O alho roxo é mais um candidato a se tornar produto característico de uma região de Santa Catarina. Plantios desse tipo são identificados com Indicação Geográfica (IG), que os tornam únicos do local de origem. Acontece que a planta não tem esse “selo”, mas instituições estaduais, como a Epagri, trabalham para conseguir o reconhecimento do alho roxo no Planalto Norte.

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O objetivo é conquistar o modelo de Denominação de Origem (DO), que é concedida quando as características do produto têm influência essencial ou exclusiva da região em que ele foi produzido, tanto por fatores naturais quanto humanos.

De acordo com o pesquisador da Epagri/Ciram, Hamilton Justino Vieira, ao longo da história, o plantio do alho roxo se adaptou bem às condições de clima, solo e topografia da área de cultivo de Santa Catarina.

— Os fatores naturais, associados aos métodos de beneficiamento tradicionais, conforme conhecimento dos produtores, induzem à externalização de características específicas, tais como cor púrpura da película de proteção dos bulbilhos, tamanho dos bulbos, aromas e componentes bioquímicos — explica.

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Segundo o pesquisador, esses aspectos dão reputação e características distintas ao alho roxo, que o qualificam para o pedido de uma IG. Hamilton também ressalta que a identificação permite que o produto tenha passaporte para comércio internacional.

Vinhos, mel e maçã: conheça os produtos exclusivos de SC

Se conseguir a IG, o alho roxo se junta a produtos exclusivos de regiões catarinenses, como a Banana Corupá no Norte do Estado, a Maçã Fuji na região de São Joaquim, a erva mate do Planalto Norte, entre outros cultivos.

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Por muito tempo a banana produzida na região de Corupá, no Norte do Estado, era desprezada pela aparência menos atrativa. Em 2018, a fruta produzida em agricultura familiar nas cidades de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder e São Bento do Sul recebeu o registro de Identificação Geográfica e foi reconhecida como a banana mais doce do Brasil.

Em 2021, Santa Catarina obteve outra indicação geográfica, a partir da maçã produzida na Serra de Santa Catarina com a denominação: Maçã Fuji da Região de São Joaquim. Os municípios de Bom Jardim da Serra, Painel, Urubici e Urupema também estão na área delimitada pelos pesquisadores da Epagri para receber este selo.

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A mais recente Identificação Geográfica (IG) de Santa Catarina foi concedida à erva-mate do Planalto Norte do Estado, em maio de 2022. A planta é cultivada historicamente em meio à floresta de araucária, de forma harmônica, sem desmatamento. A erva-mate tem um maior nível de doçura e menor amargor que as similares do mercado.

Sob supervisão de Lucas Paraizo

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