Uaná Etê

Uaná Etê tem topografia espiral ascendente com um Vale e um Monte. Quase uma onomatopeia geográfica do nome, de um som grave a um som agudo: uaná, seguido de uma planície – etê.     

São 135 mil metros de terreno, quase 10 km de caminhos, entre idas e vindas. Percorrendo estas trilhas você encontra diversas instalações artísticas que fazem refletir sobre música e natureza. 

1. Jardim boas vindas

Do lado de fora do portão espécimes como a trombeta de anjo anunciam as boas vindas.

A trombeta de anjo é planta pouco inflamável e ajuda a segurar o fogo. Agapantos, coléus, e sunpatiens sugerem paz. Bastões do Imperador colorem com destaque um tronco de madeira, lavrado por um raio.   Passado o portão, o tom é o vermelho, a cor do Amor, e o conforto que ele gera, impera. Açucenas vermelhas na primavera, as cannas indícas, as dracenas…Ao lado direito, um aclive com um círculo de bromélias sugere: a natureza é um ciclo redondo. A vida é um ciclo redondo. Ao lado esquerdo um declive com jasmins mangas brancos, agapantos azuis, e duas suculentas que atraem prosperidade: o aranto  e o agrião corajoso. 

2. Cachoeirinha

O plantio começou na parte baixa do jardim, na letra U de Uaná, e foi subindo. O Jardim Cachoeirinha é como o útero do jardim, o início de tudo, onde estão os olhos d’água que abastecem o terreno, os pés de árvore antigos. Este jardim tem uma natureza misteriosa, é o início do percurso. Quem desce e começa dali, vive uma experiência inigualável.  Uma Paineira e um pé de cuias, o Coité, são destaques do Cachoeirinha.

Ali existe um palco natural, com um grande gramado verde, um laguinho com algumas lótus, que é usado para concertos e piqueniques.

3. Orquidário Lenine

O Orquidário Lenine, é uma seleção de espécimes coloridas. Lenine, ele mesmo, é patrono deste orquidário.  Orquídeas são seres fascinantes! 

4. Jardim Paço

No mesmo caminho do acesso principal, está o Theatro Paço: com teto de vidro e paredes de portas.  Duas cássias enormes que florescem amarelas no verão, sombreiam o teatro.  Em frente, no declive, murtas, formam um maciço, acompanhadas de muitas orquídeas. Um ipê amarelo fez uma grande família, e vários parentes formam um clã que anuncia com sua cor amarela que o inverno está terminando e que a luz está vindo. Costelas de adão de vários tipos cobrem os barrancos, ao lado de quaresmeiras de jardim roxas.  O Solar, aonde você pode ter uma experiência de visitação estendida com pernoite na companhia de cristais, aguaís, sons de pássaros e frequências curativas, tem um coqueiro na frente. À esta altitude é raro um coqueiro que dê cocos. Quando as obras do jardim começaram e uma janela de vidro foi colocada na construção, ele desatou a frutificar. Talvez por que tenha visto o reflexo, e pensado que era uma companhia, percebido a energia humana, não se sabe. O fato é que ele vive cheio de cocos depois que Uaná Etê abriu.

Um Bistrô com gastronomia da floresta atlântica e do Vale do Café, brasileira e indígena atende a quem quer fazer refeições leves. Ali você pode pegar emprestada uma cesta de piquenique, e comprar alguma delícia para se alimentar de comida e céu, em um dos 5 gramados.

Aos domingos temos a possibilidade de compra de cestas  de cafés da manhã sob reserva, para consumo no jardim que desejarem.

5. Jardim do Sol:

Um portão de portas guarda o Jardim do Sol.  De inspiração tropical é nosso “spa botânico” onde uma ladeira com jardim de plantas do bioma atlântico e um escalda-pés mantém viva a tradição local de ervas e banhos quentes nos pés.  Este jardim é o último que o sol deixa de iluminar: ele é voltado para o poente, o oeste. Ali fica a Casa Quaresma, roxa como a quaresmeira que vive ao lado, e que oferece a experiência de visitação estendida com pernoite na companhia de plantas que purificam o ar, selecionadas pela NASA.

A esta altura, os morros “meia laranja” já se veem e fascinam. As casuarinas, quando venta, lembram o som de mar, e quando elas estão felizes soltam um cheiro delicioso de pinus com laranja que lembram como é bom estar vivo!

Você já viu um pé de café? À esquerda, cafezal plantado por crianças de escolas da região, com pés de genética arcaica colhidos na mata, inicia nova volta que leva ao Caminho das Acácias ou ao Jardim Bela Vista.  mineração em Minas Gerais.  Todas as florestas que se vêem ao redor são florestas secundárias, replantadas por cidadãos, no final do 19, início do século 20.

 

6. Jardim Bela Vista

Local de contemplação.  Um jardim circular com a árvore da resistência  no meio. Os tons aqui são roxo e rosa, com muitos capins dos pampas. Vagens luminárias do artista plástico Adauto Venturi, estão penduradas em um eucalipto moldado pelo vento. Ele é um símbolo de resistência do jardim, seus galhos acompanham a escultura do vento, mas ele seguiu ereto através dos anos. Em frente, três caminhos para você escolher. Um deles, a Escadaria das Nuvens.

7. Escadaria das Nuvens

A escadaria tem este nome por causa do pedaço de céu que se vê acima. Ela tem um mirante rosa na base, é ladeada de flores do campo, e dá acesso ao Labirinto da Música e ao Gramado Planetário. 

8. Labirinto da Música

Labirinto da Música, é um elemento de paisagismo com 2000 mts², 330 mts de percurso, projetado por Maritza Orleans e Bragança. Jóia de Uaná Etê, propõe um caminho interativo de conhecimento, que aborda natureza, música, matemática e filosofia. Seu percurso retrata as visões de cientistas, filósofos e matemáticos como Pitágoras, Da Vinci, Fibonacci, e Fludd. É o único labirinto dedicado à música de que se tem conhecimento no mundo. No final, você se vê em um labirinto de espelhos, até que se encontra  inteiro, de frente e de costas, e ao sair lê uma das frases mais fascinantes que Ricardo Medeiros ensina: pessoa vem do latim, per sona, aquele através de quem o som passa. 

9. Jardim da Beira

Saindo do Labirinto, o Jardim da Beira é para sentar e digerir tudo o que se viveu ali. Vasos de cerâmica amarela e laranja, muitas flores e a Porta do Infinito de Rafael Maia emolduram um infinito de florestas atlânticas. Ótimo local para tirar fotos. Este jardim é mantido por um mercado muito querido em Vassouras, o Serve Bem.

10. Gramado Planetário

Gramado Planetário, 360 graus de céu, feito para observarmos céu azul e estrelas, com citronelas e alamandas beirando o barranco. Tem banheiros e chuveirões à direita.   

11. Oásis do Lagarto

O Oásis do Lagarto, foi feito para se ouvir o som da água. No verão, quem caminha pode se refrescar enquanto ouve o som da chuva, que cai de um corredor de dormentes. Crianças tem um parquinho para se divertir com uma teia de aranha, um totem de escalar, brinquedos de equilíbrio, e ainda regar as plantas.  

12. Bosque de Sinos

No topo de Uaná Etê, o Bosque de Sinos.  Sinos de várias partes do mundo e um redário lembram que o importante é estar presente. 3 deles foram feitos pelo percussionista da ópera de Berlim. Alguns são da China, da Índia, da Alemanha, da Áustria, outros do Brasil… A vida é agora. Este jardim é mantido pela Universidade de Vassouras.

13. Mirante da Águia

Ao lado do Bosque de Sinos, o Mirante mais alto da região com 635 metros de altitude permite uma visão espetacular do por do sol.  A Asa Liberdade Natural é uma escultura de Rafael Maia Designer, e homenageia a águia Carcará uma das maiores predadoras de serpentes do bioma da mata atlântica tropical de altitude. Ali está também o Espaço Asa, dedicado à contemplação e brinde à vida.

14. Jardim dos Cristais

Esse jardim conta a fábula de um Jacarandá da Bahia, quase morto, que recebeu uma ametista que fechou suas feridas, e voltou a viver.  Na terra perto de suas raízes, jaspe vermelha, jaspe amarela, berilo, topázio, crisópaso, calcedônia, ônix e mais: uma coleção de 12 pedras que se encontra no peitoral do sacerdote judaico.  Cheio de folhinhas verdes, hoje ele toma conta de um gramado circular com pedras em volta. Raízes expostas servem de suporte para mais cristais e lembram que o que não se vê é fundamental. O jardim desmistifica o conhecimento dos minerais de forma muito simples: cristais são instrumentos musicais de ritmo e frequências de base perfeitamente regulares. Eles estão presentes nos relógios de quartzo, nos celulares, nos computadores, e são os únicos que conseguem comunicar ritmo aos circuitos eletrônicos. São também a base mineral de muitos ingredientes do cotidiano como o flúor, o magnésio, o ferro… No jardim temos cristais de quartzo, duas ametistas violetas enormes, um citrino laranja muito grande, dois quartzos fumês, nas raízes ametistas, fuchsitas verdes, apofilita branca, piritas. Sobre tocos, micas, quartzo rosa, turmalinas negras, quartzo fumê. E ainda dois bancos camas com pedras com as cores dos chacras alinhadas com sua coluna.  Os bancos tem inclinação de 70 graus para você olhar a floresta. 

15. Caminho das Acácias e Platô das Acácias

O Caminho das Acácias toma a vertente do sol, e é uma homenagem a Acácia Brazil,  (professora de harpa de Cristina Braga e de quase todos os harpistas de sua geração), grande harpista, grande mestra, filha de Vital Brazil, o cientista brasileiro que descobriu o soro antiofídico. Neste caminho estão plantados muitos pés de Acácia Imperial, que em alguns anos vão formar um túnel amarelo lindo! Entre eles, pés de Aguaís, uma planta que segundo o pesquisador da USP, Dr. Henrique Smith, emite comprovadamente uma vibração contínua benéfica para o ser humano. O Aguaí é conhecido no Vale da Floresta Atlântica, como Chapéu de Napoleão. Aqui no Vale, se você tem dor de cabeça, coloca uma semente embaixo do chapéu, se tem cólicas, coloca na calça, e se entra na floresta, veste um colar ou uma tornozeleira, porque estas sementes afastam cobras e insetos peçonhentos.  Flores de São Miguel, (Petreas) complementam o caminho. Neste caminho está um percurso vitae de exercícios de yoga e meditação pelo mestre de yoga, Murali Das, e  dá diretamente no Jardim dos Cristais. No meio dele você chega ao platô das acácias, onde bancos para ver a vista, e um canteiro de biris biris amarelos fazem uma clareira na paisagem. Um gramado meia lua é ótimo para piqueniques.  Se você não entrar no Caminho das Acácias, e seguir em frente, chega ao Jardim Bela Vista.

16. Jardim da Vida

Campo de Azaléas bebês que começaram a ser plantadas em março de 2020 quando o jardim fechou por causa da pandemia. Toda a Equipe do jardim mobilizada plantou cada pé, pedindo pela saúde e pela vida da humanidade.

17. Bosque de Saboneteiras de Soldado

O Bosque de Saboneteiras de Soldado ainda na infância, tem conjunto de árvores raras que soltam saponáceo que limpa a pele. Por ele chegamos ao Jardim dos Cristais

18. Campo de Lavandas – Jardim da Serenidade

Inclui o jardim da Serenidade, banco, com potes de lavandas. Campo de Lavandas foi plantado durante a pandemia de 2020, relembrando a inspiração que vem pelo aroma.

19. Jardim Geométrico

Em construção: jardim de formas geométricas, relembrando a geometria presente na natureza.

20. Jardim de Exposições – Bosque Centenário

O Jardim de Exposições é um bosque de eucaliptos centenários. Eucaliptos são árvores muito inteligentes e não gostam de competição. Quando a floresta embaixo começa a crescer, eles soltam óleos etéricos altamente inflamáveis em dias de tempestade. Um raio quando cai perto, inflama toda a vegetação embaixo.

O bosque tem Teias para deitar e olhar a copa das árvores; e o Círculo do Agora, um símbolo de que o tempo é circular, as estações são circulares, que tudo passa, que tudo volta, que o tempo é infinito.

21. Jardim da Sabedoria – Gramado Sala de Aula e Árvore das Infinitas Possibilidades

Em torno do Jardim da Sabedoria, árvores chamuscadas por anos, que venceram o fogo, fazem um bailado em torno do gramado Sala de Aula. Em uma delas, centenas de fitas multicoloridas de cetim. É a Árvore das Infinitas Possiblidades é uma homenagem ao ritmo do tempo, aonde fé é enxergar o que ainda não se vê. É ter certeza do que ainda não se materializou. Vestida de sonhos e esperança, a Árvore carrega fitas de cetim que os convidados compram na recepção e enlaçam com desejos escritos para os Ventos, para Deus, para o Universo, para o Amor.  Ali as pessoas podem ter uma aula ao ar livre, muitas escolhem fazer piqueniques, sentar…Do jardim saem trilhas para a floresta atlântica.

22. Bosque dos Sonhos – Jardim de Crochê

Só seguir em curva, e você encontra o Bosque dos Sonhos. Feito com a colaboração do Coletivo Mulheres do Vale, o crochê é uma tradição do Vale do Café. Uaná Etê vestiu, durante a pandemia mundial, junto com o coletivo Mulheres do Vale, 10 árvores centenárias. 

23. Caminho da Sombra

Trilha de Floresta. Excelente para a prática de banho de floresta, cheia de terpenos. A sombra nos trópicos é considerada uma benção, alívio do calor. Nela está a árvore prateada, eucalipto ancestral prateado que é um monumento natural. O caminho passa por uma família de coqueiros Indaiás e leva ao Bosque de Eucaliptos.

24. Capela da Resiliência ou dos Bambus

Capela feita durante a epidemia de COVID 19 em 2020. Evoca a resiliência dos Bambus, e a fé.

25. Jardim de Cactos e Suculentas Wilson das Neves

Mas o caminho segue, e atrás da curva está o Cactário Wilson das Neves.
No topo do monte, chegando ao final do percurso este cenário diferente, desértico, com pedras “cabeça de crânio” típicas da região, o Cactário emociona pelo conhecimento e carinho que o grande músico tinha com suas plantas. Hoje ampliada pelo Uaná Etê, sua coleção de cactos e suculentas é afetuosa, e afetuosamente tratada. São mais de 50 espécies de cactos e suculentas. O paisagismo do jardim de cactos foi feito por Herbert Kaufmann. Viva Wilson das Neves!

26. Okas da Terra

No flanco esquerdo do monte dos sinos estão as Okinhas do jardim. Foram feitas inspiradas nas pequenas cavernas cavadas em barrancos na região, onde se colocava fogo e fazia carvão ou tijolos de barro. Muito interessantes, é uma delícia se aboletar ali como num casulo e olhar o céu.

27. Biblioteca da Floresta

É uma homenagem à liberdade. Uma pequena biblioteca de vidro na borda da floresta tem livros que as pessoas podem trocar. Para levar um livro basta trazer um que seja sobre natureza, música, botânica, mineralogia, sobre a região Vale do Café.

Gaiolas que vieram ao jardim para solturas de pássaros feitos pelo INEA, no FLOR Atlântica, enfeitam quebradas uma das paredes, com poesias de Pedro Braga Soares.

28. Campo Sazonal de Flores

Na primavera e no outono o campo sazonal de flores se cobre de cor e vida. Próximo à floresta é o mais misterioso e simbólico campo de flores de uaná etê. 

29. Jardim do Equilíbrio e Origem

Jardim de areia e pedras, para interação e equilíbrio, com as ocas caiçaras, exemplo da moradia de habitantes originários de Pindorama.