Dia Internacional da Mulher: 12 mulheres que marcaram a história
Estilo de Vida

No Dia Internacional da Mulher: Relembre 12 mulheres que marcaram a história 

No dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A fim de celebrar os direitos conquistados por elas, preparamos uma lista de 12 mulheres que fizeram história e a marcaram com ousadia e coragem para mudar a realidade de preconceito e discriminação. No entanto, antes de iniciar esta lista, conheceremos a história desta data e sua importância.

Em 8 de março de 1917, na Rússia, milhares de mulheres se reuniram em um protesto conhecido como “Pão e Paz”. O objetivo era externalizar a insatisfação com suas condições de trabalho, além da luta contra a fome na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).  

Embora seja nesta data que celebramos o Dia Internacional da Mulher, em 1908 ocorreu uma greve de mulheres em uma fábrica de confecção de roupas em Nova York. Elas lutavam, principalmente, por melhores condições trabalhistas, pois suas jornadas chegavam em até 14 horas diárias e seus salários ficavam entre 6 e 10 dólares por semana. Infelizmente, três anos depois, em 1911, houve um incêndio que matou um total de 500 pessoas, entre elas, 146 mulheres, em sua maioria judias e adolescentes de 14 anos. Antes disso, em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na Dinamarca, a líder do Partido Comunista Alemão, Clara Zetkin, sugeriu que criassem um dia dedicado à luta das mulheres. 

Apesar de o Dia Internacional das Mulheres ser oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) somente em 1975,  a data foi escolhida em homenagem à greve das operárias russas em 1917.

Outras datas que celebram marcos históricos das mulheres

25 de julho 

Nesse dia é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e também da Mulher Negra. Essa data foi instituída em  2014 como uma homenagem à líder quilombola que viveu no Brasil durante o século XVIII. 

Tereza de Benguela foi uma líder e guerreira quilombola que viveu em meados de 1700. Ela esteve a frente do Quilombo do Piolho, onde estavam mais de 100 refugiados, entre negros e índios. Ali, ela montou uma estrutura política e de defesa contra possíveis ataques. Porém, o local foi destruído em 1770 e uma parte de sua população foi morta, enquanto a outra foi aprisionada.

5 de setembro 

No dia 5 de setembro de 1983 foi oficializado o Dia Internacional da Mulher Indígena, uma celebração à vida de Quéchua Bartolina Sisa, morta e esquartejada em uma rebelião contra a sua colônia, no Alto Peru, atual Bolívia.  

Bartolina foi uma líder de frequentes revoltas de forças indígenas contra o domínio colonial hispânico. Provavelmente nasceu em 1753, sendo morta violentamente em 5 de setembro de 1782, em uma tentativa de amedrontar seus companheiros e colocar fim às revoltas. 

25 de novembro 

Dia 25 de novembro de 1960 foi marcado com o sangue das irmãs dominicanas Mirabal. Ambas foram assassinadas por lutarem contra o regime opressor do presidente Rafael Leónidas Trujillo.

Em 1981, no Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e Caribenho, foi declarado o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. Esta data foi oficialmente reconhecida pela ONU em 1999.

Após ter visto um pouco da história do Dia Internacional da Mulher e outros marcos importantes, relembraremos algumas das principais personalidades que tiveram e têm um papel fundamental na luta feminista.

  • Bertha Lutz (1894 – 1976)

Bertha Lutz

Foto: Arquivo/ONU

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu na cidade de São Paulo em 2 de agosto de 1894. Formou-se em botânica, ciências naturais, zoologia, embriologia, química e biologia pela Universidade Sorbonne, localizada em Paris. Foi uma das principais responsáveis na luta pela conquista do voto feminino no Brasil.

Após finalizar seus estudos e retornar ao país, em 1922, fundou uma associação com um grupo de mulheres, com o intuito de fazer com que a sociedade ouvisse as vozes femininas. Assim nasceu a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Além de lutar por espaço na sociedade, visava, consequentemente, promover a educação e profissionalização feminina.

No ano de 1923 participou da Conferência Internacional da Mulher, em Roma, na Itália e condecorada pelo governo Belga, pelo estudo sobre a difusão de conhecimentos domésticos e agrícolas junto à população rural.

Bertha além de liderar a luta pelo voto feminino, também conquistou o direito de ser elegível. Após isso, assumiu a cadeira de Deputada Federal em 28 de julho de 1936, e exerceu mandato até 10 de novembro de 1937. Na época, a forma de expressão de Lutz foi identificado como um feminismo “comportado”.

Em 16 de setembro de 1976 no Rio de Janeiro, foi vítima de uma pneumonia aguda e acabou falecendo. Entre as principais homenagens recebidas, encontra-se o diploma Bertha, instituído pelo Senado Federal para agraciar mulheres que tenham oferecido contribuição relevante na defesa dos direitos das mulheres e na batalha por igualdade de gênero. 

A HBO produziu um documentário sobre a personalidade em 2021, com o nome “Bertha Lutz — A mulher na carta da ONU”, que relata, em suma, o importante papel da feminista para as mulheres. 

  • Clara Campoamor (1888 – 1972)

Clara Campoamor

Foto: Zenda Libros

Clara Campoamor Rodríguez representou um papel fundamental no sufrágio feminino e na defesa dos direitos das mulheres. Elegeu-se como representante do povo na Assembleia Constituinte da Espanha, antes mesmo que as mulheres pudessem votar.

Lutou contra a discriminação sexual e a favor da igualdade jurídica dos filhos que nasceram dentro e fora do casamento, direito ao divórcio e o sufrágio universal. Alcançou quase todos seus objetivos, exceto a votação que se debateu no Parlamento espanhol.

Apesar de, em 1893, a Nova Zelândia ser o primeiro país a aprová-lo através da luta de Kate Sheppard, na Espanha foi necessário esperar até a Segunda República para conquistar esse objetivo.

Nas eleições de 1º de outubro de 1931, as mulheres eram elegíveis, mas não exerciam o direito de voto. Clara conquistou o título de primeira mulher a discursar em uma Assembleia, ressaltando aos membros que a exclusão dos votos femininos era uma violação do direito natural.

Seus colegas contestaram esse discurso, incluindo homens e duas outras mulheres. Uma delas, Victoria Kent, acreditava que as mulheres seriam facilmente influenciadas pela igreja católica. Após ser considerada vencedora no debate final, foi criado o artigo 36, que permitiu o sufrágio feminino, com 161 votos a favor e 121 contra. 

Clara faleceu em 30 de abril de 1972, em um exílio na Suíça. Em homenagem ao seu legado, realizaram-se várias homenagens, incluindo um busto em Madrid. Também surgiu o “Prêmio Mulher e Parlamento Clara Campoamor” pelo Congresso dos Deputados, Senado e Ministério da Presidência para homenagear personalidades.

  • Dandara dos Palmares (1694)

Dandara dos Palmares

Foto: Dandara dos Palmares – Wikimedia Commons

Dandara dos Palmares foi uma grande lutadora quilombola que viveu na época do Brasil colonial, fazia parte do Quilombo dos Palmares. Esteve à frente da resistência de escravos fugitivos, além de participar da elaboração de estratégias de resistência do quilombo contra a opressão escravagista que assolou o país por cerca de 400 anos.

A data e local de seu nascimento, todavia, são um mistério, já que não existem registros que determinem se ela nasceu no Brasil ou se foi capturada e trazida à força de algum país africano. Acredita-se que se juntou ao grupo quando ainda era jovem. 

Ela foi esposa de Zumbi dos Palmares, que se tornou líder do Quilombo, após o seu tio Gunga Zumba ser assassinado. Dandara participou da organização e liderança dos escravos, caçava e realizava atividades relacionadas à agricultura, além de saber capoeira e se colocar à frente das linhas de batalha contra os portugueses.  

É provável que, em fevereiro de 1694, ela foi capturada pelo governo português e preferiu acabar com sua vida se jogando de um penhasco, para não ser escravizada.

  • Elza Soares (1930 – 2022)

Elza Soares

Foto: Mauricio Santana/Getty Images

Nascida em 23 de junho de 1930 na cidade do Rio de Janeiro, Elza Gomes da Conceição. Um ícone da música brasileira, foi cantora e compositora, além de um dos maiores nomes do MPB. Experimentou diferentes gêneros musicais como samba, jazz, sambalanço, bossa nova, soul, samba-jazz, rock e música eletrônica.   

Elza teve sua infância interrompida pelo seu primeiro casamento, forçada pelo seu pai, com apenas 12 anos. Aos 13 anos deu à luz ao seu primeiro filho que acabou falecendo. Com 15 anos perdeu seu segundo filho e aos 21 anos ficou viúva. 

Aos 23 anos, iniciou sua vida artística ao fazer o seu primeiro teste no programa de calouros de Ary Barroso na Rádio Tupi, conquistando o primeiro lugar. Em 1959 foi contratada para trabalhar na Rádio Vera Cruz e, no ano de 1960, atuou no Festival Nacional da Bossa Nova.

Em 1962, foi a representante do Brasil na Copa do Mundo no Chile e, logo após a data de término do evento, começou a relacionar-se com Garrincha, um jogador de futebol que, na época, era casado. Depois de um período se relacionando com Elza, divorciou-se para que pudessem se unir em matrimônio. Assim tiveram um filho e uma relação por mais de dezessete anos.

O fim do relacionamento aconteceu por casos de violência doméstica que a cantora sofria. Após se aposentar o atleta tornou-se alcoolista e passou a agredi-lá fisicamente, chegando em uma ocasião a quebrar alguns dentes. Anos mais tarde Elza criou a canção Maria da Vila Matilde, com apologia ao que sofreu.

Recebeu a premiação de Melhor Cantora do Milênio pela BBC em Londres nos anos 2000, após um concerto, no qual atuou com Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Virgínia Rodrigues. Em 2002 teve o seu álbum “Do Cóccix até o Pescoço” indicado ao Grammy.

Com o decorrer do tempo recebeu diversas homenagens, como o enredo de samba da escola Unidos do Cabuçu, no Carnaval carioca de 2012, da escola Bola Preta de Sobradinho do Distrito Federal, em 2013. Já em 2019, recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 

E em 2020, a artista foi enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, cujo enredo foi Elza deusa Soares. A agremiação do coração de Elza terminou na terceira colocação. A cantora faleceu em 20 de janeiro de 2022, coincidentemente na mesma data que morreu o seu ex-marido no ano de 1983.

  • Frida Khalo (1907 – 1954)

Frida Khalo

Foto: Toda Matéria

Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, nascida em 6 de julho de 1907 na cidade de Coyoacán, Distrito Federal do México. Foi uma ilustre pintora, que abordava questões íntimas femininas como abortos, partos e feminicídio. Alguns dos assuntos presentes em suas obras e que possuem forte relação com acontecimentos de sua vida. 

Começou a interessar-se por arte quando criança. A fotografia representava uma forma de retratar o mundo e tinha constante contato com este meio artístico, já que seu pai e seu avô eram fotógrafos. Aos 6 anos Frida teve poliomielite, doença que a deixou com sequelas em uma das pernas e a fez ter que conviver com o desprezo dos colegas de escola e a adotar o estilo com as famosas saias longas.

Aos 18 anos, sofreu um acidente, onde um caminhão colidiu com o bonde em que estava e uma barra de ferro atravessou sua barriga e pelve Este acontecimento a deixou de cama, imóvel e com a necessidade de passar por mais de 30 cirurgias. Após o ocorrido, desejava ser mãe, mas sofreu três abortos espontâneos devido às perfurações. Frida retrata a perda de seu segundo filho com a obra “Hospital Henry Ford”.

Com várias idas e voltas em seu casamento com o muralista mexicano Diego Rivera, Frida passou a ter problemas com o uso de álcool, que ocasionaram diversas infecções, fazendo com que o uso do colete ortopédico fosse obrigatório. Em 1953 seu estado de saúde piorou e seus pés tiveram gangrena, necessitando uma amputação. Esse momento eternizou uma de suas frases mais conhecidas: “Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?”.

Ao decorrer de sua vida Frida não se intitulou feminista, mas isso não impediu com que se tornasse um grande símbolo para a luta. Faleceu em 1954, devido a complicações de uma pneumonia. Quatro anos após a sua morte, sua casa conhecida como “Casa Azul” se tornou o Museu Frida Khalo, onde estão reunidas algumas obras, objetos e diversos pertences pessoais.

  • Malala Yousafzai (1997)

Malala Yousafzai

Foto: Fofoqueando

Nascida no Paquistão em 12 julho de 1997, Malala é uma ativista da defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação em sua região natal, motivo o qual a fez vítima de um atentado contra sua vida.

Seu pai era proprietário de uma escola e sempre a incentivou a estudar. Porém, com 10 anos, o Talibã assumiu o controle da região onde morava e implementou um governo fundamentalista que obrigou a fechamento das escolas e com a ordem de que as pessoas que desobedecessem morressem com dinamites.

Aos 11 anos, Malala tinha seu próprio blog e nele defendia o direito das meninas de frequentar a escola. Com 12 anos, para continuar estudando, escondia o uniforme na mochila para que ninguém atacasse ou espancasse ela no caminho da escola. Neste mesmo período foi feito um documentário pelo New York Times, no qual Malala afirmou querer ser médica e que, para isso, continuaria estudando.

Em 2010, o governo expulsou o Talibã, porém, um grupo permaneceu na região e constantemente a ameaçava de morte, já que seu blog estava com repercussão internacional. Aos 15 anos, começou a estudar na província Khyber Pakhtunkhwa e um dia enquanto voltava para casa, membros do Talibã abordaram o seu ônibus à sua procura, um deles a reconheceu e disparou três vezes contra a sua cabeça, Malala chegou ao hospital em estado grave.  

 Foi encaminhada para Birmingham, na Inglaterra, para ser tratada em um hospital especializado no atendimento aos feridos de guerra e onde passou a morar. Sua história está na biografia “Eu Sou Malala: A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã”, da escritora Christina Lamb. Em 10 de outubro de 2014, aos 17 anos, Malala ganhou o “Prêmio Nobel da Paz”, sendo considerada a pessoa mais jovem a receber o prêmio. 

E em 2020, aos 22 anos, oito anos após sofrer o atentado, concluiu a faculdade de Filosofia Política e Econômica, pela Universidade de Oxford.

  • Maria da Penha (1945)

Maria da Penha

Foto: Jornal da Unicamp

Maria da Penha Maia Fernandes nasceu em 1 de fevereiro de 1945, em Fortaleza, Ceará. Formou-se farmacêutica pela Universidade Federal do Ceará em 1966 e em 1973 mudou-se para São Paulo para realizar seu mestrado na Universidade de São Paulo (USP). 

Em 1974 conheceu o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, que estudava economia, e iniciaram um namoro depois de alguns meses. Casaram-se em 1976 e com menos de 2 anos de relacionamento engravidaram de sua primeira filha. Alguns anos depois, assim que Maria terminou seu mestrado, já com dua filhas, a família se mudou para Fortaleza, estabilizou-se financeiramente e Marco conseguiu sua naturalização brasileira. A partir deste momento, tornou-se um homem agressivo com a família.

Em 1983, o economista e professor universitário, cometeu duas tentativas de homicídio contra sua esposa. Na primeira vez atirou contra Maria, enquanto dormia, simulando um assalto. O disparo acertou suas costas, o que a deixou paraplégica. No hospital, ele a agredia quando estava sozinho com ela no quarto. Maria não queria ir para sua casa por medo sofrer assassinato, mas temia que suas filhas continuassem sofrendo sozinhas com o pai. Após quatro meses da primeira tentativa de feminicídio, Marco Antônio a manteve em cárcere privado e tentou eletrocutá-la durante o banho. 

Maria divorciou-se do marido e o denunciou. No ano de 1991, houve um julgamento e Marco e recebeu a sentença de 15 anos de prisão, mas permaneceu em liberdade. Maria publicou, em 1994, o livro “Sobrevivi…posso contar”, onde relata as violências que ela e suas três filhas sofreram. Ainda mais, em 2002, faltando apenas seis meses para prescrever o crime, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por omissão e negligência. O agressor foi condenado e cumpriu dois anos da sua pena, atualmente está livre.

O país teve que assumir o compromisso de reformular as suas leis e políticas em relação à violência doméstica. Em 7 de agosto de 2006, sancionou-se a lei que protege as mulheres de violência doméstica e que leva o nome em homenagem à Maria da Penha. Maria também criou uma Organização Não Governamental (ONG), sem fins lucrativos, visando combater a violência doméstica. Além disso, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em setembro de 2016.

  • Marie Curie (1867 – 1934)

Marie Curie

Foto: Super Interessante

Nascida em 7 de novembro de 1867 na Polônia, Marie Skłodowska Curie, mundialmente conhecida como Marie Curie, foi uma grande cientista. Formou-se em Física em 1893 e em Matemática em 1894.

Em 1895 casou-se com Pierre Curie e, juntos, purificaram o minério urânio e descobriram o polônio, batizado por Marie em homenagem à sua pátria. Continuaram a purificação do minério e, então, encontraram um elemento 900 vezes mais radioativo (termo criado por ela), o rádio.

Em 1903, Curie se tornou a primeira mulher da França a defender uma tese de doutorado e também a ganhar um Prêmio Nobel. Dividiu esta conquista com seu marido pelas descobertas do casal. Em 1906, após o falecimento de Pierre, ela ocupou o cargo dele por indicação. Tornou-se a primeira mulher a ser professora de Física Geral.

Seu segundo Prêmio Nobel foi de Química em 1911 e, assim, ela se tornou a primeira e única pessoa a receber o prêmio em áreas diferentes. Sob a direção de Marie, também houveram os primeiros estudos para tratamento de neoplasias usando isótopos radioativos. 

Ela ainda fundou o instituto Curie em Paris e Varsóvia, que se tornou um grande centro de estudos de física nuclear e de química. Durante a Primeira Guerra Mundial, desenvolveu unidades de radiografia móvel para fornecer serviços de raio-X a hospitais de campanha.

Marie faleceu em 4 de julho de 1934, aos 66 anos, no sanatório de Sancellemoz em Passy, Alta Saboia. A causa da morte foi anemia aplástica, doença provocada pela exposição à radiação, atualmente conhecida como leucemia.

  • Marilyn Monroe (1926 – 1962)

Marilyn Monroe

Foto: Segredos do Mundo

Norma Jeane Mortensen, conhecida pelo seu nome artístico Marilyn Monroe, foi uma atriz que fez muito sucesso na década de 50. Ela nasceu em 1 de junho de 1926, em Los Angeles, e passou a maior parte de sua infância em orfanatos e em casas de parentes, até casar-se aos 16 anos para não voltar a viver em situação de abandono.

Apesar da objetificação da atriz nos trabalhos que fazia na época, ainda é lembrada, principalmente, como um dos símbolos sexuais da história do cinema. Porém, muitos se esquecem de citar que Marilyn era dona de uma grande inteligência e ideologias definidas. Escrevia poemas, defendia os direitos civis, repreendia todo tipo de preconceito e posicionava-se politicamente.

Outrossim, ela teve um papel muito importante para o movimento feminista e um de seus projetos foi a criação se sua própria produtora, a Marilyn Monroe Productions, fundada com o objeto de ser formada com e para mulheres. Marilyn cansou de interpretar papéis superficiais e, apesar disso, queria que todos lembrassem dela como uma grande atriz.

Marilyn Monroe representa, até a atualidade, a opressão que as mulheres sofrem e, principalmente, o sofrimento de receber um rótulo superficial, dado que elas tem muito a oferecer. 

Ela faleceu no dia 4 de agosto de 1962, aos 36 anos. O seu psiquiatra, Ralph Greenson, encontrou-a morta em seu quarto, por volta das 5h da manhã. A causa de sua morte foi a intoxicação por barbitúricos, porém, até hoje segue um mistério que divide opiniões. Muitos pensam que a morte se deu por assassinato, outros suspeitam que foi acidental ou que suicidou-se. Logo após a sua morte, surgiu o movimento de libertação sexual das mulheres. 

O legado de Marilyn trouxe uma gama de emoções e sentimentos em muitas pessoas. Figura como a sexta maior lenda do cinema pelo American Film Institute. O Smithsonian Institution colocou-a na lista dos americanos mais significativos de todos os tempos e a revista Variety e o canal VH1, consideraram Marilyn um dos maiores ícones da cultura popular do século XX. 

  • Nísia Floresta (1810 – 1885)

Nísia Floresta

Foto: Monitor Mercantil

Dionísia Gonçalves Pinto foi a pioneira do feminismo, periodismo, literatura de autoria feminina no país, e a primeira educadora feminista do Brasil. Utilizava o pseudônimo Nísia Floresta. Ela nasceu em 12 de outubro de 1810, em Papari, no Rio Grande do Norte, cidade que agora leva seu nome. Em sua trajetória publicou 15 livros, sendo o primeiro deles “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” aos 22 anos. 

Em 1831, ela mudou a mídia da época. Começou a escrever para o jornal de Recife “O Espelho das Brasileiras”. Suas publicações contavam as condições precárias das mulheres e defendia a instrução moral e cívica delas. Outros jornais pelo país se inspiraram nela e começaram a conter mulheres em suas redações.

Nísia lutou, durante anos, por muitas causas em sua carreira literária, como os direitos indígenas, sufrágio e abolição. No entanto, o que mais lhe deu notoriedade foi a educação e emancipação feminina. Em 1838, ela fundou uma das primeiras escolas para meninas do país, onde ensinava gramática, escrita e leitura do português, francês e italiano, ciências naturais e sociais, matemática, música e dança. Na época, destinava-se às escolas para mulheres, com o objetivo de ensinar cuidados do lar. Por conta disso, a sociedade passou a persegui-la e tentar difamar sua imagem.

Em 1849, mudou-se para Europa, onde publicou a maioria de seus livros e colunas para jornais. Mesmo com divulgações limitadas, suas obras tiveram repercussão mundial. Apesar disso, ainda recebeu muitas críticas e acabou caindo no esquecimento.

Nísia faleceu em 24 de abril de 1885, vítima de uma pneumonia. O seu corpo acabou enterrado em um cemitério público na cidade francesa de Bonsecours, na Normandia. Em 1954, quase setenta anos depois, a sua cidade-natal recebeu seus restos mortais. Em primeiro momento, depositados na igreja matriz e depois levados para um túmulo na fazenda Floresta, onde nasceu.

  • Simone de Beauvoir (1908 – 1986)

Simone de Beauvoir

Foto: Brasil Paralelo

Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir foi uma escritora, filósofa, ativista e teórica social francesa, autora de obras importantes para a evolução do feminismo. Nasceu em 9 de janeiro de 1908, em Paris, na França, primeira filha de um casal de nobres franceses. Durante sua vida escreveu romances, contos, ensaios, biografias, autobiografia e monografias sobre filosofia, política e questões sociais.

Durante seus estudos sociais, Simone notou que era naturalizada uma grande diferença e hierarquia de homens sobre mulheres. Nesse período dos seus estudos, ela apresentou argumentos, para uma nova organização social. Ela também diz que a sociedade criou a “mulher” para poder oprimi-la.                                                                                                                                               

O seu trabalho mais famoso, por exemplo, é “O Segundo Sexo”, obra escrita em 1949. Essa obra é uma análise detalhada, de fato, da opressão das mulheres, seu papel designado na sociedade, os conceitos de gênero e sexo e o que é ser mulher. É um tratado fundamental do feminismo contemporâneo, que leva a frase: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, juntamente de “Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino”. 

Entre as suas obras, está o primeiro romance, chamado “A Convidada” (1943), que trata dilemas normais da vida, como a liberdade, ação, responsabilidade individual e critica a hierarquização social do gênero masculino sobre o feminino.  

Em 1970, ainda discorreu sobre a velhice, abordando o processo de envelhecimento e como a sociedade trata os idosos. Inegavelmente, as obras da autora foram fundamentais para o movimento de libertação das mulheres. Beauvoir morreu de pneumonia, aos 78 anos, em  14 de abril de 1986.

  • Valentina Tereshkova (1937)

Valentina Tereshkova

Foto: Agência Espacial Federal Russa/Divulgação

Valentina Vladimirovna Tereshkova nasceu em 6 de março de 1937 em Bolshoye Maslennikovo, ao norte de Moscou. Abandonou os estudos para trabalhar e ajudar nas despesas da família. Apaixonada por paraquedismo, iniciou aulas aos 22 anos.

Em 1962 tornou-se cosmonauta, junto a outras quatro mulheres. Os requisitos para ser um cosmonauta era ter menos de 30 anos, 1,70 metros de altura, menos de 70 quilos e a saúde perfeita. 

Valentina foi a primeira mulher a viajar para o espaço. Sua experiência com paraquedismo a qualificou para ser cosmonauta, mesmo sem educação universitária. Isso aconteceu em 16 de junho de 1963, na nave Vostok 6. Um dos objetivos da missão era comparar os efeitos do voo espacial nos organismos de diferentes sexos.

No seu retorno do espaço, Valentina sofreu alguns percalços, como falta de rádio comunicador e a quase queda em um lago, na hora em que já estava na atmosfera, descendo de paraquedas. Ela é uma heroína nacional para o povo russo. No local onde aterrissou, por conta do sucesso de sua missão, ergueu-se uma estátua em homenagem a ela.

Em 1969 formou-se em engenharia pela Academia Militar da Força Aérea de Zhukovsky e saiu do programa espacial. Desde 2011 atua como Membra da Duma Federal da Rússia.

 

A Lojas Colombo parabeniza todas neste Dia Internacional da Mulher, estamos juntos na luta por equidade!