27/09/2022
Atualizada: 27/09/2022 12:25:19

Arquivo/Agência Brasil

Um estudo publicado pelo PUCRS Data Social, laboratório de estudos lançado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, mostrou que a pobreza infantil bateu recorde no Brasil, em 2021.

Segundo a pesquisa, 44,7% das crianças de até seis anos viviam em domicílios abaixo da linha de pobreza no país no ano passado. Também de acordo com o estudo, esse é o maior patamar em dez anos.

O levantamento verificou que, de 2020 para 2021, o número de crianças de até seis anos em situação de pobreza aumentou de 6,4 milhões para 7,8 milhões, um crescimento de 22,6% no intervalo de um ano.

Ou seja, mais de 1,4 milhão de crianças passaram a ser consideradas pobres no Brasil. Um número que é similar à população inteira da cidade de Porto Alegre, que conta com 1,5 milhão de habitantes.

Principais causas

Uma das principais causas para o avanço da pobreza infantil no país está na mudança da dinâmica do auxílio emergencial, que foi paralisado no início de 2021 e retomado em seguida, mas com o número de família e o valor do benefício reduzidos.

Outro fator que, de acordo com a pesquisa, contribuiu para o quadro foi a perda da renda de trabalho dos responsáveis pelos domicílios, problema causado pela inflação elevada.

O cenário aponta inúmeras consequências para as crianças, como avaliou o pesquisador André Salata, um dos responsáveis pelo estudo, ao jornal Folha de S.Paulo.

“Os efeitos da pobreza na primeira infância são acumulativos. Se a criança não desenvolver suas capacidades nessa fase, o futuro vai ser mais difícil para ela.”

Pobreza extrema

A pesquisa trouxe dados ainda sobre a pobreza extrema entre as crianças de até seis anos, que aumentou de 8% para 12,7% no Brasil, em 2021. Em outras palavras, o número de crianças dessa faixa etária em situação de extrema pobreza subiu de 1,4 milhão para 2,2 milhões.

Desigualdade

Mesmo quando o assunto é pobreza, as diferenças permanecem, de acordo com o levantamento, que mostrou que em relação às crianças negras, a taxa de pobreza chegou a 54,3% em 2021, enquanto o índice de pobreza extrema atingiu 16,3%.

As crianças brancas tiverem percentuais menores, com a taxa de pobreza chegando a 32,4%, e a de extrema pobreza, a 8,2%.

Para definir as linhas de pobreza e extrema pobreza, o levantamento usou os critérios de Paridade do Poder de Compra (PPC) adotados pelo Banco Mundial.

Fonte: Ascom Adufal

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