O Contributo do Algarve para o PIB atinge o valor mais expressivo desde 1995 segundo a publicação «Contas Regionais 2022» da CCDR Algarve.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou no dia 18 de dezembro de 2023 os dados definitivos de 2021 e os provisórios de 2022 sobre a economia regional do país.
Segundo a publicação «Contas Regionais 2022», a primeira deste ano, divulgada hoje pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
Apesar das contingências associadas aos efeitos da pandemia terem estado ainda bem presentes em 2021, a economia evidenciou alguma recuperação, depois da forte contração observada no ano anterior.
Os dados definitivos agora publicados indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Algarve cresceu 7,4 por cento em termos reais, apresentando um desempenho superior à média do país (5,7 por cento).
A retoma consolidou-se em 2022, com o PIB algarvio a superar os valores pré-pandemia.
A riqueza gerada no Algarve atingiu 11.624 milhões de euros, de acordo com os resultados provisórios, refletindo uma variação homóloga de 17 por cento, muito acima dos 6,8 por cento registados a nível nacional.
Assim, o contributo da região para o PIB reforçou-se, subindo para 4,8 por cento, sendo este o valor mais expressivo desde 1995.
O PIB per capita aumentou para 26,8 mil euros, mantendo-se como o segundo mais elevado das NUTS II.
Ou seja, dilatou a sua diferença face ao país, representando agora 114 por cento face à média nacional.
Este mesmo indicador, aferido em paridades do poder de compra, passou a representar 90 por cento da média da União Europeia.
É uma diferença substancial face aos 79 por cento registados em 2021.
Valor Acrescentado Bruto
O Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pela economia algarvia em 2022 ascendeu a 10.060 milhões de euros.
Este valor revela uma taxa de variação nominal de cerca de 21 por cento, quase o dobro do observado a nível nacional (12 por cento).
Considerando a desagregação já disponível do VAB pelos 10 ramos de atividade, verifica-se que o «Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração» foram responsáveis por 70,4 por cento do acréscimo registado relativamente a 2021.
O contributo deste ramo para o VAB total regional passou a ser de 39,5 por cento, mais 6,6 pontos percentuais do que em 2021.
O ramo que engloba as «Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio», ainda que só represente 7,6 por cento do VAB regional, foi aquele que apresentou o segundo maior contributo (10,6 por cento) para o crescimento do VAB.
As «Atividades imobiliárias» e a «Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social», segundo e terceiro ramos mais importantes em termos do volume de VAB gerado na região, viram o seu peso diminuir ligeiramente, para 16,3 por cento e 15,8 por cento, respetivamente.
Emprego e produtividade
Em 2022 assistiu-se ao aumento substancial do volume do emprego no Algarve.
O número total de indivíduos no mercado de trabalho foi de 248 mil, mais 23,9 mil do que em 2021, o que traduz um aumento de 10,6 por cento, o mais expressivo do país e com grande diferença face à média nacional (1,5 por cento).
Em relação a 2021, de acordo com os dados definitivos, contabilizaram-se 224,2 mil indivíduos empregados.
Umnúmero ainda inferior ao de 2019, mas que evidencia uma variação positiva de 2,7 por cento face a período homólogo.
Uma análise aos 21 ramos de atividade revela que 18,3 por cento trabalhava no «Alojamento e restauração» e 16,2 por cento no «Comércio e reparação de veículos».
Segue-se o sector primário com 9,5 por cento, a «construção» com 8,3 por cento e a «saúde humana e ação social» com 8,2 por cento.
A produtividade aparente do trabalho, que relaciona o VAB e o emprego total, fixou- se em 40,5 mil euros em 2022.
Um valor que corresponde a 97 por cento da média portuguesa.
Este desempenho, inferior à média nacional, ocorre há três anos consecutivos.
Formação Bruta de Capital Fixo
A informação referente a 2021 revela que, no Algarve, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) atingiu cerca de 1.908 milhões de euros.
Este valor traduz um crescimento nominal de 12,5 por cento, ligeiramente inferior ao observado no país (13,3 por cento), originando uma taxa de investimento aparente próxima dos 20 por cento, semelhante à de 2020.
As «Atividades imobiliárias», cuja FBCF representa 43 por cento, tiveram forte influência no acréscimo registado.
Segue-se a FBCF dos ramos da «Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social» e das «Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio».
Tendo por base a análise ao investimento nos 10 ramos de atividade principal, assinala-se o desinvestimento em cinco desses ramos, particularmente intenso no caso das «Atividades financeiras e de seguros».
Rendimento das Famílias
Em 2021 o Rendimento Disponível Bruto das Famílias (RDBF) no Algarve aumentou 8,4 por cento, em termos homólogos, superando a média nacional (5,2 por cento). Por habitante, atingiu 17.766 euros, o que corresponde a um aumento homólogo de 8,8 por cento.
A região continua a apresentar o RDBF per capita mais elevado das NUTS II e com uma disparidade significativa face ao país (14.465 euros).