Em 320 d.C., Roma era uma das cidades mais populosas da Europa, e possivelmente do mundo. Com quase um milhão de habitantes e 7.000 edifícios que se estendiam por mais de 13 quilómetros quadrados, a capital do Império era uma amálgama de culturas e credos – o que a tornava uma cidade cosmopolita e a caput mundi ("capital do mundo"). Mas como terá sido Roma no auge do Império?

Agora podemos descobri-lo graças a "Rome Reborn: Flight over Ancient Rome", um modelo virtual apresentado pela Flyover Zone, uma empresa especializada em tecnologia educativa. Rome Reborn permite aos académicos e ao público em geral ver a Roma Antiga e os seus famosos monumentos tal como seriam no seu tempo, oferecendo também a possibilidade de os comparar com a sua localização actual, enquanto ouvem uma explicação detalhada de uma equipa de especialistas na matéria.

UMA VIAGEM NO TEMPO

Esta versão virtual de Roma é uma criação de Bernard Frischer, um arqueólogo digital do Departamento de Informática da Universidade de Indiana, EUA, que começou a trabalhar no conceito em 1974, quando estava a fazer uma bolsa de estudo na Academia Americana em Roma. Depois de visitar o impressionante Museu da Civilização Romana, teve a ideia de criar uma versão digitalizada da Roma antiga. "O Yorescape Rome Reborn 4.0 é o culminar de mais de vinte e sete anos de colaboração internacional na utilização de ferramentas digitais para investigar a história cultural e dar-lhe vida", afirmou Frischer.

Panteão
Flyover Zone

Vista aérea do Panteão em primeiro plano. 

 

E o que é o Yorescape? É uma aplicação para telemóveis e para a web que lhe permite, sem sair do seu sofá, fazer uma viagem virtual, neste caso, à antiga capital do Império Romano. A reconstrução da Roma antiga é tão exacta quanto o permitem os vestígios arqueológicos que sobreviveram até aos dias de hoje. "Esta reconstrução da paisagem urbana da Roma antiga obedece a um rigor científico baseado nas provas históricas disponíveis, ainda que fragmentárias", comentam os autores.

É, porém, também um projecto que evolui ao longo do tempo, como afirmaram os representantes da Flyover Zone, "à medida que surgem novas descobertas e interpretações destas provas, a equipa da Flyover Zone actualiza continuamente o Rome Reborn para garantir que continua a ser uma visualização fiável e abrangente da cidade".

O Rome Reborn 4.0 é a versão mais recente de um modelo de reconstrução urbana que Bernard Frischer tem vindo a desenvolver desde 1996. Desde a sua criação, é também um projecto colaborativo global que reúne especialistas em arqueologia romana e peritos em computação gráfica e design de realidade virtual. Na verdade, milhões de pessoas em todo o mundo já desfrutaram das versões anteriores do projecto 1.0 (2007), 2.0 (2008) e 3.0 (2018).