affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

Synthese das ~releqses do 

Ex? Sr. Dr. Affonso Costa ao 

curso do 4.O anno juridic0 de 

1898 a 1899. 

COIAfBRA 

TYPOGRAPIIIA FRhNC!A AMADO 

- 

' 1899 

Mandada irnp~tm~r por Jnsci. 'Marques, 

alu~nno n.O 66 do rnesruo curso.

Preliminares 

1. Amh~to e d~fiicnltlades do estndo da organlsacLo jud~clar~a. 

2. Logar clue a organ~saqBo jud~ciaria occupa no quadro das 

sc~ellc~as soclaes ............................. , 

3. Dlplomas funclainenlaes pm vlgor sobre organlsagao jclilic~aria 

CAPITULQ I1 

A justiga e os orglos judiciaries 

......................... 

h. Conceito e evolu~ao da justya 

5 Justlga ind~vidual e justlea collectiva. Genese dos orgzos ju- 

diclarios ....................................... 

6 Evolu~Lo 

e d~fferencl:igbo dos orgaos juclrc~arios. ......... 

Divislo dos orglos pol~ticos e autonomia do judiciario 

7. Disc,riminag%o das funcgdes essenciaes do Eslailo. Necessidade 

cle adaptar a cada uma o organlsmo corresponllente 

8. Divlsgo dos orgaos on poderes clo Estaclo.. .............. 

9. A divisao dos poderes na legrsla~do consE~tucional portu- 

gueza ............................................. 

' 10. PrlnciPfo geral da autonom~a do poder judlciario Caracteristicas 

cl~fferenciaes entre esse poder e o governamental . . 

il. 0 prlncjplo da autonomia do poder judicial na legisla~rio 

portugti6sa 

......................................

C.APITUI.O IT 

Rela~oes entre o poder judicial e os outros poderes 

8 1 " - HRLAGOES ENTBI: 0 PODER JlJnlCIAI. E 0 LEGISLATIBO 

IS. I.'1111cfio 11o1rrra1 do poder jilll~cinrro rclalivalllente a applienc9o 

(13 hi .................................. 40 

13. Purlcfao cslrec~lics [lo poiler judrc~al 110s casos de u~n~ssdo 

(la lel.. .......................................... kp 

14. Melos de evltnr n usurpaprio cla furrcpo leg~slativa pelo 

po'ler judic~al.. ................................. 46 

jr~rlle~al c as le~s ~riconslrtl~cio~~aes 

is, 0 ~?ritlei 

............. 50 

$ 2 O- Rr:r.n~B~s six.res o PUDER JUDICI.IRIO a o GOVERNAA~ENTAL 

I6 1~o11r~Iio dn ~ro~lw jodi(:~nrio q11n11lo a appl~cay.;io dos rlecrctos, 

irtstr~l~:~Ges e r~~gularr~etrt~s I?XIIP~~I~OS pel0 poder 

gnvrr~~ar~ti,~ilal.. .................... 87 

17. FuncgBo do pn~ler jllllictario rlnnlllo d ajrl~l~eapZo tlos deerelus 

III~II~;I~OS FIII allBtOl.lSi~gii('S dailas pl'lo poiler leglslal~\.o 

no gover11a111~111:d. ........................ 59 

18 Fur~eslo rlo pvdtr judicial qnanto i appl~ca~ao (10s det:relos 

tl~clntnrrnes.. ................................ 62 

Z9 Fulicfiio (lu potler jtdleiarin em rrla~2n ao goverr~a~nental 

cl~~a~ido esle Sere os dire~los (10s pnrt~enlnres. .......... 65 

LIVRO I 

Historia do orgaliismo judicial portuguks 

CAPII,~~~.~ I 

Hlstoria do organismo judicial portugu6s na primeira epocha 

S 1 *-- 01~c.twre~~iu 0.1 JusrJGa REAL 

20. A jusllpa supr~r~in ~nercltla pelo monarclla ............. 75 

41. Inl~~r~errg~~o do conselllo do rei Ira justipn por cllc ad~nin~s- 

Irnda.. ............................... 78 

22. 0 Lrilrunnl [la cdrlc nti. ri llesirrtegra~~o e srparapxo da casa 

~lor:ivel .......................................... 80 

23 Evolu@o e esl~ee~nliracfio [la casa (lo c~vrl ald i slra fixn- 

CBn tl~firlltlvil en1 Lisl~oo. Suas rela$hes rom u llibtulal 

da cxbr.te.. ........................................ gi 

2'1. Necessidade de novas casas de justlgn. Transhencia da 

casa do c~vel para o Porlo.. ........................ 89 

28 Representantes da jusli~a real rras pro~~incras e co~nnrcas. 

msir~nlrus~nrdr~s, ndrantnrlos,e corregedores ........... 94 

?6. Representantes da j~~sti~a real 110s termos e concelllos: 

juixes de fdra ................................... 99 

5 2," - OPGAPIZA~~O UA JUSTlCA SENIIOHJAI. 13 1,A YOPULAII 

27 Joizes dos nmhres e eccles~asticos e ju~zes do povo. 

CAP~~IIL~ 11 

..... 

Historia do organismo judicial portugues na segunda epocha 

# i . O - MODIFICACBES OPSHADAS NA OHGANIZA~~O l>d JUSTI1;A REAL 

28 Nova tl~ffereneia@o no triburral da cdrte .............. 105 

29 Orgallrza@o, co~rstlruifRo e ~~0luqQo do rl~seu~bargo do pap 1 LO 

30 EslaL~lec~mmto de rrlap7es no 11ll.ra1nar .......... 117 

31. 'Evoiu$Zo dos eorregedores na segun~la epocha .......... 118 

32 EVO~[I$~O llos JUlZeS L~C fdl'a ....................... $23 

§ 2 

- &$oD~~~~A$I?I~s 

OF'ERADAS N4 ORGANlZd$io 

Dn II;STIC+ SEKHORlnI, E POPULAR 

............................... 

................................... 

33 J0strp-t senl~or;al.. 12.3 

38 Justrca popular 133 

.......................... 

....................... 

............................ 

3s. Mesa censorla ...................................... 1, 

................................ 

35 Co~lselho da faze~lda-. 136 

36. Meza da eonscrerlcra e orilens.. 137 

37 Corrselho ullram~rino.. 138 

39. Juntas do commercio 139 

40 Cullselho gcral do snnto ofielo ...................... l40 

41. Junta tlos tres ttst.~dos ............................ 142 

Historia do organismo judicial portugubs na terceira epocha 

42. Mod~fic,a~des oppradas na organrznFeo judtciarra desde 4820 

a is26 .......................................... 143 

43. Reformas da organizncjo jutlrcrnria scgundo a carln constituc~onal. 

Ide~a geral nos projectos reguladores [la cnrta . 154 

101

4k . Trnball~os respeitantes d organlzaeiu da calna~a tlos pares 

como tr~lronal de just1y.a ............................ 

46 . 'T~olialI~os dcercn clos trrliuna~s de rceorso ............. 

86 . l'raball~os 18rlntlvos aos juradus. julZes de pnz e tLe d~relto 

o ~i~~~iislerio p~hlico ............................ 

4i . l'rnlinll~os acerca da d1t.1~2 o jurlicinl rlu coiil~~ie~lte e ~llins 

118 . T~~l~all~os n respcilo da drr~sAo ]url~~:lnl do ullrauiar . .. 

4V . l'r:~b;~lllos acerca (l:k IlllpTCilS~ e tlos t~lhunaes prol~rrus para 

.i. ilgar (1s res[~eel~vos tlrlictos ........................ 

80 . 1lc:ic~do nliaol~rl~sla de 1828 . 1-nctn eiilrc U b11guel e 

1) I1rilro . Coirst~tul$Xu c processes tla rpge~icia ........ 

bl Priu~eifits pro\-rtl~ilclas il~,c.,retntina na 11l1a Teree~rn (I630 e 

183 1) ........................................ T; 

S? . OrgiilrlzncRo j~ul1l~lnri:i 

iiecrclada erli I6 lie lnalo clc 1832 . 

:I.) . Oolrus clccrelos expetlrtloq (la illla Tercelra sobre Jillsn dos 

orpl18ns o orgailiz:lg&o tlu SLI~~CIIIO trll~~rnal ............ 

Db . I'~tividrr~cl~s clrer1~1;t~los 110 I'vrtu el11 18.12-18.1.3 ...... 

. P~ovltlcocias decrctailas ein L~sboa a~ilcs de vlctorin defirlrliva 

110 11n1 lido 111~cr.11 . a) sul~re LI.I~JIIII:ICS s11pel.iure~ . . 

86 Jiilees tie tllrello e i~lli~os lllagislratius . l'rlbullnes especiaes 

c privallvos ............................... 

ti7 Vlulol.in du yarildu lil~eral t'rlnrelros Lrabalhos des c6rles 

tic 18:14 a i83ti: I?i ile impreilsa .................... 

58 . Kcforlilas rla nrgnniznp8u I: divlsao jutliclnl ............. 

6'3 Org;t~riz:k$lo clns inng~strntt~ras de prlrl~eira ~l~stai~eia F: illfe- 

r101'es ............................................ 

60 . Orpa~~rzn$&o do ~lil~l~slerio pull~eo, r~giniel~lo de 1835 ... 

(il . Garacler tlas refonnns tle 183rk a 1836 Neccssrtlatle tle novas 

~l~otl~licaeaes . Ilesillu~nu de 183(i e conseqlrcrrcias . . 

6% . Rrlb~llln jurl~cialla tic 18~7 . Altcm(;6t.s ila div1s8o jiitl~c~al 

(lo eitlltlllt7lllc c! ~llias ............................. 

63 . Orjinl~~za~Xn e di\ls,'l u jutl~c~al tio ~~ltrnillar por decretos 

cs11w"iaes ...................................... 

66 . lO~orgarr~z;~$Rv dus tribo~ines C~IIIIII~CIC~~PS e 111111tnres ... 

66 . TI.I~IIIII.IPS 111' IIIIIJ~CIIS:~ ........................... 

liG . Juiers ~irivnt~vos P 16ro acacle~~~ico ................... 

67 . U~~~laeulos A execuFto ~ld relui~~~a [I p. 1837 . Elr~gfies de 

JLI~ERS, c(G ................................... 

68 . A orgnlllzay.'lo jll~licraria pela constitui~Zo tle 1838 Motll- 

fioapes ua J~v~aio jurllc~al dc 1838 a 1810 ........... 

2." . 4 URGAXlZA@O JUDlClAHIA DEPOlS DE 1840 

6'3 . A oigal~ianrao jutl~ciarin segundo a lei de 1840 ......... 

i0 . Prov~denclas tomndas Rcerca da divisBo jucl~cial desde 28110 

a 1895 ......................................... 

71 . A nrgnnisa~so jliilicial desde 1855 n 1870 .......... 

i? Refurma de 187h e suas co~~sri~nrnr~.ts .............. 

73 P~opo, tas de 1880 e I8dB c d~~crclo (11. 188ii .......... 

7& Heorgn~iizngin jurlic~arla propnsta err1 4887 f? IS88 . Synlllesr? 

e apr~cln~~o ........................ 

7s T. eg~sl.rcQo jii!licial.~a tlr I8gO . . . . . . . . . . . . 

76 Dccrrlo lip 2 dc (1s. zc1111)ru 111; 1891 ............... 

77 1, ~gisIacXo tle 1899 a 1896 ................... 

78 . AllerncBes rec~ntes ......................... 

79 Orgnnizx$Ru c dii, szo jtul~ciar~n ultra~oan~~~n ~lcsdc 1851 

ate 1892 ...................... ...... 

80 Org~i11a:1$5o joct~c~ar~a d? 18!l3 a 1806 lt~;ini~.~rlo d'csta 

dnla .......................... 

81 Telirli?~lcins rla orgn~ilxngen j~irl~s~n~.~n III~I~PI.~:~ qnantn .i .s 

iliag~strnlurss conc~liat~orras e ao jury Mun~slrr~o puhl~co 

82 D~plor~~as do car;lcrer ospcc~al .................... 

A organiza~8o jndiciaria em geral 

Principios fundamentaes 

83 . A jr~~t. lea clv~l em eonfronto dn justi~n rr~li~~nnl I> (In corn- 

mercial ..................................... 

8b Conillqiics gerncs (la jlist~~n ~rindcrlin . a) pcrn~.~~loncla ... 

85 Continr~n$So . o m ............................ 

86 . ConlinuacXo . os arbltros ....................... 

87 . Cul~tilit~~qZt) : 11111ites [la perllranencia ............ 

88 . Cnntiniingi~~ . perii~nncncin c~~lrluarito no cspx~o i ..... 

88 . Co~~clas,io . se~les fixas ............................ 

90 . ContltcScs gcraes da justlca civ~l ~~iodrrnn: hi Ir~ernrcl~ta ... 

91 . Cn~~tinun@o : a hteral.cl~~n rra prinleira ~~~staiic~a, olagtstratnras 

Inferioras ............................. 

92 . Conl~nuagBo . recursop ; exalne histor~so (lo lecrlrso [IF nppellayao 

.......................................... 

9.1 . (hnt~noac, So : problemxs n qoe tli lozar a nypellap$io ..... 

94 . Cont~nuapZo : recurso de revista e sua historla ......... 

93 . O rcoorso de revista na legislac8o portuguesa moderna ... 

. . 

I".'...

96. Concllls~o : farictBo, cnrncter P lili~ites [I0 ~PCII~SO ile rzvista 

.......................................... 320 

!I7 Oalr.:ls cunrlipGes peracs da, juslicn niod~rna ............ 323 

Ministerio public0 

98 l\~~]ir~~~~~~ln~no 

tla sot.i~~d:r~lr jl~lrrlr, do organis1110 jotllciarill. 

NI,I:I~.~sIII:~~II', orIgcm e ~VOILIF~O do ni~n~ster~o pilhllco 32Y_ 

. 99 I~ut~c~ri~:c do I I I I I I ~ ~ pithliro ~ ~ I I ~ ................... 329 

Orga~iizapiio das magistraturas judiciaes 

e dos officios do ministerio pnhlico 

100 ~o$iit~s gc.racTs ................................ 

I0 I ~I~~r,unt~ri to pclssc ............................. 

102. I~~ro~t~~~;~lil~~l~~lniles 

e impediiriclitos: is~n~aes e rantagens 

103. T~~ori~n\ ~l~~l~llntle e ::ul~irvil~~!.idatl(? ..................... 

luZ Vnatngl~os pecunlarias ... : ......................... 

105 I~igrciso dos ti~ngiatrndos ; reformas necessarias ........ 

IOii. ['ro!~~nyGcs I~OS jitiz~s. .............................. 

107. l~igresso e piou~occies do rr~r~listerio publizo ............ 

108 Ii~grcss~i e pto~l~o$iies dos c~i~pregados de jnst~ca., ...... 

$00. I,icn~i~ns.. ..................................... 

110. l'rnnskrc~~c~as.. .................................. 

111. Syn~lionticias ..................................... 

1 I I. l:or~.rlril~~s .......................... 

113 Suspc.ris$o ...................................... 

118, I ' ~ ~ I I o I ~ : 11t3 I ~ ~ 1111adi ~ I o. .............................. 

1 I5 Dc~~r~csio ................................. 

I lfi A~"1"""l:l~rL" ................................. 

117 nc~or~~in., ........................................ 

118. Subsl~l~~q-Ges 

.................................. 

AI'PENDICE 

119. Nota iirtnl sobre a org~nizarao judieiaria comtnercial. 

Preliminares 

1. Ambito o difliculdados do estudo da or!janizaqlo jaliciaria. 

Bethodo.--0 estudo colnpleto cla orga1iiaacj8o jurliciaria 

abrar1g.e o co~ilieci~l~e~~to de todos os npparelhos sociacs 

destinados a aclministrar lustipa. qner en1 Inateria civel on 

commercial, quer em ~nateiia crilu~ntl, i marl ti ma, nulitar, etc. 

Ei, pois, vasto o assuniyta x tractir sob o nomo,:ilihs justo c 

rigoroso, de orgaaizap?l,o jilrlicia.ria. Vssto e col-nplexo. Toclos 

os Qiwaes cle jnsticja iticullibidos cle reg~~barisar aa actividades 

particulares descoordena.das, bell1 como todos os clestiniidos 

a dcfcniler a socieclade cl'ac~uelles quo a atncaln ilas 

suas colidiqiies de existencia, them de s6r aqui exa~uinndos 

sob ns pontos de vista da sua geuese, evolaplo, lliodo de ser 

preseute e provnveis kansfon~la~$es fut,urua.s. 

Encarecer, depois d'isto, as clifficnldades rlue nos assoberban~, 

seria tarefa irnpertiuente. Conve~n, aiiida assim, 

dizer que a applicap8o c~~iidaadosa d'~iln bonl ~nethodo scientific~ 

poderi simplificnr o nosso trabalho, ahrindo-110s 

llorisontes ~~ovos e illurninando viva~ilente os .que j11, conhe-

L'ar:~ oncontrar esse methodo basta ter preseiite u axionla 

sociologico de que todas as instituip6es humanas c sociaes 

estao sujaitas a ui~la evolug5o natural lnais on lnenos leuta 

e mn.is nu ~iieiios progessira., mas em todo o caso snbmettidn 

n leis rlctorminarlas. 0 conl~eci~liento exa,cto da genese 

c cleseu~ol\,i~neato tlo orpnuislllo jrrdiciario en1 geral, e 

pwticl~l~rmeute (lo organismo jnrliciario portagu6s; habilitar-nos-lia, 

ndtr s6111~nte a detern~inar o graa de i~iiportaucia 

que nn ritln collcctivn tern cada nm rlos institutes incumbidos 

cln adllliilistraqZio da jnstipa, inas aincla, e sohretndo, 

a comprcllondcr n llinueira cow0 elles fanccionam, a fixar 

as retul.~l~a.s uteis cle que s2u suscepl~vels e. porveutura, a 

:111siJiar o estahelecimento rl'essas reformas, quer cornbartentlo 

os elementus que serial11 factures de decadencia, quer 

prepnmndo o tel~eno para a iliais v8licla e benefics influencis 

tlos ele~llelltos clue poderao ser factores de progresso. 

Tnes factores n8o's~o apenas os que o n~etl~oclo chamado 

I~istorico costriil~a pijr el11 rclcvo: habitos, tra.digo"es, caracter 

ou csyirito clo povo. SLo lnlritos mais. Abrapm tods a 

pl~onomenalidade social uas suas mnltiplas manifestagijes, 

0 l?orlcm ser econon~icos como familiilses, arlministrativos 

como politicos o lnorncs conlo at15 juridicos. N'uma ~nlavra: 

o nletlioilo 6 suciologico, c o f1111do dc iileius a que 

obcdece sne, tlircctamcnto, do coiiceito llloiieruo da scielicia 

social. 

Nem tllont,ra for~iin porl~rin sncceder rlescle qvle a organiza(;A,n 

jl~dicimin fax pa&, comn vainos rAr, da, sciencia 

politic,n, qnc h a mnia co~iil~lesa e a nlenos geral clc todas 

as scicncias sucii~logicas~ aqnella que ten1 por objecto, ou? 

coillo die Ub GREEF, ((regnlaris;tr, por iileio de orgads e 

nl~p:~rell~os d'o~gKos, e por nraa torma cada rez inais perfoitn 

e methodica, os dirersos 111oiIo~ rle ~ctivillade volnntaria, 

reflesa, instinrtiva on ra.ciocinnda, rle carla ulna das 

llartns e (lo conjnncto clo srcpororganisn~o social n, on, mais 

brew c procisallieate, collie 116s diria~llos, roni.rlel/nr. P rliri- 

!ti? foclr~.s rrs ncti~~itlr~r~cs socdr~cs, 

Quancld, ~ la vordacle, ~ulliia, colivcnicate di~~is%o da sociologia, 

basea.da no profundo estudo dos plienomeaos que se 

passam no especidissimo e iuconfundi~rel orgailismo social, 

Tern mostrar-nos B evideilcia q11e o_s-.org'%os pohticos sLo 

os 1na.i~ coruploxos c os que, por isso, ranis se ligam e 

nlsis clopcndem, no sell f~uilccioiiamento, cla vids, da estrli- 

.. ctnra, . do niodo de ser e das tclldcncias das organizag0cs 

sociaes a~ltcriores - econolgicns, falliillares 011 administra- 

*,*.--.. tivns -, a dririda ago C! possi\rel e todos os arg~llue~ltos 

deruoilstrat~vos se ilispensam : a forlllaqBo e coustitnipZo 

do$ trihnnaes e da magistratm.a, a sua. renovilc;Zo, as su:ts 

garantias de independencia c cstabilidade, e as suas condiqiies 

de f~unccioi~amento, pertencelldo, como senlpre tAcl11 

: pertencido, A sr.ie11c.i~ politica sob a desigaa~Ko classica tlc 

-- o~;gccwixn~c?o (lo l,oder ;jttrliciczl-- (onrta constitacional, 

artt. 118." n 131."), liLo rle ser estocladas B laz da, ~noderna 

sociologia, e colli o anxilio do sen methoclo, sob pella tle 

ficareni rednzidas a uma esposiqLo i~ieca~iica dc formas 

sociacs sen1 vitalidade e selu progresso I . 

1 Assim, o mctllotln sooiologico dc ~IIP plactuarenios 1,tnyar 11150 

aprescutay-nos-ha os iustitatos ~ndic~arlos como seres rivos, susceptivols 

de transfu~mni~iios F! de ~ilelhora~nentos 0s sen8 processos seiBo torlos 

0s ~ R SCIPUC~RS S %iltel.i~re? & ijnc~(~l~ig.~a (011sfi~.napEo (Zi~ectfl,. experieneirc. 

eo~nparapRo r lo~~iea on raczocinio), e mn,is a lzzstol-ia, grayas Q yal, 

coino diz UIII escriptor. a nossa nc:tl>rdade scientifica aclqlririn pol, si 

~lleslna a c;r)nvic@o de rpe era tuna ohra real~nente impessonl c 

collectiva, ligda estmctuw garal e an coqancto das sociedatlcs no 

passado, uo presente e no futnro, - c a intz~ipZo ~z~ridieo-nzorob dffi 

conseiewoia, que nos habil~ta a c1oscol)~ir o se~ltlclo em clue a ovolc1y8o 

deve fazer-se e as niodifica@es dovein operar-se. Assiin coll~yosto cte 

tados cstes processos, em qcule a, base 6 selilpre a obse~vaprio di,+eata, (1 

metlludo soc~ologico e posltiro npplicado A nossa sciellc~a pel rnittir-nos-Ira 

c!unlrlbulr, - esperamol-tr Iicin, - emhora u'lul~lm tennissima p:~,~c:rll:*, 

yarb que a nrganizqilo juclicia~ia. poltugn6sa se ~efnodil, ~nt~-g~nnclo ns 

tlirersos melhoriimmtos III? rlne 6 suscr.pt~rr,l.

2. J,OIJRI' qlle a orga~~ira~io j1111ir:iaria ocettpa no clsatlro clas 

srie~lcins soriaah. --B'lns a orga~i~za$io jnrlicial cn~ist~tuii-ii 

1.enI111eilt~ nma yaTte da politics? E~sa. doiitrina, em rli~e 

0.; vell~os tl-atndistas cstnvan~ cle accorclo, poderA ainda 

lioje sastentnr-scl A rliscipli~in do cine 110s occnpamos 

so16 dr rlivcitn politico, ou, colllo impropriameute se dizia! 

r/c8 dt'~.rito p~iOL?ro 

X rcspnstn cabal n osta clanda prcsuppije a contleci- 

111c11to (It1 clnseificnqRo llierarcliica dos phenomonos socia.cs. 

Om a essc lcspcito pen~liittimo'-nos npenas ~ndic.a,r 1 IS 

scgr~i~ltcs pontes prilunrios . I)'clitrc as mnitns c1assificac;c';es 

a.th I~olc n]~rrsciltatlas ilcstncnm, colnn nialn agros~madas da 

rcrrlntlo, as tlos srs. DR. C+,~~tcr.z e L)E C+nslcr. O primclro 

tlivicli~~ a ai~ciologin cili scieilcin pol~tica, ccanomicn, ad1111riistri7tival 

moral c jilri~lica. O segl~~ld~ cliridin-n eln 

oco~iorl~ica, familiar. artisticn, rclntirn 6s crenvas. moi.al, 

,jitridica e pulitlcn. Bs tluas tenlali~as sRo 111nito n~~taveis, 

mas e~iferriii~~ii de nlguns defeitos que h necessario evitar 

Assl~n, ilas r11l:ls r,lassificn@es, a moral e a jastiqa ficam 

collocntlas a0 lntlo e el11 logares siil~ill~ni~te~s aos de todas 

ns ontrae sciencin.~ somues. h;, torla~ix, - coll~o jit pelisnra 

CUIITF: a,u :~ssignai, 6 nloral o tlestino eaclasivo tlas sociedaclcs 

hrur~nnas pcln s!~litlaricdadc e pelo altruismo. - ell:l pira, 

en1 regiGes elevadas, acima. rie tocla a pheuomenalidade 

sorial. Yoaco in~porta que fosse~n lllesquiilhaa ou obscilras 

:I!: SL~RS orlge11s. Huje, JlaS svcieclades cultas, 9" yapel da 

111ora1 6 cle di~eccflo e clc transfonnecZo. 0 llleslllo diremos 

(la justiyn, rlue i b a regida~1ol.a suprelna de niuitas actiridades 

silclaes. 

Yoja, uos A21ovtcrnze?ztos das preleec-Zes do Dr. Ar~osso CQSTA sobre 

s(.irnrk rm1~o7r1ictr e dzr-cite eco~7ol?iicu 1~o~tzcyz,&, 18DG, p. 44 a 75, o 

~stndn tles~nvolri~ln rl'nst~ 17onto IU~P~PPS:~II~P, hoje nn teln dn discusslo 

colnn totlos os pert~uentes Q sociologia fiunclamoutal. Cf. Grn~rxc,s, Priucljles 

rli. ~nr.ful~~glr~. 18117: T~RTIIC. PrOb/eille~ rie psyrholngte so~nlr. 1698, etc. 

Em especial, a classificn$io do or. UR. O~ncrn afasti~-se 

rla ordorn hierarchica dc C~~ITE, pois collocn no collleyo da 

oscale, coillo sciencix illais gcral e 11ln1os con~plcxn, n 

politica, qne, precisnmeiite, deve occul)iil. n logar opposto. 

E, al6m d'isso, iiBo assignn A li~ilcq$o f:~miliar o papel bcn~ 

caractoristico yue llle portenr,~ 11% vicla collectiva. Por sua. 

\7ez, DE (+REEF esquecc (1s p\le~lonle~los ntlmillistrativos e 

collsiders scie~lcias sociihes as dontr~nas rela.tiviis ii art? 

(cajo estado, ali$s, cabe h ~isyclii?logia.l, P hs c:renyus 

rcligiosas. 1netaphrrsicas e sr,i~ntiE~cas (culo estndo deveri, 

no Entaro, collstit,nr a ~~hilo.~/y~lricr !/er,nl flas ro7ai?erirwc1/tos). 

Evitnndo txee ~lcfeitos, fo~maremos o sogniutc! ~~IIR~I'O: 

I Sociologia fundamental ou philosoph~a 

juridico-moral - bi~lcnctii 111?.1'. IJ(:~U ~'itililil 

Sociologia - seiencia. due ~IILLWIN!I&II~OI':~C': e lorl.llcv3 ?~l~t,~'lltl'~ 

~LIC cstl~cla as coudi- ]la cn~lhuieuc~n collec,t~r~n, rlr.tiwn~inn a? IL-I~ 

+~GS cle esistrnc~n, C~UA ile~el~? ],resi111 :In drsc~nrtiln~il~xlt~~ (: 

desenx-ol~~~~~lcuto I? trnnr;f,jl.maq.ju das sn~~eila~leq ~111111~11:1~. 

traurform~(:.io das 

I 1. Economia - soie~~c~s ilna 

.;ocredndes litunauas < 

1 estada os iiic:tos socla.ex relntiros 

ao snstei~to lugnr'nq%o dfls socleciadev 

bu~na~laa, fo~n?nlaud:> 

as Iris qne regell1 ou devcm I'F- 

11. Sciencias 

socisesap- 

gel a preparapo, s o~rculayRo rq 

n en1p1.cg.o das ut~iidaite~l~;tri~~s, 

4. Po1itie.a -rji~e roo~doub e 

cliupe torlas ns nct,ivldadrs roclaes 

Tal 6 e classificnc)%o que atloptarnos. N'ella estgo inclnictos, 

a nusso jaizo, todos os pl~ellu~llenos da virla oollect~~a, 

desde os lrlais si~nples at& aos nlais complexes, destle os

quo, 11:trn sc ~~~'l'otluzirem, carece111 apeaas de clue exista 

enire os ll~lll~ll~ o layo vuclirnclltar [la aggrega~so social, 

caul0 s"n tcls economicos, at6 aos que reclamam a existencia 

tle l~ovos laqos s~ccessivunente mais fortes sobrepostos ao 

pdtiioixo, co~llo siio os familiares, ndo~inistrntivos e politicos, 

c! dc tal llloclo que estes ultlmos s6 sc protlueeol qaaudo a 

cnllecl-ivirlncle so coi~stit,ue ell1 Estado. 

urn os phenomnllos pcrtcncentas 6 organizapEo jrldiciaria 

1~rwu11(7emta1llbe1il a esistn11r.i FI rlr~ Rstadn. Prcrpondo-sc, pela 

institnip50 rle tribunaes dutacios cle forp eoactjra, excrcitar 

e fazer vnler a vontxrle de tutlos precisa~ne~lte no momento 

ell1 iluc 6 lilistei trailsfor~llar as delibompiies collectlvas eni 

nt:Lus c ol~rigrn os ciclntl9crs n respeital-as. n orga~?iznpRo 

judiciaria rle facto cnorrlnna c tlirige activlclades sociaes. 

Assiil~, pois, n orgnniza~.Ro jndicinria rcspeitzs 6 scienc,ia 

politici~, e tanto rl~~:l~1~lo st? elltellcla clue a rewpectira fr~llug&o 

ha. de ser senlpre ntna 11as nttribuiyfies do Estado, colllo 

quaurlo se demonstre que essa f11ncy5o sc ir6 descentralisantlo 

pelus dip-crsus aggregaclos collecti~os EIII qualyuer 

dos nasos, a ol*ganiznc;lo clos tribunaes de j~lstiqa t: ulna 

acqiio politica, pois qlle se dirigem. as fnrqas sociaes seja 

clnnndo ellas estiio aindn, no todo on em pnrte, conceutrada.~ ; 

c uiilclas, scj51. cjtlal~clo sc acham ji cliflcrenciadus, distinctas 

o tlcsccntraliuailau. 

I'osto isto, c tcutlu be111 presente o nletl~odo sociologico 

tle qnc. nciina faldmos, valilvs eulpreheader o estaclo 

sgrrtbetico da. organiza~so judicinrin cni geral, c especinl- 

1nont.o tln o~.ganizayZo jr~cliciaria portugu6sa. Antes, porfiln, 

ctunpre-nos fazer runa hrore referencia aos mais i~l~portantes 

diplonlns cie legislaqlo patria em vipcir sobre u assumpto. 

3. 1)igloras fu~~drslelrtaes em vigor sobre organirapjio 

ju~livii~rin. - E' digno d~) 11ota que 110s coinpromissos que 

se vzo firmando, co111 ~nnior oa Inenor sinccridade, eutre o 

JSstntlo c (1s cldndiios. uu se chanlem constitluc;iies on se 

denominem cartas constitncionaes, viio selnpre nppareccudo, 

no 11u111ero dns mais elerTadns e solemiies francjnias, cliversas 

disposigBes respeitautes b organiz~.~ko jurlicia,rin,. Dcsdc os 

actos classicos da rellla Indaterra - ,4fc1gm Ccwtrt, e 

Hciber~s C'olpzcs -- at6 is constitaipBes nlais rccentcs, toclns, 

sen1 excepqLo da nossa carta constitucionnl, coiitBenl disposipes 

destinailas a fixxr as priiicip~es garantias da ortlenl 

judiciaria, relativas, por exeniplo, B escollla e & iilclependencjs 

dos juizes, B ordeli] hierarchica dos tribiulaes, f~ instituiqiio 

do jury e clans magistraturas pop~llarcs, otc. (carta constitncicinal, 

artt. ll.", 118." e segg. e 145.", 11." 3). 

&Pas taes disposi~ijes o~gzanicas resolvey-se-hiam 11ui-118 

vSi e acaderuica proclamaplo cle priilcil~ios, se as leis 

judiciarias n"a llies dessem nma conreaiente exerupiio F, 

tun justo desenvolvimento. Comprehendendo essa necessidado, 

~~O_~I:~:XJIJI ,D a &T,I~,~~IRA, nn snn ilnport:r.nto dictadura, 

preoccupou-se tanlbenl co~il a materia., dedicando-lbe o 

decreto n.O 24 cle 16 de lnaio de 1832, logo completado 

por di~ersos cliplo~nas d'esse a11uo e dos imniediatos. 

Entretn~it,~ promnlgava-se, por iniciatira de FEI~I~ZIR !" 

Bo~c;~s, o codigo commercial de 18 de sctcnlbl.o do 1833, 

-..I< 

onde se tractava larganlente da orgai~izaq%o jildiciaria 

commercial, e tomava~n-se diversas providencias a, respejto 

da divislu clu territoriu. 

Tudo, ]t)ori.n~, soffreu all.erayrcics. A 1e1 dc 30 tle abril 

de 1833 introclnzia mndanqas jh importaaltes. ]\{as a intcgntl 

-"-. - .- 

refnncliq3o clo 11osso organismo jarliciario foi scimentc,- , 

operada polo decreto tle 29 cle novembro cle 183(i, quei 

vein a formar, corn os rle 13 cle janejro rle 1837, n ohamada I , ,':' 

reforr~an ,j?;llcdiciarici de 1837. 

Em virtitde dm commoc;ijes politlcas ]lor quo entBo 

pa~ssava o paiz, estn i'efol-ma, dc msto choia tlc defeitos, 

niio poude perdorar. E porisso, con1 base no art. 30." da 

lei rle 28 do nvvernbro de 1840, foi publicaclo o decreto 

de 21 do illsio de 1811, contendo a ?aoci.ssd~n,n 1-cfof-7,,n 

jucl~cdn*ia, ainda hoje, eiil parte, vigente. E' por esse

li~lom:~ e por outros qiie o ~orl~pletalil e a#ltera~ll quc 

tere~nos do cxp6i a. organizaplio judiciaria porkign6sn 

actr~al. 

Dos cliplonlas corl~plementares cjtarelnos aciui s6inente 

us misis notaveis, os rlne inarcarn epocha na erolrlp%o clo 

organisnlo jtlrlicial do pais a c0nta.r de 1841. SHo: 

as dn:li: his tle 19 do dezemhro do 1843, qae niodificnrnlll 

o s~iprc1110 tribunal e o rectlrso de rerista: 

n. Ici do I(: de jwnlin rle 1865, uo fnro chamada-i.r{o~.ii,ii~l/n 

- por t~r altcrndo l)rofundarnente muitas dispt~sll;;lcs 

(la i-cfo~,rl~a, clo 1841 ; 

a lei tle 18 (11: jaillo tlc 1855, qne ext,ingoia us jurzes 

ordinados nos jrilgados cnbe~as cle comarca e introrlazin 

o~rtras nltei.n~;?ics ; 

ns tres leis 11e 21 cle julhn (lo mcs~uo auno, que reforili:u.aiu 

o J I L ~ e regulmam a antiguidade e prolnoqijes 

clos ningistraclos, ii sun alloscntaqZo, etc.: 

a lci de 1 de jnll~o clc 1567 e o reslnectivo decreto 

1~egu1nlnenta.r d ~: 29 rl'ngosto, qne se occlipar~lm taiubem 

(lo jury, qiicr cni llinterin civel, quer till nlateria. ciil~iinal ; 

o tlecreto rlc 28 cle tlexeinbro dc 1869, yne tornou de 

no~lloncjlo regia os juizcs ordillarios, exigiiido-lhes nlaioros 

eo~ll~ecimnntns R~c.; 

:a Ici rle l(i tle ah~il dc 1874, clue extingl~io os juizes 

rloitl,;: c 04 dl-dcleg;rdos (lo pi~ocurndur regio, moili.ficnu 

;~s:ntt~.il)uiqiies tlos jnizes oi~tl~narios e lanqou as bases rl'uma 

nova tlivisZtr jnrlic1a.1; 

;L lci cle 8 tle noverrrhro cle IS76 aplrprora,nrlo o codigo 

tlc ~wi)cesso c~vil, o rlllal conthln, i? certo, disposipijes 

i~l~portnntcs rlr organizat;8o jadiciaria, 111as clne, sendo 

cssencial~~entc 11111 cliploma tle legislnyHo civil formulal.ia, 

lllelilor sel.:i, estudado rlnandn 111,s occopsrmos das acqijes e 

(lo ~romsso ci~ril or~liriarin ; 

o tlccrcto coin for~a rlo lei ile 20 de jalho rle 1856, qae 

cutinguiu os jl-uzes orclinadvs passanclo as suns attriibui$bes 

11:hra os de tlireitu e para os cle paz, cyeon os j~dxes 

mlinicipaes, restabelecea os sub-delegados do procurador 

logi0 t! firmnu outras proridelleias importaates; 

os seis dccretos de 20 cle lnarqo de 1890, approvados, 

colll alterapBes, pela lei dc 7 do agosto do lncsnlo anno, c 

referentes 6, magistratura, i creaq8o cle jnizes crinlinaes 

auxiliares, ~rptituiqtio cle trib~ulaes conlmerciaes em todas 

as comarcas, etc. ; 

os trez dccrctos de 15 cle setenlbro rle 1892, que eutinguiram 

aquelles juizes criininaes, reorganizarain o supremo 

tribunal de justipa e crearnlxi o conselho disciplinar da 

magistratura lndicial, regi~lado pol decreto cie 13 do ctezembro 

de 1892; 

o decreto de PO de ferereiro de 1884. cornpletililo por 

nil1 regirnento da mesrna data, que reformaram a. orga~liza- 

9% o~~cliciasin das provillcins nltran~flriaas, 

o decreto de 22 clo maio dc 1595, que altorou. algurnas 

disposioGes dos diplonias de 15 de seten~bro de 1892; 

a lei de 3 de alnrll de 18'36, que estabelecea a orgaluzaggo 

e coinpetencia rla policia civll de lashoa, dando-lhc. 

attnbniyfies de invcstigapIo jitdiciaria e prerrentiva, 

a lei de 13 de illaio de 1596 approrando o cod~go dc 

lwocesso commercial, onde se encontra. a actual organi7,aqFto 

dos trihunaes de com~ncrc~o portl~guczos; 

o o decreto rle 23 de deze~nbro de 1897, qlle rnod~f~co~l 

prof~mdamente as conilicbes rle ingcsso dos rlelcgarlos do 

~rocurador replo. 

Taer sLo os diplomas legislat~ros, oa corn iorga legisli~tlva, 

em que se ellcontra a maxima parte da nossa organizaqRo 

jndioiaria. A si~nples indicap8o r ~ acalnalnos ~ e de faxer 

mostra q~lauto if tixgente rcdnzil-os a, corpo rlo dolltrinas, 

hasmonisando-os, ao menos, entrc si, q~~antlo se n%o dcscjc 

ou n%o seja possivel aclqtal-os aos uiodernos progressos 

cla sciencia.

A justiga e os orgsos judiciarios 

4. I:osccifu c evol~iqiin dr j11s1il.a. -Nas civilisa~ijes 

~)ri~ilitivn.s. tauto qklinlto pode depret~cnder-se do sstliclo 

tlos 11ovos selra.gens actnaes, a justica tvadueia-se, obscum 

c g~.ossoira, como phenomena esisellc~almente biologico, por 

nil1 siulples mrrvimentcr reflexo de delesa, especie de 

contracqZo ilcrvosn clestinadn a afastar e repellir as 

i~~~l~ressiies ii~rom~uotlas clo exterior. Bepelindo-se lllil 

vezcs o trai~sismittinrlo-sc cle geraf.50 ell1 g.eraqA,o, esse 

~i~ori~nolitn aadmn por se integrar e stratificar uas cellulas 

do ccrehro, trrrnanclo-se patri~uolllu (la humaniclacle e conslilui~itlo 

nlila clas irleias geraes quc cleter~ilinalu o rlmouvolvi~i~rnto 

e transfor111aqXo rlas socierlades. 

Nessn. long;^ erolaqao dosrle o lllnvilnellto reflexo at6 6 

itlcin conscicnte, a justiqa, rerelon-se pnr diversas fos1na.s. 

Unla das m~is regulares e pcrsistentes foi sell1 duvida o 

toltiin, qae, no nspccto semitico cc olho j~or. olho, rlmztc 2JOY 

rleitfr a I, pode consiclernr-se comm~u~~ a toclas as civilisnqiies 

c~ubryouasias. Depois, em n.lgluls povos jh lllais cultos, o 

taliZ.(~, tendo cle ser niinistraclo co~li rigorosa egualdade 

qner rl~~a.ntitatira, qrier qualitatira, den origelll a umn 

1 )~~~~rl'it 

'. , t'or~ila co~lin~ercial rla j~cstica - a co77[3~osi~$o 2, 

-. . 

--- 

I a Bqncllc clue tivt:~. fr,rido algmn dos seus coucidaglGos, cliz o P>lho 

Zktczi~~eitto, ~el,k tractado colno i~ll~. tyacton o ontro; receher:~ f~,ai:tnra 

11"" f~ar,tnm, e ~~~~ldt.r:i rillio ]lor olhu, 1lr17te pol clente; sc~i ohrigado a 

sofflel 0 Illcnstnn n~nl qn!: tlr7er frito soffrer no ontro >,. 

C{IUIO era pelu g1i:3o 111atelid da villgau(a clue o l:rliAo se mant~uhn 

e rnd~cn~q 11Ro dorcll~os :irlmirar-nos de qne, ~nsensivel~nt>nte, carkt 

ei:i;Ko ~)rej~~clic~ai tzrlnc(;nssu a ser nmlindn el11 fructos, o~uallluo~rls, 

levada at6 a,o absurdo, na vellla Germania, sob o notno d~ 

?oeh~.geld l. 

Mais tarcle, quaildo se accentuon a absorpq80 das ellergins 

individuaes pel0 clespotismo dos chefes, estes, n3io podendo 

senlpre chamar a si a totalidade das cu~upusic;iies, estabeleceram 

as mllltas senhoriaes, e inventaram, para multiplicaqb 

ddos seus rendimentos, uma infinidade cle crimes e 

offensas cle llatureza esscncialtnente politica e religiosa. A 

lei toruon-so a tradnc@o rlos sells ca.prichos, F: a justiya, 

por elles proprios admiuistracla, passou a espsimir a sua 

vontade ou t~s super~liq6es ueinmltes, rarns veecs seguinrio 

nnla norma colistallte e regular. 

U'estas transforl~iac;iies resaltou, conlo era de prevgr, - , 

que a acpSio prejnilicinl, at,acando a, principio o proprio 

indiridao, passoa deyois a coilsiderar-se c,olno verdadcira 

offensa ao soberano e A lei. As composic;ijes forarn snccessivan~eutc 

s~~bstituiclas por niultas; c o offendido, prirneiro 

pritado do valor (la offeusa rccehida, foil nfinal, destituirlo 

'lo proprio diseito cle execntar a decislo coi~rlernnatoria do 

principe. 0 interesse inclividual ccdeu, assim, o passo ao 

collective. e a justiqa passou a descer (lo alto como do c6u 

rlesce, fulminante, o r:~io. Era ninda por rmes cruel e atroe 

co111o a pri~nltiva ri~~ga~lqa; ma.s, envolvendo ]h n clcmcntn , 

social, tomilra-se inenos clesordenada, nieoos arhitsaiia e I 

coln tendencia paa differenclar e aperfeiqoilr. o sen or$\ilis~lio 

proprio. 

Foi desde ent80 qtle, no clizer de L~;T~URKE,LU, co1nec;on 

a forniar-se no espirito dos hornens uma co~lcepglo abstracta 

da justiq" a, no~Ho dc ullla Ici imaginana, inas bc~iifaecja 

e punidora das n~hs ac\;6es; cle um - direlto ... natural, independcntc 

rlas .vontacies yartic~~la~es aci~lla d:ls quaes pdra~a. 

t~tensllios, escravos, auimaes, ar~~ins e ontros valores, e de rtne a victin~s 

on a sna failulla prefer;ssem no prazer ~llomcutnneo, fal;sz, da vinganqa, 

0 lwawwltlasi pennsueute de atll~sarenl taes valores. A linss:lgcln do 

taliio h oomposipZo era, pots, n111a couse(loencia fovpda dn logloa social. 

1 Tr:d,lc:i$o ]iftofil,l: ,< ))I'I'l,XI 111' l'L'hg:\t(' 112 ROC%IJ ill1 11011%1 ])1'131111~1i112'. 

' '

1:ni o rll~i! ox I I I ~ ~ ~ ~ YICO:, ~ I I I J cl~ar~~i~rnl~l n 1dci3 int~ata dn 

j~st~c;n Pcqrilrdo eata concep~Zrr~ os a,ttel~tntlos c~litI,it a,s 

pcssoas (111 colllrn or, l-~ons clcixamm dc sor mcrns acy6cs 

s~~scel~liveis de resffato: lornarnm-se infrnqGcs, tnnto tln lei 

(livil~i~ ci)liio 11tt lei llunlalla - criuled ULL pcccados. Poi 

~lcsto nioiner~tu dn erolu~Ao juritl1c:x clue os eacriptures e 

PP ~~l~ilo~ol~l~os 110ilei~i1,lil ro~iceb~r H Cijfi~~illil~ 

luasin~as (lo ji~stiqn nnivel-sxl; fo~ e~~tRo eg~ialillente qile a 

~B~~~KSELS 

siiill~les pi?lito~.n, - jltrtl'ca - cnlni.foll 21. d~~pel.til~. LLIII:L 

nspcci~ do entlinsinsriio, porqlie a I~nniilde o~,igem da, 

lnst~,;:~ ~xtn~n i~~t~irnrnentc e~illl~airla. 

J Nnq ~I~~J~S/U~~I~I~~~~I~IIS 

cllb d#-oi, 1, 3-2L, TUIDE c~uirde~n o ta11Z0 

1.1il11o ~ N I U ~ il,] O lrarliil,~ IIIIIIUL~:IU~C. Inns u;iu uulco ileiri l~iiunlpal 

,111 i~\ol111,2o J ~l~cini,~n; ,I I~IIPI. rjneano latlo ~l'essn OI.IKPIII s~ctludar~a. 

~~~tt~lnela nn 1-1tLn tins l~r~11u:uoi "r~i():~~up~~tes uus el11 ~cl,~yZo iaos untros. 

'L' ncc'ltl: c 11'11111 l~i~11101.:0. ~~i~iil~.~iiI,~-~l 

IIR ~ldn ~iitltil~ LIP 

r.:lcln g~

i~~torlias ou de as ~11roveitar.- &is tarclc chegar~a a l~ora 

c111 qlle d'essn org+niiixa$~o caliotica, collectiva se comaqaria 

;I, tlostac:~' 11111 urgc1.11is1110 11ro))rio para a f~ulopiio de administrnr 

justi~a. 

Assim, puis, a e~olnqzo 6 interessa~~tissin~a,. No conleyo 

nlo 11% orga.i~izayZo da jnstiq;~ pela simples razz0 de que a 

justiqa b nleramente individual. E' o qlie snccede lias ho~das 

atia~.c~llic:as ri~dil~~cntares, par exe~i~plo 110s Paegianos e 

1111lio~ (la Cal~foi-nia, ollclc o ouida,rlo rle rcpellir e viilgar as 

affrootils e ~~lillefjcios portence esnlusiramente ao offei~ditlo 

c :i latriili:~. So, p(1r6111, n horcla, a,111da sen1 ci:ivilisa~Zo e 

son1 govelxo, esti jjt di~posta etrl l>eqnelenns socicdades agrioolns 

cvt~~tllttilitarins, nlna ~.iidi~i~entarissi~nn mntiifesti~c;80, 

c~:u~:~ctcristicanlc:~lte econonllca, de iustipa social aintla s6 

'ne,~~tirn pOde comepal n revelar-se el11 c~rcunlstancia;i 

cspcciaes. Assin1 acontecc, iva verrlarle, corn us Esquimans 

.- . 

(lo norte d'Asia, quo, 11%o se import,anclo co111 u t:ast~go das 

offonsas, fel.imentos e inorticinios patticulares, se interessavtcln 

todarin poltl pil~liqao (10s Iadr6es, chegancio a 

rrpellil-0s clo sen sein. 

Il;~~trct:~uto, 0 priuneino esbo~o positivo rlos org,?os judieiari~)s 

56 se encoutra C~III nitidez el11 algnmas tribns repuhlicanns, 

c llotarelolente nos Iaillos Pelles-Tarn~ellias, 1111s 

ilastviclianos e 110s l

A cvolur;8o ria orgauiza~Xo j~tdicial attinge, pois, u~li 

novo nspect,o. 0 chofc absorve os clire,itos juridicos outr'or~ 

concel~tmdos nos conselhos clas clans ou clas tdbus. Alpmas 

TWCS, COIIIO 110 Orai~de Bassan1 (ilfrici), ouve aiada o 

lmrcccr cl'uu~ conselho cle a~~cikos; c ontras vezes, como 

acontoce na l,egiko do Tanganih, lip-se aos cl~efes ~isinllos 

1i:~r:t constitriir lull trihluial de jnstipa clue decicla as causas 

111ais i~ilpo~,t~ntes. EIII ~eral, pnrbm, o chefe j~llga por si 

86, culilr) silccedo vn lnaior pa,rte clas trihlls cla Poly~~esia e 

(la, Africa Negra, 1150 cow o proposito tle proteger os offenclidos 

e cast~ga~r os cnlpatlos, nen~ para esclarecer! em caso 

dc demands., os diroitos dos s~ibrlitos, Illas pa,ra affirmar o 

son poilor, para recoliler uma partc clas compo~iqBcs, e para 

dccrctar, ell1 sen pl'ovcitu, mnltas capazes de saciar a. soa, 

ononue c ~~biq~. 

B'lnis t,arcle, no clcsempe~llio cln fu~lcqRo jnrliciaria, o 

cliefo pass" a scr an'lxiliado pelos ieitic!eiros, clnc, dizeiiclo-se 

jilspirntlos pui vontades sobrenntura,es, coll~e~alll a excrcer 

ilirl poder cluc successiv,a~ile~~te se accontua e dese~~rolvc. 

7-3' o qno jr'l se nota, con1 effeito, ass pequenas monarct~ias 

barbarns da Africa Equrttorial, cia Cafraria e c1,a Mnlasia. 

dhi, os ieiticeiros i~lipDe~li as snas superstiqBes e as suas 

pxt~t~cns cle magin nos cnnflictos juridicon. 0s processos e 

as IICII~S tollinln [II~I carsctcr grosseirameute religiose. &'o 

gran~le cllcfc, col~veilcenclo-sc vuluntarinmente da sua origolli 

soh~~eliurnana, admiliistra a justipa, castigando- corn furor 

ti~rlo o qno ll~e paa,ece attentatorio dn sua, oniuipoteiicia, 

n;g~.nvnaclo os s~q~plicios, iilve~ltanclo crinies, mnltiplicanclu 

~~CIIN', 1iu111n palavra, nngmentando, rlo ~llesrno passo, o seu 

lwcstigio c os sells rendimc~ltos. 

(5. Etolnglo e tlilltre~~cinp.io 10s orglos jrdicia~.ios.-E' ~lesta 

nltnm dn. rvoluyXu juridicn yue o rl~efe 6 o olgao supremo 

tle tocla n jostiya, co~ilo o ', simnltnueamente, cle toclo o 

golrel.rlo c dc toda n lci. A clesintegraq80 de tmitas ilmcy6es 

reun~rlas vae agora. comeqar. 0 rei, na gra,ncle inonarchia 

ba,rbara clos Incas (antigo Peril), nomeia e rlemitte jk livre- 

,-. . 

~nerrte diversos jnizes, que 118s cidndcs tBcm a scn cargo 

rleciclir as questGes ciris c crilllinaes de ccrta importa~lcin 

sem appellayRo aelu nggravo. 0s casos nliiidos continnanl, 

con~o sobrevivenci:~, dos telnpos prinlitivos, enlr'egaes B ini- 

ciativa ~ndividnal 

'. 

Eis ayi, pois, os primeros orgRos judiciarios prjvativos. 

NRo, porhm, indeyendentes. 0s lllagistrados eserceru ulna 

parcella, CIR auctoridade soberana por simples rlelegapXo. 

Acima d'elles paira, corn torlos os scns ca,prial~os, qne ssa.o 

1 Col11 effeito, na passagem da lustiqa palticulm pala a collectiva 

hoovc lunitos grans tnternruilin~.ios o gra~iilos hcsitai:Ge, de rll~o dSo 

testemnnho os segmntes fnctos. -3s Agier~ca do Norte os Trapezes, 

pe Je huham urn goverua bastante aperfeiyoado: p~wla111 aiuda palzionlarlricute 

as offcilsm Na America do Snl ce1.l.o~ Inbus da Patagoilia ou 

da B~at~cilni;~ conses:rraTanl n adlluuistrag8o da jnstiyn coin ear act,^^ 

pessoal ou, qnendo mnito, familiar, apezar de vivereul sob tuna s~~jeiqgo 

pclltlca ji llruito cantctod~zdn. Nn Africa, Ceutlal nlgomns tribns da 

KeglBo dos Lagus m:mtGeln uill systllu111n de tnriisl,,:?io cousisl~ndo nu 

alternt~tlvn -ringany% indiricl~~nl on n.lipcllo an cbefc 0 incs~no pode 

dlne1.-se rle certas tlii~as negras da. Costa d'Onro. Na, Asia, on A~ahcs 

te'eu~ os dois syethemas urn tr~bns nbmaclas o two puescreve rel~rezalins 

partic~dares, so ptsso quo cidados o dircito ile pnuir b gernlulento 

confladu no chcfc - Podorialnos ~nnlt~l,l~cnt. os cucii~plos. Para o liossu 

fim b~ststx, pa~Qrn, ohservar qlle o mr?smo sx~cced~n nap, tr~hns nvynnns 

que occnpamlrl a Ecuoya pnmitiva~neute. A vingauq~ pdv8da e o 

cast~go L ~~~l~I~~05 

diz, COJII cffcito, am escngtor, assoc~avalll-su ell1 

~moporqiiefi vasiaveis, diminutlldo nlnn e nugmeatnudo o ontro :i ~ncclida 

qne essas trih~ts se aproxill~ava~~~ dluln estado de clvilisa~Ao ~iia~s 

acleautado A prinleira, poi.&ln, sb oo111 muita cliffiut~ld;~de codnu terrcno. 

Na 11i~intelsa pelsistin 1,aln os noh~es at6 as, secnln XII 011 XIII. Na 

Trimc& cinrou ainki ydr mmrtis tempo. Us senhores feudaes hnbitua~a~n-se 

10' $1 fbn~ia EI ~'ssc 1vctcesso rui11ineiit.nr du ntl~nioistrar jastirn que, 

~111 certns rircninst:iuunias, ~nlga~nlll ilnla vi!rgoul~n 111n.tltcr os suus 

direltos por foril~tl d~rerstx do do wmbate pessual. 0s dnellos jlldl~lal10~ 

a os daellos pa~ticnlnres slo vordnrloiras romi~iisocucins d'esse antigo 

lllodo de exercer o d~reito. qne ainda por ontras fonnas, eml~ora 

oxccpcionaes, conlempornnea1111>nte sc vcriflca. Couf. SPENCER, obr. cit.; 

e vela, ilo,ulto ao daello, TARDE, $tiides 11krnles r.t so~irtlcs, oap. I. 

3 

0-

oi~lens, e co~ni todas as suns vontactes, qne s"a leis, o munarcha, 

o Inca., que se snppii~eescendei~te de Deuses e, 

co~uo tal, n"n ss6 supremo nclministrador da justiqa, inas 

enc:rnliapiIo, ellc propno, da ~erdacleira justi~a. dssiii sc 

csl~lica que a cada ptlsso elle reivincliqae para si o clireito 

do proferir cleciso"es sobretudo ell1 casos inuito graves e que 

ello proprio puns os ~nagistrados ~n.~ra,ricarlores. 

Sob este nspecto o antigo Me&xc_o 6 unl exemplo frizaate. 

Ahi, coni effeito, 0 rei, u%o porle~ldo acln~inistrar jnstipa 

. clirectamente por cansa rla extens50 rlos sens dominies, cr-ia 

grnu$les trihnnaes, sin qne as juizes sZo hornens da sna 

confi~~n~n Abaiso rl'esses tribnri~es lia out,roq cujos ma- 

gistrarlos sEo escolhidos pelos grandes juizes. TIP lnodo que 

a. jnstiqa real 6, 110 antigo Alesico como 1x0 antigo Peril, 

intciranlente depenclente clo mona.rcha silpremo. 

iissim 0. Cumpre, por6n1, notar qlle do facto de o rei 

tei', no velho Mexico co~iio nas nubas monarcl~~as harbara.~, 

n missgo cie atlministt~nr snperior~~~ente a jnstiqa 2~o lado on 

aci111n (10s jaizes por elle delega,dos, rosnlta a creapgo cl'uma 

garmutin nova- a 8pl)ellaq%o, qne agora s6 poclc interpar-so 

de sc~ltenpas ori~nilmcs c oil1 casos gra-ms, nias clue, mais 

tnrtlo, so clcvia oxpanclir cnl tcr~lios de constituir nil1 verclndeiro 

clo do ogauismo juclicial aperfelpoaclo. 

Sc, ~ CW~IIL :LO llcxico dovcnlus eso,c feciultlailte iniiovay5to, 

por clesgmpa clereiuos-lhe tamhem o augmento de poclerio 

C13 classe sncerdolal, rl'ess;~ pcrpetua i~lliada clos monarchas 

o~nnipotouies, forte, opnlenta, iiuii1er.osa., cheia rle vigor e 

cle liabil~dntles e CWIII 11111a i~lgel,cncia cacln uez maioi, iza 

acl:nii1ist,lay5o da justiva. 

E', dc rcstll, o qac succerle el11 totin a 11arte. An fitrsico 

:~.ntigu nZo l~oclcmos fnaer cellsura clue n80 caibn. 6, velha 

Ahyssiuia c ao niltigo Egyytu. Alli, corn effeito, 6 ainda nos 

!)a.drcs rlnc o ~noi~nrcl~a clelefft~ as sum fmncqo"es rLe gancle 

. . 

just~cciro, dopols de ter, sen1 o auxilio d'elles, prohibirlo 

tocla n jnstica incliv~dunl, cll?sarl~indo os instinotos rle >

B a~pella~.Xo, ell1 priacipio, 6 perillittidal inas, de facto, 

procurn-so rluanto possivol embera,c;d-a, para o qne ~l%o 

concorre pouco a circumsta&ia cle fanccionarem ell1 

l'ek~m toclos us trib~inaes cle .appellaq?lo. De resto, cm 

~nate~in civol, u ?pl?pllt~q%o i! nlcumo puol~ibida. 0 mandnriii~ 

jnlga todas as coi~teuclas soberana~liente, clevendo 

at6 ~naltractar as pnrtes para ine ellas se lido habitaelii 6 

cll~c:~nn, 13nraq11e sc rlrsgostcn~ 110s puocossos, c? conlo 

tlix IIIII i~nporarloi (lo cclcste inlperio, c( para cloe toclo 

o 111mlc10 ti.ema, de ter de colill~arecer perante us nlagi?-- 

tl a(1fls P. 

C~~~i~pnre-se esta c~gailizn~Xo cla jlistipa chineea coli~ o 

rsbcr~:i~ rlne a,traz flzemos. fica logo erideilte clne rt C~I~II~L 

ci1cm.l.a r.m si n ccncsc c :L cvol~t(;iii~ gc1.11.1 dus 0rg5os 

jotlici:~rios. Aco~~csccatarenq por6111, qne a orpiiiza.qBo 

tln jr1stly:l 110s povos ouropens foi selilprc seilsirelnleilte a 

lilesme ', Xos Grogos colilo nos Rolnanos, 110s Slavos conlo 

iios Fri~~icos, nos (ienna~~os corn(-, nus SnxGes, a j~rstiya foi 

pr~~~~ciil.tnne~~te iildi\-iclual u11 familiar. Tere, clepois, escepcioi~al 

e inter~njttei~to~~~oi~te, urn comeqo rle orgmizaqXo 

collcctiva, qnnnrlo ns tribns ou :ih cl:ui~s so agxtcpamill 

sob a tlirec~ilo tlos mais velllos ou (10s mclhores. Conceutruu-se, 

mais tarcle, nas lll%oh (10s principes, quo, ciosns (lo 

po~lcrio conqnistatlo, esnrcefiml por slias proprias lnBos a 

n~lu~iaistrap'io (la jnstipa on souheram presidir a ella directa 

e cfficnziiie~lte ljor i~~tem~eclio (10s seus rtlaudatanos! conseg~l~~ldo 

il'essa loroln, pela forqa invencirel da suprema 

situay:So ~ I I G oce~~l~x~a,til, tor11ar a ~IIS~IVL nlais rcspeitailn, 

i11t1.i~ co~isistcntc t., porissu, nlais susceptive1 clns fnturas 

~lrffcro11cinqi;es (1110 ji se estavnm elaborando. Por fill1 e 

como ~iatural consequencin tl'este estado cle coisas, a justip 

fni poloa ~uounrcl~ns clelegnda ell1 or;Kos cadn, ~ e 111ais z 

nt1:iptndos ao seu regular clesempenho; o rlue qucx dimr 

qNe a, justiqa se destacon, 011, antes, rlne caiu, pouco a ponco, 

pritneiru mateuialmeute, depois orgnnicamente, das ~ndos (10s 

reis e chefes, para constitllir, ~neclianle l~r~gressos snccessivos, 

uln corpo sui ye~wis,.cle forl~ias pr~vw,tivas, de caracter 

especifico e dc situngBo partic~llar. 

Cumpre, por6in1 clizer rille, ilesta evolaglo, - funclamentalnlei~te 

sirnilhalite & segnitl:~ pelos povos acilna ditos na 

sua marcha ascellcional para a ciriliseqko e para a lile, - ''; ' ' 

ficaram largo tempo'incompletas dilas consequcncias inti- 'i 

~namellte relacionadas oiltre si e corn o objocto clo nosso 

estuclo: a divisgo ent1.e a, fnncc;io jodicial e as den~ais ' " 

fmlcgfies clo sta ado e --_-._.. a autonon~ia .., do organisnlo jacliciarjo 

-2;"prii.mente dito. 

Tor& o progreseo social co~lseguiclo nltimnme,ni.a :~qnella 

dirislao e esta nutono~ilia? TerA a chamadn divisRo dos 

pocleres traduzido, emfin], n rcalis~q5o d'essas aspiraq6es da 

col~sciencia collectiva, por fonl~a. a pnu o noroameuto nx 

lollgn evolap5o segnicla pclos orgzos judiciaries no scntillo 

(la sun e~na,ncipaqZo defiil~tivn? 

Eis o qoe nos cunlpre examina~*, colrl espccinos rcfercncias 

B Iegislaq%o yatria e ao estado do ~iossu 01-gmiismo 

jutlicial, no capitalo in~mctiiato.

BODIN fnlon justo e a tctspo. luspirado nas exigcncias 

dn conscicucia collectiva, cstabolece~~ colno axiolna qne 

(( a, perfeipgo d'urua sociedatle civil so encontra aecessaria- 

il~etlte nn obscrvancia rigorosa da justiga )>, e d'ahi dednzin 

a, nccossidnclo de cercar a fnncpxo judicial de todas as 

garnntins, con~eya~ltlo por a arrancar ao nrbitrio do priiicipc 

e acnbnndo yor a entregar k independencia propria dos 

magistr,zdos publicos. 0s sens easinainentos nlto foran1 

ycrdi~los. A tllaior parte clos estados eatraram pollco a 

pouco no liovo caniinho. A jastiga foi deixada aos tribunaes: 

e o prlucipe reservoit para si apenas a coi~fir~nagLo das 

sentenpas, cspeciall~~ente de morte 4. 

li;stava assi~n fi~ial~lie~lte aplanado o ca~ninho para, corrclativnmcate 

cu~ll a ant,iga rlivisBo objectira rlas ftl11cq6es 

do k~stado, se erigir, lln cloutril~a e 110s factos, a moderl1a 

tlivisRo snbjectiva rlos orgzos ou, como se nsa dizcr, dos 

potlcrcs do Estatlo. 

W. 1)irisfiu rlns oi.!j,ios ou ~~orlerrrs clu fistado. - 0 prim~il-o 

tlieorico da ~IivisZo dus poderes foi, como se sabe, 

l\I~iri.~sgrrricu. NO seu bello E.spit clos lais (liv. xi, cap, vr) 

o illnstre pliilosopho (lo seculo XVIII descrevia-nos as 

escelleilcins (la constitniqWo ingleza; c, elitre ellrts, apontava 

n (la sc))n~.cr(.cio cbs pnfleres, rlnc cllc imagiuava vGr nitirla 

nn legis1:lq"n cl'Ale~ii-&Iancl~a, e qnc descrevia pela ~naneira 

seguinte : 

JJII crcrln 8.stittlo /in t1.e~ podct.ci;: 9 le~rishtil~o, o 

~.t,r!~?ttir~o dr6.s coi.~ns TILP ]IRT~O?ZCPI?Z. no 1li7-eito dns gentes 

c o r.r'cr?lti~,o cltrs ([ue drl)e~?r/cil? clo cli~eito ci~il. Peb 

~il'i~~~~~iiv, 

n pi.iirr.il_i~, on n ~~~nyisk~crrlo 

fa,; leis pmlrc, 7bilaa 

11i,rns;6o 011 )lal~rj VPI~~~I~.C, 

P COI.TI$C OIL yecogn ns qzte estdo 

feitas. Ye10 seym~~lo, fa:, in pa.:. 076 n gz~.a'ra, T-ccebc 

ertabair~~da..~, rstaOcbecli a se!gul.nlLp, c ecifn ns l;1~vasr7es. 

Polo terccii.~, pu~ze ,os ci"ilne.s e jtrl,c/a as eonlerzc~a~.s 

pal-ticz1,lnl-0s. 

&Ioxr~sgn~au partia do principio de que a liberdade C 

col~ipletanieiite irnpossiv~l 110s Estados ela qne os tres 

poderes nLo fhren~ nigorosamcatc distiactos, e susteutava,, 

coherentcmcnte, quo quauto tnaior f61- a distiacqBo tanto 

ll~ais garantida estark a libcrdade. Tnrlo estaria pertlido. 

- dieia elle energicamente, --so o 111es11io hemem on o 

mesmo corpo (10s principacs, oa clcs nobrcs, oil do POTO, 

exercessc esses tres poderes: o de fazcr as lcis. o cle 

executar as resoluqfies publlcas e o do julgar os crimcs e 

as contendas do5 particullnres .. 

As consequencias d'cstas ideias foram por mnitos cscriptores 

be111 evidenciarlas para clue seja li~ister aqni espol-as 

corn nlinacia. Prucuron-se, --ulna rez qnc a libcrdadc 

dependia ila tliviszo dos poderes,-ssparal-os eutre si o nl~is 

possivel 0 tounal-os inde~ep.$g;ltes ,e eguacs ; e collocou-se 

essa separa@o mecllanica. dos orgaos sociaes n:1, base rlc 

todo o systhcma reprgseuta.tivo.- Co~iimet,teratn-se, tl'~si,& 

sortc, crros graves, de que a. soclologia moderna, co~u o 

couceito organicn do Estnclo, 110s arrcclon parn SCIII~I~C. 

Na verclade, elm ~~~imeiro lognr, o f111l da rlivis5o 1150 6 

prantir a libeidado rlos cidad5os, inns completal. o or@ilisi~~o 

social, qne serA tallto tnais pcrfc11o clua~lto ~ncllror 

correspc~n[lerel~l entre si a especialisaqzo dns funcqaes c a 

rlifferencia.yiio rlos respcctivos orgiios E assim as libcrclndes 

pllblices a11parecerZo cirlno luna das consequencias 

nntuu~aes da dirisiio cios podercs, Illas 1150 como sua razz0 

~lete~~ninante, ilenl co~lio set1 Ei~n especial. -- - Enl scg~iildo 

logar, (': preciso r8r qne a sq~m-n~Co mechan~ca clos poderes 

6 irnpossirel; se podesse rerificar-so, romperia o laso social 

e acabaria corn a unirlade sapcrior. indispcnsnrcl a yualrlum 

orrganismo, ernbora sf18 c/crto,is. Uliia soparay%u qt 

pwdiuisse o ~iliiilibrio cuim us ires poderes dsda & 

4

conseilnencia a imniobiliilarle e a. inacpRo seria a morte 

(lo Estado. --Em te~rceiro log;l.r, 6 mister perder a, ideja tle 

qne ox poderes silo egtiaws. Nun1 ur~auislno 6 inlpertinente 

pe~giu~~tar qli~l clas f~~ncrijes essenciiles tern ~nais rdor, 

tuna vcz cync toclns szo indispcnsavcls par& u sua sidu. 

I\las, qualido absolntnmente se cleseje liquidar a relatira 

importaucia clos orgiios respecticos, ha de concli~ir-se que 

n uln tern cla pertelleer s~ecessaris.niente a. direcqgo capital 

0, por cousegninte, a siipremncia. Assin1 suecerle em torlos 

LIR pnvos concititr~c~o~ines, p~~etlominai~~rlo nuns o pocler 

legislnti\n, nontvos ,> jr~diriario, e na grnnrle maioria o 

govel~namcutd 

IGsth, pnis, C ~IN as correcqiiea apontatlns, la.nparia a baso 

II'LIIII~ tlivisno dc putloros ubrresl~uutlente Bs tres funcgDes 

intlispc~fiascis clo E.;;t;~do: a) fiki~cy;lc~ rlestinncla a obte~ a 

tlcolar;lkZu das 11or111as j~urid~cas; b) funcp2io teiidenta a 

illcnnya~., ninrli~, metliaote nma coacpLo externa, a olwervancia 

rl'essas ilormas, e a ct~idar, 110s liinitcs (10 poss~~cl. 

do benl- star social : c) f~r~~cc;Rn ilirigidil a, --nos cnsos de 

violayao clclict~~osn dils co~lcliqiies suciaes de existent:ia e 

nos tle coutroversia a respsito de tlireitos dos ciilarl~os,-- 

~erificar os fltctos e applicar-ll~es o clircito corrcspoodoutc, 

1;' inconcel~ivel nm Estndo oiu qile qrinlcluer. cl'essas funcyiios 

falte; e nHo Iin clr~alc~ael. ontra fouccAo l~uhtico-social 

quo 1150 pussrl con~preluendcr-sc nullla rlns tr~s assigns- 

Intlns. 0s a.pparelhos on pocleres rln Estadn sRo, pois, tres: 

legislntiro, povarnnrnent~~l R jjnliciwrio. 

Corto qne ?st,& rlortbinn toin cantradiclures. --,41g~lns 

mostmmm rlcsconhecer o cr~r~ctcr organico clo Estado qnando 

admittem novos puderes nlediante a fragmentaqlo r1'1ul11 

DIVISAO DOS OH(;. POLIILCOS I3 AU'I'ON. DO fIlDIClilRI0 27 

-- 

ullico apparelho politico cle si proprio indirisivel. ass in^ 

.procadem us apologistas (10s podcres ckitornl e constif?tilate 

ao laclo do poder 1egislati.i.o orrlinario, t! dos poderes 

~?zoclri-cctlor e re,qLo ao laclo do poclor govesnamenta1.-Ontros 

denonciam ilefeito de urie11l~~c;5u sciont~fica, ou arsanjandn 

poderes corno o il1,~~7~icipal, que por su;l propria esscllcitl 

n"a pode conceber-se conlo parte da sohe~ania llellu CO~IIL) 

ele~nento da political nn escog~tanrlo poderes como o da 

opi~zkico pzibl~cn, on o dn, i~tq?i-clwct, uma e oatra das quncs 

podem ter nruita foyn ~ol~tica, 111as n5o c011stit1le~n porle~.e.s 

sociaes, visto cnrecerem d'nma jnrlilica orgai1izac;ko. - Ao 

lado d'esses ha, porbul, cscriptoros de direito politico e a.tb 

de osgnnizac;%o jutlsciaria qne colisc~eiitc~l~ente i~upirg~ianr 

a existencia auto~iuti~i~ du YUL~OP j udic~nl, red~rzindo-o a nnin 

simples paste do que denunliuam poclcr exccutisn! 

A doutri~la B lnuito anti+a, puis j 6 Jiou~;~.:, toca.l)tlo ra.pidiline~ite 

o assumpto, a profer-sava. No ciitrclauto, 6 insusteutavel, 

como se decluz ile totlos os llossos raciocinios 

anteriores e cl'ama ligeira. aualyse clas filncq6es Iegislativa., 

judiciaria e poverllai~le~ltal coriipaladas. KAo antecipemos, 

porkm, doatrioas, qne de direito perteliceill ;lo importante 

e colnpleso problcilla da autconomia rlo poder j~urlicial I. 

9. -A divido dos poderes sa legisls~.io cunstil,uciotlal para 

tuguisa. - 0 princigio da divisio clos poileres e da sua 

coordenac;%o e solidaricclacle estaxa oagamente esbopado 

na constituipiio ingl6sa: grapns a MONTESQU~EE o s torla :i 

brilhante pleiade dos encyclopcdlstas, a, Bmnpa erig' 0111+1 en1 

doutrina politica fimdamental logo en1 1789; el cl'cnt8o por 

rliante, foi consignado, sen~pre empiri~na~entc, mna soi~lpco 

colll mn forvoroso cnlto, llas constitoiy0es e nas cartas 

constitucionncs dos povos regidos represeutati~amente.

Entrc 116s, alites de 1820, as Inncy6es pul)licas cahi;lli~ 

co~~jlu~~ctamcntc aos IIICSIII~S orgSos. ~llg~~nlas tlifferencin~6es 

sc 11avi:xm desde 111nito lollga comcy.nilo a opcrar mas era111 

aillda illal prccisas c inconsistcntcs. 0s fu~lcclonarios II%~ 

~.~, -.- ~-.ii1~0 

~~COLLIJILLI:LV~~I~I o esescicio cle fuacc;Oes de .

ser lcsnrlo, ncln n collccti.ridade soffrer, set11 que o trib~u~al 

csteja pmmpto n restabelecer o impcrio dn justiqa c a 

assegnrw n permuicncia rlns condiqhes de existencia social. 

Putlci,iTo ns leis scr -iclstas e sal~ias, rltle, enirlnanto ndo 

I~onvcr ul-giit~s proprios para a sna recta npplicn(.llo, ficnrKo 

retluzirlas a merus postul~~clos tl~euric,us. 

Jias ~t1r quo 1150 sera encarregado cl'esea appl~ca$io o 

l~~ilci gorcirtinu1elita1: quer directamc.~itr, cotii(~ fie fazia 110 

roi~icc:o, qlies 11" ~n'c'io tle delegntlns, calllo se faz~a ainda 

no scc~~lo pn~s~.tln 'r' - PIIT motivos Ire112 simples : Qnnndo 

nlcsmo se pntlossc prescintllr dn ronsiile~ac;#o de qne o 

pi.~lol. govcn~arneritnl, se~~do o iiinnclntario d'u~n pnrtldo, 

i~clwcselitn :I,S snm tendnnclns especiaes e os sells iiiteresses 

l~,~vntivos, cuiila~ltlo po~co clns n~i~ic~~.ias opposiclo~~istas, - 

ficarig, ailitla evicle~ite que esse putlay,--sentlo, por esseocin, 

tlcpmiti~~iti e g~~i~srln clus intrr'esses geraes cum o mantlato 

rlc, t~itel~~' II~OIIIOYPT snb totlas as fornlas o hem-estar ria, 

societlacle, - se encnntrnria n~tiuralnlente mrastarlo pela 

pr'oprin indole tln aua l~iissiio n fazer prevalcccr o intcresse 

coiiiniruil svbr'e us direitos dos pslrticill~res pur cada rez 

(1110 11111 e OII~I'OS se ilchassem ell1 conflicto. Porle nlesmo 

dizou-so clue a descjo, revelado nn aurora de t0ds.s" as 

legislay.~es liberaes, cle cercar o l~ocler judicial tle garailtias 

a tlo llie insufflar rida j~roprin, resillta, clii parte, da 

nccc~sirlxtle tle e~itar os perigos a que se encnntrariam 

csl~~".os OR rlireit(os indivich~aes se o poder gover11~111ent,al 

podesso impunemente collllnetter os arbitrios e nsnrpayijes 

a, I ~ 6 O levado, on por zelo escessivo do bcnl pnblico, on 

pur intoresso partidnriu, sollipre ~~lostluinho, ulas sempre 

desgnqadntnc~to prepo~idorniito em grandc nmnieru d : ~ 

suas acp0e8. 

De lesto: liav legislaqAes modernas, o alnbito do poder 

judicial alargn-so por tal fornla qne ilLo snbeinos coli~o 

porleria caber na esphera rle acygo governa~mental. Babe-se, 

corn effeito, qae k(lllel1e pertence a tutel;~ ile todas as 

garantins politicas, clue, sob o nome de dlreitos hdivicluaes, 

se iuscrer7ernm solelnne~nelite 11a.s constitnig8es. A liberrlade 

do opiniRes e da sna lnanifesta~Io sob torlas as form,zs, a. 

liberdncle de conscienda., n admissibilirlade is func~6es 

publicas sem outrn distillcqSio qne n$io sejn, a (10s mcritos 

e vil,tutles, a, inviolabil~dade da pcssoa, (la sniL currcspuatleiicia 

e do sell duniicil:illo, o direitu cle i~ssucial;Zo e reuniZo 

para qu;~lqr~er f111i legitimo, o direito de sci coatribnir para 

as tlespezits pt~blicas clatlns cerfns c~i~~cu~lustancins, otc., s&o 

protegldos contra as nsnrpaqties provaveis do poder gover- 

11a111cntal precisa.meate pelo orga~~isii~o jll~ljcia~rio al~to~ionio 

e inclcpe~~dcnte i. 

D'csh furlna, os tlois pudares-- goverl~alilc~ltal e judicia~riu 

- 11% ss6 nHo se confi~ildem, mas, c\'algunia forma, contra- 

~Aelii-se. 11:' mister qne o seg~undo fiscalise o primeiro e 

qucfforncqn ao cidaclao utll clus g:ulrlcs nleios lcgncs tlc 

resisteucia contra os abnsos clus govenlos. Senclo assitn, 

coi?lo se comprehende clue tautos escriiptores tenham qlrerido 

confunclir soh nma, clesignnqAo cornmum os doia tSio divc~sos 

appuelhos? &oe raz8o essential terd alimentado a rliffusgo 

d'utuu cloutdna 180 fillsa? 

Tetn-se tlito que, seudo as fl~ncq6es sociaes fanrlameatallile~lte 

claas - fazer leis e esecatal-as, - os org2ios 

governarueiital e jodiciario tPe~u rle cornmum exelvet. estu 

nltimx ~IIBCCHO, aincla qtle por dlversa mnucira. - 8 

primelra vista o mciocinio colhe, e porvelltnra sc crrpllcari 

assin] coino a errollea doutrii~a sc te~lllil podido esl~nll~ar, 

nomeilclamcnte ern Franpa. Mas, clesceildo no funtlo do 

prt~hlenia, v6-se clue, realmcute, o poder gover~ianlental 

llelll serripre executd leis e clue, na sna dircc,qZo c inipulso 

-- - 

Vcj. A~?nona~o SON.&*I. Ln n?agish.c~farrn ill liolia, call, 1.

dns nct~iritlntlcs socines, lliais vezes ha cle obedecer ;I 

principios j~u.iclicns e nioraes esistentes na co~~sciellcia 

colloctira rlo que a rcgms estatuitlas pelas assemhleia,~ 

p:u,lanicnt:~res. 0s exeml~los s8,o t8o obvios que nos 1150 

tle~noraremos a apontal-os 1. 

Dcpois, no pasqo que o poder governalllental, quer 

l)~.ot:w'Ir [)or via de regnlament,os genericos, rlllel. por via 

dc actos cspeciacs, 6 semprc, no fm~tlo, pre~e~afiz~o e actiso 

quilescluels quo sejalil as a~~l~nrcncins, o poder jndiciario 6, 

~)clo coutrario, dc slrn ~intnreza prr.ssiz.o, nlo actualldo sengo 

:I ~'erlirlo (Ins partes ou (lo repiese~ltallte da socicdade ou 

1x11' o1.11e111 for111nl e escepcionnl claa leis, el ale111 d'isso, 6 

rlrc.lro~rrfi~30 (nlnteria civel on cc~~nmcrcial) 

(matc~.i:~ criminal), Inas nllnc:~ p~.rr.o,firo. E' verdade quc 

:I 1'~11adevo tel' 11111 cilracter de preveng8,o social; ~nas 

isso IIS,II sign i flea clue o nr ilgistraclo, applicando-a a0 cnso 

oc!c@ormn l e, clc\-n ter coma plr~p~ lisit,n 1-eg111;l 11leutn1. o Nspor 

tlrsil~ l~)po pnrn os casns qrle rlc fotnro se possaln dar; 

c assim se esplicn a, obri~i~ptio, en1 qne elle estk, de jnlgar 

c.;rrla c:rso por snn vez, elllhora baja casos anterii~rcs per-feit,anicnte 

cguaes, e n r,o~,rrluti~;~ prahibi$io de proferir 

il~nsinias germs 011 rcgul:unentos, isto 6, de illlitar ns 

\-olll~?s ~~~~~gihtlatios ionlanus on os parlanleiltos fmnci.scs 

(lo :111tigo reginicil. 

NIL~I:~ l~da~ra : o pnilei. go~~ernamental tern, clentro dos 

111liitt.s c~t~nstiti1c.io1l:10~~ a fac~lldarle de expeclir ref;olrn~~cn(os 

c crrrtrns proritlencias !jr/~o.icns con1 fins pre\~cntivos; e 

c.ssa fncnlrlado fnlta absolnli~n~r:r~te no poder jndiclario.- 

AlOm rl'issn, e comn col~sequcilcia, o pocler gorernamental 

tcm Illnn i3-mSt:1. r/c>fi?v'(/lrrk: i~ol7ttbtc11~~n, que suppiie o dircito 

I? 11 tlcvcr ~le it~irirri~t:n: no passo que o nplrnreltlo judiciario 

sd fu~lc,cioua, en1 regm, clellois 11c lt~~uz~ocr~clo. 

(ILL ~.q~r~s.siro 

I'or wn. ~ c o z 11r1llc.r jutlll:i:~l 11io (, mn Incvn rspcntor ~ncoliauico 

tln 11.i. A sn:~ 1i1iisXo 6 lirais nitljr~' 1% ~nclindrosa, uollro vurelnos 

110 1'2]1. ITT. , , 

DlVlSAO DOS ORG. POLITICOS E AUTON. DO JIJnlClARIO 33 

D'estas distincpdes essenciaes derivam aspectos diversos, 

que, emborn secnndarios, s"a ailida dignos d'l~rn nlomcnto 

de rcparo. -- 0 poder gover~iamental, sentlo desti~~ado a 

pronlover o bem-estar collective, tern certamcnte (pela 

natureza do seu nlaildato e pclas leis) assigiiados os 

confins dentro dos quaes deve mover-se e alem clos quaes 

incorre em excess0 de poder. Toda\yia., dentro d'essa orbitn, 

elle n%o poilc dcixar dc eskrr irivcstido de largas fnculdades 

disericio~zr~rias, visto que a preren~Bo 6 por si propria 

uma 111edida de opportoniclacle, depeildente tle cril.orios quo 

develn amoldar-se a circumstancias total~mento contingentes. % 

D'aqui as attrihuipdos millisterines de espedir instrncyfies 

o ordons; tle modificar, ceiisnrar ou revogar as prov~denoias 

t~madas por ontros agentes subalternos; cle preniiar, p~ulir 

e por fin1 demittir esses agentes. D'aqui, nlin~a palavra, n 

dependencia, a res~)onsahilirln,rlc! a anlovibiliclade en1 todos 

us graus do funccioniilismo nclministrativo. 

0 contrario snccede coln o poder judicial, qns se acha 

cada vez mais privado de arbitrio. Collocado mn frente do 

prcccito (la lei como na presenga d'~~ma f6rnlnla algebrica, 

o magistrado 1120 pode substituil-a pelos sentilnentos on 

pelas icleias qne o agitam, en~hora se Ihe affiglire quo o 

conduziriam a 1uua deciszo 111ais justa. BACON exprune 

'IL~ conceito 'exact0 cluando declaia melhor lei a que 

menos arbitrio deixa ao juix e melhor juiz o quo motlos ; 

arhitrio deixa a si proprio. 

Con-elativ~~~iuente, porB111~ emclua~~to cine a ac@o do poder 

gove111~~1neata1, por isso inesino qnc I, discvicionarin, 6 orr 

deve ser spinpre s11~0~11t,ivel 110 fiscnli~ap%o e clo wspousnbilitkcck; 

a tlu pvtlor jndiciado, salros os modos de refomla 

ndlnitticlos pelos varios systl~e~uas cle process0 4, tein, pclo 

contralnio: a sea favor, a pres1imp1;6.cr do c~er~tlotbe, c nil0 

1 Conf. acerca dn revisio extraoirlinaria de sentellpas clli rn~tal' 

crimiosl a art6 8401: do cod~go civil r 126.' n: 3.' e 55 .5?, b&f 

do cod~go penal, e a Ici CS~IFICI~~ de 3 cle ahnl de 1S96. 

5 

i

ilidr~z, a 1150 sw 110s oasos oxccl~cio~~ncs tle prevaricaqlao, 

SII~I~III~II, ~te., ~.~~sl~n~l~ah~l~daOR 

nlg~iima no ~nstgirt~ailo de 

qllc clllnllil, n 11lli~1, 110 SOU l'espectjvo glsaU clo j~u.isdicp%o, 

6 i//tcf~]~rrt" POOPI.~I/O (/a led I. 

ciario, n.snim tl~enl,icanic~ite cst,abelec~do, estark, cie fa,cto, 

nsscntc, coiil f6i.o~ rlo realidado, Iln 1i:gislnqiio ~iacioilal 'i 

8c1u tlnvitln. A dirisk clos poderes F! ns garantias da sua. 

~niltlin inrlrl~~nrlri~cia sZo j6 1nn forte esteio d'essa antonomin. 

Mas a cart,% constitucionxl estahelecc~~ preceitos especiaes 

0111 fn,vor dta inrlc.l~e1ldellcii1 do corpo jurliciario, co111o se vB 

(10s artt. 120.", 121 .O, lP?.', 74." 9 li.', e 145.", lo.", 11 ." e 

16" $9. Alii se consigns, eutrc outras prerogatlvas, a 

1 0 codigo civil, no art. 240l.", dl& 1er111ill~nt1:meute qtle os juizes 

s.;iu ~ ' I ~ ~ ~ ~ ~ I O Izns I L Ysczcs I I ~ ~ jzclqanzentos, ~ ~ S excepto 110s casns cm qne, 

medinntc os ~ec~iisos cn~npetc?~~ti.s,, :IS suns sentenyns ss8o aunt~llndns on 

rcforjnadns lior illegacs e ye deixn es~~l.esr,,mr~ntr nns les~~clos d~reito 

s:tlvo li;tl.:li /I~VCI~~!I~I perch e dail~aos, 011 fie os uiesl~~os juizes s%o 

innlfntlos on c0lldrlll~:li~~~~ 1l:ls c:~~~tar .\rr:~esce~lta, de resto, o art. 2402.", 

tic 11:ll~mnuia corn o nrt. 123.9d;i cnita cous:itl~aioiizi, clue fieall1 seJnpre 

salvcis as nc~fies, qcu' ]~r~ssn,~i~ snr inb:ntadas contra as jmzes pelos r:rim~s, 

allasos e CrI'os tle off~clo clue coi~lllletl:~:il IIO cJxeri:lcln das suss filucgdes. 

E colll cCEeito o c:otllgo lie~lnl. nos artt. ?S4.", 319.", 3 "O.h uunt~os, 

estnbclrcxc tlircl..;as pcn:ls, (lnn vAo ilc,srlr, n 9usl)ensXo telnpora~in de 

di~,citos lloliticos nth 5, pdsZo cellulnr por qontru :inltos, qguirla cle 

dc;rrdo lmr oito, on, eol Rlfel.~l:ltlv;i., :i, dc ?.egl.edo pox quiuze annos, I:, 

I:II~ ;IIII~IIIS 08 cnr1o4, ;i, lllnlta de 1000$0i)O l.il~s, liars os julzes oa 

jlu,ntlo> 11ue ~~roferini~~~ .;c~iitc!~igns mauifestalnente iujusk~q, ~I~IP fmo~ 

ou IHII o~lln, on fnrc111 corlump~dos li:~r:i jllIgxre111. 011 nrdenalem, "a 

~I~OU~LIICI~I.~III 1'111 ~ll;it(:l.ia ~l?~iiiil~l a fa\-01 ua contr~t :tlgnllm pesioa, 

nl~tcs on depo~* dn accus:yBo, -- deventl~i try em vlsta qL1e. ,< se pi11 

13ffeito dn GOYIYI~II:~~ II~:IIVW ~otlde~i~un~~o a Lltlln ~ ~ I B CV I , ~ Tgrate, S serJ. 

ilupost;~. jluz, on lnmilo, 11ue st! t11:~xar I i~ut.uuirrr~ia, uslir tlcI"ontlir1n a.t.i: por tlispl~si~ii~s 

rlo cod. pai~al, qcie, 110s artt. 301.0 11." 4." e 002." n." 2!', 

estatue pelias se-reras para as nr~ctoriilacles ad~niuistrativas, 

cllle cum quacsrlnc~. orrlcns tm pl-cill~hipiios tn~stnrrin i,~q)ali~- 

012 p~~.t,si.bn~. o erercicio do ~~ocle~~,)t~clicic~l, on que, tlepois 

da recla~lia~Bo cle clualquer clas putes jnterer~nclas, decidirem, 

eili ~liatcria cle uouxpetcnci:i. tlo podor jirrl~cial, sell1 

clue n jnix oompetente t~nlin, julgndn EI reclamn,p$o or1 tlopnis 

qne a teill~a jnlgltdo proc,ede~lte *. 

Estes diversos diplolnas e maitox ontros yue os completall] 

e ctesenvolve~a ~ilostratil d er~ileilcia qac cntre 116s foi 

iuh-oduzido e se procnvo~~ tntclm~ c r.c~pcit,a,r o prinkipio (1% 

ant,nl7omia do poiler jucliclnl. 

Nrin sn encoiitmrk, por6m, llma clerogaplo x esse priucipio 

ao facto cle, eutre n6s, ser adll~inistrnda a j~lstjga 0111 lioule 

clo chofe tlu Estnclo ? 

Precisamos de i~dre~tir que 11% legisbglo portugu6sa 11Zo 

a,pparece uma disposic;"a geld qlle, d sim~lh:ul(;a do qlle 

succode 11:t Hes1):~1111:1. c 11a Ttalia., estxbclcga cssc prcccito 

para todos os casos. Ira, npenas, no codigo tie pi.ocessc~ 

civiI, os artt. 85.0, 86.0 e S8.O1 qae liiaiidam passnr as cartas 

de o~cie~n e be~u iissim :~s cnrtw pr~c~~tori:~ e \.ogatorias 

pi11 nome [lo rci; c ]in., nlcin rl'issn, pn.r.nllela.ine~itc, o nsn 

1 C.ollf. mtt: 119." r l'?O.V(+N 

ri~gitirt:l~to. 

2 Ye]. aindn 0s wtt. 181.4 e 8 2.". 183.", 185" e 1Sti." do mesmo 

codigo pri~al 

35

l~astarite freqi~e~rte, emho1.a tle nei~hum inodo oh~iga.torio, 

tlc cncii11a.r c rcdigir as miiiutns dos recnrsos qne te~ilia~~i 

tlc ser tl~cididos pclos tribunxes supcriores collie se elles 

f~issoni tli~,igitlos ao rllefe rlo pncler exccutivo. 

Col~lo se vi5, s jnstip 6 dada em nonre rln lei cilmo clue 

110r tolr~,nilcio. Nenr os artt. 96.", 86." c 88." do ccdigo, alib 

1% justamelite criticados pelo sr. Dl.. Dr,ls F~RRRTRA j, podem 

basear n opinigo do quo o chofc do Estaclo iiiterveaha 

cl'algiun mode na admillislrac;l~ da justicn. Ego. Tanto 

clles conio o nso acima inilicndo apcllas significa~i~ qne 

ootr'ora os tiib~u~nes foratil presiilidos ou dirigidos pelo 

~noriarcl~a, e (pe, co111o tantas reees se nota nn evoloqBo 

dns institoip6cs, a phi-ase cle que--a jzlsticn el llrltln eiu 

/co/11!' !lo y ~ v- ' Eic:o~r, jA SAIII s~trtidn: ~l~il~lul.'nrii~'~ e illutil, 

11ataattesta.r a resistencia dos sj-mbolos. 

Kn realidado, sob o alltigo regilneii o mi era o c:hefe (1% 

j~~stiya. SR a ti1l11>1, reallnante clolegado, so chegara nos 

1 a Por diveito autigo, I;'-sE 110 Codyo de prucessu ciz?il alznotlrdo, 

~ol. I, 1888, p. 141. uruucn &q rogaturlail elail1 tlirig:das em lioilie do rei. 

Ilms siln en1 uorna (111 ali~tl~lld~ttk3 qut! as esl~eclla.-I'elo plaj~cto 

al)r~.xt~t;iilo ks clirtes, ILS cartas cl'ordem e as pr~oato~,ias, asslm oonio 

ns iogntol.i:i.s, nrnlii 1inssni1n.l em iinin~ 11n ~as~>ri:tlrn jniz, c nZo ell1 no~iie 

do ~.cu, rlor I? cl~efr iln ~roder rxncutiro, III~R uBu do l~ocler jodidnl. Apezar 

d'osin disl~os~cio libural, e ],or COU~C~ fbta disl~usi~iio libcml, fo~ aliodado 

clo ~~y~~~lilic:rau ~IJI. :~lp.~lus (I ]IIO~BC~I de UO~I~O. o aindn wngou rstc 

wj~zilil.ic~n1ris7,to ua c;tll~aril dos benhol'es deputados. -irxs 3 ~loril:liiss5,0 

rle 1egrslnr;Ro d;r c;l!liara dus diguos pares, jolgn~iilo effectr\-anieutc 

*.eyzrDlzenxo o cudigo ])or u8o serein liasswlo 9111 ilniilc do 1.1:~ os notus 

cs,pt~lirlidos pur lun llotlcr indcpendeute, cor~io B o l~oclel jndlc~:$l, dete1.liuluou 

~~tuu~nhtas de ordciom c precatorias fossrlil passadas ell1 uome 

tlu rc~, prufeiintlu wi~u n for~anla do vellio ~egimen al~holi~to A fhrm~da 

IIIIF~~, acunaelhntln 1~18 COIIP+I~II~C~~ (10 Ehtailr~.-I(;, CUIISC~F:I~~~ sell1 

;ulte~.,ly,'lr~ u :irt. !)A.Vlo 1irojec:to (88" ilo codigu). 1luo oskil~elecia l)ara as 

log~to~ias nr 1ilc.si11as coudryiies rlxn pl'~~:a?os~ns. vlsto ilue u6o u~andnva 

oxl~cdi~. est,~s el11 uolne do lei, deiso~u cnr~s~gtin~lo, cuulrn o uosso dile~to 

dc XJ~:I!~II~, u 11~t'ceitu de rlnc tit11 n~-~nue do u,ri si7r8u espe,.llilas as 

rclg;dlu~,i;~r. d~~.lg~d:u:j n rlanlijl~ri, :~ilcto~ ~(l:utllir~ eqtrarrgcln!, 1~or niais ~c~fenor 

\[\I!> s1mJ;3,p , 

~lVlSd0 DOS 011G. POI.ITICOS E AUTON. DO JUDlClAHlO 37 

ultirnos tempos a snbmetter-se 6s suns sentenp:~~ alntla 

quando lhe contrana.i.an1 os intercsses. cili todo o cnso, 

legal~lieiitc, collscrrava senlpre o d~rtzito clc desfazer tnrlo, 

passantlo por cinia das clensrîe< mals solldas. A 1cvolny7io 

convcrteu em catarlo de direito o que ern cstndo tie facto, 

deixando s6 conro re~~lir~iscencia qnasi inoffensira, apoaar 

de anti-scientific8 e anti-jurid~r:a I, ulna f6mula, quo 11a 

nm secnlo tinha o colldHo de irlitar BENTHAJI 9 qcluc, 

,~inda agora, na Itall8 sclcntitica, incomm6da visivelt~ielitc 

torla uma pleii~de tle escriptor.es, qlip assi~n se ~nostranl 

pouco affeitos ao lilethoclo sociologico 3. 

Deweressario 13, entretanto, accrescentai. qrre a f5r1ilnIa; 

dostinada a cair iuevitavelmento, dcve ser excluidn d'unia 

boa reurgauizaygo juilioiatia nacio~~al; o qnc! s j~rstiqa, a 

ter de ser arltninistrarla en1 ~in~lie rle algrm~a entidadc, dcrc 

sel-o, ou em notile da naqlo, porrloe s6 assi~n se tra~lue a 

llodier~la ~ealiilade clas doutrinns scielltificas e dos factos, 

on ern ionic do jniz. qnc 6 o i~u~co legitinlo representante 

cl'ella no orga~lisnio jndicinrio. 

1 ORLANDO, nos SCLIS es~elleutc~ Princil)ii de d~~itto costitzt.rionale, 

u." 538, p. 221, eutendc rlac o art 6S " do est;!tutu italiano de olganizaqzo 

jodiciaria, na parte em qne drz qne (imeutsnte exteruo do Estado ua uuidnde (10s sells podcres soherauos. 

-A doatuinn parccc-nos falss 11orq11e oxigir~a iloc cousiderassemos o 

rei simaltaucament~ co1110 lepi~seut~ute iutcrtlo ~'UIII poder - o goveu- 

~raliient,al- c co~ilo icprcsc.uta~itlir: uxtci~.uo tle todus juuclos, - dnal~llade 

rlue re~~i~gu~ vi~to quo 0s do18 ~~I.IIIOS sc ~CJJCIICII~. - Coiif. o at. 7fio 

dir Cunstltlu@o hesl)~~ilioln de 30 de jauho do 1876, oude se dlz qoe : 

qLn37w'licirc so ndjni7zisi~a c7b 1~07izbF.e LZFl Rey>>. 

2 De l'orgwzisatio7% jzdiciaire et ile itr codificntio?,, czf,rnifr rle 

dicers ozcz7rages d~ J ~~iane BPNTII.\M, ~ZM.ZSCU?~SZC~~~ n7z,qlais, pap ];;YIRNNF. 

Dulii~~~, 

1S2S3 ~412. 111, 11 11-16, 

"E~DAT~ BOMSI, La nmyistrflC~ra 212 Italia, 1884, cap I, 11. 21-22; 

D~ANBREUINI, L'ordina?7rbalo ,ilizctl~i:itcrio c le rifur~i.ie. IS82, cap. 11, 

1'. 9-10 ; pt1:

Net11 obsta a circnmstancia cle, 1x0s terlnos do art. 74." 

## 7.0 e 8.Qla carta constitucional, do art. 126.0 11." 2.0 e 

$5 2.; ,R." e 4.0 do codigo peual, etc., o rei ~01110 poder 

motleraclor ter o di7'Fito cle gracn em sentido lato, co~npre- 

ilenilendo o pc~.dCo total ou parcial da pciia, o i7ld,/ilta c n 

fl/ll/t/'~~fi/~. 

N%o 110s proponclo discutir arlui os fu~ldamentos d'essa 

lvcrogativa ', apenas consignaremos qne por nleio cl'ella o 

rci 1180 participa, conlo yude suppor-se: do cxercicio da 

frulcpzo ji~rli~~a~~a r~~i1iiilia1. Pelo contl.~rio:. entr~. a, jl~st,iqa 

e n clc~~iencia ha, do certo ~i~oclo, uma opposlpTio: e os 

criterios n quc mutt c uutra devcnl obcdecer sgo totall~iento 

tli roiasos c p0r -rezes contratl~ctorios. 

E.' nssjnl que o direito de perdoar se ~nautem na m8o 

clos chcfes do Estado ile todos os povos livres, ai~lcla os 

n~ais avi~llpnrlos, em attcn@io a nlm conjnacto dc rasaes de 

convoniei~cia e rle opportonirlacle, entre as quaes avnlta, 

segarameiite, a de que uma lei; pur luais eiluitativos e 

l~tul~anitarios qne sejn~n os scus int~dtos, 1150 poderti 

scmpl-e obstar a, rlnc, em certos casos especiaes, a sl~s 

apl1licay8o resulte excessira: e sendo porisso necessario qne 

en1 circ~ulnstancias t5o delicaclas baja u111 poder! que, 

1150 clepe~icle~ido tlo jtlilicial uem o domina~ldo, possa 

l~'utnptn,~~~cnte iml~edis on repn.riw ntnn pu~11ic;S.o reputads 

otiiosa pelo espirito pitblico 2. 

1 flll~:\~l)n, obr cit ! 11." 281, p. 177-178. 

2 l'ode, pol eseml>lo, sueceder, diz ORL~NDO, que a consciencia 

[)i~lntl:~r 

a ]IIILII~B~ ~l'uln cult0 d~licto 011 a 

j:~ UGJ julg~u: ~q~porto~la 

apl~lico~&o d'llilla dniln peun; em tnl caso. antes lue a obra leglslatlva 

~(!IIII:L 1)oi111111 tl.:lcl~i~ir ussc 'ii:~~ti~~ie~ito rill l('ir 6 n11pi~1.t1ino rpe, ainda s6 

na durid;~, n eslstellcin (I'arlnelle se~iti~iie~lto popular lnflua cln benef~cio 

do coudr,~nu;~~lr~. -E Irni,d n ro~iseg~i~ aada conlo o rlJ.eito $8 gmpn, qtle 

nli;is 6 tno~bem nt~lissimo em ciic~~~listniicias q~ie eexijalli n ncallnaq5o 

dns paisicus pollt~cns ~ned~antc a n~?~/~istin para 09 pretenses del~ctos 

],or PIIILS ~ll'tl'l~lllllln~lli~. ('tl'. 

DlVISi\O DOS ORG. POLITICOS E AIITON. DO JUDlClARlO 39 

Yoden~os, pois, dizer que o chefe do Estarlo nLo intervem 

na fui~cplo jndicinria ne~n tira ao reSpectico organismo a 

menor parcella da sua caracteristica antonomia. , ,, ,J 

E' vordade gne a carta constitucional, nos artt. 7Ci,.JXJ- 

" $ 3 , L I, 

7&? n." 6.O e 121.", e 'diversas lcis rcgulamcnta;l.cs nas, 

correspondentes disposipiies, d2o ao rei como cl~efe dos 

poderes executivo e moderador as attribuipaes de nomear, 

promover, transferir!, suspender,. aposentar, demittir, etc., os 

diversos fuucciouaTios jndiciacs, o qne pareco cnvulver tuna 

sensivel rliniinnic;ii,o na. antol-iomia do poder jndir.ia.rio. TC' 

poreln de notar qne, como dlz -urn escriptor, ell1 qualquer 

ordem cle fancqi)es, o modo clue se adopts para a norneayiio 

suspeuslo, deniissSo, etc., dos titulares nB,o 6 sento nma 

fornla accidental, que p6de augmentar oou diminair as 

garantias do seu recto euercicio, nlas n8o ~nutlar o seu 

caracter intrinseco. E tanto qcie os joiees nomcndos pclo 

rei colno chefe do poder execntiro sZo inamoviveis, o que 

quer dizer qae nlo podeln ser tirados dos sens logares senZio 

nos precisos termos dns leis o em condiyaes de extre~na 

gravidarcla 4, -- e essa, s6 cirmmlstailcia exclue tormiaante- 

mente clualquer ldeia de supremacia 9. 

Teado assiin demonstrado o pri~icipio da atztonomia 

judiciaria e verificddo a wa actaaySio nas instituipkes 

politicss naci~na,cs, cnnlpre v6r qrraes siio, no ponto de 

vista scientifico como no do nosso direito, os li~mites d'essa- 

-- - - 

antonomin, isto 6, -para enipregar a linguagem corrente,- 

quaes 550 as relapUes entre o poder judicial e os dois outros 

podcrcs (lo Esia.rlo. 

1 Gonf. o 2." do cit. art. 108." do rcgimento de 2O clc fcrc~eiro 

de 1894. 

2 No logar proprio estl~dareillos a orlgem. eaola(.Ao e oondiq:6es dl: 

efficacin 11.7. fian~~rooibilirirrde dos ~nagstra~los Aqui s6 qneremos 

apontal-a coillo galantla suprema da nutonom~a do poilc~ jud~c~al. 

,Conf. ORLAXDO, obr. clt., 117. VI, cap. I, pag. 209 e segg.

4.0 O1ICAPI%A!!hO JUDICIAIIIA - IN'I'HODUCFAO 

CAPITULO IV 

ReiaqBes entl-e o poder judicial e os outros poderes 

$ l."-Ra1,ac;6ss EN1 Ill? 0 PODER .lUIlICI4L E 0 LBGISLATIYO 

1%. PI~IIGC~II normal tlo potlcr ja~liciario relatiri~~nente 6 

:~lbplicacio da lei.--Do modorllo coliceito soclolngico cla 

tlivisRo tlos nl)pnrclhos sociaes r~st~ltn clue cllos ilece111 estar 

Ilani~onisnrlos ciit,re si como n~emhros solirlar~os tl'lun tndo 

oig:lnico. A c~r~tono~iiin de ca rla 11111 nllllca deve en tender-sc 

rlc for111i1, clue a solicla~~iorlatlc c~ihe todos possa st111pGl.-se 

rlucl11,adn. Mnito ao contrario : para iletcv~nillar a posiqgo 

propria ile carln pode~. do Estt~~cto em fre~lte ~los deinais, 

CII~~II-C tor p~.osentcs os dois cn,mcteres que a vida orgallica 

llics ilup5o : solidnriorlndc c tcutonomia ; e assim podergo ' 

rlccitlir-so con1 1,olatirn Eacilidnde nulitas dns claestbes 

luagn:i,s, pmsts coil1 r;~npil~jsmo R seln scg11rn11qa decididas 

pdos t1.ackld1sta.s classicos cle o~,ganieay%o jndioiaria. 

0 csamo das relapAes cntro os poderes legisla~tivri c 

,ji~tlicinl raci tlc~nonsh.ar-~~o o ;~ssciti~. 

E' cor~~entc dieel rlllc a differellp e~ltre elles consiste 

~ I I I rlltr 0 p~ini~iro fax as lels como nornlas geraes, ao 

~~ISSI> q11w-I sccguultlo ics applic~ a cada ruu dos casos 

p:~1,tin11h,1,cs subll~ottidos no sen erame. 

T)'.i,q~li lxwclcc devcr declnzir-RC: 1.O qne as relapiics 

cntrc tun c otltl l~~lcr jutlicinrio rlnch~n lirl;~l~~lcnte a sua a1t1toi~un~ia 

pml~ito o pildcr legisla.6~0, pois 1180 vire sen%o nlel.c6 

tl'elli! e Imma porpetua depelirlencia clos sells d~cta~~~cs; 

2." rlnc o podcv jnrlicia,rio 11%~ tern senbo mua base cle 

REI.Ac~Es ENTRE 0 PODER JUDICIAL E OS OUTROS PODERES hi 

opportunidade politics., visto que, daiido-se-lhe o enca.rgo, 

quasi material, ile applicar a,s leis fdtas peln poder legislativo, 

parece $6 se ter querido obstar a quo cste, ficando 

bom o poder de applicar as propdas deliberagGcs, ab~~sasse 

da exteilsLo dos seus poderes e dterasse arbitrariaineiite, 

perante cada caso especial, as providencias estabelecidas 

corn caracter de geaeralidacle. 

Sera assim? SerA estn a ~liesrl~unlia fl~ncglo clo porler 

judicial? Inlagilleruos por inonlentcs a affil~ilzativa,. Aincla 

nesses termos acanhados, -. o -. organism0 jadiciario teria 

alg~uila iuclependencia perante o lcgislativo, pois so dcstinaria 

a faeer aq~~illo ile qlie elle 15 incapaz : garant,ir a 

observancja. estavel e a applicrtpao egualitaria clas suns 

providencias. 

A verdade, por611i~ B que as ,_relaqdes. entre os dois 

poderes s%o 11111it,o mais a~nplas e revesten nm caracter 

muito mais racional. A cvoll~pgo, do qac rapidamonto 

demos conta llas paginns anteriores, ~~loslrou-nos jB que o 

o_rp1anism~o-jud~cin1 nLo apparewcolno ?ependeacia do 

poder .legislatiup. Agora vanios v6r que tamben~ na hnra 

presci~te, aquolle nb 8, co~ilo se suppdo, 11111 cego executor, 

das deliberag8es proferidas por este. 

Para 110s conwncermos da justiqa d'esta asserpk basta 

kr presentes os segiuntes raciocinios: A lei, sendo de 

nrdinario concebida em ter~ilos geraes, constitne rertladeiramente 

nma f6rnlnla abstracts, susceptive1 cle ser spplicacla 

s uma sorie indefinida de casos qne apresontam carnctercs 

communs. Coma, porC.1~1, cada u111 d'esses casos, yle, por 

ria clos seas caractorcs, pertence B cathegoria contcmplada 

por aquella disposiyHo legal, tell1 sim~~ltaaeaul~ente (sen80 

senipre, ao rnenos mtutas vezes) ontrcs caracteres oa 

elenlentos diversos, que o adscrevem a novas cnthegorias, 

embora formactas d'm moclo ailalogo,--succerle constaaitemente 

qne a cada caso prltico especial podem, real on 

apparentemente, ser applicadas d~les 011 mais providencias 

logislativas. E' certo que IIUDI 011 ~loutro caso estas 

G

11ro~,itlencia.s Go sosceptiveis rl'mna applicapBo conjnncta. 

Enl~,clan~lo, lla ~uaioria clns circumsta~lcias, i~do aco~itece 

nssiul, i1.1ltes se a,jnsta lllelhor unla provjdcncia que ou'tra, 

1nol~c6 dns pi~rtic\~laridades que ao caso concorrem. 

Orclinariamolitu, pnis, 11Zo bast,a clictar a lei e applical-a,. 

Entre o i~lollle~lto st,rict,asne~it legislativv e o momellto 

st~ict:i.lneute judiciwio ha 11111 clifficil e ~llelindroso trabalho 

dc tliscrilni~lnyZo e aclaptameato, clue 1150 ka>rluz j& a 

frrnccilo clc IP~~~FICLI' e rpe ai11cl:t 1x50 collstitne a ftl11cqZn de 

icpldicccr n lei, - trabalho que co7atimia e .I.lzt(qra o preceito 

lngislativo e qllc B o yl.eli~7zi.lw,r da sna execuq8o.- Ora, 

essc tm,bnlho, qne estabelece a tr~nsiq5io da f6~lliala geral 

11,118 o C ~ L I siing~~ln.r, cla providelicia abstmcta para a rcga 

rlc acp5o concreta, B prccisamcnte realizado pel0 poder 

jutlicia,l, qne assi~ii revela a sna intimidade de relapo'es 

corn n pndcu clo legislar, relapses que, sigliificm~do solidarietlade, 

ilk esclneln ~.ociproca antoaomia. 

Potle, pols, dizer-se rlile ao orga~iismo judicial pertence, 

rior~r~nl~~leilto, uiiia f~~iicygo de descr111unapBo e udaptaniento 

OIL i~itcglny,'lo, que 1150 6 pura e simplesmente e:cecz&z-a; 

m11a fnncpRn, quc vac cluasi at6 B modificaqE,o do propx.io 

tlireito pola neces~itlacle rle u ciagir B m~dtiforn~idade e 

iilconrt,ancia clns icleias sociaos c das necessiciades dominnntos; 

l~llin f~~llc~ito, eilifi111, e1n clue a jurisprudencia 

toinn o logal. tlc vrila v0.z legis. . . 

Jh isso bastaria para, garallfir a sih1ap8o antonoma do 

putlcr jildicitr~io. Uas, a'lem cl'isso, olle tern, eln casos 

cscepcionnes, rnn aspccifiao e mais iiobre a.ttnibuto : supp~$" 

.~ . 

o silencio 011 o~nmiss?~o da lei. . . 

13. li~~t~cslo esl)ccillcn. do ~~oder judicial nos casos Be 

orn~isslu cln lei. - Effectivamente o organis1110 jncliciario 

assume u~li, novo cnrncter c reclobra, por assi~n dlzer, cle 

importancia clilatlrlo, pela forqa das coisas, teln do sapprir 

as ommiss6es do lcglslndor, clese~~~penhanclo unla elevada 

RELAGOES ENTRti 0 PODEH JUDICIAL P; OS OUTHOS PODEHES 113 

miss20 sociologica e j~uidica, indispensavel na vida do 

Estado moderno. 

Para beln comnprelienilcr este ~lovo officio do podcr 

jurlicia~io, para heill clefinir esta especie clo cornplellic~lto 

do poder legislative, imports -.,,-. ., ~- jecorcl~,~os caracteres da lei. ' 

Por via de regra ella constitue tuna norma geral, derivada, 

conscieutc ua ~nconscientcaio~~te, (10s p~*incipios j~~ridicus 

existei~tes na cn~lsciencia collectiva e adaptada 6,s aecessidades 

resultantes da orgnnizap5,o e da ~na~iutenqiio da 

co~lviveucia social. E' ao porlor legislativo qne exc1usiv:~mente 

pertence depwar e precisar acluelles principios e 

estudar ou prev6r estas necessidacles. Entretauto, fluantlo-' 

na scena judicialia se apresentn ulll coilflicto jnrj tlioo 

d'ordem particular sell1 que haja iiorllia legal capaz cle o 

resolver ', ix collectividade n5o pode cruzar os brngos 

perante o estailo rle deshm-mm~ia. c rlescoorilcna.r;%o ell1 quc 

se e~icoiitraill os seus membros, e tern o clcver de rleciclir 

por qualquer fornla a controversin. 

1 0s casos da o~nmiss.?io legal 815 podem dar-se eul ~nateria c~vcl, 

commercial, etc. Ell1 materia cdir~iual silo iimpossiveis, visto rluc 1) unico 

criterio deixado ao joiz para saber se uni facto 6 on uBn erilniuoso 6 

verificar se esM ou uilo previsto, cow todos os sons caractores, na lei 

penal. E' o q?le se dednz dos artt. I.", 2." e 5." do codigo penal. E' o que 

se 12 no nit. 15.", conipletaclo pelo art. 16.". E' o que se v6 tenninanteine~?tc 

declwado nn art. 18." do lnesiilo oodigo: N Nio 6 :~diniss~vul ;L 

analogia on iuducc;Lo por parldade, ou ~naioda de razb, pala qunl~ficar 

qualqner facto co~ilc crime; scudo scmpre nccessario qae sc verif~rl~~e~n 

os elemcntos esseucial~l~eute cbnstitntivos do facto cnmluoso, que a l ~ i 

peual explessamente declarar B. D'esta for~na, ueullam facto, por innis 

odioso clue seja acs oihos da razBc e do bou-senso, pade ser pouido, srln 

qne o legislador o teuha declarado criminoso. - Cou~o justificar esta proridrt~cia? 

A eq~ol~classc~a, qae d~cton o llosso cod~go e p~.sl~oirdoi.ou na 

feihlra da maior parte dos codigos das naq6es cultas, deterl~~iuou-se yelo 

reccio de abnsos r par motivos de sentimcntalismo. A escola authropo- . .. . . - . logica ~ tah~a, arrastada pelo excluslvo critelio da defssa social, iu113.ugqa 

le&itimidade do prcceito, fundando-so em qna 6 t5o pcrigoso sociall~~eute 

o $1~ pratica crimes ji yrevistos na lei COIIIO o que pratica acg5eu aiuda

I'orleri fnzA-lo por il~terii~edio do poder legislativo? 

NEo, visto qne a propria esseucia d'cste podcr b desintercssar-se 

dos casos especiaes ; a16111 de que o principio da 

nkn-roti~oactividade da lei, coasagrado na carta, art. 145.O 

5 2.", c regnlnrlo no cncligo civil, art. 8.", no penal, art. KO, etc., 

coastittd~in sc1np1.c unl obstacllo irrcrlllctivel no proposito 

tlc tol~lar unla clelibcraqBo lcgislati~a pasa resolrcr 11111 caso 

occorrente, at6 elltiin ilao pre5-isto tlas leis '. 

Rocorrerh. elitkc~ ao poder governamental ? Taillbein n"a, 

visto clue a espllera d'acpgo tl'esse yoder n8o Ule pern~itte 

infronlotter-se na resolup8o rle conflictos cl'ordem particular 2. 

Pn~qnsn 6, portsut,~, qne, em tal conjtmctura, o poder 

jtzdiciario iutcrvciilla para sxtisfaeer as jnsta.8 exigencia.~ 

(la. collectividarle. R' o clue a ilossa legislap80 reconhece, 

01Irigw1~10 ns tl'ibll~ixes a prnferir justlqa sempre que elIa 

lllos f01- competentcmel~te req~~erida, m~ito em.hom falte 

nZo previstas, inas ell1 todo o caso attentatorias das condi@es de existencia 

social. A escola soclai~sta, l)orem, snstentando qne a peua deve ser 

eeseuciahnente prerentiv~, isto 6, destinada a pnrificar o lneio social, e 

que~endo, porisso, qne ella seja conside~ada como ulna ailleapa destinada 

a ovitar, pela inti~i~icla~?io, o aplxweeimeuto de novos crimes, sustenta 

lugicauicnte qne s6 l~ode ser ptunido o clime j6 previsto na lei e que, 

portanto, no jnlg;ado~ nPo dero ser deixado enhu hum a~bituo para o caso 

de jnlgnr olnliilssa a le~ penal.-Concords, pois. a esrol:~ socialist* coln a 

esc,oln clas~ina no lrrcccitu est:ituiclo uo art. 18."; mas ontda, ailuella. de 

dnr mzc7cs scient~ficm, consciontes, ell1 vez dc se ater. col~lo esta, a 

motivos do sc~~timentalismo on do op~~orhiuid~de. (Conf. as Wcolas e 

11ri?zc

Ora esses principios cle dimito nat~~ral sOo precisamente 

us lnincil~ios moraes e juxiclicos existeiltes na consciellcia 

collectiva, aquelles ell1 que t,oda a 1egislapZo deve ser 

I~o\iitla t? o 6, 13111 grailcle pa~te, realinente. Constit~xenl, pois, 

n atlrmc~sphera legislatin iiacional, ell1 que o jaiz esclarl.eoido 

[lo\-e reepirar a solapiio cla rlifficr~ltlarlo, 11% dictauclo luna 

1tot~11~n ,qo/*nl, o que s~?rin vm,tla~lcira in~~as8o tlas attsibuipaes 

(lo po'lc~ lcgisli~ti~-o I, Inas s6mente deciclind~o o caso col~creto 

quc I11c fd1.a snbmettitlo. E' o que estk bell1 express0 no 

f inn1 (10 cit. art.. 16." - s c o foniir! ~ r6.c ci?.c?~~?bskuacff~,s clo 

cccso % - e 6 o que nlostra coino, ainda, 11est.es cizsos 

escepcicinaes em q ncr n potlov jrlilicial cxerce illna especie 

do fan~yii~o colnlllemenb1.1. (la funcpiio propria do llocler 

lcgisli~~tivo, os Ijmites eiltre os tlois orgallislllos 1120 se 

c~ont'iunclcm c o carscter prol~rio de cada n~li flcn s:il~-aguar(lado 

?. 

14. llleios Be evilar a usurpaeLo Ba fiincqlo legislrliva pclo 

poder jntlicial. - hnvcri, pori.111, posslbllldade de excess0 

110" p~rto do orpmsiiio jacliciario? Esttrgo os apl~nrelhos 

soclacs regulnclos cle fornla quo tnrln a 1nrws5o drr poder 

judicial nxs attribuiq6es do pod~r leg~slativo seja absolntnmenti: 

ii~rpossi\,cl? 

(~O?I~~VII~C ns rivrtn~~~sfo,rtrin.~ 1io cnso, (laando as qaestaes sobre cllreitos 

e oliii~yir3c~s a~ilnincrcinrs 1150 pod8rem ser decidjdaq, nein pelo texto da 

lei iiiotr3antil, nem ~ielo seu espir~to, uenl pelos casos au:iiogos nella 

1)re~i.niclos. Conf, sr. BAmosa IIE MAQ.

' 

E' verdadc rlue a ilzter.l~retncEo u.~zifor~lrze da lei pode 

ta~llbeln ser contrhria ao que ella dicta e ellvolver assim 

luna vnrdndeiva snbstituip% cla vontado rIo logislador pela 

do poder jndiciario consiclerado no seu conjuucto. Mas, - 

aleill de qne esse facto se ha de produair raramentc, visto 

quo rlepende de uin erro collective e pevsistente e carece 

da sallc~Bo cl'um nlto triblmal conscio clos seas melilldrosos 

e sopre~~los direitos e deveres, - o pod_er 1egislati-i-o terti, 

scrnpre meio cle o desfazer inteiramente, obrigando o poder 

judicial ta ~oltnr nos limites das suas attribnipiies. Para isso 

bastar-1110-11% rnrtc~y~.ottn- n?ctI~errticnnze~~te a lei assinl me- 

Na ~erclade, a interpretapLo authentica, isto 6, aquella 

que ten1 efficacia de regra universal e 6 obrigatoria para 

zeaifov~i~eiizolt~ 2. -5e1.80, por8111, s~dficieutes os uieios de clue se vae 

lanYnr m%o ynra corriglr tio grave estado de coisas? BastarR para tanto 

(in" os couwdlieiros presidentes do si111relno t~ibunal de jnstic;s e das 

relngses judicines fapm ~oanil., a~~~ut:rl~~icnte, n~~~~~ $ ?~o.i;e!1mkyo e 

nos dim que os mesmos presidentes designarem, os resl~ectlvos triblmaes 

el11 sessBo plena e corn assistellcia dos li~agistrados do nliuisterio pi~blico 

r1uo fnriccionnm junto cl'astos, a fi?n [le nki sere71z i9zdicadns UJ dzividas 

qzle se teqthnm leva?ztndo Ira i7zterpretapZo e npplicnpZo dm dnslak, as 

obscz~ridncles e rleficienoias flatas, qtce seja ~zecessnrio esclarecer, 

siffiq~r rclnrio?zatlos os jzrlyndos encoiztvc8ilos de qzre o tnbzcfml te7zlza 

co~zhociazwtto, e s@ajnl?a prol~ostns a*? pronirlerrcins pt6e ]iffire~a?n mois 

cot?z+efaie,ltes pnva renzeclinr os 71snles apo?atcccbs, habilltando assiih o 

goveruo (iiifor~uado at8 10 de deeen~blo pol minncioso relatorio dos 

Inesmos presidentes) a tomar opportunamentc as provideIIci&~ que Go 

inll~ortaute nssornyto reclallle P I Bmtalii isto P - Nbs crdu~os qoe, B 

similhnnqa do line acouteceu corll ontrm tentntivas a quo nos refiziremnx 

no logar propl.io, x da portnria de 27 cl'o~~h~bm SCI~ tanlbem infroctifera; 

e qne, L111to essa doenpa do orgauis~l~o jndiciario portuguCs, colllo a ontra 

das demuras e palagens no nnda~llento de alg~ms pzocessos, a que se 

pro~~Gern dar renledio a portaria u." 1 da lilesilla data e as dnas portarias 

de 31 de outui~ro de 1898 (D,ia~io (lo Oovorizo, n." 246, do 3 do 

uovombfo), sito S~I~I~)~OII~& de pxofundas rtnomalim a que o1tnipr.e dar 

n~n~edio iugcutc, nZu por ~uoiu de p:~lliativoii, ov~jo iusncce8so B de prevel; 

mas gmpq n UIII~ intogrnl rofonua haseada nos pnucipios soielitifioos 

e tendo em mira os interesses da nag5.o. , 

todos i~ comepar pclos tril~!lnaes tic jnstita, wcm~p~etc excluerameate 

ao .pder legislatir~b, oom,o entre 11Cs de&r$ o ; 

LXn-.. . , . ",", 

art. 15.' $ 6.91a c:~rtn'co~~sti'tucional Rcpt.esenta, em 'sui 

essencia,, nrn 111eio de corxigir as usllrpapaes possiveis da, 1 

nlapistratura e serve colno provideilcia excepcional para 

fazer restituir n lei xo sipnificaclo qlle a collecti~irlade lhe 

~IUZ dar e cle qne, por quaesquer ~notivos, foi desviacla l. 

K sua natureza exige, portanto, que a interpreta@o 

autlicntica s6 em casop ~nulto cspeciaes seja utilis;2da2. 

*. . 

For via de regra o lcgislndor pode e rlcvo confiar na lact toridade 

da j~u.ispradencia, qne p;'oilua optimos resnltaclos, 

gaps & ssua iliesnla elasticidacle, visto qqe, ildn cleisallclo de 

obstar aos clesmai~clos dos cliversos magistraclos, aproveita, 

' 110 eul~oI,anlo, todos os bolls frnctos que por vezes for~lece 

a ibiciati;\-a individual. 

. Corn effcito, o jniz gosa, nor~~~almente, c1'~una certa liherclade 

110 sen -mode cle decidir. Decerto Ibe cnmpre attender 

6 juiisprnclenoin scgnidn nos trihllnaes sn$eriores e partic~dar~l~ente 

no supremo tribi~nal. Sem duvirla Ihe i? for~oso 

:~ttender B logica do set1 proprio procedimento. Mas esses 

Iayos nlio o cscravlsam : $50 snfflcieutcmcnte mnlnnvcis 

para cpe elle possa. ell1 face cle qodq11er preceito legisla.tivo, 

espi5r e rlefentler mna npiuiXo, clue a coilscielicia e a, razlo 

Ilte iniiiquem como nliws CX:IC~R do quo :t cor.rel~tom entc 

seguida. Qnantas wzes assill1 soccede sell1 quchra cla 

1 8 iuterpretny8o antheut~ca pids tanlbelll ut~l~sal.-se COI~ algullla 

vantage111 i~uau~lo mna lei ffijr ~nterp~etada de lliodos ci~rersos i~elu yodur 

pdloinl e liol~ver jilsto rceeio rlc rlne s6 viria n fiimnt-se a mlirlaile dn 

jnnsprudeucia ao cabo de ulna lunga seue de Irbgios, rlne podenam 

." . 

~tcarretar ao poder judrcial'iuu graude descrecllto 

2 Todos os cscnptures concordain em que a ~nterpretar,tio nvitlieutica 

deve ser ex~epcional e cada Trez lnars ram: visto rpe, co~iio diz IAUKI;NT. 

Prilreipcs do rlroit civil, 1869, vo1 1, 1) 340, so~i~lo a scienciit el11 gcrnl 

snfficlolite 1,illu iutozpretnr o seut~do dm fo~s, o scu l~mg~ossivo npl:~.foi- 

1;oamento rae cl~speusai~ldo cada vez mais a iaterven~Ao do legislador. 

Conf. Sr. I'o~rocsn~~~o, obr clt., parte u: cap I, p. '73 e segg 

7

llierarcllia juilicial e sc~~l a menor invasAo nos linlites clo 

po~loi- legislatiro! E quantas, tambm~l, o proprio tribunal 

snpi8wno! pasn~irlo 1101, cilua do seu antei.ior parecer, acceita 

nma nov:r tl~trltriiia pi-ecisamente por callsa clas observayo"esl 

(11)s s.c/trfol.io.s e tlos t.orzsr't61.rr7~tlos~ ~iprese~ltnclos pelos 

iringistmtlos illferiores ' ! 

Assim, o est,nclo interpretatlvo contnbue para qile a regm 

leg11 successirameate arlquira aqnella possibiliclade de ada- 

~'taqKo h8 esigeucias praticas e aquella justa proporygo con1 

a,s neeessirlntlrs do rlil-cito, qr~e afinal constitne~ll o sen 

ve~~cln,tleiro apnrfeipoaluento. E esti? vantagem, quo pSde 

mnltiplicar os benefices resnltarlos da lei, 1150 6 conlhaticla 

pclo espirito de lunifo1.111isspZo cla ji~rlq~rudeilcia, o pal, ao 

contrario, clo meslno passo que obstn as ~nais frequentes 

it1vns6os 1x1 cspl~cr~~ tl'acc;?io do pocler legislativo, lllais e 

11ia.i~ coorde~la OE dois a11parell10s [)or trrlla for111:i eminentemento 

soliclarin. Eis a razz0 por que o legislador se 

soccorre t8o poncas vezes do remedio extre~llo da interpl.etag.to 

a~~thentlca: a fu~lcyAo clo snpreino tribtulal basta, 

gor~rlilicr~tc, pa1.a conse~\~nr o pocler jucliciario cleiltio dos seus 

linlites proprios. . 

16. 0 jloder jrrrlichl e ns leis inconslilucioaaes. -Hesta, 

torl;xvia, sahor se 11Ho llnrerh tanihel~l urn nleio cle fazer 

coirscl~~;~~ 

II potltv legisl:rt,ivo dontro tln nrbita trapada pela 

constiti1iq5o c em perfoito rrspcito ~~clos 111i.eitos inrlivi~lnaes 

nelln consag~.ntlos, isto 6, se nXo poderh e clever& o orga,nismo 

judicim,io conl~e~cr tla ro~tstif~rr.io~mh~lr~cle ?as leis ou (la 

1 E' I:~II~ 111t1.n IIFIS~AS vantageus e para evitar dlversos abusos que 

r~5 IIIIXS~S Iris c~lrrignu~ os 111izcs dr rjl~nlqller categona a, fi(i~rlcc?~ze?ztn. ns 

Stsrrs tlecisu"es . uov-iss, ref, jl~~l., artt. 277." 5 mn., 281 " 8 2 ", 715.", 723 " 

c 1 li-L.", vodigo dc pr~~c. cil-., :trll. !Xj.", 281 ", 1059." 5 1." r, 1171."; 

cclti. ndrnill , :~rt 3-U."; doc. n." 2 tle 27 tlc st:tt.lnl)ro dt: 16!)4 (sohrr 

c:r~iit.cnoic~so 

fisi:al), n1.t. 1 ll.", rtc. 

sua co~lfonlliclade coln ns pli~~cipios fundalllentaes da lei 

politica llacioilal I . 

A qucst%o 6 illuito debaticla pelos escriptores e clzvolvo 

gancle coillplemiclacle. Iteferi-la-liemos, pm.htn, om synth~se, 

apontallclo as doutrinas thcoi-icnrilc,~rt,c ni:us jnstas e citando 

as proviclellcias prirtica.mclltc ulsis arlnptnvejs B si tna y8o 

presente do ilosso pais. 

Todn a t11sc1lssZo se basela, coillo 6 cle ~&r, na posslvel 

tlifferellya entre leis filarl~~~~entaes on coustitncionacs c leis 

orclinariac U111ns e ontras sKo leis, quf 13 ptltlct juilicial 

tern, iucontesta~elillc~lt~, 0 ilovoi~ de eleclarar, inteiy~'etar e 

appltcar. 31'las cli~antlo a const1tmy80 e uma ]el postelior 

omailacla do pocler conlpeteilte estZo eul mnnifesto ctnnflictn. 

oa qua~iclo a lei 6 necnsacln de v~olnr on i~lt~~iiig~r~ algiln~ 

principle con~titu~io~~al, poderii o ~i~ngisti:ldo :~l-l-ogal.-se a 

clec~siio do plcito pal,:t ~,f?lvilltlicar a preeminencia (la lei 

pol~h~:~ finlda~llental sohre a orclinana :! 

A resposta depencle do liioclo conlo se acllanl organizados 

os thversos apparell~os [lo pocler legislatiro. Se, a fnncpSio 

coastitmnte, a16111 cle ser perfeitanlctite thstillcta tla f~rnopZo 

legielatira ordinaria, se exerce por irieio tlt: orgLos espeoiacs, 

a affiumatlvn, lsto 6, x inter~cn~8o clo poder jutlicial, imp8e-se 

neccssn.ria.tnonto. E a raz8o 6 simples. Em tal caso 

o podor judicrnno, senclo siml~lt~~tlea~il"ente solhcitaclv para 

:~pplicar leis coilstitnciollaes e leis orclinaiias, ll%o p6rlo 

clispensar-se cle rerifica.~ se as nltiinas silo ~:c~tlr~rk:.irrcs Leis, 

isto 6, se sLo actos c11man:ralos 110 potlr~ 1ogisl:ltivo denb'o 

da esphern, rlns slias a,ttribuiyiies, a qua1 6 1111iitada pelo 

rlnrnilrlo pro1)rio clas attnbnipiies (lo poder cnnstituinte. 

1 nesueiessariu 6 dizer q ~~e, se a Iel u ~ sdoouforina o 

cot11 os preceitos 

coustituclouaes relatil-os .i s~~a fe~tnra, o pocler ~ndicin~.io rtBo dere 

q~plica-la. Sss~m, se Ihe falta a snnc~Bo do rel, on n al)provnqZo dc. ntna 

das camaras, etc., os tl.ll,nuees devem re~:nsa~-lhe, sc~n l~os~tar, qnnlllar7r 

obsel-vauucla. I3 a ine;io 6 simples: urn tal diplotna ccilzda 1280 6 lei. Couf. 

- 

E~unrsr~nr, D~oif pf~blir, 

vol. 11, liv. 111. 031). klfl

E porisso, ein caso de conflicto, o tliburial deve applicar a lei' 

f~u~dnmental, rejeitanilo, pawc a I~?jpotl~ese de q2ce se t~acta~~~ 

a lei ordinaria diver'gente. A nlo ser assilll, o orgao constituinte 

ficari:t reduairlo a iusla sitoapzo de inferioridade, 

pe~ant~e n orgLo legislative, o qno mauifestalncuto ~oclund%rih 

numa invers3o de papeis. 

Se, polo contrario, a furicqBo constitczinte pertence ans 

orgLos i~orll~aos do podet de legislar, a questlo tern de ser 

resolvirla iiegativamente, visto que, cnGo, a salvaguarda do 

pacto f~u~rlamental est& reallliente col~fjada, ao orgaaismo 

legislntivo, yue ll%o s6 o applicn e observa, accrescentando-lhe 

as manifesta~Ges (la pvopria actidado; illas propiie 

e faz nlodificsqaes e en~enclas como, qualzclo e pela forma 

quo iltelllor llic parece. Entende-se, em tal hypothese, gue, 

1150 podendo ser coilfo~me aos r~rdacleiros e sgos interesses 

(la 1lap5o n rigida immntabilidacle de toclas as dispo~1yOIf~ 

co~~stitncio~laos, forposo 6 adnzittir que algumas evoluta~ll 

more6 cla influencia p~ogrossiva o cowploxi~e da legislayio, 

entHo 6 jiz ili~possivel faze]. do poder judicial o guards 

dos principius fundamentaes. &m preseriqa de leis ordinarias 

quo inodifirl~~o~u esses pri~icipios, a obrigqiio nnica do juie 

6 appiici-Ins co111o leis oaotJas pe~feit.amentc vii~i(ias e ngo 

rejeiti-las conlo .viobpEe.s. 

Collucsda n qneatllo ueste terre.eno, v8-se qae o argu- 

iilc~lto 0111 favor do exallltr judicial ila coilstltuciollalidade 

das leis, ileclnzido dos res~lltatlos qlie elle tcin dado na 

flr~~~escente republics l~orte-a~z~ericana 4, 11Lo p6de ser tido 

0111 lilllla cle couta sem que se conheya a organiza@o 

especial dd'esse povo e so f~qa 11111 cullfi'o~to corn o 

1 0s defensores classicob da applicaqBo do systheina americano aospaises 

constitncionaes da Eoropa f~~rnmn o lrolga TERR~EGEN, Des lais 

c~nstitt~eio~ae~!~~, 1180, e o allel1150 ROBERTO YON XOHL, De~.eoho publ,ico 

rk ymttes y politioa, I, 1). 6li o segg. c I1zoP;iofzffirio politico nleilza?~, 

v." ley. Vej., ell1 seut~cio contrano, ~speclalillente BLUXTS~LI, ob~. e 

log. cit. 

:~&L~G~Es ENTRE O PODER JUDlClAL E OS OUTROS l'ODD>RES 53 

pbfo ou povos efil que se proponha estabelecer iclontioo 

$$-sthenla. 

Em toda a federaqzo dos Estaclos-Unidos da America 

dg Nurt6 ha di~ss FS~BC~CS de poderes - os locaes de oada 

$xi~&o de ter~~torio, mdepenclentes na esphern das suas 

1atWdbug5ef4,- e os centraes, qne servenl para ligar por 

~un laqo comlnum as soberanias particnlares. 

Qoaato so poder jadlclal local, ollo estB orgaineai~o 

pof formas bflstaiite vhr~arlaq. Tjhz gera,l, porbm, ~~otam-fie : 

as just% de pcm (As quaes eorresponde~il, nas cidades, os 

~n~qor's cozi7-t$, corn juriibdlc~iio sobre dellctos ile pequena 

w$~rtallcia e sobre callsar ci-ris de esiguo valor; 0s tribltr~~,es 

rle condnclo e mz~nicipues, coln jur1sdicq"a d'appe1laqFio 

a respeito d'aquellas j~~sti~as 0 corn -jnrisdicgko de priineira 

;ihstm~c~a Bcerca cle causas rlvis e cntl~~l~aes nlais imporhates, 

os tvibunnes superLores, qae fanccioi~al~~ successivaniente 

ell1 ibveisas locahdades e t6e111 junsdicqtio ong~naria 

Sobre as .causas$de 111aior relevo e jnrisd~rq?lo de appellapLo 

sobre as clecis6es dos tribunaes de colldado e inanicipaes; 

e, ernfil~i, o tribz~?c.lzal suprenzo cle cada Estndo, clue fancciolla 

acll~la de toctos os outros ttibunaes. 

Pxa nldllter 1clap6cs eiltro os Estados el especialmente, 

para debldir corn a~lctoridarle as qaehiies ~11% eeutre elles 

s~~rgissem, a justiqa local seria sempre insnBicicnte. Imaginoh-se, 

pols, urn systlieil~a judiciario federal, que tivesse a 

seu cargo applicar as leis co~lstitac~onaos da U~litio e todas 

as mds qlle o congesso votnssc coiil npplicngBo no paia 

mteiro. A con-i-enq,io de Philadelphia, approvando em 1787 

a eonstitmp%o, yue, coin illultas emendas, ainda hoje rege os 

Estaiioq-Un~dos, colzcordou na llccesstdade de urn orgenismo 

judicial superior que, pniranclo sobre os dos Estados, interprktasse 

e applicasse as leis federaes. E porisso o art. 3.0 

$a secc5o 1 ,a da constit~ilqBo iloterrliitlou cpe o podcr 

judiclario dos Estados-nmdos ficana coilfiado a urn fribz~gzul 

sz~pre~lzo e sos tl-ibzcuaes ~?+ertores qae o congesso julgasse 

necessanos. Em harmonla conl esta provlclencia, logo em

1789 oste Y~~IIII i? Ioi jutlici:ll [j~~tlic~lrcry rrrl'), cjac, a1C.m 

rlcl trih~uiiil i1preiiln, instltl~iu t~/li~ii)ri~~ rlr ~11.r6ito e 

//~/'b//?~r~r,~ 

I/(! disii*i(;to, 

1Cstn iri'jinniza(;5ir ail~ila lloje ~igora Ilns suns linlias 

f1i1irl:l111c1ita.rs. 0s ti.?htiitn~s ilr rlistrirfo sA,i~ ciiico~i~tn e 

$cis. A~~IIIIS abrangem ;!leas egnaes As ilnv Estaclos. Ontros 

t;'i'111 alws mcnnrcs : cci,tos Ect:~dns nials popaloscis coulAcm 

loi is (111 trcs ili+t~,icto

C,OI~O qneria Uou~l\rk-, ~unin rlas iuveng6es niais originaes, 

ma6s inespe~.arliis e 111ais arl~liirnveis que ha na historia (lo 

tlii), funna, ell1 tudu o caso, uiil institute digno 

rle npreqo. Se~n clr~vida ha liluitil de excessiro na adorac;?io 

de quo o ccrcnnl nlgtuns commcnt;zdores da constitniq50 

ame~icn,nn.. Illcolltcstavel~liol~te ha qnalqner coisa cle rirliculo 

no nppnrato do que o tribunal supremo se rodeia '. Xas 

as 1u~1ltid6es, cstiruando-o, cumprem uuu (lever, ist to que 

nellc t6cm firma,rlo co11tl.a o proprio parlamento a defexa 

clos scr~s clircitos mais sagraclos e el11 tor110 cl'elle teem 

porlido ngruper, coma el11 volta rl'iuli centro dc coorileaaq50, 

torlos ns sells podcr~s ~ais telld~~ltes a cI~)s~oilj~~ntn~-se. 

qnererA isto dizer qae 116s, os europens, e, em especial, 

~ibs, os ~IO~~~I~LI~SPP, 

~IOSS~LIIIOS c ~~CV:CLI~OS itproprinr a instit~~ir;Zo? 

De nenliuma forn~a. E' verilacle qne na carta 

constitncioiml, artt. 13!).0 a 144.') e no acto ndrl~cional rle 24 

dc jull~u dc 1885, art. (J.", so cstabcleccm i~lgamas provirlencins 

cl~stillarlas a separar x ftuncglo l~gislntirn orrlinar~a 

[la funcg8o collstiti~illte e se dlz clue esta ter& loga,r ttolas 

as wzes que se tomnr qualquer sesolnglo selatira aos 

c li~tiite.q e nfit.tbl~ir&s (10s yot1~1.c.s politicos a nos direitos 

l~olifir.c~., r ;~~tlic~itlilrte.s tlos ciilrr,rliios a. Mas, a16111 do quc 

essa scpwn.y80 nSo pnssa! em regra., rlo papel o 0rg5,o qne 

1 ,\ :~l~~'~.t,nra :~ilnn:ll t111 ti.~l)~m:i.l 6 ;~~".cgrr;r~.l:t i1.1 sr?~nluti: forma 

< O!jer.' C!je.t! O!je: All liej,so?zs hnuzng bzrsaness liefore tlzo Ico7zorablc 

cStflir@~?e. G'utr~,t of'the 73zit.d Stftcrtes are rril*i?n~zish~l to clrnic: ?u?ni. il.7td 

yu':c tl~cii. ntlewtioir, fov tho C?O(L$ b M 11011. settiitg. God 8r~ve l/~e r=liitr:rl 

Sfrrtcs rind this l~nrzorrrhlc Court!* 

2 ii d~ffc~~~~ir;n, 6 lic?~n pi~lni:n:i, como sf! sd~c). t'ma podnpli~ votx 

lcis ordiuadns bast& rlae os legisladoras xecebnlu dos sens eleitores wu 

7irngzrlrrto r/rrnl; no I!nssn ijoc pm'n poilo~.enl ~rfoima~, nu altelnr as disposi&s 

constitnoionae,< URI~RCFI~ ile rjue 0s eleltares lhes coufiwi~~ es~~seioe.~ 

firc?rlc/nrlrs oir f~nrlors ((:ai,ta, r.c,n.;t., ni,t. 11.'2."). &Ins, nlkm (lo rlne sib se 

nl~plicnln aas del~utaclob, essas l~ro~ideucms nZo te'em, entre n6s, s rl~lenot 

~:Efcctiv~d,\ilc nu iinl!i~rhnol,z pr,'itlcn. 0s leglsladores co~ll poderes especiaes 

K%U 0111 ti~~\o ldeut,i~os aos legidadores cornmuus ~SSIIII, pnis, o llosso caw 

6 iqnnsi a ;~ntitllcxc do uoute-amel.icano. A solniZo 6, poarso, a oppobta. 

desempenha as duas foncpcScs 6 sempre fundamentalmente 

o lnesmo ', o clue rcdnnda na iinpossibilidade de o podcr 

judiciario exercer qualquer especie de fiscalisapilo a respeito 

da constitueiondidarle on hconstitncionalidade dos diplon1,qs 

lbgislatiros. Essa fiscslisaqlo ha de pertencer nccessariarnente 

ao proprio parlamento, ao governo, e, por via indirecta, ii 

opinilo pithlicit. 

5 ~."-WELA~$E:~ ElYTRL 0 PODER JUDICIARIO F. 0 ROVBIlAAM14NTAL 

16. I~uuc~lo do yoder judiciario cpanto ii applicapPo nos 

deeretos, instrncg6es o regnlrmentos enpedidos pelo 11otier governamenla1.-Corn 

a quest20 que acsba~nos de tractar liga-se 

intimameute a da legalid~de oa dlieglnlirJ*rrIe das provicleucias 

tomadas pelo poder governa~nental, sob os ilonles de decretos, 

instrucg6esl rcgulamentos, portarias, ou outros, 11%~ sir para 

execntar as leis, nlas ainda para camprir em toda a sua 

plenitude as funcoSes que lhc perteacem na, direcpLo e 

irnpnlso das actividades sociacs. 

Essas proridencias, dosdo que estejan~ em conflict0 colll 

cluaesquer leis vigentes, quer constitucionaes, qnor orclinaconstitnem 

nma offensa directa e uma arbitrhriujs 

usurpap%n cla f~u~cg"a legislativa. Sendo, pois, illegaes e 

abnsivas, coin0 se deprellellile (10s principios geraes de 

direito politico o do rlispnsto no art. 75.O, 12." $, da cnrta 

const., que 6 auctorisa o pod$ chnrnado cxecutivo a 

(< expedir os decretos, iustruog6es c regalan-tentos ndegzindvs 

d boa exea~p& c h leis D, forposo 6 iliipeclir, cl'uma fhma 

ou d'outra, a applicag50 que de taes providencias cdescjaria 

fazcr o poder govemamental. 

1 N6s aG su~~prni~os clue umna reforn~a profm~rln do rl~~~c~ito politico 

~)Ortu~& deve eliminer-se a dintincyio cntle o6rtos ol.dluanas e constituiutes. 

A tendeuaia sociologica b nawe seutido (Conf. as Tizoses ez 

tm;ivc7-so jzwe do Dr. AFFOYSO COSTA, 11. !I).

Este pollto n"n oofforoco rlilvicla a nealilun tractadista. 

&lns rlovcr5,it 11s ai111sos ilo pocler gorer~lalilelltal ser corl,:itlos 

pelo poiloiL 1c:;islntivo nn pclo jucliciirrio ? Parece-110s clue 

lull c outi~~ ilererLo intervir : u prilileiro para c1l:~lnar o 

govelnu Qs sna,s resl~nnsabilitlndc.,s tnwacs, politicas e porcentilra 

criminncs : r! 11 sog.~~ntIo pal~a ilegar apphcac,8,o aos 

tliplnma,~ I ~II~, wiianniitlo cl'elle, estirerem em dosaccorrio 

110111 IU~S ~111 rigoi,. 

No collflicto entre ulna lei r, ulna proricleilcia do pocler 

govc.rna.l1lontR1, ohse~.r-a nni cscriptor, liZo pdde o ~~lagistmrlo 

1iasil:lr i?111 co~liceilcr preterencia ii vontade da lei COII~O a 

li~'il~cil!:ll e n nlais anctorisacla. Certamrr~t,e que 6 obngado 

n rlec!lnrar, intelpretar e ap111ioar as tlisposip6es dos reguln.lliei~t,os 

c ilrnrot,~os n~lr,y~rldo.s R boo e~eczt~r7o rlas bis, 

porq~~anto, ~ I I I ti11 caso, t8en1 essas disposiyiies forpa 

olrriga.tod~~ subrtnncialmente ident,ica k rlas leis. Mas, 

iluanolo ;I. lei 6 iilvocada ern contraste e npposiqTio &s 

provitlencitis (In pndnr govcruamental, forgoso B ohscrvnr 

arlnclla o or!/a, q~plimp?o a estccs t. 

T;~lvi!z qucira dizer-se contr:~ esta doutrina qcle entre 

116s succ,erle o contrario : quo os mngi.ist,raclo 11Kn t6c~n 

:I 1iieiii~r 11 ilv idi~ ell1 subrep6r decretos ou i~istrncc;ijes 

1111 p~xlc~* go~craitrneutill a clilaesrlilcr leis emnnadas clo 

parlan~onto e ;%ti., por VRZPS, a clis~)oslpiies de orclenl constitacioual. 

- Assi~u 6. liiuhl seria negnl-o. Simy~lesmeuto, 

asso f:i.cto, el11 FOZ (le prorar co~1h.n n tlieoria, provn, 

flcsgrac;adib~lre~~te, nout,ra , os i~~ssus co~tnllles. E 111ell111r (! 

I)r~scar-ll~es relnodio, (111 clue contr~pci-10s a ruo:~ dontr~na 

sillitlamonte firrrlu,tlti em toclos os psiiicipios ~~loclerilos cle 

direib, p~~liticu e perfeitamente 11aa.111onica colll o caraotor 

dns tl~s poderes socines. 

111ipo1-ta.ntissili1a i:, poi?. a f~ullc;%o do potler jildiciario 

~~clativiimentc! no governaii~entnl. Todnvia,, p:wa que llao baja 

RELAC~ES ENTRE 0 PODER JUDICIAI, E OS OlJTROS PODERES 59 

ab~~sos iiovos, para quo, por sun vee, o potier jl~dicial n%o 

usnlye nttl.lhnipdes dos outros poderes, cuinpre clue os 

magistrados nRo ~or~oqtte~rl, nem e,tte~ade~~a o cliploma rle 

origeln governailielltal conkirio zi lei e lilclito meilo9 

decretcnt que elle 6 i~~n)~plzcrcvci a todos e quaesquer casos 

all goral. il sria ~rr~t~turoza e us se11~: emactores cxigs~n cprc 

o poder judic,inl sa liiilite a declarar qne nn cll~est%o tle 

que se tracta 6 i~i~posaivel applicar a pro~iclencia governnmental, 

ou parte d'ella, porqu~ est% nu oypoaiqiio cnln iltlrn, 

lci vlgente, c~rtltjlia~lt~i niite~.iu~.. N:LI~:I 11lni~. - 

15'. PllncsIo 110 1)01181' j~~oliciario 

(III~IIIQ ii applicqiin rlns 

den~.t!lus f~rr~~li~tl~~s 

rhltl :~~~cloris:~(i,r:s tl:rllrs pelo oiler legislalivo 

ao !jovw'natacntal. SerA esta lllesllla clontlina applicavol 

ailld~ 110 case de 0 poder legislat~ro ter delcgado pa~'te.tlils 

suns attribnip6es no poder governs.mental? 

11 hypotbcsc b heiluei~tc no nossi~ paiz, c merccc quc 

ra~idall~ei~te a coasicleremos. El11 geral a clclegaqilo ilo 

pocler de lepislar faz-se por via de cc~tcfori.s:str~:8~s rnais 

OLI ulelioi; Ialitl~diuai-ixste vng:ls, tlc ql~c o potler rmrutivcr 

faciliile~~te sbusa, se td 6 a sua vontade. 

Ora, em boil1 clireito polihno, as provi(lenc~ns rlo podel 

gore~llatliental sd f;Kciii fircn rle Ici 11ara se applica~.e~~~ 

110s trib~ulaes cle justipa qua~lclo se cont6e111 110.1 li~nites das 

a~1ctorisac,6es. Ell1 tal caso revogam, coriio leis l)ostcriorcs, 

torla n le,gislsln.i;Go a~iteriol: qno se ll~es oppolil~a. PorGm, se, 

corn o pretesto cle usar das fqcnldades conh'iclas pelo 

porle~ leglslatiro, o gorerno p~~blica c~iliaposiqdes quc, esocden1 

os lililites assigiiados, os seus ad-os, 1150 sct~ilo jB 

cu3,)crtos pelo malltlato Icgisln,tivo, 1.ctcrmam a c~~~aliclaclc de 

providencias iileranle~ite governarllentaes, sen1 forqa csecu- 

toria nos tribnllaes de justipa. 0 pe,- acceutua ~~~ORTARA, 

- 6 summal~lente logico: cle facto. se~ido o aoto do ilnlr\gayZo 

(10s cirgiios lcgislntivos por si i~~csriln ll111a lei, ilKo pGclc 

ilrivida~--sf dir porler, rlno o magish.sdo tern. cle ll~e fazer

ospcitar a a~ctoridade~ de llie cleclarar a cxte~uiio, rle a, 

int,crl?retw c de a applicnr. 

1'1.aticamente. pois, o poclcr judicial deve, ell1 cada caso 

occnr~,ento a qile seja ~pplicavel nlll clecreto do poder 

cxccl~tivn COIIL forp tl'e lei, exanliuar o decreto c a 

auct,orisnp?io legisla,tiva ein qne elle se baseia, e vcrificar 

se o govorilo excecle~i on 1150 os lililites yue lhc Cram 

assig~~aclus, n Cinl do (oo~lfo~~~iie os casos) apphcar, ou nRo, 

o tlecreto, ou npplical. s6 n palte qne reellllelite tenha. 

fot.rcc clc lei '. 

Mas isto s6 cleve,ter logar onlquanto o pnrlamellto, que 

15 o ~na~itlautn, nRo ~vtificnr o procedimcnto clo governo 

sen luanili~tnrio; porquo, se aquclle entender clue 11Zo ha 

rnzfios pan n,ltwar os decretos expecbdns por eslc, us 

~nngistrados rlevem desrle entlo lepntkloa Ze,qcr,es, embura, 

ljelo sci~ criteriu, supponlia~u ter havido clnalqner abusu. 

iL razso i? porclue tsl ahnso, n sW-lo, estA sanado pelo 

pocLos legislativo, que d'elle fce luua bci 91,01:a. 

Siip~o~~l~nrni~s, ~orBm, clum pocler legislalivo llao to~llou 

rewlupk algmna rtccrca dos a,ctos do govenlo. Entenderfie-ha 

que ficani corroborados tiicitime~tt~? 

Em born rlireito politico a ratificaqzo tacita 6 riciosa,; 

no entrctnnto, col~lo o pnrlament? jA intervein na obr;~ 

gavc~namontal cnili as sws auctoi.isap6es, p6:Ie ad~nlttir-se, 

1'0" inotivus de opportl~~lirlntla, clnc n silencio signliique 

colisci~tiruento, e quo, portanto, todus os decretos co~lz forp 

cle 1ri fieark vklitlus logu rllio u poder Icgislatlvo os nRo 

~,epilla 11% occasifio propl-is. 

1 Eutre uos, salvos caso.; excepcionnen muitn mws, n 11odrc jndici:il 

nRo fnz confroutos: al~plicn o rlccrcto conz forpn. (k LEE; sell1 iilqi~isir 4e o 

l~ocier csecutivo exorb~t,oa on u8o do i~~uod:~to 1:011feric10 pe10 poder 

legid'ttivo. Mah ,i cnll,a 6, c111 gt.nr~ile 11:ivtr, dns cidadtios, qae, devendo 

nlautcl. n ~I.(J~I~II~IIIIIO IS Itxis C! i~icilst.ir 11810 118o-cuillprili1ento de 

decrctos governalilontncs re111 base legnl: so srtl~rn~ttem de baln grad0 

no sen unperlo, ip~newll~~r rlne snjnm os p~ejnizos q111: (I'ah1 lhcs 

;llll~l~illl~llll. 

HELAC~ES ENTRE 0 PODGR JUDICIAL E OS OVIROS PODEHES 61 

18. Func~Io do poder judicial qoanto i applicaglo 110s 

dcerctos tlictaluriaes. - Ha, porBm, casos aiada lilais melindrosos 

em qne o governo, independentemente cle inandato 

prBvio, assume o excrcicio das flulcqiies legislativas para 

acildir a c~rc~~installcias cle tal modo urge~ltes que 1180 6 

possivel soffrer as delongas de qimlquer processo patlamentar. 

0s decretos tllctntol-iaes ou cle t~ecessidarla apparecctl~ nmsas 

circarnstancias. E conlo em todo o casr, revogain disposivGes 

legislati>-as, clner constitncionaes, qner orclinnrias, - perguuta-se: 

TJeverA o poder judiciario negar-se a applicA-los 

pnra e simplesmlente? Ou clever5 apl-eciar prclimiuar~riente 

os fundan~elltos da dictadnri~ c al~phct~-los 011 1120 co~iflorn~e 

a, suppozer justificada ou illjustificacla ? Ou, emfinz, devcirb 

scmpre opplicii-10s sen1 d~scussiio algoma, ccinio se foss~lll 

vcrdadoiris leis ? 

Perante os principios todo o decreto dictatorial 6 rlespro- 

vidu de forqa de lei. E' nccessario que o parlainellto ahsolvs 

o govcrrio da responsab~hctade ell1 quo incorl.eu (hill rkc 

indenz~z.iclode) e conceda lattfira@o 8, todos os dccretos cln 

dictadi~ra 110 sell conjnncto on n caaa urn el11 separaclo, 

para qno essos tlecretos ralham co~no leis e so tor11o111 

int.rinseca e extrinsecalne~ltc pc:-feitos. Mas, eniquanto cssa 

rntiflcag8o llZo chega, serBo tutalmentc inoff~cazcs os docretos? 

JL clue em face clos principios ellcs 11Zo tde~ll forqa 

cle- lei, clever80 os jnizes deixai" rlc os npplical; sobretudo 

na pnrte ~111 clue derugdm ;ibcrtamc~lt.c as leis,existcntos? 

Em gerd os cscril~torcs moclernos snstenth~l~ quo os 

tribuuaes siio ohrigaclos a reupeltar os clecrotos tlid.at,osiacs 

colllo se fossor~l leis; e clue nlio pcide seqnel clar-sc ao 

podor judicial a facultlade de exami11a.r se concorreraru as 

circurnstaucias urgcntes que explicanl a tlictaclura o 

justlficatli o procedimento do gorenlo. 

Coacorda~uos d'u111 inoclo geral cat11 estas itleias; c pnsece-nos 

qne realmonto, pclo sou earacter priv a t' ~ro, o esnmo

110s tnn~l,iiuc~ltas tiit ~lictntlara s6 p6de peltelice1 ao parlaiiie~ito 

e. subsltlinriamentc. 6, opjui?io ynblica. Em toclo 11 

c,ait) nfip~u,a-se-110s jnstu fazer clu:~s reslriiccijes ;i tloutrina. 

sc:iltlo a ~i~i~i~ci~~a gencrlc;). e a segrlntla prmcipaloieilte 

:l~~~l\i~;Il\~~~~ 

[L lt~gisl~~~t~ ~III~~II~II&S:I. 

1G1i1 l)~,illloiro logar tleiemos il~sti~lpillr !la di~til(l~lrtl os 

ilcc~,etus tlc c\-ecuqzu jilstniitniiea e trailsitona do:: que se 

iI~cstil~:~~il ;I. 11111;1 nl)plicnq;l~n re1 lcratla e permai~eilt~. Qnr, o 

1j11iIe1, jl~rIic,ii~l 1iZt1 ilcvi~ i.eciiq:~r :~ppIiriqZt~ :IOS ~ I~~II~IC~I~OS, 

c~olnl~~el~cutlcnlos 116s. il ~ri'r/ri~citr qlre os 1i11pBs para UIII 

t latl~r iuonic~nto ~,evestt,-os de ~11113 f(il.qa cj~uasi legal. Quauto 

no.: n~it~,os, pori.111; 6 nnccssai~io T~I. se j& idecorren n tempo 

~ioi~c~ss:i~~it) ]):n,;~. iluc ~11issa1n -,w ~U~.~IIC~~J~(IS 

A, ~:~tificnqRti 

~ J ~ ~ ~ ~ ~ L ~ I I ~ I S cI~LII:, I I ~ SO ~ ICI~SIII~ I ~ , [I?V, L I ~ I I ~ ) L L I ~~tjt~~iil 

~ ~ I L ~ ~ c 

tlcvoti~ ~ur~~~s:~i~--ll~c.; ~lltc~iores al1pllcaq6e~ I. Ct tleci.eto 

iI~cl:ih~i~jul 6, ('I-II~III onsiila am o+crlptor, cssen~iah~iente I I I ~ 

I I I ~ I . I I r1l.10 i/~~~~~~i~uu~i~i~~itr~I, 

~IIP n rirgnocix ierestc. d'iirnn. 

I'(ii,i;:~ ;111;i1tig1 6 ilk1 libi, 111;ls L~LLP. I~II;IIII~~I ~II:~:I~)~I;II~~~L~III 

;IS 

far:ifn !lo ~~nrlnmc~ilto, co111 r>fC(?~tii 11Ro IJ,~S~:I n l'ahf~c:~~.ficr 

II~;IIIIS SII~I~I;~VIII I, ~11t1.e IIF ~tl~t~~to~~ 

n relara, ilr ~c'itn, 6 Irtitll17tn qiinnio no ohj~~t~t,ij, 

rs~.~cl~'iotm~~,)r ~lrttl~lo de circluustnnc~ns, l:i~~~tnrla F ~e~ogn~el qoauto 

:I,, L~:III[Y~. 11:~ dr 21'1. :III~~)II.I~:L 1ielr1 potler de leglslal, sol? penn cle, por 

ii,it~~r~z;i, S('IIIY:III, 111ir SI ~~- PII~LLIIIJJ. us de~;relo? ~LI~;~,:I,~ULI:L~s 11:1 111 IIIII': i l i ~ I.~'IIIII,~O (10 pn~'lntilr?nt 

IY~*J 

1. ~lf'\-i:lii i:ii~~siilc~t.,~r-~~~ 

1llllli>~~ 1.311 a11t>,s, l: llI~~l~S a,,tos gl,vl-,l ,lalll

seguintes --- cine hqjrln ~,chclltcio ilttcr.~sn nu. itmrrsEo dc 

it!ti~liyos r q u ~ o 1)odo I/yislntii~o ~lcio rsfejn re?i>tticl;o 31zetir. 

~,O.SS(L ~.ciillir.-.sc n tct~tl~o (la ncrsili~' c/o pcr.t;qo iii?rniiteiztc 

(l(1 ~)lltl~t'fl. 

li: rstas nt~ntliylics 11511 sK,o os:il.:ld:ts uponas para !ILL[: o 

~~inln~nct~to pol' "la< sc ~.cqule n:~ apreciaqRo cia vespon-;a- 

1~11111t1~11~ 1111 j1~111er OICCI~~~VI) pelas illvas6es operadas na 

ctsl~l~c:ix constit~~cirnial. - iiini cspecinl e tlii.ectn.meiite pxn, 

IIIIC o IKII~~I jniliciai,io tleselnpeiihe con1 efficacln a sua 

I'~nrc:yZ,o tr~lclar tlos [l~rc:itos incliuitlnnes eol~mnemente 

~nsc~,iptos lin.: constituiqc7cs n?oelerua3 I. 

Xl~tn;~ palav1.a. clnila. uina dic,tadnra clne offellrla clualclnei~ 

~l~roitu iliclivitlir~1.1 gara,~itiilu pels aria, cis Icibul~aes ~ic've~ll 

rcn~is;~r.-se :I, al)l~lic.ai. o (liploma [pie ccxit,iveln essa nffensa, 

st~lvt) sc n ~liatatl~u~a tivcl. eido cletermiiiacla par ~nvasZo cle 

inillligos 011 rc:l1olli5,o i~~tcrila c 112~1, c!stl\.i:rc:u~ rt:ii~litl:~:: as 

cGimtcs lleni ti,r po3sirel espeymg clue se rerunam. 

ICst,i ~ULL~I~~I;L P):LL~U~-IIOS erirlellte i lace [In letra e do 

c~pil.iti:, rla iiosra 1egislayBo trmda~neiitirl. Apesa,~ rl'isso, 

1150 i! S C I ~ contraili~tni~e~. Uils entendem, sen1 o menor 

f~inrlnnicnto, qi~c a, rliotndrii~n, fogo sonln-c, peln. srlx nn.tnl.exct 

csl~ecialissima, a qua.lijiic~. apreciaqiio por pnrte do poder 

juilicniariu. Outros, pelo ci~llt,~.hriv, s~~stc~~ti~~ii. aiii~la 111ais 

long? rlti vel.ilade, tlae a dictadm,a, qualrlner qne seja o 

sru nlcni~~c, ten1 tle ciilgir-se sempre no tlisposto no 

t~1.t. 11 5." ## 33." c 34 [In, cai.ta,. snh pcna rlc swcm 

innl~plicnvcis todns as prorideiicias d'elln resultantes, sen1 

c\rc:cl)(;Zo tlus clue s6 !:iintrsznn~e~n as lc~s i~rtlilla~ias 

vcrliitli~s prlo 1)orlol lrgislntirn 9. 

- - . . -- 

1 Cunf, st~]~?-n, 11." 10, I) 31 

2 As cliias o1111lli11:s 

tivcr;lnl oconslZu de .u i.e\elar cullo uus el11 18!15, 

I ~ I I ~ I I I I I 11 govr.~.trri fca col~r;~~ (1s i~lllloito-. c:ionl linsc.. :i fnlt,a, ile 1t.1, no 

tii>c~l.ctn 111c:tato~inl d~ 28 (Lo luullo do mesmn anuo -- Vej:~nlos CL'III 

t':ll~i!lr~ I~S-:L JIII:ISC' tristc~iie~ite co!el)~c da v~cla collect~rn pn~togu8sn pi 

I]IW i~lli~ IIIIIs~I.~, coin iliilelevf~-: !::t~air:til~.?s o i110111ento30 prol,lellm rjue 

tc~!~ui c

As questBes d'orclem arln~inistrativa surgern quando o 

pocler governameatal less clz~eifos puticnlares, isto 6: 

(< i~iteresses garnlctidos e assisfidos peln lei b) (M~uco~). 

Se a les,?o affecta mel'os in.teisesses indiriduaee 1120 

~rotcgidos pela lei, isto 6) llIo clevados 6 cathegorj:~ de 

rlireitus, a. controvcl.sia nSio pcidc t,or logas porante trihlmaes, 

visto rille n intcresse geral, rcpreselltado pela arh~l~i~listmpZo, 

p~evdece sobre os hteresses particnlares. 0s llleios qne 

os offentlidos poclei~l ent5o ublisar consisteln apeuas el11 

reclamag6es pernlite a 111es~la a~ictoridade lesante on, em 

recnrsos psr:~nto a n,lictorirl:itie superior; c, el11 torlo o caso, 

a decis8o, clue aliSs se co~isiclera coi~lo natural corrective e 

comple~~~e~lto (la ncplo govenlnmental, 6 proferlda pela 

propria ndmmistra~qZo nctiz7n e por via gvaciosa. 

deorctr, dictato~iai em ql~r! omm prof~ulclamente nlteredw divcrsas 

disl1nsi~6m coniit,~tncionnes, taes coll~o as rvfereutes b organizityZo da 

cainala do8 pares, e en1 cine ela expressai~leute revogada (uio apenas 

susprnsa) a dii1iosiqPo citada do art. 12." do acto addic~ollal de 1852. 

Diz~n-se, coil1 effeito, no art. 7." do decreto dictatorial, qae, q~xaudo ate 

no fliu do auno ecouolnico as o6rtes nRo honvessem votado as leis 

relatirns no esercito, h arlllndn e 6s rece~tiis e despeaas publicas, 

continuarifila ell1 execuqSo no ailno imillediato as d1sposip8es legaes 

sol~re cstss asqturnptos at6 nova I.RSOIII~%~, do l)orlnr Ic~~~lat~vo. - Era 

rlucvcr ~aocciona~ nm ad~oso dictnto~inl corn ol~tro ahnso, tamhein 

diotatnl.inl> o aindn maior! E o lloder jhdioin~ continuava appliomdo 

tndu u em tudu recouhect?udo \.alidatle e forya! - lioje, collie se sabe, 

o tlecroto dr 25 de setemhso tle 1805 estb trausfor~i~ado ua lei de 3 de 

alj1.il do 1S90, clue fiinna coll~o que 11111 terceiro acto add~cionnl h carts. 

A galrntln individnnl de a votapio (10s ir~ipostos ~~RFPI. SRI. feita annl~al- 

Inento polo podcr Icgislntivo, - garantin aceion dn q~~al nth o relator 

d'esaa le~ se pruuuucioi~ cuill sympathin e inteiesse, coillo tendo ado 

sewprp o m.jlhor recogio dm liberdacles pi~blicas, - esti, en1 parte, [~erdida; 

illas as propdas alterar,6es que no parlan~ento se fizera~n ao decreto, 

como se VI? da 2.' pate do a1 t. 7.', elu rjrie se exige nna conrocaqio 

extraorilinarin [lo parlamento dontro dc tres nioa~,s, eto , rlemoucitra~i~ rlae 

uio 6 lioito sust~ender ou restriugir ],or actos do poder govelrnnl~lcntd os 

direitos dos cidadPos e rlue, rl~taudo isso sncced:i, o l~0dt.r judioial deve 

intervir parn tutelar, at6 onde lhe f6r posaivel, esses direitos. 

RELAC~ES ENrRE 0 PODER JUDICIAI. E OS OUTROS PO1)ERGS 67 

Assim, pois, para que haja co~ztemioso ndmi~zistratic:~ O 

mister qne a, lesBo affecte ~erdalleiros direitos. Qualquer 

caminho qne llessc caso Se adopte tern ilatoralmente por 

fin1 protege7 a esphe~n jzrr-idica. particular contra OE nctos 

illepes do nrgni~ismo gorernamental '. Ora. o quc, err] 

materia ile relapiios (lo potlcr judicinrio co111 o gooerllamental, 

se cleseja liqnidar, b exacta~ncnto se a fu~~c~lo de 

perterlcer no poder judicial, ou se tern de ficar confiad& a.o 

potler exec~~tivo. Piu11ia palavm, 116s pretenrlenlos detrrt~~itlar 

o olycZo c/ue cleoe r~ese~~~pc~a/r,ar. a f~si~,coci;o rle 1binf~qi.r~p6o 

clos direifos violrtdo.os por actos nrl/~tr~,isf~mti~~os. 

980 clirersns as theorias defenclidas pelos escriptores e 

arccitils pe1a.s legisls.(;Gcs, A. ~najs a.ntip A a dn nrl/i~itzist~a&o 

actica juclica~zte (P~I~ITALIS), segundo a, qr~al ilRia, 

caber ao proprio gorerno o tlireito rle julgar tndas :is 

controversins qne se lcvantassem entpe elle e os particnlarcs, 

quer versasscm sobrk offensn de interesses, quer sobre 

lesk de direitos. 

Estc systhcnla foi praticndo em Pranqa e em dirersos 

povos que cl'ella in~itarrt~ll a lcgislag%o liberal; mas em. 

1 A distincyPo elitre i?zferesses e rlireitos constitoe a base 111ais segnra 

da detcril~ina(.Po do qiie ~lgorosamente f6rma o co~lteucroso admiuistrativo. 

Se os interosses sio violados, n8o ha illegalidade nn p~~oced~nlento 

da auctoridade; e o lesado apenas pbdc d~rigir-sc h dolinistrn(:gn pam 

yne, nsando do lllestllo poder, tollre tuna lnedida differente d'aquells 

qu3 o feiiu. Se ns d~reitor sio viqli(os, a illegnlidade B manifests, e n 

lesado p6de reclan~ar por via coutenciosa a mmullaqiio ou revogapzo do 

acm administrativo. - Eufl.etanto, a distmcy%o, apesrtl. dos seas inentos, 

080 apparecc boiu uitlds llos cscnptores qlle a ndnptn~n,: Dr. LAILANJO, 

I'rinc@ios E i?zslift~ipTes rle clireilo adi~zi?zistrfltiz'o, 5 I%.", p. 77-38; 

DR. FRLVCISCO FERNASDES, Estz&s sobre orynniqdo administratizga, 

p. 20-31; Dur,~oc~, Coitrs ck dmit cidt~tin%tmlif, vol. I, y. 231-231; 

BATBIF? Traitd thdoreqzu et pratiqzrm, rle droit public et culn~inistratifi 

vol. I, p. 411-412; ducoa, Co?zf6refaccs stcr I'adnzi~zistrafion, vol. I, 

y. 474; ORWI)~, P~it~~@ii di diritto arta)?zin2'St0'alivo, p. 290; PIRSIC~, 

Principii di diritto antm,i%istrativo, vol. n, p. 241-242; M~cuctir, 

Isfitzrxio?zi cZi diritto n,izv~i?zistmtir~o, p. SG; etc. 

"

eve cecleu 9 logar B theoria da jz~risrlicpTo ado7,inistrativn 

(Vivi~x e C~RIIENIN), qne consiste fandanlentalmellte ern 

crear clontro clo poder gove?i~anlental, e con10 constitiundo 

unia rlas suas pnrtes i~ate,grcu,i.te$, dyversos tribilnaes especialrnente 

destinados para o collteiicioso aclniinistrntivo, e 

em conferir nos ~.espectivos juizcs, pelo monos na lotra da 

lei, garantias 118 in~leponde~~ci:t, inamoribilitla,dr, etc., simillluutcs 

BS dos lneliibros proprios (lo poder judicial. 

Em quasi toclos os pafses se praticou a theoria da 

jru.isrlicrii~ rtd)~zi~tisk.ntivn. Toclavia, a partir do meado do 

secalo, comepou a clefroutar-se coln ella ulna iiova theorin, 

quo protcl~dc intcgrar no poder jrldicial a docisRo clc todas 

:rs q~~csttiios relativas ao COU~~UC~OSO a,d~l~iiLjstrati~o. E' a 

tellcle~lcia n~oclerlia, que jB inforrna diversas legislapaes 

estranlias. e que jh por mais cl'uma vez tern echoado no 

no nosso proprio pais. 

Ir>' a csta tendencia que 116s adhcrimos. Parcce-110s qile 

os easinamentos cla sociologia n8o podein cleixar ddvidas a 

tal respeito. 0 progresso das instituipaes faz-se, coil10 

tginos visto, 110 sentdo da adaptayWo cada vez mals perfeita 

de cada 11111 dos orgzos h ft~~lcpLo respeotiva. Ora, a fancp5o 

de julgar IIBO mnda de naturezn pelo facto de se referir a 

actos gnvernamcntaes. E parece-nos evidente clue o contencioso 

administra.tivo cntr:~ na ulbil:~ 11ii jirslip:~,. 

fiIas. (replica-se) para beni julgar os actos admillistrativos 

szo inclispeiisaveis conliecilnentos especiaes, qae n8o podem 

facillnente eacontrar-se 110s lllagistrados ordinarios. Assiln 6. 

Porbm, esse argumento prom apenas que deutro do poder 

jndiciario rleoen~ organizar-se tribtlnaes especines para o 

j\ilganioato das qtlestnes administrativas, e 1150 qne esses 

trihl~naes devain pertencer ao. proprio poder qne 5. nma 

tlas pnrtes interessaclas nas decisaes. Assitn como a especinlidatle 

clo clireito commercial creou tribnnaes esp,eciges 

para ~sq~~cstiics ~nctisant,ls, 'a8&im txmbe~n a cspocialidade 

do direito administrativo p6de crear tribunaes especiaes 

para as quest6es do seu conteucioso: sen1 p e nun e 

RELAF~ES ENTRE 0 PODER JUDICIAL E OS OU'I'ROS PODERES G9 

noutro caso se tenha de sair para f6ra cia esphera de acpfio 

do poder judicial.. 

Succederi assim entre n6s? 

. Pela constituipBo de 1822 estabelecia-se em cads districto, 

ao'lado do administrador geral, umajz~nta nd7ninistrativa, a 

que pertenceria, entre ontras attrihuipijes, o contencioso 

administrativo (artt. 212." e segg.). 

Depois, cqm base na carta coastitnciond, o decreto n." 23 

de 16 de nlaio de 1832 determinou, nos artt. 84." e segg., 

que em cada grande circllinscripq8o funccionaria unl 

co?aselho rie yrefeitur-a, co~nposto do p~efcito, presidente, 

e de tres vogaes de lime lioineagEo rbgia, e destinado 

a decidir em primeira instancia, con1 recurso para o 

corzselho cle Estnclo, as qnest6es sobre contencioso da 

ad~ninistrapEo. 

0s conselhos de prefeituva, servilnlente i~nitados cla 

Ranpa, foram extiuctos pela lci de 25 d'abril. dc 1835, 

art. 2.", que passoii as suas attribuipaes iiieran~entc' adnlinistrativas 

para os co?z.selIzos de districto (formaclos de tres 

vogaes), e as contenciosas para o poder jzulieial. - Estas 

disposip6es, en1 que havia o primeiro esbopo da rerdade, 

foranl mantidas nos mesmvs termos pelo cod. ndmin. de 31 

de dezembro de 1836, art. 170.". 

Logo, por61i1, o cod. adrttin. de 18 de lnarqo de 1842 

art. 280.", alargou as attribuigiies dos con,rellzos de districto 

(presididos pelos governadores civis e for~nados pnr mxis 

quatro rogaes),, iucunlbindo-os de ji~lgar o contencioso 

adrninisbativo en1 prinleira instancia. Das decisaes ahi 

to~iladas interpunha-se recnrso para o alto corpo politico e 

administratiro cllamadn cor~selho de Estado, o qua1 ein 

1845 (lei de 3 de lnaio e decreto do 16 do jolho) foi 

reformado e ampliado de f6rma a ter nnia secqiio espocinl 

para csse contencioso, e ell1 1870 (clecreto de 21 de jalho) 

foi desme~i~brado e separado d'esta secpiio, que ficou formando 

o stlpreino tribunal admiuistmtivo, isto 6, o tribunal 

superior, el11 cpe depois d'isso, atmvez do alterap~es aoci-

denta,es, taes conlo as do regnlamento de 25 de nove~nbro 

de 1886, se Gem senlpre decicliclo en1 dltima illstancia as 

quest6es do cnntoncioso arlministrativo. 

Na primeirn instaucia C que se effectuamni ultiman~ente 

alpinas muclanqas notaveis. A lei cle administraglo civil 

cle 26 de jnnho cle 1867, n*rt,t. 282.0 n segg.. be111 corno os 

codipos acln~inist,~,ntivos rle 21 cle jnlho de 1870 e 6 de rni~io 

tle 1878, niutln conservaram o qne fdra disposto pelo cod. 

do 1942, proc~~rando apellas delimitar lnelhor as raias do 

co~itencicisu ncl~i~inist~.ntiro. Porbm o cocl. cSe 17 cle julho de 

1880, :kt[.. '7(iS.'' o $egg., nito se conteiiton colll ISSLI, e t,rt~cl.on 

[lo estabeleccr trihtuiaej clistnct,aes (111~ proferi~sem deeisaes 

na orclclu >~.tlnlinistrntivn con1 a nlesmn inlparcinllclncle 

con1 tl~ie a rleve~ll appli6a.r em luateria civcl, coriln~crnial e 

rriminal os trjh~ulaes jatliciarios commmis. 

Esta o~,gnuia:~qRo harluzia nlais ou inenos perfeitnllleilte 

o spstcmn (12, jnrisdicc;%o administrativa. 0s juizes, npezw 

tlo constit,uiren trib~unaes perte~ice~~tcs no poder governnmentnl, 

era111 coi~sicl~raclbs nlembros cla magistratnra 

judiciarin e gusavam rl!mnn, certa intlependencia e iniunovibilitlacle 

T~-irlnvia, tondo-se recoill~ecido algmls inconve- 

11ientc:: 110 sen fnnccionnmcato, o docreto ele 2 ile dezombro 

do 1 891 pretende~l sil'ustitui-10s por Zrib!rr~ne.s clr! seylazcla 

itlsfn~bo'n dist~.ictrrcs 011 7~dn~60,~ 

rla 2." rlasse, qne teriam 

a sell cargo cli~ersn.~ ca,lisas e enhle ellas as clo conteucipso 

aclminist~rativo, e que se c~onsiderariam coiuu yul.te ircteq1~11/fe 

010 19001p). jtrdici(d; 11i:ts, n8,n tenrlu essa reforlna 

side esecatacla. 11 riecreto tle 21 rle abil de 1892, artt. 7.' 

o scgg., snpl~rimiu os tdb~ulaes atlministxativos e passon 

n.s SIIHS ntt~ibnipnes coutenciosas tle prirneira instaucia para 

os ti.iDlr~zne.s COIIIII~IOLS, conservanclo, 11or6111, o suprelno tribh~ial 

ad~l~inistratiro con1 sun fiulcc;Ko cle recurso. 

Dcpois d'isso o conteaciosu :~tLrni~listl~ativo foi n~g~.niaado 

em bases co~i~pletalne~ltc rliversas pelas codigos de 2 de 

111ar711 clc 1895, artt. 325." e segg., e cle 4 de lunio de 1896, 

artt. :107." segg., cpe re1)artiram as qucstiies administra- 

tivas por ~ari~s enticlades confor~i~e~llente no respectivo 

ca,racter predominante. 

Assim, as quest6es de recruta~nento e de conkibniqiies 

do Estado e manicipaes ficaram a cargo dos jnizes commnns, 

cisto sereln qzi,est6es cle direito esfiricto; e pela inesma 

razk os rospectivos rocursos, comq~~anto s11ba111 ao supremn 

tribunal administrative, 1160 dependem, ahi, de l~o~nologaqao 

do poder governamental. 

As contns tie gerencia clos corpos e corpcli.aqiies ~dlllinistuativas, 

be111 como as quest6es acerca de senidaes, 

clistribuip8o de agnas e nso dos bells e fructos de logadouro 

concelhio ou pal-ocbial, pertencell1 6s comnlissiics clistrict:tes, 

qne devem alliar ao elei-iiento jnridico o conhecinieuto dos 

factos e o (lest-elo h~telar. 

Emfim, as q~testaes verdaclei~a~i~eutc caractcrisadss pela 

existcnoin d'um co~lflicto ei1B.e os pnrticlilares e o Estado 

en1 conseqt~nnda da esecupiio cle leis n'dmiaistrativas, s8o 

esclusiran~ente cla competeacla do auditor atlministrativo, 

cujas habilitapEes, servipos e sitnaplo garantem, scg~lildo 

se suppo"e, o bom desc?mpenlio das respcctivas fn~lcpdej I. 

Esta organixapiio 6 essencialn~ente defeitnosa, e casece 

cl'nma reforina urgeate, en1 qne se coiicilieni as e.mgencias 

theoricas corn as necessidades (lo pais 7 e se proceda, 

clonnto possirel, de harmonia corn n reforma. clos outros 

appai-clhos clo organismo jndicinl, CIIJ'R, Iiistoria, collst,itnic;$o 

e f~ulccionamento 110s propo~llos ago~a estndar. 

1 0s codigos adulinistrativos cle 1895 e 1896 toulara~u alyrcmas providenans 

acerca do sapremo ti,ilounal adln~n~stmt~ivo (corligo rlc 1896, 

artt. 352." a 360.") e do trlbaual de coutas (art. 3Gl."), qne sHo tl,~bunaes 

de 2 " instancia, Inas fuucciouam, is vezes, em hica iuptaucia 

"gdnes principios pode~llos applicar ao chan~ado coi~te~zeiuao fiscal 

(co+ztvnbn+tdo, cksea1~7in7~0 de direitos e trnnsyress~es de regtdamentos 

fisoaes), clue desde 1886 (decreto de 28 de julho) estA incunrbido a 

tribzuzaes esl~eciae.3 de pdmeira e segauda instancia (vej. o decreto n." 2 

de Zi de seteinbm de 18'34).

LIVRO I

.Historia do organis~no judicial portugu6s 

na prinieira epocha 

20. A jl~sti~a stlprenln c\er+c,i;la pelo o~onarcl~:~. - Nn 

l~sime~ra das tines epochas ell1 que pi~tlc dt~~dir-se n l~istoi~~n 

da organizaq20 judic~ani~ po~tug~15sa o ~nvnnlclia collsirlerara-se, 

era dc rlireito, e cyuesia ser rle fizrto, o org50 

su~erior cle toclxs as fmlcq6es necesswias B existencia social 

e, por isso, da jndiciwia. Assi~n como, na Hespnnhn rolnann, 

o gorenlador dn proviucia cc esercitava, umn jwistl1cq5o 

inte~m, ou sc traatnsse tlc tlemanda eatre particnlaros, oil 

de ncpzo cine oEfenclcsse o pi~blico ,> *; assim con~o, no 

~mpeiio ~visigothico, e conformenlente 6 clout~.ina pl-oclamacln 

solemne~~~e~lte 110s coi~cil~os de Toletlo, a anct.oriiladc tln 

re;, recebicla irnmedia,tameutc cle L)~ccs, se cuteiltlia niltes 

1 Co~ilo 8 sal~~clo, n pnmelra epocha me desde n c0~1stit1liy;io a11t6111~111~ 

do relno cle Portugal at6 k co1isol1cln~5o do absolut~s~no ~nonrn.cl~ico no 

fill1 da eilade 1116d1a, ~sto e, ate fi ~norte clr D. JoZio I1 (14!)T,). A srgrmdn 

epocha comepa eiri D Y!'I*XLTISL e ntrxve~~~ud~ tocln n cclndc ~node~nn ttas 

divewas pllrtses do al~solnt~snio real, vne 111m.r~~ co111 estc LIRS i~rvolu~iirs 

micladas ell1 1820 A terceno., e~nf~lii, abrnyn o ])~v~oclo dns in cat:^.; I1l)c11 nrs 

e o constltuc:ounlis~~io contempormeo. 

2 ANTONIO CAETANO IIO AAIIRBL, Jfcmoria 11 pnrn cc l7isfoi.~n tli! 

18gislay.bo e costtr?i~es cle E'ortz~gal, 7zns ilicnrovzas ~JG 1ilterrrt~u.n (lo 

Acndev7in veal dns sc1ci2cins, \-01, rr, 1,. 317.

70 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA PRlhlElRA EPOCHA OllGANlZA~hO DA IUSTICA REAL 7 7 

de tado B atlmiilistra~Lo suprema da jostipa 5 assim 

tanibem, nn moun~.chia port~~gnBsa, co~~lo ilas demais que 

surgiram clas ruinas rla soc~eclacle h~spnno-goda, foi coiisagl.nrlo 

pelos costumes e est:~helocido en1 adguns monumcnt.os 

n l>i,i~lci~io geral de qne nnia rlas prerogativas inherentes fi 

sol,cl.niiio tln e colrlo tnes innlienaTeis e imprescr*iptiveis, 

(:1'~ ;I. (10 ilesc~llpe~~l~o da fi11lcqEo jndicinl. 

XI, cnt,rctn,iito cstn prcrognt,ivn n%o ern, a principio, t%o 

estcilna como os i~~ouarcl~as clesejaram. As classes pririleji~atl:is 

e o 11ovo clisputavam-llles tenazmellte o esercjcio cia 

j1ii.istlicy5,1>, qne s6 no cnbo ile longos esforqos ahandonaram, 

a116s ~~~cornl?letnmeute e de muito mB roiitarle 2. 

Ashilii, el11 F't1rtliga.1, 0 110 fin1 da etiadc 1llCc1ia clue se 

al(:a~ipa. o mc~nlentu evolntivo ern clue, tonlando-se absolnto 

o povernu ceiitral e oonceatranrlo-se iias niRos do priiicipe 

nu nns tins sells clcleg:idos nm:l grailcle parte cia fu~~~cq%o 

jtitliciaria, 6 possivel a tlescriniinacE,o de qlic Iia dc rcsnltar 

(1 complete apparecillle~lto cle orgEos regulares cada vez 

~uais ~~tlaptnclus :LO cle~enlpel~lio d'essa fmlcq8o a. 

O esercicio cla justipa pelo pro11rio rei dovin sor liluito 

treqncnte llesta epochn. N.\ZAI?ETH "iz que (( no principio 

1 (;~ara R~RIIOS, Historia da ad~?~ll~z?lislrn~ci:o f?iibl~(v, 6172 IJortftgal, 

vol. r, 1695, 11. 7:) e segg. 

2 Adinllte csporemoa os la~lces lllais intcrcssanles da formidwe1 Iacta 

quo o rei e as ordens se ttavon dmacte tocla a primeira epooha e 

t:m gl:lo~lr 11~vtt: rln sc+gmida., a yvoposlto da admiuistrayfio ddn ~nstlya. 

Descrudo pvill~eiru toda a escala hlerarchica da justlya real c pcroorrendo 

si~ depo~s ns pllascs de docadencia das justiqas nlnnlcipaes e privilegiadas, 

l~oilorelnos ol)t,er ilm couhecimei~to succillto, i11;ts clmo, d'esse pol~odo 

t5o caractcristico d la nossa historia. 0 camiabo illverso poder~a ta~nbem 

ser segrtiilo. Mas quelle systhe~~~a, a16111 de mais imr1nonit:o i:im a Sri 

gc1':il 11:z nrolili;3o, tonila siimn~nmcntc cnmprcheusivn n ~~lstel~n que Ta~~~os *yGr E', I\': ~.cwto, n ado]~tndo 

por anctontlndies colr~o Con~lin 11.4 Ro~~r>i. 

(l \a)\ I:\I:IIIIS, Dr. T.ntvcs Fnnc.~, ctc 

1 Conf., 11r1ste vol., a Jifrorlzic~

I'ostei,iu~.~nontr, rlircrsos reis, entre os quncs citar~mos 

I). I)~xis, D. iS~~l~lil 1x1 1,iI ;I ~i-ll~l~l~l il SIl~~~P111~ jllrislllC~2~l. 

21. Inle~~sc~~$iu tlo consall~o (lo 14 na justier 11or t:lle 

i~ll~~~i~~is~~~i\tl;~. 

-A' ~litl~li(l:~., pori~l. 

c sf: 

1~111i~~~1ic~:rvi~rn os nogocios pi~blrccis a scu cargo, o illo~iarcha 

via-se i~lsensivcl~nente forpn.dl~ n 11% os tlecitlir sell1 prhvin. 

~~oiislllta 111)s sell;; p:u.cl~tcs, amjgos e familiares, ~sto 6. clo 

~IIC al~gli~e~ltn.~~a~~i 

sell ~oir.sc/hn (111 clirio. 

Xau monai,cllia.s IJUR l~re~ederil~~l a port~ilg~l@sa ~xistia j51 

tlnl,i coipn~~a~$o c~u aggrcgntln rl'essa ordelii. Chn~llava-se, 

ti~~rnnte a, t111nl1nac;fio (10s ronlalius. rolzsilit~rl~ e depois 

c,oi~si.uto~~it~ti, /)i.i~iripis, r. tlorante a pieponclcrancin visigc,tllicn, 

ofric,io l~n/c(ti~ro 1. Ag01.a rcs~irgia snl) yitrll)s I~OII~CS, 

t;,rs c~lliin (1.: (lo czo~~.sr,llio ou oii,in do 1.c.i. 

A ocr~lstitllic;K~-r d'estc coilrellro nBn estavn. snbortli~la(ln ;I 

1.rgrils 1tliiC111~111cs. A l)i'illcipiu ile~ia 1,0slilt~1. da j1111ct80 

(10s ~~xc~ntt"~, a~~iigos, ~~i~~ilpanlieil~os d';~r~uas r o11tros 

Ea~ililinres tlo ilupei.nulc. T'huco a ponrci fi.xara~~~-sc colllo 

~~(13 (11c111plltiis psseu~i;res os ~~icns-lin~ilf!ns, os prelados, os 

r~ri!/c csirrhclcrorros pzre sp YIJI t~u1111.rr Xis, pol. ii,ot'~??rc?ito (lo U~.SSO 

coi.o~ilo, n/!gi,rrr, ,j~rl!ynrrr~os ti rliorte, ozr qzrtr llrc ctrrl~!riz nlgn~,?? ,??ei~tO~o, 

/nl sc~,frrq-n s(:jic y.olo?~gtrdm ntt: P I ~ Z ~ dint! P c (lrl~110 n111 ~ r i r climr~fr seja 

n rlrfn s?lr/rir(.n r/nrln ti r,cearfAo, st fis l!r.!te POIl7ElBOS c& 11#?0 Te1.0ip~~~ros 

. (irr~l, ,iff., Irv. v, tit 70, pr7rl.r I: # I "). - De~e obserr:u-se 

, ; I I ~4t:a ~ 1c1. U. il~.~,n.vsi) V III:IIIIIRS~ oliser~d-la en1 

I I I I l,illls que .JTfis CO!?~/~II!II~!I.I!)OS 1101. llossn 2'010: Sell? 

(,~,tr.n nldot~ ,, /rg~ri.n rip JIU;:~, 1101. 11.n olr sil~thic qtce cl'clle hr~air?os D, 

II ilnc l".ov;b ~]IIC n nilulit~LfiCi(,%i) cln jo\tii;n 11elv i'ei e"? pesson, sr 

lg~tr I:lrgu t~llllln. 

~~t~it,.:~It~il 

I:I~I~IIII;I SIICCCSSIV~II~PI~~~ SB TRS~~~U~ISSR a 

. . 

,1(1r.;.cy sco p?.op~io soher~aao, trlu qlbeirl oriaaiuxc.a tokt n 

,j,ir.i.isfirpRo, uiio qrrcrin 021, 1zr7.o qmrlin nd~ni,~zistrn?. n 

,j~rsti~'n 1307' ~1: ~lzesnto , . 

Lpgo, yc~rC~oi, uo comeqo do secnlo XIII, tuna lci do 

1). Ai~~orsso 11, rlarla nas c6rtes de Coilill~ra de 1211, 

ccrtifica n existencia e ilk alguma idcia rle certar atatrib& 

$*lies do fi.ib/tr~nl S7i~17'P1/7IO (la cijrte, cuja especialisayRo e 

dlfforcilciapiio (10s demalw ine~l~bros (lo cor~sellto tlo *.ei dere, 

porisso, ntt,i,ihuir-se n esse pe~iodo. 

32. 0 triknrl (la clrte ath dcshtegrap%o e separatSo 

da crsa do eivcl. - Pcla lei citarla de 1211 proc~~ra~a 

D. AFFONSO I1 ~hstni a rlne o uso immoderado 110s recursos 

oterllisasse as conte~ldas 110s tribmlacs; a ~lizin: i. 

D'ostn lei deduz-se n esistencia, rl'nm trlbullal presidiclu 

pelo r~~on:\~cha e iucumbido rlo conhecer~ por ?izei'ct ri'1:ci1, 

rlos orros qne poclessem ter as scntnnqas E', pois, um 

o~gZo jurlicinrio, quo i, Ennc~"a o~nrmal cla c~ppellnJ'&o 

I.e[rno j;~, horn d~stinctn, co~~zql~nuto iilal definidn, a attriilr~i(;&o 

oxc~opcion,~l o meramellto facultativn, (1 n r.ooistu,. 

I Ilrilena

IllS'I'. DO ORGAN. JIJDIC. PORT. NA PRlMEIRii 6POCl3h nnsa~~zhcHo DA JIlS'rlcA HEAL 83 

I~:I~,III,:I,~ t'! 11ue L" fijalpcloreh fobsem varios e clue tun tl'elles 

cstivcsse cspecinlinente encarregado cl~ receber os recursos 

0 tle os cxplica,~' pe1,ante tudos, pelo qrie recebia os nollies. 

tRo v11lgai.cs nos tloc~ulllentos, de sob~e-,jrri.. do rei~ro, sobre- 

si!j;~ 001110 I'i)r, loan no ro~neqo do l.elnadn rle n. Dwls 

nos ilpl)t~~*ccc ;r lei cle 31 de jullho cle 1282, elm qne figiuram 

11;t co~lstit~iic;Ftn (lo trih~ulnl (la cdrt,e clt~a,tro subre-juiaes; e, no 

lwi~iril,io tl11 socnlo XI\-. tliversas leis (lo iileslllo lllonarcha 

moatl,;\ai~ qu(? :i diiYerenciac&o f~uiccional entre s6pplicas e 

:1~~~1cllny6cs, v:~n rnll hreve corresponder nma differencinpZo 

urg;lllica, qnn, nian~festando-se primeiramente dentro do 

Inesuitr tril~nnnd, mais t:l.rcle 11% rle rlar origem an estabeleciiilcntn 

tie tlnis tr.lbullaes c1ivemus.-o cll~e pxuva a collstaute 

vuriSicac90 e ncti~nqfio cln lei gernl evoln tiva acin~a cxposta2. 

(;olll &it(), as leis de 24 de abril c 7 clc i~ullio (uu julho) 

dp 1 :1021 rcpmclnxitlas Ila Ord. Aff., lir. III, tit. 108, 2." 

:I, 5.": fnlnlll jB ell1 solrre-juizes ou oi~~iclores rla snpplicap%o 

co1110 tlifferei-~tns rlos onvidores cln cBrte, qnalldo determinan~ 

quo s6 CIII CRSOS 111uito excepciouacs possam ser ~-~vihtcrs as 

sente~~qas 3e qne se n%o nppelloil ou qrle forruri confinrmdas 

par :u(luelles ou pox estes mi~gistxados. Demsis, logo a lei de 

1 X tic mwyo dc 131 7, $aiiscril~tn 11~s Ord. AH., liv. TIT, tit. 74, 

$5 1." a ,?.", c nn qunl D. DIK~R mdenou q~lc para o 

pl,ofcritlas pelos or~vitlores uu uutros jdzes dos mestrados, 

C,III t ~s c I~o~irns,-~~iostl'a qlie os sobre-jaizes cla eupplica$io 

tinIi:1111 n7r,lir1irin 11it~~i.s~ cla dos oavldor~s da c8rte 

No roi~~ado de I). AFFONSO IV 1111la. 110T71L tlifferel~cincLo 

c,l,g:nlic.a se ope~,ii, niuda dentyo do trihnnnl, colllo sc vi! 

tl'rnls E:,~tnftafos so1)i.c n orrlr~~t gc~.nl rh ~I~~OCPSSO, pnblicados 

1 DI. re.;to, II II~.II~I~,~I) 

I:,\xL BR~.I.os, oh?. tit., 1). GI4 e notas, clta 

fc~i;~ev ti11 liri111;1111o, (10 IIIVI~~(~O 1: 110 ~I:I;II (10 SI:I;IIIO SIII. el11 clue as%gmavaul 

rlo,.~ ois ties so11r.c jtri:es rkr, rii1Yr8 

1 COllf. Illfl%l~ltl~~f?~, I'illJ, 11 

provavelniente em 1337. Essa differeucis@o consjstc em 

estabelecer, ao lado tie dois onvldores (la, carte, que co~illaceriain 

das causas e rlns liegocios especia.lmente pertinentes 

no mona,rc.ha, rlnatro sobrc-jnizes, senclo duis para us fcitos 

crimes e ontros dois, lettrados, para os feitos civeis. 

Depois d'csta lci 6 qnc, segnndi~ cr6 OA~~A UARRO~, foi 

p~~blicaclo o IZegiluel~to c?cis nridieircins tltc ciii.te, qne apparece, 

sein data, nas cliaiiiadas 0rdenac;iJes clc D. Du.tnTrc, mas 

clue inclnbitavelniente pertence no reilinilo clc D. APPONSO IP. 

Nesse reginleilto determinou-se yue o txibrlnal cia cilrtc 

tivesse ouze sobre-juizes on onvidoi.es, qilatro para us plcitos 

civeis, qnntro para us crimillaes e tres para os clo rei, (la 

portnl-ia., clos jlirlells e ontms. 110s quafro sobl'e-j~11zes CIVO~S, 

dois acompanllar~am sc~upl,o o rci pnrn ndinm~strnl.em jnstiqa 

pclns tcrras, c os 07sti.o~ (1ni.s firr(~.i(~i~~, 

I L rii~.te. ~ 0s cluatro 

ot~vidurcs do criilio acompanharianl em regra o 111nnal*c~I1a 

para tur~~arew colllieuirllellto das appcllaplies c (Ins si~pplioas 

ell1 materia crime. como o auumpanharia~l~ tallrbenl nn snns 

tres onrirlores privativos. 

Coillo se v6, apparecelil aqni jB beni nccnntoados os elelllclltos 

clue tunlam possivel e nnt~lml :I sepa.raq"a eentre o 

t.l.il?unal cla c8rt.q csre~~ciahne~lte nmbuli~nte, e lull tr.ib~ulal 

de residelicia fixa, on demoratla, mcn~nbido das nppellaqDcs 

c~cis e ponissu cliamndo cccsn clo ciccl. Este trihn11n.l tlesintegm-se 

do tla cijrte logo el11 segilida 1, tlevei~tlo referil.-se a 

sLia separaqzo ao meincio (111 secl~l~r srv, t ~~~llo se tlednz cl'unin. 

lei de 12 rle nlarco de 1355, reploduzitla llas 0111. AfI'., 

liv. v, tit. 59. a# 1: R ll!', e segnudo a qnal o tril)al~al do 

cir-el ern jA rllverso do t,rihriual supl,cmt~ 2. 

1 E crnloso obsorrar collie foi ngzcsfiqn cir'il rlue priineirnmc'lltc sf' 

rlestacols dos monn~chas portngnGses, isto 6, do tnbuual ell1 qne rlleii 

foncc~onavam e 3 q116 yl.esi?~aoi, no t~lcuor nc.inillnliur~ite il cspllcayso 

deve encontrar-se na cous1demp8o 11ga(ln i jz~stz~n ~~ilnt?anl i3111 

todos os povos, e sobretudo no il~o~~~snto 

pe suppiiuhn, on era realmeutt., u g~a71rlc jzwfirciru. 

2 Tej o 11 " 5 cit., e conl C:.LI.L I-laxnos, oh,. pit.: y. ijlR. 

cln evoin@o cm rlne o ~lii~nn~.cli:~

84. t11S.T. Do ORGAY. JUDIC. PORT. NA I'RliYIEIRA EPOCHA 

E' verclnrle qlle na lei de 7 de fevereiro de 1359, expepitla 

por D. I'EDRO 1 acerca clos aggravos il~terpostos dos 

sobre-jilizes para a c8rtel e trallscripta IIRS Ord. Aff., lir. 111, 

tit. 10!), ## 1." e 2.O, 11"a se clescobre a existencia de 

ti111 t1,ilnulal civil separnclu do tribunal (la carte. BLas isso 

resnlta [lo quo a. lei,- (lizc?r~rlo a.l~~.~ia.s respnito a suppljcaq7os 

nu aggravos e an prepnro necessarlo para qne esses 

rectlrsos poclesseill snbir,- nails tinha con1 a orgnnizaqlo 

cspcc.ial (Ins l,espcctivas rnsns r?e j?,.stlrct. 

F', liois, c,o~to qlio r2 casa rlo civrl f~~ncrionara entzo 

iipm'.tn (lo trihtulal cln cbrte, ora chnlllado casa cla supplicaq80, 

ora tlcnomiuatlo tlesemlii~~~lgi) ile yi11;1.1 1, o qua1 coontinnnva 

aci~~~~~i:~~ll~:i~~tlo 

I? 1'6 lias RII:IS ~~a,gel~s pela Eskemaclura e 

Al!?liitcjo, c~ulcll~anto cjlle, c.olu(~ ramos rFr, a. casa clo clvel 

c~tac~citiil~a COIII 111:li~l. uti 1llci1or ~ICTIII~IICI~C~R, rpeT e1n 

Lislio:~. ~ IIW "I?' Santm,em, at6 q1q 11nlvirlo qoasi 11111 seedo, 

tl~fi~~itivn~ncute se fisou lm capital, cl'oncle s6 no fin1 (10 

secr~lo xrr Ilnvia de sul transferida para u Porto. 

23. Evala~io o esl~ecialisa~lo tla VasiI tlo civel ali: I sila 

Iira~Bo ~lell~iilii~i~ GIII I,~sIIu:I. SII~S ~.clayGos GOII~ o tl.ib1111al (la 

aot.le. --- A cvsn tlo cic.el, nma rez s~pararla do trlbulial 

tln. ctirte, n5o illais se lhe reuu~iu noramente. A existenria 

antdnoma d';tclnelle tribunal fiova-se, 110 rei~iailo do 

I). Fsrtsah-uu, pel08 al,tlgcis 18." [Ins cO~.tcs de Lisbon dc 137 1, 

e 25." ,l:ts ci,~trs rlo Tleiria de 1372. pela lei de 26 de lnaio 

,IF) 1375, t~-aiiscripta 11aq Ord Aff, liv. rv, tit. 4, 3 8.", e 

pelas tres leis de 12 de sete~nbro de 1379, reproduzidas 

nns Ord. M., liv. 111, tits. 27, 64 e lo(;; e demoustra-se, 

nos subsequentes reinados, pelv contheddo tias 01.denayo"cs 

bffoneinns c ilos capitulos das cirrtes. 

Assim O que em 1392, por esemplo, a, sepn,racZn elitre 

a'casa clo civel e o t~ib~ulal do a.ei era tBo nitida e cornplela, 

que o monarclla, estando en1 Bantarem con1 B carte, dirigiu 

~u~in. carta rbpa aos ~lle~~lbros cl'aqnelle tn'uul~al, chamarldolhes 

sob~~c-jc~~,:cs ila 1.elrtyrio e crrsn (10 cicel rkt richde rk 

T,?'.i.hnn 1. 

Xas estaria a casa. cle cirel perll~anentel~~el~te ell1 Lisbon? 

NBn. dpestlr cle jB nZo f~lzer pii~tc forqacla (lo sGqr~ito do 

monarchs, a casa clo cirel ncompanbava-o aincla para Santarein, 

sobretatlo qna~ltlo elle se clemora~a nluito nessa 

clrladc E' porisso rlnc :L citada lci dc 1075 tln a casa clo 

civel el11 Salltareol, ao passo que as leis, talllbe~n referida,~, 

de 1379 a mostram jii em Lisboa. Em 1384 encontra-se, 

coin a rainha. viuva, em Santnrem, olicle hrnbem estA el11 

1389, mas c.om msirlencia tmnsitona 2; ,em 3392, como 

aci~na indichmos, acha-se ja ell1 liishoa. 

Ainda esta inuclnilqa 1150 cleria ser rlefinltiva. No principio 

clo secnlo xv, ao que se dediiz cle varios ilocu~~ie~ltos 

rlatados de 1409, 1410 e 141~2, volton n casa do civel pnrn 

Santa~em, oilde D. Joio I passon mila gm,nrle l~a-cte [lo sen 

reinado. Nnito prova-qelmente demorou-se eiltlo a I 11 ' a casa 

clo civel por bastanto tompo, solldo natr~r:~l clue 56 voltasse 

1 Era, pors, o ploplio 1c.i qlle d esta for111a Re decla~ava 

do civel. A separaqzo era be111 conlpleta para que IS~IJ 

trib~ual 

~nccedev. 

esirauho ao 

IIO~JSSC 

2 A piorisio regia ile 15 de 111aryo d'rsso nnrlo (liela capri:ssamentc: 

*Fazel~~os saber que o ooucelho e hoilleus bolls de Snatnron~ uos riuylnraill 

dizer rlne el11 nossa. CRS:~ do ~ivil, T~IM arm cstli. n.N rkfn. v111m, esti 11111 

col~egedor, etc . . . Tslllos por be111 e mwda~nos clue, CI)L~ILI*YL~D n 

corr(:,ywlor tin tlvtn ensn ah sstinet; etc. . . . >> Co~f. 

c?l.. 11. 617 e nnta. 

(?,rua Bi~~aos, obi-.

86 1IISr. DO ORGAN. JtJDIC. PORT. NA PRlllDlHA EPOCHA 

-- 

pun Lisbon o t111i se estnbelecesse clefillitivanieilte depois 

iln mortc clu ~~lolinrcha c~n 1433 4. 

Na verclnrle, em 1434 6 que il~clnbitaveli~iel~te a casa do 

c,ivpl jR tinhn sixle fixa na ca.pita1. Qua,l era, pnrbm, a sun 

jrlrisrlicqSn? Entenclia-se a todo o rei~lo oa nLua nova 

tlifterenci~qBo pro~ocnvx rltivulas e ~.est,ricpijes? (+*MA BARROS, 

tcl~tlo ~~~tcrprctac.lo o tcuto ubs~;uro clas cOrtcs de Sai1ta1,em 

0~ 14:: 1 C O I ~ o atlx1110 C~RS Ord Aff , li~. I, tit. 7; ~ I-~IIC. A 

# I.", liSr lit, tit. !lo, e liv. V, tit. 59, # 13.'. e t~t. 98, exglica 

rltto n esbc respcito dcciiliu D: Duarvr~: -- quaritu aos foitos 

riviq, q~~ettritlas ns alqxllac;ijes, do quaIqaer parte do reino, 

~iessem aos sobre-jnizcs cla c,asa tlo civel, salvo as qne 

silis~ci~l (10 1~p:~r ~1111~ c1-1.ei on i\ SII:I, c61.t~ cstivesse, uu 

tic> ciiic~) legnns ao retlor, purqnc cssas serialil clcsembdqg:adas 

pull 1s rol~rc-,j~lizcs rlne nnilassem 113 ccirte ; -- e q~litllto aos 

f~litoa c.l~ill~cs, c1~1c ns ul~pcli:iyiies virssenl dc tc~rlo o relllg d 

c';lrtc3 e fiiw~?rn :\hi j~1,~n.d~~ pelos ousridores riue anompaulinsso111 

cl-vci, esceptnatlas as que saissem cla citlacle cle 

L~s~~oR, c sat1 terluo, as qnaeu iriam aus oi~vidores da casa 

civel, poi quo111 11nvinm cle ser julg:~clar. 

ICst,ns 1)eguonas excopyilcs, ell1 ~IIC y6de re).-sc o gcriuoil 

(1% tlivisno tlu ~cinu em rlois rlist,rictos judiciaes coin t1ua.s 

~-el~(;Ges tlc oclmpetencia ail mesino te~npo civil e cri~llilial, 

ll50 des:1l)pil,~.ecera11111 inteil.nnient,e ell1 1446 cinu a pubhcap5o 

tins 01,tl. Aff., npczar rlc IIV liv. 111, t~t. 90, I.", cllas 

rletci*ni~nnrcui : i 14 116s (D. As~o~so V), emenrlando c 

~l~ci;~~ailtl\i n t11tn lei, ~nnurlan~os clue, cltrcr~tclo ?L(;s fovtllos 

,/it,, ~i/l,~,l(' i l ~ 

L~.~i,oct, cs rlitus ouvitlores, que na clltn, 

1 C ~LIL~~,~~SSII~IO 

este nspcctr) cia ernluqno cla cnss rlo c~rel. Quando 

ligncln xi tr~l~iu~nl d:~ ~,i,rtc., era, mmu ell?, n~nbnlnnte. Depols rle separ:ul:t, 

cw~tiilnun :tlodn par nlpuli teinpo se1i~2-ccllibtllr1zte (po~i~litta-se 0 

t,jy~n,~,) :tt.cr~nl~ani~;lt~lli) il IIII~I~:~IY:~I:L ,oh 17n7'11 ~~~~:~IuvcIIL, rjll(l 01'3, nos 

yc~,.,~i,,~ ylr g! A\', iolm) quc! inna sc.~uucln cal~itni. B separaclo t~nha-se 

,'i~(.~tt~&dil !lor voltCt i11, 1::.-1i), III;IS dn~n~jtc rlunsi nil1 sccnlo n caw do 

1.1~1\1 \T~\-,i~ :t111da ein gttzutic.s 11c1,iuclos 12tr ~i,btln ch rel-astro snprelno 

d,x II~I~IIIIIIS~I~~~;G~~ j~~rl~(-i;~l. 

nossa, casa a,ndareni, nonheqanl dns apprllaqiies dos feitos 

crimes, clue cl'ella sablrem, e~nqrialrto l~elln esticev~~zo.~; e 

aqnelles, qne ao tempo da siossa particla 11% forem finalniente 

desembargados, remettsm-110s nos oaridores (la rlita 

casa (do civel), clue os ilcse~ubarg~~e~n cc~m scr~ dircito. E as 

a~l~clla~fies dos fc~tns civcis, scln c~iihargo rlc 116s estai~mns 

na dita cidade, vHn sempre geraheute aos rlitns solore-juizes, 

qne pun isso s8o orcleilaclos v. 

Colli offcito, CIII facc d'estns Orcl., cunt~nut~vanl as t1rl:r.s 

casas a conhece~, embora i~~nds r~~ninente, rle ~naterias 

estranhas i sua cornpetencia gerd : a casa do civel jnlgara 

os feitos cririles da cidade de Lisbo:i e seu ter~llo quaritlo 

a.hi uKo estivesse a ciirte: P a nasa cl;t snpplicaq50 julgava 

os feitos civeis que saissenl clos logares por ollrlc a ciirte 

alldnra e de dnco IeguaA ao rcdur, rlllia vex ~ILC fossc f6r:1 

de IJishoa. 

Este esboqo de attribaioGes novas tell1 tocla a apparencia 

de urn rctrocesso. El totlavia, 6 a base d'nm progl,esso slo~~c~! 

E' o clenlel~t~o territorinl qnc colneya a enorcer, por sua 

vez, 11111 imperio rllie n%o nmis p6de ser illnrlido. Ce~,tn 

que ~na,is tarrle ha de pensax-se ell1 trihunaes de seganda 

instancia civis separados dos criminaes, e at6 runs e ontros 

dos co~n~nerciaes, etc. &ins, para qne tal progress0 fosse 

11111 dia possivel, era forgoso clue prlmen.amente se vcrificasse 

aqtlelle dr clue a,gora 110s occnpamos. 

Valrios indicios o aunu~lci~ranl. As lnesmas Ortl. Aff., 

liv. 1, tit 1, W I.", jb resalvavam, relativnmeute 6 casa da 

si1pplicap8n, a, Iiq'pnthcsc do, par ?IZ,CLIL~ZO~~ espcritcl, o 

ruonarcha ortleunr clne ella coilhecesse cle feitos oivis 

pe~tencentes h casa do cirel. El na verdade, as queisas clos 

pn~os, feltas nas cdrtes de Cn~r~ihra do 1472, mostranl-110s 

qne certos iliagsla,tes traziain entRn clois dnselnhargn~lo~-cs 

sens na casn da suppLicaqBo. ri q~nl in172 forlos os f~itos 

ci1~6~ (ths s7cccs le~.t.a.s, sell] clue das tlccisijcs liol~vesso 

appellaqBo oa aggravo. E a resposta clo D APFOXSO V, 

collfessa~ldu ter concetlicio pre~llegios d'essa i~atnl-exa, IJZO

d p~crr~ a rrrsrt drl, s~sll~~j~bien~iio, 

citnl I, ic pollco alli~satlora 

.IIZ,~.,T tnr~aheln 1mi.a rlb 

apezar de os declarar expirailos 

OII re~mprlns: porqtlal~tn, cnlnn rlo costume, a, declaragLo, 

clcstinadn scimente a tra~lqnillisar os povos, fica lettra 

inteiralll~i~te mc~rta, -- e a evc31;q$io colltilllia. 

A~lit~llas l~ro~.!~gati\as. con1 effeito, 115.0 cessssam. Em 

148 I, rlnan~lo D. JoAo 11 snbin nn tlvnuo, ns povos pedi- 

~,;ir~i-llle, ilns ~Artec: rle Erora, que ohripsse ns senliores dos 

lucstracios do Kibn-'L'ejo e dlmacla a manclzw as appellaqoes 

110s tcitos erilncs julgados uas was terras para us sobrej~iixes 

(la casa do cirnl, yl~c! n PS.SP t~i7)po t):~rlzr~,~it j6, 

nlro:clntlo a 9710 ,jlr/.isdic~iio c~~iriidrtnl poi. toclrc CL proei~lcin 

(la IiC~h.rirzrr(/ttr.tc; mas u ~no~lar~ha, 1.cs11onile11 iple, 11Zo 

porlo11do os oo~1~cgec1ol.e~ eiitrnr nesses ~nestraclas, ern, 

iliais prndeute clue as appellac;c?es continuassem n snhiltllrcctan~euto 

l>iLra o trib1111:11 clw ctirt,e 2. 

n'nsta. f6rriin. 6 evidentf! qne turlo se disp1111hn. para n. 

tliscrin~innqPo territo~.ial tlns rluas casas. A da sul?plica~Bn 

aindil haria tle destzcnr-se prin~eiro do ~lese~irbargo cle 

l)uqo? ])arq)o~lfir ilopois alcanyar att.~.ihni@es privat~vas e 

1 Nw o;)L.~~s ile Sautarelli rle 1451 jit ilr IJ~JVOS se harialli rpieisddo, 

V 

sc.111 n ~nenor tesilltndo, das cnltas de pnvilegio. dadas por D. AFFON~O 

n algluns fidnlgos 6 para rlluv os agsravos on appellac6es que d'elles on 

ilt? svw ,.ii,uvi~lores se iolerl~ozesseln n:s iu:i.; terra . n%o ffossem 

jnlgnilor na o6rte: ~uas se levnsse~u A casa da lelaciio de L~sboa, e ah se 

clecid~ssem defiulti!ra~~itxl~t,~!, xiwl IIILI? foi"' l~o~.~nitt,~ili) nggrnvar Ilara o 

~I.I~IILLIR~ dn c6rte ,.. 

2 Alg111ls nnnos de]>ciis as C)r.~l. Man.. Ilr I, t ~t 2!1,3~r112c , decla~n~~a~~i 

;~lndr~ (]\I' a jnsti~n L L ~ casa do civol y~inci1pni11!eilte eutenclia e provia ' 

sol~~,c as co~ito~ldas e llt~gi,~~ re~lieltautes sob CCI~S E faxe?zdns dos z ~~sscrll~~s 

; 111w :tccrc~sce~~tnvnt!l, IIO tit 33. 11ue (1s ouvldores cla casa do uvel 

co~~l~e,:oriali~ ilos fvitos c1.1111~s rille atl: elks si~l~lsselll dos corregedores e 

ulms jiiixi~~; cli: Id:,lio:~. r : ;c~ ~OI,IIII; e rlc t~il/r/ n, rr1l)7nl.crr. rln. E.t~onadu,vrc, 

ex,:elltnddns as terrns da xaluha, do? ~i~estrados 011 cl'outros senb3nos, qne 

S l l I l ? l I l!lleli, 1 r 1 1 1 1 :]llflllii d'l'st1:s IcJ~~,~~.cs, 

nisi111 conlo t,odas ns ontras do reinn de feitos cnmrs, ha~ialn de sl~blr h 

c:asn d:t suli]~hca~;;iu. 

resid~nc~a frsa, corllo vcre~nos na segunrla opnclia. A (lo 

civel, porbm, tilllin jA todos (1s elemcntos do vit,alirlarle 

propria,, e estava nata~allnente destillacla a snperintender 

na adlninistragao cla jnstip au norte clo pnis, porqn:~i~t,o, 

scuclu Lisboa a capital do reioo, ahi sc cstabeleceria co1-11 

~na~is probabilitlade a cass (la, sn~~plica~iio qllc entk Eaisia. 

ninda pa.rte do tr~bllnal pres~dido pelo ~nona.rclra. 

Vejalnos desclr jh, cnlno ~eiu a operay-se a tral~sfererlcin 

da casa do civel para o Porto, ~rsto qr~u 2,s C~I,LIS:~S cletermi- 

11antcs d'csso facto pertencenl Q primeira ~pocli:~, 4. 

24. Mceessidrde de novas casas de jnslica. Tsa~~slet.el~cia II;I 

casa do civel para o I'oI-tn. - - Depois da separacEo entre a casn 

clo cirel e o tribunal clo rei, os povos peillram mnitas 

vezes el11 cfirtcs clue se alteiasserl~ n regnlassenr as sdcles 

d'esses trnhunaes on sc oreassem novas casas cle jnstiga, 

sobretndo para acntlir As instances nccessidades rlas regiBcs 

s~tnaiias an norte do pais. 

Logo ell1 1353-13551 por oc,casilo das cnmmopijcs 11011ticas, 

rlne agit%i-am a ~lac,%o, comepon effectivnmnntc a 

recollllecer-se a insnfhciencia clos ciais tribunaes de I ecnrso. 

D. Joio I, 11as cartes CIP Clnimbra dc 1355, depois do tor 

prometticlo ~ios pmcnradores cla cidado rlc Lisbua quo 

conserva~la se~rlpr,e ahi a cGrte snprellla, - o qlln, afind, 

n8o fez,-resnlvc~i, ell1 ntto11y8o 6s grandes rl~fficulclades (lo 

coll1munic~ap6es, estabeleccr prnrisorialnente tres ca.nict,s para 

n docis80 ell1 segautla illstallcia dns n~gocins oivis c criinlllaes 

uma., n. rlo cit>el, oil1 Lisboa, coln al~aria 130 ten.rtoi-io coinl~rellendido 

no respcctir~o bispi~ilo; or~trw, itotn, en1 EvoraL 

COIII ;dlyada nos teflitonc~s tl'nntrtt Tnjo e auadian;~ e no 

1 l)c,h~~r!i:r~ss:~.~in (: clizel. 1110 o CS~LI~D (10 LIcsc~I~I~~~~~u 

(10 ~ICICO 

casn rln st~pplicncn'o conio tr~[~ruinus ai~thnomos ~~ertencc su :i xojiund;i 

ClIlJ' llti. 

I'L' 

I' ili~

d l p ~ e i e ~ nrliiurn, ~ ta.~lihe~ll tlo13n! ell1 Coi~llbra., corn alpclg 

IIOS resti~lit~s logarcs cio reinu. 

I';Iv~(;P clue cstn llnva orga,~lizny%c~ a5o cllegon a per, 

pu.i.ln, ~wntticntla. E qu~ncl(~ o fnsro, u ce~to 6 tlne ell1 15 

rlp nlwc,w tle 1 tM!I as cxsas (lo citrel F! da c,drtc occttparartl 

j;~ ;I sun sitlu~yiio alltorioi., ctinlo se dednz d't1111 tloc~uniento 

i1~ec111ivoco. 1s tl~corrou depois tl'isso quilsi mn scc~tlo sell1 

clue no\-as reclama,c;Ges se p~,ocluslsse~n, li>spera~-a-se, sell1 

di~\-~(la, por iitotivc~s novos. 

IJ~raes se18i:uo ? 

L)cl~c~is (lo iuriatlc) tlo secnlu x\- a ca.sa do civel tiuhn ji 

IIII~:I grantlc complica$Lo 111: ii~tti~nlini~~es. Corn o a~~gllielltu 

tln,s rcla,viics ci:oni~iiiicas, prucluziclo pelas clescobcrlas c 

~ulr~luistas t.ffectua.tlas ilesse penotlo, (I ~iiovimeiito jndicial 

to~.n;~,i.a-sc nlais iutensu c o sci-vi~n rn~lltil?l~cara-se. 

l'aiS e;;les ~~itltivos, c em cihecliencia ii lei geral rla evulu,;a(~, 

11.1go no rciuado cle U. Ap~nxso V reprocluzirwl~ os 

110~1~q1t~llitl0, j$ apreseutntlu a D. JvXo I, pa7,n clue se 

c*l.cnsselll unva,s cilsas rle jnistipa c,ivcl e crime. Nas c6rtes 

l)~~i~cipindas s~ii Coinihra em a.gostir cle 1472 e respoiidiclas 

c111 IS clu Ina.rqn tln 147+3, dizinln us duclnes, courlcs, 

ricus-l~i~n~ens e fidalgos d,z Beira, Entre-Douro-e-M11iho e 

'I'I.~s-I~s-BIoII~Ps : 

--Senl~or! E' c~iisn trahalllosa e clauulosa aos vossos 

ycinos poi, i~lri nBo liarer ~llais qt~c cluas casas n quo todns 

a,; al~lic.lla,~firs \-enllam, e tanto remotns dns fills d'elles, 

(1uo CIIIIIII Ilolnivn qi~ul(111cr q11c scja, cae el11 cndeia ou llie 

veni tlcll~t~~l~la, logo cr$ que i! tl~htr~iitlo, p~)rtlne dois. tres, 

1 . 

ili18t1.~1 :ri~i~os, n lllR19, a11da111, antes clue os feitos faqhu11 fi~n, 

c sc. i, p1,eso por teito pes:lclo c tell1 a just,~r,a pnr pa.rte, 

ctc~~i~c) (xi piiclti :I nlipcllnc;Ro, deism jazer ate clue fuja dn 

~~,ISSII 011 nlorl,a nella. Vossa altexa qneira tantv dttill~lo 

~~t:meclia~. I~nventlo cl~~as casas, IIIII~ el11 E\,o~.n pni.i~ a, snla 

coiilal.cn c 11 hlg:rn c, 1111 rivcl n crime, e ontra na cidade 

(lo C!LI~III~)I.R 1111 110 T'o~.to pal'n 11.: ti'estas enmarcas. 011 tlae 

;I isso o~ntra l~rovitlencic~ cc~~lo vcrssa scnlrori:~ mell~nr 

- 

ORCANIZACAO DA JUSTICI~ REAL 

entender. NLo se apegae vossa senllorirz ou rlospi?sa, porrlne 

a chaiicella~ia d'cllas snpprira a maior part^! d'elln . )). 

a --Responde el-rei ~ I L11%~ O parccc scl,cnl necessarias 111ais 

ctlsas dc jnst,ipa elti seus re~llos clas que ora s5o e de antigo 

sc'iuprc! ~ O~TLIII; por6in 11a por bcm e sci~ servqo quc a, srlw 

casa da supplicap5o de teiupos eln te~iipcls antlo c: estoja 

pelas cornarcas rlos rciucrs pun t~lellirrr c nlais faoil esec11~8o 

cla jastiyn, R rlnanrlo llle pnrecer aecessaa,io clue 11.2 dita 

casa. da snppllcaylno hnjn as tres mesas clue! a~~mltallr j, 

sepundn as elle 6s vezes lllniltla orilcr~~~r. t. E~racr n oi,a so 

fnzcni, orclella~8 como sc fapnni F! colitim~em. on prorelbA 

CIII on tl-n rnnl~ei~ a rl 1ir pare~a n~ell~r~i. para IIIRI.: faclil 

despncho rlo~ feito:: .. 

~l niesllla ruc1:inlnqKo fo~ Eeita, PIN ternlcis scmell~a~ltes. a. 

I). Join TT, nas ccirtes co~uepatlas elri Ern]-a n 1:' tle 

noremhro cle 1-181 e coucluitlns ell1 Vianna t1'~ipilr d'illb I ~ O 

em ahrll ile 1483. O ~~ioi~a~~cll:~ rt~sptintlou I ~IIP c ~lestes 

roi~los n8o hnav~ seii~pre ~naih tle IIIIA> casas, ul~ln, que 

conti~lnadnmcnte estnl-a cnl Llsboa c n tli~ supplica~iio qno 

anrla corn elle, c qae cstas bastnln, quni~to ~t~ais t111c ellc 

cspela par t:ws t*ol~regecloi~es (lor7o.s lclfi,rctlo.\j ilns cciii>nlacas, 

qcre (lariio k11 tii,ile~~i ;in (JP~~I:ICIIII rlns coisas tln jush~n, pol* 

ni~cle R mador pnrtc tlas TaztiPs. qne apontain2~ ppel-a a111 11nvc1. 

t~cs cnsas cessam, e luais qiie sun ten(.%) I'! ;I ~!:IS;I rl:~ 

supplicaq2o aiidnr por sells reinos . 5. 

Refere-sr o rnonarolln llesta Ilnssag.cm a. ont,~~~ ]1~1li11o fcito ])elos 

I M ) V O ~ J % que ~ se alciinipsse n (, hrrciclnrle (10s rle.~y~rte/tos nos c.nsns dn 

sup~)lzcng&o e do rzcel* (cap. 171. 

"lni:~ d'cllns ern curiosa. s q7~c dus tii~?rto,.(!s .solicjos vrfc rsi~flrrii/ ~z~sfrr 

cnsa cia, SZI~II?~~~CLC~O P 11r1 clo CZZ~C~ se 1)orZellz todrrs ft).e~ fo1.1lico.r. A ~ C R I ~ ~ P 

vnrmos rjli%u rl~smod~d:t~~~c.nt~~ :Ingmcntciii rsqr rn1nltil.ci. ngmn 16 SII~II'JII, 

de dontoyes dos tnhnnaes cle segllnctn e nltlil~a ~ustnncln. 

JOSC ANASTA~.IO Tlii FIC.TTPTRRDO, 

~~~110~1~lY ~ h 0110/0~/7~fl ? C/

0s mou:n~cht~s ~nsistiarn, nlas 8, nnnnssidade fazia-se 

viv:~nlonto seiitir. As tlueisas (10s povcls tornavam-se cada 

vcz lllnis Icgitimils. dpes;~,r tlas promcssas feitas, os reis 

1150 salliam, (;o111 a SII~, c;~sa, t1:i SLI~~~IULL+~U ULI ldblllial cla 

ct;l.lc, t las p1,orincias da Estremadum e Bleilltejo '. 

IGln consecluelicia cl'issu, no reinarlo cle D JoAo 111. os 

procru.atlo~,es do Pl~rtn. Braga, Visen, Lamego, Guarda, 

lifiiga11~1, CovilhTi, OoimnrZes! Trnncoso, Pontc tle Tha, 

Viiuni~n de Cnnlilllia e &lonp%o ~~cprcscr~~taa.a~i~ nn,s tGrtes de 

'riirl.cs Nlivi~s 111: l5t'b I: lias 11r E~ora de 1535 para qoe, 

tc>~itlo en1 attei~(,Xo a traballlo E tlesp8sn qoe os lltigailtes 

f:lz1;~111 110s ~iag~.us ~lece~ltlri~s l~al'i~ requercl. a, si~:~ justiya, 

pc~,a~ito a cilsn, (lo ci\c,l fix;?, ein I,~sl~oa e pe~ante a (1% 

SIIIILII~(~I~;GII, ~j/iv~otifrtc/inr/ottr/ite rrtzt1rir.i~ ttn cottfni.crc C~CL 

E.s/~~c,t~t~it/~tr.u i7 ,il/ht/tc:jo,--o mona1.clin lloa~*esse por be111 

carcar otttt.n 1iorn rtrso cle tleselilha~,po pa.rx feitirs civels c 

c.~il-ilrs, ostal~elecentlo-a el11 tlnalqne~ d'arl~~ulli~s It,~.r.:~s ti11 

~iorte clo pal!: rjrie assial reclmnn~aln. 

Co~iltl sc rr', II ~~c~ilitl~i tlos ~OVOS est:~~:~ ~PcI~z~~SO B creaqiicl 

d'um:~ FI> (:;ls:i tlc jllsti~ja a, mais. KRo obstante isso, 

r~sl~~ji~rl~sse c011-i prt~cle~lcia 

1). .1oXt1 TI1 ~I~I~C~I~I~~II-II. 

I~II~~)I)I~;I 

1 .\'s oot~~ls trx~rab clo 1)ills ~naudi~\;n~~~, 

~ICJI. iezcq, n.; alfndns. lsto c, 

,.OIIIIII~~S;~CS t'xt~i~b~.dit~arirli cla~ln~ n um;~ nu mais 1,essons sobre qnalqner 

lwu\.ii~cl:~ do rcluo, yarn nil] jalgareln en1 seg~undn e i~ltl~na instn~~cla. 8 

sun 111:li~ nlijiellat;Ro nem agglavo, oa os fe~tos rv~inps ROIIIRLI~(', 011 

~ I ~ I ~ I ~ 05 I ~ C~TPIC: ~ I I I Rlns rstr esl~~d~cute 11Ro agrtdn~a nos povos. Comu 

SI! rt: urn (:\hi\ Banlzos, oh.. of.. p. (i25-@2(i, elles ~rl~~eseutit~aiil 

tliyt~rs:ix \-em'. c!lrl c>i;ites, r ~~ota\el~~iel~te llas cle Xnule~iiCr-o-Novo 

clc? 1 Lii, g111t1.a 11111 tal s~sten~a, que, levest~nclo tb117e sri pesson de 

l~scl8.1cr cstino~tl~nuios, 1130 clava :I nli.110~ gorantla de rllie eLh,,j?ilgr~~.~e 

tii~.eztn~iie~ftc o qrcc ?&us reln~Ten rti~ilins 1tr7it torios nerorrl(~errw~ eni, d~ezdzl; 

do ll!rsiiifl II/o/?I~. ,\~~~I'CSU~U~C~I~~!~, 

~1~11~'1~11 l ~ l l l ll~glllll~is 

~ ?11q:\lltLs fl~l'~l111 

~1~1~111nlr1rns i.cI:~yiie? i~~lil~c~la~~tes P te1ill1o1.:tr1as, COIIIIJOU~O-se cle preslclc~~le, 

cl~nucc~llrv. cort,cgedorcs do cl.inie e c~vel, ciesemhn~gndo~es e 

,~EEici;ic~s (lj~stift~to. ~111 VII, 1). 25; t? sey.). e deit~nniido-se pol resps i 

,;~VI~IV;I,;:~ 4Vt11~ia 11~~tt~i ,m111,?rl,t I [ $itl (11, ])a!,. 

e 1120 se atrevesse jB a fonnular :I ncgntivn termina.nte rle 

sens avds: (( En terei leinbranpa de pr,ordi. iro quo a.pontnes 

na illalleira clue me parecer quo vc111 111elllor a 111en povo 3 1. 

Aiuda egnal pedido I'oi feito a D. S~cn~is~~~r~o, 

CCIIII itlennco, 

sen50 peor resultatlo 9. 

Por firn os povos do ilorte cle Portugal. e eqpecial~i~cntc 

os do Mililio e TrBs-0s-Moutes, foram nlais felizes con1 1u11 

rei eslraogeiro, PHILIPPE I1 de Hes],anl~a, 1 cle I'ortagal, 

qne, dalldo alg~ull:~ :tttonyRo :ros i~gos feitos nas cdrtes dc 

Thol-ilar cle 1581, e ,< yr.opot~ch-sc clfilnliii por torlos os 

71zeios os nni17zo.s rlos srzis itor.os yrete1~rlit1o.s cct.~si~llo.~ I! . 

7/,170 se c.sq~cccei~do cle que o 2161- PI,, a esta alzfiyn p~.etetrsc'io 

em ce~-tccttlel~te 't~ttt (10s itlrii,'.s rjfirrt:es 9 " ttrmisfe~*in a relap50 

ou casa do civel de Lisbon para o l'cit,to I: Irxo~r cln Lisbon 

a relay50 oa casa da snpplicaqRo. ~lando, ku~to :I 111ii:~ (!onlo 

a out1.a: colilpete~lcia civcl e cr~nnnal nos respectlvos 

distriatos j iltliciae~ 

A lei qrlc ope7,ou a trailsfereiic~a tinlia'a data de 25 rle 

jnllio de 1582 c aqrescntava coliio flu~clamentos: 9 a 

necessiclacl~ cle ad~ilillistl.ar justiyn aos subditos e vassallos 

conl o manor trahalllo rle sllas pessoas e o nlenol* pasto cle 

snas fazenclas; " a ]~ossil)ilitlatle rlc tlispensar a cslsa do 

civel em Llsboa clesde clue a cilsll, tlu si1pplicap8o se 

torrlasse, co111o cnmpl,ia, nm trib1un;~l pcrmancl~tn o sedentnrio, 

capaz de julgar tento os feltos rl'orclenl cr~lninal ct~luo 

os el'o~.tlcln civil &. 

JOS~ I\NASTAI'I~ DR FIGUEIRE~I~, nbl- Cif , VO~. 11, p 'L()l-'L(Yj. 

2 FR. Luis DB ROCIS\, P7%dffi rk Do111 F'1ez Bnrtllolome~i tlos Alo~.t?p~s, 

1iv. IV, cap. I.". 

3 Jos1: A?~'ASTACIO DE EIGUEI~U~UU, obi.. ?it., VOI. 11, 11. 202. 

4 A lei falla em ereaczo, e 1150 aljruas el11 tf-a~zsferelccin,

ni 

-- 

IllSr. DO OIIGAN. JlJIliC. PORT. NA PRIIIIEIIIA EPOCHA 

Ol~l)ostn~~a~~icilt reremos a constituiy8u e a jl~risdicyZo 

(In, (:~LSIL OIL rclnc;A,n do Ynrt,o, em co~~f~*oilto corn a da casa 

(la snl)plicayiio t l ~ Lishoa. -- Aqui c~unp~,c-nos voltar ao 

~0111ct;o cia l)rillit~ira el~ocli~ 11:~rn continnar o exnllle da 

cirg;unizn,t;fin tla justi0.;~ rcnl. 

25. llrl~rc~sa~~la~~les tla jaslici~ IT;II Itas prs~ il~cias (! c~olnatac~as : 

~ileirinlit~s-~n~i~,~~, allialllatlos c eo~~rc~jc~ltrtr~~. - Tcndo estlldnclo 

a jliht~$;l ,Id 1.1:i 11i1 hua. o~.gailiza~Ao ceiltral. segue-sc nnt11- 

~,nl~i~ctitc> c~:i~i~ini-lt~ nos scus diversus nrg?ins locaes, a 

rorili:l::n, 110s ~~c])rcseiitai~tcs tIl~.c-'ctos do ~l~onarclin, 110s 

I~~III~!II:: tlr c20nl~:tii~n illrc? ell^ c~?llocavn B frci~tc (In, a,rlmillistl,ac:Kii 

j~itlirinl I? govfi8ualneiltul (1:~s ~I~~OVIII~ELS, aaqnelles, 

~ I I I ~ I IIIIC, ~ I ~ sub , tlirc~.sos IILII~IPS, r~picse~ltara~~l ~llellior que 

11,~~11~~1~11,1 ol~t~,tl i~istiI~~i$io I! pode~, ilb~f~iqr~l, 10" q, 

se11do as ruillnllas a origem e as cn~lovingii~s o il~olclc tlos 

nosscls corregedores 1. 

Posse, porbm, qnal fossc n snn orlgenl c os scus moilclos, 

o ocrto 6 qrle os m:tgistra,tlos iurr~~uhitlos tlc representar a 

anctoridade real ilas provi~lcins s6 foram conheclrlos pelo 

noine c~-c~l-mgedo~es a partir do ctl!i~cgo C!Q seculo x~v, 

sendo at6 entiio, c allida depoiq il'isso, ~nai.: cc~nhec~clus l~elo 

~loilic ~ ~ i ~ ~ ~ ? ~ o qne s - na, ~ ~ soc~edndc ~ ~ i r hispano-gotla. 

e ~ c , 

e nos povos da 1.econrjuista se el~co~itraraii~ jB sol? as clesig11agBes 

de i?ze~-z??os ou 71zayoriizos-,t?owest etc. %. 

Dos irzcsr.itcltos-~~~ii~~r.~ d~stingnln~ll-sc os ,IIIC~I.~~LI~,US 011 

II?~,~~~~:~ZO~-I~IBILOYB.~, qae, a16111 de hereill ~io~lleados ])or 

aquelles e nEo pelo monarcha, tl~lham ulna j~r~sdicylio 

reskicta, a rlctenniua,clos nssnt~~ptos tlc pcqucna monta e 

eram antes officlaes subaltenlos do clue i~~agistraclos 

Mas, a16111 dos meirinlios-1116res 011 corregcdores, 6 neces- 

snrio n8o esqnccer CIS CL~L/LI/,~CUJQX~ clue, cmbo~a rcpl~csentem 

lullla magstratuia, cla ;l~esl~za, iiat~ueza, foram estahelecidos 

entre n6s, por imitagLo (la Hesl~anha, no reillaclo dl+-&qG 

~ - o ~ V, s o e sell1 que, ao qoe parece, fosseili por esse luotivo 

suppr~m~don os corregedorcs entiio csistel~tes. 

1 As s~inilhauyas 111lt~1t: IJS co~~.~,qe(Lorcs e US vr~issi (%I: p(clntl~ s$.o 

i~lulto senelvels , e cotnq~~nuto estes tiveasem sldo extil~ctos ell1 Prneqn 

no bnnl do ~ccnlo lx, n sun luflaeacin no cstnbolcoilucl~to ci'nrlncllcs dovo 

ter sido b;~2taute ~ml~urtaute Couf. (+LASSON: Histnzvc clvc cirotl fi-oispois, 

vol 111, 11 330 e st.g.6.. , e Josi dx~0~7iro I,e Sd, ,!!Ie~~enlorin sobre a orz,ge71a 

o jzsrislltrp?~ do8 ror~.e,q~/t?rlorc~ dr~s COIII~~.P~IS, II~S lWc?r?orios &I, 111.r1rIc- 

I I ~ ctt, U TO^. ?TI, 1) 2!jS-2!19. 

? No coneilio de Copnn(,a de 1050 falloa-se dos ftraiorilzl regrrlcs. 

Jo.io PEDRO EIHIGI~I), I)is~crI(~~~jl:s ~~I~~~II~U~II(JI~~II,S, 

tw11 IT, 11arte I, 11 150, 

citn IUII doc~ull~ento de 1026, lsto 6, antelior no col~cle D IIEKRIQUI~, no 

1111;tl ss ~,ra(:tn cl'liill ~~Z~G~O).Y~ZIIR 117aznr, c:nja. ]~u.trrl~c~Ro sc i+stcutl~a, cle 

Monte-BIiir-o-Belho ate i foa do Vooga. 

3 DO Regz~17,elato clos corrcyedores attribuido a, D dr~osso 1 !' ou 

D. PRDRO I (clt. D~sse1~1arTe.s c/~,~o~s~lo,qacns, tom. 111, linvtt: 11, 11. !Is), 

das Ord. bff e, ell1 especisl, clas Nnu , Iir I, t~t. 30, 5 2.", dednz-se 

clue os mez'rbz.t~os era111 fi~ucc~ouados ~i~fi:l~owh, 

58 

ordens dos ~nemnhos-i116res ott corregedoreh. 

". 

I~IIC 1li:\-1:1111 I'S~II.~.

0s rrrlini~trrclos 1150 la~iparam ra.iees. Tlngn 110 reillado 

. (Ie. I).. Av~owso y (3s ~OVOS d~.dpsye lliandaraln pedir 

a,os (lo T,isi.joa q11~ se op~oscss~m a, qne naqnella 1~rovincia 

honvrssc? rrrlirrr~trrdo, que ern, diziam, nlll segnndo rei. Alg~~lls 

:rnllos tloprns, no tempo clu-~A~Jo~m~.~ Eoram o~~ridas as 

, - 

rccla~il:lyc?cs, cxtingnintlo-sc osscs fonccionarios qlle represnnta\-;~l~l 

nlnn rltlplicaqiio e unl resame clesnecessarios. 

Esl)licitamcnte o rliz Cau~uo 11% sna C~Iz~~o~aica (Dee. I, i1.O 21, 

11. I) : < E ~L~SIIII it ~C[~ILC~.~III~II~O ~10s povns. c 110r caltsas c 

tnxnos n111i et-ldeute, qne se apontaram, el-re1 tiron os 

ntlcln~tfndos, que 0111 totl~s as conlareas do leino eram postos 

, por cl-re1 D. A~-~-osst.~, pcssun,s de titl~lo c prineipaes, quc 

lxu~lianl 11or si i~~vitlores, que ol~vialll cr~cliu c~)negt?dores a. 

Ii;stinctvs, pols, cis nclitotlaclos, e tendo-se os ?1~g7,'rila/zos, 

i~ltegl,atlu IN.: corr~c;~clecloi~c.s I, 6 s6 rl'cstos magislratlos q11c 

nos CIIIII~)I,C i'il1l:ls no hrcvc? osboi;07 clue ~st,amos fnaenclo, 

das antigas illst,it~~ig.Ocs jodicinr~ns port,~igitBsizs. 

0s coi~cgctlu~cs clas cornarcas, cr:Lm, nu con~cyo, pluit~~~ 

~IO~ICII" risst q11e carla ~ro~i~icia cnnstihlia, nma comarca., 

q ~ tinha c i sua frente 11111 representi~llte directo do monnrcha 

1:' precise 1150 nttribrlir aos curregclclores ~IIS prirnciros 

Iclnl~ns [la monarcli~a nma, feiyhn jnrlicial-ia tAo viva onmo 

:I IIIL~ 11litis tarde ~ie~am a assau~lir. Acima de tndn, elles 

~1.~111 11' 110111(~11s tle coufiaiiya 110 I,&, tenilu porissc rill1 

:~s;.p~:ctn 111ais gorei*namcnt:~i rln rlr1.r jurliciarin. Da S~R, 

11101)1'ia attribnipXo especifica - fazer .~... correip6es .. - se vi! 

I Nils t:i~rt(ss ile Sil!itnre~~i ti13 I';:Il, lia ILXI tle I2 dr fevtireli.~ 

i, llns ~U'IIPI'I:~ l)d. ;\fb f.~ll;~-si? ;lin~l;r 

C111)ro d~r! Sl.ir.el.~xf, (II~sto~tn. 

iii~nn~!i~nn';ii~is, r.orn(i !~III~I:I~I~I! PIIT taw pel~orlns t~ansltnrlos. 

VIII~~I-~II~~~IY~II~!~~ 

se mcouli~notlnss~~ll uoni a eg~~i~ldade 

de l.iT.1 

1115 :, iiiefrliz!~.oc e ro? )~gmdor.ec a 

\-ol I: 11. 483), *< nsaiiaui-se a~libas as 

sell1 qne os 

dos tltnlus 9. No 

icl~~nrlo 1113 D .Inio 11 ns lr!ii s6 fneinnl menyRn (10s cw~egcdorcs. 

2 A~L~II~IJ clire~iln~ 111~ixl tJrii. LI,~I~~X~III:~~LII~I~I~~I~, 

ul'st:~ i'l"'~'l"1. 

:t I~IYIS%[I jurli~ktr~i~ 

clue, cle facto, 1150 exerckim a principio, por si sbs, fn~~cqTles 

cle carac,l.er vercl:ldeirarner,t,e l~icr;~rc,hico sohrr-! ns jaixc?s 

ioferiores '. Corno diz Jzs! ~\_NZ)SI? nF- S,!, os llossns reis 

collocara~n magistrados especiaea a freute clas cotnarcas, 

7/50 piirn ser.eiiz jtrues. mas ptri~r, co~~l~~cwc~ra se os j7i'izr.s 

e ~ZLS~~FOS C ~ ~ I J ~ I - s(?~l,,r ~ ~ T ofic;tn I I npnr rle c,t~cilarr.l-o,q e 6111 1 i- 

gil-os, pcrrtr ccrstigarcnl os czill~tsdo r ob.stni~e~tz~c~.s vznle~rci~rs 

ctos pu~lrrosos, e pui.u CIISUS (It: 11ol.ici(l r 2. 

Em geral, corn effeito, os corregetlores rleviam dar 

ghservancia as leis. nas suss cornarcas (lei ile D. DI~-is cle 

1309), col~ce~ler carlas de seguro jconcorcl~a ile L). l1~cu~\o I, 

art. li3.O'), evit~r os abnsos clos poderosos e, sendo ~reciso, 

rever os feitos em que eiles fossetn ioteressados < fiscalisar 

as camaras dus concell~os e os empregados suballcrnos, 

revogal posturas, estabe,lecer, n'tuna palavra, a paz interna, 

e at6 repellir o inimigo esterno se elle se agproximasse 

subitame~lte dos c,onfins da l~rovincia I. 

Tudavia, ilescle vcll~o lempo, os corrcgc~lores, on para 

sc arrogarem malor jllrisdic~30 e importancia, on pelo 

a igjteresse das a,ssig~zrr.tutas r, em vez dr: se 1i111itare.m a 

1 As Ord Aff, liv rr, tit 63, inserein uma lei rle 13 de scteinbro fie 

1378, cnl ql1C 1) FEIINAN~O faz1:t gr:llltj~~ r~slrid~des ~I~~IS~II:Q;~O (10s 

poderosos, e accrescenlava o seguinte : a E mantl~mos aos nossos 

melrinhos e corrcgcdorcs qur: por 116s sio paslos nns corllal.cas (10s 

nossos relnos, sol1 pena ctos ofic~os e de perdoren~ a ~iosss mere&, que 

cluas vezes no anno-ao lnelios entrem nas tcrras v~llas c lop-cs, quc 

-,--quawiltlet. 

11essuastee11i e ell) yuh llao uouiZli~ alguma jur~sd~cgao. . . 

para corteger oht e fa,zer eor7rzg;o, ass in^ conlo Ihes Q lnandado qne a 

facam nas outr:ts v~llns e lugares, ern qrie s j~irisclic~Zo esln [lor 116s 

en1 todo, e segondo e conteudo nas ordenaipes yue de n6s trrrzem D 

2 4Ieinor.zo sobre a or.z{jlain eju,~~zsrli~:~io dns cor~,egedorils rlus col~~n~cc~s, 

nas cit Ifei~~orans 

dn dcndeatra, tonlo vii, p 297 e segg. 

3 Cit Wenzor.icr, sobye o diver10 de ro~r~7rii0, XI.\-III, [I 213 

4 LOBO ~'AvlL.4, (depois (;ONDE DE VAI.BOM), Es'Sl~tdos de ndrttznzstrag&, 

1874, P 15 28-46; ADRIFN EI\~P,l, ~;SPO? ~lnl7rtf~/ilr s~I~./c l'fl2/nf/f17P 

de Porluytrl el d Algavve, com~~ur~d ccaa arii~ es Etais rle l'Ezirope, 1822, 

vol. I, pag 271-233 

13

cnsinal* nos jnizes o mollo como tlcviam despacliar e 

sentenci;rlS 0s PIAILDS, tnmavatn-nns a seu cargo e procuriivam 

tlecitli-10s [)or si mesmos, usurpando as ;+ttribni$bes 

rlos jnizes e 1150 lhrsitandn em assim os vexarn pnl~Iir*an~ente. 

A t;~l onto cl~ego~~ este prucetlirnento tlos mapistradus 

iln rci, I~IIC os puvos rirnm-se obrigados a queixar-se a 

D. APFONSO IV II;IS cB~'ti!s de Lisbo;~ de 1352, como constn 

rlo a~,t,. 10.O: a Qne os corregedores lhes filhavam os fe~tos, 

r111o clc [lireilo tloriam ser ouviclos e desclnl~argados pelos 

j~rizes dns terras, e qne os 1ev:tram para outros lopares, 

r~cebentlo tl'all~ os povos granrles damnos ; pois antes 

ilesamparnvam as clemaudas do que as casas e. 

As rec*lama~ijes (10s povas foram em parte onvitlas. As 

Ord. bif., liv. I, t~l. 23, lalauilu dos conegedores das 

ronlnvrnr e tina toisris qlte n srus O~~CZOS l~ertet7cc~ii I, 

pl'ol1il)iram-lhes expressamente que tomassem conhecilrielllo 

de plcilo criminal uu ci~il. cxcel~lu quando elle se 

referissl: a alcaiile, ji~iz, ailvogddo, 111ocurador ou tabellijo, 

ou a iquulquer outro poderoso, e n%o podesse ser decidido 

cum-plena jl~sti~a lielos jui7es das terras em virtude de 

rnol~vos atlendiveis. Afora estes casos, todos os feitos 

deviaa ser ouvidos e desembargaclos pelos juizes do 

logar, cluer cmqua~ito ahi cstivesse o corregcdor, quer 

Ern terminante a donlrina, rnas tinha o inconveniente 

ile t:onlralii~r iI evoluc;2o das instituic;Oes judiciarias. N3o 

nos admirernos l~orisso de quo os corregeclorcs continuas- 

seln ;I i~rlrometler-se no c:onhe~'imento de todas as causas, 

ktato cle potlerosos, cow cle miseraveis, a tal ponto que, 

algnns annos clepois dc acabadas as Ord. Aff., os povos 

1 0 regimento dos corregedores foi, na maior parte, extrahido do 

regi~~lr~~to n~~l~rioi-, qc~e 11iss(?n1os devcr-se :L D. AFPONSO IV ou a 

D. PEI)IUJ [, e de d~versas proviilencias ile D FERN.ANDO e de D Joiio I. 

Cant. GAI!A RAI\HOS, 011~. ~tb., p. 603, c SI:H~I~ICR, obr eft., p. 4% 

c [k8S e nnta 

ja pediam em cbrtes remedio ilrgenle eontra o facto de 

a os corregedures conl~ecerern rror ac~30 llova dos pleitos 

dos pobres e dos lavradores, o que lllec era defeso D. 

Verenlos adiarlte corrlu csta evolup3o se accent~iou 

mesmo legislativamen te. 

28- Iieprcse~~lai~tes tlr jr~slifa real nos lermos e cuncell~os: 

juizes de fora. - Nas petluerlas circumscril~~Bes dominava 

quasi exclnsivamente R justi~a popular, representada, como 

veremos, pelos magistraclus clue receberam o uome de 

*&-&. Ge,ralmente fallando, porem, est,es juizes, no 

tlizer de Jost ANASTACIO DE FIGUEIREDO, (( 1120 podiam 

bem e cl~myriilamentc adrninislrar e ~LCI. justiea, em 

razjn de serem ila mesma terra, e terem riella muitos 

parentes e amigos, co~npadt.es e cornpanlleiros, ou tambem 

rnalyuerei~~as o otlios con1 outros )) ; eccslno, $ 4 fi>ssu,, ~ 

(I 1130 potliam executar as leis e resistir 6s prepotencias 

(10s poderosos, e castigar us seus escessos, visto qne, 

acahando o tempo da sua judicatura, elles licavam rerlu- 

zidos a parti'culares do meslno logar ou termo e exposlos 

As viugali~as dos mcsmos poderosos u, - foram jnsliluidos, 

em alguns termos ou co~lcelllos, jzhiscs de f6ra-pavle. que, 

como a express50 indica, eranl mandados pelo rd para, 

como extianhos, admln~strarem rectamenle justl~a. 

0s 3212zes ile fdi.~a 

. silo muito antigos colre mbs. hl~~,~o 

, . 

FHEIRE e, nopalcan?& ri'elle LOBAO, attribuem a sua primeira 

i11sti111i~io a D. ~~ANOEI, I. Este monarcha dizia, i! verdade, 

1 MELLO FREIRE, 11tstit~~liol7es jt~1.1~ ezutiis It~sztalli, lib. I, 111 11, 8 XI, 

e Hlsloriu, 5. LXXX J LOBSO, Disserttr~des, 1 ", 5 12.0, Jodo PINTO 

RIBRI~O, Obras oavias sobre va7rr)s casos, corn LIPS H~lnrBcs dc diveito, e 

Lzistre no desembargo do pup, ed, rle 6729, na nrl. Lz, 5 42.0, diz que 

os ~I~ZPS de fih-n, rrnborn jA se ilsassern elllee os rorn;lnas, fowm 

~rlventados pelos reis d'esle retoo para que, co111o eslrnr~hos nns terrns, 

proccdesscm livrrs ~le qunrsql~el. px~uOrs, c rlo I,PIS~YF, cap. 11, gg 75 

e segg, p 31, explica qne o pr~meiro rpe ~sso fez foi D MAN~EI.

no l)t,int:. tlo lit. i'l tlo liv. I tl;~s Ortl.: a 0s jnizes orili~~a- 

1,il)s I: ililxesllnel. ontros yiwncis ile fiiran 1ntrv11a1'1rzos. . . D. 

I{ I ~ ~ I I nlc A O GOES (Cl/~,o~~zi:r~ ~i'ol-~~~t I). E~ft~~~uttu~l, part8 IV, 

call. N(j.") p;il.eci:~ tlal-o I)ur iovci~lor d'ess,, maglsfratura 

an tli~cr.: 11 Poz j~dzes tle fbr;~ nils ci~l;~cies c villas rle torlo 

o rei~~o 3 u~sln dn sila I";IZI~III~;I, parrcendo-ll~e que os 

nnt,nrnc-;s porlei~i:~rr~ poi' alrei1;50 wrar no qne jalgavam B. 

- lYAIIJ OSO~~IO, I)c I.~!IIIP F;II>IIIIIIILIP~~S, liv. I, p. 573: e JO-E 

.~~.tsr~i:~n IIE I.~IGVI:I~\I

,\ssim, nr~s tcrras cutitadas ou l~onrodas dos nobres ou 

ccclr:siasticos, a priuclp~o s6 elles tinham jurisdicc3o civil 

ou t:r'iminal. 0 rei, apezar (10s seus clesejns, quasi 1130 

iotervi~llla na arlmioislra~9o da justi~a. Afais tarde, porhm, 

6 mcclicla que os do~za.la~-ios, deixanrlo de dar justica pesso;~llneute, 

a delegat.am ern juizes cla sua escolha, os 

monal*cl~as pollcram ir coasegniodo yue das seuten~as 

clnc estes l~roferissern conbesse appella~Io para os sobrejuizes 

011 para outros lnayislrailos sells. Era o principio 

(la absorppio, qne mais tarcle deria fazer clesapparecer toda 

a jnsti~a previlegintla. 

I). I11~is eslabclcceu exl~ressamente esta providencia, 

quc, tlttstinaudo-se ao mcsmo tempo a impedir os abnsos 

c! ves;l~i3cs tlns pode~.osos, constituia nma vercladeira prerog:~tiv:\ 

rlos liovos. E, em lernpo dc D. FRRNAKDO, avau- 

COII-SP, mais : ;IS cb~,tes nio sb cleclarsrani ;~lgarn;js causas 

estr:~~rl~as 5 compelc~icia ~los jliizes non~eados pelos ilon:~t:lrit~s, 

mas permitliram appclla(3o de todas as sentenc;as 

tlrle clles profcnssem em assumplos para qne tivessem 

jur~isilicc;Zo, e at6 decretaram as cnr~~ei~iies, apezar de aincla 

tleixarern muitos poderosos isenlos rl'ellas 1. 

O trabalho de absorp~3o 8, porkm, mais curioso quando 

se exa~niua a lenta passageui cla justi~a popular para a 

jusli~a real. Verosim~lmente, no comeCo da mouarchia, a 

jr~sti~a dos povos era ailrniuistratla pelos ho~nens lions scm 

fi~rmalldatles de plano e e.r Dono et aequo. A' medida, 

po1.6m, q ~ a ~ vicla c se desellvolvia cm cada munir,ipio ou 

tcrmn, os povos escoll~iam rl'entre os melhorcs visinhos 

:~qudle rlue clevia cu~dar dos negocios commuas, admiuist~,ativos 

ou judiciaes. Assim se coostitairam, puuco a 

1 O~,rl,. A//olist71as, liv. 11, t,it. 63; MELLU FHEIRL, 111stt/t~tzo?~e~ JZL?-~S 

ctvzli.3 Itrzitoni, liv 11, tit. nr; 5 35, Coa~rro nA Rucna, Ensazo sobye a 

Iatsto~,ln dn lcgzslapiio e do govet.no de Povitrgal, % 81 e segg.; GAMA 

Ll~nnos, lftstovin dn odttzzi~zslvafcio pctbizca em I'ovrzcgnl ma scczrlos XI1 

XI', vol. I, p 439, 440 F segg. 

oncanrzn~do 

-~ ~ 

nA JUSTJ~ HEAL 

..-. 

~ 

103 

poucn, os jrlizes certos, a que em parte se referiu 

D. Atwo~so 11 llas cbrtes dc Coimbra de 4244. E assim 

se lnilparam as bases, da nossa prirneira magistrntura 

rcgular-porvcut~~ra a mais caracteristicameute rlacional 

- os juizes ol-dznn~-!us. 

A respeito d'estes juizes cliz-nos Jost Aluas,r~cto DE 

FIGUEIREDO : 6 Parti decitlir as colltellrlas e cootroversias 

er~tre os povos cle Portngal em primeirn instancia, s,?o 

antiquissimos os juizes ordioarios; c o faaiam regularmellle 

com o eonselho dos hornens Oons de cada lugar, ~ioderldo 

. da sentenca d'elles recorrer-se e altar-se (como diziam) ou 

aggravar-se para os gou~nrador~s, ndia~ilndos, 1-icos-h,onle)zs, 

colzdes, capitties-yeraes, meirznhos, que os principes tioham 

em cada provincia: peraute os quaes comtudo parecc que 

algamas vezes, o~x fosse em razz0 da qualidade da causa, 

ou pela dignidade e graduaq40 das pessoas coatendentes, 

ainda 110s primleiros principios do rlosso rein0 sc tractavam 

e decidiam os pleitos em prirneira instancia. Ora os ditos 

juizes ordinalios cram e costllmavam ser sempre eleitos e 

escolhidos annualmente pelos povos e concclhos, em clue 

o deviam ser, d'entre os seus mesmos visinhos; e este 

costumc era uma conseqrlcnda do govern0 feudal, ainda 

mesmo e principalmenle porque, governando-se pela maior 

parte os povos por foraes e leis muolcipaes ou pa'rticulares, 

pelas qnaes n3o s6 se pagavam e regulavam os tribatos, 

rnas tambem se administrava a justi~a, era muilo natural 

que d'entre esses rnesmos povos fosse nomeado e eleito 

urn, que fosse o executor d'ellas, tanto melhor porque ja 

as podia coubecer B 4. 

A16m d'csta maglslralara ordinaria, havia oulras de quc, 

por brevidade, nso podemos occupar-nos. Entretanlo, 

1 niIeii~orzas da Aendeinin yen1 das sctelacias, 1792, vol. I, p. 31 e 

segg. Acerca dos mag~strados do6 coneelhos deve ler-se a importanle 

munograpl~ia do sr ANTONIO LINO NETTO, Htetor.aa dos juizes ovsda?~arios 

e dc paz.

104 IIIST. Do ORGAN. .lUnlC. PORT. NA PRIMELRA E'I'OCEIA 

alg~lnra ccrise ~liiemos na 2." epocl~a (10s jz~izes dc ci~zr~ttn 

otl pldu~teo~, cuja origeln (lev remonlar aos l~rimeirus 

rcil~:itlos 1, nlas cine sb,~tos apgarecem com regras proprias 

nu tempo tle D. MANOBI.. 

Esscs warn os priocipaes reprcscntantcs (la just~c;a 

pol)lililr. De ilue alodo ella puurle sr:r absorvidn, 11lo 

crornl)16tamenlr,, nras ern grande exlene8o, pela.jnsli~,a do 

rei, eis o rluz ja resillla ilns referenrias qne fizemns aos 

ju~zes tle Bra e alus r.orregedi>res. 

1 1Jii1a lci tlc I). JoXo T (Ord AR., liv. I, tit. 25, 58 8 e segg ) referc-sc 

j;i ;I 1~s1t.s julzcs, nl~niii:inilo-ll~es o?i~l,ni~rivos L. Lractando-os como 

orgaos tla justi~a pop~llar 0~1tl.o~ ~I~~uinentos podlam c~lar-se que 

rorroborn~li pe~f+~it:b~nente o texto hlgans perlellce~ll mesmo a epocbns 

anteriores. 

Historia do organismo judicial portuguhs 

na segunda epocha 

2s. Nova ~IilTerrnria@o no trib~laal (la clrte. - Ja \inlos 

qoe do tribunal supremo se destacou a cast1 do czvel(11."22), 

cnja evo1nr;lo att ;i sua t,~-ansfei,e~~cin para n Porto ja ronhecemos 

(n.'-53 e 25). Antes de estn~larmos a sua org2ni- 

~n@o intima nesta epoch, c,umpre-110s assislir a separaCSo 

do tribunal snpremo cm dois divcrsos -o clesembargo [lo 

paCo e a casa dn supplica~lo. 

Coln elleito, dentl~o clo tsilrut~al (la citrte, qne acompanhava 

o rei nas silas peregrioacUes pelu paiz, furinara-se, 

ainda antes (la se1~ara~5o da casa clo civcl, uma (lifterencia~Zo 

intima, yne? pouco a pouco, cleiia Icvar C cuuslilui~Bo 

selraradir rle tlois trib~u~aes - o ileserrrbargu tlo paGo 

c a casa da supplicap8o. 

0s sotbrc-j11ize.s cla supplica~50 tinham ji utcsa cliffercote 

da dos futuros desembtlrgadores (lo paCo no coineCo do 

seculo XIV; e estes desclc o principio 110 scculo XIII via111 

despontar coln Formas legislalivas o recnrso tle revista e 

o pediilo de revis80, el~tBo f~mditlos, mas qlre liaviam de 

constit,uir tnais tarile, ilepois (la si?parar,lo, duas mblas 

intimas clu trih~lual supremo do paiz (supra, 11. 80 a 8lj 4. 

1 Josh Vakrssr~o AL~ARICS DA SILVA, MCIIIO~ZQ sobre n /'o?.~~zn dos 

jz~izos 120s pri?jzei.os ser:ulas air nroilnvlJ~ia porlrc!juezn, npud c11 ,Wea~o- 

vias de 1irteraiz~1.a 

p. 64 e eegp. 

Irk 

da Acndenlta, vol. IV, pag. 35 e segg. - Vcj eapcc.

LUG 

IIlS'l'. DO OllGAN. JUDIC. POI\T. Nh SEGUNDA EPUCkfA 

13111 I.IIIID o caso, alb ao ppnc,il?io tlo sgculo XYI, os clois 

ol,g;~i~is~nos, alijs catl~ vez mais diSfereociarlua, viveram 

jll~~tos, sob o nolnc: tle t~~il)nnnl (la cdrte uu casa (In justica. 

E' o r1ne visivcl~neiite se 11nt.a Ila legisla~no qLie nos foi 

l~~~t~~s~nil~l~itli~ 

pclas ql~l. Aff., I~v. I, tit, 4. 

Eflcctirame~~te, alli v6-sc qne o tribi~n:ll cla cBltte, do 

rl~lil\ jS se 1iavi;i separaclu a casa tlo civel ha rlnasi um 

sec~~lo, cra cor~stil~ritlu [tor um regeclor d;~ justica - o 

111;11s i:lnvndo niagist,r:~ilo deprjis do isei -, um cI!anceller- 

1116~., ~ li~~~t~l-es, ~i~~s~~~~brrvgtr~io~~es 

L~IJ pug0 juiz dos feitos 

d'cl-rei, ~i~,ocu~*i~i.lor (la jl~sli~a, cor~,egetlor da c6rte e trez 

ouviclores. - Tudo csle pessoal Canccir~oava ern cluas alesa,s 

OIL secrcics. A 11riulc:isa (ileset~zbnrgo do prrgo) era a ~~riocipal, 

comp1111l1a-se (lo rcgetlol., dos rlo~il.o~~es, tlo procuraclor da 

jnsl~~a, do j~uz 110s reilos clu rei .e (10s clesemlrargailures 

(lo 11,r'o. A segt~nrli~ (stippl~cagti4) era constiluiila pelo 

corregoilot. da cbrte, [~elos ouvidores e por quaesquer 

onl.~.ns ar~cl,oritlades clue o munarcha quizessc aggrcgar ". 

Esln tlillkrerlcja~3o era ja iml?ortante, mas rilao ainda 

cunililela. Nos cases graves ou dificeis e nos de empale, 

3s tluas lnesns reno~aln-se para clehbcrar em commnm. 

Qri;~atlo lallavarn membros (la rnesa pl.incip;il, pocliam 

snhstitrril-os os (la segnnda mesa, i escolha do rcgedor. 

[)e rcrlo, as fani:qGes clos dcse~~tbnrgnrlol-es ahrilngiam ainila 

a propria snpplic~~lo. a Aldntla~nos, diz o proelllio do 

til. 3 clo liv. I, que ilois clesemt~argailoses d'aste oriicio 

(tlo pa~o), clue nn nossa chrte andarem, livrem rodas as 

, - 

~IE!~~c~(JS, (ZSS~~IZ 

RIG g1.~1.(:~1, 

G~II~O 

dweilas, e os feitos e nggrn!;os 

A clrllolr~i~iny%o-11 do poco a - ~isava-se jA 110 l~lrindo seculo xtF. 

A ~~SIIOSI:~ ao nrl. 2:) tlas cclrtes de L~sboa de 1398 tli:t~~rinina: -cnl.ln .. 

ciadnl~r~lns do ~~ossol~a~o~ Cnl~f. C i ~ 13~~n113,ul~r 

i CI~., 11 G23, nota (2). 

2 As wrstls [)or vezes foram trez. Os llovos, colno n%o podlan~ 

nlc;~t~$:'r nuvns trlb~~i~aes, reclnmavnni maks seoy~?~:, nu mesas Vrj a 

cdrtes tlr Coimlira dc 1472 e slc~~ru, 11. 10Ii.107; ., , , 

Esta conl'~~'usAo nrantern-se alr~~la pilr largo esp;l\,o, njlo d 

dcsfazendo o proprio D. Joiio 11, apeznr da let~da qoe a 

essc respcito corrc e que adlai~le refntaremos S6 tio fim 

do ie~tlado d_e D. --- MANIEL"(I@!) se cnconlram descr~rnl-5 

nados os ~I~sembarga~lores tlo pace e os (lo aggravr) ria j 

casa dd snpplica~8o. A P(II$Io d'esse alillo rlas Ortl. Man. 

mostra-o clardmente nos tits. 3 e 4 do liv. I, contrapostos 

ao tit. % do mesmo liv. na edic5io dc i81h. Com effeito, 

ao passo que n'estn cdi~Bo de Ifilk ainda os desembsrgadores 

do pa~o liuham o conju~tto de altr1bui~6es diversas 

e~i~iurneradas no cudigo afforisino, n'aqnella, de 23"1, pelo 

contra~:io, ja tlav~a tlnns classes de desemhargaclores, corn 

diversa organizaf2o e fnoc~ciotiamcnto --os (lo pace c os 

dos aggravos da cxa da supplicac;$o. 

Destle 1521 ha, pois, dois distincfos tribunaes: o da 

sup()licacBo e o do clescmbnrgo tlo par:o. Urn e outro, 

po~brn, col~t~nuam a ser ambnlal~tes e ;I acorr~p;n~l~ar o 

monarcha para ontle qoer rlne elle se dlrlja. Sfin1 fi82, 

com a trdnsferenaa da casa do civel para o Porto, se fixa 

defi~~~livame~lte cm Lisboa, coma tribunal (la segundn e 

ultirna instaoaa, taoto em rnateria civel, como em matcria 

crime 4, a rasa da snltp11cacSo. - PFIIIIIJPE I tleo-lhe urn ii 

rcgimento novo, corn data de 27 dejulllo do mesmo anno 

de 1582, regirnento em que rlelrrm~uoo qoe a cssa da 

supplicui$io a residisse conlinnadameute iia c~dade de Lis 

boa e cl'elld se n5o mudassc, nem andassc mais con1 a 

cOrte, como se costomava, pela muita o])pressso qne por 

essa cansa recebiam as partes yne na dita casa tinllam 

negocio, e pela n~llit:~ rlespeza que o regedor, desemhargadores 

e nlais oficiaes faziam 112s mudao~as d'clla, e 

inquieta~lo qnc r.ecehiam, os quaes, por mell~or fazerem 

1 ne qne modo se poude realisar esta intepraeao de f~lncpo~s civis 

qlte % prlnnllilo ern c~~en~~alt~~t~ntc 

crit~~~~rnl, ja 114s 

n'unl Lr~l~ur~al 

delxatnos expllenilo. suplira, p lU'3 8 segg

;IS sllr1.s r~l~r~ip;rl:Zos, C O I ~ I ~ ~ ~ (~~1~61. 

I I L qrrie~ns B lie nsselllo iz'ritr~ 

/(IIJ(JI' 0 '. 

As tlisposit:iics do regi~nelito encontr;ln~-se igprorluzidas 

I S I Il~il liv. i, lit. (5, ~ir. e SS '1 e 12, e tlt. 37, 5 *I. 

l?,st,;~s Ortl. :q ~unta i'ani-]lies, poi,h~n, ~nnitas pr~videncias 

que vi1111nm kis 01.11. antcri~lres on tle leis exlrnvagantes. 

D'um moilo geral, pntlrmos rlizer qne, no comeyo dn 

seclllo xv~r, 2 cnss da ,supl1lic,nc3o on relacso de Lisboa 

tiulln j11sistlic~~.86 sobre as provincias tla Est,rematIora, 

Alcm-Ttj,jo e Algarve e a comare;\ (11: Castello-Branc,o, 

sob~.s its ill~ns ;~thncc~~tcs e algans terrilorios r~ltramaril~os 

I: scllrro o Ct~~rsi:rvn~lor dn Uoiversi[lnde, ji~iz da Ilirlia e 

' n'lill;~, i.lt.., c-:t,i:. $. (;OIII~N~II~I:I-S~: dt: tun regetlol' (s~tlirerno 

presiilculc), 11m c,lran~:cller, clez ilescmba~,gadorcs clos 

, nggr;~v~~s e al~l~:II;~~iies, ibhjs t:o~~ri?gi!il~~i~es rlo ~:ri[l~e! {lr)i& 

c1t1 ~:ivol, loi is ,jilizt?s 110s fr!il,os (/:I C,OIY;I e fazenrla, (ligJ!'o 

unvitlo~,es tlas appellacires (10s casos cl.imes, !lm procri-ra-, 

I (lor tlos kites ild corOn, llln procurador dos feitos da 

I I',~zeudir ~-c.al, wn ,jaia da cha~lccllaria, Inn -. ..~ l~romotor . < - da 

1 J O S ~ .~NA~I'A~~O D& ~'IGI'EIRE~O, ~br. elk.. ~01. 11, p 207 

2 ,\ll~da III~~I. lin jnizcs e ts~l~o~~aes privatlros. Na organ~sacRo ludtc,~nr~n 

lo :\111igo ~.~>gi!iletl eraln, porem; mnilo lllals noinslosos. I!ns 

r~>snllnv;l~~~

210 MIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA SEGUNDA EPOCHA 

uln j~~iz (la cl~ancellaria (cargo a principio reutlido ao dc 

coarcgeilor iln crime) (Orrl., tit. 33, $ 3; lei de 27 de 

j11111o LIC 1583, 5 4); 

c) qne a rela~fio (10 Portn teria, eln ~~~nteria ciuel, a 

al~ad;] rle oileota mil r6is em hens iimoveis e, cem mil 

rkis em hens moveis, e que, cjuando ;is callsas excedessem 

essas qnnutias, cnbenn clas ilecisloes recorso orclinario de 

nggrnvo para n casa ila snpplicaq%o (Ord., lit. 37, 5 2); 

d) clul?, evi vial~r'icr cr.zne, a rela@o do I'orto, 1130 leria 

al~atl:~, islo 6, cluc 1190 cahcria appellap3o tlcm aggravo 

das tlecisBes eriminaes profe~itlas por essa rela~ilo, alnda 

c~~iecu\~~lvessem seulet~cas rle rnovte (lei eit. de 27 de 

julho cle 1,582, 99 2e 3) 4. Como se vB l~avia entIo differtJ,nr,a 

ei~lre as dnas relaqbes. 

hl;tis larile roi publicada a lei clc 18 ~le. agostq c!oji69, 

cl11c "nds tornon rnais prohnclas essas differengas, iilvestindn 

exclnsivamente a casa da supplica~lao (11: L~sboa aa 

importante foucc;6o @ i!1lerpl7etar aullleulicarneute as leis 

lmcio dc asscntos. -0s alvaras dc "2 8e junbo cle 

l606 e 113 de maio cle 18~13 alteraram as aleadas, et.c,. 

RS3. Orga~~irorao, colislil~dyk o cvulutIo do Qcsealbargo do 

11ir~a. - Pclo qnt! tcmos dito, v6-se quc, no comecu da 

seguntla e~oc'ha, se e~.gtlin acllna da casa do civel, depois 

rel,1~5o ilo t'orlo, como acim,~ cla casa [la supplica~io ou 

1 josh ANA$TAC~@ DE FIGOWIREDO, obr, Clt., ~01 11, p. 20% a 206, 

insurgc-se contra o faclo de os comp~ladores das Ord. Aff nem sequer 

tercrn snbido unpiar para ~llas con1 exactid80 a irnporlante Iri rlr 1582; 

e nota, coln motivo, o caso curioso de preclsarne~lle se teren~ feito as 

inaiorcs nlotilng6rs rla park do 1rg5nrn)lo dr PIIII.IPPE I rlne. [lava 

alllplas presogativas jurisdiccionaes e de eon~pete~~cia crnoinal ao 

eorrejiedns [in crirn!! e aos trrz ouvi~lores 118 c;tsa do c~vel oo rcla@o 

rlo Porto --T~aduzisia eske facto a ~~alilral tl~fizuldade de transhrmar 

ulna casa ,lo civel, e do cznrl dennminada, erll casa do eivel e do crlnle 

conjunclnme~~ te? 

relacgo de Lisboa, no cnme da organisaczo jndiciaria do 

alltigo regimen, o dcsestl6nrgu (lo l)ago. 

Disse~*tam os ernditos lavga~riente acerca da origem e 

institaic;lo d'este emitlente tribunal. A opi~~iiio ~nais correute, 

perfilhada por MELLO FHIZIRF. i, refere-a a D,,LU~~,Q~I~,, 

Juno PINTO RIBEIRO a~-~IYf~~a'''i6 coude D. l-l~~~r~ue 

9. 

Oiilros 1130 ll~e flxam data ou rciliailo precisos, mas 

suste~~lilm ilne u3o podia ter sido posterior a 1). JoAo 1 3. 

Parece-nos clue o problcrna tern sido ma1 posto. Uma 

distinc$%o e ~leoessaria para quc todns nos entendamos 

acerca do assumplo : ou se tractn clo primeiro apparecimento 

das lang"oes que vlcram a caracterisnr o desernhdrgo 

do paeo, ou se hla da instiluiczo d'este tribuilal corno 

orgso apropriado a mais alta adrniriislra@o da jl~sti~a e s6 

a ella. No primeiro caso deven~os responder qne a func~50 

remollta ao come50 rla monarchia, emhora so appareCarn 

vestigios legislativos da slla caisloneia no comer;o du 

seculo XIII (lei de D. AFFUNSO I1 at. II~S Ord. Aff., lir. 111, 

tit. 408, pr. e 5 I ; conf. slhpra, p. 98). No ssgulido caso 

.(levernos explicar que o dese~nbargo do pago, como tribunal 

separado da casa da snliplica~%o, s6 se c,onsf.ituiu no 

comcco do secalo .xy jsup?.a, p. 118-1 13), apezar de, 

junto com ella e corn a propria casal do civol (lever ter 

existido, d'oma maoeira vaga e embrionaria, a~tlda inco- - 

herente e homogenea, desde os primurilios da monnrcl~ia 

fsrq~ra, p. 97 e segg). 

Historzu jtwts ctvzlis Izlsttn~tz, 5 72. E' de notar que hfs~~o FREIRB, 

tendo affirmado no texto expressamerlte - hnit~ips II Supl.emas~ Prrlatzi 

CtrrVzam (Desernbargo do paGo u+~p~llonlzisj instttuzt, - na nota accrescenton 

corn cautela - vet ad nontcnz ordin,enz ~eduait. 

2 L~dsli-B no desembargo do pop, cap I, n 64, p 15 cla ed cit ; e 

Troctn(lo da pvcfbl.rncia dns lettrus 

3 Coi~f Luiz CAETANO DE LIMA, Geogvnl~hia Itzsloricu, 1730, cop 50; 

DR ALVES DE Sb, St6prei1t rt-zi~a7rul de jsstzca - e7;obflcio historica 

d'esta istzt?tzycio e al~recingcio de sua essenctn o nz~do 

p. 15 e segg. 

de ser acluctl, 1872,

4 id IIlS'l'. UCI OIIGAN, JUUII2. IJORT. NA SICCITNDA EPOCHB 

O csl.udu do tlcsemhargn (lo paGo poile fazer-se, gracas 

a algnus ilucurneulos ante~-iormenlc citadus, clesile o 

co~nc~u tlo serl~lo srrr, cnmtnnto qlle se tenha sempre el31 

~isl.i~ elite, ~i'csse primeiro perioilo, rjoe vac ale is Oril. 

Man. exclusivan~eote, u trilrul~al superior 1120 esiste ai~~da 

i p:114e 110s ~iutros t,ril~nnaes cle recarsso. A ~)~,iocipio, 

cfI'ucl.ir~nmc~~to, notn-se apenits rio txihurlal da rijrte ou 

ruria [lo rci Ilma difrc,rcucia~3u fnucciuual, c111a, Lotlavia, 6 

ji llnslante ca~,anterislicc~ e i~lt,e~-essa~ltt) l1:1r3 110s rnerecer 

urn mnn~colo cle atteo~7io. 

llert~rimtr-nos i citatla lei de 11. AFFOSSO TI. Ella 

ilclcrmil~ar~a qne s6 ell1 C ~ S ~ especiaus S e qlca~rdo u 

~i~o/tnt.rha o cot~.sc~rilissr, sc podoria rever urn feitu que 

tivessc siclo jnlpatlo !lor seuteuca '. tlssiln se tixava 

t,er~~ii~iarlt~mcntt! en? molrles Iegislaiivos n esl?nr:o rnrli- 

I~I~II~:II* ilo recrvso cle rcvisla e clo yedido ~le rcvis3o. Urn 

e o1111'u estav;lm aillda amalganlndus, e eram coln graude 

rlillic:~rl\l:~tle e s6 excepcioualmente concerlidos pelo rnoaarcl~n 

como umn ~I'C~CO, on (IILB~G~ cpe elle clncrlti ~lisp~nsar; 

mas, apcsar de Indo, continham Loclus os elerne~ltos ilas 

tliJ"fet31eocia@3e~s e aperfei~oamentos folnros. 

Estes erarn ji beln not,dveis no comeqo clo sccxllo xiv. 

U. L)r~rz, llas suas leis cle "L, d'abril e 7 de jmjlro (ou jull~o) 

~le 4302, rlispunha r[ae as sentencas cle que llao se howesse 

:ip]wllntln (pussarlas em jnlgatloj hem camo as qtle tivessem 

siilo cuufirrnndas pclos juizos e 11~ibuuncs superiores, nso 

poclr,riam ser revugadas a rerlue~,imeuto da parte,salvo -a) 

telldo siclo (I darlas por falsas testemnuhas, 011 por falsos 

insl~.nmenl.os, ou por r;tlsas cartas, ou por out,ra malleira 

rllie a s~nlen~a seja llelllllirna a ; 1-1) c vendo el-rei primeira~ucl~lu 

lodu c Ceito, ou mandaudu-o vi?~,, e acl~a~~clo qrle 

lu n'ellt? tal el.1.o qne se deva rle corrigir D. (Conf. Orrl. 

AI'T., liv. 111 lit. 108, 3 3). 

Arjni maoifestava-sc: sarn dnritl:r a tenrlitncia para conslderar 

alguus casos clc revisla cle seilleu~:ts colrro iuleiri~rnanle 

kgltimos e de clireito, ernc[nanfo clue outrns coutiouavam 

a ser del~enrlentes ile rneis~:6 r? 5ral.a rugia. Foi n illlo nn 

seculo xv 0. ~\~~I~:oNsu IT. rr~liitu eccenLuor~, ;to decla~.nr 

e accrescentar as leis 11e I). DINIZ peln maueirn segui!lte: 

n . . . rlepnis rli~e CIS fe~los f(7ritrn ilrsemharga~los porsetlte~iiys 

[Ins unssos jnixes ria snppllc:irS5i~, wr7n srljn,t~ jiitirnzs rer?tstos 

em oclihurn caso : S~III-IJ -&st us ~o~~tlurn~~adi~s ~t'ell:ls 

allcgn~,e~lz e ofi~.nzareai qua furam iladas - !) par f'ialsss 

provas. . . ou -l$J.por jrlizes pei tados e subo~.narlos para 

issn ; y,4,)*.pn se ?its pol- grir~a ~sprrinl mn?~rlorrrtr~s rectlr as 

dit,as se,itt.en~as e processns, rl'nnde sal~iram, a cjnnl revista 

sera kits 110s d~tos c,asos por ~~osso mi~rrilailu usl)ccial, e 

d'outra pnisa 11x0 r (Orcl. Aff., liv. 111, lit. 108, $ Gj. 

0s casos de a1legac;So de falsas provas e cle peita ou 

snborno s2o iucouteslar~clrne,rtl.e $ i.r~;rsra por jas/@rr e 

dirf1to. OS C~SOS, ern yue o rnvllarcha mauda corrigir u 

.. - 

tomavarn conllecirnenlo d3 senteoGa recorrirln, a achnvam 

Brme e vi~liila, u processo cuusiderava-ae finllo ; mas se 

colicordavam na adrn~ssilqda revlsca, era en120 i~lilispe~lsavel 

qne uhm terceiro clesernhargador visse o feito, e. segunclo o 

seu voto fosse' c~oaforme on contrrlrio ao (10s dois, nssin~ ou 

prevalecia a resolu~8u uuanimu dus lrcs uu o fcilo cra 

ia

114 

Ills?.. IlO ORGAN. JUlllC. POIIT. NA SECIiNDA BF'OCHA 

- -- .. 

lcrntlo 3 rela(jio na mesa principal, para ser jr~lgado 

ilefit~itiva~ne~rte lros 1e1.1iios (la votac,%o da maioria (0rd. 

~f[.,'liv. 1, l,it. 4, pr., I? tit. 4, pr.) '. 

.\lc~n tlas al.l~~ibniqiies ~~ropr~nn~ent,e jnd~ciarias, os dcsem- 

Ilnrgaclol-es (lo ['qo jl n'este lrcrio[lo, cpe alias al~teccdcri 

;i sun corrstit1ii~81) corno lribunal autouumo, tinham a seo 

c;trgo o eul~edieule dc neg~)cios tl'orclern quasi governalnenl,;ll, 

0s clnnes mais tartle viernln :I constilair umn das 

sn:ls ftillc~bes c;~rnctcrislicas. Rel'e~.iruo-nos as cartas de 

Ilp~.dso 011 commr1la~5u de penas :~os c.ri~rtiuosos dadas ja 

?to t,~~y)o rl~s (~~7doet~ws (Or11 i\ff., log. cit., 5 LL), is de 

i,oofi~~~u;r$io tle clei@es c de nomea~6es de juizes, Is tle 

gins ilos I-a~ni~llia~ltes, As cle lrrcviiegins e libei'dades quc 

IIXO foc,nsseln rrns direitos on nas rc~rclas e tributos do rei, 

i!s (le Icgili~i~a~iics, perfilhamentos e doa~ijes que alguns 

fizcssem a untr5os, is dc restitnic,%o de farna ou de yualqlier 

oulra I~abilita~Jo, c sernellla~~tcs (Drd. tit., 99 21 a 28). 

Corn a ~)nblica~Zo, em ,15211, (la erli~io definitiva rlas 

Oril. filan., o tlesembargo 1.10 pa~o constitne-se como lrib~it~al 

sepnrnilc) cl:~ casa (13, snlipl~ca~lo. (1 tit. 3 [lo liv. I 

dcfil~e llie as attr1bu1~5cs cl'nma fo17ma ideutica a exposta 

ljas 01.11. i\lt., accresceutarido apenas que as exped1~5es 

de il~spacbos co~icedenrlo revistas V ~cm cclmo as rle cartas 

dc pc>r[lfio e sernellln~~tes, cdrecem do --passe - do mondrcl~a 

(pr. 1: $5 1 a 20). c ao passo que as clos i~egocios 

de lreqrletra rnol~t,~, taes coniu c011lirn1a~3o de elei~i3es dos 

1 G~alhlA R~nlios, obr. Cil., p. 623. 

2 pclas Uid. Man., IIY III, t~t 

11x0 sain (10s n~oldes 

78, fo~ melhor~[Io o ~ PCU~SO de revista, 

(III~:, cnl~atnnto, 

geraes em que as Ord. Aff acilr~a 

citadns o I~nvi:um estal>~lrridn t\ssirn, IIZO s6 continuou a ser e.rcej~cio~lcll, 

illas as eucep@es (fals~dntln nas provas e suborno on pelta do 

juiz 11or ~rna parte, e merc& on graea regia por oulra pate) continuaram 

n ser atl~tiilt~das em eguaes c~rc~urnstancrns, apellas corn rnais 

cutdailosn e co~nplexa ~.egulamenta$lo. Conf, DR. AI,VES DE S6, obr 

ell., p "211.26. 

juizes ortlioarios, 1150 rlecessitam cle la1 formali~lade ($5 21 

a 23). - E o tit. 29, 3 25, do mesmn livro tlix aindn qne 

quaesq~~er duvidas cntrc as casas (la supplicac;8o e {lo civel 

acerca de saber sc nlg~urs fetlos perreneemn. rz 21nna ou n 

oz~i.cc cusa, dcvem ser clcciclidas pelo dcsembargo do pa50 

corn anctoridade e inlertrene80 ho' rei, pettencenclo ao 

regedor e ao governador tlas jnsti~as, como vimos, cumprjr 

e guardar aq~lillo q ~ o ~ tr.ibuoal c slryrcrno resolver. 

D'esta foraia, o_desembarg~. do pat-o, - na occasi3o ern 

qlie se tlesprencle das casac do civel e rla so~plica~3o e se 

asscnta, elle sb, nos proprios degrnns do tllrono, i b ja 

. 

urn tril~unal que podc negar rcvislas on concedel-as, clue 

*.&" .l..l - ^ ...,decide 

os conflict~~ cutrc essns duas cams, e quo cxerce 

-. . 

outras attribui~Ues, quer cle caructer governamental, quer, 

mesmo, de ca~.acter-%gislalivo. E', pois, realme~ite urn 

tribilnal sllpremo, a rlne 4em dar for~a tliversos diplomas 

dc D. Jon0 111 e de U. SEBAS~IAU, lacs cumo as Icis dc 10 

de ou1ubl.o de 183i., 2 de norembro tle 15(54 e 20 cle jull~o 

de 1568, as quaes alargam as attrib~li~iies e os regimentos 

dos respcctivos desembargadores. 

Depois d'isto C: que, pela primeira vez, D. Sspds.rt~o 

.-. 

rleixon de presi~lir ao desembargo do paqo, enomeon para 1 j 

esse alto cargo o arcebispo cle Evora, 1). JoAo DE &II.:LLO, 

0s clesembargadores 1150 virarn corn bolls 01110s a substitai~lo: 

sopprxuham-se hastante altos para aci~na d'cllcs s6 

recorihecererri o rei. Vucriam, porisso, qoe estc c,ootinuasse 

a presidir, e n'esse sentido fizeram por tlirersas 

vezas as su;?,s.recI,aa~afles. N:(J foram, lior6m, attenrlidos, 

c corn razlu, y~orque, l~rocedcoclo asslm, If. S&UAS.I'IKO 

havia inconsde~tle~nente oltedecido a uma corrente evdutiva 

de forca superior aos dese,jos e protestos bumallos 4, 

1 Repare-se coma, no nosso palz, se clesenha n~tidamente a iinha 

de evolu~~o estutlada no cap. 11. A prinwpto o lei, pelo IJI~IIOS el11 

lnaleria de reccusos, e lotl~ a ~usli~a. Uepois, IJssa J'nrrc!:Bo cahe nlnlln 

ao mona~clin, nins ]A em colifercncia con) os SPLIS aliilgos e conselhei-

116 IllST. DO ORGAN. JU1)IC. 1'l)ilT. NA SI'.CUNUA El'OCt4A OI~GANIZAGXO I)lq~s.,I a resti~l~eleceo por ~locreto tle 2 !l1ab!.;l ' 

de ,1778, e corn raz5o, poril~ie os abusos rios ll~horls nio 

P6ildm scrvir de contlemnac;8o is iostilui~fies. 

Diveltsos regimenlos teve este 1rib1111al aa seguoda 

: 

epocha, selldo mtris siolarel o de ?G cle !rlar$o do 1603. 

Alem da relac;lo de Gtja foram ;lie:] .l:rs, I 

segnin les : 

I Urazil, ~ as 

-Em 3 de mnrgo de 160'3 crcou PIIILIPI~I. 111 a 1.ela~30 

da Babia, dd~~du-lhe logo urn regirnentu. ~)ecai~ldo, crcou 

qb.xr* " 

1, em 13 d'ouluhro de 1751. a reldq5o clu Rio de 

Janeiro, qlle, porn alvara dc 10 cle malo de 1808, i'oi elc- 

I-> 

vada a diguidade de casa tln sul~plica~50, mas qne, po~rcu 

antes da ~ndcpeode~lcia (lo Br,~zll, foi recu~lilu~itla 3 sit~~a- 

$50 de re1ac;ao provtnaal por (lacrelo cle L I de janeiro tle 

1822, a& 3.0 1. 

' --Ern 13 de main de I'il2tiir1l1a sidn creadil a relac;%o 

do 3laranh3o. Pelo alvara de G cle fe~oreiro de 1821 fbi 

foi creada a tle Per~~aml~uco. 

- 

1 Vej Dia~lo dus C ~ tes I Geraes, vol. ~v, p 3673.

d 18 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA SEGUNDA EPOCFIA 

. A lei de 40 d'abril de 1822 estabaleceu algumas provi- 

denci:rs a respeito d'essas casas de jusli~a, que, como lodas 

as do Brad, se pertleram para nos corn a separa~so. 

E', pois, no sentido do alargamento successive rlas 

fuec$5es jurliciaritls que os corrrgtidnres carninl~arn. Come- 

~aoclo por scr crcaturns [la confiall~a clo rei, acabam por 

assumir ulna verdadeirs magistralora e por conslilnir urn 

31; Evolu~Bu dos corregedores na segunlla epocha. -A 

elo oa cade~a do ~m[~c?l-tieito orgaeismo judi~:iario cine eslaj~isti~a 

real das provil~cias e terrnos ou concelhos seguiu 

mos examinando. 

a sun evohlyIo natural, j1 come~dda na primeira eporha. 

Pelo que respe~ta aos corrc1ggadores, a sua extensso cre- 

Certo que os corregedol-es, emrjuanto existiram, nu~rca 

scellte de :rttlibui~Ties judicidrias e la evidelite nas Orcle- 

de~xaram de scr, coojnnctamente, fancciooarios allmillisnariies 

de D. MANOEL. Ahi, corn effeito, no Ilv. I, tit. 39, 

tralivos. Uepois da publioa~ilo ulas Ord. Pl~il. aincla fazialn 

$ 6, romquantu se estabele~a ainda o princip~o de qae o 

a pollma judicial, recel~iam a derima llas terras em qiie 

corregedor dnZo couhecera par ae@o nova, nem avocara 

residiam e veriticavarn se as poslurds camararlas se Iw- 

L* 

para si feilo algum crime, nern clvelo, alarga-se em todo 

gno?;isavarn ou 1130 corn &s. leis c ~.egulamentos geraes, 

o cnso o qiladro das cxcep~6cs como que irresistivelmc~~te, 

aiinnllando-as no caso riegativo l.- Era, por4m1 o caracter 

pols ja se perriiille ao corregedor decidir os__pJ@Jqs_do_s_ 

propria do aotigo regimen, confi~nllir 110s llleslnos orgsos 

fidalgos, abhades, priores e oulrns potlw~sn_s, qnando ns 

as fuuc~"os judiciarias e gover~~atneotaes e at8 as legisla- 

*&I ,& U 

GIzcs da ierra n3o d8em gar"a"~ltiii de bem administrar 

tivas. ~ssirn se explica qlle os proprios b~izes - 

justi~a. 

frac~5a tlao caracteriatica d'um poder GI que cami- 

Mdis larde, no regimenlo de 16 de abril de 1524, dado 

nhava para a sua autonomia, -se eniontrassem, n'esse 

'*.---wa-*.- - -%--.'a 

pol. D. Joan 111 aos corregedores, e so%%t~& na lei de 17 

periotfo da nossa hisloria, A frcnte das camaras municipaes 

de jull~o de 1587, expedida pelo mesmo monarrha, recebem 

como scus presidentes natos ; s (1110 os juizes 

--.\p-- - 

.- . u!dinarios 

clles ainda mdior somma de altribui~Cies de toda a ordem. 

e de vintena nuoca podessem Ilbertar-se das pei'l;s qns 

---4s 

E emfim iias Ord. Phil., liv. I, tit. 58, 9 23, completa-se 

s min~isculas l~lnr(fies admioistrativas creavam no 

a evolu@o : pa a esses funccio~arios conhecer por 

exercicio das suas attr~bui$5es de ordem judiciaria. 

acglio nova de todns e qzraesqrlcr carrsas, qzier ~.elatiuas a 

D'nm mode geral, pois, os corregedores cornec;am por 

podel-osos, qzlev c~ltl~ientes a 1uvl.ador.e~ 016 rnzseravezs, conz- 

governar e acabam por julgar. E' o que resulta do exposto, 

tanto qtie nsas causas se debatam no lopar em qrie elles, 

e 6 o que melhor se verifica notando que A evoluCIb crecorregedores, 

estiverem, on em ~ ~ ~ . ? g ~ a ~ a ~ ~ r e d o r ~ 

sceote no sentido judiciario (acima tlernonstrada), se liga e 

salvo se forom cidades ou villas onde houver juizes de 

correspo~lde uma evolurho decrescente no ponto de vista 

fbra. aE poderso, accrescentam as Ord., avocar a si os 

governameatal e adrninistratiiro. 

-* 

feitos, que pela dita maneira n'ellas liouver, e os proces- 

Corn effeito, primitivamente, os corregedores, entre 

sarlo e determinarlo finalmente conforme a alpada)) 

outras muitas attr.~bui~ijes, tinbam a seu cargo tudo o que 

4. 

1 Vej: a cit lei de 17 de julho de 1527 na obrr de JosB ~NASTACIO 

oe Pv,ue~s~~o, Synopse cl~r~onoloyzccl, 1790, vol I, p. 328 n 330. 

nas comareas respeitrva I real fazenda e ainda o clue era 

concernente ao cumprimento de testamehtos, residues, 

* - L " . ..u

tcrfus e :I Iansl)il.ncs, orphkos, nuseotes, etc., cic. Logo, 

l)ul'bln, ij. JOLU II cr.eon os cu~~lu~lot'es dtrs comctr,cas altri- 

il'essas f~ia~cc;bes , e, D. ~ MANUEL 

~ U ' O ~ ~ a ~ Itlill'crencia~io I ~ I I org:~nizsnrln mclhor es.scs fnnccio~~:~rios 

e rlandu-illes o esl~ecial regimcutu, tle 27 ile 

scli?ml~rtr tlc 1514, qlae sc cr~c~~ailrn, ern parte, nas Orrl. 

\III~II~~~I-IIIPY :I I[I;I~CII. 1);11'te 

.- , 

. - 

Maal., liv. 11, lit. 33 vej. esp. os 5s 4, 7, 30 e 90 ; cool. 

o 1)rimeirlr ~:slrn~o ~l'essr? org5n i~dministl-atir70, qne se 

scl~;~rort Ic~~tn~~ici~tc: (11~s i*ot,regedures, 11as Orti. 'iff., liv I, 

tit. 29, Ij It, liv. Ir, tit. 7, art. 93, P tit 38; liv. IV, tit,s. 

3 I , 96 t! ,IOi). 

Totlt~~i;~ cm U. Jobo I11 nola-se urn apparcnte regrcsso. 

I'rc:le~~tlentlo ~limi~uair I) rllirnero d,>s rnll)lsl.ros (magistrntlos), 

esse muunrclia cxtingili~l 

. . os colltn!iore,s e passou 

(lo novo as s112s attl.it~ni~.fies para os corregedores (11: co- 

In;l1.ca. Bal~\sda~ne~~te os l~nvos protestaram e supplicar;\m. 

110 inleressa~ale c:ap. '19 das cbrtes de Tnrres Novas de 

I525 e eaiurla rlas de Evura de 1535, ytie se revogasse 

lnnn I.i11 disllos~$io : (( I!errr vossa altc~a teln oriler~ado qaic 

os corregetlorcs de snns cornarcas conlie~am, alem clos 

cilsos d:~ jasti~a, de sua fazeu~la e residnos, illle s?o coisas 

L3n ilaccs clue sc occupam mais n'cllas, e por serem lnais 

l~roveitosas :I elles, clue 1190 erltenddlrl tzo cumpridalnerlte 

e t:cnno (levem nos r.asns da justica, assi~n c~vel cnmo crime, 

e as ~:arleias esl,So cheias de presos sem clesl~aclio: pe~lem 

;I \.oss:~ altcza rlnc haja l~or hem cine 11s dilos corrrgcrlores 

II;LO c;onllec;am de sun fazelrila e 110s resiclous, e sejam estes 

cnsos commotti~los a ontros Ictrados, tic maucira qae 1150 

audem estes cargos jnutus err1 tlma pessoa sb, porque 

nsqim se prove1.5 melbor' a ~IILIO n. 0 nlonarcha indeferin 

esle ,inslo ~~cdiilo wrri us lu~~il;i~att~~l.os ilue segtlcrn: a Por 

as c.orrei~Ges (cornarcas! sercm grnndes, nBo pnrli;rm cm 

1 ,I ~?nt,c ~lo reg~rnento tle 27 de sctrn~bro rle 1514, [[tie nXo nppar~,zc 

nris Ovd. hlan.. log cit. 110 twto, e~~rnntrn-se inn SZ~IJO~IW dtrorlo- 

1790, VO~. I, p 170 a 195. 

(o!jrcn, Josii ANIRTACIO nl?. PIGIT~IHEDO, 

cacla nm antlo ser tambem visilailas e pr.ovidas dr, jostif,a, 

comn cnmpria e esta ortlenado por mlnbas ortlcna~Oes, e 

por isso as reparti 01-denaodo a cndn uma tl'cllas arjllclles 

logares, q ~ ~ boame~lte e se porlcsse~n ern c:ltla urn :rrlr1o 

visilar, e a cada nm provi sen rorrcgctlor. E porquc 1130 

ficavam corn tur~ta occupac;3o corno ~)oderarn ler, por se 

escusar a oppressBo clue n povo rcr:che tle n~i~itos ofliciaes 

no mesmn logar, ordetlei que os c~,rregetl~res,~e~ltc.iiilessqn 

nos r;esidnos, capellas c nrpl18os corno provcdorcs c Jcm 

assirn,'aas causas de miaha fuzenila corno contaclo~,es. E 

sou informado qne a j~isti~a & melhor e mais livremente 

ministrada, e as cayellas, resiiluos e orphgos melhor 

prondos, e nssim o quc toca 3 minba fazenda n. 

V&-se que D. Jono I11 pretendia jnstificar o scu proee-\ 

dimento corn o faclu de ter dimi~l~iido c.onsideravelrneri1e 

a area das c.omarcas e, portauto, as fuoc~6es judiciaes dos 

corregedores, gracas a crear,$o de muitas circnrnscrip~fies 

comarcBs novas e a instit~li~lo dos novos corregedores 

necessarios para ellas. 0 rnor~arclia poderia gaccrescentado 

qne, sendo agora esses fi~~;cdo~a'rios scmprc 

lettrados 1, lhes era mais facil dar t,a~nbem conta das 

attribui~6es de contadores e provedores, rlne jii ontr'ora 

lhcs haviam pertencido. - Mas ilem nssim D. JoAo 111 

collseguiria demorar ou sustai a evolu~~o, cine eff'ectivamente 

trillmphou de todos os embara~os quc Ihe foram 

postos. 

Assim 8. Paucos annos hnham decorr~rlo dcpois da 

morte d'aquelle monarclla, qnalido o Cargeal F. Hr~,xrrioce, 

regcnte em,jomc de D. SEBASTIAO, expediu o alvari rle 

1 Em geral os corrcgcdores eran~ Eloniells de prudencln r noh~.~zn, 

porelo, as vezes, 1x0 f:~ltos dc luzcs, que, tias cdrtes de L~slion tle 1L27, 

os pu\w cloeixarar~r-st! a D. JU~V I de :~lguiis cor~r~cdo~es, yue. ellc 

fizera de sllnplcs escodeiios, sem scicnela c sen) capncidade para 

enle~iiler o d~reito. CUTII D. MANOBL comep!l a exig~r-sr. qur o cormgedor 

fosse selnpre graduado conlo l~aclinrel, lieellciado ou clouaor pela 

Universiilatle de Coirnbra. 

16

424 HIST. DO OHG,\N. JUDIC. I'OL1T. i\'X SEGllNDA EPOCHA 

23 dc agosto dc 1864, em qrie de ilovo foi dado aos 

proveclor~ das comal.cis o clue respcita\a aus ausentes e 

aos orj11rSos. Dcpuis, rcgendo PIIILII'I~E I, fui puhlicado o 

.* ".* .. , 

alv:~r;i clc 29 tie dezembro de ',2681, que resliluiu aos 

rnesrnos provedores a tiscalisacln sobre as colitas dos 

~orlcclllcis. Ii:mfim, I)ar:l t~;o-'ralar em diplomas dc menor 

rnollt,n (laes como os cle 30 cl'or1tn111.0 clc 1598 e 12 e 26 

de j11l11o tle ICiO-l), p~~t~licaram-se em 1603 as Ord. Pl~il., 

em (]no (liv. I, tit. 62) sc erlco~llla 11111 regimenlo coml~letn 

ilos ~~~t)\~eclr)rc?s e conlaiinres tlas cornarcas. 

Dusile e11t3o os proveilores conservaram a sua especial 

magistl*alusa pcrfe~tarnentc in!lepenclente da dos correge: 

(1o1.e~ I . As 11ioprias areas de jurisilicc30 ficaraln cm parte 

dill'el-enles, abt~augendo algrlmas p~,ocedovzns rnais d'uma 

comarca %. 

1 u Ur prov~~lnr~es; IIIZ Irnl~o L~'AvI[,.A, o11r cit., p. 26, tinhani a seu 

cargo fnzer execular os teslamentos, rever as colitas das c:~prllas, 110s 

hssp~tnes e tlos rerebeilores clas sizxs, as desp~zas do n~onicip~o, que 

podlani drsapprovnr rjuando as nchnvaln irrrgulares, e viglar os tutores 

em lodas ns quesldes orphanologicas a. 

2 O II~IIIF~O [\I? ~orr~i~des ou coli?arcas era entso de 23 011 2h. 

Sncecssivanlenta fo~ augmentantlo, corn a rrtlapZo rlc ~l~versas cornarcas, 

taes como as de Avelro (Dee. 4 set 17601, Penafiel (Dec 22 ab 1778), 

elc, c sol~reln~lo roll1 o rrsullarlo dos diplomas de 4790 e 179% sol~re 

abolipiia (10s prevrlegios jurisdiceio~~aes das clonalarios, diplon~as que 

delerininaram a formalso de muitas Gomarcas novas. - Conf ac'erca 

da Instorra tlos corregedores os Decretos 11e 28 de agosto dc 1793 e de 

1 de fevereiro de 1809. Esie ultimo dizia no art 4 que eraul conservntlos 

a os senhores corr~gr~lores das cotnarcas, os juizes do crime e 

joizes orillnar~os, e os desernl~argadores tlos differentes tribunaes 11, e 

ilo nrl. G que o 11nverin ejri cnda provincia 11111 adn~in~strador geral 

coin o titulo de corregedor-~ncir, encarregado de dirig~r to~los us ranlos 

da allniinistraflo, tlc slg1:tr sobre os mteresses cia provincia de indicar 

ao gorerno os niell~oramenlos que devessem fnzer-se.. ., tlevcndo 

eorrcspontlcr-s s11b1.0 ~ L I R I ~ I I C ~'CS~CS 

~ object03 eon1 o secretarlo de 

estado da co~ripetellle r~parliexo, e con? o regedor pelo clue [~ertcneesse 

n jnst.ipa o no ctilto 

Qnanto no ~lulnero de conialcas sabenlns que, an r ~h~r~t~r a revoluclio 

de i820, ernm 4% no continente (10 reitlo: - \'alenpa, Vlaiina, 

OI~GAN~ZAQ~O DA JUSTIGA REAL 123 

32- Evol~i~lo 110s juizes de fhrs. - A'cerca d'estes jnizes 

ja cilnos que, oo seu proposito constante de 1 bsorver a 

justi~a popular, os monarcl~as dctcsmi~larain que os juizp 

ordinaries cessassem 110s logares em que ns ile-f6ra se 

""estabelecessern. 

Esta determina~io 1120 foi cumpridn i risca por toda a 

pnrte. E em todo o caso muitos concelhos faaram sempre 

isentos dos juizes do rei, de inodo qne o alasl~.amcuto 

il'cstcs pelo pais n3o cl~cgou a coosu~n~na~.-se no antigo 

regimen. 

De resto, os povos su corri rr~uita repugllancia acccilaram 

os juizes dc fora, c procura\-am sclnplc eotregar- ;lo 

rei o encargo de ns manter. 

Assim 110 reinado de L). Maliael (cons. as Ord. &Ian., 

-- - . -. . , .~ 

liv. I, tit. 4.4, prirtc.), ese rno~rarcl~a -para podcr augmen- 

(ar o llulnero dos nltimos, fazeutlo-os acceilar pelos povos, 

que constantemente protestavam em cbrtes cnnlra elles, 

- se viu ohrigado a pagar de sua fazenda uma grande 

"-- - --".. - , 

parte do estipeud~o que pertencia a esses juizes, e a exigir 

que elles fossem, salvo casos exccpcio~laes, alem clc nobrcs 

Barcellos, Ilraga, Gu~rnarBes, Penafiel e Porto-11% provinela tlo Minho; 

-Brapan~a, Mlra~~rln, Moncol.vo e \r~lla Rral-l~;l rlr. Tris-os-Monies; 

-Aveiro, Fe~ra, Co~rnbra, Arganil, Castello-Branco, Guarda, Pinlrel, 

Linhares, Trancoso, Vlzeu e Larnego-na (la Reira; Aleoba~a, Lelria, 

Oureln, 'I'l~o~nar, CllZo-do-Conce, Sanlarrn~, Alemyuel; Riba-Tejo, 

Lrshoa, Torres Vetlras e Selubal-na (la Eutreriladura: - Cralo, Portalegrc, 

Elvns, V~lla-Vigosi, Evora, Av~z, Onrlqoe (V~lla I{n~va) c 

Odernira (Reja), - na do Alenitejo; - e Faro, Lagos e Tavira- na do 

Algarre. - Alem d'eslas eon>arc,as, liavia 10 nas ~lhas adjacentes, qne 

PntLo coniprehenrl~arn tambern a terr~tor~o de Caho-Verde, Essas 49 

comarcas eram: 2 na Madpipa-hfatle~ra e Porlo Santo;--8 nos 

Acores - llhas do Ferro, Flores, Fayal, Plco, S. Jorge, Grnciosa, 

S liguel e Santa Maria;-e 9 em Cabo Verde- Ilbas de Santo 

Antl(~, S V~~enle, Sank Lua~a, S Nicolai~, S:ll, Ro:l-\ isl:r, Mala, Fogu 

e l3rava.-Conf sobre esta enumern@o n lrl tle 12 ile jolbo de 1821.

e ~)r~~rlt~~ll,t!s, r:olllrj :rIi c1115u I I ~ I S ~ ; I \ ; I , tlu~llo~~cs, licc~~ciirdus 

on I,;~r:l~arcis c111 ;tlgt~rn:~ rl;is I;~c~~lil;ltlcs ju~.itlicns. 

l)cl~ois (1i1 rnorle tle 1). A1.4so1'1. 03 I)OTOS, llns c13rles !It: 

Torres Novas tle IEj-?,? e tlc Iluoi.;~ ~ le 1535, petlir;;~rrr a 

D. Jo~o 111, ~rilre ontias coasns, clue, 011 tirasse de totlo os 

juizes de Cbrn, ou os mnnclasse satisfazer a custa ila sua 

I';~ztr~lila e m:ris ns aliviasse cla ~rposcutaria dc casas e camas 

a elles e :I seus bolneus. Ao clue o monal~chn dehriu 

(caps. 37, 41 e 42) ma~idnuclo pels primeira vez yue os 

joizes de fbra fnssem inteirarnelite uasus-,a crlsta do erario 

reglo (lci 9.9le "I; tle novernbro tie 18318), e tleterrnillnndo 

qua sem exrep55o tivessern totlos nm cerlo nnmero de annos 

cle esll~~lo na ITui\.ersielatle tle Coimbra (lei de I(L ile janeiro 

cle Iri3!)) 

Ern gcr'al !)or cs1.n el)ocha Iravi~r jrlizes ordioari~s annuaes 

el11 1111li1us c,o~rcellius, e ju~zds cle filra lrict~oaes nos mais 

iurl~ui-l;~~~lcs. PIIILII'IIII I G I I U ~ ~ I I ;I estabelecer a distinc56o 

r!~rt.ro ;IS 11ol,os, dc'rju!'~~s:~riarn coulin~~ailamente, c~unndo 

anr1;tsst~m 11t:l;i villil. :IS rluas csl)ec:ic?s cle juizes; set1110 

vcrmclh;rs 11s 110s ortlin;~rios o I)ranc,as as (10s tle 0ra; t! 

fiauu as altril~ui~Geq (1'11ns e d'oi~tros po~. brmir a moslrar 

clari~a~eote quc ;IS ttl~as ningis(ratnras 1150 cram imcornpa- 

tiveis jvej. ;IS 0l3tl. l'tlil, liv. I, lit. 65 ij$ ,I e'seg. esp. 

at4 ,12). 

Em mniths concelllos ou termos SO muito tarile se 

crearam jtiizcs dc fi:~ra. I'il~' alvsrli clc 7 ile Ibvereir.o clc IT82 

foi eslabelecitlo Ira villa da I'ovoa de Val-zim urn juiz de rbra, 

q ~ se ~ to~,u;rra e ~lecess:~~.iu I1ar:i obslar aos a graves pt,qjllizos 

qlle patleciam a ool)reza e o povo gc?ineliclo cli?l)aiso (lo ilezo 

(10s potlervsr~s e do (1,lgello LI,I yrt?poter~cin, por ser a jr~sli~s 

aclmi~ristrada por j~iizes ordi~rarios c leigos, clue deixavam 

ficar os clelictos sein 3 ~omp~te~lle ~~[I'ST~IC~~IJ, preteria1~1 

ilas cansas civois toila a or~le~n jn?lici;~l, e slljcitavam as 

suas decis5es as paixGes da at'fei~uo e clo odio )I. E ti n'eslc 

- 

Synopsis Cliroiiolog~ca, 1101. I, p. 373. 

setl~lu o nlvar3 ~le 7 ~le m:llo ile 1801 rn:~~l(lun [jar2 n 11lI;r 

-" tie Azambola, .- urn jniz de fhra tlcstir~atlo a pbr cobro a ' 

~ -- . -. 

(( delrirncolos ioc~itavcis IIO govcr~~o tlas po\70,1i$cs rcgid;~s 

por juizes ordinaries s in;lglslr;riios n;rl,iirnes tl'ellas; r1os 

qnaes, a16m de falt,~r a sciencid do clireito para a ];@a 

direc~8o (10s ncgocios, accrescern as j)aix6i.s tle amor e de 

odia, que eotre os moradores das mesmas terras coslornam 

ser keqaenles e ir.~.ernediaveis por sua uatnrezt~ 0. 

33. Justi(;a seal~tlri;~l. - A illfl~~erlci;~ rl;~s du;~s t;lasses 

p~cvilegi:~das havia~sc ali~r.gatIo scl~ivclrnu~~te depois da 

morte de D. .lo;lo 11. 131~1 om v5; iluc: os rcis te~itavaln 

saecudir essa ioflucncia e e~ilar ou (131. ol)ices li i111,asio 

cresceute (12s suss iiltrihui~oes solrera~l:is. 0s rioc:nrncntos 

mats vigorosos dos seculos srii e sv~rt, arl~lelles clue 

melhor caractcrisaram o odlo (la (;or61 pcla uobrcza e 

pdo c1e1.0, furarn tarn0t;rn os rille mellror tlemonstr;rri~rn 

o receitl corn iple os mol~nrch;ts atncnrarn os rnnllip1os 

previlegios clas duas ordeos pocle~.osas, e a dissimoln~~o 

quc sc viam for~ados a cmpregar para as derrihurem de 

qualquer dos sous multil)los pedeslaes. 

U'esla fornl;~, as rSeslr~c.qT,trs i~n[~)stas clnrante a pr,irncir:~ 

dyrrastra a juristlicciio senhorial jszq)~,n, p. 87-88), tlimi- ; 

nniram sensivelmcnte 110s sec~~los xvr c segaintes, islo 6, 

.,.. , 

dcpois quc, na phrase (lo G.-DI~; Lot;es Pl;hFa, r o pocler 

real sc cttrvon 0 como clue sc lo~xou creatur.a clo podcr 

puolifido, acceilautlu lotlos os meios tle resisle~~cin colll.r,l 

as correntes das novas ideias P I, e (tepois ~jue, porisso, 

1 Collec~io 

o ~st~tdo do ~ Z I . P ~ ( D 

po~lzigtirz, 1893, vol, I, p 311. - Em geral, par.? ~:ompr~(~crldcr 

dc leis e sttbsitlios pa~n 

eons(t[ttc~o~tol 

o rille 

vne IPI-sc a rcspe~lo do alnrgnnrunlo ila ji~risillcySo selil~orial e das 

. . , , P

;I ~loLrczn c o elero relomaram a jnrisrlice5o privativa ou 

rlu:~si ]i~,ivativ;~ sol~re as soas t,erras. 

11s Ortl. I'l~il. consignavam em tliversos logares o potler, 

quc os gr;rndes tinham, cle escnll~er, ubo so os ,sew 

~ougist~~ailos de prirneira instnocia, mas diver~at~ditg'g 

or1 otrritli~r~s, rjrie lomnram couhecimento das causas em 

;.er~ir sn, e qr~e ti oh an^ a1tril)ui~bes clrlasi t30 im[lortantes 

como as tlos corregeclores '. 

E' vertlilrle rlnc, no liv. I, tit. 58, as mesmas Ord., 

lr~alanrlo cl'cstes co~.regerlores cle cornarcas, cmpregavam 

~livcrsos sul)te~A'agios, Inas lam afinal declarando qlic elles 

rmtlc1.1n111 fnzer co~~~~ei~ltu lias terras rlos tlor~atarios, e, 

~jortar~lo, sc11)re 0s O?~D~I~DI.P,Y. 0 g 30 dizia mesmcl: (( E 

~nrq11e aIg1111s malrt:ilures se acl~egnm a alg~~nias pcssoas 

~io(lc~.osas, c se acollrem a suas casns, por as jrasti~as os 

1130 i~~~lercm, nem se Cazer tl'clles cumprimeolo de 

,\ireit,(), mantlamos no corregedor qae scja n'isso diligente, 

I: Lr;~bnll~em, elle e os jnizes, [lor as pr,etzdertni e~tz qnnrsquer 

lugcr~.es L' CC~SOS, o~ziIe ~ UI.EI~ nchndos, gnni'iiaudo acerca 

cl'issu :I Ord. do liv, v, no lit. IOL : QIIR 08 Prelados e 

F;rlnlyos 1780 CICOII~C)IB lilal[eilo13es n . 13, 11'11 a rmonia Com 

esla tlisposic;%o e alarganilo o seri proprio contheitdo, 

ilelc~nlinnva, pnr cxemplo, a carta regla rle 27 cle ~iovembro 

dc 1613 tloc o corregedor tle Sa~~tarcm podesse e~drar 

llas villas (In mestratlo, sr.11l pror~rscio rspecial. 

Totlavia, leslemrinl~o tla fraqucza com que assirn se 

lcgisla~n, foi espcdida ao mesrno curregcdor de Sanlare~n 

a ca~,la rcgiir de I9 clc-marCo tle 1616, en1 que Ihe era 

sru~s rrsl.rieg.0es postcrio~.es, i; il~d~spensarel ter u ~ born r ~ conliec~mento 

da 111slorln palrln, r~crn~e:~tlnrnenle desde o period0 em qae ronipgon a 

ilr,Fsn deearler~cia I~:sl.~~~le-se a essc respeilo o eseeller~te reslrmo que o 

sr. rm. I,OPBS ~'IIAI;~ lnz [I~sde p 301 a 339 do citado volume 

1 (:OI~LII~ n4 ROCIIA, EIIS~IIO clt) '$ 938 Conf. us 5s 239 e 240, onde 

sdlllo escrr[ilor, tl.~t~rlo ila creapn e rlcserivolv~rn~i~ln das cnsas de 

I~I.:IF;XII~I, (In rail~l~n e dn rnf:~~lnlado, moslra qrie as respcfcl~vos onv~rlores 

ou :~udilures erara ern t~~tlo rg~~alarlos aos corregedores. 

ordeliado o acatamenJo ~\l~~mg..~~ro.visap eype~liila .pela.mes

428 IIIST. DO OnGAX. JrJDli:. PORT. NA SJ

1 IIlST. DO OnGAS. JUDlC. PORT. NA SI'CITKDA EPOCHA 

No 9 3.O fforam abolidas c cxtinc,tas - . totlas asis.e!1~6es C@ 

cu18rciqSo (t sem ernbargo clas d~,ay.?,es e concess6cs, qne se 

ichirern Mas, pur mais claras, tel.rniuautcs e exuberantes 

que scjam as clarlsulas e expressfies com que se ?charem 

concel,itlns a; 1.c;oltaudo (lo mesrno 5 que a radical provi- 

dencin fu~ tletcrminaila pelo facto tle se l~aver u provado e 

~le1lluustraJo, cam repetidas e srlccessivas esperiencias, e 

con1 reconliecimellto tle maitos donntarios, que renunciaram. 

qtle se~nellia~rlcs iscnq6es de correiqfio sfo nn pratica prejndiciar:~ 

nos rlonatarios e rnirlosas nos p0ros.n 

Yos gB 4." e ?."foratn cxtinctas todas qs ouviaoriqs 

conceiiitlas aos clonutarios com iseu~io de corr.ei@o, e 

ainda as coocedidns sem isen@o, mas c,nm o direito de 

cullhecimento tlas senteuqas proferidas pelos juizes de 

primeira illstancia uas terras comprehendidas nas suas 

cloa~Ges. E no 5 9." estabelecea-se que as appella~bes 

d'esses juizes subissern d'entlo em diante para as rela~aes . . 

de rlistriclo, como qnaesquer oulras. 

Ern conseqnetlcia d'estas disposi~8es, determiaaram os 

$5 7: e segg. algainas modilica~loes na divislo judiciaria. 

Assim : 

1)os t~rritorios abraogidos lias ouvidorias formar-se-hiam 

coalarcas on c,orrei~Oes novas, se ellas tivessem extensso 

suuficicnte para isso ; iluvendo, todavia, advertir-se clue em 

caso nlgum seriam os territorios ctas novas comarcas os 

mesmos das extioctas ouviilorias, - nfo s6 porque os 

terrilorios d'estas n8o oram unidos, mas sim dispersos e 

distanles tlas capitaes e seus termos, corn grave clesordem 

e confnsSo (lo cumprimento da jusli~a e com extremo 

il~culrimoclo das partes litigautcs, -mas tambem porque 

cra preciso evitar qnest6es e rixas por parte dos donatn~ 

ios, o que sb pbde rertlmente conseguir-se corn profundas 

a1terac;Gcs d'ordem territorial. 

Determinava, pois, a lei que se formassem as novas 

comarcas, presidjdis,. como as dernais, po,p&o,~,~,~ge~o,~~e,,,s,~ 

(wj. o 5 f'z' com os territorios, lermos e corlcelllos 

proximos a capital e com os que se lhes podessem annexar 

nas circumvisioha~~~as, mesmo qne pertencessem a outras 

comarcas ja existentes, conitanto qoe as skdes d'estas 

estivessem n~ais dis tan tes. 

0s territorios, pertencet~tes As ouvidorias, e que nlao 

podessen~ incluir-se nas novas comarcas pur eslarem rlispersos 

on distantes, cahiriam sob a jurisdicC30 da comarca 

cle clue se achassem mais prnxinios. 0 mesmo :~conIeceria 

as ouvidorias de area tlo redu~ida que nlo pollessem ser 

n'ellas creadas comarcas. E, tanlo nos rcstos clas ouvidorias 

graades, conlo nas ouvidorias pequenas, seriam instilniclos 

logarcs de julzes dc fbra, telldo para isso'sufiiciente terri- 

-*-* 0 

torio ($5 7.", 8.;, 9.", 10." c I?."). 

No § 11." d~zla-se textualmeute: (( E tomanrln em considera~lu, 

que atgumas das comarcas cla corBa existentes 

slo extensas, qne os torregedores d'ellt~s 1130 podem bcm 

cumprir com a sua obriga~lo, nem o pnvo haver a jnsti~a 

que se llle deve: Ordeno qrie se reglilenl e reformem os 

territorios d'essas comarcas, ou all~lexaodo alguus d~strictos 

a outros, ou formdndo-se novas comarcas, romo 

parecer conrenrente.~ 

No 5 1.O foi a mesa do desembargo do pd~o ~ocarl-egada 

-*--de 

executar,'successivameote, as provldencias notaveis que 

temos resumido. Recommendava se-lhe alli que procedesse 

ao regulamento e reforma~fo das comarcas oude e como 

fossem convenientes ; e que fizesse apresentar a rainha as 

co~lsultas necessarias para ella auctorisar cada uma das 

crea~6es, --hem como as ao11exa~"os de concelhos visiilhos 

e as separaqfies dos logares dispersos e distarites para se 

unirem is comarcas existentes em que se achassem 1. 

Nos 17.O e segg. estabelecerarn-se algumas excepciies ;zs providencias 

decretadas. As terras rlas or11e11s m~l~tares, a casa de Br a g anca, 

a casa on estado das ramhas, a casa do infantado e o nrcebispndo tle 

B~aga folm n~llilo ponpndos. As tl~s casas tinham a seu favor a 

circurnstanc~a de estarem iunlilas na fnniilin real e tle tcrcrrl, ~>01'1$30, 

os seus ~nlerrssrs ligados con1 os ria cords Cerlo que, nessas cootl~edes,

C~~inlu~c~l~cu~le-se f;lc:ilme~~tc qlle esl;ls rlisl)osi(Ues IIBU 

r.et:l!l,c!l.;~nl tlcstle logo a s;111c~3o clc ~]IIC cc~reciam c qlle 

I~II.;I~I vivi~mcr~tc r~cl)cllirl;~s pol ~)arlc dos ~~otlerosos. Estes, 

sc ado ernm :~ualpIrabr,Los, dixiam rltie n'aqnell;~ lei estavarn 

kros r~ncnx, clr~c! f'i)rvoso era couverler, sem perda de 

te~rrl~rr, ern /r.cr,/rs ~/foi./~rs. 

Jlns :I r:iinll:~ fez pr~l~licar nm alvara .lle..i,, de jatleiro (18. 

1792, ell1 11ne ordenolt unla 11 clemal.ca~io provisional de 

lllrlilcs n , qllc 1130 sb facilit;~sse clestlc logo n cxecu~Io da 

Ici tln 9 tlr jnll~n tle 1790, mas polJesse ter nl-iserv;rncia, 

emrjlmltto sc! 1130 co~~cluisse e pr~lrli~:asse a lil~al e decisiva 

ilc~r~:~~,c:l~Io r.cc.c~~nrnc~~daila 110 citaclo I7." Jn mcsma lci, . 

c em (111ose esclarecerain ;~lgomas tln\lirlas st~scitadas acerca 

rla mes1rlit lei. 

As tlu~-i~l;~s rcfcrisni a sahcr sc, pelo facto de n%o ba~er 

sirlo cser,l~l,;~tl;r a Itli, estava~n on n5o rle tlireito extinc1.a~ 

ns onvitln~-i;~s, c, elrr caso al'firmalivo, se ileviarn ou 1150 

$t;,illnr dc julg~r as causas ~eudcnlcs. Nos 55 a 3l"io 

!\l\l;iia;i rcspoo~leu n Rai~~lra a esl.es ponlos : z,que jci 1150 

havin ou\,idori;ls ueln ise11~6es IIR co1rei~50, e, a propositn, 

reg~ilt~r~ o motlo ccmo ;rclueilas se I~avism de converter. 

pr~)visoriarncnLc, ern co1n:lrcas e Lermos : Zque os processos 

pc~rrleotes dcviam passar para os juizes de segunda 

instanria tlc 1,isllon e Porto. 

Onanlo h d~,marca~%u provisoria das cgnra!cas, declaron 

o alvnl ci IIIJ $ 18: R Ortleno que, sen1 espet-ar pela filial e 

regal~rls Pelo con- 

us leis ngn lillll:~lli vant:igl~ns rtrl I~IIII~II~II~. :IS SU~IS 

Lrarlo: 1:01110 refm COI:I.I%U D.% I~OC.~IA, acc~ltn~lln~~a~n-se n'essas casas 

(1s tlesl~ojos dos outros ~lobres, llue asslrn iau~ calndo em lnerlos eonsi- 

dt~~~a~~t~.-(:oiivern 

desde ja 11otar qus os tr~bui~:les dr~~ot~li~rnclos 

,;O,IBP[~~O 1111 rrrrl rcrsa e cslndo tlos rn11111tr.f. jtrvln [lo sererrzsstnia cnsa de 

Ji.(~fin~"~." c;il~itLtr tlrr ser~???rss~iicn r:c~?lz tlu i~?/!ir!licr~n ~!)I.~III ex1111cl:is pn[. 

decrclo do 9 tie agosto de 1833, conlo, pot outros d~plomns do perlocio 

Iiber~I, ~I.VI:~I:IIII vir a SI:I. rxli~~~:tiis Iotlos ns olltros jureos p~rticrilares 

e ~~r~vativos quwndo livessein ~una nalurai razao tle exrstenc~a jurirlica. 

decisiva deln:ircaf,%o, clue exige ii~formaciies, diligencias o 

co~tsi~lera~loes mais vagaros:ts e circurnspeCtas, a mesa do 

.desernl,argo do- pqo, tomnndo as it1forrnn~6es - qrle Ihe 

., ~ 

parecerem necessarias para esla provide~~cia interina, proceda 

logo a nrna pryisional clemdrca~30 cle lirnites de cada 

oms- clas %onlarcas dB; ok;idot;ias, qlie parece podem 

existir convert id:^^ em correi~6es; c ao mesrno tempo 

proceda a declara(3o da Iota1 abolic3o d'aquellas ounilorias, 

qoe h'ao ilzvem ~?assara cor&!c~eg.+p 

-* - " 

Nos $5 seguintcs apl,esentar7arn-se algom exernnlos, afim 

de qlte por elles se gaiasse a mesa do clescmbargo do 

pace. D'elles sc v6 qne foram ellt3o crentlas algnmas 

-. . .~ ., . ,, .. .- , . ? ., 

-.- cornarcas noys., (Loia os 3s 10 a 26). 

-. 

Nos 55 2i e 28remediavnrn-se os ii~conve~lic~lles tle 

estal nma mesnla terra soh a ~j_u~;isdi~c~$~o.-~le.,,rnais -d'~rp 

--,.--- donatario, - e apontavnm-se, para esemplos, a povosi.%o de 

Buarcos, coin (Illas jurisdic~bes, e a villa cle Aguetla, corn 

rloalro, todas afastallas e inornmodas 1)ar:i ns sells habitantes. 

Essas e qt1aesqut.r ontras localidades, qlle se 

achassern em taes circumslancias, ficavam ,- seudo dn corba 

.- -- . .,*., "."--,".". -*. .... 7 

e passvd'1n. por,issu, a estar sujeitas a jurisdic~So da res. 

pectivn cornit rca. 

Estas eranl as tlisposic6es mais importantes do alvari 

de 7 de janeiro dc I792 sobre [IIVIS~O judicial clo territorio. 

Depois d'estes preceilos e por virlode d'elles, era natural 

que se scgtdsse uma tlivis2o complela do terl'itorio portuguez 

sot) o pollto de vista (la arlminislra~Bo clj josti~a. 

Isso, porern, sb deveria succcller d'om modo deG11ilivo soh 

o regirilen liberal. 

34. Jusliga popular. - tl jrtsli~a pnpnlar, apezar dos 

tlefeitos que as circumstancias {lo lerl~pu luroavarn inse- 

paraveis do sen orgallismu especial, formava urn resistente 

nucleo dc acc;Lo e de vi~la, que nLo poutle ser complcla- 

meule dorninado e absorvulo pelas ~llaglslrattiras d:~ mo-

1 : IllSl'. [I0 ORGAN. JUDIC. PORT. Nil SEGUNUA EI'OCIIA 

narcl~i:~. Ao laclo d'ella e, em l)nrte, A custa d'ella, outras 

instilnicifies se formaram e refloriram. Mas nenhmma consegnin" 

assrunir o caracter genui~lamcnte nacioual dos 

juizes nrtlinarios '. 

I)'e~~l,re essas magistrahir:~~ mencionaremos, como mais 

no tnvcl e persisle~~ t,e, a 110s jubes rle tlirzlr~lo: oz~ perlnrzeos. 

Elles lirernm o sell apngell nest,a epocha. i\s.Org. $Ian.. liv. I, 

tit. hh, $5 6'1 c st:gg. clizenl a csle respeito: n Oulrosim, 

1)orq11;111to Irouvornos [)or infnrma~$o qtle muitos moradorcs 

nas ;iltlcias tle ~~ossus ~.eioos, qoe estho afustados por 

uma 1i:g11:1, e mnis, rlas cilla~lcs r! villas, de cujo te~rno e 

,jurisdic~3o sio, perdiarn rnoilus tlias e geiras por irem 

rerjllerer sria ji~sti~a snbre os damiios c coimas e outras 

cu~~le~id;~s cle peqlienil qnantidarle e rlnantia Is ditas cidatlcs 

c villas, de cnj;~ j11ris~Ii~q50 S%O, querel~do a isto prov&r, 

~n;~ucl;~olos I~IIC ern ql~alrluer altleia, em r111e lionver*v!nte 

vis~t~l~os, e de ulri para "cirna ate ciuc~cl!ta, e fbr uma 

ieg~1;l aklslnda, on mnis, rja'bidade on villa tle cujn lermo 

rot*, os jnizes (la dita cidarle ou villa, cam os vcreadores e 

procurador, escolliarn em cad8 am aul!o urn,l~omem born 

(la clila aldeia, qlie srja n'ell:~ juiz. . . u. 

Pcn~cll~:~ntcmet~te clispunllnm a~Q[d.,Plll19., liv. I, tit. 65, 

8 53. E lalrlo ulnas como nutras Ortl., cleclararam clue o 

,ju~; (ILC ziltte~ia ou pcdflneo sb poderia conhecer dc damnos 

OII coimas e de quesl6es s o b r ~ - ~ ~ susuitailas ~ ~ t s , 

er~11.e oh ~no~aclo~es da sna alcleia, e quc as decidiria yerbalmcnte, 

sem processo algum, e sem appella~iio nem 

aggr;l\o, qaa~~do o valor da causa niiq cxcerlessc a 100 

rus. Mas istv era para o c:isu de a ilrle~a ler vi~~te a 

riucoenta visinl~os; porcltle, teodo ate cern, a al~ada do 

juiz peda~leo eleva\a-se a 400 reis; teudo ate cento e cinrnr~~ta, 

snbia a 300 rbis; e tendo mais, attingia 400 rbis. 

-- 

1 .l'rrrra d't:ste~ ju~ees, a cuja evulu$511 jd nos rcferirnos quanclo 

fnlln~~ins tloe juizrs de fbcirn, ve,i a ril obra ile A Lrxo KETTU, Bzs1~1.i~ 

rlon jtrltes o~'tlrttat.tos e de lilli. 

0s jnizcs de vintena em c:~so algum poderinm conl~ecer 

de carlsas sobre l~~~s~~jfimobiliarios, ou de crim,es. 

Poderinm e deveriam, torlavia, prender~mal~eitores em 

flag~nte~$clictn, oil B vista rle rna~~dnrln qosndn ja livessen1 

culpa furrnada, e remeltel-os sem demora aos juizes 

. .-"--d . -.,_, . . ' _,_' ""__.. 

.o,r?i";l:io:.,::? ,4wn~.:. 

Blem dos juizes de vintena podemos citar os @!g~flc

37- Coasel110 ~~ltra~uari~~o. -- Este cousell\o foi inst,ituido 

pnr 11. 5o.io IV em ,I '1. (la jnlhu ile ,I6 k2. Versavsm as sllas 

nl,lril,nil:~os sohre a atlministra~lao (10s oegocios ultrama- 

18i11os t: :1r~rcrn!lnr,5o rlos rlirciios refc.rcates is l~ossess6es 

e domi~lios [lo ultrn~nar. 

1Ssl.e tril~nn;ll sij tinha, a principio, j~lrisdiccZo roluntaria; 

1n;ls I). .Tosi': I, por 181 tle ri tle ,ji~lho de l'763, coneetloo-lila 

,j~lr.istlic~;Zo co~iteliciusa em toclos os uegocios da 

s11a competeucia, e erl~~il):lrou-o, para o ultrair~ar, ao que 

jh er;l, p:]rn o routinente, o conselllo cla fazenda. Desde 

enIBo o r,ooselho ~~ltrarnaril~o tere talnbem a seu cargo o 

p-nvime~~f,o (10s o~ficios rln fnzeuiln no ultramar. 

0 conscllio 1111rnmar111o hi cxliilcto por lci cl~s c,brtes 

cr:nstilnintes, restabelcc,idc, pels co11tra-revoln~5u, cle novo 

exli~~cto pelo ilecreto cle 30 de agosto cle 1533 e, finalme~lte, 

crearlo de novo e com rliversa organisac3o pelo 

clccroto cle 22 de tlezelnhro do 1852, que mais tarde 

soll'reu tlirersas moililica~fies. 

38. rcasoria. - A mzszirn 6 muit0 antiga : remouta 

a k de dezembro de lfji(i 1; mas o tribunal da 

mhsa cellsoria sb foi instituido por D. JosB I em 9 de abril 

cle 47G8. 1\ sna jarisdicr;?in versara sohre mnterias li@e~a:, 

rias e. scieulificas. Cu~nl~etia-ll~e cleclarar os li~ros, que 

por slras cloutriuas deviam ser p~'ohibidoa, exami~iar nquelles, 

c~~jn pnblicac9o se preteotlesse, concedendo licenca 

para serem impresses os qrle ernm npprovadus. 

- - 

allr~~.l;nrias, inercdrri;ta, etc., v~ja-se a exct:llente e el.udilx rnemoria 11e 

I~II~N~,IsI:~ Blr~nal. Tnicosn nu i\~~fiill hfn~~ro, apres~nlatla en? spssao 

rle cbrtes dl> 31 de agosto de 1828, que servi~i de relatorlo a urn 

project@ qoe eo~~slituio lillra das lent;tll~~s de eu tinqao d este tnbunal 

(L)rnvto tlns cd1.1~~ cowstrtirz~~tcs, to111 7.0, p. 307 a 317). 

1 Uor~rrr~o~los 1)111.11 11 k2~lb~lll 

~las CL~I~LPS 

~PVLLCS, 

VOI. I>-, 12. 6. 

D. Mtwa I, em l'iS5, ampliou mllito a sua ju1*isdicc;8o, 

dando-lhe a cle11omi11a~5o de - real mcza da cornmiss20 

geld sobre exame e censura de livros. Picou-lhe perlcocelldo: 

zleger os p~*oTessores piil)licos clas escol;ls mcliores 

que se acliavarr~ estabelec~clas pelo xin no, fazendo-os prinleirarriente 

exammar, e p:1ssaocio-lbes os sells 1)rovimenlos : 

vigiar, por si e pelos cornmissarios qne f,iohn rlas cidacles 

'" .* 

priiic~paes, clue os ilitos professores salisfizcssem as ohriga~fies 

quc Ihes el-am impostas, e se coufo~~massem corn o 

set1 rcgirnento, tanlo no rnell~uclo ile ensioar, como na cco- 

~~omia clas suns escolas , faze1 o exme e ceusura clos livi,os. 

A mesa da curnmlss80 geral 1130 csle~ldia a sua jurisdicgjo 

C U~~ivcrsiclade. .Ar111i as co1iyr.ogac6n co~~litlliavam 

a exercel-, nos tei'rnos tlns Eslaititos, o direito rle censnra, 

que ai~lcla hole em partt! mi1nt5em. Aq~iclle Ll~il~uoal foi 

abolido por carla ilt: lei de 17 tle t1ezcrnbl.o de 159'1, - , ..-. 

resnrgindo sob u~~tra forma m:~is ruliosa, e sendo' exunc.til 

por lei cle I2 de julbo rle 1821 (revogailu pir rlecreto de 

6 cle nlarco cle 18240, e uiais tarcle pela carta consl~lucioual. 

, ." . -"-.., ., - ,, 

39. J~lntns do co111111ercio.-Foi creada a junta do cornlnercio 

em 30 dc sctcmbro de 1555 por D. Josl? 1, que ll~e 

deu estatutos em 16 ile clezembl-o do mesrno anno. 

Cumpella-lbe conhecer das causas resp~ctlvas ao cornmet 

cio, e esl'ecialmenle das fallencins, cxcrccl~llo n'estas 

causas as attribuigGes, q~le hoje perterlcem aos trih~~naes 

commerciaes, taes conlo : receber dos fallidos a tleclaragBo 

do seu estado, proceder 2 arrecad,u$io (10s seus baveres, 

puhlicar I? qrlnlificar. a pedra, manclar proceder L arremata@o 

clos bens do fallldo e ao pagamento dos rredores 

conforme as prerogativns clos suus titulos, elc. Vej. lcis de 

13 cle novembro de 1756, 1 de setembro de 1757 e 12 de 

mar50 de 1760 '.

:Is :~~~,ril)uiqGes ct~nt~:ncios;ls tl'eslc tribunal, bern como 

tlns j1111t~s (la ilgric~~lt~~r:l, fi~ljricns e navegac;3o, clo consellro 

tlo nlmir:~nt~tlo, clo ji~izo tln Illilia eb~nitln e das 

ri11rit1vri:is cln ;~lf;lntlega, sb ter~rrrioaram com n publicacio 

tlo cudigo cornmcrcial de ,I8 tit! setelnbro dc 1833, que 

iilstit~liu juizes a tribrullaes regu1,lres para o commercio. 

40. Cnasrlho !~cl-irl (lo saelo ollicio.-D. John_!l[.foi quem 

i~lslil~lin esta t,~.il)il~~;~l ell1 l5k7 POI. l?~llln de PAUI.O 111. AS 

inr1nisic;i)cs tinll;lrn ji i111tes siilo cst;lbeleciil:ls no reino-a 

tic Evot*a ern I:i:lO; - a tlc Lisbna cm 1.339; -a tle 

Coi~nl)~.;, e~rl 15'1 1 ; - n tie C8i1 SO o hi em 1560. Coohec:i;~ 

o s;lnto ullicin tlos ~rc:gocios perlence~ltes i fe, tnes 

corno c,rilncs de :~post:~sin e heresia. Tinllil o poder ile 

irnpor. penas c ciccntal-as. O prlicc:sso pera~rle este tri- 

I)~lnnl er;~ secreli,, inhrmc c nrt~itrnrin; ,130 havia rncios 

tlc tlaVcsa: e os sill~l)osl.us criminosos, arraucados do seio 

tlus SIIRS f:lmili;ts no meio tlas trevas, eism lal~carlos nns 

masmuribas ila int~nisi$io, st?m cl'elles harer rnais noticia. 

0 conselllo ger-a1 tlo santo omcio foi reforntado pclo 

RIall~ulsz PI.: l~o\~~~pr. 110 ~segimento dc 10 de setemhro de 

1774. l'ostu rllie 110s all.imos tempo6 113o nos apresentasse 

os hor~iveis espectaculos clas fugoeiras, e o esplr~to do 

si~er~ltl (IZHSSU co~ller este tt.11111nal IJ;I slla carreira dev,~st;~tlora 

r! s;~rrg~~inn~~i;i, ;lintla ;~ssim mnit.os horaeus illuslres 

ro~.nm t:nl.Z~) r~ul~eri~ne~rtnr os seus caiSceres, on tiveram 

cpo (!xp:ltriar-s(?. Tats rornrn Jos6: A~,4sracro na CIINFIA, 

FII \N(:ISCO ~ii~l>laiorc?s calnmidarlrs qlle pesaraam 

sohre o poro portugnez. '1 sun il~lluencin malefica estenlisou 

todos os elementos de prospe~itlaile poblica e de aperreic,oameolo 

mor~l do paiz I. I3 por tal fi~rma sc linha prunni~ciado 

a opiniao rorltra semelhaote tl,il~unal. rlne, nas cbrtes 

conslitclintes tlt! 48"-1823, fili elle abolitlo por r~r~animi- 

dacle : lci ile 5 cle nbril do 1821 3. 

_ . , , _ .,.. ,__.> 

- 

1 Conf uma menloria accl.c:t dc ~Zx~oalo Hosri~~, erri publlcag;io no 

111slil1rlo 

2 Vej. B~SILTO ALBERTO, L756es tle d7rez/o ertraliial, t~l. 2, I I ; 

MEI,LO FREII~E, I11sl1li~ti07les .~U,I.IS cri)~afl?nlls, tit. 2. I I e notn. 

3 0 prim~tivo projeclo fo~ aprese~ilado por l.'~~~crsco SI~IOGS MAR- 

GIOCHI Ila sesseo de 5-fev.-1821. En1 Y, Josh FEHR~O DE MENUOKCA E 

Si~uza propoz, ernendando o art. 3, antle se drzia qlle os cartorros das 

inquisi~des serian~ remettrdos para a sala (10s manuscriptos (la biblrotheca 

phbl~ca de L~sboa, - que ahi se recolhessel~l todos os regln?enlos, 

~iianuscrlptos e in~pressos e todos os delon~s livros das irlqllislpdes on 

dos r0us ; mas a rprc lodc~s os rstxptrlos e hnvbrrros 11roeessos rlr: frrt~cerirrs, 

de juilnisli~o e oirltos se~~zelltniztes, pelos yiraes fizei-nriz npprrreco sobre os 

cadnfitlsos publiens en1 Aabtlns de ~~~fauua 23 068 rezc~ v~eebldos e 1.454 

co~idennzndos no bgo, i~ifinznudo nssrrn tciritos ~1li1hni.e~ de fn71~tltns dc 

todas os classes da ~iogcio, qua rodos esses pvocesios s~ymn qltet~t7,~tdos sobre 

zcm cndnfilso no rnelo do Hoi.ro, t~ltirr~o nzcto cle fa qc~e os vediran n cinzas, 

1)~trib q11e mitts se lilio snzbrv~i ns ninricl~ns cuff1 (IZLP dc)zegi~ti~~zr~a as fi1rnillas 

zririnceillrs n. - Esta el~ielltln nzo fot nceeltn. l'oilns us papels das illqulsigijcs 

fnrnni manilailos recoiher 9 I~~l~i~othcea c!e T,~sboa 

0 ~lecreto cle nbolir,Jo fo~ d~sc~ltliln, 

2% rle rliarFo. Foram ~lolavels, espcc~nlmente, os fl~acnrsos 

con1 vel~cmenein, na scss8o il~ 

di: M~nnlu- 

CHI ~CA~~LLLO BRANCO,~ priii~eiro pelos horrores qae narrou, e o seguntlo 

porqne, apezar (le ioq~ustdol; declarou volar, ~r como ~.epresentnnte da 

napso, peln extlncgXo (10 sanlo ofi~~io, pol* o jnlpar inut~l e 111cn111p:ltivel 

conl as luzes ilo secolo e con^ o guverliu ~o~i~tit~~c~or~ill yne vae

a. 

Jl~t~la (10s ires cslrdos. - Foi creada $%,48 cle jaueiro 

tlc I643 ; co~~liecin das cnnsas solrre contr~buic;6es para 

tlcresa do r,eino, e em geral cla irr~[~osr~Lo e cobranca do 

snl-bsitlio mi1it;lr uu cleciola, bc,m como das duviclas sohre 

a iirtcllige~~cia ilo rcgitnento dos novas direitos, - e tinha 

jn~.is(lic~$o soblt canilelarins, etr:. A esta junta estavam 

s~lio~~tIiuatl;ls nulras itlotas nlellores, que fi~uccionavam 

u;~s c;~l~e~as (Ins cornarcas e tiul~enr a set1 cargo 3 r.elx~rtic;ao, 

o In~r~ameuto c recebimculo clas dec,irnas, cnufnrme o regi- 

1ne111u (lc 9 de innio cle 1056, auglnelitailo con1 ~~rovidcncias 

nt~vns 1)or ;ilvarl cle "LC (le sctcmbro de 1763. '1 j~j!td~i-eali~~cla 

Iwr alirara dl: 8 de abril de 1813, l?assaodo a sua 

j111.is(lic~5o para os coilselbos (la faze~ltla e d! ,.gucrra, 

rosp(:t'livamcnLe. 

inter x Irl~c~~l:ltle (10s portuguezes n. - Dzcirio dnseu'r'lesy~l'n~s a~ab.ccovdui!rv~ns 

cln ~tn~cio po~ltrgtiezn, vol. I, p. 45, G3, 35h-359, 408 e ,121 ; 

(:I,I:MI~KTIC dtlsri nus SANT~S (clepois uakio nx S CLEPENTE), DOC?I?I~PTI~OS 

1,rrl.n Lr 1iistol.tn dns ctit~trs qcvurs rln nnrir~ l~ol.lzrgtimct, vo1 I, p. 181-182 

e noln; ALI~XANII~IIC F~PI~CULANO, Ilis~ovza dn zl~qzcts~ccio ea Portzrgnl 

Historia do organisn~o judicial portugugs 

na terceira epocha 

42- Mndifica~ijes opeladas nr ol.ganiza~Xo jorlicisria desde 

1820 a 1826. - Opcrada a rcvolu63o li11e1'al tle 24 (le agost,o 

de 1820, reuniram-se e installaram-se, em janeiro tle ,1821, 

as c,Brtes coustituintes, que tinham a scu cargo rerorlnar 

todos os abusos do vell~o regimen. A tarefa nZo era facil, 

mas poderra scr talvez levarla a cabo d'nma maneira detioitiva 

se os representantes da na~3o soubessem aproveitar a 

for62 enorme rle que as circurrislal~eias os lraviam revcstido. 

NZo o fizeram. Com uma grande boa voulaclc, alliaila 

todavia a urn profundo desco~~hecirne~~to da gravidacle da 

'situacBo, os patriotas de 18"1 fizernm alguns discrlrsos 

relhoric,os, m~litos decretos cheios de ingenuas conternpla- 

~6es e uma constitui~Io em gra~ide parte inviavel. Nada 

mais '. 

No qrle particularmente 110s interessa, as nossas conslituilltcs 

cleixaram-se vivamente inflnenciar por mliilas das 

disposie6es [la constitui@o de Cidiz de 19 cle rrlareo dc 

1 E' ~nd~spensavel recordar o que na beila obra do sr dr. LOPES 

PRAFA ('Collergio de lets c scibszd~nspnvu o csitulo do diwito conslrtt~cio~tnl 

povtttgzter, vol, 11, Intr p. v a XI,, e p 151 a 298) se d ~z arespelto dos 

factos que, precctlcr~do 8 ncompnl~l~nndo o ~~st:llri:lec~~~rer~I.o tlo I.P#~IIIRII 

liberal ei1t1.e nSs, encer~.am a hlstor~a interna eextel.ax Jas nossas duas 

constitoi~bes (1814 o 1838) e da carla consl~luc~o~l:rl qui: n~l~tla hole 

vigora (1826).

14 4 IIIST. DO OIlGbN. JUDIC. POI1T. NA TEnCElRA EPDCHA 

1812. As bascs da couslitnic20 ~)orluguczn, l~ropostas em 

0 do fevcrti,il.o e tlec;l~elatlas ern 9 de marc0 de .182,1, 

apeuas lillllarn consigaado, 110 art. 23, o principio supremo 

di1 drvis3o cfos pocleres, c r1cclnr;lclo - - (( u pocler jucliciario 

est;i uos jaizcs u. Ncollt~ma controversia se ergueu a 

ly:sl)eilo tlc I~III;~ ~lis[~osi!:Z~l a[~l~;~re~ilern(:~~te t50 sirnl)les, 

emliora im~~lia~ssc (I ~'t?conllecimenlo do principio fontla- 

111cnt;ll tl:~ a~~ttit~orni;\ tlo organismo judicial i. - Purein j$ 

o pr~~jc(:to (I:) ~~nnslilui~~o, :~prcseotado em zG clg,,junbo.& 

IHi,!, csl:rbclucia, 110s arlt. ,146 a 181, urn grancle numero 

31: pro~icleuci;~~, 

que n 'discnss3o fcz altcrar em grande 

parte, (? clue u'u111ra pal.le passararn para a c.unstilui~2o e 

11.717 ](:is t:o~~~l)ie~~le~~lares. 

N'cssc projeclo propunha-se o estabeleci~nento clas 

segniutes rnagisl.raluras : 

-;I) jwiu'c~s tle fdo'rn em carla urn dos julgados ou distri- . 

c,lus, em cine o p3iz fosse diridido, perlencendo-lhes julgar 

el11 ljri~nciril il~stal~cia toilas as causas civc~s ou criminaes, 

r:omlweIl~ntli~li~~ as da fazendi~ ~iacioi~al, e bem assinl 

couliecer tlo cn~n~trimento de encargos pios, tuturia e 

atln~inistra~iio clos orphios, dernentes ou ausentes, recebi- 

1ne111o ilc Iian~as aos presos, e oulras ~naterias de que ate 

1 So fl~lnlono ticc!.cn do eslndo pilblico de Porltcgnl, Irdo nas sessdes 

das ei)slcs eonstlliuntos 3 e 5- fr\r.-iR2i pol F~RXANDES THOXAZ, e 

pi,l,l,&ntlo n p 32-40 do cil vcil do Oznrtu dns oiivles, encontram-se 

a1;urnas pnssngcils [pi? rlrostrain o extarlo cleplosnvel da ndmin~stra@o 

I I I n I i rr El11 Portugal o .irhrt~.lo dlctar;~ 

nruilas wzra ;I ~CCISLO cl,? n~ngislsado. 11m~11tcuilc o podtic, jirzer seln yes- 

1~~,~c~bi17rlrrrlc. - N'esta or~lcnl ha como nns outlxs grandes abusos, ~~aas 

1lc~trk7oirn y~~.rt~!sci t~ilrei de sc~. l'efor~ttadn, ae?n catn ltlnzs pr.ol)tl~t~dlio, 

IIPIII, cnlil IIIII~S C~III~II~O U rs~n~lrl(tln ig~~.nl . . a E 111x1s adiante: cc . . E' 

prccisu da~. noya fonun aos ju~zos e 5s ilistancias: e preclso facll~tar 

poi. toilos os llleios e por to~los os modos a prornpta adm~nistra~$o da 

jnhkica - Se ella d ~nd~spensavel na otdrni socral para fazer a ft=licirlacle 

do c~dsdSo, pov qt~eftfl cde rlle vt15 llio lo?ige blrscnv n deascio da 

st111 clot~aiitln? Obi.. c~t, p i39. 

VRGANIZA~XO DA JUYTIEA HEAL 11 48 

e11tBo conheciam os provedores, corregedores, juizes ecclesiastic,~~, 

e o clesembargo clo pace ; 

- b) r~lacdes proukcin~s, sendo y ~ estabelecida a .nas 

provincias do hlem-Tejo e Alg~rvt?, oitrk na Eslrernadora 

e comarca cle Selubal, cks nn 13eira, u g no Rlinho e 

partido do Porlo, ue ern Tras-0s-Monles, uma nas ilhas 

adjaccntes, 11% em cada pro~~incia do nrazil, =a __no 

rein0 da GoiuC e m a nos cstados cia India, co~npostas 

- 

de, pelo menos, sete mioistrqs,, alkm (lo presideule c [lo 

prornotor rln jzcsllpa. e-lia f~zzenda 1, e desti~~atlas a julgar 

em segurrda e llltima iuslancia as causas que subissem em 

recurso dos juizes de fbra, e a coohecer (10s recursos 

interpostos dos juizes ecclesiastic.os, bcm corno tlas causas 

de suspe11sSo e deposi~iio dos juizes de fbra e dos co~lflictos 

de jurisdiceao qoe lionresse entrc ellcs; 

- c) urn s?jprenzo tribu~zal de jzcszipa, incumbido dc 

julgar os delictos dos altos funccionarios do governo, da 

diplomacia e da propria justica, as causas sobre padroado 

real, 0s cooflictos de jurisdicr$80 entre rela~Bes provinciaes 

do reino, etc., e, esl~ecialmentc, de conceder ou negar a 

revista das senteli~as arguidas de nullidade ou injusli~a 

notoria, e ainda de 

~-."., 

propor .-, ao zi corn o scu parecer as 

.,.,. . .. --" - 

duvidas que tivesse, ou que lhe fossern allresentadas por 

outros quaesquer tribunaes, sobre a ir~telligencia cle alguma 

lei, para se seguir a eonvct~iente declara$io das cbrles. 

Esta era a organiza~Bo judiciaria propriamente dita. 

Alkm disso, - d) permillia-se, d'nma maneira precisa, 

que, nos negocios civis e 110s peuaes d'ordem particular, 

as partes llomcasse~r~ livremente jzrizos avbitl-os; e, - 

e) nos mesmos negocios, ordenava-se que as partes indicassem 

dois kolr~e~u bo~zs, perante os quaes o juiz de fbra, 

antes de receb,er a acc;iio en? juizo, procnrasse conciliar os 

litigantes. 

1 Tracta-se aqui da niagistralura do nzi~zzstevzo ptiblico, a (111~ 

logar nos referiremos. 

19 

II'OU~PO

ICmfim, - f) clolc~~~~~iuavii-se, ou ~nelliol., [~romcltia-so, 

quc, tlel!ois [la reforma do cotligo penal, os prnressos 

cri~ni~~;~cs seri:~m fo~*rnndos c jnlgatlos em co~iselbo de 

jrrr,rrilos 011 juiz~~v I!,! foilo, eleil,os, tlii tlois em dois aonos, 

pelos t!loit,t~~.~.s 112s rr,specliv:~s camarns, e qne n'c?sses 

1)rocessos os ,jllizcs tic [bra nc~o teriatn ou1l.a~ allr~hu~ploes 

aIr:~rl tl;is ~lc pl.esitlil* ;in consell~o, clirigir a inquiri~ao 

piil,lica tl;\s testcm~lnl\ns e i~pplicar: depois (la decis3o dos 

jliizes rlc l'eilo, n lei nu clcliclo. (Coof. o projjccto da cooslil11i1;5~1 

110s ; I I ~ . ,150, ,452, ,lS4, 157, 1.59, I62 e l7i) l. 

I'clo clue respeit:~ 1iberd:lcle de imprensa, o projecto 

eslal,clct:ia um tr.ibu/ 1111 

conerlia~~o das partes. n Esta concilia@a, rlizia, por exentiilo, FER- 

NnsnRs Tr+nwnz, ri Irna para II~I parocl~i), para llln sart:rllotrj parnrrn 

bispo, a fim de persuad~r a paz entre os e~dadaos, 

paix ~rm jtcis, ?Go 

~bepevlnwcf!. Ao julz perlence o jolgnr, c naria Ilinls D. Rrla ~{IIIIIZ~, 

coma resulta do texto, 1150 vrngou; e os jluzes de paz foram recoobeeiilos 

pelas chrtes clc 1821-18'22, er~~hora nBo 1ic:~sscm cntR,cr const~~ulodo 

iurra magistratnra a parte. Vej, o c~t. Dtclr,io, vol. v, p. 140 e gegg.

A constilrtip?io permittia aioda, nas eausas clveis e nas 

crirninaes c~~ilmente inlentatlas, ;l escoll~a ~le jui~es~~big~m~ 

clue as clecirl~saenl (arl. 194); e decl,traEc llavcria 

jzizzrs dc f~cro ou jz~rarlos, n5o si) [lal-a conl~ecere~n dos 

dcliclos cle abuso de libertlade de imprensa, eonlo j6 esldva 

delcl.rnin:ldo ua lei rle 12 do julho cle 1821, mas, em geral, 

l,ara as cansas civcis e crimes, nos casos e pelo modo que 

09 ror1igc)s tleter~~~iuassem. Esses - ~nrados seriarr~ eleitos 

rlirect;~menle pr~ln povo, e profeririam decis2o irrc~ogavel, 

de qno nnnra caJeria a rerisla, e de clue so poderia 

recorrer-se pnra ,I competente relac20 corn o fim clc ella 

m;lnllnr toinar novo conhecia~ento e tlecislo no lnesmo 

on err] tlivu~~so cunsclho de juizcs de facto (artt. 178, 489 

c 102). 

Albm cl'lsso a constitui~lo mandnva nornear pelas cBrtes 

urn r~,ibzltrrrl ~'sprcinl para proteger a liherba~le (le imprensa 

:snv-... , . 

e col~il~ir. os ~lcliclos rcsultantes clo set, nhtlso, -tribunal 

clue ji fhra n~a~~datlo crear pcla Id c1e l";,l,e,iall~o de i82l, 

arlt. 60-63, e orgrnizar. pela de 25-cle junl~o de 1842 I,- 

1 E' cligl~a de 16r-se a eitada lei sobre liberdade de imyrensa de 12 

cle ,inllro de 1841, que se propoz ext~nguir no pais a censnra privia 

- 0 1iroj~clo ~l'essn lei fdrn apresentado na sesslo de 5 de fevereiro 

1'0' FHANCISCO So~nes FRANCO, que declarava tel-o em grande parte 

extrahido do d~plon~a que reccnle~nente f6rn pro~liulgado em Hespnnlln 

sol~re esse nssilrnpto A d~scussiio oomccuu t.ln 3 de marro c fo~ conelnitla 

pol 29 [Is nlalo -1'ela le~ fo~ divitiido do coi~l~r~rnle e ~lhas 

(eo~nl~rel~e~~tliilns as de Cabo Verile) en? distrlctos dr juratlos, ex11 cxda 

urn ~los quacs iunec~onavau~ dois const.ll~us tlc juizes tlo facto, um de 

nore e outrn ~lc clozc n~c~~nbros, us quac. julg:rvall~ elit ~u~ica inslnnc~a 

todos os (leliclns rlc irnp~.cnsn.--Esses cooselhos ficavam soliorrl~nados 

no rr.sl~ru~nl P~~~I~CLII~, ~ L I R t~nl~n por I~ISS%I. n) tonlar coohec~mento dos 

processes julgfi~lr~s ~v~los toonfielllns, rln~n(lo argli~rlos de null~rlnde, ou 

c~~ntirln SF ~IIP~:LSSP qne o j111z II~O applicnra a pella correspondente; 

I,) prok~fir ns rbiles cou~ o seu informe todns 3s duvldas respe~tantes 

A. nhsrrvnnci;~ tlas lcis de imprensa; c) apresentar ao parlamento, no 

principio rle carla legislatura, ulna exposipao do estado da I~berdade 

dc iniprensn, dos ol~stxccllos R remover, e dos abnsos a renrerl~ar. - 

Conf. os decretos e lais, que, em cxedugjio oo desenvolvinlento 

ORGAYIZAQ.~ DA .lUSTIcA REAL , 1h9 

ordenando, porem, a constilui~5o que no Brazil se insti- 

tuisse urn tribunal semell~ante j. 

As cbrtes constiluintes tinliam o proposito de melhorar 

effica~meute a rlossa desgra~ada organlsd~go judielar~a. 

Ainda antes de ser decrelada a c:oost~tui~io, e de harmonia 

com o art. II das suas bases foi promulgndaMA,dcr 

I4 "cle. julho de ?82% que prete~llleu realisar a extlnepIo 

70s privilegios pessodes do fbro em ~legocios civis ou cri- \ 

minaes, e bem assin1 de todos os joizos privativos corlce 

didos a pessoas, corpora~iles, e1;rssps ou terras corn 

jarisdic~Zo rc~ntenciosa nu civ~l 

1130 sO+das magislratgras-pr~gjivas, mas ainda [la propria 

j usti~a scnhorial. 

As cbrtes, alem d'isso, cni~l~~rnm de ,lpressar os trnbd 

Ihos relalivos a divisio territorial 2, e cle estuclar a orgai 

(art. 1). Era a SI~E~ES~Q~ 

d'aquella lei, forarn publicndos sobre l~berdade de imprensa Tats s50 

os de 30 de jane~ro, '25 rle junho e 21 de ootuhro de 1822 Vej os 

cit. Docu~neiztos para. a hisl~rin das edvtes, vol. 1, p. 218-226, 468, 

328-329 e 4&1-443. 

1 Anteriormer~te a promulga(;in (la constitui$%o, D. L'E~JR~, prirlcipe 

reger~te do Rmzil, torna1.a algurnas provrdencins acerca da Eoru~a de 

julgar os abusos cla l~berilade de lmprensa n'aquella nossa possessXo. 

0 respeetivo deereto f6ra exped~dr~ corn dala de 18 de junho do 1822 

e continha dtspos~pbes curiosas: 0 eorregedor do crllne no Rio de 

Janelro e o ouvldor em cada uma das out1.a~ provineins non~eariam, 

nos casos oceoirentes, e a reqneri~nento do procurador da corSa e 

fazenda, que seria o promotor e fiscal de taes del~ctos, 24 eidadZos 

eseoiiirdos d'entre os hoi~ie~ls bolts, honrndos i7iteJligentcs e patrtolos, os 

qnaes serlam jtctzes de fircio para coulrece~am [la crilr~inal~dade dos 

escriptos abns~vos Us reus podcrlam recusar 16 (10s nocneatlos, 

procedendo os 8 restanles ao exame, conlieeinre~~to e averiguncxo (lo 

faeto, ~ccommodnndo-se sernpre as fornras mals llberaes e atln~itlrndo-se 

o mu d justa rlei'eza, conlo de razfiu, necessidade e uso. Delermrnada 

a existencla 11s GII~P:~, o juiz Inlporla a pena, ~eguinndo-se, njo 

pelas lets antlgas, que pram niu~to durns c irnprbprtas, Inas pelos 

artt. 1% e 13 !la Is1 da met~ropole de 12 de julho tle 18'21. NBo haperla 

appellayXo. 

2 Dtavto das cdrtes cit. vol I, p. 152, 296 e 2117.

nisnciio tlas novas rela~6es e oatros [~onto~ altinelltes A 

ortleln jntlicial, como se ve [lo projecto de

senleupas pcla jnstipa, qua~~do n5o l~ouvesse parte qoe 

acl:nsitdse oe rerjlleresse ; c - 4) xdlctc~Ea~drms,,Ja ,j~~;tiia:~ 

qnc, nos mesmos tribunaes, e sob as ordens immediatas 

tlos promolo~.es, requereriam e sollicitariam a expedi~3o 

de t,otlns os processes rjue por parte (la j~lsti~a se 

tl.;irtassem, e ~~rincipalmenle os livrnmeatos clos reus 

~II;IIII~O ella fossc accus:~dora (artt. 4, 75, 76, 78, 79, 80 

e 85). 

Teriarn estas cliversns providencias vigoraclo no menos 

d~rrarite o tempo necessario para clue sc comecasse a nova 

orgi1nisac9o ji~tiicial acloptada r~ela ccnlstituieio de if3227 

De nerrhnm modo. As clisposi$5es cla lei de ("Le noverr~bro 

d podinn1 comecar a vigorar quando estivessem installadas 

:is novas relaekes (art. 108); e a contra-revcjlu~8o absolutisla, 

- ane, minando ha muito tempo o edificio mal-segurSo 

do coastiiuciorlalismo, afi~~al se deelarou, emzv!k,*?$,o 

de 1823, em toda a sua ~ludez e com aberto e formal 

1~'oposilo de destruir toda a obra de 1820, - impecliu 

' 

que se fizesse qualquer coisa em tal sentido e mesmo que 

se r:oncloisse pralicamenlc a divisBo judicial do territorio, 

base indispellsavel do estabelecimento d'essas relaflcs. 

0s ~nembros das cbrtes cuustitnintes receberam uma 

lic8o cr~iel. A sua longaminidade para corn os represeutanles 

dn vellro regimen ia ser-ltics f~~nesta. A sua obra ia ser 

loda desrc:ita ou inutilisada. 0 que estava para se fazer 

11ao se fez; o r4ue so tinha j3 effectuado foi destrnido. 

Assim, as-disyosi~iies relativas a organisae2o de tribunaes 

especiaes para o julgame~ito e puni~2o clos abusos de 

liherdade de irnprensa foram revogadas pelo decreto de 12 

de j~rnho do 1883, quc restabeleceu a-censura previ?, 

creilndo provisoriamente cm Lisboa uma commiss2o com- 

1w5ta cle cinco membros, c incnmbida de celzstirw, de 

hnrn~o~zin covn principios da veligicio e'da moral, os perlodicns, 

anuuncios, proclama~6es e folhetos que tivessem at6 

3 folhas dc papel de impressxo, - censura que na provi~icia 

ORGANIZAQ~O DA JUSTIGA REAL 4 $3 

devia ser exercida por commiss6es de tres membros, estabelecldas 

nas terras em que houvesse impensas, - e fixando 

a pena de 3 mezes de prisZo e 6008000 rAis de mnlt,a para 

os ayctores, editores e impressores, que, sem apl)rova~$o 

par escriplo de (101s membros, ao meoos, das ditas comrnissijes, 

publicassem e ~rnpr~rnissem qnalquer dos menao- 

~lados escriptos. -E co~rng~~~gp~~gr~~o~.f~ziam 

puQlicar 

no eatrangeiro jornaes e folhetos affectos ,I causa liberal, 

rernettendo-os e divulgando-os pelo palz, o goveriio absolut~sta 

expeiliu o decreto de 43 cle ~~ovembro de 18% em 

-.r-,r*aa)l, 5 * ,n*NININI --4 

que se [>robilila a assigrlatura d'esses impressos e se 

ordeuava, para a hypothese de eventualmeate serem recebiilos, 

a sua entrega immediata ao iute~idente geral de 

policia ou seus agentes, sob pena cle ' Inezes cle prisao e 

4808000 reis de multa. Esta era dada ao denunciante, sc 

o houvesse; e para que n3o faltassem os espiijes, declaraw-se 

complace~llemente que cis de~zzd~zcias sertalrt tomadas 

em seql-edo, e o nonas do de~zzazcicozts sdn~cnle seria calrhecido 

qnando elk por escripto assi~n o pev~izittisse. 

Havia, porem, ainda uma saida : o -docreto dc 12 de 

junho so falava em escriptos ate 3 foIha~I,e~~~,mpresslo ; 

n8o scria possivel publicar, no paiz, sen1 dependencia ile 

ceostira, livros que atacassem o regimen absoluto? Era ; 

e porisso se expedm u decreto de_e& InrnLfo de 18F4, em 

que ~OI restabeiecida a auctoridade, quc, por Ici dc 17 de 

dezembro de 1794, se tnlha ~onferld0 aos bispos e hme$a 

-? ---- 

do desembargo do pace para a censura dos l~vros e olitros 

&criptos-de mas tle 3 folbas de inipressSo, ccuslira qrie 

deveria continuar a scr feita pelas regras do alvari~le 30 

de julbo de 1795, embora sem o concurso do salito officio, 

que jA 1180 existia. 

Nao se restabeleceu, porem, apcnas a ccnsnra. As commissaes 

especiaes nas causas clve~s e crimes, laes corn01 

devassas, al~aclas, etc., foram mantirlas. 0s proprios previlegios 

jurisdiccio~laes foram, cm partc, restaurados. 0 

anligo regimen voltou com todas as slias trevas, agora 

20

11111ito nr:~is i~~lolcrnveis rlcsrlc clue se linl~a cnlrcrrislo rim, 

rain, c~mlrora frousu, cle UuriI ln~. 

43. Blal'onsns (la or!la~liza$io jrrdiciaria sc!jnn~lo a cart2 

ce~tslil~lvio~r~l. Tilti:~ gernl 110s grojacll~s rcgsli1111rcs 1;1 carla. -- 

Coin :I nror.lc ~le 1). 3oAo V1 em 10 de rnnrco dc 1826 

ilcri:~ s~rc~:i~~lel* nn ciirle tlr. Purlngal D. I'EDN~ IV, cine 

rlosilc Ti tle novembro clu aunu 11rer:edeute era imperntlor 

(lo Ilr.;~zil. I

A carta foi jurada. Fizeram-se 3s elei~bes para a camnra 

clos ileputados. Em outltbro cle 1896 constiluio-se o parlameutn, 

nomeantlo-se, em 7 de novemhro, llma commissiio 

incnmbida de inilicar os artigos da carla coilslil~~cio~~al 

c11,ja cxccnp5o cstcja clcpc~i~lellte dc leis regulamentares, e 

rle inilicnr rlnaos sejam tl'eslas leis as tie que se necessita 

corn mnis urgericia )). - 0 parecer d'essa commiss2u Tui 

aprcs~:ulatlo em sess3o dc ?7 de novembro. Dizia, sob o 

pontrr rle visla qne nos interessa, q11e era mister r~guln- 

menlar nrgc~itemenle os seguintes logares [la carta : a art. 

41, 8% 1 e 2 ILci dc rcgilllcr~lo da camnra clos pares 

como tl.~l)uoal cle jt~sti~a; artt 118 e 120: Lei (la organiza~lo 

dos ju~,ados c j~lizes dl: prirneit-a instarrc~a ; art. 225 : 

Lci (la organizaf90 c regtmellto clas relqijes, que h5o de 

j111gar e segnnc-la instancia, art. 120: Lei cle regirnentn 

110s j~iizes cle paz e dos juizos conciliatorios ; art. 130 : 

Lei ile rcgiiueuto ilo suprelno trlbuoal ile justi~a e Lei da 

divislo ji~ilirial (lo territorio ; art. 145 : Lei rcpresslva 

(10s nbnsos da liberdncle de imprensa s. 

A proposito tl'eslas leis regola~nentares fazia a cnmm1ss5o 

o proccsso da orpa~li~a@o judicial do aoligo 

rcgirncn. Enccud~a, e corn r&o, clue, se o corpo da 

magislr,~tnra era ;~quelle qne mainr ma1 tinhs feito ao 

rei~io, cra Latrlbem o clue ~nais cruelmeute tioha sido 

cal~unui;trlo, a 0s portugnezes teem grande secle de justica ; 

mas rlcvcmos confessar que a ma arlminislra~Zo il'esta 

nun1 procede da corrupC8o ild classe em mass:), nern 

meslno (la prevarica~3o dos inclividnos exclusivamcntc n. 

Ilavii~ magistr,ltlos hons P, malls : e era para admirar. que 

o ilntnero tl'estes ngo fosse superiur, visbs os poderosos 

- . 

r.~~~~~ul~rl.iv:~~ncn~~h 

c1311surossc.ill 

CS~~CI~~I~IFII~P perindic,os 

e foll~ns volantes, boslolldo o dtspncho tle uni rl'elles para poller verific:~.r-sc 

n i1111iross~Zo (JJocu~t?~e~~los ait , vol. 11, 11. 206). Cnnf. o dec dc 

2%-set.-1826, que se destinoii a colul~ir os abusos dos pregses cle 

jornnes, etc. (Doc~~ntestos eit., vol. 11, p. 23%). 

lo~l:ls :I$ ol~r:~~, 

estimulos que as institni~bcs jndiciarias Ibes orfereciam 

para prevaricarem. Assim, em primeil'o logar, elles Linham 

a certeza cl;l impnidade, assegnrade 116 facto pela viciosa 

orgalliza~5o dos trihunaes qlle os devjam jalgar, e cle 

ilireito, au menos para os desernbargadores, pelo assertto 

de 16 rle juobo de 1813. Depois, a lei dc 1769, q ~ dava ~ c 

a boa razlao. isto 6, o arb it^-io ile cada um, eomojnl~rema 

-" ,,,. ~~~ ., 

regra de julgar, 11ao poilia deixar (16 ser peroicioaa ern 

iummo grau. Alcm d'isso: o podel. iliscricionario concedido 

ans desernba~,gadores para a irnposiG50 rle penas ; o porler 

collossal coircetl~rlo aos jnizes de fhra ; a mohilidntle tip: 

todos os togares tl.ieuoaes; as difficultla~lcseetcruas dcloog:~s 

para nova despacho; a certeza ile qoe o meio mais segu1.o 

pat,a ser de novo enq~rcgado era o llilll~eiro e as protec~Ges; 

e, n'nma palavra, a servil depencleucia cni que o m;~gis- 

trado esiava de todas'as g~.and~sahcto~i'ijades ;- corn esta 

.,""., - ' 

situa~go cotoo poderra a justi~a ser geralmente atlminis- 

Irada com imparci~lidade? 

h carta coostitueional, dizia coln jubilo a commiss50, ., 

fixava felizmente as regras para se evilnrem ctc future 

tqntos males. A iodepe!~dencia do potle~ jnilicial, a i!~arnov!bilidade 

dos magislrados e-a respoiisabilidade de todos os 

funccionarios ptiblicos ernm as rnell~orcs garaolias da 

impartial adrninistrac;%o da justi~a ; e+*a+,.i,nslituii$o, tlqs,, 

fu~;gdos, lias cansas crimes acabaria ilr? garantir a segu- 

ranca individual, especialniente q~raudo, pela forrna~go (10s 

novos coclig-os, se tivesse feito desappal.ecer torla a ir~ccrleza 

rla IegislacHn e fechado as portas i arhitrnrierlade. E' 

preciso uolar yue a curnn~issiio niu propoolla os jal.atlos 

paraas causas civeis, apezar das termillantes disposi~fics 

da carta. Jolgava m~iito remoto ainda o f,ompo em que 

poderiam e deveriam ser estabelecidos. 

Enlfim a commissao pedia. corn loclu a urgeocia, uma ., 

Isi de impreosa: (( e nerxssario qlie cesse este estarlo 

provisorio ; a opzuilio ptiblz'ca e5k.i n~nz~~~uila pelo co7rzrniss6u 

de censurn; e os escriptos, que se publicam, pela maior

(sc!ss3n do 23 de. novl!ri~l)ro) lltrla ~)rcl])osl~;i II;~I';I IIIII! so 

or*g;i~~is:lssc! ~II:~III~I ;~rltt!s rzm lir,c!jeclo, I~:~sc:itl~~ nns rll!ss;ls 

alltigas Il!is rr.in~i~t:rr%s r! ~ta ~>rati(::~ (1:)s n:ri.iir:s 

' 

innis cuIt,~s, 

r, tlestilrnrlo 11 re~t~l;~r. o i~lotlo rle ;r c.ilnt:rrn 1111s 11:1rt~s 

~IIIICC,~~III~C co111i) tr11)111i;1l III! ,~IIs!,~?;I. A l~r~q,~t)st:# I'11i ;1(1111it,litla, 

(! ellc 11~111)rio olT~!r~ti*~j~~, IW SI~SS~I) (It! I\(> I\ILZOIII- 

I)Iu, (1111 11ro,j[lt*lo II(: Ici I~'I!SSI: so~~ti~lt>. 0 l~r~i,j~~~~lo ft~i 

rt:rnetli~lo 1.o1111niss511, (111t: :I~~I!SI>II~,IIII, ~1x1 S(YS:IO 111, I!) 

de ,iat~ei~o IIO Iw7, II SL>II J~;II,I~~C~ ?IIIII~~II~III~O ~I*I;I ii111r1liorf,1111i11:1iI(~ 

(11) l~ro,j~!ct(~, I~!SII~I,IIJIO 0;i IICI~I~SS~II;III~; (11: 

ft1rrn111:ir :II~S 110 f,11tlt1 :I 11>i II:I ~~~:~~j~~t~s:~l~ili~li~ 

OIJS 

rxtitrisfros 11 n~)ns~!lllcirc~s tic! eslatlo, scrn a i111:11 1130 ~ io~lt~r~i:~ 

~I:IV!;I. III~II~~I~J 

I1yiti111a II~I rt?gi~l;ir 110 j~~ixo I~I*~~II~II:I~ (]:I 

c;inrnrn (10s [)arcs. 0 pa~,ct~i~r o o ~,~'t!jt:clo I'III.;IIII rturilo 

tlisrtll.i~los II:I nlexrrla sc:ss511, f';~xcl~~~lri-sc!, :I pr~~posilo, 

r+>fcrctl~iils t:i~ritis:~s :I Itti 111s II~s~II~IIS~~~I~~~I~;~I~I: 

ir~ii~is\~*ri;il~ 

I[III> .i:i ITI~~~I) SI? II~I,;I:I~:~I~;I iirg(~~~tissi~~~:~, I> IIII~>, III(I;IV~;I, 

air~tl;~ I\i),jo 115o tt?t~los. lbor f1t11 o 1!:1r(~~er Poi :I~I~II~IIY:~I~I~ t. 

llultal:~llto, :r ~::II~I~II';I i~ll;~ \.i;~-st: s~"~~;IIII~~II~I! ~*III~~:I~:II~:II~:I. 

Urn t\t~j~11li1110 L~IIII~I tit! SI!I, j~iIg:~tlo ,II*~I~I-II 1~111-tt) I)I*:IZI,, 

C tllil lI3l! t1~t;1l'i1 ~1illi~:t ~ l ; l ~ ~ i ~ [l:lr':l i ~ ~ ~IIII~~!I~ 

l ~ ~ : t I*IJ~ISIII!~II.-SI~ 

erii trll~orlal rlr jllsli~n. I'orissu a ti1csut;r ~o~illliisbi~~ (j111: 

srtf~st'i~etera cj [131.~(:cr ~I:VC dt: iI/Il't:Si:~Il,;l$ A i:o~~si~lt\l':~~,:aO 

dos cl)lIcg:~s, rrlr so.;~Wo (It, !I tic? litvcrttiro. UIII i~ovo 1)l.o- 

jevto tle Ici larnball si~ rr~,lniivct ;i or'tli!ln tltr j~~izo 

catllarii lov via sc!gllir qti:~~rtio sr: consiiluissc c3ru tr.il)~~i~al 

tle jtlsti~a. ICsse l)l'~!i(?~to foi Iilrgain(!l~te ~liscilli(l~ II:I SI~SS~O 

tie 1'1, sc;irdo rc,gr~l:~tio 1,clos ~rsl:s~i~c~s fiir~~l;~~nci,~~t,~~s ))or 

I~IIC a

160 HIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCEIHA EI)OCHA 

que o bra o anterior, mas resolvendo-se discutir e approvar 

de11tl.o de poucos dias um projecto exclusivamente 

respeitanle 4 ~Iisposi~Io e arranjo d: sala e a distribui~2o 

dos pares na occasi3o em que Livesse de celebsar-se o 

proximo julgamento. E assi~n succedet~. Logo em 19' 

foram apresentadas, rliscutidas e.apprgv:ldas as (( instruc- 

CGes provisorias redigidas em artigos para formarem urn 

adilitarnento ao regimento interno, e yue deviam servir de 

itorma para quando a camara se formasse em tribunal de 

justica D. Depois, na sass20 de 26, ainda se discutiri se 

os bispos, vlsta a sua situa~lo, deviam on niio assist~r ao 

processo e julgamcuto, o emfim, no d~&~~~;ac$o~,,,dg 

2827, a camara dos pares constituin-se pela primeira rrcz 

entre 116s como juizo crimillal especialissimo. 

46. Tral~all~os Qcorcs dos lribuorcs de recurso. --Mas nem 

so d'ests, tr~bunal de excepqIo se occuparam as citrtes de 

4826-1828. Ellas tsataram ainda, e sob mais d'um aspecto, 

das magistraturas geraes ou commuas. 

Em favor da organisa~so e iilstallaq5o do snpremo tribil~~al 

de justi~a apresentou uma proposta na sessIo da 

camara dos pares de 23 .. _de -.. novembro - . de i82G o CONDE 

DA CUNIIA, que desejava se acabasse com o B inutil des: 

embargo do pace, que exercia attribui~fies contririas a 

casta, e que unicamente servia para augmentar dependenclencias, 

embara~os e despezas, pond0 em pratica uma 

auctoridade rnaior que a real n, 

Apezar d'esta bem fundada mstaocla, a camara hereditaria 

n3o se occupou do supremo tribunal; e a propria 

camara clos deputados, - que alias t~nha em 20 dr: dezembro 

de 4826, nomeado, para formular o projecto de 

lei contendo o regimento d'esse tribunal, urna cornmiss50 

composta cle AN~ONIO CANELLO FORCES 

A~rolvro DE AGUIAR e JOAQUIM JOSI? DIT QUEIROZ, - ella 

mesmo atravessou todas as sess6es da legislatura sem 

DE PINA, JOAQUIM 

vhr apparecel- tal projecto, e sem tomar qualquer resolucio 

ou providencia acerca do supremo tribunal de jnstica. 

0 mesmo nZo aconteceu corn as r.elac;Ges. A commissSo 

incnmbida de redigir o respecliro project0 era formada 

pel0~ deputados Flc~~crsco MANUEL GRAVITO, JOSI? CAE'TANO 

Dl$ PAIVA ~ '~REIRA e ANTONIO VIEIHA TOVAR DL' AI.RIIQUEH- 

QUE, quo eonseguirarn apresentar nm born trahalho na 

sess2o de 17 de marpo tle 1827. Por essc projecto, cuja 

fonte era manifestamente a lei de 12 tle ~lovembro de jS22,, 

haveria - no contineote do reino, seis Ll.ibunaes,Je se,g!r~da 

Cnu.WY' I, 

, 

instancia, corn sedes em Lishoa, Porto, Mirandella, Vizeu, 

Evora e Loule, e-nas ilhas adjacrntes, cluas, corn sedes 

no Funchal (para a Madeira e Porto Santo) e em Angra 

(para os A~ores). Essas relaeBes seriam totlas eguaes em 

gradua~Io e Leriam a al~ada civel de 9008000 rCis nos 

bens rnoveis e de 71106000 rAis nos de raiz, e a alpada 

crime correspondente 5 pena de cinco annos de dcgl*etlo ' 

para fora do c~ntioente ou 8 multa de SOOfiU00 reis. 

Sbmente, pois, acima d'essas qnautias ou peuas e qlle 

poderia recorrer-se cle revista para o sliplemo tribunal de 

juslipa (artt. 1, 4 e 10). 

0 diploma accrescentava que as rel8~Ges conheceriam,' 

por meio do recurso de appella~ld, de todas as senten~as 

civeis proferidas nos juizos de primeira instancia, qnando 

a causa tivesse valor cxcedente a G01X000 rkis nos hens 

rnoveis ou a 1.8d000 rdis nos de raiz, e ainda das senten- 

Gas criminaes em que honvesse qualquer pena nHo pecu- 

niaria ou em que esta excedesse a 1%8;000 reis (art. 32); 

-D'esta maneira os auctores do decreto deixavam tambem 

fixadas,as al~adas dos juizes de direito de primeira instancia, 

como ja tinha tambem feito, ernbora corn menos 

amplidzo, a citada lei de I2 de novembro de 1822. 

0 projecto tillha alguus defeitos, mesmo para o tempo 

em que era elaborado, taes como o de reduzir todos os 

recursos e ate contra estes dois defeitos, como contra 

outros menores, se pronundou, corn voto em separado, o 

21

--- ~ 

sIfi9 IXIST. DO OnOAN. JlJDlC. POIl'l'. NA TERCEIRA EPOCHA 

- 

--- 

depntaclo AN ro~o VIEIRA TOVAR. -Mas, em todo o caso, 

ern susc,ept~vel de melho~'amentos pela discusslo, se a ella 

tivesse siilo subineltido '. 

1 Foi o que expressamenti: dcmonslrou o deputado BORGES CAR- 

NEIRO na srsrno de 2:) de ~xneiro de 1898 . Scndo forposo, d~zia elle, 

de~l~or.n~~-sc :ti~r~l:l :L J'onda~9o e regula1ne111.0 rlas novas rel:r$bes, eonve~ll 

As parks P i jnsli~n que nas duas ora ex16lentc.s sr, ntaliieln 

qu:~~~to antes as granil~:s c notbrias irregularirlades que n'ellas kin, o 

(IIIF, lan~he~n sc confor~na con^ o ~uell~or rnetbodo de reformar, que B 

fazcl-o grndualnientc 1, - Segula-ss a cr~umerapdo das irregularlclades, 

que co~~s~slim nn iletnora clesnecessaria, na ma rlislr~bui~~o [lo servi~o 

por tal forma clue s13 urn terpo (10s dese~l~bargadores lrnhalhavam, no 

d~rrilo de o presitlc~rte lionrear juizes atljunctos para as causas c ~ve~s 

e crin~es, na falla de inot~vos on funclanrentos clos accordaos qi~ando 

corrl elks araln t:onTtrwatlns as scntcnps de pru~~eira ~nstancia, etc.- 

Depois U~IR~ES (~HNEIRO n~ostrava (~ue estes d~vsrsos rlefeitos se 

remediarau~ cn~ grande parle coln a execupgo clos cap~tulos 8." e 9." 

do projecto c~lililo IIU lexto, e porisso requeria qne ellcs enlrasseil~ 

i~~iiilediata~nenle em c\iscuss%o, a c que da sua materia com os additanie~itos 

c n~otlifiea~des convenientes se formnsse unla lei, reservando-se 

os olllI'03 caprlulos para quando se houvessem de fuurlar as novas 

relapdes 1, - 0 petlido ern justo. nias inopportuno: as caolaras nXo 

lrllllanl sequer trmpo para cnidar (10s ~regocios polltieos, e mez e nleio 

mais Inrile eran~ d~ssolvidas sern teren~ chegado a tur~la~ qoalquer provide~~c~ia 

n. hl respeito. 

- Aeerca. dr, rccl~rsos e tle outros terrnos do proccsso a elle eon- 

cernentes convem dizer LIP,, 118 caniara dos pares, o CONDE DA CITNHA 

propoz, en1 16 de maqo do 1827, tl~versas providencias destinadas a 

rrmtvliar alguris abusos. As c6rtes n8o conhecrrsm de taes indicapdes. 

E at0 snccedeu que, - tendo-se levantatlo dovitlas sobre se as facol- 

datles concerl~rlaa ao poder executive pelo ant~go direito a resprito das 

rcvistns de grqn rs~~errnlissin~a tinham ou nao cessado em presenca da 

carla conslitncional, - as camaras volarain e o governo expediu a 

cnrla de lei Je 18 de abril de 1827, nn qual, por assini dizer, quasi se 

sanccionon o vell~o regimen sohre recorsos, ao decidir-se o seguinle: 

r 0 poder execul~vo, en~quanto se 1380 pnbiicar a lei regulam~ntar 

para execurao do 5 I do arl. 191 do carta const~tuc~onal, pode coneeder 

ns revistas denominadas de granpa espec~aliss~ma, nos ter~nos tla 

lei de 3 de novenibro de 1768 )). 

ORGANIZAQ~O DA JUSTIQA REAL ,163 

46. Trahalllos relativos 20s jerndts, juiecs de paz e de 

clircito e minisleriu publico. - Acerca dos jurados e dos juizes 

em primeira instaucia apresentou o depulaclo JUA(IUII+I 

ANTONIO DE MAGALHAES, na sessso de ,I3 de fevereiro de 

1847, as bases d'um projecto. NJo eram muito viaveis as 

suas ideias. JB ahi apparecia a dualiclade que por algum 

tempo se maoteve nas nossas leis, de ____ jury para a pror~u~~cia 

"," .' - - -- 

e "jury pa1.a a senten~a ; - determinando-se, alem d'isso, 

que o primeiro existiria em -___., eada m_ll._..-l dois~,c?~~celh?s. 

,.._ ao 

passo que q segunclo cxistiria onde houvcssc juizes fie 

.' " ,& 

bases estabeleciarn : jn&gS!xiz encarreg:~dos de pequeoas 

attribui@ies civis e da parte sllmmaria e preparatoria (10s 

processos criminaes ; e ,,vv-s.+...r juizes ,,,"b."-3A.e+b. rle direito de primeira instancia, 

que em certas epochas do anno se jur~tariam por 

grupos de tres e percorreriam os termos a fim de, corn o 

concurso dos jurados, decitlirem as causas criminaes. 

Emfim, no tocar~t ko, as bases creavam, 

em cada comarca, urn promotor de justiea ou accusador 

publico, e, em cada termo, u,m procurador (la corba. 

. A este ultimoXs@Tt"d, o projecto sobre a reiorma provisoria 

da ordem do juizo nos feitos crinies, apreselitado 

por Josli. A;uro;u~o GUERRE~R~ na sesslo dacamara dos 

depntados de 7 de janeiro de 4825. hem como o rlne a 

cornmiss30 Ihe substituiu cm data de 4 dc fevereiro, dcter 

mil~avam que em todas as terras em que houvesse juizes 

letrados funccionariam um ou inais promotores de justica, 

amoviveis, aos qnaes competiria, na falta de parte, intentar 

e seguir todos os termos da accusaGIao criminal, e, havendo-a, 

ajudal-a, - podendo, n'uma ou n'outra qualidade. produzir,

teslemsnll;ts, coulra~lictnr as rlos sells, arrazoar a final e 

appcll:ir 11os casos em que Iio~~i~esse logar. 

Vk-se qlle a oecessidatle dv rrrinislerio pnhlico comu 

i~lslit~lii;%o reg~~li~r e norenlal se fazia pol- tudas as fbru~as 

senlir. a ,\ socierlatle, dizia I;r;ii~ir~erso nos ~Wolicos (la srla 

proposla, tem tanla necessidadi: ile garar~tir a Ilonra, vida 

e faze~rila tlos llolllens boneslos e ~irluosos, como de asse- 

gnr:~i. ;I p~~nii$o dus tlclioquctilcs : accosnr os infractores 

das leis peoucs (: uln importanlo clever do podsr executive 

011 iln ~)riblir:a a~lmi~lislr'a~io; [)o~.isso [lrel~olil~o (111s os 

l~,mni,li~r~?s sejnllr uolnea~lus pelo goverrlo, r, amoviueis a 

sell ;~rliilrio 11. - .4li:m ~l'isso, torlos estes [trojeclos e bases, 

nu u~lc:nlce tla lei de 22 tle nove111l)l.o tle 1822, pret,eudialn 

rlrg:~r~is:~r o nliliisterio pnl)lico junto de totlos ou quasi 

lodus us t~.il~nrlnes de jr1sti~:l. n ,\le ;I~III (1, dizia ainila o 

Ii,~llil ,j~~l~isi:~rr~sulto Gu~nnsriro 1, niio havia promotores 

se112u II;IS rcl;~~;fics ; [dw d'?slr/s os eso.ic8cls dos j~~~occssos 

/rlzrir~~l US SII(IS cczcs ; poreIn UIIS e uulros sbmcate inter- 

vi~~ll;im nos crinles leres ou nnclueiles cm qae se dava 

li\.rnrl~onto ortli~~:~rio, e n'esles mestnos slla ~nter~en~Zo 

cr;~ v$ e ociosa. Nos crimes geraes CIS juizes @ram a urn 

le~nlro julg;~dores c accusa(1o1.c~. . . Corn o quo proponllo 

~OIIYU ter. ,l;ltlo a esla institui~8o a iml~ortancia que deve 

ter., n ijnal seri rnaiur clr~ando se acallar a f1111es1a uoiso 

tla liolicis c~!m ;I jusli~a 118s mlos 110s magistrados u ?. 

47. '1'rnCalltos accvcn di~ tlivisiio judicial do co~ilil~e~lle e 

illlas. -Ui, exposlo jii results qlte os traballlus (la psimcira 

- - 

1 i\sslln 1111: i.l~:ll~~n\.a 

~ ) U ~ ~ I I J I ~ ~ vi11 I I ~ IV, U ~ , 11. 165 

2 05 111.11jf~d1os 

o R A N ~ ~ 

IIR Q CI.I.:WENTE 

nos seus clt 

de GUC~IIEIH~I e i1,1 comn~issdd piov~rlei~ziar.am sobrr 

toda :I ol.111~1n tlo proeesso cril~li~~al na psimeIra ~nstalrcia As snas 

tl1sposi$0cs e ns rei'erencias hlstosicas que, para as jusl~ficrr, GUEH~EIHO 

f;izin l~os c~lados ~Mot~vos, sao a~nda Iloje digrias de leitura meditada 

(l)or:u~r~e~llos c~t., vol. IV, p 9-16 c 163-168). 

legislatura posterior A carta 1130 eram destiluidos de impor- I 

tancia. Essa ideia, porCm, corrnbc~ra-se q11:lndo 1;ln~amos 

os olhos para as ter~tativas elil3o feilas par:] operar Itma 

co~lvelliel~te divisso do territorio sob o polllo de vista 

judicial. 

Logo nit sesslo de 30 tle riove~l~bro de 18%; o illnstre 

deputaclo ~I~EXANDIIE T=y MORALS SARRII~,N.I.O cllarnoli 

a atlenC3o da camara para a ~'econl~ecida necessidade de 

eifectuar a cc,dj~isao~.?os districlos com rela530 aos diffcrelrtes 

rarnos (la p~iblii;a adrnilristraC30, como base para ;I 

legislaclo acerca da organisac,%o admir~istraliva, n~m~icipal, 

jiulicial e cle fazentla 2 ; rnostrou one csse trabail~o. - 

r'lernantlando conl~ecirnenlos parbculares, ljue c;~~ln clrlal sir 

tinha, em reit?; i rkspeito d3 su3 regi90, -exigia, para 

ser levado a born turmu, a ulna cornnlissin espei:i;rl conposta 

de dois del~uta~los de cada tlma tlas proviocias, 

rromeantlu-se tres pels provinc,ia da Rei1.a em razlo (In 

exlcnsio do seu territorio n ; 0 --- concluii~ p o ~ tl~acr c111c a 

cornor~ss:~, tentlo regulacln ;I divisao (lo paiz em proriucias, 

cornareas, etc., clevia, Slocanli: & admir1islr;1c;30 da j~~sti~a. 

effecluar R a demarca~io d'arji~elles cor~~elhos ou termos qllc 

dcveriam formar os j~llgados de prirneira installcia, e tlcsigar 

o ilumero dos julgados e quaes d'elles deveriarn t:omprel~ender,-se 

deulro de c,ada tun dos districlus d;~s rela~aes proviociaes, 

declar.;~i~tlo ao nlesmo te,mpo o nuolero e localidatles 

ontle conviria estabclccer as referitlns relacijes r. 

Esta proposla roi disctrtidn na sess2o de 18 de dezembro, 

sendo aypoiada PII~ totlos os oradores na generi~lidi~tle, 

mas tlivergintln :IS opilliijes licercd do Ilurnero de nlembros 

da cornlnissHo e a respeito da ordem dos sells tsat)alllos. 

0 presirle~~te propoz conseguiutcme~lte diversos q~~esitos, 

decidirtdn-se (lire a cornmiss% rosse cornl)osta s6 ,jyirlcoa 

depulu?qs, norneados pcla mesa, e tine escolhessem elles 

as bases do scu estudo collforme entendessem. 

Em sess3o de 21 de dezembro foi cam effeito nomcada 

pela mesa a-cornmiss50 de divis8o de territorio, que ficoo

168 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. Nh TERGEIRA EPOCIIA 

parte sril e oeste tla provincia da Heira-Baixa e alguns 

coucelhos, corno Sines e S. Tlliago de Cacem, ao norte 

tln comsrca cie Oririrlnc, sbdc Lisboa ; 5." proviricia do 

Alemlejo, exceplo Ouriqoe, sedc Evora; e 6.' provincia do 

hlgarve com a quasi tnlalidatle da comarca de Oiriqoe, 

skcle Eoule. 

nelativamelrte as i~rovinc~as atlanticas e as de Asia e 

Afrrca, a commiss3o pr.opnnha que se esperasse pela chegada 

rlos respec1;vtls ri~'pl~latlos. At6 13 toda a deliberaq5o seria 

p~wt~atnr~. Em lodo o caso a cornmissio nso tinhn dirvirla 

em iudiear, qoanto a Cabo Verde, a sua ineorporac3o no 

dislliclo [la 1-etaqfio de Lishoa, e, quanto a Maderra, a sua 

conslitui~lo em dislricto a parte com rirna rela~Zo privativa 

11;r c:idade (to Fnnchal. 

Ibassando aos julgados, isto 8, aos dislrictos dos jnizes 

letrndns de prirneira instancia, a commisslo, depois de 

po~~tlerar que, em face iia carla, r13o porliam continuar a 

nxislir os districtos dos jnizes ordinarins, dizia qrie a 

snppress3o d'estes e a graode desegualdade qne eutlo Ilavia 

nos districtos dos juizes de fbra, c.aml)licada ainda mais 

yelos previlegios dos donatarios, tor~~avam indispensavc\ 

uma nova divisXo, qne podia talvez approximar-se da rlae, 

no comeco de 1823, se pretendera levar a effeito. 

I)osto isto, - e tcndo em att&n$io, por uma parte, as 

conveniencias dns povos, que exigram nm certo nrimero de 

julgatlos, . e, por oa11.a parte, nlo sS a vaatagem de reduzir 

- 

o nnmero dc jnizes a fim de poderem os subsisteutes ser 

lnelllor remunerildos sem sacriccio da fazenda publica ', 

1 llizia corn plerla jusliga a cornmiss$o: e Ss os gover~tos arbitrarios, 

cowl n tol~,'ovcin rfns nbu,ros, compeitsnrn a ypquenea tEos orde~iodos. os 

goverlros juslns, em que as aortoridarles s5o responsaveta, devem bem 

e po~rlual~r~e~rle pagar aos f~ince~onarios puhl~cos, lanto porque asslm 

c tlc josli~n, conin porque o prorn,pto e born pagnme*lto d Imto segura 

qarLivzliLa coulva oqftell~s abzuos, nns grcnes, de ovdinavio e ~izuilas vezes, 

mats da qiie n deprnvn~iLo, al,rnsla n necesszdnde u 

~RGANIZAQX~ DS JUSTlGA REAL 4 69 

mas a possibilidade de o fazer, I-esrllt;lnte, qier rlnq,-e$ah:_ 

lecjmenlo dos lurados, qae alliviariam os juizes de uma 

gra~ide parte (lo trabalho nil ordem dos processes, qlier 

da eleic;ao dus juizes de paz, qoe, co~lciliando as partes. 

evilarialn rnuitas qeestGes jutliciaes, - tendo tudo isto 

em vista, a co~~~rnissau prul)u~~lra o arre~~darr~ento demr~ilos 

jolgados, a suppressZo de, 58 !"a Ci:eag~.? do, 3,i, ficando 

/ "*. l.I - . lLu'- 

~oiisso o numelo de jnizes lelraclos, que -. erm,de 172, 

l~milado a 245. 

N3u se pronuuciava terminanlernerlte a commiss3o licerca 

da snb-divisso dos j~ilgatlol;. Enlreti~nto, (la leibr:~ de orit,ra 

pssagem do relatorio deprehenile-se rjne ella pensava na 

colloca~iio d'am LUIZ ,~le paz a frenle tlc cada um dos 

co~lcelhos em yue os j~ilgados se repartissem. 

0s qriesitos qne ac,ompanbam esta exposi~iio de itleias , 

1130 cbegaram seqner a ser discutidos, o que B lamenlavel, 

visto que o trahalho (la commissho tinha re.almente valor 

intrinsec,o. NXo que fosse isento de defeitos. Alguns tinha, . ',, " 

e graves, como o da n3o-cnrrespondencia entre a divisZo ' 

polilico-atlministraliva das prorioc~;~~ e a dos distrielos de . 

rela~ijes. Em Lroca, porkrn, tlnha o 111erilo de realisar a ' , 

fusgo de duas magist~aturas locaes do aritigo regime11 - 

. ~tj,correge~Iores e os juizes dg, bra. 

Expliquemo-nos. 8s corregedores hmccionalram, como k 

sahi-do, nas cornarcas ou correic;Ges, que erarrl agora 4.1 I. 

0s juizes de fora fullccio~~avarn em I72 jnlgaJos. - Uus 

e outros adrninistravarrl jusii~a em 1~reneir.a inst?,!~c;ia, ao 

: mesmo tempo que exerciarr~ ak_tri,bnic;6es administrativas. 

Simplesmeote, havia casos em que dos juizes de fora se 

appellava para os corregedores, e est,es tinllanl sempre, 

pelas sllas cor~.$:des, snpremaria snhre aqt~elles. De resto, 

as f$$~ad@nj~~~x~~&a~dos corregedores cram de maior 

irnportanc~a e, em certas epochas, de graode extenslo. 

1 Ao nanvro das cornarcas existentes em I820 juntara-se a rle 

Tentugal, creada de nova. 

22 

, , 

', ,

172 IIlSl'. DO OHGAN. JUDlC. POnT. NA TERCEIRA EPOCHA O~GANIZA$~U DB JUSTIGA REAL 173 

I':~ra este lim LINA LEITA~ regulava-se pela divisBo do 

, b.>,,a'a ~ , , 

ultr;~rnar Fm ~)roviacias. Cabo Verde e a costa fronteira 

(6iss;,n, Cilcheu, ctc.) formaria~n a pr~n~eira corn sua 

rel;l

49. l'ral~nll~os Bcerca tla inipiansa e dos tribunaes proprios 

Ilala jalgar os ~~csl~cctiros delictos. -Para terminarmos, sob 

o pontc~ rlc vista da admioistra~20 da jushca, P estudo das , 

rBl tes de 1826-IR28, resta nos f

punicao, qxar o grau maxirno, rnkdio o millimo dasqenas, 

o juiz proferiria a sentenya absoiutoria ou condemoatoria, 

nrrlcnanrlo, na prirneir;~ hypotl~ese, yue as custas fossem 

pagas pelo dcnnncianle on, -- na falta d'elle e seodo a 

r~ccllsa~iio i"19ili1 a retlner~mcnt,~ do prumolor da jr~sti~a on 

tlci sell delcgn~ln, - pela carnara n~rnlir:ipnl da sc~jc da 

rolnnrca, e, na segunila I~ypotliesc, que o reu soffresse 

as 11"tas (1.1 lei e uo grarl marcado pelus jurados, pagando 

as c~lst;ts o ilantlo aintln ilidern11isa1;3o ao offendido cj~la~ldo 

I~onvosse logar a ella (artt. 63-57 e 83-85). 

Das sentc~~~as nBo havel'ra recrlrso algum si~l~o o de 

a[~liell:lc:.3o llai-a a reld~2o cle districln nos segnintes dois 

casi~s : 4 .' eristinctu i~nlliclade oo processo por faltn das 

formalidaJes narca ad as na lci de impreusa ; "2;: 1180 teudo 

o juiz kilo a ap[)licar,lo dn pella corresl)onilcnte ao delict,o 

veriRcedn pelos juradus. E, se a reln~%o lulgasse que se 

lia~i;~n~ preteridu sulemnitlades, o juiz convocaria urn novo 

peqne~~ jjnry, que lomaria ~>uvamcute conhecimenlo da 

causa, decitlindo-a sem rcwrso algum ; e, se j~~lgasse que 

n pene 115o Mra hem applicada, a propria rel;~@o emendari:~ 

o e1.t.o da fi~rtnn rpe llle parecesse mais conforme a 

jrrstic:a (a rtt. 8:)-UO). 

Tnes eram as disposi~fics ~nais .imporlat~tes do projecto 

definitive sobre ah~isos de liberdade de imprensa, na parte 

relath a organizac;Bo dos tril~nnacs respectitrns. A disc11ss5o 

do projecto, prccedida cl'nma breve exposicfa do 

relatnr snbre os motiros e fuutrs dus preccitos de ~naior 

alcance, foi iniciada 110 din 3 dc janeiro e conti~jupu 

dl~raote alglrris dias, sell~lo sempre viva e tor~~antlo-se por 

vezes iuleressantc ou eruclita. Por desgrac;a, as at,ten@es 

do parlameolo voltaram-se para as dolorosas cil,cumstancias 

~~olilicas du paiz, e o projecto seguiu a sorte dc todos os 

ileruais : nBo cliegou a ser corivertitlo cm Ici l. 

1 (:o~~linuou, poi$, a vigorar ate a restnurn~lio do ahsolntismo o 

o d~crcto dc 18-ag.-18% coi11 o [zozso de 3.1 do nlesnio mea e as 

60. ReacGio absolotistr de 1828. Lucle cntre D. lllij~~ol o 

U. Pctlrn. ConslililifCio e processes 113 re!lencia. - D. Mrcrie~ 

tlesembal-cou em Bele~n e entron em Lisboa no ilia 21 de 

z~~st~ucg6es rle 20-jun.-1827, exp~il~ilas, como se vb (la data, jB depois 

de lerelll s~do'x~t~rse~rtailns a cntlial;i rlos deputatlos os projectos a qne 

nos rcfc~inios nos texlo E', de rrsl.0, o qua se dslluz do eo~lllreddo 

das ~nstr~ic~dcs: Nio se acllanilo aii~ila promnlgada a 1c1 rcpressiva 

dos abosos (la l~l~crdailc du loiprensa, sell1 a qual nXo pbJe ter csla 

toda a latilude deslgnada no 9' 3 30 art 1S.J da carta, e sendo ]la mais 

II~~PII~P n~~ess~clade provQr prompt~~nrr~te snbre nssllmptos ile tanta 

iu~porla~ic~a, e ile qlle n~u~to rlrper~lle a r,onsol~tla(..%o [Ins ~r~slltulpOes, 

cl~gnitlatle cia corila, liarmorua e boa ~~itellrgeiic~a cool as polel~c~as 

all~adas, repouso pdblico e r~spe~to devido as attr~boi$des dos poderes 

pol~ticos lnareadosnx luesma carla eonstitticronal . her por hem approvar 

as uistrocrdrs . . . sPgzr1,atPs: 1.' N;io se p~r~~~iltira a ~rnpressBo de 

esclipto algun~, err] clue se tractem on analysem assu'nptos cuja inlerpretapgo 

perleo~a escl~isivame~rte ao potl~r legrshtivo, ira conrcrm~dnde 

do C; 6 do art. 15 [la carlx. NBo se purmittlrd do mesmo lnodo a 

Impressso de qualquer cseripto em qoe se cantrovertarn as doutrinas 

estahele~idas no art. 92 . . . (la carta const~tuc~onnl 

.. :, ., 

11. 

Coino se ye, a ce~isui.a_contln~!$y~;~O poder apmar de constilucional, 

defendralse. Nno la o tempo azado para Iibet.tlailes de opln120. Nem 

pareila ter oCc@rrido ~ ste meio, t8o siinples e breve, (10 prestar ohe- 

' tl~pncia a carta, art. 1&R, 5 3 : restahel~cer provisoria~nente ale1 de 12 

de j11111o de 1841 Aselm. ao niesuln trnlpu r~ne rras ~:amaras seprocuratra 

faarr ulna lci lheral, ~noltla~~do-a pelas qne a Franpa dccrctara durnlrlc 

a revoll~pfio e pela que na Iilglaterra tioha ja dado bolls resultados, o 

govcrno r7tg:ava o procediolento dss cornm~ssdes de ceasurn e a111tla 

dos censore,~ collocatLos junto dos period~cos. F' (S~slo testernnl~ho o 

decreto de I7-ng -1827, demittindo estes censores par serer1 i~iir~~a~r~ente 

hranrlos e encarregando a mesa do c!~sksl~~rgo do p;~go 'le pro11Gr 

#C pessoas habeis e de soilcm)s, que tivessem como sen inais 

r~gol-oso dever o rnat~t~rei~~ as tloutrlnas conformes co111 a il~gl~irladt) 

da cords, rl!pooso pdbltcu, consnlidapao das inslitoipric~ e respeito 

ilcvido is auctor~dades c,onst~t~udas n. 

Sahe-SP o (jut! Tali1 resultou 0 4 rrovos CerIsores erarrl verdai(ei1.arnentp 

Crrozes. 0 redactor do C'l~~onzsta, ternri~~a~ido a publicapZo do 

jornal 110s fills de agosto de 1827, diz~a qoe as drfficulilarles da consura 

23

I78 IJlSl', DO OnGAX. JUDlC. PORT. Nr\ TERCClIlA EI'OC11A 

revereiro tle 1815. Virllla tomar conla {la regencia do reino 

c cscrcer a logar-tenencia ile clue seu irm3o D. PEDRO o 

llnvia cncarrcgarlo \)or rlecreto de 3 cle julho dc 1827. No 

$la %, per'aule as [ltlas camalas rennijas no lialac& da 

Ajuila e cum a assistencia d;l cbrle e ilo curpo cliylomalico, 

dissc, com a m4o direita sobre os santos evaogell-ros: (1 Juro 

fidclitlnilc ao sr. D. P~nno IV e I senhora I). MARIA 11, 

logitimos reis dc Portugal, c entregar o reino B ~ r . ~ 

17. M,\nr,\ I1 logo clue ella chcguc a maioridatle. Juro egualmente 

mauter a religifio catb~~lica, al~ostolica, romana e a 

i~~legrltlaile do rein0 ; oDae7~clnr. e faael. obarl vat- n colrsliLz~icio 

poli/i~a (la vz(1,rllo p0r.t~iy11e2a e ~~rcris leis do reitgo, e provRr 

ao I)em gernl rla ua@o qoaoto em mim couher r. 

avultavam din a dia. RZo bnstavn rovfnr . e1.a ~zecessa+,io stcbstilttir 

azilrl!~ os l)aloz>rns P os J)P?IS(I~C?I~OS rlo escvi~~tov IJCIUS ~~nluvvas e tdei~s 

qtiwrri~ri~lirua o cr~tsoi., iVZo liavin hoiiter,a de Gella qice qliiaesse csrl.earr 

ncsilii . . . - E' clue, oa verdade, o poder man~lestava-se reaccionario. 

As colll~rl~lns dos jorllaev perlollcenles ii opposrg*io liberal apparociam 

COIII os paragraphos l~~completos, rcticcricros, grnndes espaEos em 

l~raneo . . . Eli1 17 tie setemliro os redactores do Pol.L?rg?tea, ern qne se 

e ~'AULO MI~~OSI, 

cori~ava~~~ ALIIEIDA GAHRETT,"'LUIZ 

eram encerrados 

r?o Limoeirq. I'eln urestna epoclla eraill dern~ll~dos os uovos censores 

da Tvot~~bctn fitt(11, a~nda n%o st~ficienle~~~cnte rtgorosos. E lneaes 

dcpois, perantc ns cdltes, nm depntniln AATO,N~O Josh nE LIMA LEIT~O, 

decloraya quo x co~miti~~ss%o de censllra n5o sci o tinha prohibitlo ilc 

. it11l)ri1111r escl.iptos em politica da carla, lnas at6 me~ilorias sohle 

pr;itica dc ll~e~lici~la v. 

Nao l~avia dilvidas pnrn ninguem. o espirito do podcr era ja 

absolulisla. heslava qlle 1). M~GUEL vlesse dar corpo as tendencias 

go~ernativas e tlesenc:ideasse pelo paiz uirra rlietailura tlesp6tlca, sem 

yrecedi.nles na historia . . . 

(Aeercn dos factos e dociim~ntos citados no texto e referentes ao 

perto~lo de 1826-1828 deve~li ler-se, alemi (10s Dinvios das ressdes das 

cainai.tcs dus dejn~(r~dos e ~JR?.L'S 110% logares l.esp&ctivos, os cit. 1)oczruict~los, 

vol. 11, p. ORs"-:l!Iii, 467-'471, 801-502, 537-538, 63.L-633. G85- 

GBG, 669-665; rol. 111, p. 100-104, 123-131, 135-1'12, 21b217, 231-232, 

238-243, 250-931, 385-358, 323-327, 374.383, 420-421, 453-i67, 469- 

656, 329.339, i33-738, 851-8Gi, 876-8i7; e vol. IV, p. 6-44, 25-36, 

149-150, 16i-168 e 240. Conf. cit. vol, IV, p. 468 e 890-591). 

ORGANIZA~XO DA JUSTICA REAL 179 

E' conhecido .o modo singular como cste juramento foi 

cumprido. Depois da -. dissoluc20 (la cama1-a dos deputados, 

.. ~. - - 

effcctiiada ... em 13 ,- de mar~o:~~dissolu~io que foi recebida 

pelos-fsailes e cortezZos corn lumioarias, foguelcs, pasquins 

e pritos cle (1 viva ,q rei al~soluto, morra a carta, morram 

os ped~aeiros livres I r - o regeatc, ji convidado em 25 (le 

- ~ , I - r 

'abril:,pelos seas partidarios a cingir ar~ctoritariamente a 

corha, convocou, p~y~decreto ile 3 de maio, os lres estados 

90 rei~~li':".i$u6'~Tioa assento molivado ae ,i 4 de jullho, o i 1,- .. 

.-*I x_.. ., 

declararam legitimo rei de I'orlt~gal e ve~dadeiro e unico '" 

stlcressor de D. Joso VI. 

Segulu-se a lucla Iratric~ila entre os absolalistas commnndados 

por D. ~IIGUEL e SHII~I~~HS dn pocler, e os liberaes, 

, . . * , 

primeiro conccnlraclos 1117 Porlo, logo em segtlida desalojaclos, 

clltregues a si mesmos, sen) elernentos serios ilc 

resislencia, nisistar$e eor~fiuados na ilha Terceira, dcpois 

recolbidos tle now an Porlo apoz o desemharque no Mioclcllo, 

. ., . .. ,. 

acompanllatlos erltso ileD. PEDIIO, orga~i~sados, forlcs apezar 

do escasso nbrnero, prodigiosos, e, alfim vcncedorcs, em 

norne e para triumpho da libcrdade, em 26 de maio de 183k 

(conven~lo de Evorn-Monte). 

Emquallto esta formidavel lucla se feria, a organisaqxo 

,+.**. ....., -~.". 

judicial, mantida de faclo por D. MGUEL na situa~G~om*' 

I-_ 

que a deixara o antigo regimen, era dc direito alterada 

por decretos expedidos pela regencia estabelecida na illla 

Ter~Eir"a...B'~pri.meirairrehTe formada por varios ~ne~nbros a 

que presidia o entgo &IAR?UEZ DE Par.nl~rr.~.~ (45 de junho 

de 1839 a 3 dc ~nar~o de 1832). e depois exercida pelo 

proprio D. PEDRO em nome de soa fillla (3 de marc0 a 

. . 

24, de j'iuiho de 183'2);"regencia, que, n'esta ultima 

siluac%o, continuon a .p~~hlicar clecretos ,attinentes a ortlem 

judiciaria, quer no Por-to (10 de julbo de 1832 a 26 de 

jull~o dc 1833), qner em Lisboa (49 de julho de 1833 a 

26 de maio de 183h), muitos dos quaes sb poderam ser 

integralmente apglicados depois da vicloria definiliva do 

partido liberal.

180 HIST. DO onGA?r. JUUlC. PORT. NA TEllCElRA EPOCHA 

Vejamos rapiclninente o caracter e o alcaoce das 

clivcrsas p~,ovidencias Iom~das durnnte esscs quatro 

anoos (1830-1835). 

51. I'~in~eil-i~s pruvidcncias ~laercladas )la illla Tarceila (4830 

c 4831). -- 1'01 t~ecretn tle, ,27 de inat-gy, cle 1830 bi crenda 

lia ," . ciJndo de dugra umn jjlrpla de jzlsiip, clue fuucc,ionaria 

emqoauto 1160 podesse ser i~lstallacla a relac50 (10s Acorcs, 

/e que teria, em mteria cvime, torla a j~lrisditsSo que polo 

alv:1r1 clc ,I5 tle oo\rombro de ,1810 I'orn conce~lida a extilleta 

jlinla tlc justica criminal dos B~ores, e, ell1 materia civel, 

1 toda a jnr1s~lic~5o conccditla pclns ordens~i3cs e leis do rcino 

3s roli~rlres do coutineotc e especinlmeute i do 1'orto.- 

,$Ililsrs t:l~,ile, por tlc~reto ?e 2 tle j~inho de 1830, a compe- 

'tcozia tlo jln~l;~ (lo justi~a fui aintla aldrgada : estando 

:iutc~.rornl~illo o rccivso para o clesernbargo do pac;o, fol 

ell;] i~~veslilla, cnm~~lnlivamcute, nas flluccfies de trib~io,rl 

sapremo, rj~rer para o couhecimc~rtu e dei;is;lo dos aggravos, 

quer para us negoclos de exl~etlientt:, corno provis6es j)alsa 

ailvogal., etc. -- I~io:\lmeute, pelo decretu~e5:.;10 - - ?e . juoho, . . 

que estal~eleceu uma nova ordem do process0 criminal, foi 

cotifindo 1 j~lnta (10 ,jllsti~a o julgnmento em primeira iustancia 

tlos crimcs a r]ue cunliesse pella de morte, tlegretio 

para o Africa on Asia por mals tle cioco anllos, on trah~lbos 

l"ib11cos por mnis dc Ires aanos, cabendo o jalgamenlo dos 

GI~IIIL'S lnenos grams ~o rcsi~cctivo juiz Ivll.adu I.erritorial. 

Este ~allimu ~liplomn occrlpava-sc tarnheoi do mioisf,erio 

~,iil)lico, estabelocentlo run p~~cic~i~~nrlor~ 

I'P~ZO a0 lailo IIR j111113 

ilc .juslic:.a c urn p~~orr~ol;r dn jilstica oo latlo tle carla urn 

110s juizcs 1erritor.iaes. AmDos terin~n as ol~riga~ires de 

scguir* os tcrmos dl: ([~~dliluet. ~CCLIS~CZO cr~rui~li~l ern rlrre 

1150 bi~ltvcsse ~~nrtc, r, de pcomovcr n c:xerlrcRo tla respectiva 

sentcuca contlemn:~toria. Scriani nomeaclos pela regeucia 

c a~noviveis corno exercendo rlma commissiio 11t1 lrocler 

osecutivo (art. 2-G. Conf. o aviso de 9 de jullio cte 1830j. 

hbaixo da jnota de justica cxist~riam sOincotc os juizes. 

de Bra. 0 cle~&chc-chn2bro~di 18QO inandavn~ 

exlinguir, deide of.' (la jrnei~,o de IS31 ern ~lianle, todos). 

os juizes ordioarios, e p2ssac.a as snas atlribuic.bes 133rn 0s: 

juizes , ..* ,." .,.*.,. de fbra, qne, vista n intez~ra scp17rocWo dos porlcvesl( i 

.,. ." 

judicial e n~tlt~lcipal, 1150 scriam mais substituidas pclosi 

..- . , . .. 

vereatlorcs, mas sim pejos p~.omolorcs dn justi~a ou, 1101 

i~npedimcnto d'estcs, pelos advogailos niais vcllios (dr1t.i 

I-5 e 9). 

Ealrctaoto, apezar d'esla r inleira scpara~ao clos podercs 

;.ltlic:i;rl e mooicilul r, oA&:!:gJo d;,,~C,~,~gv~ml~~~~le~~?fiY 

snpp~,imindo, lambt?rn rlesrle 1 rle janeiro tlc 1SA1 em rliaule, \i 

os juizcs das vintcoas '6r1'-~los~limiles c os jr~izes elcitos, 

liassava I.odas as sr~as :~lt,ril)u~~Gf:s jotliciariils pal-a us rege-; 

dores clc parojl~ia, rye, na verll;i~le, npez:lr tle serem, ern 

*A _, - -- 

rigor; f~lucciimarins aclrr~i~risls~I.icos, ficava~n ir~cuml~idus cle \ 

'jolgar s~~ni~naria e ver.l)al~nenl.e totlas as camas civcis e de; 

da~ono, coirnas e trausgress9es dc ~)ost,ur.as a16 uo valori, 

-. 

de 1B00 riis, e cle'levaotar autos tle curpo de delictoi, 

. 

(10s crimes comrnettitlos na scspcctiva area territorial, 

e,~~viantIo~os, sem perda de tempo, ,;lo j~!iz ?e, fbra 011 (lo ) 

crime, e salisfazenilo lorlns as rerlllisi~fies que, a hem rla 

lustiCa crirnioal, esle OII o promutor 1l1e fieessem (artt. ,I5 

e 30). 

62. Or!ganisapio judiciaria tlct~.eti~da c111 clG lle ~naio Ic 2638. 

-Est;~s provitle~rcias 1ivc:ram exec11~31) 110s A~ores exceplo, 

ao clue prece, uo loca~ite a exlinc$%o tlos jl~izes (hrcli~lnrios, 

tle virilc~la e elcitos, que rcajipuecwam rl~~;rlltlo hi p~llrlicatlo, 

se~~tln jii regenle D. I'I

R Scnl~or l A mais bclla e util dcscoberta moral do 

secnlo p;rssatlu foi, sem duvida, a iIirfer.en~a de adrniuistrar 

e jnlgar ; e a Frtcnc;a, yue a fez, desde loso ll~e (level: a 

orde~n 110 lneio tlu gr1erI.a e aqrlella rapirlez de recrrrsos 

tle Irorncns c dinl~eiro qne admiraram a Europa, e mais 

tnrtle llie tleveri ayr~ella prosperidade ripida, yue foi seulids 

ili:s~lc a liaz geral at6 ao tlia tlc hoje, c liquella ordem, 

qne ;I tern snlvaclo no meio de cuuv~ls8es e a ten1 reito 

apparecer ~nelboraodo sempre e gaohando em liberdade 

sein pwder ern fclr~a e srgurarlca D. 

Urn IIOIICO adiarlti: ~~~LISINIIO tlizia quc e,otre 110s nunca 

roi l1er11 rl~finitlo nean hem sabidn n rlr-le potlia fazer Iim 

gcl~cr,~l e urn juiz, um ecclesiaslico on nm capit8o-mbr: 

allril~ni~fies ilifforentes cram clailas iurlitt'ercuten>c~~te, e 

sol,re o inesr~~o iodividao e13nnl acctur~uladas jurisdiccfies 

I I ~ O sh inccimpnlircis, m:~s rlcslrnicloras umas ilas outras. 

121.;1 3~1~111'~~lJ (]LIE ;IS C;IIII;I~;~S clepeoilessem clos generaes, 

rlne 11s jluzes bssem fornecedot.es, e rlne os ecclcsiasticos 

fi~sscrn atlmiuistradores e is vezes solcladus ; era absnrdo 

clue o lei esigisse 110s magistr*adus corll~ecirnenlos locaes 

e ao ~nesino tempo os rclirasse q~innrlo colnccavam a 

aclilniril-0s; e era absurdo qlre os militares cl~an~assern os 

jriizes e us ~~ep~~cl~enilesserndesseri corno mAos fo~~necedores.. 

I 0s pvinc~piosquc deviatn barrar a distincc,&o entre as ftmc~des 

tle n~lniinislrar e jolyar e consrqoenten~ente par ebhro nos abusos 

revel~~tlos, ernur cxposlus 11'outro lagar do rrlatoriu : n A ed~il~nistrap~o 

d a e:~~lai;i rlur l~gn 1od;ls as pxrlcs clo curl~o social e E6r111a d'cllas urn 

to~lo I;~zrltil(~-as rt'fer~r n cllc. A JLI~LIF:L ii a ilispeclol d YLIZ 1111peile clue 

os a~i~tcis tla catleia se roillpalil, currlgilrdo os vicios e os abi~sos de 

tndas as divergei~cias : purljso adalilrietrar t! a rep geral, julgar 6 a 

wgra pu'hcular - A necessldade da adlmtnstray%o Ilasce das relaeaes 

P ,Ins necess~tla~les soclncs, e a nccessidatle dos julgaclores nasce das 

Irnq~~~ms c (Ins ~~roleslins [lo corpo social; a justlea 6 conseqoentix da 

niln~~nistre~go )lorclue esln represenla a u1118o dos inleresses suciaes, 

e n jl~sli~a d meio dc reprio~ir os tl~vergentes e de os Iazer eutrar no 

circnlo g~lral e Ila eoncorrencia do lietn cornmum. - A pr~meira B a 

nc$Ro dn eo~~i~nunitlade social, a segunda o reined10 (10s males que 

. 

Pot- outro lado, cle~ltro da prhpria orgarlisa~3o jndiciaria, 

.,g-.,de,sordem era. manifesla. Portugal cra urn poro dc jnizcs, 

jurisdic~loes e al~a~las. rela~ao do lJorto chegira a cont,cr , 

300 desembargadorcs ; se a est,e numero j~inlarrnos o dos 

, . 

. b . 

ofiiciaes de juslica, e tivermos ainda em attenr,Io a mnlli- 

plicidade dos recorsos, as deloogas, as incerlezas [lo l'hro, , .' ' 

as avultadas despezas e pct-tlas de tempo, - u acllaremos 

em r.esoltado que o 11ovo portoguez pqaw aa esta gente 

uma contribni@o enorlne D. 

Na carla. dizia ainda L) relatorio, foi consideratl;~ a 

oppressZo pu~lica'e prolrrcttcram-se jorrrdos para as callsas 

civeis e mimes e mrtras rnagistratr~ras, clue o dccrcto 

11.996 lrretellilia eKechv:lr, en111or.a conlo simples terilativa 

sempre susceplivel de emendas e accrcsccntamentos. 

Sohre estas considel,ay,loes o diplo~r~a de 1832 cstahclecia 

o seguil~tc a respeito da organisal;2o jutlicinria cunlrnnm: 

a) lla capital clo rcino e tendo jorisdicc;' ,to em totlo elle 

t? no ultramar, funccionaria Ilm srlpremo tribunal de jnsti~a, 

dividido em drlas sccr,Ges - civcl e criminal - c cnmposto 

de urn presitleote, oito consellleiros, um secretario, quatro 

amanuenses, dols continuos (! nm poi,teito (art. 4); 

b) em cada urn dos circulos jrltliciaes em qne soriam 

divididos o continente e o ultramar (pois os arcl~ipelagos 

da Madeira e A~,nres ficavarn desde li~go constiluindu dois 

circulos juiliciaes) cxerceria lurisdicc- ao urn lribunal de 

segunda instaocia, cornposto de urn ~~resideotc c seis ~uizes 

(artt. 1 e 6) ; 

c) em eada ulna das cornarcas em que scriam dlvidrdos 

os circnlos juiliciaes haver~a mn jciis cle! ditezto e os cornpeteutes 

jurados (artt. 1 e 7) ; 

veem atacar o hem puhlico; todo o ind~v~tluo, por mais ~ntlepeudenle, 

sgo e born que sqa, entra no danlin~o da adm~nistm~so, e para cahir 

no poder cla justlpa ri neccssario qne ezista uma rl~vtngrncin cu~ltrarla 

as leis, ou pelo mellos c ~recessario que as leis s~janl 

insufficientes M 

cscuras oc~

11) elrl c;lil;l ilkrr 110s jr~lgarltrs existentes, con~prehenditlos 

n;l Srcn de cnrln comnl.cn e teutlo erltIo 3 frer~te urn jiiiz de 

Iiim, lic:rria CIIIIC.C~OII:~II~~~I IIM juiz ~rdi~lro'io corn nuctosiclade 

(1111 lotlo cr jt~lgiitlu (arll. 1 e Xi; 

e) ern enil:~ 111n;l (Ins lreg~~ezias em c]rle se divi~lisse o 

jnlgatln, c tine 1is1:ssem mL1is de cpm P ~ s ~ ~ I I ~ o s f~~llc~ionaria 

, 

tun ~ I I I J dc rirrz, 11cr'i1111.~ I) (111;!1 sc tentaria sell1lrr.e a concili:~c;Sn 

n1111:s tie t.1:corser ;lus juizes ordi~lurios ou de direito 

(21~11, ,I , 7 t? ,401 ; 

1') I I ~ I ~ 

mesmas freguezias haveria tamhem ol'licines dapiicia 

jrrtlicinr.in corn cerln cnmpetencia jurisdictional, e 

c11n1n:ttlos iutzijs fl~rila~~ms (nr t. 103) : e - 

g~ crnfiul, ilavcrii /tclzes oai,bpl/.os para os casos c pelo 

motlo esl.abelecitlo I n lei, sendo, alBm cl'isso, sempre licito 

:is par*tes rec:ol.r.ela e sulrrnclher-st. a dies. 

I)'esl;~s rn;lgist.~~at~trns, - e n5o t'alailtlo jh nos arbitros, 

rl~~esseriarn esr:nlhitlos pel;~s parles (art,. :lo),-- os conse- 

Ille,iros ilo supremo lribunal, 0s juizes das rela@es e os 

j1rizcs tlc. tliroito seriam ~~ornenilos pelo governo, perpetnos 

o illalrl~~i~~is (nrlt. i2, 413 c 15); os juizes urdiuarios 

st:~,i;trn :IIIIIII;I~I~PII~H esc~ll~itlos pelo ~~resiilellte da reli1~30 

rl'enlre llslas on pnrrtas tle tres intlivirl~~os, eleil,os, em cada 

s6tlc tie jrrlgado, por umn assembleia composta dn muuieipnlitlntlc 

o de clois dclegailos tlc calla luna das freguezias 

~~'cllc al~rn~igitl:~~, tlelegaclos clue por sua vl;z tcriam sido 

t~lt!il.r~s 111:los rcspectivus cliefes rle farrlilia rc?ul~irlr,s em 

;~s~ernl)lcins ~~:~rnt.lrines (nrtt. IS, PI e 29) ; - os jilizes (lo 

1)" zsei:lm illeilos tl~reclamenle pelo povon'estns %embleins 

pww~iiiocs, scrvintlo cgualmcnte por urn anuo (art. 17 a 10); 

-- c, cmfim, ris JU~Z~S petlaeeos se~,iam escoll~idos l~elo prcsiclcntu 

(la ~.i:ln~:o il'eu tr-e listas on pau1.a~ de lres individaos, 

eluilos, cg[lilllncritc dc aulrv a allllo, clirectalne~lle pelas 

nre~lcicin:~tl:is :isselnhleins parucl~iaes (art. 18, SO e "2;). - 

0s jlir;~~Ios serii~m ir~scri~li;s n'urn ~.t?larSn existente em cada 

mirnir:ipnli~ln~le, -rclac%c) rle rille se extrahlrian~, para c.ada 

cjunrlcl do aouo, pantas de 24 nomes, que formariam o 

?r: 

k.,. 'ury .-.. de propur~cin rras callsas crimes, e paulas de 48 nomes, 

qne cr,~ls'l.ilai~.iarn n jurx tie S~II!.RI~G:~S II;IS C;IUS~S cireis e 

crirnirlaes @rl. 33, 35 e 38). 

, , 

0s rnagist1.3dos nomendos [~elo go~~cr~io scria1r1.scmpl.e r 

ielcades: os clernuis e bern assirn os juri~rlr,~ seriam eleitos' 

e escolliidos tl'eutre as pessoas, quo, sahellrlo lAr, escrcver 

e r.ontar i;rrt.t. :ll e 32), fossem c,irlailiios porti~g~lezes no 

plerlo goso (10s direitos poliki~:os, moradores II:I resllec,tiva 

fregoezia, telldo llnla ,:erta rendn ntl~ir~al, e nSo sendo / 

exp~~essnrncnto esceptundos (ark 48, SO, 22 Y 331. 

A11:n do: jliiaeq dc [!ax, yue leriani cxel~~sir.:trnenlc a 

atlribtr~~~o tie Itrocurar ct\ucilia~. as ~);~r*tes em slias tlerna~lrlas 

(a1 l. Iij, ;I rreyueziu Lurla, clorrio vlmus. j!&e: l,e!la~ieus, "-,, 

Estes magistrados serinm oIfici,~es da policia jrlclicinria, e, 

como laes, manl~riam ni.~lr:rn 111ihlir:a, prentler~am os 

crirninosos, orga~~isariarn os a~ltns rle corpo rle rlelic.to rlos 

crimes co~nm~t~tiilos nns ~.esp~ctivas parocliins,, sat.israri;rm I 

. -. .^ .?. - ' . . .,* I 

to~Ia,~~~rL~~~.~,i,~.C~.c:,s 

das~$~ictoridades snperiores, etc. Como ' 

juizes propriamcilte ditos, conbcccriarn das coirnas e trsaus- 

->.," "lC,l, " .,.#*Y~-"a ri '. . w-' 

gressbcs de posturas e das cans;ls tie darnuo at& ao valor 

de glgY00 rkis, rlecidinrlo-as rrerb;rlme~lte, de plaoo e snnimariarnei~te 

e maritiando esez~ilas as reprctivas scnten~as 

(art. 27j. - Acima dos juizes peilaue,os, os iuiaes ordin?rios 

"~.,-.. 

,,.#*< 

dos julgados teriam compctc~ncia para julgar c fazcr cxccutar 

torlas as carlsns de qualqner natureea, qne 11x0 

excedessem 12d000 rkis e,m bens tlc raiz e L'r4000 rels nos 

bzns moveis, e bem assirn para fazer e (~'rdenar todos os 

actos pr,eparatorios dos proc,essos civeis ou crimes qne 

exceilessnm a sua alcada e a lei determinasse (art. 25). -- 

0s juizes de rlireito rle primeira iostaneia ~ ~ comarcas a s e 

os'de seglitlrla instancra 110s circulos judici;tcs seriam 

competehes pira jalgiwj-e dircito, isto 15, para nypl~car a 

Ici ar:,s ftlc,tos reconliecidos e verificadns pclos jarados, 

em todas as causas dc qualqucr natureza, excedentes a 

algada dos jnizes orrli~lacius, c4llr.r fossctm tlr. interesse 

partiailar, qner ile illteresse pdblico, sem 3ttetl~Ho a qua- 

3 4

lidade cl;~s pessoas, mas sim A satisfacgo da jr~sti~a (artt. 12 e 

38). -E, emfi111, os c,oi~sellie~ros do supremo tril1un;tl de 

justi~a teriam as alt1aibni~5eu ma~-z,~rlds na carta, e especialmeute 

a de cooce(1er on cleneaar revista uas cawas e pelo 

lnodo que a lei tlutcrmioassi: (art. h). 

Tal era a ordem judiciaria hiel'arzl~ica (art. 257) estahelccida 

polo ilecrelo (11." 24) cle 16 lie maio de 1832, 

qiic laml~em se occupava do processo civil e crimi~lai nas 

magistratoras inferiures bcm como em PI-imeira e segu~~da 

instauaa e no suprem~) lribul~al cle jusli~a (arlt. 60 e 

segg.), clue est;~belecia divel.sas prov,idencias icerca das 

promo~Oes, suspa~l~iies, tr~nsforeocias e+ apose~~la$hes tlos 

fuacciooarios ju~liciacs, (arlt. 13, 15, 987, etc.), qlie 

cxlingaia os fibos privilegiatlos e os bribnoaes e magistrntlvs 

nSo expressamente resnlrados (artt. 38, 39, I'iG e 

8721, e que c,rcava, Roalmente, tl'uma forma orpanica 

clcfinitirn, a m:~_eislraLura do miuislerio pnlrlico, delerminaniio 

as rela~6es eutre ella e a rnagistratr~ra juilicial. 

0 mi~~isterio pllblico teria 5 sua frellte o procurador 

geral da corba, clue fuuccionaria junto do supremo tribnnal 

de jnstic,a (art. 5). Seguir-se-l~iam, na ordem hierarchica 

descendente, os procurudorss regios j~u~lo das rela~Bes 

(art. G), os delegados do procurador regio junto dos jnizos 

de, direilo de primeira instancia (art. 7), e, emfim, os 

sub-delegados do procurador rcgio (quo ntio precisariam 

dc ser homeus de lei) junto dos juizes ordinarios (art,. 9). 

Este decrelo ainda n80 determinava as attribuic;Ges do 

procu~,ailor geral da curba, as qtiaes Acavam reservadas 

para o diploma em qlie especialmelite se ia tractai do 

supremo lril)r~nal; mas deixava perceber, nos artt. 296 a 

459, que as fungces do ministcrio public0 em toclos os 

scus ramus seriam: ;I) representar a sociedade nas causas, 

sobl.etutlo crimioaes, cm que ella fosse interessada ; 11) 

intervi~ 110s pleitos das pessoas a que o est,ado deve 

protec~50-orpb8os, menores, dementes, etc.; c) retl~~e~~c~r 

e resyonrle~, nos fcitos co~~cernentes a fazeiltla uacicir~nl, ell:. 

A ORGANIZ. JUDIC. DURANTE AS LUCTAS LlDERAES 187 

53. Oulros decrct,os experlidos da ilha Terceirr sobre juizo 

dos orphHos e organizr$lo do silpremo tribunal. -dlem do 

clecreto n.938, a regencia expediu, A~m~,;~~+s~$:A&~$me+,mnio, 

&isdecpos de. ..im.~urtanci,?. 

0 de 18 de maio de 1838 eslabelccen uma altera~3oi 

prohnda !?p,.juiio dos orphaos. cortando abusos clue a\ 

legisla~50 do velbo regimen introduzirtl em materia 130 ; 

Jigna das altel~$?oes da sociedade. 

" I ' 

Duis graves defeitos era mister espongil5:' q.,ae carecerem 

as mHes de 1icenc.a rkgia para podcrem scr tutoras, I 

(10s filhosY'e o d_e s_$hyer juizes tlos~rpb;ios nas cidades,; 

e villas, ~nhtas vezes distanles do logar da abertura da 

C_ 

lleran~a. 

0 prirneiro tlefeito, seotli, explic:~tlo pela torpc presump~56 

de que, ate prova em c~onlrai~io, as m5es vinvas 050 

offereciam garanlias de bem e cuidadosame~~te grotegerem 

seus filhos meuores, linha, afil~al, ern visla, na pl~rase 

corlante cle Mousl~~o DA SII.YEIUA, fazer y~per seis 011 oito 

dese~nbargadores (lo paco e cerlas outras pessoas com 

alguma superioridade de luxo. a O lettrado fazia o rcquerimento 

e era pago; urn visinho o rcmettia para Lisboa e 

tioha prcseute ou dioheiso; de Lisboa virtl~a a iuformar e 

mais dinl~eiro; o pl'ovedor ou o corregedor info~.mavam e 

ntio informavam de grac;a ; lorr~ava para Lisboa, mais 

dinheiro ; e voltava ao provedor oo corregedor, e nm 

feito ilispeniliuso era escripto, chamado - s!?zrt:~~$g de 

!ztlela, - e lurlo islo por se ter dado Uon!e de n~ercg 

especial a declara~Zo de qrle a mZe dos orphIos n80 era 

indigna l D. 

0 scg~indo defeito dava para os Iialjibntes de p6vos 

afastados o lrisle resultkiclo de a uma rnorte de pae ou 

mso se seguir R a imrnediata calamidadc de vir um juiz 

de lange vencer camiill~os e devorar o que a iloen~a tinba 

deixado a pobreza r.

Proc~~ro~l R4ousr~clo re1neili:lr esles il~conyenicntes : 1.O 

crenudo urn tribunal cspecialissi~no, denomi~ratlo collsell~o 

de fi~milia e eornl~osto dos clnatl,o rnais proxirnos pnrenles 

(10s meuures ou pessorls :i t:lles c!~l~~ip~~r,lrlns (snseotes, 

dcrncl~l.cs, etc.), e tlo juiz tle paz (la freg~lczia, qlle seria o 

p~,esitlc~~le coin rott~, 9." tlC~~lilo :I t,~~l,?l;~ ;i mZi: viuva soh 

a 1111ici1 r,t~~~tIi~?io tic o I:IIIISI:IIIO 111: f,t111iIi,1 a ct~~llirmar; 

3." ~lll.l'~~;1111~0 ;ICIS j~lizes de [I;IL I.II,I:IS ;ti ;1ttriO11i~,6e~ 1120 

t.o~rtel~cius;~s tlus a~~tigus jl~izes tlus ur.[~lllri~.i; e Lo t:slalrelet:e~~ilo 

olltrus p~-ovltle~ici:ls tIesli~~;~il;~~ 

;I gil~';~tll.i~' ti)tIos 0s 

iotu~.essos dos IuelltJl.es, etc. (artt. I, 2, ,J, ti, IU, I& (: 

stlgg., 30 c 32j. 

0 decreto tld I!) tlt! m.tio cle ,18:1-3 fixo~t as attribuic;fics 

e oi.cicrn do service tlu soprt+~~~i, lril)i~~~;il tle lusli~a, q~lo 

terin ~:ornlicleuci.t I?:II',I, re111lil1111) ern SI:SS%U let^;^ as 

tlr~;~s scc.~Cies re~~r~iclas, clecirlir c:ur~(l~c:t~)s Oe jr:risclrcp3o e 

c:~r~~l~ei*ti~. 110s erros 11e ollicio 111)s SI:ILS ~ni:mt)rus, dus dvs 

1sil11111;1cs IIC seg111111,l i11>1;11tc,i

490 IIIST. nU OIIGAN. JIJnlC. POIIT. N.9 TERCBIRA EPOCHA 

-- 

b) e de todos os crimes politicos e d'aquelles quc sc 

origioasse~n e fossem effeito de ol~ini6es politicas. ,,0. 

coi~hecimeulo rlos crimes orilillarios de gravidade passou 

para a relac;Zo, e o rlos mcuos importantes foi entrektie aos 

Juizi:s tlo r:rime (la citlade do Purlo. ExcepLuavam-se, colno'$ 

i!xl~licoo o ilecreto (18.8 de jandro rle" 1833, os crimes, 

Irlcslno ortli~~:~~~~os. commetlitlos ~jelos milil.ares, os rluaes 

[ir:~ri:~rn scrnllre affectos ao trilli~~l:~l dc gucrra e de jusli~a. i 

Izst:~ o~~g;rnisa~Zo era pru~'isorii : e, como ilesloava pro- 

I'untlarnc~lli? tle lu~los os priucipios iillc~.acs, a srla esiste~lcia 

1150 ~~oili:~ tleisnr cle ser epl~ernera. Os sells dias estm~m 

ttot~t:~tlos. llnl comcGol1 a senlir-sc dentro do Porlo algoma 

tl~ancluilidadc ~.esullu~ll,e tle se anlever a libertn@o e a 

~lct,r,rin, o tribun;~l tle gnerra e iustica foi esl.incto, pass,lnllo 

o cuollurirne~~lo 110s crimes militares 1ial.a os autigos 

r:r~~~selhos tlc gucrra, e o tlos poliliros llara a re1ac;Zo: 

~let~rclo tle 25 cle jaueiro tle ,1833. 

Ei~tret,noto pcnsara-se em cxecutar !, tlecreto de I6 de 

maio cle 183" oa pi~rtc relaliva i tlivis9o l.eri~ilo~ial. Elle 

;tilenas tleixbra o cir*clllo jmlicial rlos A~orcs diridirlo em 

tl-es com;lrcas corn se(les em Poota I)elg;lda, Angra e Ilorla. 

Qii;~nlo no mais dizia rlne ulna lei especial marcaria o 

llllrllcro e n cxlens5o (Ins circulos, comarc,as e julgados 

(;\rib. 'I e 21, 

OI.;I lratnva-sc, precisamcute, dc satisfazer essa indica- 

620. O mals Ilrgeule e, II;I trccasi30, a 11nica roisa pralicavel 

era dividir a ciclaile do Purto. Foi o que procurou fazer 

o decreto cle 4 de dezemhro de 1832, reparlinilo-a, para 

{IS rfreitos tla sdmi11istra~9o dn justi~a c!i,minal e seguraov* A 

pnhlil;a, em 11,~s bcri~~~~os (Cclloreita, Santo hvidio e Sal~ta 

.I"") 

Catllarina), cadi nm dos quaes sc sub-dividiria coovenientemente 

em SPCF~~PS. NOS hairros fi~~ic~inna~a~n juizes . . . . . -, (10 

r,yirnc, que se ren~~iam tres vezes por semana para, soh a 

presitlenci3 do corregetlor da comarca (ma~~tido provisoriamcutej, 

julgarem os crimes sujeitos B policia corre.cc.ional 

(artl. 1, 4, 5 e 7). 

_ __ < 

Mas isto nso bastava. No relatorio [la (1et:reto de 10 dc 

,dccembro dc. 1832, em qoe se rernoclel:~va a 

.-c.ommiss30 

.. 

nomeada em 13 de ngosto ~~ltirno para oryarrisar os coiligos 

crirnioa~ i' cornmercin1,'ja" 6 mi

contincntnes ', cst:~s em, 7!)6 coocclhos ou julgados, e ainda 

est,es n'nma infi~ritl:~rle tle freguezias. - 0s linlites das 

com;\rcns c jnlpatlos scri:~m fix;~tlos pelos competeates 

WII~N~;&~JI;,, i!!l~!!j!il~i !:?tiv.!~~ que ~)roc~l~,ariarn : ;I) mmhi- 

.*,*I ). ( 

uar ;IS tl~lns Ijnses (la popul;~~lo e [la extensso do tc:r~,itorio 

ile formn tal i]oe a ~)opnlaclo uem [lor excessiva torl~asse 

clillicil o exlpeiliente juil~cial, rlem por dimiouta fortlecesse 

urn rlnmcr*o i~lsullicicote tlc ciilailZos acliuos para as clci- 

~Gcs L' 1i;fl.a o servi~o (11)s cargos prtblicos; G! e e~itar qoc 

fossl?m 1511 grai~~lcs ns tlist:i~lc,ins tlas ~)ovoacfies as cahe~as 

(111s r:orrct~ll~os ou ji~lg:rtlos qtle os povos para ~,clileren~ 

r~!t~l:~~n:~r j~~sli~;n tivesscrn tle se iucr~mmod;lr e clislr;~llir 

iiiiiiio [\;IS SII;IS' occnpay6es hal,it~i;n:s. D'esta brma se 

or.gnnisatism, prin~eiro lior rom;~rc;ts e tlejiois [lor provioci,rs, 

mappiis 112rciaes, tpe, reunitlos e coorilennclos. 

tlariam fi~ralmrnte o mappa da divis5o geral do territorio 

1111 co~\liiicnle rlo reino, selitlo [lorem certo qne, emr[nanto 

cstc mnplla 1180 eslivesse decretado subs~st~riam os a~~tigos 

lirnites (artl. 3, 5, 6 e 12-17) 9. 

I?mqnm"to cstas disposi~fics cspc~a~am pela victoria 

rlt:finitiv,l (lo pallitlo lil~cral para ~ulra~rm em exeal~Zo, 

u, l)qrt,c)., clue cra ji livre, tiulla, tlesile 25 ile ;~gosto de 

,I8;f2, o sell tribn~~;rl pruvisoriu tle seg~uiila instaucia, qrle 

*, , ',*,", .. , . -..., .-:-, . ,,,, - 

~~ro~uravil c111gir-se o rnais lrossirel C nova organlsapao de 

1 As colrrarzas d~lninuiriaol, pois, el11 ilunlcro de 5. Alern d'isso, 

~~iud~lic:nr-sc-l~i:~n~ algulnas sPrl~s 

2 A cidarlr dc L~sbon ern d~viditla para os etFeitos judlciaes em 6 

bn~rrus, qne st~ri:u~i cur~sidcratlos eonlo outras talltas conlarcas. 0 l'orto 

conti~itinvn clivillitlo en) trr.s.- As ~lhas dn Mndrirn e Porto Sallto 

forll~nl.inl~~ n111 d~slrialo jiid~zial coln ulna $6 comarcz e tl~v~rsos conc~lhos. 

A sdde dn rrla~Bo seri:r 110 Ft~llcl~al - 0s A~ores 

culll~noavarn 

n I'ort~~ar 11111 111~Lril:In tle rrlaq,io, ciijn si.de se fixar~a de nnvo err1 

I'oola l)elpatla, revogautlo-se assiln o decreto tle 2 de janeiro de 18:13, 

quc n tinlla 111ut1:~lo p:1la Angrir polf col~v~:~lie~lcias polit16aa -A divi.;Jo 

ji11lii:inl ilns pl.ovil~cins ~~ltrnmarinns ficava reservarln para ulii 

diploma espccisl (nrtt 7 e 9-14) 

16 de malo. (Vej. decretos cle 4, 10 e 19 ile ilezembro 

Wk%% b* --*??* 

de 1832 e i!g de maio de 1833) I . 

Ro Porto, porern, uem em seg~mila, ncm em 1)rimeil.a 

irrst:~nci~, se applicilva ainda a iuoover,ia ~Los" j~~,r.;~tlo$. S~J 

',." .-., ~, ,. ".,, 

?onA&cu'es til~l~~ ~ i ~)ossiveI d ~ experir~le~ltar a i~tstiluicao,i 

como sb ahi tambem se potI6r.a aji~izar rlos L~e~lelid~os da 1 

m?~j~t~a~!lr;l..~c-o(~)~~~!.ir?to~:,i.!?.: E, a lazer. j~~izo jrelo -. 1.elatorio5 . . . 

de CANDIDO JOSI? ; \~~\IEII clc 1833, os tliriT%L~c~s i~~stitulos 

prodlizi~m rnara~ill);~~. r A' pl~est:uy:r tle v. in.. tlizii~ ellc, 

tee~n chegalll) i~~formncfics oficiires solre excelle~lte espirito, 

corn que nas clilTere~~tes con1ari:;is tl'ail~iell;~ ~)r~ovil~c,~i~ 

(clos A~bres) us [~ovc)s tcem acoll~itlo a i11lrcltIncc;3o tlos 

jurnclos, tanto uas causns crlrnes, clirno rras ri\-eis, e ctrmil 

Leer11 sa bitlo apreciai os snlid(rcl,is ~[),iivs d'ny~alln inx/i/rripBo, 

a ~r(ci~ zr~rl, cr n~uis scrgr'itcln e u 711ais cortsci~~r~ciir.sn das 

illstllzligijps h~l~~~cr~~os.-V. In. sabe clc rji1ant.a t~liliil:~de alli 

tern sido a i1lstitniy30 dos jnlzcs dc pax 11'") porle estjllecer 

a v. m. que, destle os primeiros tli:~s tle ;lgost,o iite ao 

ullimo de selembro do anoo a lass ado, si, nn coniarca clc 

Pouta Delgatla Toram levatlirs $10 cor~liecir~~e~llo cl'csles 

: -..-. .i- --"'-.'', 

julzes quesl~~s e que d'eslas se terlrrillararn por concilia~so 

:FQ; qlier dizer: tl~le mnito mais de ~netade tl'estas 

rixas e reseotimentos cap~,ichosos, clne no actual syslhema de 

adrniuislra~2o em Portugal teriam feito a desola~au e a desgraFa 

de muitas familias d'aquella comarca, cal~iram cleante 

de, uma inslititzcdo verdadez,~an~m~e pall iur-cl~nl, u qrral, 

conzlidando os hornetls ci sin~pl~cidado dosjzcizos, llzes inspil-a 

o sentiwento saudacel da t~arzg~c~llidade e do 1-econciliy~cio D. 

Era a lilrguagem da epocha. I'or muilo tempo sd devia 

ai~~tla falar assim. Mais tartle, muilo rnais tarde, ,a fria 

Ibgica dos factos e as precisas demunstr*ar,Ges da sciencia 

11aviam de quebrar ruiclosamente esses e outros idoios da 

geraslo sentime~llal que 110s prccedeu. 

1 Este ultimo, no art. 6, susprl~d~n a execupao da nova refnrma 

quauto a inslltulgo dosjurados. Vrj portar~as 

de 27-sel. e5-out. 1833.

104 IllST. IJO ORGAN. JtJDlC. PORT. NA TERCEIRA EI'OCITA 

iS 5. Provirlcl~ciss ~l~g!:f$!~~;,~~~~;[!!~ _~~l,~~a 

nalcs dr ~iclnria 

d~fil~ili~:~ 1111 ~itrlido libcral : a) sobre tribuoaes soperiores. - 

C~NIJI~O X

ao carllcl lrgislativo as p~~o'lirler~cias qlie SF: julgassem 

necessari,~~. 

Em 18 ile setembro cl'este anoo dc j.&$j tinha sido 

*, 

;~~provalo o c~tligo cornmel.cial organisado por JOSE 

14 ;! .-~.,~XJ~S~~!;@,Q~*&~&tp,~l$iosa 

quc, pelas leis nuteriorcs, r111nsi tnilns (lo vellio 

rcgimer~. ~)er:!g;!cj:~, c.;~9~~~;lte~~i;l co!li,t/~ycii!! 31) tril~~rllal da 

junta tlo c~lnirnercio, agricirll.ur;~, krl.)~,icas e rravegaG$.), e 

])em assim no conseill~ tlo wlmirarllatlu, jnizo tln I~ldla 

e miua e ollultlori;ls tln alfi~nilegn I, - o cren~~dcr-se e 

m;~~~rl:~r~tlo-se irn~netli;lt:l~ne~~te insIk~ll:~r tle harmonia corn o 

cotligo: 1) 11m3 r.(!lai;51) on tl'il~lll~:~l cnmmercii~l dc, segurrtla 

iost,not.in. ~)resicli~lo ]?or um s~ll~rcmo magistratlo do cornmr?rc:it~, 

c11m sidc em Lisbija ; " t~~ihrrnaes comme~.ciaes 

tlc ~~'imt~ii;~ i~lsl;rllcia en1 Iisboa e Pul.10, - ~levur~clo 

csles tril)~lr~aas, clrie cl.:lrrl i"vrrr~utlos [lor juizes e ,lur.,~ilos, 

".,," .~".. 

crcilr-st! lrar:\ o T~~III.II, sncccssiramente, eln outras terr3's 

im[~o~,t:~~rlcs 1111 l~niz, 2 mel.li~l;i qne as circumst:~ocias os 

to~.lrnssern ncr:esscrrios %. 

Em matcria tlc rclayfics,: an mcsmn ttcmpn cjnc se 

c,~liclava da insl.alla~lo do 1ril)ynal coni~nercial cle seg~lnda 

Frr I~IIICIII A U011t; 115, - ~ ~ ~ l ~ , 

-- 

1 So111r j11ris11iccQo CIIIIIIIIPI.C~:I\ 110 antigo regi111e11 

I~IIIKIIK~ 1111 ?'r~/i~~.~~an [In I~:~islrr(do r ~nr~~~~i~~~r~l'ni; 

Az~r~no 

Co~(ttt, i,L,t1,;11 (to codujt~ ~ I * I I L I I ~ ~ ~ I ~ ~ : I ~ ~ ~ . 

rn11111ii>i,v11?1 ~IOI~~II~J~I~.~, 

11, 42, II,I~;I i 

? ICIII 1,1.hn:1 n 1llslnll:jf5cl llnq tr~lrsen~s raprcinor pnrn 0 ~:n~nmn.cio 

II~SI, ILI,X;II 1111 111~ l'i ,I.?~:III~I~U 

(It, 1835, C~IIIIO se VC ,la J)ITII;L~IX ( 1 2!& ~ 

,I 

t:o1~~~~~~~rcln, 

~rrk~~liI~111~ if2 relac.fic I :OIIIIII?~~~:I~, :I~MIII corrio 110s ~CIIIRIS 

tn~~i~c~onarios t: cu~j~~.t~$ndlls 11'rbtc L~IIJIIIIRI, (1118 su 1o1 e~1111clo eill 1870 

Vrxj n1111la II tlu~:rel.o tle 28-ja~i. e o rtl~lal tlr 14-1r1,110-18:14 - Lcla 

11s arlt. 1011'1 c. scgp do c,od COIIIIII. do 1833, IICIII asslln o art 1032, 

IIIII? ~uw~d;iva SIIIJIIICI~L'I. i Le11la11va couci11;iloria toilas as causns 

COIIIIIIE~CI~PS 

i 

vej. : HINTZE 

E SILVA, 

fast I, e I;UNI*I I~I~Go, D~I,~IIO 

instanci& tomavani-se provrtlencins dcrrcn (lo form~llario 

dos pr.oces$os-e do 'rn~~lo oolnn pnl~iicamente elles se 

'."-clei;Eriam votar e relatar nas rela~oes civis e cr/n!jn;les,ja 

existeiites em Lishoa, 1)orIo-c lJor~ta Delgnda (decrelo de 

a '98 ' (16- dezernl)r8~~ de 1833 c ~lortnrria cle (1 4 tlc ja11eil.o 

rlc 1838), e I)rocrlr;lvn-st: dnr cser:nc:511 no rlocrclo cle 28 

de jiinho de 1833, est,al,cleccnilo, al)ez;t~~ tl:r grrrrrn ~i\~il. 

,_js~el~,$@?s:+ Lamcgn e Custellu BI SIIJCI,. 

A respeilii 11'1:st,1, porern, snr.;inn~ ernlinr;ltos grlrvcs. 0 

terrilorio tl;~ proriilc:i;r II:I Dci~.;~-ll;tiu;~, rl:ic enl;lu ficn\.il 

siluada e11t.r~: :I Serr;~ t l ; ~ lisl~,t~ll;~ I: o l'ejo, 1190 c~~r~lirill;~ 

popnlac5o I);lst:~r~le II;II.;I Tirmar urn tlislri~:t~~ (lo rel;ri:,%o. 

F ~ I pori;so R nL:cc:ss;rrro s:lrr 1112 ;r~nl)~to tl;~ pl'o~i~ri:ia e'; 

incluir IIO clis11~1t:to :IS ctrrn:Iri:ns ,&dc-cei;~ (;I uoi.ocste (]:I 

Serril) e 'l'hu~,!~. . -. (110 r.~1111.!) il;l E~I~~l'lllillIlll.;~). 

Glllretarlto, cotno as ct)rnr~l~r~~~c;~~Ges clrl~.i? :I mnior 1)nl.ll: 

dos ~'ovos ll'esl9s 1111:1s colnnr'r;ls e ;I sk~lt! tl;~ I'I:I:Ic~~ sl: 

lornnrinrr~ viuli:lil;~s, ji pelas ~IJ~II~I'IIS:~S (Iil'fi~r~lil:~iles 110 

transito, ji pela se11;lra~ao rle illler~esscs i: rlc I.I,;II:~~ urn 

qrlt: se nc.l~:~r:~m. II pc~\~i~r~ro jlellsou cl~~u t] rnclllor era 

s~rppr~~mir. esse districto tle I.~:~;II,:I~, ~~nss;~rrilo a r:~~m$rc,a 

rle Cein para ;I rel:11;5u,-tlo Il,rtn c ;I tl~?~llom;~r, Ire111 ctlmo 

..-A *" ..., .. . ,,. - 

lodas as (In provilrcin tl:~ Bsi1-n-J3aix:1. ~I;II.;I a rle Lisl)oa. 

,.. 

E assim se fez 1)elo decretn rle --- 15 -- rle --,,,,.,... ;rbril ~le ,I83iL : 

clue, t,urn;111111) em ~o~~sirler;~~an o fi~cto pc~r est;~ I'Orma 

fic;lr rnr~ito augn~e~rl;~tIo o ser\i~tr tlas relac;fies tlc 1,isboa 

e I'ol.to, creon, em cxtla rrm;i tl'eilas, Irrczis ~rrrlrr .FOC!:AO ct111 

p(u.n ~ I Lo C rapw/t(?i71~ ilo$ i!r,p7cios 1700 e:rprf.i)il~l?ln.w ~~'lordo 

prej~ul;cinl [is l~cr~,ln. As tlr~as sec~Ges da relac20 tl~: I,;~mego 

e as tres sec~ijes das ile Lisl~oa e I'orlo lerram o nlesmo 

nurnerv de juizes fisado pelu decreto clr, ,I8 de abril de 1833, 

isto 8, cb!?co para nil? sec@ic2o; nccrescendo, porkrn, a 

asses urn se?to -. irliz[ . -*".% clue serv11,ia no inil)ctlirno~llu de algum, 

que fossd%rigado a faltar. D'esla fbrma, iucluindo o 

lm,si,rIe~~te, e, o ~pc>fador r6gio. a rela~lo de Lamego 

teria 14 magistrados e cada uma llas oulras 20. 

_._ , ",.Y,II..I. .- 

(..,.. ."."'-*--- ">"."# 

+ ,

60. J~liras (lo tlireilo o orllros magislratlos. Tribusaeu es- 

~~acint~s t) pivi~li\os. - A'ce~'ca dos juizes de direitn e rlos 

~n;~gisll,;rrlos i~~rt:riorcs pnnr,ns provitlcncins podiam ser 

IOIII:I~~:IS I):\rn execrrc5rj tlo tlec,relu tle 1G tle maio, :I 1130 

st:r on1 I.IS~IO;I c l'o!rlo. i\ :lnLiga r1ivis;ln em 1~ail.ros r61.n 

s~~l,slil.;~ill;l ~IL!I,I liivisso ell1 rlislriclos rlr, juizes de tiir~:ito 

111'1o i11:(:1.t:lo 110 2.3 cle s:tt:nll~~~n rlt: 1833 rl~lnnto n Lirl~oa 

I. IN:III 111: :$ 111: o~il.i~l~rii rlo Inl?smo n~ino cluaulo ;lo Porlo. 

1

g 

800 IlISl'. Do ORGAN. J1:DIC. POI\T. Nb TRIICRIRA EPOCIIA 

lamllrm romuC:lt, a hucc:ionar 110 clia 1 tlc janelro de 1834, 

cornn ellec't~va~nc~~le s~~m>tl~u I. Na vcslier:l, ti~~l~arn, [lor 

for~;~ do tlisltc~slu IIU cil.,~tlu decreto ile Pb cle tlezc,nibro tle 

IS:l:J, ress:ttlo ;IS r~~r~cc.iies 110s I( curr~rgrilcrl.es IIII rive1 tla 

ciil:~tle dc Lisljt~a, tlus j~~izes tlu clio~e e t~ryl~lus (la 111os- 

cicrl) I I III!:SIIIU ~ tlia us ji~izes tle Ilaz, qne, rm ,~hcclic!~ir,in 

,IOS ~l~:~~rt!l~is c l~ot,I,;~rii~ III? 27 tie s~?ternhro c 3 c 5 tit? 

~ I I ~ I I ~ Itlo I ~ I J 1nc:hllro allt1o tle Iti:i3, estivusscm clci11)s II;IS 

tlill~~r.cr~l.~~s r~.c~g~~t'zi;~s tl;ls mcsmns cill;~tlus 

t:r?s$:~~,i;~s 1mr:1 x cclit;iitxs tlos juizes or.tl~~r;r~.ios e pecla~leos 

*, >*",.,"---~ >*

collservatorin rla U~)i\~ersidade (porlaria dc 23 ile maio 

de 4834). 

Alem d'isso trallsfesirarn-se para os respectivos jrrizes 

as attribuic8es coolenciosas: $1) dos provedorcs dos re$duos, 

orphlos e capellas (~ortaria de 29 dc jaueira de 

4834); 2) e dos triboriacs ecclesiasticos ern cansas temporal!~ 

e aincla llas r:lramarlas n~ixtas, sujeitarrtlo os ecclesiasticos 

Se~lllar'es e regulares ans tribunaes comm~~us 

(clecrolo cle 29 tle jllllio cle 1833 e portaria rle 0 de j11l11o 


157'- Victoria do 11i11.li1lo lil~ernl. Pri~~~oil.ns t~~abalbos das 

cdrles rlc S:lf n ,IS3G ; lei da i~rrprrnsn. - kor esta epocl~a o 

absol~~lismo nclrava-se, emfim, ~enciilu. 0s seus rlefeosores 

priocipaes estavam r61.a (lo paiz. A' desosdem succedia a 

tranquillitlade e a paz. Clr(:gi~va, pois, a oecasi%o de fazer 

ap[~licar a carta constituc~ioual c os diplomas da regencia 

c~r~ lodir a sun plenitude. 

0 llri~nelru cr~iclaclo (10s liheri~es rcferia-se, como 1150 

podia deixar rlc ser, ii convocacTo das cbrtes. Ja por 

rlec1~et~o~,~e,.4@ de agosto de ,?!,?jj se tinha mnnd;rdo 

proceder As eleiC6es para deputados, 1180 seudo possivel 

effectual-as no dia aprazado j.1 tie,out~~bro) por cansa do 

estndo de agitac8o em rille st encontrava o [~aiz. - & 

eleicGcs ~,ealis;~rarn-se em julbo tlc 183h. Em I [le,ag~,~to 

.,, i. -.-.. _"___ , ,_ _.._-_ 

teie logar a sess%o real cle aEertu~.a, em que I). PEDRO fez 

.,..,.-- ".""*=,% 

corrio quc o rclatorio do qne se tinha passad6 desdc 1828, 

prore~*indo nlgnmas palavras icerca da nova organisa~lo 

jurliciaria, ja entlo corne~acla a applicar em quasi todo o 

psiz. 

D. Ptcnno, eonfirmado na regencia por lei cle DO de 

-.,"" ,--".-"m,...s" 

agosto, morreu em 211 de sclembro. D. Mdnrx 11 f0ra 

auc1oris:rrl;l a casar com um principe estrangeiro e clecla. 

radn mnior por leis cle 13 e $19 rle selembro. Come~or~, 

~iorissn, a governar. 

A ORGANIZ. JIIDIC. DURANTE AS LUCTAS LIBERAES 203 

As cQrle_s fun>c$n?ram lninterruptamente nas sessGes 

de ?fK3k, 1835 e 1836. As d~scossDes politiras foran1 

sempre violentas. A oppos~~io, gurada I)or SAI ANC CIA c 

Passor; MA.NOEL, Cleo11 embaia~os aos governos, qne se 

succederam diversas vezes no poder. Emfim, a-_4-acjn~rtlo 

de ,ISM, foi dissolvida a camara dos depatados, 

Lxn..... -m-. 

segoindo-se, en=-le-g&nJlvo_, a revoluclo que aboliu :1 

carta c proc,larnou, [jrovisoriamentc, ?,cuo_t~~it1ii~40 dc 18?+., 

nurante o periodo de 1831 a 1838"algumas pi.ovictencias 

foram decretadas pelo poder legislatislo e regulamcntadas 

pelo goveruo no tocante i organisn~Io j~ldiciari;~, qner 

commnm, qner especial, e a respeito (la lnagistratura do 

ministerio publico em todos os seus pus. 

Eis, em breve resumn, o cine sc fez: 

Tanto o governo como as cbrtes de 18811 a 183% 

estavam espel~hados cm clar ao pniz uma nrganisa~io 

jrldiciaria clue 1150 dcsme~itissc as promessas dn carta e 

tlos rliplomas slrl)seqnentes. Elitre estes o clecrcto (n.' 25) 

rli? 46 de m:~io de 1832e1~1 manifeslamenle aioda o norte. 

Todavia os esl?iritos jii n2o estavam embalatlos nas mesmns 

illusijes: a obra prima de Mousr~~o DA Sr~vsrna ia soarer 

alguns en~l~ates 

N2o o supporia quem c,ompulsasse os primeiros documentos 

emanados do poder executivo. A portaria dc 2G 

de se,te~nbro de 183tainda rlizia que a boa admirristra~~o 

da jl~slica, teoda encontrado, em raz%o das desgra~aclas 

circumstancias do paiz, obstacolos e trope~os, que ate 

entlo fora irnpossivel remover de todo, ia agora, emfitn, 

rcalisar-se pela alrplica~3o de medirlas r:onduccnl.es a 

ll~riformisar~m lodo o reioo a marcha e fbrma dos processes, 

a estabelecer os juizes 110s r.cspcclieos districtos e a fazer 

cxecritar aq~relle deereto da reforma (la j~isti~a ern todo o 

territorio da monarchia. 

E a priricipio nas camaras, apezar de representa~loes, 

mcmorias, projeclos e parecercs em divergencia, is veies

20h IllST. DO ORGAN. JUDlC. PonT. NA TEACEIRA EPOCBA A ORGANIZ. JUDII:. DURANTE AS 1,IJCTAS LlBEnAES 205 

'. profu~ltli~, corn o decreto orgaoico de I6 de maio, tambern 

nio parecia qne elle deresse ser fet,ido anles de estar 

lotalmc~lle cm vigor. 0 parlamento inquielava-se mais 

corn a libe~~tl;~~lr, 1Ie im~~l'e~usa",rlo qne cnm a organisaqlo 

t. ,,-. .". 1 " 

jntlicial,~;~ coillmum, $2, ~~,rocl~~;ava tlcc!+etay_ n~rra lei qpe, 

I~:trrr~c~~iis;~r~tlo-se cum a c,~rtit, rleisasse bem livr'e, mas 

IJ~III reslri)ns:~vel, n pul)licac$o dt) [~o~~sarnel~tn pur maio 

(1; ~L~L~I.HIIS:I J. 

0s tl~~l~nll~~~s f~~r;lrr~ :lctivalnente proseguidus. 0 projeclo 

de lei" l.i. ~le lr14rqo di, 19! foi attenlametlte cousidel';ltl~~, 

112o sb I);lra a elabora~~o d'nm now projecto, 

~nas :~i~ltl.i para ;I tlirec~zo tlada as vli~ranlus discussGes 

~larla~~ler~l:~rcs sol~re o :~ssi~rn[ito. Ernfim a lei fui ~,ron;ulg;~tl:l 

I:oin a tl;rln cle "- ilr, tlc~ernhr; de 1834,e rlesrle 

elitgo c) 11:tiz pontle v81. tlefinil,iv;~~nenle esl~uogitla do nosso 

rlireiti~ - rl~ra 1150, i~ili:liz~nr:nle, tlos far;tos -- a omillosa 

cellstll.;r ~~ikv~a (lo alltigo regil~ter!. - 4s peoas ficararn 

:~i~~rla sew as: em cehis: ~ircunlsta~tclas de muila graviclade 

potleriarn elev;ll.-se a 1:OOUSUUO rbis tle multq e a um 

h.--.-..,. 

arllro cle prisao; m;is os j'uralios, quer de p~,onuncia, qudrl 

de seotenc;a, funcciouantlo sub a presidct~cia dos juizes de \ 

dive~to, cuoslituiam sulliciente geraritia para os reus (10s .! 

clol~ctus de opi~tijo =. 

5.S. Ilal'or~~las lla organisa~jo e ilivis$o judicial. -Logo, 

j~o~'Brn, clue a lei clei~mprensa foi posla em rigor, as carnaras 

' voltaram :IS snas i~I,teni$es para a refurma judicial. O goverrlo 

rjrreria rnodifical muitas disposi~fies. - Achava desnecess:~ri;~ 

;I lela~3u de Laruego. Par,ecia-lbe pequerro o 

llnmero rle jriizes tle clireilo, om quem as llovas ltlslilui~i3es 

1 Arlas dns s~ha13i.s rln camnvu dos se~~hotes depz~ttrdos tin 1rnf6o 

porli~gu~m ntns rri?.fr,$ ~xh~nnidt~~rcr.ins rle 1834, p. 53 c segg 

2 Col~f. portnr~a cle 27 de t1ezeml)ro de 183P, eln que fo~ 

a 1111egt ;iI e ~ilrmedia(a execuplo da lei. 

ordei~arla 

politicas tanto deviarn cootar. Em conlraposi(;lo, os j~~izes 

isso, perigosos, visto o afhrro que ao rcgimclt proscripto 

em Exrora-Monte rnntinudvam mostrando, por ignolancia e 

mison~ismo, os po~os ql~c deviam eleger esses jnises e ql~c 

eslnvam I~abilnarlos a co~lsiileral-os s~iis. Cnm a s~ia sllpressJo 

ronseguiria o poder execulivo, na pllr;~se rlil portari:~ 

de 14 de jatlelro de 1835, ohler rnaior respeil.c~ clos cid;~cllos 

e arrnucar a admioistrai$o da justi~:~ das maos rle pessoas 

,-.-----,.,,..., ..--,. "~. . . .,,* ~...~,. ".,~ , ,. , ,," 

=lor .~ , 'parke 111cplas. 

As bases apresentadas com tal i~~tuilo pelo goveroo fo~,aol 

muilu discolidas. Por firn as suas iclei:ls v~ngarain, r, a lei " 

ile 28 de feveru~rn tie 1835, extinguindo ;I ." 

rel,~~ln 11e Lrimego 

e rnauteudo a dos Acores, que, allas, esteve a l~ooto de 

1 

sourer agual sorte I, fiwu em dola o rlrirnero de d~slr~clos 

de rela~fius 110 coril~~lenle, em 1-10 a 130 o nllrrlelo 11e jalgrdos 

de jnlzes em qlle esses disl~.tctos ile~ia~ii rep:~rlir-se 

e em 3 o ~lurnero rnaximo de lulgaclos do c~r~l~rl~elago tld 

hlaclelra %. Oj~w~r~io ficava auclorisaclo a procedor - li .- drvisJo 

e arredond:~me~~to~os iulcados r~elo modo mais conveulenle 

" - 

a commodldacle dos povos e melhor admi111strac;Eo da jllsti~a 

e a sub-divisEo dos mesmos j u l g a d o s ~ n ~ ~ $ ~ ~ ~ ~ ~ s 

,. -, -,"*,. -' - 

qoa11(1o issu fossc ttecessario, deveudo goiar-se pelb projccto 

de divisao terrilorial de 22ie m3.-$$,fi$d?j&7 (srrp~a, p. I66 

e segg.) que evideotemeute inspirava a nova lei. 

1 Na catnara dos tleputados foi vivo e tu~nulluoso o clehatt? :icerea 

da co11sesvac8o do dlslriclo jud~clal (10s Apores. A poslar~a de 40-jur~ - 

1835, i~~antlando recolhrr a 130nta Dslgndx os ju~z~s cla rrla~jn ~nsrrlnr, 

que na sua quasi totalnlade sa consrrvararrr no coritii~r?nte, aceusa 8 

desordem em quz se enco~~lrava essc tlilrunnl; e a purtaria de 18-fev - 

1836, pecl~ltdu a nota tlo niovn~~ento dos processes fir~tlos c pentlentcs 

na rela@o dos A~oses, moslra qu8o tnstalttes atnda eram, alto lnezcs 

depo~s, as reclamaq0es prodnzldas a esse respe~to no parlamento 

2 Nus terrilor~os ullrnrnarinos a ~IVIS~O judrc~al pcrrnariecla provisoriaoiente 

a mesma (art. 6).

206 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. IJOR1'. NA TERCEIRA RPOCEIA 

--- -- 

ICm I~;l~-mnnia com esta auclorisa~k?o, o gorerno, por 

decrelo L&%~,

e lircparn~5o ilns causas que se elevassem acima d'esses 

v;1Iorcs 1. 

Csl,,is i;nns:ls, ~)o~,kni, ilcvlam cootinuar a ser jlllgailils 

cnm ililcrvciry;lo tle j~lrj~ nns i:h;~rnaiIns nw/i~nriiis gcrnts, 

rille ~ ~ I * ~ ; I111g:lr I I I em tres epocl~ns do anno e sc cclebrarism 

t?ln cnti:~ um (10s circ:ulos tic jr~r;rilos eslalreleci~los pela 

tliris>o jlulicinl. E cumu, para asscgnrilr a iniiepe11tl~nr:ia 

(lo.: jl~izcs ~lc fi~cl.o, se tlelerrliir~ava ilue 1rrnh11m jrriz potlesse 

l)~,csitlir is ulltlltr~~c~as gerilt:s rlo SPII j11ly3~110, 1x1s sim 

S~IIJ~I:II~C. IIS (10s j~~lg;~ilos ~~isil-~lh~s 2, cra n~alllfeslo cjrte os 

j~~izc!s tle tlireilo 11rer:iaavnm de ter ilnern, suhstiluii~do-os 

tl~rr;i~~le 3s SII:IS :lr~senc:ias nu rnesmo iml~edimenlos, n'essc 

i~rQ:rr;~llo l~rocetlessc {I instauracio c demais aclos prep+ 

~,:~lorios il'at~~~c:lles 1)rot:essris. 

I)'ilst,;~ manc!irn ns cnusas dc valor superior a 14 e 

9'liOi)O reis osigiam: par a a pl.ep:lrac%o, juizes cle cl~relto 

i: sells sr~bstihitos; e par3 o ,julga~nr,~~lo, j~~izes tie rlireito 

e jni.atlos 3. 

(Ira a pl'i~neira dillicrtldncle resultava de qne cstes 1180 

osl;rvnm cleilus cm totlo o paiz. -- Ainrln clll 312 clc sctcmbro 

tlc 183Ti tevc o govcrilo cle fisar [Irasos rnais li)~lgos clue us 

1 Vcj, sic,~~.q, n il11e w t~tlohn j:i dclcri~~~~~:~do palo dl:cl.elo ~iz 22-ah.- 

1R:lI. :ic~,rc:i dn 111slrucr8o de totlos os processes crimes em Lisliua r 

1'01 to. 

2 I'nra cstc rlibrto tlispr~~~lint~~ os :~rl~gris 2 I! 3 rla Ini dc 30 rle ahr~l, 

clt:icla I I ~ lexlo : o NCI~~~IIIII JII~:! (lc 11ii.i-110 111: pr11111'ira t~islaii~:~a I:LI.:L 

s? :ludl~'ncrns ;ec,nes do srll l~~l,"ad~~ . OR pl.~:rd~!~ll!~s 11:~s ~.elac~ji:s, 

tlivid~nrlo os rcspccti\-os districtos rm rirm~l~-is (cire?rztos), rjllfL C

210 HIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCEIRA EPOCHA 

decrelo cle IG ile miiio dc 1832 em rela~5o (10s j~~izes 

ortlinarios, e, snlrsidiarinrnente, ;I do antigo direilo. Em 

todo o caso, corno careciarn de jurisdic~5o prcipria, 

.-. 

n3o 

- . 

esccntnvam as 'Gas se~~tei~~as: cram os -j~tizes de dircito 

c' os [?etlaoeos qne, 110s limitcs rlas resl)ectivas al~adas, 

dc&~mi~etiI~avam essa fnnc~io: lei de 30 de ahrSil dc 1835, 

arlt. I c 7, e portarias tlc 14, cle outubro cle 1836 e de 26 

e "2 tlc jnneiro e IG do ahril tle ,1836. 

Dc, resto, c como lnerlitla geral, - apezar do tlesfavor 

q ~ cornec;.ava ~ e a cmbariar o brilho da nlagislratura concili;~loi.ia, 

- totlns as callsas, ~l~clui~~clo as jlllgadas ~~elos 

arlritros, deviam ser prbvia~r~ente levadas [,el.~ee~sjyuze~~ 

rle paz i. 

' 

~n~iim, os joizes eleitos oo pedaneos das iregoezias continunvam 

a decitlir verbalme~~te.~de'~~lano e su~nmariamente, 

c a faze^' execntar, as coirnas e traosgl.ess5es de lrosturas 

c as cnrlsas cle c1;lmoo tle valor 1130 exccdcnte a 16200 

rcis, teolltl agora alcrn d'isso, corno vimos, a attril)uic;3o de 

."..,"~...".."nomear 

os jnizes arbitros quaildo as partes o ~ l fizessem, o 

e seodo em toclo o caso eleitos como os juizes de paz, sem 

depe~~del~cia do presidente cla rcla~Io lei de 30 de abril rle 

de 4835, art. 8, portarias ilc II de setembro e lk de 

ootubro do mesmo allno e dc 1 de marc0 de 183G, e, especinlmente, 

decrelo de 24 dc tlezembro de 1835, art. 2. a 

1 0 c\ecseto d~ 19-ja11.-1835 providelrciou para o easo cle faltas ou 

i~npctlin~e~lto~ d'esles mag~slrados, qne cnntinuavn~n a desempenhxr as 

atlril)ui$bes ~le concllia~lores c do juiees clos orphans. N'esta ultima 

qi~a\it\:rde ~Ieviam ter u cuiclado do 11a0 invatlir a esphera de neego da 

juslifn eolltenc~osa : portarias de 15-jun, l%out. e 10-ilez.-1835 n de 

I:>-jno. P 18-ju1 -1836 

As elei~cirs dos ji~izes de paz, dos juiecs eleitos s~ihstitutos s dos 

juiers pedaneos eram, por vczes, imposs~veis, cui corrsequencla de n8o 

hnver ~LICIII as realisasse. 0 govern0 entxo annexava freguezias portaria 

de 3-~\1r.-I8~6. - OU~PAS vezes, pnrPm, a d~fieuldaile em nlais gravc : 

tifio l~avia qrirrn quizesse votar, apnzar cle 111u11os o poilerenl fnzcr. 

Lavrnva j.1 a rlcscrenya en1 i~~sl~lu~~iies recel~~das, poucos anrlos antes, 

60. Organisaeio do miristerio piiblico; regime~~lo tle 1835. 

-d rcspeito do n~il~isterio public0 tambcm sc tomoram 

algumas providencias digllas cle nola. Alei ,~e30.dc,ab1:il,, 

cle 1835? arl. 9, estabeleccu juilto de cada scc~2o das 

>ela&s s~~bsistentes uln p~c!~raior rrk, qnc nos ter-;li' 

n~os da portaria tle 19Tagosto de 1836, tinl~a logar no 

trihu~~al em assento. elevatlo, como cumpria a urn represeot:lnle 

da &ciedade '. 0 regirnen!?" do ministerio poblico, 

abprovado por decretoSile 15 de dezernbro de 1835, 

manteve os tres [~rocuradores rkgios em carla u!na.dasrelac$s, 

., ,. , mas determitlon, quar~t~o -___ ao ser~i~o externo, que 

s6 urn dirigisse, por turrto de rjuatro meZes,' us servieus 

Tf~?especti\~a pl.ocui,adoria rkgia, quer 110 tocanle a orga- 

~risa~so de mappas do movimerrto j~~dicial, quer a rc?speito 

da decisgo (la duvidas s~iscitaclas pelos delegados bem 

como herca das reuni~es mensaes que de~iam ce1ebra1,-se. 

para tractar cle assumptos importautes, etc. (artt. 44, 2G 

a 37, 40 e SC). 

corn t8o eslrepifoso alvoropo Em tal caso o poder executive declarava-se 

io~polente ; e, par mero doseargo de conscienc~a, ordenava as auctoridarles 

que ernpregassem todos os meios de persuasan ao seu alzance 

para que eoncorresseru as elei~hes as pessoas para isso habilitadas, 

n fazendo eonlleaer aos povos as inco~~venierlles que poderr] resultar de 

preseindlre~n do mais importanle dos scus dircitos, qua1 O o da contribnirem 

para a escolha dos empregaclos que deve~n dtrigir as cliverscls 

rarnos (la ailm~n~strapio, decidir de suas Iazendas e forlur~as, e vigiar 

sobre a tranqoilidade publica (portar~a de 1% tla julho de 1836). 

1 A princ~pin esse logar tinha sido ~njustamente negado aos mcmbros 

do n~in~stcrio pdhlico. Esles, porem, protestaram perante o 

governo eln 9 de agosto do 1833 e forarn, como se vt!, attend~dos. - 

Uma outra pequena questao devia aindn ter logar: se elies poderlam 

??I: hecca de magistrados. O decreto de 17 de setenibso da 1835. 

dec~il~u a(lirma1ivamen1e por os coilsiderar pertence~ites ao corpo da 

magislratura judiciarla.

Esle regirnellto de 15 ile de~zemhro dc IS35 foi o prirnciro 

yi~e fixurr as foilc~ijes tlos djversos membros do 

~ni!hjstc~.io 111111licu pur fur~r~a qile elIc?s mnl~livtlssern a sua 

;111id;ic!e e ini:lc~ic~~~ler~cia 11craalk o poller jurlicial 4. Ahi 

'sl: r~~c~cr~lli~;iv;~~~~ 

~lrfi;l;d:~s 11ol:1 l)riir~erra rez lo~las as attri- 

1111ir;Tics tlos tlclegntlos rli) i~int;~ir;rdor regio jr~~tto clos 1i.i- 

I)llr~ncs tic [lrirrlr,ira irisl:111ci:1 (:lrtl. ,1 :I 201, e regllladn a 

fl',r1~1:1 di!, IIUS SCIIS impcililrlculos, serern substit,uidos por 

:~il\~t~giitlos tlo aotlitc~rin ~,arL. 2 I). i\lii sc ~li~ia qrle anappas 

dc: IIILJYIIII~~II~~ ellcs dovi;rm orgaeisar e ( 1 que ~ modo (yes. 

~~iiili.los ;IIIII~XO~). Emfjm, alri sc f~sn~~am os cnsos em 

ij11e "Ires tlcvi:~lxl ir~ltisvir 11os I)~OCI:SL~J~ tl,~ R~zcud;r ili~ciu- 

II;II u (10s Incrlol,i:s I: Iwssoni crlnili:rr;~~l:~s, n:ls c:msns criinns 

111: i~rll!ri?ssc ~idlilico, clc. 

C) rt~giinoiilo tln(:l;lrav:r niritla que, nl)niao (10s delcgados, 

sib l~a\'uria Ires sull-tlclegatlus em Lislmn e 11n1 no Por.to para 

c\c~i~c.crc.rn as res[~ec.lirns f~~nccfies juulo clos magistratlos 

, ,. 

!I:. j~olici:~ t:oi~rt?rt~~io~~:~l (:irk. 23). No rcslo clo [~:riz fijratr~, 

pui,t:r~rlu. si~liprirnitlos os logares de suh delegatlos, conlo 

ci'a nal~iral srlccetler cm \isla ila ~xf.inc~3o dos jnizcs 

urili~~;~r.ius, l~cra~llr: us qllaes, segunrlo a reforma de 1882. 

elks tlcviam fuuccionar, 

01- Cllracler rlas reformas cle 183.1 a 1836. N~c~ssi~lntle (la 

ilolns nio~lilica~iles. Rcsol~rclo tle 483li e coiisrqu~~tcias.-Estas 

for,:~m a% ;iIter:~c:.T,es qlle on legislac30 clc ,1832 cffecluaram, 

qu;lnlo aus juizes e. ao miuisterio piiblir:~, as providencias 

tom;~tl;ls pclos potle~~cs ~!olilicos de 183'1-1836 no tocaute 

adrninislrac5o 11,i justi~n. 

publico, dlz~a o art. GO, ou figure como 

parte ~r~liiilinl 00 IIIIPI vt~l~llil, COI~IO assi:telite e pri)tei:t~r, ~I,IY~ si~r11111.i~ 

rill v~sl:~ ilrlc, fisl:al iia 111ia. c ~ ~ e u ila ~ ilei, o dere ser estranho ss palx6es. 

II~;IIIII~IIIIO % I I I ~ str11,ta I ~ ~ii~parcial~cla~le e SUS~~~III;IIIIIII st'111pr1~ us 

i~rlcressca tl:~ vcidade e [la justlga u. 

1 ,r O agc'liti1 11i1 ~~~~ntslcrio 

Taes a1terat;Ges 1130 foram profiuldas, arlles se conf'or. 

maram corn os pr*irrcipius f~~ntlamel~taes tle PIOUSINHO DA 

tratiras c jutliciarias c a lcspcito da supprcssiic~ dc hdns 

os jnizns previlegintlns rlne 1150 tivessem umn legitima 

raz3o de existeur,~a il?:~rte. 

Quaolo a este allimc, po~ita decreturt-se elfeclivalno~~te a , 

estii1c~5o: - a) do joizo da c.oi~scrvnLol-i~l (lo conLr;icto 

geral [lo tal)neo i? sal~oarias (ilecreto do .", de mail) tle 

4838) ; - b) e (lo jirizo (la b~rlla de San1~1 Cruzada (ilecr,eto 

de cle agoslo tlo ri-rcsmo :~niloj. .Slcm cl'isso, Irni~sfc~i- ! 

ram-se pala os competenlt?~ trili~liiacs ns :~tlrih~riciics j~ltliciarik~s 

IJIIC IIII~I;IIII l~erlrx~t~itlo i~o II!IJJSTI:(I-I~~~ t! cIi+ ~ I I C 

elle queria ,ainda us:rr (portni,ia 'tlc 23 d?fcrcrciro tlc 

lci~mos tlos lruclatlos e alb tle1iberac;So tlas caniarns legislatiras, 

as ~o~~scr~atoria~ 011 ~LI~ZCS ~o~~serr;~iI~res ~liis 

prerogativas ilos cstr:i~~geiros, ficnnilo linl, css:~ hrma 

st~hsistentcs, em 1,isboa e T'ortn, ;IS ,c?irservalorins ~10s 

iuglezes e dos subclitos das na[,ijes confe~leraclas, e si, em 

EFGis clus hespaolross, fraocezes, itali;~iros e aliemies: 

decreto cle "1 (Ie tlezembro de 183.5 e ~lorlar-ia de 46 de 

jnueiro de 1836 (couf. rlccrcto n.O 24 dc 16 dc rnaio (1e 

1832, art. 28, 2."). 

(211aoto ao l~r'opusilo cle sepal.ar a jostica tla atlminis 

tra~lo, ji 1220 qrrercrnos citar as portarras-clrcu1a1-es (In 119 

de fevereim e 7 cle rnarp.0 dc ,LS3Y e 23 de al~ril e 6 de 

julho de ,1836, em qoe ns magistrados e as auctoritlatles 

admiurslrwliras furam i~ltirlradas a reslieitar a tlig~~itlarle 

dos rnagisti~ados judiciacs e a 113u se i~llroincller clirecfa 

ou indirectamente Ilas ~.esl~ertiva? fiinccloes, arnda que 

cllcs se moslrasscn~ fruuxus IJO desernpaoho (10s sells rle- 

vpres, - r ~ln a port~ri~r dc 12 dc s~tcrnb~o d'cslt: lllllrliu 

anno, ern q11e o go\erlio ~APOIVPII ilt~r~~mi?~lIos q11e llic 

ti~illarli sido cl~~iddo~ para dar parecer sobre um prol-esso 

criminal, e em que terminantenle~ltc alfirmou yrle sir ao

216 S3lST. DO OllGAN. JUDIC. PORT. NA TERCEIIIA EPOCHA 

ccsscm itltlispe~isaveis para que taes logarcs 1150 fossem 

nnir~nrnentr sullicit~dos pur pessoas indignas dc os obter ; 

di cvrllernplur os log:ires :~nbmnlos rla m.lgistrainra, que, 

coillo as ar~tlitorias milita~es, n8o tlvessem uma gradua~fo 

fixn ; e) clulerrr~i~lar o tcmpo, nlan~lrn o circrlmxtdllcins em 

qlie us llllzcs poderiam ser mutldilos de nns logilres para 

o~ill.os; f) e lisar ns reformns e nposei~la~fies (10s magist~,i~tliis, 

iluer poi, cliulrrr~~iil;~~le tie serri~o, rlllel. por impossil1ilit1;tcle 

~)l~ysica suj~erueniente. 

0 ~wojeclo tlevia ser apresentado 3s camnras no pri~icipio 

tlc jol~eiro clc 9836. O quaclro de trabalhos era, pnrem, 

de SI incsmo cxte~lso, clr~alitu inais ;ijuotando-lhe, como 

t1el)ois se fez, n par18 i~cl:rtivn an pr.ocesso civil e criminal ; 

de rnudo clue a comrnissiio, - apesal. tle accrescentada, em 

27 tle ~iorernhi,~ e I tle clezeml)ro, corn llomens como 

SIL\'A F~r~~fi;\o, ~~'TIILINI, Phl\.h %!AXSO, CUNHA I'~s~0.4 e 

AI~K,IL~D DE Mc~~lnos, - sb depois cle cncerradas as cbrtes 

poutle apresentar, impresso, o sell prrjecto de ~,r.forma 

soDl~e orynnisaccio judictn~.za e orrl~?11 do ~~~OCBSSO ciril L' 

c?,ialkrc~l, que, por osso razz0 veil1 I ser aproveitado para 

base dus ~lerrelos dc SO d e de 183.6 !,I3 .rjlw 

jaoeiro cle ,1837, [)romalgatlos, em dictadura I, com o 

uome cle riova rcforma jndiciari_n.?e 1837, pelo miilisterio 

(Ie que taziam parto SL DA RAN~EIRA, P~~SSOS MANUEL e 

VIISIRA uli, CASTRO, istd' 6, pelo grupt~ de i~ume~ls yue a 

revoluc5o de !I de sctemhro de 1836 levara as cadeiras do 

pnder?, 

0s tleerctos tl'ess;~ dictarlura foram aanccionados pelo btll do indet~uzzrlcicli 

cnnslnnle [la lei de 27 clc abril dc 1837. 

A'cerca clos faclos polilicns que oecorrelani desde 9 de seternhro 

de 18:l(i a16 lo ilr f?ve~eiro tle 1842 - [rcstabelecr~~rcilto l~ruvisor~o cta 

c.niistiluif5o tlc 1822 - eorlvoeapZo, orgai~isn~rio e foncrlonnrnento das 

ciirlcs consliluir~tes - tliseusr3n e votayno tld constilu~qbo dc 4 ac 

abril [la 1838, clue estnl~el~ceo, ern substitui~$o da camara dos pares, 

urr~ scliatlo elecl~vo - e ~Orlrri urtllil~rias (lo fim cle IX:16 e de 1839, 

18'10, 18'11 c eolnepn tle 18'L2] -dcrt: lLC~.-sc a cil ohra do sr. DR. Lu- 

(52. Refor~na ja11icial.i;t tlc 'ISAi. I\llcra~aes 112 dirisio 

jl~diciel (10 conlinenlt! e illras. - (2 ilova reforma ,jntliciaria 

mantimha ~~~~~~~~~~u_,.(!~i!1~11?1,~e,jt1slig1 

kiztr~tclo-o corul,Or 

de ujnj~resideule .,,- e mais cl~~,,,~i~~izgj~~~ns~ll~cjros, 

que se 

co~istiluiria~n em uma .sbsbct:50 t111au1lo 1130 l~ouresse 

nlirncro para as ~lnas, e (In?, rlas suau f;~ll;~s 011 inrpedi- 

- .-.- 

rncnt,as, poderiam ser sul~stitnidos pur ,--. jaizos cln relar,%o 

de Lisbon (ai,t. I). Cub *I,P-' 

b-,,. ,. 

Abaixo [lo trlhr~nal sliprcmo a nova rcfnrmn colrserveva, 

no co~~tiocnte, as l.cla~Ocs dc ],isboa e IJorto r,om p~'c:sitlentc 

e mais vlnle juizes cncla utna, e, nus Ac:n~,es, n dc l'outa 

Delgaila corn pri,srtlenle t! ruais seds juizes (art. 3). a ,-., , 

Em segnida furlccio~laria rim jr~iz dc direilu en1 c;~dn 

uma das 48 cumarcas em que lic:lva tliriilitlu o coi~tinente =, 

. ., . 

rss Pn~p. 110 vol. Ir, p 209-210 c 250~?80. - Observenlos tl~'stl~: j:l 

que o periorlo tln I~~sloria (la, orgairisa~bo jiitilciaria estiiilailo no li'\ fo 

nao cliegn senao at6 18i0. A rnzio, porcio, e oilvia c prcntic cbscncialiiiente 

coin a clareaa do ~~ii~tliodo. desile 18kI corlicipllns n ileparar 

corn cliplomas auliia hoje v~geiilcs, tacs coiiio a iiut~zss~~r~n I,c/~~II~(L 

judicin~.zta de '21 cir nraio tie 18il 

1 Esta providencla trnhx jd sido muito drscutida c aGilal npprovnda 

nas ebrles tle $836; lilas 1120 c11ega1.a n sel. convpll.illa eril lei pnr causa 

dos ncont~clznr~ltos ~IIP I!P~BIII~IIIXI~~III a dis%olugdo dn canlarn tlos 

dcpi~lados ~III 4 de junllo. 

2 (:orno se vA, o llollie de - ? O~I~~I.C~IT. - quo JSI. v~lllia do nl~tigo 

regi~ileii, 1rii1111pll~ defii~~li\~a~n~iitc A ICS/I~I~O do SCII II~IIIJI+~.~> 

LI ylte a 

nova reforinn n8n nl~dou corn pr~lil~ncia - (:wtc, clue a ~WI~~CIPIO as 

coilla~cas eram poucas (talvez G) e que D. Jon0 11; npeznr de as Ler 

rep"tr[lu ile fbrilla clue fica?seiir co111 uina ;ire;l ~.:izua\-t?I, certari1~,1111: 

nlio clcvon o seu ncilrlero n n~>!s-dr 'NU3 (:.I Lo, tsu~llri~i, clue, n d(5sl)erto 

das ~~~~vttle~icias 1it111;ldas ~ III l%!IU e l7!12, 0 ~iuiri~~su 11;~a et)ili.iirus 

n3o pra. etli 1340, nrrl? nindn FIII 11197, sup~~.itu :1_>5. r qur, ilno 

obskrr~le a lr~~laliva I't.il;t lias ciirles dc 18:'(iLIHY8 pnia as L~,ai~siorii~ar 

em ,1113 j~ilga~ios, as cnriiaicas rilo s6 ile facto I I B ;iug~nroln~.nrn, 

~ 

inns 

furair ate rcduz;~l;is .2,4:,$10 1833. - E' prcalso, poron, obsi.r\.ar quc, 

aba~so d'esse ~ ~ ~ O I = riui~irru I I O tle eui~iared~, ll.ivli~ iilc 1832 111\wrsos 

2 8

e tins q~lc sc cstabelecessem nas ilhas, ltavendo, porkm, 

.*.. ell1 I,isp~!a, seis jl~izes tle clir*eilo e ires cor~~eccionaes! e, 

-.~ nu kurtu, [re's' dt! direito e urn corr~eccional (art. 4j. Nos 

,,,, . ,, . 

sells impecli~-nent'os; os jnizes rle diwito serlam s~llrsl,ituidos 

por juizes letladus na proporcgo rle um para cada dois, 

devenilo o goverilo rlpslgnnr ns drlas comarcas a rlrle cada 

j~~rz sr~l~slil~~lo licavil ailslr~clo (art. 9). 0s jrirzes de direito 

j11lg;lri;lm (;om inter*vel~@o rle jurados a3 cansds civeis e 

Do~1oi.s I'11111:~ion;lri:l I ! j~ujz orclir~a!.ic~ em c;~da uln dos 

3'19 julgatlos en1 clue sc rli\ritliarn as comat,r:as du contineote, 

a i!ncep~%o das ~le 1,ishoa icid;~cle) e Porlo. que tlBo teriam 

'divis3o di: I~~ls;lios ncni iuizes ot,tliaarios (arll. 5 e 10) 1. 

Etnfinl, exerceriam a.t~ib~~j~.~cs j~tiliciacs- 11!n j ! ~ 

em cntla 11ma d:ls frcguczias cm que estavam repartidus 

os tlivc~~sos julgados, - nm juiz de paz em uma 011 mais 

freglrczins I'ormando urn districto de, pelo menos, dr~ze~~tos - -.+.*.* 

fogos, c tomaudo o ~~~IIIC Oa freguezia mais pop~ilosa 

eleit~,~ 

JIII~:H~~IS, 

1 ~ 1 1 11~11' I'IIIII:I:IOI~~IV~III 

nRo 

S[ICCI'(~I~II nn LIIIIIII~. IIIYIG.'~~ jl~cIlc~:~l (11: 1833, (I grrlrlds tlcfi~il~ fo~ logo 

julzt'~ ~it: fi~ra: e ~lue, he ~ ~ s o 

~:o~ilirrt~lo, i? i.111 IR:i!i, anlf~s rll? c.ll:~.c~fnr ~nt~gvaln~rnte rxcnutarla, 

rzt~lrt~ll~c.cral~l-sp~ ~'III vcz dc hU conlarr+zs, 1:19 jolgados tlr, jl~iztls de 

11 lrr~lll3. 

Esla ~-\r~~luynn rlrv~;i tcr atlverl~do os aucturcs (la nova ri:lor~l~a de 

(1111' 0 1x11'7. lliio poilla ro~~(et~lar-sr ronl n rslguq tlilr~lero dr 4.8 

r>otllar~*:ls, r 1.1 rlr~ccssalillil~e~1li: pr~~)ar:\r, co11in depois verenios, e 

111go a 11ari11. ill! ?-Jail -18.18, o scu succcss~vo alxrgrnr~~r~tu at& ao 

n11111t~rn agnra t3sr.rsstvo, Prn rlne hn,j~, nns'achnmos 

1 I\ 11ova rt3forln;l OII ~lrcrelo rle 29 cle iiovemhro tle 1836 refere-SP, 

1111 art 4 n 3.31 JIII$:I~I

segrr~~rl;~ r: IIIIIIII;~ inst:rr~cia I? :I[) ct~i~llccim~~rrl,n (10s r'eclirsos 

j~ltul.l)t~sbls I[:gilim:~lni!r~t I s i s i~~ler~trcs. E as do, 

SII~)~I:IIIII tr'il)nlral cor~~lirr:lrt!~~ilt:~îa~n u julg:cr~renlo (ins 

rec:nl,sos rle rcvist:~ e as tlernais iotlicailas [la lei. 

0s t:r.i~nil,s ill: policia ct~r~rer:cion;rl conli~~l~ari;~~~~ 

a SHI' 

,inlg:~iIi~s II~S Ierni,~s tlo tl~~r~~tt~ tie 12 tle ~Iezeml~ro ilc 1832, 

-"I "_.. 

II:IYCIII~O, II!II.~I~, urn II~LIIILI~III ~ I I ~ L C (:oi~i~erri01~111 

~ ~ J em 

c;rtla ~III~:IIIII, 

I! S~IIIIU C~II~LI~I~IIIO. 

II;I calre~a cle comarca, 

pel[) ,111iz IIC ~li~,t:ilt~, 0, I~'II,.I, 11cIo jr~ix or11i11;1rio, scrvir~tlo 

cle ;riljr~~llos a nln e onlro us dois verc;~ilores rnals rotatlos 

tlo alllit) :r~~leccilet~le (art. 12). 

0s on11'0s (;r.inl(:s, I)eni conio :IS carrsas cireis de eerto 

\;ilu~. I, sc~.i:rrn tlet:itlitl;rs err1 coda 111n tlos jr~lgados com 

itll~:rr(~~~~fio 

... 

cli) strry cle j~r~~n~r~ci;~ 

o tlc seule~lca on so do 

" 

lie suotc:~r?.n, p;~~,a o I~III: st:rirltn L'I g:r~~isatlns ;~sx!i;tas *?qs 

j111.:111os c sc forn~?ri:~rn, 9 sorle. JS pal~tas resl~eilaules a 

*".~~ -. . , . ~ 

catln wn (10s semcslres (artl. 1!1 n tii!). 

0s j~~izcs lel.r~:iilos 110s iliver*sos l~~il~ntlaes, inclnindo us 

s~~l~sl.il~~los tlos jnizes tle t1irt:ito ile primeirn instancia, 

ser.i;~~n ~lcr~nearlos ~~t:lo goveroo, perpeluos e in:i~norlive~s, . 

e ljotlarinm Aer ajruse~ilados com c;llisa j~~sta e lirnvada, 

l~rec~etle~iilo cuosulla rlo soprerno lril~~lnnl do josli~a, qlle 

t;nnlrc~n rosnlveria, c,omo fussc tlt;, tlireitn, toilas as tli'vidas . 

srlst;il.nilas s11b1.e a antigtii~larle rlos juizes (artt. IB, 16. 31 

e '18). - 0s JII~L~S tle p;lz, us jr~izes eloitus e os juizes 

orclin:~rios se~

""12 1lIST. Ilil CIRRAN. JULIIC. PORT. NA TERCRTRA EPOCHA 

- - -~ 

aI~oli(la POI' I). Josh 1 ern 17ih, e restabclecida em 1578, 

I . I I Muis tarde, em maio r5182; em cullseclut~ilcia 

tl~! nconlecimcatos gravcs, T61.a a relac30 abandolratli~ 

pelos seus mcrril~ros, ficanclo assi~r~ interrompido o 

ours^^ tln jtlsLiCa ali! cl~lo, pnr inrlicac;Zo do coriseltlo ultra- 

III;I~IIIII, sc ])~tlb~'a (Ic 11nvi1 organisar.. A soa estabilidadc 

I I ci,), ~ pori:rn, ~nuilo gralltli.,, (! u ~~iqecto de LI~IA LEInrnrl, 

rlac p)delsin rn~!lllorar nm thl eslallo de coisas, 1120 

cllcgira a sor tlisci~titlo ~las c0rles de 1528, Ootra vez, 

pt~is, so ilissolvera n velh:~ rclaCAo, tlispersalldo os seus 

,j~lizr

11t)r11>$ 1\1111?i~i< EsLr~~-m~lros, Bi~;I~oli~n e S:r~lilueIin~, a tert:17ii.:1, 

:I ~wovi~lci:~ tlc S;rlsctl: I; prn~it~ci:~s au sal c de 

P:i~rll~:t~~liirr : :I rj11;11.1:1, R~:~I.:III ; t! :I 1111illt,a AItya~~llii~~~~e (ilc1~:~'?lt) t10 7 IIIJLI!II~II~II, arlt.. :I, 'l4., 2(0 ,: 29'1. 

0s lt~~~r.il,~~~it)s 

tl;~ :\I"I.~I,,;I urti(let~hl c ~I~IS ill~:~s r~~y~ec,li- 

Yas, -s~~,jc~ilo.; :i I.L~~:I~.~II tlc Lijl~[~il el11 m;lte~.ia ci\~~I'(;rrl. 19 

(10 tl~~(~,rolo IIIJ '11; (11; ~:~II~II~o~~, c 1130 ~111 ~II~I,IJI~~;I wime 

YISIO t:~isli1,1>111 1,111 Iotlos vlles ,JIIII~~IS ~li: IIJSI,~I;:I (11, 111113 1130 

11:1t-i;1 ;I[IIII~I:II?~I~ IIPI~I :I;LJI,:I,I~, - CIYIII~ 1101~ SII~ 1~14~ ~liv~tl~~los 

CIII lt~.; I.,IIIII;II,(~:IS, ~I!I~:III~~II~~u, :I j~r~tneil,:~, a ~isu\~i~~cl;~ cle 

!ilig111:1 i~.o;~ili~:l ($ 0s 1)rt;sitIios ilIItIt'S[IS. iYc)\-t~ Be[l~kr~tjo e 

I~I:II~II~:~~:I): 

a sl?g~i~llln, as 1111.1s tle S. TIiosr~C: I: I'rl~~c,ijie; 

I> :I ~t!l'l'l~il':l, :IS 1I~i:lS (::lIlv v~i'!lt: (ill'I,I. 1, 4 e 5 L L ' ? s ~ ~ 

tl!~c:t~l~lil I. 

I\I) latlo (lo lrliz tle cliraiti) roi~c.cion;lii;~ cilr cntl;] lilnn '. ' 

tlas rolnat.i:as tlas pst)~~~ilcii~s ~lllra~n~irii~;ls 11111 IJUIC;:JIII) (10 

l~rot,~ir:j~l~~r* II;I IC,O~.~I;I I: I'i~m~~tl:i, II~IIXIL~;ILIL~ 

111:lo , i~;s~~et;liv~ 

. 

gover~l;itl~~r grr.;il elri ~rcr~rsell~cl. Essn rcl~scsc~~tautu tlo ~ni- 

~rist.el.ii~ litililic:~~ 11411 I.t:~,ln, [)or I'IIII~II~III~~I, ~~?~II;IC~II 113. 

t~rtlerrl jntIic~:~l (arl. S tlo tlci~r~ol~r tlc 7 tlc clczon~bro c cg1131 

art. do clai.rero cle '46 tie larit:ll.o). 

As t.tlrrrarc:a.; 11;r Africa or~:itle~~liil cram sl~l~-iliv~tlitlns em 

dist~,ictos I ~ P JUZSP~. oi~il~~i~~~~io~ J)PIR n1:lIIcir;l scgninlc: ilos 

em 'ingola - rirrl em I,orl~tcla, ur~lrv ~ i Kc~vo o I\cclooclo c o 

terceiro 8111 Uengnella; t1111s eln S. 'rlinmti 13 1'1.iocipe- 

urn na illin de S. Tl~oinG e oillrct II;I do I'r.i~~t.~jir; r iltizi! 

no al,cl~ipelago clc Calm \'erde - urn par:^ c;riltr illla. 

A' f~c~~tl: ilc id112 llln tl'esles 11istrict~)s ost,~ri;! rlin j~riz 

oi~tl~~~ar~n, elelto coma no coutineutc I: cxciccudo as rncsrnas 

at,l,r.iblri~hes Ern tl~rln o c111c ftjsse ap~~licuvcl , dcvc~~tlo o clo 

julgado caba~il de comarr,a slil)stit~~ir o j~iiz 

tll: rlireiio nn 

sna ;insc~r~cia (III ilrrjictlirnel~lo [aril "1 ((i r, 10 ilo tlecscto 

tle llj ile janriroi. 

list,s cli~is5v erui clisI.~~icl.trs ile j~lizes orllir1:lrins co~ res- 

~~u~der~lri ;~os j~rlg:ltl!~s 111) co~rl~~~e~il.e, 11%) fai eslnl)t?lr.ri~ln 

os cr lmrs jii.~!~~ss~tiios, qne 1111poi lav~u~i pcua ili: 111orLc, c. II~ rcalc~ do 

ullr;io~;~r, as JLIIII:I> dv jusl~g:~. 

Ohs~rvrmns, ~ io ~nlrrlnnlo, qn~; t~n~lo o llr~rplo dl; 10-tlez -1836 

proli~h~tlo totlo o co~iimi'lc~o tie t>spollagao o IIIIFIUI l;t$;io di: escravos 

llUS ~OIIIII~IJS ~OI~LI~L~FZ?J dl: 2ll.111-lll;\l C ~bj1~~l~llllll'lltl' 1117 i1fllCfi, 

ficou n eteravntoln cn~ir~tlr~,?ila CII~IP pl~lii~cn, 

qlii! tli!vln sc'r ~i~lunrln 

pin; JIIIZM dlr d~reilo dos icspect~vcrs I~OIIIIIIIIIS, il,:v~,~~iIo, IIOICIII, 

tlas sua, se~~ict~yas ai~i~ull:~~~au aclllplc lJrli porlr rl:r ~~iui~r.:~ li:rr;l o 

sltprclnrl tr~liilrl:ll il~ tronillirrclo 1111 ~rlno t=ntno 1,1>l;l~3o eo~~r~nt~~.t.~:il, 

jarlt. 20 e 22) (ioni. a rlotn d i ~ ~ ~ o lde i l ~ li-oilt.-iS3'J. 

f l ~ ~ 

29 

'

para as comarcas (lo clistricto iuilicial de GBa pel0 decrcto 

?c 7 rlc tlczembro. Alli os juizes de tlireito seriarn snlislilnitlos 

pelo ;~clvogailo mais alltigo, OU, 113 sna f~ltn, por 

uln c~datlfio clue ao ~~resiclel~te da I el,~(Bo parcccsse convcnicnte 

nornenr (art. 5 cl'este dccrcto). 

0s tlisl~,iclos tlc juizcs ortlinarios na Africa oriental e 

na Asia repartiam-se em &g!~t~i~l~, tjue ti~rbani i stla 

fr'c~lte .i?!ju;s ,.eleitos c juizes de I;az, corn as altr~ibni~6es 

estahclccitlas nas lcis db' 'iionti~;enle e eleitos pela fiirrtia 

n'ell;ls tlccretad:~. As camas civeis seriam seml)re precetlitlas 

de te~l_lativa ,11e co~lcilia~Io (ark 9 e ,I0 do decreto 

dc 7 rlc dezembro, e 1:1,^'12 e IF (lo rlec~,etc~ de 16 de 

j a 11 ci ro) . 

Esta ~I*;I a tlivis3o c organisa~Bo judiciaria geral. Em 

caila ulna clas pracas de Damio e Diu haveria, [lorem, 

1150 Iim juiz tle di~~cilo prnp~.iameate tlitcl, mas 11mjtliz 

esl)et:inl, nomcaclo g2.r- tres aliqos pelo preside!^& ,rh,I.el,a- 

@o e it~cumhitlo tle deciclir lodas as causas nlo excetlentes 

a cem xerald~ins, e hem assirn cle ljreparar e instruil as 

de maiur valor a fim cle serem julgadas, em audielicia 

geral, por Iim dos juizes cle direilo das comarcas de Gba', 

designado por turno, o qua1 teria a ai~aila de qc~inlle~ltos 

xcrapblns e n8o daria, por coosequencia, appella~lo ate 

essa qiianlia. Alem d'isso, o juiz especial exerceria rumu- 

Iativamcntc as fimc~iies tle juiz de paz e de jniz eleito 

(artt. 17 c I9 (lo derreto de 7 de ilrsenlbro). 

Decrelnda esta nova orgarrisa~ir~ jlltlicLlaria, cnmpria 

fortalccel-a. Pcll'i~ isso tletern~irlul~ o rlecreto de 7 de dezembro: 

- 3) rlue os jrli~es cia rela~Xo de Gba serviriam 

por IIOVC ~IIIIOS. fi~ldos 0s qllaes, - se qoizessenr voltar ao 

reino, c~~trarinrn em qualq~~er das rela~fies, 011, 1130 havcnrlo 

logat., scriam aggregarlos a ellas on serviriam, sem 

~,rrjnizo da sna anligatle, clnalqtter Iog:~r tlo jni,: de direito, 

e-- sc 115o ~?rctcndesscm vt~ltar, 1eri:lrn mais nm quarto 

do orrlennllo e ainda, ao caho de o~ltros nove allnos, as 

houras cle consclheiros do supremo tribunal de j~lsti~a 

(artt. 25 e 26); -b) que os juizes rle direito serviriam 

regressar 

por seis annos, findos 0s qnnes, - SF: qt~izesscln 

ao contineote seriam colloc~ados na primeira comarca quc 

vagasse, e - se ~lesejassein hear 110 ultramnr, passariam 

a ser considerados conlo ll~izcs da rela$io tle Gba I)~I'I 

lddos os competeiites effeitos e vantagens, eutr:rnclo em 

exevcicio logo que n'ella llu~~vesse clnalquer vacatnra (artk. 

27 e 29) ; - c) e qne todos os rnagistrados, incluindo o 

prucnrador da co@a e. faze~~ila e os scus delegados, receberiam, 

quanclo l'ossem de 1,isbtra para 0s' szus logares 

oo qnando, findo o tempo, vol1,assem 6 Europa, uma gralific;a~30 

ou aind?" ae custo ega;ll $,, q!inrla partc do or@ 

natlo anor~al, alhm cle transporle Q cnsla da fazencla, quer 

eiit ~l;lvid &o Estarlo, quer em ~ravio particular (art. 2'1 e 

t,abella annexa). 

64. Reorganiznpio dos tribnaaes cu~~~r~ierciacs e niililares. 

- Ao mesrno tcmpo que orgauisava pels rnaneira exposta 

a admiuislra~ao da j~isti~a em materia civel e criminal, 

tinto no cor~tiriente e ilhas corno llas prorincias ullramarinas, 

o govern0 nIo desc~irava a justica commercial. 

Com effeito, 115o si, o tlecreto de30 ds setert~bro de.. 

1836 extinguiu a suprema magist~,att~ru do commercio, ',,, . J~ ' ,. 

qtle se tnrnira uma cooezia, -mas o decrcto clc_l .de 

dezernbro -- ... de 1836 cleterminou, nu arl. ,I, qne o-f&:o.$;pc: 

. - -. . 

cia1 ,.- . . do . . comrner:cio_. entrptja dnde eilt&o ?a rclgra do clirrzto 

co?1znzlrt17, d'esles i.einos, -- prov~~~i~.~certi~(1issima c que 

Gciisa, 1120 sD a importailcla ji n'essa epoclra altribuida 

ao commercio e ao julgarneotu das soas causas, mas a 

consist~ncia e o avarrco de certas ideias dos refur,matlores 

sobre orgarrisac2o judicial. 

0 rnesmu _cleccJo estabclece~l harmonicamente, jrinlo; I..--'.' ' ' 

dos tr~banaes, . de ,. ~ -.-. commercio, .....-.. rq~ese~ita!~l.e~,~,p~~l,~ge~~l , : ;i", ,-- ,.r, , 

especiaes clo millisle-rio publrco. hssim, perar~le o t ribunal 

corrimercial de seguuda instancia, ficou funcciotlando

. , , ,, 

, 8 

2% IIIST, DO ORGAN. JUUIC. I1OH'I'. NA TERCICIIIA EPOCHA 

urn prncrir-ador rhgio corn as rnesmas allribui~Ioes e regimcolo 

tl~~s 11rocor:rtlores rriyitrs jnnl,o rlas rclayloes ciris e 

'ritni~ines. E, perar~ls c:ltl:l urn ilus t,r.ibu~l;~es cornmerciacs 

rle prinleirn inst:rncia, lico~i rl~t-cspectivo secretario exercelltlo 

;is l'u~rcqfies dos cleleyaili~s do procurailor rhgio. 

A)I:IS, cmrluanto os t~.il)i~~laes de curnlrlercio en11.avarn 

II;IS regit:ls [lo tli~,cili~ cilmmnm, o firro do esercilo e,da. 

;II.III;II~;I c,lr~)til~l~nvn selltln esprci:il, rlner !(I conlineole, 

, .%. . .,. - . , - * 

tji~cr 110 ~llll.amar, e ~eccbia, erll parlc, urna nova e mais 

~ie~T~!iln orgn~~isnr:$n. 

C)u:~nto :I~J c:o~~lincnle, ja 11 tlecrelo tle IC .. tle . nu!:embro . -- " " 

(It: l8;lti li~~lirl tc11n:lilu alg~lrnus ~iruvidencias para clue os 

111g;wcs LIP icutlit~orus jii~rto 110s consell~os de gIicl,ra le~

ailanto ao nlt~amar, devemos fazer uma distinc~8o: nos 

tonilorins cm quc existiam e conti~luaram t'nucciooaoclo as 

1t1111rrs (10 ,jr~sfi~i~, erarn ellas qne jnlgavam defi~ritiucimenle 

11)tlas :IS cansits crimps militares ; !la II@n, porem, onrle 

upo 1ii1vi:t lacs juotas, urgnnisou o decretocl;,z,@ dezembro . -~"tic 

i81lU tribi~ili~es -esi~eciaes pis se,n~~i!rte. marieira : , 

- I'm primeira ir~sta~~cia h:lvia em -- cada, con1a1-ca urn 

CIIIISGIIIO tl~: gllerra, em rlne o respeclivn juiz dr, direito 

tlt:scinpenll;~~~a as fooccces -rle anditor (art. 15). E, em 

sc]pr11111:1 e 11ll.irna i11st;lncin pr ccJmo trilrlinal tle recurso rle 

~.c~'isln, I'~tiicciou;~v;l nn ci~lacle r l Ngy ~ $&, ~-2q1~5q0 

ri~~~sc:ll~o tlc j11stit:a mililnr, compostn dn official militar de 

nlnlor gr:~~lr~;~~>o, ~)residt!~~ll', de i:ir~co tlirs milis gr,ldnddus 

olliti,ios lo excrcilo c cla marioha, vogaes, e de um (10s 

jtlizes [la relat;Zo de GO:I, relalor (art. IG). 

GG. Trih1111ncs ilc, impro~~sa. - Como se vA, o fbro especial 

p:lrn ns crimes m~litares organisavn-se quasi regnlarmente. 

0 oles~rtu II%J ~~o~ltliri~s dizer {lo l'bro esl1ecia1.par.a os 

rrilnas dc aljnso dc lihertlatle 111: imprcnsa. A lei de 22 Gdc' 

- . . -, . . 

clezca~lrro de ,183k. 1130 dnra ao governo snffic'iientes rneEbs' 

tlc tlureza co~rl.ra ;IS i~lveslirl;~~ dns jornaes op~~osic.ionislas. 

A lil)crtlade de impreusa parecin-lhe ainda (I nmis pi-c~ciosrr 

tit! ~~nsstrs I % I ~ ( ~ I . ~ ~ P I ~ P( s ~ I ' ~ ) / I O ('orlaria . S de 15 I ~P or~ttihro 

tle IHJU) ; mas os abusos rjoe cl'ella a cads passo se faziam 

112o t:r:lln p~iniflos cnmn cumprin, apeznr rle ortlens reiterntlas 

e exp1icit:ls (~lortarias de 7 de rnarco, 16 de majo e 

8 ill: j~~ohn tlr, 1837). 0 vicio j3 nho ~~a~'r?cia resi~lir sbmcote 

110s cxec,rilurees tlils or.tli+ns ~lrirlisterines. Er:l a prop~,ia lei 

cj~~c sc deunociava como facilital~tlo os excessos c promo- 

~uoilo ;I SII;I rrpelic;$o. 

l'o~.isso o govc~'uq propoz as chrtes, rcunidas desde 18 

tle ,j:i11eirt3 de ,4837, project,n, cIlle, de~lois ile h;~slatll.e 

aibrarlo, foi convertitlij ua lei de :lO tl-uovembro de~ Fi', 

;I rl~ial introtlnzin rliversas modifica~6es no ;)r,icesso e jul- 

garnerrl,~ dos crimes commeftirlas, nin por rjnaltlner mcio 

de puljlica~~o, mas scimeete por i~~te~rnc~lio tle periodicos 

on jornnes, q~le dcstle enl'nn tleviam ter cililor responsavel 

maior de "2 ~IIIII~S e corn hens ou fiarrl;:~ qt~e potlessem 

garaulir em juizo a quantia de 1:200~Y000 re~s. 

0 proposito dn lei ela altrihuir tairlberrl ao editor, e, 

na sna falta on insofficiencia, no i)rnprio impressor, 3 

respo~~sab~hdade, que, pela lei 11e 1834, sb ao auctor t.al,ia. 

Alem cl'isso, procurava-se ahre~iar o proc,csso e tornar 

co~ll~eciclv o resnltado (lo jnlyamenlo (rej. os ;~rlt. ,I a 8 

e 15 a 24)'. 

A nova lei loi lnuilo ma1 reeel)itla ~~elos l~r.blr~-ios fnncciorlarios 

qlle ileriam executal-a. As exigencias aos edilures 

cram, realmcnte, excessivas, como dcsmarcadas cram as 

suas yesponsabilitlacles e as do impressor, cjne ficava curii 

o material typograpbico, machinas, ctc., hgpothccadas ao 

o maxim cuidaclo e rigor (portarias de 18 ile dezen~bro , 

de 1837, 22 cle mare0 de ,1835 e 30 de agoslo dl: IS39), i 

e a Ici ia-se cumpriailo. Ainda polb vczcs so argume~~tava) 

com a difficr~ldade de coustituir o jury para a pro~luocia ~ LI! ',' 

para a sentcli~a; porem o podcr exec~~livo cousegui:i (10s- , 

fnzer todos os obstac1110s e im[)unhd ilefi~~it~vamente o ~iovo/ 

diploma. (Vq. a portaria rlr, 19 tle ngosto tl~ 1839). 

Esla sitrm~;%o aiucla havin de aggrnvar-se no goveruo de 

RODRI~O nA F0~sec.k ~~ACAL~IAFA 8- CIIS_I.A c,!,Ui~(.. Corn 

effeito, por - .-_- lei de.:lade o~itabro c.le I!>(), .detcrrnino~~-sc 

& '--. -- ,'.J15 -" -. - ,-.. . 

qlle o editor tlcvia dcpositar atj~iella rl~ta~rlia de ,l."L00#000 

rkis ou dar Irypull~eca ou tial~~:~ cio tlobro (artt I e 'L a 8j. 

- - - , . - .'. . ., . i" 

1 Conf os xrl.1 9 n 42, ondc se pcrmiltia quc o offeridltlo por unl 

rcqoeressc, l~erciirtr o jrrtzu deyolzcztr cur~rrcctonnl, c1ae o ed~lor 

unia rek~)osta, qoe 1190 

per~odico 

fosse condemn:ido a 111serir no irleslno pel~od~co 

excedesse 11111 letr,is ou o dobra do art~jio offeos~vo, sob pcua [la rriulla 

c11a1.1a dc 36000 rdis.

Alh tl'isso estingilin-se o jllry de proolincia pai,a esles 

crirnes, rille 11cvi;rrn sc!r r.C~)illa e ~ig~~r~lsarnettte jtilgados 

11elo ,j~tiz I I tlirr!ilo ~ :~ssisIillo (113 uln ,j~~rjr e41~?1:1:1l III? set1 

tc?nc,n,, cl)ml,osto tlc 14 rnernbros (artt,. 111 tt 15 a 181. 

(Col~f. ;I ~~~rl:lr.i:r de ?:I cle olrlnOro cle 18k0). -E tlecerto 

IIIIC este rncslno jnry se teria erltln snl,p~,imirlo, completantlu 

:~ssim a evolu~%~ cine s6 muito ~rrosirrro a 116s veil1 

a t:l'Iicctrrar-so, so a i.oust~lr~i~;io clc 1838, elltsi~ em viglrr,. 

1190 1111n~csse clecl,~~.a~lo, i~~equivucamiole, clue r nos processcls 

tlc libc~,rladc dc impreusa o co~lhcrimcuto do faclo 

e ;I clnalifit:;lc;io (lo c~,ime l~erteueern excl~~sivarne~~le aos 

juratlos )I. Foi csla n barrcira que cletevc COSTA CABRAL. 

Ili~je ~~itlpuc?m tevi:~ ft>it,o caso d'ella. 19 nlo ha escrupulos 

tle c~~~llslrtl~t:io~rnl~d;lde. 

CJ(f. J~~izes griv:ili\os o I'itro aentlemieo.-Alem dos tr.ibun:ies 

eslreci;~es para us cvilnes 1nili1;lres e para os de ahuso 

tla liher~tlatle tle impreosa, cotltinuaram sabsisliqdo,~~ 

. , .~ jutzes 

cousc~-vadores das prerogativas dos estkarlgeiros e 

rcu~~g;tirisuu-se o Giro especial para as pcssoas acaclemicas 

da Uuivcrsidaclc. 

As cu~~~el-v;rlol*ias 011 juizes ao~~sr~~v:~do~~es linllam sido 

recoul~ccitli~s corn existcrlcia lcgal emqllanlo durassem os 

tl.nl.;~tlus c111e us eslabelecernm '. Porisso o ilecrelo de 17 

tit: ;lb~,il tlc 1838 declarnn-ns ~ercladclros juizes de direilo 

e ~.cg~~lou a fur,ina cle os hzer sul~rliluir IIII:; S ~IIS impcdimcnlos 

pelos j~lizes letradl~s sul~stilntos dc Lisboa e Poyto. 

E o tle 5 de abril dr: 1839 r~Za sb confirmon e al;ll.gou 

essn 111,ovicleucia, mas tjxou o motlo como os jurados, 

esc1.1vges e coutailores 110s d'iversos tribuuaes rle Lisbna e 

Porto cleviam f~lncc~onar nas cor~servatori;)~ ahi csistcntes. 

Alem d'isso disphs: a) g_ue as auilicr~cids gcraes d:js coa- 

,servatorias seriam fertas ti:~~ meslnas epoclias e tnl)~innes 

em rlue linham logar as tlos correlntivos j~lizcs dr: tlire~to, 

mas si~men te nos tlias livres da sclnana ; b)~-'gr~~J'~~~~;~~ 

sas tle com~nercio das co~~servatorias seriam ,jt~lp:~tlas no 

tribunal commercial de primeirn instancia pelos julzcs 

conservadores assisridos (10s jr~rados 110 cnmmrri:ic) (2rl.t. 

2, 4 e 6) 

Relirtivarnciite ~?_fb~?,,$~~!~cial para o jrrlgarnc~rrto I: prlnic;Xo 

das pessoas acailemicas cl:i U~~iversitl;~tle, ld os Esktutos 

e as, cartas regias de 5 de oo~embro.cIc, 17x1, I8 tlc 

japciiro be 1790 e 3.1 dc, maio clr, 17!3"2,1nharn 

-.. 

eslabolec~tltr 

".-- -;,*, r. .. i,.,, 

alguns precei1;s. Curupria, ~,orbm, harinciu~s;~I os stitre si" 

C...~ ~.. 

e corn os pdncipios constilacionaes, c n'essc p~~pos~lo I'oi 

auctorisaclo o goverrlo, por lei cle 30 de jull~o cle 1839, a 

decre,tai*, ~~recedendo as i~e~GSsariis Consultas, , o' . re.$.iln- ,.. ..s,ab. 

ment.o,geral aa,.l~,nlic~ia, acailznlir?. 

@' govern0 deu-se pressa em c~rmprir o 1:ncargo; e, visto 

ser iinpossivel reunir cluraille ,IS ferias o clauslro plena cli? 

todas as fdcultladcs unive~'silar~as, e;carrcgoil-g& oilo or de 

fazer snlrsl~tmr o voto do clauslro pelo Je uma cor1rmiss30 

de lentes, qilc estudasse o assoml~to e formr~lnssa u projecto 

cl'aqnelle regula~neuto (portaria clc 40 dc agosto 


Ass~n~ se fez, e o projecto da commissZo, dlscutitlo e 

revisto em cooselho de decanos, foi snt~ro?ltido a a[j[Jrova@u 

do governo, qne logo e_cll 23 Ye novembro do mcs- : 

mo ailno o decrctou e publ~coa i. 

Por esse diploma sio (la colnpetencid do fbro acatlcmico 

os f~ctos que dlrecta ou ~l~dircctamente concorrt>rem pala 

1 Por ~lecreto de 20-set, -18'14.: art. 134, foi auclo~.isado o rcllol. a 

c empregar torlas as disposi$des e prov~~lrnc~a.s col~eernentes a il1se1plina 

e polieia acadern~ca, qne'se aehan-I sstal~eleeidns pela ~cgislc~@o, 

desde os Estatzrlos antigos all ao regtilnmc~zlo de 25-woz. -18;?9 tr~vl~rsrvalnente 

U. 

30

a rcl:1x:1~5n c r1nel)rantamentn rla disciplina escolar do~ 

eslnljelt?r.ime~~tos litlernrios our para a pertorhacso do 

rupouso e sucego (la ciclads cle Coirnbra, quarltlo ti'esses 

I;rcl!~s interri81.ern le~ltes, doulures, professores, estudantes, 

c~rii~it~e~;~tlos, officiaes e mais pessnas Irertencentos aos 

rrlesrrlos c.slal~elecirnent,os e as reparti~6es annexas (art. 2). 

O c~oul~eci~nento e j~~lgame~lto de taes factos e a sua 

1n111i~Ro c rrpressiin pnr meio de pcnas lir~ramente discilllin:~~~cs, 

- mas sem pprrjliizo das ontras pcnas q11d 

~~nss:~ln scr i~n!lost;~s polas jlisticas ordinarias ans crimes 

(1;) slln cornl~utcncin I , -pertencem no conselho de deeanos 

OII :lo ~,t:itov, cc~~~forme as \leuas applie.aveis forem de rnnior 

011 nicllor gra\.itlade (a1.11. 2, 5, 7 :I 9 e I5 e segp). 

Per:111le rr I,ril~n~lal acaclemicn ft~riacionam: c,ornu agente 

clo nli~~isle~.it~ pillllico, o fisciil da faculdacle de direito; 

comn j~lixes it1rl11irit101.e~ 110s esnmes, rleclara@es cle tes- 

Ikrnn~rl~i~s, st,!:., tlonto~,es 011 le~~tes snl).slitrit~os nomratlos . 

ppln r~it,or; I? corn0 escrivlo, o secretario cla Uaiversidade~,,, 

( ~ ~ tI0 t . a !I) %. 

05'. 01,9tnrolos i e~er~~glo (18 ~.cForma da 1837. Blci~iies Be 

j~~irchs, rlr. - Entrcfanto o govcrljo in tomanrlo as \?rovidr~~c~ias 

uc.ccss;lrlas para qlie a nova reforma se applicasse 

inlrpral~ncatc. -- L',~ra facilitar, sobretutlo em Lisboa. a 

I A jnris111c~;lo $, pis, eernulativa il~~ando os factos roferidos no 

tnatn scio co~~j,~n,;ta~rl crimes I)iz o $ 3 tln art 134 cit : ', O 

exl~rcicio rla i~ir~srlic@o criminal ou cor~lenciosa ilas justl$as ilunca 

s~.I\.I~,I r l ~ ~~II~IP~IIIIPII~O 11xrrt que o re~tnl. 

os IlIEhlllOS III~~IVI~L~OS 011 ACPTCJ dos ~ICS~IOS factos o d~re~to de 

SOIII.C 

I~HIXI? de exerr:rr lanrbr~r~ 

illsjt~?i.i:Bo R o poiler de pullcia repressiva que lhe coirlpett. para 

I~~O~.I".W '. wiw~~~ln (In rlrltnqo~nle 011 para prpcavpr R COrI'llp$BD (10s 

nlcmns c a ~i?rtu~ha$ao 

(1'. ordcm 

"1 tlvcrelo rle 1849 e a parle respeehva do de 18U encontram-se 

dcsdr 11. :j&Z a 389 do A~i~lztn?.to rln Lr?iascvs~dade dc Cotstbtn de 

1896-18!37 

eliecli~3o do systhcma judicial dr: 183-1837, priblicou 

diversas instruc~Oes, se~ido notaveis as yuc se encontram 

deseuvolvidarnente exyuslas na, porl.aria dc 19 de abril 

.,. . 

de 1837. 

Alrezar d'isso >surgie~ ,o~_,ohstac,nlos. -- Em muitas 

. "*",*" ..*.*" - .. 

locnli~lades 1130 se tlispnr~l~am os poros a elegor os magistrados 

iliferiores on os jurados. N'oatras, crdm as esco- 

Ihidos qlle nao qneriam entrar em exerricin on quc, 

entrando, bern dcpressa al~aorlo~in~~m as suas finrc@es. 

E por loda a parte o estado mal-scguro e tnmnltnoso do 

pais creava resisteocias e ubusos. -$s.gqveri~o, pelas 

portarias rle 331 cle jancirn, 422 cle abr~l, ti de julho. 10 de 

agosto e 24 de outnbro do 1837, e 8 tle fevereiro, 3 rle 

marc;@ e 8 de jnoho dc 4838, ~o_!!,~g,g~~ig.,s1rcccssivamente 

exlerminar, cm gra~~de mcdida, esses divcrsris embqra~os. 

Urn boove, porbrn, que lh~, cnstou n~ais reit~ratlos 

esroreos. Dizia respeito ao ,filpccionarnento dns audiencias 

geraes, e, porrentura, nn rell~cla~lcia msl~ihstada par 

alguns juizcs em as fdzer ' e por certos niunicipios em 

arraujar casa para ellas se celebrarem, ia o reflexo do ' 

deslavor corn que os juizes de fdcto estavarn selldo rccebidos 

pelos pbvos, sobl.etodn na decisrio clas causas civeis. 

S50 notaveis n'este particnlar,'visto qne illuminam urn 

periodo cnrioso da nossa organisa~ao jatliciaria, as porlarias 

de ,I2 d~, dezembro de 1836, dc 13 de malo, i:i de 

julbo e 14 (lo sel,eml)ro de 1837, cle 28 de aljril e 6 de 

julllo de 1838, de 13 de marc,o e 2.1 de agasb de 183!), e 

de 20 de setembro de 1860. (Conf., 6ccrca dos olrstaculos 

levar~tadvs ua propria (IivisCio e furrna~so tlos cir.culos de 

juraclos, o decreto tle 4 de agosto de IN37 e a por.t,aria 

de 45 cle agosto de 1839). 

1 iZ portaria de 12-dez--1836 ~eferc yue em muilos jnlgados era 

inlposslvel real~sar as aurlielieins geraes v~slo 11x0 appnrecerem os 

co~npetelites ju~ars de d~re~to duralt.te qtravtezs iiztei~os

' 653. A org;~~~ira@o jodicinl.in pcla constiltii~lo de 3838. 

Alo~lilien$ies nn divisiio judicial (la ,1838 21 ,1840. - Nas cbrtes 

tamhcm j6 se ouviarn, desde 1836, algnmas refereucias 

aos dereitos (la ova rcforma e ilas institni~6es jlliliciarias 

rlne elln CUIIS:~~I.$~S. E~~trelauto, o que ~nais preoccupava 

os reprcsel~taotes tlo pnis era a ftiilnra (In c.onstit11i~30, 

rlue, proni~ilgnda, afiu~l, en1 4 de abril de 1838, velu a 

rslal)elec:er, ~~elal~vameutc a orgnnisac;ao jndiciaria, preceitos 

lenclcutes n sa~~cciooar ern grnllcle parte as inslilui- 

~Ges enlan esislerilc:. Com effeito : 

- (! potlel, judicial cnml~etiria ilos jr~izes e jura~los ua 

rn~~rt~t-~nitladr! di lei jal,tt. 3, S 3 e 1238). Hiweria: urn 

sullre111u tribunal du justi~a para co~~ceder on negar revistas 

c caercer as ~nais attribuii;Gcs marcadas llns leis 

(;II t. 426) ; relayaes par;] jnlgar as callsas em segr~nda e 

ullimn instarlcia (arlt. ISSj; juizes dc dircilo ~iorneaiios 

11c.l~ rei jart. 123, 2); jurailos nu civel e no crime, nos 

casos e yelo ~noclo qoe a lei ilelcrminasse (arl. 123, 8 1); 

,jnizes ordir~arios tJe elei@o popular jart. 123, (j 2); J,!~I!~S 

cle paz, eleclivos, para tentarern conciliar as partes, salco 

qttando a lei drs~~e~~susss esse p~cliv~i~znl- jart. 125 e 8 unicoj; 

e juizes arllitros qnantlo as partes qnizessem nomeal-os 

para a decis3o das causas civeis e das crimitiaes civ~lrnc~~te 

illtentadas (art. 423, 5 3). - hlem d'isso a cilmpca,, rlosseuatlo~,es 

coaslituiria um, tribunal criminal .,.. . esIiicial, (art: " 

Oi), os allusas (la lil-1ert1;lde de imprensa scrlam do conhec~~ncnto 

(10s jllrailos (art. 13, 5 11, e, de raslo, 1130 baverid 

Ibro previlegiado nenl commissDes especiacs, salvo llas 

causas pertencentes, poi- sua natureza. a jliizos ~~articulares 

11s conformidado das leis (art. 20, 5 unico). 

Vi-se d'cstas i1isl)osic;loas quc a constitui~ao decretou 

o eslal~elecirr~e~~to de todos os ~~lizes ylle entxo funccionavnm, 

e ~izcsrijo dos juizs,~ 07.dzr7~r~ios dc FLCZ'C~O J)(I~Jz~~Q~, 

apezar da campanha que ja entiio co~ltra elles se rnovia 

A ORGANIX. JUDII:. DIJRANTE AS LIJCTAS LIBERAFS a37 

nas regi8es do poder. Bpellas esqueceu os juizes eleitos, 

qua, todavia, conti~luaram a exercer as suas limitadas 

attribni~loes nas fregoezias, exactamente como o~ltr'ora os 

ji~izes peda~~eos as haviam ~nercitIo nas vintenas '. 

Como quer que seja, a,co,nsliloir,3o (lo 1838, tlcstin;~tla 

a nma curta vida de menos de q~~atro annus, deixava sufficieute 

maryem para as reformas rpe, na nrganisa(llo 

jnilic;ii~ria dccretada a "l do no~cml~ro de ,1836, de urn e 

de outro lado se so1lic:ilavam. 

Todns as rcfcirmns prenditlm coln a tJiris%o judit:,ial, que 

ja etn 2 cle jnneiro tle 4838 fOru allerada em coi~sccl~teucia 

do restabelecirneoto il'oma ~;oaiarca

&38 ITlS'l'. DO ORGAN. JUDIO. PORT. NA TERCEIRA EPOCHA 

- - . 

~ ~ Rlla o r de puoiciio dos crimes graves, se encontrava por 

essa epocl~a o pais. 

F~I'LI pill.isso vutalla c prornolgada a importante lei de, 

47 cle rnarGo rle 4838, qoc, aprzar do sen carac,ter transitorio, 

vciu n iufl~~ir graurlcmcnte 1x1s altera~6es operadas 

. ,,, 

em 48'10 113 cliviszo e organisa~Zo j~ldic,iai. 

As disposic6cs e~c,ci~

"30 Illsl'. DO OnGAX. TEDII;. PORT. NA TERCBInA EPUCIIA 

riu, lerrtlo em vista os habitos e c~~mmodiilades dos pbvos )I, 

e i~ct:rcsceuto~r, no 8 uuico, clue c( nas ilhas clos Acbres 

porlcri;lm ;IS cornarcas ser tle llovo ilivididas peio governo 

e ;~ng~rreill.:ltlo o st^ 1lllnler.o at6 9 I). 

Co~~~~clnliu:~rrle~~k e I ~~IIII~ i111e I);lra derr~oi~strar a exactidgo 

tlvs rlossos i,acioc~~rlos, a ler cle 28 de r~oveo~l~ro rle 18k0 

exli~~g~~i~l n;ls co1nari:;ls rlo co~~l.inente 110 reiucr e ilhas, 

;~tlj:~i~o~~li~s . os jr~izes cle tlireilo s~rl~stil.ulus eruados pelo 

tlcrrclu tle 4(3 tlo ~~ore~rrl~t,u de 4836 e a~lgnre~~ti~dos pels 

c:tr.l;~ tlc lui tle 17 tlr IrlarCo de ,1838 r, ac:i:resce~ltal~do, 

- , - ,,. 

IN)I'~:NI, clue (I 11s jliizes 1111e entzo se acl~i~ssern sDI[~rI?gados 

IIUS tlilt~s esli~ict,os logares set~r(zttr. l~i~ovldus /?as cortlar-cas 

tle ,torn ur,~culirs s. 

C59. I\ org:t~lisaijlo j~rlli~:i;~ria SCIJIIII~O a Iri de 1SIO. - 

Nt)s t,ci.rnos d;~ lei dt! 28 ile t~orert~l~ro de 184(1, qne, 

cw1111 se tlcl~i~l~enile tlo exposto, inicia ulna uova pl~;~se na 

vitln (lo otg;~~)ismo jutlicial portugnez, 130 continent,r: do 

rci~~o c nas illr;~s ~~tUnceot.es, nlkm do supremo triliil~~al de 

jns1,ic;n t: tlas rc:l;~i$rs tlc Lislioa, forto e Ponta L)el#ada, 

(:OII~IIIII:IY;IIII exrsl.ii~clo ,iilixes de direito, ortliuarios, de paz 

e r,l~il.os. I'o~k~n, citrcj~~autn o numero rlos julzes de direito' 

HI.:I O~~:V:II~II :I III:I~S (10 doh1.o (artt. I e 9). o dos juizes 

ortlir~:r~~ic~s era i11grln1 talllo rustri~~gid~ (art. 21, o dos jl~izes 

tli: ~I;IL OI,R ~,i:tl~iziilo ao i~ltlispc~~savel p;lra as concillaQ3es, 

tlc el110 lii.:lv;~nr lill~came~~te incumljiilos, pois as al,tribru@~es 

t~r'l~l~;~~iolc~glc;~s passararn para os jlilzes de direito 110s 

j~~lgnllos c;lbcjas tle culnnrca e para os ordinaries 110s 

ol~li.us j~~lgi~ilos (;tr.ll. 4 (: 10), e os eleitos soSflaiam 

-. . 

nlgnm;~ tlirninlli~3o. 

0 ~lcsl'i~rol~ pel:ls magistral.oras inf'e~'iores manifeslava-se, 

pw,Cm, pri~lcilialmente conlra os juizes orilinarios, cuja 

al~ado cra raslrlng~da em inateria civel a . 4bOOO .. .. . reis 110s 

bros de raiz e .,--. a 06000 ... reis nos I I ~ I I S moveis, e ern mat,eria 

.~ . 

crime a 2b000 reis 1113 malt8 011 3 rlias de pris3o. embora 

p&essem ilicidir, nos jlllgatlos que 1130 fosscm c;~bcyas de 

cnmarca, todas as causas civois e alB an vnlnr 116 POJOOO 

rbis em bens de raiz e 308000 reis ern beos moveis, mas 

corn recurso para ns juizes tie ilirello (art. 7). - 0s jl~izes 

orilii~arios ailirla n2o er:rm sr~pprirnidos, nlas cinava-se, 

dia a tlia, a sila rrlir~a. 

Parallsli~n~e~~le ... -.. o .... j111.y soffria II~POS e~nl)ales. Cad3 

. , 

rornarcn fi~rma~i:~ rtrit, i~u n,rizv cir.culns (IB j~wados (art. 3j, 

tradn~ia ja o desejt~, nlals t:~rele c.omplet:lmrnte re:~lrsatlo, 

de sllpprlrrrrl rim gra~ltle rlllrrlero cle skdes de ;lndiencias 

geraps. - Era l~ro\~isoriamenle susl)ellaa a r~tificai:3o de 

I)rontmcla em todus os climes (art. in), o qur sigo~fica 

$k a""dis'pos~(sao excepcic~rr;ll clo art. 9 da le~ de 17 de 

marqo rle 1838 lln11~ s~do bem acollllda pela ol1ini3o 

publica, e tSo hem que sqr~ella susperlsao prorisoria Ilunca 

mais foi levaotada. - I3 se assim cahiam, pouco a pnnrn, 

os sonhos arcliitcctaclos a proposito clo jt~ry criminal, o 

jury -. dvil ainda era mais ratlerne~~te ferirlo, pois se ilispo~rl~a, 

no art. Ih, qne nBo Itakeria 1111ervrn~Ao de juri~tlos 

uas callsas sum~n~~rias ,e fitcags; 2." nas demais causas 

;iv&s em que a prova (16s facto:, se iilzesse sb por documentos 

ou por testeinnnhas tiradas por carta de inyuirir,$o; 

:,LAp. 

- 

3." P ~ A todas ns ofctrns en1 qzir qualqtier dns pavies ?EGO 

CO?~SPI~~~S~P 110 jwy, ro?t7l~1n10 q11e C/SSI~~ o d~~clnrasse al?tcls 

d~ ahei In n nr~dz~ilcin grrnl enz qz1i' tzcps,cc dt so. ~z~lgadn a 

crr.~un. Era o golpe de morte IIJ inslifuicZo do jury civcl, 

ilneair~tla Iravia de ser m;~lt,ractntlo pela ~~q\:lssjma rcforma 

jutlieisria, artt. 257 e 30i, p~:la lei de. lG de jnnljo rle 2886: 

art. 5, e pelo codigo de process0 civil, art. !U1 $ci.). 

5'0. I'rovidencias tomwdes iecl.ca dn rli1is5o jotlieii~l tlestle 

lSdO a 1855. - Taes eram os pontos principlres c caracte- 

3 1

~~"L~IsT, 

DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCBIRA EPOCHA 

risticos da lei que hascou a~ovissima. refo_caa.jutlicjari_a_hi~ 

proceder successivamenle e, quanto fosse possivel, de 

de 2'1 (18 maio ae 18ii. Aotes, porem, (la publica~ao 

harmonia cam as divis6cs ecclesiastics e arlministraliva, ;i 

d'este cliploma, Porarri exl~edlclos o - dccreto . , ,." de 28 de 

reforma (la djxis3o j!ldicial das comarcas e julgados, assim 

dezembro de 18j0, qne dividin o continente do reill0 em 

no ronlirle~ile do ,rein0 e ilhas adjacentes, tenclo em vista 

k.,'-.- 

104 comarc;ls e estns em diversos julgados de jnizes 

--- as circ,ilmstancjas,_locacs; 

. _ 

as~c!?mmodidadcs dos povos e as 

ordinaries, e o de 7 de janeiro tle 1841, qne divicliu o 

l~ecessidades do servi~u (art. I), e curnprindo-lhe observar 

--% 

archi~relago dos 'Ayoici em '3 comai-css.'. 

que, q~~anntlo fosse iodispelisavel alrgrnentar o nurnero tlas, 

,- 

A novissima !efo;~na, nos artt. I a 3 (vej.j, consagra 

comarcas, nuoca poderiam exceder a dez as que de novo 

esta clivisfo, clue era' rcproduzida no maplla aunexo, 

se creasscm (art. 2). 

$xcepLo , pelo que clizi a respei l,o a ~ s , , ; ~ ~ ~ ; ~ & ~ ~ $ ~ ~ & ~ ; ~ ~ , 

q~~e, tlevia~n ser llesignados pelo governo, o~ividos os 

.-"Am , "a,-*%*colisell~us 

de distlicto ." , e os juizcs de di~.eito respecl.ivos 

(art. k), e, ,~~s,~,~!;~~,~Q. gi ,cl,az, cujo numero e districtos 

serial11 fixatlos por um'~'6cr&o (art. 5). 

Execlitall~lo a dispusi~lo d'este artigo, foram public,ados, 

110s lnezes de outubso e novernbro de 1841, 1150 um, mas 

51 decretos, cada um clos quaes fez a,,dlvis?o_ ~l~s.$istrictos~,, . 

,le juiz'es dc paz cqmprehenclid~s n'um - . clislricto . . adminis-. 

trativo do cotlli~~eute ou llas ilhas. 

A'cerca cia clivis5.o e organisa~,Zo judicial foram posteriormente 

tomailas outras provideocias, quc vamos ja 

siimmariar : 

ljm.,2i,, clc , apjJ1!..~~~~~, roi apresentada pel0 ministro 

d;i justi~a uma proposta tie lei em q.ug,erm cxt:lnctosLgs 

juizes de paz e sti~primidas os respectivos districtos, 

" , .... "..*l ^. .-__ -. -..~.~, 

deterniinando-se que-.os presidentes das'camaras municipaes 

nas provincias e as jnizcs eleitos.em Lisboa e Por.10 

hcassem encarregados de procetler a co~lciliaalo das partees 

que para esse fim voluntariamente se llles apresentassem. 

Esta proposta, porbm, nlo chagon a ser discutida. 

Eutretanlo, a partir de 1842, anno em rille tinha sido 

derogada a cijrlstil~~i~lo de 1835 c restabelecida a carla 

constitucional, !lavia111 sido sup.pri,micJqs n~!~ltos.,cqoc,eIh~s, 

o que tor~lava a divislo administratlva des11arm~nica.da 

j~itlicial. Para pbr cobra a e,sse grave inconveoieote, foi o 

governo auctorisaclo, por lci de 3 d'agosto do 1853, a 

h-,-,-..- . - . .*. . .- -, - - -. . .," ., ,L 

,. ' " 

~ffectivam'ente o governo publicon, pq$,,de,c&eQ-$cjW,3i 

de .% dezembro"~de, jHfi3, a rlivisBo j~itlicial clas comarc,as, 

jolgados, circt~los ile jnrados, clisl,r~eros de pnz e Creguezias 

'C6sjulgados, comprehcnclidas nos districtos admiiiistrativos , 

'de .Aveir.o, Braga, Braganca, Castello Dra~~co, Coimhra, : 

Guarda, Porto, Via~ina e Villa Heal. Essa divislo consta do 

mappa t1.9 anncxo ao retkrido decreto. 

Nu~s district,~~ d~ juizes cle paz designaclos por esle 

.-- ..~ . . , 

decreto l~ao sc mencio~am to.rlas as freguez~as:, mas scimente 

aquallas que fazem altera~So ao estabelecidd nos decretos 

de oulubro e novemhro de 185 1;-s-emto, ~~cirisso, oecessirio, 

para conhcccr csta parte da divisao feila pelo decreto de 

1853, ler presenles os diplomas de 18bl. 

E~ri, de jolllo de. 18.5k foi oovamenle auctorisa,tlo o 

go~crllo a fazer a divislo judicial do conlinente e ilhas, 

nlo s6 110s d~strictos administrativos, cm q11c realisira a 

divislo constante do decreto de 3.1 de dezemhro de 1833, 

a flm de corrigir o que se mostrassc absolutamcnte neccssitado 

d'isso ; mas tambem nos demais districlos (art. 2). 

Nas comarcas de Lishorc Porto, onde, a16m dos julgados, 

haria ent,Zo qaras clo civel, clislriclos crirrlinaes e bairros 

orpha~~olo~i&s, poderia o governo fazer as altera~5es 

mais adeclnarlas a boa admi~listra~Ro (la justi~a e crear 

novas conlareas ou varas, at6 ao nurnero de 6, se tanto 

fosse ~~cccssario (9 uu. do art. 3). Esta divisao devia estar

2'r.i H191'. I10 OHFhN. JUIIIC. POI\'?. NA TRHCFIRA RPOCHA 

~ 

sohre o lne,siilo ass~nnpto, nos mesmos tcrnios e con? o 

rnr:smo fim cl:r Ici ;~nterior, - visln que o governo 1130 

fizera clso da attcloris:it90 por ella coi~cerlicla. 

l)a a~~l:ti,risn~$n agora prorog;~tla ~isoli aRnal 11 guverno 

pur decr~elo de 2'1 do outuhro rle 1855, no qnal, reconheeeniln 

a orgcncin, q~lo Iiavia, tic eifi:ctuar a apl>lit:at:.ao tla 

~vA'orlna tla clirrs3o te,srilorial, assiin na parle em que se 

s~llq\rimi;~m, allnexavnm oil nltrl-arain, em suas demarca- 

$ss, diil'ereirtes cornorcns, jiilgailos, circalos ilc j~~lgatlos 

e dislri~lus de juizes de pax, conic1 rla parle ern clue se 

crcavnm litivns coninscas dcntso [lo unmero pei.mitt,iclo 1x1 

lei, se est:il~e.lr.re~i 11;lr;t os el'fi:itos ju81iciacs rrina nova 

ilivis9u qlle successivame~~le lvi alter ad;^ pol diglom:~s 

poslcriores. 

L)n nlesnln fbr~na qllc o dixrcto rlc 31 du dezemhro 

de 1833, o de Yb dc oulubro de ISSJ apenas nieuciooava 

11s po~ic:as d"Itcra@i~:s frilas na Area 110s dislrictos dr, paz, 

cle motlo ye, para co~ll~ccer con~plelamente a divis~o que 

AI:IIU vigt~raurlo, i: fur~oso recol,l.er aos iliplorr~as de outubro 

e novembro 1113 1841, de 31 da clezembro de ,1%3 e de 24 

dc! oiil~ihro (If: 1855. 

71. A o~yn~~isn~fo j1111irial rle.siIc 9ISK:i n 1870. - Ainda 

~III~I!~ tle liulrlicatlo este clecrelo, haviam sill0 prumnlgadas 

as 114s tlr 18 c "1 ilc jl~lbo cle IHSS, clue algnma referencia 

Li~rI~:l~lr coin a bivisso e OI.J~~~I~S:IC:IO j~idicial. A prirneira 

cnliupiti os j~~izes oi~tlinnrios lros jrllga~los ral~cr;as de 

comnrc:i e passoti as sllas j;i nwito r~il~lziilas altribni~5es 

pal,;l os sr~bslilulos clus jrtizes de clireilu (arl. Ij, estabelor:cnrlo 

n~ilr;~s p~,nriiIe~lcins dc qne f;ilaremcrs nos logarcs 

pl.ol~rios. E a segantla, rlesrjairdo cu~ic,etler uma c,erta 

1.eu1niicrat;3u dos bous sesvi~os e dn at~liguidacle Ira nlagistr;rt.~~ra, 

e qncrcutln evilar os alir~sns a quo dam logar a 

arl1ilr:lria ilige~,encia du governo n'esse meliodsoso assum- 

1110, mandun divi~lir as cornareits do coritinellle du rei~lo e 

_ t..".l,* 

.-._."".____ 

illlas ;ldjacei~tes em l... 3 classes,, qiic os ~nagistrados precorreriani 

successivarnenle, a parlir d;l ?."~ira a 1.". Em 

, . . . 

barmonia corn estas cle~tesminac;fies, foi clrecluetla a tlivisso 

e -....-, classifica~>u das ,130 curnarcas cnlkio exisle~~tes tio 

"~ ..-. , ," , - - 

cootinente e ilha pela lei tle ~L(I cle jullio (Ie 1835, a qn;~l 

"%-, ,,, , .. . 

eslabeleceu 43 conlarc;ls tle '1 ." classc,'iil dc 2.'' e j.7 cle-?.$. 

PosterViormente, en1 28 cde revereiro de ,1860, alrressnton 

ao parlame~~to o sr.""?ilanrsxs @ennno, cnt,Eo ministro (\,I 

jt~sli~;~, ilma prr~post;~ dcs!g{,j,c ~l.~anisa$io judicj:!ria, em 

.qlir,, et~tre ontri~s pr.ori!leocias itreseilnireis I; in;~pl~lic:~veis 

ao ciosso paiz, taes cnmo a rla creqno (lo lr.~b~lrctrl de 

nsse,lrndrrs con1 jury tisatlo tlt? Ires colnascas lin~itropllcs 41 

i)ropiinha a extinc~3o d~js jliizes urcl~narios c clcitos, 

passando as respectivas attribrnyDcs para os juizes de pa2 

e 11;1ra us de ~lireilo, e pcili;~ ,1uclorisat;2o para clear :116 

mais de I0 cornarcas e um logar de 1:1llclIi8o tlc nnlas ecn 

cnda urn clos julgados src~)primiilos. IGsla propusla, 11ur6rr1, 

njlo clregou - .- .. 

a ser apl~rosada pelas ca1nnr;ls. As jtrsti~s. 

. . .. . .~ . 

eleclivas resistiraiii, rnercn do acaso, a esla llova tent;~t~\fa 

.r, 

dc extel.minio. 

Forarr~ depvis apt,esent:~clns nrrtkas pr-upcislas de reorga-; 

nisa~so jnd~ciaria, iie G.~sI~.~R PEIIEILIA nh SII.VA corn data! 

de Si de jaoeiro {lo 1863, e,-jle Han~ozra ue P~1111.4~ (:om 

data dc "13 tle ilovembrv de 1865. 

Esla ultlm;~ [~roposta foi convol~lida aiau~j$,,,.l.7,,_dqti 

jnoho dc 1867 qrle exllnguia : 1.' os snbdelegadus rlo - 

,

]irr~cn~.atlor regio, pnssando as snas at,tribni~loes para os 

respeclivus ilelcgaclos; Z:,,,"_os j~ljzes elcilos, passaudo todas 

as suns at,triI?~~i~iic?s para iis jnizes de paz; 3.L.e os jnizes 

ordu~anos, passando as suas attnbmc6es 1m.a os julzes 

de tli~oito, excepto no tucunte ao julgdmcnto dds quest6es 

solre lleus molriliarios e sobre dam~lo ale ao valor dJ 

406000 rbis, o qnal pert,ence~,ia nos jnizes de pi, que, \ 

libra tla sOdc: cla comarca, co~~licccriarn ai~~da dos ecnbargos, 

tle obra llova e de orrestos, sujeitando-os, porkm, B confirrn;l(:Zo 

e ralificac3o do juiz cle direito. 

0s jnizes tle paz, 1911,jn cornpetenria era assim alargada, 

iIcis:rr~i:rm tle ser elect,ivos. 11 sna non-~ea~$io por tres aunos 

e c-om g9rauli;ls clc inarnovibiliclatlc pnssavqpara o govcrno " 

sol, ~~n~pcrsta em lista triplice, apresentacla pclu prcsicie;;te 

tla iela~lo com audiencia clos juizes de direilo e das 

c.:inlnln:ls rnn~lit:ipnes (nrtt. 1 e segg.). 

IC~rili~r~ I: pi1l.a ~rlcll~ur. execu$8o cl'eslas proviilcncias, o 

govel,no era auclorisado: 1.O a fazer nma divisao dos 

dislr.ictos ~le juizes cle l)azi k a crear at6 ao numero 

masilllo cle 48 novas comarcas olrcle ellas eulBo livessem 

mais tle 0:000 fbgos, oa o@,g.~_g~;?;:to, da popula~3o 

licasse a mais dc 15 liilometros cla cabc~a cle comarca, e 

comtaoto que as colnarcas antigas, 1150 ficassem com rnerlos 

de Ci:000 fiigos catla uma, excepto rfuando a. nec,essidade 

tleviila e plcuarncule comprovada cxigisse o contrario; 

a tlltclqar, senilo preciso, g.classilica~3o ilas cornarcas. em 

cnj:is circn1nscrip~8es se fizessem altera~loes que as augmcutnssem 

ou dimi~luisse~n, e n murlar as sctles d'ellas. 

nos cnsos em rlrie razGcs cle grh~~cie ulilidaclc piblica assim, 

o nconsell~cisserr~ (ark 13 c: 14.). 

Poucos dins clepois da lei de 27 de juol~o, foi puhlicada 

a (1,: I (I(? j11111o de 1867, que, - l?rocuraido remediar os 

i~~~unvenientcs ~~esollantes de haver em muitas comarcas 

do 1)aiiz mais cle um circulo cle jurados, o qae tornava os 

juizcs th: clireito at6 certo l ~~uto arnbulantes, e inspiraudo-se 

na le~lcle~lcia coutriria ao jury, jh acima assigualacla, - 

A ORGANIZAS,KO JIjDICIARIA MODERNA 247 

declarou, ilo art. 1, que e_rr~~cqda comarca . Ilaveria d'ept!o "' 

. 

em ma-,.-,Aaw,.. diant,e ,,,., urn ,*-. sfi,circ~~lo-de jnra$os. 

Mas, se esta lei se executon e cnmpriu, ji o mesmo n2o 

succedeu com a antenor. O_=plpei~le+ morte nas ~nagist,raturas 

pol~llares ainda ~l'~sta vez r~do clcvia ser definilivo;, 

A resiste~~ci~~assivi, feik, 110 Portq, contra as meclidas 

. .,. .1"' P 

admin~stfativ?s 

.,-. - e finaoceiras do govern?, clerrubatra, em 

janciro rle , .,, 1868, .. _ o ministerio c l ~ a r n a d o c, ~ f coln ~ ~ 

"i' sui lei de reorgarrisa~lo judiciaria. Com elleito, 

pela poilaria de 95 de 'janc~ro tle 1868, clepois confirmacla 

pela lei de 29 tle maio do nicsmo allno, j;&?.333:2a4-a-exec~l~Zo 

da lei de 27 ile jn~ll~o cle 181i7 e prometleranl-se 

;elh&es ref;rmas"ciue, no poito judicial, n5u cilegararn a 

ser apresentadas pela nova sit,na~So pulitica. 

Segniu-ie o derreto dict~~lorial geZ\(,, jpsAgeleml?ro,:' 

cle 1869, da inicialiva do sr. Josk L~FIANO DE CASIIIO, 

Q,Gj," *, -* 

e~~tio mlnistro da jusliqa. Yo rc:iitol.io coufessava-se q~ic 

efli,:crzcitc do p~incil~io crl~ctico ilos f1rt7ccio7~nr.ios jlrrlrciaes, 

gue dei?inr)l. sw. nlheins as rryliln~0cs politicas e ris paisass 

yc~prtltr.r.ec. Procura~la-sc, rlc reslo, extingair csses juizes 

o~~~ltl~;rrit~s /)or Ii!nil Jiir~n;! i!i!lirfir,,a. Na \7erdarle, estabelr,~~i:r-s~? 

rlllt? fir:;rriam extinct,os e annexarlos as compeleules 

corrl;lrcas, 110 c~~tinel~le do wino e ill~as adj;~ce~~les, todns 

os j~llgados tle jalzes ortlin;~rios que, clenlro cle tlois annos, 

1130 so mostrasse~n [lossniclores de edificios proprios para 

c:ltlcins e tril)n~r:~es tlc jrrstica 011 em cine, no mesrno prase, 

as cnmnrns mn~-~icip;~es ndo estivesscm tlispostas a pagar 

ortlenatlus cot~tligrlos nos mesmos jnizes, qlle ficaram ipsmoilivcis 

e trict~~ines, e ac?s snb~lolegados, que cotrtinuararr~ 

fnirccion:~ntlo I~CI':III~C ellcs. 

Esle praso Bli snccessivamente prorogatio. -4s camaras 

mn~iicil)nes lizeram, na stla grande maioria, sacrific,io,$ 

coormes 1)ar;t conscrvar os lnagistrados tradicionaes. E, 

or isso, no r:abo de algnns annos, s6 mnito poucos 

j~~lpatlos l~otlcrnm scr extinctos. 

O tlocrelo conscrvsva a eleiqgo para os jnizcs do paz, 

(1111:~ 110s Ierrnos (la carla cot~stit~~~:ional, ficavam nnicaiiret~le 

incrr~nl~itlos dns allrihui~iies de ennciliailorcs, e nada 

dispnul~a ict?r.ca 110s juizes eleilvs, que ~)ot,isso coolinr~aram 

a ex~shr nos ter~r~os (la legislag30 jnterior a 27 de jlltllro 

dc ,1867. 

5'2. Refo1.111n ~le .IS74 e sons eo~~src~uencias.--Seg~~iram-se 

~livcrsos mioisl.t!r~os tle pollea tluraalo e de pcquenissima 

for~a. 0 estatln politico do paiz era lnau c o ecotlon~ico 

pcor. Nculrtnn c~ridon, porisso, da arlmi~~tstra~~o tla justqa. 

I'or fitn, cp:&~lc setenv)so clc iS71, FOJTES Pensrnn oe 

t1~r.r.o o~-garliso~~ l~nl miuistcrio ~)crtlnravel, de qne fazia 

p;trle colno millist1 o iln ji~sti~a o stb. BA~JONA De Becwas. 

rlnc, tlcl~ois dc vnrintlns csfor~os e teotntivas, consegrlin 

, \ikr tlec.rot;iila c tlcfi~lilivarnei~tc cxccntada, por leirle -16 

, , -._ . . 

' , : dc olwil cle 1876, a cxtinc~ao clos jliizes elcitos e suhde- 

legailos, e auctorisada a creaczo, also apenas dc 25, maslf' 

de 30 novas conrarcas nas nresmas conil1i;8cs rla Ici de 4867 \ 

e devendo as c;iinaras municipaes sei 1lece~sariameoI.e'~ 

ouviclas acerca da nova d~vlsBo c c;ir~umscri% cornarea. 

Era, porbm, conservada, crnbora corn n~odifica~Bes, a) 

magisl,ratura tlos juizes nrilinarios, trierinaes e tle nomca-/I, 

lo rtgia. 

Para poder usar (la auctorisa~~o dada yor esta lei de 

187S,,- qoe, r1o arb. 27, eslal.uia tlue a sun exea1C3o se 

iria faieodo rrledlda (,LIB, (Javrl?.o pcr~it a fid~~li~zt:

csnllatlo tlus seus trabail~os, c i~+gpvcyoo creon as nons 

cvlilarcas e deli mi lo^^ e tliviilio ns 460, qae, no colitillclitc 

e illias, ficaraln existitlelo, seiiclo 19 1x40 decreto de 15 de 

ilr!zcmhro ilc 187'1, 20 l?clo dr ,I6 ilc junl~o ile 1875, I5 

11clo de 31 ele aguslo tle 4879, ,I6 pelo ili: .IS de setenlbro 

rle tK75, li9 pelo tle 14 ile novembro rlr, 1875 e 31 pelo 

de "23 tle ilezembro cle 1875. A divis5o ludicial foi depoik 

c,~in~l~l~:tatla prcln clecreto de 2 tle setemhro de 1876, ~IIP, 

~~~I+I:~II~II 

ulna nov:~ cln~sificnc30 e sub-divis5o das cornarcas, 

csl;~belccc?nrlo 58 Ira I.?lasse, 38 na 2." e 64 !la 3.a. e 

repnr!ioili)-as el11 620 julgaclos ordinaries. 

As ~.cc.lnma~Ges c,oiilra a nova div~saa judicial foram 

u11111crus:1s e rel~elid;~~. 0 Dlta.io rlrc ixclilnl r; rlos tl~pzrtndos 

tlc 1876 c niirtla dc 1877 c 1878 cstli pcjatlo ilc sol~cita~fies 

e ~~c~litlos tle ~rruilas c;lrnaras mr~nicipaes, 1tuilaa cle yarocllia 

c Irabitautes dc ilivcrsns localiilnclcs, mostra~~do os mnltiplos 

incunvenieules ila apl~lii:a~.Zu da lei cle ,lG ile abril de 1874, 

protestaoelo contra rerdaileiros vesames commetticlos par 

uccdsiio tl;i I I ~ Y ilivisL~o 

; ~ j~~iliciaria. 

li:' al~iplo o c~natlro. Niuguem, cviclcntcmcntc, pbtle hzcr 

iia tlc 1874 pdra a ~;reac?to tlas novas comarcas foram 

i~ilcg~ almenl~: rrurrpl illas, vislu iltre, pels cunct~r d,~ilan de 

tlire~,sas rocl:~nla~fies r.epresentauilo, nli3s, iiltcrcsscs oppostos, 

se al1nl.a 11t1c. algri~nas tlas a~itigi~s c.orrlarc;rs fica~,i~m 

corn nlenos de G:UOO lijgc~s, diversas ]?ovoa@3es ficaram a 

tlist:~~~cias s~lpc:r,iores a 30 e '10 1iilornell.o~ cla respectiva 

sbtlc, e nlt: ;llgum:is ficara~n incorporadas en1 cornarcas de 

rrljns sbtlrs tlislarn111 lnais do dul~l~u clo clue tl'aili~~llas a 

clue liii11:111l ~~er~teii~iilo. 

Para rcmeiliar algilns d'csles inconvenientes foi al)r,esPlrtado, 

na sess%o ila cama1.a dos depntados clc 46 clc ja11cil.o 

A ORCANIZA~~O JUnIClARIA MODERNA 

-. 

-. 

25 1 

de i8i6 {Dzar,io respect~vo, p. 161 e segg.), um projecto 

de lei, que n5o ....... chcpou, - 3. se,r disculido, mas cnjo relatorio, 

acc~~santlo cnorlnes irr.epularidades na rerorma comarei, 

aiiida boje'merece ser litlo. 

De resto, o proprio goverlio reconlleceu, em pnrle, n 

seu erro n~~~lalori? do gccl,et!, de 28 de julbo dp ,?H77, 

clue norneoo uma cool111iss3u elrcarregaila dc esluclar, juolo; 

do n~~n~ste~.io da j~~sti~a c em .vista 113s i~ifo~,ma@cs- alli 

culligidas e dos m.ais ~lenlel~tos de qnc podcssc dispor, os 

z'$o_?r!e?lze,iieS: qne na pratica encontraram os rlecl-etos dc 

4875 e 187s sobre divisZu jutiicial, 2. ~ le formnla;, corn a ' 

.-)LWii.r*"**.rpoisivel 

"--~-- brevidadc, *n urn ,a-.+ project0 .-~*'., ,.,-mo+.*, ~te ,.., sd.- lei qr~

2:;2 IIIST. DO OROAX. fZIDIC. PORT. NA TERCEIKA EPOCHA 

clcitns csl,inc,t~,s am 1874, dl~vnnr1i1-ll~es a alcada a GAOOO 

coma elles, a consagrap30 popnlar. Foi sob a i~lfluerrcia 

1,6is el11 1,islron e I'orln c a 3fiOUO reis 118s ontras terras 

d'e,stcs princ,ipios qne KANOEI, PASSOJ e ~IO~ISINI-10 nh 

(10 ~.cino, e cre:lv:l, pula p~.imcira'vez cntrc ntis, impor- 

SII,TJEI~A enteutleranr qae os jr~izes orilinarios tlcviam ser 

la~~tlo-os (la IIcslia~~h:~, ps jnizes ~niruic,ip:~es corn emolu- 

respe~tados; porqne erar!m_,,~~rna ,@s~

2 11IST. TI0 DROAN. .IUDIC. PORT. NA TERCFIRA EI'OCHA 

- -- - -- 

contl~gnos ; ,,?:+ sst~sl;rzer a ~let,l~a cle expedientre do 

Ltil~nndl (JI [I.. 3, fi e 17). 

Uesill! que 11s camaras municipaes deisassem de satisfazer 

;I ost:is cc~ndi~ccs, os uo~os jnlgatlos seriam ezti~~ctos 

(al'l.. 16, 5 ~nrico). 

0 cli!crclto l)r?rmil.l.ia, alCm d'isso, IlLte c1nalq11arfreyoeziy,,, 

II~SL:IIIIE d;~ skile tl:~ comat*c:l lllais cle I5 1iilornet1,os e 

p~~l,li:~~~-c~rl.c 

;r Inn c:ollrc:llro urlile 113o se llouvesse estabeltvaitlo 

jrllg;rllu niunicil~al, se allllaxasse au jnlgado limitrol~l~c, 

juslilicacla a cunvcniencia tla a1111exa~5o (art. 3, 

g ~utico). 

I1I:ls Ilrm esta aunes11~20 nem aqrlella crea~lao seriam 

Ti.il:~s si3ln title as calllarils rn1111ir:ip;les o reyneressem e,.sm, 

~ I ~ C I , C ~ Ire;rI, I reiere~~~laclo pelo nlinistro (la justica, depois 

,l'~~u\.itlo o a)rlsrlbo de n~inistros, 6,orclen&se (art. 16). 

l'ti~,:~rrl assiiil cl-callus urnis de tiU julgnclos m'ouicipaes, 

i~t,~i tjt~i: o (IOCI.PLO 11." 3 (le 25) de rnarqo tie 1890 I~robibic 

o sell ~!sl.ubcl~~cir~letIlo para o futuro e diplomas proximos 

;I 116s quasi tolalnie~ite os estiugui~.arn e inut~lisal.arn. 

131a ger;ll us j~uzes municipacs excrciam, tlentl-o tlos seus 

jalgcltlos, as allril111ir,6cs que, nEo scnrlo da cornpetencia clos 

j~~ises tlc p:rz, lrem t~~ido sido (la dos j~lizes ordioarios, conil"lissi:t~l 

i~os tlc? rlil-t:ihi, escepl.~ 1111 1uc;lnte :I diversos pron:ssos 

esl~c:cii~cs de rr~;ris clilncil cliscnss3u e clecis5o, a 

esi?cn!:ilos fiscnes, l~yputllecari'as I: i~s commluls corn 

pcnllura eln ljel~s imrr~uljilia~~ios, a processes crimes que 

ilc~csscni scr jtilgatlos cum i111erveu~Si) cle ja1.g e a todas 

as Z;IIIS;IS c~~nmcrci;~~~. i i I ~ ~ (1 isso ~ ) poil1;1m S ~ J pl,cparar, 

nlns 1190 jnlg:~r os ~~l.ocessos civols de lalor sullcrio~. a reis- 

30>000 ell1 bcus tlc raiz c a 809000 reis ern I~e~rs quveis, 

i~clli tli:t,!r~ninnr ~~nrlill~a iios'inventarios de valor excedeqte, 

a IOOjOOO riis (ark. 3). 

0 I S 11111i~iis I i r ~ a i Uas suas decisiios, 

I~cm con~o [Ins dos jilizes ile paz, ficoa cubendo 

scal1)l.c wcnrso para os juizr:s tle tlir.eitu tla respectirra 

", - 

comarca (i11.I.. 8). 

A ~IIGAKIZA~~O JI'DICIARIA MODERNA qM 

Com estas att~*ibui~Ges, ja bastante extensas, os j~iizes 

municiiiaes uio podlam deixar de scr ilc 1lomca~9o' do 

'goveroo, a qnal &via recahir em bncl~arcis formados cm 

direito, l~ahilitaclos corn nm coucurso docnmental l)c?r:l~~tr, 

as rela~aes. De msis esses jaizes gasnram ile ir~:rr~lvvjbilidade 

durante os twez annos par;1 clue eram norneatlus, 

potlcnclo, ao firn ~.l'elles, scr classificaclos como cantlidal.os 

lcgacs ti raagistratura juclicii~l jartl. 9 c 11 a 13). 

Cnmo sc rB pclo diploma ilc qlle nos t~mcis~occ~~paclo,':, 

ficaram exisli~iclo, em rcz tlos jr~izes or~lioarios, juizes 

munic:ip;res. E1rtr111alrl0, porern, :%rlllelles r~lnrcion:~varn em 

todo o cor~tillenle e ~Ilr;~s, estes so fii::rvan~ exercenclo 

allril~t~i~iies l~ent tli~ersas, ailni e aci~ld, II;IS Ioc;ilitli~di~s 

orrde ao goverllo e 30s inleresses ilos povqs convinl~a 

est,;llri~le~*il-os. Por rssa I,~IZ;IO os jl~l~arl;)~ rrli~~ri~ip:res 11Zo 

cor~sliI,~~irilrn itrna s~~I)-(livis~o j1111ici:il II~I.~IILIII~V~. 

14 s~ia 

sticeessivn creac,.Zn levnlll,ou gritves att~,it,os, n cjrte ~li?l~ois 

nos rrfel.iremos. 

- >O. 

i 

r4. Rcor!jnnisn~lo jorlicinrin lwopostn em 4887 e 1888. 

Syntllcse o nprcciat80. -- Segaiu-sc a proposln rlc lci de 

reorganisa~iio jacliciaria, apresentailn so parlanento cni 9 

de jallto de 1,487 pelo mesmo rni~~isl~.tt, :~l~clor (10 tlecrelo 

de 1886, sr. VEIGA IIy~bo, a c]u;ll, - aoesar das i1npri1.tantes 

e clnasi ~~~~~~~e 11em perrsildns altcra~iies qlie lire 

introduzin o exforco louvavel da cornmiss5o cle legisla1;5o 

dn camara [los cleputarlos. -- 115n conseguiria talvez dar 

int,eiro remeclio e sntist'ac;9o as esigencias clo nosso organismo 

judic,iario. 

,\ propust:l de rcorgaoisac;lao jnd~cinr~n, nlteracla pela 

commiss%o, cncontt-a-sc no reslicclirlo nlrrr co tlc 1889, 

descle p. 1350 n 14G8, e 15 ui11 dcsclivcllvltlo trnlr:rll~o, 

~~rec~dido d'um rclatorio lucidissimo. qrrc mcrccc col~snlta. 

N3o c.l~egou o prqjecto a ser co~lvcrtillo cm lei, mas convbnl 

dar d'elle uma breve indica~5o.

%(; I1IF.T. D(1 ORGAN. JUDIC. POR'l'. NA TERCRIRA 'EPOCAA 

- - 

Di~idi:~-st: 11 1)ri;jento em qnatro titul,~~ relat,ivos i magistr:rltr~~i~ 

,jnilici:~l, ao lnit~islii-io pr~l)lico, i advocacia e ilos 

nflic:incs tle juslii,;,a. -- 0 .,,-,, primeiro ,. !itulp, clepois cle algiirnas 

clisllos~(l,rs prr,;les ~C,I:I.~;I (lo ~;al-actcr, antonomiw P. res11011snbilitlnrl2 

(10s m,lgistrntlos j~~iliciacs e cle certas regras 

co~~ccrnculcs i clivisSo jntliriari;~, tractara dos clireil,os e 

ol~r.ignt;ires gerncs clos juizos e ila nomeac;Zo, pronio~bo, 

tr:~nskc:l~c~rciir, aposeolar.3o, s~lspeusBo e ilemissao dos 

mcslnos, occ~~pantlo-sc cm si?p~iili~, eslic?c;ial~ucute, (10s 

jr~ixrs 111: I)az, clos m~uricil)aes e clos cle clireitn, (111s j~~rados, 

clus jl~izc?s colnme,rciaes, ilos clc direito nns cnmarcas ile 

IAislioa c I'nrlo, tlas reli~~Ges, clo supl,emo tribunal cle 

jusliyi~ c tl'nm.s!urll,emo r:ti~isell~o [la magistratura judicial, 

c11ic si~ m;ris I.arlle llavia ilc sir creado. - (1 tit,crlp segunclo 

occ~~lfi~\~>sc tlo pm"snal e 110s tlireilos e obriga~6es do 

n~i~~isl.er.~o linl~liccr c ilas snas condicT~es cle i1o1neac'5o, 

])r0111uc;lo, ctc. -- (1 tilulo terc,~iro, ile~.lara~~tlo qoe a pro- 

'~ * . , " .* ., w *, , . ' 

lissao tlo :~~l\~ogntlo 11:ln por fim a defeza dos d~reilos 

p~~lilicos c, c,ivis cle c;~tla urn - que rcpousa na prohitlade, 

tlcsi~rlcrcssc, iudopentlencia r, c.nitl:~ilo esludo de cjuem a 

(-:sc!rce - (: clue c,inprcg;r como melos ;I pcrsuas5o e a 

col~vic:~;lo, rlelc~~m~nava clue os arlvogados do paiz constilturiam 

nma corpornr,Zo ~Ieilorr~iund a ~ ~ ~

"L8 IIIST. DO OlIGA,N. JUDIC. POBT. NA TERCEIRA EPOCHA 

sisncclu~li~da e, em 1)etluena part(?, mocl~ficacla pel0 bill de 

irziJi.rnnMn~te t:o~ilitlo II,I iei tle 7 de agoslo tlo cn&rno anno:' 

N'esses diplomas, a16m de outras disposi~8es quc indicarernos 

nos log ares compelentcs, cstaheleccu-sc clue para 

o f~~tn~~u I($? serit~~ri cr8eailos no\.us julgadus municipaes, e 

qnc si) 1)or lei po~lerinm ser c,rendas novas cornarcas nos 

concclllos que nXo fussem sedes cle julgailos municipaes 

(clcct.cl.o 11." 31e 30 cle marc0 cle 1890, art. 8). Blem 

cl'isso tlispoz-sc, texlualmcute, o scgnintc: (1 Se enz alguns 

tlos coticelkos, sdtlcs ile jlll

260 Ills?.. Do ORGAN. JLiDlG. PORT. N4 TERCRIR4 FPOCFTA 

clc lil'i~iicira classe, qne ser~iri~lrn [lor seis auoos, finilos 

os r~~~;~t?~~t~rler~i:rn~ 

set, rec.ontlriziilos ou, a recllierimelllo 

sc.11. l~~:~~isI'c~~itI~s 

IJal';\ vnLl*o Iril)noal collectiro, ou mesmo 

ccilloc;~tlos crn romnrcns tlc .I.'' cl,~sse (nrt,t,. 7, 44, ,I,', e '19). 

Su~~lo (In c;r11;1 t,rihnn;rl cvllccti\~o f~li~crit~i~a~*i;c c,clrrlo 

rel)l'ese~it;~r~le I I U witlistbrio liiiblieo urn ajlitlante do procl~l~;rtlor 

r8gii1, c h~veri,~, corilo ofit:iaes de jnslica, om 

cnularlor-tlislriI~rriilor, 11111 escriv%o-sec~~etnrio e ilrn official 

dc ~liligcocias (:11*it. 2"1 ssegg. e .?!I). 

0s l~~il~illl;~os colluctivos iles1111arau1-se n sul~stituir os 

fr~i111111ncs ;~dn~irrislr.alivos (a1 tt. 8 e '10, $ 1) e porisso co- 

II~ICCI:I.ILIIII, ~)I,~III(~~I.(L ZILY~CIIICIC~, tlas cansas de naloreza 

;~tlmil~isl~~illi\~a clue er;rm eut5n (In c-r~rnliefencin d'esses LI-i- 

Ii~r~~aes, is111 b, tle l,otl:ls as rltlcslGca cvlltcilciusas da 11cl111illisll~;l(:;rtl 

lil'll)iic;r, ilnc por lei 1150 estivessein sujeitas a 

j~~l'isili[:(;:lo tl'u111ms tribn~lnes on a~rctoritlatles, on rl~le 

:tgol.n II~O PXMSSI:~ 11;wans ~uizes clc dircito, laes como 

ns ct~i~c.c~.oeulcs iro r~ec~~ul;rnic~ltc~, etc. (art. 26, conlrontailo 

con1 os ;11'1t, 286 c seg. tlo cod. :rtlrn. tle ,1886). 

MJ~, aloru d'isso, os tril~~mnes collcclivos clevi~m coustiturr 

u111 ~lovo grnu ua orgi111isac)io j~~clicial, e porlsso teriam 

nintln c:ompi!lc~~cia p;lra jnlgaln, erra SE~IIIIIIQ ~II.c/~,~~cICI, os 

rccrir.sos d;ls scu1crrc:as c tle,spaclros ~!f'oi"er~iilos pelus juizes 

tlc tlireilo, tlrler erli cnaj:ls civeis ile"va1or inferior a reis 

10015000, qncl. cm causas crimes a qne colSrespondesse 0 

1u~tj~~wso (le liolicia ci~srecaonal, rlrrer, lin:~lrnunl~, as 

~.;III~:I~ atl~i~ir~isIrnli~-as clue, LIUI' sria [~a~~licular natureza, 

ll~cs ernm, i:orl~o clissernris, pelo p~~.~prio tlecreto cormnettitlns 

(;~~.lt. 26, 11." 4, 28 c "I). 

IC~nli~n, os vog;ics tlos tril)l~nnes cnllecti~os por1eri;lm scr 

cuc;~rr~cgnclos rlc sy~~tlicnnc,i:~s ordir~urins ou cxtraortli~~arias 

t: us l~~'csi~l~~rllos cxt:r~ccria~rl, [lo rcspec;livo crrullo judicial, 

coiii ~,cre~~c~~t;i:~ aus ollici;res cle jnstica, as attri11ui;Ues 

;~tl~ni~risl~~;~li\~as 

c? cIiscij)li~lares qile cornpetiam aos presi- 

~li:~llcs tlns rcl:r~iies dr T,islion e l'o~.to (nrl. '18). 

1)us clccis6cs lirolcriclas em primcira iilslal~cia pelos 

trihnnaes ccrllectivos em causns ntlminislrnt,ivrls c~herinm, 

salra excel1~5o estabelecitla lror lei, recnrsos para o supr,cmo 

tribnnal atlmll~~strat~vo, on par;l n tril~nnnl (It? c.olrtns rlr~s~ltln 

0s julgalnclilos sc rcCcrisscm a ~(~lltas. E tlits prof~~.itlas 

ern segunila iuslar~cia sobre as rr~esrnas causas l~nveria 

eg;lalmel~te recurso para o suliremo tl.ili111ral ;~ilmioistral.ivo, 

mas so 110 cnso de inco~npc?I.e~~cia (a&. 30 A 31). 

Esta brcvc rese~rl~a 15 sufficicntc para qilc sc comprclieuila 

c~ua~lto era clesharmonica com as pri~~cipios f~mdi~menlaes 

d'nrn;~ boa organisa@o j~idici~ !.la a 1,eforma ir~l.r?nt,nda cm 

"Lle tlezeinl~ro rle 1891, n quai, porisso, com justo ~notivo 

hi dcixacla scm apl~licnpao. 

Eotretar~lo do decreto cle 1891 algama caisa ficoa. Elle, 

maoilava, no art. 1, efl'cctuar uma nova classifica~Ao clas 

comarcns (10 c.ontinente e ~ll~ns atllncei~lrs. 17, 11:r ve~d:itlc, 

lior decreto tle 20 tlc clcze~nliro cl'esse aonu, Tor.;~nr tlcclaradas 

dt: l.~clirsse as corriarcas qne eu13o eranl d'essa 

catheporia e qi~e t111llnn1 as sllns sktlns nas cal~il,acs dos 

ilislr~clus ailu~~uisli atieos, ilas cltlades, I: ailltla rlas cabci.;~s 

de corlcelllos tlota[los ile organisa~3o aulonoma, isto I>, an 

todo, 32 ; - cle 2." classe tirjuellns, il'enl,l.c ns ilcmc~is, clue 

tinllarn as sides el11 pu!wacGes mais irnpurtanles ou que 

~compl~rlienilia~ tnai~lr popnlar$io ou possninm nlaior movi- 

111el11o j~~clicial, isto e, 49 ; - e de classe cis rest,ant,es 1107. 

5'5'. J,agisla~io cle .IS!)? a 1896. - Segnin-se a Ie~islnt:3o 

de 48'32, ,la i~~icial.ivn dos sur. U~ss PI~I~I~ICI~A c Trsr.r,~:s 111s 

Vasco~c~~~~os, clue ern iliversos tlil)lo~nas s~~l~l~rioli;.i~rri crs 

tribunaes cri~nillaes anxiliares c,reaclos cm Lisboa e Porto 

pelos atados d~plom:~s de 1890 (decl-cto 1." tle IN de 

seten3l11-o CIA ,1892, al-tt. 1 a 3 e ."I 6 segg.), I-cdnziram a 

11.ezc o quadro dos j~dzes eonsclbcisos do suprcmo Iribru~~al 

de justly (decrcto 3." cla mesuia dnla, arl ,1), cl'earam urn 

consell~o disciplioar cia magistrattva jutlicial, forrrla(1o por 

tres conselheiros d'aqnelle trihulial supremo e incumbido

dc coohecer cle moclo como 6 ailministracla a justi~a nos 

tribl~nacs ilo c~nliuente c ilhas (de~~rcto 4.; arlt. .I e 2), 

e fiz~rnm outrns altcraclocs, princil?almente de processo, a 

quc tcrcmos occasi30 dc nus refcrir n'outro logar. 

Fiualme~~tc, rlcpuis dt: a yro[~usilo (la reforma da policia 

ile T,isl~on se ter crearlo dic;taclorialmente n'essa cidade 

um jnizo tle instrnr~3o criminal, que agora esti reg~llado 

~ n lei r tlc 3 il'nbril cle 1806 c outros diplomas recentes. 

cuja analysc l~crtelice :I organisa~60 judiciaria criminal, 

i~ec;ool~ecc~~-se, por clecrolo de (2 de jullro cle (895. 

a necessiiladc dc harmouisar a divisao judicial com a 

ntlmiuistrativa, que ia ser alterada ern eonsequencia do 

noro coiligo administratiro de 2 de marlo de 1595, e a 

urgellcla tle extlugilir algumas comareas e bastantes julgndos 

rnur~icipaes e de classificar devidamente as reslhntes 

jnrtt. 1 e Pi). 

P:~ra realisnr esle pensamenlo clecreton o govcrno, succcssivameutc, 

clc julho a novc~nbro de 1806, a uova divislo 

jlitlicial clas conrarcas e julgatlos comprehendiilos rlos dis- 

i~,ictos n~lminist,rativns de Evora (decreto ile IS rli: joll~o, 

art,. 11, Gnarda (cit. clecreto, art. 2), Vianna clo Castello 

(cit. decrcto, art. 3), Brnga (clecrcto de 1i dc agosto, art. 

li, B~-;~gau~.a (cit. decrelo, ad. 2).~Xa1-o (cil. decrclo, arl. 3), 

Castcllo Brauco (dccreto de 7 de sdtembro, art. I), Coimbra 

(cit. tlecreto, :~rt. "I), Leiria (cit. decreto, art. :I), Vizen 

(cit. ilecroto, art. h), Lisboa (clecreto cle 26 de seternhro, 

art. I), f'ortalegrc (cit. clccrcto, 31.1. 2), Villa Real (cit. 

tlec~eto, arl. 31, hugra do IJcroismo, I-Iorta e Po~ita ljclgada 

(rlec~~eto tle ,I8 tle nove~nbr-(I, ad. I), Fnr~chal (cit. rlecretcr 

art. "1, Aveiro (clecreto ile 81 tle novembro, art. I), Ueja 

(cit. decreto, art. Sj, l'orto e Santarem (cit. decretn, art. 3), 

est,il~gnitltlo IS comarc:rs e snlrprimindo 30 julgados mnni- 

1 Pau~l~~ll~osn, Aln~iil~~onl, V~annn do ,ilemtejo. Alhnlclra, Fornos 

d'Algotires, I'orto tle Moz, Cezirnbra, Grandola, Aviz, Caviao, I'onte de 

Siir e Villa Nova rle Crrveira. 

cipaes !, mas deixando ainda subsistentes, como nma especie 

de reliquia, G d'esses julgados. 

As 176 .cornarcas que ficaram esisti~~tlo forarn classificadas, 

por decreto de 26 de dezembro de 1895, em 52 

rle 1." classe, 47 tle S.a c 58 de 3." -- Lisboa lic,o~~ com 

6 Izaras civeis, 4 d~strictos c;rimiliaes e urn tribunal commercial. 

E o Porto ficau corn 3 varas civeis, 3 districtos 

criminaes e um tribli~~al commercial. 

Esla nova orgaoisa~6o. da iilicialiva clos srs. .loAo 

FRANCO e AN,ro~ro o'Azl:ve~o c.4~1'6~~0 BUANCO, foi sllhmethila, 

na sess3o Iegislatira de 1896, ao parlameuto, qne, 

na carnara dos deputados ,(sess3o cle 2 de maio) se limitou 

a introduzir-lhe ligeiras alterar$cs, clestinadas a satisrazer 

6s reclama~nes mais inst.al~les de algilrnas Creg~lczias que 

qneriam mudar cle comarcas, e clne manleve a favor do 

governo a auctorisaq3o necessaria para proce(I~r ;i 11ova 

divisso e demarca~Ho dos districtos de juizes de paz. Em 

sessfio de G dt! maio a camara dos pares approvon, sen1 

discussilo nem altera~Ues, o 1)rojecto que vinba da outra 

camara, e, afinal, a reforma judicial foi convertida ua lci 

de 21 de maio de 1896, ainda hoje quasi totalmenle ern 

vigor. bem como o decreto de G d'agosto do mesmo aono, 

clue fixou os tlistrictos dt! paz de barmonia corn as altera- 

~Gcs cffcctuadas llas comarcas e julgados munic~paes e ainda 

no$ concelhos. 

D'esta forma, pela legista~iio de 4896, a elirisZo do continent~ 

do rcil~o e ilhns ailjazentes sob o pollto de vista 

juilieiario corny relleudc : 3 districlos dc rcla~loes, divididos 

em I72 comarcas e sub-divididus em rnnilos juizos de paz, 

havenclo aioda 6 julgados mnnicipaes. 

1 MourBo, Alfanclega (la FC, Fre~xo do Espada a C~itta, Olciros, 

Proen~a, a Nova, PeriamacBr, Alvalaznre, Obidos, i'cniche, Mol-lagun, 

Oliveira de Frades, Cadaval, Ca111yo Malo~, MarvSo, htonlorle, hlilesgo 

Fr~o, Mae~e~ra cie Cambra, Sever do Vouga. Almodo\-ar, no conl~nente, 

ndjnernt~s. 

B Calhetn, Magilal(.na, 1,agha e Norrleslr, nas ~llias

2 IIISl. no (JliG,lN. JLrnIC. POR.1'. N.1 TERCEIRA EPOCBA 

. -~ .-------- ~.. .-. 

'?'

ci:lltle I ."i~~stotlcin s~il)o~'ilinailt~ li relays~ de Loanda (artt. 57 

;I 61); I)) c nni corlselllo sullerior de j~lsti~a militar, tam- 

I~eln t:ow sktle IIiI mcsma cidade (arlt. 5,1 e segg.).- 0s 

,juizes elcilns di~s f~.e&oezias foram exlinctos, co~nij se de- 

III'II~IAIII~~ tlu art. is? realisnorlo-se, pois, o'esta lwte dos 

I ~ ~ I I I I I~rllr~:~~na~~inos I ~ I ~ ~ ilala refii~.ma que sO passados mais 

tle "L) :11111iis. BIU 2874, ilevia ekctnar-se em 1'01,tugal. 0 

CIIII~I,~I'II), conlo \crcmos, srlccede~l corn os jnlzes ordi- 

1t:~l'ltls. 

Ihl:~s ~~~.~)\~llc~~cias 

Tori~m cc~rn~~le~atIas,--1150 so pelo tle- 

61 V ~ I I ~lc 1 (11: a11t1111t.o de 1833, qtle reorganizon a admi- 

II~~~I.:IC~O (!:I jusli~:l Ira provioc.ia de Cabo Verde, extinyl~ilrrlo 

;I ~,especl~v;~ j1111ta do jnsti~a, pass:rndo as suas attri- 

1111i1:ili:s I):U,;I 0s j~iizes dc tli17eitn (2 para os consell~os cle 

~ I I I ' I I.;I (:II,I. 11, t:~.e;~~~do j~ilgados nrditlarios na Guine e nas 

11ll;l.i 1111 5:1l u 5. \'ICCIIL~ (art. ,I@, e ~i~arllenilo n'essa pnrte 

110s ~lo~r~i~~ios ~~llrn~ilnriuos a exisLencia clos jnizes eleilos 

(:II 11. 14 on. c *18), - mas, esl~ecialmente, pelo decreto 

rle 7 tlu 111,iiu cle ,1358, Illle rl~vitl~u ;IS pro\lincias oltrama- 

~.in;~s cu~ ilo~s flislrirlus jl~tliciaes conl as sbtlcs em GBa e 

I2on~ltl;~, ali~~l~~~ei~e~rtle~~dt~ 

o ~~r.~mci~.o as coulal,cas das ill~as 

tle (:O;I, Ij;r~*ilrz, Salseli!, klacau, h~u~arnl~icjur? e rodas as 

,tiil~t.s (/111, ,stJ r~.~/(~l~!~l~~cv~si~t~~ 

aI@~t?, do Gqbn !la B,h-Esper~?~p, 

1: II bttgul~tlrr ils COI~I~~C;IS cle Loand;), Ret~yuella, S. TBomk, 

Slil:~vr~~lrr (! Il:rr~l:~\~cnlo, LJ loclas 11i out~*crs pzrs se crcassent 

tiyiil~ril 111i 7.1~/;'t.:dit Ccrbi~-. Eslu diu~siio, 11u1.6n1, pelo que 

I,CSII~I~:I Is C~III:II,C;IS 

tlc (1;1liO Vertle, st) seria cons~derada 

1i;11,i1 o ~ICSI~:IC~II~, ~)I.OIIIOI$~~J e l~~i~nsret~eucias dos jtnzes, 

pois CSr.iaes e o snprenio 

consclho de justi~a milltar tie Nora-(;Ba (;1rII. 26 a 3.1) ; e 

manteve as junlas de justi~a de .bIo~an~b~c]ue c Pl'lacau, definindo 

as suas attribui~loes (artt. 32 a 36). 

Seguin-se o decrelo ile 17 de novernl~ro tle 1869, i11ti? corroborou 

a d1vis3o das possess6es pol ll~gne/,as ~illra~ni~l ir~;~s 

la1 do governo d'nrjncllos ~OSSOSE~~P,S, i~n? j117; I~.Y))PCIIII cnln n~irili~ri- 

~6es e alcadas rguaes as rlus clue fni~cc~o~~nv;irl~ desdc 318:iti 11;~s 

praqas do Dalrl'ao c Iliu. D~po~s publirararo se suci:cssivnt~rr~~ilc. va- 

1-10s decretos, tnes eonlo o rlc 12 cle clczcnil~ro 1311 l85li. clnr? creim 

rnals urn loyar de juia nn icl,~i,io tie G;;I c ~:~t,ibelcceo a5 ei~ntlr~iics 

e vnnlagrns di, procurador dn eollja e f:~~endn j1111lo do Ilrcsino lrr- 

I?rlnal, - a l~i de 5 de al~ril dn 18(i:1, cjlip ercoil lllrl il'll~lln:t[ 1.0111r~~ercial 

eri~ Macao; -- e o clc 5 dc joillo do l8d5, I~UL. crioll urri 11 i- 

I-runal c~lnrnerciat ell1 GBn e dlln i rc?specliv:~ rclaqao n cjual~daclc tlc 

rela.pXo co~l~merc~al (cons porlaria dB I de j11ll:o dc 181iG).

ern tloia 11isl.r.icl.ns j~~tli~iaes -0ric11tal e occidental, e a sua 

sulb-tliviGo CIII ,I $1 com:ircus, sc~iclo (j a orienle e 5 a occi- 

tlelile jnlns per>lcuccntlo tlil;~s tl'estas, ns de C;tbo Verdc, 

,i ~cl,t!;;l~:, (lo I.isbon) u clil :J ju1g:ttlus inclcpcndentes (artt. 

4 a k). 

ICslu tlecrclo ~n:~nli~ll~a ain~la a ilivis5o (la coinnrcx de 

I.O~IIII~:I t:111 (III:IS Y:I~:IS (art. (1: 5 1111.); 11ias logo o dccrelo 

(lo I"1,li: or~lri1,r.u tlc 11870 suppi~irrliu, em parle, essa clivisio, 

sol) [rrclcxtu ile rlrre caasai'a embara~o (art. Ij, cao- 

SCIY~III(~O, L~c~~Iv~J, IuJ doid jliizes P, al.tri1~11111do-llics, CLII 

:ilg~iirs :~ss~~rnlllos, colilpetencia c~pecial (artl. 9 a 4,). 

l;ur;~iri tlcpois cspodiilus di~is tlcci,elus de 30 cle setem- 

-. -. 

bru i: cir~lr~o ile 28 tlc tlczembro rlc 4876, os yuaes respe:.' 

cli\an~enlc cr'car7am : lilais t111as cornarcas na provinua de 

!~Iui;nu~lritlnc - loll;l~ulrnne e LnniScncn nlalyucs ; mars duas 

ern Arig~rl,i - I\III~I;ICJ (? hlos~a~ledes ; - e utna Ila GuruB, 

coin shle cu~ IJiss:lu. 1'ic;rr-ati~, liois, esislitido 16 comarc,as 

nll~~ail~ii~~itii~~. sunilo ccrlo cjuc ;I ile S. Tl~oniB foi, pelo de- 

CI'ALO 110 (1 IIC oi111111r0 de 1587, divrdicla cm cli~as Taras, 

;II~I~)~IS sci~viilas [lor juizcs clc dir,cito cle prirneirs instailcta 

(arl. 11) 

Segi~i~l-se o irtll~orl,a~~te dec~'et,o dc 14 cle no~enlhto cle 

1878, cjnc, fixautlo ell1 cirrco o rlulllcn) cle juizes de cada 

rimit tl:tl: rel:ic;lucs dc i\'ova-(;oa e Loanda, creoo no districto 

o~,ie~~l;~l 111;lis clrralro colrlnrcas, xentlt) cl~ins inleir~~u~arlc- 

Snrti]i~t?linl o (!n1?116m, e :IF nonl.ras tlnas - 1)alnau (cum- 

~~i~cl~i:~ltlc~rilu IJirr) e Timoi-- lil,atl;ts rlus jnlgados inde[)en- 

~lt?r~les, i\trtl ~~L;:II.:IIII cx~iitclo?. AII!,III tl'isso, tin dist,rir,to 

o,'citlt!nli~l. ~x:slul~eleccu a tlivisxn en? doas varcls da curnarc;l 

tlc I,oa~lrla, e mailleve egrlal divisIv na colnarca de 

S. TlioluG (arll. 3, 4, 5 e ,l:{). 

1 ~ I 1 1 1 c r[I e slllriliv1x5o tlns (:omarcas, est,e rlecret,~ 

s6 fez ;tll.cl'a~T,cs rio ICsla~lo tla I~rrli:~, ontle est~r~guilr os 

nnllgos j11lg;lllns o~'ili~l:lrios, SII~~SI~~IJ~I~~~O-C)S 

1~or j)eclllellos 

jnlg;lclos scg~littlo 0 clisposlo 113 lei clc 46 tle abr~l cle 1874, 

c I:I cttutlo llcqtle logo tlois jnlgntlos ordrnarios - urn em 

Din e outro em Pragau3-5agar-Arcly, corn al~ada a16 11)000 

rkis sobr-e bells moveis e 5hOOO reis soljre bells de raiz, 

e jnrisdic~io p;lra prepa17arein toclus os processes crimes 

at6 li ~roni~ticia e todos os orphanolugicns al.6 li parlillla 

(art. 14). 

Quar~to a lribonae; especiaes, u ilec~~cto cxliuguin ns 

juntas cle jasti~a rle t\r~gol;t e S. Tholne, passarrdo as suas 

attribui~fics para os trtbnoncs commans e para ns consellios 

de gnerra e respective supi,eino cor~sellio de jusli~n rrrilit,ar, 

conforme se tractasse tle rbns civis 011 rnilrt;~~,es (CII~. 32); 

- e crzou Lribunaes conime~~cines tle prr1ueir.a ii~slar~cia err1 

S. TllorrlC e Cabo Vet.de (Sutavcnto) (arll. 23 e 24) cotn 

recnrso, o primerro para a rela~Hu de Loar~da, e o seglr~lilo 

para a de L~shoa (a .esse tempo ja riZo exislia a rcl;1~50 

culnlncrcial de [,isboa, pois fdi'a estiocls pelo clecr,clo dc 

23 de junho de 1870) 

A este decrelo fizeram successivas alteraqloes os seguintes 

diplomas: -o deu.et,o tle 9 de agoslo cle I879 c a Ici dc 

31 de InarCo clc 1880, qlie tn~irlnrarn as shtles (1;)s comarcas 

clr: Sauqnelrm na lnllra e Bissau ua Gniiii: p;ira l3iclinlrm 

e Boiama ; - o decreto de 22 de dezenlbro de ,188 I, yue 

reorganizou a 11roctcr-atwn dos urgocic~s skt~icos de Mtrcau, 

isto 8, o especlalissiino lr~bunal eocarregado de tlecitlrr 

toclas as causas civeis, commercii~es e critnrnaes eotre chinas, 

ori ei~tre cstos comn rkns e o miuislerio piiblico c 

ioiliviclnus tic oulras nacronalidadcs, e clue esl,nOeleceu o 

recurso rlas decisbes da p1ucura11il.a Ilar'a o corrscllrn do 

govern0 (la prn~incia (artt. 1 e segg. e 20); - o doc~~elo 

de 25 cle julho de 1885. ([lie creou trrbnnaes de colnmercio 

de primeira ~nstaucia em Bcnguella c l\lossalnedcs : :I lei 

de 18 de jrllllo de ,1883, clue organizoa o dist~,iclo do I:ungo, 

c.onstituioclo.o, para os effeitns jl~diciaes, ~~'uma comarca, 

drvirlida om resltlo/cias, i~ freute de cacla i~rtla das qnaes 

-- 

1 0 clecroto dc 1L dc novcmbro tlc 187s r:sl:i pr~?r.ctlirlo tl't~rn relntorro 

crlrdrlo, clue ten1 a assrgnatiirn do sr. 'Firoar~z I\rlrer~io.

270 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. POnl. N 1 1EnLElRA EPOCIIA 

- - - - - - --- -- 

ficou fnnccionaniln 11111 ~.e.~i(lc?~te com as altribui~Oes d o ~ 

jnrzes orclinarios (a1.11. 1 c? 5); - a lei cle 22 (le julho e o 

clecrclo tle ,I3 ile agoslo tlo rrles~iio anno, que crearam mars 

urns comar.cn err) Tete (provio~id tle 1locambrt.lue); - o 

clecreto tle 8 cle selembro de 4887, clue [leu ao curaclor. 

gm"u1 dos sevulctrcs e colotros tle A11g1)la as altrrboi~8es de 

a~lclrlur 110s conselllos tle gllerra, as rlllaes estaIT;lrn ale 

enlno a c:~rgo tlo juiz tle tlireito (la '2." \.ara iln comarca de 

I)ui~l~tlu; -o tle 8 ile abr~l cle 1891, quc creou uma nova 

i:omar.cn ern Cnho I)elgnilo, coin sbtle cm Ibo, pl~ovincra cle 

\~It~~iirnbi~j~~e; - o de I0 do mesmo Inez e aauu, que r,eoIsg;tnizou 

o snlJremo conselho dc ju~li~i~ ~~lil~lar de Loaucla; 

(1 clc 30 dc setemhro air~tla de IS!) I, quo ereoil mais 

I I ~ ; I com;lrca na Berra, con~preheritleuilo toda a area das 

co~~ccssi~cs tla Cuurl);~r~l~~a rle Mo~arnlnc~~~e ; - e o de 21 de 

m;~iu tlo 1803, ijne creou na (;nine urn districlo militar 

arilonliniu, cuju 311iIil.ur ficoli sendo, ao lneslno tempo, juiz 

n~ilil:~r c tlc prioieira inslanein civcl e criminal. 

Como se YO, cm 18!)2 ti~ilia o ullra~nar dulls reIa~Ges, 

is iloaes estavani sul)or-din;~tlas "L cnnlnarcas e clrfferentes 

julg;ltlos, I~a\ren~lo algrlrls tr~rhnnaes comolcrciaes, divcrsos 

t~,il~ou:~es mililat,es e cerlos tribneaes cspecialissimos. 

S 0. Oryu~iizn$Bu jadicinria tlc IS!)B n ,IS!)'r. lieginierrto tl'esla 

tl;~til. ---Em 1 ti tli? fever'ei~'o tle 1803 fui aprcscntada ao 

p;~rlarnento 11elo mroislro da mat,ruI~a e tiltramar uma pro- 

pt,sr:~ cle lei iles~inacln n rcorganizar toda 3 aiIm~nrstra~$io 

judicial itllrnm;~r.ina. Essn I~r'vI~usla 1130 lcvc segulrneulu, 

nlils el11 37 tle abril dc 1803 foi decret:rtla a exlrnc@o (la 

cnnl;ll,a tlc 'l'ctc, e ~ III 20 (11: I'cvereil.~ de 189'1 foi expedido 

urn tlec~'clo cor~lcndo o rro\u 1.egil11~111o i1;i organiza(:,50 JII- 

dici;iria dus colullias 118 Arrica, Asra e Oceania, - d~ploma 

nluico oxlcnso, cle qui: ealrahi~nos as seglilnl.es rlisposi~fies, 

que cur parblu conslilr~e~n ii cc~orilena~%o do estado ante- 

~~iol., c noutra partc inlrod!~zc~n impvrtanles allera$l-,es: 

As l-roviocias oltrarnariuas di~idern-se en1 lres clrslrictos 

jndiciaes:-o deLoanrla, com sede em S. Paulo cle Loanda, 

comprehenilendo as pro~riicins de Angola e S. Tl~orx~c c 

IJriricipe; - o tle Mo$ambrquc, coin shde na clclade de 910- 

$amhirlue e comp~.el~endentlo ;I provinc~a tl'estc? nome; e o 

de Nora Gba, coln s(kle nn cltlnde de I'angrrn, comprellendendo 

o Estudo (la Ilidia e a provincra de illacau c 

Tlrnor. 

0 drstricto de Loandn abrauge, ale~n de Cabo-Verde e 

da Cuin6, yue B preabo cmsiclerar iparte, G cornar.cas : 

Loantln corn 4 \ar.as, Ilerigr~ella, &lossarr~i:tles, Arnl);~t'a (scde 

em Cacnlo), Colrgo (skile err1 C:al)intln) e S Tl~ome corn 2 

varas. -0 novo districto tle filo~ambique aljrangc G COmarcas: 

%fo~a~nl,irl~ie, [,oul~r~~r;o i\f;lr-qrres, Ir~l~amban~, Quelimane, 

Cabo Delgatlo (skde em Ibo:~ e Beira. E o dc 

Nova GBa abrange o~to coinarcas: Ilhas tle Gba (sBde 

em Paogim), B~rdez (scrle em Rlapu~i), Sal>ete (sbde elr~ 

RlargJo), Q~tcpern, B~clrolr~rr (setle err1 (;dssilI~e (Ie l~rt~l~olrrn), 

Damao, Rlacan (se,le em Sdrlto Nome cle Dells) e 'l'imor 

(secle em Dilly) (arlt. 4 a 4 e 7). 

Cabo-Verde divide-se uas Coll1J1'C:tS ill: Suti~verrto e Barlavenlo, 

as quaes continuam [~ertenc(!nrlo, para totlos os 

ell'eitos da adtninistrn~io (la jast,i~a, ao ilist~~iclo judicial de 

Lisboa, vigoranilo nellas, porisso, 3 Icgislac;lo [lo ~:or~l.irlt:nte: 

quauto 6 constrtui~$o, jur,rsdicg,3o e c~ompetcocia dos jnizes, 

proccsso e ordcm do servrqo judicinr,io, nlas sentlo os res- 

O dislrrclo ~nrlitar d:t (;nine constilne, para os elleitos 

jnilrcines, um;~ com:lrca corn a s8do em Bolama, e perlence 

ao districlo jullicial de I,isboa, mas corn a o1,ganizac:,5o especral 

clo crl.aclo tlecltlo tle 21 de rnaio dt: 1892 (art,. 6). 

estes em ficg~tc~lns. 

0 uuulero, a sktie e a area dos jul- 

gados munlcrpaes 16111 siclo fixados pclos go\ernailores clas

972 rrrs.1'. no orit:,iN. Junrc. PORT, x.1 T~ricEfn.4 EPOCITA 

- . . . . - ~~- ~ 

-.- 

l)l'ovini:ins, coin a coulilma~5o do goveroo (art. 8). Assim 

o fcz, [)or e~eml'lo, Imra a s11l1tlivis50 das conlnrcns do 

ICsl;~tlo tl:~ Ill[lin, o decl'eto tlt? SCi de m;iio tle 189'4.. 

Na sbtle tle catla tliztlnictu juillcial faucciona nni tribunal 

tlc segiulil~~ i~lslilrlcla, cle~~omil~ado rela~5o. As ~*elac;Cies de 

Ku\n Go,i e I,o,lrrila tccm, catla uma, clt~co juizes, c a de 

Rlo~~:~~nbiclue, crenila ~lc uuvtr, stinelite Lres, sentlo d'enlre 

cllcs no11le:ltlo pelo goverlio o respeclivo presidente (art. 9). 

I'cr~iiolc caila ~,clacfit, 6 ~~cljrescutado u rninislel,io publico 

]lor IIISI rlelcgnilo dn corbn e fnzeorln, qiie en1 Nova-Goa 

I I 1i1t1111e ( I G e 18). Aleni tl'lsso Ira, em carla 

I cl:~c;\u 11111 ~iiCI.~tii~.i~, tluis i~juilaulcs, uui rebredor-conlador, 

11111 ollici:il III? tlilig~~~ci;~~ c 11111 servelilc (art. 21). 

N;I skrle tle cail:~ COI~I:I~C~ ~L~IICC~OII~ 11111 magislrndo ju- 

tl~ci;il tlc [)rl[ueira irrslai~ci;~, dcllu~ni~~ado juiz de direilo. Em 

I,o:111t1;1 c S. 'l'l~oi~~i: l1:1 11111 juiz para cada varn (:rrt. 22). 

~\o l;~tlo ill) JIIIZ I.~~II.~SCIII~ 1 ~lli~iisterio 

pllblico e serve 

tlc CIII ,rilu~ gci , e ~ri, I,~do clo qnal esercc as coml?etntes 

;illi~~l)i~ic~T,es ilm sul)delegnrlu dn co~du e fazeaila, Ilaveado 

i111111;1, 0113 I'C~I,;I, 11111 escl.ivZo e ti111 ulficinl tle tlellgerrcias 

(;~i,lL, :;(I, !ik c Xi). 

li:mIim, cin cni1;r frScgilezia, on rrri clnns rc~nnitlas, se 

iissll[l lliil~~tnel, co~lvc~~ie~~te, 

IILI IIIII ,jz[~: ~O~I///O.I., i~u~ne:ido 

,IIIIIII,I~IIIPII~I: ~~clo govel.n;~il~~~. cla pruviucia crn consell~o, e 

it111 C$L;I.~J?~II (:~i,ll. 57 (? (10). 

Alkln d'csics 11 il)r~ii;~es II:~, CIII cad;^ cu111:1rca, wn tributlal 

c.t~inil~u~'r:r:~l I I C ~)i'i~fii?il'n i~islni~ci:~, cornpuslo (lo uin presitlr~llt?, 

IIIIC B o juiz tlc tlil,eito, tle ilualro joratlos corn doi~ 

sul~sl~l~~los, tlc nu1 scct,eLario, que O o delegado, e do es- 

crivIo a queln o processo fbr tlistrihuitlo (art. 3i) Yas 

cotnarcas oilde por falfa de pessoal id6neo (tiegociantcs c 

citladZos yrovidos de certas hal~iiita@es) 1120 Cbr possivcl 

organrzar o jrtry, e elnqtlatito o nlo fif. s3o as C~~IS;IS 

comnlerclaes clecididas de direilo e de shcto pelo juiz rle 

dil-eito, mas segoodo u processo comunercial e coln recurso 

(arL. 39)': 

A alr,atla das rela~bes A tle GOOd000 rkis fill lo5 011 

I:500 rupias em m;rlel,ia c~vel, ilnalrluer clue sejn a nalnreza 

do3 bBus, e de pcnas corr~cciohaes ou CS~JCC~~CS ell1 

malci.ia crime; -- R (10s juizes cie tli~,eito e de GOa\jS000 r8is 

fortes on 180 rupias elri male~,ia civcl, e de egrral qll:inlia 

de lrllllla ou de 30 dias de pris5o corrcccinnal rlas causas 

criruaiaes, que sZo julgadas ssm inler~\enc;lo llils ji~i,ados; 

- e a 110s tribu~laes cu~nmcr,ciaes 3 de 200fj000 rbis fortes 

on 500 rul~ias (arlt. 78, 5 2, SS. $ :3, 85, 5 ua. e 183). 

0s juizes mm~nicipaes e pu[)r~larcs SI~O 16111 alt;arla. 

A~~uelles j~ilgani as cnrrsas a10 ao villor rle 60&?000 rkis, 

ni:is corn recri~~sus' para os jaizes tlr, tlit'eito; e eslt!s 

I.~rucuranl concil~ar as pnrl.es en1 suns dern;i~irl:ls e jtrlg;lrn 

st11111~3riar~~nl(?ene ;rs cn~lsns civers oa 5i1b1,e dal~nro ;ill\ nu 

v;llur tle 3yy~)0U rhs l'~~,Lcs oil 7,:i riipi;ls, ul;ls eon1 rectlrso 

P~I,WS juizes olniiicipaes (;rlmtt. !I$ IS.""^ e 16, 93 c !)(i, 

11.~' ,I e 2). 

Estns sZo as tl~sposic;Ges geraes. Ei~tre as especialitlades 

cilaremos: -o lribunal para julgainenro clos v:ldios na. 

comarca cle S. Tliome, colnposto (lo iniz dc clircilo c do 

11-es jurados, agrlcnll.o~~es, o qua1 Sol cl,cu~lo pel0 ilecreln 

de 21 tle n~a~o de 1892 e oiaulido pelo arl. ,150 [lo regimeuto 

de 1894; -a a~radoria peral ilos servi~aes e colouos, 

'conser~ad;l corn orgnnizac;lo especial na provincia 

de S. Thome e P~,incipe, e al11,ib~udu aus dclegados do 

proc~ira(lor da co~bd e fdzellila em A~~gola e Rlo~ambique 

(ar.1. 6 do decrelo e artt,. i7, 48 e ,173 do l,egin~entoj; - 

e os vrsirlaltes, cooservaclos, coln as allr~blxi~Ges (le jt~izes 

municipaes, na comarca do Congo (art. ,178). 

:i j:

7 IlIST. 110 OFtGAN. .flfrtlC. PORT. N,\ TERCR~RA EPOCllA 

- . . - - - -~ --- 

l~rovincins, corn ;r mlfirma~2o (lo gnvenlo (arr. n). Assiin 

o fcz, [lor excwl~lo, para a subdivis3o das comal.cas do 

1Ssln1lo d;i Ir~tlia, o dccreto dc 2.5 de maio de 189i. 

Ka skilc, ~ le i:aila rliati~ictn jrllliciiil fnncclonn uni tribunal 

ilc segnnila i~lstai~cia, tlenomi~~a~lo relu@o. As rela~fies de 

Nova Gon c Lo;i1111a ~CCIU, catla ulna, cinco juizcs, c a dc 

,\Io~i~iub~iluc, ct~catlil tlc IIOVO, s611lcnte Ires, SCII~JO d'culrc 

cllcs ~~ooieu~lo ~ielu gove1,ilo o res[~ezlivo 111.eside11le (arl. 9). 

I)cl';lulr, calla rela!:3o 6 represerltatlo o lr~n~islerio publico 

p r 111n tlr:li~g;i~lo d;i cot,A;~ e Bzentl,~, qne em No~a-Goa 

leln liln njntl:;nle (:ilS1I. e 18). Alkm rl'isso ha, em cnda 

rSel,ii$io Iinl sccl'ctario, tlois ajuilailtes, tun re~edor-contador, 

urn ollicial tlo cliligcnci:~~ c Lun servenle (art. 4.1). 

N:r sti~lc 111: i;:ltlir ~:~III:I~I:;I fli~li:i:iun;~ 11111 n~:~gistr;+rlo ju- 

tl~cinl ilc ~rilncirn i~lshncia, de~lomiundo juiz de dire~to. EIII 

I,r~:iiirl:t i) S, 'l'lio~~~b 11~1 II~KI juiz [);I~;I calla vara j:lrt. 22). 

I\O I;IIIO tli) ji~iz t-~y~rt~s(e~iI,it o I~III~IS~(:~IO 

p1111Iit;n e serve 

tlc ~III,:II~IJI, gci,:rl tiin pi.ocui-atlui3 cli~ corh e f,izentla (art,. 29). 

I

"24 HIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCEIRA EPOCHA 

De reslo, o decreto que approvou o regimento de qoe 

nos estamos occupando extinguiu: 1.9s junlas de justi~a 

do uIt~.amar, passat~tlo as suas allr~ibui~6es, quanto aos 

crimes sr~jeitos no Tbro cornmum, para as justi~as ordinarias, 

e, rjoauto aos crimes da cotitpelerrcia do fbro militar, 

para os corlselllos de guerra, com recurso, - na India e em 

hlacau e Timor, para o sul~remo consel110 de justica lnilitar 

de GBa, -en1 lingola e S. Thorn6 e Principe, para o con- 

selllo slipelbior de jlisli~a militar de J,oanda, - e em Mo- 

~arnlriclrre, para 11rrl consolllo suycrior de justiga milltar 

novamenle creado; 2: a procliralura dos negoeios sinicos 

cle Macau, paasnr~do algun~as clas suas al1ribuic;Ges judiciaes 

para o juiz de direito [la comarca e entregando as restantes 

e, el11 gcral, as ;~tlmi~tisl.ralivas e politicns a um proctrrador 

ntlrrti~~.islr.irl~vo ilus ?i~cgocios si~ricos, funcciouario que foi 

creailo de uovo e 1120 Bcou, como seria para desejar, clesprovido 

tie totla a cotnpetencia judicial; 3." todos os oulros 

logares e ollicios jurliciaes de qne n8o se faz expressa 

rneec;Zo uo txgilneolo, e, I~orlanlo, tatrlbcm os juizes ordir~ar>ios 

e de paz e quaesqner j~lizes eleitos ainda sobsistentes 

jarll. 4, Ti e ,I#). 

Tul i: a or,ganiza~2o jutliciaria ullramarima ainda lioje em 

rigor lras snas linhas fi~ndamenl~es. E fallamos assimn$o 

si, porque os cliversos giveroarlores e cotnmissarios 

regitls tlas jrrovil~~ias ultr;~tuarirlas lkm lalroduzido tlo rcgnlalnanlo 

de I894 algumas alterac;lues parciaes, do que 

set-ia demol,ado e fal~ga~~le occtlpar-nos aqui l-~nas ainda 

por~lueo goverllo tld tnelt.opole tern egilalmente alteratlo 

e ~r'oposlo ao ~~;~l-lamer\lu :~llera~ijcs de baslante alcance. 

Sirva tle exemplo a l~r~oposla de lei apreserltada 6 carnar'a 

' li02.~ rol. do ilf~ou~aldol~ror~sso cr~inztr~cllorcli~aclr~o de DELGAD~DE 

e~~co~~tra~~i-se ccrtas providel~cias d'essa ~~atureza. E posci 

pu11Iic.nc;io d'cssa ol~ra ern 1898 ji ontros diplomas foram 

C.ZIIYAI.IIO, 

to] it~r~l~er~to 

ux~~didos. 

dos deputados em 5 de maio corrente, e destinada a passar 

para o jt1z.z de direito da covznrca de dlucau, segztndo a lei 

co~ttrnuwz, lodas as allribz~i~des jjl~dicraes qzte, pelo arl. 5 do 

decrelo corn folfcc de lei de 20 ile fetjereiro de 1894, ficuram 

perte~zce~zdo ao l~roctrrador advniizisnSatiuo dos n~qocio.s sillicos 

1. 

S 1 . T~lndeneias (la organiratiin jnrlicial.ia n~nrlarna qeanro is 

ningistraturas eo~~cilialorias c ao jury. Minislcrin pllblice. - Hesl:lnos, 

finalrnemle, i1a1- cor~la de alguns diplomas de earacler 

especial. 

Como vimos, a lei de 18 de novembro de 18'10 manifeslava-se 

aberlamente desfavoravel aos jnizes de pnz como 

conciliadores das partes. A reatquo vitilm jii de longe, e 

traduzia nma real necessiclade. Pu~~isso, se a lei de 1810 

rednziu o nlimero de juizes tle paz e llles tiroll as atlribuiq6es 

orpllanologicas, a r~ovissirl~a reforma judiciaria de 

21 de maio de 18kl -embora conservantlo, no art:2lO, 

o preceilo (la carta e das constiloic;6es ~lc rille ns callsas 

niio seriam levadas ao j~i~zo co~llcrlcioso sen] 111'8vi,i tenla- 

tiva de concilia~Zo-eslsljeieceu desde logo a essa r5cgra 

trinta excepi$es, liia~ladns 112 ualureza clas cnllsas on na 

qualidade dos pleiteartles. 

Depois appareceu a proposta cle le~ de 45 tie abril de 

1852, que, embora nso vingasse, deu a impress30 do descredit0 

em qile ia cahinclo a mngislratu~~n dos jnizes de paz 

e deixou, porisso, abcrto o carl~irrl~o para a lei de 46 de 

jull~o de ,1555 estabelecer mais nove excepc;loes (art. 1) e 

declarar que a omiss3o (la concilia~Io 110s casos em que a 

lei ainrln a exigia deixaria de ser nllllidade insupprivel desde 

I? d~gno de leitura o respective r.clal.orio. Vej. II 11iar.io (lo Go- 

vc7.120, u.O 102, cte fi de 111:1io corrente.

276 IIIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCF:IRA EPOCHA 

- - - - - - - -- - - - 

que o reu 1130 protestasse por ella na i111pugna~5o do pedido 

on antes de findarem es arliculados (art. 2) {. 

Finalmenle o coiliyo de Ilrocesso civil, ampliando ainda 

o numero das excep~6es no art. 355, $ I." conseguiu exterminar, 

t2e faclu, n concilia~iio cum u disposlo no art. 368, 

que diz: rh lilta ou irre,gulariclade de concilia@o, nos casos 

em que a lei a exige, sd pofkl~ spr at-qltidn prlo get1 i.jop7-aao 

dc cinco dins a contar d'aquelle ern qrre fbr accusada a slra 

cita~Bo. . . . $ nn. A f:~lta o!~ irregrrlarklade a clue se rerere 

o artigo, ai~lda que hnjn de ser snpprida, ,nil0 SZI.T~PI~~R I) 

nrzclantenlo (la ccnusa a,!@ ri srpzteizca. D - Quer dizer : a COIIcilia$30 

tornnu-se complelamente tlispensavel. 

Esta providencia veio a tempo. O espirito publico, desaffei~oaclo 

dos rumantismus tlo comeCo do seculo, conrp~.e- 

I~enclen-a t5o bem clue, desde o coi11g.o de processo, rarissi~nas 

S%O as cansas que as parles Icvam a%) juizn col~cilialnr~o. 

l'orisso os juizes de paz ~~er~ler~;rui ;I razAo do r~orne que 

ainda usam, e s3o I~oje, pelas alrl~rbui~fies que Il~es deram 

a lei de lH7k e os tlec~elos ile 1886, 1890 e ,1892, BRI.dadcirtos 

1113gislrados int'el.iores [Jars deeiszo tle causas 

rnir~inlas e cxeco$io do provideuclas urgentes ? lJorisso, 

tambem, os jnizcs de pnz passaram a scr de nomeagio do 

governo, c, Ilojc, o dccreto de IS-@ julho cle 4E98 declara 

que as SLliIS fnuc~locs szn bienuues.~O luesrno succede, como 

sabernos, qaaulos nos juizes ~01)ulares ultramarinos, ciijas 

f1mcc;6es, toclaqia, siio sbmente annuaes. Porisso, final~nente, 

o codigo tle processo commer-cia1 em vigor declaron, no 

arl. 3G, qne as catisas commcrclacs s8o i~entas (lo prelimiliar* 

da concilia~80. 

ii 

' Egual dontrir~a se applicn aos ,juizrs ~~nl~irla~~s do nltramar. Conf. 

rcgin~el~to do 20 do fevereiro de 1894, art. 470. 

Esta lei dc 18% foiapplirada no l~ltrn~nnr~n~strr: mesmos termos, 

polo dccreto dc 17 de agosto de 1857, arcr. 1 e 1. 

Urria outra tendencia da organizaq%o judiciaria ir~iciatla 

em 18iO encontra-se no abandollo saccessivo do jury. - Jd 

1150 qneren~os War clo jl~ry CIVCI, hoje, pelu cc~digo de processo 

civil, art. 404, ~r~slt.ic/o u.op~~ocrssn rrrdi?lcrrio, c, a111 

mesmo, sci inte~.ci/ztlo pta~tdo as parlss o ~.cyttcira?r~ po,' 

accordo crrl~r,esso, r~drczitlrr a, tei,nio anks tb ~slar desigi/arlo 

dia para a i~iq~,iiric&o de teslnran~hcrs. - Al,elras qnerernos 

dizer que o jury crirn~l~al vac perdendo, dia a tlia, o favor 

cxlraordinario corn que de 1821 a 1836 tinl~a s~tln rccebid0 

Com effeilo, - tcodo-se pnblicailo, cm 2852, cr codigo 

penal portuguez, clue mais tarde fc~i n~oclificado pela nova 

reforma penal de $1884, e converiido no codigo, Iroje vigcntc, 

do ,1886, -hi necessario declarar os crimes tlrrc? dcv~am 

ser julgados em processo ordioario cle quetell:~ cun~ iukrven~go 

de jury, c os que de\iam ser julgados em proccsso 

su~nmario de pollcia ccrreccronal scm aquella inlerven@o. 

E para esse effeito publ~cou-se o clccrelo de lI0 dc dczernbro 

de 4852. logo allerado 11eIa le~ de IS tle agoslo de 

1853, qne ileclartru sujeitos ao prnccsso de pollcia cort'ecciorlal 

os crimes a que cottbesse~n as penas de 11rizLo ou 

deslerro ale (5 mezes, multa at6 urn Inez ou ale 2ObOOO , 

rkis, vel,rehcnsZo e ceosnra, e que ll~lrrltioll julgar pclo 

processo ordioario os or~lr~crs crrlnes a qrte coubessern puoas 

~nais gt'a\es (artt. 1 e 2)). 

Vigorariirn por largos annos estas ilisposi~5es, conlpletadas 

pela lei dc 2 1 dc iulllo e dccl.olo clt: 31 L~C OILIII~I'O 

dc 1856 e pela Ici dc 4 de jfllllo u decrclo tle % 0tlc Jguslo 

de 1867, relalivos 3 org~nis:llXo do jury que rlevia inlct:v~t' 

nos processcis dc clucrcll;~, e aindu ~ela lei tle 4 cle j~~uljo 

e decreto rle 4 dc agosto tle 1839, concer~leules 30 jury 

especial para os crlmes cle uioeda falsa. Afioal, pelo deweto 

n." 3 de 39 clc maqo e lei de 7 de :rgosto dc 1890, 

o jury cri~ilinal deixou de ler iutervenCo uurna nova especic 

de processes, denorninaclos correzcio~~aes ou iulermetliarios, 

e tleslu~~ados uo jl~lgarnculo dc c~,imes a qut:

278 HIST. DO ORGAN. JUDIC. PORT. NA TERCEInA EPOCITA 

-- --- - - - 

correspondam as penas de prislao correctional ou desterro 

por mais de seis mezes, as mullas por mais dc seis mezes 

ou a16 urn col~to de reis, elc. 1 

Correlalisatnenle. e por di[~lomas das meslnas datas, o 

jury dcixou cle inlervil- 110s processes por abuso de liberdi~c.le 

de imprensa. Esta, a parlir de 1840, tem soffrido \,arias 

allernativas, depenilenles de circamstancias politicas e 

do lnotivos rle o~~porl.unitlailc. Ten1 lido leis liberaes e leis 

rcaccionarii~s. A qlre vigors, e clue foi hastat~le discutida 

nas cbrles rle 1898, e ;I de 9 cle julho d'esse anno e adtnilte 

para o julga~rlenlo a inlerven~%o do jury commuln em 

cerlos casos 2. 

Assirn, o jnry civel estA inclirectamentc supprimido, e o 

cr.imiual l~esla~~le retluxido. - Yelo que respeita ao jury 

col~~rnercial, 15 certo clue, pelo cocligo de 1833, art. 400(i, 

elle cooslilnia urn ele~ne~~to componeklte clos tribunaes merc;lnlis; 

rnas o decreto n." 6 de 29 cle margo e a lei ~le 7 

de ayosto de Iti!)U, eslabelecendo esses trihunaes em toilas 

as comarcas, e, modernomcnte, os codigos de pr-ocessso 

comme~.cial de lItlt15: e 1806 pcrmittiram cine, salvo no caso 

de Ikllencia, as partes concordem ua desisteucia dos juratlos, 

e clue estes, em totln o caso, clua~~do_intervenl~am, sb 

terlo cornyelei~cia para resolver as.quest6es de facto, lcerca 

~las quaes n8o l~aja confissio ou a~corclo das partes, ou flue 

I Xu ul1r;iillar o jury crimin;~l IIZO exisliu jima~s, neln actaalr~~cn~c 

existc, a 1120 scr para o julgamcnto dou vadios de S. ThomB. Apeza.1. 

IL'ISSII, Ila os duia Ilrocessoa - ~lnlioia correcciona.l e querella, seml,re 

seul i1llel'vo11@0 dc jllry. Nclo ha pr,ocesso n~termedrario (regim. cit., 

ut. 

"Nuo 6 aqui o logar de crilicar a lei qur, esta em vigor. Esse esludo 

pertel~eo P park d'esle lrahallio destinada a organizapzo jud;,. 

ciaria, onde tnrnbem cabe a indic,zc;iio ilas leis publicadas sabre o 

ass~~inpto dcsde 48i0 at8 110je. Ellas encontram-se, de reslo, COl31pl- 

I tdas e resll~nldas no extenso reialorio que precede o parecer da 

ro~nm~ssio tie leglsiaq5o tla c;kmara dos dellutadus sobre a nova lei. 

A ORGANIZACXO JUDICIARIA MODERNA 279 

-. .- , _ 

. _I__ 

se nlo achem provadas por docamentos authentic~~, salvo 

o caso de falsidade '. 

Acerca do ministerio publico, rlevemos dizer qlle as 

func~bes do procurador geral da fazencla (qne eaislia clestle 

30 de dezenibro de 283G) e as do procurador geral ila 

corba, cuja institui~3o conhecemos, fornm rennidas num sb 

funccionario, que ficou senclo procu~~atln~~ 

gcrnl tEcc corcia, (? 

fuzcnda, corn1 scis ajudantes, pelo decrelo de I2 de uovenr - 

bro de 1869 (artt. 1 e 2). 

Abaixo d'elle ha os l~rocuradores regios nas rcla~bes, 

os delegados d'estes nas comarcas, os sub-delegados 

n'cllas e nos julgados aiunicipnes e, ein especial, os secretarios 

dos tribunaes tle comrnercio de Lisboa e l'orto, 

os curadores geraes dos or[,l18os das mesuias ciclades, 

os promotores de jusli~a milltar, elc. 

So ultra~nar a organ1saC80, que ji estiitlirnos, e independeu~e 

da do colrt~ner~te. 

Em geral 0s logarcs iio ministerio [)nblico sb ~~rovidos 

livremente pelo gorerno. Porem os delegados, corrln can. 

didatos a magistralara jodicial, s8o llon~eados precedendo 

concurso, qoe ate ha pouco tempo era fe~tu nus mimslerios 

da juslica e do ullramar (deaetos de 1 tle oulubro e 

18 de novembro de 1860), lnas yue boje, pelo que respeita 

ao continer~te e ilhas. t5 feito pop provas pitl)licas e 

oraes, perante as procnradorias tegias das rela~6es, nos 

termos do decreto de 43 de dezerrrb~~o de 1897 (Dlario 

do Coaerno de 31 do dexembro), cujas disposi~bes estuclaremos 

e crilicarenios no logar progrio. 

8 2. Dil~lomas de crractcr especial. - Ainda oulras providencia~ 

sertam dignas de lilen~lo n'urn q~iadro completo 

da li~sloria e eslado actual da organlzaqIo judrciaria portugueza. 

Taes slo, por eremplo as relalivas aos tribunaes 

I 0 inesmo dispoa para o ultramar o regimento crt., art. 86, $ 1."

lnilitares, cuja col~slilui$io foi seosivelmeule ~r~odificada 

pelos cotligos de justi~a niililar rle 1875, 1895 e 1896, 

c 11or divcrsos tliplolnas avulsos. Taes szo, tambcm as, 

concer~oeoles 6 ol.ganisa~>o :rclnnl rla carnara dos pares 

corrro tril)tu-ral de jllsli~~ espec~alissimo. Tacs s80, ainda, 

as rcspellaoles aos tribunaes ecclesiasticos, qoe tern com- 

pele~~cia Ilal';i :I ar11~rrlla~8o tlo matrimonio catl~olico P podern 

rlar, logar, coru ontras dccisiics, ao chnmadn reczwso d cordn 

(cotlipo civil, ;11.11. 1087 e ,1085; coiligo tle processo civil, 

artl. 96, 11.9, 39, 11.9 e 1109tj e segg.). Taes s5o egual- 

menle as ~.elnlir,js ROS I.rihlinaes marilimos conlmerciaes 

e is capitar~ias dos porlos sobre de,lictos nlarilinros e ou- 

tras rlnesti7cs de irlteressc rllalitimo (codigo pcnnl e disci- 

IJI~II:II, tla 111:1ri11lra ~~~err,ani,t: tle 4, ~le ,~{IIIIQ cle 186h,, arlt,. 

iili e segg. ; portaria ele 5 de n~ar~o de 1874; clecretos de 

I!) 11e IU;II.C,O E: 1/1 tle abril tle ,1891 ; decretn rle I tle de- 

zcrnb~~o tle 1892, art. 8; regalamento da mesma data, 

i11.I. 8; rcg~~larncnlo de ST de ahr.il de 1893, arlt. II, n.O 13 

e 18:1 ; tlocrolo de 18 tlc mniu ile 1883 ; e decreto cle 18 

tic i~l~ril (It! 18iB, :II.~. 7). 'S~ICS Go, finalment,e, irs cn!lcernc:~rtcs 

ti~,gcinizai:,:~o c iuslall:r~5o tius tr~bunaes dc arhi- 

II'~~.~IVIUI~UI,CS IIRS loca1id;rtlcu eirl qrre 1r;qa cenllw i~rrlustl.i,~c~ 

ial~~o~l;l~~tcs, - lrihr~naes qt!e conlrcrcm das cont1.0versi:rs 

srll,r~c csecuc)i~cs clc coulr~ctos (It! lraballlo enwc 

l)altT~i:s o tq~cri~~'ios (loi cle Ih ~lc agoslo dc 1888, ilrtl. 1 e 2). 

15, l1o1'6111, cerlu clue IICIII a cs11,eiteza ilo te~npo nerrr a 

rn~~lli~)licicl;~tle tfos assumplos a traclar 110s pcrmitlem mais 

clo tlue esla 111,eve i~iilicae%u, qio llem sequel. e cumpieta 

IIICSIII~ clr~ar~to aos diplomas ]a vlgcntes, ltortluc, ull,ima- 

~rli!irle, dlvi:~~s;rs l~rnposl:~s ell: irnl,u~'l.dirl;ia lthn s~tlu sub- 

111olt11l:rs ao ]~a~,lame~~lo, e tl'cssas sb no logar opporluno 

Actunlu~~,~~t~: ha. JIO coilti~~c~~tc, para julgar cm 3:' installcia, c. 

GIII sevisl;~ 11s ~'l.iincs nrilil;trrs, III~I sollrcrlio co~~uellrv rle jllsllt:a, 

ill~lit:~~. (111111 svdc el11 LISIJ~W e para julgnl. 0s mcsmos ~I.IIIICS ~11i J a 

IIS~:III~~:I, 

~:a~~scll~(~s dc gllcrrn c prcliosl,es nlilitarrs. 

A ORGANIZAC~O JUDICIARIA EM GERAL

Principios fundamentaes 

8 3. d jtisli~a ci~il em confronto (la j~~sti~a criniinal e (la 

commercial. - Entrando no estudo do lunccionamenlo da 

organiza~go judiciaria, climpre aclvertir clile, entre ribs, os 

tribunaes civis slao, em regra, conjunctamente tribunaes cnminaes 

e ainda,, at6 cerlo ponto, tribunaes commerciaes, o 

que nlo sbmente influe no methodo de exposi~30, n~as da 

origem a urn problema importante, que BENT HA^^ indicava, 

e no filn do seculo passaclo, sob esta rubrica um tanto ex- 

tensa - Conzpeterzcia auliversal cle cadu triDzmn1. Exame 

dos falsos princ~pios qiie fizernm mar ziaan variedads de ln- 

bunnes con* attribui~des ditreren tes. r 

0s falsos prtnczpios a que o grande ut~litario ingles fazia 

allus20 e as solidas razdes que se dignava oppbr-lhes, eraln 

a fructa do tempo: simples e cblaos motivos de opportunidadc 

pratica --incbmmodos, .despezas de tempo, incertezas, 

etc. - despidos de qualquer eleva~30 scien tifica. 0s tractadistas 

classicos seguira~n pelo mesmo caminho, e assim se 

explica que os systemas da unilo ou separa~so da jusli~a 

civ11, da penal e con~mercial se encontrem nos diversos 

paizes conformemente as respectivas tradi~aes e sem que 

um cooceito scientific0 determine a preferencia por um ou 

por outro systema. 

E, todav~a, a luz da sociologia moderna, lacil 6 demonstrar 

que cada uma das funcqloes judiciarias - civil, criminal 

e con~mercial - deve ter orglaos correspondentes, nili- 

, damenle diflerenciados, embora coordenados entre si.

Con1 eflc!ito, a mais simples insgec~.io do organistno social 

re\lela qoe a sua evoluc;go progressi\ia se raz scmltre 

rio sonlirln dr, c:aila ~ I I I I I ser ; ~ ~ exercida [lor om org8o laulo 

III:IIS 11el'ltto rlnanto n1;ucrr e a sua especial~sn@o. 

1;: o clue, nn 01 ga~~izapllo 

judiciaria, demo11st1-a elocjuentc~~ictllc 

a Iristoria. KO ~~rincrl~io ha\,ia coml~leta confus30 

et1li.e os rlive~*sos orgxos do poiler politico, e d'al~i resultava 

qlte a jiisli~;~ era nma sb. Succed~a assim, em parte, 

na anliga lioina, onde as fnugi~es jndiciarias, governamentaes, 

n~ililarcs e oilminisiralivas se ~~cuniam orcli~lariamente 

iia lneslna pessoa. Suceedia lambem 110s ~povos germanicos, 

cm qnc IocI~ a soberar~ia linlla uio;~ sb express50 nos plni:ili 

tlns ccrll~irins e ilas tribus. Socceclia aincla na egreja, 

oniquanto adrnitlia 11111 SO 130t119' SII~J~~I~I~, 

temporal e espiriluai, 

ciwl, politico e jutlicial-io. Mais rartle, corn a expanslo 

do tlir,eito cummercial, a respectiva organiza~20 judicinria 

conlc~ou a separar-se. Depois, a Inglaterra den o 

exe~nplu rlc cluas jurisdiq6as drvclsas para as cluestfies 

cicis c cr'i~~~itl:rc>e. Algum:ls tlrze~ras de anuos mais tarde a 

legislac:.3o rc\roluciouat~ia I'l~anc6sa cle 1700 e 1794 separou 

os I.~,illtu~acs civis dos penaes e dos commerciaes. E sb ern 

1810 as rcfi~l:rrlas de UON,~LIAII.I.E cmbarac;amm estes progl.cssus, 

r~l~~tlinilo ;I n~agislraltlra civil con1 a criminal a 

lilr~lo tlc d;tr for~a c rcspcito ao corpo judioario. 

I)a Pr;111$a pnssou esse clesv~v esl~~ui:l~ir.al para mullos 

p6vos rille nlo sorlberam fu~lar-se 5 influenem ganlesa. 

I2 ;~ssim se cxl)lica conlo 111,je uZo seja raro clel~arar, em 

1'orl.ltgal ou no eslraugeiro, coln wn juiz, cloe is 10 Ilorad 

clu ~tlilnl~Z assiste B clislribuir,3o clc causas crvcis, is 11 

julga IIIII~ liolicia r:orrr,ccior~nl, is 12 preside i declara~do 

ile I'ullcncia rl'ii~n commercianle, li $1 da larde clefere juramcnlo 

30 calje~a rle c,;~s;tl ll'um irirenlal.io, is "2inlcrroga 

iin~ assnssino, ;is :I faz q~iesitos ao j~lry sobre a :~ss~gnatui.a 

t1'111na le11-n de cambio e i noile retlige despacllos c sentenc,;ls 

civeis, cornmcrciacs e criminaes. 

KSo ~iirde serl lJara ol)t,cr urna ltoa administraqZo (la jus- 

ti~a s3o prccisas pcssbas aptas para dcscmpcnliar as respeclivas 

f'iincr;fies. Ora a aptit130 intellectual para as l~inc- 

~Bes jruliciarias civis 1180 e a mesnla que se requer para 

as c~inii~~aes ou para as commerciaes; clicerge, tanto na 

cloalidatle conlo 11a ealeils9o : na qttalidatle, porqne, erilre 

oulras razijes, desde sempre, e agora, sol~relntlu, qne as 

e~colas moder~~as ilp, crlminolog~a rrfunrliran~ coml3l~ta- 

111ente os vell~os conceitos dcerea do crim~ooso, do crlme 

e (la pena, o n~agisl,raclo crinl~nal prccisa, para bc~n cumprir 

a filnc~Bo de qua a socicdatle o incnmbe, de m:lior 

somma de col~l~eci~neiltos pl~ysiologicos, ~)sychologicos e 

suciolugicos do clue o jniz civ~l ou o cornaic~~c~al ; e na extenGo 

porrpe as esiaiisticas judiciar~as dernonslr;~m, at6 

no rlosso pnis, alias t50 pobrc d'ellas, ilne a 111aio1- 1);11,ie 

dos trillnnaes de prin~c!ir.a inslancia tke~n II~I niovimcrlto 

r~l:~ior de causas crimes rln rlne de catisas civeis, e clue 

quask todos elles 1Bm muilo poucas causas curnmcri.iacs 

a julgar. 

Assim, pois, a scieocia social e as tloalr~:~as r~~otlernns 

eltigem a iliviszo (la justi~a chnmarla c.nn?o?nnl em Ires ramos 

lonccional e 01.ganicamenle sep:rratlos : civil, criminal 

e comrnerc~al ! Ale111 d'esses, Ilaveria oulros ramos, tarn- 

1 I)'al~i resnltn uni nnvo iilconvenicillc: rluc (IS ~nngistratlos, II.;IIIS- 

Icridos, em regra, r1o c.:tbo dc seis nlruos, tl'u111:I para outra comarca, 

1)odem estnr alternntivnmente crn f:~cc: ~ 'L~II;I alllue~~cis ol:liol do 

I.nnsas civcia, de can.;?% rrimioacs, nil dc c,;losas cornr~iorrincs, scm 

pn%siI~ilidnrlr de esperi:lliwc~n, e r.nm ~)robal~ilid:ldc, gclo cnlltr:irin, 

de desorie~itar,;io intellectual e conscrlnpnte ~rr~(iossiliilidadc dc illtelro 

curnprllllellto de sllas fnncyitcs, qunlqner cllic srjn o csliirip tic 

him-vnntade. 

2 Esta ~ I V I S ~ tern, O entre nbs, algi~mns raiars I~~sloricas, corno tivgrllos 

occasiLto de dizer: c encontra-se caniplelaniwle realizada crll 

1,ishoa e Porto, onde ha tril~unnes organicamcotft d~rcrsos llara as 

C ~ U Y civcis, ~ S para :IS eornnlcrciaes e para as crnninncs, e, ~r'estas 

c111 pal,te, para n instluac:io e para o julpamcoto.- g, 11nri.ui. cor~o 

clue o alargamento d'cssa niedida n todo o pais cnco~~t~arin, uo mo-

e111 pe~,leucet~les ao poder judiciiirio, mas especic~es; adminisl~~alivo, 

fiscal, mrlllar, ma~ilrmo, etc. 

Todavia, no estatlo tle uniIo e eot1fus5o em quc se aclra 

a justi~a po~~t~rg~rt?sa, os probler~~as I'undalllenlaes de organ~z;~Clo 

jtrtIici;~~~ia sZo os mcsmos, qrlcr se tracle (la jtlsi.i~a 

civil, clirer tla conlmercial, qoet [la crimiual. I'orisao, con)- 

c]lla~~lo I) esluclo cla juslica civil 110s rnleressi? nrtris tle perto, 

elle lrbilr, Cazar-se cvnjunclamenlc coln u das oulras espezies 

de justic;a, portaso qnc i~quellr, ale c11usl.1111e cumu que 

uroa 1.ryf.a grral ;rpplicavel is 1,rslaole.s parles (lo presente 

livru, lotlas as xrezes que alii 1120 alil,ejeolern rr~od~tjcagfies 

on c!xplica(.Ges excepciouaes. Esta 0rcI:rt~a~Zo tornava-se 

uecessirl ia 11ara ~nelllor iotclligencia do rlue vae seguii.-se. 

H , I. Colrdi~Bcs gcraes tla j~lstifa ~~~utlcl-tra : a) pcrmnne~~via. 

- Cotno tlia I\~A'I.TII\OLO, a prinleira q11esL30 a resol\rr elrr 

n1:111~ria tie organiza~3o jucliciaria em gernl, 6 - se os Iri- 

:lr111~1~, 

1.11-:ill~ls. nc:~CSl~l, I \ I ~ 

1lli'lll1~ 

V( 1'1:ls i~i~~i!~tl~i~;~lI~~ 

~C[JI!II~C J21 

tlillti~~~o 110s [lri~~cij)ius d:~ cri~i~i~~ologin III~~CS.IIO, I~'II~I r~iell~i~r cnlli.o:I~ 

d:~ j11slil;a rlsil I! 11% cii~nuiercial c d'llsn :11to11to t:~amr btsto- 

I no I, i~.stnlihrit:o. rl;is ccil~liccies dc cadn li~c:il~tladc c do sell 111ovi- 

IIII!II~I~ )11iliei:11, e nndx ti'issn nsti 11x3 III.C\C U'LIIII iliodo gc~.al, 

yo run^, i: licil~i tlizer-se qut:, r'e~notl~larln a mngist,mtorn infcrior do 

firruin :L :~lnrgar-se n, sna cor~~l~olcucic~ esciosiraniel~te civil, os trl- 

IIIII~,I~'S t'iv~s I~~~ITI~III. colno os crril1lllclriacs. acr 111~iitu ~~ethiz~ilus 

I ~ I I I III'IIII!:I.II, Iic;lil~lu us ~I.I~IIIII~RS ~ri~r~i~lni?~ em plopot'c5o nlair clc- 

1-:iil;i (: r7nr c~l~liliqiios ilc 11clde1; [i~ir' slla parle, olritar no ~l~rrcnic~ito 

tlc c.~,i~~~innlid:ltl~> qixe o I~or~i trnlr;~lIlo du ~llnslre IIIG~II:~ tle Lislton, 

SI,. ~\LI?IIICD~ l,i 12 I,(II'Es, J;S~GIJO r!xtrrtist~i~o dir ~vi~~r~ilnli~li~/le 

CIV~ 1'01.- 

Itt!yctl iros rc~iiios rlt, 1Y:)f 11 1~79.i (Iiislioa: Ilnpransa K:ic'inlrnl3 1897). 

Ir~dc! c incsoravclu~cnlc necusa. 

' i;olll. ~~ORT~\II\> I~titfIr~onl tic o~.dinamc,~zlo 

is'J!), 

~IL~~ZZI~I~ZU, 

~31~. VII i1 IX. -- .\s olii11i6i:s ill+ ~~RN.I.IT.\x, a I~IIP ]in testo fazenicis 

lillla In~c rc!fi7ri'~~cia, CIICOII~~~IIII-se a y. 2l! u s~:gg. daobm cvnlpiladil 

pur L)IILI~FT 

et tle ILL codd[ictc 

soli 0 t1ti1111 Ui' I'u~~gi~?~~saflo~t ]~/d/(i(ciie 

t~rltc, 1828. 

br~naes devern ser perrnai~enlrs ernquaillo an ternpo e emqllauto 

ao espaco, ou st? devem ser brlripol'al~los e ambnlanles. 

A cptesl.Zo, pois, desdol~ra-se em duas 0s 1,rihnnaes 

dever.20 ser ~err~porn,ios on y~~~rirza~rert~es 7 - E deve~fio 

ser citabnlnrltes oil sedtJ7?tnr ios 9 

hla~~rno~o ' e IClo~ra~

Pi20 I:! niliii, l~)r~im, o logar cle tlesen~olver essa yuest%o 

CIII lotlos os seus aspectus. Campre-nos apenas dizer que, 

constil~rintlo o il~stiltito (lo jug uma limiln~50 ao ollicio 

(lo rnagislratlo, a sua ljriica 1.4~30 d~ opportu~ 

uitl:~cle priticn deveri;~ res~dir, ainda em materia criminal, 

na vaatagcm tle clefender - o corpo social e as liher~l* 

~)~~i~tii:nlar~ea coilli,a us abusos que o rnagistrado poderia 

~:r~i~~niellr,r,, se llie losse tleixacla a plel~iluile da fi~nc~3o 

~IIcI~c~~I,I~I. (Urn, coolo (117, hlo~\.rar{a, as asplra~6es para urn 

~)rc~gt'zssivo a11ei fbl$oalnento (10s institntos sociaes incluem 

logic:~~neole o ~~ot,o de clue senlelllantes e analogas reslric- 

~6cs serSo carla vds nienos necessarras e de rlue os diversos 

o~,glos cl;~ sobcraoia proceder80 successiva~nentc rnell~or 

110 clesompenl~o dos seus respectivos deveres. 

4 

8 Ci . Cu~~lir~aa~ilo: us Lrl~i1rus.- Quar~lo ;ros ~it,bilros, cle 

t:r~j:i cxrsl.e~~t:ia no nossn pais j;i dkmos snllici~nte noticia, 

e tle r:nj;i cornpete~icia e modo de juigamento nos occupart?mos 

n prol16silo 110s arligos 114 a 58 do codigo de procc!sso 

civil, [levenios tliaer t111c s % al)sululameute ~ 

inadmissivcis, 

rlrler se coositlerern nn sna fbrma aecossnrin, iluer 

rr;1 t:01?/1/1~1~~/fl. 

F. 

0 sgslcm;i 110s Br,l)itros necegs;ir,hs esli adrnittido na 

Irgisl;~$o portnguisa para o julga~ncnlo tlas snspei~6es 

ol)]~osl;ls u o jl~~zcs ~ tle ~lr.irarr,i~.;r e segri~ltla ioct;~ocia (artt. 

iiH, 20!), 1113 e 1,1911 (lo citndo coeiigo), para a decisSo 

rl;~s cj~~(?"l;'es elitre j~~nlas de parochia e camaras ~nunicipncs 

iiccrc:~ do bens, paslos e quaesqucr fi-uctos de logra- 

douro commum (lei rle 2G de julho de 4850, irt. 3) e para 

a resolur,2o das ~oolrover~iiis er~ll-e o governo (? cerlas empresas 

on cornpar~hias pcjr cartsa (la execuc,Bo dc contraclos 

cclebrados entre aquelle e estas (lei cle 5 tle malo tle 4860 

approvando o corilrncto de iIL cle seteml~ro tle .18fi9 corn 

a comyanliia real, art. 74, e scmell~antes). 

E porem certo qne esse systl~en~a 1150 satishz is csrgencias 

da jiistiqa, vistu qlie ~etrra cle unla aragislratara 

que di ou deve dar garantias de iotelligencia, tle saber e, 

pnncipalmente, de desiote,t.esse, certas attrrl~urc;fies, qoe, 

a prctesto de regras de equiclnde e loleranciii, v5o ser 

confiadas a vutra magistratura, qne n5o satisluz a esses 

requisites, ou (jr~e, jlelo menos, 1120 os IIOSSU~ ern la0 CICvada 

propor$io. 

Quanlo ao arbitramenlo voluntariu, ellc csige, corno con- 

?liG%o p-66, o acmr~lo tlas partes na celelirudo (lo cornpromisso 

(artt. 44 e 45 do cltailo cbtligu); e I)OI'~~SO a ui 

- 

instiluiclo nunca ilispensa a t l ' - q -, , , , 

nente, organizada 11elo E se la cssa circnlnstancia 

deploe coulra urna tal justi~:~, cle faclo ella rcpresenta, 

quando os cidad3os a ella recorrem, a alGrrr1;1~8o d'urn manifesto 

espirilo cle desconfiall~a em l,ela$3o a magislra1ol.a 

do Estado, cluer yuanto i aplidso il~tellect~~al e i moralldacle 

dos jnizes, cprer yoanlo is dernoras, tlispenrlios e ir~eFficacla 

dos actos e formas clc processo. Mas a vcrdadc e 

qne o j~~izn arbilral voluntario n%n tern qri3s1 applica~ao 

praticn, -0 que o born tlrz ynanto aos lilignntes o eslirnnm, 

-c qne, nus raros casos em que, en11.e n6s oa noulros 

povos, d'ellc se lan~a mao, 32-s tcm o clr~daclo kc 

nlo rennnciar ao recurso, rlcccrto parn ll~cs ficdr semprc 

patelite o n~eir, cle, por il~~el.nledi0 tlos ~~~bunacs pel-maneotes 

tle segunda iuslancia, ~~odere~n fi~zer rnot1:firar ns 

rlespachns, ser11enc;as ou aecurcl%os tlos ir,l~~t,ros iye escolheram 

para a pr~meira tlecislo du seu liligio (couf. art,. 54 

do cilado codigo). Emfim, o juizo arbitral voll~rrtario pbde 

vanlajosarneiile expungir-se cla organisa~jlo jnclicia~ia, por

qri~~itt! tollas' as ~~c~xcs 

c-o~)tlrrr no srt~ cl~nlti.a~~lcn/o, tl.i.rrio tuinbern PIIL cnitdi~:des de 

c~ppzllnr., pm t~clllrrr~amzre r sari, rzccrssidadc de i~zteruengdo 

lty'tl, l/lLI.L' l//r/1I:VI/1lCl~ clllli~/us ConZ11120?S. 

I)'IIITI lnotlo geral, porl.anto. os tril-ir~naes e magistraluras 

tc~nl~ora~,i:~s cleveni ser r'adicalmct~te extinctas. 0 conceito 

~iri~rlt:~~r~o 

tlr~ tli\is;io e COI)~~~I:II:IC~~(I (111s ljoileres SC 1~Ode ser 

eilit::rz~~iuulo 111a111ido pela coulinua e vlgllantc defesa por 

11i11,l,c tlt: c'atl;~ lmlrr tln csplrel.n rle allr~rbiricGes que ll~e 6 

~)~II~I,I;I; 

LIII~:I III:I~~S~~~~III.~I 

te,~npoia~ia c v:~ri:~vcl, scm - tratliffics 

e scrn_l!i~i~Ia~lt? ~ I ~ c ~ I ~ c I : I tli~~ig~nles~ 

~ ~ I s 1130 piide 

tlesunl~le~rl~:~~. rren~ ct!oyel.;rl, 110 tlescmpenll~ cl'essa melin- 

!Irosu Ir~ricq.Su. Isso ~)Oilo tibL~~,-si? dt? i11re111 tletllca a vida 

~rrltii~,:~ 1: lt~tltis os t:~~itlatltis e esludus tle c:rtla installtc no 

~nir~istcrio ~r~tlicin~%~, Inus n3n rlc illicm, casi~;~lmcrrtc e por- 

~e1~111rir 11111i1 S~I TI',S CHI lntld iI 5119 e~isteil~i;~, CLII~VL.~ devi.l.i!s 

tle ~nag~slr.:~rlr!. 

I)c ~ ~sto, corn o moilcrno s)'slcma ~lolilico-lecislstico, a 

jll$~;;.asi) se COIISCL~LIL! ~ncilianlt, n &rmidailc.consta~~te na 

g~j'lrc;lt&~&&; c. lull col~lio tle m;rgistrailos perrrralz 6 11 l~llic:v iaeio dc lomar liossl~cl scn~cll~ante ~estillnilo. 

El11 coi~req~lcnci~~ 110 c~puslo, % l~rirneira rlnest9o acilna 

cuuuci:uJa l,espontleuus (111~ os tkibunaes devem ser periirt~ti~~tli~s 

01111(tlan1o (lo li'~iip :(? i(/rl,(~~C70 tlccr f!i~~ccUes, isto 6, 

rl~rr? ~love~n eslat scwprc p~~t~n~pl.ns iI ailrn~nisl.~~nr jirstip aos 

ci~.l;rtl;it~s qrie ir r.rtj[rzl,el,eirl eul Wrlr~a Icgal. 

qi(c ns litiqantes estcio dispostos a cow 

ST . (:IIII~~IIII~~$~ : - Ii111itcs rlir ]IC~III~IIIPII~~~. - Q~rei,erA, 

~WI,&III, IS~I) tlrxcl IIII~: 11s I.~.il~~~nnes tle juslr~n liu~ccionam 

~II~I~ICI~~II~IL~I~I~II~I:'.' S5o. 1Sni torlos 11s ~~IYIIS cullus, por 

~III~:II~I;III',~~I 

:I ~II~I~I:[:I~~~IS rt!Iigiost~s, 1101. al~le1i~5o a rnoli~~os 

tle I.P~USIJ~ 011 111cLo I)IIIJIILO e por ucccss~tlatle de descari~o 

I s I I I ~ ~ I c I cn~lireg~rlt~s 

~ I jatlrr;i;~es, estEo fisarlos os 

111:rs cilrl tjue I J ~ Ii,iI~c~l~:res 112o ad~ninistrnnl jastlta, salvo 

p i (I c,ctsos tit'g~?~t(:s c do (ltci,itlo ir~i.q~(i~.acpl. 

assim que o at t 66 L lr civ. cleclara .c'pe ~ o actos s 

iudiuaes nio podeln _i;r 

scr praticn 05 em dias sallcl,ificados 

ou l'criados, llem clurante as Ckriasn. SSo saoctilicatlos os 

d~as que a egl.q;t dedlca i veneraCBo clos scns elaitos, 

quando As respectivas lctras apostolicas tenba siilo conce- 

(lido o hc~leplacito regio. Sio fe~.~arlos ortli~larios os dias 

de entroclo e a qrrarta feira iLc cinza, c os dias de grilricle 

gala (cit. art. $ 2 ; regitnenlo de 20 de fevereiro tlc ,189'1, 

art. 1107, $ i) ; e exl~~nnril~narios os clue forem declar~ailos 

fcr~ailos par le~, decreto ou porlaria especial (como, pol' 

ex., us illas 3 e 4 tle marc0 ilc 18'35, rnar~tlatlos grialdar 

em iltter1~3o ao cenlcl~ar~o dc D. I~KNI

os plsol:essos qne livercm tlistrihnir,Zo orpl~a~~ulogica (autos 

tle liub1.6sa c i~t\:enriirios, iirtor~t11c~Ges dc rlualrjner iiala- 

I,~s,I, clc., ai,L, 170 c. pr. civ.) 011 d~stribu~i$i~ espccial 

(i~~,~~ecail:~c;Ges, recnrsos 110s cnnser.irailores, etc., 31.1. 174: 

c~l. cbil~go), e qttaesquel. ontros exceptt~atlos por leis espei:i;ies 

jcit. art. 68 c. IJI-. civ., 3 I!); e n'esses dias como 

nos s;~~~ctilic:;~tltis, ~~nclom prntirar-sc as arremalaq6es e us 

nclos ~~itl~s~~o~lsavcis para int,arrarli?per a presc,r~p~Io on 

evil;l~ (111al1lilcr ilau1111o i~~rel~a~.avel, ccllrlu o arresto e o 

c$ml)argo de ol~rn uova (c~t. art., 3 c c.. 1~r. conim., 

i11.1.. 19). cle\~entlu ;llB as ar~,ematncfi~s, 

fbr:~ clnr c~clades 

tlr? I.islio;~, l'orto c l~'ur~cl~al, cSloc1~1ai.-se sr,ml!re em clo- 

111i11go UII tlia aauclificailo para qne a hnsta p~iblica scja 

I ~ I I ; I L~~jssi~ol I ~ ~ co~~co~~r~iila (cil. c. 1)". civ.? art. 8/11, 5 4, 

e lei 1113 16 ile j11111n (le 1885, 21 t. 1). 

\'I:-sc, ~~ui'lk~utu, qne os 11,il)nnnes rr3o csl3o semprc franrlncatlos 

;lo [rnblico, Illas erli lrrliitas causas e em grantle 

llrlnkol,o tlc: casos prostam todus os ~er\ri~us jnd~ciar~os 

~~~ecisos. A16m cle illie liii fui~ccionarios c empregados clue 

esl;To sern1)re proml~tos a all.t:nilcr n pul~lico, como succctlc, 

pur cxcrl~l~lo, colri os agentcs do ministerio l~nlrlico 

e ct!ni os sccrctarios dt~s t~.rbunaes clo commercio (conf. 

~.c?g~il:~~~iei~t~r ill) 1.agi4lo cmnmcrcliil, al~l~l.u\~;iclu [)or clecreto 

tlc ,I:i t1e IIUVCI~~~I~O CIH 1888, nrlt. 2l-2:;i, corn os escrivZcs 

judici;~es, co~~lailorej e 1list1~1liiliilor~i5 (,j)ortar.ias dc G 

e 17 tlc setcnihru clc IYS!), 20 de oatubro tie 18'14 e 30 

rlo ;i!)i.il tle I%i) e. ainda, estra-j~li~l~c~~al~s~~~~~le, 

corn us la- 

I~ell~aes tle notns na pnr1.e re.l,it~vn ;i celebl-a@o dc tcsta- 

~l~clilus c coul~~;~clus (l~o~,l.ai,i:~ ile 4'1 cle setetnhro de 18.17). 1 

l'otlc~r~os, pol(, concl~rir cll~c os I.~'ibunaes c rr~agistratlos 

s511 I~er~rri~~lerllcs ellir111a11to ao lempo e eserc~cio cle f~ulc- 

~Ges, e q~ic tlc\c~,iai~i cxpt~ngir-se todos os ~~estig~os das 

anllgns nragisiralnr;1s remporarlas c occaslonacs. 

88. Coatil~aa~io: pcrr~~:r~lc~~cin ~~II~IIPII~O an e,spaco. - Ilesla 

agora 74r se os tiillll~l;~~~ cleverio latnbern ser ~~er~na~~er~lc 

emclualilo no espaco, isto k, se clever5o tcr circumscr~p~hes 

I~almente deler~n~iiladas e sc, dentro d'ellas, -- 11everZnJer 

stides fixas. - 

,2 este reslpe~li), e sob o prirneiro aspeclo cm que a 

r111estZo se 110s al)l,eseirta, c c~~ilentc qne todas as rnzfies 

I 

aeouseltiarn qnc a cad^ mngibtr~d~ se nssigne: o rlev~?r (In 1 

eae,rcer as sllns rntrcc,?,es de~~tro dos 11111iles cl'r~n~a pot,@o 

de territor~o clo Eslaclv, sob pc~ln cle coril11cl.n~ e ns~~rl~nqiies 1 

constantes uo ilesempei~llo tlas attr1l1111~8es~utlici:11~ias. Assir11 

se pralica em tod~~s os ~~ovos, quel, cm ;lltell@o aos adsdlos, 

que d'essa lorma podern reclamar justi~a rle tr.il)llnaes 

certos c dcterminatlirs e crllll a ninx~n~a proml?tid3o e inenor 

tli.il?en"do, (ill" altwo j urouria iuslica, quc ell1 Laes cir- 

c~~mstancias tern ~neios 111ais seglvos dc vcri6ctr~io dos 

iactos quc Tc,r~untn a base ~13s seoleucas, 0 rjlie avnll,a 

quaudo a iospeci$io dos logares e das i:oisns sc 1o1,na ind~s- 

pensavel. 

N3o qner islo d~zer clue as catisits devaol seitll)r,e nei:essariarnenlt! 

ser kcididas pelo t~vbu~ial [la respcctiva Lil,ca. 

Esse pi,rricipio coirstiluc apenas umn resra gcral, a qne n 

ICI estal~elece d~vers;is escelii$ies, comn por r,setilpli~, ern 

niaterla clv~l e commerc~al, a tle as 11arles esl~l~~il;~~.em 

JIIIZU 

clive~,su, m;~s eg~~al~ricr~tc cornpctcutc, para a dccisfio do 

plc~to (2. dc pl7oc clv., art,. 54 11.' I ; c. tle proc. cornrn., 

art. I), como i~~~,lilcr vereirios a proposito tlo i!slaclo da 

cornpelet~cia. 

l2m todo o c.aso, e ni11~1n liar iaso lncsmo, o cstnbe1cc1menth 

(11~ urn;) certa ~I.A:I le~.ritorial par;i enda j~~iz s111pn1;lr 

(]:I collecl~~o C LIISI~ ~~ec~bsi~li~de or'ge~lle, illre ria ~~osso pais 

se ten1 ~)rnc,nrnilo s:~t~:;f;~zc!r ~ii+la f'oi,rnn espost;l no [:apltnln 

aulerior. 

As circumsc~~ip~lues judiciacs 11x0 PO~CI~I SCL. ai,bilrarias.

Ilr~ersas regitas tlevem obsenar-se relativa~nc~~te ao seu 

, e~l;~llelec.imel~lo: e rIm:1 il'rllas C que se harmonrselt~, quanto 

) 1~1ssivul, co111 aigl~r~~i~s t:ir~curr~sgrpl;iies admirlistral I';IS, ec- 

I clnsinslic:~s, ~nrlrt,ares, fiscnes, elc. Outra 8 que se multipliqnern, 

cm l11111ies razoaveiu, [)Lira os tribtlnacs clc pri- 

~lloira inslauci;~, olicle alllucm muilas causas, que 1120 sso 

levatlas pc1.au1.e US l~il~nnaes dt! r,ecnrso, qne, porrsso, 

I tlevern ser em 1111111(11.~1 11111it,o I~I~I~IIZ~IIO, e t,otl~s sul~ordi- 

II:II~OS a liln I.l~il)lrn:ll srrpl,e~~~n, tl~? recar,so de revista, qne, 

11el;r l~'o111'ia 16gica do iust,ituto, deve ser unico parn todo 

n lSst,rldo. i\iniln oul.rn 6 cjr~c, eulborcl proaimnmeute egunes, 

as ci~~c~~~l~scril)~Ges dcvern i~moltlar-sc as colid~~Ges dc deusiclucle 

tluS ~~~~l~rrl,lc,fies, I~eni coulu 3s t,opogral~l~ri;as e moraes 

tl;ls vat,iilci Ii~~i~Ii~liltI~~, 1~~iSLlllC cut~for.n~c! a 111ili01. 011 rncoor 

tleusitlatle - ---- tle populat;%o, - a [ a i d e ou tlilficuldade de comi!~~niic~~~Gcs,- 

al~raui1tu.a on rispidez de costumes, etc., 

;rssim o f~~ai:t:iol~a~r~er~lo ji~tlicial tleve razer.se ------- em 11,actos de 

. I.~~I.HIIII cle 111;1ior. 011 rnenctr exteris3o. - 

____ -- 

11 (li'iisat) jltilic,1

T!)8 IllST. IKJ CriG.4N. .lrJDlC. PUIlT. NA 'IEIICEIRA RBCCHA 

- - - -- - - -- - 

lrrt~~i~~cii~s ;IS suns lic'iiotiicns scssGcs judiciarias, acalsa~n 

IIIII' (lc!crl\~?r ~IJII 11 SPII I~,ilrun;ll tle Lontlres as iausas mais 

~~'il~os. E ~ 1s &iz~!s dl: i.ir~~tl;~(lo 112o p~~ureilcrn de rnorlo cliverso. 

As cuosns s3o 11or ellcs Ircqncu~cniente adiadas dc 

sc!ssao llilra scssZo urn conskquellcra da 11ecessa1,ia brevicl:~rlc 

tlas sessT,es (]lie pei,iorlicarnr~lte crle1)rarn elrl rada tlln 

tlns I~illlr~rnes rlu. res~iect~li~o -. c!r.rrtilo. - - E tl'aq~~i sb res~ilta 

para :IS ~~nl.les o~aior tlespeza, mcris sensirel perda cle tea~po 

e nr;~ior irnlwrfcif5o !le jalgamento. 

Ncm se snl~por~ha rl11c corn 131 systc111a 110ssa consegoir-se 

IIIIIiI IIOI;I\~~I 1ci1111'~io (10 l?e>suill j!~dicalrto. Ainda ua Inglillcl'ra, 

sc sio cl'~cclivamc~~lc lror~cos us juizes lilularcs, 

I I ~ I llrlla \'e~,rla~lei~~a n~l~llidfio tle ~ux~liares~rlne, sob drversos 

1li~111c.s c cl~~nlitladcs, coopernm com clles na inslrac$io 

e llccis211 tlos lr1,ot:essos. I: assim ;I jusl.i~n, em vez (18 olfe- 

rcccr ;i 11;1r9o lorln a cl;rr>eza P, lealdade qoe ella lern o.rli- 

r.cil~ 110 exrgir, [~d>bd-se IIO ~- mvslerio e sob o manto da 

rji~;isi - irr~csl1011snbilicla1.1e 110s f~~t~ccionarios. 

0 lrerigo rlas relil~Ges pessoaes 112o dimir~ne, antes, porvr!~~l~u,a, 

;illgrr~el~lil IXr)rrl la1 systr:n,a. Ao cabo de algnns 

annos, os nr;rgislratlos lhem conl~ecirncntos ern cada uma 

tlns localirl;~~les cm qoc aduninisll am jusli~a ; e esses conhec~mcl~los 

11ode13o cxerccr* i~lfl~lcucia 111ais nefaslta do clue 

11s (In s~'!ile fis:~, [rul,c]ue, atliii, :I cb~isilra cl;~ oi1i11iXo publica, 

t!scr,ccntlt~-sc ir~il~lciruplarnentc, i)odcl,i iinlret111- ~rrelllor essa 

~III~II(~I~GI~I. 

1hr1li111, ti. j~r.u/t((i (i 17orm dr urrda crtlndc?o urna \,ez no 

nuao b Ire111 luellos rt~~clmvel do qlle n jrrslica SOI~II.C co~a 

crri l(1t111 e rj~~alq~~ci. mon~entu crn qua scrj;~ r~cccssaric~. 

I'OI isso corn ~,azFio os iiossos Il.il~l~l~aes sZo ll~je todos 

~rc~'~n:~r~eultrs qua~~to :lo e.1xI(o sub qualq~rer tPos aspi:los 

cllle a 1111esl~t~ se colliirl~re. Se nnlr'ora Ira~ia ctlradas 

tin jt~slicts c r.n?,inlissiirs cJspc'c.ia~s para o j~~lgarnento de cerlos 

ci,it~lc:s 011, I~ICSI~O, tle tlote~~~ni~iail;l; carisas c~veis, l~oje ji 

n:~tl;r tl isso c1,xisle (e:lrl;l c,oi~sl., 81.1. 145 .IGj. Se, 110s 

l11i11~ei1.u~ SCCIIIOS (la IWSSH IIII~LI;II'C~I~~I, 

OS Iribunaes de re- 

c,urso eram amhu\ant,es, liois i~companbn\~aln o monarclla 

para onda qucr que elle fosse, clestle 113 m~~ito, e \lor motivos 

jh no seculo xvr reconl~eciilt~s e ileclarados cm tliplomas 

oficiaes, dr,ixalmaln co~~~plclau~cutc dc o ser. I', se, j;i 

depois do estal~elecimento rlo ~,egimen Ilberal, as audiencias 

geraes se faziam em diversas cabqas de c~rculvs dc ju1,ados 

coml)rel~eud~clos na inesma comarca, I I ~ C fdzoni-se'lodas 

na sBde da circumscrip@o comarc5, onde o jniz de tlireilo 

es16 sempre i disposi~ao rlos cidatl3os que, (10 qnalrlner 

log~r comprel~enditlo n'ella, re~~l~am, eln furma legal pedir- 

Ihe justi~a. (Cont'. c. pen., art. 308 #$ 1 e 2; e rcg~m. de 

20 de fevereiro de 1804, arlt. 124 e 1%) 

9 0. Coltdielcs gcracu da j~tsli~a civil rno11cr11a : 1,) llinr:~rel~in. 

-A queslgo sobre se clcve aclm~ltir-sc uma I~ierarcl~ia 

jucliciaria e em geral resolv~da 1)el:rs legisla~6cs n'om selltido 

affirmative, a despelto tlos proleslos ile alguns doulrinarios 

modernos. 

f'onderando caulelosamente turlo clr~anto se allega em 

torno do importante arguniento, 6 licilo dizer quc, n'um 

ponto de vista 11leramenI.e alrst,ri~cto, poderB soslenlar-sc 

a aboli~Io de qnalquer h~erarch~a e, citrn alln, do d~reilo 

de recurso, uma vcz rye o officio dc magistrado deve ser 

confiaclo ctos manis hoizestos I. cnparrs e clue convem proceder 

a sua escollla de no do a elimnlar a ~~ossib~licl~~le clc oul.ros 

mais liouestos e capazes do que os norneados modificarem 

e nlell~orare~rl as decisfies d'aqnelles. Em laes circumstarrcias, 

con1 elleito, a nlell~or administr:~~Jo (la jnslica rrlrlem-se 

do magisirado quc, prirneiro e unico, esarninar ;) cansa on 

o facto controverso. O estabelecimenlo da lrlerarchia j11rl1ciaria 

equlvaler~a, entZo, a confessar a jmpote.ncia do Est.;~do 

para organizar ulna bBa e valiosa magistrali~r;~. 

Descenrlo, porBm, ao terreilo c,oncrcto, ~cr~fica-sc ijlle. 

se a ~erdatle B nrna sb e a jusli~a nlo dele, nil sua conceppso 

ideal, careccr (lo retlajsrto tla verdade, -- em toc'lo

11 ci~si~, UIIII~I b ;~~liuir~istr~,i~l:i 

IN", Irn~l'ici~s c cacla ncc>o 11~1nl;lll;i 

[ I I I I I ~ ser all'cclaila cle viciu ori erro, B selnpte cliscu- 

11\~cl 0 111:11 SC~I~I';I iI SLI;I CUI.I,CS[IOII(~~IIC~~ coin a ~lerdaile 

~ I I ~ I ~ , I Ic J Io ' ~ Esladi) lclii o clever tle a orgnnizar dc forma 

I I I I ~ OIIIIIIICIO (11: 1~1'i~bili~iliiladtJ~ de acerlo seja o mais elev;~tin 

~~'ssivol, o cloe iinplica o estabelecimcnio da hierarcl~i:~. 

!\liJm tlc clilc, st: a Iiolldutle st') relnriea (la urgattiza~Zo 

ji~ili~*i;l~,in B nleclicl;1 pol;i lrn~~qtiiliid;~tle cjne ella proi\r~z aa 

i:t~r~scit!r~ci;~ coIlt!cli\r:l o prl;i cn~ifiir~ll;o 11111: il genc~~ai~dacle 

tlcrs cidi~tlaos III;~IIIUIII llil eS1ic;iz ~tl~el;~ ~ U I - ella corlfer~da 

:lo.; tli~~eit~is tle calla cjuill, a Iticra1~1:111;1 inlpfie set v~sto rlue 

r~llrr 6 ~)i:i'r~~iltitlo ig~toi';~~' qne CI f;lctn tie set. confial-la locla 

;I SIIIIIIII;I 1111 11r1{lei jntlicii~i a urrl:i s6 cal,l~egor,ia ile magis- 

Li'i~tlos, selri o~rlra verilir:~r,%~> 011 111e10 dc ~~CLII.SO, II~I dei- 

~i11,1;1 ~1illic1~111ell1~111e seg11r;r a cipiuiilo gcrnl, clue tenreria, 

en~l)(~i-a, II~JI' vefle, inj~~sl,~olc~~te, u abl~so cl;i grancle ancto- 

~,itl:~tic ill? tllle o juiz pol, l.:~i fc~i.ina :e encontraria reveslido. 

NZo ilssi~n cou a Ilierarclrin; porqlle, sabendo clue as suas 

ilucisocs ]~oJer~Bo sur submetlid:~s li fiscnliza~3o e emenda 

~'IIIII 1,1~il)1111;il SII[IC~~II~, o il1:rgisl1~;1t1o inferlor 1.el.i Innis urn 

t!sl.i~tir~lo elli~::~z para csl~rtlar cui~.laclosa~s~c~~le a r~~ar~eira tle 

buin crlni~wir o sell rlc\er; e, pur' slia parte, o julz supe- 

~,it~i., le~~tlo iIc dar ;IS razfies (Id& C~!IISII~ as colil qlle catcocle 

dcvcr I,itlll,oval. a hcillcnca do sef~ subnrrlinatln, 1150 seyi 

~ I U I ~ ) I : I I ~ ;~l~iisai< 

~ ; I tlns hculclades clue a lei .Ihe courcre, 

aulcs 11sirr4 tl'cll;~s s6 nil il~teresse da vcrclatlc. 

Il'csla ~~II'III~I ;I ktC~20 (10s ~l~agistrii~los il~ tliversos graus, 

~~~II~I~~~I~~~I~~c~~IIIII~-sc 

e cooperauclu para urn firn eommnm, 

t1,i om r~asr~ll;l,lc, ;I mis c~rmplet,~ salisfii~.3o cla necessidaile 

social dc jr~slica; e o nso clas ret~1:crna~loes 011 recut,sus 

colllrn :IS e1c~isr)es juclicia~s ilk) k ~o~~siiler~dt~, conlo 

oi~lr'nrn, unn;~ acc11xagZo ~ le ir~lnsl,iga on clc ig!~o~~aocia contra 

o juiz clue ils pl'ofci,iu, c 111rl11u metlo.' lrrnn ~oj~lrin on p1.0- 

YO~:;II~,~O pcssi~:~l. colll.ra elle; anlos coirsl1111e o slornlal rlesci~~olvi~lii~uio 

das garunlia3 call1 qiio sc snlisfdz ;I csl~ec.t.a- 

A ol~~a?.itz~~Lo JcnrdrhnrA Bnt GRRAI. 

- 

30 1 

cliva geral clos cidadiios e se lulclam os tlire~los e i~lleresscs 

de cada urn. 

Comn se 86, a I~~crarrl~i;~ i~nl)lica a t:sislcrrcin tle' recursos, 

assi~n como ejla sirl)l~i)c aclrrella. Scriii, Iln vel,rl,?cle, 

absurilo clrie se pcrm~tt~sse a existcocia rlt! rPcrirsos seir1 

acceitar, c.oujunctamenlc., a Iliernrcl~ia dos I.ril)~inncs clc 

justi~a. 

Enlretanlo, 1)clo tlccr.elu or.gnr~ico (lc ,I 6-%. rli! ngoslo 

de 1590, a assemblein ct>ris~.i~.~~ii~~.t! I'r:riici'sa ~~relet~rlen eslabelecer 

o systllema (lo recurso tle al1~1cllii~3o p:irn li.11~11lliles 

de cgual callregorin. dclerm~na~ltlo I~IIC d:rulecisDes 

de cada trrbnnal de ur~ond~sso~ront st! a[)l)cli;~sse IIilI'iI OlllI'O, 

C]LI~ fosse desigliaclo 1~or ~ICCIII~~~) d:ls ~j;11'10s, 011 CIII~, 113. 

falra d'accordo, fosse dele~.ii~~iiarlo pclln iii:rot?r~~i~ segu~ale: 

rl'entre os sele lriirnn;ies lilais 111.oxirr1os catli~ pa1.l.e exclniria 

Lres, e o seiiino ireslanle scriu o il~c~ulll;ido 116) 1.nsolve^ 

a C;IIIS~ el11 seguililn iirslaurln. 

A cxpc~,~e~rcia, porem, hi tlesasl.rosn: cails;ls tlecltlitli~s, 

cm primcira instnrlci:~, [lor c1nr.u volos coiil'o~~~~ies, roratn 

jnlgatlas de illtineIra iliversa, em i,ecorso, 11or l.rirs \lclloS 

tl'outr~) tribulral seirl aaclo~~itlatlc para 1111po1. e lazet res- 

11elLa1. a stla tlecisuo. Hivalitlaclcs, clesl~oili,~ e rn,ilr[i~c?~~cn~as 

tlesvirtnaram n jl~sli~;~. 1; ~~cirisso a lei ile 95 vnUu'se airilo YIII 

(28 rle II~;II'CII de 18CIO) tra(111z111 lllna ~~eccss~rlarlc real 

crear~do li,11)1111;1es tle ap~iciIily~2o 11c C~IIIIC~I>~'IL\ c ,j~~riscIrc~~Bo 

superior aos cle pr,imei~.a ~nslarlcrn. 

Eol.re r~bs a Ilicr;ircl~ra e o tlirc?ito tle recnrso lhem acornpanlraiio 

a at11niilrs~rat;~o di~ j~~sl,r~;a (iesdl: o pl.~ucil~io cla 

~noilarcliia, como .i'imos no cnpitrilo ai~lecerlt?r~l.e. Actii:~li~~entc 

cs:n lii~,r;~~.rl~i;l cnr~slsle r.o~ ilni? t,tirlns os tribunaes 

se acl-ram colloc,ailos par ordein i~sceudcr~Lc Ita jririsd1c(;30 

e comlielcocia, excrccutlo ns snperlores solwe os inrer~ores 

urn certo poiler tl~sciplinar~ qlr~nto nos devcr.cs proussloilaes 

que a lei llles iml~k, ol~~~igai~du-os a CI~I~IPIII' JS (10-

30'2 IIIST. DO ORGAN. JIJDIC. PORT. NA TERCEIRA EPOCSB 

clsi6es e o~xlens por elles tladas, e gosando de maiores prerogativas, 

ol-tl~naclos, I~r~rr~~as e considerai;3o. 

Assirn os jrlizes ~jopulares clo ultramar P os rle paz (lo 

contineule (2 ill^:^^, bem como os j~iizcs municipaes de todo 

o r.ci~lo, eslBu strje~tus jnrisclic$%o disc~plinar tlos juizes 

dl: tlircilo tl:~ rcsl)ccliv;r comarca, que os pndern advertir, 

m11l1t11' c cou~le~rinar eul custas, e ylle jnlgam as cansas 

c~ultl'n clles intenladas por erros dc otfic~o, por crimes, e 

11o1, l~cr~.~l ile 1849, art. I uri.; dec~,elo corn Sor~a de 

Ici tlc Y!) tlc jilllrr~ c1e 1886, art. 8; e regirnelito de 20 de 

Jbv~?~~ci~~c~ 

ti(? ,IH!)'1., arll. 58 n.Os ,16, 17 e 18, Sk 13.0S 3, 92 

c 43, .I,l(i, 11: e ,I%'). 

Ali;~n cl'isst~ os jl~izes inferiores uecebem e execul.am as 

t~r,tle~ls dos sa[)c~>iores no que respeita aos servigos que 

ll~es s3o irl~l~~stos our lei ou regul:rrneoto, soh pena de 

sl~sr~?r~sSo dc 3 I~ICZCS ;I 3 annos (c. pen., art. 303); e sri 

tl~~crodo as orcleus dadas rureol corll1:arlas a lei e clue o in- 

Iixior tlcve l*eprescutar rcspeilosambnte ao superior, cump~.iuilo-ns, 

por,&nl, :lIinal e cla~~do pnrtc 30 governo, se o 

suiier ior, ullesill, tlu ~~eprese~rlae%o, ll~e ordenar positivanlelrte 

tlue obetle~a (clecrclu rl."i,, cle I6 de ~naio de 1832, 

i11.1. 973 e rrtiv. r,eL jl~il., art. 8/10). 

Emfinr? 11s jr~izes ilus tribunaes superiores s3o x~orneados, 

pol ardem tlc anligl~itinde, d'eolre ns juizes dos lrlbnnaes 

~~nur~ili:~l:~olcute inferiores, COIN escelicilo dos municipaes, 

pol)~~l;i~,cs c tlc ~ri~z, c:oino ernlilic:rr~emos na occasiSo opportlll1,l. 

9 1 . Conlirroa$Ho: a Iricrrrclria 1ln grin~eirr inat,al~eir ; 1113gistral~rl*ns 

i~rt'c~~iol~es. - BstaL~clec~cl;~, pols. a Ilieraucllia JUdic~aria, 

couvenl agora esatniuar os crilerios seglrll~ln 0s 

quaes ella deve ser orga~~izada. 

d este respeito Ila dois p~~ol~len~as fill~tlarncr~lnes a cliscutir: 

- 1 .O 0 jrrlgamcnlo em 11rime11.a i~rslal~c:ia icerca de 

tndas as causas clever3 ser cooli;~tlo a Irlnn si~ classe cle 

magislrados do mesmo grnu, ou cunvir3 ~l~sl.r,il~rr~l-o [>or 

divcrsos trrbmraes I~I~I~;II.~~IIC:IIII~~I~~? 

~~IS~IOS~~S? 

2." QII~! 

especies de recarsos devcrZo aclm~lli~~-sr tl;is deciiGes causideradas 

i~ljl~stas ou ilieges, tlc clue modo se gr:lcl~t;~rBo 

esse recusos, e cnlrlo sera eslabeiecitl;~ i~ I~iern~~clria nos 

tribonaes superiur.es ? 

0 primeiro probicma 6 tle solr~i$io ri?lir~i\~:~rncnlc I'acil. 

Em geral, as legisla~iies tlos povos cultos s%o concur~dos em 

admittit. a danlidacle ou n~ult~ylicitl,lJe clc t~~il)~i~~acs para us 

primeiros julgnrnelilos, sol) Sunclamcnlo tle cltue B pel6 mc.nos 

opporlano coufiar as causas tle Inellor irr~po~~tanc~n n rnagistrados 

de qiie se enlj;lrn gwanl~as tlc cluulrin;~ e cxjlerier~crn 

muito menos cxle~~sas tlo clue as ~~cclarni~tli~s dos 

juizes instituiclvs par;\ decitlir as cansas tle malor loolo. 

Couti~a esla pr.itic;~ qIIiISI 11111forme [~bde, sirrr, ol~jecl~r-se, 

na cspiiera d ~ lruras s ~~bjlrilc(iies, clue a jusli~a dcvc ser 

adrrrin~slrada com inteiro escrupulo, t:~ulo 112 n~itco~~rl~~i.~, 

como ittsmjot.lbus ~zrgotiis. A verdi~tle 6, 1)n1~15111, cple atlminislr;~l-a 

111 ~rit~~or~ib~~s e semprc 11111ito mals f;rcil clu clue 

adm~~~~stral-a ltz ?~l(/jor-zbtrs, si:j;~ ~J~II.~III~ ns IDCLOS aprcsenlani, 

por \in tle rcgl,a, 110s [wlmerros, ulrr asl~eclo jonrllco 

mais simples, seja porilue as pi,oprlas 1613 a cllcs apl~licaveis 

szo c.le njais co~*r,eale ~ntcrpr,elac;Zu, scj:~ lioalrrwrlle, 

porqur: a respelto d'eiles se s;~l~sf;rz co~rr rrrals proml111d90 

o senlirnel~to geral com qlle a soc~edade acun~~~nrrlra e fiscaliza 

o exercicio cla fnnc~io jntliciario. 

Al6n1 d'isso, e sol, urn aspect0 pratico, '6 evitlunre qne,

30'r 11ISl'. IJO I)IlGAN. JUUIC. llOR1'. NA TERCEIRA EPOClf4 

. -- - - - -.~ - - . - . --.- ---- . 

tlo\e~~tlo 11 11111nero rlc trih~ln:~e: e juizrs ser proporcionatlo 

ntt~,il~uitl;~ ;I rn;~gislrados clue s6 d'ellas hajam cle occapar-se, 

;I ~srvll~n do respcclivcr pesso:~l pnrlerii ser ~nais cnidadosa 

o o sell ~~II;IIII~I;ILI\.o turnar-se-lta suscepti\.el il'uma rorle 

I,~I~III;[~II. 

'l'rn~l~~~i~~do, lrois, llrxln ~becessiilaile social inillnilivel, os 

tlivcrsoi paizcs (13 Enr011a repartiram n justi~a civil dt: pri- 

~~rllit,;l ii~sta~lci:~ 11elus segl~it~tes magistrarlos e Lr~b~an;~es: 

I~~~l;~lc~~~~a--,ji~izes tle paz, de conclado e do proprio tri- 

I: rcgi~~~~;~cs ; Blrstria, lluogri:~ c Ilollantl;l -juizcs de dist~,icli) 

(~~l'clol'csj c L~'ilr~luaes comlnuns; 1l;ilia-juizes co~~r,~li;~~lo~,cs, 

pl'etores e tribuuacs nrtl~oal~los; R~~ssia, Suecia, 

ilcclili~ as cal1s;ls 111ais iu~[porlal~les, forarn sernpre adruil- 

s~l~~tlos, o sul~ruram grautl~s rclurlaas oo toc;\ute act lrrodo 

rlt: inv~:sl.i~l~~~~i~, conlo Iougi~~~rr:r~le-,,rr~nsl~~Soros 110 capilulo 

anlc~,iu~.. hlns, ;ln.avez ilc ludo, pcrsisliram semgre, em 

tlo periotlo libc~';~l a iml~ret~:~*~~el i~r:cessiilaile rle as lllnliter 

110 ci~,g:~~ris~r~u ji~iliuia~~icl I!ol~li~gaea. ((;onf. Dial ic] da cawzn?a 

do,< ~ I ~ ~ I I ~ clc ( I ( 1889, ~ o s pagg. 43S5- 138Ci). 

,\c:ll~i~lrt~n~~l.e i1s calls,ls 1113. ~~ei~i~r:ri;r valia s,Zu deciilidas 

em ~rrillleii,~ ~nsl;lncia, no cuot~~ieulc c 1111as, pelos juizes 

~le 11;1z o IIOIIIS i~riulicipnt:~ trilrtla s~ib.si.ileotes, e, IIO ultra- 

III:~~,, ~~:los j~~rzes yuy111;11~es e umuiclpacs, pelos residentes 

rlo clislricto clu (;o~~go e pelo procnrador dus negocios siuicc~s 

de A~;IC;III. i\s ci~r~sas ll~ais Ilr~l)urlalrles s20, em lodo 

o lcr,l,ilol,~o l~oru~gncz, julgailas pelos julzcs cle direito das 

cornarcas. I3 certas cansns cspcciacs sZo, em pri~nerra instancia, 

decidiilas por lrihunnes esj~aciaes on que, pas esse 

eflaito, fnnccionam especinl~ne~,t,e; taes como: --as accGes 

ile perilas e daomos e as de crimes e el-ros cle uflicio, Intelltallas 

con11.a os cci~~sell~er~~~s (lo slljir.enin lrjbni~al de 

jnslip. cvr~lra oi jliizes das reia~6cs ou coulra us magistrados 

do mini>~el.~o pllbi~co j11ut.1r il'esscs tr~l)unaes e as 

dr? climes e er1.1)~ de olBcit~, proposlns con11,a os empregarlos 

(lo crjrpu diplomdlrco, as rjnacs sJr? dcciciiilas: Cril 

pirtrei? (1 e zrl~icrr, rns~~r~cl~~~r., psio sult~~ernu tr.~burtal de jlrrli~:~ 

(carln cou:t.) ar'l. 134; nor. reP. jlril., :~r.t. 91.1 11 'I' 5 e 6; 

c. rle [rl'oc civ., arl.1 hI n.O 3, I LOi e 4 173;-as ac~lo~cs 

da 1ilesrrr;l naluri'za, i~rle~jLntlas cu1111,;l CIS JIIIZCS de il~rello 

ds prrmt?rra inst;rnci;~ c ngcnlcs do ~nlnislc~-in pul~lien j111lt.n 

d'elles, as 1~u3cs sao julg:~i.ns, rrtl ~~t~~rtreirrr ili,.~/aicin, pelaix 

rela~i,es e, tilt, srgllt?ilrt e 2111t111a I I ~ S ~ ~ I ~ Cpcio I I I , st1l)I,crno 

t~ihl~~ii~l 11e jusli~a (11uv. rer. jud., aul.. 64 11."~ .I n 3; c, de 

proc. civ , arlt. 39 a.* 3, 11W4 e 1093); as ac~locs.cmcrgenles 

rle del~clos jrr~11~1ilu;les corn~r~elli~lus 

tempo ~~elos mcml~ros r1.1 lami!ia real, nii~~isl.l.ns r: itonselI~erl,os 

do esiado e pares clu reii~v. ~ru pelus dcllul,~rlos 

rlurank o jlec,icltlo di~ legisl:it,~~~.:*, ;as rjliacs sIu tlec~~lidns, 

CII~ ~:.LTI?C~JYI c ~rlliin !lls/al?izn. pela camara dos p;lrcs conslriu~tl;~ 

e1n I~IIILILI;~~ ~lt? j11~11ca (ca~li~ curlst., t11.1. 41 11." *l), 

e1c. 

(;orno se ve. (tl~nrte ;la cirlcs;ls de ilnl.rrresa ~);ri'l~u~rIi~r, 

tollas as 1qncs16es jnil~cii~es se llebnlcm: em pr~rncll-n 111sl:rllci;t, 

per,ailre cis jr~i;res tle ~li~,eilo e os rn~~oir~p:~~~, rlr: p;rz 

e popula~,cs. k, po~~i~n, du uolar as allribi~~yfics das 

mngisl,ratn~~:is iirl'criores se arllnln floje IIIIIILO ~.eciazi:las, o 

[pie dese~,i ren~eiliai.-re de ~ II~III.~, ql~il~do ~U~S;IIII ser Incil~nrnclni; 

as sn;ls I:IJIII~IT'~~CS d~: illwsti~ln~x. 

slrl y~islq~~e~, 

9 2. COII~.~I~II:I~~II : YCCII~SIIS ; exam@ irislorico 110 l.eclll.so dc 

allpcllatlo. -1'assernus 20 scgi~ndo PI.O~ICIII~I. I%l~l.re os rneios

aintln l~oje em vigor para i~npugnar as decisfies jodiciaes, 

o lnnis ;nutigo P, vl~lg;ii.isn~do e o ila aliprllap7n, qne, ua sua 

ttczel$io 111,iis Iata, abrange lmdr~s US recarsos que a parte 

veni:itl;~ 1101le ~uterlli)r (la tlecis5o d'nm jillz para u tribul~al 

Iliorarcli~e;~~ueote su~~e~~ior. Cumprehenile, assim, a appel- 

1 ~ ~ l~~opt~iart~~nle 

6 0 ill~n. relaliva u setlteoCas dchnilivns on 

,I ilesliacl~i~s qne ponl~am termo A causa, e os irgglcrcos, 

rj~i~r rle j~l!(i!.riu, IIII~I. nn airlo do y~.oci>sso, respeitantes, em 

ger.;~l, a tlesl~ncl~os rille rlao ponlnm t,el,mn :i cansa (nos 

~IIXS se al~r;~~lgc: a hrma pt.cl~minrr~ da cavra ~cstcmzuzhacel); 

c disliugnc-sc tl~s renu.sos de ertlb~o.gos is senlcncas ou 

nos act;u~,tlios, cine sXu interposl.os para o proprio jnir, ou 

I.r~I.)no;il rlur: [)i,i~l'eri~l a decis$o, assilri como do recurso de 

~r>ri,srn, cllle ti lc!\~;~rio pel,;liilo a snpl.elno tnitnn:~l de justi~a. 

(Ksl. 11s ar,11. !),+I, E)8:i, 988, L18L), 991, 99:J, 996 pr., 9!)'7, 

~40~18. ,1009, lc)llh, ,1012, ,1020, ,1022, i023, ,1055, 4\29, 

.II:)O, ,113:1, .I 138, Ilh!,, 11'11, 1.162, 11166, .1258, 1150, 

4,176 e 1177 (lo I; tle proc. ciu. Corrf, dec. n.' ,I rle 15 de 

scten~luu 11~0 18!12, arlt. A e 23, e dec. n.O 2 da mesma 

tli~la, wl. 22; reginr. tlc YO [lo I'I:~. de 180'1, ; I I ~ 

183; e 

c. tle 111'oc. colurn, approvatlo pus lei ile 13 ile nlaio de 

48!)ci, :II-11. 17!1 a 182. 4!10 a 192 e ,493 $ 2 '). 

I'UClll's'O i l ~ il\)[l~IIil(i;lO b, CllLllO ~lissl?ulO~, 0 1ll;li~ 2lillgo. 

Et~ci~r~l~'ii~rr~l-o, 20 est~~dar a geaese; evolu$io e tliKere,nci,1$30 

110s orgios intlil:iAi.ios, na esllnctnra jru~llc;~al tlas 

grantles ~nol~n~.cl~i:ls I)nl.bnras, e sobl.elrulo no :inlign 3~Iexico~ 

i! nir lrl:j113 (;IIIII;I. I)c~)o~s tudus US ~OYDF o ~drniltira~n 110 

1u11rneu10 eur ijne a jr~sliry, cal~indo, poueo a pouco, tlas 

rnBi)s dos tr~oa;~rclias, se coucl,etison ern organismos peculi;rres 

ur,~ls on InenlJs aileilnatlus. Teve-o a Grecra nnm 

esl.;iilio rcl:rli\ ;r~ucr~tc avan~;irli) da sua civiiisa@o. iicconhecc~i-o 

rleptirs Itonla, o111lc el5:\ j6 regrllailo d'uma fo1.111a precis:~ 

11o L~!III~NI do illr[~era~loi' ..\DI\IHNU e 011de urn illnsL~-e 

j~visci)~is~~ltir li~e s;\l~in j3 ildilicar. o segninte commentario, 

q ~ d ~ s~n~i~l~aut!a~ncnle 

c 

n nl)nlngia d;ls varltngens e a crilica 

d ~ tlel'eilos s [lo :tppella~5o: 

Appellandi usz~s q~ian~ slt freqlrens, gzronzc/tfe neccssalizis, 

ne,rho pal pi wusc:ial, qtl,~ppc clit~l iwiqziiral~nz ~?~,ldica~zlizlrri, VPI 

inlpertiia?n, cs~rigai; lice[ son~tzuiyzran) hew lnlns se,trc~ziin~ 

212 ~ ~ I l.rfo~.l~,et, 

I S ~a~qt~e ~17itrl i~fiql~,e n~~lizis pr01vi~2/iat qzii, 

~l0~~~~1111tlb S~ISIBIZL!LLIIL 1i11ti1't~s MI. [CLPIARUS, L. f pr., Dig., 

ne appell. et Idat , s[.rs, 4) 

Ho rlireito l,ornnno, cnl-fro ninda Irclje en] di~e~~sas legisldclues, 

eslo remccl~o judiclar~o consisl.ia n.um no\ o e cnm~lelo 

exam?, poit pdr-tt?d'um lrjbu~ral colluca(10 n'rtui gram hierarchic~ 

superior, da quest30 ja 11ebaLicla e jelgada pet-ante 

urn magistratlo de prlnieira installcia. Ao dil-eito de recurso 

andava, pols, adjur~to o de produzir per;lule o nova juizo 

nller~ores lneios ile defetrza e rle 1nstruc~2o: 11, appellnlbo- 

17262~s IICIIL d ~d~~rtn dt?c%tici, P~OIZ probnta probnri possw~tl. 

Esta ~aculilarle, alli:l~id i cunslanle ~nnllil~l~ca~~lao dos 1r1bunaes 

rle 1.ecurso dispostos em gt-ali~ succassiv;~ii~eol snperiores, 

~ran$formoa a al~pella@o n'urna verciadelra cbaga 

(la justica, n'nma pc~rlerosa citnsa rle inii]~~iil;irles e ;rhnsos. 

lJara utrl la1 eslado clu cousas creara-se, nieslno, urns logica 

especial : se a 1~r1rnei1-a appellac;iIo, diz~s-se, era rec1;lmada 

eomo garantla cle jnsli&a, a segnnda servia para mi,rrgil- ns 

erros e~enta~~lmente c~)mmet.tidns 113 gr~ineirn, c nssi~il por 

dea~ile, Lie fi~rrna qae, ern ce~'Lus ~U~JI-6s e ierl~[)us, US ~I.;IUS 

de jtn.1silie~:,3o j;' n5o tinhom coots. 

>IOHTA~A oh~erva jndi?,~osamentc cjae o mais memur-avel 

hkcmplo d'eslcs al,usos foi riatlu pclu lijru eeclesiaslico, onde 

os graas de jr~izo podlam L'acillmamente mnltiplicar-sc :tt~.;ivez 

da intero~ioavel 11ierar.cliia sacerdolal e nntle (la s~rnnuia 

[la justir,a ~,ecel.~i,~ os mais escandaloaos axenrl~li~s Ila prbpria 

crjrte do hie~~arclia suprclno dn cgr~el.1 rurnatra, juiz 

ern ultlma iuslaut~ti~ ile lodas as appelI;r(lGess. ((ht ceirils 

ecrlesiccsricis, -. 16-se ern V.\N ESPEN, J~JS ~'cL'/~s wiv., IV, 

10, c. I, n.?4,--ab tti~li~zplices has r(ppelbliot7,1!.r, ittignrz tes 

facilius sFwar.r g~oast~nt fittetli citm qtrnsl, firrent cutun~~rtrrt~ 

F,ntret,nuto, so o clil.cito rrilnnrro e o cc~lesi;iatico admit- 

tiam e prmtegiarn ;I mnlliplicay3u rl:~s ;ppeIla~"os scorn a 

.

308 IIIRT. 170 OT~GAN. JUDIC. PORT. N.! TKIICEIRI~ EPOCIIA 

. - . .. -..~-. ~ 

iac~ildade dc ell1 loclas pro1111zi1. novas c complelns provas, 

o primilivo rlil,eilo germauico-fendnl 1150 seguiu n'essa cor- 

~,e~~l.e. A 131-i~rcipio era a justi~a administrada pelos placiri 

pr-111rrlares on pteln senhor; e ns decisks prafe~~irlas dc~iain 

per ;~cal.il~l;ts (:nil1 s~rbmiss?io, sub peen cle os recorrenles 

co~ukuelI.c~~cru o tloltctu cl~:~uailu de [c4~1lra. 01.gn11isaram-sc 

tlc~)(~sir,s j~ccoca rlos llal,e.s, e, se nlgumas leis peral~ttiram 

itul111;11\:r~,ir~, on o jnix qne em rlrlrnc ~l'r?l\e 

p~.i~l'el,i;l a tlt?c:rsZ~). i\l;ts, :Ilr;lvez tle l~itlo, o ti~reilo de :rppel- 

Ii11, IIII;IS~ 11Zo se ~CCCIIIIIL'C~~, tju>e,t8i~ ~serc~ilo t11ui10 I~I'C~LI- 

I;~~~ll~c~iI.c. 

(:nil) tr ~lc~,ra~~lncnr?:lLi,, no fim tla ednlle m ~din e comeco 

tl;~ ~~~otli~l,r~a, (111s ili~.eilos 1-or1larlo e euclesldslico, colrl L4 

CXII;~IISSII (III ji~~~is(lic~;:lo re:lI dos 111011arcl1as al)suI~~\.os e 

r:uin a vcr~:ili~li~rlr! 110s c~l'lir:ios e tln p~q)ria j~rst~r,a, multil~licnr:~m-se, 

ell1 Frany,n e il'unlros povos, os graos dt: ap- 

~)cllii~lio IIIIC allin~iram c escccleraal o uun~e~.~ cle i;inco. 

I'r~r~rrn Illrc,, ;to fim ili) secr~lo p~ssntlo, a liistoria (10s 

~ O C I I ~ S ~~I~I~~CC-LIOS 

~ S ou o seu abnso oa a ~~rul~ibic;%o do 

sen legitio~o uso. 

h ;~sse~nl~li:ia conslil~~i~rle francesa, propondo-se reorganisar 

o jrlslicn iln sen paiz, for~i~nlou ox l?ontos caprtnes ern 

dcz clucsilus, sulrc: os ilt~ires se cuntava o scgainte : aHa- 

I ? ~ I T :lior~,so,r ~ grnus dc,l?ir isilli:(iro, on dewr-ri nD~,li~~-su o dirri/o 

de appellcrr?)) t1~bs IIIII i ~~l~~,~~~iiale 

debate 118 qll:~si u111 

ulez, eslalniil, por ilecrelo ile ,I de maio tie 1790, qlle h,atieria 

rrrrh sd grnu dc od7pelicri.fi20, isto 6. llliirs Z?)S[LI~~CLU.P 011 

dois gr,crlis clc: jjl~t-isdicccio fi ccrto clr~e n uppi?llap%u foi tiepols 

lnal regulada, e clue a conslitili~Zo de SS de ju1111o cle 

iiS3 abolikl n proprio clireito de rccorrer (art. 4); mas este 

foi reslal~elecido peln decl-el.o tlc 5 f~,zlcrldor anuo 111 (22 tle 

agosto cle ,179'1). art!. "118 e "L9, e. em 1800 a I~iur;~rcbia 

vcin completar a uov,~ ul.gantsn~30, qtle tle=de e~kl:~u tc~rl 

l)errnanec~(lo cm Fran~a apcsa1, clos proteslcls de 11l;raoger 

em ,4837, c qne se lenl cllffilnditll~ pcloj d~versos palzes 

cuito~, qucr sc?h a forma ger;~l de cllias tnsl.alrctas, rluer sol) 

a tlc Ires (Austria, IT~rngrin, Dlnam;lrccl, Snecia, Not,~~eg;~ e 

Est,arlos Ul~irlos da Bo~or~ca do Nurle), cl!lcr alntla sob a tle 

quatro (Iltglatcrra). 

9 3. Conli~~tlaglo : ~~roblcn~as a rille di logal- a al~l~t:!lapio- 

A admiss80 (la appella@o jusl~lica-se, em FI.IIICIIIID, pr:las 

consiclcr;~~fies ]a expostas. Cumprc, liorbm, tl-dct,r~ ;1c1~1i ilc 

dois po~llos especiaes, q~1e a litsto~~ia i1'esl.e recarw i.,ltnmoil 

d tela do clebate, e tl'nm otilro clue as exlgeocias dir 

admiuistra~3o ila jlwti~a nao l)erm~tlem olviclar : - a) na 

alipcllapiio de~era rest.ringir-sc a faculllacle cle derlrizir llovas 

provas e ultcrlores lnelos rle defesa ?; - b) 11ave1.d urn PO 

grau de allpella$Xo ? ; - c) podeAo excel?ltlar-.se [la appela~5.o 

algn~nas causns dc utenor irnport;~rtcin ? 

a) Accrca do priineiro pol~to e noso jiiizo qne, emllora 

a nppellac2o conslilua um novo esame cou~plelo da causa 

j;i decidida, 113o rlesc~n as par'tes lev nmpla I~bcrda!lu do 

aprescntar na segnoda inslanela as provas e lueins de dcfesa 

qrle poclcr~an~ ter rle~lr~aido tla pr~nleirn. Cnm essa 

fncnldarle a appcllayiio dugelleiaria n'um perigo c ~'IIITI 

abuso. U litigante de mi fc traluna o prlmrlro julgame~lto 

cotno mcra espelwncia. Sc, a sorle o ~~VU~L'(:CSSR, 

1;111to

11iel11(11'. SC 11311, a verdntleirn clefesa scria aprcscntada na 

qcg111111a inslal~i:ia, c:o111 3 \arilagcin clo surprebcnder o 

i~tl~crsai'ir~ n;To p~'eli;~i'iltlo ~:II,:I ;I rcplica e o juiz abrigado 

;I Ilma ~11;11yse complel;~meotc ova ilos factos e das queslZes 

dt: rlireito. E ndo deixariam cie Lirar la~r~be~li partitlo 

d'ess;~ pc~missao lalilud~i~ar~~:~ US atlvoga~los pol~co escrn- 

~nlosos, qtie elnpregalia~n a 111curi;i na primeira inslancia 

cirrno :ri,lilicio para se nssegnrnl~rim dos locros d'uma nova 

rlel'c:s;~ eirl aj1pell;11;5o. 

Seria, pnis, logico e jlisto rlne os l~ovos meios clc prova 

r! rlelks:~ s6 fossem permittiilos ern scgu~lda il~sla~icia aos 

l~ligalites clue pndessem j~tstificar, ou a sua superve~~iencia, 

on 3 i~~~possihilicl~~de, elrl illle se haviam achado, de usar 

d'elles 1ri:rante o primcil,o juiz. 13 essa. cle resto, a tendcnci;~ 

clas legislac;6cs modc~~uas, e es~)eeialrnente da allemla 

e ~l;~liana, e 6, eln pequena pal,le, I) clue est,d estabelecido 

110 i~osso e. 1.16 proc. civ., qne, se slr~ila co~~sente ila livre 

;I~)I,(!~~III;IC~O de clocumentos a qtie 1120 se l~aja felt0 refcrenr:i:~, 

usige, tluanto i h oall-as IJ~OFJS e diligencias, que a 

scla~5o ~,csol\'a pre~iamenlc sobre sc as jlrlga ~,ere,~sar.ins 

(art. 10:iU e ,1068). 

11) I'elo qrre resl!eitil ao segundo ponto, n5c1 careccmos 

tle cxpor 1al.gos raciocil~ios el11 tlefcaa do gran nuico de 

iii)~~lIii~Ti~). :L existencia de mais uin ou ciois gl-aus s61ncnte 

coliIl,~bulrla para alllrit!ilto tla cl~icana e para mnliiplica~5o 

11~15 tlesl~i:z;~s jnrlic:inrins. AIkm d'isso, os tribuoaes corre, 

I,~:II~ n risco 11e perder a slla aucloridqde, visto ser diCficil 

liil~~itl;~~~ il11:1I das instancias soi~bc~~~ rr~clhor ad;llllar-se is 

cxigc~~cias cln jusli~a. Emfim a es1,erielicia des:~slrosa rlos 

lx~izes quc, colno a Anslria e a lnylater~,a, atlmillem mais 

clc tl~ias lnst:lncias, e sulliciel~le obslacl~lo a qlie :is de~nais 

rl;lyij[:, I ~ I ~ 11 sysIen~;l G ~ ~ clue ~ n'esle d seclllo ~ ~ tbcm ~ ~ ?an- ~ ~ ~ 

1ajos:ioieule seg~litlo. 

ICu11.c liOs, qrler 110 antigo regimen, qner depois das rcvolucGes 

libcraes, lem-se gcralmentc adoplado o recurso 

dc ;~l~l~clla~jBo II'IIIU SO gvan. E aclu;~lmei~te, corn effeito, 

das ser~tengas c dospncl~os dos jlrizcs popn1ai.e~ (In ultrarnar 

appella-se e aggra1.n-se SO para os res~-)eclillos j111zes 11111nicipaes 

(rrgim. cle 20 iir i'e\e~.e~~.u dt: 48M, ;~r,l.l.. $12 

n.O 1,5 e 87); cl'estes, t,anlo no ult,ramar corno no conl.ineole 

e ilbas, e dos cle paz, para os coinpcI.ciiles jnlzcs de dire110 

(cil. reglm., arll. 8'1 n." 7 e 93; decrelu de 20 dc jullio 

de 1886, art. 8, eomhiuntli) corn o c. dr, proc. civ., arlt. 35 

e 36 n." Ti); e dos 11i1zes tle dlreit,o para as rela~iies 

(regirn. cit., art 78 n." 1; c. cle proc. ciir., art. 39 n." I; 

e c. de proc. conlm., art. 45). Exceptun~n-se apenas as 

causas mcncionndas no art. k,"20 c. de [)roc. civ. (est.), 

qnc, por sua naturczu peculiar, vista dizc~,cm reslreito 30 

ir~teresse e ordem pnbllca, ailr~lillerri s ~ ~ ~ rezllrso l p ~ c ;it& 

no suprcino tribunal du jastipa, e qne, purlaulo, scnllo 

prime~ramente p~,opostas perante nm juiz de paz ou rtlu- 

11ir:ipal do col~ti~lente e ill~as, podem ser iil,l,cllailas parit o 

jnlz de direito, e tl'esle parit a I,AI;I@o, ~)I?~cI!I.~~~I(Io assi11~ 

Ires instancias, ~isto que para o lribaual stlprclno se recorre 

de rcvlsln luas lido se appclla; c qr~c, sc~ldo plopnslas 

em prir11eii.a i~islaucia perante tun j111z ~rop~~lar 

nltmmarino, pocle~n ser dehat~~las, em segr~nrln ir~stnncia, 

peraiile o jlli~ 1nunicip:11, em terceira pera~llc o ilc ilircilo 

e em quarts peranle a rela~ao respectlva. 

c) (lanoto ao tercclro e ult~~llo ponlo, cntcnclcmos, 

pur rnol~vos analogos aos rjlle aclnla csposemos, c111c cerlas 

cac~sas mais simples 1130 carecem da gal anl.~J [la all[~cll~c;ao. 

Ol>jncla-se, B certo, qne, assiin ficaln lncrros salvagnarilados 

prccisan~cnle or direitos clos pobrcs; rlras a verdade 6 

que as causas s3o si~nples ou con~plcxas. pc~uco ou 11lu11o 

importaotes, u5o talito por villucle clas mis ou I)o:~s condi~6cs 

dc forllula dos liliga~ites, coino 11eli1 sua propria 

essencia; e, ern tudo o caso, fica sernpre ceitn qlie a complica~3o 

dos recnrsos repngna % si~nl~l~citl:~rle rlas rjaeslbt?s, 

e clue sc?r1;1 perlgoso mnllipl~ci~r os meios tle reclarnagio 

a ~~roposito cle clucslOes pooco impo~~laules oil de 1n6t-o 

caprichn.

.is logiiln~i3cs lie rlli:lsi lodos os pnizes ohedccern :I este 

cnru~~e~~i~tlus 

111) ;{I.I.. '1.4, ;I c111e ji 110s ~.crel.irr~os. t~~1aI)cIccell-se 

tlile, n;ls causas clvels e comlnerclaes, a appella~5o 

SO I'ossc pel mitt~dd cb zoro cnlu~. para cinzn, e quc nas 

criininiles j~~l::ntlas serrl interrcnr.9.o de ]ury sO fosse cou- 

seiitida r%ti crr.cn pettn para cirua. co~ntanto quc, n'nm e 

~t'olrlr.o r;~so, as tlocis5es fossern proli+i.itlns por magistrailos 

revc!slitlos tlc cnmlllcli~ al~ctorr(lacle sr.ieolific;l e l~rofi ssjonal, 

15, corn cll't:ilo, - em ([uanlo os iuizes pol~nlal,cs, de paz c 

~nni~~c:il~ilcs tiri,o !r;111 nl!xtrdn (c. clc proc. c~r.. art, 35; dec. 

tlc '2) tlc jlilho tle 1880, tu.11. 2 e 8; lei de 7 de agoslii 

tlc 18!)0, 213. I motliIica~5o 4." qlic tlcclara havcr selnpre 

i.c?r.ul.sc~ tlas ~lt:cisTies 110s ,juizc?s mnnicipaes do contiuentc 

e rlllils si~l~re ~naterii~ crinle II~(,I,(I, a ~~lripio (lo riislri~!~; e 

rcgltn. clr PO ile ri:\lereil.o rle 1891, ;11,1l. 93 e 95). --os 

jl~izes tlc tliri!ilri e ~~~.csi~lc~~les tlus tl.~l~ur~iles llrr cornwcrcic) 

do cot~tiiie~~te e illlas jlilg;~m sem rerul,so as ques- 

L3cs cit~s e commcrciaes ail> ao-.v:~lor cle 308000 sobre 

(L. {lo I)I'~c. I:IY., nl't. 3i; C. tle prclc. comnl., art. 1 e 

I{I~II/SI(L do /iy~s/flp?o e ,//~~~i~~~~~~/ilc~?~~i(~, 

XS~~III, 1). 1 i8-,1&9) ' 

(: crs ~r~'iuicl~.os inlgnm lan?bcm sc111 recurso os crimes, 

I I I I ~ I ~ I c I I ti~a11sgrcss6es 

~ ~ a ijuo forc~n appllca\els, 

si!p:i~,ail:~ oil c,uii~~~l;~t:va~i~er~tc, :~lglu~ila das scgni~i~,cs pcllns: 

I ) pl'isiio :ilk nm 111cz; 2 ) dcsic~,ro at6 11111 mez; 3) multa 

,tl.i! 11111 ~IIL'X OIL alk Xi0lJi)OC) rcis cji~noilo cr Ici fi~ar a 

1111:tllIi;\ ( 1 I~I\~II:I; 

~ b) ~~[II~CIICIIS~CI; 5) ce~li;i~r;\ (lei clc 5 dc 

ii811sto tli: 18!)C), ;it,l. I nloililicni:3c~ 3.a); - 0s jllizes tle 

tlii.t:~lo tlo ~lllri~o~ar jr~lgnln sc!m rccnrso, lalo 6, t61n n 

;I~I:,;II~;I, I:I~ 11li1i.cl.ia civil nn cnt~~rne~~c~al, tlo (iO;tl00 ri:is 

I'c11,lcs i111 ,lr;O rnplas, qunl~lnel 111ic seja ;I natllrezn ~ O S 

hens, e, ern materia crime, do egual quantia cle mulla e 

prizso ate urn mez, e os tl.rbooaes commerciacs tBm a 

al~arla cle 2008000 relv forles ou 500 niplas (r~girn. dc 

40 de revereiro tle 189'1, a1 tt. 8C 3, 85 5 1111.; conf. 

art. ,483;) - e as rela~iies tbm, em matcria civel ou cummcrcial, 

no conline~~le k- illlas, a al~atla cle h00fi000 rbis 

e, no ultramar, a de60n,~no 1~6is forles ou 1:500 rnplils, 

rlualqlier {lilt seja a naturez;~ rlos Ijens, e, cm m:llerin 

criminal, rci 110 zlltrcr~~zal-. a cle penas t:o~,rcccionacs ou especiaes 

jc. de proc. civ., art. 40; e. de p~.oc. cumln., 

a1.1. 1; regim. cit., art,. 58 $ 2."). 

Taes sZo as tlisl)osi$6cs geraas. Pil~,lic~~ln~,~nenle Ila n 

notar, nTo so as causus do art. 11.2, nlns ailril;~ as qne o 

jnlz de tlircilo jnlga, ew m;~lcr'in ci~el, ~lcnll,o da slrn 

al~aila, islo 6, 3s (pie lcln Y:I~~II. inl'c~.iol. a 30 c ti0ij000 rbis, 

nas rlllaes ten1 logar o recurso tie rrggr,c&oo de pc~ic'iio para 

a relapRo do dislriclo qnaado ;I det:islo, politlo 1c1.mo 3. 

callsa, 6 proferida emawn dwiv~o, ou abral~genrlo ljlams, 

nzlris 011 {cira do pedido (c. tle proc. civ., ar il.. 1000 e lO5i 

n." 3, 3 e 5). 

Esta ultinla t:scepr,Zo nZo d ~ve 1n;tntcr-sc. Soccer-rendo-so 

d'ella, os c111cn11ei1.o~ pl>olelnln or; processns j~rtlic~aes rluc, 

por sun ln~rlitna impo~,laucia, l)oderiii~n rcsolvcr-se promplamente. 

Tamlrem cumpre expn~~gir lol:~l~ne~~te a tl~flcrcnpa 

de al~acla dos juizes de cl~re~to co~lrorme os bc~is siio mo- 

;ilgunla clue a jl~slifiquc: k, I I ~ I J ~ , u[)en;ls ~.idlcl~la. Col~viria 

airlrla eqnil)arar as al~adas clos ~n:tg~stradc~s e 11,il)i111aes do 

contine~it~e is clue forarn cstabelecidas para o nllritrna~~, 

redozindo-se, po1,6m, cm todos, n menos de mel.;ltle a 

al~atla cr.irnlu;~l, rille, ilnaoclo cxccsslira, conslilne II~II ~rerigo 

gl.avlsslmo para a libertlatle dos cidadjios e, put, \.exes, 

ate pard a sna honra. 

94. Contiuea~Bo. Reei~rso tle rclisla e sun 11islol.ia. --Mas 

35

a appellal;Zo, aincla tomada no sentirlo lato, nZo 8, como 

dissemos, o wico remeclio coulra as decisfies coosideraclas 

illegaes on i~~j~~stas. Alti~n d'ella, ha os ~inbargos, clue, 

sc~ido ilctl~~ziilos peraule us proprios tribunaes que julgaram 

as contc~ltlas, 11alli1 I.dm coln a Ilierarchia, c consliluenl 

ineros i1is1itul.o~ ~ le processo, cle qne nos occuparemos no 

11,g:ir eompcrt:111.e; e l~a tainbem o lecurso de f.evisla, de 

qrte ~~noios I,l';lclal3 r1111i s~~cciotamenle. 

No cllrcito ~~III:IIIII eucorttram-sc algons traps I~istoricos 

11:i l'n111:1.;7o tle revist,~ rese~.vada aos lribunaes supremos 

dos cliversos paizes. 

A oecessitlatle ile garautir a conlbrmiilade das senten~as 

om ;IS IIIII,III:IS 11~1 iegisIaq,So era ja nilidamente recouhecitla : 

o SI I'.I~~I.SS~I~I z;~t~tr~tllia iO17tl.o jriris riqorena da!a fiierzl, 

va1rl.p I I O ~ drh~I L. 19, Dig., De uppell. e r~lol., xr,~x, I ) ; 

m:~s o 1,ecurso tleslinarlo a tleclnrar a r~~~llitlade (las decisSes 

illegaes 11x0 cslava ainda norm;rlmeote estabelecitlo e regulatlo. 

No direito ecclesiasl~co iulrocluziu-se uma especie de 

recnrso de 1.evis1a CUIII a cre;lc;Zu do l~.~Dlinal (la assig7mtura, 

qoe, nos c:~sus de f~~lt;~ cle titagio, jnrisdic~2i1 ou mandato, 

;~nunl:~va o jnlganleulo, remeltenclo a causa ao mesrno magislrailo 

ou u onlr,o 1)at.a sel, de t~ovo julgada. 

Em I2raol.n estabeleceu-se a' al~pell~~~i~o tlas decis6es 

feutlaes piua a ciirte, por llleio do recurso denornir~ado 

solrplic:alioi~ eta cor~ dc .ro!j, quc, ~~onco a pouco, se arril~liou 

a casos 110 verilailer~~a 7wlsia. llais lartle, em 1320, 1331 

e 133i, dirersas ordenanpas acccntua~,am aintla rnais este 

c:lr;lcler, cousiilerando o recnrso como letlrcrs di. grcice 

c:onrr,cJ les ar.r,('rs e prol~osilio,~, d'e~,~aa. Successivamer~te 

opertou-se a disliacc;3o eulre o erro de direito e o de facto, 

e1111.e a violaq.30 espccifica d'uma lei e os oulros lilulos 

ge~~i:~*icos cle injr~stic;a. Enliim a ordenan~a de Rlois de 1679 

tleclu~*o~~ cllle as decis6es dos tril~~iriacs sliperiores poderiarn 

sel- casst~das ou retractadas pelos rccursos da l,erl~i~;le civile, 

dn pl-opm"iintl ii'errezo. e das Jola~as especiaes estulzcidas rlas 

olderacr~rcas, sendo estas nllimas as qlle mais se approxirnavanl 

do morlcrao rcalrso ila revista. 

A assembleia consl~luinte rcconheceu a necessiclade de 

eslabelecer llma rnagislralura sliprema, B qua1 fosse confiada 

a goarda da obse~~vancia da lei e dos l~~nites del~tro dos 

quaes tleve exercer-se a fullc~$io jr~rlic~aria. Inslit~~io, pois, 

o tribunal tle cassacHo, tln~~tlo-l11e podereb [lard, ern recorso 

rle re~ista, exarninn~. si~l)ei':~~~:~nreote as qtios1D~~s cle cllf,e!lo 

(10s diversos processes, nun~tll:~nrlo aquclles clue n3o eslivesserr~ 

conformes i lei. I!: co~no, a'esln Ilypolllese, o juizo 

a~~~~ullailo li~rlta de ser suhsl.ituit1rt por outro, discoliu sc a 

rlova decisgo deva 611 II~O ser prot'erida pelo proprlo tribrlnnl 

snprenlo, coricl~~ir~tlo I I ~ I ' ilelibrr ar cm si!nlido 11r.g;rlivo 

c por atlniill~l clue I) noyo jrilg:in~enlo forsc cliclatlo 

por nrna atrciorii1,rde j~~tl~ci;i~-~a tllle (I t1-1111111al rle cassa~zo 

desigr~asse expressarrrei~le e c11it: rllnlca 11eucr.it1 ser aquella 

que jrrlgi~.a pr~rneiraine~~te a c;lusn. 

I\estavit, pori~n, resolver se a sr~clo~~itl:~cle ~rrcn~nl~irla da 

nova clecis8o era obrigada a seguii as maxllnas de tllreilo 

pro~n~~lgndas pelo tril~unnl sul~~'emo, ou se l~odia obedrcer 

aos dictarncs (la sua consci~ncia e c$lnlnir ~loolrio:~ diversa, 

e ainda se, n'csta iillilna Ilypolbcse, dcveria atlrrl~llir-sc, e 

etn qlle termos, Irrn segulrdo recnrso tlr rcv~sta. ,l legislac30 

fraucbsa, por mnito ternpo incerla, vet11 afinal a eulabelecer, 

err1 183'7, o sysllrerna qrte lrc~je vigora em grande 

rriunero cle povos cullos, ist,~, 6, rlne a mva decisiio podia 

aparlar-se 11;ls reglxs rle dir~~lo fi~-m;ldrrs pelo lribunal sup~~emo, 

e que, elri lal circu~r~slnncia, e1.a lic~ln interpbr 

segnnda rev~st;~. Esta sena jolgacl;~ eln sec@~s trtlirin,~, c, em 

.caso de r~ova a~~rinllu~io, o lr~l~uni~l que orkl.ra vez rlec~d~sse 

a causa [leverla conformar-se corn o ponlo tle d~l'eilo cslalrelec~do 

pelo Lribunal de cassa~~au. 

Entre nris o recurso cle revista tern segnido alternalivas 

selnelliantes 3s que 110s offerece a sua l~isloria geral, No 

' 

.

;1111igo regime~~ o recurso de ravish, de qur jB se encon- 

Ira111 ve~ligios n'~rma lei [lo cotnecu clv seculo XIII, era ulna 

allr.ibui1;5o, 111,11r1eil~o clo 1x1, ~ldpo~s (10 lribunal do desembalmgo 

(lo 11;1ti1, clue, pouco 3 ptjuco, se desaggregou dos 

r,est;lrrles Ir~~biln:~es dt: recurso. No lillinio estarln (la legisla(;lo 

l)rt:-lil)er~:~l a revist;~ era pe~~li~lllltla nos casos de iPzjits~ifrr. 

ticrtol,ra e ~~ltliitkctlc~ ~na~lr/i,.$r(r. Corrside~~avarn-se casos 

de n~~llidade ~~t;inil'csla: 1) a falla tle prirnerra cita63of 2) 

ser s scolcu~:~ claila: a) ccalra oi111-a 11assada ein julgado; 

1,) INN' 11eil:r; 1:) 111)r rats3 prora, st~lvo have~rdo-se allegado 

e ~)l'ov;rdo rlus aulus esla f~~lsidaile; d) pol jnlz incompete~~le; 

tl.z-- 

~~r~rsso, cousitlerando-se colrlo la1 SO a legisla~~n pal.ria, e 

11fio u tli~,eilo I,c!ln;lllo ou C~II;III~U~~I riulro si~hs~dial,io. Alern 

tl'usl:~ l'evisla, Ii:~\in ait~(ld 3 (1c grrr~,a esl~cc~al~ssin~a, cine 

erii ~r~~l~eh-arla ill~~ecla~i~eute 110 1r101i3rcIia c 1120 linl~a linlites. 

A116s o cslnbelcc~mcnto tlo t,egiincn liberal foi abolida a 

rev~sla de grqa es~)cci;ilissi~~ia c co~lfir~nada a re\isi.a 1)ropri;lrl~enle 

tlita. All'ln tlus tlisllos1i:i1es conslitacionacs, quc 

j3 cr~ul~~:t:ei~~os, lo1 j~~~l)l~c;~ilo o decrelo de. 49 tie inaio de 

1834, I~IIC arlnrillil~ o r,ec:ll~.so cle 1,evista rio%so dc unulii: 

tl:itle c:irlrst:~~~lc! rlus prtol~i,ius 311103, li30 icnc11) ~ido 01~jec;to 

e) sem volo cle Lotlos os jnizes; f) coulra I ~~~PZIO 

clc I~ISCIIS~;?~ 110s J ~ ~ Z OCOI~~IPLC~I~~S~ S 

(a]-t,. 1 11.0 3), e clue 

dct:la~,on 11arrct. nullidailc oiodas asr vczes il~lc se commettcssc 

cool~.aven(;lo tlirecta is leis rlo reino em vigor, ou 

sej;~: i 1)1~olc1,it1d1)-sc alyunius diis formalitlades, cpe ellas 

est,~belu~essem sob pcira dc! ~~ullidatle; on 2.' nTo se curl- 

I'111.rna11do II;I al!lllica~.Ao 119s mesmas (om a 611a lilli:~.al tlisl~osicZon 

(c~t. art. $ 4). Nos casos, pois, de nnllidade, o 

slilwerno tril,liti;il a~uinllavn toda on park do pl.ocesso, 

se~rtlu :I causn j111g;ltla dc l~ovo por tlnl Iribnnnl diverso do 

~)rin~c~~~o, 111~s COIII egual cntllcgoria. Em nenllulna Iryl~otl~c?sc, 

pol bni, qnaltluer quc Sossc a liova decrsilo, se concrtlia 

segnlr~l:~ reusla. 

t\ eslas rcgt'as gernes elo clecreto de 1838 vieram em 

br7evc jr~nla~.-st: us especiaes do codigo cor~imercinl de iS33, 

PRINCIPIOS FUNDAMENTABS 317 

-- - 

ql~e para a revista c,ommcrcial tlispoz o segninle: nj 111le 

ella seria concedlda por codo o slqjrelnn bril)urral em clnis 

ca$os- illjusti~a notoria cum malrifesla viol:rf5o elas fbrm;rs 

substaociaes do process0 e nullidatlo clc eelil.et~Ca por scr 

dncla contra a cletermina~%o de lei explsessa ; - b) que, no 

p~,imeiro caso, i3ccomc$arla de noco o 1)roccsso 011 continuaria 

tlestle a nuliltlade, peraulc os nlcsnlos jr~izcs c ~OIII 

egllaes lrarnlles; -c) e ilnc, 110 segundo caso, umn s~.Cc$c, 

do sn1)remo tribu~~al, con1post.a tle tauts jrliacs clnantos os 

do trihllnal de que se recorresse, reduziria o jrilgatlo, dcpois 

de riovn del~al.e, 6 exprcssa datermina~5o da Ici (art. 

1116). 

Esta ~~llima rlisposi~Bo era manlfestarncntc inconstiluclonal, 

poiwlava ao silprcn~o t1,ibunal Ilma altrib111~30, qnc, 

nos termos (la carta, artt. ,12S c ,131, pcrl.enci8 3s rcla- 

~Cies. E porisso o decreto dc 7 de mnio tlc 1835 vcir~ clccl;lrar 

que, no caso d ~, COIIC~SSSO dr, rcvislu pol n~~llnlaclc 

de se~ilerrGa, o suprernr~ trlbi~rrnl tlesig~~al-in nrnn (Ills rclacues 

civis para jlllgnr (If? rro\o cr felln. 

A reforma jadiciar~;t ile 1837 ro;rnlevc os 11rot;ellos 110s 

diplomas de I832, ,83;1 e ,1835, esl.:rl!elcrc~~clo ;l[rerr:ls, 

dc novo, o segllil~tc: sc tlols on mais rcns Sosseni condemnados 

por scntenGas cliversas conlo anctc~r.cs (lo mcsmo 

crime, c as se~~tenC;ls 1120 pntlessenl cnnc~lii~r-so. antes fossem 

a 11rova (la ir~r~ozencla tl'iutl tlos cnrrden~~~atlos, ser~lrrrn 

an~~ullaclas ;IS ser~l~l~~ns [rcio slljlreitln II.IIJIIII:II (:in S~CC~)CS 

reunidas, e os co~~rlern~~:~tlos. ser.lnrn ~~erncl.l~rlox i);ll,n nrrr 

j~uzo de prirne~ra instancia diverso dos pnmelros, on (11131 

todos s~,riaul co~~ji~ncti~rncnte j~ilgntlos (;II.L. 8021I;r 3.'' 

partej. 

A coust1tuic;3o de IS3Mj art. .I"?, a Iel dc "1 cle Ilo\cmbl-o 

de 1840, arl.. 28, u a nov. rcf. jacl. tle 21 rle rrlalo tle 

18il n%o inlrocluzirunu :iltc:r;lyCics I I reclll'so ~ ilc revibla. E, 

ui~ erntarlto, elle eslava tlr:fe~lrli~sa~~lr?r~~~~ rc?gnl;rrlo Nao SO 

se n lo lava a f;~ll,a 11 IIIII;~ S~~IIII~~;I r~\r1s1;1 11:11,a o I::ISO tli! ;I 

nova decisTo nXo se I~;~rrrrur~~sar c:on~ o 1ro11lo tle clrreilo

deciilirlo pelo trilrunal sepremo,-o tjue transformava este 

elevatlo i~~sLit,uto jlltliciil~>io n'unl nlero cur110 consultive e 

conseguiobeme~rle impedia a nniformisa~io da jurisprudcncia, 

- mas nccrescentava.se qlle os casos ile revista eram 

estremaineule rcslrlctos, qrla~rdo a fuucc;%o tl'esle recurso 

cxigia. [~recisame~lle, a srla ampli;~r,lo. 

9 5. 0 ri:ri~rso tic! rr!r isln na lcgisla~lo pu~~log~~i'sa moderna. 

- l)ar.;r i~lteuder a cslas reclamasi?Jes veiu, pois, a lei cle 10 

de tlezem1~1,o cle 184.3, Ira quul se tlispoz que o supremo 

lr111111ri11 I:OII/IHGC?I~~:I, 

CIII PCCIII.SO de revlstn, cle noll~clarle 

tle ~r~~occsso e tle nullitlutle tle senlen~a; qne era nullu o 

[".ocesso e~r~ rlne I~uovesse pretcriclo cle algli~n aclo esser~cial 

~ I tlc I fo~~~n;~l~~latlc para elle estnbelecrda por lei 

co~n I)HII;I de ~~~lllrd;~cle; e que era nulla a sentenca qne 

j~~lgnsse directanlenle o coutrnrio do clue dlspunha qllalqaer 

lei rlo ~,eiuo ou d'ell;l fizesse apyiica@lo man~fesla- 

Iueolc cl'ratln, 011 qrle llvesse algllm defeito substnncial, 

on de rjlle ~~e:~~llassc nullidatlc tla conformtdadc da ortl., 

liv. In, tit. 75, c niais leis do reinn, 110s tcrmos aclrna esposlos. 

:\ Ici tle tRi3 accrescenlov;r qr;e o srlprerno lribur~al, no 

t::rso tle tlccl;~l-ar. IIIIIIO llln processo, tlevla mantlar proce- 

11151. d S I I ~ l-efOl.111d 110 Inasmo ou ein diverho ju~zo, con- 

I'or~ne Ilre paracesse c.or~\.e~~ic~~l.a ; ~ro c:rso de declarar ilulla 

I~II:~ seulcllv:~ lirofcrida cni srgunila inslancra, clevia orde- 

II;II. clue ;I caesil ft)dse tle uo\o jnlgacla, ou por onlra relut:iu 

tru pol;^ nreslu;l sc ~~'esl:~ ~OIIVI:SS~ urn nllmctmo tlc juizes 

s~lll~~:rcrlle 11;ll'a ~~~ilererrr Irller~~r~ Ila no\la decis%o 

111i1gisI1 l ~ ~ l c11i\'t+1 l ~ .cos US da prilueira e se o tribunal supl'enlu 

:lssilrl o enlenclesse con\eniente ; e, no cnso dc 

:IIIIIIIII;II~ ilrrla ser~tenca de primeir,a illstancia, devia mantlill. 

jnlg:rr riovau~ecte a c:lusa ])or juizo diverso. 

ICrnfi~n n lei i~dmillia a ts~g~o~iI~~ I.cz)~'s/u. determillando 

clue, se ;\ nou senLerl$a livesse os n)c.snlos fi~nclat~zcnlos da 

primeira, ou as viesmos e diversos co~zjzctzclan~erlro, a scgi~~ltla 

revista serla deciilida pelo supremo tribunal em 

sec~Bes reurridas, devendo a relac30 a quem a cansa fosse 

remettida no caso de nova a1111clllac;3o COII~UI.~I)(Z~-.$P corn a, 

rlpcisfio do s1111rert10 11.zb1lll~11 de jus/ira sob1.c o 110tt10 dc diseito 

pol elle julgndo, applizalrdo o 111reito ao faclo eonforrnc 

elle estiver deeidido; mas que se :I nova senle11c;i1 Livesse 

fiii,damot/o.c cony~leranlo~ta ~IZ.C~SO.F dos (la L)I.IIIIL' 'II'i1, U SCglljrdn 

1.evis6a t,?~.io a ?znl?lr.ez(r. de p~.irncila lmrn lodes 0s 

efeitos. 

Eslas ~~rovidencias foram refundldas e parcialmeute dlleradas 

(em materia civel e crim~nal) pelo c. de proe. ~IV., 

qut: I I art. ~ 1259 ~leelara: .em rectwso de rc\]isla ((?st. o 

art. 1148) ou aggritvo (est. o art. 14R3), o supremo Lribunal 

dc j~lsti~a conhecc da n~illicl;~de do 1)rocesso OII tla 

nullrdade da senterr~a. 1." nnllo o proccsso err1 tple 

hon\.er alguma nulliilarle insupprivel, 011 ontra que, 111)s 1c1mos 

d'este codtgo, nZo possa ~eputar-se snppl.~da. $ 9.' I?. 

nul1;r J senten~a: 4." qaando se ver~ficar nlgtrma rlas 11ypotheses 

clo art. 1054 (est.); 2.O quando livei*j~~Iyatlo r'o/~lr.u 

direila,), isto 15, cnnlri~ a Ietra dn leit sell esl?rrilo, CaSos 

analogos, elc., nos ler~nos rlos arlt. .I6 do c, civ. e 3 tlo 

c. comm. 

No case (le declarar n~~llo o yrocesso, o sliprelno Lribnnal 

marldark procecler. i sua refurrnn vrn ntcsnho jirlzo nil ,)la 

,i~t~s~nn~ r-elnccto, segniotlo o processo, 11'este uliilno caso, 

com os juizes a tlllem compel~r en1 virlnile clrr ljr.rnrcrl.a 

dislr~bn~@o (art. t I(i0). 

No caso de declarar nulla a senlellC;r por se vel.ificnr 

qualq~ier das lrypoll~eses do art. 10.54, o sli[~t-erno lr~b~~rrnl 

mao,lari reformal-d yta nesnta rcla@io e prlos t~tcsn~os jziizes 

on pelos mais que fore111 necessarlos 1par.a razer vencime~llo 

nos lermos do cit. arl. I054 (art. i 160, S rur.). 

No caso de declarar i111lla a serltenqa por ter sido ~rofericla 

corzlra d~vcilo, o sllprcrno kril~uni~l ~nandari jr~lgar d~ 

novo a caosa porjrlra~s tline~,sos na lilesrna o11 n'oulra re-

320 A ~~GAN~ZA$;O JUDIGIARIA EM GERAL 

. - . - . . - - - -. --- . 

fa~3o, conlbrme llle parecer conv~:nienle (art. 1 itif). Este 

r~ovo jnlga~l~colo clever9 ser proferido por ires volos conft~rmes, 

no caso rle segnir a opiui4o emillitla yelo sopremo 

tl'ili~liinl, e [lor cinco \,ol.os, se liver de vencer a opirliIo 

cnllll~~lri:~ (i1i.t. 'I ,162). 

Ijo accur,dlo rl;~ relac'ao prclfet.iclo e1n bariaoliia co111 a 

clec~suo (lo Ir.il~ur~al supl~cnio niio I~averi outro recurso de 

rcvis1.a. Du accurtl~tr (lac se tleisar de cu~lfor~nar corn a 

ol~irriiio tlo snlwelnu ll,ibu~ral I~aver,ci i~ovo recllrsu para este, 

(//I~~',SI/~II'I, y/ilJ ,s~i~rn& os sc?t/s liiil~%ui~~et~lo~~, e u recIIrsn sera$ 

tlrc:~tlitlo pelo I.l,ililrr~al ~lleuo, jlrecl?tlentlu os vistos de torlos 

us ~:onscll~c!r~~us (;~r,t. I I(i:3 e $ un.). 

Se 11 I~ll,~lnal, orn segi~~lrlt~ I'OCII~SII, nnnr~llar a se~~ten~a 

~IJI' ser proI'~:~~iila contra clircito, 11iar11Iari 1.emcttcr o proc:osso 

:I ~*ul;~c);?u, c osla j1tlga1.3 a calisa eltl h~,llazol,ic& colrz a 

fl('ris00 fl($ i/tt~~i/o pt,okrid(i p1!1(1 S~I~J~O?ILO t~rfbttt~al (art. i 4 6h). 

'3 (3. I:ollc'lllsil~~ : I'IIIITFBO, caraeler e li~aites 110 rccnrso dc, re- 

~isli~. -- Esl~~s disposi~iies, ~ I I C .tcta,~lrnentc! rcgn1;rln o recrlr 

sf) tlc 1~cvis1:i el11 m:ller.i:~ ci\,el e commercial ic. de proc. 

coniln., 41'1. I([j, e :~illila, en1 [I:II'Iu, em nlateria cr~miaal 

(i1ec~1~el.1) 111: I:i ilc sct. do 1892, a~:t. 26), suggerem-110s 

:~Ig~rinas L'CIIIS~I~OI~~I~~~CS ~.elativ:~s it) lilnc~lo e caraclcr 

tlcssc I,CI:II~SI) e b) acls seus li111ili:S. 

dj 0 ICLII~~II de L.HV~S~;I iI~sli~i;~-se in;~n~fost:~~~iei~lc a favt)rc:roi 

:I ciii~li)i~i~~itf;~~ic 

II;I i~~le~.prela~Bo da lei. .Tern-se cl~to, 

I:III ol~l~~sit;lio 3 i'i:~i~lil, clue css:~ uoih!nniilatle rr;io sc ~OIIscglle 

i111.(:g1~;1l1rlc11le, c rlue, 1111arrclo pollesse oblcr-se, retll~lrtlilr'ia 

11'11111 1IiIi1>iiO e\.idelile j~ai.;~ a ~t~sfi~a. fi, porBm, 

neccss;~r,i~), [lor nina park, 1120 osggcrar o cor~ceito da 11111- 

ILI~IIIIII~I~IC~ 11~1 j~iispr~l~lt:~~c;ia, c, 1301- vutra ltart,e, l'eilectir 

ell1 clue, cuiuo tllz J~o~.~AIIA, ulna mngistrwlura colIoca(1a 

uo loj~t~ II;I Iirci~;~i~clii;~ j~~rliciar~a 113ra ~n:tl~ttlr. a cxacta ubser- 

\~III'I:I il:~ lei 11fio rlelen~ o ~ilovir~~rrlto do per~sa~nento juridic:o, 

nerrl o SII~)~I.~C ;IS legililrras il~ll~lericias do llrogresso 

sc~elitifizo e social. Yclo contrarlo : dirige-lhe o desenvolvimento; 

reyula-lhe as necessarlas relacties corn a ~onl.adc 

clu legialacloi~; acoriselha o ~r~elllo~~ procediu~ei~to .das magistrat~~ras 

h~el~nrcl~ica~nenlc iufcriores, e aproveita, por sna 

vex as solidas indicayGes r111c ellas ll~e forl~ecem; o crin 

d'esla firma a ta~ifor.?~iidudc proyl~~cssi~a na applicacao ilk1 

lei, elilnir~ariilo as tll'sfirr~ttida~tl~s u,clzra,es de i11ler,l)i,claq,80, 

clue sb potleriam s~lscitar no aulnlo clos cidad5os irnpressks 

ptfilco tavoravels acorca (la adm~~~ist,l.a~Zo (la jl~sti~a. N5o f 

0 tribunal supremo, corrcerlei~rlo on iiegando :I ~.e~isl.:i coilforme 

ha on n2o mot~~o de n~~llrdatle, 11Bo ~mperlc o desenvolvimet~to 

(la sciel~cia e cla jur'iap~ udel~cia. Ksse pel,ign 

ainrla aM hojo 1130 apparecca crn qllalrlucr dos pai~es c]ile 

o admillem con! esse caracler; e ce~.tarnenle nao b de 

prever que se nos olfeere~a para o fntiiro. 

Mas, para qae a uuiformisa1;50 da jurisprudeucia seja 

porsivel, torna-se necessat-io ql1e o cxlmc (lo processo cm 

recurso dc rev~sta scja limrlado [I pura flucsldo tlc clircilo. 

A aualyse do [ut.lo Carla sluglr coris1i1erac;Ges (~ari~cula~,es 

e cllsporia il~sa~lsireln~e~~te n nilno no (Ins j11Igarloercs a propo~,clonar 

as cvliverliericras da jusli~a as rircurr~star~cias clo 

caso concreto, o clue olrstaria 3 serenlclatle e a recticlTo 

precisas para uma perkita luterprcta~lno ria le~. 0 ollicro 

do tribunal s1q)rerno deve coi~derrsa~~-se no exercicio cl'um 

podcr cen.corio: elle julga se os mdgistrados qnc csclarccesdrrl 

e aifirrnalam a exrstencla clos Iaclos, suulicr;rrn uu 

lido apphcar-lbes a lei; se julga y~ic a applica~So ~'OI cxacta, 

repelle 011 drnega o recurso de re~vsl,~ ; mcr c,iso co111ra1.iu, 

annulla o processo ou a seulenpa Eis tudo. 

Narla arlm~ra, porisro, clue o slllwerno tribunal tlc juslic;a 

seja extranlio a 11ro1~a ilos factos co~~trovcrt,~rlos. A tler:~sXo 

n esse rcspeil.o 8 si~l~er~auame~~I.e lurnada pelos Iribunae~ 

de prnneira e segunila Instancra, con~petinclo ao lribllnal 

supremo: a) apreciar os factos provados e as conserluerrcias 

clue d'elles til,ararri IVS lrib~i~~~es aliteriores, qnando (la cl~ffercnte 

aprecia~5o tl'ac~~~clles ou tl'eslas r,axttllur. dtr!crstcJnde

382 A ORGANIZAFAO JUDlCTilRrA I331 GERAL 

do ili~.riln; b) verificar se os mestnos lribnoaes admiltiram 

para provar os factos a especie de prova prescripts pela 

lei; c) e deduzir dos factos a inten~jn das pessoas qne in- 

Icrvicram em qnalqner acto joridico, q~~audo a lei nlanda 

attenlle~~ a elln para a verdatleil-a irrler[~ret,ai;20 d'esse aclo 

(c. civ., niall. 378, (ifi.5, (234, 1555. 1761, 1801 e ,1837; e 

c. cum., icrl. 463, n.' 3). Nulna p~lavra o supremo tribilnal 

ile j~lslic;a, como I.t,ibunal de recurso de revista, apenas deve 

apl'wcia~. os factos, as conseqnencins d'elles derivadas, a 

maoeira coino foram provados e as ioteu~Bcs dos qrle ilelles 

inlerviera~n qnaurlo isso importe 3 delermina~50 do direito 

appl~cavel -- filn para clue c,onvergem todas as saas atlenyfies. 

11j Quar~to ails lirllilcs do recurso de revista, a nossa le- 

gisla~;lo, o1)eclecentlo ;ios prirlripios 13 exposton, rsldlue que, 

IIUA casos ;~rinia ;~pool.atlos, si~ 

telilla lognr a i~iterl)osi~Io 

tl'esse I,ecnrsn rln;tndo ;IS c;tusas i:icvis e co~l~merciaes fol,em 

d;~s erruo~e~~~~tlas rlo art. 43 do coil. tle pr. c.iv. ou tirer~eln 

valr~r anpnrior a 4001000 reis no contioenle e rlhas e a 

6clUSOUO i'i?is liirtes no 1:501J rupias no nllramar, e quando 

;IS cI\usas c~~~rn~nacs respeitarem a crilnes cujas pcnas es- 

cetlerem as alcailas das ~.~la~T,es; nov. ref. jud., arl. 188; 

IIAC. 11." file 29 cle maisyo rle 1980, arlt.. 1, $ I, e 3, 

$ I I ; ll~~oislli tlr I[yidlz(.fio 0j7,ris~ir-rttl~17~1i1~, \;sill, p. 498: 

regiin. rle %I cle fevereiro de 1801, arl.. 58, $ 2). 

Ila, l~o~,dm, logar a 1-ecllrso de revisla ~nterposto drreclanlenle 

tlo des()acl~o clo jmz rlne n~nilda soltar o accusado 

julgatlo corn rnterven~8o tle ~III-y pelt ijl;to de este res- 

~~ontlel~ clue o crime 1130 estli provaclo, desde rluc haja 11111liila~le 

no processo e se teul1:i proleslado coillra ella antes 

cln decisSo ti11 jury, n5o podeudo, en1 tal caw, o supremo 

lrilr~inal conl~ecer de oulra null~dade cine 112o seja ac~oella 

1101' qne se lel~l~a ~)rotestaclo (nov. ref. jud., art. ll(i3; e 

dec. uqO rle ,I:i cle seb~nll~o [le 1392, ~11.1. 27). 

l'aes s5o os lerrni~s 11o rer:nrso tle l.evisli~, e 1211 ti a I~ie- 

~,at.clir:~ tlos 11~il~11riaes llortuguezcs. 

97. 0ntl.a~ contli~ics !jerilcs da jusli~~a ~rluBcrnr. - Taos 

sIo as pritlc~r~acs coudi~loes da just~~a moderna. Alcm d'ellas 

disc~ile-se airlda se os t~~ibl~naes deve~n ser collcctivos on 

slngulare,~, como se vd em Mh.r'rlno~o (oh. cii., (1. 77-78) 

e em lllo~r~nna (oh. cil., 11. 88-01) e no lo1liel.o especial, 

da~lo a estampa em 1868 por Lo18i) lT~z nE SA~IFAI~ 1s 

MELLO, con? o l~lulo Eslfirlos sobvc o orqnni~n~do~~riIzciu~~~ 

11 - Ti.ibzr~xz~s collcclicos e sz~/g~rlares. 

A fnltn cle tempo obriga-nos a resumir n qnesl.Zo ilizendo 

cine, erobora, tlleoricarnente, se defeilcla cum l,azUus rrrais 

acceil,aveis o p~,irlci[~lo (la plui~al~dade dos ju~zes, 1l;r 1)r:lllca 

tern-se reco1111ecido a ilnpussilril~dade e, por vexes, a incouve~~iericia 

de o alq)l~car is magistralnras inferiores e ans 

11rolxios lrilll~~~aes de pri~neira i~~statlc~a. k o qrle ~r~crslra 

o illustre 3101i.r~~~ 110 seu resumo do estatlo acll~al da le- 

gislac;Zo dos povos cl~itos sobre cssc assumplo (p. !)I), c e 

o que sempre se tcln e111~11(li(lo e ~praticado elitre ribs, 

salvo peqnenas terllativas sen1 resultado. 

No estado presen1.e das finall~as portuguezas p6de atit 

dizer7-se qne a qlleslio [em perjueno ioteresse por ser i~npossivel 

augtnentar os encargns publicos coln o cstabelecinier!lo 

de tribuoaes collecl~vos cn? primclra instancla, 

cluaesrl~~er que fossern as garantias de pcrfcic;io nos j~llganlenlos 

clue d'ciles clevcssem espcrar-se. 

. 1 . arnl~cn~ se ilrscnle se os juizes tlcvem ser eleilos pelo 

povo ou nomeados pelo porler go\;e~~r~arr~erital. A questgo 

offerece liqe perllleno ilrteresse. X pratica da eIeicHo dos 

mag~strados nos povos clue a admilli~~am tern sido 130 perniciosa 

para o exerclclo tlas luncyijes tle julgar que, salvo 

os pul~licistas alacarlos tlo preconce~to democratico, jli hoje 

illo se l~esila cm petllr a ~lomeaelo cla rnagistralura. UH:

1.esl.n os ltl'irrcilrins socinlngicos estTict de irecurdo cur~ a 

li@o dos hcbs: o conceitu do estado organico e :I condi- 

~$0 da permanencin da justica exlgeln n nomeaq5o e repelle~n 

;I elcirilo. Mun'r~na, obr.. cit., p. 76 e scgg., fil~~rl[co~o, 

obr. (:it., 11. 70 e segg., e ~nuitas~ootr,?s aucloriilatles insuspeilas 

esi.50 Iloje, ;rlte~-Lame~~lc, an 1;lth r1'csl.a~ i~leias, 

I~II~:, elrlr,~? 110s. se allir~na~,;r~rl CUIII a conslanle nomea~8o 

~lus jrlizes log;~tlos rle 11rilneii.a e segu~tc-I;I iostnocl;t e clr~ 

11~1Li1~u;rl so[wenlv e co~r~ 11 ab:~~~do~~ct srlccesslvo, cliversas 

vczcs uoluilo ~ro I~vro ;~r~lel.~or, rln eleiyzr) 11opillo especial, [per en~lini os 

c!stal~elec~rnentos publrcos perte~~centes sociedada eslcjtrm 

comprometlrdos, -6 do interesse e do dever da socleclade 

1130 ficar especla[lo~.a inil~fferente : pbde e deve consliluir-se 

parle, e vigiar pela manulen~$o o pela al!plicaBo das lcis. 

Tal B a razlao logica d'essa magistratura nor?, colillecida 

rlas i11st11111~6es tle moitos paizcs sob o nolnc clc miuisterio 

1111b11co. ,L 

Qual sera a origem d'es1.a magi~l~~atllra? Blguus anctores, 

percorrentlo a 1listo1,ia do direilo romano, suppozcram en-

col~lr;~~. trs primciros vcsligios [lo minislerio public~ nos 

I ~ C ~ ~ O I ~ 011 C ~ p~~ouza~nto~ 

~ P S rs cacsarls, cslabelccidos no lernpo 

de Auctisro. 

I$, ~ ~o~trn, ccrmlo qne esscs fuuccionarios eram incumbidos 

tle rel1resel1Iat u 1)rioci11e nos suus clominios, recebcndo 

os rrntli~l~elrlos, rrpeliintln as ~~sllrpa@es e compeliindo os 

triO~~tal.i~s uegligenles. hlais tartle C,ONST,\NTIXO allnbu~u- 

Illes o d~i,cilo tle julgar as cnas;ls fiscaes. hlas, nem r~ma 

r~ctu uu1l.a f~~l~cc.Zo tilllla sirriilitlide com as at(rlB11i~G~s 

(:I i~lli~~;ies, fiscnes, o~~~il~ar~ologicas, civis e clc admin~slra$Zo 

jn~lici;~l, IiLre cu~ loilos us povos se cunfercm nos agenles 

(lo rr~i~~ist~rio 111rblico jrlrlto clos tribunaes dc justi~a. 

011l1os escril)to~,es prclradem suslentar clue a ~,r~n~~tiva 

c11.igt11n 111) ~ili~ii~le~.io 

I ) ~ I ~ ) I I C O xe elicorrl1,cr rrus tlr/"o~lsurrs ri- 

U/I(II~IJI~ - I'111lccio1lario5 1~111ni~;liaes litl~:arr~gi~tlus de punilt)s 

r:rimes e os del~ct.ns, (1e dtw~inci:~r or r,nlpa(los e de os 

~rnacr a jliizo. Eram nomeado< por ulna assen~bleia com- 

~)osla ~iu bispo, curiaes, propricla~.ios e principaes habitan- 

Ins : as sllirs iilll.il~u~~bes, el';1111 j)rever~livas e jud~ciacs, e 

driray:lm :i allnos, como se v6 em hll:nr.l~, Ilr'l,e?-loi~.c tie 

/i/~~/,~/l?'t/~~~/~t(~, 

\Ill. 11, \ ~~f~lI~S1~l~l1 

I J Z ~ ~ / ~ G . 

Rlirs tal olji11i2o 6, ai~~tla nlenos dcfclrsavcl que a primcirn. 

(JII~II~~J ~~llril.~, e tleq~resantlo j:i a Ii~liila~Xo de ju~,isdic@o 

(10s ~l[~/i~os~i.r.'i civi/~llt/li~, poder-sc-bid apcnas enconlrtlr, 

~~'csla inslil11i~50, o germen (1:) ncl11;ll policia, con~pl~cada 

colir um;l jn1~isdic~3o po~lco propria. 

l'or scri liltlo, L)~~r,oz eln I'ranqa e WAn.rlrNs Fs~tnAo 

cnL1.c ~itjs, ,julg;1111 cucul~liar o gcrllien du ministerio publico 

n;l a111.igo C;rec~a e especialmeu~e rra legisia~io de hllienas. 

Exi~l.i;~m i~l~i IIIIS nlagislrados, c~ija intervan~iio era uecess:~rin 

no ti.ncl.ai--se tle persegr~ir crirrles pnl~l~cos commetli- 

111)s COII~IYI as pesso;ts, rln;r!~rlo os crim~~iosos eslivessen~ 

iml~~~ies, qlln~rtlo n vict,in~a n5o iivesse pnrentes rlrle solli- 

citassern n con1lemnnq,5o, 011 emlim rln:~nrio estes fosseln 

IIOIICO cuidaclosos na pcrsegriig,8o do criol~noso. 

Esl;~ ul)i11i6o lenl ~nais valor que as precedentes, mas 

1130 B segirra. illfigr~ra-se-nos ~ouco exact0 reconhecel' como 

itricio d'uma inslituic5o urn syslema de func~bes que apellas 

al~resentam coIn as d'aquella uma simililutle appal~cnlc, c, 

por assim dizer, si, exterior. 

IIa airl~la oulras cil)i~lii)es aobre esle ponlo, divcrgentes 

, cle qnalquer clas expostas. Assim alglins qnerem clue o miriisterio 

pub!rco tenha. a sna origem n'uns oSficiaes clue 

existiam enlre os pr~mitkvos ~lo~os pennnnicos. (;lin~nava~n-se 

em linguageru te~rtolllca sclitilteii, islo e, exactores de d~vi.. 

das. Uepois da lnvasBo do imperio romano pelos barbaros 

receberam o ~~onie de p!~ouzcrulo~c~s, nclwcs. Cirila cast1 real 

leve o seu procuratlor, qlle reiviutl lcava os tllrei 10s domiilicacs, 

decidia as cont,endas levantadas entre os servos e 

os yarlicnlar-es que se ret'llgiavarn nas le1.1,n.s 110 se~~lior e 

f;lzia pagar os rrn~l~nlet~los e os imposlos. Quandn o principo 

devia atravessar os seus dom~n~os, o proc,urador orrlenava 

os prclrarat.ivos da reccpc;3o, e cxigia as prest:~@es 

em serviy,os e as lirovisbes necessarias para o lransporlc 

e s~~bsisiencia da cork. 

Tal era o caractcr d'esses funcclonarios, qoe. eml)ora 

cnuq)al.ecr,ssetn Lambem 110s trlbuoaes e por vezes a16 julgnssem, 

narla t,inham corn a insliloi~Xo d'~r111 rel~reseulanle 

tla soc~edacle. 

Outros qnerem qne o ministerin pi~l~l~co nascesse ern 

lTran$a e esistisse ja Iia epoclla de CARLOS MAGNO, soh o 

nolne de sniorc, antigo ~Sficiiil, qne, segundo as formulas ile 

Cass~nonno, t.inlla pnr niiss5cr fazer c+r~l.~,ar na posse tlt? scus 

hens os i~~just~:rmente expoliirdos, obrigar os devetlnrcs a 

satisfazer aos fiadores o dinl~eiro que estes tivessem pago 

em vez d'elles, executar os que se recusasseal a pngar os 

irn[)oslos. 

BUNCBNNIS, po~-Brn, de~ilonstra (Theorie de In ~~~vcedrwe 

cirrle, Ifill.., p. 563 e scgg ), clue os sato~~s eram metas 

agenles ou mensageiros 110s parlicula~~cs, e 1120 hnccionarios 

incumbidos de fonc~Ees publicas clestir~aclas 3 defesa 

dos inieresses collecti~os.

328 A ORGANIZA$BO JUDICIIIRIA EM GERAL 

- --- -. - . - -. - -- -- -. -- 

Eunlim, divcrsos auclores, e riola\~elmeuts Onro~~rv e 

L~roliau (Dii r~zcn~sler~c prlbIic c~z l',.n~ecc, I, p. .L2), preteotlsrll 

ile~nonst~.;lr clue a ias1itnil;Xo tle llise 110s occiipalnos 

lcvc ;I sna origem 110s bailios e s~~zescnlludos do tempo do 

mi S. 1,urz. 

I$. tt)~la\~i;l, i:c1~10 tlae os proprios Ito de lfj37, 11111 ilecrelo 

11rarllupil3to en1 clue se l~i~o11il)e consulL:lre~n-se ~n;rlerlas iic 

jurisdicplao scm ser crovitlo o pror:ul,a,dor da crrrrju (J. P. 

R~nrrriio, hzdtce zl~~~oriolnyico, vol. I, p. !I!)]. sen110 a~r~ila rlc 

uotar a resolnc%o ri:gl;r 11e 18 tlc rnaio tle ,li9l. quc dec,l;~roi~ 

q11e cn pj~oc~~e~~ztlt~t~ 

i/t~ cor~(i(y, .S~~III~II.O fi,sc[tI, P ?/?111C

pwte acccssol.ia ou itidirecls, isto C, cnrlio dizenl os tractatIist:ls, 

pol, vin (lo acr,io ou ])or via de ~,uquisrc;Io. 

Nil ~~'irnci~~o caso o ir~i~iisterio liiilrlicn reprrsentn o papel 

tlc I)al,le l~liga~lle e Lcut loilus os direitos e obrlga$aes que 

a ella [ierlenceln ; Iln segnnilo cajv asslste aos actos jutli- 

1:iaes colrlo nlc?ro fiscal tl;~ obserjanria da lei e do cumprirncolo 

(10s ilcvz~,us dos luncciuna~~ios .roilicines, ou como 

pivolci:lnr 11e pessoirs inc;~l~;~zes, e apellas pl~omove o qne 

I'h (11: Inlel~esse e orll~ln ~~ilblicil. (Vej., todavia, os artt. 

8!) "3'; i??H 3 4.0 c 789 [lo c. pr. civ,). 

I'r11.n I~elll clcsurirpe~il~ere~n ;IS srlas nr~lindrosas func~fies, 

os ;~g.r!t~lcs (lo milrisle~*io piil~lico tlevcn~ ter [~resculc o seu 

curacler ile i,epreseola~llcs cla socieilatle inleira, e 1120 de 

illn 1':1l,lill11 011 cle rrilra f;r~:i.,Ho clo~ni~~arile. A jusliia e a 

ve~,il;l(l~! tlovtA~ll ser ;rs Ilorliitls tia srla conilrrcta. Neoh~ima 

;~ccltsii~.'to maliciosa oil ioji~sla cleve par elks ser profcrida 

(cotl. ~L'II., ilImll. 288 e 289), e l1elrl111111a lie1.segu1~2v 1~oliiic;~ 

de\e ser ~novitln. 

'I'erZo, pur81r1, ils ga~'alltias necessarm pnrnssim proceder'? 

1i o clue ver,errrns clir;~~lclo falar~nos das suas cvndi- 

$Gel; tle iiig~,esso e p~~oino~.'tu, e cia sua nniovrbihdnde, 

OrganizagCio dns magi~t~aturas judiciaes 

e dos offioios do rninisterio publico 

I 0 0. Noriies germ. - '2 jnsliqa e adrninisl~.arla pclos 

juizes de paz, popularcs, miroicipacs c cle dircito, pelas 

relq0es e pelo supremo tril,uaal de jas11c;a. Esta ioclica@o 

dB a ordenl cla nossa exl~osigo, que, todavia, sera precerllrla 

de algnmas regrns concernentes ;i adinissrlo is func- 

~6es jmd~ciarias, t.~rocinio, prumocilcs, c1.c. 1C curno o millistcriu 

pul~lico inncc~c~na junlo (la malor Il;l~,le d'acjnellcs 

ju~ees e tr~bunaes, exporenios parc~llclame~rtc 11 qnc ISesl)clla 

is rluas magislraluras. 

Em alguus 1rib1111acs c au lado de c,crlos incmbros tlo 

ministeriu pnblicu 11a secrela~,ias especioc:: c cmi?reg:rclos 

meilvl,es, de qne 1708 occ~~~nt.i;~rnos, se IIOII~PSSC LClnl)O, 110 

ca~lllLllo 1T. 

Emfim, oos tril,uoaes fuocc~onnin nilvngntlos, 11rocr11 a- 

dores e sollic~l.;ldn~,es, tie ~ I I A IIYIC~,~I.I~I~~~S 

110 c;~j~it,l~lo v, 

relcr.iodo coiiju~~ctamt~u[c o ~ I I C 111:1is pussa ~r~ic~,cssni*-110s 

Ijccrca tlu pnt~,ociicro ~11.aliri10 e (la nssrciel~cla /orl~c~trt.la- 

Asslm completaria~nos o eslrrtlo (1;) orga~1izai:.3o jutlici:~ria 

em geral, ficnnilo hltbilitnih~s ~I;~I,;I, em I~rcves I!;I~~~II;Is, I:X;Iminar~~tos, 

110s I~vros segi~intes, as c~specralrtlirtlrs d;rs O ~~CInizaqi3cs 

jutl~ci;~rias, civ~l, coInmeici,~l, cri(uin;~l, elc. 

As leis de organizaq2o incl~clnl.ia disl.~ng~l~m os fiii~cc.io,~cc,rios 

j~cdrcicr.rs (pessons clrIc cwrccnl funcybcs ~rubl~c:~s 110s 

Ir~biulaes ile jus1il;a) etrl t'r~ticc~orlarius (irupriameule tl~los

ciollarios que tlirigern os processirs e os i~tslr~uelrc 011 jnlgam. 

SBo du direilo ou de laclo. Esles ultimos chanrdnr->e em 

1.egl.a ,jrr~,~,~ilos. 

A carla e o tlccreto n." 25 clc I(i de tn:~io cle 1832 clla- 

I1l;lr;rm (lo rlir.cilo aos ji~izes tle primeira losla~lc~a, certhi11e111r; 

~)trrill~c, - . em algumas cansas crlminaes e, Ilitje tam- 

Ire111 uiis conin~crcines, al~plic~m a lei ao Bcto julga~lo pelo 

jl~i'j'; c 11or.isso assi~n se tl~sl~~lgnen~ d:~s nrag~str:~lnr~~s ~nferlores, 

(lac 16m tle~~on~ina~bcs prapnas, e 110s das ~,ela~fies, 

IIIIOS~O i/r.~c~~r~/)rc~.yndo~~i~s (decl.i:t~] de 2 11e rlexc~nhr,~ de 

189 I, all. 13), crlmil dus do ?lclil,eino lr~lrn~~al, tlne sio 

rol~srll~t~i~~os (11:)~. ref. jlld., i11.11. 7 e 8). 

0s rnngislr;~dr!s do rnl~~~slc~io ~iulil~cn tlislingt~em-so uns 

rli~s ontros pclas iles~gna~i~cs esjreclaes que jii co~~llece~nos: 

III.IWII~:I~~~~ gcrul cl;~ cu103 e raz1311ll;1, ~rrocn~.:itlo~* r6gi0, 

clelagnilo e x111,-[lclegatlo tl'este, 110 conli~ieute e illlas: e 

~~r~u~~~::'~lct~,es 

11;) clil

inuli~nzia n'cssas co~lllifles alpellas clcrsam de exerccr os 

seus ci~r yos e do perceber os renl:imentos durante ;I legis- 

I;I~III.~, ct)ol;~ntlo-se-Ibe, porhn, esse tc111po como de ser- 

VICO ~ura Lo~los os elfeilos. (Cud. adm., art. 8 $ ,I. 11.~" 4 

e :i I: 5 2; regiu~i:nlo cle 20 tle Iwve~.ci~,u de 1894, artt. 113 

e # 2, '1 1'1, e s$ 1 a 3 e 1%; lei subre a elcic;%o e org;iu!ziii:>u 

11:t cnlr1;ll.a clvs tlel~nt:iiios (IF 21 tle maio de ISBli, 

art. 4, 11." $1, 21.1. 5, 11."~ 1 c h c $$ 1 n 3, e art. 7, 11.'~ 1 

c (i I: $5 1 3 3; rli:ci,rlo II." 3 clc 20 de marc;o de ISDO, 

:IIY. ,I;i c % Itrl.; e Ici tle 7 de agosto de 1800, n1.1. 1 $ LIII., 

rr~o~l~li~~il[:r~~ 

Yma) i. 

/\I~~III tl'isso O prol~ibido, ern regra, quo fa~lccintletn 110 

111051110 I~~lli~ulal parel~les 011 allills ell1 lrllha rec1.a on 110 

sogr11111~ c 1101. vezes no 1e1,ceiro c q~iarlo grnni cla lilllrn 

~,i~ll,~~c~,il (i,,,)~l. ilc IJ~UC. civ., :11,1t. 4,107 5s i e 2 e 4\75; 

tlccr ulo tle 9:) (It! jlllllo ilc lO!N e a~iso rdgio de 41 de 

aguslo tle IS!)k; e dec~,c~~>s tle 7 de srteulbro dc ,1882, 

lilt,. 30, e de 2 tle nlnio cle 180r(, art,. I)). Ta~~llic~n 1150 

1ioiI~!111 ~IIIICI:~OII~~ con10 jliizes, agentes do rnii~isteriu pui~lico 

or1 esc:r1~5es os ilrdivid~~os (lire lur(:ln conjuges, tlest~,e1111~111cs, 

i~s,;~>,~~tIt:~~les, ~IIII~I~S oti C L ~ I ~ I I ~ I ~ CIS U S prteS 

(co(I. ill: ~)IUC. civ., :~~,ll,. ;],I, 32, 292, ~O'L, ,1108 c 1475, 

c rlc.c~~t!lo 11." 1 (li: I5 dt! seleulbt~~ do i892, art. 4%. E 

I;IIII~.ICIII 1120 llirtle~r~ scr juizes odirlnr, ji ti~crem s~tio rei~reseula~~les 

iiu 111ini~le1.1o ~ruljlicd n;l C ~ I S 011 ~ q11e , liver.elrr 

tlo~~osl~~ or1 tlevalri clc~Or cnnIo ~rs~elt~~ii~lias, o~r cllle 

~lvol,~?ul la ~]ccldlllo ;I ~luestao co~no j~~izes il'oulro tribunal 

(2;~. ,:l~ll., a1.l.t. 492 11.'~ 8 e 4, 268, 107 $ I e 1175; e tie- 

crcto dl! ?$I (Ic j111l10 Ill? IHHti, al't, 36 5 I). 

i

Eslas isenr;loes n5o constituem nm privilegio, pnis se 

basei:~m no inleresse silpremo (la pereia~,er.l.cia (la jusl~~a, 

c anrl;~m orlli~lariarnenle associ;~~las a onl.ras ~aritagens, 

ulnas mioitnas, lnes c6mo tratamenlo e vestuario proprios, 

lilt~los I~onorilicos, elc., onlras de alguma importanciaj laes 

colno : plsocesso e lribonaes especiacs para o julgame~lto de 

callsns tlc per-(Ins e tlumoos e ~le crimes eornn~ellidos no 

eaei~cicil, tl:~s fulic~Bes cle jnlgar (vej. carta, art. 334 $ 2; 

liov ref. jucl., artt. "1, n.O 8, 43, n.O I, 85, n.O 2, 763 a 

580, 820 a 822, 1006., 1036, n.OS 3 e 4, 1030 e $ un., 

IW"8 12311.; ,1235, 1236 a 1239 e 1240; cod. dc proc. 

civ.. nl,ll. 36 11.~ 3, 39 n.' 3, 41 o.OS 8 e 4., 1092 a 1106, 

1473 e I,l7k ; e regimento ciladi), artt.. 58 n." 17 e 18, e 

81 11."' 5 e ,145); snbsidios de viagem a titillo cle ajuclas de 

cnslo 1~:rl'a o caso de sal. necessario o trartsporle por mar, 

inci~lsive r!litl,e a Madeira e os A~ores; adiantarrlenlos de 

11'c~s mezes cle ordcaatlo oo venciniento eynivalente para os 

rtuicclon:~~ ins qi~e lenl~nrn cle ir para o ull,ralnar; transporles 

1101. 11131- i c115ta do cstado para csses funccionarios e suas 

I';~~niliils, elc, jvcj. lei de '10 de maio de 1864, artl. 0 e 10; 

dct:t'clo tle 'L'r tle tlezoml)ro de 1885, art. 1 a 4, G a 8 e 

14 a I7 ; clecreto n.' 4 de 29 de marco de 1890, art. 4, 

$ G c 3. $ ~ui.; tlecreto dc 30 do dekcmbro de 1890, art. 19; 

wgi~nenlo cilntlo, art. I ,I8 $ 1 ."; 1 5 q 3 o ,167 ; e det:~,ell) 

tle 18 11e nbrii tle 1895, a1.11. I2 a ,!ti; cspccialmente 

t1a lill~t:ll'l ~1llllcs:\ 1l.O 2). 

1 0 3. I~i~rno\~il~ilidatlo e aniovi11ililit1lc.-- Alcm das isenta:ilcs 

e va~~lagcns, algr~ns fui~ccionnrios de jnsti~a tcni ga- 

~-si~li;ls ilsl)ccl:res, conlo ;I (la 11~~1~11~ot~i6ilii~arle, que ji coohecena)s, 

w,is IIne i~npo~tu preciaar mell~or, e tudos percebem 

orll~:n:~tlos oli en~oln~nc~ilos on ambns as remnnera~Ties 

cci~ljonclnme~~le. 

11 in;~n~ovilrilidade 6 a garantia, attribuida a c,ertos fancciou;l~~ios, 

de 1120 poderem seln sllspel)sos, tl.arlafericios, 

syndicados, aposelitados ou clemittidos sen30 nos casos c 

pdtn fbrma declarados na lei. I'bde scr lala ou restrieta. 

NO primeiro caso comprel~ende lambem a inamovibilidade 

/en~pora,ria, que B attribnlo dos juizes mnoicipaes e rle paz. 

No seguildo abrange somenle a pcv,pelzln, qne e patrimonio 

dos jnizes de pr~meira e seg1111tla instar~c~a c do snpremo 

triburr~l rie jusli~a (:1r1. ,120 ila carta), os qllaes sii porlcm 

ser inteiramenle rei.irados do escrcicio tle snas filnc$3es 

por rallcc~mento, demissxo ern virti~cle de senler~ca tlo poder 

judicial ou alruseutn~io nos terluos llas leis. Arlu~ lomomos 

a palavra r~u seu senlido rnnls amplo. 

A inamt;v~b~lidadc da magisiraturn 6 tle o17igern Iranceza. 

No seculo xv d~versas providenc~as foram lornad:rs no sentido 

de garantir os jilizes 110s seus logares e ate de Ihes 

perrnitl.ir a slta venda on transmisslao Itcredil:~~~ia. Ipixon-se 

d'csta fbrma no meio de graves abusos, como uma especie 

de direito de propriedade, que s6 cnl circumst~ncias ln1111o 

excepcionaes poileria ser expropriado. Ao rcbenlar n revoluc;5o 

diyicliranl-se 0s parecer3e$, ~nas a i~~amovibili~l;rrlc !.emporulnia 

foi mailticla para os joizes, apezar tle clecli\os. 

NAPOT.ELO. em 1607, deu-ll~e urn nide golpe, delerminando, 

por um seaalns-cc~osullo de 12 de outubro, qne os provimentos 

vitalicios dos jnizes sb seriam fei~os depuis de cirico 

annos de born exercic~o clas fnncc;iies, (le julgar ; lnas em 

18,14 a conslilu~cXo e a carta declararanl vitalicios os jnizes 

nomeados pelo rei, e, apezar de ~~iolentos prolestos e crlc 

forcadas iatel.pretaCSles, destinadas a sauccio~lar a dernissbl 

tie 29i it~izes de seg~mdn instancilt, esse principio pass011 

para a carla de 1830, n5o senclo enl,'lo mnl ioterprctado, 

mas esigindo.se o juralnent pol~~ir.n aos juizes e dcinillin- 

(lo-se rnais tle 300 que sc recusaram ;1 prestal-o. EIII 1848 

a iuamovibiliclatle. derogada pelo governo provisorio, foi 

rcstabelecida pela ronsli11lic;Bo rcpublicaua, cl'onde passou 

para a couslitn~~Ho im[trri:ll (iY52). a18 qne cm 18(i!l deixou 

de ser nm princip~o co~~slil~~ciunnl. Em 1870 e 1871 

agitou-SP novalnenle a queslso; rnas as leis coosl~lucionaes

de 4875 nada dispozeram sobre o assumpto, ficando porisso, 

o poilet. lcgislativo ordinario corn cornpetencia para a 

rnnnlcr ou revogilr. Com clfeito, pela lei de 30 de agoslo 

rlc 1883, n in;~rnc~viL)ilitlatle foi alac;~ilii d'nm rilodo indiieclo: 

os III~:II-~$ tla nr;rgistraturn fc~ri~rn recl~rzitlos, sendo assim, 

ex~l~rc~~;r~lvs os juizcs n~ais dcsalleclos ;lo regirnrr~ repnblicarlo. 

A ~llrcsljo tcm continuado, e, por esles precedentes, 

li se c~~~nl~l,el~cn~le como ella seja t5o discutida nos livros, 

oll~~scnlos e joroncs juri~licos e ate l~ol~ticou (la Lpran~a. 

ICII~I.~, 110s a ~na~n~~vibilidaile nJo ten1 velhas rnizes ; apezats 

cl'lsqo, se, tlc Ijcto, 1150 B semprc respcitada, de tlire~to 

tun-se rn:luliilo inalteravelmenle clesde clue uma vez foi 

insc~,itla no nosyo direilo coast~l~~cional. No antigo regimen, 

conlr) J;i s:~lie~llos, essa garanha 1150 pocl~a existir : os nlagisL~,ail~,s 

eran1 os hclrnc~~s dc conlianfa tlo rei, dos senho- 

IW, OII clo ~)ovo clue os olegia. iis suas frmc~6cs eram lrien- 

II:I~:S, I\~EIIII:ISS 011 nulrllaes, c pur vczes rnais ilura~loiiras, 

riri~s IIGO linli;~~~~ c:lr;lcler (Ic perpcl~iitlndc. nenl limn son]- 

Ilra tle garall11;l. Corn a revolnpZn de 18% ~nudaraln as 

insl~l~~i(fies l~olil~cas, c, alrezar dc grave opposi~Bo. a ini~mov~l~~l~~l;rde 

LJI rolirda pelns cGrles, selldo inserla no 

arl. IS:{ il,~ ~I)IIS~~[II~C~O, 

d'u~lde ~~;lssori par;i u cit. art. 420 

d;r c:lrla e l):ll,a o art. 127 da constilu1~5o de 1838. De- 

I ~ In S [Icerelo n." "L de $16 tle maid de ,1832 reguloo-a no 

arL. 12, a ~,el'ormo jlldiciaria cle ,18:17''11o art 31 rln !."parte, 

c a uov. ['el'. j~ltl. 110s :11.1t. ,I% 35 e 89. Mais tarile os 

j~llac.s ~ lc 11:lz e os ~nurric~lr;~es I'orrrm tanbcm i1ccla1~;rilos 

I(~III~IOI,(/I,I(I~II{>?II(~ 111:1nio~ive1s (c~I~. IIOY. ref. j~~il., a1.11. 125 e 

I:il). Ici du 16 rlc ;ll)~,rl 

de 1874, ;irl. 5, e decreto cle 29 

ji1lll11 111: 188li, :IIY 19, e, altimamente, n regimento tie 

"2) (lo I'cTc~I~c~I.~ 00 .lSt)i CIIS~IOZ, 110s arLt. 119 e que 

o.; l~rizus irlu~~!cil~;~cs c pupula~,cs do ullran~ar e seus substi- 

L I I ! ~ p~i(lcnl 

~ ser tlcmilt,idos pel0 gove~,nador clepois de onvitlos, 

~~~'r~cctlc~rdo, ~~al-a os primci~,os, pnreccr do presidente ila 

rcl;rc)Zn c, 11;ira os seg~~nilos, pnrecer do juiz de direito, rnecIi:lrrli: 

vutu alDl.nlaliro (lo co~iselllo clo governo para ambos. 

Corn~ disskmos, a inamovibiliclade 6 rnllito disculida em 

Frao~a, c entre ubs gosa tambem ilus rb1.o~ de questso 

magna. A falta de tempo liiira a traiar ami)lame~~te, lirnitar-nos-lremos 

a illzer que o priricl1>io da ioamov~biliilatlc 

represenla uma garantia, par cJ~nqcrartlo nccessuna, (la ilrtlepenclencia 

do puller judicial, e nZu irnparta ~1x1 priv~legio 

perigoso quantlo as leis complementares estcjam rcitas co:n 

o cxtre.mo cuicl;rdo clue csigcin. 

Assim 0 tern ccrmprellcnd~do os diversos 11aizcs cultos, 

quc na sua quasi totalidatic acceita~ri esse pr~~~cipio (comu 

pbdc v@r-se na obra cle Dsiuonrnun~s, COI~SLL~Z~~~@~ZS 

C21r'o- 

~I!CIZIZCS, e na de :tfnrrrlto~~r,o, ltcrllalo cil,lilo, vol. I, 1). 82 

e scgg., olrde se e,~ncontrn urn claro resumn (la qocsl3o e 

a lista dos mell~ores a~~ctores a consultar), e assim o telnos 

comprchendlilo rlhs, cli~c, pnr moio de leis penncs e de 

orgalliza~ilo judicial, telnos feito na inarnovil)il~datle alguus 

lemperanlentos por Yezes salutares. S~rvanr de exelnplo as 

disposi~loes dos art,t. 284 $3 .I a 0, 286, 204 n.O 5 e $ 2, 

301 n.O 3, 303, 3.18 e $$ I a 4> 3110 e 320 rln cnrl~go 

penal, cine, alhrn rlas pen;is geraes a1,tribuidas nos enlpregallus 

i~lrlilic,os, imgbem cliversas pcnas especiaes aos jnizes 

que commetterem abusos 011 cl.~orcs no excrcicio clas suas 

fnncc8es. Atlentla-se ainda As syndic;~ncias, cle quc adian1.e 

falare~lios ; d collocuciio no guudro tln rrlngislr-aizcrn jz~tlicinl 

sen1 exercizio lrem vencimcnto, nos terrnos rln rlccroto n." 

cle 29 de marc0 de 1800, art. lii, 3 IIII., e 110 regirrrenlv 

de 20 cle f8viirei1.o ile 4908, art. ,150; e is l~r~nus dlsci~rli- 

]lures, em que incorrem os jnizcs cyte ~noslrcrrr esqucc,imcnto 

e clesprezo (la tligoiilade (la magistl.atnra e do zcloso 

almpnmento ilos scns dcvcres e qne sEo irrljios~as, i~~dcpende,ntemer~te 

da ac~5o do potter excculivu, no t.otilincnlc 

e ilhas, pelo cons~lho iEkcil)lili(l~ ~ C~ilugi.slrc~l?o.il I 

jt(il~ci~11, 

e, no ultramar, peln c:oirsc~lhu srq~rrlor (la ~~~uycslrctl~~~~tr, 

ullr'ccnlnrlna,, 

nos terrnos (lo clccl-eto 11." 4. ilc 17 de sr.l.c:nlhro 

dc 1892, artt. 1 e 4, (lo reg11l;rmento cle 13 de r1ezembl.o 

do mesrno nnno, ;trt~. ,I, 3 c 23, c do r,eglmenlo citado,

3BY A O~GANIZAF;~~ JUDlCIAnlA EX GERAL 

- - - - - - - -- 

arll. ,127 e 1%. hllentla-se finalmente a aposenta~ilo, a 

colloca~So IIO rl~~ailro, sen1 ehercicio mas com ve~lcimento 

(csl'w':e tle apr)senl;~c;Z~, I'r)~~r;atl;~) e :to li~nile tle edade clue 

agora se prcteoile introtlr~zir ; - e ter-se-ha cnmprehendido 

I~IIC a arm:) tcrrivel (la inamovibilidade n8o tern os perigos 

qul: sc ll~e apolltilrr~, e ilne, pelu co~ltri~rio, se muito 11a a 

currigir nas li~~iilnciies clue ll~e 1Bm sido reitas, i~lo A, segura~nellt,e, 

lltr se~~li~lo do as nrnptlar, Inas sirn 110 cle as lomar 

lrlals racic~uaes e jnsl,~s e de evilar cine se [western a quaesrlocr 

abusos ou favoritismos. 

Rlas ~lcve~i a i~~anro\il)ilitlarle ser tamhrm col~rerida aos 

~n:~gislr:~tlus do lni~l~stcrio p~ll~lico c aos cmpregados dc 

jusl.l$ir '7 cl11cs1;o 6 resolvidn nrgatiuamente para estes 

l)or tl11asi lodes os pnlilicislas. li: corn ri~xSo, j)Ois qne apenns 

:~l~xili;lrn a ;~rlministra~iio da j~isti~a, e ngo carecem, 

em gei,al, de Ilabilil.a~locs elevailas para alcnn~arern e exerccrcln 

os serls cargos. SOmeole, e i~~d~spcnsarcl n90 os 

conf~~otli~~ cunl agclrles do coufianpa dos goverrlos e dor-ll~es 

nlg~~~nas coutlipi3es cle eslal~ilicldtle, clue, 112o esclni~ido a 

fiscalisa~Zo diret:la (lo potler governamental, os habilitem a 

enerccr couveuientemente as suas~~Sunc~loes. '4 nossa Icgislac30 

ell1 vigor 1150 i~tlenllt? a lotla6 essils exigencias. Da- 

Illcs, sen1 tl~rvidn, prnvimento ~!il~rlrc.in, o qlle ji 6 r~luilo. 

(\-cj. nov. ref. jud, artl. 11, 97, $18 e i I5 5 I; ilecrelo rle 

.l"Ltle nove~nbro, de 1881, art. "1; regimento de SO de 

fevereiro de lt3!2h, artt. 41 $ 1 e ,121:-rod. cle proc. civ., 

artt. 101, ,140, ,120, 1130, 100(i e $ 4, 102'1 e 1130 ; e 

tabella (10s emolumenlos e salarios jndiciaes, art. 105). 

hI;is, C I c,asos ~ graves, como crimes ou erros de officio, e 

l~avcr~clo rcirrcitlctrcia, pcrmiltc quo o governo os suspenda 

ou cle~nilla depo~s de os o~~vir, nias scn~ clependeucia de 

cn~~snlli~ previa [lo prcside~~le do tr~bnr~al respeclivo, a qua1 

alihs, deveria sempre exi,' Ulr-Pe, 

Qtrunto aos agentes (lo mioislerio publico, a rlneslZo e 

debatida; e se auctoriclades como Iioncniu~s (1)rocddtire civile, 

p. fi'i7), GARSONNET (TToZ'IL! dc llroc@drire, s 77) e 

FEIIHAO (Relulorio das pro post as de Ici aplsesen- 

tadas A camara dos depnt,;~dos ern 'L!) dt: feveveiro de ISGO, 

no 111ario de Lisbon d'esse anno, n." 5G), sllslenta~n a amovibiliilacle 

corn o fundamento ilc qtle o minislerio pnblico 

representa o poil~r executlvo e e seu maodalario. - lractadislas 

de valor como 011.ror.n~ w Llrnrxc (Le tniltz,e/Orc 

pt~bkc, 101. I, Ii~trod., p. Jdsvr e segg.) e u sr. NAYAI~LIO 

nE PAWA (Mnuaal do nzbislerio p?tbllro, v." tr~iriislcr'io pzb- 

blico) defendem a inamovib~lidade, 14 pnrrlue os agenles (lo 

~ninisterio pablico representam a socleclade e n511 o gol'erno, 

ja porque fuem parte intcgrante do pocler jod~cial, ji porque, 

se abtisarem on prevarlc;;lreln, st~f[~.erio as penas clue 

ll~e imposer o Lribunal C~KJ[)CLCLIIC, ji, sol~reludo, ~~orqlle, 

d'ontr:~ fbrrna, te1.20 de cu~n(~rir orilens ~llcgncs do potler 

executive, que at8, por vezes, sc scr,v~rci d'elles como instrumento 

politico. 

Sob o aspecto li~eol.ico, a prirneira opiniZo pareee-nos 

incontesla~el. 0s agentes do ministerio ~~ublico representarn 

a suciedade, 6 certc; mas rel~resenlarn-na exaclamente 

porque para isso receberanl tlclega@o do poder go\'ernamental, 

que e a concrelisa~3o acliva (la collccl~~idade. 

Eessas condir,Ees, como conc,eder a mandalarios nma antonomia 

plena ern frente clos rnanrlanles?--Na pralir:a, 

porhn, a an~ov~bilidnde d'esses I'orrecio~~a~ius lorn dado 

r~lneslos resuliados, a quo 13 necessario pBr algirln obice. 

E, portanto, o razoavel e jnsto, em :tt,t,enc5o a que I:ies 

magistrndos, se n%o slo jnizcs, coopcram vivnmcntc na 

administrapso jnclicial, seria quo se Il~es conccdcssem garantins 

taes clue, sem corlarern o laqo da sua subordinacBo 

ao pocler e~e~ul~vo, os collocasscm 110 cl~rcito e no ilcver 

de so acceitar as ordens e indicaciiies s~~l)criures couliclas 

nos l~mites clas leis e regnlarnentos pnhlicos. 

A legislac,ao portngueza e mnito parea ;I esse respeilo. 

0 art. ,I& (lo deci,elo 24,, tlc 1G dc maio de 1832, r13o

l>e~-~irill.ii~ 1111~' 0s 111'0~111~adort~~ ~'(:$it>~ e $ens ~lelegarlos pertlcsscn~ 

n ;~~rl.i$r~lid;~tle ou o logar nn ordem jutlir~ar~a n 7lrio 

sclr, 9 ~11' c.t~iti~,r~s lr!]~!lr~rrr?lr se~rli~~?riarlos; e accresceota\;a ousntl;\rr~rr~lr, 

tpre. se esscj nlirgislrirrlus rosscm rlemittidos 

sinipln~nci~/e, Icrianl exrl.cicro IIIIIII I.~~rhunnl de g.ndzm;n?o 

rgoi~l ;irj~~ullu j~uilu tlo 111ral esl.l\rrsserli sst.r\nltlo. Ksla pro- 

~irlcncii~, pcrrCm, t111c ;~liis sb nl~i.nogia nos melnbros do 

minislcr~ir~ [rrilrlictr rjllc fossc~n 1i1,ados (13 magistralnra jntlicii~l, 

1150 [Inssou 1)31,:1 os iIil)lu~~i~s j~oslei~io~~es. Aperr:~~, 

~io tlcc~,olo 1150 csrcotatlo de "Lle ilt.zt?mbrd cle 1801, 

ert. 36, se eslabelecel~ elnt+ os n~agislr:lclos jndiciaes corn 

10giu'cs tlc cn~nurissfio rro rniilistc~,io puhlico sb ynrlcria~n 

sol. li~wIt)s ~l'esses lognl.cs 11;lra sc~clrl t:oIl~c;~~los ern 1111tl';is 

corn~nissGes, ou cr~rn;il,r::is 11;l srla catcgnrin, ou para 

lici~reni 11u ~l~~otll~, sellclu caso II'ISSO d race d;r lei. 

Narli~, poi$, sc encontra ear favor dos mugislratlos do 

mi~lislcrio pr1l)lico l3rol)ri:imente dito, a 1120 ser em. prnjeclus 

tlr! lei, :111;7:: i~ol.a~cis, laes cclmo o ~i c~t,arlo cle R~IAR- 

TCKS ~li.n~\Ao C 110 ST. Vi:i(;~ Llls~rrAo. Keslc n\\irno, depois 

ilc mcll~ot'i~tlo 11cla r:e)m~~lisafio de legisl;lt.5o c,rvil dn camara 

tlus tlcl~ul:~dir~, e~~t:il,t~l~~cia-se que os agc~ilcs 110 mioisle~io 

~~~lilit~~ 

SO (icir1r:riam scr dco~iltidos. ~~rctliautc prh' 'la antliel~cia 

su;~, u liar tlcc~'elo ~i~r~~larnr~~lailo en1 rllre se men- 

.'+ 

cion:lsse algnln;~ tins seglri~rtes 'il~vcns cnnsas cle denriss2o: 

,I .;' inl'~,ac~io n~i~il~f~~l:~ el:\ le~ cni scns actos e clccis6es ; 

"Ia rlesc~l~(!il~t:nc~ii~ nli 6111~1 rle ;rc;ilamcnto as or,tlrns tlos 

sells s~~pcl.iol-es; 3.91regligcncia on UIII~~S~~) de rlne result:i.i:c 

licrii:~~ :lo r~~lcrcsse l)~il~lico IJII aos strr.i~os rille Il~es 

rslivesseu~ cc11111ncllit111s; 4." proce~li~ner~to irregular que 

us irnpossibilitasse de cxcr,celt clccnrosamente as suas funccfics. 

ISsl:~s guranli:~~ ni~itla nTin ~eriam sufficienles, visto ijne 

sc ll~'eslu~,i;iln n it~l.~!rl~l'ela~loes Int~Ludinn~.ias; m;ls ioeilio- 

1.i11.iilllt so~\siveln\c~~le 

r\ siL~ia$;io tl'csses luucciuoarios, qlle, 

~NIIIO) n prrncu, e11111jnis1nri;lm 111;li11i~ Iroml~ridadc c lrlna 

sila;~r:drl ine11-;11 desal'ognila. 

-L 04. Tantagens ~le~t~~lial.ii~s. - Tiles sXo on tlcvem scr 

as garantras (10s fur~cc~ona~,ios dc jusli~a. Qeanlo as sllas 

vantagens l~ecun~al.ias, as rlossns leis cstabclccc~n divrrsas 

prov~tlencias, qne v;,nlos synUrel~zar. 

As ~-emu~rer~c;Ge.s clos futlccionarios jndiciaes cl~vitlcm-so 

em dnas ratcgol-i;ls : ovlb711ndos c r~ttolz~~t~ii~~~~os 

on s~rlrr~ios. 

0s orh~~los sAo 11;lgos r~ds~lerrnos rlos t1ecrr:tos r ~ 1, . ~ 

dc 29 dc marCo de 1S!J0, de 30 de c1czen1bl.o do mcsrno 

anno e n.O 4, de 15 ile ~lezembro de .18!Jir, e du rcglmenlo 

citailo, arlt. ,129, 158. '150, 16% iIiC a 4Iili e 168 (est.), 

~depois de derluzido, 1130 sci o impnhto dr, re~~dimenlo nos 

termos das leis cle 46 de junllo de 1880, arlt. I a 3 e li, 

e clc "L ~de feverciro dc ISi)?, art. 11 (vej.), mas niod:r 

ci~~co por cc~~ttr para a caisa cle nposeolay,Ges 110s I.ermos 

1111 clecrelo n.O 1, de l7 dc jull~o clc ISSG, nrl. 14 (YCJ.). 

0s omc~lnn~enlc~s silo as clunolins qno os jurzes e n~agistrados 

(lo rniaislel.lo publico recelrern ili~.r:cl;~me~~l.e clas 

11arl.e~ oelos servi~os jlltl~cines qne llles prcstarn; e os sa- 

I~rios S ~ O :IS clunntias recehidas pelos crnprcgatlos snbalternos. 

11ns e onlros, hern r:onio as di\r:rsas rlnaritias pagas 

so erl.atlo pclas, pnrtes, deoomin:im-so cicsrus, ilno, 

nam sentillo generico, abr.nngem a~nda a rrrdenl1lisrrp-7o A 

parlc veocccluri~ (art. 41(j clu cod. tle p~oc. c~v.) c a 111.0curxitlor$a 

(art. 7s da labella dos cnioloo~cutos. e sal:rrio's 

jntliriaes). 

0 pagamrnln clas e~lslas pela parle B lnuito anligo nn 

nnssa Icjiisl;lr3n. J6 sem rlas Oi~l., rmlo se ~6 ria.; I'lr~l., 

liv. 111, Ills. Rh, 96 e 97, enc,olitra-$e en) ~IYPI~SOS. diplo- 

Illas do pcrroJo I~l~eral. Todavia, os li~t;i(:tos n.O 54, dc iG 

cle nulo de arrlt. 239, 257 a %{I, 2(i7 e 268, c de

3'18 A ORGANI%~\I:,~O IIJIlICIAI(IA EBI GBRAL 

tlcrin, pois, q[~a~rrlo o rstndo, ein vez de ~nleressadii sb em 

~inrte 113s CIIS~;IS, o Tosse IIU sell toilo e alii vissc nma foiite 

iic ~,cceili~ ailLila suscel~ti~~l ilc yualcli~er augmenln? Torlayi;~. 

1150 sor~ilo licito a~,gumenlar colrl abnsos e se~lilo semprc 

~~rcl'c~.ivel i, abuso collecliro al?s abusos parlicolares, 

p;~~,et-c-uos q11e o geusnmento do ~lrcrelo dc ,1890, em rez 

~le ser, ~.calriugidu c,umo u I'OI em 4892, ,1895 e 1806, devcria 

scr accclrluado, alarZga~iclo-se al& i~os salarios, estabc:lecen~l~~.se 

o~~ilcnad~is fixos para lodos os funccionarios 

de jnsli~a e clanclo-lhcs porveulu~~a, sh lransitoriamente, 

llrlia liercentagem clos ernolun-~elr~us e salarios, a fill1 de 

l.egnlar mcllror a propori;'io (lo l~~aliallio coln os proventos 

Nm se rcceie a tibicza e ;I Cllla tle estimulo no ileseml~enl~o 

d'css;ts r~~uc~iies: a Ici teria weio de corrigir todos 0s 

tlcsc.~~~dvs, o, sob~,et~~ilo, I I : ~ sc pralicariam mais aclos jur1ici;ics 

tlesuecessarios. 

1 0 5 . Ing~csso nos msgisllsilos ; rrfot;~~l:rs ~~cecssarirs. 

Coma ilissi'mns, o pro~imento (10s j~iizes fa-se, act~lalnicnle, 

por rivlnea~3o tlo [)oiler governament,al. Veja~nos 

agora qnaes sSo e tleveln scr os cnndiclatos legaes magis- 

~I.:IIII~;~. o purlto tS gra\e a rrleLiytl~~oso, porqnc sc lrncla de 

tlt:tu~.r~~i~~,~r: !." os criterios ctlrr~ clue derc sc~ aprcciada a 

aptiil%o iril.ellcctr~al clc qncm solicit.;^ ;I I~onsa de adn~inls- 

I,I,;II, j~~.~lii;;l; 2.O as Iwovas que il'essa ;rl~tiil2n ilcvcm exi.- 

~II,-sI:; 3.9 meio dc ~,cgrllar a o;il.r,eil-a dos magistrados 

1~jr ~O~.III;I rille os ~ OSIOS nlais elevatlos, i rnedida clnc vag;trem, 

s(lj;~m al.trih~~idos exclusiva~r~e~~le aos mais d~guos. 

O (IIIC, ssc 6 cl~[licil em lbeoria, airrila o b 111;lis rla pratica. 

Il'unla s;lliiil CSCOIII;I (10s j~~izcs ~le~.iv;~ :I coi~stitui@o 

~\'IIIII;I c?;,:ollcnlc ~n:~gislrntora. i:rirrl esse prol)usito dclenclcnl-so 

e 111,alicanl-se clois syslcmi~s prrticipaes, aiada suscc1)livcis 

ilt: snbilivis5o : I ." esl.abelecrr urn hrocinio, clue, 

Sncililn~\tlo o Ingresso rlos I,;icl~:~reis furlnados c ~ d~reito l 

nus g1*;11ls inlerlul,cs da bieralcl~i;t j~~dicidria ou (la magls- 

- 

tratlira do ministerio poblico, lbes (18 as conrlic;6es neces- 

sarias para l~otlerern fazer nrna horrrosa e 11111 carreira ; 

2.O confcrir a pessoas dc ~(apacidade er~lioerite 08 eaibgos 

qne esijam mais inlelligenci?. o impotillaln ~naiorcs rcsponsabilirlades. 

Este syst,ema, lr~,efev~rel en1 tlreoria, n6o ili 

resulta~los l!ral~cua, jl porclue sso rxos os Ilonlerrs clae 

noulras occnpa~fies 1120 prorl:ls de aptiilao para o optimo 

selvlco da magislratnra, j,i pusclue, d'enlre esscs, s5o aincla 

ainda rnais ram os qne tern o a~iimo disposto, na edarle 

madurn, corn lial~~los de vitla l'c~rinatlos e com %ioculos de 

interesses 1nor:res e maleriaes ~ar'indisslrnos, a rcir~~uciar 

iqnelles e a estes para se coosagrarem an ollicio jadiciario. 

Nem cleve esrjnecer-se clue o Ilabiro de atirniorst~~ar 

j~~sti~a se adc1nil.e Ii;tsla~lle rnrll~or corn o tirocinin jurleriil 

que de oulro qn;llfll~rl. nroilu. Qoem si3 coi1sagr;l ilestle os 

seus melhores ;IIIIIOS :I t1ste niin~slerio, demonslsando lirna 

vocac;Zo sirri.e~m e ron~l:illle, for,uece unid prova eloquenle 

cle que poksue os retlaisrlos 1rlor:les lnals iniportantes para 

occqar logares superiores na ai1minislrac;lao judicial, c 

p6dc sen1 f,lclr&a ~llzan(;ar a sel.en~ilatli: do itnirno, ;I irnparcial~dacle 

[lo alfccto, a tt~:rnquillidade jlorrtle~,:~tla ilo r;~ciocinio 

e o es~r1111~11o ilo desi~it.eresse, ilue co~rsl~lnem as me- 

Illores qu:~l~tl;rtles tl'um juiz e ci~ja falt;~ ol(nsca air~tla o 

I~I;IX~IIIO esplendor do engcnllo. N6s i11clin:lnlo-nos p:lrn o 

systerna d'om hem discil)liuatlo tirocinio. 

11s nossas leis rem seguido csse sysli:ma, ligei~,amerlte 

temperado pelo oulro. Mas rlenl polb isso applin~cli~nos (lo 

ilualquer fbr.~na 0 modo de ~ngresso e 111.ri1no~~o Ila magistratnra 

pol lnpl~cza carece tlc ~)rof[~~ld:is e ~.aclicaes altcri~~bcs. 

Cour eflcito, us tlelegados (lo procurador regio colj- 

Stituem, il~sde 0 decl~elo 11.' 2, rle I6 ide rnaio de ,1832, 

os candl(1;ltos quasi c~clnsivos ilos logares tie jt~izcs {le 

dircito de pri~neirci ~ostn~lcii~. I\ rel'or~na [It! ,1837, 1." parto, 

art. .I&, 3 '2.'. la ~nais longe: ailmiilia i.: runcqGeuer; rle jrllgar 

os simple:: snb-dclrgarlns que, ser~tlo I~acl~areis fi)r,n~ados 

em direilo, livcssca~ driis aiirlos tle seryrco. Pelizmcnlo

Ora, />:Ira coallrlnar as exigerlcias thcoricas coin as da 

nuss;~ desgr.a~;ad:~ silt~n~.Xo fiuauceira, corupria C;lzcr o segrlil~le 

: 

1 .' r~cclrrzir8 a Ilorrccr milis d'clrn tclyo o ntuncro aclunl das 

GOHI~II,C;IS tlo colrli~ieule e ilhas, ;~g~,l~pa~rdo, pnJ,a isso, LII- 

Yerso; i~ri~~~cllr!i~ coirrilrn~cl~cnlc ~II;\ irca, dcosicladc de 

~~l,prtla~,So, ;~Mililtli~iles, rlc., e ald~.g~~~do a iiI~;l~la dos 1,esljeclivos 

jrrizcs, tlllcr 110 conlinente, i]l$r no uft~~amas, c tallto 

ern mnlor,in c:ivel co~oct en1 n~i~le~~i;~ &QFI*W ;l IOO~O(10 rkis, 

sem ~Iizlirl~~~Zo tfc Ileus luovcis on iml~lo~cis (em[)ora re- 

~IIIZIII(~I~ n~~rilo a ;11$;1ili1 cri~nit~al) : 

2." cr c:~r wn eatla r:uneellro (depojs ile (Iovidar~~cole reinotl~:l:~il:~, 

sill) n portto d~? ~isla a~lrninislralivo, a ncssa dl- 

VIS~O lt1~~r,~1or~i:~l~ III~I II,~LIIIII;II ~tire~.iur, presicli,l~~ \)or 11111 

juia Irl.l.lr;l~lo, ;r~slslithi cl'lun agcnte 111) rn~~~isici~in p~llrlico 

(srrl)-di~Ic~g;~~l~, i:~tnl~c~~~ lelll.;~~lo, c cvm~)letatlo por llm es- 

('ri\51) trc 11i1,l'il.o C Irlil olliciill tie tliligeni:ias, senrlo jaiz 

CIJI~YL'~~~~:II~U~IICIIIL~ ~~lllllil~l';ldo e tl;lot/o sc-[/]c cillnpctcr)cia 

11~11.3 , ~ I I I ~ I:Is I ~ (::IIIS;I.S CI~~;S 11e v;ilor irifeljc~l* 

rkis, corn ,lJ!.:llI;r ;rIB :i ijr1,111lia clc "?r)SOIJO reis, 1,~m como 

3s C:IIIJ;IS GI'~IIIOS (11: jie(j11~11;1 IIIIJIU~.~~IIC~~, 

e ~~u~lenilu ain~la 

j~e~'tciri:~!r'-ll~c n I~C~I~C~;III~I:II~O tlc provicle~~ci;~~ 111.ge11les ern 

II~;I~CI.~;I cor~~~r~ori:ii+I ; ' T 

;i ,i()(),,yj()o 

;I." ;\llOlll. ;I leIll;ltl~il pl'evin (lc cc)l\ci1inr3o p sll[,prirrlir 

os jnlzes rlu pas e os I)OI)II~:II~CS. 

1'0~111 islo, 0 ~y~lll?llln rtc irlgl~ehso II;~ ~rrugisl~~l~~~~ 

jntlicial 

8i:r.iil o scgi~i~llt: : 

:I) I'~I';I jlli%l!s illrt~rinres sc>j-j;rrrr ~lomeailos 0s bacl,ayels 

fO~lll:lt\~l~ ~111 Cll~el1.0 elJIn rrlenos tie 2U annos i\e eilnde, 

(111~Itissem ~/)~n~ov;ltlos CIII COIICIII..~~ 11ml llriivns lil~l)Iicas, 

CSc:l'llll,lS L) Ol-,tes, [wl'allle a l'es[lccliva relafjo, pl,cfel,il),]o-se: 

I.' 0s t]lle ll\'(:di;CrYl IIIC~[~III, cI,~ssrficni;Zo no collcl~l.so; "1.0 0s 

I ~ I CIII I ~ egi~:~ltl;i~lo 

~ 

(11: I~s~I~~I;~I:~~~, 

I~V~?S~CIII ~r~~:lf~ores 111fi)rrm;fches 

tlc ror,t~~:~ll~r.;r 1 3 " i1.i tp, cor/i>r.is pnr.rDr~.i', lives- 

Scln lIlk!i1ils tvlnllc. fi, Cilrrl elr~:il,o, ji~slrr llrle a cal,reir;l (13 

l~~~igis~r~~llll~~~ 

11fii1 SI>,~;I ;111t\rl;1 :\ (JII~II~ lr31ldt) jf' ~ ~ ~ o ~ l ~ r ~ [ ~ o 

CUNDIC~ES DE INGRESS0 E PRO~IOC~ES 

353 

-p 

ontrns colloca~6es, vem, deserlgar~ado dos seus recursos 

iolellectrlaes oil da sua estrella, proctu'ar urn refugio e urn 

fim-de-vida na ~ndicalura. 

b) Para juizes 11c di~if,o de [JI-imeira instancia seriam 

nomeados os j~~izes i~rferiores, gue tivessem, pelo menos. 

cinco alirlos do effeetivo servi~o, ou qlle tivesscm, pel0 

mel~os, dois, se anteriormcrlte lro~lvcssern sido delegados, 

arlvogados ou coiservadores durante o cspaco dc tempo 

necessario .para completar o rluinquennio, co~~taodo-se, 

porbm, para esse effcito, cad3 dois annos de conservador 

como um de juiz, delegarlo on advog:ido, e yle, em qoalqner 

caso, ohtivessern approvac;So a'rlm r~ovo concurso, por 

provas p~blicas, escriptas e oraes, peral~te a respcctiva 

rela@o, preferin(1o-sc : 1 .O 0s rnel11oi.e~ classificados no 

c,onnlrso ; "2." os gue, em egtlaldade de circumstancias, 

tivessem mais annos de servi~o ; 3.Qs que, coeteris pcrribus, 

tiresscm rnaior nilmero do annos corno juizes inferiores. 

c) Para jnizes dc c,lasse ou i[lslailcia sr~perior e do 

supremo tribunal seria a escolha feita por promo@a, combillando 

o critbrio da antig~lidade com o (lo mbrito, 

como logo diremos. 

dj A carreira judicial ullramarina scria independel~te 

da do continente, salvo casos espgciaes atteudiveis, 

D'esta fbrma ficaria assegurado o tirocinin jadicial, mesmo 

para os qlie l~orivessem j;i sido delegados, advogados ou 

conservadores. Todos passariam pelo primeiro grau da 

judicatrrra, ao mer~os durante dois anoos, isto 8, durante 

o espaco de tempo que deve suppbr-se strictamente indispensavel 

para adquirir as qualidades c disposi~Kes a que 

acima fizernos rerereucia. 0s conservadores niio gosariam 

de tantas Sanl,agens como os delegados (: advogados, jh 

posque, no exercicio do sen cargo, 1130 adqrlirem tiio 

faeilmente o indispensavel conl~ecirnento da pritica judicial, 

ja, sohretudo, porque os delegados terinm, cnmo dirernos, 

o noviciaclo de, pelo mcnos, um anno conlo sub-delegados, 

e os advogados, u'uma bba organisa@o rl'esla classe, 

&Y

deveriam ser sujeitos a egnal tempo de prtitica l-ireparalbria 

ao passo clue, 11as coudi~fies actuaes, qrle nlo carecem de 

reforma tln nrgente, os bachareis fi~rmados podem desde 

logo fazer concurso para conservadores e ser despachados. 

(Coof. a prol)osla de lei cle 9 de jnllro de 1887, art. 38, e 

o project0 da commiss8o, de 10 de marco de 2888, e 

respeclivos r.elalorios, oo Dlnrzo drrs sessdes dn conzarn nos 

depulndos de 1889, p. 1413 e segg. ; e os rlecretos de 18 

de novemhro de 180, art. 23, e de 5 (le agoslo de 1881). 

106. P~.otno~firs dos juizes. - Depois do inglesso na 

magislratr~ra os jlrizps sso, conformemente ti legisla~5o 

vigcnte, p~+ornovidos is classes c grius superiores. Tlieoricamellle, 

o li~lico critcrio acccilavcl em materia de promo~fjes 

6 o do ~ndrilo. Todavia a diffic~ildaile dos meios a empregar 

para recoohecer o merito comparative dos ~nagistrados e 

o I~luvnvel deskjo de 1120 fazer surgir suspcilas de parcia- 

lidaile, leetn I'eito aeolber o pensamellto de qrle a alztigzlidflde 

do serviqo e um elemellto de prova do merito, rislo assignalar 

o grali dc cxpericncia adquiri(1o na administra~lo da jnsti~a. 

Quer dizer : snppi3e-se que a antig~iidade contkm, mais ou 

menos sntficientemente, a pres?tn~luclio do n161.ito. Adoptal-a, 

portirn, como unico cril6rio parat' as promoc;Ges 6 um erro 

gravissimo, pois rlue entlo todo o estirnalo falta, e os 

cuidarlos iritellige~~tes dos novos rnagistrados affro~l~am e 

anniqililam-se, na rlesoladora certksa de que o ternpo 

determioar3 a carreira de cada qual, iudependentemente 

(lo valor moral e dos esfor~os do eogenho. 

Bern proceileu, pois, o auctor da lei de 21 de jnlho de 

1855, qne, altera~ldo o disposto no decreto n.Y"LSe 16 

de mnio de 1832, art. 15, a ref. dc 1837, I." parte, art. 

48, c a 1101. ref. jud., artt. 'LO, 11." 9, 36 e 88, 5 2." onde 

se admittia SO o pri~icipio da auliguidade, - diviclin as 

comarcas em tres classes e determinoil line, de classe para 

classe, como da primeira para a seguoda instaacia, se 

effectoassem as promo~6es attelldendo d autig~ridade dos 

joizes e ao seu mbrito na magistratura. Assim, por exemplo, 

ragando urn lugar de juiz de direito de I." classe, o 

supremo tribunal, depois de recolher as int'ormac;Ges e 

documeolos uecessarios, organisava, em sesslo plena, 

uma lista dos tres joizes mais distinctus tl'entre us nove 

mais aritigos da 2.a classe, e remettia-a ao governo, 

que, em face dos documeotos, escolllia o rnais idbneo 

(rej. os artt. '1 e 5, e conf. o decreto de 26 cle maio de 

IHG2)). 

Esle sysllrema, - que tillha so o dereilo de nlo abranger 

as l?romoqGes para o supremo Lribunal de justi~a, que 

cootin~raram a ser feitas por simples anliguidade, - foi 

ligeiramenle alterado pelo decreto de 20 de jult~o de 1886, 

art. 32 e 33. Procurava-se al~i obviar a urn i~~conveuienle 

clue se nottira cluranle a vigencia 113 lei de 1883, que, 

tlanclo so gurerno plcno arbitrio nn escolhn das relaqfies 

etn que baviam de ser collocados os magislrados promo- 

vidos ti 2." instancia, occasionava pediclos e favorilismos 

e levava os juizes do contineate, que 1150 cousegoia~n deixar 

de ser promovidos para a re1ac;Zo dus AFores, a allegar 

raz6es e a inventar pretextos para 1140 irem lomar posse, 

e para, cdrn prejuizo do servi~o judicial, espe1,arem vaga 

na rela~Zo de Lisboa ou na do Porto. Uelernrinou-se, 

porisso, que a promo~2o {la 1." para a 2." illstancia fosse 

feita para os A~ures segundu as regras (la lei de 1855 e 

qne o juiz, qual~do n2o tumasse pessualrnelite posse, fosse 

collocado 110 quadro cla magistratura judicial sem exercicio 

e conz ou sevc rencimclzlo segzazdo fussern 011 ncio jlrslos os 

ntoticos qlre o inlpedissenl, deveudo, porem, em qualquer 

caso, ser l~omeado para a primeira vaga que occorresse 

n'uma das rela~bes de Lisboa ou Porto, depois de transferidos 

para esses tribu~laes todos os juizes que formassem 

a relaGI0 dos Aqores ao tempo em que elle fosse collocado 

no quadro e que pedissem a sua traasferencia. Ora, n'estes 

termos, a passagem da rela~2o insular para as continerrtaes

constituia iima verclatleira promocso, que, todavia; era 

st1 ictamerrl,e feita pol 01-dcni de nnligzridntle (art. 32). 

Mas esla levissima modifica~iio aos priacipios adoptados 

em 1888, alids reclarnada pclas circumslancias especiaes 

(la 1.claqBo de I'onta Delgada, n%o iml~etliu [joe o auclor 

(lo tlccrcto de 188G, sr. VI~IGA UEIIIAO, acceitasse, em 

l~arto, o critbrio da distinc$io dombinado com a anliguiilade 

no arl. 33 do seu project0 cle lei modiilcado pela cornmiss50 

da canraril dos deputados. 

l'or0m o aiictor do ilecrclo 11.O 3 de 29 de marqo de 

1890, e~ilenderlclo que a a 1~roino~3.o a"lter11nda por antigui- 

dade e disliric~$~o, alias conforme theoricamente com os 

I)ous prilrcipicls, pode ter graves incouvenieotes na sua 

exec11~5o [relo m~dto que ha de arl~itrario na aprecia~ao 

do nr81,ito relali~o, allerltn a it~,possibilidnds dc stlbn~eltcl-a 

a reg1~1s ~l~ile~~~~~it~ailas 

e pr~fixns D, eslabeleceu, no art. 12, 

que as l~rnmai$es sd pol- a?lliga.idride poderiam effectuar-se, 

o YIIC vciu co~~trariar* f~~ndamentalmente a legisla~io anterior, 

apezar de no relalorio se drzer que o'ella iiGo se 

fizera a menor alterapzo I 

11lk1n cl'isso o mcsmo decrelo, a l~retexto de eritar os 

novos abusos quo 3 soinbra do de 4886 se estavam praticuudo 

na prorno~Bo dos juizes S$."iastancia, limitoa-se, 

no art. 12, $ 3.", a revogar as disposi~fies dos arlt. 32 e 

33 cl'estc tlecreto, rcslabelece~~do a Icgisla~3.o antenor, 

ali%s snsceptivel de bem maiores abusos, quando bastaria 

declarar, le~minantcme~rte, que o ju~z promovido para os 

A~ores, clue r~lo q~rizcsse ou nRo podcssc ir tomar posse 

ilo sell cargo, conlinuaria oa I.a iustarrcia ate poder ou 

quel8er ir, seln direilu a rl~lalquer nb\n promo~Jo emquauto' 

li ndo tivesse I(~ucciouaclo. 

Estd, pois, restallelecitlo o crilesio exclr~sivo tle aotigiiidatle 

nas p~ornol;Ges 110s j~rizes rlo conliuellte e illlas. Elle 

vigor3 taml)c?ni p;lra a colloca@i~ nas relncfies rle Lislroa, 

l'orto e I'ur~la Uelgatls dos jrrizes dss rela~fies do ullrarnar 

quc tenbain, pelu menus, cluinze an~los de servi~o elfeclivo 

como magistrados de I." e 2." instancia (decretos de 5 de . 

dezembro de 183G. ar,t. 25, c de 30 de dezembro de 185%, 

art. I3.O; regimentos de 4 de dezembro de 18!)h, artt. 132 

e 133 '. 

Nlo vigora, pordm, por si sD, mas em combina~fo corn 

o mhito, para a l~rornoqgo (10s juizes de I." irrslancia do 

ultramar a juizes das rela~bes cle Nova Gba, Loauda e 

Mo~ambique, como se vA dos dec. de 18 de novembro de 

1869, arlt. 36 e 38, e n." 10 de 10 de janeiro de 1895, 

art. 3, n.OS 2 e 3, e do regimento de 20 de fcvereiro de 

189i, art. i1 (~ej.). 

A anliguidade dos magistrados judiciaes de qtialqucr 

classe ou catbegoria determina-sc por ineio de listas 

pub1it:adas anliualmente no Dinrro do Gorertzo de 1 de 

oulubro. 11s repras para a organisaq2o tl'essas listas, o 

process0 para reclamar coatra ellas e as formalitlades 

complelnentares encontram-se no decreto de 24 tle rnaio 

de ,189k (est.). 

106. Ingress0 e pro~alo~ties do mi~iislcrio pirl~lico. - 0 

ingrnso e pronlocdes nos logares do ministerio plihlico nBo 

est5o couvenienle nem completamerrle reglrlados. Vejamos 

as disposi@es das leis vigentes, qrle por si mesmas ind~carn 

as reformas de ql~e mais nrgent,eniente carecem. 

Qnanto ao cool.i~~eotr: e illras : 

- 0 procz~t.ador g ~ ~ do o l cnrrjn R f~~,zc~zdo A livrcmente 

nomeatlo pelo governo d'enlre as pessoss qrle teoham 

servido logares de lellras (dec. u." 24 de 16 de maio do 

1 Outro expedlente poderia towar-se, e esse seria mgis accsitavel : 

siipprrlnlr a relap80 (10s A~ores, colr~o, allis, se teln ]a pol d~versas 

vezes lrtrtailo Uitilnamente forani presrt~tes ao pacla~~~c~~to propcstas 

ile lei iIcstina(1as a regular a passagem dos juizes do ult~am~r pala o 

continente, e irnpl~cilaniente o o~ovio~ento do pessoal da relnsjn (10s 

Acores.

,1832, art. 15). Teem exercido estc cargo leules de direito, 

juizes de 2." instancia, autigos agelites do rninistirio 

publico, simples advogados, etc. 

- 0s oj~cdn?zles itko p~ocz~~.ador g~ral da corda e fazerlda 

nio carecem, pela lei, de liabilitac;8es algumas, embora, de 

facto, se teulra sempre exigitlo, pelo menos, a formatura 

em tlireito. 

- 0s procuradores rLigios das rela~Ioes de Lisboa c Porto 

derem sol nome;~dos d'oatre os jnizes de direito de I." 

classe, e o da relacso dos A~ores d'entre os de 2." ou 3.a 

(decreto de 2 de tlezcmbro de 1801, art. 23). 

- 0s ~~jlctlanles dos procrlradores vdgios ile~em ser tiratlos 

dos juizes de direito de 2." c 3.& classe (tit. dec., 

arl. 23). 

- 0s del(~gndos ifo pplSocurn~lor pl.@io devem ser riomeados, 

para as comarcas de 3." classe, d'eutre os bachareis forma[los 

em direilo, que, tenclo, pelo menos, seis mezes de 

eflectivo scrvi~o corno sub-delegadns, obtiverem, em concurso 

de provas publicas e oraes perante a procuradoria 

regia da relac;lo resl~ecliva, a classifica~Io do nnalo bons 

oo bons; deveodo o govern0 escolher os mais id0ileos, 

atlcntlcntlo a elassifica~%o qne nbtiveram, ao seu procedime~lti), 

a qnaliili~~le do servi~o pi~blico yue l~aja~n prestailo, 

as iurnrma~0es acadimicas e a clnaesqaer habilita~loes que 

teuharn alem das r~ecessarias para a admiss50 ao concurso. 

0s delegados ile 3.a cclsse sera0 lrromovidos 2 4.' por 

n~lltgz~zt-lntl~, e os de '2." sera0 prornovidos a 1." classe por 

nratiglridadd ou dislitzc(:rio (dec. de 23 ile dezembro de 2895, 

artt. I, 4 n." 6, 5, ,14,, 48, ICJ e 20) '. Consideram-se 

tambern habilitaclos para serem norneados delcgados de 

3.Qclasse os bachareis formados em clireilo, que tentlam 

1 Estas provi~lellcias do dccreto de dB'J7 nio lecm sido eumpridas 

sob pretexto tie quc /irlrn o vesprctltio ~.egtclnnte)lto A classifica$Bo das 

coinarcas airida nlro tern ~~~lporlanc~a para corn a ~nagistratura do 

n~ilristtrio pdblico. 

sido approvados em concurso peraote o min~sterio da justi~a, 

nos termos do decreto de 1 de outubro i869 (tlec. 

1895, art. 41). 

- 0s delegndos sz~bsfitv~~s, deslinados a li~nccionar 

quando os effectivos se acharem auserites ila cornarea por 

impediment0 legal, s5o nomeados d'entre os cantliilalos i 

magistralura do ministeno puhlico, que, esta~ltlo approvados 

em concurso, se declararam promptos a desernpenhar 

esse servieo, yuc, do resto, sera contado para todos ns 

effeitos e tornado em considerarfio como pr~ferencia pwa a 

noneupio de)in/livcd em qrlalquer vaga qne venha a dar-se 

(cit. dec. de 1897, art. 25) 1. 

- 0s sub-dtlegrrdos, qucr funccionem uas comarcas sob 

a d1recc5o dos delegados, quer representem o ministerio 

publico nos julgados mnnicipaes, sTo nomendos d'entre 

bachareis formados em direito, ou, na sua falla, d'entre 

pessoas idoneas (decc. de 20 de jnlho de 1886. artt. 10 e 

30, e de 2 de dezembro de 1891, art. 211, 5 1.9; mas si, 

os sub-delegados que tellham seis mtses de servi~o depois 

cla formatura em direito poder50, de futuro, concorrer aos 

logares de delegados (cit. dec. cle 1897, art. 4, 5 1."). 

- Emfim os curado~es gwaes dos orplzdos de Lisbna c 

Porlo S ~ O providos em individuos approvarlos, peraute o 

ministerin da justica, em concurso documental, a rple sio 

ndrnitlidos os delegailos corn mais de dois annos de servi~o 

e os hacliareis formados clue tenham servido algum logar 

da maglstratura jud~cial ou que tenbam, pelo rnenos, dois 

annos tle exercicio de advocacia e approva~so em concurso 

para delegados (dec. de 1 de outubro de 1869. artt. 41 

e 44). 

Quanto ao ultramar: 

- 0s procuradores cia coda e fnzenda s3o nomeados 

1 Esta nova mngi~frnt~iun dos drlcgndos strhsiilz~tos nxo pnrecc deslinada 

a lan~ar fundas raizes Airlda lissta pate se espern, parventern, 

pelo r~gulnmenlo do decreto de 1897.

t1'entt.e os juizes de dirrilo do ylradro do ultramar (regimeuto 

de 20 de fevereilo de 189h, art. 17). 

- 0 ajrtdn~lte do ~pr~ocu~arlor da co~da e faz~ndn junto 

rla relaqfio do Gha i? nomea~l,~ cl'entr~ os delegados do 

pror~~ri~'lor da eorba e fnzetida, ou d'enlre os I~~ibil~taclos 

para estes logares (cif. regimeuto, art. 18). 

- 0s dclcgcrclos dn corria e fnze?~rln s%o r~omeados 

d'cntrc os l~achareis formnclos em direito, que tenham 

approva~fio em coucurso para delegados do p~ocurador 

rbgio no cotilineritc e ilhas (cit. regimento, art. 20; conf. 

art. 104). 

0s delrgntlos subslttulos, destiuados a funccionar nas 

faltas ou impedimeutos dos effectivos, slo nomeados d'entre 

passoas itlbneas pelo governador [la proviocia, sohre proposta 

do procorador (la carha e fazetlda oa provincia siide 

(la rela~80, e rlos sells dclcgados nas comarcds clas 

nntras provit~cias jregim., art. 31, e dec. de 30 de maio 


- Crnfim os aib.delegndus junto dos jaizes municipaes 

s50 nomeados, d'entre pessoas qoe saibam 1Br e escrever, 

pela mesma forma qne os delegados substilutos (cit. re@ 

meoto, art. Ijh, e dec. do 30 de mnio rte 189$), except0 

na \~roviacia de Cabo Verde, Fm que a i~ornea~ao P feita 

cotno no ~-ontinent~, (cit, regimeuto, art. 5, 5 an.). 

Como se 16, o mi~~islerin pul-~lico, apezar de organisado 

Irier;~rrlriranrellle, nlc~ c.onstit~le urr~a carreira. A promo~Zo 

sci existe, no onti tine rile e ilbas, [la classe do delegados 

para a e d'esta para a 2."; e a dependerrcia apeoas se 

encontra dos logares de delegdclos relativameute aas de 

srrb-rlelegadns e, em parte, (10s de ajudante do procurador 

da corba junto ?a relac30 de GBd para os delegados do 

ultramar, e dos de curadores dos orpb5os de Lisboa e 

Porto para os de rlelegados do contineote. Qnanto a rimrli~6es 

de I~~gressn, sb ha, para esses c~rratlores, conwirso 

rnerameote docilmental, e, para os delegados, concursos 

[lor provas publicas escripk~s e oraes. 

Estes lillimos ainda hoje nlo estBo devitlameote regulados, 

apczar Or, sensivel progress0 quc o decreto de 23 de 

dezemlrro de 1807 accnsa sobre 0s. nnteriores. 

0 pritneiro tliplorna que exigiu c,o~~cursos foi o dec. de 

20 de selemblv de 1859. qtie sb admittia os bacharcis 

fi~rmados em direito corn bons b?forsncrca~s cla U~iiversidade 

e corn dois annos, pelo rnenos, de pril.ica do fbro. Mas 

esses concursos eram meramelltc r-loc?imrntues, e o dec. 

de 6 de alwil de 1865, ma~~te~~rlo as demais prescripc6es, 

detcrminou qne cll~,s se fizessem por provas escripfns no 

minislkrio da jusli~a. 0 dec. rle 1 de oatubrn de 1860, 

que vigorou ate ha pouco, inlrotluziu n'esse regimen dnas 

alleraqaes nocivas: dispenson as boas ioforma@~es acacl6mlcas 

e a pratica do fbro. Esla dltima foi ligeiramentc 

sanarla pelo dec. de 29 dc jnllio de 1886, clue no art. 14 

exigiu seis mbses de exercicio como sub-delegado, exigencia 

que, alias, ten1 sido sophismada. 

Remediari todos os inconvenienles o dec. em vigor? 

0 principal consistia na forma colno se renlisavarn os 

concursos: havia s6 uma prova escripta, inleiramente fallive], 

prestaila no minislBrio da justipa, sem condic,bes 

algumas de garantia para os qrle traballlavam e sabiarn. 

Em vez d'isso, o dcc. Or, 18!17 exige : a) que os concursos 

se effectuem 11as procuradorias rbgias pcrante urn jury 

composto cle cinco Topes -procorador rcgio oa seu 

ajudante, e juizes, leules do d~reito, magistrados do minislerio 

publico oo advogados (arlt. 1, 5 e 13; b) que 

cooslern de duas espkcies de pruvas -- tbeorica ou oral e 

pratica ou escripla, sendo a primeira constituida pela 

exposic,50 e ailalyse de urn ou mais artigos do c. civ., 

comm., crim., de proc. civ., de legisla~io fiscal, ou da 

tabella judicial, dora~ltc urn espaco de tcmpo ni o exccclenla 

a 20 minutos, e pela resposta a um inlerr-ogatorio sohre 

as attribuie5es dos delegadas e sobre o motlo de as rlcsempenhar, 

feito por um dos vogaes do jnl-y, clurante, pelo 

menos, '15 minutos, e co~~sisli~~do a seguuda na rcsposta 

46

escriptn a nm pontn snhrf! pr., civ.. comm., rrim. nu 

fiscal, on sol~re couta, con1 ernprego dos respeclivos termos 

e fbrmulas legaes (artt. 8, 1 1 e 14) ; c.) que para o est~ido 

do a~tigo ou arligos a exp8r e analysar na plsova oral, 

como para a redac~5o da prova escripla, tenham os canditlalos 

tres I~oras depois de tirarem porlto (artt. 9 a 12) ; 

d) e qtle a classifica~50 de cacla um d'elles, baseada na 

aprec;iay9o das plotas, -em que se atteuderli mais a 

inlclligc~lcia com qne o concorrelile rleseuvnlreu as suas 

idcins e 20s cnnlierimnntns joridicns qne mnstrnn, rln qne 

ao simples raclo de acerlar corn a solu~Io mais segura das 

queslijes qne os mesmos pontos euvulverem, - seja feita 

depois de previa discnss50, termioada a qua1 se votari mas 

nnnra por escl.ulioio secreto. ficandu grailuados de rtt?rilo 

bons os quc satisfizerem distinctamente, de bo?,s os que 

satisfizerem completamenle, e de espsrndos os qne nfio 

chegarem a sntisfdzer completarneute, e preferilldo, em 

caso ile empate, a gradua~To que f6r mais elevada (artt. 

16 a 16). 

Alem d'isscr o decreto exige, como sabemos, qne os 

seis m6ses de ssrvico como snh-delegados spjam prestados 

clepois da formatura, mas nJo reqner boas informa~ijes de 

formalora na Universidade para a,admissBo ao concurso. 

Ora as provas, taes como s3o prestadas nIo bastam para 

convellcer de que os liarhareis, qrle na Universidade foram 

considerados apenas szc//lcietrles, eslejatn jB em melhores 

coudi~5es. Parece-nos curto o praso de 20 minutos para 

a exposir30 oral, e entendemos qne o merito relativo dos 

concorrentes rlHo godsrli bem apreciar-se pelo simples 

interrogatbrio cl'nm dos vogaes do jury ou aioda por 

quaesqner pergnntas on observa~Bes qne os oiltros queiram 

fazer uos terrnos do art. 2 1, 8 1 .O. Mas mesmo quaudo as 

provas, e sobretudo as oraes, sejam alargadas, a exigencia 

d'am anno de servi~o reabnente efvclivo como sub-delegado 

1120 seria iiunca excessiva, o a de dois ou trcs para os qoe 

n8o livessem boas informa~6es academicas conslituiria urn 

furte eslimulo para o estudo aqui, e permittiria a presurnp~30 

de que os descuidados ua sua carreira juridica lireram ja 

tempo para, cluerendo, sc rehabilitarem. Taes prov~dencias 

serialn preferiveis ks actuacs e aioda as dos decrctos de 

18i9 e 1865, rlue tinham o inconveoiente de fecbar a carrei 

do ministerio p~iblico e, ciada a nossa organisac;ao, a judicial, 

a todos os que n%o satislizessem completamel~te na Universidade, 

quizessem ou n50 resgatar o seu passaclo n'um 

futuro esfor~o pertioaz e louvavel. 

Uel~ois do iogresso na ca~reira do rninisl4rio publico 

como snh-deiegados e, medialite conc,nrso, como delegados 

ile .1.Qclsse, ns barhareis sol~em i "La r:lnsse i I.a por 

promo~iio qzte dct\criu senrpre ser deternlanrrda pelu a7zligeti- 

(rude coj~~bilmdn coln o metito. Em seguitla passam a juizes 

de direito iJe i."nstaoaa, o qne e um erro, como ji 

mostrhrnos. Essa 1I:issagern su dereria bzer-se nas caudicijes 

cx~losl:ls, por qaerer o tleleynclo mudar de carreira. Mas, 

em regra, elle segairia os graus superiores do ministerio 

piiblico, st! llle fossem farultadns. 

E o meio seria s~rnlrles : os delegailos mais anligos e 

~lisli~lctos das comarcas de 1.Qlasse do continente seriam 

promovidos a ajudantes das procuradorias regias de Lisboa 

e Porto, e da procurad01,ia geral da corba, equiparando-se 

para tal effeito, em vantagens e gr-adua~sn, esses funccionirios. 

0 mesmo succederia no district0 judicial de 

GBa. D'entre os das iliias, o mais id6neo seria promovido 

a procurador regio ila ralagio de Ponta Delgaila, visto 1150 

baver al~i ajudante; e similliantemeole se procederia nos 

dislriclos judiciaes de Loan~la e Mn~ambique. 0 ajuda~~te 

1 Sobre se os sub-delegaclos, n'urna jlisla orgnnisn~5u jurlicial, drv~rn 

ser colloca~los junto aos trrbunaes ~r~fer~ores por concurso ou independenteniente 

tl'elle, a urn ponto a dlscutir, Inas de pequcna irr~portancia. 

Crernos, porktn, que, rnelhoracias as condi$bes do esludo [lo dirc~to, o 

conr:urso r~jo serla preciso, sob~etudo para os que oltireaseor boas 

inforrna~des universilirias.

lo procu~.arlor (la c,orBa r, lazenda em GBa seria o natural 

substilotb e successor d'este; e os ajntlnol.es do continente 

seriam promovidos a procur;iclores regios de Lisboa e 

Porto, tenclo em alten~io o mdrito e a antiguidatle. Ernfim, 

tle totlos os p~.ocn~~adores regios e procuradores da corba 

e lazeutla scria lirarlo, por dislingio e aatiguidade, o 

procar,aclor geral da corcia e fazcnda. 

Sabernos clue, d'ssle modo, algnns dclegados nlao poderiam 

aspirar aos graus supremos (la srla carreira. Mas nio se 

esqueca que o n6mero tl'elles lerin dimiouido muito corn 

a reclucc2o do r~iirnero de comarcns, c qlie Ila outros logares 

(lo 1ni11ist8rio priblico jn~rto d~, re[)articbcs c t~ihuoaes 

esl)eci;ies, onde elles poderiam ser collocados. De resto,ti 

esta a consieIera~Ro de maior 11Eso, -- um rlelegado cle I." 

clnse deveria scr siifficic~itcrnet~tc rcmunerado para poder 

exel-cur esse cargo i1t8 :lo limite cle etladc, se sc estabelecesse, 

on at6 d aposenta$io on firn cla vicla, sen) clue outras 

ambi~fies Ihe to~~lurassern os 6llimos dias e emlrara$assem 

o bom exercizio [lo seu cargo. E, n'llrrra cilitlailosa refurma 

da nossa organisa~30 judicial, tudo isso poderia c,onseguirse 

rri~lrla COIII, gj,arzde Ilialbzz~ip30 dg dtspesa,. 

108. Ing~*esso e ~)ro~iio$iies dos e~aprr!lrdos de jusli~n. - 

Iiesla-nos dizer as co~ldipiies rle ingresso clo pesso;rl 

subalterno. 

Nos jaizrrs tle paz Ila ~snirir~s e nficicr~s (10 tliligevcias. 

Aquelles sBo norneados pelo goverr~o rnediante coneurso 

dociimc~llal :il)erto na presidenci;~ (la resp~cliva rela~ao, 

011 sem conrnrso quando o goverllo enle~lda qrre os candidates 

se acham I~;ibilitailos (decs. de 5 11e ol~t~il~ro tle 4882, 

art. 29% e ile 7 tle dezernbro ile 1871). Estes s80 r~omeados 

pelrr juiz cle tlireito (la comarca (dec. de 29 rle j~~llio de 

4886, art,. 22). Jlns nos joizcrs popolares (lo ultramar Ira 

s6 csct.isirc,s, Illle s3o l~om(?atlos pelo gnveruador da provi~lcia 

(regimento de 20 dc fevereiro de 1894, art. 60). 

JNGRESSO E PRO~I(@ES nos EMP. DE JT~STI~A 365 

- - ---- 

Nos juizos muaicipaes ha escriocies e oflcian dl? dilige~lcina. 

Aquelles siio ~~nrneados, oo continente pelo goveroo, 

preferindo os escriv2es dos j~~rzes ordinarios cxli~ictos, se 

se mostrarem idbneos, c, no ullramar, pelo goverrrador 

cla provincia sob proposta do presider~lk da relac20 (dt. 

dec. dc 188G, art. 21 e regimen, cit., art. 55 e g I."). 

E estes siio nomeados, no conli~~ente, pelo goverllo, mas 

preferindo sempre os olnciaes de cliligencias clos antigos 

julgados ordinarios, e, no ultramar, pelo prosidente da 

rela~io sobre prolrosla do juiz de direito (dcc. cit., art. 

22. § en. e rcgim. cit., art,. 55 e § 2."). 

Nos di~ersos tribuoaes infrrinres nza Iia 0utr.o~ empregados 

s~~halternos. Mos mnnicipaes sel,ve de contador o 

sub-delegado, e nos restantes o r,~cri\~?io, sob a fiscalisa~io 

(lo jriiz (dcc. cit., artt. 23 e 2Sj. 

As 11;1bilitaeiics exigitlas para lotlos i~q~elles I'linccionarios 

sio apenas: sabcr lkr, escrever e ro~~lar. 

Nos juizos de ,I." instancia ha colztndor~es-drsh.ibz~idores, 

~sc~icB~s e okciaes rle dilig~tzczns. Alem d'isso, ha em 

J,isboa, corno no Porto, urn disa,ibuUl'or do grral, rjue 

regula o servi~o nas diversas varas ciueis, sentlo alli os 

outros funccionarios so co~~tadorrs, e, ern certas colnarcas 

do ultramar, ha itzlerp~.eles, nomeados pelos gover~~adores 

respectivos. 

0s cnntailores-distribujclores, os escrivIes c air~da os 

tabellizes de ncrtas (oncle os ha, conlo, por ex., em Lisboa, 

I'orto e Coimlrra) sio nomeados pelo governo prececlendo 

concurso hito, qllanto ao collline~~te e ilhas, nos ternros do 

dec. de 7 de setembro cle 1882 (vej.), e, quaeto ao ultramar, 

nos terrnos dos decs. de 29 de outubro de 1891 e de 

2 de maio de ,12394 (vej.), exigindo-se a lodos, como ueica 

hahilita~Io litteraria, o exame de admiss$o aos lyceus ou 

de inslrnc~ao primaria. 

0s officiaes de cliligcn~ias sâo nomeaclns pelo prcsidcnte 

da rela$Io respectiva sobre proposta do jr~iz depireito, que, 

no ullramar, deve ser feita em lista triplice, devenclo sabcr

366 OHGANIZA~~O JUDICIARIA CIVIL 

Idr. cscl.ever e contar (nov, ref, jud., art, 97, c cit. regiment~ 

lie 18134, art. 36). 

Em catla uma das rela~bes do continente e illias ha: um 

gllardcr-wdr. secr.~lcirio, urn corzlatlol-, urn rtce~lor., escricdes 

(quatro em Lisboa e tro Pot.to e dois em Ponta Ilelgada), 

dois gust-ilas .vm~m~.es e dois oficines dt! diligeilcias; e nas 

de Lisboa e Porto ha mais, para o servi~o da secretarii: 

urn oficicll e ai~taizz~e~~ses (cinco em Lisboa e qnatro no 

I'orko). No nltramar ha: urn secreldrio, dois oj~rda,nlus, urn 

r,wedor co,zladot., urn oficzal de diliyencias e om seruelzle. 

No cotrtineutc e ill~as os gnartlas-mbrcs s3o nomeatlos 

pelo governn precede~~rln concurso docurnenla1 e propostas 

dos respcctivos presideutes, devendo os de Lisboa e Porlo 

ser b;~cllareis formados em direito, e nio se exigindo 

condic;Cics especiaes dt! Iral~ilita~lo para o de I'onta nelgada 

(tlcc. tle ti de noveml~ro de 1851, art. 8, e nov. ref. jud., 

art. 3;); os contadorej, re~edorcs c esc.riv%es s40 rlomearlos 

pelo governo prccedcodo concurso por provos liulrlicas 

nos te~,rnos do cit. decreto cle 7 do setembro de 1882, 

exiginclo-se-lhea shmeute o exame de insl1.ttc~40 primaria; 

os gna~,das menores sHo norne:tdos peln governo mediante 

collcilrso documer~tal aberto pelo respectlvo presldeute, 

exigindo-lhes apet~as ql~e saibaq Ikr, escrever e coutar e 

lwincipios cle grammatica porlng~~bsa (dec. de 3 de triarco 

de ,18,38, arlt. 1 a 3) ; os omciaes de secretaria e os amailuenses 

ile Lisbcla 6 Porto aIv uomeailos pela mesma 

forma, sem exigencia dc babilita~Ses lilterhrias, mas deveurlo 

comprovar os estztdos qiie liz.el.eli7 feito (dec. de 5 de 

novernbt.~ de 1851, art. 8) ; e, emfirn, os oficiaes de dlli: 

gencias s3o nomeaclos pelo govenlo, mediante concurso 

documeotal, deveudo saber Ier, escrever e coritar (nov. 

ref. jud., art. 35). 

No ultrarnar os secrelarios, ajudat~les de secretirios e 

revedores-contadores slo nomeados pelo governo precedenilo 

coilcurso por provas publicas feito nos termos do 

dec, de 2 de maio de 1894, devetldo tor, pelo menos, 

-- 

lNGRESSO E PROMOCGES nos EMP. DE JUST[@ 361 

exame de iostruc~50 primiria oo de admiss20 aos lyceus 

nacionaes ou aos seminarios-lgceus ultramarinos : os oficiaes 

de diligcncias sJo cle livre nomea~3o do rt?spectivo 

governador da provincia, o~ivido o prcsidente da relac30 

(cit. regim. de 1894, art. 21, § "2.") ; e os servenles s8n 

de l~vre nomear,%o do secretario. 

Em cada uma das procllrndorias rbgias de Lisboa e 

Porto ba um SPCT.P~~I.~O, urn 0ficz~11 e ~ ~ I I ~ W I I F ~ (tres S P S em 

Lisboa e dois no Perto), sendo todos nomeados por concurso 

docurnerital e soh proposta do respeclivo procurador 

rCgio, mas sem carencia cle Iiahilita~Bes cspcciaes, salvo 

qoanto aos secretir~os, qae deverso ser bacbar~eis rormaclos 

em direito (dec. de 5 de norembro de. 1851, artt. 5 a 8); 

e em cada procuradoria [la corba e f;lzentla Ila om amanzfewse, 

de livre nomea~50 do gorerno (cit. regim.. art. 19). 

Jl~nto ao supremo frihnual de jl~sti~a ha uma sccretaria 

composta de um secr~lario otc director gem/, nm st~b-dirrctor 

otc 1.' obcinl, do~s segzi?tdos ofiliciaes, qoatro anlonuensn, 

um clhc~fe dde secccio, um porteii-o a~chivisla, dois corttinztos, 

urn mn~irinl~m, um e~criodo de nleirkl~o e dois corrrios. 

Estes djversos cargos silo providos pelo gorcrno 

mediante concurso e sobre proposta do cor~selheiro presidente 

do supremo t~,ibunal, nos Lermos ilo decreto de 30 

de ilezembro de 1890. As habilita~aes cxigidas para secrefirin, 

como para 1 .O official, sio : c.ar1.a de formattua em 

direito e relevante merecimento scieotifico e litterario. 

Teem respectivamente preferencia o 1.' e a 2.O official, 

que lirerem estas habilita~aes c clcz annos de bom e 

efteclivo se~'vic;o (artt. II e 12). Para os demais logares 

nlo sZv precisas habilitac;Ges especiaes. 0s empregarlos 

immediatamente infer~or~s, qne teirl~am cinco allnos de born 

e el'fectiro servi~o decidameote comprovado, s40 prefcrj~los' 

para 0s logares superiores, escepto para os de secrelirio 

e official (art. 13). 

0 secretario nomeia seruelzles e despede-os quariclo convier. 

Elles n30 fazem parte do quadro da secretaria (art. h).

368 O~GANIZAQAO JUDICIARIA CIVIL 

-. 

Erilfim oa procuradoria geral tia cor0a e Tazeuda ha uma 

secrctnria, cornpusta de urn srci.eldrio, urn chcfe e urn szrb- 

por concurso o logar 118 se~retci~~i~), que deve aer 11ac:h:irel 

formaclo em direilo, teudo preferencia os mernbros do 

rni~ristbi.io pfil~lico corn born service. 0s logarcs de cbefe 

e sah-clret'e s8o provides, por promopzo, d'eutre os amanneiiscs, 

metlinnte preposta gradr~ada do procurador geral. 

0s amanuenses s3o ~lornea~los rnediante concurso por 

pror;rs publicns, tl'e~rtre os indlviduos habilitados corn o 

curso cle instrucplo secuodiria. E os continuos e correios 

sSo ~~omcatlos pur portaria emanacla (10 minist~rio da 

jnsti~a, dcvenilo unicarne~~te saber ler, escrever e contar 

(vej. o decr. de I5 cle jat~eiro de 187,l, artt. 25, 27, 

29, 31) c 31. 

Taes s30 as condi~5cs de ingress0 nos emoregos suballer~lns. 

Mr~itos d'elles, tacs como amaoiienscs, guardas 

menorrs, continuos, correios, elc., podem tambem ser 

pr~\movidos, il:~(las certas condi~fies e por veses sem 

concurso, em ollic~aes iuferiores do exbreito, das guardas 

rnurricil~aes e do corpo tfe mal.inheiros da armada, que 

ten11,lm born corportamento c nove annos de effective 

ser~ico na iileira, dos quaes tres, pelo meuos, no posto 

dt? 4.9argenli1, ou rluatro, nos de furriel e 2.O sargento. 

Vrj. a lei rle "2 6e junbo de 1883 e o repcllarnento rle 27 

(11: ;lgoslo tle 1884. 

D'um motlo geral, como sc v6, ~ I I n5o se esigem 

Irabiliia~6es algurnas, oo solne~lte se rerlller qoe o cona~rrrrlle 

a nm emprcgo do jlisti~a saiba Ier, escrever e 

contar or1 tellha exarnc de iastruc~8o primaria. Por ontro 

latlo, as gromo~aes sG excepcic~nalmenle se coocedem. 

I3stes s9o os caracteres fnndameutaes rla legislaq3o acima 

resl~m~da c os scus dois grandcs defeitos. 

A reforma impfie-se e deve ser illsllirada no sentido: 

a) de exigir liabilita~6es cIae garantam o bom exercicio 

dos tliversos cargos ; b) do permittir, em segra, o direih 

de accesso e ~iromoflo, gracas a urna bem entenditla organisa~Bo 

l~ie,rArcbica. Para isso cumpre, por lima parte, 

organisar urn pequeno cnrso de scierleias jur~iilicas applicadas 

com rliversidade ile eadeiras no ultimo oo ultimos 

arrnos confijsme as especialidatles dos cargos (escrivses, 

tak~elli6cs, contadores, Btc.), e cxigir esse cur.so para 

rnuitos dos ofiicios de juslipa (conf. o projec,to cle ~,cti,rrna 

da faculilade de direilo, elaboratlo ~ela colnmiss3o oomeada 

em I7 de jmtbo de 1886 e o excelientc livro do 

sr. dr. Just TAVARES, A 117 dticn ~xtr-ajrrdic:icxl(! o tabcl/in(/o, 

cap. ~v); e, por orltra [larte, cfl"ect[uir a reforma j~ldicial 

complexo, c 1120 fragmel~tariarnente, como se ten1 

110 S~II 

feito, soh peua de nZo se podcr sahir (lo cabos, ilos erros 

e dos vicios em que se tern laborado 8th hoje. 

109. Li~cn~as. - 0s funccion;irios da jlisti~a ~nrlein 

ser dispeosatlos por niotiro justificirtlo de excrccr as sllas 

filncffies dnrante certo espsco de tempo medianle llma 

co~;cess%o clenornirrada licolrcr. As licen~as slo civdinrincts 

y~lando 1i3o excedem a. 30 did em cada anno, eii,i~aorclz- 

~rcirias quando vlo alem il'esse praso. Eslns illtimas no 

ultramar chamam-se regislqdg qua~lclo sTo concellidas por 

motivo grave, c (1x0-se tomo prerrlio GZP s~r.rigos ~II.PS~O(~OS 

coin a cielobga de 6 nreses sc o fiinccio~r;irio coniplelou 5' 

annos de servicn ern cargos phblicus ult~*an~ariaos e corn 

a de urn anno se con~pl~tou 2 de servi~o. 

Em geral as Ircerr(as s3a coticalidas pelo gorerrto; mas 

os p~i(t_e~tes dos Iribuoaes c os goven~arlores rlo ultramar 

pbdem concedel-as em alg~i~ls casos, sobret.uclo aos : 

eml~regados snb;rltel~~os e qua11110 sejam ordilrarias. 

Subre os fundamentos, r.cqnisil,os, e diligencias prbbias 

para a conccsslo ou prorogaGTo de liceo~as, moclo dc as 

peclir, tempo por que se coucetlem, moclo por iluc se 

deverri gosar, effeitos e fiscalisa~30, deve,m ver-se: 3) para 

o colrlirlente c illlas: nov. ref. ~ucl., artt. I5 $ I.', "?I 11.' 6, 

47

' 

3'3, h7 11." !1, 85 I]." 'ID e 101 g $1." ; lei 16-maio-'ISG'L, 

arlt. I, "1 5; decs. dc 25-ag.45, nrtt. 1 a 30, de 30-ag.-hi;, 

artt. 2 1 a i, 10 e I I, cle 30-tlez.-90, art. 4, e n.O 4 de 15tli!z.-!)k, 

artl. 3, 5 e 6; e porls. inlportaates de IT-mar.-502. 

26-maio-'57, &-ng.-Ci3, 99-ag.-63, 7-set.-G8, 'I6-jnl.-69, 22ag.-ti!), 

%H-11.-73, 80-1lez.-86, 25-a\).-93 e I-juo.-95 ; hj e 

11;va II ullmmnr: regirn. de SO-ft;v.-0'l, artt. 79 11." 10, 80 

n." 19, 8'1 11.~18, 123 e 113h 156; e dees. de 1-dez.-69, 

ai?. IS 11." 2, tle 2i-tlez.-RS, artt. 22, 93, 27, 30 e 40, de 

YI-rnnio-92, art. 44, tie 9-j111.-91, artt. I a 3, 3, 6, 8, 9, 

I,] n 13, r: tlc I:l-jr~l.-!)?i, arlt. 45 e 53 a 55. 

11 0. 'I'rilnsTcracins. - Certos magist,railos jnrliciaes 

s3o mnr1.11los d'uns 1131-3 o111ros logares, quer por meio de 

tq.or~r/?v[~~iritrs ordi~rci~.icls 0th l~erid~fzccrs, yner por mcio de 

L/.trns/i'rc'7io!n.s cr~rccor.ilitlcii~ias. 

As ~,rimci~*as s6 est3o sujcltos os juizes de direito de 

I .a 111stauria tlo coi~tiucnte r: illias. Nio os inferiores porqne 

cxor1,em ss SU~S f11ncc;Cies por.l~onco tcmpo (urn allno os 

~,ol~nlarcs; ilois os 1le paa (lo cnnlinontct r ilhiis c ns mnnicil~ats 

slo ~rlt,rnm;rr ; c ires os m~n~icijiacs do con6neote e 

jillns). Nio 11s dc 1." instanc,ia do ,ult.ramar porqne, em 

regl.2, 1150 estzo nos scus logares porr mnlto tcmpo. E nlo 

os tle 2." instnncla portlllc, resi~lin(lo cm ccntrns poplosos 

so snpjiGe 1130 l~svcr tanto perigo n;rs relar:6es que 

coulriiarn. 

11s 1)1.b1)i,ios juizes clc 1." instaucia c110 continente e 

illins 1)61.lein Licar 110s seus lognres alem do praso sc o 

puvel.nu er~leutler ipe 11a n'isso col~veniencia yul~lica, 

e o col~selllu de eslatlo d6r vutu affirrr~ativo (lei 18-ag.48, 

art. 3 5 k,). 

As t,raosrcrcnr.ias ordinhrins laziam-se ao cabo de 11~s 

rrirr~os por Ici 31-o11t.-fll), art,. I, nor. ref. id., arl,t. 20 

11." 10, c 89, c rlcc. I-ag.-Ck, art. 2; laas esse praso foi 

c11:vado n qtLn.lro a?2rzns pela lei ,IR-ag.-'18, art. 3 e a s~ds " ,.- - 

TRAKSFERENCIAS 

-. - - 

371 

a12nos pels lei 81-j~l.-%i, art. b e dec. n." 3 cle 09-mar.-90, 

art.. 1 I, Ooje ern vigor. Bs transferr:nrii~s elTec111am-so 

clentro dx mesma classc, &I, em Lisboa e orto to, rl'urnas 

-- . .,. . 

para oontras ;a%, salvi) semlpre o caso rlr: pri~moC%o 

(leis ,IS-ag.-i,8, art. 3, c I3l-jnl.-Ci5, art. 4). Ngo te~~rlo 

vacat~~ra IIO hm do sexennio, o jniz conserva-se na 

mesma cornarca alt qlre elia se veriBqoc (lei ile .18&8, 

art. 3, # 2."). 

iis tra~~sfe'crencias eatraoiclioi~ias libden1 rcrificnr-se por 

cooveoiencia de ser~ico, por lroca, e a reclu~rime~ito tl'um 

juiz 1.1t1e ilesejc tim Iog~r vago na sua classe, cornta~llo 

que, 110s [lois ultimos c.asos, ngo haja prejuizo do servi~o 

pulJ11co. 

0s ~111xes das rela~ae;, cle Lisboa, I'orto c Ponla Delgaila 

---""*- b. - ,- 

n3o pbdm ser I.ransferiilos ~or. conveoiri.cia cll: servic;o, 

coillo se dedrlz do cunfrnoto enl.re os artt. l e 2 da lei tle 

,18i6 e do art. 11 du clcc. 11.' 3 tle 29-mar.-90. E para os 

juizes -,... de . 1." ir~stancia do continente.e ill~as c tle I.= e 2." 

iusta~~cia 30 ultramar cssc motlo de transfercr~citt, quc 

pijife irnportar n'uma penn, tam ~le ser prscced~do, OIL do 

cousentimrot,o do iuteressadu, ou, ~n. ,cgnliner~le e illlns, 

116 cousnltu affirrnaliva do supremo tribunal, que ouvira o 

prcsidel~le da relacgo, o clual ouvirB tnnbe~n o respeclivo 

juiz, e, no ultramar: do presidente da relaclo e (lo conselho 

su[~erior da mngistratura ~odicial nltrarr~arina (dec. 

11.' 3 de 99-mar.-00, art. I!, e regim. dc 20-fey.-94, 

art. 118). 

A f,~culd;l~ie de Iraosfe~-ir cor~r.u~l~~;lel~cia fie sr,,ci~o, 

scmpre margem a abnsos clo potler goverua~nenlnl, qaacsyrier 

que se.jam as col~sullas e auiliellcias prbvias. rls 

transfcrencias a rcqllcrime~~to e ]in: lroca rollacam os 

-..- . 

juizes ua clependencia dos goveroos, que n~tiitas vizes se 

serr~rZo d'cssa arm para iutuitos polit.icos. E as_l>~$li!:ias. : 

papsferencias ordi~~irias tecnl o mesmo efrcito qua~ldo ; 

as con~al'c,as (la mcsma classe offerecem vantageos,' 

diversas.

E', pnis, 11rgen1e rernodelar o syslema das trnnsferencias 

pcla nlaneira segninle: a) supprimindo as extraordinar~as 

1lo1. coavei~iencin ile se~,\li~o, visto qne, se Ilouvbr logar a 

p~inir o magistrado, as leu Ior~~ecem os meios e as coodi- 

~irt?s necessal.l:ls para o fdzer corn garantias dc scrieclude 

e cllit:;icia; I)) rs?Ja~rd!. as outras t?xlra~~rili~~irias por 

f,,~,nln clrlc se tie totlo o arl~itrio ao governo ; c) e effe.clri:l~ldo 

;IS ~le~~iOtlit:ns sirn~~lta~ieame~~l~e, danltlo cada comarca 

;lo j11iz rl~~ulcclnrar prcfct.il-a ou ao, --,,, mais . .. a~ltlgo . . no caso 

rlc tlois ou ~n;iis a qoerercm, e tlis~rib~doclo as nio prereridas, 

;i st~rte, pelos jr~izrs que nadn dcrlararein 011 cliie, 

por serern ninis lrovos, nRo potlkrern sel. at,teudiilos. (,Couf. 

prol~osla dc Ici tle ~\DIIIAY~ .\l!\c~r \no no Uidrto das sessdes 

tilt u(1,tlrtl.n tlos tl,,l~rctrcilris clc ,ISSIl, 11, l(i36 c segg., e pro- 

it:cto IIF: o~~g:inisa~%o j~idiriiri;~ 11e 10 cle m;lrCo de 1888, 

:rrl. 38, u rcspcct,ivo rcl:~lo~.io, no (:it. Dlci~iu, de 4889, 

1). 1813 e Segg.). 

111. S?rtliranriss. .-. - Para rloc em muitos casos possa 

lo~.,i;,~,.se dfeclis;~ a' resl~onsaI,i&~!gj,g-d~_fi~~io~!irio~ de 

T-. 

111stiq3, estalwleceu a nossu lei_assl~~i&lcr,cifls ou residencifa, 

cliie ji veeln do anligo regi~yen - Ord. Rlau., liv. I, 

tils. 41 e 42 F: I-'llil., liv. I, lit. 40, decs. de IS e "2-jan.- 

,1636, tle 21-sel.-l(iG8, ile l-ab.-lGS7 e de 11-mar.-1732, 

r, air;irls dc 8-fev.-li71i, e tle ~li-jul.-l778, -- e que 

(lrimis (lo regimen lihcral, fnram regulad;ls, para a 

c:u~ll.inentc, por lei "L-nor.-40, ar.1.. 8, iiov. ref. jud., 

asll. 89 S. nu., ,126 e 129, docs de I-ag.-!~,'l, art. 2 

5 i.", e rle 26-scl.-ll$, lei IH.ag.-88, arl. 3 3 3." e 

&?c. 11." 13-set.-$12, art. 1 uso 3, e, I?al'a u ultramar, 

por dccs. tle 277-dez.-52 e tle X~maio-55, lei dc, SO-jon.- 

(i(j, ile~s, (le "1-[11~.-82 e de 14-fey.-91, regim. 20-f:r.- 

0'1, arll. 1% e i:31, e clec. 11." ,I0 tle iU-j:1n.-95, art. 3 

11.' 6 (vej.). 

Essas syncl~cancias siio o~.dirtdr.ins quando f~itas ao juiz 

m.- . 

, , 

SYNDICANCIAS 37 3 

lransferido ou ao yue termi~iou a sua jridizalura ; e ez~raordin(i~-ius 

cluandu kitas a qaalqucl. magisl~raclo cm conseqnencia 

dc casos ou rlnrixas grxvcs, olr tlc oillras 

circ,i~~nsta~lcias auormaes. A's prirneiras, clue foram supprimiilas 

no ultramar pela lei %-j~ln.-GG, sh esljlo sujeilos 

os jt~izes de tlireito de i~~sta~~cin, e os manicipncs c dc 

paz do cuntiu:nte e ilhas, e us ager~te,s do 111i11isle1io 

pribliro e empregnilos suliaiternos qne fu~lcciouam pcrantc\ 

elles. A~$,~?!II_~~IS, porkrn, estao sujeilns Lorlos os funcciotlarios 

jodiciacs du cunlinenle, illias e ullranlar, qual~luer 

clue scja a sna cathegoria. 

As syodica~lcias sio orilenadas pelo gorer,no sempre que 

o enlenda conve~liente, e a~ntla, no corltine~lle c ill~as, pelo 

conselli~~~l~1ar cln magistiat~lra jnd~cial por il~iciotira 

c 

l)~.i)l,~.id 011 J req~~eriiiier~l" ilo rrrluislt;r~o liill~lico err1 relar;:lo 

a qnacsijrlel- f11nct:ion3rios, n, no 11llt.a111;11., pclos gofer^^;^- 

I 8 

doses das pr-uri~~cias em relac211 aos e~npregatlos SII[J~~~CI.~~OS 

(dccs. tlc 25-set.-44, art. I, e de 15-set.-92, art. I 11." 3 ; 1 

regim cil.. n~ll. I28 e Ill0 e dec. a.* 10 de IO-jan.-lll,l 

art. 3 n." 6). S90 incumljidas a n~agistrarlos tlo rnil~i;jtcrio' 

pdblico on judiciaes de call~egoria superior ou, pelo menos, 

egnal a (10s synrlicaodos, e devem scr feitas na aus'cucia 

d'estes e com lodas as coudi~bes de efGdcia, 110s lermos 

da legislaq30 acirlla citnda. 

Dol.anle as sy ndicallcias ordinirias os juizes transfcr.idos.. 

co~lti~luam a funccionar nas snas novas cornarcas, coma se 

oada houvesse. Uura~ile as exlrao~dinlrias, porcm, os 

f~~nccio~l;~~~ios do conlino~~lr? c ilhns sWo wspensos, e os 

magistratlos do ult,ramar s%o colluca~s-II~ ;,l~adrn sern 

exercicio e con1 venci~~~~r~to de dois ter~os do orileuado, 

iFeiicimcnto quc sc rednzirri 2 metaie qnanrlo se seguir 

processo crimi~ial e o julqarnento se ilemornr por mals de 

sels rrleses. Terminadas as sgnrlicaucias, e 1180 l~ave~ido 

nlotivo para procedirne~~to criminal, o&~u~?ccionarios slo . 

collocados 110s logares da sua cathegoria q~lc primeiro 

vagarem, a cxccpr,Zo d'aquelles em que furam syndicaclos,

co~~tnnilo-se-llles o tnmpn e restih~ioilo-se-lbes a parte do 

ortlen;ltlo qne Cora descootada. 

As -.- syorlicancias . exlraortliniiias tern isto dc mau: em 

ge~.al s3o hiitas corn pouco zitlo e, uos raws casos em 

clue a vsl,tla~le hrill~a no rel:lli,l,io 110 syl~dicant~e, slo 

arrec;ld;rilas a sele Lbaws ila pasla du miuistro. 

ot~clio;il+ins tam isto tle yeor: u30 se l':~ze~n. Cumprir a lei, 

eis, pois, a gran~le' reforma n'esta mathria. As outras 

IL.~UI.I~I~~ scriarn: rkxst!iJ!lecel- as sylidicancias ordinirias 

no nllraluai., alrplical-as a todos os magistrados, no~neir 

scmpre I~incciu~i;~t.ius tle calllagoria on classe sooerior 

1,at-a 3s eIle1:1.11ar e torllal' breve o set1 PI~OC~SSO. 

- -- col,r[~ipJc>s" 

1153. I:nrrei(cit!s. - As 

di)s juizes dc direito 

s111)rc us e~rrpruga~lus s~lb;~lterllos ~SO o natl~ral complernel~lo 

'~las spnclicancias. V~em taml~em do Lautigo regimen 

-01~11. Ph~l., liv. I, tils. 40 e 58 -e foram esl~belecid~, 

para o coutineute e ilhas, pels ref.-de.,:@g, Y."arte, 

artt. 103 e U3, pcla uov. re[. jud., artt. 85 u.V40, 110, 

5h8 c b61, c pclo clcc. 0-ah.-63, arlt. I a 6, e, para o 

ultrnmilr, pel^) clec. l-oirt.-5ti, artt. 10 e 15, prlo regim. 

I-dez.-ti6, arl. 67, e pelus.,decs. 29-11uv.-'iG, art. 3, 

12-ag.-I.880, art. 5. e 3'1-dez.-86, art. 48. 

hlas, uo cotitillellte e ilhas, eotenileu-se, depois da 

pnblicaGfo [lo c. ile pr. civ., qne, em face do^ art. 103 

(cst.), SO o mit!istbrio pitblico deve~.ia fiscalisar os actos-clos 

empiegadus subalternos, tendo rle sei. cxpedida a 

i>o1~tar~?"i~jul.-83 para mostrar qne "6s ju~zes de direito 

cootiou:lvam a ler obr1ga~9o dc fazer correi~Sres; e o dec. 

n.O 5 cle S'J-mar.-!I0, drt. 3, eucarregou o-sjuizes dos 

clis1ric;tos ,-... crirr~ioaes dc Lislioa e l'orto dc abrirem annualmeulc 

corrci~Ues nos mescs ~Ic-jph amo, II~Y~$~~;O~,~. 

tlkzmmkro sohre toilos os oticiaes de jusli~a comprebenclitlos 

n:ls respectivas ireas (conf. a tabella dos emol. e 

sal. jnd., art. 07). 

Qnaatn ao ultra~nar, o regim. de s;,fg.fsi 1130 falo11 

em correic~es~e~1>110-se, porisso, cine os juizos n3o 

s5o ohrigadas a faze-las, ernborrl tenham sempre rr duello 

de-o e fiscaJ~s%? sn1w-G empregdilos seuT 

13 e 10 do cil. 

-- 

subalternos, 1103 termos do drl. 85 11.~~ 

i:e gl Ill. 

Resuminilo a Iegisla~Io c~tada, poclcmos dizer qnr a 

correi~Zo consiste n'um~+~qre~j~, qae o j111ir Liz aos 

- +~ 

--- - 

livros e ~ S O ex~slm~tes 

S 110s cart6rias dos emprrgailos 

roln - o-fim de dverig~rnr se ellei comDi;ira111 os srus deveres 

os nbosos,~~~~&fgJp_s .rluev" 

P 

meio de prov~meiltos lan~aclos nos 

~ ~ 5 livros ~ 2 e s processes, quer appllra~50 das 

IIPII~S d~scipIi'njres qtle ronberem na slid jt~r~sd~cp%o, quer, 

*I - 

emfirn, -- i~or melo de I~artlapaCZo ao rniliisler~u 1~d)hco (10s 

factos rlue possam colisiderar sc dclicl~u,sus. 

113. Sospens%o. -Eotrc 3s penas qile podem sofl'rcr os 

mngistrarlos e empregados jt~rliciaes avnl\.am 2 1 % 

glya~5r.o Ira qt~odr.0 e a r1er1zzssGr.n. 

0s jnizes e os demais fnnccio~~arios de j11sLi~a pbrlem 

ser_snsnen~sos: A por ilecreto do pnrler governnmcotal, 

respeitadas, quanto aos primciros, as solea~nidades d;~ Ici; 

- hi em cooserloencis de pronrincia por erros de crlfirin 011 

por crimes ; jkpor vlrtude cli! sentenca peoal conrlernnatoria 

; dJ_disciplioarn~ente : 9 por mera tlisposl~%o da lei. 

3) Q~~allrln algiiem se qneixa ao chcfc tlo eslatlo de 

crimes on erros dc oficio praticados por urn jrdz, o 

governo, depois cle ordc~~ar que o arguido [$;l!?nda por 

escripto e c l ~ ~ l J ~ & e ~ _ p i sns~encler' r r l e 

o rnagislrntlo pol* mcio de decmto rcal, se reco~lllecer que 

a ar#ni~?io e fi~udamentdda. 0 clecreto 6, porktn, rerrrettido, 

corn os docnmentos relatives li sus~cosao -&~~p~$p~ 

-t~i!iu~~,al, se o iniz pcyt_enc! a esse lribnnnl ou a uala 

rela~ao, - i relac30 clo respet:t'rvo distrjcto;,sc o jrliz I. clg 

----,- ,...---, -.- .-- -. . ..

3'76 OIIGANIZA~~O JUnlCIARIA CIVIL 

l.a instaucia, - en*-%. jliiz de clireito da cornarea, se i! 

mnnicipnl ou de paz, para que o tribuoal verifique. se na" 

s1rsl~6ns50 . foram 011 115o cmnpridas as solemnidades legaes, 

e p:lra qne, no casc~ affi~,mativo, a ratifiqoe, manclan!lo,, 

iostanrnr coutra o juiz o competente processo, e, no caso 

ncgatiro, ci driclcrve dl! ?IP)?!~Z~I)Z ~(feilo, 11in9idn11do qzle o jaiz 

r?ltt*r 110 PXP?~C~C~O ins s?ru.s ir,r17i;~iips (vA~. : carta const., 

nrll.. 74. 8 6 e IYl ; nov. ref. juil. art,t. 22. 37, 89, ,125, 

,139, 781 a 785, 822, 8.34 e 1229 a 121i0; lei 16-ah.-5G, 

:1r1. 5, I> tiera. 29-,111.-86, art. 12)). 

.P%~ya os,,age~e-s cli, 1ni1list6rio pi~l)li~:o e empregaclos 

SIIIMM~~I~IS uSo II:I estas garantias. 0 governo l)ode suspen- 

- riel-os [lor clecreto real rl~rantlo er~te~lder Ijile n3o climprem 

*, 

os sells tleveres, sem que a suspens%o careca da ratifica~io 

do ~rotler i11dici8rio. 

~ - 

- , 

1) 'I'otlos os fonccionirios tle jrlsli~n ficam suspensos 

dil c,s~?r~icio ticis sells carpus qoaurlo slo pronunciados on 

se dl:~;lnra proceilente a nccnsa$io por erros de officio e 

[)or crimcs por clles coinnletticlos (nov, ref. jud. e dec. 

dc ,1886, artt. cits., clec. o.' 2'1 de 16-maio-3% art. 276). 

c) 0s ful~ccionirios jutliciaes fichm tambem saspcnsos 

rlnn~lo, por seotCor,a passada em julgnrlo, lhcs e imposta 

css;r pcun, ou ontrn qne laoha par dreiilo a suspeus%o (c. 

pen., artat,. 77 a 80, 286, 1913, a 292, 302, 303, 315, 316, 

3 18, 32 1, 322, 316, c 327). 

d) Discil)li~i:~rmeil(e, isto 8, poi. facltos clue, 1180 constitniu~ln 

crimes ou erros ilc c~fficin, mostram commtlo esilnecimcnl,o 

c dcsp~,czo [la clipoidailc do cargo e rlo zeloso 

e~~m~~irncnlo ilos delleres, 11otlern ser suspenstrs : -1 .."$s 

jriizes pelos co~lselhos tlisciplinares (lo colltinente e (lo 

uIlr;im:1r (dec. 11.". dc 15-sel.-03, arl.. 1, e regi~n, cil., 

art. 127); 4." os agcntes do minisl6rio priblico pelo 

-7--.rcspcctivo 

superior hicrarchico ou pclo goveruo (legisl. 

. 

SDSPENSKO E CO~~LOC,ZI:.AO 

NO QUADRO 377 

acima cit., dec. 11." 1 de 29-mar.-90, a1 t. 8 $0 G c 7 e 

regimem. de 1896., artt. 80 11." I6 e 127 5) ; e os empre-.gados 

suballernos pelos presidentes e juizes (10s r.especlivos 

tribn~raes (c. cle pr, c;iv., artt. 86, 101, 119, 420, 139, 182, 

782, 983 e 1006, lei 41-ag.-60, art. 8, decs. 24-dez.-85, 

art. 43, e de 45-set.-$12, art. 29, e regim. 20-fev.-94, artt. 

8.5 n.O i9, ,424 e 126). 

C) Emfirn, siio suspensos por mera disposic5n da lei : 

1.O 0s juizes rle direito do continerlle e ilhas, c111e forem 

L* - 

eleitos deputados por circumscripc20 diversa d'arlnella em 

que fuuccionam ou em que fullccionaram ha menos rle dois 

mezes, e que prestarem juramento n'essa qoalidade (lei 

21-maio-96, art. 7) ;,,22 os juizes ~na~~icipacs qne exercerem 

a advocacia ou o cornmbrcio (dec. n.O 3 dc 20-mar.-90, art. 

15 e § un.) 3.0 c os juizcs do continento c ilhas a qncm 

se fa~am syodica~~cias extraordinirias (dcc. 26-set.-&&., 

arl. 2). 

114. Colloca~Ho no quadro. - A~ollocaciio no quadro da 

~?zngisrr.aturn jzidiciulk uma espkcie particular de suspetlslo. 

E' caracterisarla pel0 nlo-exercicio das fuuc~Ges judiciaes 

lluraute certo lernpo, que 90 se fiza desAe logo e que por 

vezes se prolooga indefinidamente. Tern por fim obstar a 

que ccrtos rnagistrados embara~cm o access0 ou prornoCgo 

dos seus 'ollegas aos logares superiores, e reveste, em 

geral, o-ctgr de peoa, e, excepcionalmente, o de coocess2o 

vantajosa para os que, seutindo-se gaslos e alqucbrados, 

ainda esperanl recupcrar o antigo - rigor. 

u 

A colloca~Bo no yuadro podo ser eflectilada a requeri- - 

mento do jlliz. oa corn soa annuencia, ou por corlreniencia - 

do servi~o publim ; mas, u'este l~ltimo caso, n%o pode ser ? 

imposta sem qne preceda a~rdiencia do irrteressado e 

consults afirmativa do consell~o cle estado, ou do supremo 

tribunal, conforme se tractar d'um juiz rl'este tribuoal ou 

de qr~alquer outre juiz do coutlnente e ilhas dec. n.' 3 tle 

48

3 78 O~CANIZAG~O JUDICJARIA CIVIL 

2!r-mar.-90, art. ib), e2,presideute .-.-. . . .- da ..- relac50 e do conselho 

.-. .~ so,pec.ior. cla magistrat~u,a juclicial ultramari~la, se se 

trnct,~~ de (111;1l(111er jiliz do ultrarn:~r (regim. eit., art. 118, 

c dec. IO-jail.-95, art. 3 n.99). 

tile111 d'isso a collocapBo no quadro tambem pbde resullar 

dq!!isp~sigiio (In lei, etlmo, par ex., se o juiz nlo 

toma pvsse do sen cargo ileolro de cerl.os prasos, e, 

qll;mdo till s~~rr,etla, r15o B llecessaria audiencia liem consulta 

(vei. leis de 18-ng.-48, artl. ,I e 5, e tlc '19-maio-64, 

XI-It. 5 e 6, e tlec. rit. de 90. grtt. Ib e 45, para o crrritiut!nt,e, 

e regim. tie !IC, nrlt. 119, (22 21 194, 129, ITO, 

154 e 8IK5 para o ultramar). 

Emfim, a collocac;?io no quadro pode ser: 

- I ." collt eeituin?ento total, como qiianilo o juiz de dircilo 

ilc *I .a il~slaur:ia i: lirado cl'111n logar a titillo de transfcrencia 

por coliverliencia de servi~o, mas 11Zo lern lopar 

vago para onJe pilsse (lei de 48, art. 5 5 1); 

-Q . 0 cotn eerzci~net~to pnrcic~l, como succelle ao jliiz do 

ultramar quautlo se orclena uma sy~ldicancia extraorrlinaria 

aos sells actos (regim. cit., art. 129 5s 1.O e 3 e 

szrp'n, 11. 36.5) ; 

- 3."ss111, ve?~ciwzenlo algtcni, como acoutcce; por ex., 

ao juiz cle dircito rlo contiueotc c ilhqs que cxerre a advocaci;~ 

on u commercio (dec. cit. de 90, art. ,I8 5 un.). 

116. Danlissso. - A tlrl~iissao rlos j!lizes deve, por via 

cte regra, rsliay de senle~iqa jndicial passaila em julgado 

e d3ih a eliec1i$3o-l)~~,;,"overno media111e um decreto real 

(6;'k constit.ncional, art. 192, nov. ref. jod., arlt. (4, 37 

e 89; lei 16-ah.-74, art. h, dec. 26-jul.-86, art. 12, c. pen., 

art. ,416, e regim. 20-fev.-OI, art. ,148). Taes s5n os casos 

l~revistos uo c. pen., artt. 301 n.O 2 e 318 5 3.O, na lei 

18-~g.48, art. 5 $5 "Lo e 3.O, no dec. 6-mar.-56, art. 5, 

e no tlec. 11.". de ,lY-dez.-!lk, art. 3 jest.). 

Excepciooalrnente, porkm, a lei attribue os ef'feitos de 

demiss5o i prjlica ou ommisslo de certos faclos, ou a ,] 

cleterm~oatlas circumstancias; e oris is so, q~~ando tal se db, 

o governo p0de demittir os jllizcs indcpeu~ienlcmeotc de 

-.\.t.*-*-. *- 

senlenga rlo poder jadicial. Tacs slo os rasos do recusa 

a prestar juramento antes de enlrar 110 esercicio do cargo 

(dec. 5-mar.-SG, artt. 2 e 31, dc os juizcs municipaes 

serem elcitos deputarlos e prestarem, como taes, juramenti, 

(le~ 21-maio-96, art. i), etc. 

No ull~*arnar sxo ainda mais alnljlos esles casos de demiusso, 

como se vi? do reglm. cil., arlt. 143 5 "lo, 14h 

8 2.' e 159.0 5 uo.; e os goveraadores das provi~rcias 

pbdem, ahi, tlernitli~ os' respeclivos jl~izes muriicipaes e 

popnlares, dcpois de ouvidos, e n~ediante voto afirmativo 

do conselho do goveruo, precede~lilo, ;~le,m d'isso, para os 

mi~nicipacs, p_"rec>r rlo presitle111.e da relay.3o, e, para os 

pol?ulares, autliencia rlo cornpctentc j~riz de dircito c ila 

corpor;ic)5o administrativa local (regim. cit., artt. I I!) c 120. 

A detllisscio dos ogolzta do t~rinisldrio pliblico pbde scr,/g 

drtermin;rda por senlenr;a penal condemnalbr~a, quer di-.' 

recla, qner ~odirrclarne~~le (conf. :irk 56, Wi, 287, 48'3,3 

300, 301, 303, 306, 310, 31d, 328 e 396 do c. peo.j, on, 

ioilepen~lc~~temenle de senlcnca, par mntivos sirnilhantes 

aos clue prodnzem a demissao dos jui~es, ou pus livre 

arbitl-io do governo. 

Emfim, a de~r~zssi-in dos en?p?~gl12d[~s S~LBIIILP~~IOS [)ode tam- '' 

hem resnltar tlc sel~len~a (VF'J. os artt. c~ts. do c, pen.), 

nu scr ~mpclsta dtscipll~ta~t~leele, corn previa aildlencia sua b' 

i 

(dec. ILL-nov.-81, art. 92)' rluan~lo o gorvoroo tenlra cor~i~c- 

elmenlo de fact03 a qrle a 1c1 attribud a pena do dem~sslo, I 

taeb romo os do c, dt: proc. CIV.. artt. 101 1.", 102 

5 un., 119, 420, 1006 5 ?.", 1041, im2 fS 2.'. 2139 o 

1140 5 un. e os do dec. de 1:i-set.42, art. 2); e,u& r 

trirmar, potlem a111da ser dernltl~diis ~ios casos mencionados 

no cit. regrrn., artl. 128 124, 15L o 155, e, em gcral, 

nos termos do art. 1-21, yor abantlol~o do logar, desle~xo, 

abuso de faucgDes, erro %-clflicio on man procethmerrto, 

-

sendo con~peleute para i~npirr a demissjo a auctoridarle 

.-- S I 

que os tivets uomet~do. 

110. Aposcnln~50. - h oposs~?tay:iro dos magislrados 

juJicioes rem jii 1111 anligo regimcn - Ord. Aff., liv. 11, 

lit. 48, Nan., liv. 11, tit. "2. e Phil., hv. 11, tit. ti&,, - selldo 

entao caucc~lida :!as selelita allllos de edade. Depois do 

estabclocimcnto [lo regimen liberal, o direito de aposeuta- 

$50 fui co~isel.vaJir 1101 diversus dil)lumas, mas si, comecon 

a ser r.egi~l:~tlu pelas leis de 9-jol.-49 e de 21-ju1.-53, 

clupois refn~~didas 110 rlcc. tle I5-jau.-70. 

I'osteriormente, porem, a lei dc ,15-j111.-83, procl~rando 

tlirni~l~~ir os ellcargos tlo lllesouro r~i~blico, creou a eazxa 

vnl:rr~l?cll ~le aj)osc/i/tr~~das [Jar's us ~UIICC~LII~~~~OS 11ublicos clue 

qrrz;iusr!~~~ cou11-iI.111il. turn quo/rrs deiiuzidas tlus seus orde- 

~sh 

esghcie de segu7.o fitcnllalwo n30 sltisfazia aos 

i~llriilos tlt~s ~,cr~,rmatlot~es. li; pur issu o 11oc. n." I de 17ju1.-87 

tl-nusfi~rmon a ctrixa ftacionnl, ijue tinha sidn orgar 

uisada ~nkses ir~lles, em silnplcs cmxa d? apose?llnpdes, qne 

funcciuuit ju~~lo do monle-pi0 ol'ficial Sbb a i~ispec@ia..g--~ 

fiscalisac;%o do minislerio da hzenda, e (ue recel~e qlrotos 

cle~luzitlas clus ortlenndos e grirtifica~ties cle totlos os fut~cciun;i~.ios 

nomentlos deppi$l;le 1H8:, e, alem cl'isso, suhsit.iii;s 

ih govcrllo tlesliu;rilos a cotilil- os seus euormes d~/kil.s 

*".>,."-sernpe 

cresce~~tcs. 

tia dnns espkiies tle aposeolirt)31, : or.d~ncir.,ia e exlratrrfa. 

A ortliu31-i~ 6 conferitla aos rna;istratlos judiciaes 

clue, tcndo coulr.ibuido para a cam de aposentacfies, 

honverern cu~n~llel~atlo 60 annos de idade e 30 de servi~o 

c rnus1r;rrcm ter, [lot' eaanie medico, absolula irnpossibilidade, 

gl~ysica on moral, tle cul~tinuar no [lesempe~~l~u do 

cargo. 

\ di11ti1 

E a estraordiniria i? confe1.iila: a) aos yue, tenrlo 40 annos 

de edade e 43 lie sesvi~o, se huwere~n impossibililado de 

continuar na aclivillade por mohvo de doeo~a ou desastre, 

n%o contrahidos ou occurridoj nu exercicio (lo cargo; 

b) aus de qualyner idade yue, lenllu '10 aunus da servi~u, 

se hourerem impossibililado em raz%o de rnulestia c,o~rtrahida 

no exereieio de suas fuoc~6es e por causa d'elle; 

e aos yne, intlepeodenterne~~te de qualquer or~lra condi~so, 

se bouverem turriado iohabeis para o servi~o em conse- 

quellcia de desastre resultaole do exercicio do cargo, por 

ferimeoto ou muLila$60 em combate 011 Illeta no clesempenl~o 

de filncc5es, 011 por molestin arlguirida na practica de 

algum acto bumanitario ou de dedica~ao a causa publica 

(dac. n." 1 de 17-jul.-8B, artt. 3 e 4). 

Estas duas cslricies de aposerlbC5o differem lnirito 

qnaolo eos ekilus: a I.a yrocluz a d~sper,sa perpklua do 

exercicio das f~~ac~bes; a Bea terniina quando cessar a 

impossihilidade, ser~du o f~rnccio~~ario restiluiclo au logar 

q ~ exerda e ou collocaJo na primeira vacatura clue se tlB~. 

(cit, dec., art. 4 8 2."). ,Ale111 d'isso a pendo (lo aposentaclo 

ordiuii~io e egual ao ordenado pur iut~iro acerasuido do 

ter~o, se o boovtk; ao IJRSSO yue a do aposentado exlraordinario 

6, nas yrirneirns diras calhegorias, de melade 

do ordenado, ou de mais, conforme o tempo de servico, e 

sb na ultima catbegoria B egnal a totalitiade (cit. dec., 

artt. 4 e 7 a 9, e lei ile I-set.-87, art. 8. modif. k.") i. 

Sobre u rnodu ile psclir a apuseot~i~ilu s processo de a 

conce~ler mediante c.onsulla do silprelno tribuual de jusli~a, 

erame medlco, tempo a conta~. e a detlnz~r, etc., vej. o cil. 

dec. n.O I rle 17 -set.1887, o dec, n." 3c 29-mar..V0, 

e ainda o dec. do a3-ag, 86. 

1 Esta p~ndenle da dlscussa~ parlso~enlar ltma piopostn de lei rla 

in~ciativa do sr m~nislro da fazendr aggra~ando sens~velu~cnte as coollipDes 

de apuseulaePo dus hversos lunccional.los do estado.

Vej, tamhem o'esses cliplomirs, e especialmeute 110 dec. 

1 1-out.-86, os terrnos e as condi~bes em qrie certos ernpregodos 

jndieiaes subalte~~nos podem ailqu11,ir o dire~to de 

apnscotap5o. 

I< vej. na Ici de 28-jun.-GC, e nos clecs. de 47-nnv.-G9 e 

(le lI-nnv.-78, as clnusulas lcgaes para as aposentar&ies 

(111s Ilrot riouarios judiciaes clu rtllramar, rlausul~s qrke 

vigorbaol emcloanlo nBo fl~llcciunar a cdixa ullramarina de 

aposenta~Ges mandatla creilr pelo regim. 20-fe~r .-94, artt. 138 

e 151 jvej.), onde se enco111r.a urn sqsll~e~na de aposeata- 

~iies sirnilhaute ao aclual (lo c.olilinente. 

llY- neforrna. -A 1.rfor711n desbina-se aos empregados 

melrores, cl~jas rennnlera~fies kern o caracter de salarios 

on o dt: jo~.rtel. 11;r I1ar.a isso titna caizn 1 3 ~ 

~.~fi)rrnas, 

creada pelo dec. o . 9 ~de 17-jul.-86, e col~fiada a direc~%o 

1.13 c,aixa econbmica porluguksa por uma lei poslc~ior. A 

contribair,5o nio e furcada, mas fatultativa. 

As refo~,mas slo tambem ordinirias e extraortlinaria9. 

Vej, uo cit. tlec. os termos e condi~6cs em que umas e 

outras p6~lem conceder-se. 

11.3 Silllstilniriles.-l)ela lei de 4 I-set..-GI, ailditada e 

reformatla pcla dc '17-r~:\~.-76, concedeu-se aos empregados 

snliallen~us de juslic;a, que, !lor sua eilade avan~ada on 

irnyeclirnetilo phydco pe~;manente, se acl~ern impossibilitadus 

de exercer os sens ofliaos, o dir-eito de se hzerem 

subsliririr no clesernpeoho de tollas as suas funcpbes por 

ajudantes por eiles propostos e approvados pelo governo. 

A Ici de 8 maio-84 exlendeu esta concessao aos officiaes 

cle duligencias. 

Vej, u'esses diplo~nas os termos e condr$Ges em qoe se 

pi)tiv usar d'aquelle tlireito no cont~ne~lte e ilhas. 

A lei de 2-ab. 62 applicou ao ultramar, corn uma 

Iigeira modifica~Jq, a lei de 61; mas o regim. de 189'4 

revogou a, de modo yt~o no llltramar nlo 11a hoje 

sabs~itzii~rjes definitivas dos empregados sehallewos de 

justi~a. 

Taes s5o as regras genericas rla organisar,Bo e admiaislra~lo 

jntlic~iria portngnPsa. As regras privalivas dc 

cada urn clos juizes e trrbu~laes encnr~trarn-se nos tlil)lomas 

q~ie opporloname~~le terncis eitado, e a rpie Fizernr~s, por 

ordem cbranolcig~cd, as tiecessarlas referer~cias no Iivro 

anterior. 

Do nosso estudo sobre a estr~iclllra e ;l vitta dns aggregados 

jndiciarios infere-se, cum a rnais proft~ncla mig~ra, 

cjtle a justi~a e os org2os qne a exereem no nosso pequeno 

e desgrarado povo estXo quasi completamente desorganisados. 

Mas conclne-se tarnhem, corn alentos de esgsrdnt;a, 

que, sem augment0 autes corn diminoi$Jo de despbsa, e 

mediaute urn pequeno esforpo intelligcnte e hourado, algum7 

colsa lunlinosa e granrie podcria armncar-se d'este 

vcrgonlloso cahos. 

Quc os competentes se abalancem A cmpreza, c, san3o 

o presente, ao menos o foturo saberi comperrsa-los, aben- 

~oando lhes carinbosamet~te os nornes d~sile entIo immorredouros 

t

APPENDICE 

119. Nota ftllal sobre organizqlo ju(iciaria con~nier~ial 

-Pel0 clue diz respeito a organiza~30 judiciaria commercial, 

tinhamos antigamente a Jzcntn do Coninzercio, Agriczcltura, 

Fabricas e ATnvega@o, creada em 30 de setembro 

de 1756, com Estatntos de 16 de dezembro do mesmo 

hnno, e elevacla a trlbunal supremo pela Lei de 5 de 

junho de 1788, a qua1 competia coollec,er clas causas mais 

importantes respectivas ao commercio e i inclostria naciorial 

e especialmente, das fallencias, exercendo n'ellas as 

attribui~bs qne hoje pertencem aos tribunaes coinmerciaes 

(Leis de 13-nov.-1766, 1-set.-1757 e 12-mar.-1760). 

Quanto As outras causas mercantis dos commerciantes 

eram competentes em 4.a instancia os ouviclores geraes 

do civel, ou o juiz dos Moedeil-os, rluando as partes tioham 

esse previlegio. Para alguns estrangeiros l~avia juizes 

conservadores particulares. Sobre policia dos portos e 

alfandegas, e sobre fretes, avarias, soldadas, custos e 

reparos de embarca~loes, eutregas de enconi~nendas e 

mercadorias, e tratos e maleficos acontecidos na navegacZo, 

conheciam o jaiz de India e Mina e o ouvirlor cla 

alfandega. Aos negocios de marinha e de presas en1 tcmpo 

de guetra provia o Conselllo do Almirantaclo, creado por 

1 Vid Cod. Conal~leto do Pvoc. Conz., por J M. Barbosa de MngalhBes, 

p. 53 a 59. 

4.9 

'.

3% APPPNDICP 

___ -_ -._I_-___. ---- _ _ _ _ 

[locr. dc 25-ah.-ITn3, e arvorndo em t,ributral rkgio por 

hlv. tle "2-,inn, do mesmo an110 I. 

0 Coil. Com. tle i833 manilou cstahelecer para o jnlgnnietilo 

tlas causns commerciaes em instancia, tribu- 

[IaeS tle comrncrcio orclianri~rs (art. .lOOBj, cujo annlero. 

si!ile e ,ir.ca, scrialn tlclcrrni~ri~~:lns em lci repnlnrnentar 

(art. IOO'i), e rille 110s lop:~r,es tlo r~t?ilrn e rllirnil~io ao~~dc os 

n5o holrv~sse, fosseln os 111eitr)s inrrccl~~t,is Ievatlt~s iliat~le 

(Ins jnsl.ic:cls civis c~rtlitl:r~~ii~s, e :illi ~le1-itli11os sornente por 

:rl,i~itvus co~l~n~i:ici:~es (:Irk. 1032)). Esl~s !I iliultaes eram 

coml)ust~~s : rle lrrri jrriz ~tresi~lerrte Iettratlo, e tle IISC) InPIlos 

(11. qr~;~l.ln trenl urais tle tlnze j~ira~los commerciaes; e de 

fnrit.os sirhslilulos ql~at~to fosse a melade (10s jnizes juraclos, 

rle rrm scc.rc:tario frtrmi~di~ ern tlireit,~; ~l'um uu mais 

c!scvirflrs e ll'urn ~~orlciro, scrve~rtc, e officiaes de il~ligci~cias 

~~c.rc?ssar~ios jarl. 1000). (1 (let. rle 18-se1.-4843 cseon c,om 

csf.ir trvga~riza~io clois liibuuaes privalivos urn em Lisboa 

e or~l.r.n 111) I'oi.to. 0 art. 3 1-38 1,ri de 8-nov.-18{11 alalgon 

(le 12 all'! 30 o 1rrlrnel.u tlt: jura~los e sulyrri~nie os s11l)slitlllos 

; mas o dec. de 11)-abr.-1847 confirrnai!o por a lei ile 

l9-ag.-1848 declaron apl)lic,avel este augme,nto soaiei~t,e 

airs tril~rmaes clc Lisboa e Porto, mantentlo o numero de 

4, a I? pal,;! os qne sc cstal~cleces~~cn~ em ontras comarcas. 

E roi esle rrlesmo clccreto qne ns .mandon estal>elecer im- 

1nu11iat;rmenle em todas as cahqas rle c,nmarca, assim ilo 

~.cioo como clas illlas adjacentes, oiitle se nroslrasse haver 

nunraro s~rlfider~l~e ile i~egot:ia~ttes itlcineos para furmar urn 

jwy, composlit rle 112o merlos tle qiral.~~o joradus corrlrnerci;les 

e ta11l.o~ s~rlisl~l~ilos clr~;r~tt,os ~rrel~eirzliessem r~~etade 

d'ease jrvy, sendo tir~esiilertt~es os juizes de dire it.^) das 

rcsp~:ctLivas comarcas (artl. I e 2), secrel.arios ns ?:ornl)e- 

I.eulcs delegadas do proci~radul rBgiu, e escrivzes arlnelles 

d'erltre os (10s juizes de r1ireil.o flue Cossem prol~uslos pelus 

1 Sl1.v~ Lrsuun, Pi,znc. de Dir. dlerc, tract. 7.0, pa$. 2 

SOTA FINAL SOBRE ORG. JUD. COMMERCIAL 487 

mesmos jnizes e approvartos pelu presideute do tri1)urial 

commercial de 2." instancia. 

0 dec. 6-mar.-4850 fez a rlivis2o ter-ritorial dns ilislrirhs 

de cada nm dos Iribtnraes ile colrilnercio de i.a illst,ancra, 

(jut! se tlevi;rm estabelecer, corn o j11r.y respecliv~o, 

nos ~ulgadus do cuntlnente 110 reiuu, e llllas arljacentes, 

cloe, sendo cabe~as de comartia, cous tavam d'um mappa 

anneao. e cleternrinon cine o jury fosse compostc, de doze 

jrirados e seis substitntos nos tri1)nuaes de b'u~~cl~nl, Selubal 

e Pontn Ilelgnda; de oito jurados e quatro snbstilrrtos, 

nos trrbuuaes cle Coimbra, lcigneira e Gnirnar3us, de seis 

juraclus e tres SLI~IS~ILIILL~S, nos tr~tjt~[laes de Augra, Ilarcellos, 

Lamego e Sautarem, e ile rlti;~tro j~rratlos e tlois 

s~~l~slil~~los erts or~lros lribunaes. 

Foram dapuis successivaineute creatlos tribun:les cornrnercines 

de 1."insbaucia, corn 6 jrlratlos e 3 sul)slilr~los, 

nns corrrarcas tla I-lorla (dec. IO-nrar.-62I, Peso (la Regr~a 

(det;. ,IN-maiu-Cia), Cvv~IliB (dec. 3l-j;i11.~67), Cllares (tlec. 

8-~naio-SO!, Louzada e Sdnto Tl~yrso (dec. 10 clez.-891, 

Valle Passos (clec. %-dez.-8!)), hbrclntes (dcc 13-mar.-DO), 

Torres Veclras, Loulk. Olb%o, S~lres e Leiria (dec. "2-mar.- 

90); e tom 5 jurados e 2 substitutes nos da Grlarda 

(ilec. 3 1-ag.-7 0, i\Iorrcorvi) e Dliverra rle hzcrneis (2 rler;. 

ile 43-jar].-731, l'enahel (dec. 47-maio-831, Yurtqlegre (dec. 

31-jarl.-84), Torres Nuvas . (dec. 15-out.-851, Mirandella 

(11ec. 3-dez.-851, Tavira (dec. 9-ab.-tie), Gonvdla (dec. 

I:]-jan.-87) Amarante, P'elguciras c Pareclcs itlcc. IO-dcz.- 

89), Villa Pouca de hguiar (dec. Yli-dez.-80,), Auadia, Fcira, 

Celarico de Uasto, Povoa tie Lanhoso, Villa No17a dc Famalicfio, 

Cela, Celorico tla Beira, Jldcla, Pinhcl, Tra~icoso, 

Villa Nova de FozcBa, Castro Da~rc, Wairg~laldc, Aii~~rnonla 

rla Beira, Sallta Conlba-Dao, Sir~fies e Tonileil;~ (clec. 9-jar!.- 

00), Cabeceiras de Bastos jdec. "1-fev.-go), Mach, Benave.nte, 

Cartaso. GollegI e Kila Nova rle OtlrBm (dec. 

13-mar.-go), Alemqucr, Certa, Cuba, Mertola. hlorrra, Odemira, 

Ouriquo, Scrpa, Fundio, Idaolla a Nova, Sxtrc;moz,

1\Ioal~'inii1~ o Novo, Redn~~tlo, Re,gueugos de llonsaraz, I,agos, 

Bill;, irli)vn tle L'urlimjo, iilcr)bn~a, AndBo, Calclas daRail~ha, 

l)eJi,~)g;i~) Grnutlo, l'oml~al, l'orto dc %loz, lllcacer do Sal, 

Al~lcio G;~llega do Ribatejo, Blmacla, Cinlva, Mafr+a, S. Tlliago 

11u CacsBln, Vill;~ Pranca cle Sira, Fronteira e Niza (cle,c. 27- 

nla~,.-!)U), ;IW tlue u ilec. 11." tie 28 dc inarqo de 1890, os 

CI.I:O[I II;IS res1.;111tcs cuinal.cas, lnas sem ilesig~lar o nnmero 

dc jot.adus cur11 (1111: cailil urn dwia funcci?nar, e porlanto 

setn ll~es ilr,l(?~rninar a al~acla, o clue tor~lava, inexe,quivel 

tal c~,ea@o 4. No en~la~~lo iri~~ilc~s se fr)ralr~ it~slallar~ilo 

clestlc logo, corn o Lumero irtiai~rlo dos jurados marcaclo no 

dec. It)-;llr.-4? nKo 110s r.oi~stsntlo qne por cssa irregnlaritiadc 

so I~ousesse anuullado algurn processo, e estavam 

qo;rsi lorlus instnllnrlas yi~:~ntio foi promulgado o Cod. do 

I'roc. Cumin.. ~ u 11~) e $ 3 110 art. hCi fixuu esse nurnero 

u111 7 II;II.;I 1otl:ls :IS romal.c;ls. Coma, o or em, essa i~~stalla~jlo 

dol~miria alisululawente da urgar~izat;Zo do ~ury, e poi,tanto 

ilu receusenme~~to Jvs jn~,ntlos, a c~~ja elei~ao, nos terinos 

tlo art. 52110 ~ucsruo Cocl., sb se yoilia proceder em 25 

dc nuv. de !)T, liveram de fuucciouar os a~ltigos lribnoaes, 

co111 a org;lnian~Zo qrlo possiiiam ao ten~po da promulga~ao 

(lo Cud., at6 1 ~le jaueir,u de 1896, e, oude os 1130 l~:rvia, 

s6 poilcriam iust.;~llar-se 1~:Ia fbrrna 'ihliga alb 1 dc jnlllo 

dc us 2. 

lYtl ~lllrillnar, [oram ta~nbem cria~los : um na cidarle de 

Lua~~ila, cu~~llrvsto do jtllz da direito cln comnrca, p~esid~nte,. 

h j~~ri~tllls e "2ubslitutos. urn secrelario rlae seria o delrgnifo 

tlo pfoc,/,.n~fdr. da co~,ba e fuzerltla, e urn escrivXo, qlle seria 

o do jr~dir:ial e ilotas quc 1x11'3 isso fosse nomeado pel0 

guvoln;~ilor geral svbre ~~rol~osta do presitleote da Relay50 

jrlec. :3C)-tlez.-i%, art. 57); nutro na ciilatle cle Sa~lto Nome 

dl: Ueus, de hlocitr~, cornposln de urn jt~iz presideote, que 

scxia o julz ile direit0 d,~ comarca, do kjjurados c "2, 

substitntos, 1 secrctario clue seria o respective delegatlo 

do procultador (la corba e f:lzeoila, e dos escrivses [lo 

judicial a yue os plancessus fosscm disl,r.ibuidos (Lei 7-ab.- 

($3); outro na cidade tie Nora GOa corn C, jrir:~ilos o 3 

snbslilutvs (dec 5-,j11l.-tiT), e m~is dois, nm ua provilncia 

de Cabo Verile, presidido pelo juiz de direito da comarca 

cle Sotavento, e ont~n na tie S. Ttmmi: e I'r.iucil!c, presiclido 

por qualqner dos dois jnizes da comarca seglmdo a dislrihnicAo, 

e cada urn corn 4 ,iarados e 2ssubstitul,os, urn 

secretario c[ue era o delegado [lo procurador (la coroa e 

fazcilda da vara respectiva, e os escri~hes de rlireito a 

qtlerrl os processos fossem distrit~uidos (clec. 14-11ov.-78, 

3rl. 23). 

Dividindo em doas varas a comarca lie I,onnrla, o dec. 

15-abr.48, dell pricalivamelrle ao ~uiz (la 4.& a juristlic~~o 

com~~~ercial, e 1150 bi alterado n'esla parle pelo c.lcc;r., de 

9-clez.-69. Mas o dec. 12-oul.-70 e clue s~rjeilou as causas 

coni~nerciaes li clistribui~so geral, devendo as audieiicias 

ordi~~arias ser presidillas por amhos os juizes em I.urnos 

bimeslraes, e as audiencias de assentada 110 tribunal do 

cornrr~ardo ser fcitas em semanas alternadas por cacla urn, 

para coilhecer das causas tlistribuiclas a slla respectiva vara, 

e senclu o da compelellte para os aclos relativos 6 clcic$o, 

organizac'do e jurarnelllo do jury commercial que ficava 

senclo c,ommllm para arnbas as varas. 

0 Reg. de Jusl. tle PO-fey.-94. art. 37, creou na sede 

de cada comarca nllrarnarina, 1Jara exercer jurisdic~Bo em 

toda ella, urn trlbu~lal commercial rle 1.?nsta11cia, compmto 

de um presideote, qlie 6 o juiz de dlre~to, cle q~~alro 

jurados corn $is subsl~l~ulos de u~n secretaria, cjlle i: o 

respec.tivo dclegatlo do procuraclor da cor0a e bzcilda, e 

d'aquclle dos escrivics de direilo a que o prncesso Br 

distnhuiclo. Nas cornarcas oiltie Ilouver mais Jt? Llm juiz, 

como Loarlda e S. Thome, pr,esiclc urn d'ellcs pol. tur~~o 

as audie~lcias ordinarias para o espcdieote dos processos 

commerciaes peudentes na comarca; e as audier~cias do

nsscnl.:itla s8o feilns err~ sem:iuas alter~~adas por carla urn, 

para instlnr~$u, tliscuss2o c julg:imento clas causas clistribrdtlns 

3 vnra cm rlnc ~:stivcr scrvindo, scndo o da I.a vara 

coml~el(?nlc: licira us aclvs r.elati\los A elei(;9o, orgaoiza~ao 

e jur;rmcrrlo do j11r.y commercial, 11ne fica senrlo commum 

par;) aml)os, e o i~cspecli\.o tlelegailo [lo lprocuradur tla 

corbn c filzcnlla o secreLi1-io do tril1111in1, SII~S~I~II~I~D nas 

srlas I'iiitiis c ii~~pc~lirnelitos lielo (la 8.". Os offir,iaes de 

c1iliguuci;ls s2u os da comarca. Oncle, poln ralta cle pessoal 

itlonoo, o5o Tur possivel orgailiz:~r o jnr?;, c cmqrinnto o 

1160 liir, s8o as caiisns co~nlnci~ciacs tlecitlidas de. direito e 

tle I:ii7to pclo jrliz [lo tlircilo, Inas scg~indo o prncsesair 

runlrni?t~cial, u co111 recurso (art. 39). 

'i'ril~uilacs priv;rl.ivus de 1.91uslaocia comrne~.cial ha, 

\lois, si) [hiis en) tollo o c.onlineote clo rcino, illras a~ljn- 

~:c~nlas e lir-o\itlcias ull~ c~m;lriuas: s3o us de Listha e Porto. 

Em todas ns i11:nl:ris comarc:is do reitiu slo us rncsmos 

juixos cls di~,cilo, eml.~ora ri~ucciouaodo cle urn moclo 

eslicrial. 

(3 jiiiz do cui)nrlerc.io dr, Lisbva I! Porlo 6 de, ~speciiil 

uomen1;5o regia, cscollii~lo rleutre os jr~izes rle direito de 

.I.:' c;lnssc, c pur sexel~ios Ira~isSerido, como os otitrcls 

juizcs tle clircito, par's qualqncr logar rla classe a que 

per~clrr:u~-, ilus leunos do 8 5 ilo art. 4'da lei -I~I-jnl.- 

55 1. Nos scus impetlirncrrlos tt>ml~orarios provia d'antes 

o jury, lll~meautlu urn clos adrugaclus du iruzo 11ar-a presidis 

c rir:lr:rir ilas ant1il:ncias para enpediente; mas se o 

i~i~p~tlinic~~lo era por lnnis de Ili dias, clevia dar parte ao 

presitleute cia l.eli~c;iu para esle pi.uv6r segnrido as c~rcumst,al~ci,is, 

e eulreta~ilo rlffit;iar ;lo ji~iz t;ivil te~.ritorr:il 

q~etomt~va :I ~lrcsiilci~ci:~ interirlnmcotc (Cod. corn. LIC 33, 

artl. 1076 i: ICl'i'T). 0 jury B cv~~ipvslu de IS juradus, 

scrn subslilulos, e lirado de uuia paulu if(: 31; jtlecr. 8-my.- 

41, art. 3, e 'dec. S-mar.-50, art. "L 5 81n.). O ser~~i~o 

carre por todos os 36 jurados, e B feilo aos mezes. 

altcruatlamente, segiindo a orclem da volar,icr, e, seguodo 

a mesma ordeal, sZo sirbstituid~rs os ir~~petliilos, recusailos 

ou swspeitos (Ici 8-nmi.-4Z, art. 3, 5 no.!. 

Bct~~almer~le, os juizes presidontcs dos t,rihnnaes comrner~:i;lcs 

cle Lishoa e I'ortn s2n snbslrt~ii~los, segrrnilo a 

lei 00-maio-85, pnr urn atlvogado IJI-~~IOS~O lielo Lrilmnal 

pleuo t: cui\Oslrradu pelo govern0 no fin] rla calla annn para 

srrvir no arirlo segninfe, designando-se ilesde logo mais 

rluis para servirern lias ~URS fi~ltas ou irnpedirncntos, sogoudo 

a orllenl rle rot:i~8o. 0s inconveuieates rl'esle niodo 

~le substltul~lo thm sirlo recelrtt:~nenfe lni111,o tlisclttitlos na 

irnprel~sa. 

Alern i1'est.e~ tribunaes, exercem tamlrern jurisrlier;5o 

commerdal ern I.^ installcia : 

gi 0 cltefi! iln v~pul'fip70 de ,iritErtstria rro ~r~iniste~.io das 

obr-crs pzlbllccrs. - SSo amplissimas as attrih11i~Bes conferidas 

~r.tualmente a este f~~ncciunariu 1)elo clar:. IS-rlr:z.-9h, e 

seu rep. 28-niar..08 sohrc l~ropriodailc induslrial. Consti- 

tne clle nma verdadeira ii~staocia commerciat, perante a 

qua1 se clebaleln e na qnal r;r! jnlgam jrnpor.tanles direitos 

e graves confliclos de interesses e,ntre iudustriacs, ugritol- 

tores e comlnerciantes, sobre ir~vengfies c siia explora(;lo, 

desfiiihos e morlb)os, marcas, nonies it~duslri,ws B corn- 

merciaes, recornpensas e con[;orrencia rleslcal. I? assim 

se reconlieceu, dando recnrso de quasi todas as suas 

rlecisIues subre cssa materia para o trilruual do romrnercio 

de Lisk~oa. 

Tudo isto 6, poreln, irregolarissimo, e nl,D inc,onslilucit!nal. 

Assirrl coir~o os mini.slros e secrrtarios CIR esta~lo sij 

tlesp:ichant em norrlc: dn rei (C. i:. artt. ?Y e 1(J2)!, nssim 

talnbsm os d~rectores gernes on chef~s tlc rcpai.tic,ijrts 

autonomas SO podern e devem despacbar en1 nome do 

respective ministra. Ura clos actos 1.10s ministrus, clue 

exc,rcc?m o poder executive e llau o potler. jodicial, so dcve

ec,orrer-se ynra o S. T, Adm. Assim o recoullcec contradict,nrinmcntc 

o proprio doc. IB-r'ea.-!36., rna~itenclo no art. 

57, sob p:~tcutcs tlc ir~lrndnc~Ao de iiovas industrias, o que 

j4 esl:~vii del.e~n~i~rntlo 110 art. 9 (lo rlec. OO-set.-92 e no 

art. 22 (lo re~pr:~l.ivo reg. app. por rlec. I-fcv.-93, segunrltr 

os qnaes rlr~ resoln~,9o tlo ministro a tal respeito 6 para o 

S. 'I'. Atlrn. cine calie n reciirsv, 1111~. o IIOI~C) Cod. Adm. 

conservo11 110 u." 010 art. 368, e cujo julganle~lto 1180 

cnrerp, pnr 1?xa1?~~5o, (10 confirtnacAo do gavelno, pelo 

11." 5 clci 31.t. 370 do lnesmo Cod. 

Sc se jcrlgon couvcr~ient,e, e C, concenlrar no minislhrio 

d9s obras p~blicns o registo da proprieclaile industrial em 

todas as suas mnnifest,n~loes, isso nso j~islifira ter arvorado - 

USKIX d:~s r~?p:i~li(jiSes LI'BSSB n~il~isLt.fiu eirl ve.rdadeiro trihunal, 

il~depen~lenle, Iportanto, ila ac@o o inspect;8o do 

pbprio mi~iistro, e cnjo chefe lica sendo juiz e parte ao 

mcsmo tempo, pois i! sb ellc qlle parante si prbprio represe,ota 

os iulcresses gdraes do esta~lo n'essas c~aestbes. As 

SIIRS f~~oc~~iies deveriam limitar-se is de nm sin~gies affidaI 

dc rcgislo (10s diversos litulos de proprierlade iudnstrial. 

15 da coi1cess50 ou deuegaclo il'esses'ktdos, descle que se 

cnusirlcravn, 1150 urn acto de commerqio, mas sin1 de 

adrnir~istr a@o pi~lllica, era para os trihuiaes cor~teac,iosos 

rl'cssn arlrninistrn$io, e 1120 para os lribnnaes commcrciacs, 

r111t: sc 11otlc1,i:r reeclrrer. Mas 6 rrlais iirna t.visle m:inifesl,aq6o 

(la anarclda dc todos'os scrvi~os lxihlicos no ~~osso . 

p;~iz. 

61 0s ~i~.?)i/iiPs dos ~ I O ~ ~ O- S . Foi o rcg~lldrnc~~to para :I 

polir:in tli)s po~tos, npp, por dec. 30-ag.-39, (lire, 110s ;~rlt. 

$9-G I, (II:II 1)elii primei1.a Vez nos 1capit5es (10s portos n 

jlirist1icc;jcr. qne pcl;~ port. 7-j11n.-47 11 tinlrn o irispectct~* 

g~'r:il 1111 RI'SCII:II tle masirll~n, l~;rra 11 jillgariit:utu llas causas 

ilc, nvaria 11or nb:rlroamt:nlo att; ;\a valor de 80#000 reis, 

ile~entlo prcpnr:lr e instruir as illie cxcedessern esse valbr 

para sul.urn jr~lg;rii:~s pelo Iril~n~~al (lo cornmcrcio. 1)estinada 

a nllrcvier a 11cc:isTo tLc qncsli,cs r - 1 ~ pouca importancia, e 

NOTA FINAL SOBRE ORG. JUD. COAIMERCIAL , ,, 393 

a evitar a despksa de processos peraate a jnrisdicc3o 

ordinaria commercial. esta determinac30 nunca levantou 

reclamacfies, como afirma a port. 96-jul.-85, o tom sido 

reproduzida em todos. os regulamentos das capitar~ias dos 

portos, ate ao app. por dec. I-(1ez.-99, que vigorava ao 

tempo da publica~go do Cod. do Proc. Corn., e que, no a1.t. 8 

n." 5, reproduziodo o que ja estava disposto nos arlt. 49- 

50 do reg. I-ag.-8i.. estel~dia essa compelelicia as q~iestfies 

que podessem snscitar-se entre proprietaries, age~ltcs ou 

collsignalarios de ~lavios ou eml-,arcacGes, e capilics, 

mestres, arraes, tripulantes, corn relaqlao a pagas, soldaclas, 

oc~ servi~os ajoskados, quando os co~ltractos tivessern sido 

sanccionados pela aucloridade maritima, e a imp01 tancia 

questiunada nHo excedessc aquella qriaot.ia. 

Parecia-nos que se n2o podia cunsiderar revogacla esta 

disposi~So pelo Cod. do Proc. Corn., quo 1120 tratoi~ especialme~ite 

nern da organiza~5o nem da compelencia oa 

juristliccTio de todos os diversos jnizcs e tribunaes. A 

consickwar-se rerlogado isb, erll3o tambem ficariarn extilletas 

os tribuuaes de arhitros-avindores, o que po~liamos 

afirmar 1160 ter sido prop~jsito da comrniss3o qne. fe,z o 

proj. d'este cod. I3 esla nossa opiniso se coufirrnou. 

Poste~iorrneute a pi~blic-ayio do Cod. do l'roc. Corn., o 

dec. 18-ah.-93, iigo sb manthm aos caprtaes dos o~)rtos, 

na alinea f) do art. 7, a sua anterior compele~lds para 

resolver definitivamente, e sem recurso, todas as questbes 

de avarias, ou outras que se suscitem entre rnaritinlos 

devirionie~ile inserip~os, ou enhe estes e os consig~,:it:~rios, 

agentes ou propriet,arios de navios, uo embarcar6 BS, por 

molivo de snla~,ios, soldadas 011 servicos ajiistados, qualido 

honver contracto escrjpto, t? a importancia cjneslioiiada, 

em c/ualquer caso, n8o excedn .?jOpS000 reis, mas at&, na 

alinea fl clo mesrno art.. amplia esta cumpetencia, embora 

corn recurso para o tribunal commercial, a todas as cJuestiies 

de interesse maritimo sem determinacio rle ohjeclo rlem 

tle valbr, quando as pafles recorram A capitalria do porlo. 

80

i\c~~~i lemos, pois, em revoga~jo expressa do Cod. 

Corn., e dc tnilos as pri1lc;ipios fu~rdamentaes da organizn~Ro 

jlldiciaria, o livre :~rhitrio das partes alterando a 

rornpcte~~ci;~ ell] raz3o (la materia. 

Nas orllr-as rlrlcslBss, o processo rleve ser rapido e 

srir111n:lrio. Ouviilas as partes contentlol,as, o capitlo do 

oorlo trntat,i rle its conciliar, e, wusegnindo-o, on a 

import,a~~cia qucstior~;~tla 6 logo satisfeita, ou se lavra 

nulo cle ncourdo. Na falla de conciliac8o lavra-se auto de 

tlesarc.or.tlo, I: o capitlo do porlo tlari seotenqa, que, 

rl~ln~ltli~ Irorrvcr Jc ser curnpritla pelo proprictdrio, caixa 

on c,o~~sig~rnt:~ri:>, capilso 011 mc?stre rle navio nli eml~arc.ii~lo 

~l;~ci~it~aL, ~rnporl:~ o jmpedimento (lo ~ravio ou 

ernh;irca~$o se enlregar ao set1 ntisler at6 que se mostre 

por tloc.l~mento I)avct. sirlo cnmprirla a sentenca ou prestacl;) 

c:lu~511 em dial~~iro ou fiau~a idonea. Se, porkrn, o 

uavio csliver ~lcsyat:l~ado, s6 o tribunal do commercio Llle 

podtlrii embar.gar a saitla (reg. ,I-dez.44, art. 8 11." 5). 

1:) 'I't~ibr~nn~s rle nrbil7.1,~-naindortas. -A lei tle 14-ag.49 

;tui:Lor.isou o governo R mar, nas localidades em que 

,honver ccnlros i~~drrslriaes impot.tantes, tribunnas de 

;tt~bil~.iis-avilldores (art. ,I), para o julgamento do todas as 

coutrovirsias, qualquer qlie seja o seu'ival0r, sohre a 

excc11p5o clc contra!;tos uu conveu(,Ges '(18 servi~o em 

assnnrptos it~il~islriaes 011 cornrnerciaes, cntre patroes e 

seus upetsnrios on empregaclos, 011 erltre estes quando 

t~,rb,~ll~n~~cm para o nleslrlo patrSo, e dos yne disserem 

rcsprili~ :I salaries, preCo e qonlirlado da m30 rl'obra, 

horns de t,~.ailnlbn, contractadas ou devidas, observancia 

ile csli[i~~la~Ees especiaes, imperfei~zo na m3o d'ohra. 

corn11e11sa1;ites de snlarios [)or altera@o na qnnliilarle da 

matcx.in prirna fornecida au por modiRca~Bes nas indica~aes 

(lo 11-aI~all10, illrlernniza~lao pelo aha~lilo~ro de fabrica, ou 

1 1 lice~iccrarnei~tu 

~ 

011 abandono antes do Ern do trahalbo 

aj~~st:ltlo, c i~ltlcm~lisa@o por 1150 cumprimellto do contraclo 

rle al~renilizagem (art,. 2). 

NOTA FINAL SOBRE ORG. JGD. COMhlERCTAL 395 

Pela palavra putrdps nBo quis, porem, eata lei significar. 

todos os que assirn s2o denomiuaclos na li~~gnagern commum, 

como os donos d'ohras, us amos corn rela~r~o a 

servicaes, e oulros casos semelhautes, mas sb (1s qire tern 

a sen servi~o operarios ou empregados para especula~5es 

inrllrslriaes ou cornrnerciaes, e que n'essa qa;\liclaile rst3o 

iuscriptos na matriz da cootribui6Zo indlrstrinl, cnmiJ 

jnlgou o tribntial do eommerclo cle Lisl~oa por senten~a 

de 2-nov.-94 *. 

Vej. os duis regolamentos de 1:)-mar.-91 para a elei~Io 

d'estes tribunaes e processo pera11t.e elies. 

O dez. 18-maio-93 creou o primeiro e linlco I.ribm~al 

de arbilros-avindores em Lisboa, ahragendo a area do 

municipio. 

GPJ ainda para el~lcidn~%o e complenie~ilo rl'cstc estodo, o n " 39, 

p. 138 e 160, 11.0 85, p. 196 e 197, n.D A&, p '2% e $28, e a~ndn oulras 

passagens similares, d'eslas L~rGes. 

1 Dircito, vol xxnr, p. 18.

affonso augusto da costa - 1899 - Faculdade de Direito da UNL

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