Jorge Ritto nega qualquer contacto com Carlos Cruz

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O embaixador Jorge Ritto, um dos nomes da lista de suspeitos de envolvimento nos casos de pedofilia na Casa Pia de Lisboa, negou hoje ter tido qualquer "encontro, reunião ou convívio" com Carlos Cruz, detido preventivamente desde a madrugada de sábado, pela alegada prática de pedofilia.

Apesar das indicações de que o embaixador estivesse em Moscovo, a Lusa recebeu um fax enviado esta tarde a partir dos CTT dos Restauradores, em Lisboa, assinado por Jorge Ritto. A Assinatura, continua a agência, é em tudo semelhante à de um outro fax enviado em Novembro passado por Jorge Ritto, onde o embaixador comentava, pela primeira vez, o envolvimento do seu nome na polémica que envolve a Casa Pia.

Reagindo ao testemunho avançado por um canal de televisão, que o associava a práticas pedófilas e nas quais Carlos Cruz terá participado, o embaixador sintetiza: "Nunca participei em qualquer encontro, reunião ou convívio em que estivesse presente Carlos Cruz".

Ainda quanto às alegações de que o apresentador de televisão teria estado na sua antiga residência em Cascais, onde foram encontradas em 1982 crianças fugidas da Casa Pia de Lisboa, Jorge Ritto afirma que "Carlos Cruz nunca frequentou ou sequer visitou a casa", acrescentando também que nunca esteve na casa do apresentador.

O embaixador considera, nesse sentido, que "qualquer alegação em contrário é falsa e só pode dever-se a má fé ou equívoco quanto a identidades ou locais".

Carlos Cruz foi detido na madrugada de sábado, depois de ter sido interrogado, tal como o médico João Ferreira Diniz e Hugo Marçal, ex-advogado de Carlos Silvino, conhecido como "Bibi" e principal suspeito dos alegados casos de pedofilia na Casa Pia.

A prisão preventiva foi decidida para Carlos Cruz e Ferreira Diniz, tendo Hugo Marçal saído em liberdade, mediante o pagamento de uma caução no valor de dez mil euros.

Os indícios que levaram à detenção dos três indivíduos terão decorrido após 1998 e estarão relacionados com a alegada prática de abuso sexual de menores.

Carlos Cruz foi indiciado pela prática de pedofilia a partir do testemunho à Polícia Judiciária e ao Ministério Público de três menores à altura dos factos. Estas serão as mesmas pessoas que falaram sob anonimato à TVI, além de uma terceira, uma rapariga, que há 20 anos esteve no apartamento de Cascais de Jorge Ritto, e que diz ter visto fotografias comprometedoras para Carlos Cruz.

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