassobre as consequências do campeonatoeuropeu, em particular as que deramdemasiada importância ao resultado e quepreviram retomas económicas fortes parao vencedor. Não dou mais crédito aosque afirmaram que o resultado poderiainfluenciar os poderes entre os países doNorte e os do Sul nas negociações sobreas medidas para sair da crise. De facto,os resultados não influenciaram muito astaxas de juro para refinanciar as dívidasdos dois finalistas; e parece-me que aAlemanha continua a gerir eficazmente assuas negociações, deixando à França e aosGIPS o “poder” de ultracomunicar as suaspequenas vitórias.No entanto, o paralelismo entre osEUROs (futebolísticos e socioeconómicos)Confiança!pode ser muito interessante. É aplicávelà “doença” de França durante os últimosanos: um país cheio de campeões massem nenhum espírito de equipa, um paísrico de conselhos para os outros mas semnoção do esforço para si, um país doenteque se ignora. Espero sinceramente quea França acorde, mude profundamente evolte a ganhar!É também um ensinamento interessantepara Portugal! Se algumas pessoas ficaramcom dúvidas sobre a sua capacidadede ganhar, basta olhar para os esforçosfeitos com calma e dignidade pelo povoportuguês e para os seus primeirosresultados, nomeadamente no controlodas despesas públicas (já com um saldoprimário positivo) e da progressão dasexportações. É verdade que uma partedo sucesso vem de fora, nomeadamenteda capacidade da Europa de se federarno futuro, e também dos estrangeiros deinvestir e consumir. Porém, acho que oprincipal vem do desempenho de Portugale sobretudo da capacidade dos líderespolíticos e económicos de reforçarema nossa confiança nos nossos própriosrecursos: a confiança na capacidade dePortugal poder ser um dos maiores “hubs”logísticos da Europa do Sul, de atrairinvestidores tanto no setor industrial comona área de serviços para, por exemplo, criarplataformas pan-europeias de serviços, deatrair mais turistas e outros pensionistasestrangeiros, de valorizar mais a suaagricultura … a confiança em si(m) nummundo difícil, a confiança num mundomelhor!SUCEDEM-SE OS BANCOS ENVOLVIDOSCustos da Libor podem atingiros 22 mil milhões de dólaresOs 12 bancos globais que foram relacionadosao escândalo da taxa Libor enfrentam22 mil milhões de dólares emcoimas e prejuízos imputados aos investidores,de acordo com as estimativas doMorgan Stanley.Cerca de mais 11 bancos serão penalizados,à semelhança do que sucedeu como Barclays, o qual pagou 456 milhões dedólares às autoridades dos Estados Unidose do Reino Unido, por manipulaçãodas taxas de juro. Esta estimativa colocade parte as investigações que decorremnos Estados Unidos e na União Europeiasobre cartelização das entidades financeiras.A Comisão Europeia vai agir commão-de-ferro nesta matéria, considerandoque se tratou do comportamentomais irresponsável dos últimos tempos.Caso a sua ação seja efetiva, a puniçãopoderá levar a uma alteração na culturado setor bancário, sempre intocável,mesmo quando se tratava de uma situaçãode cartel.É um facto que as investigações poderãodemorar anos a completar, maspodem resultar em multas até cerca de10% das receitas dos bancos europeusenvolvidos. De acordo com a legislaçãoeuropeia, as investigações apenas têmde demonstrar que houve a tentativa deformar um cartel, não sendo necessárioprovar o seu exato efeito no mercado. Asestimativas do Morgan Stanley poderãoatingir 4% a 13% dos ganhos por açãoeste ano ou 0,5% do seu valor de cotaçãoem bolsa.De notar que alguns bancos não vãoaceitar as penalizações, pelo que nãoterão direito a benefícios como sucedeucom o Barclays, o qual assumiu asculpas e prontificou-se a cooperar comas autoridades britânicas e europeias.Aliás, o banco britânico não foi acusadode conduzir o seu negócio com faltade integridades. Se as outras instituiçõesforam acusadas dessa conduta, então apenalização financeira será substancialmentemais elevada. A manipulação detaxas poderá ser bastante mais extensado que se pensa. É mais um rude golpeno já fragilizado sistema financeiro europeu.Além de que os bancos veem a suaatuação cada vez mais descredibilizada.


40 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012MERCADOSPT aumenta valor da emissão de obrigaçõesA Portugal Telecom decidiu aumentar o valor da emissão de origações –para o público em geral – para 400 milhões de euros. A oferta públicade subscrição de obrigações tinha um valor inicial de 250 milhões de euros.As referidas obrigações, sob a designação de Obrigações PT Taxa Fixa2012/2016, têm uma maturidade de quatro anos e os juros vencem a umataxa nominal bruta fixa de 6,25% ao ano e são pagos todos os semestres.Espanha poderá pagar juro de 2,5%pelo empréstimo à bancaO empréstimo de até 100 mil milhões de euros que a Europa vai dar àbanca espanhola terá, de acordo com o jornal ABC, um juro de 2,5%, umprazo de amortização de 30 anos e um período de carência de dez anos. Aconfirmarem-se, estas condições são bem mais favoráveis do que as suportadaspelos países já resgatados.LUÍS CABRAL, ECONOMISTA E DOCENTE DA NEW YORK UNIVERSITY, ASSEGURAAumento da carga fiscal “não é alternativa”O aumento da cargafiscal “não é umaalternativa” à suspensãodo pagamento dossubsídios de férias e deNatal a funcionáriospúblicos ouaposentados, declaradailegal, na passadasemana, pelo TribunalConstitucional, pois“estamos muito nolimite daquilo que épossível do ponto devista de tributação”,assegura Luís Cabral.Em declarações à ‘<strong>Vida</strong>Económica’, prestadasà margem do encontroanual do “PortugueseEconomic Journal, naFaculdade de Economiado Porto, o docente daNew York Universityadmite que “poderáhaver alternativas nosentido na diminuiçãode salários ou naredução da despesa doEstado” mas não excluia renegociação doacordo com a ‘troika’.FERNANDA SILVA TEIXEIRAfernandateixeira@vidaeconomica.ptO Tribunal Constitucionaldeclarou a inconstitucionalidadeda suspensão do pagamentodos subsídios de férias e de Natala funcionários públicos ou aposentados,mas determinou queesta decisão não tem efeitos paraeste ano.Em reação a esta decisão, LuísCabral assegura não ser possívelcompensar esta perda de receitaatravés do aumento da cargafiscal. “Esta não é uma alternativa,porque estamos muito nolimite daquilo que é possível doponto de vista de tributação”,afirma.Nesse sentido, o professorda New York University sugerehaver alternativas ao nível da“diminuição de salários” ou medianteuma “redução da despesado Estado superior ao que temsido feito”. Outra hipótese parao economista é “a renegociaçãodo acordo com a ‘troika’, querem termos de prazos, quer emtermos de objetivos do déficeorçamental”.“Este revés ao plano do Governoimplica que há aqui umaredução da despesa planeadaque deixa de ser possível e, porconseguinte, tal irá, em principio,implicar uma maior dificuldadeem atingir o objetivoe em responder a um requisitodo acordo com a ‘troika’”. Assimsendo, e dado que “aumentara receita é quase matematicamenteimpossível, ou reduzimosdespesa noutro lado, o que nestemomento também será difícil,ou entraremos numa fase de renegociação”,sentencia o economista.Ainda assim, Luís Cabral admiteque medidas deste tipo“não poderão ser tomadas semtomar em conta questões deequidade”. “Aliás”, acrescenta,“a decisão do tribunal tem umadimensão importante de equidade,neste caso entre público eprivado e qualquer medida quese tome terá de se ter em consideraçãoquer o balanço público--privado, quer o balanço menoselevado do nível de rendimento”.Confrontado com os dadospouco animadores da execuçãoorçamental dos primeiros 5 mesesdo ano, Luís Cabral concedeque será “muito difícil” atingir ameta do défice para este ano. “Éfácil criticar quer os economistas,quer o Governo pela falta decapacidade de previsão. Porém,acho que isso é errado, pois oGoverno reconhece, e nós também,que as previsões económicasfeitas em 2011 falharam”.Evitando acusar o Executivode seguir uma política económicaerrada, o docente sublinhaque a mesma “requer um reajustamento”.“Às tantas temos de ir de voltaà Constituição e saber fazer umaclara distinção entre aquilo quesão realmente direitos fundamentais,que não estão dependentesda conjuntura económicapara serem garantidos, comoo direito à vida, ou alterar a linguagemda Constituição”. Nofundo, prossegue Luís Cabral,o documento deveria apenas garantirque “o Estado portuguêsdeverá fazer todos os possíveispara que todos os cidadãos tenhamacesso à educação, à saúdee habitação em condições“Este revés ao plano do Governo implica que há aqui uma redução da despesaplaneada que deixa de ser possível” , afirma Luís Cabralfavoráveis. Este deve ser o teorde uma lei fundamental, independementeda conjuntura económica,ou da situação politicaque se viva”.Todavia, “está-se a tornar evidenteque, por mais que queiramosmanter estes direitos adquiridos,como o subsídio deférias, de Natal e outros, não sódos portugueses mas de todos oscidadãos em geral, estamos a entrarnuma quadratura do ciclo.Tal não é possível. Seria ótimoque isso acontecesse, mas, matematicamente,verificamos quenão”, sentencia o economista.Ricardo Reis: “São precisasmedidas de estímulo”Já para Ricardo Reis, docenteda Columbia University eigualmente orador convidadodo evento, as alternativas à disposiçãodo Governo passam, sobretudo,pelo “corte de um dossubsídios a todos os trabalhadoresquer do público, quer doprivado”, ou pela “redução dosRicardo Reis.Meta do déficepara 2012 será“muito difícil”de alcançarsalários da função pública em10% a 15%, como aliás se fez hádois anos, em valor equivalenteao subsídio de férias”. Em últimaanálise, a solução derradeirapoderia passar pela criação deum “imposto especial”, aponta.Questionado acerca da possibilidadede a economia nacionalentrar numa espiral recessiva, oeconomista hesita mas reconheceque o facto de “quando subimosimpostos pode ocorrer umadiminuição da receita, havendoassim mais recessão”. “Essa foi aespiral em que a Grécia entrou,todavia acredito que em Portugalnão estamos nem perto”, salvaguarda.Ainda assim, e “para que talnão aconteça, o Governo temde avançar com a regularizaçãodas contas públicas bem comocom as reformas estruturais”.Adicionalmente, salienta RicardoReis, “são precisas medidasde estímulo na economia nocurto prazo”, por forma a combatero efeito recessivo do aumentodos impostos e outros.“Tem havido algum bom trabalhodo Governo, sobretudo napromoção das exportações, maspenso que se poderia ter feitomais”, remata.FEP acolheu6º EncontroAnual do“PortugueseEconomicJournal”A Faculdade de Economia doPorto foi o palco escolhidopara esta sexta edição de umevento que tem por objetivoa “troca de impressões”sobre a economia poraqueles que fazem dela oseu objeto de investigaçãoe, simultaneamente,procurar definir “o que seráa economia daqui a algunsanos”, explica Luís Cabral.Porém, ressalva o docenteda New York University,“mais do que previsõeseconómicas”, procura-sedurante o congresso “tentarcompreender como funcionaa economia”, seja em termosmacroeconómicos ou sobretemas mais concretos, comoa economia do trabalho ouo comércio internacional.Na prática, mais do quesaber qual será a taxa decrescimento da economiano próximo ano o encontroprocura debater o que o paísnecessita “para resolveresta crise de crescimento”,respondendo à questão sobre“quais as transformaçõesestruturais na economiaportuguesa são necessáriospara que se transforme aeconomia em crescimento”.Numa outra perspetiva,Ricardo Reis, professorda Columbia University,salienta que este encontro“demonstra que já se fazciência económica emPortugal de uma formaséria, para publicar emrevistas internacionais,tal como se faz em todo omundo”. Nesse sentido,o evento “é uma amostrade que, comparado comhá sete anos, já se faz emPortugal aquilo que sefaz um pouco por todo omundo, que é investigaçãoe tentar perceber e evoluirno conhecimento”, remataRicardo Reis.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 41MERCADOSPetrolíferas europeias sofrem cortes na avaliaçãoA Nomura e o Credit Suisse reviram em baixa as perspetivas sobre o setor petrolífero europeu.Uma decisão que se traduz em cortes no preço das maioria das petrolíferas do Velho Continente.O papel das petrolíferas está numa tendência de descida, para neutral. Ainda que aempresa japonesa dê a recomendação de “compra”, apenas numa perspetiva de cortes no preçoobjetivo. A portuguesa Galp tem a indicação de “neutral”. Já a Total merece o conselho de“reduzir” por parte da Nomura.Alemanha diz que “troika” está a perder a paciência com a GréciaO Governo alemão avisou que a “troika” formada pela Comissão Europeia, pelo Banco CentralEuropeu e pelo Fundo Monetário Internacional está a perder a paciência com a Grécia.O novo Governo grego quer que os credores ampliem para dois anos as condições de cumprimentode poupança, no valor de 11,5 mil milhões de euros. A “troika” começa a levantar dúvidasque aquele país tenha vontade de avançar com as reformas necessárias. Há quem penseque se trata de mais uma estratégia para ganhar tempo.A NOSSA ANÁLISEBanco BIG com TANB de 5% a 3 mesespara novos clientesO Banco BIG tem umdepósito a prazo a três mesesque remunera uma TANB de5%. Especialmente pensadapara os novos clientes, estasolução exige, desde logo,a abertura de conta nainstituição online, cujo valormínimo é de 250 euros.Posteriormente, para aderirao Super Depósito 3 Meses,pode investir um mínimo de500 euros e um máximo de75 mil euros. A bonificação éatrativa mas tenha em atençãoque a mobilização antecipadapressupõe, de imediato, aperda de 25% dos juros.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptSuper Depósito para novosclientesEsta altura é especialmente propíciapara estar atento a formas de investimentoseguras e vantajosas. Por um lado, abanca sabe que, nesta época do ano, regrageral e apesar da conjuntura, as famíliastêm um orçamento familiar (ligeiramente)maior e uma crescente propensão paraamealhar e investir de forma segura. Emparalelo, as instituições financeiras estãosedentas de novo capital, pelo que, dentrodo possível, vão apresentando condiçõesmais convidativas para os clientes.Para quem ainda não aderiu à adesãode produtos financeiros em instituiçõesonline, como é o caso do Banco BIG, temagora uma oportunidade agradável e, emcontrapartida, receberá uma taxa de jurointeressante.As vantagens destes bancos, para alémda bonificação oferecida, reside no factode serem mais rápidos e, por vezes, maisfiáveis na execução, para além de não seremaplicadas despesas de manutenção,fruto de operarem em plataformas online.No caso específico deste Super Depósito3 Meses, o banco obriga, desde logo, àabertura de conta, algo que pode ser feitocom o mínimo de 250 euros. Trata-sede uma solução válida apenas para novosclientes (único titular e beneficiário), comnovos recursos (são considerados novosrecursos montantes provenientes de outrasinstituições de crédito) e durante osprimeiros três meses como cliente.De salientar que este depósito a prazo eos seus pressupostos não são acumulávescom outros superdepósitos.Mobilização antecipada penaliza25% dos jurosDesta feita, em troca de, no mínimo,500 euros e o máximo de 75 mil euros, oBanco BIG aplica uma TANB de 5%, oque se traduz numa TANL de 3,75%. Asua renovação, bem como eventuais reforçosnão são permitidos.Especial atenção merece o facto de, apesarde ser possível a mobilização antecipada docapital investido, se o mesmo acontecer, éaplicada uma perda de 25% dos juros. Osjuros são calculados sobre a totalidade dosaldo, pelo período do depósito, sem arredondamentode taxa. A convenção subjacenteao cálculo dos juros é anual/360 dias.No que concerne ao pagamento dosjuros, os mesmos, como habitualmente,serão creditados na conta à ordem na datade vencimento do depósito ou no dia útilseguinte ao da desmobilização antecipada,com arredondamento à centésima.Este produto está devidamente protegidopelo Fundo de Garantia de Depósitos,que garante reembolso até ao valor máximode 100 mil euros por cada depositante.CONSELHOS BP Portugal vende negócio do gás mas adia para setembro nome do compradorMARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptA BP Portugal adiou para setembro oanúncio do comprador do seu negócio degás, a BP Gás. Estava previsto que a empresao fizesse em julho, mas a decisão foi encaminhadapara o final das férias. O negócio estáavaliado em 300 milhões de euros e colocaem causa o futuro laboral de mais de 50 pessoas.A BP Gás, segundo a “<strong>Vida</strong> Económica”conseguiu apurar, tem cinco potenciais compradores.Três delas ainda não operam nomercado nacional e, alegadamente, ter-se-ãodisponibilizado não só a ficar com a totalidadedos trabalhadores envolvidos como contratarnovos postos de trabalho no país.Os restantes dois, e de acordo com fontepróxima, são o grupo Oz Énergie e a Cepsa,que têm já negócios no nosso país. No cenáriode ser um destes dois a adquirir a BP Gás,os trabalhadores envolvidos – que são cercade meia centena – ficam garantidamentecom os postos de trabalhos assegurados duranteum ano.A situação está a causar instabilidade internae externa. Internamente, os funcionáriosda BP Gás, cerca de metade na casa dos 50ou mais anos, receiam que, no primeiro diado segundo ano, percam os seus postos detrabalho. Na perspetiva externa, e perante aincerteza e futuro da chancela, alguns clientestencionam trocar os serviços por outras<strong>empresas</strong>. Até ao final do fecho desta ediçãoa “<strong>Vida</strong> Económica” tentou, sem sucesso,obter declarações por parte da BP Portugal.


42 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012MERCADOSPSI-20 - DIÁRIOAinda não é desta que se pode vislumbrar uma perspectivatécnica positiva no PSI20. Neste momento o índice está mesmocolado aos mínimos e arrisca partir os 5125 pontos. Se talsuceder, inicia-se nova vaga de vendas impulsivas. Notar aindaa existência de uma linha de tendência descendente desde oOutono de 2011, que vai limitando as recuperações do PSI20.Apenas seria possível ficar menos negativo para o índice casoessa linha e os 5630 pontos sejam quebrados em alta.DAX 30 - DIÁRIODesde Setembro de 2011, altura em que o DAX testou os5 000 pontos, que o índice alemão vem mostrando umatendência de alta, embora irregular e longe de atingir osmáximos históricos do passado. Após a rejeição clara dos 7200pontos, o índice voltou a encontrar suporte a 5900 pontos.Nesta altura, importa observar esse suporte e as resistências a6900 e 7200 pontos. Enquanto acima do suporte referido, oviés continua de alta para o DAX.Cortes do BCE arrastam taxas EuriborA medida de reduzir a taxa dosdepósitos junto do BCE para 0%levou a uma redução consideráveldos mesmos. Os bancos europeus,que se têm refugiado desta forma,começaram a procurar alternativasmais rentáveis, o que está air de encontro ao objectivo doBanco Central, que espera assimdireccionar algum dinheiro paraa economia real. Os depósitosque chegaram a totalizar 800 milmilhões de euros contabilizamagora cerca de 380 mil milhões deeuros. Apesar deste decréscimo,o cepticismo relativamente a estamedida reina, com vários analistasa duvidar que os bancos europeusexcedentários de liquidez voltem aconceder crédito dada a debilidadeactual da economia da Zona Euro.Entretanto, outra consequênciadas últimas medidas do BCE temsido o “deslizar” consecutivodas taxas Euribor. A tendênciade queda destas taxas continuaa ser uma regra, com a Euribor a3 meses a tocar novos mínimoshistóricos abaixo de 0,50% e aEuribor a 6 meses a recuar atéperto de 0,75%. De acordo comMERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIOYIELD CURVE EURO E DÓLARNoyer, muitos dos bancos daZona Euro não estão a beneficiardas taxas reduzidas dado queos custos de “funding” nomercado continuam elevados.Noyer sublinha ainda queestamos perante um problema detransmissão da Política Monetária,dado que aos olhos do mercado astaxas de juro reflectem os custosde “funding” da dívida públicado país em causa e não as fixadaspelo banco central.No que respeita a indicadoreseconómicos, uma quedasignificativa dos preços da energiaajudou a arrefecer os preçosdo consumidor na Zona Euroem Junho e acabou por dar apossibilidade ao BCE de cortaras taxas de juro. A inflação naZona Euro foi de 2,4%, numabase anual, o que a manteveem mínimos de 16 meses eaproximou-se do objectivode 2% do BCE. Mario Draghideclarou que a inflação está aabrandar a um ritmo superior aoperspectivado.Nas taxas fixas, os rendimentosda dívida alemã a dois anosYIELD 10 ANOS EURO “BENCHMARK”FILIPE GARCIAfilipegarcia@imf.ptcontinuam em terreno negativo,agora nos -0,05%, ocorrendo algosimilar com os títulos holandeses.Os investidores têm, deste modo,optado por adquirir obrigações aprazos curtos da Bélgica, Áustriae França, cujos retornos sãoligeiramente melhores. Entretanto,os investidores mantêm-serelutantes face a Espanha. Osinvestidores estrangeiros têmvindo a reduzir a sua exposiçãoà dívida espanhola e italiana.Espanha emitiu J 3,5 mil milhõesem bilhetes de tesouro a 12 e a18 meses, tendo pago 3,91% e4,24% respectivamente, face aos5,07% e 5,10% com que tinhaemitido nestes prazos no mêspassado. Este é o primeiro leilãoapós o anúncio de novas medidasde austeridade feito na semanapassada, e apesar de melhorias,continua a evidenciar nervosismodos mercados relativamente aeste país. Portugal, protegido peloprograma de assistência, emitiuesta semana em condições maisfavoráveis nos prazos comparáveis.ANÁLISE PRODUZIDAA 18 DE JULHO DE 2012Evolução euribor (em basis points)18.julho12 11.julho12 20.junho121M 0.179% 0.213% -0.034 0.379% -0.2003M 0.464% 0.512% -0.048 0.657% -0.1931Y 1.030% 1.084% -0.054 1.214% -0.1841.5001.4001.3001.2001.1001.0000.9000.8000.7000.6001Y6M3MEURIBOR - 3M, 6M E 1 ANO17-Apr 17-May 16-Jun 16-JulTaxas MMIT/N 0.071 W -0.012 W 0.131 M 0.152 M 0.213 M 0.356 M 0.649 M 0.781 Y 0.61CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAISMinium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50%Deposity Facility* 0,00%*desde 5 julho de 2012EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Suíça Target Libor 3M 0% - 0,25%Japão Repo BoJ 0,10%EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 0.360 0.4403X6 0.360 0.3901X7 0.662 0.6773X9 0.609 0.6246X12 0.564 0.61412X24 0.901 0.921*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1MEURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 0.660 1.9503Y 0.730 2.2905Y 0.660 1.0518Y 1.507 3.30710Y 1.729 3.52220Y 2.126 3.96530Y 2.160 2.175LEILÕES BCELast Tender17.julho.2012Minium Bid 0,75%Marginal Rate 0,75%Euro pressionadoEur/UsdNos últimos meses o Eur/Usdapenas tem confirmado as perspectivasde prazo mais longo.O câmbio está em tendência debaixa desde Abril de 2011, encontrando-sedentro de um canaldescendente deste o Outono doano passado e que permanece emvigor.Enquanto o Eur/Usd estiverabaixo de 1,28/1,30 o viés permanecede descida (dólar maisforte). Os próximos suportes ater em conta são 1,2150, 1.20(psicológico e protegido comopções “barreira”) e 1,1875 (mínimosde 2010). O mais provávelé que ainda se registem maisquedas antes de uma recuperaçãorelevante.Eur/JpyA tendência de longo prazopermanece descendente, comuma linha de tendência a marcaro ritmo da queda. Porém, há quenotar que, a acreditar na validadede uma outra linha, menos inclinada,o espaço para mais descidasno curto prazo é limitado.EUR/USDCARLOS BALULA carlosbalula@imf.ptFará sentido analisar o Eur/Jpy da seguinte forma: considerarque o viés é de baixa, estandoatento às resistências. Nesse caso,os níveis a superar para neutralizara tendência são 101,60,105,5 e 111,50 ienes por euro,sobretudo este último.Eur/GbpDesde o Verão de 2011 que oEur/Gbp iniciou uma trajectóriade queda, inserida numa estruturade pre-ços que é ainda globalmenteneutral no longo prazo.O câmbio segue dentro de umcanal descendente e após ter efectuadouma consolidação durantequase três meses, partiu em baixaos 0,82, confirmando o movimentode queda.O próximo objectivo em baixado Eur/Gbp está nos mínimosde finais de 2008, perto de 0.77libras por euro. Trata-se de umazona de preços muito transaccionavae que não deverá ser fácil dequebrar em baixa. Em termos demédio prazo, o Eur/Gbp só neutralizariaacima de 0,82 libras poreuro.FIXING Variação Variação Variação18.jul.12 Semanal (%) no mês (%) desde 1 jan. (%)EUR/USD 1.2234 -0.21% -2.83% -5.45%EUR/JPY 96.63 -0.53% -3.50% -3.56%EUR/GBP 0.7840 -0.53% -2.83% -6.14%EUR/CHF 1.2010 0.00% -0.17% -1.20%EUR/NOK 7.4825 0.11% -0.67% -3.50%EUR/SEK 8.4927 -0.54% -3.19% -4.70%EUR/DKK 7.4388 0.03% 0.07% 0.06%EUR/PLN 4.1795 0.24% -1.63% -6.25%EUR/AUD 1.1867 -0.72% -3.83% -6.73%EUR/NZD 1.5397 0.18% -2.22% -8.01%EUR/CAD 1.2399 -0.75% -3.67% -6.17%EUR/ZAR 10.0063 -0.59% -3.48% -4.55%EUR/BRL 2.4756 -0.57% -4.00% 2.47%


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 43MERCADOSGregos querem renegociação mesmo que tenhamde sair do euroA maioria dos gregos defende a renegociação do resgate financeiro mesmo que isso impliqueo abandono da zona euro. De acordo com uma sondagem do semanário grego“To Vima”. 73,9% dos cidadão do país querem que as autoridades nacionais insistamna renegociação das condições impostas, admitindo o risco de sair da moeda única,enquanto apenas 15,5% defende que o Executivo deve cumprir os compromissos assumidos.Irão perde proeminênciano petróleoA Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos abriramnovas condutas, ultrapassando o Estreito de Ormuz, poronde passa 20% do fornecimento mundial de petróleo eque tem sido repetidamente ameaçado. “Esta decisão reduziráo poder de Teerão sobre os mercados de petróleo”,segundo a corretora XTB.TítuloTÍTULOS EURONEXT LISBOATÍTULOS MERCADOS EUROPEUSÚltimaCotaçãoVariaçãoSemanalMáximo52 SemMínimo52 SemEPS EstActEPS EstFutPAINEL BANCO POPULARTítuloÚltima Variação Máximo 52 Mínimo EPS Est EPS Est PER Est PER Est Div. YieldDiv. Yield EstCotação Semanal Sem 52 Sem Act Fut Act Fut IndData Act Hora ActALTRI SGPS 1.138 0.09% 1.470 0.945 0.098 0.128 11.612 8.891 1.76% 0.70% 18-07-2012 16:35:00B. COM. PORT. 0.098 -1.01% 0.363 0.073 -0.017 0.011 -- 8.909 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00B.ESP. SANTO 0.530 -1.49% 1.695 0.434 0.066 0.108 8.030 4.907 -- 0.38% 18-07-2012 16:35:00BANIF-SGPS 0.120 0.00% 0.555 0.100 -0.040 0.010 -- 12.000 -- -- 18-07-2012 16:35:00B. POP. ESP. 1.460 -8.75% 3.900 1.460 -0.127 0.127 -- 11.496 12.31% 0.00% 17-07-2012 17-07-2012BANCO BPI 0.545 3.71% 1.076 0.338 0.069 0.076 7.899 7.171 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00BRISA 2.712 15.90% 3.680 2.191 0.108 0.099 25.111 27.394 -- 10.25% 18-07-2012 16:35:00COFINA,SGPS 0.340 0.00% 0.820 0.270 0.070 0.065 4.857 5.231 2.94% 2.94% 18-07-2012 16:36:02CORT. AMORIM 1.400 6.06% 1.650 1.010 0.250 0.250 5.600 5.600 4.64% 5.71% 18-07-2012 16:29:20CIMPOR,SGPS 3.850 5.48% 5.700 2.930 0.330 0.373 11.667 10.322 4.31% 4.86% 18-07-2012 16:37:24EDP 1.963 1.71% 2.537 1.628 0.290 0.278 6.769 7.061 9.42% 9.68% 18-07-2012 16:36:32MOTA ENGIL 1.006 0.90% 1.388 0.951 0.215 0.233 4.679 4.318 10.93% 12.43% 18-07-2012 16:35:00GALP ENERGIA 10.880 2.26% 16.100 8.330 0.432 0.601 25.185 18.103 3.13% 2.14% 18-07-2012 16:35:00IMPRESA,SGPS 0.340 -5.56% 0.650 0.260 0.015 0.010 22.667 34.000 -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00J. MARTINS 13.450 1.24% 16.070 10.660 0.652 0.783 20.629 17.178 2.04% 2.42% 18-07-2012 16:35:00MARTIFER 0.610 1.67% 1.320 0.560 -0.040 0.000 -- -- -- -- 18-07-2012 16:35:00NOVABASE 1.880 3.87% 2.740 1.610 0.195 0.220 9.641 8.545 1.60% 3.72% 18-07-2012 16:35:00GLINTT 0.100 -9.09% 0.230 0.090 -- -- -- -- -- -- 18-07-2012 12:58:34P. TELECOM 3.640 0.03% 6.440 3.003 0.383 0.403 9.504 9.032 23.90% 12.75% 18-07-2012 16:35:00PORTUCEL 1.930 1.85% 2.230 1.680 0.254 0.247 7.598 7.814 11.45% 8.65% 18-07-2012 16:35:00REDES E. NAC. 2.001 -0.94% 2.374 1.806 0.270 0.288 7.411 6.948 8.45% 8.25% 18-07-2012 16:35:00S. COSTA 0.160 6.67% 0.440 0.140 0.000 0.020 -- 8.000 -- -- 18-07-2012 16:35:00SEMAPA 4.891 -2.57% 7.443 4.602 0.895 1.028 5.465 4.758 5.21% 5.21% 18-07-2012 16:39:04SONAECOM 1.278 0.39% 1.550 1.039 0.146 0.149 8.753 8.577 5.48% 4.85% 18-07-2012 16:35:00SONAE,SGPS 0.447 3.95% 0.700 0.366 0.047 0.058 9.511 7.707 7.40% 7.38% 18-07-2012 16:35:00SONAE IND. 0.550 1.48% 1.300 0.384 -0.172 -0.075 -- -- -- 0.00% 18-07-2012 16:35:00SAG GEST 0.340 13.33% 0.550 0.280 -0.040 -0.010 -- -- -- -- 18-07-2012 14:58:34TEIX. DUARTE 0.200 -9.09% 0.420 0.170 -0.290 0.050 -- 4.000 -- 10.00% 17-07-2012 17-07-2012Z. MULTIMEDIA 2.183 -0.18% 3.135 1.760 0.128 0.166 17.055 13.151 7.33% 7.42% 18-07-2012 16:35:00PAINEL BANCO POPULARDT. TELEKOM 9.378 7.48% 10.940 7.688 0.632 0.663 14.796 14.104 7.48% 7.46% 18-07-2012 16:35:15VOLKSWAGEN 131.95 5.06% 138.800 82.350 24.650 24.513 5.349 5.379 2.28% 2.89% 18-07-2012 16:35:14ING GROEP 5.357 2.68% 8.382 4.213 1.140 1.281 4.699 4.182 -- 0.50% 18-07-2012 16:35:53Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão nãoé totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou vendaem qualquer dos títulos mencionados.PER EstActPER EstFutDiv. YieldIndDiv. YieldEstB.POPULAR 1.47 -8.92% 3.912 1.420 -0.127 0.127 -- 11.575 10.88% 1.97% 18-07-2012 16:38:00INDITEX 81.49 0.85% 83.150 52.035 3.607 4.042 22.592 20.161 1.96% 2.57% 18-07-2012 16:38:00REPSOL YPF 12.55 -2.56% 24.230 11.065 1.584 1.737 7.923 7.225 8.78% 6.92% 18-07-2012 16:38:00TELEFONICA 9.894 -1.89% 16.520 8.814 1.275 1.338 7.760 7.395 13.14% 12.76% 18-07-2012 16:38:00FRA. TELECOM 11.12 7.60% 14.570 9.450 1.309 1.256 8.495 8.854 12.59% 11.08% 18-07-2012 16:37:28LVMH 120.5 3.30% 136.800 94.160 7.300 8.138 16.507 14.807 2.16% 2.48% 18-07-2012 16:36:09BAYER AG O.N. 59.06 2.86% 59.100 35.360 5.209 5.738 11.318 10.274 2.80% 2.98% 18-07-2012 16:35:30DEUTSCHE BK 25.66 -3.61% 39.855 20.785 4.612 5.316 5.583 4.844 2.92% 3.05% 18-07-2012 16:35:23Data ActHora ActVÍTOR NORINHAvnorinha@gmail.comMercado espera novasoportunidadesOs vários mercados de valores europeus estão sem orientaçõesdefinidas. Esperam notícias e iniciativas. A crise da dívida soberananos periféricos continua a preocupar e, por isso, a procura de refúgiona dívida pública alemã, finlandesa e francesa levou os investidores aaceitarem dívida com rendibilidade negativa.A nível de obrigações, os emitentes estão a revelar bonscomportamentos, caso de Portugal, que já tem assegurado 95% das suasnecessidades de refinanciamento. Espanha e Itália conseguiram melhoresemissões, mas no mercado secundário os preços têm subido. Um dadotambém relevante, e que foi evidenciado numa nota da corretora XTB,foi a possibilidade de o BCE vir a apoiar o pedido irlandês para facilitaros termos do pacote de ajuda, o que representa uma mudança grande naposição do banco central.No entanto, a nível de crescimento das economias as notícias nãosão as melhores para a zona euro, enquanto nos EUA as atençõesestavam centradas no discurso do presidente da Fed, Ben Bernanke.As afirmações não foram novidade, tendo-se limitado a dizer que ainstituição está preparada para introduzir novas medidas de estímulomonetário, caso as condições económicas se deteriorem. Neste mercadoo realce vai para a recuperação da confiança dos empresários. Esteindicador registou, em julho, uma subida expressiva, adianta umaanálise do Millennium bcp.Este ambiente não é favorável ao mercado de capitais, que se manteránum marasmo. Na Bolsa portuguesa tem havido alguma animação naOPA à Brisa, depois dos dois oferentes terem revisto em alta (mais 10cêntimos por ação) o preço para 2,76 euros por título e a CMVM teraceite o registo da mesma. Um outro título que merece atenção dosinvestidores é o da Cimpor, que tem um “free-float” inferior a 5%. Estetítulo tem mantido um bom volume de transações, embora a cotaçãoesteja bastante abaixo do preço da OPA. O oferente conseguiu obtermais de 90% do controlo da empresa, mas questões técnicas impedemo lançamento da oferta potestativa sobre o restante capital. O títulocaiu bastante porque irá ficar sem liquidez, mas há investidores queacreditam que uma ação a três euros tem pouco a ver com o valor daempresa, o que os leva a acreditar que a empresa poderá fazer comprasem mercado secundário para obter o restante capital.Entretanto, os títulos mais líquidos registam quedas acentuadasno mercado de valores português, caso da Portugal Telecom, daJerónimo Martins ou da EDP. A queda desta última está relacionadacom o anúncio da queda de vendas de electricidade na Ibéria duranteo semestre, da ordem dos 4,1% em termos homólogos. No entanto,o facto de actuar no mercado regulado também penaliza. As outrasduas <strong>empresas</strong> não têm notícias novas, mas mantêm elevada liquidez.No setor financeiro as <strong>empresas</strong> mantêm-se deprimidas, tanto maisque o mercado doméstico tende a complicar-se com o aumento dosincumprimentos. Notícias como a melhoria do rating de alguns bancoscomo o BCP e o BPI pela Fitch não tiveram impacto.Os investidores continuam a olhar para o mercado como um todo,sendo que a atividade económica portuguesa está cada mais deprimida(o indicador do INE de maio relativamente à atividade económicaconfirma isso mesmo). Este cenário tem vindo a piorar ao longo dosúltimos 18 meses e para este ano estima-se que o consumo das famíliascai mais de 6%.PUBA nossa energia épara a sua empresa!Encontre nas soluções PME Power a energia para o crescimento,a consolidação e a competitividade da sua empresa.


44 SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2010MARKETINGMars Ice Cream transforma o M&M’s em geladoA Mars Ice Cream, empresa detentora da marca M&M’s, lançou o gelado M&Ms Ice Cream.O produto quer afirmar a chancela no mercado como “a sobremesa ideal” e tem como metareforçar a mensagem da marca em criar mais momentos de partilha e diversão entre os amigose família. Com uma aposta forte no verão, Mars Ice Cream encara a sazonalidade dos seusgelados como um negócio e centra a sua estratégia na produção.Famílias lusas recebemoito panfletos publicitáriospor semanaAgros adotaembalagenspedagógicasA flexibilidade com que as campanhas com folhetos são organizadas permite responder às necessidades dos marketeers.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptEm média, as famílias portuguesas recebemoito folhetos publicitários por semananas suas caixas de correio. Um númeroque, a título de exemplo, contrasta claramentecom a Holanda, país onde os núcleosfamiliares recebem cerca de 37. NaEuropa, a média é de 12, mas Portugal,Espanha, Bélgica, Itália e Países Baixos sãoos países, onde se constata um maior volumede queda de investimento neste tipo depublicidade por parte das marcas.Os dados são avançados pela MediapostPortugal, empresa de marketing relacionalrepresentante no nosso país da EuropeanLetterbox Marketing Association (ELMA).Em causa estão os resultados do primeiroestudo pan-europeu sobre os folhetos media(door drops) distribuídos porta a porta,que abrangeu 20 mercados.Entre outros aspetos, o estudo concluiuque o mercado de distribuição publicitáriana Europa ascende a cerca de 108 milmilhões de itens, com um valor médio de3,8 mil milhões de euros investidos neste“media” (folhetos publicitários).A pesquisa constatou que o volumede mercado aumentou 0,5% e gastou-se1,5% mais em relação a 2009. No ano anteriortinha-se verificado uma diminuiçãoglobal em volume, resultante do início darecessão, mas o sector rapidamente recuperoudevido principalmente aos resultadosnos países de Leste.Outros países que tiveram também umcrescimento importante entre 2009-2010foram a Áustria, Noruega, Alemanha e Suíça.As maiores quedas em volume foramna Bélgica, Itália, Países Baixos, Portugale Espanha.Os maiores volumes por país em 2010foram os da Alemanha (31,5 mil milhões),França (19 mil milhões), Holanda (11684 milhões) Itália (8100 milhões) e ReinoUnido (7905 milhões de unidades). Ovolume total em Portugal encontra-se emdécimo terceiro, com 1656 milhões deexemplares.Mercado continua em crescimentoSobre o estudo, Pedro Barroso, administradordelegado da Mediapost Portugal, refereque “os dados do estudo são positivos,pois confirmam que o mercado continuaem crescimento, mostrando assinalável resiliênciaface à contração nos investimentosque se verificaram na generalidade dos outrosmedia. A nível europeu, apenas existeuma pequena contração no Sul da Europa.E, curiosamente, os países onde se verificaum maior aumento das campanhas comfolhetos publicitários são também aquelesem que se verifica igualmente um maiorrecurso aos “media online”, o que traduza excelente complementaridade entre estesdois canais”.Por seu turno, Mark Davies, presidentee managing director da TNT Post, afirmaque “o bom resultado no crescimento doDistribuição publicitáriana Europa investe 3,8mil milhões em folhetospublicitáriosvolume médio do mercado do “media”folheto na Europa resulta nomeadamenteda excelente relação custo-eficácia, principalmentena era digital atual. Outro elementochave para este sucesso consiste naflexibilidade com que as campanhas comfolhetos são atualmente organizadas e quepermite responder às necessidades dos marketeersno atual contexto económico. Éum importante setor de marketing na Europae acreditamos no seu crescimento.”Em termos de número médio de folhetossemanalmente recebidos pelas famíliasna Europa, há uma diferença significativa.As famílias na Holanda recebem em média37 folhetos por semana, em comparaçãocom a Irlanda e Roménia que recebemapenas dois. O número médio de itens recebidospelas famílias em toda a Europa é12 e de 8 em Portugal.A ELMA representa os principais distribuidorespostais europeus de folhetos,panfletos, catálogos, jornais e amostrasgrátis de produtos. Mais de 132 mil pessoastrabalham para as <strong>empresas</strong> dentroda ELMA, dos quais a grande maioria sãodistribuidores.A Agros eliminou o cartão dos packs de leitee iogurtes biológicos e as suas embalagens sãofeitas de matérias-primas renováveis.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptA Agros acaba de renovar as suas embalagens.Focada na demonstração dasua preocupação com o futuro do planeta,investiu numa linha de packagingmais educativa e amiga do ambiente.Trata-se de um traço quase infantil,através da qual a linha gráfica de AgrosBiológico clarifica de forma simples asvantagens de ser biológico para o consumidore para o ecossistema. Atravésde comunicado, a marca explica que “asembalagens são certificadas pelo FSC,garantia de que a embalagem resulta dematérias-primas renováveis provenientesde florestas cujas operações são realizadasde forma ecologicamente correta,socialmente justa e economicamenteviável”.Na senda dos cuidados ecológicos e daresponsabilidade ambiental, a Agros eliminouainda o cartão dos packs de leitee iogurtes biológicos.Esta marca portuguesa tem conseguidoganhar mercado crescente, nomeadamenteno segmento biológico de leitese iogurtes, com quotas na ordem os 80e 50% respetivamente. De salientar queestes números da Agros dizem respeito,especialmente, ao mercado láteo a Norte.


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 45MARKETINGJosé Machado é o novo diretordo IPAM AveiroA Tributação das Sociedadesnão residentes sem estabelecimentoestável em PortugalAutor: Natália Maria da Silva Cardoso PintoPáginas: 240 (15,5 x 23 cm)P.V.P.: € 17Para José Machado, diretor do IPAM Aveiro, o carisma é a caraterística mais importante de umlíder.MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptTem 34 anos e passou a maior parteda sua carreira focado na gestão e naeconomia. Exerceu funções nos setoresautomóvel e saúde e acaba de abraçar aárea do ensino. José Machado é o novodiretor do IPAM – The Marketing Schoolde Aveiro.Licenciado em Economia pela UniversidadeLusíada e doutorando em CiênciasSociais na Universidad Rey Juan Carlos,em Madrid, José Machado é natural deAveiro e tem agora como missão consolidare potenciar o trabalho desenvolvidopela escola na região, ao longo dos últimos20 anos.José Machado iniciou a atividade profissionalna Pronefro – empresa portuguesasediada na Maia, especializada no fabricode dispositivos médicos para hemodiálises–, onde exerceu o cargo de controller financeiroque, mais tarde, haveria de conciliarcom o de diretor de compras/logística.Posteriormente, assumiu funções no ramoautomóvel, mais concretamente de gerenteda Solabor e de controller de gestão da RenaultCACIA, e na indústria de mobiliárioe da robótica, enquanto economista doGrupo Motofil, tendo fundado, em 2011,a empresa de consultoria ControlPlanConsulting.O carisma como uma metaFLAG forma especialistasem marketing digitalConvicto de que o carisma é a caraterísticamais importante de um líder, José Machadocultiva no seu quotidiano o envolvimentoe não abdica do controlo de gestãorígido, nem da equidade de tratamento. Aleitura de livros de natureza técnica, nomeadamentede gestão, marketing e comportamentoempresarial, ocupa grande partedo pouco tempo livre.Robert Kaplan, professor da HarvardBusiness School e criador do método balancedscorecard, é o seu autor de eleição,que assume já ter lido toda a vasta obra doteórico norte-americano.Códigos FiscaisAutor: Joaquim Fernando RicardoPáginas: 944 (14,8 x 21 cm)P.V.P.: € 30A Tributação dosEstabelecimentos EstáveisAutor: José Carlos AbreuPáginas: 200 (15 x 23 cm)P.V.P.: € 15MARTA ARAÚJOmartaaraujo@vidaeconomica.ptA Academia FLAG vai lançar, em setembro,uma nova edição da formação em MarketingDigital. Chama-se Academia deMarketing Digital e tem como pressupostopromover a preparação de profissionaisde marketing, comunicação e publicidadeespecializados em marketing digital, ficandoestes aptos a compreender, planear edesenvolver estratégias globais de comunicaçãoque integram eficaz e eficientementeos meios digitais.Com esta ação, a FLAG pretende “proporcionaraos participantes, o acesso à atividadede especialista de marketing digital,através do desenvolvimento de competênciase oportunidades de investigação quetenham por intenção a especulação, a experimentaçãoe a interdisciplinaridade demeios e ferramentas”, explica o organismoatravés de comunicado.Apostando num “programa inovador”,a Academia FLAG de Marketing Digitalvisa “formar profissionais de marketing,comunicação e publicidade, capazes deresponder eficientemente às necessidadesdo mercado atual, recorrendo, de formaintegrada, aos mais recentes e eficazes instrumentosde marketing digital”, refere.A FLAG pretende diferenciar-se dasdemais soluções formativas no mercado,ao apresentar o programa curricular maiscompleto do mercado, pela forte componenteprática e equipa de formadores especialistasque atuam diariamente nos maisdiversos campos do marketing digital, privilegiandoa aprendizagem do saber-fazer.Este programa tem a duração total de417 horas e irá ocorrer nas instalações daFLAG em Lisboa e Porto.As candidaturas à Academia FLAG MarketingDigital são feitas através de agendamentode entrevista de admissão no centrode Formação da FLAG. Nesta altura, estáa decorrer a primeira fase de candidaturas(e que terminará a 3 de agosto), fase estaem que todos os candidatos selecionadosterão um desconto promocional no valorde 200 euros.encomendas@vidaeconomica.pt 223 399 400Compre já em http://livraria.vidaeconomica.pt Sim. Desejo que me enviem exemplar(es) da(s) seguinte(s) obra(s): A Tributação das Sociedades não residentes sem estabelecimento estávelem Portugal - € 17 (IVA incl.) A Tributação dos Estabelecimentos Estáveis - € 15 (IVA incl.) Códigos Fiscais - € 30 (IVA incl.) Envio cheque nºno valor de , euros. Solicito o envio à cobrançaNOMENº CONTRIB. TELEF.MORADAC. POSTALASSINATURAsobre o Banco


ENQUADRAMENTO:Este prémio tem como objectivo distinguir as <strong>empresas</strong>empreendedoras, independentemente da sua dimensão.VANTAGENS ASSOCIADAS:imprensa)da EmpresaCATEGORIAS:As <strong>empresas</strong> podem candidatar-se nasseguintes categorias:Gestão - Distingue a organização comdesempenho excepcional,visão estratégica e sistemas degestão que permitam melhorarcontinuamente o seu desempenho.Produto/serviço - Prémio para odesenvolvimento de um novoproduto ou serviço que representeum contributo relevante para odesempenho da Empresa.Processo - Distinção para odesenvolvimento e aplicação deuma nova tecnologia/processode produção/comunicação quedê uma contribuição relevante osresultados atingidos.CANDIDATURAS:Para formalização da Candidatura deveráser preenchido o respectivo formulárioe enviado para Patrícia Flores, email:patriciaflores@vidaeconomica.pt até15/07.As candidaturas rececionadas após esta datanão serão admitidas a concurso:Formulário disponível: www.vidaeconomica.ptCALENDÁRIOApresentação de Candidaturas 15/07Avaliação de Candidaturas 15/08Decisão de Premiados 01/09Entrega de Prémios 20/09ORGANIZAÇÃO:AVALIAÇÃO DAS CANDIDATURAS:Os critérios que presidirão a análise eseleção das <strong>empresas</strong> são os seguintes:A Comissão de avaliação procederá a atribuição deuma menção honrosa para cada categoria.Caso em sede de avaliação a comissão entenda quenenhuma candidatura possui os requisitos mínimosreserva-se o direito de não atribuir qualquer prémio.Não há lugar a recurso das decisões da Comissão deAvaliação.PARCEIROSCategoriaGestãoProcessosProdutos/serviçosCoordenação doPrémioInstituição


SEXTA-FEIRA, 20 DE JULHO 2012 47EM FOCOSemana de Santiago 2012Celebra-se no próximo dia 25 de Julho a festa litúrgica de Santiago Maior. Para comemorara efeméride a Igreja de Santiago de Lisboa irá realizar durante a semana de 22 a 28 deJulho, um conjunto de iniciativas que visam celebrar a data e dar a conhecer à populaçãolisboeta a mística associada ao culto do Apóstolo, bem como o Caminho de Peregrinaçãoaté Compostela.NOVO PRESIDENTE DA ESCOLA SUPERIOR DE BIOTECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PORTO ASSUME“Queremos liderar a investigaçãode translação no domínio do agroalimentar”TERESA SILVEIRAteresasilveira@vidaeconomica.ptEm nome do princípio de que “é importantepuxar para cima” para que “na regiãoNorte não haja a Universidade do Porto eo deserto à volta”, o até aqui pró-reitor daUniversidade do Porto (UP) para as relaçõesempresariais, Emídio Gomes, aceitouo desafio de se deixar “emprestar” por trêsanos para liderar a Escola Superior de Biotecnologia(ESB) da Universidade CatólicaPorto.Em entrevista à “<strong>Vida</strong> Económica”,Emídio Gomes elogia o “projeto de prestígioda ESB naquilo que é o ensino e ainvestigação nos setores da biotecnologia”e diz querer “ajudar a uma situação menosfácil que a Escola atravessou nos últimosanos”, acreditando que “faz sentido queuma instituição como a Universidade Católica,que se lançou num domínio das ciênciasbiológicas”, deva “ser ajudada”.“Queremos ser líderes na investigação detranslação em Portugal em especial no domíniodo agroalimentar”, afirma Emídio Gomes,frisando que “não há muitas universidadesno país que tenham feito esta aposta, comesta qualidade, com uma área de investigaçãotão forte e tão líder como é a investigação embiotecnologia na Católica do Porto”.Seguro de que as <strong>empresas</strong> “estão sempredisponíveis para aquilo que as ajude a ganhardinheiro”, Emídio Gomes revela quea ESB já tem parcerias com “mais de 50Católica, UTAD e Universidade do Porto lançamdoutoramento em viticultura e enologia“Juntando as forças” da Universidade Católica (UCP), da Universidade de Trás-os-Montese Alto Douro (UTAD) e da Universidade do Porto (UP), vai ser apresentado à Agência deAvaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) o projeto de um doutoramento único,em consórcio, em viticultura e enologia. À “<strong>Vida</strong> Económica” Emídio Gomes diz tratar-sede “um projeto estratégico para a região”, que deverá arrancar em 2013.“A Católica, sozinha, fazia menos bem, a UP, sozinha, se calhar nem conseguia fazer e aUTAD, sozinha, também fazia menos bem”, explica o diretor da ESB. A solução é, pois,avançar em consórcio, porque “juntos somos muito melhores” e “acreditamos que é umaproposta imbatível”. Para Emídio Gomes, “é por aqui que a região vai lá”.O novo doutoramento em viticultura e enologia é “um projeto estratégico para a região”, quedeverá arrancar em 2013, revelou Emídio Gomes à “<strong>Vida</strong> Económica”.<strong>empresas</strong>”. Acaba, aliás, de ver aprovadas“seis candidaturas a vales de inovação”, novalor de 300 mil euros”.“São parcerias diretas de serviços especializadosa <strong>empresas</strong>”, explica Emídio Gomes,notando que “é dinheiro das <strong>empresas</strong>,com apoio do QREN, em parte”, como objetivo de “focar na investigação detranslação com o tecido produtivo” paradaí “obter retorno económico”.Rejeitando estar “dependente do eráriopúblico”, o diretor da ESB quer “uma investigaçãoem que 60% a 70% das receitasadvenham da ligação ao tecido privado”,pois “só assim poderemos ser mais bem sucedidosna colocação dos alunos e o tecidoprodutivo terá uma maior ligação com aEscola”.A propósito da notícia “MinistérioPublico vai investigar fraude contributivanos Hospitais Públicos”, difundida naedição de 06.07.2012 do Jornal “<strong>Vida</strong>Económica”, somos a esclarecer oseguinte:O Centro Hospitalar de São João nãodiminuiu, nem de forma intencional, comoprocura indiciar a notícia, nem de formanegligente, quaisquer contribuições àSegurança Social.Para um cabal e inequívoco esclarecimentodesta questão, procuraremos dar o devidoenquadramento e clarificação:Com o processo de transformação dasunidades hospitalares portuguesas emEntidades Públicas Empresariais (EPE),que se tem vindo a concretizar nos últimosanos para todas as instituições hospitalaresportuguesas, os hospitais públicosportugueses passaram a ter a atípicasituação de dispor nos seus recursoshumanos de trabalhadores com Regime deContrato de Trabalho em Funções Públicas(RCTFP) e trabalhadores com ContratoIndividual de Trabalho (CIT). Ora, cadaregime laboral é regido por legislaçãoprópria e impõe algumas diferenças.Dá-se assim o caso de repetimos, todasas instituições hospitalares do paísque passaram por este processo detransformação da sua natureza jurídicade Sector Público Administrativo (SPA)para Entidade Pública Empresarial(EPE) disporem dentro da Instituiçãode trabalhadores com as mesmasqualificações, com as mesmas funções,mas com um regime jurídico-laboraldistinto - uns trabalhadores regidos peloregime de contrato de trabalho em funçõespúblicas, outros regidos pelo Código deTrabalho.Ora, uma das diferenças substanciaisreside na duração do período de trabalho.Enquanto o período de trabalho para umtrabalhador com RCTFP será de 35 horassemanais, já para um trabalhador com CIT,ainda que com as mesmas qualificaçõese para as mesmas funções, já será de40 horas semanais. Neste sentido, oCentro Hospitalar de São João, tal comooutras instituições hospitalares do país,de forma a colmatar esta situação deinjustiça, criou um prémio de assiduidadeaos trabalhadores com CIT. Prémioesse que tinha como escopo equivalera remuneração entre trabalhadorescom as mesmas qualificações e para asmesmas funções, em honra ao PrincípioConstitucional de “Trabalho igual, salárioigual”.No entanto, esse prémio de assiduidade,dado o facto de estar dependente daassiduidade dos trabalhadores, tinha umaCOLUNA DO LEITOR“Ministério Público vai investigar fraude contributiva nos hospitais públicos”natureza de remuneração variável. Ora,visto ter uma natureza de remuneraçãovariável, não sofria qualquer descontocontributivo. Reiterando e para cabalesclarecimento: o prémio de assiduidade,visto estar dependente da assiduidade dostrabalhadores e como tal ter uma naturezavariável, não estava, legalmente, incluídona base de incidência contributiva deprestações sociais!E assim foi até à entrada em vigor doCódigo Contributivo em Janeiro de 2011.(…)Assim, como procuramos explanar,até à entrada em vigor do novo CódigoContributivo não eram devidas, legalmente,quaisquer deduções contributivas sobre oprémio de assiduidade, sendo que a partirda entrada em vigor do referido diploma,tais prémios passaram a incorporar abase de incidência contributiva. Comotal, desde Janeiro de 2011, isto é,desde a entrada em vigor do novo códigocontributivo, o Centro Hospitalar de SãoJoão procede a todos os descontos paraprestações sociais sobre os referidosprémios de assiduidade, tal como passou aser legalmente previsto.Assim sendo, esperamos poder teresclarecido que nunca o Centro Hospitalarde São João se eximiu à responsabilidadede proceder às devidas contribuições àsegurança social, procedendo antes deacordo e no escrupuloso cumprimento dalegislação.Também se informa, por tal estarindiciado na notícia que motiva esteesclarecimento, que o Centro Hospitalar deSão João não paga quaisquer “prémios deprodutividade”.CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTROHOSPITALAR DE SÃO JOÃONOTA DE REDAÇÃOA argumentação utilizada pelo Hospital deSão João não pode ser considerada válida.Não é verdade que – relativamente aosprémios de produtividade/assiduidade — oregime tenha sido alterado com o CódigoContributivo.Os ditos prémios estão, desde 1983, sujeitosa descontos. Aliás, o art. 2, alínea d), doDecreto Regulamentar n.º 12/83, de 12de Fevereiro, não faz depender o referidoprémio de ser ou não variável ou de estar ounão assegurado à partida, como sustenta oHSJ para justificar o facto de não fazer osdescontos devidos. Conforme se depreendedeste diploma, desde que seja pago, temde ser sujeito a descontos, seja qual for omontante em causa.


Uma ediçãoCompre já em http://livraria.vidaeconomica.ptNº 1454 / 20 de julho 2012 Semanal J 2,20 Portugal ContinentalAutor: <strong>Vida</strong> Económica Páginas: 176 P.V.P.: € 4,90Revisãono créditoà habitaçãosó em setembroTudo leva a crer que asnovas regras para o crédito àhabitação só deverão aparecerem setembro. O grupode trabalho composto pelospartidos no poder entendeque não tem condições paraapresentar a proposta antesdas férias parlamentares. Aoposição criticou esta posição.Diz aquele grupo que énecessário encontrar soluçõesequilibradas entreos consumidores e a banca.“Não se pode resolvero problema das famílias ecriar um problema para osbancos.” O maior partidoda oposição contrapõe queo ideal seria que os deputadosque fazem parte do grupode trabalho começassemjá a afinar as novas regras,concluindo aqueles pontosque mais consenso geramentre os partidos. Afinal, diza oposição em bloco, existemfamílias que estão emsérias dificuldades e muitasestão a entregar as respetivashabitações.Insolvênciascrescem 41,6%no semestreAs fortes restrições à procurainterna levaram a umaforte aceleração das insolvências,avança o estudoda Coface Serviços sobre asações de insolvência, créditosvencidos e constituições.No 1º semestre as insolvênciasaumentaram 41,6%em termos homólogos, ouseja, mais 1291 <strong>empresas</strong>,num total de 4395.Cerca de 60% das insolvênciasresultam de açõesapresentadas pelas próprias<strong>empresas</strong>.A construção civil e imobiliário/larsão os setores eatividades onde há maiorrisco. Estas fileiras estãomuito expostas ao mercadointerno, tendo contribuídocom 375 insolvências parao total do aumento observadono 1º semestre de 2012.O segundo setor com maiorrisco é o da distribuição nãoautomóvel, com 339 insolvências.A nível geográfico, asmaiores ocorrências aconteceramnos distritos de Aveiro,Porto e Braga, e representam82% das <strong>empresas</strong>ativas da fileira moda.A TENDÊNCIA(?)Portugal: a evolução da taxa de produtividade no longo prazo(a preços constantes e por pessoa empregue)Fonte: Anexo Estatístico da Economia Europeia; Maio de 2012, Comissão EuropeiaCOMENTÁRIO:Após o período de ouro de 86-90 a tendência da taxa de crescimento da produtividade(já de si baixa), tem sido de diminuir.JORGE A.VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor CatedráticoInstituto de Liberdade EconómicaLIBERTASeconomicfreedom@mail.telepac.ptwww.institutoliberdadeeconomica.blogspot.comO ENDIVIDAMENTO E ANEGOCIAÇÃO COM A BANCALisboa11 setembroPorto17 setembroHorário: (7horas)9h30 às 13h e 14h30 às 18hPreços*:Público Geral: G140Assinantes <strong>Vida</strong> Económica: G110*acresce o IVAOrganização:INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:<strong>Vida</strong> Económica – Patricia FloresTel.: 223 399 466Fax: 222 058 098E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.ptObjectivos:Preparar os participantes a tirarem partido dosbenefícios duma boa negociação com a Banca eoutros organismos financeiros.Público-alvo:Empresários, Directores Financeiros e outrosquadros que sejam responsáveis nas <strong>empresas</strong>,pela negociação com a banca e com outrosorganismos financeiros.Formador:Professor Dr. Agostinho CostaPrograma:1. As dificuldades das <strong>empresas</strong>: sinais e ameaças2. A análise de risco da empresa por parte da banca3. A prestação de informação às instituiçõesbancárias4. O diálogo empresa - banco5. Como uma PME deve Negociar com a banca6. O Relançamento de Empresas em dificuldadesNOTA DE FECHOJOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR ADJUNTOjlsousa@vidaeconomica.ptCentros de indecisãonacionalO programa de ajuda externa colocou a ordem do diaos limites à autonomia e capacidade de decisão nacionais.A questão não é nova. Pelo facto de pertencer à UniãoEuropeia, já existem limites à ação do Governo nacionalque têm de ser respeitados em diversos domínios e sobo controlo das instituições europeias. No caso de haverconflito entre as normas nacionais – ainda que sejamas normas da Constituição – e as normas dos tratadoseuropeus, prevalecem as normas europeias.Em termos de hierarquia, as normas europeias estãoacima das normas nacionais.A intervenção da “troika” tem uma natureza temporáriae de exceção, sendo entendida como uma imposiçãovinda de fora. Entre as medidas que seriam adotadasinternamente e as medidas que resultam do compromissoassumido, há uma diferença que corresponde àcomponente externa do programa, com as vantagens, massobretudo com os inconvenientes que daí resultam.No entanto, o texto de opinião de José Antóniode Sousa publicado nesta edição da <strong>Vida</strong> Económicaleva-nos a concluir algo de muito diferente. Segundorefere o presidente da Liberty Seguros, o Memorandode Entendimento com a “troika” não contém nenhumamedida imposta ou sequer proposta pela “troika”.Todas as medidas que constam do acordo assumidoforam apresentadas pelos partidos políticos, organizaçõese representantes da nossa sociedade civil. A equipacomposta pelo FMI, Comissão Europeia e BCE ouviu osO papel da “troika” não serámuito diferente de uma equipa deconsultores que são chamados aapoiar uma organizaçãodiagnósticos, as soluções propostas e fez uma selecção dasmedidas a adotar, fixando um calendário. É a diferençaentre ditar que deve ser feito e perguntar o que pensamque deve ser feito.Nesta perspetiva, o papel da “troika” não será muitodiferente de uma equipa de consultores que são chamadosa apoiar uma organização. Não têm a pretensão de sesubstituir à equipa de direção, nem assumem que sabemmais que os profissionais que apoiam quanto às causas dosproblemas e às soluções. Apenas se preocupam em alinharas ações e garantir que são aplicadas de acordo com ocalendário estabelecido.Assim sendo, torna-se pouco compreensível queos partidos políticos que subscreveram o acordo nãodestaquem a origem nacional das propostas e das soluções,preferindo esconder-se atrás da “troika” para justificar aadoção de algumas medidas impopulares. Pior ainda, osilêncio sobre a origem das medidas é a melhor justificaçãopara explicar um ritmo de execução demasiado lento edemasiado vago. Se a imposição vem de fora, tem aspetosnegativos. E quanto mais tarde se fizer melhor.Os maus exemplos não faltam. A reforma laboral foisubstituída por um estado de mudança permanente dasnormas, em que todas as alterações têm vários pontosem comum. São superficiais, sucessivas, e sem efeitospráticos.O adiamento da reforma do mercado laboral temparalelo com todas as grandes reformas consideradasprioritárias. Alguém consegue dar um exemplo de umamudança significativa que tenha acontecido nos últimoscinco anos em áreas prioritárias como o arrendamento,a Justiça, o Ensino ou a Administração Local? Fazendo acomparação com o futebol, o que temos são passes lateraise bolas que recuam até ao guarda-redes. O objetivo dospolíticos há muito deixou de ser progredir no terreno emarcar golos, limitando-se à obsessão pela posse de bola.A defesa dos centros de decisão nacional é mais a defesados centros de indecisão. Face à decisão que obriga a tomaropções e envolve risco, a indecisão é vista como atitudemais segura e mais prudente.

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