peneireiro-de-dorso-malhado

Peneireiro-de-dorso-malhado

O falcão-de-dorso-malhado é uma ave falconiforme da família Falconidae. Também conhecido como francelho e penereiro-vulgar.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) phalkōn (latim) falco = falcão; do (latim) tinnunculus = peneireiro (tinnulus = som estridente). ⇒ Falcão peneireiro ou falcão (que emite) som estridente.

Características

Mede entre 27 e 35 centímetros de comprimento. O macho da subespécie nominal pesa entre 136 e 252 gramas e a fêmea entre 154 e 314 gramas. Sua envergadura mede entre 57 e 79 centímetros.
O macho apresenta o bico cinza escuro, curto e curvo. A cabeça, pescoço e os lados do pescoço são cinza-azulados. A cera e o anel perioftálmico são de coloração amarelo-limão. Como em os outros falcões, ele tem uma mancha na face, abaixo dos olhos (lágrima), de coloração negra. As asas e cauda são compridas. O dorso e a face superior das coberteiras das asas são castanho-avermelhadas com muitas manchas escuras. As rêmiges primárias e porção superior da cauda são cinza-azuladas sem listras e a cauda apresenta barra subterminal escura e larga. Os tarsos e pés são amarelos.
A fêmea tem a cabeça e o pescoço de coloração castanho claro com manchas marrom escuro. O mancha escura (lágrima), na face é menos definida do que no macho da espécie.
O imaturo é muito parecido com a fêmea da espécie, e difere apenas na sua plumagem, que apresenta mais manchas.

Vocalização: Séries rápidas de sons curtos e agudos.

Subespécies

Possui onze subespécies reconhecidas:

  • Falco tinnunculus tinnunculus (Linnaeus, 1758) – ocorre no noroeste da África, Europa e Oriente Médio, Sibéria, Afeganistão, Paquistão, Nepal e Butão; no inverno atinge o leste da África e sul e sudeste da Ásia.
  • Falco tinnunculus perpallidus (A. H. Clark, 1907) – ocorre do leste da Sibéria até a Coreia e nordeste da China; no inverno atinge o leste da China e o sudeste da Ásia.
  • Falco tinnunculus interstinctus (McClelland, 1840) – ocorre no Tibet, no sudeste asiático da região central da China até o Japão; no inverno atinge o sul da Índia, na Malásia e Filipinas e no norte da ilha de Bornéo.
  • Falco tinnunculus objurgatus (E. C. S. Baker, 1927) – ocorre no sul da Índia e no Sri Lanka.
  • Falco tinnunculus canariensis (Koenig, 1890) – ocorre na ilha da Madeira e no oeste das ilhas Canárias.
  • Falco tinnunculus dacotiae (E. J. O. Hartert, 1913) – ocorre no leste das ilhas Canárias.
  • Falco tinnunculus neglectus (Schlegel, 1873) – ocorre no norte do arquipélago de Cabo Verde.
  • Falco tinnunculus alexandri (Bourne, 1955) – ocorre no sudeste do arquipélago de Cabo Verde.
  • Falco tinnunculus rupicolaeformis (C. L. Brehm, 1855) – ocorre no nordeste da África e na península arábica.
  • Falco tinnunculus archeri (E. J. O. Hartert & Neumann, 1932) – ocorre no noroeste da África na Somália, região costeira do Quênia e no arquipélago de Socotra na costa do chifre da África.
  • Falco tinnunculus rufescens (Swainson, 1837) – ocorre no oeste e na região central da África, do leste da Etiópia e Eritreia, até o norte de Angola e sul da Tanzânia.

(IOC World Bird List 2017).

Alimentação

Auxiliar precioso do agricultor, alimenta-se ratos, insetos e, por vezes, de rãs e vermes.

Reprodução

Nidifica geralmente em ninhos velhos de corvídeos, nas árvores, cavidades rochosas ou mesmo em edifícios. A postura de 4 ou 5 ovos é incubada pela fêmea durante cerca de 28 dias. As crias são alimentadas por ambos os progenitores, estando prontas a voar após 28 dias.

Hábitos

As suas longas asas pontiagudas permitem-lhe um voo possante, rápido e ágil. A sua cauda é longa e as asas arqueadas em forma de foice. Caracteriza-se pela capacidade de “peneirar”, isto é de permanecer voando parado sobre um determinado ponto no solo, comportamento este que o ajuda na detecção e captura de suas presas.
Adapta-se bem a ambientes alterados pelo homem, especialmente terras de cultura, mas diminui em regiões onde houver uma expansão da agricultura mecanizada.

Distribuição Geográfica

Espécie vagante (espécie de ocorrência aparentemente irregular no Brasil); pode ser um migrante regular em países vizinhos, oriundo do Norte.

Artigo sobre ocorrência no Brasil:

“Por ocasião das expedições científicas 243 e 275 ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo diversas aves foram fotografadas casualmente. Duas espécies do Velho Mundo, com apenas um registro prévio para o Brasil, foram observadas, uma fêmea jovem de Falco tinnunculus e dois indivíduos de Egretta garzetta. Adicionalmente, os pescadores que auxiliam as pesquisas na região relataram a ocorrência concomitante de pelo menos sete indivíduos da pequena garça no local”.

Fonte: SANTANA, William e PINHEIRO, Allysson Pontes. Revista Brasileira de Ornitologia, Vol. 18, nº 2, Junho 2010.

Referências

  • Aves de Rapina do Brasil - disponível em http://www.avesderapinabrasil.com/falco_tinnunculus.htm Acesso em: 01 dez. 2009.
  • Azibo - disponível em http://www.azibo.org/peneireiro.html Acesso em: 01 dez. 2009.
  • Nelson, T. 2006. “Falco tinnunculus” (On-line), Animal Diversity Web. Accessed September 13, 2014 at http://animaldiversity.ummz.umich.edu/accounts/Falco_tinnunculus/
  • Gill, F. & Wright, M. - IOC World Bird List 2017. Birds of the World - Recommended English Names. Princeton University Press, Princeton, N.J., and Oxford, UK.
  • Piacentini et al. (2015). Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, 23(2): 91–298.

Galeria de Fotos

peneireiro-de-dorso-malhado.txt · Última modificação: 2018/12/15 22:54 (edição externa)