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José Sócrates confessa que "não sabia dos pagamentos" a Manuel Pinho

Antigo primeiro-ministro falava aos jornalistas depois de prestar declarações enquanto testemunha no julgamento do Caso EDP.
Correio da Manhã e Lusa 19 de Dezembro de 2023 às 16:36
José Sócrates
José Sócrates FOTO: Manuel de ALmeida
O antigo primeiro-ministro José Sócrates garantiu, esta terça-feira, que não sabia dos pagamentos feitos ao antigo ministro da Economia Manuel Pinho que são alvo de investigação no Caso EDP. 

José Sócrates falava aos jornalistas depois de prestar declarações enquanto testemunha no julgamento do Caso EDP. Fez críticas à atuação do Ministério Público e da comunicação social no que toca à repercussão do caso. 

"O mais importante aqui é saber se Manuel Pinho recebeu algum dinheiro que era indevido. A minha convicção é de que não", disse o antigo governante.

Sócrates disse ainda que foi de propósito ao Juízo Central Criminal de Lisboa testemunhar para reforçar que o Governo não beneficiou a EDP e para encerrar "uma mentira que dura há 12 anos". 

"Este processo tornou-se num processo sem EDP. É absolutamente escandaloso que o Ministério Público considere que continue a investigar. Ao fim de 12 anos não arranjaram nada contra o Governo e isso é porque isso é falso", assegurou. 

O que está em causa no julgamento do caso EDP

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, responde em julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação arrancou em 2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Em causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público (MP), teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.
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