Educação ambiental

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Valéria Sucena Hammes - Embrapa - Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas

 

O conceito de Educação Ambiental definido na Lei n.9795 de 27/04/1999 é entendido como “processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

A mesma lei considera a educação ambiental como parte inseparável da educação, devendo estar inserida de forma permanente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, seja formal - desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições públicas e privadas, ou não-formal - ações práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

Esta Lei instituiu, também, a Política Nacional de Educação Ambiental, fornecendo as linhas de ação e as formas de executá-las, tendo o mérito de reconhecer, na esfera legislativa, a importância de inserir a questão ambiental dentro da educação como estratégia de promoção do desenvolvimento sustentável no Brasil.   

Um dos principais objetivos da Educação Ambiental consiste em permitir que o ser humano compreenda a natureza complexa do meio ambiente resultante de suas interações, levando-o a promover uma ação reflexiva e prudente dos recursos naturais, satisfazendo as necessidades da humanidade. A Educação Ambiental deve, assim, favorecer uma  participação responsável nas decisões da melhoria da qualidade do meio natural, social e cultural.

Foto: Amanda Franco 

Figura  1. Atividades de Educação ambiental na Embrapa Meio Ambiente 

 

A Embrapa Meio Ambiente desenvolve suas atividades de Educação Ambiental cuja proposição e realização é a capacitação de educadores em métodos de atuação em Educação Agroambiental, contando com especialistas nas áreas de educação, da agricultura e do meio ambiente.

A aprendizagem ocorre pela construção do conhecimento pela comunidade em que se alternam atitudes de ação e de  reflexão. Nesse sentido  utiliza-se o método Ver-Julgar-Agir-Avaliar em que os educadores realizam estudos teóricos e de prática de campo, cujos conteúdos são referências para ações posteriores com os alunos. Esse método é constituído das seguintes etapas:

·         Descrição do estágio de desenvolvimento da agricultura brasileira, seu processo de modernização e contradições;

·         Conhecimento da realidade das áreas rurais dos municípios-pilotos, com observações de campo e consultas a documentos;

·         Identificação dos principais impactos ambientais nas áreas rurais dos municípios-pilotos, priorizando  temas geradores de estudos. Os professores redigem os projetos das escolas, especificando os roteiros de estudos que irão utilizar no seu contexto local;

·         Análise crítica das causas e conseqüências desses impactos para a comunidade local;

·         Elaboração de propostas de solução para os impactos ambientais negativos;

·         Ação para a melhoria da qualidade ambiental nesses municípios, no espaço da escola, no bairro e no campo;

·         Avaliação das atividades e redefinição dos trabalhos.

Foto: Arquivo Embrapa Meio Ambiente 

Figura  2. Educação ambiental -plantação de árvore 

 

 Além de abordar aspectos teóricos relacionados à Educação Agroambiental, são oferecidas vivências nos seguintes temas:

 ·         Estudo do meio – percurso em trilhas (caminhos) em áreas rurais dos municípios, reconhecendo características do meio físico – reservas florestais ou áreas agrícolas – do meio do campo.

·         Jardim multifuncional – espaço da escola onde é instalada uma infra-estrutura de apoio a atividades  como: posto meteorológico, plantio de hortas, pomares, canteiros de plantas medicinais e minibosques. Realizadas visitas dos educadores à instituição de referência em jardim Multifuncional, o Centro de Educação Ambiental Vivenciada (CEAV) em Sumaré/SP, implantado em 1989 na Escola Municipal de Primeiro e Segundo Grau José Anchieta.

·         Roteiro de estudos e experimentos – textos referentes à temática agroambiental, com a descrição de experimentos simples que auxiliam estudo de importantes questões, como a capacidade de infiltração da água no solo, desenvolvido pelo Coordenadoria de Divulgação Científica e Cultural do Instituto de Física e Química da USP - Campus de São Carlos, além de outros assuntos publicados, como microrganismos importantes na agricultura e riscos de impactos de agroquímicos em organismos aquáticos, entre outros.

·         Dinâmicas de grupos – a percepção dos elementos do ambiente será facilitada na medida em que possamos nos entender como parte da natureza, interagindo com ela como indivíduos e também nos grupos sociais.

A Educação Agroambiental na Embrapa Meio Ambiente enfatiza três linhas essenciais: a) no âmbito interno - a sedimentação de uma cultura institucional de desenvolvimento tecnológico em acordo com os preceitos da sustentabilidade; b) junto à comunidade próxima - assegura o exercício pleno da responsabilidade social, segundo sua competência; e c) a interface Embrapa/sociedade - transfere valores e práticas dialógicas com o público-alvo da pesquisa, sensibilizando-o para as novas oportunidades de inserção em um mercado exigente em qualidade, assegurando a potencialização dos impactos positivos dos resultados das pesquisas por adoção de tecnologias apropriadas à gestão ambiental do agronegócio.

Esta iniciativa propõe-se a atuar na formação de educadores ambientais promovendo um processo interativo na “construção” de propostas de integração, de caráter intra e interinstitucional. Uma das estratégias é a conscientização ambiental simultânea dos empregados e a sua habilitação para implementar Programas/Projetos que favoreçam o seu engajamento em atividades de educação ambiental junto às comunidades, governos e organizações não-governamentais locais, colaborando com as instituições públicas de ensino fundamental na formação de seus docentes. Poderá, também, influir/beneficiar na adequação das diferentes realidades no processo de transferência tecnológica, de acordo com a missão institucional das Unidades da Embrapa.

Assim, a motivação e a capacitação para a prática de educação ambiental visam fortalecer o relacionamento entre a Embrapa com a sociedade em geral.

Foto: Amanda Franco 

 

 Figura  3. Atividades de Educação Ambiental na Embrapa Meio Ambiente