O cabeça de lista do Bloco de Esquerda no distrito de Braga disse ontem que o grande objetivo do seu partido é conseguir recuperar o resultado que o BE obteve em 2019, ou seja, conseguir eleger, pelo menos, dois deputados por este círculo eleitoral.
Após formalizar e entregar a lista de candidatos do Bloco de Esquerda no Tribunal de Braga para as eleições legislativas de 10 de março, Bruno Maia salientou que a aposta é reforçar a esquerda, «passando esta mensagem à população que o voto no Bloco de Esquerda é aquele que pode garantir de forma inequívoca que pode haver um Governo à esquerda». «Nós olhamos para as sondagens e vemos que há uma divisão entre a direita e a esquerda, e a votação no Bloco de Esquerda pode forçar uma maioria à esquerda e forçar um Governo à esquerda. E é essa a validade do voto no Bloco de Esquerda», acrescentou.
Segundo o cabeça de lista bloquista em Braga, o que distingue esta candidatura das restantes «é o compromisso sério em romper com aquilo que foi a política de degradação dos serviços públicos da maioria absoluta do Partido Socialista, é a garantia da defesa da Saúde, de um Serviço Nacional de Saúde público, reforçado e de qualidade, é a garantia de uma escola pública, em que os professores são reconhecidos, a sua carreira é reconhecida e que são, obviamente, devidamente pagos por isso, é a garantia da justiça climática, de uma economia diferente, em que haja uma transição para uma economia que valorize as pessoas, em que haja justiça na redistribuição dessa nova forma de fazer economia».
Hospital de Braga é prioridade
Em termos do distrito, Bruno Maia também elencou aquelas que são as prioridades do Bloco de Esquerda e que, passam, desde logo, pelo Hospital de Braga. Segundo sustentou, «neste momento o Hospital de Braga está a salto pela direita». «A direita que voltar a trazer para cá grupos privados para gerirem o Hospital de Braga, e nós seremos uma barreira contra essa reprivatização da gestão do Hospital de Braga. Nós queremos que o Hospital de Braga seja reforçado em termos de investimento, sobretudo em termos de recursos humanos, para não termos as situações que vimos este inverno nas urgências do hospital. Não queremos cá a gestão privada outra vez. A gestão privada revelou-se desastrosa para erário público, e é isso que é importante dizer», salientou.
Outra prioridade apontada pelo cabeça de lista do Bloco de Esquerda para as eleições legislativas do próximo dia 10 de março é a mobilidade. Segundo sustentou Bruno Maia, «o distrito precisa de estar interligado». «Nós precisávamos que as cidades, pelo menos as daqui do Quadrilátero Urbano, tivessem transportes público que fossem eficientes, servissem a população e que fossem, obviamente, acessíveis», sustentou. Neste âmbito Bruno Maia apontou como bandeira eleitoral a ligação ferroviária entre Braga e Guimarães.
A par disto, o candidado do BE defendeu também a necessidade de se repensarem as cidades, ou seja, os espaços urbanos de todo o distrito para a mobilidade suave, com uma aposta no uso da bicicleta, no respeito pelas pessoas que andam a pé nas ruas nas cidades onde há atropelamentos inaceitáveis.
Por fim, questionado pelos jornalistas sobre o facto de não ser natural de Braga e de isso poder penalizar o BE, Bruno Maia mostrou-se convicto que tal não irá acontecer, até porque o BE tem feito um trabalho distrital nas últimas décadas que é muito mais importante e reconhecido pelos eleitores.