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Reações à morte de Medeiros Ferreira

Antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e professor universitário, José Medeiros Ferreira, morreu esta terça-feira, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, aos 72 anos. Fique a par das reações.
18 de Março de 2014 às 12:17
José Medeiros Ferreira
José Medeiros Ferreira FOTO: João Miguel Rodrigues / Correio da Manhã

JORGE SAMPAIO EXPRESSA “ENORME DESGOSTO” (12h42)

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio manifestou, esta terça-feira, o seu "enorme desgosto" pela morte de José Medeiros Ferreira, personalidade dotada de uma "inteligência grande" por quem sempre teve "grande respeito intelectual".

"Recebi a notícia com enorme desgosto, era um membro da minha geração tão distinto em vários domínios", disse, em declarações à agência Lusa.

"Quero recordar a nossa camaradagem enquanto dirigentes associativos nos idos de 1960 e todos os percursos políticos que fizemos juntos, outros mais separados. Mas sempre apreciei a sua inteligência grande, uma enorme capacidade de antecipação do fenómeno político, grande capacidade de análise das questões sociais, económicas e políticas do país e também um historiador que deixou uma obra significativa nos domínios em que se especializou", destacou.

O antigo chefe do Estado lembrou ainda os "tempos de exílio como refugiado" na Suíça e as "várias vezes" que se encontraram em Genebra durante esses anos.

"São muitas recordações, muitas afinidades e um grande respeito. Um grande respeito intelectual, pela sua seriedade, pela sua capacidade de discussão e pela profundidade dos seus pensamentos. Para além da perda de um amigo, é uma perda também nacional, dado que atingiu uma altura muito significativa", afirmou.

PSD LAMENTA MORTE DE “POLÍTICO INCANSÁVEL” (12h26)

O PSD lamentou a morte do historiador e político José Medeiros Ferreira, falecido esta terça-feira, lembrando o "político incansável" e o "defensor acérrimo do regime democrático".

"Político incansável, Medeiros Ferreira foi um defensor acérrimo do regime democrático, quer na luta contra o antigo regime, quer como membro do I Governo Constitucional e deputado à Assembleia da República", declarou o vice-presidente e coordenador político do PSD, Marco António Costa, numa declaração à agência Lusa.

O porta-voz social-democrata diz ainda que Portugal perdeu hoje "um historiador reconhecido, com um vasto e riquíssimo contributo no domínio das relações internacionais, um humanista e um homem de cultura que a todos honra e orgulha".

Apresentando as "mais sentidas condolências" à família de Medeiros Ferreira, o PSD expressa também ao PS o seu "mais sentido pesar pelo desaparecimento de um dos seus mais ilustres militantes".

FERNANDO ROSAS LAMENTA MORTE DE “RESISTENTE” (12h24)

O historiador Fernando Rosas lamentou esta terça-feira a morte de José Medeiros Ferreira, seu amigo próximo, lembrando o "resistente", o político "de grande craveira e visão" e que criou os fundamentos da história moderna das relações internacionais em Portugal.

"Além de um resistente, um político de grande craveira e visão, foi também um historiador das relações internacionais em Portugal. Criou os fundamentos da história moderna das relações internacionais do País, sobre as quais escreveu textos de grande importância", disse à Lusa Fernando Rosas, que integra a equipa de investigadores do Instituto de História Contemporânea da Universidade Novas, à qual Medeiros Ferreira também pertencia,

O ex-deputado do Bloco de Esquerda lembrou que conheceu Medeiros Ferreira no movimento estudantil de 1962, quando aquele era dirigente da pró-associação de estudantes da Faculdade de Letras, onde foi "um dos mais destacados dirigentes da greve estudantil".

"Depois teve de exilar-se para não ser preso. Foi desertor da greve colonial e assumiu com grande coragem a sua posição contra a guerra", disse Fernando Rosas.

De acordo com o também historiador e político, Medeiros Ferreira só regressou do exílio da Suíça, onde esteve como refugiado politico, no 25 de Abril, embora tenha sempre acompanhado os movimentos da oposição, "onde participou de forma muito ativa".

Fernando Rosas lembrou ainda que continuou a acompanhar a vida do seu amigo, continuando a conviver com o "dirigente e ministro do PS" e depois na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas que ambos frequentaram e na qual chegou a ser aluno de Medeiros Ferreira.

MANUEL ALEGRE DESTACA CONTRIBUTO PARA A DEMOCRACIA (12h22)

O antigo deputado do PS Manuel Alegre destacou, esta terça-feira, o contributo do socialista Medeiros Ferreira para a resistência antifascista e para a construção da democracia portuguesa, considerando que "marcou a história portuguesa".

"Era, além do mais, um amigo, um companheiro de geração, um grande político que marcou a história portuguesa contemporânea, quer na luta estudantil, quer na resistência antifascista, quer pelo seu contributo para a construção da democracia", disse Manuel Alegre, em declarações à Agência Lusa.

“MORREU UM VELHO GRANDE AMIGO” (12h10)

O sociólogo António Barreto lamentou esta terça-feira a morte de José Medeiros Ferreira, afirmando que "morreu um velho grande amigo" e um "político excecionalmente perspicaz".

"Morreu um velho grande amigo, um ilustre cidadão português, um intelectual e um político excecionalmente perspicaz", disse à agência Lusa António Barreto.

O sociólogo lembrou o percurso do historiador e político José Medeiros Ferreira e a sua luta pela liberdade.

"Foi um grande lutador pela liberdade e foi um dos principais autores da integração europeia no seu início, ele acreditou quando a maior parte dos portugueses duvidava ou contrariava", comentou.

Para António Barreto, o "fio condutor" do percurso político de Medeiros Ferreira foi "a liberdade antes do 25 de Abril", quando se vivia em ditadura.      

Outro aspeto desta luta pela liberdade de Medeiros Ferreira, assinalada pelo sociólogo, foi a "defesa, desde sempre, da autonomia açoriana".

PRESIDENTE DA REPÚBLICA LEMBRA UM DOS “INTLECTUAIS MAIS NOTÁVEIS DO PAÍS” (11h50)

O Presidente da República lembrou esta terça-feira o historiador e político José Medeiros Ferreira como um dos "intelectuais mais notáveis do País", sublinhando igualmente a sua "destacada e exemplar intervenção cívica".

"Ao longo da sua vida, teve destacada e exemplar intervenção cívica, sendo, na verdadeira aceção da palavra, um homem de pensamento e de ação. Os portugueses reconheciam em José Medeiros Ferreira um dos intelectuais mais notáveis do País, que sempre se caracterizou pelo amor à liberdade e pela independência de espírito", lê-se numa mensagem de condolências enviada pelo chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, à família de Medeiros Ferreira, que morreu hoje em Lisboa.

Na missiva, Cavaco Silva recorda ainda o historiador e político como um "combatente pela liberdade" e o facto de ter sido exilado político, destacando os cargos desempenhados como deputado à Assembleia Constituinte e ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo Constitucional.

"Europeísta convicto, desempenhou papel decisivo nos alvores da adesão de Portugal às Comunidades. Enquanto académico e ensaísta, deixou-nos reflexões de rara profundidade sobre a História da Europa, o seu presente, os seus caminhos de futuro", acrescenta ainda o Presidente da República na mensagem.

ALBERTO MARTINS LAMENTA MORTE DE PERSONALIDADE “ÍMPAR” (11h33)

O líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Alberto Martins, lamentou esta terça-feira a morte de José Medeiros Ferreira, considerando que o historiador e político era uma personalidade "ímpar e luminosa" e um resistente à ditadura.

"O seu desaparecimento é uma perda relevante para o PS, para a democracia, para Portugal. Era uma personalidade ímpar, fulgurante, luminosa. É uma perda muito grande para todos e, por isso, quero endereçar as condolências à família e aos amigos, entre os quais me incluo", disse Alberto Martins à agência Lusa.

O líder da bancada socialista sublinhou que Medeiros Ferreira "é uma grande figura intelectual cívica e política do Portugal contemporâneo" e lembrou que o historiador foi um destacado resistente à ditadura e construtor do regime democrático.

"Medeiros Ferreira ocupou em diversas legislaturas o lugar de deputado, tendo sido ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares e que iniciou o processo de adesão de Portugal à União Europeia", salientou.

Alberto Martins lembrou ainda que José Medeiros Ferreira foi um destacado deputado constituinte e europeu, tendo encabeçado por diversas vezes a lista de deputados açorianos à Assembleia da República.

LÍDER DO PS ELOGIA IDEAL DEMOCRÁTICO (11h29)

O secretário-geral do PS, António José Seguro, lamentou esta terça-feira, numa mensagem publicada no seu Facebook, a morte do historiador e político José Medeiros Ferreira, elogiando o serviço prestado ao País e o ideal democrático defendido.

"Recebi com enorme tristeza e consternação a notícia da morte de José Medeiros Ferreira", refere António José Seguro na mensagem, adiantando que o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Mário Soares "serviu o nosso País e o ideal democrático, primeiro como resistente à ditadura e, depois, em democracia, como governante e como parlamentar, onde representou os seus Açores".

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