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    Vermes voltam à vida depois de 46 mil anos congelados no solo da Sibéria

    Cientistas coletaram uma amostra de solo congelado há 46 mil anos e perceberam que nematoides começaram a rastejar para fora dele depois do descongelamento

    Matt Stockda Reuters

    Uma espécie desconhecida de verme voltou à vida depois passar 46 mil anos congelada no solo da Sibéria.

    Cientistas coletaram uma amostra de permafrost – tipo de solo com uma camada de gelo que permanece congelada o ano todo – e perceberam que nematoides (vermes com o corpo em formato cilíndrico) começaram a rastejar para fora dele depois do descongelamento.

    Através de datação por radiocarbono, os cientistas descobriram que o solo, e todos os nematoides presentes nele, estavam congelados ha 46 mil anos. Por isso, os vermes não pertenciam à nenhuma espécie descrita anteriormente.

    O estudo científico revelando a nova espécie foi publicado na revista PLOS Genetics.

    “É super fascinante ver de repente a vida, animais vivos rastejando para fora de um pedaço de solo que está congelado há 46.000 anos”, disse o Dr. Philipp Schiffer, da Universidade de Colônia, parte da descoberta, à Reuters.

    Schiffer e seus colegas foram convidados a estudar os nematoides recém-descongelados para determinar as espécies e analisar seu genoma. Ele e sua equipe foram capazes de definir a lombriga como uma nova espécie. Para Schiffer, ela parece ter desenvolvido um “kit de ferramentas moleculares” para a sobrevivência.

    “Eles construíram esse açúcar, trealose, que de alguma forma os ajuda a proteger seu DNA e proteínas enquanto estão nesse estágio de repouso”, disse Schiffer.

    Para ele, estudar essas criaturas pode ajudar com os esforços de conservação à medida que o clima da Terra muda. Pode nos ajudar a entender como ajudar espécies ameaçadas de extinção e como animais podem lidar com climas extremos.

    Mesmo que exista essa possibilidade, Schiffer não viu nenhum perigo imediato de que organismos antigos descongelados pudessem abrigar patógenos perigosos aos humanos.

    “É algo possível. E com a Covid-19, todos nós vimos o que pode acontecer de repente. Mas eu não diria que há um perigo iminente dessas formas trazerem alguma bactéria que de repente começa a matar humanos”, disse ele.