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Fogo no Arrabal, em Leiria, em resolução mas tarde pode ser complicada


Texto: Agência Lusa | Foto: Luís Filipe Coito Terça, 08 de Agosto de 2023

O fogo na freguesia do Arrabal, que deflagrou esta segunda-feira em Leiria, está em fase de resolução, adiantou hoje o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, alertando para as condições atmosféricas adversas da tarde de hoje.
Carlos Guerra referiu, durante o 'briefing' realizado esta manhã, que o incêndio no Arrabal entrou em resolução às 08h00.
Durante a madrugada, o incêndio na Caranguejeira também tinha entrado em resolução, pelas 05h43, afirmou, ao acrescentar que as condições atmosféricas que se esperam esta tarde, com temperaturas elevadas, vento e baixa humidade anteveem “muito trabalho”.
“O aspeto mais problemático foram o dia e a noite de ontem. Permitam-me esta palavra de parabéns aos operacionais, que, com as condições atmosféricas que enfrentaram, de temperaturas elevadíssimas e de um terreno agreste e muito difícil, conseguiram resolver este assunto sem termos qualquer vítima grave”, afirmou Carlos Guerra.
Segundo o comandante, os dois incêndios desenvolveram-se “numa interface florestal urbano”, com “muitas preocupações”, para tentar “a todo o custo salvar e resguardar o que era o património habitacional e o património humano”.
“Ainda assim, temos a registar alguns danos, nomeadamente em algumas cabeças de gado, que não conseguimos salvar - cerca de dez ovinos - e também em alguns anexos, mas sem nada de significativo. Apenas uma casa (um barracão) sofreu danos de maior”, revelou.
O comandante afirmou ainda que os incêndios provocaram quatro feridos leves e três assistidos.
Quanto à área ardida, na Caranguejeira estima-se que foram consumidos 270 hectares e 180 no Arrabal.
Com os incêndios em resolução, Carlos Guerra explicou que os trabalhos de consolidação vão continuar, com o apoio de cinco máquinas de rasto, que fazem todo o perímetro dos incêndios e com dois meios aéreos de combate - um helicóptero Kamov e um helicóptero médio - para auxiliar nos pontos mais quentes.
“Vamos ter o dispositivo preparado para responder de imediato a reativações, que vão acontecer. Durante a tarde vamos ter temperaturas que oscilarão entre os 35 e os 38 graus, um vento sul que vem exatamente no sentido contrário àquilo que desejávamos nesta altura. Mas estas são as variáveis que não conseguimos controlar”, sublinhou, ao acrescentar que a humidade relativa andará abaixo dos 20% nesta zona do território e o vento “pode ter intensidades de cerca de 20 quilómetros por hora”.
Por isso, Carlos Guerra antevê “uma tarde ainda com muito trabalho e com algumas reativações”.
“O nosso objetivo é que essas reativações não extravasem muito o perímetro do incêndio já consolidado e que não tenhamos aqui problemas mais graves. Foi uma noite ainda com dois ou três pontos mais complexos”, admitiu.
Segundo o comandante há ainda uma zona que irá continuar a arder, embora esteja circunscrita no seu perímetro. “É a zona do Lapedo, mas que não oferece perigo.
“O último ciclo naquele local demorou nove dias. São incêndios de escarpa muito acentuada, onde é impossível o combate, mesmo com pessoal apeado. São incêndios que vamos controlando, para que não atinja dimensões que possam projetar para outros”, explicou.
Segundo a página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o fogo na freguesia do Arrabal teve início às 13:47 de segunda-feira.
Às 09h34 estavam no local 141 operacionais, apoiados por 45 viaturas e dois meios aéreos.
No incêndio da Caranguejeira estão ainda no teatro de operações 234 operacionais e 75 veículos.



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