É sintrense de gema, formou-se em Saúde e Desporto mas é o exemplo de que filho de peixe sabe nadar. Com pais e tios pasteleiros, Pedro Gomes cresceu desde sempre entre bolos e fornos. “Dormia em cima das sacas de farinha”, ri-se o chef pasteleiro da Dona Estefânia, a fábrica de travesseiros e queijadas que nasceu há dois anos em Sintra. O desejo já era antigo, mas concretizou-se quando conheceu o cofundador Paulo Veríssimo. Seis meses depois, estavam a abrir portas.
Logo à entrada do espaço, que conta com sala e esplanada onde se sentam 70 comensais, as atenções viram-se para a zona de produção aberta, onde qualquer um pode espreitar os vários processos de fabrico, da confeção das bases à saída das fornadas. “Aqui não há segredos”, diz Pedro. Os travesseiros, sem as dobras da massa folhada e com dose de recheio reforçada, vendem-se em três tamanhos (normal, mini e bombom). Por dia, fazem-se à volta de duas mil unidades. Já quanto às queijadas, provam-se na dose individual, em versão mini ou numa tarte de um quilo. O segredo de ambos “está na qualidade do produto”, da amêndoa algarvia ao queijo de vaca local.
Para evitar o desperdício, a Dona Estefânia produz outras variantes destes dois ex-líbris da doçaria sintrense, como os fofos (recheio do travesseiro mas feito de pão-de-ló), a tarte de amêndoa, o gelado de queijada ou o Dona Estefânia, um híbrido que leva a base do travesseiro e o recheio da queijada. Certo é também o bolo-rainha, o ano inteiro. “A qualquer hora do dia, há produto quente”, explica Pedro. Quando fecham a porta, “não sobra nada”. Um caso recente de sucesso que já originou moradas-irmãs em Queluz e Cacém, e onde até a decoração faz homenagem à região: do chão em pedra ao balcão em lioz, é tudo produzido localmente. Quando não é possível ir até Sintra, a Dona Estefânia traz os seus doces a casa na sua zona e em Lisboa, às terças e sextas.
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Longitude : -8.2245