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Como escolher e guardar alimentos embalados e a granel

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Pessoa numa loja às compras
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Ler o rótulo, verificar as temperaturas nos expositores de frio, as datas de validade e a aparência dos produtos são cuidados a ter aquando da escolha dos alimentos no supermercado. Siga as recomendações específicas para 15 alimentos.

Embalados ou a granel, a escolha dos alimentos exige critério. No caso dos produtos pré-embalados, é fundamental ler o rótulo. A lista de ingredientes mostra o que compõe o alimento, por ordem decrescente de quantidade, incluindo aditivos e alergénios. Verifique sempre a data de validade e tenha em atenção as condições especiais de conservação, utilização e modo de emprego.

A declaração nutricional fornece informações valiosas acerca dos teores de energia (calorias), lípidos ou gorduras, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteína e sal. Por vezes, indica também o teor em fibra.

No caso dos produtos a granel, é importante ter em conta o aspeto e as condições de conservação. A grande vantagem de comprar desta forma é servir-se da quantidade que quiser. Desta forma, pode controlar melhor o desperdício e, também, descobrir produtos que, de outro modo, não experimentaria.

Quando comprar congelados, embalados ou a granel, certifique-se de que o expositor tem a temperatura adequada (-18ºC) e transporte-os num saco isotérmico, para evitar quebras na cadeia de frio. Tenha o mesmo cuidado no transporte de produtos refrigerados, como iogurtes, peixe, carne e produtos de charcutaria. Assim que chegar a casa, arrume-os de imediato no frigorífico ou no congelador.

A mercearia seca, como massas e leguminosas, e as conservas passam do supermercado para a despensa. Guarde os produtos por ordem do prazo de validade: os mais próximos do fim devem ficar à frente, de modo a serem consumidos em primeiro lugar. Este género de produtos, em regra, indica uma data de durabilidade mínima ("consumir de preferência antes de...", ou "consumir de preferência antes do fim de..."), o que significa que podem ser consumidos após a data, se as suas características se mantiverem. Saiba ainda que, com o frio, o mel pode cristalizar e o azeite coalhar, sem perderem qualidade.

A maioria da fruta pode ficar fora do frigorífico. A banana exige cuidados especiais, uma vez que acelera o amadurecimento da restante fruta: se não quiser correr riscos, guarde-a numa fruteira à parte.

Peso do bacalhau indica o seu tipo comercial

Escolha peixes sem defeitos visíveis e evite as peças muito húmidas. Estas deterioram-se rapidamente. Quando for à balança, verifique se o peso do bacalhau corresponde ao tipo comercial indicado:

  • “especial”: mais de três quilos;

  • “graúdo”: entre dois e três quilo;

  • “crescido: entre um e dois quilos;

  • “corrente”: entre meio quilo e um quilo;

  • “miúdo”: até meio quilo.

Identificar carne de boa qualidade

Quando fizer a lista de compras, tenha em conta que é importante limitar o consumo de carnes ricas em gorduras saturadas, como a de borrego e de vaca, e as peças com gordura visível, incluindo toucinho, entremeada e entrecosto. Prefira, pois, a carne de aves ou de coelho.

Em boas condições de conservação, a carne tem um odor neutro e pouco pronunciado. Recuse peças com matérias estranhas, sujidade, sangue ou zonas escurecidas, alteradas e secas.

Considera-se carne de boa qualidade quando:

  • o músculo é untuoso e macio e o suco escorre;

  • a gordura (branca, no porco, borrego e vitela, e creme, na vaca e no boi) surge, na massa muscular, em lâminas e grãos;

  • apresenta uma cor agradável – vermelho-viva, na vaca e no borrego, mais pálida, no porco, e acetinada, na vitela;

  • o cheiro é suave e agradável.

Se optar por peças pré-embaladas, escolha a que tiver a data de abate, embalagem ou início de comercialização mais recente.

Caso precise de carne picada, se possível, pique-a em casa. Em alternativa, peça para a prepararem à sua frente, no local de compra.

Folhas acinzentadas do chá significam menos qualidade

Na compra a granel, verifique se o chá contém pequenos pedaços acastanhados de madeira e folhas muito trituradas, semelhantes a pó. Estas texturas são mais difíceis de dissolver e podem deixar partículas soltas na infusão, tornando-a menos agradável.

As folhas grandes são sinónimo de qualidade. Se estiverem acinzentadas, o chá é velho e esteve muito tempo armazenado.

O produto deve ser guardado num frasco bem fechado, resguardado da luz e da humidade. Para que o aroma e o cheiro sejam bem preservados, não deve ser conservado mais de três anos.

Escolha os produtos enlatados com menos aditivos

Ao ler o rótulo, preste especial atenção à lista de aditivos (indicados pela letra “E” e um número) e prefira os produtos com menos aditivos. Modere o consumo das conservas com estas características.

Não compre produtos expostos ao sol ou armazenados em locais demasiado húmidos.

Rejeite as latas abauladas, amolgadas, furadas, com derrames de conteúdo, ferrugem ou manchas invulgares.

Conserve as embalagens fechadas em lugar fresco e seco. Ao abrir a lata, verifique se o alimento apresenta cheiro, aspeto e sabor normais. Após a abertura, não guarde o alimento na própria embalagem.

Ervas aromáticas e especiarias: atenção ao cheiro a bolor

Comprar em pequenas quantidades, a granel, é a melhor opção, para evitar que estes produtos envelheçam nas prateleiras da cozinha. Preste atenção ao cheiro, especialmente a bolor. Não leve para casa produtos com aroma desagradável e, se o detetar ao arrumar as compras, reclame no supermercado.

As folhas secas das ervas aromáticas devem ser conservadas em frascos herméticos, num local fresco, seco e escuro. Pode guardá-las durante um ano, no máximo. Ao usar, evite introduzir colheres húmidas no recipiente ou despejar as ervas diretamente em tachos fumegantes. A humidade pode estragá-las.

Fruta e legumes com aspeto limpo e viçoso

Prefira fruta e legumes da época e integre-os em todas as refeições.

Na altura da compra, escolha fruta com um aspeto são, sem manchas, zonas apodrecidas ou outros defeitos. No local de venda, deve haver informação sobre a proveniência e a categoria comercial. Se tal não suceder, pode solicitá-la.

Escolha legumes frescos, com aspeto limpo e viçoso. No caso do tomate e do pepino, certifique-se de que o pedúnculo ainda está fresco, e não leve batatas esverdeadas.

A maior parte da fruta e dos legumes pode ser colocada no frigorífico. Consuma-os antes de ficarem murchos. É aconselhável descascar a fruta (se comer com casca, deve lavar antes) e rejeitar as folhas exteriores dos legumes, para minimizar a exposição, por exemplo, a pesticidas, nitratos, PCB e dioxinas.

Os legumes congelados são também uma boa opção, pois apresentam um valor nutritivo que pode ser igual ou até superior aos frescos. Escolha embalagens sem gelo solto.

Como conservar frutos secos e secados em casa

Ao comprá-los a granel, confirme se têm a casca intacta e se não apresentam rachas, buracos ou manchas. Sem casca, é importante que estejam totalmente separados uns dos outros.

Os frutos secos devem ser guardados em local fresco e ventilado. Os mais gordos, como as amêndoas, rançam com facilidade, pelo que convém mantê-los no frigorífico, dentro de um frasco hermético.

Os frutos secados, como figos e passas, têm de ser acondicionados num recipiente bem fechado para não ressecarem muito.

Leguminosas bem conservadas e sem furos

No caso de optar por leguminosas frescas, escolha unidades limpas e viçosas. As ervilhas em vagem devem apresentar o pedúnculo fresco.

Se preferir leguminosas secas, leve apenas embalagens bem fechadas. Pode conservá-las até um ano em local fresco, seco e ao abrigo da luz solar.

Ao comprar a granel, preste atenção aos grãos: rejeite os que tenham pequenos furos.

Ao contrário das frescas, as leguminosas secas devem ser demolhadas durante oito a 12 horas, de acordo com o tipo de grão, para uma confeção mais rápida. Se utilizar a panela de pressão, poupa ainda mais tempo e energia.

Após a cozedura, se não consumir de imediato, pode guardar no frigorífico até três dias, num recipiente fechado. Pode também congelar, mas a textura fica esponjosa.

Leite e derivados: atenção às condições de conservação

O leite e seus derivados, como iogurtes e queijo, são importantes fontes de cálcio, um mineral essencial aos ossos. Dê preferência a produtos meio-gordos ou magros.

Tenha em atenção que as sobremesas lácteas não são iogurtes. Estes indicam que o são no rótulo. Consulte a declaração nutricional para conhecer os teores de açúcar e gordura.

Verifique o prazo de validade e as condições de conservação de leite, iogurtes e outros derivados, que devem constar na embalagem.

O leite pasteurizado, os iogurtes e o queijo fresco, entre outros, devem estar em expositores com temperaturas até 6ºC. Deixe a sua compra para o fim e transporte-os num saco isotérmico.

O queijo não deve ter bolor à superfície, embora alguns, como o Roquefort, apresentem bolores próprios no interior. No caso do queijo fresco, respeite à risca o prazo de validade e a cadeia de frio. Por precaução, este não deve ser consumido por grávidas e crianças pequenas.

Marisco: quanto mais pesado, melhor

Se o marisco estiver vivo, reage ao toque. Quando os crustáceos morrem, as articulações escurecem, as patas caem e surge mau odor. Tenha em conta o tamanho e sinta o seu peso com a mão, para saber se é suculento e com muito conteúdo. Este é melhor indicador de qualidade do que o sexo. Nalgumas espécies, como a sapateira, recomendam-se as fêmeas, mas apenas antes da postura.

Os animais maiores são mais caros, mas, regra geral, aproveitam-se melhor. Em mariscos como o caranguejo, a sapateira ou a santola, certifique-se de que as diferentes partes se encontram bem unidas. O escurecimento do cefalotórax (entre a cabeça e o tórax) não indica que esteja estragado, mas dá mau aspeto. O odor deve ser fresco, a maresia. As antenas devem estar tensas e os olhos brilhantes. Rejeite os que têm patas danificadas ou soltas, pois a água da cozedura entra por aí.

Se comprar marisco já congelado, não interrompa a cadeia de frio. Reserve-o para o fim das compras e use sacos isotérmicos. Leve-o o mais rápido possível para casa e coloque-o no congelador. Quando o alimento descongela, não pode ser congelado novamente, a não ser que o cozinhe.

Como escolher peixe e bivalves

Fresco ou congelado, há características que deve ter em conta ao comprar peixe. O peixe fresco deve ser consumido no dia da compra ou, no máximo, no seguinte, desde que guardado no frigorífico. Coloque-o na zona mais fria, nas prateleiras centrais.

Varie o tipo de peixe, intercalando entre peixes gordos e magros.

Não compre bivalves à beira da estrada. Prefira os que se encontram embalados e com marca de salubridade. No supermercado ou na peixaria, os bivalves devem estar num compartimento frigorífico ou sobre gelo. Não compre se estiverem imersos em água.

Presunto sem cristais de sal e com pouco brilho

Escolha um presunto com cor uniforme, sem cristais de sal na superfície (caso contrário, poderá ser muito seco) e não demasiado brilhante. O brilho pode indiciar uma textura pastosa e pouco agradável. A gordura deve ser branca-nacarada – amarelo é sinal de ranço.

Os pequenos pontos brancos na superfície não são um fator depreciativo: surgem naturalmente durante a cura e podem até ser um indicativo de qualidade. Confira o prazo de validade.

Conserve o presunto fatiado no frigorífico. Se não abrir a embalagem, pode guardá-lo até à data indicada no rótulo. Após a abertura, conserve a embalagem no frigorífico num recipiente fechado e consuma o presunto, de preferência, em dois a três dias. Manchas azuladas denunciam bolor, e um sabor demasiado ácido ou a ranço são também sinais de que o produto se deteriorou.

Óleo, margarina e manteiga: o que escolher?

Para fritar, as opções mais saudáveis são o azeite e os óleos alimentares, incluindo o de girassol, de soja, de milho e de amendoim.

Em preparações frias, como saladas e maioneses, é preferível usar azeite.

A banha de porco e o bacon tornam os pratos menos saudáveis: evite recorrer a estas gorduras na confeção.

Para barrar o pão, escolha azeite ou um creme vegetal. Se optar pela manteiga, prefira a versão magra.

Em vez dos molhos industriais para saladas, tempere, por exemplo, com sumo de limão. O paladar adapta-se rapidamente.

Ovos limpos e sem fraturas na casca

A casca intacta é um critério de escolha. Os ovos não devem estar sujos. Respeite a data de durabilidade, que não pode exceder o prazo de 28 dias após a postura.

Para serem vendidos, os ovos devem ter um código impresso na embalagem e na própria casca, que informa os consumidores do modo de criação das galinhas, do país de origem e do número de identificação da exploração.

Os ovos não devem ser sujeitos a grandes variações de temperatura. Guarde-os no frigorífico. Antes de os utilizar, certifique-se de que estão frescos. Para evitar que se partam, ao cozê-los com casca, junte um pouco de vinagre à água.

Sumos, néctares e refrigerantes distinguem-se pela fruta

Existem várias categorias de sumos. Os naturais resultam da fruta espremida. Os sumos de fruta 100%, como o nome indica, são totalmente compostos por sumo de fruta. Porém, podem ser produzidos à base de concentrado, com adição da mesma quantidade de água retirada e aromas. Se for acrescentado açúcar, a sua denominação deve mencionar a palavra “adoçado”.

Os néctares são feitos a partir de sumo e/ou polpa de fruta, aos quais se adiciona água e açúcar. A proporção mínima de sumo varia, regra geral, entre 25% (maracujá) e 50% (laranja, maçã e pera). O açúcar e a água tornam estes produtos menos interessantes, do ponto de vista nutricional, do que os sumos de fruta.

Os sumos concentrados obtêm-se a partir de uma ou mais espécies de frutos por eliminação de uma parte de água. Nos desidratados (em pó), é retirada praticamente toda a água.

Os refrigerantes, com ou sem gás, são constituídos principalmente por água, açúcares, aromatizantes e aditivos. Podem ou não conter sumo de fruta. Se indicarem que o contêm, a proporção de sumo pode variar 6 e 16 por cento.

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