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Pequim

Pelo Mundo: a Grande Muralha da China

Existe um complexo de fortalezas, passagens e torres ao longo da Grande Muralha | Foto: Acervo pessoal de Aidir Parizzi Júnior

Centro político e cultural do vasto país, Pequim e os 12 milhões de habitantes se apresentam também em todas as cores da tradição oriental, com dezenas de lugares de interesse, povo hospitaleiro e culinária muito saborosa. A história tem mais de 3 mil anos, 800 deles como capital da nação mais populosa do planeta. Além da Cidade Proibida, várias construções e monumentos estão enraizados nas tradições chinesas. O Templo do Céu, recheado de beleza e mistério, serve como referência fundamental da arquitetura do país, baseada na prática milenar do feng shui. O Palácio de Verão, com suaves montanhas e lagos, é outro local imperdível, assim como são os espetáculos da Ópera de Pequim.

Nos arredores da cidade, contudo, ficam os lugares que mais mexem com a imaginação e com os conceitos de dimensão e de capacidade humana para cristalizar sabedoria e técnica. A Grande Muralha é a edificação mais longa do planeta, e abrange muito mais do que o nome sugere. Com quase 20 mil quilômetros de extensão, construída desde a unificação da China em 221 a.C. até chegar à chamada muralha moderna com a dinastia Ming (1368-1644), o complexo envolve defesa, comunicação e estratégia, abraçando os contornos do terreno e os picos das montanhas como uma serpente.

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De leste a oeste, os materiais utilizados eram locais, e as diferentes etnias chinesas criaram uma enorme variedade de tipos de pedra e técnicas construtivas. Torres de alojamento, de sinalização e defesa foram construídas, com fortalezas e passagens em locais estratégicos. A Grande Muralha há muito tempo cumpriu a missão funcional e hoje permanece como preciosa testemunha histórica, com o valor artístico e arquitetônico de uma obra-prima da criatividade.

Em minha primeira visita, a caminho da popular seção conhecida como Badaling, visitei as tumbas da dinastia Ming, 50 quilômetros ao norte da capital, onde belas construções, em uma área de 40 quilômetros quadrados entre as montanhas, guardam as tumbas de 13 imperadores e as esposas deles. Para evitar multidões de turistas e ter uma ideia mais detalhada da construção original, seções da muralha mais afastadas de Pequim são recomendadas. A região que mais me impressionou, e onde fui à exaustão subindo e descendo escadas e rampas, foi Jinshanling. Ali, há pouquíssimos estrangeiros e pude interagir bem mais com os locais, sempre entusiasmados com a presença de um forasteiro.

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Sobre Pequim e a China, onde sempre estive em viagens de trabalho, não posso deixar de citar a rapidez do desenvolvimento, sem precedentes no mundo ocidental. Para dar uma ideia do ritmo galopante presente em várias regiões chinesas e, com patamar ainda mais impressionante, na maior metrópole, Xangai, a quantidade de concreto usada no país a cada três anos neste século corresponde à totalidade do concreto usado nos Estados Unidos em todo o século 20.

A pressão de outras nações sobre o governo de Pequim em questões de direitos humanos, trabalhistas e de discriminação étnica é válida e deve permanecer como saudável influência externa, mas países que temem ou combatem a China por pura ideologia estão fadados ao fracasso. É fundamental entender e, na medida do possível, buscar alguma integração à realidade do crescimento e da influência cultural do país de Confúcio que, ao que tudo indica, será a maior economia mundial até 2030.

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No Brasil, ainda há discussões ingênuas e anacrônicas sobre ameaça de comunismo, teorias conspiratórias de dominação chinesa e outras fábulas que confundem princípios universais de solidariedade e justiça com algum prenúncio de radicalismo. São discussões que só beneficiam aqueles que, na luta por poder político e financeiro, se alimentam da divisão e do medo da população. Os demais países asiáticos aprenderam a conviver simbioticamente com o gigante vizinho. Europa e Estados Unidos, por vezes, ameaçam a China através da imprensa ou da diplomacia. Por trás das aparências, porém, mantêm as engrenagens comerciais conectadas a pleno vapor com a nação comandada por Xi Jinping. Além disso, a presença chinesa em países africanos já é irreversível, fruto de visão de longo prazo, que enxerga grande potencial consumidor e de recursos naturais no continente. Espero que um país da relevância do Brasil não perca mais uma vez o trem da história, cuja locomotiva pelas próximas décadas será, predominantemente, made in China.

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