Embaixador Jorge Ritto aposentado desde 2001

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Quase um mês depois de o nome de Jorge Ritto ter sido ligado ao escândalo de pedofilia na Casa Pia de Lisboa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros esclareceu hoje, em comunicado, que o embaixador está aposentado desde Julho passado.

Apesar da aposentação ter sido requerida em Novembro de 2001, o ministério refere que o embaixador Jorge Ritto desempenhou funções de Estado pela última vez a 27 de Março deste ano e que o seu "direito à aposentação foi reconhecido e publicado" em Diário da República no dia 30 de Julho de 2002.

O esclarecimento do Ministério dos Negócios Estrangeiros surge quase um mês depois de a comunicação social ter identificado Jorge Ritto como sendo o proprietário de um apartamento em Cascais onde foram encontrados, há 20 anos, dois jovens casapianos desaparecidos.

O ministério justifica o esclarecimento público sobre a situação actual do diplomata agora divulgado com o facto de ter sido "questionado por diversas vezes" pelos jornalistas.

De acordo com a nota, o embaixador "cessou as suas funções de Representante Permanente de Portugal junto da UNESCO, em Paris, a 3 de Janeiro de 2001, quando atingiu, segundo a lei aplicável, o limite de idade em que os funcionários do quadro diplomático podem desempenhar funções no exterior (65 anos)".

A 27 de Abril do ano passado, Ritto ainda foi nomeado para desempenhar funções de coordenador das matérias relativas aos oceanos e ao direito do mar, sob a tutela da Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais do ministério. Nestas funções, esclarece o ministério, desempenhou pela última vez funções no dia 27 de Março de 2002.

Jorge Ritto pediu a reforma a 30 de Novembro de 2001, tendo o pedido sido enviado à Caixa Nacional de Aposentações a 3 de Dezembro do ano passado, refere a diplomacia portuguesa, acrescentando que "o direito à aposentação foi reconhecido e publicado" em boletim oficial a 30 de Julho de 2002.

Na sequência das notícias que o relacionavam com os casos de abusos sexuais de menores na Casa Pia, Jorge Ritto negou conhecer o ex-funcionário da instituição Carlos Silvino, principal implicado no escândalo e que se encontra detido preventivamente, bem como o envolvimento em qualquer rede de pedofilia. Jorge Ritto apenas admitiu que foram encontrados, em 1982, na sua residência em Cascais, dois alunos da Casa Pia, um dos quais já conhecia. No entanto, garantiu, os jovens entraram e permaneceram na sua casa sem o seu consentimento ou conhecimento.

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