Assumir a coroa é uma tarefa pesada e não só no sentido figurado. Na cerimônia de coroação, Charles III usará duas coroas. A mais antiga e mais pesada é a Coroa de Santo Eduardo, que é feita de ouro maciço e pesa 2,23 quilos. Contém 444 pedras preciosas, incluindo rubis, safiras, granadas e turmalinas. Seguindo a tradição, cada monarca britânico só usa a peça uma única vez na vida, quando é declarado rei.
Feita para a coroação de Charles II, em 1661, a Coroa de São Eduardo foi usada pela última vez em 1953, pela rainha Elizabeth II. A peça substituiu uma coroa medieval que foi derretida pelos parlamentares ingleses em 1649, após a execução de Charles I, e que teria pertencido ao rei Eduardo, o Confessor, ou Santo Eduardo, que viveu no século 11 e foi o último rei anglo-saxão da Inglaterra.
Charles III também usará a Coroa do Estado Imperial, feita de ouro e cravejada com 2.868 diamantes, 17 safiras, 11 esmeraldas, 269 pérolas e 4 rubis. Entre as pedras estão algumas das mais famosas joias da Coroa inglesa, como o diamante Cullinan II, ou a Segunda Estrela da África, segunda maior pedra cortada do diamante Cullinan, o maior já encontrado. O diamante provoca polêmica porque é visto como um lembrete do colonialismo britânico. A Coroa do Estado Imperial foi feita para a coroação de George VI, em 1937. Pesa cerca de 1,3 kg e é usada em outras circunstâncias, como a abertura dos trabalhos do Parlamento. A coroa foi colocada sobre o caixão de Elizabeth II, no funeral ocorrido em setembro do ano passado.