COMO O RINOCERONTE DO PAPA SE AFOGOU E FOI IMORTALIZADO NA HISTÓRIA DA ARTE
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COMO O RINOCERONTE DO PAPA SE AFOGOU E FOI IMORTALIZADO NA HISTÓRIA DA ARTE



A história de um dos dons mais infames, e uma das imagens mais influentes da história da arte, foi trazida de volta à vida graças à pesquisa na Universidade de Warwick - a do rinoceronte, chamado Ganda, presenteada ao Papa Leão X que afogou-se em 1515.


“O rinoceronte Ganda foi enviado pelo Sultão Muzaffar Shah II de Cambay ao Rei Manuel I de Portugal como um presente diplomático”

Afirma o Professor Giorgio Riello, do Departamento de História da Universidade de Warwick.


“Assim que chegou, as pessoas correram para a praça principal de Lisboa para ver Ganda”

o primeiro rinoceronte da Europa desde os tempos romanos e a última adição ao zoológico do rei.


O historiador romano Plínio tinha escrito que os rinocerontes e elefantes foram amargos inimigos, com isso escrito em textos que “rinocerontes poderia conquistar elefantes”, diz o professor Riello.


O Rei Manuel decidiu testar a teoria antiga colocando um elefante da sua coleção contra Ganda - mas o elefante fugiu no momento em que a luta ia começar, confirmando o estatuto de Ganda como uma criatura especial. Apesar do triunfo de Ganda, “Manuel acabou ficando entediado com o rinoceronte e decidiu enviá-lo ao papa” e aumentar a coleção de animais que já havia enviado ao Vaticano.


Infelizmente para Ganda, a viagem de Portugal a Roma não foi tão bem-sucedida quanto a viagem de Cambay. Acorrentado ao navio durante a viagem, Ganda não conseguiu escapar porque o navio naufragou em uma tempestade repentina na costa norte da Itália.

A fama de Ganda seria, porém, mais duradoura nesta sua jornada, afirma o professor Riello:


“A memória do rinoceronte vive graças a uma gravura do artista Albrecht Dürer, e por isso este rinoceronte continua a ser o animal europeu mais famoso do renascimento.”

A imagem de Ganda de Dürer em 1515, baseada apenas nas descrições encontradas em cartas enviadas por mercadores de Portugal e conhecidas como O Rinoceronte, viria a se tornar uma das imagens mais famosas de qualquer criatura na história da arte - sendo reproduzida ao longo dos séculos que se seguiu, seria transformado em estátuas e cerâmicas, além de inspirar Salvador Dali, que mantinha uma cópia do Rinoceronte de Dürer em sua casa.

 

Fonte - Bedini, Silvano A. (1997). The Pope's Elephant. Manchester: Carcanet Press. ISBN 1-85754-277-0

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