Quanto tempo nos resta? Cristo Redentor ressalta a emergência climática com relógio do clima

Relógio do clima marca o prazo estipulado para a humanidade frear o aumento das temperaturas globais para manter um padrão minimamente seguro para a nossa sobrevivência.

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Climate Clock foi projetado pela primeira vez no Brasil através do Cristo Redentor. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

O Cristo Redentor é considerado uma das sete maravilhas espalhadas pelo mundo e com certeza, já chama a atenção por si só. Inaugurado em 12 de outubro de 1931, o monumento levou cinco anos para ser construído e possui 30 metros de altura, sobre uma base de 8 metros. É um dos pontos turísticos mais visitados no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.

O Cristo, de abraços abertos sobre a Baía de Guanabara, já levantou diversas bandeiras com a finalidade de mostrar como o Brasil se preocupa e age em prol de diversos assuntos, um deles é o clima. Como forma de protesto e principalmente de alerta, o “Climate Clock” ou “Relógio do Clima” foi projetado sobre o Cristo Redentor no sábado (22) durante um intervalo de 4 horas.

A ação foi promovida por ativistas e cientistas, que inclusive projetam esse relógio do clima em diferentes partes do mundo para alertar sobre a emergência climática, ou resumindo, para mostrar quanto tempo falta para a humanidade frear o aumento das temperaturas globais para manter um padrão minimamente seguro para a nossa sobrevivência.

Entenda o Climate Clock

O relógio do clima é uma iniciativa de ativistas e cientistas que tentam promover uma conscientização ao redor de todo o mundo sobre as mudanças climáticas e o aquecimento global. A forma com a temperatura do planeta tem subido nas últimas décadas coloca a humanidade frente a uma importante escolha. Zerar a emissão dos gases de efeito estufa ou apenas acompanhar o tempo que nos resta pelo Climate Clock.

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Primeiro relógio do clima foi instalado na Union Square, em Nova York, nos EUA — Foto: Divulgação

A iniciativa foi tomada em 2020 quando num relógio digital de 24 metros foi lançado na Union Square, em Nova York nos Estados Unidos. Outro relógios também foram disponibilizados em grande escala em cidades como Londres, Roma, Seul, Tóquio e Pequim.

Além dos grandes relógios que tentam lembrar diariamente a população de quanto tempo nos resta vivendo em um planeta já doente, outros dispositivos menores fazem parte da ação dos líderes climáticos espalhados ao redor de todo o mundo, como por exemplo, está nas mãos da ativista Greta Thunberg e até do primeiro-ministro das Bahamas Philip Davis.

Além do enorme relógio projetado no Cristo Redentor, a líder indígena brasileira Txai Suruí e a especialista Natalie Unterstell que é presidente do Instituto Talanoa responsável pela ação do Climate Clock no Brasil, foram presenteadas com exemplares do relógio.

Quanto tempo nos resta?

No sábado (22) o Climate Clock foi projetado no Brasil e mostrou pela primeira vez, o período menor que 6 anos, é o tempo que nos resta para frear de vez a emissão dos gases de efeito estufa ou ficaremos em um planeta que será considerado ruim para nossa sobrevivência.

O prazo foi dado até que o chamado “orçamento de carbono” se esgote, considerando a enorme taxa de carbono que continuamos lançando na atmosfera a nível global. Esse relógio foi desenvolvido para nos lembrar quanto tempo nós temos para buscar uma melhoria e evitar os efeitos mais catastróficos dos eventos climáticos severos, caso contrário, uma verdadeira crise climática seja enfrentada.

Natalie Understell relata que “devemos tomar medidas para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa para zero o mais rápido possível. O tempo está literalmente encurtando por conta das emissões crescentes, enquanto os impactos climáticos estão cada vez mais fortes. Contar menos de 6 anos para cortarmos as emissões de carbono pela metade dá a dimensão da urgência com que temos para agir”.

Além da projeção do tempo que nos resta, o relógio do clima no Cristo Redentor também projetou soluções para o combate as mudanças climáticas que podem ser aplicadas em todo o Brasil. Ações como o investimento em transporte público eletrificado, economia circular, logística reversa, saneamento básico e desmatamento zero em todos os biomas, além de muitos outros, foram levantadas no dia 22 de julho como forma de incentivo aos brasileiros e principalmente governantes.